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VIEIRA, Maria Celina Teixeira.

Estratégias de Leitura em Ler para Aprender no Ensino


Superior, São Paulo.

Resenha Crítica

A pesquisa tem como objetivo demonstrar a importância da leitura no processo de ensino e


aprendizagem, especificamente, no ensino superior. Pois os textos acadêmicos são um meio
para se adquirir conhecimento, informações novas e ideias. A autora aponta esse assunto como
relevante a partir de dados de pesquisas feitas com estudantes brasileiros, onde o resultado
mostrou que os alunos leem pouco e, na maioria das vezes, não entendem o que leem e isso
acaba causando uma deficiência na escrita.

O artigo é dividido em tópicos onde a autora aborda o conceito de leitura, estratégias para que
este processo ocorra de maneira eficaz, além de apresentar fatores de textualidade que facilitam
o entendimento do texto. A obra visa explicar como funciona o ato de ler, os aspectos
cognitivos que envolvem este processo e ressalta a importância da leitura possuir objetivos
definidos para que o leitor possa “ativar” seus conhecimentos prévios a respeito de determinado
assunto.

A autora introduz o assunto do artigo esclarecendo o que é leitura, que podemos entender de
maneira mais simplificada, como um meio dos indivíduos se manterem informados a respeito de
qualquer assunto. A leitura é uma ferramenta básica para o ser humano poder se desenvolver em
sociedade, pois seja qual for o grau de ensino, este é um instrumento que facilita a compreensão
aprofundada do assunto ministrado pelo professor. Sendo especifica na importância da leitura
no ensino superior, pois pesquisas como as de Santos e Primi, que apresentam resultados de que
a leitura tem uma linha paralela com o desempenho acadêmico do universitário., ou seja, alunos
que leem e compreendem os textos lidos tem um melhor desenvolvimento e desempenho na sala
de aula. Quanto a conceito do que é ler, pode-se dizer que além de ser uma atividade psicológica
e linguística é uma habilidade social.

A leitura eficaz depende mais do repertório do leitor do que do cérebro, pois é a partir da sua
visão e concepção de mundo que se pode ter o que é chamado de “previsão”, que nada mais é
do que uma antecipação ou “adivinhação” que temos no desenrolar de um texto. Este é um

Resenha elaborada pelas alunas Maria Vitória Fonseca Santiago e Nathalia Silva de
Lima, acadêmicas do 1º período vespertino do curso de Letras da Universidade Estadual
do Amazonas - UEA
VIEIRA, Maria Celina Teixeira. Estratégias de Leitura em Ler para Aprender no Ensino
Superior, São Paulo.

aspecto que dá sentido ao que lemos, pois a previsão é o núcleo de uma leitura, é o que a torna
significativa.

Neste ponto de vista é que podemos entender o texto como unidade básica, pois ele é um
conjunto de informações que dependem de outras para se completar, logo, é necessário o
conhecimento a respeito dos fatores de textualidade. A autora inicia com os fatores de
contextualização, que se dividem em contextualizadores (localização, data, assinatura,
elementos gráficos) e perspectivos (título, autor e início do texto).

O próximo tópico trata dos fatores de coerência que “são os que dão conta do processamento
cognitivo do texto e estruturação do sentido (FAVERO,1991,p.59)”. Beaugrande e Dressler e
Marcuschi consideram a semântica procedimental como a mais adequada para o tratamento da
coerência, pois abrange dois aspectos importantes: razão e experiência. Razão, estabelece
relações lógicas de sentido, se refere a estrutura das orações e proposições. Enquanto a
experiência se relaciona com o repertório prévio do leitor, suas opiniões e ideologias.

No tópico seguinte, a autora fala sobre as superestruturas e macroestruturas textuais. As


superestruturas são os elementos do texto, ela é quem define a ordem e a relação entre os
fragmentos, já as macroestruturas são a representação abstrata da estrutura global dos
significados de um texto (Van Dijk & KIntsch, 1983).

Em seguida, a autora fala sobre os conceitos, que são estruturas de natureza operacional, para
obtenção de coerência e podem ser primários ou secundários. Os primários são pontos de apoio
para processamento textual e os secundários são ativados a partir das relações com os conceitos
primários.

Em seguida, vemos o que são os modelos cognitivos globais, que são estruturas cognitivas que
organizam nosso conhecimento convencional de mundo em conjuntos bem integrados e
intensamente utilizados na interação humana. Alguns exemplos são:

Frames: conhecimentos diários sobre um texto, são como ideias soltas numa gaveta; Esquemas:
são ideias interligadas por uma relação temporal, causal, previsível, fixa e ordenada.

Resenha elaborada pelas alunas Maria Vitória Fonseca Santiago e Nathalia Silva de
Lima, acadêmicas do 1º período vespertino do curso de Letras da Universidade Estadual
do Amazonas - UEA
VIEIRA, Maria Celina Teixeira. Estratégias de Leitura em Ler para Aprender no Ensino
Superior, São Paulo.

Logo após, a autora traz estratégias de compreensão do texto e afirma que essa é uma atividade
complexa e que envolve múltiplos processos cognitivos. Segundo a autora, a compreensão é um
esforço para construir um sentido do texto, ou seja, a coerência. Além disso, muitos estudantes
têm dificuldades de compreender os textos, assim, o papel do professor nesse caso é criar

oportunidades e estratégias para desenvolver esse processo. Essas estratégias podem ser
cognitivas (aquelas que regem o comportamento automático e inconsciente do leitor) e as
metacognitivas (que regulam a desautomatização consciente das estratégias cognitivas).

A autora também traz dois tipos de processamento de leitura, o ascendente ou buttom-up


(processa os elementos que compõem o texto até compreender) e o descendente ou top-down (o
leitor usa seu conhecimento prévio e seus recursos cognitivos para estabelecer antecipações
sobre o conteúdo do texto). Assim, o professor ativa os conhecimentos prévios dos estudantes,
explora o texto, define objetivos claros e compreende a superestrutura e macroestrutura do
texto.

A autora tenta esclarecer no texto as ideias para uma leitura mais proveitosa, porém, o excesso
de informações e a mistura de ideias deixa o texto confuso e cansativo. Além disso, algumas
ideias e teorias não foram bem desenvolvidas, pois ela citava alguns autores e logo após citava
outros, deixando o leitor “perdido” em relação as teses discutidas. No entanto, é uma leitura
recomendada a quem já tem experiencia com textos acadêmicos e consegue reter informações e
conhecimento mesmo com as ideias um pouco “avulsas”.

Resenha elaborada pelas alunas Maria Vitória Fonseca Santiago e Nathalia Silva de
Lima, acadêmicas do 1º período vespertino do curso de Letras da Universidade Estadual
do Amazonas - UEA

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