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Estado de Mato Grosso do Sul


Poder Judiciário
Campo Grande
2ª Vara do Tribunal do Júri

Ação Penal: 0004261-10.2014.8.12.0001


Parte Autora: Ministério Público Estadual
Parte Ré: Marcos Roberto Canaver
Vítima(s): Diego Barreto Canhoto

Vistos etc.
O Promotor de Justiça, Humberto Lapa Ferri, denunciou
MARCOS ROBERTO CANAVER no art. 121, § 2º, incisos II e IV do
Código Penal, porque no dia 23 de janeiro de 2010, por volta das 18h35m,

Este documento foi liberado nos autos em 02/06/2015 às 16:41, é cópia do original assinado digitalmente por ALUIZIO PEREIRA DOS SANTOS.
jardim Noroeste, nesta capital, desferiu tiros contra Diogo Barreto

Para conferir o original, acesse o site http://www.tjms.jus.br/esaj, informe o processo 0004261-10.2014.8.12.0001 e código 111C6F2.
Canhoto, causando-lhe a morte.
A denúncia descreveu que MARCOS agiu por motivo fútil, porque
praticou o crime de maneira desproporcional, ceifando a vida da vítima
pela simples razão desta lhe ter chamado a atenção durante uma discussão
banal de família.
Discorreu que MARCOS usou de recurso que dificultou a defesa de
Diogo, por ter repentinamente efetuado disparo contra a vítima, sem que
pudesse supor a agressão diante uma simples desavença familiar e por ter
recebido disparo quando estava caída ao solo, sem chance defesa.
Por isso, pediu a condenação (f. 1-4).
Recebida a denúncia em 27-1-2014 (f. 195-6), foi citado (f. 212) e
apresentou Defesa Escrita (f. 214), por intermédio do Defensor Público,
Ronald Calixto Nunes, que o acompanhou até o final.
Durante a formação da culpa, inquiriram-se 7 (sete) testemunhas:
Cleuza da Silva (f. 317-21), Vanessa Martinez Pires (f. 322-32), Candida
Herculano Martinez (f. 333-5), Wanda Martinez Pires (f. 336-42), Tereza
Herculano Martinez (f. 369-74), Sônia Herculano Martinez (f. 343-7) e
Gilberto dos Santos Martinez (f. 375-83).

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Na sequência, interrogou-se o acusado MARCOS (f. 348-56).


Nas alegações finais, o referido Promotor de Justiça pediu a
pronúncia nos termos da denúncia (f. 358-67).
Na sua vez, o acusado MARCOS ROBERTO CANAVER, assistido
pelo aludido Defensor Público, reservou-se o direito de debater o mérito
em plenário (f. 384-5).

Este documento foi liberado nos autos em 02/06/2015 às 16:41, é cópia do original assinado digitalmente por ALUIZIO PEREIRA DOS SANTOS.
É o relatório. Decido.

Para conferir o original, acesse o site http://www.tjms.jus.br/esaj, informe o processo 0004261-10.2014.8.12.0001 e código 111C6F2.
Preliminarmente, salienta-se que nesta fase processual, o juízo é de
probabilidade e não de certeza. Portanto, concorrendo a materialidade e
indícios suficientes de autoria, deve a causa ser submetida a julgamento
(art. 413 do CPP).
Pois bem.
No que pertine à materialidade, o laudo necroscópico atesta que a
causa da morte de Diogo Barreto Canhoto foi "TRAUMATISMO
CRANEOENCEFÁLICO POR AÇÃO PERFUROCONTUNDENTE COMPATÍVEL

COM PROJÉTIL DE ARMA DE FOGO," f. 36-41.


