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BANCADA DE DESTILAÇÃO CONTÍNUA

Fracionada com Pratos perfurados e Downcomer

NCD Indústria e Comércio de Equipamentos Didáticos Ltda.


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Apostila de Apoio Didático


BANCADA DE DESTILAÇÃO CONTÍNUA
- Fracionada com Pratos Perfurados e Downcomer -

Campus Francisco Beltrão

CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA

2016

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SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO TEÓRICA ................................................................................................. 1


2– BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................. 24

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1. INTRODUÇÃO TEÓRICA

A separação de uma mistura de líquidos nos seus principais componentes é uma das
principais operações nas indústrias químicas, e a destilação é o método mais frequentemente
utilizado para que este objetivo seja atingido.
Hoje, a destilação é uma operação largamente utilizada nos setores da indústria do
petróleo, química, petroquímica, bebidas e farmacêutica. É importante não só para o
desenvolvimento de novos produtos, mas também para a recuperação e reutilização de
solventes. Por exemplo, farmacêuticos fabricantes utilizam grandes quantidades de solventes,
a maior parte das quais podem ser recuperados por destilação com economias substanciais em
termos de custos e redução da poluição.
A força motriz efetiva da separação no processo de destilação é a diferença de
volatilidade existente e o equilíbrio de fases LV (termodinamicamente a T e P) que se forma
entre os componentes da mistura, conforme mostram os exemplos, a seguir. Vide alguns
diagramas (curvas) de equilíbrio, nas figuras 1 e 2.

Figura 1 - Diagrama típico com ponto de azeotropia

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Figura 2 - Diagrama típico sem ponto de azeotropia

O agente que promove esta separação é o calor, aliado aos internos (pratos ou recheios)
do equipamento que permitem um maior contato entre a fase líquida e a fase vapor e a
consequente eficiência de separação.
Na destilação, uma fase vapor entra em contato com uma fase líquida, e há transferência
simultânea de massa do líquido pela vaporização, e do vapor pela condensação sendo que o
efeito final é o aumento da concentração do componente mais volátil no vapor e do componente
menos volátil no líquido.
Muitas misturas são difíceis de separar pela destilação em virtude de terem as
volatilidades relativas próximas de 1,0 ou quando ocorre a formação de azeótropo entre os
componentes. Algumas dessas misturas podem ser separadas pela adição de outro componente
que aumenta as volatilidades relativas dos constituintes originais. O fracionamento, depois da
adição de um componente, que concorre para aumentar as volatilidades relativas, é denominado
destilação azeotrópica ou destilação extrativa, dependendo da natureza do componente
adicionado.
Industrialmente, a destilação pode ser em regime batelada ou contínua.

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1.1. Destilação Batelada

A destilação em batelada é muito utilizada na indústria de processos químicos quando


há uma pequena quantidade de material a ser processada ou quando uma flexibilidade
operacional é necessária. Este tipo de configuração possui apenas a “seção de enriquecimento
ou retificação” pois a alimentação, na condição de vapor saturado, se dá pela base da Coluna.
Não possui “seção de esgotamento”, conforme mostra a Figura 3.

Figura 3 – Destilação batelada (a) simples (b) Fracionada

Esse tipo de separação é aplicada na indústria alimentícia para produção de bebidas


alcoólicas destiladas como cachaça, tequila, whisky e conhaque. Segundo fabricantes este
método tradicional oferece destilados de grande delicadeza, com sabor característico e
agradável.

1.2. Destilação Contínua

1.2.1. Destilação Flash: Conhecida também como destilação integral ou destilação de


equilíbrio é uma técnica de separação normalmente usada como uma operação auxiliar, pois só
permite uma separação razoável da mistura se a diferença de volatilidade dos compostos for
elevada. Separações flash simples são muito comuns na indústria, particularmente no refino de
petróleo. Mesmo quando algum outro método de separação pode ser usado, não é incomum se
utilizar um “pré-flash” para reduzir a carga de separação que entra em uma coluna de destilação.

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Também são utilizadas na preparação de carga para outros processos como absorção, extração,
etc.
Figura 4- Tambor separador de flash.

– Separador Flash vertical

– Separador Flash horizontal

Nos sistemas de dessalinização da água se recorre a unidades sucessivas de destilação Flash.

Figura 5 – Destilação Flash multiestágio para dessalinização de água.

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1.2.2. Destilação Fracionada (ou destilação multiestágios): A destilação fracionada é o


processo de separação que utiliza uma coluna de fracionamento com dois ou mais estágios na
qual é possível realizar a separação de diferentes componentes que apresentam diferentes
pontos de ebulição, presentes em uma mistura.

