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29/06/2021 Literacia digital como competência para a cidadania global – Informática na Educação

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Informática na Educação
Série de livros-texto da CEIE-SBC

Literacia digital como competência para a cidadania global


(Scheila Wesley Martins, Joaquim Welley Martins, Fernanda Maria Melo Alves)

Estamos preparados para exercer a cidadania global?

Atualmente, educação, o conhecimento e a sociedade em rede fazem parte do nosso cotidiano, e os cidadãos de todo
o mundo devem preparar-se para manejar de forma eficiente e eficaz competências e habilidades específicas
indispensáveis para educação ao longo da vida, denominada literacia digital. Mas o que é a literacia digital? Como
podemos resolver as novas necessidades de informação e comunicação dos cidadãos e prepará-los para a vivência e
convivência no mundo tecnologicamente globalizado? Algumas organizações e cientistas relacionados com a
educação e a cultura publicam orientações nesse sentido, as quais têm sido utilizadas por instituições educativas em
ações de formação e capacitação pedagógica. E nós, qual o papel social do cidadão diante do novo paradigma
educativo? Como preparar os jovens para fazer frente às exigências da nova ordem global, para o exercício da
cidadania digital, usando a informação e a tecnologia de forma ética e exercendo a cidadania de forma consciente? O
presente capítulo foi concebido como um espaço para refletirmos juntos sobre estas questões e pensarmos em
soluções potenciais para a cidadania digital global.

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29/06/2021 Literacia digital como competência para a cidadania global – Informática na Educação

Objetivos Educacionais:
Compreender a importância e o papel das novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) no contexto geral do
século XXI e sua aplicação regular em todas as situações da vida moderna.
Distinguir o conceito e a definição do termo literacia digital, integrado em um conjunto de competências, habilidades e
atitudes complementares, indispensáveis para a vida atual.
Reconhecer as implicações pedagógico-didáticas da literacia digital e motivar seu uso na formação escolar em todos os
níveis.
Compreender a literacia digital como competência para a atividade profissional na sociedade contemporânea.
Conscientizar-se para o uso ético da tecnologia e da informação, visando ao exercício da cidadania ativa no novo
paradigma informacional e comunicacional.

Índice:
1 Introdução
2 Literacia digital e suas implicações

2.1 Implicações para a formação escolar


2.2 Implicações para o exercício profissional
2.3 Implicações para o exercício da cidadania

3 Conclusão
Resumo
Leituras Recomendadas
Exercícios
Referências
Sobre as Autoras
Como citar este capítulo
Comentários

1 Introdução
O desenvolvimento das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) disponibiliza numerosas fontes de informação, em distintos supo
ampliam a comunicação da informação e seu uso cotidiano, facilitam a aprendizagem ao longo da vida e a aplicação do conhecimento em v
níveis e setores da sociedade atual. A Declaração Universal de Direitos Humanos (ONU, 1948) consagra o direito à educação, e a Recome
da UNESCO sobre a Normalização Internacional de Estatísticas Educativas (UNESCO, 1958) explica que uma pessoa alfabetizada pode le
escrever uma oração simples e breve na sua vida cotidiana, além de compreender o respectivo sentido. Consideramos essa afirmação com
primeira definição de alfabetização.

Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO)

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (acrônimo de United Nations Educational, Scientific and Cultural
Organization – UNESCO) é uma agência especializada das Nações Unidas (ONU) com sede em Paris, fundada em 4 de novembro de 1946 co
objetivo de contribuir para a paz e segurança no mundo mediante a educação, ciências naturais, ciências sociais/humanas e
comunicações/informação. (…) A UNESCO persegue seus objetivos através de cinco grandes programas: educação, ciências naturais, ciência
sociais/humanas, cultura e comunicação/informação. Projetos patrocinados pela UNESCO incluem programas de alfabetização, técnicos e d
formação de professores, programas científicos internacionais, promoção de mídia independente e liberdade de imprensa, projetos de histó
regional e cultural, promoção de diversidade cultural, traduções de literatura mundial, acordos de cooperação internacional para garantir o
patrimônio cultural e natural mundial (Patrimônio Mundial) e para preservar os direitos humanos, e tenta superar a divisão digital mundial. É
também membro do Grupo de Desenvolvimento das Nações Unidas.

A forma como se define a alfabetização reflete nas metas e estratégias adotadas, programas e políticas, métodos de ensino e aprendizage
programas e materiais educativos, e o tipo de definição adotado determina a forma de supervisar e avaliar os resultados alcançados na lut
o analfabetismo (UNESCO, 2004). Entretanto, o conceito de alfabetização foi evoluindo.

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Consultamos os relatórios Alfabetización y Educación. Lecciones desde la práctica innovadora en América Latina y el Caribe (OREALC/U
2013) e Enfoque Estratégico sobre las TIC en Educación en América Latina y el Caribe (OREALC/UNESCO, 2014), que destacam a evoluç
alfabetização e as experiências efetuadas na região latino-americana para o aproveitamento do potencial das TIC a favor da educação e d
desenvolvimento.

No Brasil, a SBC é entidade corresponsável por elaborar Diretrizes Curriculares Nacionais do Ministério da Educação (MEC). Nas últimas
a alfabetização articulou-se com o novo contexto tecnológico e científico. Através da literatura consultada, verificamos que esta “nova
alfabetização” é usada com diferentes terminologias, coexistindo no Brasil os termos competência em informação, letramento informacio
literacia informacional. Noutros países, usam-se digital literacy, media literacy, computational literacy, information literacy, alfabetización
informativa, literacia informacional, maîtrise de l’ information e outros (ZYLKA; MUELLER; MARTINS, 2011), uma amplitude semântica d
conceitos e da plurissignificação, pelo fato de ser uma área em formação, e, segundo Mackey e Jacobson (2011), pela sua expansão e rede
em contextos digitais participativos, que lhe vai permitir alcançar gradualmente consolidação científica.

A literacia digital (digital information) está incorporada na literacia informacional (information literacy), requerendo esta última o uso efi
tecnologias, embora não se limite a essas competências (BLIGNAUT; ELS, 2010). É uma habilidade para usar os computadores, incluindo o
produção de mídias digitais, o processamento e a recuperação da informação, a participação em redes sociais para a criação e o compartil
do conhecimento e um conjunto de habilidades profissionais de computação (UNESCO, 2011).

No nosso contexto educativo, temos consciência de que estas capacidades raramente são ensinadas nas escolas ou avaliadas regularmen
isso, os sistemas escolares enfrentam hoje o desafio de incluir a literacia digital em todos os níveis do sistema educativo e na formação co
dos professores. Esta inclusão diz respeito à educação pública e aos políticos na planificação da integração das TIC nos currículos, na com
e na gestão das escolas (UNESCO, 2011).

E no mercado de trabalho, qual seria a importância da literacia digital? A nossa experiência comprova que muitos empregadores na avalia
candidaturas de emprego exigem o domínio da literacia digital, que funciona como um catalisador, treinando outras habilidades importan
vivemos em rede, é fundamental que cada cidadão seja alfabeto digital (digitally literat) e que tenha competências-chave para aplicar em d
atividades profissionais.

A literacia digital abarca também a preocupação de usar a informação de forma ética no contexto social/virtual em que vivemos, respeita
usuários da informação, individual ou coletivamente. Como cidadãos do mundo global, devemos utilizar a informação de forma eficaz e efi
além de promover o exercício da cidadania ativa e compartilhada no novo paradigma informacional e comunicacional.

O paradigma da literacia digital para o século XXI é universal, devendo, portanto, ser incluído nos conteúdos dos diferentes níveis de educ
forma transversal. Por estarmos de acordo com estas constatações, o presente capítulo propõe um estudo da literacia digital como compe
para a cidadania global, abrangendo aspectos que consideramos fundamentais, a formação escolar, a prática profissional, a vida social e cu
exercício da cidadania.

2 Literacia digital e suas implicações


Tal como temos observado, as descobertas científicas e tecnológicas, alcançadas no final do século XX e no início do XXI, facilitaram o
desenvolvimento de alguns povos, países e regiões, continuando, no entanto, outros sem alcançar oportunidades e melhorias, fato que ag
desigualdades em todos os níveis (CASTELLS, 2003; HOLANDA; DALL’ANTONIA, 2006). O que nos preocupa, e a todos em geral, é o atua
contexto de crescente interdependência e globalização dos mercados, assim como o consequente aumento de dificuldades e problemas, q
obrigam as autoridades a avaliar esses riscos e a adotar os recursos necessários e adequados para superá-los.

2.1 Implicações para a formação escolar


Esta seção está orientada pela seguinte pergunta: como resolver as novas necessidades informacionais dos estudantes e prepará-los para

A mesma preocupação levou Carol Kuhlthau, bibliotecária, pesquisadora educadora, a efetuar pesquisas aplicadas a estudantes e a propo
modelo de processo de pesquisa da informação, denominado Information Search Process (KUHLTHAU, 2017), que abrange a esfera cogn

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pensamentos do sujeito em relação à tarefa a realizar), a esfera emocional (os sentimentos que o acompanham na evolução do seu pensam
esfera física (as ações que realiza e as estratégias que emprega).

