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ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO JARDIM AMÉRICA

COMPONENTE CURRICULAR: ARTE ANO: 3° A/B


PROFESSOR: GUILHERME SIRTOLI / E-MAIL: guilherme-
ssirtoli@educar.rs.gov.br

A ARTE PODE COMUNICAR?

A arte pode comunicar uma ideia? Sobre o que a arte fala? Que ideia ela pode
transmitir? Essas são perguntas difíceis e também muito gerais, mas em síntese podemos
dizer que a arte pode sim comunicar!
Os objetos que fazem parte do nosso cotidiano comunicam. Assim como álbuns de
fotografia que temos em casa - que contam uma determinada história sobre nossas vidas -
os objetos da arte também são impregnados de ideias, histórias e contextos! A arte e suas
imagens são fontes de comunicação, assim como o texto verbal e a palavra falada. As
imagens naturalmente comunicam, nos contam algo.
Em épocas de governos ditatoriais autoritários, por exemplo, muitos objetos do
cotidiano foram utilizados artisticamente como “armas” na resistência contra a opressão da
ditadura brasileira, que ocorreu entre 1964 - 1985. Essas “armas” utilizadas pelos artistas
não eram armas de fogo como aquelas utilizadas pelos militares, mas armas de
pensamento, promovendo reflexões críticas sobre o cotidiano. Na época, a censura e o
medo imperavam e o governo impunha silêncio à maioria da população. Quem ousava
expor suas ideias podia ter sua liberdade e até a própria vida ameaçada pela ditadura
militar.
O jornalista Vladimir Herzog, uma das centenas de pessoas que morreram pelo
direito à democracia no Brasil durante a ditadura, foi assassinado na prisão em São Paulo,
no ano de 1975. Sua morte fez crescer a ocorrência de manifestações públicas e artísticas
em prol do fim da repressão política e luta por uma democracia, em que os direitos civis
pudessem ser respeitados.
Mesmo quando é proibido dizer o que se pensa, é próprio da natureza humana
encontrar meios para se expressar. A arte é uma destas maneiras e foi nela que o artista
brasileiro Cildo Meirelles (1948) criou a obra Inserções em circuitos ideológicos: Projeto
Célula. O artista carimbou a frase “Quem matou Herzog?” sobre cédulas de dinheiro que
circulavam por aí, realizando essa obra no mesmo ano da morte do jornalista.
Inserções em circuitos ideológicos: projeto Célula, obra de Cildo Meirelles. 1975.
Carimbo sobre cédula em circulação.

Como o artista usou cédulas de dinheiro corrente, era quase impossível de saber
quem era a autoria daquele tipo de arte no momento, e o artista pôde levar suas ideias ao
público. A arte não estava dentro dos museus, mas nas ruas, e foi ao encontro das pessoas
em suas ações cotidianas, como o uso de uma nota de dinheiro. Trata-se de uma arte
conceitual, uma voz que circula e sussurra nos ouvidos do cotidiano, pedindo justiça e
liberdade em qualquer situação em que não seja respeitada.

ATIVIDADES PARA ENTREGAR:

1 - Atualmente nós sabemos que a arte não existe somente dentro dos museus, mas
também na vida cotidiana! Baseado no texto em que você leu, sobre o artista Cildo
Meirelles e sua atuação política por meio da arte, pense: O que lhe causa incômodo nos
dias atuais? O que você gostaria de falar, por meio da arte sobre a injustiças sociais, a
violência ou temas atuais que fazem parte do seu cotidiano? Seja crítico!
Pense em uma problemática atual que lhe desperte atenção e responda questão
formulando um texto (até dois parágrafos) ou produzindo um poema ou uma fotografia, por
exemplo. Caso produza uma imagem, faça uma pequena justificativa para a mesma
explicando sua ideia. Entregue o trabalho via e-mail (guisusinsirtoli@gmail.com). Em caso
de dúvidas, entre em contato por e-mail ou Whatsapp (54 991757874). Bom trabalho :)

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