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ÍNDICE

Histórico .................................................................................................................................. 02

Introdução ................................................................................................................................ 04

Conceitos Tecnológicos ............................................................................................................ 05

Conceitos Básicos do Motor .................................................................................................... 17

Componentes do Motor ........................................................................................................... 23

Sistemas do Motor ................................................................................................................... 39

Metrologia Aplicada ................................................................................................................. 81

Conversões de Unidades ......................................................................................................... 93

Cálculos ................................................................................................................................... 96

Glossário ................................................................................................................................. 97

Notas ..................................................................................................................................... 101

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Treinamento de Serviço
HISTÓRICO

Histórico do Motor Diesel

Desde os tempos de universidade no final do Depois de desenvolver vários projetos e adqui-


século XIX, em Munique, Alemanha, Rudolf rir experiência com eles, Diesel conseguiu pa-
Diesel tinha o sonho de construir um motor que tentear sua idéia em 22 de fevereiro de 1893 e,
utilizasse totalmente a energia do combustível. após correções e ajustes, o motor foi oficialmen-
te apresentado ao mercado em 1898 com 10 cv
de potência. Rapidamente o motor ficou conhe-
cido e começou a ser fabricado em toda a Ale-
manha, sendo as primeiras aplicações feitas em
empresas geradoras de energia. Uma das pri-
meiras empresas a produzir motores Diesel foi
a Benz & Cia, que anos mais tarde se dividiria
em duas, formando a MWM, que ficou com a
produção de motores estacionários de grande
porte, e a Daimler – Benz AG para a fabricação
de motores de pequeno porte e automóveis.




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Treinamento de Serviço
HISTÓRICO

Histórico MWM

Fundada em Mannheim, na Alemanha, em 1892, a MWM – Motoren Werke Mannheim – que em


português significa Fábrica de Motores de Mannheim – surgiu como uma divisão da Benz & Cia
sendo responsável pela produção de motores estacionários e marítimos.
Em 1926, o controle da empresa passou para o grupo também alemão Knorr – Bremse, de Muni-
que.
A MWM Motores Diesel veio para o Brasil em agosto de 1953, onde deu seqüência a fabricação
dos motores agrícolas e estacionários. Inicialmente, permaneceu fiel às suas origens, restringin-
do-se aos segmentos estacionário, marítimo, agrícola e de construção civil. Foi só a partir de 1974
que, atendendo às necessidades que surgiram com o desenvolvimento industrial brasileiro, a em-
presa começou a fornecer seus motores também para a indústria automobilística.
Na década de 90 a MWM conquistou a liderança no mercado nacional, tornando-se o maior fabri-
cante independente da América Latina. Nos tempos modernos, a MWM é uma empresa indepen-
dente que utiliza equipamentos e tecnologia própria para desenvolvimento e constante aperfeiço-
amento de seus produtos, buscando atender a um mercado com clientes mais exigentes e a uma
melhor qualidade ambiental.



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Treinamento de Serviço
INTRODUÇÃO

Introdução

Esta apostila foi desenvolvida pela MWM Motores Diesel Ltda. com o objetivo de auxiliar os técnicos
e mecânicos a enriquecer cada vez mais seus conhecimentos nas concepções e características dos
motores diesel modernos.
Através de uma abordagem simples e objetiva você será capaz de compreender os conceitos e
sistemas dos motores diesel.
Para facilitar o entendimento dos conceitos aqui descritos, esta apostila foi dividida nos seguintes
temas:
- Conceitos Tecnólogicos;
- Conceitos Básicos do Motor;
- Componentes do Motor;
- Sistemas do Motor:
• Injeção de Combustível;
• Sistema de Lubrificação;
• Sistema de Arrefecimento;
• Sistema de Ar, Admissão e Escape.
- Metrologia;
- Glossário.

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Treinamento de Serviço
CONCEITOS TECNOLÓGICOS

Para uma melhor compreensão dos conceitos de funcionamento de um motor de combustão interna, o
módulo a seguir descreve alguns dos principais conceitos tecnológicos de uma maneira simples e aplicada.
Estes conceitos são a base para a formação de técnicos e mecânicos de motores.

Área

Medidas de Áreas - Sistema Métrico Decimal/Sistema Inglês


• Área é a medida de uma superfície plana deli- • No Sistema Inglês, as medidas de área são
mitada. feitas da mesma forma que no sistema métri-
• As áreas no Sistema Métrico Decimal são co, apenas mudando-se para as unidades in-
medidas nas unidades: glesas.
mm2 = milímetros quadrados
cm2 = centímetros quadrados
m² = metros quadrados - (unidade principal)
km2 = quilômetros quadrados

No nosso caso as áreas que mais interessam


são as seguintes:

Área do quadrado
• Para obter a área de um quadrado multiplica-
se o valor de um dos lados por si próprio, ou
seja, eleva-se ao quadrado o valor de um de
seus lados.

Área = a x a ou Área = a²

- Exemplo:
Calcular a área da figura ao lado
A área será: 20 x 20 = 400 cm2

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Treinamento de Serviço
CONCEITOS TECNOLÓGICOS

Área do retângulo
• Para obter a área de um retângulo multiplica-
se o lado maior “a” pelo lado menor “b”:
Área = a x b
- Exemplo:
Calcular a área da figura ao lado.
A área do retângulo será: 20 x 5 = 100 cm2

Área do triângulo

• Para se obter a área de um triângulo, multipli-


ca-se a base “b” pela altura “h” e divide-se
por 2.
Área = b x h
2
- Exemplo: calcular a área da figura ao lado

A = b x h = 5 x 4 = 20 = 10 cm 2
22 2 2

Área da circunferência
• Para se obter a área de uma circunferência,
multiplica-se o valor constante “π” (pi), que
corresponde a 3,14, pelo raio ao quadrado.

Área = π x r²

- Exemplo: calcular a área da figura ao lado.


Área = 3,14 x 3²
Área = 3,14 x 9 = 28,26 cm2

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Treinamento de Serviço
CONCEITOS TECNOLÓGICOS

Volume

Medidas de volume (capacidade)

• Chama-se volume o espaço ocupado por um


corpo.
• Chama-se capacidade o volume de líquido que
um objeto pode conter.
• Os volumes (capacidades) no Sistema Métrico
Decimal se expressam nas seguintes unidades:
• A unidade principal de capacidade é o litro (" )
Quilolitro (kl) = 1000 "
Hectolitro (hel) =100 "
Decalitro (dal) = 10 "
`
Múltiplos
10 cm

10 cm
litro (") = 1 " Unidade básica

`
decilitro (dl) = 0,1 " 10 cm
centilitro (cl) = 0,01 " Submúltiplos
mililitro (ml) = 0,001 "

1000 cm3 = 1 Litro

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Treinamento de Serviço
CONCEITOS TECNOLÓGICOS

Volume
Volume

As fórmulas para se calcular volumes (capaci-


dades), são iguais para os dois sistemas.
No nosso caso, os volumes (capacidades), que
mais interessam são os seguintes:

Volume do cubo

• Para obter o volume do cubo, multiplica-se o


valor de um dos lados por si próprio e o resul-
tado multiplica-se pelo valor do mesmo lado.

V=axaxa V = a³

- Exemplo: calcular o volume da figura ao lado


V = 8 x 8 x 8 = 512 cm3

Volume do paralelepípedo
• Para obter o volume do paralelepípedo, multi-
plica-se o valor do lado “a” pelo valor do lado
“b” e o resultado multiplica-se pela altura “h”.

V=axbxh

- Exemplo: calcular o volume da figura ao lado.


V = 12 x 8 x 5 = 480 cm3

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Treinamento de Serviço
CONCEITOS TECNOLÓGICOS

Volume do cilindro
• Para se obter o volume de um cilindro, multi-
plica-se o valor “π” (pi), que corresponde a
3,14, pelo raio ao quadrado e o resultado mul-
tiplica-se pela altura.

V = π x r² x h

- Exemplo: calcular o volume do cilindro ao


lado.
V = 3,14 x 4² x 7
V = 3,14 x 16 x 7 = 351,68 cm3

Volume da esfera
• Para se obter o volume de uma esfera, multi-
plica-se o valor constante “4/3 x π”, pelo raio
elevado ao cubo.
V = 4π x r³
3
- Exemplo: calcular o volume da esfera figu-
ra ao lado.
V = 4 x 3,14 x 33
3
V = 4 x 3,14 x 27 = 113,04 cm3
3

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Treinamento de Serviço
CONCEITOS TECNOLÓGICOS

Pressão

Pressão
Numa superfície sujeita a ação de uma força,
pressão é o quociente desta força pela área da
superfície. Sua fórmula é:

força
Pressão =
área

Força

Área
Pressão

Pressão

Dica:

O instrumento utilizado para medir a pressão é o manômetro. Alguns cuidados para sua utiliza-
ção são muito importantes:
• Evitar que ocorra contaminação por sujeira ou óleo do manômetro durante seu manuseio.
• Utilizar corretamente a aplicação da substância (líquido/ gás) de acordo com o tipo de
manômetro que se está usando.
• Observar se a capacidade do manômetro é adequada para a pressão que se deseja medir.
• Verificar se o manômetro é adequado para a pressão que se deseja medir.
• Normalmente, como o manômetro possui uma ou mais escalas, observar atentamente qual
escala está se usando.
• Ao medir, observar sempre a menor medida da divisão da escala.

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Treinamento de Serviço
CONCEITOS TECNOLÓGICOS

Pressão de Compressão
A pressão de compressão é a pressão exercida
dentro do cilindro pelo deslocamento ascenden-
te do pistão. Pode ser medida através de um
manômetro.

Pressão de compressão Pressão de compressão


de um motor novo de um motor usado
(pressão maior) (pressão menor)

Curiosidade

Com o desgaste natural do motor, a pressão de compressão tende a diminuir devido à perda
gradual da vedação entre os anéis de pistão e a camisa

Relação ou taxa de compressão

A taxa de compressão é calculada no proje-


to do motor para proporcionar o melhor ren-
dimento dentro das suas características e não
pode ser medida. A relação se estabelece
entre o volume do curso do pistão em fun-
ção da câmara de combustão.
Para efeito de cálculo é usada a seguinte fórmula:

Relação de compressão = volume do curso do pistão (PMI PMS) + volume da câmara de combustão
volume da câmara de combustão

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Treinamento de Serviço
CONCEITOS TECNOLÓGICOS

Alavanca

A alavanca é toda barra rígida, móvel, apoiada


em um eixo denominado ponto de apoio. Duas
forças atuam na alavanca: a potência e a resis-
tência.
As distâncias entre o ponto de apoio e os pon-
tos de aplicação das forças são os “braços de
alavanca”.
Para uma mesma resistência, dependendo do
comprimento dos braços, ocorre uma variação
de potência. Como mostram as figuras a seguir.

Exemplo:




Quanto maior é o braço de potência menor é o esforço para deslocar a mesma resistência.

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Treinamento de Serviço
CONCEITOS TECNOLÓGICOS

Potência

Potência é a medida da capacidade de se reali-


zar um trabalho em uma unidade de tempo.

Na prática a potência transmitida pelo motor, é


o que faz o veículo desenvolver velocidade e
percorrer uma distância num determinado tem-
po.

τ= F. s

O cavalo-vapor é equivalente a força de levan-


tar um peso de 75 Kg a uma altura de um metro
em um segundo.

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Treinamento de Serviço
CONCEITOS TECNOLÓGICOS

Curvas de Desempenho

As curvas de desempenho do motor são a re-


presentação gráfica de seu comportamento em
função da sua rotação.

Curva de potência
Curva de torque

Potência (kW)
DE COMBUSTÍVEL (g/Kwh)
CONSUMO ESPECÍFICO

Rotação do Motor - rpm (x100)

Curva de consumo específico

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Treinamento de Serviço
CONCEITOS TECNOLÓGICOS

Torque

Torque é o resultado da força multiplicada pela


distância ou braço.

Torque = Força x Braço

As principais unidades de medidas de torque


são o Nm e o Kgf.m.
Deduzindo-se da fórmula, temos que, para um
mesmo torque, quando se aumenta o braço, a
força diminui.

Na prática, o torque é a força transmitida pelo


motor à roda, que faz o veículo vencer as resis-
tências da inércia e do atrito e se locomover.