A investigadora identificou um percurso de desenvolvimento da competência em informação nos estudantes, chamado Modelo Kuhlthau
composto por sete níveis: 1. Iniciação; 2. Seleção do tópico geral; 3. Exploração e seleção do tópico específico; 4. Formulação do tópico; 5.
de informação; 6. Apresentação; e 7. Avaliação. Mais tarde, em coautoria com Maniotes e Caspari, Kuhlthau aprofunda o modelo, criando
Inquiry Process (KUHLTHAU; MANIOTES; CASPARI, 2012), adaptado para preparar os estudantes para enfrentar as novas realidades da
sociedade do conhecimento.

Consciente das mudanças e dos desafios que enfrenta a educação formal, não formal e ao longo da vida, o relatório Educação: Um Tesour
Descobrir, (DELORS, J. et al., 2010), publicado em 1996, e conhecido como o relatório Delors, representa a síntese do pensamento pedag
final do milênio e serve de base a toda a comunidade educativa. A educação deve organizar-se em torno de quatro aprendizagens fundam
relacionados entre si, e que serão, para cada indivíduo, os “quatro pilares do conhecimento”: 1. aprender a conhecer (para adquirir os instr
da compreensão); 2. aprender a fazer (para poder agir sobre o meio envolvente); 3. aprender a viver juntos (a fim de participar e cooperar
outros em todas as atividades humanas); 4. aprender a ser (que integra as três precedentes).

Segundo o mesmo documento, o ensino tradicional tem-se dedicado essencialmente ao domínio do aprender a conhecer e, em menor esc
aprender a fazer, direcionados para a aquisição de instrumentos de compreensão, raciocínio e execução, incompletos sem os dois últimos
domínios: aprender a viver juntos e aprender a ser, mais complexos, subjetivos e dependentes da própria entidade educadora.

Além disso, um dos maiores desafios atuais para o ensino/aprendizagem será: transmitir a informação e comunicação, de forma maciça e e
adaptadas ao conhecimento cognitivo, bases das competências do futuro; encontrar e ressaltar as referências que impeçam os cidadãos d
isolados com o grande volume de informações, mais ou menos efêmeras, que invadem os espaços públicos e privados; e orientar para proj
desenvolvimento individuais e coletivos.

A Aliança para as Competências do Século XXI (P21), Partnership for 21st Century Skills, constituída por professores, pedagogos, líderes
políticos dos Estados Unidos, propõe um grupo de competências e habilidades fundamentais, como a comunicação, a colaboração, a capac
pensamento crítico e a criatividade, denominadas os “4 C”, para alcançar o sucesso no trabalho e na vida em geral. Este estudo supõe que
desafios do século XXI irão requerer competências fundamentais, sociais e interculturais, domínio de línguas que não seja o inglês e a com
das forças econômicas e políticas que afetam as sociedades (P21, 2007; P21, 2011).

Devemos ainda refletir sobre o novo ensino/aprendizagem, proposto pelo projeto Definition and Selection of Competencies (DeSeCo) da
(OCDE, 2005; OCDE, 2016), que identifica um conjunto de competências-chave, agrupadas em três categorias, necessárias para alcançar
responsáveis e com êxito na sociedade moderna e democrática e para que a sociedade saiba enfrentar os desafios do presente e do futuro

Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é uma organização internacional de 35 países que aceitam os prin
da democracia representativa e da economia de mercado, que procura fornecer uma plataforma para comparar políticas econômicas, soluci
problemas comuns e coordenar políticas domésticas e internacionais. A maioria dos membros da OCDE é composta por economias com um
elevado PIB per capita e Índice de Desenvolvimento Humano, considerados países desenvolvidos. O Brasil desenvolve processo de coopera
com a OCDE desde meados dos anos 1990. Em 2007, o Brasil tornou-se, juntamente com a China, Índia, Indonésia e África do Sul, um dos ci
parceiros do “Engajamento Ampliado” com a OCDE, atualmente denominados “Parceiros-Chave”. Além disso, um número crescente de paíse
desenvolvimento de renda média tem buscado adesão à OCDE. A Organização vem procurando incorporar esses países em suas discussões
melhor levar em conta as transformações da economia mundial em sua atuação.

Categoria 1: usar as ferramentas de forma interativa:

Competência 1–A: habilidade para usar a linguagem, os símbolos e o texto de forma interativa.
Competência 1–B: capacidade para utilizar este conhecimento e esta informação de maneira interativa.
Competência 1–C: capacidade para empregar a tecnologia de forma interativa.

Categoria 2: interagir em grupos heterogêneos:

Competência 2–A: habilidade de relacionar-se bem com os outros.


Competência 2–B: habilidade de cooperar.

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Competência 2–C: habilidade de usar e resolver conflitos.

Categoria 3: atuar de maneira autônoma:

Competência 3-A: habilidade de atuar dentro de um grande esquema.


Competência 3-B: habilidade de formar e conduzir planos de vida e projetos pessoais.

Estas categorias estão inter-relacionadas; servem de base para a identificação e o mapeamento das competências-chave, assim como par
homogeneidade e a consolidação de avaliações internacionais, os relatórios do Programme for International Student Assessment (PISA),
conhecermos o nível de competências dos estudantes.

Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA)

O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (acrônimo de Programme for International Student Assessment – PISA) é uma iniciat
avaliação comparada, aplicada de forma amostral a estudantes matriculados a partir do 8º ano do ensino fundamental na faixa etária dos 15
idade em que se pressupõe o término da escolaridade básica obrigatória na maioria dos países. O objetivo do PISA é produzir indicadores qu
contribuam para a discussão da qualidade da educação nos países participantes, de modo a subsidiar políticas de melhoria do ensino básico.
avaliação procura verificar até que ponto as escolas de cada país participante estão preparando seus jovens para exercer o papel de cidadão
sociedade contemporânea. O PISA é coordenado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), havendo uma
coordenação nacional em cada país participante. No Brasil, essa coordenação é responsabilidade do INEP.

Além dos relatórios que acabamos de referir, a Recomendação do Parlamento e do Conselho Europeu assinala as competências essenciai
similares às anteriores: 1. Comunicação na língua materna; 2. Comunicação em línguas estrangeiras; 3. Competência matemática e compe
básicas em ciências e tecnologia; 4. Competência digital; 5. Aprender a aprender; 6. Competências sociais e cívicas; 7. Espírito de iniciativ
espírito empresarial; 8. Sensibilidade e expressão culturais.

As exigências da sociedade atual determinam um novo modelo de ensino/aprendizagem, centrado fundamentalmente em três aspectos: 1
razões que justificam um modelo de aprendizagem novo; 2. as competições e aptidões específicas e necessárias para trabalhar eficazment
século XXI; 3. a pedagogia para estimular estas capacidades, que requer competências e habilidades variadas (SCOTT, 2015; FIGUEIREDO
modelo com o qual estamos de acordo.

Esta “nova pedagogia” pressupõe uma revisão curricular. Ferreiro (2011) reconhece que sua aplicação enfrenta dificuldades e resistência
a instituição escolar é altamente conservadora e relutante à incorporação das TIC, que significa uma ruptura radical com práticas anterio
computadores e a internet na escola servem simultaneamente para ver, ler, escrever, escutar e jogar, representando um novo paradigma,
demasiadas mudanças simultâneas.

No entanto, a nossa experiência ensina-nos que para alcançar esta reforma educativa é indispensável o trabalho conjunto da comunidade
pais, a diretoria das escolas e os professores, as autoridades e a comunidade internacional, que proporcionam aos aprendizes a aquisição
competências para a vida.

Como podemos ter um papel ativo neste novo paradigma educativo? Como podemos atuar para adquirir competências pedagógicas e for
estudantes jovens e adultos?

Nesse sentido, a IFLA publica o manual Guidelines on Information Literacy for Lifelong Learning (LAU, 2006), que indica como competênc
informativas gerais: 1. Acesso; a) necessidade: decisão, expressão, início; b) localização: busca, seleção, localização. 2. Avaliação. a) avaliaç
análise, generalização, valorização; b) organização: categorização, estruturação, ordenamento. 3. Uso. a) uso de informação: aplicação,
aprendizagem, utilização; b) comunicação: uso ético, reconhecimento, estilo/padrões, básicos de um programa formativo, testado com êx
vários países.

