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Apostila ADM.

Gestão Pública

NOÇÕES DE GESTÃO PÚBLICA


Prof. Fábio Maia

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS

1 – A ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS

A atividade de material existe desde a mais remota época, através das trocas de caças e de utensílios
até chegarmos aos dias de hoje, passando pela Revolução Industrial. Produzir, estocar, trocar
objetos e mercadorias é algo tão antigo quanto à existência do ser humano.
A Revolução Industrial, meados dos séc. XVIII e XIX, acirrou a concorrência de mercado e
sofisticou as operações de comercialização dos produtos, fazendo com que “compras” e “estoques”
ganhassem maior importância. Este período foi marcado por modificações profundas nos métodos
do sistema de fabricação e estocagem em maior escala. O trabalho, até então, totalmente artesanal
foi em parte substituído pelas máquinas, fazendo com a produção evoluísse para um estágio
tecnologicamente mais avançado e os estoques passassem a ser vistos sob um outro prisma pelas
administrações. A constante evolução fabril, o consumo, as exigências dos consumidores, o
mercado concorrente e novas tecnologias deram novo impulso à Administração de Materiais,
fazendo com que a mesma fosse vista como uma arte e uma ciência das mais importantes para o
alcance dos objetivos de uma organização, seja ela qualquer que fosse.
Um dos fatos mais marcantes e que comprovaram a necessidade de que materiais devem ser
administrados cientificamente foi, sem dúvida, as duas grandes guerras mundiais, isso sem contar
com outros desejos de conquistas como, principalmente, o empreendimento de Napoleão
Bonaparte. Em todos os embates ficou comprovado que o fator abastecimento ou suprimento se
constituiu em elemento de vital importância e que determinou o sucesso ou o insucesso dos
empreendimentos. Soldados e estratégias por mais eficazes que fossem, eram insuficientes para o
alcance dos resultados esperados.
Munições, equipamentos, víveres, vestuários adequados, combustíveis foram, são e serão
necessários sempre, no momento oportuno e no local certo, isto quer dizer que administrar materiais
é como administrar informações: “quem os têm quando necessita, no local e na quantidade
necessária, possui ampla possibilidade de ser bem sucedido”.

ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS: DEFINIÇÕES

A Administração de Materiais é definida como sendo um conjunto de atividades desenvolvidas


dentro de uma empresa, de forma centralizada ou não, destinadas a suprir as diversas unidades, com
os materiais necessários ao desempenho normal das respectivas atribuições. Tais atividades
abrangem desde o circuito de reaprovisionamento, inclusive compras, o recebimento, a
armazenagem dos materiais, o fornecimento dos mesmos aos órgãos requisitantes, até as operações
gerais de controle de estoques etc.
Em outras palavras: “A Administração de Materiais visa à garantia de existência contínua de um
estoque, organizado de modo à nunca faltar nenhum dos itens que o compõem, sem tornar
excessivo o investimento total”.
A Administração de Materiais moderna é conceituada e estudada como um Sistema Integrado em
que diversos subsistemas próprios interagem para constituir um todo organizado. Destina-se a dotar
a administração dos meios necessários ao suprimento de materiais imprescindíveis ao
funcionamento da organização, no tempo oportuno, na quantidade necessária, na qualidade
requerida e pelo menor custo.

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A oportunidade, no momento certo para o suprimento de materiais, influi no tamanho dos estoques.
Assim, suprir antes do momento oportuno acarretará, em regra, estoques altos, acima das
necessidades imediatas da organização. Por outro lado, a providência do suprimento após esse
momento poderá levar a falta do material necessário ao atendimento de determinada necessidade da
administração. Do mesmo modo, o tamanho do Lote de Compra acarreta as mesmas consequências:
quantidades além do necessário representam inversões em estoques ociosos, assim como,
quantidades aquém do necessário podem levar à insuficiência de estoque, o que é prejudicial à
eficiência operacional da organização.
Estes dois eventos, tempo oportuno e quantidade necessária, acarretam, se mal planejados, além
de custos financeiros indesejáveis, lucros cessantes, fatores esses decorrentes de quaisquer das
situações assinaladas. Da mesma forma, a obtenção de material sem os atributos da qualidade
requerida para o uso a que se destina acarreta custos financeiros maiores, retenções ociosas de
capital e oportunidades de lucro não realizadas. Isto porque materiais, nestas condições podem
implicar em paradas de máquinas, defeitos na fabricação ou no serviço, inutilização de material,
compras adicionais, etc.
Os subsistemas da Administração de Materiais, integrados de forma sistêmica, fornecem, portanto,
os meios necessários à consecução das quatro condições básicas alinhadas acima, para uma boa
Administração de material.
Decompondo esta atividade através da separação e identificação dos seus elementos componentes,
encontramos as seguintes subfunções típicas da Administração de Materiais, além de outras mais
específicas de organizações mais complexas:

a.1 - Subsistemas Típicos:


a.1.1- Controle de Estoque - subsistema responsável pela gestão econômica dos estoques, através
do planejamento e da programação de material, compreendendo a análise, a previsão, o controle e o
ressuprimento de material. O estoque é necessário para que o processo de produção-venda da
empresa opere com um número mínimo de preocupações e desníveis. Os estoques podem ser de:
matéria-prima, produtos em fabricação e produtos acabados. O setor de controle de estoque
acompanha e controla o nível de estoque e o investimento financeiro envolvido.
a.1.2- Classificação de Material - subsistema responsável pela identificação (especificação),
classificação, codificação, cadastramento e catalogação de material.
a.1.3- Aquisição / Compra de Material - subsistema responsável pela gestão, negociação e
contratação de compras de material através do processo de licitação. O setor de Compras preocupa-
se sobremaneira com o estoque de matéria-prima. É da responsabilidade de Compras assegurar que
as matérias-primas exigida pela Produção estejam à disposição nas quantidades certas, nos períodos
desejados. Compras não é somente responsável pela quantidade e pelo prazo, mas precisa também
realizar a compra em preço mais favorável possível, já que o custo da matéria-prima é um
componente fundamental no custo do produto.
a.1.4- Armazenagem / Almoxarifado - subsistema responsável pela gestão física dos estoques,
compreendendo as atividades de guarda, preservação, embalagem, recepção e expedição de
material, segundo determinadas normas e métodos de armazenamento. O Almoxarifado é o
responsável pela guarda física dos materiais em estoque, com exceção dos produtos em processo. É
o local onde ficam armazenados os produtos, para atender a produção e os materiais entregues pelos
fornecedores
a.1.5- Movimentação de Material - subsistema encarregado do controle e normalização das
transações de recebimento, fornecimento, devoluções, transferências de materiais e quaisquer outros
tipos de movimentações de entrada e de saída de material.
a.1.6 - Inspeção de Recebimento - subsistema responsável pela verificação física e documental do
recebimento de material, podendo ainda encarregar-se da verificação dos atributos qualitativos pelas
normas de controle de qualidade.

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a.1.7 - Cadastro - subsistema encarregado do cadastramento de fornecedores, pesquisa de mercado


e compras.

a.2 - Subsistemas Específicos:


a.2.1 - Inspeção de Suprimentos - subsistema de apoio responsável pela verificação da aplicação
das normas e dos procedimentos estabelecidos para o funcionamento da Administração de Materiais
em toda a organização, analisando os desvios da política de suprimento traçada pela administração e
proporcionando soluções.
a.2.2 - Padronização e Normalização - subsistema de apoio ao qual cabe a obtenção de menor
número de variedades existentes de determinado tipo de material, por meio de unificação e
especificação dos mesmos, propondo medidas de redução de estoques.
a.2.3 - Transporte de Material - subsistema de apoio que se responsabiliza pela política e pela
execução do transporte, movimentação e distribuição de material. A colocação do produto acabado
nos clientes e as entregas das matérias-primas na fábrica é de responsabilidade do setor de
Transportes e Distribuição. É nesse setor que se executa a Administração da frota de veículos da
empresa, e/ou onde também são contratadas as transportadoras que prestam serviços de entrega e
coleta.

