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T ESTE MÓDULO 8 –

ANO 3
[RECUPERAÇÃO DO MÓDULO 7]

ESCOLA______________________________________________________ DATA ___/ ___/ 20__

NOME_______________________________________________________ N.O____ TURMA_____

GRUPO I

Apresente as suas respostas de forma bem estruturada.

Parte A

Fernando Pessoa, Mensagem

Leia o poema.

D. Sebastião

Esperai! Caí no areal e na hora adversa


Que Deus concede aos seus
Para o intervalo em que esteja a alma imersa
Em sonhos que são Deus.

5 Que importa o areal e a morte e a desventura


Se com Deus me guardei?
É O que eu me sonhei que eterno dura,
É Esse que regressarei.

Fernando Pessoa, Mensagem, Porto, Assírio & Alvim, 2012.

1. Refira o interlocutor do poema, indicando o tempo/modo em que se encontra a forma


verbal inicial.

2. Explicite a característica de D. Sebastião que se infere da leitura dos três últimos versos.

3. Identifique o recurso expressivo presente no verso 5, explicitando o seu valor.

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ANO 3
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Parte B

Fernando Pessoa – ortónimo e heterónimos

4. Associe corretamente cada um dos segmentos da coluna A aos da coluna B que lhe
completam o sentido, atendendo ao estudo que fez da obra de Fernando Pessoa.

COLUNA A COLUNA B
1. uma temática desenvolvida por Pessoa
A. A poesia ortónima de Pessoa revela ortónimo no poema “Autopsicografia”.
2. uma característica da poesia de Alberto
B. O fingimento artístico é Caeiro.
3. na poesia de Ricardo Reis.
C. A heteronímia corresponde a
4. uma valorização do “eu".
D. O primado das sensações é 5. uma rutura com a tradição literária
europeia e a articulação da literatura com
E. Os modelos literários greco-romanos outras artes.
estão presentes 6. uma representação de diversas faces da
mesma individualidade em diferentes
F. A defesa do progresso e da sociedade personagens.
industrial é visível 7. um paradoxo que Pessoa tenta conciliar.
8. na poesia de Álvaro de Campos.
G. A consciência e a inconsciência
constituem 9. na poesia de Alberto Caeiro.
10. um dos temas do Modernismo português.
H. O Modernismo defende
11. um ser disperso e indefinível.

Parte C

Poetas contemporâneos

5. A poesia é frequentemente um veículo de transmissão de uma ideologia, uma forma de


alertar consciências para determinados temas de caráter social.
Escreva uma breve exposição (entre 120 e 150 palavras) sobre o conceito de poesia,
tendo em conta a obra dos poetas que estudou.
A sua exposição deve incluir:

 uma introdução ao tema;


 um desenvolvimento onde demonstre o conceito de poesia em um ou dois dos
poetas estudados;
 uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

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[RECUPERAÇÃO DO MÓDULO 7]
GRUPO II

Leia o seguinte texto.


Portuguesinhos

Há muitas formas de patriotismo em Portugal. A predominante é a dos portuguesinhos.


O Portuguesinho é a versão sofisticada e pseudonacionalista do Portuga.
Ao contrário dos patriotas verdadeiros (aqueles que o são, para mal dos seus pecados,
apesar de tudo), o Portuguesinho vê o mundo como uma luta entre Portugal, por um lado, e
5 o Resto do Mundo, por outro. Não é uma luta emocionada, nem constitui qualquer desafio,
porque Portugal ganha sempre ao primeiro round. Ou melhor, ao primeiro prato. Sentado à
mesa, num daqueles restaurantes muito portuguesinhos onde se diz que o Camembert
português é muito melhor que o francês apesar de não terem francês para servir, cada
garfada que o Portuguesinho dá no espadarte fumado é uma facada fatal num salmão da
10 escócia. Cada ova de sardinha que lhe cai na língua esteriliza duma só bolada um cardume
inteiro de esturjões soviéticos.
Para um Portuguesinho, não basta que Portugal tenha coisas boas – é preciso que os
outros países todos só tenham coisas más. Ele não precisa de “ir ao estrangeiro” para saber
que os Alpes suíços não têm o encanto da nossa serra da Estrela, ou que em nenhuma ilha
15 grega se está como no Algarve. Nem precisa de saber falar outras línguas para ter
consciência que a língua portuguesa é a mais bela de todas (Fernando Pessoa era francês?
Camões nasceu no Tirol? Ah, bem!). O Portuguesinho é um eleito e um privilegiado. A
emigração? Que interessa, se os emigrantes portugueses são os melhores, os mais sérios e
os mais impecáveis trabalhadores do mundo?
20 E não há nenhum país no mundo que tenha uma cultura como a nossa!
Miguel Esteves Cardoso, A causa das coisas, Porto, Porto Editora, 2018 (com supressões).

Para os itens 1 a 7, selecione a opção que completa cada afirmação.