Para facilitar a aquisição de competências, a UNESCO (2008) publica os padrões de competência em TIC para educadores no manual Teac
training curricula for media and information literacy (WILSON, 2013; UNESCO, 2009), regularmente atualizados, e propõe o Curriculum
and Information Literacy (WILSON, 2013) para promover a igualdade de acesso à informação, ao conhecimento, à mídia e aos sistemas de
informação livres, independentes e pluralistas. A proposta reúne:

As competências informacionais (mobilização de conhecimentos, habilidades e atitudes relacionadas com o universo informacional,
capacidade de leitura e escrita, busca e uso da informação, organização e manipulação de dados, visando à produção de novas inform

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conhecimentos, sua disseminação, preservação e reuso futuro).


As competências mediáticas (convergência de conhecimentos, habilidades e atitudes em relação ao uso e compreensão dos meios e p
de comunicação de massa, que ocorre em estados avançados de desenvolvimento da sociedade).

O currículo proposto (Quadro 1) é formado de módulos flexíveis, tendo sido já adaptado a diferentes sistemas de educação e capacitação
o mundo (UNESCO, 2011). Em função das características, pensamos que seria interessante promover algumas experiências aplicando est
de currículo, com adaptações oportunas, e, posteriormente, comparar os resultados alcançados em cada projeto.

Quadro 1 – Curriculum do Curso de Competências Mediáticas e Informacionais (CMI): módulos e unidades

Módulos centrais e unidades

Unidade 1: Compreender as competências mediáticas e


informacionais: uma orientação.

Módulo 1

Unidade 2: As CMI e a participação cívica.

Introdução: cidadania, liberdade de expressão e acesso à


Unidade 3: A interação com a comunicação social/mídias e ou
informação, discurso democrático e aprendizagem ao longo da
provedores de informação tais como bibliotecas, arquivos
vida.
internet.

Unidade 4: CMI ensino e aprendizagem.

Unidade 1: Jornalismo e sociedade.

Unidade 2: Liberdade, ética e prestação pública de contas


Módulo 2

Unidade 3: Como são feitas as notícias.

Compreender as notícias e a ética mediática e informacional.


Unidade 4: O processo de desenvolvimento de notícias: para
das cinco questões da notícia.

Unidade 1: A cobertura de notícias e o poder da imagem


Módulo 3
Unidade 2: Os códigos da indústria, diversidade e representa
Representação nas mídias e na informação. Unidade 3: Televisão, filmes e publicação de livros.

Unidade 4: Representação e videoclipes.

Unidade 1: Leitura de textos sobre mídia e informação.

Módulo 4
Unidade 2: O meio e a mensagem: mídia impressa, digital
Linguagens nas mídias e na informação. radiodifusão.

Unidade 3: Gêneros de filmes e a arte de contar histórias

Unidade 1: Publicidade, receitas e regulação.

Módulo 5
Unidade 2: Anúncios de utilidade pública.

Publicidade. Unidade 3: Publicidade: o processo criativo.

Unidade 4: A publicidade e a arena política.

Unidade 1: Das mídias tradicionais às novas tecnologias das m


Unidade 2: Usos das novas tecnologias na mídia na socieda
Módulo 6

comunicação de massa e digital.

Mídias novas e tradicionais.


Unidade 3: Usos das ferramentas interativas multimídias, incl
os jogos digitais nas salas de aula.

Módulo 8
Unidade 1: Os jovens no mundo virtual.

Competências informacionais e habilidades no uso de Unidade 2: Desafios e riscos no mundo virtual.

bibliotecas. Unidade 3: Competências informacionais digitais.

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Quadro 1 – Curriculum do Curso de Competências Mediáticas e Informacionais (CMI): módulos e unidades

Unidade 1: Comunicação, ensino e aprendizagem.

Módulo 9
Unidade 2: Teorias de aprendizagem e CMI.

Comunicação, CMI e aprendizagem – módulo de revisão. Unidade 3: Administrando a mudança para promover um amb
propício às CMI nas escolas.

Módulos complementares e unidades

Módulo 10


Público.

Unidade 1: A propriedade das mídias na atual aldeia globa


Unidade 2: Dimensões socioculturais e políticas das mídia
Módulo 11

globalizadas.

Mídia, tecnologia e a aldeia global.


Unidade 3: A transformação da informação em mercadori
Unidade 4: A ascensão das mídias alternativas.

Módulo 3, Unidade 5


Edição digital e retoques computacionais.

Módulo 4, Unidade 4


Planos e ângulos de câmera – a transmissão de significados.

Módulo 5, Unidade 5


Publicidade transnacional e as “supermarcas”.

Fonte: Os autores.

Entre as inovações facilitadoras do novo paradigma de ensino/aprendizagem, destacamos ainda as aprendizagens (que permite aos estud
serem criativos, inovadores, independentes e tecnologicamente competentes) inspiradas no construtivismo (STAGER, 2014) e os makers
espaços digitais colaborativos (nos quais os educadores podem criar e usar espaços de produção no próprio ambiente), adaptando as teor
pedagógicas, através da imersão no contexto, e criando comunidades de prática (ROFFEY; SVERKO et al., 2016).

2.2 Implicações para o exercício profissional


Apesar das profundas desigualdades sociais, uma parte da população mundial vive na sociedade em rede (CASTELLS, 2003), um espaço d
e colaboração, na rede World Wide Web, particularmente da Web 2.0 ou Web social.

Todos nos damos conta na vida cotidiana de como a revolução digital está transformando completamente as formas de produzir, consumi
da humanidade e estamos conscientes de algumas perspectivas, que indicam a continuação do desenvolvimento das TIC, além do aument
número de profissionais especialistas nesta área do conhecimento e da sua aplicação a todos os setores da sociedade.

Para McCormack (2007) os empregos e as habilidades exigidas estão em constante evolução, sendo os conceitos como o pensamento crít
trabalho de multitarefas, a colaboração e o trabalho de equipe cada vez mais relevantes estrategicamente. Por isso, a literacia digital forn
oportunidades para alcançar esses requisitos, obter uma posição profissional melhor e ultrapassar os desafios da competitividade global.

Competência X Habilidade

Convém estabelecer a diferença entre competências e habilidades, de acordo com diretrizes da OCDE (2005) e da União Europeia (CEDEFO
2008), que são similares, o que nos interessa neste capítulo.

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A OCDE define:
Competência – capacidade para aplicar os resultados da aprendizagem em certo contexto (educação, trabalho, desenvolvimento pessoal ou
profissional).

Habilidade – capacidade de efetuar tarefas e resolver problemas.

O documento esclarece que uma competência não está limitada a elementos cognitivos (uso da teoria, conceitos ou conhecimento implícito
disso, abarca aspectos funcionais (habilidades técnicas), atributos interpessoais (habilidades sociais ou organizativas) e valores éticos. Porta
uma competência é um conceito mais amplo, que pode, de fato, compor-se de habilidades (assim como de atitudes, conhecimentos etc.).

De um lado, o crescimento da informação e a melhoria da qualidade na busca e no seu uso são cada vez mais difíceis, e, de outro, a identifi
acesso, a seleção e o uso da informação para a produção do conhecimento e da inovação adquirem cada vez maior importância, por serem
ferramentas inerentes à vida profissional e à prática da cidadania, inseridas na sociedade da informação, do conhecimento e da aprendiza

Então, surgem-nos dúvidas e preocupações de como devemos preparar-nos para exercer uma profissão e que exigências este novo contex
demanda? Talvez possamos encontrar respostas no estudo da UNESCO (2011), segundo o qual as habilidades para a vida moderna envolv
sistema complicado de conhecimentos, competências, habilidades e fatores motivadores, de acordo com necessidades específicas. As
competências digitais são muito importantes para:

os usuários das TIC, todos os cidadãos que as usam para selecionar e aplicar sistemas de TIC e dispositivos, de forma efetiva na vida p
profissional;
os profissionais de comércio eletrônico, que necessitam de capacidades para explorar oportunidades através da internet, baseadas e
aplicações, aperfeiçoando a gestão, promovendo o desempenho mais eficiente e efetivo das organizações e explorando novas formas
conduzir e criar negócios;
os profissionais das TIC, com competências de alto nível e conhecimento especializado para pesquisar, desenvolver e desenhar ferram
TIC, administrar, produzir, comercializar e vender ferramentas e serviços, consultar, integrar e instalar aplicações baseadas nas TIC e
administrar, apoiar e consertar sistemas baseados nas TIC.

Para o desenvolvimento da literacia digital, os educadores produzem Recursos Educativos Abertos (REA), isto é, normas, modelos, indicad
avaliações e manuais de boas práticas, e realizam encontros científicos, programas e projetos, orientados para a pedagogia de solução de
problemas, de criatividade e de inovação. Como exemplo, destacamos várias estratégias europeias para fomentar o desenvolvimento da l
digital:

o Foro Europeu de Competições Digitais, para o estabelecimento de políticas e orientações;


o documento Cibercapacidades para o século XXI: incentivar a competitividade, o crescimento e o emprego (CE, 2007), estratégia pa
desenvolvimento da literacia digital;
a Agenda Digital para a Europa (CE, 2010), visando ajudar as empresas e os cidadãos europeus a tirar o máximo partido das tecnolog
digitais.

