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IFBA – INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO DA BAHIA – CAMPUS PORTO

SEGURO – PPGEI – PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO E


INTERCULTURALIDADE

Observações sobre a prática do professor reflexivo

SANDRO LEITE SOUZA

A educação é um dos meios mais importantes para o desenvolvimento de uma


sociedade. É exercida de forma que o indivíduo desenvolva suas habilidades,
adequando-se à sociedade. Nesse sentido, nós enquanto professores precisamos
compreender nossa ação, interpretando-a para que possamos ter condições de criar
uma alternativa para aquela situação já imposta, ou seja, realizar o processo de
reflexão sobre a nossa prática pedagógica. A reflexão na ação se dá quando o
professor reflete, colocando para si as questões do cotidiano como situações
problemáticas e faz isso ao mesmo tempo em que está vivenciando esta situação.

Pimenta (2000), que analisa a prática educativa e a formação do educador, as


diretrizes políticos-curriculares direcionam para o triplo movimento sugerido por
Schön, a saber: da reflexão na ação, da reflexão sobre a ação e da reflexão sobre a
reflexão na ação, à medida que o professor se compreende como profissional
autônomo. O saber docente não é constituído apenas da prática, mas também pelas
teorias da educação, teoria essa crucial na formação dos docentes, pois concede
aos indivíduos diferentes pontos de vista para uma ação contextualizada,
propiciando perspectivas de análise para que os professores conheçam os contextos
históricos, sociais, culturais organizacionais e de si próprios como profissionais.

Refletir sobre a própria prática docente é um fator primordial atualmente, quando


precisamos inovar nossas ações na sala de aula, para que assim, possamos ter a
atenção dos estudantes e obter o que se espera dos mesmos. Assim, sabemos que
para educar é necessário que o professor tenha motivos, objetivos, planos e valores.
A reflexão constrói novos conhecimentos e objetivos. E na maioria das vezes, essas
reflexões transformam-se em ações benéficas para os docentes, estudantes,
escolas e sociedade. Um professor reflexivo não se limita apenas ao que aprendeu
durante sua graduação.

O educador Paulo Freire (2001) também nos ajuda a entender a importância do de


uma prática docente reflexiva segundo ele: a reflexão nada mais é que: fazer e o
pensar, entre o pensar e o fazer, ou seja, no “pensar para o fazer” e no “pensar
sobre o fazer”. Este tipo de pedagogia é uma pedagogia para a libertação na qual o
professor tem um papel imprescindível para a revisão do modelo da “educação
bancária”, problematizando a função de educador e educando.

Ser um docente reflexivo é saber desenvolver recursos para trabalhar na aula, ser
facilitador nos processos de comunicação entre todos os participantes da aula, ser
um orientador, ajudando os estudantes a descobrirem maneiras de aprender e
executar tarefas, e principalmente ser um pesquisador e, ao mesmo tempo, um
aprendiz que dá uma grande contribuição no processo de aprendizagem dos alunos,
ao dividir com eles suas experiências e habilidades.

Diante que pouco aqui foi exposto sobre reflexão da prática pedagógica, pode-se
entender que ser um professor reflexivo é estar a todo momento se reinventando,
inovando nas metodologias, observando a dinâmica da sociedade e a partir desses
indicadores construir seus planos de ensino, visando sempre o ator principal desse
teatro educacional, os estudantes e as estudantes que serão os principais afetados
nesse processo.

Referências

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa.


São Paulo: Paz e Terra, 2001.

PIMENTA, S.G; MOURA, E.M. Pesquisa colaborativa na escola como abordagem


facilitadora para o desenvolvimento profissional do professor. In: MARIN, Alda I.
(org.). Educação Continuada. Campinas: Papirus, 2000.

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