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O ZOROASTRISMO

O Zoroastrismo ou Mazdeismo
è a religião monoteísta mais
antiga depois do Hinduísmo, e
com ela compartilha seus
conceitos fundamentais.

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O Zoroastrismo

O Zoroastrismo ou Mazdeismo è a religião monoteísta mais antiga depois do Hinduísmo, e com ela compartilha
seus conceitos fundamentais. Surgiu na antiga Pérsia –hoje Irã- faz milhares de anos, logo da chegada dos
arianos desde o Norte da Ásia. Por esta razão pertence às religiões de origem ariana e o seu idioma, o Avesta,
compartilha a mesma raiz com o sânscrito.

As escrituras sagradas se chamam Zend-Avesta ou Avesta, em referência ao idioma em que foi

escrito. A quintessência do Avesta está nos Gazas, dezessete hinos compostos pelo próprio
Zaratustra, também chamado Zoroastro. O profeta mais antigo não fundou uma nova fé e sim

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aprofundou a existente, o Mazdeismo (Mazdayasna: “adoradores de Mazda”, Deus). Atualmente os

seguidores de Zoroastro ou mazdeístas são os persas que não se converteram ao Islã e formam
uma comunidade espalhada entre Irã e a Índia principalmente, onde são chamados parsi.
Religiões posteriores como o Judaísmo, Cristianismo e o Islã compreendem uma grande parte dos
ensinamentos de Zaratustra. Porém enquanto estas cresceram e atraíram milhões de crentes, o
profeta mais antigo ficou na escuridão, lembrado somente pelos acadêmicos ou pelos próprios crentes. Atualmente a
maioria deles vive na Índia (perto de Mumbai), terra que os amparou depois de fugir da Pérsia no século VII pela
invasão dos árabes. Em 2004 se calculou que no mundo tinha uns 250.000 seguidores, apesar de que projeções
recentes calculam a existência de mais de um milhão. As cifras mais otimistas situam uns 30.000 a 40.000 praticantes
no Irã, e têm um representante no Parlamento. Apesar do Zoroastrismo ser tolerado na sua terra natal, está mal
integrado ao resto da sociedade islâmica. Pelo contrário, os zoroastrianos são tolerantes com os outros cultos porque
seu juízo se baseia nas ações das pessoas e não em suas crenças. Como não é uma religião proselitista, a ausência
de pregação foi outro dos fatores que ocasionou a sua quase desaparição.

AS ORIGENS

As religiões atuais se classificam em três grandes grupos em base as raças: as

arianas, as semitas e as mongóis. O Hinduísmo, Zoroastrismo, Budismo, Sikhísmo e
Jainismo pertencem às arianas; o Judaísmo, o Cristianismo e o Islã pertencem às
semitas; e o Confucionismo, Sintoísmo e Taoísmo pertencem às mongóis.
O Avesta é língua utilizada pelos arianos em Irã, que deriva do sânscrito. A sua
sintaxe e gramática são muito semelhantes às seções mais antigas do Rig Veda,
uma das escrituras base do hinduísmo. Em Avesta, Irã se chamava Aryanam Vaejo,

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que significa “Entrada dos arianos”. A religião se chamava Mazdayasni Din.

Din significa fé e Mazdayasni, adoração ao Criador. Os governantes arianos
tiveram conflitos com as tribos aborígenes porque eram politeístas que acreditavam em rituais para pacificar a uma
grande quantidade de espíritos malignos.

VIDA DE ZARATUSTRA

Ainda hoje tem controvérsias tanto sobre a vida de Zaratustra como sobre a sua data e lugar de nascimento. Duzentos
anos atrás se afirmava que tinha nascido e vivido no século VII antes de Cristo. Descobrimentos arqueológicos,
estudos da linguagem, a utilização do carbono 14 e outros fatores levaram o nascimento de Zoroastro até o 6300 a. C..
Hoje se considera isso como a data mais fidedigna, a pesar de que ha versões que consideram o ano 9000 a.C. como
mais provável. Heródoto e Platão, viveram entre os séculos IV e III a.C., e eles calcularam a existência de Zaratustra
ao redor do 6400 a.C.
Apesar das diferenças, já ninguém duvida que o profeta existiu antes do 2000 a.C. Para essa época o Avesta, idioma
que se utilizou em seus escritos, já era una língua morta.

