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Protocolo Oficial

Português

UFCD 0701

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2. FICHA TÉCNICA

Objetivos e Condições de Utilização

O formando deverá complementar os conhecimentos adquiridos e retidos durante a sessão com a


leitura do presente Manual. Este contém todos os temas abordados durante o curso, devendo ser um
suporte ao estudo a desenvolver pelo formando, bem como um reforço aos conhecimentos adquiridos
durante a sessão.
A leitura do Manual não invalida que o formando não aprofunde os seus conhecimentos, através da
consulta da bibliografia recomendada ou de outros que julgue convenientes.

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3. ÍNDICE

1. Símbolos e precedências
1.1. Símbolos nacionais ……………………………………………………………………. Pág. 5
1.2. Colocação de bandeiras: DL nº 150/87 de 30 de março ………………………… Pág. 7
1.3. Precedências ………………………………………………………………………… Pág. 16
1.4. Órgãos de soberania ………………………………………………………………… Pág. 18
1.4.1. Organigrama do governo constitucional ……………………………………… Pág. 20
1.4.2. Oficiais – Lei nº40/2006 Lei de Precedências do Protocolo de Estado …… Pág. 21

2. Comunicações oficiais……………………………………………………………………. Pág. 24


2.1. Correspondência oficial ……………………………………………………………… Pág. 26
2.1.1. Convites oficiais e não oficiais ……………………………………………. Pág. 27
2.1.2. Cartões de visita ……………………………………………………………. Pág. 28
2.2. Regras da comunicação telefónica ………………………………………………… Pág. 29
3. Protocolo em refeições e viaturas ………………………………………………………. Pág. 31
3.1. Regras de ordenação …………………………………………………………. Pág. 31

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4. MANUAL

Princípios Básicos do Protocolo

O cerimonial e protocolo são tão antigos como o Homem, em consequência do longo processo de
convivência humana. Na realidade o protocolo é uma arte entendida como virtude, que tem tudo
haver com o cultivo pessoal. Se observarmos as diferentes épocas da história, o protocolo está
enraizado nos povos, como por exemplo o Persa durante o reinado de Dário I (536 a.C. a 530 a.C.). A
sua corte regia-se por uma severa e bem organizada etiqueta cerimonial. O ato de ter audiência com
o rei antecedia-se por uma complicada e exaustiva série de cerimónias e, mesmo o privilégio que os
príncipes gozavam de se poderem apresentar perante o rei sem aviso prévio foi abolido. Pela mesma
altura na Grécia, Roma e Oriente estas mesmas regras eram aplicadas, testemunhando a
antiguidade da atividade protocolar. As Ordens são outro testemunho da cerimónia protocolar, como
a Ordem da Cavalaria, que se tratava de uma instituição religiosa criada para proteger locais
sagrados e ajudara a reconquistar o território peninsular aos muçulmanos. A solene cerimónia de
armar um cavaleiro era composta por vários atos cerimoniais. Normalmente estas cerimónias tinham
lugar em igrejas, catedrais, castelos ou inclusive no próprio campo de batalha, como acontecia
durante as Cruzadas. Não existem dúvidas de que a história do protocolo está intimamente ligada à
dos povos, inclusive as tribos aplicavam nas suas relações uma série de normas e costumes para
facilitar as relações e a diplomacia. O ato protocolar é um produto da inteligência aliada à tradição e
ao saber.

O Protocolo

Palavra derivada do latim “Protocolum”, é um valioso legado constituído por um rico tesouro cultural,
histórico e tradicional que nos chega através dos séculos e que deve ser adaptado à realidade. No
dicionário português encontramos a seguinte definição: “Trata-se de uma regra cerimonial diplomática
ou palatina estabelecida por decreto ou por costume.”.

Afinal, o que vem a ser o protocolo? O protocolo é uma disciplina que com realismo, técnica e arte
determina as estruturas ou formas sobre as quais se realiza uma atividade humana. É a arte de fazer
as coisas de uma forma perfeita e natural. Há regras protocolares em todos os países do mundo mas
não é possível estabelecer uma regra protocolar uniforme, em virtude dos diversificados padrões
culturais e costumeiros. A liberdade protocolar é pequena e não pode, em hipótese alguma permitir
deslizes. Pode ser classificado em dois tipos: público e privado.

• Público – quando se refere a atividades do estado ou à pessoa que possui um cargo público e que o
exerce legalmente

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• Privado – quando se refere a atividades de uma pessoa, instituição, sindicato, partido político, etc.

No protocolo, como conjunto de regras cerimoniais é determinante o uso constante de palavras e


diálogos adequados, regras e formas de tratamento, trajes cerimoniais, normas de conduta e um
profundo conhecimento em organização de Eventos.

Complementos do Protocolo
Podemos considerar complementos de protocolo todos os conceitos que se refiram à conduta social e
que sejam demonstrativos de uma sociedade madura, em que tanto os homens quanto as mulheres
demonstrem ser pessoas de trato refinado, devendo ser tratados com respeito e consideração. Na
saudação podemos observar com maior profundidade o grau cultural de uma pessoa, as suas boas
maneiras e comportamentos, que acabam por mostrar os seus costumes e cortesias na vida social.

1. Símbolos e precedências

1.1. Símbolos Nacionais


São dois os símbolos Nacionais do Estado Português determinados pela Constituição da República
Portuguesa, no seu artigo 11.º, n.º 1 2 2: a Bandeira Nacional, símbolo da soberania da República, da
independência, da unidade e da integridade de Portugal; o Hino Nacional designado “A Portuguesa”.