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Treinamento de Serviço
NOTAS

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Treinamento de Serviço
CONCEITOS BÁSICOS DO MOTOR

Motor de Combustão Interna

Motor MWM Série 10 Motor MWM Sprint

O motor é um equipamento que transforma alguma forma de energia que pode ser térmica, hidráu-
lica, elétrica, nuclear, etc, em energia mecânica. Conforme o tipo de energia que transforma, o motor
pode ser classificado como motor de combustão, elétrico, ou atômico.
Os motores ciclo Diesel aproveitam a energia da queima do combustível dentro de uma série de
câmaras e, por isso, são classificados como motores de combustão interna.
O motor Diesel se difere dos motores ciclo Otto (a gasolina ou álcool) pois nesses últimos, a mistura
ar-combustível, mesmo comprimida, precisa de uma faísca (de uma vela por exemplo) para iniciar o
processo de queima. Já nos motores Diesel, a mistura é substituída por ar comprimido no cilindro a
uma razão bem maior que nos Otto (16:1 a 24:1 contra 8:1 a 10:1). Essa maior compressão eleva a
temperatura que, combinada com o Diesel pulverizado, inicia o processo de combustão espontânea.
O funcionamento do motor só é possível através do sincronismo dos movimentos de seus compo-
nentes que transformam a energia química do combustível na desejada energia de movimento.
O motor de combustão interna, coração do automóvel, é o ponto de partida da força e do movimento
que produzem o deslocamento do veículo.

Curiosidade

Os motores de combustão interna aproveitam somente algo em torno de 30% da energia total
do combustível. O restante é eliminado, principalmente, na forma de calor, sendo dissipado pelo
escape e sistema de arrefecimento.

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Treinamento de Serviço
CONCEITOS BÁSICOS DO MOTOR

Combustão

A combustão ou queima é um processo quími-


co que exige três componentes que se combi-
nam na proporção adequada dentro do motor:

• combustível;
• calor;
• oxigênio.

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Treinamento de Serviço
CONCEITOS BÁSICOS DO MOTOR

Ciclo Diesel

A grande maioria dos motores diesel trabalha


com um ciclo de quatro tempos, chamado ciclo
Diesel.
Motor Diesel 4 tempos
Fases de trabalho
Período onde ocorrem os 4 tempos = 720° = 2 vol-
tas completas

Admissão
Com a(s) válvula(s) de admissão aberta(s), o
êmbolo desloca-se do PMS ao PMI aspirando
ar para o interior do cilindro. A árvore de mani-
velas gira 180°.

180°

Compressão

Nesta etapa o êmbolo inverte seu movimento


deslocando-se do PMI ao PMS. Com todas as
válvulas fechadas, o ar é comprimido no interior
do cilindro e se aquece naturalmente. A árvore
de manivelas gira mais 180°.

180°

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Treinamento de Serviço
CONCEITOS BÁSICOS DO MOTOR

Combustão
O bico injetor pulveriza o combustível, sob pres-
são, no interior do cilindro. Em fração de segun-
dos este combustível, em contato com o ar aque-
cido pela compressão, inflama-se espontanea-
mente. Os gases resultantes da queima se ex-
pandem e impulsionam o êmbolo de volta ao
PMI gerando a força. Este é o único tempo que
gera trabalho. A árvore de manivelas gira mais
180°, desta vez impulsionada pela expansão dos
gases.

Combustão (pulverização).

180°

Combustão (expansão).

Curiosidade

No motor diesel não há necessidade de vela de ignição, ao contrário dos motores ciclo Otto
(gasolina e álcool) pois o óleo diesel entra em ignição espontaneamente com a elevada tempe-
ratura e pressão no cilindro.

20
Treinamento de Serviço
CONCEITOS BÁSICOS DO MOTOR

Escapamento
Com a(s) válvulas(s) de escape aberta(s), o
êmbolo se desloca do PMI ao PMS empurran-
do os gases resultantes da combustão para fora Escape
do cilindro.
A árvore de manivelas gira mais 180°, comple-
tando o ciclo de trabalho, que corresponde a
duas voltas completas, ou 720º de rotação.

180°

Curiosidades
Curiosidade

Este é um ciclo de trabalho de um cilindro. Quando o motor possui mais de um cilindro, o espaço entre
uma queima e outra diminui. Ex.: Em um motor de 4 cilindros os 720° são divididos pelos 4 cilindros do
motor. 720° / 4 cil. = 180°
Portanto a defasagem entre uma queima e outra em um motor de 4 cilindros é de 180°.
Para manter o equilíbrio entre as queimas deve haver uma ordem de ignição, isto é, uma seqüência de
combustão entre os cilindros até completar 720°.
São chamados “pistões gêmeos” os que executam o mesmo movimento juntos no motor.

21
Treinamento de Serviço
NOTAS

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COMPONENTES DO MOTOR

Válvulas de
admissão e
escape Árvore de Comando
Válvula PCV
Compressor do
ar-condicionado

Turbocompressor
Ventilador

Waste-Gate

Radiador Pistão
de óleo

Biela

Bomba
Árvore de
d’água
manivelas

Damper

Motor de
partida
Correia
Bloco
Cárter Filtro de
óleo Tensionador
Tubo pescador da correia

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Treinamento de Serviço
COMPONENTES DO MOTOR

Cabeçote
O cabeçote é o componente que fecha o(s)
cilindro(s) formando a câmara de combustão.
Nele se localizam as válvulas de admissão e
escape. Em alguns motores mais modernos, a
árvore de comando e os acionamentos das vál-
vulas podem estar posicionados no cabeçote.
Entre o cabeçote e o bloco do motor é montada
uma junta, com a finalidade de vedar as galeri-
as de água e de óleo e garantir a total vedação
das câmaras de combustão. O cabeçote pode
ser integral, cobrindo todos os cilindros, ou indi-
vidual, um para cada cilindro.

Guia de válvula
Retentor

Tampão

Cabeçote

Tampão Assento

Válvula Válvula

Cabeçote individual / MWM Série 10

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Treinamento de Serviço
COMPONENTES DO MOTOR

Pistão (êmbolo)
É o componente responsável para transmitir e As canaletas, para o alojamento dos anéis, são
ampliar a energia (pressão) resultante da ex- usinadas na parte do êmbolo que tem mais
pansão dos gases queimados ao eixo do motor material e de menor diâmetro.
(árvore de manivelas). Geralmente com três canaletas – duas para
O pistão é geralmente construído de liga de alu- anéis de compressão e uma para anel raspador
mínio, bastante resistente ao calor e ao cho- de óleo – o pistão tem uma ligação com a biela
que, com alguns reforços de aço. através de um pino.
O pistão é usinado de forma muito especial: é
ovalizado, cônico e tem o diâmetro maior na sua
saia.

rebaixos para válvulas

câmara de combustão

topo

canaletas

canais de lubrificação

saia
orifício do pino

Denominação das partes do pistão

Dica

Nos motores MWM, os pistões devem ser montados com a seta em sua face apontada para o
lado do volante

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Treinamento de Serviço
COMPONENTES DO MOTOR

Anéis
A função dos anéis de compressão é a de ve- O segundo anel de compressão é feito também
dar em dois sentidos, tanto a pressão da com- de uma liga de Ferro Fundido revestido com Cro-
pressão como a passagem de óleo lubrificante mo somente na face de contato com a parede
para a câmara de combustão, com a ajuda do do cilindro.
próprio lubrificante. O anel de óleo também é de liga de Ferro Fun-
O primeiro anel de compressão é feito de uma dido com algumas aberturas feitas para acumu-
liga de Ferro Fundido revestido com Cromo, ofe- lar o óleo.
recendo maior resistência ao desgaste e ao ca- A função do anel de óleo é a de controlar a lu-
lor. brificação das paredes do cilindro, do êmbolo e
dos anéis.

No geral os anéis cumprem funções básicas


como: vedação, controle de lubrificante nas ca-
misas e dissipar calor entre psitão e camisa.

Curiosidade

Com o funcionamento do motor carregado os anéis sofrem uma torção, esta torção é prevista no
projeto dos anéis. Por isso, funcionar o motor em marcha-lenta ou com pouca carga provoca o
desgaste prematuro do conjunto anéis/camisa devido ao mau acomodamento dos anéis.

26
Treinamento de Serviço
COMPONENTES DO MOTOR

Cilindros

Ao substituir uma junta de cabeçote ou ao re-


mover uma camisa de cilindro deve ser medida
a saliência da camisa sobre o bloco.

camisa

bloco

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Treinamento de Serviço
COMPONENTES DO MOTOR

bloco bloco

pistão

camisa

Brunimento dos cilindros

Brunimento é o nome dado ao acabamento do


diâmetro interno dos cilindros.
O Brunimento dos cilindros, conforme a
rugosidade especificada, tem a função de:

1 - Vedação
2 - Controle de consumo do lubrificante
3 - Dissipação de calor entre anéis e camisa

Os riscos de brunimeto de 90° a 120°

28
Treinamento de Serviço
COMPONENTES DO MOTOR

Biela
A biela é a peça que interliga o êmbolo (pistão)
à árvore de manivelas sendo responsável pela
transmissão da força do movimento alternativo
para o rotativo (princípio da manivela).
O material empregado para fabricação das bie-
las é uma liga de aço muito resistente ao im-
pacto e aos esforços torcionais, obtida em pro-
cesso de forjado. As bielas são rigorosamente
pesadas uma a uma após a usinagem. São
selecionadas para que sejam montadas no mes-
mo motor com a mesma classificação de peso
o que permite o funcionamento balanceado e
silencioso.
Os motores têm as bielas com a classificação
de pesos identificados por códigos.
Cada código representa determinada faixa de
peso. A diferença máxima de peso entre as bie-
las não deve ultrapassar o especificado para não
desbalancear o motor.

Dica

Devido ao fato da biela ser usinada junto com sua capa, não se deve trocar de pares as capas e
bielas.

Dica

Nos serviços de reparação de motor é importante verificar o alinhamento das bielas, a sua
perpendicularidade com a árvore de manivelas. Os pistões devem operar nos cilindros com
perfeito paralelismo proporcionando maior duração do motor.

29
Treinamento de Serviço
COMPONENTES DO MOTOR

Bronzinas (Casquilhos)

As Bronzinas tem esse nome originário da liga Elas são construídas por camadas de ligas me-
metálica bronze, utilizada antigamente na sua tálicas mais moles para que, em conjunto com
fabricação. o óleo lubrificante, suavizem esta fricção (com-
As bronzinas têm a função de proteger a árvore ponentes de sacrifício). Assim, pode-se substi-
da manivelas e as bielas do desgaste provoca- tuí-las facilmente mantendo a vida prolongada
do pela fricção entre os componentes móveis. da árvore de manivelas, das bielas e do bloco

Dica

Não recomenda-se lixar os assentos de bronzinas

Pré-tensão das bronzinas

As bronzinas são fixadas no seu alojamento, sobre uma pré-tensão (pressão radial). O diâmetro
externo da bronzina é maior do que o alojamento para permitir a pressão radial e evitar que não gire
em seu alojamento.

30
Treinamento de Serviço
COMPONENTES DO MOTOR

Árvore de Manivelas

A árvore de manivelas, popularmente conheci-


da como virabrequim ou girabrequim, é o eixo
do motor responsável pela transformação do
movimento retilíneo do êmbolo em movimento
rotativo (princípio da manivela).
Ela é bastante pesada, para poder suportar os
esforços e também para armazenar uma parte
da energia gerada no tempo da combustão “for-
ça da inércia”, em conjunto com o volante, que
veremos mais adiante.
A árvore de manivelas é formada pelos
munhões, (colos fixos), e os moentes (colos
móveis), onde trabalham as bielas.
Um dos munhões serve de apoio ao desloca-
mento axial (longitudinal) da árvore de manive-
las.

moentes

munhões

Curiosidade

A árvore de manivelas dos motores MWM pode ser retificada até quatro vezes.

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Treinamento de Serviço
COMPONENTES DO MOTOR

Bloco
O bloco de cilindros do motor é a maior peça de víveis, chamados de camisas. As camisas po-
um motor e tem a função de integrar todas as dem ser do tipo “molhada” ou “seca”. O tipo “mo-
demais. lhada” é aquele no qual a água do sistema de
Dentro do bloco há galerias e orifícios para a arrefecimento tem contato direto com a camisa.
circulação do óleo lubrificante nos componen- O do tipo “seca” é aquele que faz contato indire-
tes móveis internos do motor. Há também câ- to através do bloco.
maras internas para circulação da água de re- As camisas, quando desgastadas, podem ser
frigeração. substituídas por outras novas. Dando assim
Os cilindros podem ser fixos no bloco ou remo- sobrevida ao bloco do motor.

Dica

O processo de brunimento dos cilindros deve ser bem controlado para que o assentamento dos
anéis seja realizado de maneira suave e assim, evitar o desgaste prematuro e o conseqüente
excesso de consumo de óleo.

32
Treinamento de Serviço
COMPONENTES DO MOTOR

Árvore de Comando de Válvulas


Este componente é um eixo acionado pela ár-
vore de manivelas por intermédio de engrena-
gem ou correia.
Ela comanda as aberturas e fechamentos pre-
cisos das válvulas do motor.

O diagrama de válvulas ao lado mostra o mo-


mento da abertura e fechamento das válvulas
em função da rotação da árvore de comando.
Exemplo: Válvula de admissão.
- abre: 3° apms.
- fecha: 23° apmi.

Válvula de escape
- abre: 33° apmi
- fecha: 1° dpms

Curiosidade

Nos motores de 4 tempos, a relação de rotação da árvore de manivelas para a árvore de comando
é de 2:1, isto é, a cada duas voltas da árvore de manivelas a árvore de comando realiza somente
uma. Isto ocorre devido ao fato da árvore de manivelas necessitar dar duas voltas completas
para realizar um ciclo, conforme visto anteriormente.