O despertar

No Vendidad, um compêndio do Avesta (as Sagradas Escrituras), se

estabelece que Zaratustra nasceu no povoado de Rai, na casa de
Purushasp do clã Spitaman, na província de Báctria. Antes do seu
nascimento, Dughdova, sua mãe, teve um sonho em que lhe foi revelada a
missão de seu filho.

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Aos sete anos, seu mestre Kurush iniciou Zaratustra nos ocultos mistérios da
fé Mazdayasna, e aos quinze se iniciou com a cerimônia de Navazote
(explicada mais adiante). Mais tarde se recolheu num lugar solitário para
meditar profundamente e para entrar em comunhão com Deus e Seu plano.
Esteve ilhado durante dez anos. Nesse período lhe foram reveladas as
Gazas pelo Criador. Estes textos são as bases dos ensinamentos de
Zaratustra, e os mais antigos da literatura Avesta.
A sua Iluminação ocorreu quando tinha trinta anos. Como todas as manhãs
antes do sol sair, Zaratustra foi pegar água do rio. Aí viu pela primeira vez a
luz divina, a Ahura Mazda como o Sábio Criador e suas seis emanações o
Amesha Spentas. Compreendeu as leis ou o princípio sustentador do
Universo, e entendeu a relação entre Ahura Mazda, os Amesha Spentas e a
Criação.
Logo de sua Iluminação, Zaratustra queria compartilhá-la com o mundo. Então reuniu a sua família e conhecidos para
que escutassem os seus ensinamentos. Seu primo Maedyoimaha virou seu primeiro discípulo. Sua mulher Hvovi
também aceitou os seus ensinamentos e se converteu na segunda seguidora. Um a um, seus filhos adotaram a sua
filosofia.

Desafíos

As dificuldades começaram quando Zaratustra decidiu expandir os seus ensinamentos fora do círculo familiar.
Começou a instruir nas ruas da sua cidade natal, onde encontrou una resistência profundamente arraigada por parte
dos sacerdotes que viviam de acordo com as práticas tradicionais. Apesar de que Zaratustra provou diferentes técnicas

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de ensino, cada vez se encontrava com uma oposição renovada e uma maior resistência. De fato, nos seguintes doze
anos só ganhou 22 seguidores, incluindo a sua esposa , filhos e seu primo.
Dois de seus discípulos mais notáveis aparecem nos Gazas: Frashaoshtra y Jamaspa, da família Hvogva. Depois de
um tempo Pouruchista, uma das filhas de Zaratustra, contrai matrimônio. Nos Gazas, o profeta dá conselhos a sua
filha e a todas as noivas e noivos, porém não nomeia o prometido. De todas formas, a tradição tardia afirma que sua
filha se casou com Jamaspa.
Apesar do passar do tempo, a oposição veemente dos governantes e sacerdotes da sua terra natal seguia tão firme
como nos primeiros dias. Então, Zaratustra decidiu viajar para outras terras. Mobilizou seus seguidores para
propagar a sua filosofia, com eles formou um grupo de 23 pessoas.
Aonde foram encontravam oposição devido ao rechaço interessado de governantes e sacerdotes, e à resistência das
pessoas. Até que um dia Zaratustra soube de um rei chamado Vishtaspa num país vizinho, um homem justo além de
sábio, e decidiu ir a vê-lo.

O grande avanço

Por fim, Zaratustra conseguiu uma audiência com o rei Vishtaspa. Nela participaram vários sacerdotes para interrogá-lo
e provar a sua nova filosofia. O profeta contestou todas as perguntas com sucesso e o rei ficou satisfeito. Logo de
refletir, Vishtaspa adotou a sua doutrina.
Os escritos de Zaratustra foram divididos em 21 volumes por ordem do rei e repartidos pelo antigo Irã. Por sua vez,
estes foram divididos em três partes, cada uma com sete volumes. A primeira contêm os ensinamentos espirituais mais
altos; a segunda trata sobre filosofia, ciências e rituais; e a terceira compreende os códigos de ética y as leis da vida.
Foi assim como os ensinamentos de Zaratustra foram incluídos na religião oficial. De acordo com a tradição tardia, o
profeta mais antigo deixou o seu corpo aos 77 anos.