Na senda dos indícios de autoria, reputo-os presentes e
suficientes.
Isso porque, MARCOS ROBERTO, quando ouvido em juízo,
confessou de forma qualificada, ou seja, ter agido em legítima defesa, f.
350.
Não bastasse isso, as testemunhas Cleuza da Silva (f. 317), Vanessa
Martinez Pires (f. 325), Wanda Martizez Pires (f. 339), Sonia Herculano
Martinez (f. 345-6), Tereza Herculano Martinez (f. 371) e Gilberto dos
Santos Martinez (f. 380) apontam o denunciado como o pretenso autor do

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injusto penal.
Acerca das qualificadoras, devem ser mantidas para valoração do
Conselho de Sentença. Explica-se.
Infere-se que, em tese, MARCOS agiu por motivo fútil, porque
praticou o crime de maneira desproporcional, ceifando a vida da vítima
pela simples razão desta lhe ter chamado a atenção durante uma discussão

Este documento foi liberado nos autos em 02/06/2015 às 16:41, é cópia do original assinado digitalmente por ALUIZIO PEREIRA DOS SANTOS.
banal de família, f. 318, f. 323, f. 337-9 e f. 380.
Deduz-se, em princípio, que MARCOS usou de recurso que

Para conferir o original, acesse o site http://www.tjms.jus.br/esaj, informe o processo 0004261-10.2014.8.12.0001 e código 111C6F2.
dificultou a defesa de Diogo, pois repentinamente efetuou disparo contra a
vítima, sem que pudesse supor a agressão diante uma simples desavença
familiar e por ter recebido disparo quando estava caída ao solo, sem
chance defesa, f. 326-7, f. 339, f. 342, f. 345, f. 371-2 e f. 380-1.
Posto isso, com esteio no art. 413, do CPP, pronuncio MARCOS
ROBERTO CANAVER [brasileiro, nascido aos 21-7-1985, natural de Duartina-SP, filho de José
Carlos Canaver e Eliana Maria Pires Canaver ] no art. 121, §2º, incisos II e IV do Código
Penal.
Diante disso, passo a circunscrever a causa de pedir.
Segundo consta, no dia 23 de janeiro de 2010, por volta das
18h35m, jardim Noroeste, nesta capital, DIOGO BARRETO CANHOTO
foi atingido com tiros, os quais lhe causaram os ferimentos descritos no
laudo necroscópico de f. 36-41.
Deduz-se, em tese, que MARCOS ROBERTO CANAVER é o
autor dos tiros contra Diogo Barreto Canhoto.
Supõe-se, em princípio, que MARCOS ROBERTO CANAVER
agiu por motivo fútil, porque praticou o crime de maneira
desproporcional, ceifando a vida da vítima pela simples razão desta lhe ter
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chamado a atenção durante uma discussão banal de família.


Infere-se que, "in thesis," MARCOS ROBERTO CANAVER usou
de recurso que dificultou a defesa de Diogo Barreto Canhoto, pois
repentinamente efetuou-lhe disparos, sem que pudesse supor a agressão
diante uma simples desavença familiar e por ter recebido disparo quando
estava caída ao solo, sem chance defesa.

Este documento foi liberado nos autos em 02/06/2015 às 16:41, é cópia do original assinado digitalmente por ALUIZIO PEREIRA DOS SANTOS.
Poderá aguardar o julgamento em liberdade, pois assim respondeu
ao processo, estando, por ora, ausentes os requisitos do art. 312, do CPP.

Para conferir o original, acesse o site http://www.tjms.jus.br/esaj, informe o processo 0004261-10.2014.8.12.0001 e código 111C6F2.
Todavia, intime-se MARCOS ROBERTO para comparecer em
juízo a cada 3 (três) meses para atualizar seu endereço.
ATUALIZEM-SE OS ANTECEDENTES, do acusado e vítima, de
forma circunstanciada [se há inquérito policial, qual a infração e fase; se ação
penal, qual a infração, em que está incurso, qual a fase processual se em andamento, se

já houve sentença (absolutória, condenatória, etc), se há Guia de Recolhimento, etc].

Preclusas as vias recursais, abra-se vista às partes para se


manifestarem na fase própria, nada requerido, venham conclusos para
observar o que determina o art. 423 do CPP.
Publique-se. Registre-se. Intimem-se. Cumpra-se.
Campo Grande, 29 de maio de 2015.

Aluizio Pereira dos Santos


Juiz de Direito

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