A integração destas subfunções funciona como um sistema de engrenagens que aciona a


Administração de Material e permite a interface com outros sistemas da organização. Assim,
quando um item de material é recebido do fornecedor, houve, antes, todo um conjunto de ações
inter-relacionadas para esse fim: o subsistema de Controle de Estoque aciona o subsistema de
Compras que recorre ao subsistema de Cadastro.
Quando do recebimento, do material pelo almoxarifado, o subsistema de Inspeção é acionado, de
modo que os itens aceitos pela inspeção física e documental são encaminhados ao subsistema de
Armazenagem para guarda nas unidades de estocagem próprias e demais providências, ao mesmo
tempo em que o subsistema de Controle de Estoque é informado para proceder aos registros físicos
e contábeis da movimentação de entrada. O subsistema de Cadastro também é informado, para
encerrar o dossiê de compras e processar as anotações cadastrais pertinentes ao fornecimento.
Os materiais recusados pelo subsistema de Inspeção são devolvidos ao fornecedor. A devolução é
providenciada pelo subsistema de Aquisição que aciona o fornecedor para essa providência após ser
informado, pela Inspeção, que o material não foi aceito. Igualmente, o subsistema de Cadastro é
informado do evento para providenciar o encerramento do processo de compra e processar, no
cadastro de fornecedores, os registros pertinentes.
Quando o material é requisitado dos estoques, este evento é comunicado ao subsistema de Controle
de Estoque pelo subsistema de Armazenagem. Este procede à baixa física e contábil, podendo, gerar
com isso, uma ação de ressuprimento. Neste caso, é emitida pelo subsistema de Controle de
Estoques uma ordem ao subsistema de Compras, para que o material seja comprado de um dos
fornecedores cadastrados e habilitados junto à organização pelo subsistema de Cadastro. Após a
concretização da compra, o subsistema de Cadastro também fica responsável para providenciar,
junto aos fornecedores, o cumprimento do prazo de entrega contratual, iniciando o ciclo,
novamente, por ocasião do recebimento de material.
Todos esses subsistemas não aparecem configurados na Administração de Materiais de qualquer
organização. As partes componentes desta função dependem do tamanho, do tipo e da
complexidade da organização, da natureza e de sua atividade-fim, e do número de itens do
inventário.

3 RESPONSABILIDADE E ATRIBUIÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS

a) suprir, através de Compras, a empresa, de todos os materiais necessários ao seu funcionamento;

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b) avaliar outras empresas como possíveis fornecedores;


c) supervisionar os almoxarifados da empresa;
d) controlar os estoques;
e) aplicar um sistema de reaprovisionamento adequado, fixando Estoques Mínimos, Lotes
Econômicos e outros índices necessários ao gerenciamento dos estoques, segundo critérios
aprovados pela direção da empresa;
f) manter contato com as Gerências de Produção, Controle de Qualidade, Engenharia de Produto,
Financeira etc.
g) estabelecer sistema de estocagem adequado;
h) coordenar os inventários rotativos.

4 OBJETIVOS PRINCIPAIS DA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS E RECURSOS


PATRIMONIAIS

A Administração de Materiais tem por finalidade principal assegurar o contínuo abastecimento de


artigos necessários para comercialização direta ou capaz de atender aos serviços executados pela
empresa.
As empresas objetivam diminuir os custos operacionais para que elas e seus produtos possam ser
competitivos no mercado.
Mais especificamente, os materiais precisam ser de qualidade produtiva para assegurar a aceitação
do produto final. Precisam estar na empresa prontos para o consumo na data desejada e com um
preço de aquisição acessível, a fim de que o produto possa ser competitivo e assim, dar à empresa
um retorno satisfatório do capital investido.
Segue os principais objetivos da área de Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais:

a) Preço Baixo - este é o objetivo mais óbvio e, certamente um dos mais importantes. Reduzir o
preço de compra implica em aumentar os lucros, se mantida a mesma qualidade;
b) Alto Giro de Estoques - implica em melhor utilização do capital, aumentando o retorno sobre os
investimentos e reduzindo o valor do capital de giro;
c) Baixo Custo de Aquisição e Posse - dependem fundamentalmente da eficácia das áreas de
Controle de Estoques, Armazenamento e Compras;
d) Continuidade de Fornecimento - é resultado de uma análise criteriosa quando da escolha dos
fornecedores. Os custos de produção, expedição e transportes são afetados diretamente por este
item;
e) Consistência de Qualidade - a área de materiais é responsável apenas pela qualidade de
materiais e serviços provenientes de fornecedores externos. Em algumas empresas a qualidade dos
produtos e/ou serviços constitui-se no único objetivo da Gerência de Materiais;
f) Despesas com Pessoal - obtenção de melhores resultados com a mesma despesa ou, mesmo
resultado com menor despesa - em ambos os casos o objetivo é obter maior lucro final. “Às vezes
compensa investir mais em pessoal porque se pode alcançar com isto outros objetivos, propiciando
maior benefício com relação aos custos”;
g) Relações Favoráveis com Fornecedores - a posição de uma empresa no mundo dos negócios é,
em alto grau determinada pela maneira como negocia com seus fornecedores;
h) Aperfeiçoamento de Pessoal - toda unidade deve estar interessada em aumentar a aptidão de seu
pessoal;
i) Bons Registros - são considerados como o objetivo primário, pois contribuem para o papel da
Administração de Material, na sobrevivência e nos lucros da empresa, de forma indireta.

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4.1.A ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS

Necessidades dos Clientes


 Levantamento de Informações (Consumo / Demanda)
 Análise das Necessidades

Planejamento de Materiais (PCP)


 Análise de atendimento aos clientes internos e externos a partir dos estoques existentes.
 Análise da necessidade de Reposição (comprar ou fabricar)

Reposição de Materiais
 Compras
 Seleção de Fornecedores
 Emissão de Pedido (acompanhamento - follow-up)

Recebimento de Materiais
 Deve verificar:
 Dados Fiscais e Contábeis
 Quantidade
 Qualidade
 Outros registros

Armazenamento
 Adequado
 Facilidade de manuseio
 Manutenção dos níveis de qualidade
 Controle dos Estoques

a) Grau de Atendimento

GA = No. de itens atendidos x 100


No. total de itens solicitados

Ex. No. de itens atendidos = 570


No. de itens solicitados = 600
GA = 570 x 100 / 600 = 95%

b) RETORNO DE CAPITAL

RC = Lucro / Capital

RC = Lucro x Vendas
Vendas Capital

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Rentabilidade de Vendas (RV) = Lucro / Vendas

Giro de Capital (GC) = Vendas / Capital

Portanto: RC = RV x GC

Capital = Realizável + Permanente + Circulante


Estoques fazem parte do Capital Circulante

Lucro = Vendas - Despesas

c) Giro de Estoque (GE)

GE = vendas anuais ($ ou unidades)


estoque médio ($ ou unidades)

 Vendas anuais corresponde ao valor ou quantidade vendida durante um ano

 Estoque Médio corresponde ao valor ou quantidade média mantida em estoque

Exemplo:
Capital = $ 30.000,00 Vendas = $ 10.000,00 Despesas = 7.000,00
Capital investido em estoques = $ 10.000,00
Lucro = 10.000,00 - 7.000,00 = 3.000,00
Retorno de Capital = 3.000,00 (x 100) = 10%
30.000,00
Rentabilidade de Vendas = 3.000,00 x100 = 30%
10.000,00

Giro de Capital = 10.000,00 = 0,3333 vezes ao ano


30.000,00
Conferindo: RC = 30% x 0,3333 = 10%

Giro de Estoque = 10.000,00 = 1,0 vez ao ano


10.000,00

Supondo uma redução de Capital de 20% em estoques:

Redução do Capital investido em estoques = 20% de $ 10.000,00 = $ 2.000,00

Capital = 30.000,00 - 2.000,00 = 28.000,00

Retorno de Capital = 3.000,00 x 100 = 10,71 %

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28.000,00

Rentabilidade de Vendas = 3.000 / 10.000,00 = 30%

Giro de Capital = 10.000,00 / 28.000,00 = 0,35714 vezes ao ano

Conferindo: RC = 30% x 0,35714 = 10,71 % RC passou de 10% para 10,71%

Giro de Estoque = 10.000,00 = 1,25 vezes ao ano


8.000,00

5. DIMENSIONAMENTO E CONTROLE DE ESTOQUES

OBJETIVO: Maximizar o lucro sobre capital investido

FUNÇÕES:
a) A função principal do Dimensionamento e Controle de Estoques é a de atender os clientes
internos e externos quantos aos materiais e produtos de que necessitam, ao mínimo custo.

