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Resumo do livro “A condição

Humana” de Hannah Arendt.


Capítulo V: Ação
Resumo do livro “A condição Humana” de Hannah Arendt

Capítulo V: Ação

A Revelação do Agente no Discurso e na Ação

A diversidade humana, característica que influencia no falar e agir do homem, o


permite ser igual e diferente ao mesmo tempo. Por serem iguais, os homens
compreendem-se entre si e pensam no tempo futuro, e por serem diferentes, os
homens necessitam da fala e do agir para que possam se fazer compreender para
outros homens.
Não ser igual não significa ser outra pessoa, apesar de a alteridade ser uma
característica importante da diversidade. A diversidade humana é contraditória
visto que a alteridade do homem não é igual à alteridade de um objeto inanimado,
visto que o homem, que é igual a outro homem, ainda assim tem suas diferenças
entre si, o que o torna singular. Singularidade essa que só pode ser expressa pelo
próprio homem.
Essa singularidade humana só é percebida quando o homem tem iniciativa e se
manifesta falando e agindo. É a partir daí que os homens se diferenciam entre si.
Algo que é extremamente necessário visto que assim, o homem vive uma vida
humana e não fica preso apenas a existência física. O falar e o agir não surgem e
não são influenciados pelo utilitarismo; por uma necessidade, além de não
poderem ser condicionados ao homem. É algoque parte de sua iniciativa própria e
confirma a sua existência física. Iniciativa essa expressa pela ação, que é o
começo de algo novo e é regada de inesperabilidade, onde tudo pode vir do
homem. Esse falar e agir, implicitamente exprimem quem verdadeiramente o
homem é, principalmente o falar.
Ação e fala andam juntas, visto que a ação é iniciada pela fala, e uma vez que se
o homem agisse sem a fala, seria um ser mecânico. A fala também pode ser uma
atividade secundária em outras situações, mas tem um papel muito importante na
ação, uma vez que esta é precedida por aquela.
A diferença entre o que o homem é e quem ele é, está presente em tudo aquilo o
que ele fala e faz. Sendo que o 'quem' do homem, é perceptível apenas aos olhos
do outro, e ele próprio continua sem perceber quem ele mesmo é. Revelação essa
que é feita a partir do convívio das pessoas com outras, onde ela se expõe a partir
de sua fala e ação; ficando de fora somente os praticantes de boas ações e os mal
feitores, pois ambos cuidam em preservar o seu anonimato, ficando assim à
margem.
Se o homem não se revelar a outro durante sua ação, significa que ela é somente
um meio para atingir determinado fim. Sendo assim a ação perde o seu objetivo,
que é o de o homem se fazer entender para outros.

A Teia de Relaçõese as Histórias Humanas

Embora nos seja visível quem uma pessoa é, ao tentarmos exprimir essa ideia,
acabamos nos distanciando do objetivo inicial e exprimindo o que ela é, e assim
perdemos o que ela tem de único, pois verdadeiramente não a descrevemos, e
sim um personagem. Isto se assemelha ao fato de tentar definir o homem e chegar
somente a respostas que exprimem o que ele é, sendo que sua essência está em
quem ele é. Esta incerteza, faz com haja barreiras entre os negócios humanos.
Mesmo que o ato e o discurso ocorram por algum interesse, ainda assim, o
homem é revelado, uma vez que o interesse interliga as pessoas. E além de
revelar as pessoas, esta ação e fala revela alguma realidade mundana. Dar-se o
nome de teia de relações as relações não objetivas, que apesar de não
materializadas, são reais.
Os negócios humanos são baseados na teia de relações humanas e a revelação
do homem precipita-se sobre qualquer teia de relação já presente. A teia de
relações humanas tem dois aspectos, um negativo e outro positivo, o primeiro é
pelo fato da variabilidade de seu fim e vontades, que acabam entrando em
conflito, fazendo com que o agir acabe não atingindo seu alvo inicial. Mas graça a
essa teia, o homem a partir do seu agir, pode construir a sua história. Essas
históriastambém revelam o homem, mas este homem não é autor nem produtor
de sua própria história. Mesmo que apontemos o sujeito responsável pelas fala e
ação que dão início a uma história e por isso é personagem principal dela, mesmo
este não pode ser considerado autor do que acontece e irá acontecer. Só
conhecemos o ser humano quando ficamos cientes da história na qual ele é
personagem principal. Mas é necessário para isso conhecer sua história e a
história que é dele, mas que é contada por outro. Caso isso aconteça, estaremos
diante de o que ele é e não quem ele é. Para ser o personagem principal de uma
história, o homem não precisa ter características de um herói, basta que este
participe da história. Essas qualidades estarão presentes na própria ação e
discurso dele e no fato dele interagir com o mundo e iniciar sua história. Toda
história manifesta algum acontecimento de um fato importante, que só será
revelado a partir da repetição desse fato por meio da fala e da ação. Só por meio
da repetição da imitação é que é revelada a teia de relações.

