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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO

ESTÁGIO SUPERVISIONADO III

Profª.: Rosana Giacomini


Cristina Pinheiro Santiago – LQ115113573

Quais são as diferenças e analogias que Rubem Alves faz entre Educadores e
Professores?

No livro de Rubem Alves, Conversas com quem gosta de ensinar, o autor fala sobre
diversos assuntos relacionados a educação, ao papel das instituições de ensino, no
pensamento crítico e principalmente faz analogias para exemplificar às diferenças entre
um educador e professor.
Logo no início do capítulo sobre os jequitibás e eucaliptos, o autor começa vagando
sobre as profissões que já se extinguiram com o avanço da tecnologia e ciência, como os
boticários, tropeiros e aqueles médicos, sem especialização, que iam a cavalo prestar
atendimento em lugares remotos. Percebe-se então, que o educador também está em
extinção, temos professores nas salas de aula que desempenham aquele papel monótono
e repetitivo, mas um educador que alimenta a criatividade e individualidade do aluno
praticamente não se encontra mais.
O educador é uma vocação e toda vocação nasce de um amor pelo que faz ou por
esperança em algo; Mas um professor é uma profissão, uma função de trabalho. As
profissões e vocações são como plantas, que tem a capacidade de crescer e florescer em
nichos ecológicos possíveis, mas quando o habitat é destruído vai murchando e mirra até
sumir. O autor então, questiona se ainda existe nicho ecológico propício para os
educadores. Será que as instituições de ensino e o sistema educacional atualmente
favorecem a existência de educadores?
Os eucaliptos são árvores que crescem com rapidez, são plantados de forma
enfileirada e visando o lucro, podendo ser comparados aos professores que tornam o
ensino repetitivo e preparam o aluno para desempenhar papéis no mercado de trabalho.
Já os educadores são como as velhas árvores, que possuem uma “história” a ser
contada, valorizam a relação que os liga aos alunos e reconhece cada aluno como uma
pessoa singular, com nome, história e sentimentos. O autor ressalta que frequentemente
educadores e professores são confundidos, afinal jequitibás e eucaliptos, não é tudo
madeira no fim das contas?! Não, pois cada árvore revela um habitat e uma história.
O professor é funcionário de uma realidade dominada pelo Estado e pelas
empresas; Executa uma ação pré-determinada. O educador permite que a imaginação
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ESTÁGIO SUPERVISIONADO III

habite e construa um mundo próprio, motiva os alunos a encontrarem suas paixões,


esperanças, horizontes e definirem suas visões. Portanto, frequentemente os educadores
são vistos como mau funcionário pelo sistema, pois o ritmo de ensino do educador não
segue o ritmo das instituições de ensino.
Desta forma, o autor destaca que nenhuma instituição de ensino vai gerar o
indivíduo capaz de libertar todos e a si próprio deste sistema, pois acaba virando um ciclo
vicioso onde aqueles ideais vão sendo replicados e repetidos por diversas escolas e
pessoas. Além disso, o educador trabalha com a palavra, mesmo quando utiliza das
mãos, apresentações e práticas experimentais para auxiliar no ensino, são as palavras
que realmente tocam o aluno e conseguem fazê-lo compreender o que está sendo falado.
Por fim, Rubem Alves finaliza alertando que toda vocação pode ser despertada do
seu sono e encontrar atividade no mundo moderno, todo tropeiro, boticário pode encontrar
sua paixão ou modificar o cenário atual para que possam desempenhar seu papel com
amor e coragem e instaurar novos mundos.
Nesta obra o autor proporciona uma visão simples e clara sobre as diferenças de um
professor e um educador, como gestos simples como observar e dar suporte ao aluno
pode transformar a vida do aluno e te transformar em um bom educador. Sendo assim, é
necessário que há mais discussões envolvendo o papel do educador na sala de aula,
como as instituições de ensino e órgãos competentes podem auxiliar no processo de criar
jovens críticos, singulares e aptos para enfrentar os desafios da vida, e não visando
apenas o lucro de pessoas no mercado de trabalho.

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