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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB

CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

Prof.: João Leite

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO:
Fusão, nucleação e solidificação
Bibliografia básica

• CALLISTER JR, W. et al. Ciência e Engenharia de


Materiais. Rio de Janeiro: LTC, 2002.

• Groover, Mikell P. Introdução aos processos de


fabricação. Rio de Janeiro: LTC, 2016.

• Kiminami, Claudio Shyinti; Castro, Walman Benício;


Oliveira, Marcelo Falcão. Introdução aos processos de
fabricação de produtos metálicos. São Paulo: Blucher,
2013.

2
Processos de fabricação por fusão
Nucleação heterogênea

A nucleação heterogênea ocorre através de estimulantes


energéticos externos (impurezas, aditivos, inclusões sólidas,
paredes do recipiente, aditivos e etc), chamados substratos,
que agem como facilitadores energéticos do processo de
nucleação (GARCIA, 2007). O embrião se forma na
superfície do substrato.
substrato.

Ver vídeo 2
Processos de fabricação por fusão
Nucleação heterogênea

Os agentes estimulantes, ou seja, nucleantes,


denominados genericamente de substratos,
mais comuns são:
– Paredes do molde;
SOLIDIFICAÇÃO
– Partículas de impureza;

– Contornos de grão; TRANSFORMAÇÕES


– Discordâncias. NO ESTADO SÓLIDO
Processos de fabricação por fusão
Nucleação heterogênea

A nucleação heterogênea é a mais comum nos


processos de solidificação e transformações
no estado sólido e é usada COMO ESTÍMULO
ao surgimento de uma fase, morfologia
específica ou até à aceleração do processo de
solidificação ou transformação de fase.
Processos de fabricação por fusão
Nucleação heterogênea (refinamento do grão da liga AlMg
AlMg))

INOCULAÇÃO E REFINO DE GRÃO

Adição ou Inoculação de substratos


heterogêneos com alta potência de
nucleação (sob a forma de partículas
finamente divididas).

Os INOCULANTES (REFINADORES)
são distribuídos uniformemente no
seio do metal líquido por meio de um
veículo volátil a eles previamente
adicionado .

Cada partícula do NUCLEANTE atua


como um SUBSTRATO LOCALIZADO
para a nucleação heterogênea da
fase sólida, devido ao fato de
apresentar um alto índice de
Fonte: molhamento pelo metal líquido.
Professor: Guilherme O. Verran
UDESC
Processos de fabricação por fusão
Nucleação heterogênea (refinamento do grão de liga de Al)

INOCULAÇÃO E REFINO DE GRÃO

fundição com adição de refinador de


grão (Al-5%Ti-1%B, na ordem de 1g)

Fonte:
Alexandre Leão, Antônio Luís, Marco Túlio
UFSJ
Processos de fabricação por fusão
Nucleação heterogênea (agentes de refino de grão)
Processos de fabricação por fusão
Nucleação heterogênea (agentes de refino de grão)
Processos de fabricação por fusão
Nucleação heterogênea

A eficiência da nucleação
heterogênea depende da
afinidade, ou seja, da
capacidade do substrato gerar
"molhamento" entre o mesmo e
o material.

A capacidade do substrato de
molhar o material é uma
função do ângulo de
molhamento (θ)
Processos de fabricação por fusão
Nucleação heterogênea

No início da nucleação
heterogênea uma partícula da
nova fase forma-se sobre um
substrato sob a forma
aproximada de uma calota
esférica
O núcleo esférico
aproveita a energia de
superfície disponível no
substrato!
Processos de fabricação por fusão
Nucleação heterogênea

Pode-se converter as
tensões envolvidas em
energia.

- σLT é a energia superficial líquido/substrato;


- σST é a energia superficial sólido/substrato;
- σSL é a energia superficial sólido/líquido;
- θ é o ângulo de molhamento.

• é o ângulo de molhamento que traduz a afinidade


físico/química entre o embrião e o substrato.
Processos de fabricação por fusão
Nucleação heterogênea

• Um núcleo só será
estável e properará se
houver equilíbrio mecânico
das tensões superficiais no
ponto de junção entre as
três superfícies em
contato, ou seja:

σLT - σST = σSL cosθ


Processos de fabricação por fusão
Nucleação heterogênea

Calculando-se o ∆G, tem-se:


Processos de fabricação por fusão
Nucleação heterogênea

Calculando-se o ∆G, tem-se:

Usando-se procedimento igual ao da nucleação homogênea,


derivando-se o ∆ghet em função de (r) e substituindo-se de volta
na equação, tem-se:
Processos de fabricação por fusão
Nucleação heterogênea

Calculando-se o ∆G homogêneo e heterogêneo:

Só há nucleação
homogênea

FONTE:
http://dmi3.com.br/unicamp/fem-gps-old-
site/attachments/article/76/Aula2.pdf
Processos de fabricação por fusão
CRESCIMENTO DA FASE SÓLIDA

O crescimento da fase sólida se dá quando vários núcleos


atingem raio superior ao raio critico.
critico Nessa situação a fase
sólida se desenvolverá até que o material se solidifique
completamente.