A Fragilidade dos Negócios Humanos

O agir e o falar existem somente fora do isolamento, pois são tangenciados pela
teia de relações. A ilusão de que exista o homem forte que não se relaciona com
outros é falsa e criada a partir do momentoem que o homem se ilude imaginando
que pode lidar com os outros homens da mesma maneira que se faz com as
coisas. Nos é conhecido histórias de vários homens que eram considerados
superiores a outros, mas fracassaram. Fracasso esse atribuído a população,
considerada inferior a ele.
Este superior passou a liderar e governar os demais. O que possibilitou a seguinte
divisão: Esse superior, com a função de dirigir e os demais, com a função de
executar. Divisão essa que começou pela iniciativa desse governador em se isolar
por vontade própria, pois pensava que por ser 'superior', era mais forte que os
demais, não sabendo ele que sua força estava em sua iniciativa e riscos e não na
realização propriamente dita. Essa força que ele pensava ter por estar só, na
verdade advinha da força em conjunto dos demais, que ele monopolizava e
pegava para si. Dando a falsa ideia de que a força vinha dele.
A relação entre os homens é movimento, ou seja, ele não é só agente da ação
como também ser passivo. Sendo assim o agir pode possibilitar tanto a felicidade
quanto a tristeza. E ação não é um fato acabado, e sim dá sequência a outra
ação, que dá sequência a outra, a outra e assim por diante. O agir é algo que é
feito pelo homem e atinge outros homens, fazendo parte da relação entre os
homens,
porisso pode atingir um nível além do desejado, transportando todas as barreiras.
O homem necessita de barreiras, seja econômica, política, de leis, entre outras,
que venha a lhe assegurar estabilidade, mas as mesmas não são totalmente
seguras, o que possibilita que outrem venha a agir sobre elas e quebrá-las, daí a
importância da moderação para se respeitar o limite do outro e não ultrapassá-lo.
Apesar dessas barreiras, que protegem o homem, em corpo político, é necessário
ter cuidado devido sua imprevisibilidade, não apenas com relação a não se poder
prever as consequências de determinada atitude, mas também pelo fato de só se
conhecer as consequências de determinada ação somente a partir do momento
em que se dá seu fim.

A Solução Grega

A imprevisibilidade dos fatos faz com que durante a fala e a ação o indivíduo
venha a se revelar sem que o mesmo saiba quem ele próprio é. A história de um
indivíduo é criada por ele enquanto age e fala, mas a sua essência só pode ser
conhecida depois que morre. Como no caso de Aquiles, que para que sua história
fosse prolongada e conhecida para sempre, preferiu uma morte prematura,
permitindo assim, desde novo entrar para a história. Aquiles que sempre será
contado de diferentes maneiras de contador de histórias em contador, mas
queindependentemente de quem esteja falando, sempre será o herói da história.
Desde modo, percebe-se um anseio em se fazer revelado para os outros homens.
Na Grécia Antiga, os gregos não consideravam o ato de legislar como parte da
política, já, que era considerada como uma 'fabricação', podendo o legislador ser
um estrangeiro, enquanto para a política era permitido somente cidadãos. Já para
os socráticos, a legislação era uma atividade política.
A polis surgiu a partir do momento em que o homem percebeu que era útil viver
junto e deveria possibilitar ao homem conseguir reconhecimento e sucesso e tirar
tudo o que tinha de supérfluo na ação e na fala para que um ato pudesse trazer
esse reconhecimento que ele tanto almejava. A configuração da polis, cercada de
muros, permitia que a história do homem se concentrasse e pudesse ser vista e
ouvida sempre e assim sua história permaneceria viva para sempre. A esfera
política resulta da ação conjunta entre a fala e a ação. A polis não é o espaço
físico em si, mas o nascer do agir e falar entre as pessoas, portanto a polis está
entre as pessoas, ou seja, a ação e fala não necessitam necessariamente de um
espaço físico, podendo existir em qualquer tempo e lugar, pois a realidade do
mundo só necessita que exista outros homens para que ela possaexistir também.