Dica

A folga das válvulas incorreta, modifica o diagrama, ou seja, os tempos de abertura e fechamento
das válvulas.

33
Treinamento de Serviço
COMPONENTES DO MOTOR

Tuchos
Os tuchos, em conjunto com a árvore de co-
mando, são responsáveis por transformar o mo-
vimento rotativo do comando em movimento al-
ternativo, que é transmitido para abrir e fechar
as válvulas.
Podem ser do tipo mecânico ou hidráulico.

Curiosidade

Tuchos mecânicos: nestes tuchos é necessário que haja folga entre o conjunto tucho, vareta,
balancim e válvula. Essa folga tem a finalidade de compensar a dilatação das peças, como
também assegurar as suas lubrificações pelo filme de óleo. Periodicamente devem ser reajustadas
essas folgas, para compensar prováveis desgastes das peças e evitar ruído excessivo.
Tuchos hidráulicos: as folgas são automaticamente reajustadas hidraulicamente com o
aproveitamento da pressão de óleo do motor, oferecendo as seguintes vantagens: não necessita
regulagem periódica, possui funcionamento suave, uniforme e com maior durabilidade.

Haste de válvula
(vareta)

Tuchos

Comando

34
Treinamento de Serviço
COMPONENTES DO MOTOR

Volante do motor
O volante é um componente caracterizado por
ser muito pesado. É projetado para executar três
funções importantes:
1) Armazenar a energia proveniente da com-
bustão suprindo os intervalos nos quais
não se produz energia através da sua inér-
cia;
2) Conduzir força à transmissão com auxílio
da embreagem acoplada na sua face;
3) Permitir a partida inicial do motor através
da cremalheira.
A energia proveniente da combustão é recebi-
da pelo volante e é utilizada para manter o eixo
do motor girando nos intervalos nos quais não
há explosão nos cilindros. Este trabalho é ne-
cessário para executar os demais tempos do
motor.

Curiosidade

O tamanho do volante é proporcional a defasagem de queima.


Quanto menor o número dos cilindros, maior será o peso do volante. O peso do volante é calculado
conforme a aplicação em função da quantidade de inércia.

Dica

Durante a manutenção examine visualmente o volante procurando por possíveis deformações,


trincas e sinais de desgastes dos dentes da cremalheira.

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Treinamento de Serviço
COMPONENTES DO MOTOR

Volante de Dupla Inércia

Este tipo de volante possui um conceito moder-


no de construção. Além das funções usuais de
um volante, a dupla–inércia tem como finalida-
de reduzir as vibrações e ruídos do sistema
motor–transmissão para o veículo através de
um sistema de molas de amortecimento inte-
gradas.

Curiosidade

Com este conceito, o volante de dupla–inércia oferece as seguintes vantagens:


- Arrancada mais suave do veículo;
- Eliminação do sistema de amortecimento do disco de embreagem, reduzindo sua inércia e
proporcionando mais conforto na troca de marchas;
- Menor desgaste dos anéis sicronizadores do câmbio;
- Mais conforto na dirigibilidade.

Dica

O volante de dupla–inércia não possui reparação interna, por isso não deve ser aberto. Caso
apresente alguma irregularidade deve ser substituído por completo.

36
Treinamento de Serviço
COMPONENTES DO MOTOR

Amortecedor de Vibrações (Damper)


O damper é um componente semelhante ao vo-
lante localizado também na árvore-de-manive-
las porém no lado oposto. Por possuir em seu
interior materiais amortecedores tem a função
de amortecer os impactos torcionais provenien-
tes da árvore de manivelas

Curiosidade

Alguns motores de rotação constante, não se utiliza o Damper

Curiosidade

Nos motores de 6 cilindros a influência do damper é maior , devido ao comprimento da árvore


de manivelas que possui maior torção do que os de 4 cilindros

37
Treinamento de Serviço
COMPONENTES DO MOTOR

Compensador de Massas
O compensador de massas tem a finalidade de
contra-balancear as vibrações inerciais do mo-
tor, permitindo um funcionamento mais suave.

Dica

Para que o compensador de massas cumpra sua função é importante observar certos cuidados
em sua montagem no bloco como paralelismo e folgas entre-dentes, axial e radial. Sem estes
cuidados o motor poderá passar a produzir um ruído caracteristico (chiado ou assobio).

Curiosidade

O compensador de massas tem a função única de oferecer conforto durante o funcionamento


do motor. Sua remoção do motor não provoca a quebra do virabrequim, porém pode provocar
trincas e quebras de outros componentes do motor ou do veículo por excesso de vibração.

38
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Sistema de Injeção de Combustível


O sistema de injeção é o responsável pela ali-
mentação de combustível do motor. Através de
seus componentes, o combustível é pulveriza-
do nos cilindros de maneira precisa e controla-
da. Basicamente, é composto pelas tubulações
de bomba alimentadora, bomba injetora, bicos
injetores e filtros de combustível.

Cabeçote
do motor
Bico injetor

Tubos de
alta
pressão
Retorno

Bico injetor Retorno


Bomba
alimentadora Bomba
injetora

Filtros

Retorno

Tanque
Bomba
Tubos de alta injetora
pressão
Tubos de baixa pressão Retorno
Bomba
Sistema com bomba rotativa alimentadora
(motor 4 cilindros)
Tubos de
Tanque
Filtros baixa
pressão

Sistema com bomba em linha


(motor 6 cilindros)

Dica

O perfeito funcionamento do sistema de injeção é ponto fundamental para o bom funcionamento


do motor. Qualquer problema neste sistema acarretará uma diminuição do rendimento do motor.

39
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Circuito do Óleo Diesel

O óleo diesel é sugado do reservatório ou tan-


que através da bomba alimentadora e pressio-
nado através dos filtros até a bomba injetora. O
combustível, que deve ser totalmente isento de
impurezas e água, passa pela bomba injetora
que o envia, com alta pressão, para cada um
dos cilindros, no momento exato de injeção.
Para o perfeito funcionamento do sistema é sem-
pre enviada uma quantidade maior de óleo, que
garante a quantidade e a pressão do circuito
primário, retornando o excesso de óleo ao de-
pósito através da tubulação de retorno.

Óleo diesel

O óleo diesel, ou gasóleo, é uma substância lí-


quida combustível destilada do petróleo. Seus
componentes básicos são hidrocarbonetos.

Dica

Utilize combustível centrifugado para eliminar a água e outros resíduos, principalmente o enxofre,
que, por serem corrosivos e oxidantes, são extremamente prejudiciais aos componentes do
sistema de injeção do motor.
A bomba injetora rotativa utiliza o próprio óleo diesel para sua lubrificação interna. Qualquer
adulteração no combustível provocará desgaste prematuro na bomba.

40
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Tanque de Combustível

O tanque de combustível é um reservatório fe-


chado que serve para armazenar o combustível
que o motor necessita.

Dica

Limpe-o periodicamente. Mantenha-o sempre cheio para evitar a sucção de impurezas menos
densas presentes na superfície do líquido e a entrada de vapor de água presente no ar ambiente
e condensado com a queda da temperatura durante a noite.

41
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Tubulação de Baixa Pressão

Tubulação de baixa pressão é o circuito forma-


do pelos tubos que conduzem o combustível do
tanque até a bomba injetora. Tem esta denomi-
nação pois é o canal de sucção do combustível.

Bomba Alimentadora

A bomba alimentadora serve para succionar o


combustível do tanque e alimentar a bomba
injetora.

Curiosidade

As bombas injetoras rotativas Bosch possuem bomba alimentadora internamente, não sendo
necessária, muitas vezes, a utilização de bomba alimentadora no circuito.

42
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Filtro de Combustível

Os filtros de combustível são dotados de ele-


mento filtrante descartável e devem reter todas
as impurezas possíveis, sem obstruir e ofere-
cendo a menor resistência possível ao fluxo. A
fim de melhorar a filtragem podem ser coloca-
dos filtros em série.

Cabeçote
do filtro

Elemento
filtrante

Copo

Parafuso de
drenagem

1. Tampa do filtro
2. Admissão do combustível
3. Elemento de papel
4. Carcaça
5. Coletor de água
6. Parafuso de escoamento de água
7. Saída do combustível

Dica

Muitos filtros possuem parafusos em sua parte inferior que servem para se fazer a drenagem do
combustível, isto é, deixar escoar a água que, por ser mais densa, deposita no fundo do filtro.
Esta operação deve ser feita frequentemente afim de preservar o sistema.

43
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Bomba Injetora

A bomba injetora é um conjunto mecânico com-


plexo com a função de injetar o combustível no
momento e na quantidade exata para o funcio-
namento perfeito do motor em qualquer rotação
ou carga.
Existem dois tipos de bombas injetoras aplica-
das nos motores MWM:

Bomba injetora em linha

As bombas injetoras em linha possuem um ele-


mento de bombeamento formado de um cilin-
dro e um pistão, para cada cilindro do motor. O
curso do pistão não é variável. Por isso, para
que seja possível a modificação do volume de
injeção de combustível são usinadas bordas de
controle nos pistões da bomba. O curso deseja-
do é obtido através da regulagem realizada por
uma haste móvel.

Bomba injetora rotativa


A bomba rotativa caracteriza-se por possuir ape-
nas um elemento de bombeamento para todos
os cilindros. A elevação de ressaltos na parte
inferior do disco de comando da bomba rolam
sobre os roletes do anel provocando o movimen-
to de curso. Uma série de componentes de ade-
quação e regulagem automática permitem o
processamento mecânico de outras informações
para o controle do débito, avanço, regulagem
de rotação e partida.

44
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Reguladores de rotação
O regulador de rotação controla a rotação do
motor, evitando que ele tenha sobre-rotação. Ele
aproveita a força centrífuga criada pelos pesos
em movimento para acionar a cremalheira cor-
tando o combustível do motor mesmo que o
acelerador seja mantido na posição máxima.
O regulador permite manter uma rotação cons-
tante no motor, independentemente da carga
aplicada.

Exemplo de um regulador de rotação aplicado em bombas injetoras em linha

45
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Dispositivo de avanço automático


O dispositivo de avanço automático é um con-
junto que permite avançar o ponto de inspeção
quando o motor atinge alto giro, compensando
o atraso da queima. Para fazer esta variação,
ele aproveita a força centrífuga criada por dois
pesos montados na engrenagem de
acionamento da bomba injetora ou acoplamento
de avanço.

Tubulação de alta pressão

São tubos calibrados que conduzem o combus-


tível da bomba injetora ao injetor. Estes tubos
têm a característica de possuir paredes espes-
sas para suportar as altas pressões.

46
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Curiosidade

O comprimento dos tubos de alta pressão em um motor deve ser igual para todos para que não
haja diferença de perda de injeção por atrito e deformação pela pressão alta.

Dica

As tubulações de combustível do motor devem estar sempre muito bem fixadas para que a
vibração do motor não provoque trincas e vazamentos.

47
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Injetor
O injetor é a peça pela qual o combustível che-
ga até a câmara de combustão. Com pequenos
furos calibrados, pulveriza o combustível para
facilitar a combustão. A direção e o ângulo for-
mado pelos jatos são determinados pela furação
do injetor.

Curiosidades

Alguns motores MWM possuem bicos injetores de duplo estágio com o único objetivo de dimi-
nuir o ruído de batida da agulha do bico.

Bicos injetores de duplo estágio Bico injetor convencional

48
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Dica

Sincronismo da bomba injetora é o processo para colocar a bomba em posição correta em


relação ao ângulo de início de injeção do motor. Este procedimento deve ser realizado de acordo
com o manual técnico do motor. Qualquer falha neste processo implicará na injeção fora do
tempo correto, o que pode provocar:
- Falha de funcionamento;
- Fumaça;
- Produção de carbono pela má queima do combustível;
- Desgaste prematuro dos cilindros

Sincronismo de uma bomba injetora

Curiosidades

Fórmula para conversão do ângulo de início de injeção em milímetros de deslocamento do


pistão:

X = R x [ 1 + L / R – cos @ – V (L/R)2 – (sen @)2 ]


X = Distância do pistão APMS em milímetros
R = curso do pistão / 2 - (Série 229 = 60 mm / Série 10 = 64,5 mm / Sprint = 51,5 mm)
L = Distância entre-centro dos furos da biela - Série 229 = 207 mm / Série 10 = 207 mm / Sprint =170 mm
@ = ângulo de início de injeção em graus

* Esta fórmula é válida para qualquer motor. Basta aplicar os valores.

49
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Sistema de Injeção Eletrônica Common


Rail

As crescentes exigências de redução de con-


sumo de combustível, menor poluição e
funcionamento mais silencioso dos motores
Diesel não podem ser atendidas com os siste-
mas de injeção mecânica. Por isto, a MWM uti-
liza em seus modernos motores o sistema de
injeção eletrônica que possibilita melhorá-los em
todos estes aspectos.O sistema utilizado é o
chamado Common-Rail.