A Bandeira Nacional é o símbolo visível da Pátria e da soberania da República e também das


entidades privadas, adaptada pela República instaurada pela Revolução de 5 de Outubro de 1910. A
questão dos símbolos nacionais constituiu uma das primeiras prioridades do Governo Provisório
formado na sequência do 5 de outubro de 1910. Enquanto sediadas no território Português, devem,
antes de tudo o mais, respeito aos símbolos nacionais, que são valores que se sobrepõem aos
restantes de qualquer hierarquia, sejam do Estado, militares ou de quaisquer outras instituições
públicas ou privadas. A Bandeira Nacional reflete os valores de independência, unidade e integridade
de Portugal.
A respetiva utilização está legislada, resumindo-se, de forma breve, e no que interessa para aplicação
municipal, no seguinte: “Considerando a “necessidade de dignificar a Bandeira Nacional como
símbolo da Pátria e de avivar o seu culto entre todos os portugueses, importa estabelecer as regras
gerais pelas quais se deve reger o seu uso (…)”. (Decreto-Lei n.º 150/87, de 30 de Março). De forma
breve, esta Lei define os aspetos mais relevantes de utilização deste símbolo.

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O Hino Nacional

Legislação aplicável: Constituição da República Portuguesa “A Portuguesa”, hino nacional de


Portugal, foi designada como um dos símbolos nacionais de Portugal na constituição de 1976 (artigo
11º, n.º 2, da Constituição da República Portuguesa). Simboliza a Nação através da exteriorização
musical. A música é de autoria de Alfredo Keil e a letra de Henrique Lopes de Mendonça.
Em 1956, existiam no entanto várias versões do hino, não só na linha melódica, mas também nas
instrumentações, especialmente para banda, pelo que o governo nomeou uma comissão encarregada
de estudar uma versão oficial de A Portuguesa. Essa comissão elaborou uma proposta que seria
aprovada em Conselho de Ministros a 16 de julho de 1957, mantendo-se o hino inalterado deste
então. Nota-se na música uma influência clara do hino nacional francês, La Marseillaise, também ele
um símbolo revolucionário.

Outros símbolos do Estado Português

Outros símbolos do Estado Português são a bandeira da Presidência da República, a bandeira da


Assembleia da República, o brasão de armas da República Portuguesa e o escudo da república
portuguesa. Para a bandeira da Assembleia da República, existe uma Resolução da Assembleia da
República n.º 73/2006, de 28 de Dezembro (Declaração de Retificação n.º 5/2007, de 10 de janeiro),
que define e fixa as regras de sua utilização.

Bandeira da Presidência da República Bandeira da Assembleia da República

Brasão de armas da República Portuguesa Escudo da república portuguesa

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1.2. Colocação de bandeiras: DL nº 150/87 de 30 de Março
As regras gerais para o uso da Bandeira Nacional encontram-se estabelecidas pelo Decreto-Lei
150/87. Este decreto-lei, no entanto, apenas estabelece regras genéricas de utilização da BN e
apenas para alguns casos. Sendo assim, além das regras especificamente definidas no Decreto-Lei
150/87, deverão ser seguidos os protocolos e as regras tradicionalmente aplicadas nacional e
internacionalmente, bem como as regras estabelecidas para o âmbito militar e marítimo.

Locais obrigatórios onde a Bandeira Nacional deve ser, por Lei, hasteada:

• Instalações de órgãos das administrações públicas central, regional e local;


• Monumentos nacionais;
• Sedes dos institutos e empresas públicas;

Locais opcionais:
• Delegações dos institutos e empresas públicas;
• Instalações de entidades privadas e de pessoas coletivas.

Nos locais onde a Bandeira Nacional pode ser hasteada opcionalmente, se o for, deverá sê-lo
cumprindo sempre as regras e protocolos definidos.

Quando deve a Bandeira Nacional ser hasteada


Segundo a Lei, a Bandeira Nacional deverá ser hasteada todos os dias nos seguintes locais:

• Presidência da República;
• Assembleia da República;
• Presidência do Conselho de Ministros;
• Supremo Tribunal de Justiça;
• Tribunal Constitucional.
Apesar da Lei não o obrigar especificamente, seria aconselhável hastear todos os dias, a Bandeira
Nacional em outros locais de maior simbolismo ou com grande visibilidade, por exemplo:

• Sedes dos Representantes da República para as Regiões Autónomas;


• Ministérios da Defesa Nacional e dos Negócios Estrangeiros;
• Governos civis dos distritos;
• Fronteiras, portos e aeroportos internacionais;
• Representações diplomáticas de Portugal no estrangeiro;
• Sedes dos órgãos legislativos e executivos das regiões autónomas;
• Sedes das áreas metropolitanas e de outras comunidades intermunicipais;
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• Sedes das câmaras municipais;
• Quartéis-generais das Forças Armadas e de comandos militares;
• Monumentos nacionais de grande afluxo turístico.

Nos restantes locais, a Bandeira Nacional deverá ser hasteada aos Domingos e Feriados e nas
ocasiões especiais em que tal seja decretado pelo órgão executivo nacional, regional ou local da área
territorial abrangida.

Nos dias em que é hasteada, a Bandeira Nacional deve-o ser às 09h00. Deverá ser arreada ao pôr
do sol. Considera-se aceitável, em locais cujo funcionamento esteja já encerrado ao pôr do sol, que o
arrear da bandeira nacional seja realizado à hora do seu encerramento.

As bandeiras da União Europeia e das regiões autónomas apenas deverão ser hasteadas em
conjunto com a Bandeira Nacional.

