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POR QUE A

PSICANÁLISE DE
CASAL E FAMÍLIA?
Importância e conceito de vínculo
Prof Dr Antonios Terzis
INTRODUÇÃO À
PSICANÁLISE DE CASAL E
FAMÍLIA
Conceito “Grupo”
• O termo GRUPO DE CASAL E
FAMÍLIA significa (NÓ)
mostrando a coesão e
complexidade dos vínculos.

• O conceito casal demonstra


uma estrutura vincular entre
duas pessoas a partir de um
momento dado, quando
estabelecem o compromisso de
fazer parte dela em toda sua
amplitude.

• O grupo familiar é um conjunto,


um agente coletivo capaz de
pensar e elaborar emoções.
O VÍNCULO DE
CASAL
• O tema do casal
inspirou poetas,
literários e artistas
plásticos. Por exemplo,
a Ilíada e a Odisseia do
Homero, poemas do
século VIII a.C.

• Nesta disciplina trata-


se de compreender os
fatores inconscientes
determinantes das
múltiplas formas deste
vinculo.
• É importante e necessário capacitar os terapeutas nas
práticas clínicas para que possam transformar um espaço
de sofrimento repetitivo em um espaço criativo e fértil.

• A psicanálise de casal e família estuda questões teóricas


e técnicas de diferentes tipos.
• Os conteúdos psíquicos, registrados na própria mente,
estendem-se em três espaços da subjetividade:

1) No espaço intrasubjetivo, destaque-se a distribuição dos


conteúdos internos nas relações do ego com os objetos, onde
predominam a representação e os afetos ligados nessas
relações.

2) No espaço intersubjetivo, privilegia-se o vinculo com uma


estrutura que liga, abrange e envolve os egos. Envolve pelo
menos dois ou mais sujeitos.

3) No espaço transubjetivo, privilegia-se o vínculo do ego com o


macro-contexto social, onde as instituições e as formas de
pertença proporcionam modelos convenientes.
• Este sistema das subjetividades ajuda a criar um espaço,
onde se pode pensar psicanaliticamente o vinculo de
casal e familiar.

• Esta ampliação do campo da psicanálise no casal e na


família, bem como outros tipos de grupos, tem sido objeto
de estudos teóricos por parte de muitos autores.
• Os psicanalistas utilizaram o método psicanalítico e os
dispositivos habituais, tais como:

 Regra da abstinência;
 A associação livre de pensamentos;
 As resistências;
 As transferências;
 A interpretação psicanalítica.

• Com objetivo de buscar a transformação dos fenômenos


inconscientes envolvidos no vínculo do casal e familiar
O casal (matrimonial)
Definição, semelhanças e diferenças de outros tipos de
relações diádicas.
• O conceito casal, define uma estrutura vincular entre as
duas pessoas de sexos diferentes ou do mesmo sexo, a
partir de um momento dado.
• Quando estabelecem o compromisso de fazer parte
desse vinculo em toda sua amplitude, possam cumpri-lo
ou não.

• Reconhecemos uma tendência do ser humano a


organizar sua vida vincular em estruturas que vão de uma
menor a uma maior estabilidade.
• Do ponto psicanalítico, o casal se desprende da família
de origem, de onde se originam seus modelos, levando
em conta o desejo dos diferentes egos de uma família.

• Por exemplo, perpetuar-se no tempo através da


transmissão do desejo de ter filhos, transformando no
desejo de ter uma família, mediante vínculos de aliança.
• Do ponto de vista social, Lévi-Strauss (1983) define, que
o casal possui uma organização social e cita
propriedades ligadas ao começo da família:

• A família tem a sua origem no matrimonio;

• Inclui o marido, a mulher e os filhos nascidos dessa união,


formando um núcleo ao qual outros parentes podem
eventualmente se agregar;
• Os membros de uma família estão unidos entre si por;

a) Laços jurídicos
b) Diretos e obrigações de natureza econômica, religiosa
e outras;
c) Uma rede de direitos e proibições sexuais e um
conjunto variável e diversificado de sentimentos, tais
como: O amor, o afeto, o respeito, o temor, etc.
 As pessoas dispostas a construir um vínculo de casal,
consciente ou inconsciente, a partir dos modelos
socioculturais, possuem cada um dos sujeitos um registro
psíquico proveniente da infância.
• Este registro psíquico incorpora o modelo do objeto casal,
construção imaginária constituída por três
representações:

a) Uma proveniente das relações objetais da infância,


estrutura relacional originária, que corresponde ao
narcisismo primário, denominada estrutura de objeto
único;

b) Outra proveniente da representação de um papai e


uma mamãe;
c) A terceira, uma representação
social, é a de um contexto
extrafamiliar, que inclui pai e mãe e
criança, compondo uma serie de
sinais que se referem na
organização da estrutura familiar;

A criação de um casal como um


objeto compartilhado, será a
conjugação dos representantes de
cada um, onde a posição esposa-
marido adquire um conteúdo
significativo.
Uma relação estável
• O termo vínculo tem sua origem no latim vincular: significa
união ou o juntar de uma pessoa com a outra.