Esta última iniciativa indica sete áreas prioritárias de atuação: 1. criar um Mercado Único Digital; 2. proporcionar maior interoperabilidad
aumentar a confiança de internet e sua segurança; 4. acessar a internet muito mais rápido; 5. criar maior inversão em investigação e
desenvolvimento; 6. melhorar a literacia digital e a inclusão; 7. usar as TIC para que a sociedade enfrente diversos desafios, como a mudan
climática ou o envelhecimento da população.

Dentre todas, compreendemos que será útil conhecer a estratégia do Mercado Único Digital (CE, 2015), em plena sintonia com o tema de
capítulo, cujos objetivos são: 1. facilitar o acesso dos consumidores e empresas a produtos e serviços em linha; 2. melhorar as condições p
crescimento e desenvolvimento das redes e serviços digitais; 3. estimular o crescimento da economia digital europeia.

Posteriormente, a UE lança o programa eSkills for Jobs 2015, cujo Manifesto (European Schoolnet; DIGITALEUROPE, 2015) identifica um
conjunto de tecnologias digitais avançadas a usar: comunicação móvel, mídia social, nuvem, análise de enorme quantidade de dados, dispo
inteligentes, objetos conectados e sensores, que mudam o modo como as pessoas vivem, trabalham, comunicam e se divertem. O docume
orientador do programa evidencia aceleração da transformação digital da indústria europeia existente e as iniciativas em todos os setore
economia, capazes de criar oportunidades de negócios e potencializar um diálogo contínuo, prioridades dos objetivos da estratégia na Eu
2020, de modo a tornar-se uma economia inteligente, sustentável e inclusiva.

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E na região latino-americana que iniciativas estão sendo efetuadas? Tal como noutras regiões do mundo, nesta zona geográfica, os estudo
OECD (2016) identificaram uma brecha geral de literacia digital, comprovada pela alta proporção de empresas que apresentam falta de
trabalhadores com qualificações apropriadas, fato que constitui uma restrição forte para seu crescimento.

No entanto, como a economia mundial está cada vez mais conectada e o avanço da digitalização é tão amplo, a economia global é uma eco
digital e o impacto econômico das tecnologias digitais, em particular a internet, contribui positivamente para o crescimento do PIB, da
produtividade e do emprego (CEPAL, 2013).

Para Bercovich e Vivanco (2016), especialistas destes temas sobre o espaço latino-americano, as novas tecnologias digitais geram novas
plataformas e modalidades de usar a comunicação, a informação, o entretenimento, o comércio, o benefício de serviços de educação, saúd
governo, dando lugar a sistemas complexos de produção. E a permeabilidade das TIC na economia provoca uma nova transformação indu
baseada na internet das coisas e na análise de grande quantidade de dados, aumentando a demanda de recursos humanos criativos, inova
multifuncionais, com vocação para a aprendizagem permanente e com um nível alto de habilidades conceituais.

Os mesmos autores indicam e enumeram novas possibilidades profissionais brindadas pelas TIC, o trabalho remoto, o trabalho participat
equipe virtual e a plataforma de profissionais independentes e de talentos on-line, modalidades que supõem diversos desafios e riscos, m
também proporcionam muitas oportunidades para os que procuram inserir-se no novo mercado de trabalho e para os países em desenvol
e emergentes.

Vários estudos e diagnósticos reconhecem que, de um lado, o acesso a recursos humanos qualificados em TIC é um fator-chave, que deter
crescimento, a competitividade e a atração de investimentos no setor, e que, de outro lado, existe um desajuste significativo entre a oferta
demanda de capacidades digitais (CEPAL, 2013; IDC, 2016).

Com certeza estarão pensando: com que estratégias, no Brasil, se fomenta o desenvolvimento da literacia digital? A situação no Brasil em
alfabetização/literacia, no sentido tradicional, é relativamente semelhante à dos outros países da mesma região (UNESCO, 2004).

No que respeita à literacia digital, diversos estudos e políticas oferecem uma panorâmica do nosso país:

A Associação para a Promoção da Excelência do Software Brasileiro (SOFTEX, 2013) e a Associação Brasileira das Empresas de Tecn
Informação e Comunicação (BRASSCOM, 2015a) apresentam informações e necessidades no setor de caráter quantitativo, mas,
principalmente, dados da falta de correspondência entre os perfis dos egressos (em todos os níveis de formação em TIC) e as habilida
digitais requeridas pelo mercado.
A BRASSCOM (2015b), no seu Anuário do Setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), analisa o desempenho econômic
setor brasileiro, reunindo as leis e os programas do Governo sobre a competitividade e as últimas tendências do setor, que impulsion
transformação dos negócios, a economia e a sociedade.
A Estratégia Digital Brasileira, ainda em fase de elaboração, define as prioridades sobre a economia digital e sua implementação (MC
2017).

Haverá outras iniciativas interessantes sobre literacia digital? Na literatura consultada, encontramos o exemplo da Comunidade dos Paíse
Língua Portuguesa (CPLP), criada em 1996, à qual pertencem Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Portugal, Moça
São Tomé e Príncipe e Timor Leste, países em que a Língua Portuguesa é oficial ou cooficial. Seguindo as orientações da Declaração sobre
Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ONU, 2000) e da Cimeira Mundial sobre a Sociedade da Informação (ONU, 2003), a CPLP crio
estratégias para impulsionar a inclusão digital e social, a ciência, a tecnologia e a educação dos povos lusófonos no contexto digital.

Como os países da CPLP se situam em níveis distintos de desenvolvimento na nova sociedade globalizante, as assimetrias impossibilitam
participação dos cidadãos lusófonos em igualdade de condições (MACEDO, 2011). No entanto, seus Estados-membros ocupam posições
estratégicas em nível mundial, representando um mercado global de 270 milhões de consumidores, em uma área superior a 10 milhões de
posições que se convertem em oportunidades, mas que exigem uma ação coordenada para usufruir dos benefícios das TIC e capacitar os e
as empresas e os cidadãos. Para estreitar laços de cooperação entre os países da CPLP e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos lusófo
organização criou as seguintes estratégias:

A Agenda Digital para a CPLP, composta por um conjunto de ações e medidas, adaptadas à realidade de cada país, para melhorar o ac
uso das TIC no espaço comum, bem como potenciar a economia digital, a governação eletrônica, a comunicação digital, o uso das TIC
literacia digital, o comércio eletrônico e a segurança da informação.
A implantação da Agenda Digital para a CPLP (CPLP, 2016), programa orientado pela seguinte estrutura: tendências do sector;
potencialidades específicas dos Estados-membros e levantamento das estratégias individuais; análises macro sobre crescimento eco
coesão social e territorial, boa governação, entre outros; Identificação e proposta de projetos comuns e alinhados com as estratégias

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29/06/2021 Literacia digital como competência para a cidadania global – Informática na Educação

individuais de cada membro; identificação e proposta de processos de implementação para cada membro com metas, objetivos, estra
calendários; e transportes e comunicações.

As iniciativas que enumeramos até este momento, por considerarmos úteis para a nossa vida individual e profissional, articulam-se com a
resolução da ONU, denominada Transformar o nosso mundo: Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável (ONU, 2016), constituída po
objetivos, desdobrados em 169 metas, todos relacionados, direta ou indiretamente, com a literacia digital, e que constituem uma nova age
ação até 2030, baseada nos progressos e nas lições aprendidas com os oito Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), que deveri
sido alcançados entre 2000 e 2015.

Figura 1 – As ações tomadas em 2015 resultaram nos novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que se baseiam
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).

Fonte: UNESCO Brasil.

A UNESCO contribui ativamente para a implementação da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável, colaborando com políticas e e
aplicáveis aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) em Educação, Ciências Naturais, Ciências Humanas e Sociais, a Cultura e
Comunicação e Informação. Sua publicação Educação 2030 Marco de Ação Rumo a uma Educação de Qualidade Inclusiva e Equitativa e
Educação ao Longo da Vida para Todos (UNESCO, 2015) estabelece um plano de ação prática, que está sendo implementado em nível na
regional e mundial.

2.3 Implicações para o exercício da cidadania


Falar em cidadania sempre foi e será complicado, tendo em vista o envolvimento de aspectos antropológicos, sociológicos e filosóficos, de
outros (veja quadro abaixo). E, quando se afunila esse tema, tendo a Internet como pano de fundo, a complexidade amplia-se, por conta da
características inerentes à própria rede.

CIDADANIA, uma definição por Euclides André Mance:

A cidadania enquanto elemento constitutivo da figura de pessoa-cidadão deve ser sempre aplicada em sua perspectiva filosófica, sendo que
“Filosofar é, antes de tudo, um exercício de liberdade de pensamento que não aceita ser tutelado por ideologias, religiões, projetos políticos
crenças de qualquer espécie. Colocar tudo à prova, perguntar as razões e os motivos subjacentes às escolhas humanas para chegar às melho
razões e aos melhores motivos que permitam ampliar a liberdade de todos são algumas das características do filosofar.”