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Posições relativas das Bandeiras

Quando hasteada com outras bandeiras, a Bandeira Nacional ocupará sempre o lugar mais honroso.
Conforme o número e a disposição dos suportes, as bandeiras deverão ocupar as seguintes
posições:

1. Se forem hasteadas várias bandeiras num único mastro: a Bandeira Nacional ocupará a
posição mais alta, seguindo-se as restantes bandeiras, por ordem de precedência de cima
para baixo:

Disposição de duas ou mais bandeiras, existindo um único mastro

2. Se existirem dois mastros: a Bandeira Nacional ocupará o mastro da direita (esquerda de


quem os olha de frente);

Disposição de duas bandeiras, existindo dois mastros

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3. Se existirem três mastros: a Bandeira Nacional ocupará o mastro do centro e a seguinte
bandeira na ordem de precedência, ocupará o mastro da direita (esquerda de quem olha);

Disposição de três bandeiras, existindo três mastros

4. Se existir uma linha de quatro ou mais mastros assentes no solo: a Bandeira Nacional
ocupará o mastro mais à direita (mais à esquerda de quem olha), seguindo-se as restantes
bandeiras, por ordem de precedência, da direita para a esquerda (da esquerda para a direita
de quem olha). Opcionalmente, neste caso poderá ser colocada uma segunda Bandeira
Nacional no mastro mais à esquerda (mais à direita de quem olha);

Disposição de quatro ou mais bandeiras, existindo o mesmo número de mastros assentes no solo

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5. Se existirem quatro ou mais mastros colocados na fachada ou no topo de numa edificação: a
Bandeira Nacional ocupará o mastro central, ou, se forem pares, o mastro à direita (à
esquerda de quem olha) do ponto central da linha de mastros. As restantes bandeiras, serão
colocadas alternativamente à esquerda e à direita (à direita e à esquerda de quem olha) da
Bandeira Nacional;

Disposição de quatro ou mais bandeiras, existindo o mesmo número de mastros colocados num edifício

6. Se existir um mastro com verga e sem tope (topo): a Bandeira Nacional ocupará a ponta
direita da verga (ponta esquerda de quem olha);

Disposição de duas bandeiras num mastro com verga sem tope (topo)

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7. Se existir um mastro com verga e com tope (topo): a Bandeira Nacional ocupará o topo, e a
seguinte bandeira na ordem de precedências, ocupará a ponta direita da verga (ponta
esquerda de quem olha);

Disposição de três bandeiras, num mastro com verga e com tope (topo)

8. Se existir um mastro com verga, com tope (topo) e com carangueja: a Bandeira Nacional
ocupará a ponta da carangueja, a 2ª bandeira na ordem de procedências, ocupará o topo e a
3ª bandeira ocupará a ponta direita da verga (ponta esquerda de quem olha). Este é o único
caso em que a Bandeira Nacional não ocupa a posição mais alta relativa às outras bandeiras;

Disposição de quatro bandeiras, num mastro com verga, tope (topo) e carangueja

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9. Se existir um círculo fechado de bandeiras, assentes no solo: a Bandeira Nacional ocupará o
mastro mais próximo do acesso ao local, seguindo-se as outras bandeiras, por ordem de
precedência, da direita para a esquerda (da esquerda para a direita de quem olha);

10. Se existirem duas ou mais linhas de mastros: a Bandeira Nacional ocupará o mastro mais à
direita (à esquerda de quem olha) da linha frontal. As restantes bandeiras serão colocadas
por ordem de precedência, da direita para a esquerda (esquerda para a direita de quem olha)
e da linha frontal para a mais recuada.

11. Independentemente da disposição dos mastros das bandeiras, com exceção do indicado no
ponto 8, se os mastros apresentarem alturas diferentes, a Bandeira Nacional ocupará sempre
o mastro mais alto. As restantes bandeiras serão colocadas, por ordem de precedência, do
seguinte mastro mais alto para o mais baixo.

Disposição de várias bandeiras, com mastros de diferentes alturas

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Ordem de precedência das bandeiras

A Bandeira Nacional tem precedência sobre todas as outras bandeiras portuguesas ou estrangeiras.
A exceção será o seu uso no âmbito de organizações internacionais de que Portugal faça parte, em
que poderá ser seguido o protocolo interno das mesmas. A ordem de precedências das várias
bandeiras é a seguinte:

1. Bandeira Nacional de Portugal;


2. Bandeira da União Europeia;
3. Bandeiras de organizações internacionais, por ordem alfabética;
4. Bandeiras de países estrangeiros, por ordem alfabética;
5. Bandeiras de regiões autónomas ou comunidades intermunicipais, por ordem alfabética;
6. Bandeiras de municípios, por ordem alfabética;
7. Bandeiras de freguesias, por ordem alfabética;
8. Bandeiras de organismos públicos, por ordem alfabética;
9. Bandeiras de entidades privadas, por ordem alfabética;
10. Bandeiras de serviço (de sinalização, de certificação, etc.).

Quando forem hasteadas bandeiras de entidades estrangeiras, as mesmas têm precedência


imediatamente a seguir à das entidades portuguesas equivalentes.

Quando forem hasteadas bandeiras pessoais de autoridades oficiais, civis ou militares, as mesmas
sê-lo-ão de acordo com a precedência que as respetivas autoridades têm no protocolo de Estado.

As Antigas Bandeiras Nacionais de Portugal deverão ser consideradas equivalentes à atual Bandeira
Nacional em termos de precedência. Se a situação o justificar, pode optar-se por dar precedência
sobre a atual Bandeira Nacional às Bandeiras Nacionais mais antigas. Em certos monumentos ou
outros locais históricos poder-se-á hastear uma Antiga Bandeira Nacional, em lugar da atual Bandeira
Nacional, desde que a mesma tenha uma relação especial com a história do local e desde que aí não
sejam hasteadas outras bandeiras contemporâneas.

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Protocolo das Bandeiras

As regras estabelecidas na Lei, ou mais comuns, para o protocolo referente às bandeiras são as
seguintes:

Quando hasteada em conjunto com outras bandeiras: a Bandeira Nacional é sempre a primeira a ser
hasteada e a última a ser arreada;
Quando hasteada a meia-haste por ocasião de luto nacional: a Bandeira Nacional deverá ser levada
ao topo do mastro e só depois descida até ao seu meio. Ao ser arreada, deverá, antes ir ao topo do
mastro. Quando estiverem presentes outras bandeiras, as mesmas também deverão ser colocadas a
meia-haste, não indo ao topo do mastro;
Dentro do território nacional, se estiver presente o Presidente da República e existir apenas um único
mastro: é aceitável substituir a BN pelo Estandarte Presidencial;
Nos edifícios da Administração Central só deverá ser obrigatoriamente hasteada a BN.
Opcionalmente poderá ser hasteada a Bandeira da União Europeia e bandeiras de serviço do
respetivo organismo público (bandeiras identificativas do organismo, bandeiras de sinalização ou
distintivos de entidades). Mais nenhuma bandeira deverá ser hasteada, inclusive bandeiras locais da
área territorial onde o organismo esteja colocado.

