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RESSUSCITAÇÃO 1 6 1 (2 0 2 1) 9 8 114

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Ressuscitação
Página inicial do jornal: www.elsevier.com/ locate / resusci tat ion

Diretrizes do Conselho Europeu de Ressuscitação 2021:

Suporte Básico de Vida

Theresa M. Olasveengen uma,*, Federico Semeraro b, Giuseppe Ristagno c,d, Maaret

Castren e, Anthony Handley f, Artem Kuzovlev g, Koenraad G. Monsieurs h, Violetta
Raffay eu, Michael Smyth j,k, Jasmeet Soar eu, Hildigunnur Svavarsdottir m,n, Gavin D.
Perkins o,p
uma Departamento de Anestesiologia, Hospital Universitário de Oslo e Instituto de Medicina Clínica, Universidade de Oslo, Noruega
b Departamento de Anestesia, Terapia Intensiva e Serviços Médicos de Emergência, Hospital Maggiore, Bolonha, Itália
c Departamento de Anestesiologia, Terapia Intensiva e Emergência, Fondazione IRCCS Ca 'Granda, Ospedale Maggiore Policlinico, Milano, Itália
d Departamento de Fisiopatologia e Transplante, Universidade de Milão, Itália
e Medicina de Emergência, Universidade de Helsinque e Departamento de Medicina e Serviços de Emergência, Hospital da Universidade de Helsinque, Helsinque, Finlândia
f Hadstock, Cambridge, Reino Unido
g Centro Federal de Pesquisa e Clínica de Medicina Intensiva e Reabilitologia, Instituto de Pesquisa de Reanimatologia Geral VA Negovsky,
Moscou, Rússia
h Departamento de Medicina de Emergência, Hospital Universitário de Antuérpia e Universidade de Antuérpia, Bélgica
eu Departamento de Medicina, Escola de Medicina, Universidade Europeia de Chipre, Nicósia, Chipre
j Warwick Clinical Trials Unit, Warwick Medical School, University of Warwick, Coventry CV4 7AL, Reino Unido
k Serviço de ambulância de West Midlands e ambulância aérea de Midlands, Brierly Hill, West Midlands DY5 1LX, Reino Unido
eu Hospital Southmead, North Bristol NHS Trust, Bristol, Reino Unido
m Hospital Akureyri, Akureyri, Islândia
n Instituto de Pesquisa em Ciências da Saúde, Universidade de Akureyri, Akureyri, Islândia
o Warwick Clinical Trials Unit, Warwick Medical School, University of Warwick, Coventry CV4 7AL, Reino Unido
p University Hospitals Birmingham, Birmingham B9 5SS, Reino Unido

Resumo
O Conselho Europeu de Ressuscitação produziu essas diretrizes básicas de suporte de vida, que se baseiam no Consenso Internacional de 2020 sobre a Ciência da
Ressuscitação Cardiopulmonar com Recomendações de Tratamento. Os tópicos abordados incluem reconhecimento de parada cardíaca, alerta de serviços de emergência,
compressões torácicas, respirações de resgate, desfibrilação externa automatizada (DEA), medição de qualidade de RCP, novas tecnologias, segurança e obstrução de
corpo estranho das vias aéreas.
Palavras-chave: Diretrizes, suporte básico de vida, ressuscitação cardiopulmonar, compressão torácica, ventilação, respirações de resgate, desfibrilador externo
automatizado, serviços médicos de emergência, despacho médico de emergência

Introdução e escopo Recomendações (CoSTR) para BLS.1 Para essas Diretrizes ERC, as
recomendações do ILCOR foram complementadas por análises de literatura
Essas diretrizes baseiam-se no Consenso 2020 sobre Ciência e específicas realizadas pelo Grupo ERCBLSWriting para os tópicos não
Tratamento do Comitê Internacional de Ressuscitação (ILCOR) revisados no 2020 ILCOR CoSTR. Quando necessário, as diretrizes

* Autor correspondente. Endereço de e-mail:tmolasveengen@medisin.uio.no

(TM Olasveengen).
https://doi.org/10.1016/j.resuscitation.2021.02.009

0300-9572 /© 2021 Conselho Europeu de Ressuscitação. Publicado por Elsevier BV Todos os direitos reservados
 RESSUSCITAÇÃO 1 6 1 (2 0 2 1) 9 8 114 99

foram informados pelo consenso de especialistas sobre os membros do

grupo de redação.
O grupo de redação do BLS priorizou a consistência com as diretrizes anteriores
para construir confiança e encorajar mais pessoas a agir quando ocorrer uma
parada cardíaca. Deixar de reconhecer a parada cardíaca continua sendo uma
barreira para salvar mais vidas. A terminologia usada no ILCORCoSTR,5 istostart
CPRinqualquerpessoaque "não responde com respiração ausente ou anormal". Esta
terminologia foi incluída nas diretrizes BLS 2021. Aqueles que estão aprendendo ou
aplicando RCP devem ser lembrados de que a respiração lenta e difícil (respiração
agonal) deve ser considerada um sinal de parada cardíaca. A posição de recuperação
está incluída na seção de primeiros socorros das diretrizes do ERC 2021. As diretrizes
de primeiros socorros destacam que a posição de recuperação só deve ser usada
por adultos e crianças com nível reduzido de responsividade devido a doenças
médicas ou traumas não físicos. As diretrizes enfatizam que só devem ser usadas
em pessoas que NÃO atender aos critérios para o início da respiração de resgate ou
compressões torácicas (RCP). Qualquer pessoa colocada na posição de recuperação
deve ter sua respiração monitorada continuamente. Se a qualquer momento sua
respiração se tornar ausente ou anormal, role-os de costas e inicie as compressões
torácicas. Finalmente, as evidências que informam o tratamento da obstrução das
vias aéreas do corpo estranho foram atualizadas de forma abrangente, mas os
algoritmos de tratamento permanecem os mesmos.

O ERC também produziu orientações sobre parada cardíaca para

pacientes com doença coronavírus 2019 (COVID-19),2 que é baseado em uma
revisão sistemática e CoSTR do ILCOR.3,4 Nosso entendimento sobre o
tratamento ideal de pacientes com COVID-19 e o risco de transmissão de vírus
e infecção daqueles que fornecem CPR é pouco compreendido e está em
evolução. Verifique o ERC e as diretrizes nacionais para obter as orientações e Fig. 1 - Resumo do infográfico de BLS.
políticas locais mais recentes para o tratamento e as precauções do socorrista.
Essas diretrizes foram elaboradas e aprovadas pelos membros do Grupo
de Gravação de Suporte Básico de Vida. A metodologia utilizada para o
desenvolvimento das diretrizes é apresentada no sumário executivo.4a As
diretrizes foram postadas para comentários públicos em outubro de 2020. O
feedback foi revisado pelo grupo de redatores e as diretrizes foram
atualizadas quando relevante. A Diretriz foi apresentada e aprovada pela
Assembleia Geral do ERC em 10 de dezembro de 2020.
As principais mensagens desta seção são apresentadas em Figura 1.

Diretriz concisa para a prática clínica

O algoritmo BLS é apresentado em Figura 2 e as instruções passo a passo são

fornecidas em Fig. 3.

Como reconhecer uma parada cardíaca

Inicie a RCP em qualquer pessoa sem resposta com respiração ausente

ou anormal.
Respiração lenta e laboriosa (respiração agonal) deve ser considerada um
sinal de parada cardíaca.
Um curto período de movimentos semelhantes a convulsões pode ocorrer no
início da parada cardíaca. Avalie a pessoa depois que a convulsão parar: se ela
não responder e com respiração ausente ou anormal, inicie a RCP.

Como alertar os serviços de emergência

Fig. 2 - Algoritmo BLS.

Alerte os serviços médicos de emergência (EMS) imediatamente se uma telefone celular e inicie imediatamente a RCP auxiliado pelo
pessoa estiver inconsciente e com respiração ausente ou anormal. despachante.
Um espectador solitário com um telefone celular deve discar o Se você for um socorrista solitário e tiver que deixar uma vítima para
número EMS, ativar o alto-falante ou outra opção de viva-voz no alertar o SME, ative o SME primeiro e depois inicie a RCP.
100 RESSUSCITAÇÃO 1 6 1 (2 0 2 1) 9 8 114

Fig. 3 - Instruções passo a passo do BLS.

RESSUSCITAÇÃO 1 6 1 (2 0 2 1) 9 8 114 101

Fig. 3 - (contínuo).
102 RESSUSCITAÇÃO 1 6 1 (2 0 2 1) 9 8 114

Fig. 3 - (contínuo).