1. Medidor de massa de ar
2. Unidade de comando
3. Bomba de alta pressão
4. Acumulador de alta pressão
5. Injetor
6. Sensor de rotação da árvore de manivelas
7. Sensor de temperatura do motor
8. Filtro de combustível
9. Sensor do pedal do acelerador

50
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Este sistema é formado pelos seguintes com-


ponentes:

Bomba de alta pressão

A bomba de alta pressão tem a função


de disponibilizar combustível suficientemente
pressurizado, gerando permanentemente a
pressão do sistema acumulador de alta pres-
são (rail), em todas as condições de funciona-
mento e em toda a vida útil do motor.

1. Eixo de acionamento 10. Válvula reguladora de pressão


2. Ressalto excêntrico 11. Válvula de esfera
3. Elemento da bomba com pistão da bomba 12. Retorno do combustível
4. Câmara do elemento 13. Admissão do combustível
5. Válvula de aspiração 14. Válvula de segurança com furo de estran-
6. Válvula de desligamento do elemento gulamento
7. Válvula de escape 15. Canal de baixa pressão para o elemento
8. Elemento de vedação da bomba
9. Ligação de alta pressão para o Rail

51
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Acumulador de alta pressão (Rail).


O acumulador de alta pressão tem a função
de um reser vatório de combustível
pressurizado. Isto se faz necessário para as-
segurar que, no momento da abertura do injetor,
a pressão de injeção esteja dentro do valor de-
sejado.

1. Rail 5. Retorno do Rail para o tanque de combus-


2. Admissão da bomba de alta pressão tível
3. Sensor de pressão no Rail 6. Limitador de fluxo
4. Válvula limitadora de pressão 7. Tubo para o Injetor

Sensor de pressão do rail.


O sensor de pressão tem a função de medir a
pressão do acumulador com precisão, em curto
tempo, e fornecer sinal de tensão elétrica à uni-
dade de comando.

1. Ligações eletricas
2. Circuito de avaliação
3. Diafragma com elemento sensor
4. Pistão
5. Rosca de fixação

52
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Válvula reguladora de pressão.


Esta válvula tem a função de ajustar e manter a
pressão no rail de acordo com a condição de
carga do motor.

1. Esfera da válvula 4. Mola


2. Induzido 5. Ligação elétrica
3. Eletroimã

Válvula limitadora de pressão.


Esta válvula tem a função de liberar escoamen-
to de combustível quando houver pressão ex-
cessiva do rail, evitando um esforço damasiado.

1. Ligação de alta pressão


2. Válvula
3. Furo de passagem
4. Pistão
5. Mola de pressão
6. Batente
7. Porta-válvula
8. Retorno

53
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Limitador de fluxo
O limitador de fluxo tem a função de fechar a
admissão do bico injetor em caso de excesso
de débito proveniente do rail.

1. Ligação para o injetor


2. Disco de vedação
3. Pistão
4. Mola de pressão
5. Carcaça
6. Ligação para o Rail

54
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Injetor
O bico injetor controla eletronicamente o início
e o volume de injeção de combustível.

Injetor fechado Injetor aberto


(condição de (injeção)
repouso)

1. Retorno do combustível 6. Estrangulador de saída


2. Ligação elétrica 7. Estrangulador de entrada
3. Unidade de ativação (válvula magnética) 8. Câmara de controle da válvula
4. Admissão de combústivel (alta pressão) 9. Pistão de comando da válvula
do Rail 10. Canal de admissão para o injetor
5. Câmara de comando de válvula 11. Agulha do injetor

55
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Unidade de comando
A unidade de comando processa as informações
provenientes dos componentes elétricos e gera
sinais para o gerenciamento de todo o sistema.

1. Bomba de alta pressão


2. Válvula de desligamento de elemento
3. Válvula reguladora de pressão
4. Tubo de alta pressão
5. Acumulador de pressão (rail)
6. Sensor de pressão
7. Válvula limitadora de pressão
8. Limitador de fluxo
9. Injetor
10. Unidade de comando

56
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Sensores
O sistema possui sensores para alimentar a
unidade de comando de informações necessá-
rias para o gerenciamento da injeção.

1. Bomba de alta pressão 20. Sensor de pressão de carga


2. Válvula de ativação de elemento 21. Medidor de massa de ar
3. Válvula reguladora de pressão 22. Turbocompressor
4. Filtro de combustível 23. Atuador de realimentação do gás de
5. Tanque de combustível com pré-filtro e escape
pré-bomba de alimentação 24. Atuador da pressão de carga
6. Unidade de comando 25. Bomba de vácuo
7. Unidade de comando de tempo de 26. Painel de instrumentos com emissão de
encandescência sinal para consumo de combustível, rota-
8. Bateria ção, etc.
9. Acumulador de alta pressão (Rail) 27. Sensor do pedal do acelerador
10. Sensor de pressão do Rail 28. Contatos do freio
11. Limitador de fluxo 29. Contatos da embreagem
12. Válvula limitadora de pressão 30. Sensor de velocidade de marcha (piloto
13. Sensor de temperatura de combustível automático
14. Injetor 31. Elemento de operação do regulador de
15. Vela de pino incandescente velocidade de marcha
16. sensor de temperatura do agente de 32. Compressor do ar condicionado
refrigeração 33. Elemento de operação do compressor do
17. Sensor de rotação do eixo de manivela ar condicionado
18. Sensor de rotação do eixo de comando 34. Indicação de diagnóstico com conexão
19. Sensor de temperatura do ar aspirado para aparelho de diagnóstico
57
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Sistema de Lubrificação

As peças móveis que constituem o motor, cujas móveis do motor. O sistema de lubrificação é
superfícies estão em fricção uma na outra, ge- formado por uma bomba, succionando o óleo
ram calor e provocam desgastes. Esse calor do cárter através do pescador e bombeando-o
gerado pelo atrito pode alcançar temperaturas para a galeria principal. Nos motores
tão altas que fazem fundir as peças uma nas turboalimentados, o óleo passa pelo trocador de
outras. O recurso utilizado para reduzir esse calor onde é resfriado e caminha em direção ao
atrito é fazer fluir uma película de óleo lubrifi- filtro. A partir deste ponto o óleo é enviado pela
cante entre estas peças. galeria a todas as partes móveis do motor:
O sistema de lubrificação é responsável pela mancais principais, mancais da árvore de co-
condução do óleo lubrificante a todas as partes mando, cabeçotes, balancins, etc.

Balancim
Turbo
Válvula
Vareta
Bomba
Injetora
em linha Pistão
Retorno
Tucho Comando

Retorno

Árvore de Radiador
manivelas Ejetor de de óleo
óleo

Filtro

Retorno
Bomba
de óleo
Pescador

Cárter

58
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Cárter

É o reservatório de óleo lubrificante, situado na


parte mais baixa do motor.Tem função de tam-
pa inferior do motor e pode também auxiliar na
estrutura do veículo, principalmente em veícu-
los agrícolas para trabalhos em terrenos extre-
mamente acidentados.

Curiosidade

No cárter o óleo também é resfriado através da superfície de contato com o ar ambiente.

59
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Bomba de Óleo

Acionada pela árvore de manivelas, a bomba


de óleo lubrificante faz circular o óleo do cárter
e envia-o sob pressão para todas as partes mó-
veis do motor através da galeria e orifícios

Engrenagem
acionadora

Saída de
Engrenagens óleo para
Internas o motor

Entrada de
óleo do cárter

60
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Válvula Limitadora de Pressão

As válvulas limitadoras, também conhecidas


como válvulas de alívio, são responsáveis pela
limitação da pressão no sistema de lubrificação,
principalmente quando o óleo está frio e denso
(nesse momento o seu escoamento através das
folgas entre as peças torna-se mais lento, e a
pressão se eleva muito) ou quando se aumenta
a rotação do motor (o volume de óleo em circu-
lação aumenta muito). A válvula limita esse pos-
sível aumento da pressão.
O excesso de pressão no sistema pode provo-
car vazamentos internos e externos no motor.

Filtro de Óleo

O processo de filtragem é integral, isto é, todo o


óleo lubrificante é forçado a passar pelo filtro.
O filtro é localizado em local de fácil acesso onde
receberá o óleo da bomba filtrando-a para a
galeria principal.
Sua finalidade é a de reter todas as particulas
de sujeiras em suspensão no óleo lubrificante.
Dentro do filtro existe uma válvula de seguran-
ça com a finalidade de proteger o sistema ga-
rantindo a lubrificação numa eventual obstrução
total do filtro. Nesse caso, a válvula de seguran-
ça se abre automaticamente e faz o fluxo se
desviar do filtro e diretamente para a galeria do
bloco do motor.

61
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

No filtro uma membrana evita o retorno de óleo,


mantendo o sistema sempre cheio.

Quando o motor para o óleo tende a


voltar para o cárter mas é impedido pela
membrana

Uma válvula de alívio garante o fluxo de óleo


numa eventual obstrução do elemento filtrante.
Neste caso a válvula se abrirá e o óleo, mesmo
não filtrado, seguirá passando evitando a falta
de óleo no motor.
Por isso, se faz muito importante a troca perió-
dica do filtro.

O óleo filtrado entra no bloco passando pela


galeria principal e segue através de canais até
os componentes do motor que necessitam de
lubrificação.

Filtro Livre

62
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Óleo Lubrificante

A função do óleo em um motor Diesel é muito


mais do que a simples lubrificação dos seus
componentes móveis internos. Um bom óleo é
desenvolvido também para proteger as superfí-
cies metálicas contra a corrosão, refrigerar, ve-
dar e reduzir o nível de ruído.
O óleo lubrificante de motores é constituído de
uma base mineral ou sintética com a adição dos
seguintes aditivos:

- Anti-oxidantes = agem quimicamente com - Anti-espumantes = agem na espessura das


o oxigênio evitando a oxidação dos metais; bolhas de espuma eliminando-as;
- Detergentes = reduzem a formação de pla- - Melhoradores de viscosidade = proporcio-
cas e depósitos; nam ao óleo uma menor sensibilidade às
- Dispersantes = impedem a aglomeração de mudanças de temperatura;
borras; - Anti-desgastante = formam uma camada
- Anti-corrosivos = reduzem o desenvolvimen- protetora nas superfícies metálicas
to de substâncias ácidas;

Sistema de Classificação de Tipos de Óleo

Society Of Automotive Engineering American Petroleum Institute


(Sociedade de Engenharia Automotiva) (Instituto Americano de Petróleo)

SAE 15W 40 API CF


A + Antigo
Obsoletos B
C
Temperatura Mínima Nível de Modernidade
Admissível (-150C) Temperatura máxima (Ordem alfabética) D
W= Winter (Inverno) admissível (+ 40) E
Denominação para
F
{

motores diesel
G + Moderno
óleo
multiviscoso

Dica

Não é recomendado que se misture diferentes marcas de óleos em um mesmo motor, pois
aditivos de fabricantes diferentes podem reagir entre si provocando a deterioração do óleo.

63
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Curiosidade

Quanto mais moderno é o óleo (multiviscosos de classificação mais recente) melhor é o


desempenho de seus aditivos.

Dicas

O prolongamento da vida útil do motor está diretamente ligado a qualidade do óleo lubrifi-
cante utilizado, à prevenção contra a entrada de contaminantes externos, principalmente
água, combustível e poeiras, e a troca periódica do filtro de óleo
Para saber quais os óleos lubrificantes recomendados consulte sempre o manual do motor.
Para que o óleo lubrificante atue nessas funções, as manutenções devem ser feitas e segui-
das de acordo com as informações técnicas dos manuais, como:
Verificação do nível de óleo, a troca do filtro, o tipo de óleo recomendado na escolha da
viscosidade (SAE), a classificação do serviço (API), e a quilometragem da troca de óleo de
acordo as condições de trabalho de cada veículo.

Principais causas
Água no óleo:
- Falha na vedação das camisas úmidas;
- Trinca de camisa, bloco ou cabeçote;
- Falha na vedação da junta de cabeçote.
Óleo na água:
- Falha de vedação no radiador de óleo;
- Falha no compressor de ar;
- Trinca de bloco.
Combustível no óleo:
- Vazamento da bomba alimentadora;
- Falha na vedação do bico injetor.

64
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Curiosidade

A lubrificação dos cilindros é feita através do salpico de óleo pelo movimento da árvore de mani-
vela e das bielas e com o controle dos anéis de óleo.

Sistema de lubrificação por salpique

65
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Lubrificação dos Cilindros

Ejetores de Óleo

Nos motores turboalimentados, onde as tempe-


raturas nas câmaras de combustão dos pistões
são ainda mais elevadas, se faz necessária a
utilização de ejetores de óleo na parte inferior
do pistão para auxiliar no arrefecimento e evitar
engripamentos.