 DETERMINAR “O QUÊ” DEVE PERMANECER EM ESTOQUE;

 DETERMINAR “QUANDO” REABASTECER OS ESTOQUES;

 DETERMINAR “QUANTO” DE ESTOQUE SERÁ NECESSÁRIO PARA UM


PERÍODO DETERMINADO;

 ACIONAR O DEPARTAMENTO DE COMPRAS PARA EXECUTAR AQUISIÇÃO DE


ESTOQUES

 RECEBER E ARMAZENAR OS ESTOQUES ADQUIRIDOS;

 CONTROLAR OS ESTOQUES EM TERMOS DE QUANTIDADE E VALOR;

 FORNECER INFORMAÇÕES SOBRE POSIÇÃO DO ESTOQUE;

 MANTER INVENTÁRIOS PERIÓDICOS PARA AVALIAR QUANTIDADE E ESTADO


DOS MATERIAIS;

 IDENTIFICAR E RETIRAR DOS ESTOQUES OS ITENS OBSOLETOS E


DANIFICADOS

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b) Conciliar da melhor maneira os objetivos dos departamentos envolvidos, sem prejudicar a


operacionalidade da empresa.

Conflitos interdepartamentais quanto a estoques

COMPRAS FINANCEIRO
Matéria Prima -Desconto sobre as quanti- -Capital investido
(alto estoque) quantidade a serem compradas -Perda financeira
-------------------------------------------------------------------------------------------------
PRODUÇÃO FINANCEIRO
Material em Processo -Nenhum risco de falta -Aumento do custo
(alto estoque) de material. de armazenagem
-Grandes lotes de fabricação. -Maior risco de perda
e obsolescência.
---------------------------------------------------------------------------------------------------
VENDAS FINANCEIRO
Produto Acabado -Entregas rápidas -Capital investido
(alto estoque) -Boa imagem, melhores vendas -Maior custo de
armazenagem

6.POLÍTICAS DE ESTOQUES

 Metas de empresas quanto ao prazo de entrega de produtos aos clientes.


 Definição do número de depósitos e da lista de materiais a serem estocados neles.
 Até que nível deverão flutuar os estoques para atender uma alta ou baixa das vendas (alteração
de consumo).
 Até que ponto será permitida a especulação com estoque (compra antecipada com desconto).
 Definição da rotatividade de estoques.

7. PREVISÃO PARA OS ESTOQUES

a) QUANTITATIVAS
• evolução de vendas no passado
• variáveis ligadas diretamente a vendas - ex. pedido em carteira
• variáveis como: população, renda, etc.
• influência de propaganda

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b) QUALITATIVAS
• Opiniões de gerentes, vendedores, compradores, pesquisa de mercado.

7.1 TÉCNICAS DE PREVISÃO

a) Projeção (base histórica)

b) Explicação (explica vendas relacionadas a variáveis cuja evolução é conhecida)

c) Predileção (baseada na experiência de funcionários conhecedores do mercado)

7.1.1. - FORMAS DE EVOLUÇÃO DE CONSUMO

a) Evolução Horizontal

b) Evolução de Consumo sujeito à tendência

c) Evolução Sazonal

Influências que podem alterar o consumo

 Políticas
 Conjunturais
 Sazonais
 Alteração no comportamento dos clientes
 Inovações técnicas
 Novos produtos
 Produtos retirados do mercado

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7.1.2 - MÉTODOS DE PREVISÃO DE DEMANDA

a) Método do Último Período

Consiste em utilizar como previsão para o período seguinte o valor ocorrido no período
anterior.
Ex. CJan = 20 CpJan =

b) Método da Média Móvel


Consiste no cálculo da média dos valores de consumo nos “n” períodos anteriores.

C1 + C2 + C3 + Cn
Cp = ------------------------------------
N

Cp = Consumo previsto
C = Consumo nos períodos anteriores
N = Número de períodos

Exemplo:
Consumo (mês): Jan =20; Fev = 18, Mar = 22; Abr = 20; Mai = 24; Jun = 26.

20 + 18 + 22 + 20 + 24 + 26
Cp Jul = ------------------------------------ = 22
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c) Método da Média Móvel Ponderada

Este método permite a atribuição de pesos aos valores correspondentes aos períodos. O
Valor de Cp (Consumo previsto) será dado por:

∑ Ci . Pi
Cp = --------------
∑ Pi

onde: Ci = Consumo no i-ésimo período


Pi = peso dado ao i-ésimo período

Exemplo: (atribuição de pesos maiores para os últimos períodos)

Período Consumo Peso Ci . Pi


Mês ( Ci ) ( Pi )

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Jan 40 5 200
Fev 50 10 500
Mar 60 15 900
Abr 55 20 1100
Mai 70 30 2100
Jun 75 40 3000
∑ 120 7800

Cp Jul = 7800 / 120 → Cp Jul = 65

d) Método da Média com Ponderação Exponencial

Neste método são necessários três fatores para gerar a previsão do próximo período:

• O consumo ocorrido no último período


• A previsão do último período, e
• Uma constante que determina o valor ou ponderação dada aos valores mais recentes.

A previsão para o próximo período será dada por:

CPn +1 = α . Cn + (1- α ) . CPn

Onde:

CPn+1 = previsão para o período


CPn = previsão do período n
Cn = consumo do período n
α = constante

Exemplo:
CPn+1 = previsão para o período - CP Fev
CPn = previsão do período n - CP Jan = 90
Cn = consumo do período n - Cn Jan = 102
α = constante - α = 0,2
Cp Fev = 0,2 . 102 + ( 0,8 ) . 90 = 20,4 + 72 = 92,4

CP Fev = 93

e) Método dos Mínimos Quadrados

Este método é utilizado para determinar a melhor linha de ajuste que passa mais perto
de todos os dados coletados, ou seja, é a linha de melhor ajuste que minimiza as distâncias
entre cada ponto de consumo levantado.
A linha reta é definida pela equação:

γ = a + bx

Onde:

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Y = Consumo previsto para o período (Cp)


Os valores de “a” e “b” são obtidos pelas equações:

∑γ = N.a + ∑x . b onde: N = Número de períodos


∑x γ = ∑x . a + ∑x2 . b
Cp = a + bx

Exemplo:

Período Consumo
Ano Y X X2 X.Y
2001 108 0 0 0
2002 119 1 1 119
2003 110 2 4 220
2004 122 3 9 366
2005 130 4 16 520
∑ 589 10 30 1225

∑γ = N.a + ∑x . b ∑ x γ = ∑x . a + ∑x2 . b

589 = 5 a + 10 b 1225 = 10 a + 30 b
(.-2) -1178 = -10a – 20 b - 1178 =-10 a - 20 b
____________________________

47 = 10 b b = 4,7
Substituindo “b”
589 = 5 a + 10 . 4,7
5 a = 589 – 47 a = 108,4

Cp = a + bx [ “x” do ano-base à previsão (2006 – 2001) x = 5]

Cp 2006 = 108,4 + 4,7 . 5 108,4 + 23,5 = 131,9 132

Cp 2006 = 132

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8 – CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS

 O termo “item” de material é aplicável a um conjunto de objetos (materiais) que possuem


as mesmas características.
 O termo “SKU” (Stock Keeping Unit) é utilizado para designar um item de estoque.
Exemplos:
Uma lata de cerveja de 350 ml. (unidade = 1 lata)
Uma caixa com 24 latas de cerveja. (unidade = 24 latas)
Álcool em embalagem de 1 litro
Álcool a granel (Posto de Combustíveis)
Conjunto de peças iguais ( 1 caixa de borrachas)
Conjunto de peças diferentes ( 1 “Kit” de ferramentas)

Formas de Identificação

Código de barras
Código impresso em etiquetas
“EPC” (Electronic Product Code) - Código eletrônico de produto (etiqueta
com um circuito eletrônico). O EPC é composto por um número de parte e um
número de série.

CONCEITO DE NÚMERO DE PARTE E NÚMERO DE SÉRIE

Número de Parte (Part Number)


São códigos para identificação de itens de materiais. Também são conhecidos como
“Código do Produto”, “Número de Parte” ou “Número de Peça”.

Número de Série (Serial Number)


É utilizado quando há a necessidade de identificar cada produto. (Ex. Televisores,
Chassi).

IDENTIFICAÇÃO DE LOTES

Um lote pode ser identificado pela “faixa do número de série” e normalmente contém a
“data de fabricação”

Permite a “rastreabilidade” por necessidade legal e por interesse do controle de


qualidade.

IDENTIFICAÇÃO PELOS ATRIBUTOS

A descrição de um item pode ser feita através de suas características (atributos,


propriedades) conhecida por nome, nomenclatura, descrição, designação,
especificação.

Nomenclatura Estrutura. É composta por:


Nome Básico - Ex. Arruela

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Nome Modificador - Arruela lisa de cobre, espessura 0,5 mm, diâmetro interno 6
mm, diâmetro externo 14 mm.