O Espaço da Aparência e o Poder

O espaço da aparência aparece antes da organização formal da esfera pública, a


partir da associação dos homens em volta a fala e ação, entretanto tem seu fim
regido não só pela dissipação dos homens, mas também pela interrupção das
atividades antes atribuída entre eles. Só que em qualquer lugar aonde esses
homens venham se reunir, em volta a fala e ação, torna-se um potencial para o
aparecimento do espaço da aparência.
Já o poder, só está presente onde há uma sintonia entre discurso e ação; quando
isso não ocorre, se perde o poder e é essa perda que vem a por fim as
comunidades políticas.
O poder só se faz presente quando o homem age em conjunto, o que torna
possível o espaço potencial, devido à fala e ação que há entre eles. Uma forma de
poder mais forte ainda que o poder de governantes poderosos é a resistência
passiva, pois nela não há vencedor, nem perdedor, uma vez que as massas se
revoltam, ocorre a morte em massa e um governador sairia perdendo mesmo que
vencesse, uma vez que não teria mais a quem governar.
O poder só existe na medida em que o homem decide viver unido a outros.
Quando opta por viver isoladamente, ele renuncia esse poder. E assim como o
agir é ilimitado, dependendo somente da convivência humanapara que possa
existir, a violência é capaz de aniquilá-lo e ao misturar força e impotência, o
homem acaba exercendo a tirania sobre os demais. Montesquieu analisou que a
tirania contradiz a pluralidade humana, uma vez que é uma forma de governo
sustentada no isolamento, visto que o tirano se isola de seu povo e as pessoas se
isolam entre si por medo, tornando-se impotentes, e os homens falam e agem
ligados uns aos outros. Devido ao seu isolamento, consequentemente destrói o
poder e a esfera pública.
A força pode combater a violência, mas só o poder pode acabar com a força.
Porém, o poder corrompe o homem, na medida em que o mais fraco a cobiça em
oposição ao mais forte. Enquanto a tirania é a tentativa de substituição do poder
pela violência, a oclocracia é a do poder pela força.
Há uma estreita relação entre fala, ação e poder e só o poder dá condições
necessárias para a existência da esfera pública.

O Homo Faber e o Espaço da Aparência

A esfera pública, espaço em que o homem necessita para revelar-se é criação


humana num sentido mais particular que o seu próprio trabalho e labor. A ideia de
que a revelação e auto-realização são o máximo da existência humana é relativo
uma vez que o homo faber acredita que os próprios objetos feitos pelo homem
podem vir a ser maisque ele, e o homo laborans acredita que a vida é o bem
supremo. Ambos denunciam o falar e agir como ócio e irão analisar a esfera
pública, enquanto sua utilidade para fins mais generosos.
Na pirâmide das qualidades políticas, o senso comum ocupa posição elevada,
devido à ligação com os nossos cinco sentidos, o que constitui meio de alienação
em relação ao mundo.
Esta alienação é mais perceptível em uma sociedade de homens operários. No
isolamento do seu labor, o homem faber convive num mundo de coisas, onde fica
restrita somente a fabricação. Na relação de troca o homem não entra em contato
com o outro como pessoa, mas sim como produtor. Essa relação caracteriza a
auto-alienação, onde o homem deixa de se relacionar enquanto homem, para
coisificar sua relação.
A ideia dada a partir da modernidade de gênio como referência de ideal é um
exemplo de frustração humana.