Figura 6 – Coluna de destilação fracionada com prato perfurado e downcomer

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As duas fases presentes em cada estágio sofrem transferência de massa e calor e assume-
se que estão encontram em equilíbrio. No topo da coluna existe, geralmente, um condensador
que arrefece e condensa o vapor proveniente da coluna, sendo parte do condensado, designado
por refluxo, reenviado para o estágio superior. Na base da coluna encontra-se um revaporizador
que vaporiza parte da corrente de líquido da base, para o estágio inferior, onde entra sob a forma
de vapor. A zona da coluna acima da alimentação é denominada “seção de retificação”,
enquanto que a zona abaixo da alimentação designa-se como “seção de esgotamento”.
Uma das vantagens de se utilizar destilação fracionada é a obtenção de produtos mais
puros, pois a medida que o vapor percorre o equipamento, se enriquece em componentes
voláteis, enquanto que os componentes menos voláteis se encaminham para o líquido. Além de
ser um processo contínuo e que permite a separação da mistura em várias frações que podem
ser retiradas pela lateral, topo e fundo da coluna de acordo coma temperatura de ebulição dos
componentes.

1.2.2.1. Destilação a vácuo: Esse método de separação é utilizado para substâncias que
se decompõem antes de atingir o ponto de ebulição a pressão atmosférica e para substâncias
com o ponto de ebulição muito elevado e que são difíceis de separar em pressão atmosférica.
Uma das mais conhecidas aplicações da destilação a vácuo é nas refinarias de petróleo para
separar a fração mais pesadas e aproveitar ao máximo todo potencial energético do petróleo.

Figura 7 - Colunas de Destilação a vácuo

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1.2.3. Destilação Extrativa e Azeotrópica: A destilação fracionada comum não pode ser
empregada para separar azeótropos e seu uso é antieconômico para a separação de componentes
com pontos de ebulição muito próximos. Em ambos os casos, destilações modificadas são
normalmente possíveis de ser empregadas. Nestas destilações, um componente externo é usado
para modificar a volatilidade relativa dos componentes de carga, facilitando assim, sua
separação. Estas operações são classificadas como destilação azeotrópica e destilação extrativa.
Na destilação azeotrópica adiciona-se um componente volátil, que forma azeótropos
de baixo ponto de ebulição com um ou mais componentes da mistura, aumentando a
volatilidade relativa dos componentes. O azeótropo formado é retirado no topo da coluna e
posteriormente separado mediante um processo apropriado.
Na destilação extrativa adiciona-se um solvente, de baixa volatilidade, que altera a
volatilidade relativa dos componentes originais. Quanto a usar um solvente, é semelhante à
azeotrópica.
A literatura apresenta vários processos exemplificando esta destilação.

1.3. Internos de Torres: Pratos e Recheios

São denominados internos de torres todos os dispositivos colocados no interior das


torres de separação e que são responsáveis pelo adequado funcionamento das mesmas. Na
destilação os principais internos são os pratos e os recheios que auxiliam no contato gás-líquido
permitindo a transferência de massa e calor entre as fases.

1.3.1. Torres de Pratos: A torre de pratos é composta de uma carcaça cilíndrica vertical,
comumente denominada de casco, no interior do qual são montados os diversos pratos.
A transferência de massa em um prato realiza-se através das gotas ou bolhas formadas pela
passagem do vapor dentro da fase líquida. Esse contato (borbulhamento) começa quando o
líquido chega ao prato por um downcomer, espécie de chapa ou tubo junto ao costado da torre
que leva o líquido de um prato superior ao inferior.
Ao chegar ao prato, o líquido encontra com o vapor que está passando através dos furos,
válvulas ou borbulhadores existentes na bandeja, formando assim uma espuma. Esta espuma
percorre o prato, vertendo ao final deste em um novo downcomer. No downcomer, a espuma
será desfeita e somente o líquido desaerado será passado ao prato inferior.
Acima da bandeja, a espuma coalesce em gotas, e o vapor, praticamente sem líquido,
continua para o prato superior.

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1.3.1.1. Pratos com borbulhadores: O borbulhador é projetado de modo a dispersar a


fase gasosa em bolhas finas no seio do líquido. Ele também impede que o líquido desça pelas
passagens do gás quando este flui com baixa velocidade. Os borbulhadores são construídos de
muitas formas e tamanhos diversos.
O prato com borbulhadores tem orifícios onde se erguem dutos ascendentes cobertos,
cada um, com uma campânula. O vapor ascende no duto e é dirigido para baixo, escapando
pelos orifícios verticais da campânula. Esse movimento faz com que o vapor entre em contato
com o líquido que está represado no prato. Os pratos com borbulhadores são mais caros, pois a
fabricação deste é mais trabalhosa.