Compressões torácicas de alta qualidade Resgatando respirações

Comece as compressões torácicas o mais rápido possível. Alterne entre aplicar 30 compressões e 2 ventilações de resgate.
Aplique compressões na metade inferior do esterno ('no centro
do tórax'). Se você não puder fornecer ventilações, aplique compressões
Comprima a uma profundidade de pelo menos 5 cm, mas não mais do torácicas contínuas.
que 6 cm. Comprimir o tórax a uma taxa de 100 120min1 com o mínimo
de interrupções possível. AED
Deixe o tórax recuar completamente após cada compressão; não se
apóie no peito. Como encontrar um AED
Realize compressões torácicas em uma superfície firme, sempre que possível. A localização de um AED deve ser indicada por sinalização clara.
 RESSUSCITAÇÃO 1 6 1 (2 0 2 1) 9 8
Quando e como usar um AED
Assim que chegar o DEA, ou se já houver algum disponível no
local da parada cardíaca, ligue-o.
Prenda as pás do eletrodo ao tórax nu da vítima de acordo com
a posição mostrada no DEA ou nas pás.
Se mais de um socorrista estiver presente, continue a RCP enquanto os eletrodos estão
sendo colocados.
Siga as instruções faladas (e / ou visuais) do AED. Certifique-se de
que ninguém está tocando a vítima enquanto o DEA está analisando
o ritmo cardíaco.
Se houver indicação de choque, certifique-se de que ninguém toque na vítima.
Pressione o botão de choque conforme solicitado. Reinicie imediatamente a RCP com
30 compressões.
Se nenhum choque for indicado, reinicie imediatamente a RCP com 30
compressões.
Em ambos os casos, continue com a RCP conforme solicitado
pelo AED. Haverá um período de RCP (geralmente 2 min) antes
que o DEA solicite uma nova pausa na RCP para análise do
ritmo.
Compressões antes da desfibrilação
Continue a RCP até que um AED (ou outro desfibrilador) chegue
ao local e seja ligado e colocado na vítima.
Não atrase a desfibrilação para fornecer RCP adicional quando o
desfibrilador estiver pronto.
AEDs totalmente automáticos
Se um choque for indicado, o AED totalmente automático é projetado para
administrar um choque sem qualquer ação adicional do socorrista. A segurança
dos AEDs totalmente automáticos não foi bem estudada.
Segurança de AEDs
Muitos estudos de desfibrilação de acesso público mostraram que os AEDs
podem ser usados com segurança por espectadores e socorristas. Embora a
lesão do profissional de RCP por choque com desfibrilador seja extremamente
rara, não continue a compressão torácica durante a aplicação do choque.
Segurança
Certifique-se de que você, a vítima e todos os espectadores estão seguros. Os leigos
devem iniciar a RCP para presumível parada cardíaca sem se preocupar com danos às
vítimas que não estejam em parada cardíaca.
Leigos podem realizar compressões torácicas com segurança e usar um
AED, pois o risco de infecção durante as compressões e danos por choque
acidental durante o uso do AED é muito baixo.
Diretrizes separadas foram desenvolvidas para reanimação de
vítimas com síndrome respiratória aguda coronavírus 2
suspeita ou confirmada (SARS-CoV-2). Verwww.erc.edu/covid.
Como a tecnologia pode ajudar
Os sistemas EMS devem considerar o uso de tecnologia, como
smartphones, comunicação de vídeo, inteligência artificial e drones para
auxiliar no reconhecimento de parada cardíaca, despachar socorristas,
comunicar-se com espectadores para fornecer RCP assistida por
despachante e entregar AEDs no local da cardiopatia prender prisão.
114 103
Obstrução das vias aéreas de corpo estranho
Suspeite de engasgo se alguém repentinamente não conseguir falar ou falar,
especialmente se estiver comendo.
Estimule a vítima a tossir.
Se a tosse se tornar ineficaz, dê até 5 golpes nas costas:
Incline a vítima para a frente.
Aplique golpes entre as omoplatas usando a base de uma das
mãos
Se os golpes nas costas forem ineficazes, aplique até 5 compressões abdominais:
Fique atrás da vítima e coloque os dois braços em volta da parte
superior do abdômen da vítima.
Incline a vítima para a frente.
Cerre o punho e coloque-o entre o umbigo (umbigo) e a caixa
torácica.
Segure seu punho com a outra mão e puxe fortemente para dentro e
para cima.
Se a asfixia não tiver sido aliviada após 5 compressões abdominais,
continue alternando 5 pancadas nas costas com 5 compressões
abdominais até que seja aliviado ou a vítima fique inconsciente.
Se a vítima ficar inconsciente, inicie a RCP
Evidências que informam as diretrizes
Como reconhecer uma parada cardíaca
A definição prática e operacional de parada cardíaca é quando uma pessoa
não responde com respiração irregular ou frequente.5 Diretrizes anteriores
incluíam a ausência de pulso palpável como critério, mas a detecção confiável
de pulsos periféricos em emergências médicas estressantes provou ser difícil
para profissionais e leigos.6 10 A falta de resposta e a respiração anormal
obviamente se sobrepõem a outras emergências médicas com potencial de
risco de vida, mas têm uma sensibilidade muito alta como critérios de
diagnóstico para parada cardíaca. Usar esses critérios aumentará
moderadamente para parada cardíaca, mas acredita-se que o risco de iniciar
a RCP em um indivíduo sem resposta com respiração ausente ou anormal e
não em parada cardíaca é muito superado pelo aumento da mortalidade
associada à RCP retardada para vítimas de parada cardíaca.1
Respiração agonal
A respiração agonal é um padrão respiratório anormal observado em cerca
de 50% das vítimas de parada cardíaca. Indica a presença de função cerebral
e está associada a melhores resultados.11,12 A respiração agonal é comumente
interpretada erroneamente como um sinal de vida, apresentando um desafio
para leigos e despachantes médicos de emergência. Os termos comuns
usados por leigos para descrever a respiração agonal incluem: respiração
ofegante, respiração ofegante ou ocasional, gemido, suspiro, gorgolejo,
barulhento, gemido, ronco, respiração pesada ou difícil.11,13,14 A respiração
agonal continua sendo a maior barreira para o reconhecimento de OHCA.15 22
O reconhecimento precoce da respiração agonal é um pré-requisito para a
RCP e desfibrilação precoce, e a falha dos despachantes em reconhecer a
parada cardíaca durante chamadas de emergência está associada à redução
da sobrevida.18,23
104 RESSUSCITAÇÃO 1 6 1 (2 0 2 1) 9 8
Ao focar no reconhecimento da respiração agonal para socorristas leigos e
profissionais de RCP, é importante sublinhar que o risco de atrasar a RCP em uma
vítima de parada cardíaca supera em muito qualquer risco de realizar a RCP em uma
pessoa que não está em parada cardíaca. (Consulte também a seção Segurança). A
interpretação incorreta da respiração agonal como um sinal de vida pode levar os
espectadores a colocar erroneamente as vítimas de parada cardíaca na posição de
recuperação em vez de iniciar a RCP.
Convulsões
Movimentos semelhantes a convulsões de curta duração entre pacientes em parada
cardíaca representam outra barreira importante para o reconhecimento de paradas
cardíacas. As convulsões são emergências médicas comuns e constituem cerca de 3
a 4% de todas as chamadas médicas de emergência.24 26 Somente
0,6 2,1% dessas ligações também são paradas cardíacas.25,27 Um estudo
observacional recente incluindo 3502 OHCAs identificou 149 (4,3%) vítimas com
atividade semelhante a convulsões.28 Os pacientes que apresentavam atividade
semelhante a convulsões eram mais jovens (54 vs. 66 anos; p <0,05), eram mais
propensos a ter uma prisão testemunhada (88% vs. 45%; p <0,05), com maior
probabilidade de apresentar um ritmo inicial passível de choque (52% vs. 24%; p <
0,05), e mais probabilidade de sobreviver à alta hospitalar (44% vs. 16%;
p <0,05). Semelhante à respiração agonal, as convulsões complicam o
reconhecimento da parada cardíaca tanto para leigos quanto para
profissionais (tempo médio para a identificação da parada cardíaca pelo
despachante; 130 s vs. 62 s;p <0,05).28
Reconhecer a parada cardíaca após um episódio de convulsão, quando a vítima
permanece sem resposta com respiração anormal, é importante para prevenir o retardo da
RCP. O risco de atrasar a RCP em uma vítima de parada cardíaca supera em muito qualquer
risco de realizar a RCP em uma pessoa que não sofreu uma parada cardíaca. (Veja também a
seção Segurança)
Serviços de alerta de emergência
A questão prática de 'ligar primeiro' ou fazer 'RCP primeiro' foi debatida e é
particularmente relevante quando um telefone não está imediatamente
disponível em uma emergência médica. Como os telefones celulares se
tornaram a forma dominante de telecomunicação, ligar para os serviços de
emergência não significa necessariamente atrasar a RCP. Depois de avaliar e
discutir os resultados de uma revisão sistemática recente, o ILCOR