TIPOS DE CÓDIGOS

CÓDIGOS SEQUÊNCIAIS
Composto por um código inicial e uma regra de seqüência.
É interessante definir previamente o número máximo de caracteres
Exemplo: Código inicial = 1001
Regra de seqüência = “Soma 1”

CÓDIGO EM GRUPOS
O código é dividido em grupos e a cada grupo se associa um significado.
Exemplo:
01 – 05– 1010
Código de identificação (Lisa, Cobre)
Classe (Arruelas)
Grupo (Matéria Prima)

Exemplos de Grupos:
01 – Matéria Prima
02 – Materiais de Limpeza
03 – Óleos, Combustíveis e Lubrificantes
04 – Materiais de Escritório

CÓDIGO EM FAIXAS
Quando, numa codificação seqüencial, cada faixa de códigos possui um significado.
Exemplo:
101 a 299 = matérias primas
301 a 599 = produtos semi-acabados
601 a 999 = produtos acabados

CÓDIGOS MNEUMÔNICOS
Quando possui caracteres (alfanuméricos) associados com o elemento a ser codificado
MP = Matéria Prima
SA = Semi Acabado
PA = Produto Acabado
Exemplo:
MP - 05 (Matéria Prima - Chapas de Aço)

8.1 – TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO

A classificação tem a finalidade de separar um conjunto de itens em classes.

• Natureza: características físico-químicas


Produtos de aço, petróleo, madeira, químicos, etc.

• Função: o que o material faz

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Combustível, limpeza, fixação, solventes, etc.

• Aplicação por Equipamento


Peças para Tornos CNC, Peças para Caldeira, etc.

• Aplicação por Setor


Materiais para Escritório, Materiais para Laboratório, etc.

• Aplicação por Projeto


Materiais para Projeto de Prevenção de Incêndios

• Criticidade: Grau de imprescindibilidade


Grau 1 – paralisa setores importantes, acarreta risco de vida,
não há materiais alternativos.
Grau 2 - paralisa setores importantes, acarreta risco de vida,
há materiais alternativos.
Grau 3 – etc. (continua de acordo com a necessidade)

• Origem: onde é obtido


Produzido no mercado nacional, importado, etc.

• Fiscal: para fins de tributação


Produto acabado, em processo, embalagem, etc.

• Dificuldade de aquisição
Sazonalidade de mercado, regulamentados, importados, etc.

• Freqüência de demanda
Regular, irregular, eventual

• Dificuldade de armazenagem
Inflamáveis, muito pesado, volumoso, úmido, tóxico, etc.

• Periculosidade
Norma NBR 7502 da ABNT, Portaria 3214 da CLT.

• Recuperação
Reparáveis, reprocessamento, reutilização, irrecuperáveis.

• Perecimento
Tempo de estocagem, contaminação, corrosão, etc.

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9. CLASSIFICAÇÃO ABC

9.1 - Conceituação
É um método que permite identificar os itens de estoques mais importantes no sentido de valor
financeiro (capital investido em estoques).
“Após a ordenação dos itens as classes da curva ABC podem ser definidas das seguintes
maneiras:
Classe A: Grupo de itens mais importantes que devem ser tratados com uma atenção especial pela
administração.
Classe B: Grupo de itens em situação intermediária entre as classes A e C.
Classe C: Grupo de itens menos importantes que justificam pouca atenção por parte da
administração.
9.2 – Planejamento
O Planejamento consiste na utilização de diferentes esquemas ou modelos para a construção
da Curva ABC, em geral são considerados os seguintes aspectos:

1: Necessidade da Curva ABC, discussão preliminar e definição dos objetivos.


2. Verificação das técnicas para análise, tratamento dos dados e cálculos.
3. Obtenção da classificação ABC, tabelas explicativas e gráfico
4. Análise e conclusões
5. Providências e decisões.

10. NÍVEIS DE ESTOQUE

Os níveis de estoque em função do tempo de um determinado item de estoque pode ser


representado no gráfico a seguir;

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10.1 CURVA DENTE DE SERRA

É comum representar os níveis de estoque utilizando-se uma linha reta que representa a
média da demanda. Está representação é conhecida como dente de serra.

250
200
Quantidade

150
Série1
100
50
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
DIAS

10.3.TEMPO DE RESSUPRIMENTO E PONTO DE RESSUPRIMENTO

Tempo de Ressuprimento (TR)


É o tempo compreendido desde a verificação de que o estoque precisa ser reposto até o
momento em que um novo lote é recebido e passa a fazer parte do estoque. Este tempo envolve a
emissão do pedido, o tempo necessário para que o fornecedor execute a preparação do pedido e o
transporte do material do fornecedor até a empresa.

Ponto de Ressuprimento (PR)


É a saldo de material disponível (quantidade) onde se constata que um determinado item de
estoque necessita ser reposto.

L = Lote
D = Demanda
PR = Ponto de Ressuprimento Exemplo do cálculo do PR
TR = Tempo de Ressuprimento D = 2 peças por dia
ES = Estoque de Segurança TR = 10 dias
ES = 5 peças

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PR = D x TR + ES PR = 2 x 10 + 5
PR = 25 peças

Considerando o gráfico ilustrativo:

Temos que:

Demanda Média Dm = D1 + D2 + D3 + D4 + Dn / n

Estoque Médio Em = ES + L / 2

Estoque Máximo Emáx = ES + L


Rotatividade (R) ou Giro de Estoque (GE)

Indica o número de vezes que o estoque girou durante o ano

R = Dm (anual) / Em

Exemplo:
Demanda anual = 800 unidades
Estoque médio = 100 unidades

R = 800 / 100 R = 8 vezes/ano

Taxa de Cobertura ou Antigiro


Indica o tempo de cobertura do estoque médio de um determinado item em relação ao
consumo médio.

Taxa de Cobertura = Estoque Médio


Consumo Médio

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Exemplo:
Estoque médio = 3.000 unidades
Consumo médio mensal = 2.000 unidades

Taxa de Cobertura = 3.000 / 2.000 Taxa de Cobertura = 1,5 meses

Ruptura de Estoque
Ocorre quando o estoque é zero e não é possível atender a necessidade de consumo.

Intervalo de Ressuprimento
É o tempo compreendido entre dois Pontos de Ressuprimentos consecutivos

10.4. ESTOQUE DE SEGURANÇA

É a quantidade mínima que deve existir em estoque, que se destina a cobrir: oscilações
de consumo, atrasos de suprimento, rejeição de um lote por parte do Controle de Qualidade,
diferenças de inventário entre outros fatores.

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A determinação do Estoque de Segurança depende do:

 Grau de exatidão da previsão de consumo


 Tempo de Ressuprimento (TR); e
 Grau de Atendimento (GA)

10.4.1.MODELOS DE CÁLCULO PARA O ESTOQUE DE SEGURANÇA

a) FÓRMULA SIMPLES
ES = C x k
Onde:
ES = Estoque de Segurança
C = Consumo médio
K = Fator de Segurança

O fator “k” reflete a qualidade de serviço que se pretende prestar, é proporcional ao


“GA” (Grau de Atendimento).

Exemplo:
C = 60 unidades/mês
K = 0,9 (GA = 90%)

ES = 60 x 0,9 ES = 54 unidades

b) MÉTODO DA PORCENTAGEM

Aplica-se uma porcentagem que geralmente varia de 25 a 45% sobre o consumo médio
durante o tempo de ressuprimento (TR).

ES = Cm x TR x %

Exemplo:
Cm = Consumo médio = 180 unidades/mês
TR = 15 dias (0,5 mês)
% = 30%

ES = 180 X 0,5 X 0,30 ES = 27 unidades

c) MÉTODO DA PORCENTAGEM DA ESTATÍSTICA DE CONSUMO

Objetiva dar cobertura para variações de demanda esperada durante o tempo de


ressuprimento.

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Exemplo:
Consumo diário: 90; 80; 70; 65; 60; 50; 40; 30 e 20
No. de dias em que ocorreu o consumo: 4, 8; 12; 28; 49; 80; 110; 44 e 30.
TR = 10 dias

(1) (2) (3) (4) (5)


Consumo No. de dias em Acumulado % do
Diário que ocorreu o (1) x (2) Acumulado
consumo
90 4 360 360 2,12
80 8 640 1000 5,91
70 12 840 1840 10,87
65 28 1820 3660 21,63
60 49 2940 6600 39,00
50 80 4000 10600 62,64
40 110 4400 15000 88,85
30 44 1320 16320 96,45
20 30 600 16920 100
∑ 365 16920

ES = ( Cmáx - Cm ) x TR

Cmáx = Consumo máximo


Cobrir 100% dos casos é oneroso, pode ser conveniente correr riscos calculados. Exemplo:
Vamos considerar como Cmáx. = 70 (consumo acima de 70 ocorre em 10,87% dos casos, ou seja,
“GA” de aproximadamente 90%).