Figura 8 – Prato com borbulhadores

1.3.1.2. Pratos perfurados com Downcomer: Os pratos perfurados tornaram-se


populares graças à simplicidade e o baixo custo de fabricação. O tipo mais comum desta peça
de equipamento é a bandeja perfurada, conforme mostra a figura 9.
De acordo com o nome, a bandeja perfurada é uma chapa metálica provida com centenas de
orifícios circulares. O diâmetro destes orifícios é, usualmente, de 0,3 a 1,2 cm.
O líquido escoa sobre a chapa e as bolhas atravessam o líquido, ascendendo nele, depois
de passar pelos orifícios. Quando a velocidade do gás é grande, o escoamento do líquido através
das perfurações é impedido pelo gás, porém em baixas velocidades de gás ocorre um sério
vazamento de líquido pelos orifícios que pode reduzir de forma significativa a eficiência do
estágio. No projeto de um equipamento esta é uma limitação dos pratos perfurados que deve
ser cuidadosamente analisada.

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Figura 9 – Coluna com bandejas perfuradas e downcomer.

1.3.1.3. Pratos valvulados: Uma modificação dos pratos perfurados simples é a prato
valvulado. As perfurações numa bandeja valvulada são cobertas por opérculos móveis que são
levantados pelo gás que flui para cima através das perfurações, e abaixam-se sobre o orifício
quando a velocidade do gás diminui. Desta forma reduz-se o vazamento do líquido em pressões
baixas. Além disso, as válvulas direcionam o vapor horizontalmente no líquido, proporcionando
uma mistura mais completa que nos pratos perfurados simples, onde o vapor passa
verticalmente pela camada líquida. Os orifícios nos pratos perfurados são, frequentemente,
maiores que nos pratos perfurados simples, atingem até 3,8 cm de diâmetro.

Figura 10 – Prato valvulado

1.4. Torres com Recheios

Nas torres recheadas, a fase líquida é dispersa no topo através da ação de um distribuidor
de líquidos, escoando na forma de um filme líquido na superfície dos elementos de recheio. A
seção transversal da torre é completamente ocupada por esses elementos, formando um leito
poroso através do qual o líquido e o vapor ecoam em contracorrente. O contato líquido-vapor é

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feito de maneira contínua. O recheio cumpre a função de sustentar o filme da fase líquida da
mesma forma que permite um adequado contato entre as fases.
Em geral o material do recheio deve ter as seguintes características:
 Ter uma área superficial molhada grande, por unidade de volume do espaço recheado,
de modo a apresentar uma área interfacial potencialmente grande para o contato entre
as fases.
 Ter um grande volume de vazios. Com isto será possível o escoamento das fases através
do recheio sem haver excessiva perda de pressão.
 Possuir boa resistência estrutural, a fim de que não se perca muito por quebra e
esfarelamento.
 Ser quimicamente inerte para os fluidos processados.
 Ser resistente a corrosão.
 Pequena densidade volumétrica. Nas grandes torres recheadas, o peso do recheio pode
ser bastante grande, e isto acarretará sérios problemas de sustentação.
 Ser relativamente barato.

Figura 11 – Torre de Recheio para Destilação

Tipos de Recheios

Anéis de Anéis de Anéis

Raschin Lessing particionados

Sela de Berl Sela Intalox

Anéis de Pall

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1.5. Comparação entre torres de pratos e torres de recheio

As colunas de pratos propiciam um contato mais efetivo entre as duas fases fluidas, mediante
o repetido borbulhamento do vapor no líquido e posterior separação. Outra vantagem é que a
coluna de pratos pode operar com maiores cargas líquidas sem haver o risco de inundação do
sistema, além de ser um sistema que pode ser limpo com maior facilidade.
Já as colunas recheadas operam com menor queda de pressão no vapor, o que é
especialmente importante em operações a vácuo. Possuem uma menor retenção de líquido e
quando possuem diâmetros menores são usualmente mais baratas que as colunas de pratos de
mesmas dimensões. Podem ser mais econômicas no processamento de líquidos corrosivos, em
virtude de usarem recheios de cerâmica resistente à corrosão. Uma das desvantagens da coluna
de recheio é que podem sofrer os efeitos de formação de canais preferenciais, e neste caso é
mais vantajoso adicionar distribuidores de líquido ao longo da coluna para redirecionar o
escoamento do líquido.
As Colunas de recheio proporcionam uma grande área de interface para transferência de
massa e o vapor em movimento ascendente entra em contato com outra corrente, o refluxo de
líquido que desce. Este processo de contato é contínuo e difere das condições encontradas nas
colunas de pratos onde o processo de enriquecimento é por andares.
Nas colunas convencionais, o vapor que sai de um prato estará mais rico no componente
mais volátil do que o vapor que entra.