A maneira como os cristais crescem vai determinar as


propriedades do material fundido. Influenciam:

• Cinética da reação;
• Temperatura;
• Composição.
Processos de fabricação por fusão
Crescimento da fase sólida

No caso de ligas e metais impuros é importante identificar


a influência dos elementos dissolvidos e das impurezas no
grau de super-resfriamento produzido durante o processo
de solidificação.

A causa desse super-resfriamento reside na rejeição do


soluto pela fase sólida, enriquecendo consequentemente
a fase líquida junto à interface.
Processos de fabricação por fusão
Crescimento da fase sólida
Normal: gera grãos
uniformes e
planares
Para que um cristal se
desenvolva, assim como
para que ocorra a
INTERFACE
nucleação é necessário
L- S
que haja super
resfriamento.

Na realidade, ocorre um
gradiente na interface Invertida: gera grãos
líquido-sólido, com 2 protuberantes e
dendríticos
possíveis comportamentos:
Processos de fabricação por fusão
Crescimento da fase sólida PLANAR
Normal: gera grãos
uniformes e
planares
Os grãos planares ocorrem
quando A TEMPERATURA É
MAIS BAIXA NA INTERFACE
DO QUE NO LÍQUIDO E A INTERFACE
VELOCIDADE É BAIXA, L- S
havendo um alto gradiente de
temperatura na interface L-S,
que se move lentamente.

Uma maneira de explicar esse tipo de crescimento está na impossibilidade da


interface formar “tentáculos” o que originaria dendritas, isso porque, a cada vez
que parte da interface tenta avançar, isoladamente, ela é contida pelo líquido que
está a uma temperatura mais alta até que a interface avance junta.
Processos de fabricação por fusão
Crescimento da fase sólida PLANAR
Normal: gera grãos
uniformes e
planares

INTERFACE
L- S
Condição comum em processos de
resfriamento cujo núcleos evoluem a partir
da parede do molde, mais fria, para o
interior do líquido, mais quente.

NECESSITA: ALTOS GRADIENTES DE


TERMPERATURAS S-S-L E BAIXAS
FONTE: VELOCIDADES
ASCMD’Oliveira (UFPR)
Processos de fabricação por fusão
Crescimento da fase sólida
DENDRÍTICO Invertida: gera grãos
protuberantes e
dendríticos

INTERFACE
L- S

Neste caso quando a interface tentar formar “tentáculos” que


originariam dendritas, eles são estimulados a prosperar devido a
temperatura da interface estar mais alta que a do líquido e outros
“tentáculos” são estimulados a se desenvolverem nos já formados.
Processos de fabricação por fusão
Crescimento da fase sólida
DENDRÍTICO Invertida: gera grãos
protuberantes e
dendríticos

INTERFACE
L- S

Ocorrem em processos de resfriamento


cujo núcleos evoluem em moldes com
paredes isoladas ou quando a
superfície do metal fundido fica exposta
ao ar MAS NÃO É O PROCESSO DE
GERAÇÃO DE ESTRUTURA
FONTE: DENDRÍTICA MAIS COMUM.
COMUM.
ASCMD’Oliveira (UFPR)
Processos de fabricação por fusão
Crescimento da fase sólida
(PLANAR X DENDRÍTICO)
DENDRÍTICO)
O que definirá como ocorrerá o
desenvolvimento da
microestrutura é uma
combinação parâmetros
constitucionais e térmicos do
sistema metal e molde.

O super-
super-resfriamento
FONTE: constitucional representado
Angela Vasconcelos (Cefet – PA)
pela combinação de VL, ∆t e
SRC = Super- resfriamento constitucional Cs definirão o tipo da
Vl = Velocidade de deslocamento da isotérmica líquido
∆t = Gradiente térmico sólido-líquido interface formada!
Cs = Concentração de soluto
Processos de fabricação por fusão
(paramos aqui em 06 03 2018)
Crescimento da fase sólida
(PLANAR X DENDRÍTICO)
DENDRÍTICO)

Na realidade, a maior parte do crescimento dendrítico se dá em


duas condições principais:

MATERIAL MONOFÁSICO OU PURO: ocorrem gradientes de


concentração entre o material sólido e líquido QUANDO A
SOLIDIFICAÇÃO É MUITO RÁPIDA, impedindo um melhor
equilíbrio entre a composição do líquido e do sólido, gerando
super-resfriamento constitucional.

MATERIAIS NÃO PUROS E LIGAS: o soluto ou as


impurezas são REJEITADOS PELA FASE SÓLIDA, gerando um
super-resfriamento constitucional.

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