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CURSOS DE LETRAS
LITERATURA INFANTOJUVENIL
Nome / Aluno (s): Marília Barbosa, Matheus Márcio Xavier, Mayara Carolina da Silva
Objetivos:
Espera-se que a atividade proporcione aos alunos explorar, desenvolver e expandir suas
capacidades de análise textual, com enfoque na análise comparativa. O principal
objetivo é o de que os estudantes possam entram em contato com as diferentes
possibilidades de adaptações pela qual uma mesma obra pode passar para se adequar a
um público, época, formato ou abordagem distinta.
Público alvo:
9º ano - ensino fundamental II.
Fundamentação teórica:
A literatura infantil e juvenil apresenta como um campo de trabalho extenso e
desconhecido, em que se cerca de equívocos e preconceitos que acabam por diminuir
intelectualmente a literatura infantil, segundo Zilberman (2003). A literatura é,
primeiramente, a única que emprega a palavra como meio de expressão. Tal privilégio
torna a literatura a arte por excelência. A literatura sintetiza, por meio de recursos da
ficção, uma realidade que tem amplos pontos de contato com o que o leitor vive
diariamente.
Por mais fantasiosa que seja, a literatura continua se comunicando com seu
destinatário atual, visto que ainda fala do seu mundo, com suas dificuldades e soluções,
ajudando-o então a conhece-lo melhor. Levando em consideração esses aspectos é que
identificamos um grande problema: a grande parte da crítica literária não reconhecia, até
certo período, a literatura infanto-juvenil como arte, isso dado pelo princípio de que a
literatura para menores seria voltada unicamente para intuitos educativos, ou seja, por
ter finalidades pragmáticas e ser comprometida com a dominação da criança ou
adolescente. Esses fatos tornam problemáticas as relações entre a literatura e o ensino.
De acordo com Zilberman (2003), a sala de aula é um espaço privilegiado para o
desenvolvimento do gosto pela leitura, assim como um campo importante para o
intercâmbio da cultura literária, não podendo ser ignorada, muito menos desmentida sua
utilidade. A autora ainda diz que é imprescindível que a literatura infantil seja um ponto
de partida para um novo e saudável diálogo entre o livro e seu destinatário mirim.
Não à toa, Propp (2001), em “Morfologia do Conto Maravilhoso”, defende que
os contos maravilhosos nada mais são que um reflexo da vida e condição humana, ainda
que, para isso, recorra aos acontecimentos sobrenaturais. Em “Alice no País das
Maravilhas”, por exemplo, as constantes e incontroláveis mudanças de tamanho de
Alice podem revelar a condição da natureza humana de estar em interrupto processo de
transformação, seja física ou, principalmente, psicológica. Como a própria menina diz,
“pelo menos sei quem eu era quando levantei esta manhã, mas acho que já passei por várias
mudanças desde então”.
Seria “Alice no País das Maravilhas”, portanto, um claro exemplo de conto
maravilhoso? Bem... A resposta não é tão simples assim. Muito embora o livro de
Carroll indiscutivelmente contenha aspectos do conto maravilhoso, como a presença de
elementos sobrenaturais, o impasse aparece quando se aprofunda essa questão na obra.
Afinal, como define Roas (2014), o maravilhoso consiste na aceitação sem
questionamentos do sobrenatural, quando a aparição de seres e eventos incomuns não
causa estranhamento ao leitor ou aos personagens. Em “Alice”, todavia, a garota vez ou
outra comenta sobre coisas sem sentido estarem acontecendo a todo momento, e como
isso é “estranhíssimo” e lhe causa incômodo. Ao fim da obra, o leitor descobre que tudo
não passou de um sonho.
Considera-se, portanto, na verdade, que o clássico seja um dos pioneiros do
gênero literário nonsense. Nonsense, aliás, é uma boa definição para grande parte da
obra, que é povoada por episódios dominados pelo absurdo, como quando o Chapeleiro
Maluco lança o emblemático enigma: “Por que um corvo se parece com uma
escrivaninha? ” É justamente, aliás, devido ao caráter nonsense do livro, que Gilbert K.
Chesterton, em 1932, realizou o apelo para que não se levasse “Alice” a sério demais.
Material necessário:
Computador, data show, internet.
Bibliografia:
ZILBERMAN, Regina. A Literatura na Escola Infantil. Global Editora. São Paulo,
2003.
PROPP, Wladimir I. Morfologia do Conto Maravilhoso. Forense-Universitária. Rio de
Janeiro, 1984.
ROAS, David. A Ameaça do Fantástico. Unesp. São Paulo, 2014.
CARROLL, Lewis. Alice no País das Maravilhas. Zahar. Rio de Janeiro, 2013.