O Movimento Operário

O trabalho não é capaz de criar uma esfera pública independente onde o homem
possa se revelar como ser humano. O isolamento que se faz necessário nessa
atividade faz com que ele se ligue ao mundo dos objetos que fabrica. Por isso o
trabalho é considerado apolítco. Já o labor é antipolítico, pois o homem mesmo
estando entre outros, não se liga a eles e nem ao obejto que fabrica, como o
quepratica o trabalho o faz. No labor o convívio não abraça a pluralidade humana,
e sim só apresenta a multiplicidade, pois é a reunião de vários seres iguais da
mesma espécie. Essa união de muitos em um só se afasta dos elementos das
comunidades políticas, uma vez que estas são compostas da pluralidade humana.
Isso acontece devido ao ato de labutar ser feito em conjunto e o homem passa a
aceitar e sentir-se como apenas mais um membro da equipe e não como ser
individual. A atividade conjunta do labor minimiza a fadiga, então o animal
laborans irá analisar o valor do labor somente com relação as suas condições
sociais, sendo que se estas existirem, o homem perde sua identidade.
Na esfera pública a igualdade surge a partir do igualamento de indivíduos plurais,
devido a fatores externos ao homem.
A falta de rebeliões, ao longo da história humana, pelo escravo e operário,
demonstra que o animal laborans não tem capacidade para se diferenciar, nem
para falar e agir. Os sindicatos, responsáveis pelos operários, são os
responsáveis por inserirem estes à sociedade, mas nunca se apresentaram de
modo revolucionário para buscarem ao mesmo tempo mudanças na sociedade e
na política. Partidos políticos que se dizem em prol do operário na verdade são
movidos por interesse próprios e defendem ointeresse de outras classes, que não
a dos operários. Na classe operária se faz presente o sindicalismo e as
aspirações políticas populares; enquanto a primeira já apresentou vitórias, a
segunda sempre é derrotada assim que ameaça se manifestar. Apesar dessas
circunstâncias, nota se que a diferença entre escravo e operário, é que este último
conseguiu espaço dentro da esfera pública e ser considerado cidadão. Pela
primeira vez o homem falava como ser humano que é e não somente como mais
um membro da sociedade

A Substituição da Ação pela Fabricação

Desde sempre a busca por lucros e sua regularidade fez com que o homem
denunciasse a ociosidade do discurso e da ação. Inclusive, os homens da ação e
do discurso buscavam substitutos que pudessem favorecer os negócios humanos.
Essa substituição da ação pela fabricação tinha argumentos contra a democracia e
a política. Ir contra a ação humana, significava combater a pluralidade humana e
consequentemente o espaço da aparência, ou seja, a esfera pública. A tirania
vinha a combater o cidadão na esfera pública com o discurso de que esses
deveriam se preocupar com assuntos particulares, pois impedindo o homem de
participar de questões de interesse a todos, atendia a interesses da tirania. Essa
tentativa de mudança da vulnerabilidadedos negócios humanos para a
estabilidade da ordem vinha com a ideia de que para se conseguir isso é
necessário evitar a política; mas que na verdade sustentava a visão de que para o
homem viver em conjunto é necessário de que apenas alguns governem e os
demais obedeçam. Daí projetou-se colocar o governo no lugar da ação, esta
última não deveria ter utilidade nas relações humanas.