1.6. Unidades de transferência

O número de unidades de transferências necessárias é uma medida da dificuldade de


separação. Quando se quer, por isso, um produto de pureza muito grande, será necessário um
número maior de unidades de transferência.
A altura de uma unidade de transferência é uma medida de eficácia da separação efetuada com
um certo tipo de recheio entre as espécies químicas que estão sendo processadas.
Quando a taxa de transferência de massa entre as fases é elevada e a área superficial para a
transferência é grande, a altura de uma unidade de transferência será pequena. Alguns
especialistas afirmam que a altura de uma unidade de transferência é mais fácil de usar em
virtude de ter uma dimensão simples em contraste com as dimensões complicadas do
coeficiente de transferência de massa. Esta vantagem é apenas superficial, pois a estimativa da
altura de transferência de massa exige o conhecimento do coeficiente de transferência de massa
em unidades coerentes com aquelas em que a composição da fase está expressa.

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1.7. Arraste

O arraste é o transporte de gotículas de líquido pelo vapor que sobre para o prato
superior. Isto afeta significativamente a eficiência de estágio. Este arraste ocorre em
velocidades elevadas de escoamento; por isso o diâmetro da coluna deve ser ajustado para dar
uma velocidade de gás que torne mínimo o arraste. É possível que para se evitar o arraste
projete-se uma coluna com diâmetro maior. Por isso, é necessário fazer um balanço econômico
ao se determinar qual o grau de arraste que deve ser eliminado.

1.8. Inundação da coluna

A inundação da coluna ocorre quando há um arraste excessivo ou quando há acúmulo


demasiado de líquido no vertedor descendente. A inundação é o resultado de se tentar fazer
passar ou muito gás ou muito líquido através da coluna. Um ponto fundamental ao se escolher
o diâmetro da coluna é o de se evitar a inundação.

1.9. Fundamentos e equacionamentos

Em certos casos de operações em estágios, o diagrama de equilíbrio em xy pode ser


usado com exclusividade para o cálculo do número de estágios de equilíbrio necessários para
certa separação. A curva de equilíbrio continua a relacionar as composições das correntes que
saem de um estágio de equilíbrio, mas uma nova relação substitui o ponto delta no cálculo de
estágio a estágio. Esta relação é deduzida a partir de um balanço de massa em torno de um
estágio.
Figura 12

Um balanço de massa em torno de qualquer estágio n leva ao seguinte:


Balanço de massa total:

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𝐿0 + 𝑉𝑛+1 = 𝐿𝑛 + 𝑉1 (1)
Balanço de massa de um componente:
𝐿0 𝑥0 + 𝑉𝑛+1 𝑦𝑛+1 = 𝐿𝑛 𝑥𝑛 + 𝑉1 𝑦1 (2)
Resolvendo, encontra-se:
𝐿𝑛 𝑉1 𝑦1 −𝐿0 𝑥0
𝑦𝑛+1 = 𝑉 𝑥𝑛 + 𝑉𝑛+1
(3)
𝑛+1

A Equação 3 relaciona as composições da fase V e da fase L que passam uma pela outra
entre os estágios. Se a curva que representa esta equação for graficada nas coordenadas xy, ela
será a chamada curva de operação. Se a curva de equilíbrio for graficada no mesmo diagrama
xy, é possível efetuar graficamente os cálculos estágio a estágio.
Um ponto sobre a curva de equilíbrio representa duas correntes que saem de um certo
estágio em equilíbrio. Por exemplo, as correntes que saem de um estágio 3 seriam representadas
por um ponto da curva de equilíbrio com as coordenadas (x3,y3). Por outro lado, as coordenadas
de um ponto sobre a curva de operação representam as composições de duas correntes que se
cruzam entre dois estágios. Por exemplo, o ponto (x3,y4) representa as composições das
correntes L e V que fluem entre os estágios 3 e 4. As retas de construção, horizontais e verticais,
que ligam os pontos sobre a curva de operação, formando uma figura como uma escada; não
têm, intrinsecamente, significado físico. Servem somente para localizar certos pontos que, estes
sim, têm significado físico. Sendo x3 conhecido, y3 também pode ser encontrado por meio de
uma reta vertical que passa por x3 até interceptar a curva de equilíbrio. Do ponto y3 assim
encontrado, traça-se uma horizontal até a intersecção com a linha de operação, em x4. O cálculo
gráfico prossegue, de forma escalonada, usando-se alternadamente a curva de equilíbrio e a
curva de operação.
A Equação 3 leva a uma curva de operação retilínea se L e V forem constantes ao longo
da cascata. Os termos L0, V1, x0 e y1 têm valores fixos e, portanto, se V for constante, o segundo
termo da equação 3 também é uma constante. Se, além disso, L também for constante, a equação
tem a forma da equação reduzida de uma reta. Os índices de L e V podem ser excluídos, pois
os termos são constantes e vem:

𝐿 𝑉𝑦1 −𝐿𝑥0
𝑦𝑛+1 = 𝑉 𝑥𝑛 + 𝑉
(4)

O coeficiente angular da reta de operação é L/V e a ordenada à origem é o último termo.