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SEUS ENSINAMENTOS

As Sagradas Escrituras

O ensinamento de Zaratustra se conserva principalmente nos dezessete hinos conhecidos como Gazas (Gathas).
Estes hinos foram incorporados ao Zend-Avesta ou Avesta. Bons pensamentos, boas palavras e boas ações (Humata,
Hukhta, Huvarashta) são a quintessência do ensinamento de Zaratustra. Porém, não por isso a sua filosofia era
simples. Conceitos como “Asha” -que em termos simples pode ser assimilado a um princípio ordenador da realidade-
são sumamente abstratos, o qual demonstra o tipo de
apreensão elevada que desenvolveram Zoroastro e seus
discípulos.
Os Gazas de Zaratustra aparecem no Yasna, a parte mais
extensa do Avesta. O Yasna está dividido em 72 capítulos,
também conhecidos como hads ou has (do Avesta ha'iti,
'cortar'). Infelizmente, as vicissitudes do tempo e das guerras
destruíram a maior parte destes volumes. Só sobreviveu a sexta
parte e a religião de hoje em dia está baseada nestes
remanescentes.
De todas maneiras, os textos preservados quase triplicam o
tamanho do Alcorão. Além disso os Gazas foram
excepcionalmente bem preservados (exceto os últimos
capítulos), e contêm as palavras puras e inspiradoras de seu

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fundador.
Conjuntamente com o Yasna, os outros textos sobreviventes do
Avesta são:
1) O Vispared: 24 capítulos de extensões da liturgia.
2) O Vendidad: 22 capítulos de códigos sacerdotais, observâncias religiosas.
3) O Khordah-Avesta (pequeno Avesta): livro de orações para sacerdotes e crentes.
Os Pahalvi são escritos compostos tardiamente durante os séculos III e X d.C. Consistem principalmente em traduções
do Avesta e seus comentários, que dão uma visão algo distorcida dos ensinamentos originais. Escritores ocidentais
recorreram a estes textos posteriores para seu estudo sobre Zaratustra, e muitos deles foram responsáveis pela má
interpretação de seu ensinamento. Inclusive os Vedas e Upanishads do Hinduismo são mais próximos aos Gazas em
pensamento e linguagem, que os Pahalvi.

Deus

O Zoroastrismo reconhece um Ser Supremo, chamado Ahura Mazda. “Ahu” significa Ser. Em sânscrito, Ahu é o
mesmo que Atma, o morador real do coração, o “eu” verdadeiro. O primeiro ensinamento do Profeta é que Ahura
Mazda é o Supremo Ser Único. Ahura (asura en sânscrito antigo) significa Criador de vida. Maz (en sânscrito mah) e a
raiz da (em sânscrito dha), significa Criador da Matéria. Então, Ahura Mazda é o Ser único onipresente, criador da vida
e da matéria.
O Deus do Mazdeísmo não é um Juiz severo que castiga os erros humanos. Ahura Mazda é o Bem Supremo, a Luz
que guia os homens. Criou o universo para que eles progridam e evoluam rumo à meta, que é a união com Deus.
Assim alcançarão a Plenitude (Haurvatat) e a Eternidade (Ameretat).