1. Ao longo do texto, com o recurso ao diminutivo no vocábulo “Portuguesinho”, o autor


(A) demonstra aversão relativamente ao grupo de pessoas que caracteriza.
(B) usa um tom irónico ao referir-se a este grupo de pessoas.
(C) revela a opinião que os estrangeiros têm acerca dos portugueses.
(D) faz a apologia do patriotismo demonstrado pelos portugueses em causa.

2. O recurso ao travessão no segmento textual “não basta que Portugal tenha coisas boas –
é preciso que os outros países todos só tenham coisas más” (ll. 12-13) tem um valor
(A) explicativo.
(B) informativo.
(C) emocional.
(D) interpelativo.

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3. As frases interrogativas e exclamativas entre parêntesis “(Fernando Pessoa era francês?


Camões nasceu no Tirol? Ah, bem!)” (ll. 16-17)
(A) demonstram o reconhecimento internacional dos autores referidos.
(B) apresentam-se como argumentos em favor da literatura portuguesa.
(C) revelam o caráter culto do povo português.
(D) revelam o caráter multicultural da literatura portuguesa.

4. O vocábulo “pseudonacionalista” (l. 2) é formado por


(A) composição morfológica.
(B) composição morfossintática.
(C) derivação afixal.
(D) derivação não afixal.

5. No segmento “aqueles que o são” (l. 3), o elemento sublinhado desempenha a função
sintática de
(A) predicativo do complemento direto.
(B) sujeito.
(C) complemento direto.
(D) predicativo do sujeito.

6. A oração “nem constitui qualquer desafio” (l. 5) classifica-se como


(A) coordenada explicativa.
(B) coordenada copulativa.
(C) subordinada adverbial concessiva.
(D) subordinada substantiva completiva.

7. O mecanismo de coesão assegurado no segmento textual “os emigrantes portugueses são


os melhores, os mais sérios e os mais impecáveis trabalhadores do mundo” (ll. 18-19) é
(A) gramatical frásica.
(B) gramatical interfrásica.
(C) gramatical referencial.
(D) lexical por substituição.

8. Indique o valor aspetual do segmento “Há muitas formas de patriotismo em Portugal”.

9. Classifique a oração “que o Camembert português é muito melhor que o francês” (ll. 7-8).

10. Refira a função sintática desempenhada pelo segmento sublinhado “os Alpes suíços não
têm o encanto da nossa serra da Estrela” (l. 14).

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COTAÇÕES
Item
Grupo
Cotação (em pontos)
1. 2. 3.
I–A
20 20 20 60
4.A 4.B 4.C 4.D 4.E 4.F 4.G 4.H
I–B
5 5 5 5 5 5 5 5 40
5.
I–C 30
30
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.
II 70
7 7 7 7 7 7 7 7 7 7
TOTAL 200

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PROPOSTA DE CORREÇÃO

GRUPO I
Parte A
1. O interlocutor do poema são os portugueses que anseiam a vinda de D. Sebastião, desaparecido na
batalha de Alcácer Quibir (“Caí no areal e na hora adversa / que Deus concede aos seus”). “Esperai”
encontra-se no imperativo.
2. Nos últimos três versos, D. Sebastião é divinizado, como é visível através do uso da maiúscula (“É O
que eu me sonhei que eterno dura, / É Esse que regressarei.”), e apresentado como o herói
mitificado, capaz, por isso, de fundar um novo Portugal.
3. No verso 5 está presente a enumeração (recurso a três nomes sucessivos) e o polissíndeto
(repetição da conjunção “e”) em “o areal e a morte e a desventura”, que intensificam as
adversidades do passado – a morte do rei em batalha – face ao caráter mítico que o rei acaba por
assumir.

Parte B

4. A – 11; B – 1; C – 6; D – 2; E – 3; F – 8; G – 7; H – 5

Parte C

5. Se para Eugénio de Andrade o poeta deve trabalhar os versos como o operário trabalha os
materiais, tratando apuradamente a linguagem, é na poesia de Manuel Alegre que a afirmação
acima transcrita se encontra perfeitamente justificada.
Este último considera que o poeta é um ser engagé, logo, a poesia deve ser uma arma ao serviço
da liberdade; através dela denuncia a opressão, as perseguições políticas, as más condições de vida
dos portugueses sob o regime salazarista, apela à insubmissão e à luta, com vista a uma vida mais
livre e digna, em que se respeitem os direitos humanos, daí que os seus poemas contenham
frequentemente um caráter exortativo – constituem um desafio à ação.
Contudo, a obra poética de Alegre alia esse caráter de denúncia que ele considera fundamental na
poesia a um apuramento da linguagem e a uma musicalidade ímpares, o que faz dele um dos
maiores poetas portugueses contemporâneos.
(150 palavras)

Grupo II
1. B
2. A
3. B
4. A
5. D
6. B
7. A
8. Valor aspetual genérico.
9. Oração subordinada substantiva completiva.
10. Complemento direto.

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