recomendou que os transeuntes solitários com um telefone móvel ligassem
para o EMS, ativassem o alto-falante ou outra opção de viva-voz no telefone
móvel e iniciassem imediatamente a RCP.1 Essa recomendação baseou-se no
consenso de especialistas e na evidência de incerteza muito baixa elaborada a
partir de um único estudo observacional.29 O estudo observacional do Japão
incluiu 5446 OHCAs e comparou os resultados entre pacientes tratados com
uma estratégia de 'RCP primeiro' ou 'ligar primeiro'. As taxas de sobrevida
geral foram muito semelhantes entre as estratégias de 'chamar primeiro' e
'RCP primeiro', mas as análises ajustadas realizadas em vários subgrupos
sugeriram uma melhor sobrevida com um resultado neurológico favorável
com uma estratégia de 'RCP primeiro' em comparação com uma estratégia de
'ligar primeiro'. Desfechos melhorados foram observados em subgrupos de
etiologia não cardíaca (odds ratio ajustada (aOR) 2,01 [IC 95% 1,39 2,9]);
abaixo de 65 anos de idade (aOR 1,38 [IC 95% 1,09 1,76]); menores de 20 anos
(aOR 3,74 [IC 95% 1,46 9,61]) e; ambos com menos de 65 anos de idade e
etiologia não cardíaca juntos (aOR 4,31 [IC 95% 2,38 8,48]).29
O estudo observacional que apoia uma estratégia de 'RCP primeiro' foi
limitado por incluir apenas casos em que leigos testemunharam o OHCA e
realizaram RCP espontaneamente (sem a necessidade de assistência do
despachante), e os grupos comparados eram diferentes em relação à idade,
sexo, ritmo inicial , características de RCP por espectador e intervalos EMS.
Apesar da evidência de certeza muito baixa, o ILCOR fez um
114
forte recomendação discordante para enfatizar a importância da RCP
precoce por espectador.
Apesar da ampla disponibilidade de telefones celulares, há situações
em que um socorrista sozinho pode ter que deixar a vítima para alertar
os serviços de emergência. A escolha de iniciar a RCP ou alertar o EMS
primeiro dependeria das circunstâncias exatas, mas seria razoável
priorizar a ativação imediata do EMS antes de retornar à vítima para
iniciar a RCP.
Compressões torácicas de alta qualidade
As compressões torácicas são o principal componente de uma RCP eficaz
como meio amplamente disponível para fornecer perfusão de órgãos durante
a parada cardíaca. A eficácia das compressões torácicas depende da posição
correta da mão e da profundidade, frequência e grau de recuo da parede
torácica. Quaisquer pausas nas compressões torácicas significam pausas na
perfusão dos órgãos e, consequentemente, precisam ser minimizadas para
prevenir lesão isquêmica.
Posição da mão durante as compressões
A evidência para a posição ideal da mão foi revisada pelo ILCOR em
2020.1 Embora as recomendações para a posição da mão durante as
compressões tenham sido modificadas ao longo do tempo, essas mudanças
foram baseadas apenas em evidências de baixa ou muito baixa certeza, sem
dados demonstrando que uma posição específica da mão era ideal em termos
de sobrevivência do paciente. Na revisão sistemática mais recente, nenhum
estudo relatando desfechos críticos, como desfecho neurológico favorável,
sobrevida ou RCE foram identificados.
Três estudos de certeza muito baixa investigaram o efeito da posição da
mão nos pontos finais fisiológicos.30 32 Um estudo cruzado em 17 adultos com
ressuscitação prolongada de parada cardíaca não traumática documentou
melhora da pressão arterial de pico durante a sístole de compressão e ETCO2
quando as compressões foram realizadas sobre o terço inferior do esterno
em comparação com o centro do tórax.31
Resultados semelhantes foram observados em um estudo cruzado em 10
crianças, quando as compressões foram realizadas no terço inferior do
esterno em comparação com o meio do esterno, com maior pico de pressão
sistólica e maior pressão arterial média.30 Um terceiro estudo cruzado em 30
adultos com parada cardíaca não documentou nenhuma diferença no ETCO2
valores resultantes de mudanças no posicionamento das mãos.32
Os estudos de imagem foram excluídos da revisão sistemática do ILCOR,
pois não relatam desfechos clínicos para pacientes em parada cardíaca, mas
fornecem informações básicas de apoio sobre a posição ideal para
compressões com base nas estruturas anatômicas subjacentes às posições
recomendadas e alternativas das mãos. Evidências de estudos de imagem
recentes indicam que, na maioria dos adultos e crianças, a área de secção
transversa máxima do ventrículo está abaixo do terço inferior da junção
esterno / xifesternal, enquanto a aorta ascendente e a via de saída do
ventrículo esquerdo estão sob o centro do tórax.33 39 Existem diferenças
importantes na anatomia entre os indivíduos e dependem da idade, índice de
massa corporal, doença cardíaca congênita e gravidez e, portanto, uma
estratégia de colocação de mão específica pode não fornecer compressões
ideais em uma variedade de pessoas.34,38,40
Esses achados levaram o ILCOR a manter sua recomendação atual e
continuar a sugerir a realização de compressões torácicas na metade
inferior do esterno em adultos em parada cardíaca (recomendação
fraca, evidência de certeza muito baixa). Consistente com as
recomendações de tratamento do ILCOR, o ERC recomenda ensinar que
as compressões torácicas devem ser aplicadas "no centro do tórax",
enquanto demonstra a posição da mão na metade inferior do esterno.
 RESSUSCITAÇÃO 1 6 1 (2 0 2 1) 9 8
Profundidade de compressão torácica, velocidade e recuo
Esta diretriz é baseada nas recomendações do ILCOR,1 informado por uma
revisão de escopo ILCOR41 e as Diretrizes ERC BLS de 2015 anteriores.42 A
revisão do escopo da Força-Tarefa ILCOR BLS relacionada à taxa de
compressão torácica, profundidade da compressão torácica e recuo da
parede torácica. Seu objetivo foi identificar qualquer evidência publicada
recentemente sobre esses componentes de compressão torácica como
entidades discretas e avaliar se os estudos relataram interações entre esses
componentes de compressão torácica.
Além dos 14 estudos identificados nas diretrizes do ERC BLS de 2015,42 8
outros estudos43 50 publicados após 2015 foram identificados, de modo que
um total de 22 estudos avaliaram a taxa de profundidade de compressão e
recuo. Cinco estudos observacionais examinaram a taxa de compressão
torácica e a profundidade da compressão torácica.48,49,51,52 Um RCT,44 um
ensaio cruzado,53 e 6 estudos observacionais45,50,54 57 examinou apenas a taxa
de compressão torácica. Um RCT58 e 6 estudos observacionais examinaram
apenas a profundidade da compressão torácica,59 64 e 2 estudos
observacionais examinaram o recuo da parede torácica.43,46 Não foram
identificados estudos que examinaram diferentes medidas de inclinação.
Embora esta revisão de escopo tenha destacado lacunas significativas nas
evidências de pesquisa relacionadas às interações entre os componentes da
compressão torácica, ela não identificou novas evidências suficientes que
justificariam a realização de uma nova revisão sistemática ou reconsideração
das recomendações atuais de tratamento de ressuscitação.
As recomendações de tratamento do ILCOR para a profundidade, frequência e
recuo da compressão torácica, portanto, não foram alteradas desde 2015.42 ILCOR
recomenda uma taxa de compressão torácica manual de 100 a 120 minutos 1
(recomendação forte, evidência de certeza muito baixa), uma profundidade
de compressão torácica de aproximadamente 5 cm (2 pol.) (recomendação
forte, evidência de certeza baixa) enquanto evita profundidades de
compressão torácica excessivas (maior que 6 cm [maior que 2,4 pol] em um
adulto médio) durante a RCP manual (recomendação fraca, evidência de baixa
certeza) e sugere que as pessoas que realizam a RCP manual evitem apoiar-se
no tórax entre as compressões para permitir o recuo total da parede torácica
(recomendação fraca, evidência de certeza muito baixa).
Consistente com as recomendações de tratamento do ILCOR, o ERC
recomenda uma taxa de compressão torácica de 100 a 120 minutos 1 e
uma profundidade de compressão de 5 6 cm, evitando apoiar o tórax
entre as compressões. A recomendação de comprimir 5 6 cm é um
compromisso entre observações de resultados ruins com compressões
rasas e aumento da incidência de danos com compressões mais
profundas.42
Superfície firme
O ILCOR atualizou o Consenso sobre a Recomendação de Ciência e Tratamento para
a realização de RCP em superfície firme em 2020.1,65 Quando a RCP é realizada em
uma superfície macia (por exemplo, um colchão), a parede torácica e a superfície de
suporte são comprimidas.66 Isso tem o potencial de diminuir a profundidade efetiva
da compressão torácica. No entanto, a profundidade de compressão efetiva pode
ser alcançada até mesmo em uma superfície macia, proporcionando ao provedor