Erros Frequentes no uso da Bandeira Nacional

Os erros mais frequentes em Portugal, relativamente ao uso da Bandeira Nacional são os seguintes:

1. Bandeira Nacional de dimensões inferiores às de outras bandeiras hasteadas conjuntamente;


2. Outra bandeira, normalmente a Bandeira da União Europeia, ocupando uma posição de maior
procedência em relação à da Bandeira Nacional;
3. Bandeira Nacional hasteadas em mau estado de conservação;
4. Bandeira Nacional não respeitando o padrão oficial de cores, desenho ou proporções;
5. Bandeira Nacional demasiado pequenas para o mastro ou local onde estão hasteadas;
6. Bandeiras regionais ou municipais hasteadas em edifícios de organismos da Administração
Central.

Os erros referidos nos pontos 1, 2, 3 e 4 são infrações explícitas ao Decreto-Lei 150/87. O erro
referido no ponto 5, apesar de não infringir explicitamente a Lei, deve ser evitado, em virtude de
contribuir para a diminuição da dignidade da Bandeira Nacional.

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1.3. Precedências do Protocolo de Estado

Legislação aplicável: Lei 40/2006 de 25 de Agosto - Lei das Precedências do Protocolo de Estado
Português

Desde sempre que as sociedades tiveram necessidade de se organizarem. Ou como diz Alphonse
Daudet, “uma sociedade sem hierarquia é como uma casa sem escadas”. Pelo que a vida em
comunidade exige regras que organizem a hierarquia sociais. Por exemplo, socialmente, os mais
velhos têm prioridade sobre os mais novos, as senhoras têm prioridade em relação aos homens (na
maioria dos contextos); e profissionalmente, as hierarquias criam-se conforme a importância dos
cargos, independentemente do género e da antiguidade.

No desempenho de funções institucionais o mesmo acontece. Todas as instituições têm necessidade


de hierarquizar e organizar a sua vida interna e as suas relações externas, consoante a importância
das instituições e representantes. Deve, por conseguinte, o Protocolo saber estabelecer e aplicar
critérios e sistemas de precedências. “em questões de “protocolo”, não pode, nem deve haver
fraquezas de concessões: há que fazer-se o que deve ser, embora custe; e é escusado contar com a
inteligência, mesmo dos homens superiores, para deixarem passar sem reparo uma falta protocolar”.
Memórias do 6º Marquês de Lavradio (1874- 1945).

A Lei das Precedências do Protocolo do Estado Português define, no seu artigo primeiro, o objeto que
regula: “dispor sobre a hierarquia e o relacionamento protocolar das altas entidades públicas”. Dispõe
também sobre “articulação com tal hierarquia de outras entidades inseridas no esquema de relações
do Estado e ainda sobre a declaração de luto nacional”. (art.º 2).

1.3.1. Precedência no Setor Privado em Atos Públicos ou Privados


Organismos como empresas, associações ou corporações, que pela sua importância social e
económica, realizam frequentemente atos públicos nas suas próprias instalações ou fora destas, aos
quais são normalmente convidados a assistir, não só pessoas de outras empresas afins, como
também autoridades oficiais.

Nota: Em caso de a entidade organizar um ato ao qual apenas assistirão a sua direção e
funcionários, a própria estrutura hierárquica determinará a precedência de acordo com os cargos
ocupados. Quando a entidade organizadora convida membros diretivos ou representantes de outras
entidades, o aconselhável é, não ceder a presidência mas, ceder em detrimento dos diretivos ou
representantes os lugares equivalentes, ou seja: Exemplo: - O Vice-Presidente da entidade
organizadora cede o seu lugar ao Vice-Presidente da entidade convidada. - O Diretor cede o seu
lugar ao Diretor visitante.

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Se a entidade convidar autoridades oficiais, o assunto torna-se mais complexo uma vez que não
existe nada determinado em relação ao respeito nestas situações. Contudo deve recorrer-se a usos e
considerações da vida oficial no que respeita a autoridades com hierarquia, assinaladas na lista de
ordenamento protocolar.

Exemplo: - Uma empresa que tenha uma relação de dependência ou tutelagem com o estado, o
Presidente da entidade organizadora cederia a sua precedência ao Ministro da qual depende a
entidade. - Se um Ministro da Justiça convida um General da República, deveria ceder a sua
precedência ao General, contudo o critério depende exclusivamente da elegância e cortesia do
anfitrião. Em modo de conclusão, podemos dizer que não existem normas de protocolo escritas para
o sector privado. É, no entanto, recomendável aplicar sempre que possível, as normas, usos e
costumes do Estado, tendo em conta a hierarquia, a antiguidade, títulos e distinções académicas,
profissionais e culturais dos convidados.

1.3.2. Precedência na Ocupação de Veículos


No que se refere a veículos oficiais, deve ter-se bem presente que acedem a este em primeiro lugar
as autoridades com maior hierarquia para ocupar o assento traseiro da direita, no sentido da marcha
do veículo, fazendo a continuação de ocupação pelo lado esquerdo a autoridade de menor hierarquia
ou a pessoa que o acompanha.
Ao descer procede da mesma forma, descendo primeiro a autoridade de menor hierarquia ou pessoa
que acompanha a de maior hierarquia. Se esta situação se passar numa marina, ao embarcar para
se dirigirem para um ato oficial, procede-se de forma inversa, ou seja, entra primeiro a autoridade de
menor hierarquia e seguidamente a de maior. Na hora de desembarcar, a autoridade de menor
hierarquia sairá primeiro, uma vez que a embarcação atraca a estibordo, ou seja, do seu lado direito.

