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Português – Ensino Profissional

Correção da ficha de avaliação escrita de Português


Ensino Profissional

Módulo 8 – Mensagem e poetas contemporâneos

Cotações
Grupo Item
Cotação (em pontos)
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8.
I 16 8 16 8 8 16 16 16* 104
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
II 8 8 8 8 8 8 8 56

III Item único 40


TOTAL 200

* conteúdo - 9 pontos; aspetos de estruturação do discurso e correção linguística - 7 pontos (4+3)

Grupo I

PARTE A

1. A “última nau” partiu, sozinha (“Erma”, v. 5) e envolta num ambiente “aziago”,


como se refere a propósito do sol (v. 4), marcado pelos “choros de ânsia e de
pressago / Mistério” (vv. 5-6), que sugeriam e anunciavam, desde logo, o futuro
trágico que veio a confirmar-se: “Não voltou mais.” (v. 7).

2. Nos versos de 1 a 12, os aspetos que se referem ao mito sebastianista são


os seguintes:
– o desaparecimento misterioso da “última nau” e de D. Sebastião – “Levando
a bordo El-Rei D. Sebastião” (v. 1); “Foi-se a última nau” (v. 4); “Mistério.” (v. 6);
“Não voltou mais.” (v. 7);
– a associação do desaparecimento da “última nau” e de D. Sebastião ao fim
do Império português – “Levando a bordo El-Rei D. Sebastião, / E erguendo,
como um nome, alto o pendão / Do Império, / Foi - se a última nau” (vv. 1 a 4);
“Não voltou mais.” (v. 7);
– o pressentimento de desgraça associado à partida da nau – “Foi-se a última
nau, ao sol aziago / Erma, e entre choros de ânsia e de pressago / Mistério.”
(vv. 4 a 6);
– as incertezas quanto ao destino de D. Sebastião – “A que ilha indescoberta /
Aportou?” (vv. 7 e 8);
– as expectativas quanto ao regresso de D. Sebastião – “Voltará da sorte
incerta / Que teve? / Deus guarda o corpo e a forma do futuro, / Mas Sua luz
projeta-o, sonho escuro / E breve.” (vv. 8 a 12).
(In Prova Escrita de Português 12.º ano de escolaridade, 2011, 2.ª fase, GAVE)

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3. O sujeito poético não associa o não regresso da nau a um desaparecimento


definitivo. Antes, reconhecendo a “sorte incerta” (v. 8) que lhe coube, sugere,
através das interrogações retóricas, que terá atracado numa ilha cuja
localização se desconhece (“ilha indescoberta”, v. 7), aguardando, assim, “a
hora” do regresso do seu tripulante desejado: D. Sebastião (última estrofe).

4. A resposta pode contemplar os tópicos que a seguir se enunciam, ou outros


considerados relevantes.

Características do discurso épico:


– uso narrativo da 3.ª pessoa – “Foi-se a última nau” (v. 4); “Não voltou mais.”
(v. 7);
– importância conferida à História – “Levando a bordo El-Rei D. Sebastião” (v.
1);
– mitificação de um herói – “Deus guarda o corpo e a forma do futuro, / Mas
Sua luz projeta-o, sonho escuro / E breve.” (vv. 10 a 12).

Características do discurso lírico:


– expressão da subjetividade, evidente no uso da primeira pessoa – “minha
alma” (v. 14); “em mim” (vv. 16 e 22); “Vejo” (v. 17); “Não sei” (v. 19); “sei” (v.
19) – e no uso da interjeição – “Ah” (v. 13);
– aproximação entre o sujeito e o destino nacional, patente na convicção
intuitiva de que o mito será concretizado (vv. 16 a 18; vv. 22 a 24).
(In Prova Escrita de Português 12.º ano de escolaridade, 2011, 2.ª fase, GAVE)

PARTE B

5. O sujeito poético refere um presente de relação difícil com as palavras, que


lhe obedecem muito menos (“Obedecem-me agora muito menos,/as palavras”,
vv. 1-2), que resmungam e que não demonstram respeito. No passado, as
palavras terão gostado dele, a relação entre ambos terá sido harmoniosa (“e
elas durante muitos anos/também gostaram de mim: dançavam/à minha roda
quando as encontrava.”, vv. 11-13).

6. Estes versos afirmam um processo de criação meticuloso e rigoroso do


sujeito poético, que procura as palavras certas, numa perspetiva intransigente
do seu uso.

7. A interrogação parece apontar uma justificação alternativa para a


desobediência das palavras, assente na possibilidade de ter sido o poeta quem
mudou, uma vez que passou a procurar as palavras mais difíceis.

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PARTE C

8. Tópicos possíveis a considerar na exposição acerca da dimensão/exaltação


patriótica:
 Os Lusíadas – A matéria épica: feitos históricos e viagem; mitificação do
herói.
 Frei Luís de Sousa – A dimensão patriótica e a sua expressão simbólica:
a atuação de Manuel; o simbolismo das figuras de Camões e de D.
Sebastião.
 Cesário Verde – “O sentimento dum ocidental” – A subversão da matéria
épica como forma de exaltação patriótica.
 Álvaro de Campos – “Ode triunfal” – O imaginário épico e a exaltação do
Moderno. “Ode marítima” – A subversão da matéria épica.
 Mensagem – O imaginário épico: exaltação patriótica (estrutura da obra)
e a dimensão simbólica do herói.

Grupo II

1. (B).

2. (C).

3. (D).

4. (D).

5. (A).

6. a) Complemento do nome.
b) Complemento agente da passiva.

7. Oração subordinada adjetiva relativa explicativa.

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