A partir do fato de que tanto a ética quanto a moral se prendem aos interesses/necessidades dos cidadãos que, para serem satisfeitos, dev
minimamente passar pelo crivo das questões quero/devo/posso (com suas respectivas combinações) envolvendo necessariamente
responsabilidade, solidariedade e voluntarismo, a sociedade atual passa por um momento de profundos questionamentos e transformaçõ
sociedade cibernética em que vivemos.

Direito e Norma Legal

O Direito visto aqui muito mais que as normas legais expedidas pelo Poder Constituído correspondente, enquanto padronização de conduta
forma impositiva e que vise atender às expectativas coletivas quanto àquilo que pode ou não pode ser feito por todos. Essa perspectiva muit
centrada na norma legal não comporta mais a multiplicidade de contextos da realidade, bem como a velocidade com a qual estes se transfor
A Norma Legal deve ser entendida muito além do seu sentido literal e até mesmo do imediatismo da sua aplicabilidade, pois é fruto de um co
pretérito, que gera uma dada reação no presente, mas da qual somente no futuro poderemos avaliar as consequências. E não se pode afirma
categoricamente que haja um compasso entre a vontade/desejo de quem faz a norma e para quem a mesma é feita.

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Falar de conduta imoral ou antiética no ciberespaço acaba tangenciando o aspecto da legalidade, pois essa seria a forma mais simples de s
abordarem tais questões. Já é patente uma revisão dos valores morais e das práticas éticas entre o mundo real, que deve levar em conta a
características de cada uma delas, bem como a total imbricação entre ambas. Dito de outro modo, é indispensável (re)constituir toda a no
conjuntura ético-moral sob novas balizas, que contemplem o real e o virtual em simultâneo.

Sobre o ciberespaço

A tecnologia também deve ser vista sob outro prisma, que não o puramente de conhecimento técnico e científico aplicado na transformação
determinadas práticas humanas em função de ferramentas que possam ser utilizadas pelos indivíduos. A abordagem de Álvaro Vieira Pinto
bastante coerente com a realidade atual, pois: “(…) aborda um homem dentro de seu processo de hominização, sob dois aspectos fundament
aquisição, pela nossa espécie, da capacidade de projetar, e a conformação de um ser social, condição necessária para que se possa produzir o
foi projetado”. O conceito de tecnologia diante do olhar do filósofo Álvaro Vieira Pinto.

Assim, como histórico-filosoficamente ethos e mos, “caráter” e “costume”, assentam-se num modo de comportamento, que não correspon
disposição natural, mas adquirido ou conquistado por hábito, necessariamente as práticas e os valores do mundo cibernético vão ditar aq
parâmetros. Dessa forma, temos que ética e moral estão ligadas a: conceitos de felicidade, de dignidade humana, de uma essência substan
prudência, de cuidado, do respeito, de polidez, dentre tantos outros (OLIVEIRA, 1993; SPAEMANN, 1996).

Não é difícil verificar que ética e moral apontam para aquilo que seja bom – não em seu sentido maniqueísta – e necessário para os indivíd
grupos e, assim, diferenciar o que é e o que não é benéfico para cada um. Mas, em alguns casos, em que o conhecimento humano do estado
não atingiu um nível adequado, a decisão sobre se um valor ou uma ação é ou não ético-moral ficaria prejudicada, sendo essa a situação re
temos diante da realidade virtual e do universo cibernético.

Exemplificamos a afirmação anterior com a clonagem de seres humanos, o plantio de alimentos transgênicos, a eutanásia e o aborto em
determinadas situações, a prisão perpétua ou a pena de morte para certos crimes. Nesses casos, verifica-se que, mesmo com um maior
conhecimento humano, inclusive desconsideram-se os preceitos religiosos, o que demonstra como é dificultoso o estabelecimento de refe
individuais e coletivos quanto à ética e moral englobada em cada uma daquelas situações (SINGER, 1994).

Confirmando o dito acima, na atual sociedade cibernético-informacional, na qual grande parte das relações transita entre o real e o virtua
autodeterminando ou influenciando, é patente a prática do individualismo, a desvalorização de causas caritativas e a indiferença em relaç
outro e ao bem público, esse no sentido de algo que atenda aos interesses e às necessidades indistintos de vários indivíduos. Temos, enqu
contexto consolidado, aquele em que o irracional é legitimado pelas afeições, intuições, sentimentos, sensualidade e criatividade, implican
distorções que são vivíveis na realidade virtual em sites, grupos ou na própria prática das pessoas. Veja como exemplo os sites/grupos de a
sexuais (GUERREIRO, 1995).

Ao mesmo tempo, os meios de comunicação e informação formam a opinião pública, prescrevem normas de consumo e comportamento, d
interpretação religiosa e ética, valorizando o que parece real acima dos conceitos de bem e mal. Tudo isso sustentado num axioma acatad
implicitamente por quase todos: minimizar a austeridade e maximizar o desejo, minimizar a disciplina e maximizar a tolerância (UNIDIR, 2

Paradoxalmente, vivemos em meio a uma evidente e alarmante crise de valores e práticas ético-morais, a qual nos propõe o seguinte
questionamento: que forma assume a moralidade no contexto epistemológico e sociocultural da sociedade cibernético-emocional? (HAB
1989).

A sociedade da informação se caracteriza pelas relações de múltiplas naturezas (social, profissional, emocional) mediadas
tecnologia e que transitam entre o real e o virtual

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Fonte: UseMobile.

No filme Matrix Reloaded (WACHOWSKI; WACHOWSKI, 2003) estabelece-se um diálogo entre os personagens Neo e Merovíngio, em q
segundo afirma que a causalidade (ação-reação) seria o único fator constante da realidade e da vida, estando tudo e todos submetidos a i
mesma cena, o personagem Neo se contrapõe com o argumento de que tudo giraria em torno das escolhas de cada um, argumento por su
rebatido, de forma categórica, pela afirmação de Merovíngio, de que a escolha é uma ilusão criada entre os que têm poder e os que não o t
Dessa forma, o elemento da subjetividade, que seria o ponto de referência para qualquer dilema ético-moral, deixaria de estar nos indivíd
sua subjetividade nas situações sequer poderia ser considerada.

CINECLUBE: “MATRIX: Reloaded” (2003)

Wachowski, L.; Wachowski, L. MATRIX: RELOADED. Ação/Ficção Científica. Austrália/ Estados Unidos da América. 20
Matrix é uma produção cinematográfica americana e australiana, dos gêneros ação e ficção científica, dirigida por Lana
Wachowski e Andy Wachowski, que entrou para a lista dos filmes mais vistos da história. Matrix foi escrito como uma
trilogia (Matrix, 1999, Matrix Reloaded, 2003, Matrix Revolutions, 2003). Matrix é uma obra de arte multimídia prese
nos três filmes, e, mais tarde, em nove curtas animados, lançados na coleção Animatrix, em histórias em quadrinhos (E
Unidos), e no jogo Enter the Matrix (que completa o enredo do filme Matrix Reloaded).

No trailer pode-se verificar a dualidade do mundo real e virtual e a dificuldade de diferenciar os valores do “bem” e do
Recomendamos este filme por ser uma obra de arte multimídia, que entretém o espectador e, ao mesmo tempo, faz re

sobre aspetos éticos e morais da sociedade atual.

Disponível no YouTube

Uma imbricação dos aspectos ético-morais, em contextos mais particularizados, quando vinculados à participação social, aqui deve ser en
sob a perspectiva da influência de todos os indivíduos na organização de uma sociedade, capitalizando a construção de um processo de m
em prol de todos os grupos da sociedade. Assim pelas práticas comportamentais no mundo cibernético, envolvendo crimes e ilícitos diver
(plágio acadêmico, lesão a direito autoral, roubo de dados, roubo de identidade, acesso não autorizado, dentre tantos outros), constata-se
subjetividade em nível de senso comum é o fator mais relevante a se considerar, pois é a partir dele que podem ocorrer ou não tais situaçõ
quais servem como referencial do nível ético dos indivíduos e grupos.

Durante a formação do indivíduo, em qualquer idade, seja no processo desenvolvido pela educação formal ou informal, seja no processo d
socialização e interação dos indivíduos, durante o repasse de valores e a demonstração das condutas, se criará ou não uma possibilidade m
consistente e efetiva, para que um dado contexto ocorra ou não, tanto no aspecto positivo, como no aspecto negativo, mas ambos intrinse
ligados à subjetividade dos seus integrantes (VASQUES, 1984).

No que diz respeito à ética e à moral, um fator interessante a ser considerado sobre o ciberespaço e suas múltiplas relações é a possibilida
ser-se quase invisível aos demais. Ou mesmo, como é mais comum do que se pensa, criarem-se avatares, de forma dissimulada, que, de alg
maneira, não se tem coragem de assumir publicamente, em função de algum tipo de reprovação ético-moral ou até mesmo legal de suas c
comportamentos (HABERMAS, 1989).