1.3.3. Precedência Quando se Caminha


Quando se acompanha a caminhar uma personalidade com hierarquia, esta deve ir do lado direito do
seu acompanhante. Se forem dois acompanhantes, a personalidade deve ir no meio de ambos, tendo
à sua direita o acompanhante de maior hierarquia, e à sua esquerda o que se lhe segue na
hierarquia.

1.3.4. Precedência de Chefes de Estado


As precedências sofreram várias alterações ao longo do tempo e estas alterações foram sendo
assimiladas por todos os países, fator que uma vez extinto (1806) o Sacro Império Romano-Germano
que tinha a preeminência sobre todos os outros estados (e por estes acatada), foi o ponto de partida
para levar a cabo um reconhecimento da igualdade de hierarquias e prelação entre todos os
soberanos. Princípio este, que se foi fortalecendo até ser reconhecido hoje pela Comunidade
Internacional. Se por qualquer circunstância se celebra um acontecimento de grande importância no

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qual vão estar presentes vários Chefes de Estado, ainda que sejam escassas as oportunidades de
isto acontecer, O Ministério dos Assuntos Internos, o Departamento de Protocolo do Estado, ou os
dois em conjunto fixam a prelação. O Congresso de Viena deu o último contributo para estabelecer
um estatuto geral da precedência dos Estados, ou seja, tomou como base a notificação oficial de
chegada. Também se pode utilizar o sistema alternado, por cargo, por antiguidade ou qualquer outra
circunstância adequável. Com este sistema, caem por terra as precedências de Chefes de Estado
com maiores extensões territoriais, desigualdade social e potencial bélico, que já pertencem ao
passado.

1.4. Órgãos de soberania

Os órgãos de soberania são o Presidente da República, a Assembleia da República, o Governo e os


tribunais.

O mandato do Presidente da República tem a duração de cinco anos e termina com a posse do novo
Presidente eleito.

O mandato da Assembleia da República (legislatura), se não se verificarem nenhumas das


vicissitudes constitucionalmente previstas que podem interrompê‑lo, tem a duração de quatro anos,
iniciando‑se a 15 de Setembro.

O Governo, em condições normais, está ligado à duração de cada legislatura, uma vez que é formado
em resultado da composição da Assembleia da República saída de uma eleição — o que
corresponde a quatro anos, como referido.

Ao contrário do que se passa com os restantes órgãos de soberania, nos tribunais há que distinguir
entre os titulares das várias espécies de tribunais, que são os juízes: juízes dos tribunais judiciais,
juízes dos tribunais administrativos e fiscais, juízes do Tribunal de Contas e juízes do Tribunal
Constitucional.

Os juízes dos tribunais judiciais, cujo regime de designação é também aplicável aos juízes dos
tribunais administrativos e fiscais, são recrutados por concurso público entre juristas e nomeados
após formação profissional específica, com carácter vitalício e com a garantia de inamovibilidade,
pelos respetivos conselhos (Conselho Superior da Magistratura e Conselho Superior dos Tribunais
Administrativos e Fiscais). A sua colocação, transferência e promoção também competem a estes
conselhos, segundo regras estabelecidas nas respetivas leis orgânicas e estatutárias.

Constituem exceção os juízes do Tribunal Constitucional e o Presidente do Tribunal de Contas, os


únicos cujo modo de designação é especificamente regulado pela própria Constituição. O Tribunal

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Constitucional é composto por 13 juízes, 10 dos quais são designados pela Assembleia da República
e três cooptados por estes últimos, sendo o seu mandato de nove anos.

Quanto ao Tribunal de Contas, o seu Presidente é nomeado pelo Presidente da República, sob
proposta do Governo, e tem o mandato de quatro anos; o seu Vice‑Presidente, eleito no plenário
geral do Tribunal, tem o mandato de três anos, e os restantes juízes são recrutados mediante
concurso curricular realizado perante um júri constituído pelo Presidente do Tribunal de Contas (que
preside), pelo Vice‑Presidente, pelo juiz mais antigo e por dois professores universitários.

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1.4.1. Organograma do governo constitucional

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1.4.2. Oficiais – Lei nº40/2006 Lei de Precedências do Protocolo de Estado

Artigo 7.º Lista de precedências

Para efeitos protocolares, as altas entidades públicas hierarquizam-se pela ordem seguinte:

1) Presidente da República;

2) Presidente da Assembleia da República;

3) Primeiro-Ministro;

4) Presidente do Supremo Tribunal de Justiça e Presidente do Tribunal Constitucional;

5) Presidente do Supremo Tribunal Administrativo e Presidente do Tribunal de Contas;

6) Antigos Presidentes da República;

7) Ministros;

8) Presidente ou secretário-geral do maior partido da oposição;

9) Vice-presidentes da Assembleia da República e presidentes dos grupos parlamentares;

10) Procurador-Geral da República;

11) Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas;

12) Provedor de Justiça;

13) Representantes da República para as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira;

14) Presidentes das Assembleias Legislativas das Regiões Autónomas;

15) Presidentes dos Governos Regionais;

16) Presidentes ou secretários-gerais dos outros partidos com representação na Assembleia


da República;

17) Antigos Presidentes da Assembleia da República e antigos Primeiros-Ministros;

18) Conselheiros de Estado;

19) Presidentes das comissões permanentes da Assembleia da República;

20) Secretários e subsecretários de Estado;

21) Chefes dos Estados-Maiores da Armada, do Exército e da Força Aérea;

22) Deputados à Assembleia da República;

23) Deputados ao Parlamento Europeu;

24) Almirantes da Armada e marechais;

25) Chefes da Casa Civil e Militar do Presidente da República;

26) Presidentes do Conselho Económico e Social, da Associação Nacional dos Municípios


Portugueses e da Associação Nacional das Freguesias;
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27) Governador do Banco de Portugal;

28) Chanceleres das Ordens Honoríficas Portuguesas;