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Os Amesha-Spenta ou qualidades divinas

O Ser Supremo é sem forma. Só pode ser visto com o olho interno (Yasna 45:8), e não através dos sentidos. Para
experimentá-lo diretamente, Zaratustra mostrou o caminho através dos seis Amesha-Spenta (Sagrados Imortais) ou
aspectos de Deus. São noções abstratas que posteriormente foram concebidas como anjos ou espíritos. Consistem na
Mente Pura (Vohu Manah), na Retidão mais Alta (Asha Vahishta), o Poder Divino (Khshathra Vairya), a Piedade
Progressiva (Spentâ Aramaiti), a Plenitude (Haurvatât), e a Imortalidade (Ameretât). Os últimos três aspectos são
descritos como dons da Graça divina que acontecem ao aspirante por seguir a Retidão mais alta ou Verdade.
Os Amesha-Spenta são seis em número e todos são aspectos do Supremo Ahura Mazda:
• Ahura Mazda ou Deus: Não é um Amesha-Spenta mas é a sua razão de ser. Deus é a fonte de toda a criação e o
propósito ao qual se deve aspirar. Zaratustra ensinou que Mazda criou o universo através da Evolução, que implica
progresso em quantidade e qualidade: primeiro o céu, luminárias, logo a água e a terra. A vegetação cresceu na terra
seguida pelas formas simples de animais, que evoluiram até chegar ao homem. O ser humano tem em si o Ser divino
ou AHU, que deve descobrir, junto com as tendências animais que tem que ir abandonando
progressivamente.

• O primeiro Amesha-Spenta é Vohu Manah ou a Mente Pura. Somente uma mente pura e
benevolente pode compreender a verdadeira natureza do homem, a Suprema Realidade, e
discernir entre o verdadeiro e o falso, o correto e incorreto. É uma mente de pensamento
lógico preciso, com uma claridade livre de prejuízos e preconceitos, e portanto capaz de
perceber a bondade do Criador. Isto acontece quando a pessoa elege "Spenta Mainyu" – a
Mentalidade progressista, ao procurar examinar as "...melhores coisas... considerar (refletir
e meditar) com uma mente brilhante (clara e objetiva) e…selecionar algum dos dois

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discernimentos (mentalidades)…" (Verso 3:2). Vohu Manah de repente seja melhor descrito
como a iluminação que ocorre a aquele que, como Zaratustra, percebe o Ser em sua sabedoria como o criador do
universo em toda sua magnificência.

• A Mente Pura permite captar o segundo aspecto de Deus, el Asha-Vahishta. “Vahishta”

significa O Mais Alto, e “Asha” é o Princípio Ordenador da Realidade ou Lei Eterna (Dharma
em sânscrito). Este Princípio não se refere somente a uma ordem física e sim espiritual,
mental e ética. O aspirante deve compreender e seguir a eterna lei de Deus mediante uma
conduta reta. A Retidão abarca todas as virtudes baseadas na Verdade: em pensamento,
palavra e ação. É interessante notar que os Vedas apresentam o mesmo conceito na frase
“Sathyan-nasti paro Dharma”, que significa “Não há Dharma (retidão, princípio) mais alto que
a aderir à Verdade.” É o caminho a Deus por excelência. No Yasna
60:12 o aspirante eleva uma súplica: “Que eu possa, através de
Asha-Vahishta, ter uma visão de Ti, que possa ser atraído por Ti, e que
possa unir-me a Ti”.

• O terceiro aspecto está descrito na primeira línha do Yasna 51:1, como o “Vohu-Kshathrem-
Vairym” o Poder Divino, Soberano. É uma benção outorgada a todos aqueles que consagram
sua vida a seguir o caminho da Retidão mediante a Mente Pura. É a apropriação destes
princípios divinos e a sua aplicação à sociedade e à vida individual. Graças a esta força, o
aspirante adquire o poder de reinar em seu reino interior.

• Spenta-Armaiti é o dom da sabedoria suprema nascida da Piedade e da Devoção. O Yasna

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32:2 afirma que Spenta Armaiti vai de mão dada com Asha, e no Yasna 45:4 é descrita como a
filha de Mazda e igualada com a Sabedoria de Asha. O aspirante progride através da graça de
Armaiti (Yasna 30:7), que traz com ela as outras três qualidades: Menta Pura,
Retidão e Poder divino.

• O dom de Khurdad-Haurvatat ou Doçura da Perfeição. É um estado de Plenitude, de completo

bem-estar, em que o aspirante percebe o Um e como conseqüência desta compreensão, irradia
amor. É o fim da dualidade.