Nos motores TD 229 o arrefecimento dos êmbolos é feito


por injetores que esguicham óleo em sua parte inferior

Dica

O que pode provocar consumo excessivo de óleo lubrificante

Todos os motores de combustão interna consomem naturalmente uma parcela previamente especificada
de óleo lubrificante durante o processo de queima de combustível.
Os motores MWM em geral têm um limite de consumo máximo de 0,5% óleo lubrificante em relação ao
óleo combustível (Diesel) consumido, ou seja, para cada 100 litros de óleo Diesel consumido pode ser
consumido até e no máximo, ½ (meio) litro de lubrificante.
Se o valor exceder ½ (meio) litro por 100 litros de Diesel, temos um caso de “consumo excessivo de
óleo lubrificante”.
Em condições de operação e manutenção normais, somente o desgaste dos componentes móveis do
motor, com o passar do tempo, poderá fazer com que o motor passe a consumir óleo lubrificante.
Porém, outros fatores podem fazer com que o motor passe a consumir óleo lubrificante acima do normal:
- Entrada de impurezas por falha na filtragem do ar;
- Excesso de carga no motor;
- Excesso de funcionamento em marcha-lenta;
- Óleo de má qualidade.
Antes de verificar se o motor realmente está consumindo óleo acima do especificado, não esqueça
também de verificar se não há vazamentos pelos retentores, tubulações, cárter, turbo, conexões, etc.

66
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Dica

Diagnose de consumo excessivo de óleo:


As dimensões, geometria e material dos anéis, pistões, camisas e guias de válvulas originais,
não estando desgastados, são garantidos pelo padrão de qualidade das Peças Originais
MWM. Portanto na operação e manutenção dos motores MWM, os itens abaixo são
fundamentais para que o consumo de óleo permaneça dentro do especificado:

1. Evite completamente a entrada de impurezas (poeira, areia, terra, fuligem, etc.) para o
motor. Verifique constantemente as condições dos filtros de ar e as vedações das
mangueiras e tubos de entrada de ar, substituindo-os quando necessário.
2. Utilize somente tipos e marcas de óleos recomendados pela MWM ou pelo fabricante do
veículo/equipamento. Um óleo com viscosidade fora da categoria exigida ou de baixa
qualidade pode provocar consumo excessivo de óleo.
3. Camisas espelhadas por trabalho contínuo em marcha-lenta ou sem carga ou por falta
de manutenção nos bicos injetores (lavagem de camisa)

Estas ocorrências são causas das principais reclamações com recusa de garantia.

67
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Sistema de Arrefecimento

Um motor moderno, em geral, aproveita somente arrefecimento é o responsável pela troca de calor
algo em torno de 30% da energia do combustí- do motor com o meio ambiente, regulando sua
vel para o movimento. Os outros 70% são elimi- temperatura de trabalho. O calor é transmitido
nados através de calor. Isto varia de um mode- ao fluido de arrefecimento que circula no bloco
lo de motor para outro, ou mesmo de um mes- e cabeçotes do motor e posteriormente dissi-
mo motor com versões turboalimentadas e pós- pado para o ambiente ao passar pelo radiador.
arrefecidas. A parte da energia do combustível Um bom funcionamento do sistema de
transformada em calor no interior do motor deve arrefecimento é de suma importância, pois
ser dissipada para manter o motor a uma tem- performance, vida dos componentes internos e
peratura de trabalho ideal, onde maior eficiên- consumo de combustível são afetados quando
cia e durabilidade são obtidas. O sistema de o motor opera fora da faixa de temperatura re-
comendada.

Cilindros

Sensor de Temperatura

Circuito de Arrefecimento do Motor MWM Sprint

68
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Bomba d’água

A tendência natural de circulação da água, cha-


mada de efeito termo-sifão, ocorre naturalmen-
te. Quando ela é aquecida, fica mais leve e por
si só procura o ponto mais alto do motor subin-
do do bloco para o cabeçote e em seguida, para
o radiador por intermédio da mangueira. A bom-
ba d’água é responsável pelo auxílio nesta cir-
culação de água em todo sistema de
arrefecimento do motor. O acionamento da bom-
ba d’água é feito pela árvore de manivelas por
intermédio da correia ou por engrenagem.

Válvula Termostática

A função da válvula termostática é a de contro-


lar a temperatura do motor. Elas possuem um
bulbo com cera que se expande ou contrai em
função da temperatura do fluido que a envolve.
Este bulbo com cera controla mecanicamente a
válvula que abre e fecha a passagem do fluido
de arrefecimento do motor à entrada da bomba
d’água, ou ao radiador. Quando o fluido de
arrefecimento atinge a temperatura de trabalho,
as válvulas se abrem fazendo parte do fluxo
passar para o radiador.
A válvula termostática exerce duas tarefas mui-
to importantes: 1ª Tarefa

1ª Quando fechada acelera o processo de aque-


cimento do motor até a temperatura ideal de
funcionamento, impedindo a circulação de
água pelo radiador. Neste caso a água circu-
la somente entre a bomba, bloco, cabeçote
e novamente a bomba.
2ª Mantém a temperatura do motor em nível ide-
al para o bom funcionamento, isto é, a tem-
peratura é mantida entre 80° a 120°C, atra-
vés da regulagem da abertura e fechamento
da passagem para o radiador.

2ª Tarefa

69
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Válvula veja a 1ª tarefa


termostática

Bomba
d’água

Cilindros

Ventilador

Situação com motor frio

veja a 2ª tarefa

Situação com motor quente

70
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Dica

O motor, nunca deve trabalhar sem a válvula termostática pois isto pode provocar o aumento do
consumo de combustível, aumento do acúmulo de carvão nos pistões, fumaça no escape, entre
outras falhas.

Radiador

É um reservatório de água, composto de aletas,


conhecidas por colméias, que formam uma gran-
de superfície de dissipação do calor.
O radiador é feito de metais para a dissipação
rápida de calor.

71
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Ventilador

Situado junto ao radiador, este componente em


forma de espiral, força a passagem do ar pelas
aletas, acelerando o processo de troca do ca-
lor.
O acionamento do ventilador pode ser por em-
breagem viscosa, motor elétrico, polia eletro-
magnética, simplesmente por polia e correia

Tampa Pressurizadora

Pode estar localizada no próprio radiador ou no


tanque de expansão. É provida de duas válvu-
las:
1ª Com a função de formar pressão no siste-
ma de arrefecimento acima da pressão at-
mosférica, provocando assim a elevação da
temperatura da ebulição d’água. Isto faz com
que a água ferva a temperaturas superiores
a 100°C independente da altitude geográfi-
ca da região.
2ª Com a função de respiro para equilibrar a
pressão interna na queda da temperatura
do motor. Durante a noite, em repouso, o
motor vai se esfriando e a água do sistema
se contrai, diminuindo de volume. Neste
momento a válvula permite a entrada de ar.
Caso isto não aconteça, ocorrerá a restri-
ção dos dutos do radiador, pela formação
de vácuo no sistema, além de rompimento
de juntas e mangueiras.

Dica

Verifique sempre as condições desta tampa pois, em muitos casos, ela influencia na ocorrência
de casos de super-aquecimento.

72
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Tanque de Expansão

É um reservatório incorporado ao sistema de


arrefecimento, com a finalidade de receber o
volume de água proveniente da expansão pelo
aquecimento e de reintegrar esta água ao siste-
ma, quando da contração do volume pelo
resfriamento do sistema (durante o repouso).

Dica

Diagnose de superaquecimento de motores

1. Verifique se a indicação está correta no indicador de temperatura no painel;


2. Verifique o correto funcionamento do relê e/ou sensor de temperatura;
3. Verifique se a bomba injetora não está adulterada, sem lacre e devidamente regulada e
sicronizada (ponto de Injeção);
4. Verifique se não há um sistema de ar-condicionado ou outro equipamento não–original;
5. Efetue a sangria do sistema eliminando bolhas de ar;
6. Verifique e limpe, se necessário, o radiador interna e externamente;
7. Certifique-se de que o sistema possui a proporção correta de aditivo;
8. Confira se a tampa pressurizadora do radiador / tanque de expansão está funcionando
corretamente;
9. Verifique se o ventilador está funcionando corretamente;
10. Verifique o correto funcionamento da(s) válvula(s) termostática(s);
11. Verifique o estado da carcaça e do assentamento da(s) válvula(s) termostática(s);
12. Verifique o estado da bomba d’água;
13. Verifique a correta regulagem da folga das válvulas de admissão e escape;
14. Certifique se não há passagem de ar do compressor, quando este existir, para o sistema
de arrefecimento;
15. Confira a protusão das camisas – altura do colarinho à face do bloco

Operações não recomendadas, que podem provocar superaquecimento do motor:

1) Remoção das válvulas termostáticas;


2) Diminuição ou aumento do débito da bomba injetora;
3) Instalação de equipamentos não – originais;
4) Sobre – carga do motor (excesso de carga do veículo ou do equipamento).

73
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Sistema de Ar, Admissão e Escape

O sistema de ar é planejado para suprir o motor Existem três tipos de sistema são os mais usu-
de ar limpo (oxigênio) e em quantidade que ga- ais em motores diesel, o sistema de aspiração
ranta o melhor rendimento do combustível du- natural, o sistema turboalimentado e o
rante seu funcionamento. O circuito envolve a turboalimentado com pós-arrefecimento.
admissão do ar, filtragem, participação na com-
bustão e exaustão para o meio exterior.
O ar aspirado pelo motor deverá passar obriga-
toriamente por um filtro de ar de boa qualidade,
pois ele é responsável pela retenção das impu-
rezas contidas no ar ambiente.

Dica

Uma boa eficiência de filtragem do ar de admissão é fundamental para a vida útil do motor.
Conexões soltas, trincas na tubulação de sucção e vazamentos no coletor de admissão podem
provocar a entrada de pó e impurezas no motor. Como conseqüência destas falhas poderão
surgir problemas como quebra do rotor do turbocompressor e rápido desgaste dos anéis e
cilindros. Nos motores turboalimentados, vazamentos pelo coletor de admissão e escape pode-
rão causar excesso de fumaça e perda de potência.

74
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Sistema de Aspiração Natural

Neste sistema, o ar é admitido para dentro do


cilindro pela diferença de pressão atmosférica,
provocada pela sucção decorrente do movimen-
to descendente dos pistões, passa pela
filtragem, caminha através do coletor de admis-
são e alcança a câmara de combustão.
Após a combustão, os gases resultantes da quei-
ma são empurrados pelos pistões através do
coletor de escape para o meio exterior.

Circuito de ar de um motor naturalmente aspirado

75
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Sistema Turboalimentado
O turbocompressor, conhecido popularmente
como turbo, é basicamente uma bomba de ar.
O turbocompressor tem a função de comprimir
fazendo caber mais massa de ar dentro do mes-
mo volume das câmaras de combustão e isto,
conseqüentemente, favorece a combustão de
mais combustível, gerando mais potência e
torque no motor.

escapamento

eixo

compressor

Circuito de ar de um motor turboalimentado

Os gases quentes de escape que deixam o


motor após a combustão fazem girar o rotor da
turbina. Este rotor é ligado a um outro rotor por
um eixo. A rotação do rotor da turbina provoca a
rotação, na mesma velocidade, do rotor do com-
pressor. A rotação do rotor do compressor puxa
o ar da atmosfera, o comprime e o bombeia para
dentro do motor.

Curiosidade

Um motor turboalimentado pode ter uma potência de até 40% maior do que teria sem o turbo.

76
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Sistema Turbo Alimentado (cont.)


Curiosidade

Características do turboalimentador:
• Dá a possibilidade a um motor pequeno de ter a mesma potência que um motor muito maior
• Torna motores maiores ainda mais potentes
• Auxilia na redução da emissão de gases poluentes, pois o turbo injeta mais ar ao motor fazendo
com que a combustão seja mais completa e mais limpa
• Diminui o consumo de combustível. A perda de calor pelo atrito aumenta drasticamente com o
aumento do tamanho do motor. Menores, os motores turboalimentados aproveitam melhor a ener-
gia desperdiçando menos energia por calor e atrito
• Previne a perda de potência e a emissão de fumaça preta em grandes altitudes

Motor sem turbo Motor com turbo


+ fumaça - fumaça
- desempenho + desempenho
Altitude

Performance

Um turboalimentador, devidamente dimen-sionado em um motor, mantém a mesma pressão que a


atmosférica ao nível do mar, enquanto que um motor aspirado perde potência enquanto ganha altitu-
de.

Dica

A MWM não recomenda que sejam montados turbos em motores originalmente aspirados . Esta
atitude implica em uma carga maior que pode provocar desgaste prematuro e redução da vida
útil do motor

77
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Aftercooler (Intercooler) - Pós - Arrefecimento

O ar comprimido sai da carcaça do compressor


muito quente, por causa dos efeitos da compres- Turbina
são e do atrito. O calor provoca a expansão dos Compressor
fluídos diminuindo a sua densidade. Então, tor-
na-se necessário fazer com que o ar se resfrie
de alguma maneira antes de ser recebido pelas
câmaras de combustão do motor. Isto é o que
faz o aftercooler ou intercooler. Ele reduz a tem-
peratura do ar admitido fazendo com que ele
fique ainda mais denso quando entra na câma-
ra. O cooler também ajuda a manter a tempera-
tura baixa dentro da câmara de combustão.