29) Vice-presidente do Conselho Superior da Magistratura;

30) Juízes conselheiros do Tribunal Constitucional;

31) Juízes conselheiros do Supremo Tribunal de Justiça, do Supremo Tribunal Administrativo


e do Tribunal de Contas;

32) Secretários e subsecretários regionais dos Governos das Regiões Autónomas dos Açores
e da Madeira;

33) Deputados às Assembleias Legislativas das Regiões Autónomas;

34) Comandante-geral da Guarda Nacional Republicana e diretor nacional da Polícia de


Segurança Pública;

35) Secretários-gerais da Presidência da República, da Assembleia da República, da


Presidência do Conselho de Ministros e do Ministério dos Negócios Estrangeiros;

36) Chefe do Protocolo do Estado;

37) Presidentes dos tribunais da relação e tribunais equiparados, presidentes do Conselho de


Reitores das Universidades Portuguesas e do Conselho Coordenador dos Institutos
Politécnicos, bastonários das ordens e presidentes das associações profissionais de direito
público;

38) Presidentes da Academia Portuguesa da História e da Academia das Ciências de Lisboa,


reitores das universidades e presidentes dos institutos politécnicos de direito público;

39) Membros dos conselhos das ordens honoríficas portuguesas;

40) Juízes desembargadores dos tribunais da relação e tribunais equiparados e


procuradores-gerais-adjuntos, vice-reitores das universidades e vice-presidentes dos
institutos politécnicos de direito público;

41) Presidentes das câmaras municipais;

42) Presidentes das assembleias municipais;

43) Governadores civis;

44) Chefes de gabinete do Presidente da República, do Presidente da Assembleia da


República e do Primeiro-Ministro;

45) Presidentes, membros e secretários-gerais ou equivalente dos conselhos, conselhos


nacionais, conselhos superiores, conselhos de fiscalização, comissões nacionais, altas
autoridades, altos-comissários, entidades reguladoras, por ordem de antiguidade da respetiva
instituição, diretores-gerais e presidentes dos institutos públicos, pela ordem dos respetivos
ministérios e dentro destes da respetiva lei orgânica, provedor da Misericórdia de Lisboa e
presidente da Cruz Vermelha Portuguesa;

46) Almirantes e oficiais generais com funções de comando, conforme a respetiva hierarquia
militar, comandantes operacionais e comandantes de zona militar, zona marítima e zona
aérea, das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira;

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47) Diretores do Instituto de Defesa Nacional e do Instituto de Estudos Superiores Militares,
comandantes da Escola Naval, da Academia Militar e da Academia da Força Aérea,
almirantes e oficiais generais de 3 e 2 estrelas;

48) Chefes de gabinete dos membros do Governo;

49) Subdiretores-gerais e diretores regionais;

50) Juízes de comarca e procuradores da República;

51) Vereadores das câmaras municipais;

52) Assessores, consultores e adjuntos do Presidente da República, do Presidente da


Assembleia da República e do Primeiro-Ministro;

53) Presidentes das juntas de freguesia;

54) Membros das assembleias municipais;

55) Presidentes das assembleias de freguesia e membros das juntas e das assembleias de
freguesia;

56) Diretores de serviço;

57) Chefes de divisão;

58) Assessores e adjuntos dos membros do Governo.

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2. Comunicações oficiais

A redação oficial deve caraterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza,
concisão, formalidade e uniformidade. Sendo a publicidade e a impessoalidade princípios
fundamentais de toda administração pública, claro está que devem igualmente nortear a elaboração
dos atos e comunicações oficiais.

Esses mesmos princípios (impessoalidade, clareza, uniformidade, concisão e uso de linguagem


formal) aplicam-se às comunicações oficiais: elas devem sempre permitir uma única interpretação e
ser estritamente impessoais e uniformes, o que exige o uso de certo nível de linguagem, pois há
sempre um único comunicador (o Serviço Público) e o recetor dessas comunicações ou é o próprio
Serviço Público (no caso de expedientes dirigidos por um órgão a outro) – ou o conjunto dos cidadãos
ou instituições tratados de forma homogénea (o público). As comunicações oficiais devem ser
sempre formais, isto é, obedecem a certas regras de forma: além das exigências de impessoalidade e
uso do padrão culto de linguagem, é imperativo, ainda, certa formalidade de tratamento.

Os tratamentos honoríficos não se utilizam praticamente na linguagem falada, mas continuam a


empregar-se de forma habitual na escrita, especialmente nas comunicações de caráter oficial, assim
como nos sobrescritos e cabeçalhos das cartas.

Existem duas espécies de tratamentos honoríficos:


• os que correspondem a título pessoal, que são vitalícios;
• e os que acompanham o cargo, os quais habitualmente cessam com o mesmo, embora as
leis autorizem por vezes que se conservem.

Tratamentos de chefes de Estado e de membros da realeza


Presidente da República: Sua Excelência
Rei ou rainha: Sua Majestade
Príncipes: Sua Alteza Real

Tratamentos civis
«Excelência», «Senhoria Ilustríssima» e «Senhoria», que no cabeçalho se traduzem por
«Excelentíssimo Senhor», «Ilustríssimo Senhor» e «Senhor». A abreviatura do tratamento de
«Excelência» num texto escrito é V.Ex.a (Vossa Excelência), e o de «Senhoria Ilustríssima» é V.IL.ª
(Vossa Ilustríssima).

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Autoridades e funcionários do Estado

«Excelência» para as mais altas autoridades, incluindo os ministros. No entanto, há departamentos


do Estado onde as normas são mais precisas. Na carreira diplomática, por exemplo, está claramente
estabelecido que os embaixadores terão o tratamento de «Vossa Excelência»; os conselheiros de
embaixada, o de «Ilustríssimos Senhores»; os secretários de embaixada, o de «Senhores». Quer isto
dizer que, na prática, todos os secretários de embaixada têm o mesmo tratamento, ou melhor,
nenhum tem tratamento específico.