• O estado de imortalidade ou Ameratat (Amrita en sânscrito) é o dom final da

Sua graça. O aspirante é uma alma liberada que já não se identifica com o
corpo. É um estado de completa bem-aventurança.

O problema da dualidade

Afirmar que o Zoroastrismo é uma religião dualista é um erro. Existe um Ser único ou Deus; Ahura Mazda. O Bem e o
Mal são relacionadas às eleições éticas dos mortais. O Mal só mora dentro das mentes e se produz por eleições
erradas, retrógradas, más. Por outro lado o Bem também é um produto das decisões retas
da mentalidade Progressista ou Pura.
No primeiro verso do Yasna 30, Zaratustra se refere a estas duas “mentalidades”
(Mainyus) criadas por Ahura Mazda, entre as quais o homem deve discernir. A
mentalidade boa, progressista, é aquela moralmente edificante ou “Spenta Mainyu”. O

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gêmeo oposto é "Aka o Angra Mainyu": a mentalidade má, injusta, retrógrada. Ele diz que
estes dois 'Mainyus' são gêmeos "… o 'bom' e o 'mau' em pensamentos, palavras e fatos".
Zaratustra põe ênfase na necessidade de eleição e na importância de eleger o bem, que
está em harmonia com a Ordem Cósmica (Asha) e conduz à União com Deus ou Perfeita
bem-aventurança. Para conseguir isso, propõe a tríade ética de bons pensamentos, boas
palavras e boas ações.
Nos textos ulteriores (Pahalvi) estas mentalidades gêmeas foram concebidas como dois
"espíritos", e posteriormente transformadas em duas entidades "Ohrmazd" (Deus) e "Ahriman" (o Diabo). Esta
distorção tardia ocorrida durante a dinastia dos sasánidas deu lugar à crença errônea que ha Dualismo teológico no
Zoroastrismo.
Porém, não tem nenhum Ahriman (diabo) nos Gazas e nunca foi mencionado como uma entidade ou como um espírito.
As duas mentalidades, os dois princípios, representam as eleições éticas que os humanos devem fazer e indicam a
maneira correta e justa de viver a vida.

As ações e seus frutos

“A Retidão é a virtude mais alta,

só ela outorga felicidade.

Feliz é aquele

que é reto pela

Retidão mesma”

Zaratustra

Os Gazas proclamam que aqueles que desejam agradar o Sábio escolhem a Retidão através de “ações verdadeiras ou
boas". O Yasna 30:5 diz que a mentalidade injusta escolhe as piores ações que implicam nos piores resultados

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possíveis.
Zaratustra diz: “Ele no Seu plano, criou para nós prosperidade e adversidade” (Yasna 45:9). Porém a adversidade não
é um castigo divino, e sim o efeito da lei de causa e conseqüência. O Yasna 43:5 declara que todos os atos e palavras
terão seus respectivos frutos; o mal para os maus e a benção da felicidade para os bons. Dependendo do caminho que
siga, a mente pode forjar estas cadeias de atadura ou dissolvê-las.
No Yasna 49:11, Zaratustra afirma que o destino das más ações é a morada da Ignorância, necessária para aquelas
almas cuja luz interior segue tênue e que ainda não contemplaram a Luz da Verdade. Também declara que é possível
conseguir a salvação na vida se a gente dedica todo seu esforço para lográ-lo, seguindo o caminho da Retidão (Asha)
e cultivando a Mente Benevolente ou Pura (Vohu-Manah). (Yasna 51:16-7).