Cm = Consumo médio Cm = 16920 / 365 Cm = 46

ES = ( 70 – 46 ) x 10 ES = 240 unidades

11.CUSTOS DE ESTOQUES

Todo armazenamento de material gera custos que podem ser agrupados em:

 Custos de capital (juros, depreciação, etc.)


 Custos de pessoal (salários, encargos sociais, etc.)
 Custos com edificações (aluguel, impostos, energia, etc)
 Custos de manutenção de estoques (deterioração, obsolescência, etc.)

CUSTOS BÁSICOS:

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a) CUSTO DA DEMANDA (CD)

Corresponde ao custo de aquisição do material. Baseia-se na demanda prevista (D) e no


preço unitário (P) para o período.
CD = D x P

b) CUSTO DE COMPRA (CC)

È o custo relativo às atividades de compras. Para cálculo deste custo são consideradas as
despesas como:

 Mão de Obra (salários e encargos sociais do Setor de Compras);


 Equipamentos e materiais (computadores, materiais de escritório, etc.);
 Outras (telefone, energia, custo da área ocupada, correio, reprodução, etc.).

C = CC / N
onde:
C = Custo de Compra (ou Custo de Pedido)
CC = Custo de Compras por ano
N = Número de Compras realizadas no ano.

c) CUSTOS DE ESTOCAGEM (CE)

O cálculo do Custo de Armazenagem para um determinado período (Ex. mês) pode ser
expresso por:
CE = (ES + L/2) x P x E
Onde:
(ES + L/2) = Estoque médio de material no tempo considerado.
P = Preço unitário do material
E = Taxa de armazenamento (expressa geralmente em termos percentuais
associada ao preço unitário)

Hipóteses consideradas
⇒ O Custo de Armazenagem é proporcional ao estoque médio
⇒ O Preço unitário é considerado constante (ou o valor médio)
⇒ A Taxa de armazenamento considera a somatória das parcelas:
 Taxa de retorno de capital
 Taxa de armazenagem física
 Taxa de seguro
 Taxa de transporte
 Taxa de obsolescência
 Outras despesas com estocagem.

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12 - SISTEMAS DE CONTROLE DE ESTOQUES

12.1 – MODELO DE REPOSIÇÃO CONTÍNUA

Também chamado de Ponto de Pedido ou Ponto de Ressuprimento. Consiste na emissão


da solicitação de compra, geralmente na quantidade determinada no “LEC”, sempre que a
quantidade em estoque atinge o Ponto de Ressuprimento (PR).

12.2 – MODELO DA REPOSIÇÃO PERIÓDICA

Consiste em realizar a reposição de material em ciclos de tempos iguais. Durante a


revisão a quantidade solicitada deve ser em função:
 da previsão de demanda;
 do estoque físico existente;
 do consumo do período anterior;
 do saldo de pedidos com o fornecedor;

MÉTODO DA REVISÃO PERIÓDICA

Abastecimento
Nível de Estoque (Unidades)

Pedido
Recebido

Tempo de Espera

Tempo de Espera

Estoque de Segurança

Tempo

Período de Revisão Período de Revisão Período de Revisão Falta de Estoque ou


Ruptura de Estoque

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13. JUST IN TIME ( JIT)

O JIT é muito mais do que uma técnica ou conjunto de técnicas de administração de


produção, sendo considerado com uma “filosofia”, a qual inclui aspectos de administração de
materiais, gestão da qualidade, arranjo físico, projeto do produto, organização de trabalho e
gestão de recursos humanos.

Algumas expressões são geralmente usadas para traduzir aspectos da filosofia JIT.
• Produção sem estoques;
• Eliminação de desperdícios;
• Esforço contínuo na resolução de problemas;
• Melhoria contínua dos processos.

Ao contrário da abordagem tradicional dos sistemas de produção que “empurram” os estoques, o


JIT caracteriza-se como um sistema de “puxar” a produção ao longo do processo, de acordo com a
demanda.

Genericamente falando, um sistema de “puxar” estoque significa que qualquer movimento de


produção somente é liberado na medida da necessidade sinalizada pelo usuário da peça ou
componente em fabricação, ou seja, os centros de trabalho não estão autorizados a produzir e
“empurrar” os lotes apenas para manter ocupados operários e equipamentos.

O sistema JIT tem como objetivo fundamental a melhoria contínua do processo produtivo. A
perseguição destes dá-se, através de um mecanismo de redução dos estoques, os quais tendem a
camuflar problemas, embora saibamos alterações no perfil da demanda ou falhas nos processos de
fabricação ou compra normalmente justificam a presença de estoques. Na filosofia JIT os estoques
são “persona non grata” por razões óbvias: primeiro porque ocupam espaços e segundo porque
custa dinheiro.

Vantagens do JIT:
• Flexibilidade – a manutenção de estoques baixo favorece as variações no mix de produtos sem
provocar alto grau de obsolescência.
• Velocidade – rapidez no ciclo de produção permite entregas em prazos mais curtos, propiciando
maior nível de serviços ao cliente.
• Confiabilidade – a manutenção preventiva e o ambiente favorável à identificação e resolução de
problemas contribui para aumentar a confiabilidade nos produtos.
• Custos – reduções dos tempos de preparação de máquinas e movimentação interna;
minimização dos estoques (matéria prima e produto acabado); redução dos tamanhos dos lotes e
“lead-times”; redução dos custos de aquisição (confiabilidade).

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Tradicional Just In Time


Sistema de Produção: Sistema de Produção:
“Empurram” a produção, desde a compra de “Puxar” a produção ao longo do processo, de
MP e componentes até os estoques de PA. acordo com a demanda. O material somente é
Uma vez completada a primeira operação, o processado em uma operação se ele é
lote é “empurrado” para a operação seguinte. requerido pela operação subsequente do
processo.
Sistema: Sistema:
Passivo – assumem como dada uma série de Ativo – incentiva o questionamento e a
característica do processo produtivo (nível de melhoria.
refugo, quebras, faltas, etc.)
Estoques: Estoques:
São considerados úteis por proteger o sistema São considerados nocivos por ocuparem
produtivo de problemas que possam causar espaços e representarem altos investimentos
interrupção (falta de peças e/ou atraso de em capital. E por esconderem problemas da
fornecedores. produção.
Tamanho dos lotes de compras e produção Tamanho dos lotes de compras e produção
O tamanho do lote de compra e produção é Lotes de fornecimento reduzidos
definido através do balanço entre os custos Recebimentos frequentes e confiáveis.
com a manutenção dos estoques e o custo de Alto nível de qualidade
processar pedidos (LEC) Lead Time de fornecimento reduzido.
Fornecedores: Fornecedores:
Adversários Parceiro
Vários Único
Considera arriscado trabalhar com único Contrato de longo prazo com um único ou
fornecedor (falta de confiança e barganha de poucos fornecedores oferecem, em retorno,
preço). altos níveis de qualidade e entrega confiável.

13.1.O SISTEMA KANBAN


O sistema de “puxar” a produção a partir da demanda, produzindo em cada estágio somente os itens
necessários, nas quantidades necessárias e no momento necessário, ficou conhecido como sistema
Kanban.

Este nome é dado aos cartões utilizados para autorizar a produção e a movimentação de itens, ao
longo do processo produtivo. Este cartão contém, em geral, as seguintes informações: número da
peça, descrição da peça, tamanho do lote a ser produzido e colocado em container padronizado,
centro de produção responsável e local de armazenagem.

Kanban de Produção (KP) – dispara a produção de um pequeno lote de peças de determinado tipo,
em um determinado centro de produção da fábrica.
Nenhuma operação de produção é normalmente executada sem que haja um kanban de produção
autorizando. O kanban de produção circula entre um centro de produção e seu posto de
armazenagem respectivo.

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Kanban Transporte (KT) - autoriza a movimentação do material pela fábrica, do centro de produção
que produz determinado componente para o centro de produção que consome este componente. Este
cartão contém, em geral, as seguintes informações:

KP - Kanban Transporte
Número da Peça: 1213
Descrição da peça.: Rotor tipo C
Tamanho do lote a ser produzido: 12 peças
Centro de produção de origem: célula J-32
Centro de produção de destino: posto L-45 (linha)

O kanban de transporte circula entre os postos de armazenagem de dois centros de produção


contíguos. O número de cartões kanban, entre dois centros de produção, determina o estoque de
material entre estes dois centros, pois cada kanban corresponde a um container padronizado de
peças. Em geral os números de cartões (KP e KT) são iguais, distribuindo o estoque entre os postos
de armazenagem dos dois centros.