CPR aumente a profundidade de compressão geral para compensar a compressão
do colchão.67 73
A revisão sistemática do ILCOR identificou doze estudos com manequins
que avaliam a importância de uma superfície firme durante a RCP.65 Esses
estudos foram agrupados em avaliações do tipo de colchão,70,74 76
chão em comparação com a cama,75 78 e tabela.69,70,79 83 Nenhum estudo humano foi
identificado. Três ensaios clínicos randomizados avaliando o tipo de colchão não
identificaram uma diferença na profundidade de compressão torácica entre vários
114 105
tipos de colchão.70,74 76 Quatro RCTs avaliando o assoalho em comparação com o
leito não encontraram nenhum efeito na profundidade da compressão torácica.75 78
Dos sete ECRs avaliando o uso da tabela, seis puderam ser meta-analisados e
mostraram aumento da profundidade de compressão usando uma tabela com uma
diferença média de 3 mm (95% CI, 1 a 4).69,70,79 82 A relevância clínica desta diferença
foi debatida, embora estatisticamente significativo o aumento real na profundidade
de compressão foi pequeno.
Esses achados levaram o ILCOR a sugerir a realização de compressões
torácicas manuais em uma superfície firme quando possível (recomendação
fraca, evidência de certeza muito baixa). O ILCOR também sugeriu que
quando uma cama tem um modo de RCP que aumenta a rigidez do colchão,
ele deve ser ativado (recomendação fraca, evidência de certeza muito baixa),
mas sugeriu contra mover um paciente da cama para o chão para melhorar a
profundidade de compressão torácica em o ambiente hospitalar
(recomendação fraca, evidência de certeza muito baixa). A confiança nas
estimativas de efeito é tão baixa que o ILCOR não conseguiu fazer uma
recomendação sobre o uso de uma estratégia de tabela.
Consistente com as Recomendações de Tratamento do ILCOR, o ERC
sugere a realização de compressões torácicas em uma superfície firme,
sempre que possível. Para o ambiente hospitalar, mover um paciente da
cama para o chão NÃO é recomendado. O ERC não recomenda o uso de
uma tabela.
Resgatando respirações
Relação compressão-ventilação (CV)
O ILCOR atualizou o Consenso sobre Ciência e Recomendações de
Tratamento para a relação compressão-ventilação (CV) em 2017.84 A revisão
sistemática de apoio encontrou evidências de dois estudos de coorte
(n = 4877) que uma proporção de compressões para ventilação de 30: 2 em
comparação com 15: 2 melhorou o resultado neurológico favorável em adultos
(diferença de risco 1,72% (IC 95% 0,5 2,9%).85 Meta-análise de seis estudos de coorte (
n = 13.962) descobriram que mais pacientes sobreviveram com uma proporção de
30: 2 em comparação com 15: 2 (diferença de risco 2,48% (IC 95% 1,57 3,38). Um
padrão semelhante de melhores resultados foi observado em um pequeno estudo
de coorte (n = 200, ritmos passíveis de choque) ao comparar uma proporção de 50: 2
com 15: 2 (diferença de risco 21,5 (IC 95% 6,9 36,06).86 A recomendação de
tratamento do ILCOR, que sugere uma relação CV de 30: 2 em comparação com
qualquer outra relação CV em pacientes com parada cardíaca (recomendação fraca,
evidência de qualidade muito baixa), permanece válida e forma a base para as
diretrizes de ERC para alternar entre fornecer 30 compressões e 2 ventilação.
RCP somente por compressão
O papel da ventilação e oxigenação no manejo inicial da parada cardíaca
permanece debatido. O ILCOR realizou revisões sistemáticas de RCP somente
com compressão versus RCP padrão tanto em socorristas leigos quanto em
configurações profissionais ou de EMS.85,87
No cenário de socorristas leigos, seis estudos observacionais de certeza
muito baixa compararam a compressão torácica apenas com a RCP padrão
usando uma relação CV de 15: 2 ou 30: 2.18,88 92 Na análise inameta de dois
estudos, não houve diferença significativa no desfecho neurológico favorável
em pacientes que receberam RCP somente com compressão em comparação
com pacientes que receberam RCP com relação aCV de 15: 2 (RR, 1,34 [IC 95%,
0,82 2,20]; RD, 0,51 porcentagem pontos [IC 95%, 2,16 a 3,18]).18,90 Em uma
meta-análise de três estudos, não houve diferença significativa no desfecho
neurológico favorável em pacientes que receberam RCP somente por
compressão em comparação com pacientes que receberam compressões e
ventilações durante um período em que a relação CV mudou de 15: 2 para 30:
2 (RR , 1,12 [IC 95%, 0,71 1,77]; RD, 0,28 pontos percentuais
106 RESSUSCITAÇÃO 1 6 1 (2 0 2 1) 9 8
[IC de 95%, 2,33 a 2,89]).89,91,92 Em um estudo, os pacientes que receberam
apenas RCP por compressão tiveram pior sobrevida em comparação com os
pacientes que receberam CPR com relação aCV de 30: 2 (RR, 0,75 [IC 95%, 0,73
0,78]; RD, 1,42 pontos percentuais [IC 95%, 1,58 a 1,25] )88 Por último, um
estudo examinou a influência da disseminação nacional de recomendações
de RCP somente com compressão para leigos e mostrou que, embora as
taxas de RCP e a sobrevida nacional tenham melhorado, os pacientes que
receberam RCP somente com compressão tiveram menor sobrevida em
comparação com pacientes que receberam compressões torácicas e
ventilações a uma proporção de CV de 30: 2 (RR, 0,72 [IC de 95%, 0,69 0,76];
RD, 0,74 pontos percentuais [IC de 95%, 0,85 a 0,63]).88 Com base nesta
revisão, o ILCOR sugere que espectadores treinados, capazes e dispostos a
aplicar respirações de resgate e compressões torácicas o fazem para todos os
pacientes adultos em parada cardíaca (recomendação fraca, evidência de
certeza muito baixa).
No cenário de EMS, um RCT de alta qualidade incluiu 23.711 pacientes.
Aqueles randomizados para ventilação com bolsa-máscara, sem pausa para
compressões torácicas, não tiveram nenhum benefício demonstrável para
resultado neurológico favorável (RR, 0,92 [IC 95%, 0,84 1,00]; RD, 0,65 pontos
percentuais [IC 95%, 1,31 a 0,02]) em comparação com pacientes
randomizados para RCP convencional com uma relação CV de 30: 2.93 O ILCOR
recomenda que os provedores de EMS realizem RCP com 30 compressões
para 2 ventilações (proporção 30: 2) ou compressões torácicas contínuas com
ventilação de pressão positiva fornecida sem pausar as compressões
torácicas até que um tubo traqueal ou dispositivo supraglótico tenha sido
colocado (forte recomendação, evidência de alta certeza )
Consistente com as recomendações de tratamento do ILCOR, o ERC
recomenda alternar entre fornecer 30 compressões e 2 ventilações
durante a RCP em socorristas leigos e em ambientes profissionais.
Desfibrilador externo automatizado
Um AED (desfibrilador externo automático ou, menos comumente denominado,
desfibrilador externo automático) é um dispositivo portátil alimentado por bateria
com almofadas adesivas que são anexadas ao tórax do paciente para detectar o
ritmo cardíaco após a suspeita de parada cardíaca. Ocasionalmente, pode ser
necessário raspar o tórax se estiver muito peludo e / ou os eletrodos não grudarem
firmemente. Se o ritmo for fibrilação ventricular (ou taquicardia ventricular), um
aviso audível ou audível e visual é fornecido ao operador para aplicar um choque
elétrico de corrente contínua. Para outros ritmos cardíacos (incluindo assistolia e um
ritmo normal), nenhum choque é recomendado. Avisos adicionais informam ao
operador quando iniciar e interromper a RCP. Os AEDs são muito precisos em sua
interpretação do ritmo cardíaco e são seguros e eficazes quando usados por leigos.
A probabilidade de sobrevivência após OHCA pode ser acentuadamente
aumentada se as vítimas receberem RCP imediata e um desfibrilador for
usado. Os AEDs possibilitam que leigos tentem desfibrilação após uma parada
cardíaca, muitos minutos antes da chegada de ajuda profissional; cada
minuto de atraso diminui a chance de ressuscitação bem-sucedida em cerca
de 3-5%.94
O Consenso do ILCOR sobre Ciência e Recomendações de
Tratamento (2020) fez uma forte recomendação em apoio à
implementação de programas de desfibrilação de acesso público para
pacientes com OHCA com base em evidências de baixa certeza.1 A
Declaração Científica do ILCOR sobre Desfibrilação de Acesso Público
aborda intervenções-chave (detecção precoce, otimização de
disponibilidade, sinalização, novos métodos de entrega, conscientização
pública, registro de dispositivo, aplicativos móveis para recuperação de
AED e desfibrilação de acesso público) que devem ser consideradas
como parte de todo acesso público programas de desfibrilação.
114
Compressões antes da desfibrilação
O ILCOR atualizou o Consenso sobre Ciência e Recomendação de Tratamento para
RCP antes da desfibrilação em 2020.1 Cinco ensaios clínicos randomizados foram
identificados comparando um menor com um maior intervalo de compressões
torácicas antes da desfibrilação.95 99 Os desfechos avaliados variaram de sobrevida
