Você está na página 1de 8

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA

1o SEMESTRE DE 2021

EGH00086 - Métodos em Antropologia

PROGRAMA E BIBLIOGRAFIA

EMENTA: Questões teóricas e metodológicas na construção de


problemáticas de investigação em Antropologia. Relações entre sujeito e
objeto. Análise e interpretação dos resultados de pesquisa. Controle e
limites da comparação e da generalidade em Antropologia.

OBJETIVOS DO CURSO: Compreender o desenvolvimento e os debates em


torno dos métodos de pesquisa em antropologia; Propiciar aos discentes
uma formação teórica, prática e ética sobre a condução da pesquisa
antropológica

AVALIAÇÃO: Consistirá em exercício de escrita etnográfica e na elaboração


de um pré-projeto de pesquisa.

Obs. Esse programa está sujeito a alteração ao longo do curso.

PARTE I: REFLEXÕES SOBRE A PESQUISA EM ANTROPOLOGIA

18/08 - Apresentação do curso

25/08 - O Lugar da antropologia

LÉVI-STRAUSS, Claude. Lugar da antropologia nas ciências sociais e


problemas colocados por seu ensino. In: LÉVI-STRAUSS, Claude (Org.).
Antropologia Estrutural. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1975, p. 385-424.
PEIRANO, Mariza. 2006. Onde está a antropologia? In: A teoria vivida e outros
ensaios de antropologia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor (pp. 15-36).

GEERTZ, Clifford. Uma profissão inconstante. In: GEERTZ, Clifford (Org.). A vida
entre os Antros e outros ensaios. Petrópolis: Vozes, 2015, p. 2015-220.

01/09 - Trabalho de Campo, observação participante e construção do dado

BOAS, Franz. Um ano entre os Esquimós. In: STOCKING Jr., George W. A


Formação da Antropologia Americana 1883-1911: antologia Franz Boas. Rio
de Janeiro: Contraponto: Editora UFRJ, 2004, p. 67-80.

EVANS-PRITCHARD, E. E. Apêndice IV: Algumas reminiscências e reflexões


sobre o trabalho de campo. In: EVANS-PRITCHARD, E. E (Org.). Bruxaria,
oráculos e magia entre os Azande. Rio de Janeiro, Zahar, 2005.

FOOTE-WHITE, Wiliam. Treinando a observação participante. . In: GUIMARÃES,


Alba Zaluar. Desvendando máscaras sociais. Rio de Janeiro: Francisco
Alves, 1990, p. 77-86.

LÉVI-STRAUSS, C. Como se faz um etnógrafo. In: Tristes Trópicos. São Paulo:


Companhia das Letras, 1996, pp.49-58

MALINOWSKI, Bronislaw. Introdução. In: MALINOWSKI, Bronislaw. Os


Argonautas do Pacífico Ocidental. São Paulo: Abril Cultura, 1978.

Consulta:

STOKING JR., George W. The ethnographer’s magic: fieldwork in British


Anthropology from Tylor to Malinowski. In: STOKING JR., George W (Org.).
Observers observed: essays on ethnographic fieldwork. Wisconsin:
Wisconsin Press, 1985, p. 10-120.

8/9 - Trabalho de campo: o ponto de vista dos nativos e a autoridade


etnográfica

GEERTZ, Clifford. “Do ponto de vista dos nativos”: a natureza do


entendimento antropológico. In: GEERTZ, Clifford (Org.). O saber local: novos
ensaios em antropologia interpretativa. Petrópolis: Vozes, 1997, p. 85-107.
DA MATTA, Roberto - Relativizando o interpretativismo, in Corrêa, Mariza e
Laraia, Roque (orgs.), Roberto Cardoso de Oliveira: homenagem, Campinas:
Unicamp, 1992, p. 49-77

CLIFFORD, James - Sobre a autoridade etnográfica. A experiência


etnográfica. Antropologia e literatura no século XX. Rio de Janeiro: Editora
UFRJ, 1998, p. 17-62.

MARCUS, George: Ethnography in/of the world system: the emergence of


multisited ethnography. Annual Review of Anthropology, Vol. 24, 1995. Pp: 95
– 117.

15/9 - Trabalho de campo: o ponto de vista dos nativos e a autoridade


etnográfica (continuação)

Marcus, G. A Escrita da Cultura. Poética e política da etnografia. RJ: EDUERJ e


Papéis Selvagens, 2016.

Trajano, W. Que barulho é esse o dos Pós-Modernos?


http://www.dan.unb.br/images/pdf/anuario_antropologico/Separatas1986
/anuario86_trajano.pdf

ASAD, Talal. “Introduction”. In Talal Asad (org.), Anthropology and the


Colonial Encounter. Atlantic Highlands: Humanities Press, 1973. p. 1-19.

22/9 - A pesquisa comparativa

BOAS, Franz. “As Limitações do Método Comparativo da Antropologia”


(1896). CASTRO, Celso (org.) Antropologia Cultural. Rio de Janeiro: Zahar,
2004, p. 25-39.