De um modo geral, as legislações cibernéticas brasileiras, especialmente aquelas voltadas para a processualística das ocorrências, poderia
melhores, já que as atuais acabaram perdendo uma parcela da sua eficácia, em razão da velocidade de transformação da “realidade mater
“realidade virtual”, do aprofundamento de suas interpenetrações, num grau cada vez mais elevado de interdependência, sem que nosso

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29/06/2021 Literacia digital como competência para a cidadania global – Informática na Educação

legisladores tenham capacidade de fazer ajustes mais rápidos na norma legal. Um bom exemplo disso foi a edição da chamada “Lei Carolin
Dieckmann”, Lei No. 12.737, de 3 de novembro de 2012 (BRASIL, 2012), coincidentemente promulgada pela presidente Dilma Rousseff q
promovendo alterações e inclusões antes inexistentes no Código Penal Brasileiro, tipificou os crimes ou delitos informáticos em função d
específica ocorrida com aquela atriz global, mas com repercussões significativas para toda a sociedade brasileira.

Essa realidade pode ser constatada por dados que colocam o Brasil como o 5º. país no ranking mundial, onde mais ocorrem delitos ciberné
virtuais (CAVALCANTE, 2016), mas não ocupamos a mesma posição na relação per capita de equipamentos eletrônicos, acesso à Internet
usuários. Impulsionados por aquela sensação de invisibilidade, no caso de crimes cometidos via Internet, seja envolvendo plágio, invasão d
privacidade, difamação por divulgação de fatos inverídicos (aqui apresentado pelas fake news (CARVALHO; KANFFER, 2018) e imagens i
como na pornografia de vingança), intolerância religiosa e outros tipos de preconceito e discriminação, manipulação e polarização de info
de cunho político (especialmente aqueles que impliquem ocultamento de questões de interesse público e coletivo). os indivíduos se sente
motivados para tais práticas, já que se tornou patente e conhecida uma certa dificuldade na identificação do autor de um ato delituoso de
natureza, especialmente em funções de aspectos técnicos.

Mesmo com a criação de leis específicas, como a Lei do Marco Civil Brasileiro da Internet (BRASIL, 2014) ㅡ Confira mais sobre a Lei do M
na entrevista dada por Fabro Steibel, diretor executivo do ITS Rio a Lisia Palombini, no programa Conexão, do Canal Futura exibido em 03
agosto de 2017 ㅡ, a Estratégia de Segurança da Informação e Comunicações e de Segurança Cibernética da Administração Pública Fede
(BRASIL, 2015), dentre outras, bem como a implantação do departamento especializado nos denominados “crimes cibernéticos”, o Depar
de Segurança da Informação e das Comunicações (DSIC) e o Serviço de Repressão de Delitos Cibernéticos (SRCC) da Polícia Federal, veri
entanto que, pelo reduzido número dessas leis, há falta de estrutura e de profissionais qualificados para atuar. Assim, temos no Brasil um q
altamente favorável a que essas práticas se disseminem, até mesmo em função de uma estrutura ético-moral muito mais flexível que em o
sociedades e Estados similares.

Embora o Brasil conte com normas específicas para os crimes cibernéticos, pode-se afirmar que a legislação brasileira é inadequada pela d
no seu processo de constituição, o que faz com que sempre esteja aquém das efetivas necessidades da realidade cibernética, que se modi
velocidade vertiginosa. Essa inadequação visualiza-se, dentre outros aspectos, pelo fato de que diversos crimes prescrevem em função da
das investigações e inadequação dos meios utilizados. Nos crimes contra a honra, por exemplo, até o oferecimento de queixa-crime se tor
dificultoso, por ser necessário identificar o autor da ofensa para se instalar qualquer procedimento. A celeridade na identificação de auto
ofensas on-line tem aumentado; no entanto, muitas vezes a velocidade nas investigações depende da notoriedade do crime ou das vítima
envolvidas, como nos casos de Preta Gil e Bruno Gagliasso registrados em 2016.

É evidente que se faz necessária uma imediata retificação das condutas criminosas praticadas ciberneticamente, pois o Brasil está atrasad
aspecto jurídico, ainda que, inversamente, tenha havido visível aumento na ocorrência de todos os tipos de delitos. Dessa forma, precisam
urgência nos igualar aos países que já possuem legislação específica contundente e efetivamente praticável para crimes cibernético-virtu
2004). A jurisprudência nacional já se consolidou no sentido de responsabilização/condenação daqueles que cometem delitos por meio d
Internet, mas, devido às lacunas na legislação vigente, muitos criminosos individuais e até mesmo quadrilhas não podem ser condenados,
beneficiando-se dessas falhas, muito bem exploradas pelos advogados especializados no tema (BID/OEA, 2016).

O Brasil situa-se entre os dez países que mais utilizam a Internet, em um mercado promissor e crescente, sem uma legislação que defina e
classifique quantos e quais são os crimes cometidos virtualmente, para amparar os usuários desse serviço (GARCIA; NETO, 2013; CONSU
JURÍDICO, 2015). Até mesmo o fato de a Constituição Federal mencionar as bases para as questões ligadas ao Direito Autoral e ao Direit
Cibernético dificulta mudanças mais rápidas, por implicar, na maioria das vezes, alteração do próprio texto constitucional, o que é bastant
problemático. Apesar disso, não há como se negar que os fatores ético-morais estão sendo deixados em segundo plano, em função de uma
normalizadora excessiva formada pela sociedade brasileira, sem que, historicamente, se tenha consolidado o que seriam as bases de uma
morales brasilis (SROUR, 1998).

3 Conclusão
Considerando os temas apresentados e contextualizados nas seções anteriores, é impossível não admitir que numerosos aspectos essenc
exercício da cidadania digital possam estar imunes aos impactos das TIC. As modificações já observadas no âmbito do sistema educaciona
resultante do uso da tecnologia e das renovações no contexto cultural e comportamental do tecido social, efetivadas pelas novas formas d
interconectividade e pelos padrões de consumo de informação, acabam por delinear alterações impactantes: no cotidiano das pessoas, na
relações pessoais e no mercado de trabalho.

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Olhando para o mercado de trabalho, essas transformações abarcam desde a formação profissional e os modelos de produção e de consu
aspectos administrativos, legal, políticos e da cultura organizacional em nível governamental e empresarial. A revolução do digital é algo s
e tem exigido que o cidadão comum atualize e reveja seu papel social, na mesma medida em que profissionais e instituições revisem suas
estratégias de atuação. A inovação tecnológica possibilitou a criação de novos produtos e a oferta de novos serviços que atendam a um pú
culturalmente diverso e mais exigente. Se não fosse o avanço tecnológico, diversas atividades econômicas clássicas não teriam evoluído, e
outras nem seriam possíveis de existir, como a economia criativa; além disso, diversos postos de trabalho, modelos de negócios e processo
produtivos também não existiriam.

A influência da tecnologia pelo uso de computadores, tablets e smartphones no cotidiano das pessoas (educacional, profissional, social e c
tão intensa, que se tornou transparente para a maior parte delas. A extensão dessa influência inclui obviamente a necessidade do desenvo
e de readequação de inúmeras políticas governamentais e institucionais de investimento, uma vez que não só as instituições, mas também
cidadãos têm sido obrigados a rever os comportamentos que perpetuam e reproduzem no ambiente virtual. Atualmente, a qualidade do l
digital da sociedade é uma medida que pode ser avaliada sob o ponto de vista da prosperidade econômica e do desenvolvimento industria
isso não é tudo.

O impacto da revolução digital no desenvolvimento tanto econômico quanto social no mundo contemporâneo envolve uma avaliação
comportamental complexa, que abrange questões relacionadas à educação, profissionalização, legislação, cultura e ao recrutamento que
impactado pela tecnologia. No aspecto legal e profissional, especificamente a questão do trabalho remoto, emergem debates sobre a lega
para flexibilização nas relações de trabalho, remuneração, propriedade intelectual, segurança e de privacidade (individual e institucional)
gerado muita controvérsia.

O monitoramento digital de coisas e de pessoas através de dispositivos de comunicação, em redes sociais e em redes públicas e privadas,
estratégia de marketing, seja como política de segurança, é uma realidade mundial, mesmo para as democracias, sem exceções. A indústri
computadores e de telefonia tornou o monitoramento digital possível por uma questão técnica, mas as empresas, os governos e as pessoa
geral tiram vantagem desse recurso, justificando isso apenas porque o recurso está disponível. Um número expressivo de instituições e pe
abusa do monitoramento, enquanto a maioria dos usuários nem imagina o alcance e a extensão de seu rastro digital; especialmente não tê
refletido nas consequências e implicações legais do que fazem e/ou publicam na Internet, tanto para a sua vida social, como profissional, p
futura. Já é um consenso que os níveis da prática desenfreada do monitoramento (físico e virtual) impacta sobremaneira as relações profi
sociais e afetivas.