Os símbolos

Outro dos erros mais comuns com relação ao Zoroastrismo é chamá-la “a religião dos
adoradores do fogo”, como se fosse um culto primitivo que adora os elementos da
natureza. Também não é uma religião iconoclasta. O Fogo e o Farohar, os dois
símbolos do Zoroastrismo, são símbolos estritamente conexos. Zaratustra viu no fogo
uma representação física de Asha (Ordem/Verdade/Retidão). É a fonte de luz, calor e
energia, e como tal é símbolo de Sabedoria, Amor e Vida respectivamente. O fogo
destrói a ignorância através de sua iluminação e resplendor. É o “Filho de Ahura
Mazda” e “o mais lindo corpo de Deus”. Estas referências não falam de seu aspecto
físico e sim da chispa divina ou o fogo interior do homem. Por todas estas razões, Zaratustra estabeleceu o fogo como
altar.
Nos templos zoroastrianos há um fogo aceso de forma permanente que somente os sacerdotes podem alimentar. Em

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Udwada, um povoado perto de Mumbai, Índia, tem um templo cujo fogo não se apaga desde o ano 721 d.C., e hoje em
dia é um centro de peregrinação para os Parsis.
O Zoroastrismo também tem outro símbolo, o Faravahar ou Farohar.
Representa o propósito da vida na Terra, que é promover o progresso da
alma rumo à união com Ahura Mazda ou Deus. No centro da figura, o
círculo representa a alma do indivíduo. As duas “pernas” curvas
representam a Mentalidade Progressiva ou Spenta-Mainyu e a traseira ou
Angra-Mainyu. Para ajudar a alma a eleger entre estas duas mentalidades,
lhe é dado um timão em forma de cauda. Esta cauda tem três capas de
plumas, que representam a tríade de bons pensamentos, palavras e ações
(Humata, Hukhta e Hvarasta).¬ Graças à prática destas três virtudes, o
aspirante pode progredir rumo à Perfeição.

A cerimônia religiosa

A cerimônia de iniciação se chama Navazote, que se realiza entre os sete e quinze anos de idade. “Nava” significa
novo e “Zaotar”, devoto. O iniciado ou iniciada se veste com uma camisa branca sagrada ou Sudrah (que simboliza a
Mente Benevolente e está feita de puro algodão), e a faixa sagrada ou Kusti de lã de cordeiro, que simboliza inocência
e gentileza. A faixa está tecida com 72 fios de lã, correspondentes aos 72 capítulos do
Yasna. É amarrada ao redor do iniciado com três voltas, que simbolizam a tríade de bons
pensamentos, palavras e ações.
O iniciado repete uma oração chamada Ahuna Vairya ou Ahunavar. É a oração mãe do
Zoroastrismo, e representa a doutrina da religião:

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“Tal como o Governante do Universo é Absoluto em Sua vontade,

assim é o supremo Mestre através de sua Retidão.

Qualquer um que dedique suas boas ações a Deus

receberá o dom de uma Mente Pura,

Qualquer um que ajude e proteja o necessitado,

receberá o Poder e a Força de Deus."

Dicionário do Zoroastrismo

Ahuna-Vairya: Oração sagrada.

Ahura Mazda: Deus.
Amesha-spenta: Sagrados imortais. Passos ou dons no caminho espiritual. Aspectos de Deus.
Aryanamvaejo: nome do antigo Irã, que significa “Entrada dos Arianos”.
Asha: Princípio ordenador da realidade. Retidão; adesão à verdade em pensamento, palavra ação.
Atar: Fogo, filho de Ahura Mazda.
Atash-Behram: Fogo Sagrado.
Avesta: Língua do Zoroastrismo. Sagradas Escrituras.
Gazas (Gathas): Hinos sagrados de Zaratustra.
Khordad Sal: Nascimento de Zaratustra.
Kusti: Faixa sagrada.

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Mazdayasnidin: Nome da religião que significa “Adorar a Deus”.

Nasks: .21 volumes dos ensinamentos de Zaratustra.
Navazote: Rito de Iniciação.
Pahalvi: Tradução tardia e distorcida das escrituras sagradas do Zoroastrismo.
Parsi: Zoroastriano de Índia (persa).
Pateti: Ano Novo Parsi.
Sudrah: Camisa blanca sagrada.
Ushtana: fogo do sol.
Yasna: Parte principal do Avesta de 72 capítulos inclui os Gazas.
Zaratustra: Nome do profeta, também chamado Zoroastro pelos gregos.

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