O processo de redução gradual do estoque pode ser feito retirando-se cartões do sistema, pois sem
kanban de produção, o centro de trabalho não é acionado e sem o kanban de transporte, o material
não é movimentado.

Uma das limitações do kanban é que ele produz apenas aquelas partes cuja demanda é regular e,
pelo menos, diária.

13.2 PLANEJAMENTO DAS NECESSIDADES DE MATERIAIS

O MRP é um sistema que estabelece uma série de procedimentos e regras de decisão, de modo a
atender as necessidades de produção numa sequência de tempo logicamente determinada para cada
item componente do produto final.

O MRP lida especialmente com suprimentos de peças e componentes cujas demandas dependem de
determinado produto final. O sistema MRP é capaz de replanejar as necessidades de materiais a
cada alteração na programação de produção, registros de inventários ou composição de produtos.

Em outras palavras, trata-se de um sistema que se propõe a definir as quantidades necessárias e o


tempo exato para utilização dos materiais na fabricação dos produtos finais.

OBJETIVOS DO MRP
• Garantir a disponibilidade de materiais, componentes e produtos para atendimento ao
planejamento da produção e às entregas dos clientes.
• Manter os inventários no nível mais baixo possível.
• Planejar a atividade de manufatura, de suprimento e de programação de entregas.

PROGRAMA MESTRE DE PRODUÇÃO:


Baseado na carteira de pedidos dos clientes e nas previsões de demanda, o programa-mestre de
produção é quem orienta todo o sistema MRP, ou seja, quais os componentes e quando serão
agregados ou transformados no produto final planejado. Seu horizonte de planejamento é
normalmente de um ano, dividido em semanas.

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LISTA DE MATERIAIS:
Contém as quantidades exatas de matérias-primas, componentes e sub-rotinas que determinarão a
confecção do produto final. Além de especificar, as listas de materiais, determinam o momento em
que os materiais devem estar disponíveis e identificam suas relações de dependência com outros
materiais e com o produto final (sequência).

REGISTRO DE INVENTÁRIOS:
Permitem a identificação, em qualquer momento, das posições de estoque e pedidos em aberto, de
modo que se possa obter as necessidades líquidas de materiais.

PROGRAMA MRP:
Baseado nas necessidades do produto final especificada no programa-mestre de produção e nas
informações provenientes das listas de materiais, o programa MRP transforma a demanda do
produto final em necessidades brutas para cada item ou componentes. A partir das informações
constantes nos registro de inventários, são calculadas as necessidades líquidas e liberadas as ordens
de compra ou fabricação. As ordens correspondem às necessidades em termos de quantidade e
tempo relativos à sua aplicação no produto final.

RELATÓRIOS E DADOS DE SAÍDA:


Completado o ciclo do programa MRP, o sistema produz alguns relatórios e informações, úteis no
gerenciamento do processo logístico e de manufatura.

Por exemplo:
• Planejamento das necessidades de materiais;
• Liberação de ordens e reprogramação de pedidos em aberto;
• Planejamento das necessidades de capacidades; e
• Relatórios de desempenho etc.

Um conceito importante na concepção do MRP é o da natureza da demanda, que pode ser chamada
de dependente ou independente.
• Demanda dependente são aquelas cuja demanda depende da demanda de algum outro item, ou
seja, depende dos planos de produção de outro item, que é chamado de “pai”.
• Demanda independente são aquelas cuja demanda não depende da demanda de nenhum outro
item. Não podemos determiná-la por meio de cálculos e sim através de previsões, como é o caso
dos produtos acabados.

A diferença básica entre a demanda dependente e a demanda independente é que a demanda da


primeira não necessita de ser prevista, pois sendo dependente de outra pode ser calculada com base
na demanda desta e a demanda da segunda tem de ser prevista com base nas características do
mercado consumidor.

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14. ADMINISTRAÇÃO DOS SERVIÇOS DE COMPRAS

"A arte de comprar está se tornando cada vez mais uma profissão e cada vez menos um jogo de
sorte".
"Em muitos casos não é o custo que determina o preço de venda, mas o inverso. O preço de venda
necessário determina qual deve ser o custo. Qualquer economia, resultando em redução de custo de
compra, que é uma parte de despesa de operação de uma indústria, é 100% lucro. Os lucros das
compras são líquidos”. Embora todos saibamos comprar, em função do cotidiano de nossas vidas, é
imprescindível a conceituação da atividade, que significa procurar e providenciar a entrega de
materiais, na qualidade especificada e no prazo necessário, a um preço justo, para o funcionamento,
a manutenção ou a ampliação da empresa.
O conhecimento do produto, pode ser decisivo, na comercialização, sendo capaz de alterar o
comportamento de vendas.
Devemos saber:
- Origem: quem é o fabricante, ou fornecedor, qual a garantia, utilização, características técnicas.
- Nome do produto: denominação técnica e popular.
- Função: 0nde é aplicado e para que se destina, o que faz.
- Inter relação: um dado precioso, pois a utilização de um item pode influir no outro.
- Intercambialidade: o mesmo componente poderá ser utilizado em mais de um produto ou
processo.
- Preço: valor, condições de venda, prazo, desconto.

CONCEITO DE COMPRA

É a função responsável pela obtenção do material no mercado fornecedor, interno ou externo,


através da mais correta tradução das necessidades em termos de fornecedor / requisitante.
É ainda, a unidade organizacional que, agindo em nome das atividades requisitantes, compra o
material certo, ao preço certo, na hora certa, na quantidade certa e da fonte certa

Material Certo
É importante que o comprador esteja em situação de certificar-se se o material comprado, de um
fornecedor está de acordo com o solicitado. O comprador deve, portanto, desenvolver um “sentido
técnico a fim de descobrir eventuais discrepâncias entre a cotações de um fornecedor e as
especificações da Requisição de Compras. O comprador deve ter condições de reconhecer, em uma
eventual alternativa de cotação, uma economia do custo potencial ou a ideia de melhoria do
produto. Evidentemente, em tais circunstancias, a decisão final não será do comprador mas ele deve
ter habilidade para encaminhar aos setores requisitantes ou técnicos da empresa essas sugestões.
Toda vez que uma requisição não for suficientemente clara, o comprador deverá solicitar
esclarecimentos ou, se for o caso, devolvê-la a fim de que seja preenchida corretamente e de
maneira que transmita exatamente o que se deseja adquirir”.
Em hipótese alguma o comprador deve der inicio a um processo de compras, sem ter ideia exata de
que quer comprar. Objetivando um melhor conhecimento do que vai comprar, o comprador, sempre
que possível, deverá entrar em contato cem os setores que utilizam ou que vão utilizar o material ou
serviço a ser adquirido, de que maneira e se inteirar de todos os problemas e dificuldades que
poderão ocorrer ou ocorrem quando da utilização do item requisitado.
Em resumo: cada vez mais, hoje em dia, o comprador deve ser um técnico.

Preço Certo
Nas grandes empresas, subordinado a Compras, existe o Setor de Pesquisa e Análise de Compras.
Sua função é, entre outras, a de calcular o "preço objetivo" do item (com base em desenhos e

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especificações) . O cálculo desse "preço objetivo" é feito baseando-se no tempo de execução do


item, na mão de obra direta, no custo da matéria prima com mão de obra média no mercado; a este
valor deve-se acrescentar um valor, pré-calculado, de mão de obra indireta. Ao valor encontrado
deve-se somar o lucro. Todos estes valores podem ser obtidos através de valores médios do
mercado, e do balanço e demonstrações de lucros e perdas dos diversos fornecedores.
O "preço objetivo" é que vai servir de orientação ao comprador quando de uma concorrência. No
julgamento da concorrência duas são as possíveis situações:
a) Preço muito mais alto do que o "preço objetivo": nessas circunstâncias, eventualmente, o
comprador poderá chamar o fornecedor e solicitar esclarecimentos ou uma justifica tive do preço. O
fornecedor ou está querendo ter um lucro excessivo, ou possui sistemas onerosos de fabricação ou
um mau sistema de apropriação de custos;
b) Preço muito mais baixo que o "preço objetivo": o menor preço não significa hoje em dia, o
melhor negócio. Se o preço do fornecedor for muito mais baixo, dois podem ser os motivos: 1) O
fornecedor desenvolveu uma técnica de fabricação tal que conseguiu diminuir seus custos; 2) O
fornecedor não soube calcular os seus custos e nessas circunstâncias dois problemas podem ocorrer:
ou ele não descobre os seus erros e fatalmente entrará em dificuldades financeiras com
possibilidades de interromper seu fornecimento, ou descobre o erro e então solicita um reajuste de
preço que, na maioria das vezes, poderá ser maior que o segundo preço na concorrência original.
Portanto, se o preço for muito mais baixo que o preço objetivo, o fornecedor deve ser chamado, a
fim de prestar esclarecimentos. Deve-se sempre partir do princípio fundamental de que toda
empresa deve ter lucro, evidentemente um lucro comedido, e que, portanto, não nos interessa que
qualquer fornecedor tenha prejuízos. Se a empresa não tiver condições de determinar esse preço
objetivo, pelo menos, o comprador deve abrir a concorrência tendo uma ideia de que vai encontrar
pela frente. Nessas circunstâncias, ele deve tomar como base ou o último preço, ou, se o item for
um item novo, deverá fazer uma pesquisa preliminar de preços.
Em resumo: nunca o comprador deve dar início a uma concorrência, sem ter uma ideia do que vai
receber como propostas.