A reta representada por esta equação é graficada sem dificuldades uma vez que se conheçam
um ponto e o coeficiente angular, ou se forem conhecidos dois pontos. Se L e V não forem
constantes, a curva não é retilínea e é necessário outro método de cálculo.

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O escoamento interno do líquido e o do vapor, numa coluna de destilação binária, são


influenciados pelos quatro fatores seguintes:
1- O calor de vaporização molar das misturas.
2- O calor de mistura no vapor e no líquido.
3- O aumento do calor sensível com o aumento de temperatura da coluna.
4- As perdas térmicas através das paredes da coluna.

Quando os calores de vaporização molares de todas as misturas são constantes e quando


os outros fatores são relativamente desprezíveis, ocorre a condensação de um mol de vapor para
cada mol de líquido vaporizado e L e V são constantes ao longo da cascata. Neste caso, na
maioria das soluções binárias simples, pode-se utilizar o chamado método de McCabe-Thiele.

1.9.1. Método de McCabe-Thiele: Este método leva como principal hipótese o que
mostramos anteriormente, que as vazões molares de líquido e vapor são constantes ao longo de
cada seção da coluna, logo este método supõe que o calor latente de vaporização é igual para
os componentes, o que na realidade é falso.
O Método Gráfico de McCabe-Thiele é um método simplificado que utiliza apenas o
balanço material e o diagrama de equilíbrio (x:y) na estimativa preliminar do projeto de uma
coluna. A simplificação assumida pelo método ocorre nas vazões molares de cada fase, as quais
são consideradas constantes em cada seção. Isto elimina a necessidade de se fazer iterações para
solucionar o problema.
O cálculo de uma coluna tem início com os balanços materiais global em cada seção da
coluna, visando obter relações entre as correntes que se cruzam em cada prato. As correntes
que deixam cada prato têm suas composições definidas pelo diagrama de equilíbrio xy.
Considerando um sistema binário (a e b) em que são conhecidas a vazão (F) e a composição
(zFa) da carga e as concentrações (xDa e xBa) do componente mais volátil no produto de topo
(D) e de fundo (B):
O balanço de massa global e o balanço de massa por componente são os mesmos das
Equações 1 e 2. Considerando zFa = zF, xDa = xD, xBa = xB e F conhecidos, pode-se calcular D
e B:
𝑧 −𝑥
𝐷 = 𝐹 (𝑥𝐹 −𝑥𝐵 ) (5)
𝐷 𝐵

𝑥𝐷 −𝑧𝐹
𝐵 = 𝐹( ) (6)
𝑥𝐷 −𝑥𝐵

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1.9.1.1. Seção de retificação: Balanço de massa na seção de retificação:

Figura 13

Considerando-se também o sistema de topo da coluna, pode-se escrever para um estágio


n qualquer:
𝑉𝑛+1 = 𝐿𝑛 + 𝐷 (7)
𝑉𝑛+1 𝑦𝑛+1 = 𝐿𝑛 𝑋𝑛 + 𝐷𝑥𝐷 (8)
Deste sistema chega-se a:
𝐿𝑛 𝐷
𝑦𝑛+1 = ( ) 𝑥𝑛 +( ) 𝑥𝐷 (9)
𝑉𝑛+1 𝑉𝑛+1

ou
𝐿𝑛⁄
𝐷 1
𝑦𝑛+1 = (𝐿𝑛 ) 𝑥𝑛 + (𝐿 𝑛 ) 𝑥𝐷 (10)
⁄𝐷 +1 ⁄𝐷 +1

que relaciona as concentrações yn+1 e xn do componente a nas correntes que se cruzam entre
dois estágios quaisquer da seção de enriquecimento. Quando lançada no diagrama xy, esta
equação representa o lugar geométrico de todos os valores possíveis de composição do
constituinte mais volátil nesta seção, sendo conhecida como linha de operação da seção de
enriquecimento. Se L e V forem constantes ao longo de todos os estágios da seção (premissa
do método), esta equação será uma linha reta de inclinação (L/V) e coeficiente linear [(D/V)x].
Para traçá-la, calcula-se um dos pontos pela interseção desta reta com a bissetriz, ou seja,
quando y = x (para condensação total do vapor que sai pelo topo da coluna):
𝐿 𝐷
𝑦𝑛+1 = 𝑉 𝑦𝑛+1 + 𝑉 𝑥𝐷 => 𝑦𝑛+1 = 𝑥𝐷 (11)

O outro ponto a ser marcado é o coeficiente linear, quando xn = 0:


𝐷
𝑦𝑛+1 = 𝑉 𝑥𝐷 (12)

Considerando o refluxo como líquido saturado nas condições do primeiro estágio, sua
introdução na coluna não implica em fornecimento de calor sensível, apenas em transferência
de massa e energia entre duas fases saturadas.