Forças Armadas

As normas das Forças Armadas são igualmente muito claras: os oficiais generais terão tratamento de
«Excelência», os coronéis e capitães-de-mar-e-guerra o de «Senhoria»; os restantes membros das
Forças Armadas o de «Senhor».

Tratamentos Eclesiásticos

Os tratamentos eclesiásticos mais frequentes na vasta lista da comunidade católica são os seguintes:
- Os cardeais têm o tratamento de «Eminência Reverendíssima». Na correspondência empregar-se-á
a fórmula «Vossa Eminência Reverendíssima».
- Os arcebispos, bispos, núncios e internúncios apostólicos, o de «Excelência Reverendíssima».
- Os auditores e outros altos cargos, assim como os abades mitrados, têm o tratamento de
«Excelência Reverendíssima».
- Na linguagem oral é usual tratar por «Monsenhor» os prelados eclesiásticos, segundo o costume
italiano.

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2.1. Correspondência oficial

A crescente utilização das novas tecnologias fez diminuir significativamente a comunicação escrita
tradicional, a saber: cartas, convites, ofícios, emails ou cartões de visita. No entanto, esta continua a
ter um papel fundamental na vida das instituições, que, apesar de darem primazia à crescente
utilização das novas formas de comunicar digital, não deixam de dar relevância a esta forma de
comunicar tradicional. A título de exemplo, refira-se que se continua a privilegiar os convites enviados
sob forma de papel. É um sinal de cuidado institucional e que não se menospreza o significado de um
convite entregue, em detrimento dos que acontecem via digital.
Neste âmbito, deverão as instituições refletir sobre os momentos em que devem enviar convites
tradicionais e em papel, ou os modernos convites digitais. Se em determinadas cerimónias é
suficiente o envio do convite digital, em cerimónias de maior relevância municipal ou sessões
solenes, os convites enviados em suporte de papel, com boa qualidade, são sempre mais notados e
valorizados, do que os convites digitais, que muitas vezes passam despercebidos na enorme
quantidade de emails que um executivo recebe diariamente na sua caixa de correio eletrónico.
Para o envio de correspondência, deve ter-se sempre atenção às entidades recetoras, e aos
respetivos tratamentos honoríficos. Para além disso, toda a correspondência deverá conter as
seguintes informações:
- Identificação expressa do destinatário
- Cumprimentos
- Assunto
- Data da correspondência
- Assinatura do responsável pela mesma

Correspondência Digital – Email

Na correspondência por correio eletrónico, e apesar desta ser mais rápida e menos formal do que a
comunicação escrita, não quer dizer que tenha de ser descuidada.
Deverá sempre ter-se atenção ao anteriormente referido, mantendo as mesmas normas de utilização.
No entanto, a diferença neste tipo de comunicação é que os textos deverão ser mais reduzidos, mas
deverão manter as regras de cortesia anteriormente esplanadas. O correio eletrónico pode ser tão
informal como um telefonema e um sms (Short Message Service), mas pode ser impresso como um
memorando.

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2.1.1. Convites oficiais e não oficiais

Quando se é convidado para um jantar de Estado, há em primeiro lugar um contacto telefónico por
funcionários do Protocolo do Estado. Transmite-se que, por parte do Presidente da República se
deseja a sua comparência (dependendo de vários fatores sozinho ou acompanhado), no jantar de
Estado que terá lugar no dia x, pelas x horas, no Palácio Nacional da Ajuda. No caso da resposta ser
afirmativa, na hora ou num curto prazo de tempo definido pelo Chefe do Protocolo, é enviado um
convite timbrado pela Presidência da República em seu nome individual e do seu cônjuge se for caso
disso, confirmando a data, hora, e o traje.

(Brasão)

O Presidente do Município de Braga, Ricardo Bruno Antunes


Machado Rio, tem a honra de comunicar que, por deliberação do
Executivo Municipal realizado no dia….de …., foi aprovada a
proposta de condecoração de V. Ex.ª com a Medalha Municipal de
…., pelo…..

Neste âmbito, convido V. Ex.ª e família a estar presente na


cerimónia solene que se realiza no dia……de……de 20……, às
……….horas no ………………………., para receber a condecoração,
que muito nos orgulha.

RSFF, telef 252222222

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2.1.2. Cartões de visita

Um cartão de visita é o aperto de mão que deixamos. É a expressão visual da nossa identidade. É,
por isso mesmo, o entregámos a quem acabámos de conhecer ou a uma pessoa que reencontrámos
e com a qual desejamos retomar contacto. Profissionalmente, os cartões de visita identificam o
portador indicando a sua ocupação, cargo, empresa na qual trabalha, entre outros. Fornecem dados
de contacto e são como uma senha para que, na sua posse, se sinta à vontade para estabelecer
contacto.

- O visual do cartão deve ser o mais limpo possível. Se trabalha numa empresa, provavelmente dele
constará – em posição central - o logotipo da mesma, o seu nome e cargo.

Em baixo, à esquerda, deverá constar a morada com telefones e à direita o seu e-mail. Se é
freelancer, o nome e profissão com os dados devem bastar.

- Não há nenhum motivo para escolher cores exóticas num cartão de visitas. A não ser que a sua
profissão exija que demonstre o quão criativo é, até mesmo no cartão de visita.

- Todas as informações devem estar atualizadas. Mudanças de número de telefones e endereço de


e-mails, exigem mudança de cartão e não rabiscar a alteração às pressas no não rabiscar a alteração
às pressas no momento da entrega do mesmo.

- O melhor momento para trocar cartões - dependerá das circunstâncias. Normalmente, numa reunião
com mais de três participantes onde as pessoas acabam de se conhecer, os cartões são trocados
logo no início. Torna-se mais fácil localizar quem é quem. Se, no entanto, são apenas duas pessoas
num primeiro encontro e a conversa já está a fluir, podem-se perfeitamente trocar cartões na hora da
despedida.