de 1 ano com desfecho neurológico favorável ao RCE. Nenhum benefício claro da
RCP antes da desfibrilação foi encontrado em uma meta-análise de qualquer um dos
resultados críticos ou importantes. Na análise Inameta de quatro estudos, não
houve diferença significativa no desfecho neurológico favorável em pacientes que
receberam um período mais curto de RCP antes da desfibrilação em comparação
com um período mais longo de RCP (RR, 1,02 [IC 95%, 0,01 0,01]; mais 1 paciente /
1000 (29
a 98).95,96,98,99 Em uma meta-análise de cinco estudos, não houve diferença
significativa na sobrevida até a alta em pacientes que receberam um período
mais curto de RCP antes da desfibrilação em comparação com um período
mais longo de RCP (RR, 1,01 [IC 95%, 0,90 1,15]; 1 mais paciente / 1000 (8 a 13).
95 99
O ILCOR sugere um curto período de RCP até que o desfibrilador
esteja pronto para análise e / ou desfibrilação em parada cardíaca não
monitorada. Consistente com as Recomendações de Tratamento do
ILCOR, o ERC recomenda que a RCP seja continuada até que um DEA
chegue ao local, seja ligado e conectado à vítima, mas a desfibrilação
não deve ser atrasada mais para RCP adicional.
Posicionamento de eletrodo
O ILCOR concluiu uma análise de escopo sobre o tamanho e a colocação da pá de AED em 2020, em busca de qualquer
evidência disponível para orientar o posicionamento e o tamanho ideal da pá.1 Nenhuma nova evidência que abordou
diretamente essas questões foi identificada, e a revisão de escopo da força-tarefa ILCOR BLS é, portanto, limitada à discussão e
consenso de especialistas. Essas discussões destacaram estudos que mostraram que a colocação ântero-posterior do eletrodo
é mais eficaz do que a posição ântero-lateral ou ântero-apical tradicional na cardioversão eletiva da fibrilação atrial (FA),
enquanto a maioria dos estudos não conseguiu demonstrar qualquer vantagem clara de qualquer eletrodo específico posição.
A corrente transmiocárdica durante a desfibrilação é provavelmente máxima quando os eletrodos são colocados de forma que
a área do coração em fibrilação fique diretamente entre eles (isto é, ventrículos em VF / TV sem pulso, átrios em FA). Portanto,
a posição ideal do eletrodo pode não ser a mesma para arritmias ventriculares e atriais. O ILCOR continua a sugerir que os
eletrodos sejam colocados no tórax exposto em uma posição ântero-lateral. Uma posição alternativa aceitável é ântero-
posterior. Em indivíduos com seios grandes, é razoável colocar a almofada do eletrodo esquerdo lateralmente ou abaixo da
mama esquerda, evitando o tecido mamário. Deve-se considerar a remoção rápida de pelos excessivos do tórax antes da
aplicação dos eletrodos, mas deve-se enfatizar a minimização do atraso na aplicação do choque. Não há evidências suficientes
para recomendar um tamanho de eletrodo específico para desfibrilação externa ideal em adultos. É, entretanto, razoável usar
um tamanho de almofada maior que 8 cm. é razoável colocar a almofada do eletrodo esquerdo lateralmente ou abaixo da
mama esquerda, evitando o tecido mamário. Deve-se considerar a remoção rápida de pelos excessivos do tórax antes da
aplicação dos eletrodos, mas deve-se enfatizar a minimização do atraso na aplicação do choque. Não há evidências suficientes
para recomendar um tamanho de eletrodo específico para desfibrilação externa ideal em adultos. É, entretanto, razoável usar
um tamanho de almofada maior que 8 cm. é razoável colocar a almofada do eletrodo esquerdo lateralmente ou abaixo da
mama esquerda, evitando o tecido mamário. Deve-se considerar a remoção rápida de pelos excessivos do tórax antes da
aplicação dos eletrodos, mas deve-se enfatizar a minimização do atraso na aplicação do choque. Não há evidências suficientes
para recomendar um tamanho de eletrodo específico para desfibrilação externa ideal em adultos. É, entretanto, razoável usar
um tamanho de almofada maior que 8 cm.100.101
Consistente com as Recomendações de Tratamento do ILCOR e para
evitar confusão para a pessoa que usa o DEA, o grupo de redação ERC
BLS recomenda prender as pás do eletrodo ao tórax nu da vítima
usando a posição antero-lateral conforme mostrado no DEA.
Dispositivos de feedback de RCP
Para melhorar a qualidade da RCP, os principais parâmetros de RCP precisam ser medidos.
Os dados de qualidade da RCP podem ser apresentados ao socorrista em tempo real e / ou
fornecidos em um relatório resumido ao final da ressuscitação. Medindo
 RESSUSCITAÇÃO 1 6 1 (2 0 2 1) 9 8
O desempenho da RCP para melhorar os sistemas de ressuscitação é abordado no
capítulo Systems Saving Lives.102 Dispositivos de feedback em tempo real para
provedores de RCP serão discutidos nesta seção.
O ILCOR atualizou o Consenso sobre Recomendação de Ciência e
Tratamento para obter feedback sobre a qualidade da RCP em 2020.1 Três
tipos de dispositivos de feedback foram identificados: (1) feedback audiovisual
digital, incluindo prompts de áudio corretivos; (2) áudio analógico e feedback
tátil de 'clicker' para profundidade e liberação da compressão torácica; e (3)
orientação do metrônomo para a taxa de compressão torácica. Há uma
heterogeneidade clínica considerável entre os estudos com relação ao tipo de
dispositivos usados, o mecanismo de medição da qualidade da RCP, o modo
de feedback, tipos de pacientes, locais (por exemplo, dentro e fora do
hospital) e RCP de linha de base (grupo de controle) qualidade.
Feedback audiovisual digital, incluindo prompts de áudio
corretivos
Um cluster RCT103 e quatro estudos observacionais47.104 106
avaliaram os efeitos desses dispositivos em resultados neurológicos
favoráveis. O RCT de cluster de baixa certeza não encontrou nenhuma
diferença no resultado neurológico favorável (risco relativo 1,02; IC de 95%
0,76 1,36; p =0,9).103 Embora um dos estudos observacionais tenha
encontrado uma associação com melhor desfecho neurológico favorável
(odds ratio ajustada 2,69; IC 95% 1,04 6,94),106 os outros três não. 47.104.105
Um cluster RCT103 e seis estudos observacionais48,52,104,106,107
avaliaram os efeitos desses dispositivos na sobrevida até a alta hospitalar ou
sobrevida em 30 dias. Nem o RCT de cluster de baixa certeza (risco relativo
0,91; IC 95% 0,69 1,19;p = 0,5),103 nem os estudos observacionais encontraram
qualquer benefício associado a esses dispositivos.48,52,104,106 108
O benefício potencial do feedback audiovisual em tempo real seria a capacidade
de melhorar a qualidade da RCP. Enquanto o cluster RCT de baixa certeza mostrou
uma taxa de compressão torácica melhorada (diferença de 4,7 por minuto; IC 95%
6,4 3,0), a profundidade da compressão torácica (diferença de
1,6 mm; IC de 95% 0,5 2,7 mm) e fração de compressão torácica
(diferença de 2%; 66% vs. 64%,p = 0,016), o significado clínico dessas
diferenças relativamente pequenas nas métricas de RCP é debatido.103
Cinco estudos observacionais de certeza muito baixa compararam várias
métricas de RCP.47,52,104,106,107 Um estudo observacional não mostrou
diferença nas taxas de compressão torácica com e sem feedback.107
Os outros quatro estudos observacionais47.52.104.106 mostraram taxas de
compressão mais baixas no grupo com feedback de RCP com diferenças
variando de 23 a 11 compressões por minuto. Um estudo observacional não
mostrou diferença na profundidade da compressão torácica com e sem
feedback.107 Três estudos observacionais mostraram compressões torácicas
significativamente mais profundas, variando de 0,4 a 1,1 cm.47.52.106 Dois
estudos relataram aumentos estatisticamente significativos na fração de RCP
associada ao feedback104.107 e três estudos não observaram uma diferença
estatística ou clinicamente importante.47.52.106 O estudo Couper demonstrou
um aumento na fração de compressão de 78% (8%) para 82% (7%), p = 0,003.
104 Este aumento é de significado clínico questionável. O estudo de Bobrow
demonstrou um aumento na fração de compressão torácica de 66% (95% CI
64 a 68) para 84% (95% CI 82 a 85).106 Duas advertências principais com este
estudo incluem a preocupação de que a diferença observada pode não estar
relacionada ao dispositivo de feedback, uma vez que houve outras
intervenções de treinamento e uso de um conjunto de dados imputado.
Nenhum dos estudos mostrou qualquer melhora em
taxas de ventilação.47,52,103,104,106,107
Áudio analógico e feedback do clicker tátil
O dispositivo clicker analógico autônomo, projetado para ser colocado
no peito do paciente sob as mãos de um provedor de RCP, envolve um
114 107
mecanismo que produz um ruído de clique e sensação quando pressão
suficiente é aplicada. Ele fornece feedback tátil sobre a profundidade de
compressão correta e a liberação completa entre as compressões