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Assim, a fase líquida resultante que segue para o primeiro estágio (L0) terá a mesma
vazão molar e composição que o refluxo (R):
𝐿 = 𝐿0 = 𝑅 (13)
𝐿0 𝑅
Definindo a razão de refluxo (RR): 𝑅𝑅 = 𝐷
=𝐷 (14)
𝐷 𝐷 𝐷 1 1
Portanto: 𝑦𝑛+1 = 𝑉 𝑥𝐷 = 𝐿+𝐷 𝑥𝐷 = 𝑅+𝐷 𝑥𝐷 = 𝑅⁄ 𝑥𝐷 => 𝑦𝑛+1 = 𝑅𝑅+1 𝑥𝐷 (15)
𝐷 +1

Lançando-se os pontos (y = x = xD) e [x = 0, y = xD /(RR + 1)] sobre diagrama x-y,


define-se a reta de operação da seção de retificação:

Figura 14

1.9.1.2. Seção de esgotamento: Balanço de massa na seção de esgotamento:


Figura 15

Pode-se escrever para um estágio m qualquer:


𝐿′ 𝑚−1 = 𝑉 ′ 𝑚 + 𝐵 (16)
𝐿′ 𝑚−1 𝑥𝑚−1 = 𝑉 ′ 𝑚 𝑦𝑚 + 𝐵𝑥𝐵 (17)
chegando a:
𝐿′ 𝑚−1 𝐵
𝑦𝑚 = 𝑥𝑚−1 + 𝑥 (18)
𝐿′𝑚−1 −𝐵 𝐿′ 𝑚−1 −𝐵 𝐵

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que relaciona as concentrações ym e xm-1 do componente a nas correntes que se cruzam entre
dois estágios quaisquer da seção de esgotamento. Deve-se observar que as vazões molares de
líquido e vapor na seção de esgotamento são diferentes das suas correspondentes na seção de
retificação devido à adição da carga.
De acordo com a premissa do método, a equação anterior representa uma reta, sendo um
dos seus pontos determinado pela sua interseção com a bissetriz, quando y = x:
𝐿′ 𝐵
𝑦𝑚 = 𝑉 ′ 𝑥𝑚−1 − 𝑉 ′ 𝑥𝐵 => 𝑦𝑚 = 𝑥𝐵 (19)

Figura 16

Para a determinação de outro ponto da reta, deve-se conhecer L' e/ou V'. Estes valores
dependem do estado térmico da carga e das vazões L e V da seção de retificação, não estando
relacionados a nenhuma variável operacional (como a razão de refluxo para L). Deve-se então
analisar a influência da carga sobre as vazões molares do líquido e vapor em cada seção.

Figura 17- Estágio de introdução da carga

𝐿′ = 𝐿 + 𝐿𝐹 (20)
𝑉 = 𝑉 ′ + 𝑉𝐹 (21)
Fração líquida da carga
𝐿𝐹 𝐿′ −𝐿
𝑖= 𝐹
= 𝐹
(22)

Considerando-se as diversas possibilidades de estado térmico da carga, temos:

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1. Líquido sub-resfriado: i > 1,0 (condensação de parte de V').


2. líquido saturado com mesma composição que o líquido no prato de carga: i = 1,0.
3. líquido e vapor: 0,0 < i < 1,0.
4. vapor saturado com mesma composição que o vapor no prato de carga: i = 0,0.
5. vapor super-aquecido: i < 0,0 (vaporização de parte de L) e as equações:

𝑉𝑦𝑛+1 = 𝐿𝑥𝑛 + 𝐷𝑥𝐷 (23)


𝑉 ′ 𝑦𝑚 = 𝐿′ 𝑥𝑚−1 − 𝐵𝑥𝐵 (24)

A interseção destas equações ocorre em um ponto único xn = xm-1 = xi e yn+1 = ym = yi,


onde i refere-se à interseção. Desenvolvendo-se adequadamente, chega-se a:
𝑖 1
𝑦𝑖 = 𝑖−1 𝑥𝑖 − 𝑖−1 𝑧𝐹 (25)

Esta reta representa sobre o diagrama x-y o lugar geométrico de todas as interseções
possíveis entre as retas de operação das duas seções. Esta linha "i" pode ser traçada
conhecendo-se sua inclinação [i/(i - 1)] e um ponto, sua interseção com a bissetriz, quando
y = x:
𝑖 1
𝑦𝑖 = 𝑥 − 𝑧 => 𝑦𝑖 = 𝑧𝐹 (26)
𝑖−1 𝑖 𝑖−1 𝐹

Como a linha i representa o lugar geométrico de todas as interseções possíveis entre as


retas de operação das duas seções, a sua interseção com a reta de operação da seção de
enriquecimento também representa um ponto sobre a reta de operação da seção de esgotamento,
que pode ser finalmente traçada:

Figura 18- Possibilidades de estado Figura 19 - Linha de carga


térmico da carga

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1.9.1.3. Determinação do Número de Estágios: Cada Andar Teórico, de acordo com


o Método de McCabe-Thiele, é descrito por um degrau entre a linha operatória e a curva de
equilíbrio. As correntes de líquido e vapor em equilíbrio (Ln, Vn) correspondem a um ponto da
curva de equilíbrio, enquanto as correntes de líquido e vapor que entram e saem do andar (Ln-
1 e Vn+1) correspondem a pontos da linha operatória:

Figura 20

Sobre o diagrama xy, a determinação do número de estágios ideais de uma coluna de


destilação fracionada pelo Método de McCabe-Thiele é feita utilizando-se a curva de equilíbrio
e as retas de operação.
Figura 21

Traçado característico dos vários


andares teóricos da coluna de
destilação (representados no
diagrama xy pelos degraus) desde a
composição xD do Destilado, à
composição xB do Resíduo, de acordo
com o Método de McCabe-Thiele.

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Partindo-se do topo (pois geralmente a concentração desejada é xD), evolui-se ao longo


do diagrama traçando-se horizontais das retas de operação até a curva de equilíbrio e verticais
da curva de equilíbrio até as retas de operação. Deve-se fazer a troca da reta de operação da
seção de enriquecimento para a reta de operação da seção de esgotamento ao se cruzar a linha
i, e considerar como último estágio teórico ideal da coluna aquele no qual se iguala ou ultrapassa
xB:
Figura 22

Traçado característico dos vários


andares teóricos da coluna de
destilação (representados no
diagrama xy pelos degraus) desde
a composição xD do Destilado, à
composição xB do Resíduo, de
acordo com o Método de McCabe-
Thiele.

Os cruzamentos das horizontais e verticais sobre a curva de equilíbrio definem as


concentrações das correntes líquido e vapor em equilíbrio que deixam cada estágio [(x1, y1),
(x2, y2), etc.].
Em termos teóricos ideais, estima-se um número fracionário de estágios considerando-
se a fração de estágio necessária para se alcançar xB através de uma proporção linear sobre o
diagrama xy.

1.9.1.4. Razão de Refluxo: As colunas de fracionamento devem ser projetadas a partir


da combinação do número de estágios e da razão de refluxo, de forma a se obter a separação
desejada dos componentes da carga com o menor custo total.
Quanto maior a razão de refluxo, menor o número de estágios, e vice-versa. Assim, a razão de
refluxo ótima estará situada entre um par de valores mínimo e máximo.
A razão de refluxo mínima é determinada definindo-se a reta de operação da seção de
enriquecimento interceptando a linha i sobre a curva de equilíbrio.

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O número de estágios será infinito, pois as retas de operação estarão muito próximas à
curva de equilíbrio.
A razão de refluxo total conduz a um valor de [xD / (RR + 1)] igual a zero fazendo com
que as retas de operação confundam-se com a bissetriz.
O número de estágios será mínimo, devido ao grande afastamento entre as retas de
operação e a curva de equilíbrio.

Figura 23- Razão de Refluxo mínima Figuras 24 - Razão de Refluxo total


(infinitos estágios) (número de estágios mínimo)

Para as colunas de recheios, Peters supôs que este mesmo enriquecimento do vapor
ocorrerá em uma certa altura do enchimento, numa coluna de recheio, a qual denominou de
Altura Equivalente a um Prato Teórico (AETP). Visto que todas as seções de enchimento são
fisicamente análogas, supõem-se que um andar de equilíbrio é representado por uma certa altura
de enchimento. Logo podemos escrever:
Altura do enchimento = AETP . número de pratos teóricos (27)

Murch apresentou a seguinte expressão empírica para o cálculo do AETP, a partir da


análise dos resultados de vários experimentadores, para condições de refluxo total:

𝑎.𝐿𝑏 .𝐷𝑐 .𝑍 1/3 .𝛼.𝜇𝑖


𝐴𝐸𝑇𝑃 = (em polegadas) (28)
𝜌𝑖

onde: a,b,c - constantes dependentes do recheio;


L - velocidade mássica superficial do vapor, em lbm/h.ft2;
D - diâmetro da coluna, em polegadas;
Z - altura do enchimento, em pés;
 - volatilidade relativa média;
i - viscosidade média da fase líquida, das medidas de topo e fundo da coluna, em cpoise;
i - massa específica média do líquido (topo e fundo), em g/cm3

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Fenske, deduziu uma equação para calcular o número de pratos, correspondentes ao


refluxo total, para uma dada separação:
𝑥 𝑥
log[( 𝑎 )𝑡 .( 𝑏 )𝑓 ]
𝑥𝑏 𝑥𝑎
𝑁+1= (29)
log 𝛼𝑚é𝑑

onde:
- N - número de pratos;
- xa e xb - frações dos componentes A e B, respectivamente, na fase líquida;
- t e f - indicam o produto de topo e de fundo, respectivamente;
- ()med - é a volatilidade relativa média, que podemos tomar como a média aritmética entre as
volatilidades relativas às temperaturas do refervedor e do topo. Como exemplo, seja
no topo: yD = 0,78 e xD = 0,71 e, no refervedor: yD = 0,45 e xD = 0,1

