Você está na página 1de 5

O emprego de RPA nas atividades Militares ou Civis no brasil e no mundo

José Suélio Lourenço Leite 1º Sgt Bm


Matricula – 525.918-5
CBMPB

06/11/2020
Emprego de RPA nas atividades Militares ou Civis no Brasil no mundo

Uma RPA (Remotely Piloted Aircraft / em português, Aeronave Remotamente


Pilotada) é uma aeronave não tripulada e, assim como um aeromodelo também
segue regras específicas que a diferem daqueles.

Na operação de uma RPA o piloto não está a bordo, mas controla sua aeronave
remotamente de uma interface qualquer (computador, simulador, dispositivo
digital, controle remoto, etc.).

A chamada RPA, enfim, é a terminologia correta quando nos referimos a


aeronaves remotamente pilotadas de caráter não-recreativo.

Como exemplos de uso de RPAS pode-se citar aeronaves remotamente


pilotadas com o propósito de: filmagens, fotografias, entregas de encomenda,
atividades agrícolas, emprego militar, mapeamento de imagens 3D,
monitoramento meteorológico, missões de busca, missões de governos, defesa
civil, defesa aérea, usos como robôs industriais, patrulha de fronteiras, combate
a incêndios, combate ao crime, inspeção de plataformas de petróleo, distribuição
de remédios em ambientes hostis, dentre muitos outros usos que já existem ou
ainda estão por vir.

Segundo Medeiros (2007), os primeiros relatos de RPA no Brasil ocorreram na


década de 80, quando o Centro Técnico Aeroespacial (CTA) desenvolveu o
projeto Acauã. Atualmente, no Brasil, os projetos visando ao desenvolvimento
de aeronaves não tripuladas autônomas são conduzidos pelos institutos de
pesquisa CTA e Centro de Pesquisas Renato Archer (CenPRA), e por outras
universidades brasileiras.

No Exército Brasileiro, a primeira visualização de emprego de aeronaves


remotamente pilotadas ocorreu com a publicação, em 1978, do Manual de
Campanha C6-121, que versa sobre a busca de alvos na artilharia de campanha.
Neste documento, há previsão de que a Bateria de Busca de Alvos (Bia BA) de
uma Divisão de Exército (DE) deve possuir uma Seção de Reconhecimento por
aeronave não tripulada. Apesar de apresentar uma denominação genérica,
refere-se ao emprego de aeronaves não tripuladas.
Em nosso país, as pesquisas nessa área ainda são recentes e os trabalhos com
RPA têm como escopo as aplicações civis, como vigilância policial de áreas
urbanas e de fronteira, inspeções de linhas de transmissão de energia,
monitoramento, atividades aéreas agrícolas como acompanhamento de safra,
controle de pragas e de queimadas.

O CenPRA desenvolveu um dirigível robótico autônomo não-tripulado para


monitoramento remoto. O Projeto Aurora ou Autonomous Unmanned Remote
Monitoring Robotic Airship17 iniciou o desenvolvimento do trabalho a partir de
1997, com o objetivo de criar uma tecnologia para a operação autônoma de
aeronaves não tripuladas, tendo um dirigível como plataforma e capaz de
desenvolver atividades em áreas como sensoriamento remoto, monitoração
ambiental e inspeção aérea (MEDEIROS, 2007).

A pioneira no emprego desta tecnologia para fins de segurança pública no Brasil


foi a Polícia Federal, que passou a utilizar RPA em 2009, operando o modelo
Heron da Israel Aerospace Industries (IAI), de fabricação israelense, nas
missões de monitoramento de fronteiras em combate ao narcotráfico e repressão
aos crimes de contrabando e descaminho, e com cerca de quarenta horas de
autonomia e PMD de 1.150 (mil cento e cinquenta) kg. Desde 2010, a FAB
passou a montar RPA produzidas pela AEL, antiga Aeroeletrônica, fundada em
1982, atualmente uma subsidiária da empresa israelense Elbit Systems. Desde
então, elas têm sido manufaturadas e usadas para proteger as fronteiras e para
fins de segurança, tal como ocorreu na Rio+20 (2012), na Copa do Mundo de
2014 e nas Olimpíadas de 2016 (MEDEIROS, 2007).