O cooler localiza-se no circuito de ar entre o turbo e o


cilindro do motor

Dica

Um compressor convencional pode girar a uma rotação de 100.000 rpm ou mais. Por isso, alguns
cuidados de lubrificação e operação são necessários. Muitas das falhas nos turbos são causadas
pela deficiência de lubrificação (atraso na lubrificação, restrição ou falta do fluxo de óleo, entrada
de impurezas no óleo, etc.) ou pela entrada de objetos ou impurezas pelo rotor da turbina ou do
compressor.
Antes de desligar o motor, aguarde 30s em marcha-lenta para que o turbo reduza sua rotação

Entrada de ar
Coletor de escape

Intercooler

Coletor de admissão

Circuito de ar em motores com pós-arrefecimento

78
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Waste Gate

São válvulas que ajudam o controle da rotação


da turbina (enchimento de ar) aliviando o ex-
cesso de pressão de escape pela carcaça da Coletor de
turbina. Podem ser parte integrante da carcaça admissão
do turbo ou montada a ela. São ativadas por
diafragmas ou cilindros e pistões enchidos com
ar ou óleo. Quando abertas, o excesso da pres-
são de escape é liberado pela carcaça da turbi-
na, direcionado para o sistema de escape e ex-
Válvula
pelido para a atmosfera.

Acionador

Haste

Dica

Como maximizar a vida útil do turbo:


• Acelere o motor apenas após o motor atingir a pressão normal do óleo - Acelerar o motor
imediatamente após a partida pode forçar o turboalimentador a operar em máxima rotação
sem que seus mancais estejam devidamente lubrificados.
• Reduza a temperatura e a rotação do turbo antes de desligar o motor - Quando o motor é
desligado a sua bomba de óleo pára de funcionar. Porém o turbo, devido à inércia, ainda
continua girando por um tempo até parar por completo sem a devida lubrificação. Para evitar
este problema, funcione o motor em marcha-lenta durante aproximadamente 30 segundos
para que o turbo atinja sua temperatura e rotação mínimas com pressão de óleo de trabalho.
Isto irá prevenir que o turboalimentador opere sem lubrificação.
• Pré-lubrifique o turboalimentador após a troca de óleo ou outro serviço que envolva o dreno
de óleo - Acione o motor de arranque algumas vezes antes de dar a partida no motor. Depois
funcione o motor e permita que ele funcione em marcha-lenta por um período para estabelecer
uma completa circulação e pressão de óleo antes de aplicar altas rotações e carga.
• Dê partida no motor e deixe-o funcionar em marcha-lenta antes de operar em altas rotações
quando houver baixas temperaturas ambientes, ou quando o motor estiver sendo reativado
após um longo período sem funcionar.
• Evite funcionar o motor em marcha-lenta por períodos prolongados. A combinação de baixas
pressões na turbina e no compressor e baixa rotação do eixo podem permitir que o óleo
penetre pelos retentores para os rotores podendo danificá-los.

79
Treinamento de Serviço
SISTEMAS DO MOTOR

Sistema de Distribuição

O sincronismo dos componentes do motor é feito


através de sistemas de correias ou engrenagens.

Distribuição por engrenagens do motor MWM Sprint

80
Treinamento de Serviço
METROLOGIA APLICADA

Paquímetro (Cálibre de Cursor)

O paquímetro tem a mesma função que a ré- Para se medir com o paquímetro é necessário
gua e é utilizado para medições de dimensões considerar o seguinte:
e desgastes nas peças com precisões inferio- O Nônio está dividido em 10 partes, e cada uma
res a 1mm. corresponde a 0,1 mm. As 10 partes do Nônio
É composto por uma haste graduada em milí- são iguais a 9 partes da escala principal, por-
metros e polegadas como a régua. Sobre esta tanto quando os zeros coincidirem, as distânci-
haste desliza um “cursor” que pode ser fixado as entre os traços “1” do Nônio e o 4. traço da
em qualquer posição. escala corresponderão a um décimo de milíme-
No cursor existe uma escala especial chamada tro (0,1); o traço “2” do Nônio e o 8. da escala
“Nônio ou Vernier”. principal corresponderá a dois décimos de milí-
O Nônio ou Vernier, de acordo com seu tipo, metros (0,2) e assim por diante.
permite leituras, em décimos (0,1) e centésimos A escala principal indica os milímetros e o Nônio
(0,01) de mm. indica os décimos de milímetros.

81
Treinamento de Serviço
METROLOGIA APLICADA

Dica

Na sequência a seguir, aparece a escala e o nônio do paquímetro apresentado na figura anterior.


Observe a coincidência dos traçõs na leitura das medidas.

As leituras acima fazem parte de um paquímetro com as seguintes características:


Capacidade da escala - de 0 a 200 mm
Capacidade de medição - de 0 a 160 mm
Menor divisão da escala - 1 mm
Total de divisões do nônio - 20
Aproximação - 0,05 mm

Conservação do paquímetro
Lembre-se que o paquímetro é um instrumento de precisão.
- Não aperte demais as peças a medir entre as pontas do paquímetro isto pode amarrar a peça
e o paquímetro adulterando a medição e descalibrando o instrumento.
- Nunca use o paquímetro esfregando–o contra a peça, pois causará desgastes na peça e no
paquímetro adulterando a medição e descalibrando o instrumento.
- Evite pancadas e choques no paquímetro, pois isso provoca descalibração.
- Guarde- o sempre limpo e levemente lubrificado, depois de usá-lo, em estojo apropriado.
- Leve-o periodicamente para aferição em institutos especializados.

82
Treinamento de Serviço
METROLOGIA APLICADA

Micrometro
Micrômetro
Micrômetro

É um instrumento de medição que pode medir


dimensões ainda menores do que o paquímetro
pode medir.

Na borda chanfrada do tambor, estão marca-


dos 50 espaços iguais (Escala Circular). Cada
espaço corresponde a um centésimo de milí-
metro (0,01mm).
Quando giramos o tambor, a distância entre o
eixo e a bigorna muda de um centésimo de mi-
límetro (0,01mm).

83
Treinamento de Serviço
METROLOGIA APLICADA

O cilindro L tem uma escala com marcas acima


e abaixo de uma linha chamada de referência.
Iniciando o giro do tambor do zero da linha refe-
rência, ao ser completada uma volta, o espaço
entre o eixo e a bigorna será de 50 centésimos
de milímetros (0,50mm) e a leitura será feita no
primeiro traço abaixo da linha de referência.
Dando-se desta marca uma outra volta no tam-
bor, o espaço entre a bigorna e o eixo será de
100 centésimos (1 mm) e a leitura será feita no
primeiro traço da linha de referência.
Portanto os traços acima da linha de referência
registram os milímetros e equivalem a duas vol-
tas do tambor. Os traços abaixo da linha de re-
ferência registram meia volta do tambor e equi-
valem a 50 centésimos de milímetros.
A linha de referência serve também como base
para a leitura das marcações em centésimos li-
das na escala do tambor.
Para fazer uma medição correta com o
micrômetro, proceda da seguinte maneira:
1. Segure o micrômetro pela “armação”.
2. Afaste o eixo da bigorna.
3. Coloque a peça a medir entre o eixo e a
bigorna do micrômetro.
4. Vire o tambor usando a catraca até ajus-
tar a peça.
5. Faça a leitura nas escalas do micrômetro.
6. Vire o tambor em sentido contrário para
livrar a peça medida, antes de removê-la,
para não danificar o instrumento.

84
Treinamento de Serviço
METROLOGIA APLICADA

Dica

Se o micrômetro usado não possui catraca, faça a regulagem da peça levemente. O uso de
pressão maior poderá inutilizar o aparelho em pouco tempo.

Exemplo de leitura em um micrômetro convencional com as seguintes caracteristicas técnicas.


• Capacidade de medição 0 a 25 mm
• Menor divisão da escala fixa 0,5 mm
• Total de divisões da escala móvel 50
• Aproximação 0,01

85
Treinamento de Serviço
METROLOGIA APLICADA

Dica

Conservação do Micrômetro
- Os micrômetros devem ser limpos cuidadosamente com uma pano seco e limpo. Lubrificado
com óleo fino e guardado em estojo apropriado, para protege-lo contra poeira, etc.
- Nunca use o micrômetro para medir peças em movimento.
- Nunca faça pressão excessiva no tambor ao ajustar o micrômetro na peça.
- Nunca abra o micrômetro, segurando-o pelo tambor e girando-o sobre impulso, porque irá
danificar a rosca.
- Leve-o periodicamente para aferição em institutos especializados.
- Nunca ponha o micrômetro no bolso; principalmente se o bolso estiver sujo.

Leitura do Micrômetro para interiores de três contatos (súbito)

O micrômetro para interiores permite a medi-


ção de furos com precisão. O seu mecanismo
interno é bastante preciso e delicado, necessi-
tando de boa conservação, limpeza e todo cui-
dado durante o uso.
Micrômetro de profundidade, para medição de
ressaltos, rebaixos, etc.
Jogo de micrômetros para medições internas,
furos, rebaixos, etc.
Micrômetro de embutir, para dispositivos espe-
ciais de medição.

86
Treinamento de Serviço
METROLOGIA APLICADA

Relógio Comparador

O relógio comparador é um instrumento que Os ponteiros dos mostradores externo e interno


compara medidas nos informando a distância estão acoplados a um mesmo sistema, coman-
entre elas. dados por uma haste móvel. Quando a haste
O mostrador exter no tem duas escalas móvel é comprimida ou alongada os ponteiros
centesimais, cada traço valendo um centésimo giram indicando uma determinada medida.
de milímetro (0,01 mm). Ao efetuar as medições, é necessário dar uma
Uma escala tem a numeração de 0 à 100 dis- certa pressão na haste para que esta efetue o
posta no mesmo sentido do movimento dos pon- curso nos dois sentidos.
teiros do relógio, a outra também numerada de
0 a 100, tem a numeração em sentido contrário.
Esta disposição serve para facilitar a leitura do
instrumento a segunda que o pino apalpador é
comprimido ou extendido. O mostrador interno
está graduado em escala milimétrica, cada vol-
ta do ponteiro maior (escala externa) equiva-
lendo a um milímetro na escala interna. O mos-
trador interno também está numerado em duas
escalas. No sentido inverso das escalas do mos-
trador externo, ambas numeradas de 1 a 10.

87
Treinamento de Serviço
METROLOGIA APLICADA

Dica

Os cuidados recomendados para o micrômetro são extensivos ao relógio comparador.


Leve-o periodicamente para aferição em institutos especializados.
Este tipo de instrumento tem os mais diversos empregos, relacionados com uma série de tipos
de suportes especiais.

88
Treinamento de Serviço
METROLOGIA APLICADA

Torquímetro (Chave Dinamométrica)

É uma chave especial com dispositivo de medi-


ções de tensão com a função de medir o esfor-
ço de aperto (torque).
Os tipos mais comuns são: de estalo, de pontei-
ro e de relógio.
A precisão na medida do aperto depende do
estado de conser vação e aferição do
torquímetro, do tipo de rosca e lubrificação do
parafuso e da atenção do operador.
Para uma medição de aperto com boa preci-
são, é preciso que as roscas dos parafusos es-
tejam bem limpas.

Dica

- Os torquímetros devem ser guardados limpos e em locais apropriados.


- Verifique se a capacidade do torquímetro é compatível com o aperto a ser dado.
- Leve-o periódicamente para aferição em institutos especializados.

89
Treinamento de Serviço
METROLOGIA APLICADA

Goniômetro - Torque - Ângulo

O goniômetro é um instrumento de medição de


deslocamento angular. Em motores, o
goniômetro é utilizado na medição do aperto de
parafusos de fixação especificado em desloca-
mento angular (graus).
A leitura do goniômetro não apresenta grandes
dificuldades, porque permite uma verificação
direta. A ponta da lâmina ou o traço de referên-
cia do instrumento indica a coincidência na es-
cala graduada.

Curiosidade

Alguns parafusos dos motores MWM têm aperto especificado em torque-ângulo. O aperto torque-
ângulo especificado é o único aperto que garantirá a perfeita força de fixação do parafuso. Em
parafusos com especificação em torque-ângulo, aplicar torque-força convencional (em kgf.m),
não se obterá nenhuma segurança de que foi aplicado o aperto necessário, gerando um alto risco
de quebra do parafuso ou do componente.

Dica

Para que um parafuso desempenhe plenamente a sua função é de suma importância a forma
que é realizado o seu aperto. Sempre que fizer montagem de qualquer conjunto ou peça, procure
a tabela de especificação de aperto e faça a montagem tecnicamente, obtendo as recomendações
dos manuais.