- Se a ocasião é social, conheceu alguém e lhe interessa continuar o contacto despeça-se e, antes
de sair, entregue o seu cartão. Ainda assim, sem chamar muita atenção, afinal, trata-se de uma
reunião social.

Atenção: nem pense em dobrar a pontinha. É muito deselegante. Uma pequena nota...dobrar a
pontinha do cartão já foi usual e tem uma explicação. Em tempos idos, quando se queria deixar o
cartão de visita na casa de alguém, o mesmo era colocado numa salva de prata para ser levado pelo
empregado (que estaria a usar luvas brancas!) para entregar o cartão. A dobra no cartão tinha como
função primária facilitar o retirar do cartão da salva de prata. Entretanto, criou-se uma espécie de
"código" referente à dobra dos cartões de visita.

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Porta cartões podem parecer supérfluos mas não são: protegem os cartões, evitando que as bordas
fiquem sujas ou gastas. Portanto, invista num, liso, de couro ou num material mais resistente como
metal prateado.

- Cartões sociais - podem ser duplos, apenas com o seu nome e sobrenome impressos na frente. Ou
simples. Servem para mandar flores, presentes, pequenos recados acompanhados de qualquer
objeto que se queira mandar ou devolver. E, neste momento, o cartão profissional com toda a
burocracia de dados impressa, simplesmente não serve.

2.2. Regras da comunicação telefónica

Comunicação por telefone fixo:

Apesar das inúmeras formas de comunicação existentes, o telefone fixo ainda é considerado um meio
de comunicação preferencial de vários cidadãos, sobretudo nas relações profissionais. A imagem da
instituição também projetada através deste meio, sendo muitas vezes o primeiro contacto que se tem
com a instituição. A simpatia de quem atende, o profissionalismo e a amabilidade são características
vincadas através de uma chamada telefónica. Assim, deveremos considerar algumas regras
fundamentais para o uso do telemóvel fixo numa organização:
1. Quem faz a chamada espera em linha
2. Quando cai uma chamada a meio de um telefonema, quem tomou a iniciativa de ligar deve voltar a
retomar a chamada
3. Uma secretária não deve tomar a iniciativa de ligar diretamente a uma pessoa das relações do seu
superior. No caso de confirmações de convites, e de envio de mensagens ou recados, a secretária só
se deve relacionar com a secretária de um interlocutor do mesmo nível hierárquico do seu superior.
4. Na presença de terceiros, os telefonemas devem ser breves;
5. É importante ser cuidadoso com nomes e títulos.
6. A voz e a mensagem devem ser sempre num registo elegante, simpático e cortês

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Comunicar por telefone móvel

O uso dos dispositivos móveis, ou telemóveis, e mais recentemente, dos smartphones, tem trazido
algumas mudanças comportamentais de formas de estar profissionalmente. Se há quem conheça as
regras elementares do uso dos telemóveis, há também quem quebre estas regras de forma
sistemática, não respeitando minimamente a presença de outras pessoas no mesmo espaço. Neste
aspeto, convém referir algumas regras de utilização deste meio de comunicação:
- Sempre que se realize uma reunião de trabalho, o telemóvel deverá manter-se em silêncio;
- Quando está na presença de uma pessoa, seja numa refeição de trabalho ou pessoal, nunca deve
ter o telemóvel em cima da mesa. A atenção deverá ser dada à pessoa com quem partilha a refeição.
- Em ambiente profissional, o contacto por telemóvel fora de horas apenas deve ser utilizado em
casos de urgência ou, caso exista confiança suficiente, por alguém muito próximo.
- O volume do tom de voz deve ser o estritamente o necessário para que a conversa entre o emissor
e recetor seja percetível. Por várias vezes somos obrigados a ouvir conversas indesejadas em locais
menos próprios, como num supermercado ou mesmo na rua. A confidencialidade das conversas deve
ser tida em atenção, também pelo respeito merecido pela pessoa que está do outro lado da linha.
- Para casos necessários, só se deve colocar a outra pessoa em alta voz com o consentimento da
mesma.
- No final da conversa, e antes de desligar, deve fazer-se um ponto de situação do que ficou
combinado fazer.
- Em reuniões, o uso de telemóveis para navegar em redes sociais é extremamente deselegante.
Refira-se que as pessoas são convidadas para reunir e partilhar assuntos de interesse comum, pelo
que, se a pessoa que está a falar não está a ser ouvida, a desatenção dada a essa pessoa é
considerado como um comportamento algo grotesco.
- Num ambiente profissional, todo o tipo de contactos recebidos via telefone móvel devem ser
retribuídos no espaço de 24 horas.

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3. Protocolo em refeições e viaturas

3.1. Regras de ordenação

No automóvel

Nos países em que se conduz pela esquerda, como a Grã-Bretanha, o Japão ou a Austrália, a ordem
inverte-se, e o lugar de honra passa a ser o assento traseiro da esquerda.

Automóveis sem motorista

A pé

Deve dar-se a direita à pessoa de maior respeito, no caso de serem duas pessoas:

2 1

A exceção é andar num passeio de uma rua onde circulem carros. Nesse caso, deve dar-se sempre o
lugar mais próximo da parede. Se o passeio for estreito, deve descer para a rua, cedendo o espaço
do passeio à pessoa mais importante. No caso de serem 3 ou mais pessoas em número ímpar o
lugar de honra é o central:

3 1 2

No caso de serem 4 pessoas traça-se uma linha imaginária ao centro e o lugar de honra ficará à
direita dessa linha:

4 2 1 3

À mesa
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Mesas com convidados em número ímpar:

5 3 1 2 4

Mesas com convidados em número par:

6 4 2 1 3 5

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5. FONTES BIBLIOGRÁFICAS

- Fernandes, Cristina (2014) Manual de Protocolo Empresarial. Lisboa: Universidade Católica Editora
- Serrano, José de Bouza (2015). O Livro do Protocolo. Lisboa: Esfera dos Livros

Autora: Ana Ferraz

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