torácicas.
Um ECR com certeza muito baixa avaliou o efeito de um dispositivo
clicker na sobrevida até a alta hospitalar e encontrou resultados
significativamente melhorados no grupo tratado com o dispositivo
clicker (risco relativo 1,90; IC 95% 1,60 2,25; p <0,001).109 Dois ECRs com
certeza muito baixa avaliaram o efeito de um dispositivo clicker no ROSC
e encontraram resultados significativamente melhorados no grupo
tratado com o dispositivo clicker (risco relativo 1,59; IC 95% 1,38 1,78; p <
0,001 e risco relativo 2,07; IC 95% 1,20 3,29,p <0,001).109.110
Orientação da taxa de metrônomo
Um estudo observacional com certeza muito baixa avaliou o efeito de um metrônomo para
orientar a taxa de compressão torácica durante a RCP antes da chegada da ambulância e
não encontrou nenhum benefício na sobrevida de 30 dias (risco relativo
1,66; IC de 95% 17,7 14,9,p = 0.8) Um estudo observacional de certeza muito baixa
avaliou o efeito do ametrônomo na sobrevida em 7 dias e não encontrou nenhuma
diferença (3/17 vs. 2/13; p = 0,9).111 Dois estudos observacionais avaliaram o efeito
de um metrônomo no ROSC e não encontraram nenhuma diferença no resultado
(risco relativo ajustado 4,97; IC 95% 21,11
11,76, p = 0,6 e 13/07 vs. 17/08, p = 0,7).108.111
Juntando esses dados, o ILCOR sugeriu o uso de feedback audiovisual em
tempo real e dispositivos de alerta durante a RCP na prática clínica como
parte de um programa de melhoria de qualidade abrangente para parada
cardíaca projetado para garantir a entrega de RCP de alta qualidade e
cuidados de ressuscitação em todos os sistemas de ressuscitação, mas
sugerido contra o uso de feedback audiovisual em tempo real e dispositivos
de alerta de forma isolada (ou seja, não faz parte de um programa
abrangente de melhoria da qualidade).112
Segurança
Prejudicar as pessoas que fornecem RCP
Esta diretriz é baseada em uma revisão de escopo ILCOR,112 as Diretrizes
ERC BLS de 2015 anteriores42 e o consenso ILCOR publicado
recentemente sobre ciência, recomendações de tratamento e
percepções da força-tarefa,3 Revisão sistemática do ILCOR,4 e diretrizes
ERC COVID-19.2
A Força-Tarefa ILCOR BLS realizou uma análise de escopo relacionada aos
danos às pessoas que fornecem RCP para identificar qualquer evidência
publicada recente sobre o risco para os provedores de RCP. Esta revisão de
escopo foi concluída antes da pandemia COVID-19. Nesta revisão, foram
identificados poucos relatos de danos causados pela realização de RCP e
desfibrilação. Cinco estudos experimentais e um relato de caso publicado
desde 2008 foram revisados. Os cinco estudos experimentais relataram
percepções em ambientes experimentais durante a administração de choque
para cardioversão eletiva. Nestes estudos, os autores também mediram o
fluxo de corrente e a corrente de fuga média em diferentes experimentos
para avaliar a segurança do socorrista. Apesar das evidências limitadas de
avaliação da segurança, houve amplo consenso entre a Força-Tarefa ILCOR
BLS e o grupo de redação do ERC BLS de que a falta de evidências publicadas
apóia a interpretação de que o uso de um AED é geralmente seguro.
Consistente com as recomendações de tratamento do ILCOR, o ERC
recomenda que socorristas leigos realizem compressões torácicas e usem um
DEA, pois o risco de danos por choque acidental durante o uso de DEA é baixo.
1,42,112
Como as taxas de infecção por SARS CoV-2 continuam a aumentar
em todo o mundo, nossa percepção de segurança durante a RCP tem
108 RESSUSCITAÇÃO 1 6 1 (2 0 2 1) 9 8
mudou profundamente. Uma revisão sistemática recente sobre a transmissão de
SARS CoV-2 durante a ressuscitação realizada pelo ILCOR identificou onze estudos:
dois estudos de coorte, um estudo de caso-controle, cinco relatos de caso e três
ensaios clínicos randomizados de manequim. A revisão não identificou nenhuma
evidência de que a RCP ou desfibrilação gerou aerossol ou infecção transmitida, mas
a certeza da evidência foi muito baixa para todos os resultados.4
Com base nos achados desta revisão sistemática, mas ainda errando no lado
da cautela, o ILCOR publicou o Consenso sobre Ciência e Recomendações de
Tratamento com o objetivo de equilibrar os benefícios da ressuscitação
precoce com o potencial de danos aos profissionais de saúde durante a
pandemia de COVID-19. As recomendações resultantes são para que leigos
considerem as compressões torácicas e a desfibrilação de acesso público
durante a atual pandemia de COVID-19. No entanto, o ILCOR recomenda
claramente que os profissionais de saúde usem equipamento de proteção
individual para todos os procedimentos de geração de aerossol. As seguintes
diretrizes do ERC enfatizaram a necessidade de seguir os conselhos atuais
dados pelas autoridades locais, uma vez que as taxas de infecção variam
entre as áreas. Para o socorrista leigo, é importante seguir as instruções
fornecidas pelo despachante médico de emergência.2 As mudanças mais
importantes referem-se ao uso de equipamentos de proteção individual,
avaliando a respiração sem se aproximar do nariz e da boca da vítima e
reconhecendo a ventilação como um procedimento potencial gerador de
aerossol com maior risco de transmissão de doenças. Os detalhes podem ser
encontrados nas diretrizes ERC COVID-19. (www.erc.edu/COVID)
Danos da RCP para as vítimas que não sofreram parada cardíaca
Leigos podem relutar em realizar a RCP em uma pessoa que não responde com
respiração ausente ou anormal por causa da preocupação de que aplicar
compressões torácicas em uma pessoa que não está em parada cardíaca possa
causar sérios danos. A evidência de danos causados por CPR a vítimas que não
sofreram parada cardíaca foi revisada pelo ILCOR em 2020.1 Esta revisão sistemática
identificou quatro estudos observacionais de certeza muito baixa envolvendo 762
pacientes que não estavam em parada cardíaca, mas receberam RCP por leigos fora
do hospital. Três dos estudos revisaram os registros médicos para identificar danos,
113 115 e um incluiu entrevistas telefônicas de acompanhamento.113 Os dados
agrupados dos três primeiros estudos, incluindo 345 pacientes, encontraram uma
incidência de rabdomiólise de 0,3% (um caso), fratura óssea (costelas e clavícula) de
1,7% (IC 95%, 0,4
3,1%), dor na área de compressão torácica de 8,7% (IC 95%, 5,7
11,7%), e nenhuma lesão visceral clinicamente relevante. O quarto estudo
baseou-se nas observações do corpo de bombeiros no local, e não houve
feridos relatados em 417 pacientes.116 É provável que sejam publicados
relatos de casos e séries de casos de danos graves a pessoas que recebem
RCP que não estão em parada cardíaca, porque são de interesse geral para
um amplo grupo de profissionais de saúde. Os poucos relatos de danos
publicados reforçam os argumentos de que os danos são provavelmente
muito raros e os efeitos desejáveis superam em muito os efeitos indesejáveis.
Apesar das evidências de certeza muito baixa, o ILCOR recomenda que
leigos iniciem a RCP para presumida parada cardíaca, sem se preocupar com
danos aos pacientes que não estão em parada cardíaca. As diretrizes do ERC
são consistentes com as recomendações de tratamento do ILCOR.
Como a tecnologia pode ajudar
A tecnologia é usada para muitos confortos de estilo de vida, desde nossos
smartphones até aplicativos inovadores na medicina. Vários pesquisadores estão
trabalhando em diferentes áreas de implementação. Para o BLS, as principais áreas
de interesse são os aplicativos para localizar AEDs, smartphones e smartwatches
como uma ajuda para primeiros socorros e fornecedores alcançarem
114
os pacientes e feedback de CPR em tempo real e comunicação de vídeo para
envio de vídeo. A nova tecnologia 'sci-fi' descreve o impacto potencial dos
drones e da inteligência artificial na cadeia de sobrevivência.
Aplicativos localizadores de AED
No caso do OHCA, a desfibrilação precoce aumenta as chances de sobrevivência,
mas recuperar um AED durante uma emergência pode ser um desafio porque o
socorrista precisa saber onde o AED está localizado. Graças aos sistemas de
posicionamento global (GPS) integrados nos smartphones, vários aplicativos foram
desenvolvidos para localizar o usuário e exibir os AEDs mais próximos. Além disso,
esses aplicativos permitem que os usuários adicionem novos AEDs que se tornem
disponíveis ou atualizem detalhes dos existentes em todas as comunidades. Como
resultado, os aplicativos para localizar AEDs podem ajudar a construir e manter um
registro atualizado de AEDs na comunidade que pode ser usado e integrado por
centros de despacho de emergência. Normalmente, esse tipo de aplicativo fornece
uma lista de AEDs próximos que podem exibir imediatamente a rota para chegar ao