90
Treinamento de Serviço
METROLOGIA APLICADA

Cálibre de Lâminas

O bom desempenho dos motores depende, en-


tre outros fatores, da perfeita regulagem das
folgas das válvulas.
O cálibre de folga é um instrumento usado para
medição destas folgas, recomendadas pelo fa-
bricante do motor.
O mais usado é o tipo “canivete” constituído de
um jogo de lâminas, articuladas em um “cabo
estojo”. Cada lâmina determina uma espessu-
ra.

Folga de válvula

Cálibre de Raios

A execução do raio de concordância é um re-


curso utilizado na construção de componentes
mecânico para aumentar sua resistência mecâ-
nica. A medida do raio de concordância deve
ser feita com um cálibre de raios.

91
Treinamento de Serviço
NOTAS
NOTAS

92
Treinamento de Serviço
CONVERSÕES DE UNIDADES

Tabela de Conversão de Unidades


Como utilizar:

Multiplique o valor pelo número na tabela correspondente à unidade da coluna da esquerda,


para a unidades desejada na linha superior.

Unidade Desejada

=
Unidade atual = X valor

Comprimento e Distância

terrestre

náutica
milhas
jardas

milha
mm

pol
cm

km


m

mm 1 0,1 0,01 10-6 0,039369 0,00328 0,00109 / /


cm 10 1 0,01 10-5 0,3937 0,0328 0,0109 / /
m 1000 100 1 0,001 39,36996 3,2808 1,0936 / /
6 5
km 10 10 1000 1 39380 3280,8 1093,6 0,6214 0,5396
pol 25,4 2,54 0,0254 / 1 0,08333 0,278 / /
pé 304,8 30,48 0,3048 / 12 1 0,333 / /
jardas 914,4 91,44 0,9144 / 36 3 1 / /
milha
/ / 1609,3 1,6093 63360 5280 1760 1 /
terrestre
milhas / / / 1,8532 / / / / 1
náutica

Área / Superfície
2
terrestre

hectare
2
jardas
milha
acre
2
2

2
pol
cm

km
2


m

cm2 1 0,0001 0,155 / / / / / /


m2 10000 1 1550 10,76 0,0002471 10-6 / 1,196 /
pol2 6,452 0,000645 1 0,006944 / / / 0,0007716 /
pé2 929,03 0,0929 144 1 / / / 0,111 /
acre / 4047 / / 1 0,00405 0,00156 4839,963 0,4047
km / 1000000 / / 247,1044 1 0,386 1195990 100
milhas
/ / / / 639,9974 2,59 1 3097600 258,9988
terrestre2
2
jardas 8361,274 0,836 1296 9 / / / 1 /
hectare / 10000 / / 2,471 0,01 0,00386 11959,9 1

Tempertura

°F= 9 °C + 32
5
°C= 5 (°F -32)
9
93
93
Treinamento de Serviço
CONVERSÕES DE UNIDADES

Massa

onça

libra
utm
kg
g g 1 0,001 0,03527 / /
kg 1000 1 / 0,102 2,205
onça 28,35 / 1 / 0,0625
utm / 9,8 / 1 21,62
libra / 0,4535 16 0,04625 1

Torque

lbf.pé
kgf.m
Nm

Nm 1 0,10197 0,73756
kgf.m 9,80665 1 7,233
lbf.pé 1,3558 0,1382552 1

Força
kgf

lbf
N

N 1 0,10197 0,2248
kgf 9,80665 1 2,2046
lbf 4,448 0,4536 1

Volume
americano

britânico
cm3 (cc)

galão

galão
jarda
litro
3
pol

3
3


m

cm3 1 0,06102 0,000001 0,001 / / / /


3
pol 16,388 1 / 0,016387 / 0,0005787 / /
m3 1000000 61023,74 1 1000 1,308 35,3134 264,1721 219,9692
litro 1000 61,024 0,001 1 0,00131 0,03531 0,2642 0,2199
jarda3 764554,9 46656 0,76455 764,5549 1 27 201,974 168,1785
pé3 28316,85 1728 0,02832 28,32 0,037 1 7,48 6,2288
galão 3785,412 231 0,003785 3,785 0,00495 0,13368 1 0,83267
americano
galão 4546,092 277,42 0,004546 4,546 0,005946 0,16054 1,2 1
britânico

94
Treinamento de Serviço
CONVERSÕES DE UNIDADES

Potência

lbf.pé/min
mkgf/min
kcal/min

btu/min
kW

hp
cv
cv 1 0,7355 0,9868 10,537 / / /
kW 1,3596 1 1,341 / 56,91965 / 44253,73
hp 1,0134 0,7457 1 / 42,445 / 33000
kcal/min 0,0949 / / 1 3,968 426,9 /
btu/min / 0,017569 0,0236 0,2520 1 / 777,4772
mkgf/min / / / 0,002342 / 1 7,23
lbf.pé/min / / / / 0,001286 0,1383 1

Pressão
kgf/cm2

lbf/pol2

mmHg
lbf/pé2
atm

bar

Pa
kgf/cm2 1 0,9678 0,98 14,22 2048 98066,5 735,5592
atm 1,0333 1 1,0132 14,695 2116,217 101325 760
bar 1,0197 0,9870 1 14,5 2088,543 100000 750

lbf/pol2 0,07032 0,06805 0,0689 1 144 6894,757 51,715


lbf/pé2 / / / 0,00694 1 47,85 0,3591

Pa / / 0,00001 / 0,0209 1 0,0075


mmHg 0,0013595 0,001316 0,001333 0,0193 2,7845 133,3224 1

Energia
kcal

W.h
btu

cal

btu 1 251,9958 0,252 0,29307

cal 0,003968 1 0,001 0,001163


kcal 3,9683 1000 1 1,163
W.h 3,41214 859,8452 0,8598 1

95
Treinamento de Serviço
CONVERSÕES DE UNIDADES

Fórmulas para Cálculos em Motores

Consumo estimado de combustível

PxE
C=
830

C = consumo estimado do motor (l/h)


P = potência do motor na rotação de trabalho (cv)
E = consumo específico do motor na rotação de
trabalho (g/cv.h)

Densidade média do óleo diesel = 830 g/l

Consumo médio de óleo lubrificante


Co ≤
C= 0,5%
Cc
C = Consumo médio de óleo lubrificante (%)
Co = Consumo de óleo lubrificante em x quilô-
metros
Cc = Consumo de combustível em x quilôme-
tros

Conversão do ângulo de início de inje-


ção para deslocamento do pistão

X = Rx [1+L/R - cos@-V(L/R)2 -(sen@)2 ]*

X = Deslocamento do pistão em milímetros


R = Curso do pistão dividido por 2
- Série 229 = 60 mm
- Série 10 = 64,5 mm
- Sprint = 51,5 mm
L = Distância entre centros dos furos da biela
- Série 229 = 207 mm
- Série 10 = 207 mm
- Sprint = 170 mm
@= Ângulo de ínicio de injeção em graus

* Esta fórmula serve para qualquer motor. Basta aplicar os


valores.

96
Treinamento de Serviço
GLOSSÁRIO

Glossário

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


AÇO Liga metálica formada de ferro e carbono
ADMISSÃO Entrada de ar para o cilindro do motor
AFERIÇÃO Conferir com os respectivos padrões e especificações
AFINAÇÃO Ajuste
AFTERCOOLER = Intercooler = Componente aplicado em motores turboalimentados com a finalidade de resriar o ar de
admissão
ALAVANCA Barra rígida empregada para mover ou levantar objetos pesados apoiada em um ponto fixo
ALINHAMENTO Operação de colocar em linha reta, em uma mesma direção
ALÍVIO Retirada da pressão de um sistema através de um desvio
ALUMÍNIO Elemento químico metálico leve, maleável e resistente à corrosão, de coloração branco-prateada, utili-
zado na formação de ligas metálicas
ANEL DE PISTÃO = Anel de segmento: aro responsável pela vedação e controle de lubrificação do pistão no cilindro do
motor.
ÂNGULO Medida do afastamento de duas retas ou superfícies que têm um ponto inicial em comum
ÁREA Medida de uma superfície delimitada
ARREFECIMENTO = Resfriamento: Perda de calor
ÁRVORE DE COMANDO = Comando de Válvulas: Eixo girante composto de carne com a função de transmitir movimentos sin-
cronizados da árvore de manivelas às válvulas de admissão e escape
ÁRVORE DE MANIVELAS = Virabrequim = Girabrequim: Peça que permite o movimento alternado dos pistões transformando-o
em movimento giratório
ASPIRAÇÃO = Absorver: Ato de aspirar
ASSENTAMENTO Local adequado para o posicionamento de um componente
ATRITO = Fricção: Força de resistência contrária ao movimento provocada pelas irregularidades das superfícies
em contato
AXIAL Tudo que se aplica na mesma direção do eixo principal da peça ou sistema
BALANCEAMENTO Equilíbrio das massas de um sistema para se obter um funcionamento ou movimento estável
BALANCIM Peça que aciona diretamente as válvulas de admissão e escape
Bar Barricheli – unidade de medida de pressão
BICO INJETOR Componente responsável pelo jato de combustível injetado na câmara de combustão
BIELA Peça que faz a ligação do pistão com a árvore de manivelas com a função de transformar o movimento
retilíneo alternado em circular e contínuo
BLOCO Peça estrutural do motor responsável por agregar e dar condições de funcionamento integrado dos
demais componentes
BOMBA ALIMENTADORA = Bomba de Transferência: Bomba responsável por succionar o combustível do tanque para o sistema
BOMBA DE TRANSFERÊNCIA = Bomba Alimentadora: Bomba responsável por succionar o combustível do tanque para o sistema
BRAÇO Cada uma das partes da alavanca entre o ponto de apoio e os pontos de resistência e de potência
BRONZE Liga metálica formada de cobre e estanho
BRONZINA = Casquilho: Componente de sacrifício posicionado entre superfícies de contato em rotação.
BRUNIMENTO Operação de usinagem de acabamento utilizada na superfície interna da camisa de cilindro
btu Btu – British Thermic Unit – unidade de medida de trabalho
BUCHA Luva de metal de baixo atrito utilizada para apoiar uma peça em rotação
CABEÇOTE Tampa superior responsável por fechar os cilindros e agregar as válvulas de admissão e escape e ou-
tros componentes
cal Caloria – unidade de medida de trabalho
CALIBRAÇÃO Comparar as indicações de um instrumento de medição a fim de corrigir-lhe os erros de graduação
CÁLIBRE Instrumento para calibração
CALOR Forma de energia que se transfere de um sistema para outro em virtude de uma diferença de tempera-
tura existente entre os dois. Qualidade ou estado de quente
CÂMARA DE COMBUSTÃO Compartimento fechado onde ocorre o processo da combustão
CÂMBIO Componente mecânico responsável pela redução ou ampliação da rotação do motor para as rodas
CAME = Ressalto: Parte de um componente giratório, com formato adequado, responsável por provocar um
movimento alternativo especial a outra peça
CAMISA DE CILINDRO Cilindro do motor removível onde trabalha o pistão
CANALETA Cavidade ou sulco para acomodação dos anéis no pistão
CAPA DE BIELA Parte da biela necessária para a sua montagem e fixação na árvore de manivelas
CAPA DE MANCAL Parte do bloco necessária para a montagem e fixação da árvore de manivelas
CARBONO Elemento químico em forma de cristal utilizado na formação do aço
CARCAÇA Casco, estrutura da peça
CARGA Carregamento. Peso. Aquilo que requer um esforço para ser movido
CARTER Tampa inferior responsável pelo armazenamento de óleo lubrificante do motor
CASQUILHO = Bronzina: Componente de sacrifício posicionado entre duas superfícies de contato em rotação
CAVITAÇÃO Processo de desgaste ou decomposição provocado pela explosão de bolhas originadas pela alta tem-
peratura e pelo movimento turbulento da água
97
Treinamento de Serviço
GLOSSÁRIO