• Para explicar como duas pessoas mantém estável um vínculo,


é necessário entender aquilo que os une e terem o
conhecimento de sí próprios.

• Constatamos duas linhas de forças no vínculo do casal que


mostram o grau de coesão, que é representado por forças
opostas:

• O amor e o ódio, ciúme-admiração, inveja-reconhecimento,


vivencias positivas e negativas, estados de alegria e harmonia
versus ansiedade, perseguição e fragmentação.
Estrutura vincular de casal e família
• Reconhecemos uma tendência do ser humano a organizar sua
vida vincular em estruturas que vão de uma menor a uma
maior estabilidade.
• Tradicionalmente o casal é considerado como origem da
família do ponto de vista evolutivo.
• Psicanaliticamente, podemos pensar que o casal se desprende
da família, de onde se origina seus modelos.
• A família tem a sua origem no matrimonio, inclui os
progenitores e filhos nascidos, formando um núcleo.
• Os membros de uma família estão unidos entre si por
a) laços jurídicos;
b) direitos e obrigações de natureza econômica, religiosa etc;
c) Uma rede de direitos e proibições sexuais e um conjunto
variável de sentimentos tais como amor, afeto, respeito etc.
• Segundo a Psicanálise, define- se o casal como uma estrutura
complexa pelo fato de cada um dos conjuges trazer suas matrizes
familiares e socioculturais.

• MELANIE KLEIN (1952) demonstra que o mundo interno do


indivíduo se constitui como um grupo de “objetos” bons e maus.

• Diz que o grupo familiar influi na formação do indivíduo (a família,


sociedade) por isso que temos dentro de nós, um grande grupo.

• A relação mãe e bebê é uma experiência fundamental que tem


influência decisiva sobre o futuro da criança.
O grupo
como objeto
representa o
corpo
materno
A cena de uma mãe
amamentando o
filho é uma imagem
tão bela que o bebê
internaliza objetos
bons. Ao contrário
da mãe que a
criança passa fome-
frustração, que
internaliza objetos
maus.
Ser família
como corpo é
incorporar e
incorporar-se,
é realizar
uma
agregação
interiorizada e
incorporativa.
• Toda pessoa disposta a constituir um vínculo de casal
sabe, consciente ou inconscientemente,e que o vínculo
possui um registro psíquico proveniente da infância
onde se incorpora o modelo do objeto casal (Puget,
1982).

• O grupo casal é uma realidade psíquica que nasce a


partir de experiências compartilhadas em termos de
espaço e tempo entre os membros familiares que se
relacionam por diversas finalidades, seja estas reais ou
imaginárias.
• A família como objeto é uma organização imaginaria de
relações, de angustias, de tensões, de alegrias, ações e
estâncias psíquicas.

• A família é um processo capaz de transformar a


personalidade da pessoa e a estrutura como um todo.

• A psicanálise de casal e família é um das técnicas


fundamentais no tratamento dos processos psíquicos
inconscientes.
• O grupo familiar serve de elo ou ligação entre os pensamentos
e as fantasias dos diversos membros, servindo de suporte
para solucionar problemas internos e externos (Bion, 1963).

• O pensamento do grupo familiar opera a partir de elementos


pertencentes a um espaço comum.

• A família constitui uma unidade capaz de pensar e elaborar as


emoções.
• A família compartilha suas sensações, emoções, sentimentos,
dentro do grupo. (Calvino, 1964)

• Os membros vivenciam a família de uma forma ambivalente. Entre


as vivências positivas e negativas: prazer e desprazer; amor e
ódio; ciúme e admiração; inveja; estados de ansiedade;
sentimentos de fragmentação e perseguição, etc.

• Assim, a família é
considerada como lugar da
manifestação do inconsciente
de cada sujeito-participante.
• Os conteúdos do inconsciente de cada sujeito são
mobilizados, depositados e deslocados no grupo familiar
como um todo.

• Por isso, a família é considerada uma tópica individual


projetada, um espaço específico dos processos e da
atuação do inconsciente.

• Consideramos o grupo familiar uma tópica projetada de


atuações do inconsciente, que constituem a
intrasubjetividade, intersubjetividade e transubjetividade.
• A família é uma micro-instutuição, uma
comunidade, um agente coletivo capaz de pensar
e de elaborar emoções.

• Os membros da família, são movidos pela


necessidade de enfrentar seus problemas pessoais e
realizar seus objetivos.
• Na atualidade, identificamos nos casais e nas famílias vários
transtornos patogênicos que se expressam de várias formas e o
fracasso das sublimações.

Estes transtornos participam nas patologias das personalidades


como: psicopatas, narcisistas, Transtorno de personalidade limítrofe
(Borderline), perversões, estruturas paranoides, depressivas,
neuróticas e etc.
Por isso, é necessário construir novas técnicas de psicoterapias
psicanalíticas para atender as necessidades da sociedade.
Referencias bibliográficas

• Puget, J.; Berenstein, I. PSICANÁLISE DO CASAL. Artes


médicas, Porto Alegre, 1994.

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