local com um aplicativo de navegação. Dados sobre localização, acesso, tempo de
disponibilidade, foto de instalação e contatos do proprietário ou responsável pelo
DEA são comumente fornecidos. Os usuários também têm a possibilidade de relatar
AEDs com defeito ou ausentes. O papel da tecnologia do telefone móvel como uma
ferramenta para localizar AEDs é descrito em detalhes no capítulo Systems Saving
Lives.102
Smartphones e smartwatches
Há um interesse crescente entre os pesquisadores em integrar smartphones
e smartwatches na educação e treinamento em ressuscitação cardiopulmonar
e desfibrilação, e para melhorar a resposta ao OHCA com aplicativos
dedicados. Inicialmente, os aplicativos foram desenvolvidos para fornecer
conteúdo educacional sobre reanimação. Acompanhando a evolução
tecnológica dos últimos anos, aplicativos de smartphone têm sido usados
para fornecer feedback sobre a qualidade da RCP, explorando o acelerômetro
embutido. Esses sistemas podem fornecer feedback audiovisual em tempo
real ao socorrista por meio dos alto-falantes e da tela. Embora os dispositivos
atuais de feedback em tempo real testados em ambientes profissionais
tenham um efeito limitado nos resultados dos pacientes, a nova tecnologia
pode melhorar a qualidade da RCP. Conforme a tecnologia evoluiu, o mesmo
conceito foi aplicado aos smartwatches, dispositivos particularmente
adequados para serem usados como dispositivos de feedback, graças ao seu
tamanho reduzido e facilidade de uso. Uma revisão sistemática encontrou
resultados conflitantes sobre o papel dos dispositivos inteligentes. Em um
estudo de simulação randomizado que avaliou a eficácia de um desses
aplicativos, a qualidade da RCP melhorou significativamente com o uso de um
aplicativo baseado em smartwatch com feedback audiovisual em tempo real
no OHCA simulado.117 Da mesma forma, foi observada maior proporção de
compressões torácicas de profundidade adequada com o uso de smartphone.
118 O corpo atual de evidências ainda é limitado, mas os sistemas baseados
em smartwatch podem ser uma estratégia importante para fornecer feedback
de RCP com dispositivos inteligentes.
Durante a RCP por telefone, os despachantes podem localizar e alertar os
cidadãos atendentes que estão nas imediações de um OHCA por meio de um
sistema de mensagem de texto ou um aplicativo de smartphone e orientá-los
até o DEA mais próximo. Esta estratégia foi estudada e demonstrou aumentar
a proporção de pacientes que recebem RCP antes da chegada da ambulância
e melhora a sobrevida.119 122 O papel da tecnologia do telefone móvel como
uma ferramenta para ativar os primeiros respondentes também é descrito no
capítulo Systems Saving Lives.102
Comunicação de vídeo
A comunicação por smartphone e vídeo desempenha um papel importante na sociedade
moderna. Tradicionalmente, os despachantes fornecem RCP somente com áudio
 RESSUSCITAÇÃO 1 6 1 (2 0 2 1) 9 8
instruções; a tecnologia desenvolvida recentemente permite que os
despachantes forneçam instruções de RCP por vídeo por meio do telefone
celular do chamador. Uma recente revisão sistemática e meta-análise
identificou nove artigos avaliando instruções de vídeo para OHCA simulado.
As taxas de compressão foram melhores com instruções em vídeo e houve
uma tendência para um melhor posicionamento das mãos. Nenhuma
diferença foi observada na profundidade da compressão ou tempo para a
primeira ventilação, e houve um ligeiro aumento no tempo que levou para
iniciar a RCP com instruções em vídeo.123 Em um estudo retrospectivo mais
recente de OHCA adulto, um total de 1.720 pacientes OHCA elegíveis (1489 e
231 nos grupos de áudio e vídeo, respectivamente) foram avaliados. O
intervalo de tempo médio de instrução (ITI) foi de 136 s no grupo de áudio e
122 s no grupo de vídeo (p = 0,12). As taxas de sobrevivência até a alta foram
de 8,9% no grupo de áudio e 14,3% nos grupos de vídeo (p <0,01). Bom
resultado neurológico ocorreu em 5,8% e 10,4% nos grupos de áudio e vídeo,
respectivamente (p <0,01).124 Em um estudo clínico prospectivo de OHCAs em
lares de idosos, a aplicação de comunicação por vídeo para orientar o suporte
avançado de vida em coração por paramédicos foi avaliada em 616 casos
consecutivos. A sobrevivência entre o terceiro que recebeu ALS vídeo-
instruído foi de 4,0% em comparação com
1,9% sem instruções de vídeo (p = 0,078), e a sobrevida com bom
resultado neurológico foi de 0,5% vs. 1,0%, respectivamente.125
Inteligência artificial
A inteligência artificial (IA) é a inteligência demonstrada por máquinas, em
contraste com a inteligência natural exibida por humanos. O termo AI é
freqüentemente usado para descrever máquinas (ou computadores) que
imitam funções cognitivas associadas à mente humana, como aprendizado e
resolução de problemas.
A inteligência artificial (IA) foi aplicada a condições de saúde, demonstrando que
um computador pode ajudar na tomada de decisões clínicas.126.127 O uso de IA como
ferramenta para melhorar os componentes-chave da cadeia de sobrevivência está
em avaliação. Recentemente, uma abordagem de aprendizado de máquina foi
usada para reconhecer o OHCA de gravações não editadas de chamadas de
emergência para um centro de despacho médico de emergência, e o desempenho
da estrutura de aprendizado de máquina foi posteriormente avaliado.128 O estudo
incluiu 108.607 chamadas de emergência, das quais 918 (0,8%) eram chamadas de
parada cardíaca fora do hospital elegíveis para análise. Em comparação com
despachantes médicos, a estrutura de aprendizado de máquina teve uma
sensibilidade significativamente maior (72,5% vs. 84,1%,p <0,001) com uma
especificidade ligeiramente inferior (98,8% vs. 97,3%, p <0,001). A estrutura de
aprendizado de máquina teve um valor preditivo positivo menor em comparação
com despachantes (20,9% vs.
33,0%, p <0,001). O tempo de reconhecimento foi significativamente menor
para a estrutura de aprendizado de máquina em comparação com os
despachantes (mediana 44 s vs. 54 s,p <0,001). Outra aplicação da IA em
termos de reconhecimento de OHCA são os dispositivos de assistente
doméstico de software integrados. A adoção generalizada de smartphones e
alto-falantes inteligentes apresenta uma oportunidade única de identificar
esse biomarcador audível (respiração agonal) e conectar vítimas de parada
cardíaca não testemunhadas ao SME ou leigos. Um estudo recente levantou a
hipótese de que os dispositivos de commodities existentes (por exemplo,
smartphones e alto-falantes inteligentes) poderiam ser usados para
identificar a respiração agonal associada ao OHCA em um ambiente
doméstico. Os pesquisadores desenvolveram um algoritmo específico que
reconhece a respiração agonal por meio de um conjunto de dados do EMS.
Usando o áudio EMS rotulado do mundo real de paradas cardíacas, a equipe
de pesquisa treinou o software de IA para classificar a respiração agonal. Os
resultados obtiveram uma sensibilidade e especificidade geral de 97,24% (IC
95%: 96,86 97,61%) e 99,51% (IC 95%: 99,35 99,67%).
114 109
dados que incluem ronco, hipopneia e eventos de apneia do sono
central e obstrutiva.129
O último exemplo do uso potencial de IA é como uma ferramenta para prever a
sobrevivência. Dois estudos relataram o uso de IA como um sistema de prognóstico
baseado em aprendizado profundo e um algoritmo de aprendizado de máquina
para descobrir o fator potencial que influencia os resultados e prever a recuperação
neurológica e a alta hospitalar com vida.130.131 Mais pesquisas são necessárias para
compreender o potencial desta nova tecnologia de IA como uma ferramenta para
apoiar as decisões clínicas humanas.
Drones
Apesar do número crescente de AEDs nas comunidades, um AED ainda
raramente está disponível no local durante o OHCA. Aumentar o acesso aos
AEDs e reduzir o tempo até a primeira desfibrilação são essenciais para
melhorar a sobrevida após um OHCA. Drones ou veículos aéreos não
tripulados têm o potencial de acelerar a entrega de um AED, e a modelagem
matemática pode ser usada para otimizar a localização de drones para
melhorar a resposta de emergência em OHCA.
Nos últimos anos, vários estudos investigaram a viabilidade de entregar AEDs
com drones em uma cena OHCA simulada. Estudos demonstraram como a entrega
de AEDs por meio de um drone é viável sem problemas durante a ativação,
decolagem, pouso ou recuperação por espectador do AED do drone por parte de um
drone, e confirmaram que pode ser esperado que eles cheguem mais cedo pelo
drone do que pela ambulância.132.133 Um estudo realizado em Toronto (Canadá)
estimou que o tempo de chegada do AED poderia ser reduzido em quase 7min em
uma área urbana e em mais de 10min em uma área rural.133 Essa redução no tempo