RADCIFFE-BROWN, Alfred R. “O método comparativo em antropologia


social”. MELLATTI, Júlio Cezar (org.) Radcliffe-Brown: Antropologia. São
Paulo: Ática, 1978. (Coleção Grandes Cientistas Sociais, no 3).

BARTH, Frederik. “Metodologias comparativas na análise dos dados


antropológicos”. BARTH, Frederik. O guru, o iniciador e outras variações
antropológicas. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2000. p. 187-200.

GINGRICH, Andre, FOX, Richard G. Anthropology, by Comparison. London and


New York: Routledge, 2002. (Introdução e capítulo a definir)
29/9 - Antropólogo Nativo, auto-antropologia e outras localizações

NARAYAN, Kirin. How native is a “native” anthropologist? In: LAMPHERE, L.,


RAGONÉ, H. ZAVELLA, P. (eds.) Situated lives. Gender and Culture in Everyday
Life. London & New York: Routledge, 1997. pp.23-41.

STRATHERN, Marilyn. 1987. “The Limits of Auto-Anthropology”. In. A. Jackson


(ed). Anthropology at Home: 17-37. London: Tavistock Publications.

ABU-LUGHOD, Lila. 2000. “Locating Ethnography.” Ethnography 1(2):261-267.

APPADURAI, Adjun. Theory in Anthropology: Center and Periphery. IN:


Comparative Studies in Society and History, Vol. 28. N. 2, April 1986.

WACQUANT, Loïc. Corpo e Alma: notas etnográficas de um aprendiz de boxe.


Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 2002.

6/10 - Pensando a etnografia

SANJEK, Roger. Ethnography. In: Barnard, Alan; Spencer, Jonathan (edits.).


Encyclopedia of social and cultural anthropology. London and New York:
Routledge, 2006. pp. 193-198

PEIRANO, Mariza. A favor da etnografia. Rio de Janeiro: Relume-Dumará,


1995, p. 31-58.

PEIRANO, Mariza. Etnografia não é método. Horizontes antropológicos, n. 42,


p. 377-391, 2014.

NADER, Laura. Ethnography as theory. Hau: Journal of Ethnographic Theory, v.


1, n. 1, p. 211-219, 2011.

FABIAN, Johannes. A prática etnográfica como compartilhamento do tempo


e como objetivação. Mana, Rio de Janeiro, v. 12, n. 2, p. 503–520, 2006.

13/10 - Ética e responsabilidade social do antropólogo

ABA, Código de ética do antropólogo. In VÍCTORA, Ceres; OLIVEN, R.; MACIEL,


M. E., ORO, Ari (orgs). Antropologia e Ética: o debate atual no Brasil. Niterói:
EDUFF, ABA, 2004.
OLIVEIRA, Roberto Cardoso. O mal-estar da ética na antropologia prática. In
VICTORA, Ceres, OLIVEN, R., MACIEL, M. E., ORO, Ari (orgs). Antropologia e
Ética: o debate atual no Brasil. Niterói: EDUFF, ABA, 2004.

O’DWYER, Eliane Cantarino. O papel social do antropólogo. A aplicação do


fazer antropológico e do conhecimento disciplinar nos debates públicos do
Brasil contemporâneo. Rio de Janeiro: E-papers, 2010.

TAX, Soul. Antropologia da ação. Tradução Ava Hoffman. In: GUARIMÃ


Revista de Antropologia & Política - v. 1, n. 1, p. 114 - 123, jul – dez.
https://ppg.revistas.uema.br/index.php/guarima/article/view/2484/1748

BRONZ, Deborah. Experiências e contradições na etnografia das práticas


empresariais. In: CASTILHO, S.R.R.; SOUZA LIMA, A.C.de; TEIXEIRA, C.C. (orgs.).
Antropologia das práticas de poder: reflexões etnográficas entre burocratas,
elites e corporações, 2014.

PARTE II: INSTRUMENTOS DE BORDO

20/10 - Trabalho de campo, notas, diários, cadernos e texto etnográfico

BEAUD, STEPHANE & WEBER, Florence. Guia para a pesquisa de campo.


Produzir e analisar dados etnográficos. Petrópolis, editora Vozes. 2007.

BERREMAN, Gerald - Etnografia e controle de impressões em uma aldeia do


Himalaia, in Zaluar, Alba (org.), Desvendando máscaras sociais, Rio de
Janeiro: Francisco Alves, 1975, p. 123-174.

Sanjek, Roger (org.) - Fieldnotes: the makings of anthropology. Ithaca e


London: Cornell University Press, 1990.

MALINOWSKI, Bronislaw - Um diário no sentido estrito do termo, Rio de


Janeiro: Record, 1997.

27/10 Aproximações com objetos e fontes de pesquisa

LAVILLE, Christian; DIONNE, Jean. Problema e problemática. In ____. A


Construção do Saber: manual de metodologia da pesquisa em Ciências
Humanas. Porto Alegre: Artmed: 1999.