Os empregadores, por exemplo, são donos das redes de computadores de suas empresas, e a legislação permite que tenham acesso às inf
produzidas, consultadas, e que transitam na sua rede. Governos, instituições, recrutadores e pessoas comuns já têm o hábito de monitora
de dados e redes sociais como forma de se informar sobre seus pares, fornecedores, candidatos, empregados e empregadores. A sua aval
sobre o comportamento das pessoas no ciberespaço, através do rastro digital, pode determinar aspectos importantes que impactam a vid
cotidiana de umas e de outras: aumentar a visibilidade para oportunidades de colocações no mercado, estabelecimento de relacionament
(sociais, profissionais, amorosos), avanço ou não de uma candidatura em processos de seleção, fundamentação para demissões, criação de
materiais em processos judiciais, e até mesmo identificar possibilidades para lesar ou ser lesado.

ATIVIDADE: Questão para reflexão

Considere uma avaliação das implicações do rastro digital das pessoas e instituições envolvidas nessas duas notícias amplamente divulgada
comunicação social nacional: notícia 1 e notícia 2. A partir da sua experiência individual, e dos conteúdos apresentados na seção 2.3 (ética, m
cidadania, direito e norma legal), discuta com outras pessoas sobre a relevância dos eventos e a amplitude das repercussões dos fatos notici
para o exercício da cidadania e da liberdade de expressão. Com base na avaliação do ponto de vista de seus colegas, faça uma reflexão sobre
consequências derivadas dos fatos para os agentes envolvidos, destacando quais contributos esses fatos em particular trazem para sua vida
cotidiana.

O letramento digital deixa as pessoas mais conscientes dessas vulnerabilidades, especialmente porque diversas estratégias de monitoram
sido implementadas como parte das políticas de segurança de governos e empresas, incluindo: acesso controlado por credenciais, uso de
reconhecimento biométrico (voz, digitais ou retina) e mais recentemente implantes de microchips no corpo de soldados das forças armad
em empregados de algumas empresas. A fronteira final do corpo pode já estar ultrapassada, e em alguns anos, a realidade futurista descri
clássicos da ficção científica como a dos irmãos Wachowski (Trilogia Matrix), de Stanley Kubrick (2001 – Uma Odisseia no Espaço), Georg
(1984) e de Isaac Asimov (Eu, Robô) estará mais próxima do que se imagina.

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Afinadas com a literacia básica da escolarização formal, as competências digitais são um aspecto essencial que justifica a renovação educa
inclusiva, consistente com as orientações de Delors (DELORS et. al., 2010) para a formação do cidadão global. A literacia digital inclui na f
do indivíduo o suporte intelectual, técnico e cultural extremamente necessário para que as pessoas desenvolvam um comportamento dig
segurança para se portar no ciberespaço. A literacia digital no contexto da escolarização formal também incrementa a compreensão da so
das características, formalidades e especificidades associadas ao comportamento on-line, sob uma perspectiva mais crítica, minimizando
possibilidades de que os indivíduos se tornem vítimas fáceis de esquemas fraudulentos, preservando-as deliberadamente de contribuir pa
coloquem em risco. O investimento em letramento digital torna a sociedade voluntariamente mais atenta para o exercício de uma cidadan
efetiva. Além disso, alerta para o fato de que, mesmo sendo o ciberespaço um ambiente no qual a virtualidade define um terreno propício
práticas do ilícito, este não é um ambiente de todo desprovido de normas de conduta, nem mesmo um espaço totalmente fora do alcance
(específicas ou não) nacionais ou internacionais.

Pelo exposto justifica-se a importância da literacia digital para a formação do cidadão global, instigando também uma revisão de aspectos
essenciais de foro íntimo, assim como advertindo o cidadão comum para a necessidade de ele desenvolver um conjunto de habilidades qu
tornem apto a compreender claramente quais as responsabilidades, as consequências e as atribuições do papel social dos internautas. A l
digital prepara o indivíduo para o exercício da cidadania em um patamar mais consciente; ao mesmo tempo, amplifica sua compreensão pa
com as idiossincrasias do ambiente digital, pois, ainda que o ciberespaço defina condições únicas para a prática de certos tipos de ilícitos, t
um local no qual não podemos viver sem os avanços socioculturais e econômicos dos últimos 50 anos.

Reforçando o exposto na seção 2.3, a questão da legalidade e moralidade no mundo virtual, filosoficamente, é muito semelhante aos emb
ético-morais que se apresentam aos indivíduos no mundo real: ainda que exista uma legislação, a ação lícita e/ou ilícita no ciberespaço é q
foro íntimo. A participação governamental, institucional e popular on-line se expandiu exponencialmente nos últimos 20 anos, e o ciberes
tornou-se uma extensão territorial natural para a atividade humana, qualquer que seja ela, lícita ou ilícita. Por isso mesmo é salutar que ca
indivíduo conheça os recursos disponíveis para salvaguardar-se, protegendo a si mesmo e compromissado em defender a sociedade e a
democracia. O ambiente virtual define um local de encontro e convivência, no qual todos precisam orientar seu comportamento pelo bom
pela conveniência, moralidade e legalidade em suas ações.

É preciso assegurar que todos tenham oportunidade de desenvolver as competências necessárias a fim de usufruir das possibilidades ofe
indivíduo digitalmente incluso. No entanto, para que tal inclusão seja considerada plena e integral, esse indivíduo tem que estar conscient
seus direitos e seus deveres; e mais, estar ciente das responsabilidades oriundas de seu papel social. A literacia digital é o contexto educac
cultural que pode entregar as ferramentas essenciais para possibilitar aos indivíduos desenvolverem o seu potencial máximo. O indivíduo
digitalmente estará bem-preparado para aproveitar e criar as melhores oportunidades de uma vida produtiva em uma sociedade tecnológ
globalizada, bem como estará melhor habilitado a implementar as ações de suporte necessárias para continuar reproduzindo contextos p
desenvolvimento do potencial humano em escala ascendente.

ATIVIDADE 2: Questão para pesquisa e desenvolvimento de projeto

A partir da sua experiência individual, e dos conteúdos apresentados no capítulo, procure debater com outras pessoas a realidade e as
perspectivas para a inclusão e a literacia digital no contexto da BNCC, tomando como base o documento desenvolvido para o ensino fundam
Assim, obtenha subsídios para descrever uma proposta preliminar que possa servir de inspiração para o desenho de alguma política pública
ou nacional) a fim de efetivar uma ação de suporte à literacia digital no contexto do sistema educacional brasileiro. Em sua proposta atente p
seguintes elementos: descrição objetiva do problema a ser resolvido; contexto socioeconômico e cultural a ser atendido (número de pessoa
escolar, infraestrutura, limitações); justificativa (social, econômica, cultural e resultados esperados); atividades e procedimentos a executar;
estimativa orçamentária e financiamento (recurso humano, recurso material, recurso extraordinário, tempo de entrega).

Resumo
Este capítulo desenvolve o tema da literacia digital como um elemento essencial para a formação do cidadão, do ponto de vista tanto do
aprimoramento do conhecimento em nível técnico, como da concepção de valores e do desenvolvimento de condutas próprias daqueles i
que podemos categorizar como plenamente inclusos na sociedade da informação. Abordamos a formação do cidadão global sob três aspe
essenciais: a formação escolar, o exercício profissional e a prática cidadã. Ao longo do capítulo o estudante vai conhecer conceitos import
para compreender o conceito de literacia digital, as características do panorama mundial em que as pesquisas sobre esse domínio se
desenvolveram, bem como questões relevantes sobre a fundamentação de conceitos pertinentes (literacia, letramento, habilidades,
competências). Descrevemos as principais concepções teóricas que orientam os diversos entendimentos e abordagens práticas seguidos

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29/06/2021 Literacia digital como competência para a cidadania global – Informática na Educação

pesquisadores e entidades (incluindo as diferentes nomenclaturas adotadas por diferentes grupos de pesquisadores). Será apresentado u
panorama da evolução das pesquisas em literacia digital conduzidas por entidades comprometidas com o desenvolvimento do potencial h
(educacional, profissional, cultural e econômico), focando em inovação e sustentabilidade, com base nos resultados obtidos com projetos
avaliação de indicadores nacionais e internacionais, em nível local e mundial. O capítulo foi estruturado de forma a oferecer ao estudante
para o desenvolvimento do pensamento crítico sobre as perspectivas da mediação tecnológica no cotidiano contemporâneo, refletindo a
dos impactos observados nas relações sociais, nas práticas educacionais, nos requisitos para o ingresso no mercado de trabalho e perspec
para o futuro da sociedade. Além disso, diversas colocações demandam do estudante assumir uma posição consciente sobre seu papel soc
enquanto cidadão global, avaliando as possibilidades, as responsabilidades e as consequências de seu comportamento no mundo virtual.