de chegada do AED pode se traduzir em um tempo menor para a primeira
desfibrilação, o que pode, em última análise, melhorar a sobrevida. Drones para
AEDs fornecem uma noite também reproduzem um papel mais importante em uma
densidade populacional baixa e AEDs, e em áreas montanhosas e rurais.134 Um
estudo que investigou a experiência do espectador na recuperação de um AED de
um drone descobriu que a interação com um drone no OHCA simulado foi percebida
como segura e viável por leigos.135
O efeito do impacto das tecnologias no reconhecimento e desempenho
durante as paradas cardíacas ou nos resultados dos pacientes é
desconhecido. Mais pesquisas são necessárias para entender como diferentes
tecnologias podem afetar o reconhecimento de parada cardíaca (por
exemplo, inteligência artificial e comunicação por vídeo), a taxa de RCP por
espectador (por exemplo, aplicativos localizadores de AED, smartphones e
smartwatches) e a sobrevivência (por exemplo, drones). Medir a
implementação e as consequências dessas tecnologias nos programas de
ressuscitação seria útil para informar as práticas futuras.
Obstrução das vias aéreas de corpo estranho
A obstrução das vias aéreas por corpo estranho (FBAO) é um problema comum, com
muitos casos sendo aliviados facilmente sem a necessidade de envolver os
profissionais de saúde. A obstrução das vias aéreas por corpo estranho, entretanto,
é uma causa importante de morte acidental.136 Pode afetar todas as idades, mas é
mais comum em crianças e adultos mais velhos.136a, 136b
Como a maioria dos eventos de engasgo está associada à alimentação,
eles são comumente testemunhados e potencialmente tratáveis. As vítimas
são inicialmente conscientes e receptivas, então muitas vezes há
oportunidades para uma intervenção precoce, que pode salvar vidas. Para
cada caso que leva à hospitalização ou morte, há muitos mais que são
tratados com eficácia pelos primeiros socorros na comunidade.
Reconhecimento
O reconhecimento da obstrução das vias aéreas é a chave para um resultado bem-
sucedido. É importante não confundir esta emergência com desmaios do miocárdio
110 RESSUSCITAÇÃO 1 6 1 (2 0 2 1) 9 8
infarto, convulsão ou outras condições que podem causar dificuldade
respiratória súbita, cianose ou perda de consciência. Os fatores que colocam
os indivíduos em risco de FBAO incluem medicamentos psicotrópicos,
intoxicação por álcool, condições neurológicas que produzem redução da
deglutição e reflexos de tosse, deficiência mental, deficiência de
desenvolvimento, demência, dentição deficiente e idade avançada.138.139
Os corpos estranhos mais comumente associados à obstrução das vias aéreas
são sólidos, como nozes, uvas, sementes, vegetais, carne e pão.137.138 As
crianças, em particular, podem colocar todos os tipos de objetos na boca.137
Um corpo estranho pode se alojar nas vias aéreas superiores, traquéia ou vias
aéreas inferiores (brônquios e brônquios).140 A obstrução das vias aéreas pode ser
parcial ou completa. Na obstrução parcial das vias aéreas, o ar ainda pode passar ao
redor da obstrução, permitindo alguma ventilação e a capacidade de tossir. A
obstrução completa das vias aéreas ocorre quando nenhum ar pode passar ao redor
da obstrução. Se não for tratada, a obstrução completa das vias aéreas causará
rapidamente hipóxia, perda de consciência e parada cardíaca em poucos minutos. O
tratamento imediato é fundamental.
É importante perguntar à vítima consciente "Você está sufocando?" Uma
vítima que consegue falar, tossir e respirar apresenta obstrução leve; aquele
que não consegue falar, tem uma tosse fraca, está lutando ou não consegue
respirar, tem obstrução severa das vias aéreas.
Tratamento de obstrução das vias aéreas de corpo estranho
As diretrizes para o tratamento de FBAO, informadas pela revisão
sistemática do ILCOR e CoSTR,112.141 destacar a importância da
intervenção precoce do espectador.142.143
Paciente consciente com obstrução das vias aéreas de corpo estranho
Uma pessoa consciente e capaz de tossir deve ser encorajada a fazê-lo, pois a tosse
gera pressões altas e sustentadas nas vias aéreas e pode expelir o corpo estranho.
142.144.145 O tratamento agressivo com golpes nas costas, compressões abdominais e
compressões torácicas acarretam o risco de lesões e podem até piorar a obstrução.
Esses procedimentos, principalmente compressões abdominais, são reservados
para vítimas que apresentam sinais de obstrução severa das vias aéreas, como
incapacidade de dor ou fadiga. Se a tosse não limpar a obstrução ou se a vítima
começar a mostrar sinais de fadiga, aplique até 5 pancadas nas costas. Se forem
ineficazes, aplique até 5 compressões abdominais. Se ambas as intervenções forem
malsucedidas, outras séries de 5 golpes nas costas seguidos por 5 compressões
abdominais são continuadas.
Vítima inconsciente com obstrução das vias aéreas de corpo estranho
Se em qualquer ponto, a vítima ficar inconsciente com respiração anormal, as
compressões torácicas são iniciadas de acordo com o algoritmo de ressuscitação
BLS padrão e continuadas até que a vítima se recupere e comece a respirar
normalmente ou os serviços de emergência cheguem. A justificativa para isso é que
as compressões torácicas geram pressões nas vias aéreas mais altas do que as
compressões abdominais e podem potencialmente aliviar a obstrução, ao mesmo
tempo que fornecem algum débito cardíaco.146 148
Aproximadamente 50% dos episódios de FBAO não são aliviados por uma
única técnica.144 A probabilidade de sucesso aumenta quando são usadas
combinações de golpes nas costas e compressões abdominais e, se
necessário, compressões torácicas.
Uma varredura cega com o dedo como forma de remover material sólido invisível pode
piorar a obstrução das vias aéreas ou causar lesões nos tecidos moles.1 Tente usar os dedos
com frequência quando uma obstrução puder ser vista claramente na boca.
O uso de uma pinça Magill por profissionais de saúde treinados
está fora do escopo do público-alvo das diretrizes ERC BLS e,
portanto, não está incluído nestas diretrizes.
114
Técnicas alternativas
Nos últimos anos, dispositivos de aspiração manual de desobstrução das vias aéreas
para remover corpos estranhos tornaram-se disponíveis comercialmente. O ERC
adota uma abordagem semelhante ao ILCOR ao sugerir que mais evidências são
necessárias em relação aos requisitos de segurança, eficácia e treinamento de tais
dispositivos antes que qualquer recomendação a favor ou contra seu uso possa ser
feita.1 Da mesma forma, intervenções como a Tabela149 e manobras da cadeira,150
carecem de evidências suficientes para sua introdução nas diretrizes no momento.
Cuidados posteriores e encaminhamento para revisão médica
Após o tratamento bem-sucedido da FBAO, materiais estranhos podem
permanecer nas vias aéreas superiores ou inferiores e causar
complicações posteriormente. Vítimas com tosse persistente,
dificuldade para engolir ou sensação de um objeto ainda preso na
garganta devem, portanto, ser encaminhadas para parecer médico.
Impulsos abdominais e compressões torácicas podem causar lesões
internas graves e todas as vítimas tratadas com sucesso com essas
medidas devem ser examinadas por um profissional qualificado.
Conflito de interesses
TO declara financiamento de pesquisa da Fundação Laerdal e Fundação
Zoll. JS declara seu papel como editor de Resuscitation; ele declara
financiamento de pesquisa institucional para o projeto Audit-7. MS
relata financiamento de pesquisa institucional não especificado. GR
declara seu papel de consultor da Zoll; ele relata a bolsa de pesquisa de
Zoll para o ensaio AMSA e outras bolsas institucionais: Apoio do
Horizonte 2020 da UE para ESCAPE-NET, apoio da Fondazione Sestini
para o projeto “CPArtrial”, Horizonte 2020 da UE e Coordenação e apoio
para a ação “iProcureSecurity”. Relatórios do GDP financiamento da
Elsevier por seu papel como editor da revista Resuscitation. Ele relata o
financiamento de pesquisa do National Institute for Health Research em
relação ao estudo PARAMEDIC2 e o projeto RESPECT e do Resuscitation
Council UK e British Heart Foundation para o Registro OHCAO. AH
declarou sua função de consultor médico da British Airways e diretor
médico da Places for People.
Reconhecimento
O Grupo de Redação agradece as contribuições de Tommaso Scquizzato
na elaboração da seção “Como a tecnologia pode ajudar”. O PIB é
apoiado pelo Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde (NIHR),
Colaboração em Pesquisa Aplicada (ARC) de West Midlands. As opiniões
expressas são do (s) autor (es) e não necessariamente do NIHR ou do
Departamento de Saúde e Assistência Social.
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