BECKER, Howard S. Métodos de Pesquisa em Ciências Sociais. São Paulo:


Hucitec. 1997. (Capítulo 3).
BEAUD, Stéphane; WEBER, Florence. Guia para a pesquisa de campo: Produzir
e analisar dados etnográficos. Petrópolis: Vozes, 2007. (Cap. 1).

ECO, Umberto. Como se faz uma tese. SP: Ed. Perspectiva S/A, 1997.

03/11 - Histórias de vida, trajetórias sociais e entrevistas

BECKER, Howard - A história de vida e o mosaico científico, Métodos de


pesquisa em ciências sociais, São Paulo: Hucitec, 1993, p. 101-116.

BOURDIEU, Pierre - A ilusão biográfica, in Ferreira, Marieta e Amado, Janaína


(orgs.), Usos e abusos da história oral, Rio de Janeiro: Fundação Getúlio
Vargas, 1996, p. 183-192.

BRIGGS, C. Anthropology, Interviewing and Communicability in


Contemporary Society. Current Anthropology 48/4, 2007

BRIGGS, Charles. Learning how to ask. A sociolinguistic appraisal of the role


of the interview in social science research. Cambridge University Press, 1986.
(capítulo a definir)

BOURDIEU, Pierre et alli. A miséria do mundo. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.

10/11 - Estudos de caso e análise situacional

BECKER, Howard - Observação social e estudos de caso sociais, Métodos de


pesquisa em ciências sociais, São Paulo: Hucitec, 1993, p.117-134.

GLUCKMAN, Max - O material etnográfico na antropologia social inglesa, in


Zaluar, Alba (org.), Desvendando máscaras sociais, Rio de Janeiro:
Francisco Alves, 1975, p.63-76.

GLUCKMAN, Max - Análise de uma situação social na Zululândia moderna,


in Feldman-Bianco (org.), Antropologia da Sociedade Contemporânea.
Métodos, São Paulo: Global, 1987, p. 227-344.

VAN VELSEN, J. - A análise situacional e o método de estudo de caso


detalhado. in Feldman-Bianco (org.), Antropologia da Sociedade
Contemporânea. Métodos, São Paulo: Global, 1987, p. 345-374.
17/11 - Pesquisa sobre fontes documentais

GOODY, Jack. A Domesticação do Pensamento Selvagem, Editorial Presença,


Lisboa, 1988. Capítulos 1 e 8.

COMAROFF, J. e COMAROFF, J. (1992). Ethnography and the Historical


Imagination. Boulder: Westview Press.

CUNHA, Olivia M. Gomes da. Tempo imperfeito: uma etnografia do arquivo.


IN: Revista Mana vol.10 no.2 Rio de Janeiro Oct. 2004

CASTRO, Celso. Pesquisando em arquivos. Rio de Janeiro: Zahar. 2008.

FERREIRA, L. e Lowenkron, Laura. Etnografia de documentos. Pesquisas


antropológicas entre papéis, carimbos e burocracias. RJ: Ed. E-Papers, 2020.

VIANNA, Adriana. Etnografando documentos: uma antropóloga em meio a


processos judiciais. In: CASTILHO, S.R.R.; SOUZA LIMA, A.C.de; TEIXEIRA, C.C.
(orgs.). Antropologia das práticas de poder: reflexões etnográficas entre
burocratas, elites e corporações, 2014. pp. 43-70.

THOMAS, WilliamI. & ZNANIECKI, Florian. The Polish Peasant in Europe and
America. New York: Octagon Books, 1974.

24/11 - Pesquisa virtual, internet

HINE, Christine: VIRTUAL ETHNOGRAPHY.


http://www.cirst.uqam.ca/PCST3/PDF/Communications/HINE.PDF

LEITÃO, Débora & GOMES, Laura Graziela. Estar ou não estar lá: pesquisa
etnográfica no secondlife. In:
http://periodicos.ufrn.br/cronos/article/view/3159

RAMOS, J. de S., & FREITAS, E. T. (2018). Dossiê temático: Etnografia digital.


Antropolítica - Revista Contemporânea De Antropologia, 1(42).
https://doi.org/10.22409/antropolitica2017.1i42.a41882

SALLAS, Ana Luisa. Etnografias no FACEBOOK: estudo comparativo sobre


culturas juvenis no Brasil e México, seus limites e possibilidades. In:
http://www.29rba.abant.org.br/resources/anais/1/1401913131_ARQUIVO_An
aartigo ABACulturasJuvenis.pdf.
STIRLING, Eve. ‘I’m always on Facebook!’: exploring Facebook as a
mainstream research tool and ethnographic site. In: Digital methods for
social science. Palgrave Macmillan, London, 2016.

MILLER, Daniel. Notas sobre a pandemia: Como conduzir uma etnografia


durante o isolamento social. 2020.

MILLER, Daniel. A antropologia digital é o melhor caminho para entender


a sociedade moderna. Entrevista a Mônica Machado. Revista Z Cultural,
1 (1), 2015.

01/12 - Discussão dos pré-projetos

8/12 - Discussão dos pré-projetos e encerramento do curso

Você também pode gostar