No âmbito do Corpo de Bombeiros estão sendo utilizados em resgates em locais


de difíceis acessos, áreas de desastres (alagamentos, desmoronamentos,
desabamento, incêndios, construções interditadas, etc), pois tais dispositivos
transmitem imagens e vídeo em tempo real contribuindo assim para o sucesso
das equipes de resgate.

Além do uso militar, os RPAs estão sendo utilizados por civis, como por exemplo
por fotógrafos e cinegrafistas em festas de aniversários, casamentos ou eventos
em geral. Um drone consegue captar melhores ângulos para fotos e filmagens
mantendo a câmera estável por mais tempo facilitando também, por conseguinte
a produção de vídeo. Estas valências técnicas fazem com que também sejam
usados por emissoras de TV, diminuindo o custo em suas filmagens aéreas.
Outra possível forma de utilização do RPA é na agricultura para se identificar
rapidamente pragas, falhas no plantio, saturação hídrica do solo e outros
problemas que acontecem nas lavouras.

No mundo, segundo Celestino (2004), os primeiros RPA controlados eram uma


espécie de drones-alvo, usados na 2ª Guerra Mundial para treinar a artilharia
antiaérea. Em 1935, Reginald Denny projetou e testou o RP-1 ou Remotely
Piloted Vehicle (RPV) 16, como eram denominadas as RPA à época, que foi a
primeira aeronave não tripulada rádio-controlada. A partir desse momento,
iniciaram-se as buscas pelo aperfeiçoamento, de forma que, nos anos seguintes,
surgiram os protótipos RP-2 e o RP-3, com diversos ensaios de voo. Em
novembro de 1939, o protótipo RP-4 foi concluído e tido, naquele momento,
como o mais completo dos RPV. O exército dos EUA requisitou 53 (cinquenta e
três) unidades, dando-lhes a designação de OQ-1.

As RPA aparecem inicialmente como uma tecnologia de uso militar, utilizados


em missões espiãs pelos Estados Unidos desde 1975. Já na Guerra do Vietnã,
eles passaram a ter um novo uso: o de reconhecimento de alvos inimigos. A
Força Aérea dos Estados Unidos equipou um de seus drones-alvo jato-
propulsados – o Firebee – com câmeras, passando a espionar posições norte-
vietnamitas e chinesas durante o conflito. Pouco tempo depois, estas RPA
equipadas com câmeras já eram consideradas os melhores produtos disponíveis
no mercado para a atividade de reconhecimento, o que chamou a atenção de
países como Israel (MEDEIROS, 2007).

Segundo Medeiros (2007), outro marco histórico na utilização das aeronaves


remotamente pilotadas foi durante a Guerra do Líbano, em 1982, no Vale do
Bekaa, quando Israel conseguiu destruir 16 (dezesseis) das 17 (dezessete)
baterias antiaéreas sírias após fazer o reconhecimento do local com um alvo
aéreo não tripulado. Israel usou seus Firebee em combate, especialmente
durante a Guerra do Yom-Kippur, voando sobre a Síria e o Egito. Seu objetivo
era localizar as defesas antiaéreas. Eles também foram usados para testar as
defesas, suprimindo-as para garantir uma entrada mais segura dos aviões
israelenses. Em 2002, tornou-se notória a RPA americana ‘Predator’, utilizada
durante a Guerra do Afeganistão. Esse foi considerado o primeiro emprego real
de um veículo não tripulado com o lançamento de míssil. O crescimento do
emprego militar deste tipo de aeronave teve um pico após os atentados de 11 de
setembro de 2001, quando os Estados Unidos mais do que duplicaram o
orçamento destinado aos projetos de aeronaves não tripuladas. Também se
destaca no cenário mundial a RPA Global Hawk, modelo RQ-4A também da
General Atomics.

Bibliografia

MEDEIROS, Fabrício Ardais. Desenvolvimento de um veículo aéreo não


tripulado para aplicação em agricultura de precisão. 2007. 122 f. Dissertação
(mestrado) – Universidade Federal de Santa Maria, Centro de Ciências Rurais,
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola, Rio Grande do Sul, 2007.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ve%C3%ADculo_a%C3%A9reo_n%C3%A3o_tripul
ado. Acessado em 05/11/2020.

Você também pode gostar