Hora. Certa
O desenvolvimento industrial atual e o aumente cada vez maior do numero de empresas de
produção em série, torna o tempo de entrega, ou os prazos de entrega, um dos fatores mais
importantes no julgamento de uma concorrência. As diversas flutuações de preços do mercado e o
perigo de estoques excessivos fazem cem que e comprador necessite coordenar esses dois fatores da
melhor maneira possível, a fim de adquirir na hora certa o material para a empresa.

Quantidade Certa
A quantidade a ser adquirida é cada vez mais importante por ocasião da compra.
Até pouco tempo atrás se aumentava a quantidade a ser adquirida objetivando melhorar e preço;
entretanto outros fatores como custo de armazenagem, capital investido em estoques etc., fizeram
com que maiores cuidados fossem tornados na determinação da quantidade certa ou na quantidade
mais econômica a ser adquirida. Para isso foram deduzidas fórmulas matemáticas objetivando
facilitar a determinação da quantidade a ser adquirida. Entretanto, qualquer que seja, a fórmula ou
método a ser adotado não elimina a decisão final da Gerência de Compras com eventuais alterações
destas quantidades devido às situações peculiares do mercado.

Fonte Certa
De nada adiantará ao comprador saber exatamente o material a adquirir, o preço certo, o prazo certo
e a quantidade certa, se não puder encontrar uma fonte de fornecimento que possa agrupar todas as
necessidades. A avaliação dos fornecedores e o desenvolvimento de novas fontes de fornecimento
são fatores fundamentais para o funcionamento de compras. Devido a essas necessidades o

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comprador, exceto o setor de vendas da empresa, é o elemento que mantém e deve manter o maior
número de contatos externos na busca cada vez mais intensa de ampliar o mercado de fornecimento.
Importante é este item que mais adiante vamos tratar com detalhes como escolher e selecionar
novos fornecedores.

14.1 FUNÇÃO DE COMPRA

A Função Compras é uma das engrenagem do grande conjunto denominado Sistema Empresa ou
Organização e deve ser devidamente considerado no contexto, para que deficiências não venham a
ocorrer, provocando demoras onerosas, produção ineficiente, produtos inferiores, o não
cumprimento de promessas de entregas e clientes insatisfeitos.
A competitividade no mercado, quanto a vendas, e em grande parte, assim como a obtenção de
lucros satisfatórios, devida à realização de boas compras, e para que isto ocorra é necessário que se
adquira materiais ao mais baixo custo, desde que satisfaçam as exigências de qualidade.
O custo de aquisição e o custo de manutenção dos estoques de material devem, também, ser
mantidos em um nível econômico. Essas considerações elementares são à base de toda a função e
ciência de Compras.
A função Compras compreende:
- Cadastramento de Fornecedores;
- Coleta de Preços;
- Definição quanto ao transporte do material;
- Julgamento de Propostas;
- Diligenciamento do preço, do prazo e da qualidade do material;
- Recebimento e Colocação da Compra.

De uma maneira bastante ampla, e que demonstra que a função compras não existe somente no
momento da compra propriamente dita, mas que a mesma possui uma maior amplitude, envolvendo
a tomada de decisões, procedendo a análises e, determinando ações que antecedem ao ato final,
podemos dizer que compras têm como objetivo "comprar os materiais certos, com a qualidade
exigida pelo produto, nas quantidades necessárias, no tempo requerido, nas melhores condições de
preço e na fonte certa”. Para que estes objetivos sejam atingidos, deve-se buscar alcançar as
seguintes metas fundamentais:
1 - Atender o cronograma de produção, através do fornecimento contínuo de materiais;
2 - Estocar ao mínimo, sem comprometer a segurança da produção desde que represente uma
economia para a organização;
3 - Evitar multiplicidade de itens similares, o desperdício, deterioração e obsolescência;
4 - Manter a qualidade dos materiais conforme especificações;
5 - Adquirir os materiais a baixo custo sem demérito à qualidade;
6 - Manter atualizado o cadastro de fornecedores.

Toda e qualquer ação de compra é precedida por um desejo de consumir algo ou investir. Existem
pois, basicamente, dois tipos de compra:
- a compra para consumo e;
- a compra para investimento.

Compra para investimento


Enquadram-se as compras de bens e equipamentos que compõem o ativo da empresa (Recursos
Patrimoniais ).

Compras para consumo

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São de matérias primas e materiais destinados a produção, incluindo-se a parcela de material de


escritório. Algumas empresas denominam este tipo de aquisição como compras de custeio.
As compras para consumo, segundo alguns estudiosos do assunto, subdividem-se em:
- compras de materiais produtivo e;
- compras de material improdutivo.

Materiais Produtivos
São aqueles materiais que integram o produto final, portanto, neste caso, matéria-prima e outros
materiais que fazem parte do produto, sendo que estes diferem de indústria - em função do que é
produzido.

Materiais improdutivos
São aqueles que, sendo consumido normal e rotineiramente, não integram o produto, o que quer
dizer que é apenas material de consumo forçado ou de custeio.
Em função do local onde os materiais estão sendo adquiridos, ou de suas origens, a compra pode ser
classificada como: Compras Locais ou Compras por Importação.

Compras Locais
As atividades de compras locais podem ser exercidas na iniciativa privada e no serviço público. A
diferença fundamental entre tais atividades é a formalidade no serviço público e a informalidade na
iniciativa privada, muito embora com procedimentos praticamente idênticos, independentemente
dessa particularidade. As Leis nº 8.666/93 e 8.883/94, que envolvem as licitações no serviço
público, exigem total formalidade. Seus procedimentos e aspectos legais serão detalhados em
Compras no Serviço Público.

Compras por Importação


As compras por importação envolvem a participação do administrador com especialidade em
comércio exterior, motivo pelo qual não cabe aqui nos aprofundarmos a esse respeito. Seus
procedimentos encontram-se expostos a contínuas modificações de regulamentos, que
compreendem, entre outras, as seguintes etapas:
a. Processamento de faturas pro forma;
b. Processamento junto ao Departamento de Comércio Exterior - DECEX – dos documentos
necessários à importação;
c. Compra de câmbio, para pagamento contra carta de crédito irrevogável;
d. Acompanhamento das ordens de compra (purchase order) no exterior;
e. Solicitação de averbações de seguro de transporte marítimo e/ou aéreo;
f. Recebimento da mercadoria em aeroporto ou porto;
g. Pagamento de direitos alfandegários;
h. Reclamação à seguradora, quando for o caso.

Quanto à formalização das compras, as mesmas podem ser:

Compras Formais
São as aquisições de materiais em que é obrigatória a emissão de um documento de formalização de
compra. Estas compras são determinadas em função de valores pré - estabelecidos e conforme o
valor a formalidade e feita em graus diferentes.

Compras informais
São compras que, por seu pequeno valor, não justificam maior processamento burocrático.

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14.2. SEQÜÊNCIA LÓGICA DE COMPRAS

Para se comprar bem é preciso conhecer as respostas de cinco perguntas, as quais irão compor a
lógica de toda e qualquer compra:

- O que comprar? R. - Especificação / Descrição do Material


Esta pergunta deve ser respondida pelo requisitante, que pode ou não ser apoiado por áreas técnicas
ou mesmo compras para especificar o material.

- Quanto e Quando comprar? R.- É função direta da expectativa de consumo, disponibilidade


financeira, capacidade de armazenamento e prazo de entrega.
A maior parte das variáveis acima deve ser determinada pelo órgão de material ou suprimento no
setor denominado gestão de estoques. A disponibilidade financeira deve ser determinada pelo
orçamento financeiro da
Empresa. A capacidade de armazenamento é limitada pela própria condição física da Empresa.