𝑦𝐷 1−𝑥𝐷 0,78 1−0,71


𝛼𝑎𝑏 𝑇𝑂𝑃𝑂 = . = . = 1,4481 (30)
1−𝑦𝐷 𝑥𝐷 1−0,78 0,71
𝑦 1−𝑥𝐵 0,45 1−0,1
𝛼𝑎𝑏 𝐹𝑈𝑁𝐷𝑂 = 1−𝑦𝐵 . 𝑥𝐵
= 1−0,45 . 0,1
= 7,3636 (31)
𝐵

Para variações maiores utiliza-se a equação:


_________________
()med = 1 + √ (αAB - 1)t .(αAB - 1)f (32)

sendo que a volatilidade relativa é dada por:


αAB = [ya / (1 - ya)].[(1 – xa)/ xa] (33)
onde: ya é a fração do componente A na fase vapor.

1.9.1.5. Eficiência dos Estágios Reais: As correntes que deixam os estágios reais não
estão em equilíbrio, pois o tempo de contato entre as fases é insuficiente para a mistura ideal e
o alcance do equilíbrio. Como resultado, a modificação de composição de cada fase num estágio
real é menor que a possível num estágio ideal, tornando necessário um aumento do número de
estágios para compensar esta perda. O desempenho de um estágio real depende de muitas
variáveis físicas, entre as quais a área da interface das fases, a taxa de transferência, por unidade
de área, dos componentes de uma para outra fase, e o tempo de contato. Estas variáveis estão,
por sua vez, influenciadas pelas características de construção dos estágios, pelas propriedades
físicas das fases e pelas razões das fases.
A eficiência mais comumente usada é definida como a razão entre o número de estágios
de equilíbrio calculado para uma dada separação e o número de estágios necessários para efetuar
esta separação. Esta é a eficiência global:

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𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑡á𝑔𝑖𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑞𝑢𝑖𝑙í𝑏𝑟𝑖𝑜


𝐸𝑔 = 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑡á𝑔𝑖𝑜𝑠 𝑟𝑒𝑎𝑖𝑠 𝑛𝑒𝑐𝑒𝑠𝑠á𝑟𝑖𝑜𝑠
(34)

A eficiência global só pode ser determinada com base em resultados de colunas em


operação, e carece de base fundamental, pois combina os efeitos de muitas e complexas
variáveis em apenas um único valor para toda a coluna.
A eficiência de Murphree descreve a eficiência de um só estágio, podendo ser definida
tanto para a fase vapor como para a fase líquida. Para o estágio abaixo, um prato
perfurado no qual o vapor flui através do líquido, tem-se:
𝑦𝑛 −𝑦𝑛+1
𝐸𝑉 = (35)
𝑦𝑛 ∗ −𝑦𝑛+1
𝑥 −𝑥
𝐸𝐿 = 𝑥 𝑛−1−𝑥 𝑛∗ (36)
𝑛−1 𝑛

onde os termos yn* e xn* representam a composição hipotética do vapor e do líquido que
estariam em equilíbrio ao deixarem o estágio real. Assim, EV e EL são razões entre a
modificação média real que ocorre nas composições do vapor e do líquido e a modificação que
ocorreria se todo o vapor e o líquido estivessem em equilíbrio com o líquido e o vapor que saem
realmente do estágio. A eficiência de Murphree pode ser usada no método gráfico de McCabe-
Thiele, traçando-se uma curva de separação real entre a curva de equilíbrio e as retas de
operação, a uma distância determinada pela eficiência. Os estágios são construídos, então, entre
a curva de separação real e as retas de operação.

Figura 25- Eficiência de Murphree

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2. BIBLIOGRAFIA

1 - PERRY & CHILTON - Manual de Engenharia Química - 5o edição, Editora Guanabara


Dois, Rio de Janeiro, 1980
2 - PENIDO FILHO, P. - O Álcool Combustível: Obtenção e aplicação nos motores - Editora
Nobel, São Paulo, 1980.
3 - FOUST, et alli - Princípios das operações Unitárias - Editora Guanabara Dois, Rio de
Janeiro
4 - McCabe e Smith - Unit Operations of Chemical Engeneering.

5 - COULSON, J.M. & RICHARDSON, J.F. - Tecnologia Química - Vol. II / Operações


Unitárias - 2o ed., Editora Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1968.

6 - CALDAS, Jorge Navaes; LACERDA, Antônio Ignácio de . Internos de torres: pratos &
recheios. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2003. 466p. (Tecnologia brasileira) ISBN 8575110608

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