cc = cm3 : Centímetro cúbico – unidade de medida de volume


CHUMBO Elemento químico metálico mole e muito denso de coloração cinza-prateada utilizado na formação de
ligas metálicas
CICLO DIESEL Ciclo dos motores de combustão interna movidos a óleo Diesel. Compreende as etapas de admissão,
compressão, combustão (espontânea) e exaustão
CICLO OTTO Ciclo dos motores de combustão interna movidos a gasolina, álcool e gás. Compreende as etapas de
admissão, compressão, combustão (com ignição por centelha) e exaustão
CILINDRO Cavidade roliça que possui o mesmo diâmetro em todo o seu comprimento no interior da qual se deslo-
ca o pistão
COBRE Elemento químico metálico maleável e dúctil de cor avermelhada utilizado na formação de ligas metáli-
cas
COLETOR Tubo que reúne o fluxo proveniente dos demais tubos individuais
COLMÉIA Parte do radiador responsável pela extensão da superfície de troca de calor com formato semelhante a
uma colméia de abelhas
COLO = Mancal: Dispositivo ou parte de um dispositivo sobre o qual se apóia um eixo girante que lhe permite
o movimento com o mínimo de atrito
COMANDO DE VÁLVULAS = Árvore de Comando: Eixo girante com a função de transmitir movimentos sincronizados da árvore de
manivelas às válvulas de admissão e escape
COMBUSTÃO = Queima: Processo de reação química entre combustível e o oxigênio provocado pela ignição que
resulta energia e calor
COMBUSTÍVEL Substância que tem a propriedade de queimar e gerar energia
COMPRESSÃO Ato ou efeito de comprimir aumentando a pressão interna de um sistema pela ação de forças externas
CONSUMO Gasto para a execução de uma determinada atividade
CORREIA Cinta flexível que transmite movimento entre duas rodas ou polias
CORROSÃO Processo de desgaste ou decomposição provocado por reação química ou eletroquímica
CROMO Elemento químico metálico maleável de coloração prateada com um leve tom azulado utilizado na for-
mação de ligas metálicas
CURSO DO PISTÃO Distância percorrida pelo pistão do PMI ao PMS
cv Cavalo Vapor – unidade de medida de potência
DIÂMETRO Distância entre dois pontos de uma circunferência passando pelo centro. O dobro do raio
DIN
DISSIPAÇÃO Processo de perda por emissão ou troca de energia
EBULIÇÃO Fervura. Vaporização de um líquido através do aumento da temperatura
EIXO Peça, geralmente alongada, que executa movimento de rotação sobre si
ELEMENTO FILTRANTE = Filtro: Peça filtrante substituível
ELEMENTO INJETOR = Bico Injetor: Peça montada no porta-injetor que faz o direcionamento do jato de combustível injetado
na câmara de combustão
ÊMBOLO = Pistão: Componente em formato cilíndrico móvel atuante dentro do cilindro do motor. Responsável
direto por receber a pressão da combustão
EMBREAGEM Componente mecânico instalado entre o motor e o câmbio que permite acoplar e desacoplar o motor
da transmissão
ENERGIA Maneira como se exerce uma força. Propriedade de um sistema que permite realizar trabalho
ENERGIA CINÉTICA Forma de energia que se manifesta através do movimento
ENERGIA ELÉTRICA Forma de energia que se manifesta através da eletricidade
ENERGIA TÉRMICA Forma de energia que se manifesta através do calor
ENGRENAGEM Roda dentada que gira em torno de um eixo para transmissão de movimentos e forças
ENXOFRE Elemento químico de coloração amarela, com odor característico, que misturado à água, produz ácido
ESCAPAMENTO = Escape: Saída de gases provenientes da combustão do motor
ESCAPE = Escapamento: Saída de gases provenientes da combustão do motor
ESPECIFICAÇÃO Descrição rigorosa e minuciosa das características que um material ou serviço deverão apresentar
ESTANHO Elemento químico metálico maleável de coloração branco-prateada utilizado na formação de ligas me-
tálicas
FERRO Elemento químico metálico duro e tenaz de coloração branco-acizentada utilizado na formação de ligas
metálicas
FILTRO Componente responsável por reter impurezas
FLUIDO Substância líquida ou gasosa
FOLGA Afastamento entre dois componentes
FORÇA Energia ou esforço necessário para executar uma atividade e responsável pela aceleração ou
desaceleração dos corpos
FORJADO Peça elaborada através do processo de forjamento
FORJAMENTO Processo de fabricação de peças que consiste na conformação do material bruto através de pancadas
sobre o metal quente
FRICÇÃO = Atrito: Força de resistência contrária ao movimento provocada pelas irregularidades das superfícies
em contato
Ft (Foot) Pé – unidade de medida de comprimento
FUNDIÇÃO Processo de fabricação que consiste no derramamento de metal quente em moldes que darão o forma-
to final da peça após o resfriamento

98
Treinamento de Serviço
GLOSSÁRIO

FUNDIDO Peça elaborada através do processo de fundição


FUSÃO Derretimento de um material em função do calor. Passagem do estado sólido para o líquido. União.
Junção
g Grama – unidade de medida de massa
GALERIA Local ou conjunto de locais de passagem de líquidos
GASÓLEO = Óleo Diesel: Combustível obtido do petróleo utilizado em motores Diesel
GIRABREQUIM Árvore de Manivelas = Virabrequim: Peça que permite o movimento alternado dos pistões transforman-
do-o em movimento giratório
GONIÔMETRO Instrumento para medição de ângulos
h Hora – unidade de medida de tempo
HÉLICE Desenho do ventilador
HIDRÁULICO Relativo ao acionamento por fluido ou líquido qualquer
HIDROCARBONETO Molécula formada por hidrogênio e carbono componente básica dos combustíveis utilizados em moto-
res de combustão
hp Horse Power – unidade de medida de potência
IGNIÇÃO Estágio inicial do processo de combustão ou queima
IMPUREZA Aquilo que, misturado a uma substância, a polui ou adultera
INÉRCIA Tendência de um corpo em não modificar seu movimento sem a ação de uma força externa
INJEÇÃO Introduzir sob pressão um fluído em um corpo
INTERCOOLER = Aftercooler = Componente aplicado em motores turboalimentados com a finalidade de resfriar o ar de
admissão
J Joule – unidade de medida de trabalho
JUNTA Peça de junção, união e vedação entre duas superfícies planas
kg Quilograma – unidade de medida de massa
kgf Quilograma força – unidade de medida de força
km Quilômetro – unidade de medida de distância
kW KiloWatt – unidade de medida de potência
l Litro – unidade de medida de volume
lb Libra – unidade de medida de massa
lbf Libraforça – unidade de medida de força
LIGA Material metálico constituído por dois ou mais metais ou outros materiais não-metálicos obtidos pela
sua fusão entre si
LONGITUDINAL Tudo que se aplica no mesmo sentido do comprimento da peça ou sistema. Na direção do eixo princi-
pal do objeto
LUBRIFICAÇÃO Ato de banhar ou untar com substância oleosa e escorregadia a fim de diminuir o atrito
m Metro – unidade de medida de comprimento / distância
MANCAL = Colo: Dispositivo ou parte de um dispositivo sobre o qual se apóia um eixo girante que lhe permite o
movimento com o mínimo de atrito
MANGUEIRA Tubo de material flexível para passagem de ar ou água
MASSA Quantidade de matéria que um corpo possui
MICRÕMETRO Instrumento de medição utilizado para dimensões pequenas e precisas
mm Milímetro – unidade de medida de comprimento – milésima parte do metro
mmH2O Milímetros de coluna d’água – unidade de medida de pressão
mmHg Milímetros de coluna de Mercúrio – unidade de medida de pressão
MOENTE Parte cilíndrica da árvore de manivelas que gira dentro do orifício da biela
MOTOR DE ARRANQUE = Motor de Partida: motor cuja fonte de energia é elétrica e que dá o impulso inicial ao motor de com-
bustão
MOTOR DE PARTIDA = Motor de Arranque: motor cuja fonte de energia é elétrica e que dá o impulso inicial ao motor de com-
bustão
MUNHÃO Parte cilíndrica da árvore de manivelas que gira dentro do orifício do mancal do bloco
N Newton – unidade de medida de força
º Grau – unidade de medida de ângulo
ºC Grau Celsius – unidade de medida de temperatura
ºF Grau Farenheit – unidade de medida de temperatura
ÓLEO DIESEL = Gasóleo: Combustível obtido do petróleo utilizado em motores Diesel
OXIGÊNIO Elemento químico, gasoso em temperatura e pressão ambientes indispensável no processo de com-
bustão
PAQUÍMETRO Instrumento de medição utilizado para dimensões pequenas e precisas
PARALELISMO Características de objetos que encontram-se paralelos
PARALELO Linhas ou superfícies que mantêm a mesma distância entre si em toda a sua extensão
PINO DE PISTÃO Peça em formato cilíndrico utilizada para formar a união articulada entre o pistão e a biela
PISTÃO = Êmbolo: Componente em formato cilíndrico móvel atuante dentro do cilindro do motor. Responsável
direto por receber a pressão da combustão
PMI Ponto Morto Inferior = Ponto mais baixo atingido pelo pistão no cilindro
PMS Ponto Morto Superior = Ponto mais alto atingido pelo pistão no cilindro
POLIA Roda presa a um eixo em cujo contorno, cavado ou não, recebe uma correia ou cinta que aplica uma
força de rotação

99
Treinamento de Serviço
GLOSSÁRIO

PONTO DE INJEÇÃO Momento do funcionamento do motor em que a bomba injetora inicia a injeção de combustível
PÓS-ARREFECIMENTO Processo aplicado em motores turboalimentados com a finalidade de resfriar o ar de admissão
POTÊNCIA Quantidade de energia transformada ou transferida por unidade de tempo
PREMATURO Que acontece antes do tempo previsto
PRESSÃO Ato de apertar ou comprimir. Quociente da força pela área nela aplicada
psi Pound Square Inch – unidade de medida de pressão
QUEIMA = Combustão: Processo de reação química entre combustível e o oxigênio provocado pela ignição que
resulta energia e calor
RADIADOR Componente destinado a aumentar a superfície de contato para favorecer a troca de calor
RADIAL Tudo que se aplica na mesma direção do raio de uma peça de formato cilíndrico
RAIO Distância entre o centro e um ponto da circunferência. Metade do diâmetro
RESSALTO = Came: Parte de um componente giratório, com formato adequado, responsável por provocar um
movimento alternativo especial a outra peça
RETÍFICA Operação de usinagem de acabamento fino. Recondicionamento do motor usado
ROTAÇÃO Movimento giratório sucessivo em torno de um eixo
rpm Rotações (ou revoluções) por minuto
s Segundo – unidade de medida de tempo
SISTEMA Grupo ou conjunto ordenado de componentes que funcionam como uma estrutura organizada
STANDARD (STD) Sigla STD. Dimensões originais de um motor novo especificadas pela fábrica
TAXA DE COMPRESSÃO Relação entre o volume do curso do pistão e da câmara de combustão
TÊMPERA Processo de tratamento de metais que consiste em introduzi-los incandescentes em água fria com o
objetivo de dá-los maior resistência mecânica
TEMPERATURA Quantidade de calor existente em um corpo (componente) ou no ambiente
TERMOSTATO = Válvula Termostática. Dispositivo utilizado para manter a temperatura do motor constante
TOLERÂNCIA Pequena diferença para mais ou para menos permitida por uma especificação
ton Tonelada – unidade de medida de massa ( =1000Kg)
TORQUE DE APERTO Conjunto Força X Resistência necessária para fixação de parafusos.
TORQUE DO MOTOR Agente físico resultante da combinação da atuação de uma força por um braço provocando um deslo-
camento rotacional
TORQUÍMETRO Aparelho utilizado para medir a resistência dos materiais à torção (aperto).
TRABALHO Transferência de energia mecânica através da atuação de uma força por uma determinada distância
TRANSVERSAL Tudo que se aplica na direção perpendicular ou oblíqua (que cruza) ao comprimento (eixo) de uma
peça ou sistema
TRASMISSÃO Transferência de movimento de um mecanismo a outro por meio de engrenagens, correias, polias, etc
TUCHO Peça responsável por transmitir o movimento da árvore de comando para a vareta e conseqüentemen-
te à válvula
TURBOALIMENTADOR Mecanismo que aproveita a energia térmica e dinâmica dos gases de escape para acionar um com-
pressor que alimenta o motor de ar
USINAGEM Operação mecânica pela qual se dá forma a uma peça através da retirada de material
VÁLVULA Dispositivo responsável por interromper ou controlar a passagem de fluído
VÁLVULA TERMOSTÁTICA = Termostato. Dispositivo utilizado para manter a temperatura do motor constante
VARETA DE NÍVEL Haste em contato com o óleo armazenado no carter para verificação do nível
VARETA DE VÁLVULA Haste que transmite o movimento do tucho ao balancim
VEDAÇÃO Impedimento da passagem ou fechamento de um sistema
VENTILADOR Componente para ventilar o ar
VIRABREQUIM = Árvore de Manivelas = Girabrequim: Peça que permite o movimento alternado dos pistões transfor-
mando-o em movimento giratório
VISCOSIDADE Resistência que um fluído oferece ao escoamento
VOLANTE Roda pesada fixada à árvore de manivelas cuja inércia regula o movimento rotativo do motor
VOLUME Medida de espaço ocupado por um corpo (peça)
yd (yard) Jarda – unidade de medida de comprimento
ZINCO Elemento químico metálico denso de coloração branco-acizentada utilizado na formação de ligas metá-
licas
‘ Minuto – unidade de medida de ângulo
“ Polegada – unidade de medida de comprimento
“ Segundo – unidade de medida de ângulo
μm Micrometro – unidade de medida de comprimento (= 0,001mm)

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Treinamento de Serviço
NOTAS

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Treinamento de Serviço
NOTAS
NOTAS

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Treinamento de Serviço
NOTAS

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NOTAS
NOTAS

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Treinamento de Serviço



 


 
  
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