Leituras Recomendadas
O Conceito de Tecnologia Sob o Olhar do Filósofo Álvaro Vieira Pinto (BANDEIRA, 2011)

A tecnologia também deve ser vista de outro prisma, que não o puramente de conhecimento técnico e científico aplic
transformação de determinadas práticas humanas em função de ferramentas que possam ser utilizadas pelos indivíd
abordagem de Álvaro Vieira Pinto é bastante coerente com a realidade atual.

Uma análise da relação entre tecnologia no local de trabalho e rendimentos no Brasil (REIS; AMBROZIO; MACHA
2011)

Este artigo procura analisar a relação entre rendimentos no mercado de trabalho e uma medida do nível de tecnolog
disponível no posto, bem como as implicações dessa relação para a desigualdade de rendimentos no Brasil.

Aspectos Jurídicos da Economia do Compartilhamento: Função Social e Tutela da Confiança (SOUZA; LEMOS, 201

A partir de algumas características essenciais da chamada economia do compartilhamento, o artigo procura traçar
considerações jurídicas sobre o seu desenvolvimento, buscando na principiologia constitucional e contratual elemen
reforçam aspectos positivos desse fenômeno.

Recomendação do Parlamento Europeu e do Conselho relativa à instituição do Quadro Europeu de Qualificações


Aprendizagem ao Longo da Vida (JPEU, 2006)

Recomendação 2006/962/CE do Parlamento Europeu e do Conselho do Conselho da União Europeia, de 18 de deze


2006, sobre as competências essenciais para a aprendizagem ao longo da vida. Jornal do Parlamento Europeu, Colun
de 30.12.2006, p. 10-18.

Inclusão Digital e Cidadania na Sociedade da Informação e do Conhecimento (FARIAS, 2016)

Este artigo apresenta uma reflexão sobre o direito de acesso e uso das Tecnologias Digitais da Informação e Comunic
(TDICs), entendida como um direito à cidadania digital, condição necessária à inclusão social na Sociedade do Conhe
da Informação.

Referenciais de Formação para os Cursos de Graduação em Computação (Zorzo et. al., 2017)

https://ieducacao.ceie-br.org/literaciadigital/ 16/21
29/06/2021 Literacia digital como competência para a cidadania global – Informática na Educação

A SBC disponibilizou para toda a comunidade o livro Referenciais de Formação para os Cursos de Graduação em Com
(RFs). Este livro contém referenciais de formação para os cursos de Computação, Ciência da Computação, Engenhar
Computação, Engenharia de Software, Licenciatura em Computação.

Exercícios
1. Depois da leitura do capítulo, procure elaborar uma lista com os principais aspectos que considera inovadores e úteis para você, enqu
cidadão global, levando em consideração os aspectos indicados:
Educação formal.

Atividade profissional.

Prática de cidadania.

2. A partir da sua experiência individual, que idades e abordagens práticas você considera mais adequadas para o desenvolvimento de
competências digitais nos contextos indicados no capítulo: na formação escolar, na prática profissional, na vida social e cultural, e no
da cidadania?

3. Considerando documentos importantes que foram desenvolvidos como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o ensino
fundamental e os Referenciais de Formação para os cursos de Computação (RFs) propostos pela Sociedade Brasileira de Computaçã
avalie esses dois respectivos documentos, pontuando particularmente o que se refere à inclusão do pensamento computacional, e so
Licenciatura em Computação, analise criticamente o quanto e como esses dois aspectos são mutuamente convergentes, sendo essen
a definição de um programa nacional para implementar a aprendizagem da literacia digital. Considere indicar outros documentos que
ajudar a construir essas diretivas no contexto das políticas públicas do Ministério da Educação.

4. Baseado em sua experiência individual, procure pesquisar e apresentar uma resposta argumentativa para as seguintes questões:
O que significam os termos “rastro digital” e “comportamento digital de segurança”?

Quais as implicações desses dois aspectos para a vida social e profissional de uma pessoa no presente e no futuro?

Existe, na sua opinião, uma relação direta entre esses dois aspectos e as ações ético-morais demonstradas por um indivíduo?

Quais serão as implicações legais envolvidas com o papel social de uma pessoa e suas ações no ciberespaço?

5. Questão para debate: a partir das reflexões desenvolvidas nas questões anteriores, bem como nas atividades do capítulo, qual a sua o
sobre as situações apresentadas pelas notícia 1 e notícia 2, considerando os desdobramentos e as consequências relatadas pelos env
em que ponto os dois eventos podem se traduzir em alertas objetivos a influenciar o comportamento das pessoas no mundo digital?

Referências
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Sobre as autoras
Scheila Wesley Martins

(http://lattes.cnpq.br/5208288707141577)

https://ieducacao.ceie-br.org/literaciadigital/ 19/21
29/06/2021 Literacia digital como competência para a cidadania global – Informática na Educação

Bacharel em Ciência da Computação pela UFMT (1998), especialista em Informática em Educação pela UFLA (2002)
em Ciências pela UFSC (2005). Tem PhD em Ciência e Tecnologia da Informação pela Universidade de Coimbra (201
doutorado em Informática pela PUC-Minas (2017). Possui mais de 10 anos de experiência no magistério superior no
tendo também atuado no ensino médio e em cursos de certificação profissional em tecnologia em Portugal e nos Esta
Unidos. Como pesquisadora, seu domínio é Informática em Educação e Literacia Digital, ensino/aprendizagem de
programação e licenciatura em informática. Desde 2008 desenvolve projetos de voluntariado para apoiar o ensino d
programação e literacia digital, tendo participado de vários fellowships relacionados à literacia digital em universidad
americanas e europeias.

Joaquim Welley Martins

(http://lattes.cnpq.br/1061016312083509)

Jornalista e Advogado. É bacharel em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo (1988) e em Direito (1989
UFES. É especialista em Comunicação Social (1994) pela UFMG, em Direito (1991) pela Escola Superior da Magistrat
Estado de Mato Grosso, e em Educação (1994) pelo União das Escolas Superiores de Cuiabá (UNIC). É mestre em Ciê
Informação e Documentação (1999) pela USP e doutor em Comunicação e Cultura pela ECO/UFRJ. Trabalhou no jor
Estado de Mato Grosso e como assessor jurídico da UNIC (1992). Atua em Direito Civil, de Comunicação, Tributário
Em 1995 iniciou a carreira docente no Jornalismo na UFMT, e desde 2000 leciona na Escola de Comunicação (ECO) d
(nas disciplinas de ética e legislação, semiótica, direito autoral e jornalismo on-line).

Fernanda Maria Melo Alves

(http://lattes.cnpq.br/6468376220858021)

Licenciada em Filologia Românica (opção em Língua e Literatura Inglesa) pela Faculdade de Letras da Universidade d
Especializada en Estudios Hispánicos para Estudiantes Extranjeros pelo Colegio de España de Salamanca. Pós-gradu
Ciências de Educação pela Universidade Aberta de Lisboa. Pós-graduada em Ciências Documentais, Biblioteca e
Documentação pela Universidade Autónoma de Lisboa. Especializada em Ensino a Distância/Telematic in Open Dista
Learning pelo North Wales Access and Credit Consortium no País de Gales. Doutora em Documentación: Bibliotecas
Archivos en Entorno Digital (Doctor europeus cum laude) pela Facultad de Humanidades, Comunicación y Documen
Universidad Carlos III de Madrid em Espanha. Lecionou Língua Portuguesa e Francesa em Portugal e, em 1998, ingre
Departamento de Biblioteconomia e Ciência da Informação da Universidade Carlos III de Madrid, exercendo funções
investigadora, professora e coordenadora de projetos de cooperação internacional com os PALOP, realizados pelo G
CUIDEA, da qual é fundadora. Exerce atividades nacionais e internacionais, como eventos, publicações, organização
encontros, avaliação de revistas, orientação e participação de bancas de dissertações e teses, participação em grupos
investigação e colaboração com a UNESCO e EU. Realizou pós-doutorado no Instituto Nacional de Estudos e Pesquis
Guiné Bissau e recebeu bolsa da CAPES para pós-doutorado nas Universidades Estatual de Londrina e Federal da Ba
Brasil, da qual é professora convidada.

Como citar este capítulo

MARTINS, S. W.; MARTINS, J. W.; ALVES, F. M. M. Literacia digital como competência para a cidadania global. In: SANTOS, Ed
O.; PIMENTEL, Mariano; SAMPAIO, Fábio F. (orgs.). Informática na Educação: autoria, linguagens, multiletramentos e inclus
Porto Alegre: Sociedade Brasileira de Computação, 2021. (Série Informática na Educação CEIE-SBC, v.2) Disponível em:
<https://ieducacao.ceie-br.org/literaciadigital>

https://ieducacao.ceie-br.org/literaciadigital/ 20/21
29/06/2021 Literacia digital como competência para a cidadania global – Informática na Educação

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