A Ação como Processo

A materialização do agir e a deteorização da política não conseguiu chegar a


impedir o agir, acabar com os negócios humanos e impedir que os homens
continuassem a usar dela. Anteriormente foi visto que a omissão do labor fez com
que o trabalho fosse executado ao modo deste labor, bem como os produtos
produzidos por ele passaram a ser vistos, comprados e utilizados como bens de
consumo. Já a tentativa de omitir o agir, devido a sua incerteza e a vulnerabilidade
dos negócios humanos resultou na concentração do poder do homem de agir para
uma atitude em relação à natureza. Atitude essa que começou quando o homem
passou a não se contentar somente com a observação e registro daquilo que a
natureza demonstrava, e passaram a utilizar de experimentações que provocavam
processos naturais naquilo o qual estavam estudando. Essa mudança não surgiu
da capacidade humana de pensar ecriar novas teorias e sim de sua capacidade
de agir, tendo como resultado algo imprevisível. A partir daí a imprevisibilidade e
não mais a vulnerabilidade começou a fazer parte dos negócios humanos. Se as
ciências naturais e ciências da história podem ser vistas como sistemas de
processo, significa que o homem é capaz de agir e ele próprio criar novos
processos.
Enquanto a força empregada na fabricação é completamente consumida, a força
utilizada no processo de ação não é consumida por completa na primeira ação,
sua durabilidade é infinita e não está vinculada ao perecimento da matéria e à
mortalidade dos humanos, mais do que está ligada à durabilidade da humanidade.
Porém o homem está ligado à irreversibilidade e imprevisibilidade do processo de
ação, tornando-se assim 'culpado' do resultado que nunca esperou e que não tem
como voltar atrás

A Irreversibilidade e o Poder de Perdoar

O animal laborans tem a capacidade de criar o mundo de durabilidade a partir do


momento em que apresenta a característica do homo faber, de produzir. A partir
do agir e da fala, o homem consegue fugir da desvalorização dos valores e do fato
de que ele busca algo apenas como meio para atingir determinado fim. O que
vem a redimir o homem, em todos esses casos, é algo exterior a ele, no caso,
algoque vem da atividade de cada um, do animal laborans e do homo faber. Para
a irreversibilidade faz-se necessário perdoar e para a imprevisibilidade, prometer
e cumprir a promessa. A primeira situação permite que se conserte o passado,
enquanto a segunda, possibilita certa segurança. Se não fôssemos desculpados,
não nos reabilitaríamos de atos antes praticados e nos limitaríamos somente a
ele, sem agir mais; e se não cumpríssemos nossas promessas perderíamos
nossa identidade.
Essas faculdades representam na política o oposto dos padrões estabelecidos no
governo por Platão, que se baseava no autodomínio, no qual diz que as relações
que mantemos com os outros deve ser a mesma que mantemos com nós
mesmos, porém a atitude de perdoar, prometer e cumprir promessas não é
possível consigo mesmo e sim somente na presença de terceiros. Um indício de
que o perdão é uma atitude necessária para remediar danos causados pelo agir é
o princípio de poupar os já vencidos.
O pecado é um evento cotidiano, no qual a pessoa precisa do perdão, que a
desobrigue daquilo que veio a fazer sem perceber, para tornar-se livre. Perdoar é
uma reação imprevista, que é o oposto de vingança, que no caso é uma reação
esperada. Já punir, não é o oposto de perdoar e sim uma alternativa a ela. O ato
de perdoarliberta tanto o que perdoa quanto o que é perdoado.

A Imprevisibilidade e Poder de Prometer

O ato de prometer sempre foi conhecido e aceito em nosso costume, diferente do


perdão que é visto como algo irreal, logo foi aceito na esfera política. Prometer
elimina um pouco a imprevisibilidade dos atos, mas não totalmente, devido o fato
do homem não saber se será o mesmo futuramente e de não poder prever o efeito
de um ato devido à capacidade que os homens têm de fazer a mesma ação, daí a
importância do prometer tira a obscuridade dos negócios humanos, pois aumenta
entre os homens o nível de confiabilidade.
As pessoas se mantêm unidas, até determinado instante pela força de um contrato
entre elas.
A superioridade da soberania de um determinado grupo, que diante de um
propósito em comum entre os membros do grupo são obrigadas pela promessa, é
maior que a soberania de um grupo onde seus membros são livres para fazer
qualquer escolha.
Os atos de prometer e de perdoar surgem do desejo que o homem tem de querer
conviver em grupo na modalidade do agir e falar, pois têm o poder de desfazer o
que fazemos e controlar, pelo menos parcialmente, nossos atos e se esses
negócios humanos fossem feitos só por fazer, sem a faculdade da ação, teriam
como único destino o seu fim.

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