- Onde comprar? R.- Cadastro de Fornecedores.


É de responsabilidade do órgão de compras criar e manter um cadastro confiável (qualitativamente)
e numericamente adequado (quantitativa). Como suporte alimentador do cadastro de fornecedores
deve figurar o usuário de material ou equipamentos e logicamente os próprios compradores.

- Como comprar? R.- Normas ou Manual de Compras da Empresa.


Estas Normas deverão retratar praticamente a política de compras na qual se fundamenta a
Empresa. Originadas e definidas pela cúpula Administrativa deverão mostrar entre outras,
competência para comprar, contratação de serviços, tipos de compras, fórmulas para reajustes de
preços, formulários e rotinas de compras, etc.

- Outros Fatores
Além das respostas as perguntas básicas o comprador deve procurar, através da sua experiência e
conhecimento, sentir em cada compra qual fator que a influencia mais, a fim de que possa ponderar
melhor o seu julgamento. Os fatores de maior influência na compra são: Preço; Prazo; Qualidade;
Prazos de Pagamento; Assistência Técnica.

Centralização das Compras

As compras podem ser centralizadas ou não. O tipo de empreendimento é que vai definir a
necessidade de centralizar.
Uma prática muito usada é ter um comitê de compras, em que pessoas de todas as área da empresa
participem das decisões.
As vantagens da centralização dos serviços de compras são sempre postas em dúvida pelos
departamentos que necessitam de materiais. De modo geral, a centralização apresenta aspectos
realmente positivos, pela redução dos preços médios de aquisição, apesar de, em certos tipos de
compras, ser mais aconselhável à aquisição descentralizada.
Em quase todas as empresas mantém-se um departamento separado para compras. A razão que as
leve a proceder assim diz respeito a custos e padronização, assim sendo, somente alguns materiais
são dele gados a aquisição, e estes são aqueles de uso mais insignificante, em termos de custos, para
a empresa, e que por essa razão não sofrem maiores controles.
A empresa que atua em diversos locais distintos não necessariamente deve centralizar compras em
um único local, neste caso procede-se uma analise e se a mesma for favorável deve-se regionalizar
as compras visando um atendimento mais rápido e um custo menor de transporte.

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O abastecimento centralizado oferece as seguintes vantagens:


1 - Melhor aproveitamento das verbas para compras;
(a concentração das verbas para compras aumenta o poder de barganha);
2 - Melhor controle por parte da direção;
3 - Melhor aproveitamento de pessoal;
4 - Melhoramento das relações com fornecedores.

Seleção de Fornecedores

A escolha de um fornecedor é uma das atividades fundamentais e prerrogativa exclusiva de


compras. O bom fornecedor é quem vai garantir que todas aquelas clausulas solicitadas, quando de
uma compra, sejam cumpridas. Deve o comprador procurar, de todas as maneiras, aumentar o
número de fornecedores em potencial a serem consultados, de maneira que se tenha certeza de que
o melhor negócio foi executado em benefício da empresa. O número limitado de fornecedores a
serem consultados, constituem uma limitação das atividades de compras.
O processo de seleção das fontes de fornecimento não se restringe a uma única ocasião, ou seja,
quando e necessária à aquisição de determinado material.
A atividade deve ser exercida de forma permanente e contínua, através de várias etapas, entre as
quais selecionamos as seguintes:

ETAPA 1 - Levantamento e Pesquisa de Mercado


Estabelecida a necessidade da aquisição para determinado material, e necessário levantar e
pesquisar fornecedores em potencial. O levantamento poderá ser realizado através dos seguintes
instrumentos:
- Cadastro de Fornecedores do órgão de Compras;
- Edital de Convocação;
- Guias Comerciais e Industriais;
- Catálogos de Fornecedores;
- Revistas especializadas;
- Catálogos Telefônicos;
- Associações Profissionais e Sindicatos Industriais.

ETAPA 2 - Análise e Classificação


Compreende a análise dos dados cadastrais do fornecedor e a respectiva classificação quanto aos
tipos de materiais a fornecer, bem como, a eliminação daqueles fornecedores que não satisfizerem
as exigências da empresa.
.
ETAPA 3 - Avaliação de Desempenho
Esta etapa é efetuada pós - cadastramento e nela faz-se o acompanhamento do fornecedor quanto ao
cumprimento do contratado, servindo não raras vezes como elemento de eliminação das empresas
fornecedoras. É importante analisar a interface do Departamento de compras com as outras áreas da
empresa

Jurídico
Entradas: contratos assinados, pareceres sobre processos de compra, assessoria jurídica;
Saídas: solicitação de pareceres, informações de campo sobre fornecedores.

Informática
Entradas: informações sobre novas tecnologias, assessoria na utilização de EDI, e-mail,
intranets, softwares de compras;

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Saídas: informações sobre fornecedores, cópias de solicitações de compras e de pedidos de


compra, cópias de contratos de fornecimento de serviços.

Marketing e vendas
Entrada: condições do mercado de compradores, novos concorrentes, novos produtos, novas
tecnologias de produtos e processos.
Saídas: custos de promoções, condições do mercado fornecedor.

Contabilidade e Finanças
Entrada: custos das compras, disponibilidade de caixa, assessoria nas negociações sobre
condições de pagamento.
Saídas: orçamentos de compras, compromissos de pagamentos, custos dos itens comprados,
informações para subsidiar estudos da relação benefícios sobre custos.

Qualidade
Entrada: informações sobre qualidade, especificações de produtos a serem comprados.
Saídas: histórico sobre a qualidade dos fornecimentos.

Engenharia de Produto e de Processos


Entradas: especificações de novos materiais, produtos a serem pesquisados e comprados,
solicitações de levantamentos preliminares sobre fornecedores e preços.
Saídas: informações sobre fornecedores, preços e condições de fornecimento.
Fabricação ou Produção
Entradas: necessidades de materiais e/ou componentes do processo produtivo, informações
sobre estoque disponível.
Saídas: prazos de entrega dos pedidos, recebimentos previstos.

Ética em compras

Os aspectos morais e legais são extremamente importantes para aqueles que atuam em compras,
fazendo com que muitas empresas estabeleçam um “código de conduta ética” para todos os seus
colaboradores.
No setor de compras o problema aflora com maior intensidade devido aos altos valores
monetários envolvidos, relacionados com critérios muitas vezes subjetivos de decisão.
O objetivo de um código de ética é estabelecer os limites de uma forma mais clara possível, e
que tais limites sejam também de conhecimento dos fornecedores, pois dessa forma poderão
reclamar quando sentirem-se prejudicados.
E quanto aos “presentes”, “lembranças”, “brindes” como agendas, canetas, malas e convites que
normalmente são distribuídos, por exemplo, ao pessoal de compras? Como abordar esse assunto?
Deve ser permitido que recebam?

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15. A LOGÍSTICA E A ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS

Logística é uma operação integrada para cuidar de suprimentos e distribuição de produtos de forma
racionalizada, o que significa planejar, coordenar e executar todo o processo, visando à redução de
custos e ao aumento da competitividade da empresa.
Conforme Ronald H. Ballou (1995:24), “a logística empresarial trata de todas atividades de
movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da
matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os
produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes
a um custo razoável”.
Tradicionalmente, as atividades logísticas têm se concentrado em dois setores diferenciados:
suprimentos e distribuição física.
A Logística teve também uma boa evolução conceitual durante os tempos. Desde a época em que as
empresas concentravam seus esforços na distribuição somente até hoje onde a resposta eficiente ao
consumidor é uma vedete, a Logística vem desempenhando seu papel de um pilar que alicerça as
bases das mudanças. Veja a seguir cada fase desta evolução:

1. Fase zero: Administração de Materiais

• Gestão de estoques;
• Gestão de compras;
• Movimentação de materiais.

2. Fase um: Administração de materiais + distribuição

• Otimização do sistema de transportes.

3. Fase dois: Logística integrada:

• Visão sistêmica da empresa;


• Integração por sistema de informações.

4. Fase três: Supply Chain Management:

• Visão sistêmica da empresa, incluindo fornecedores e canais de


distribuição.

5. Fase quatro: Resposta Eficiente ao Consumidor (ECR):

• Amplo uso de alianças estratégicas, subcontratação e canais alternativos de


distribuição.

15.1. ATIVIDADES DA LOGÍSTICA

A Logística possui atividades primárias que são (1) transportes, (2) Manutenção de
estoques e (3) Processamento de pedidos. Porém existem também as atividades de apoio que são (1)
Armazenagem, (2) Manuseio de materiais (3) Embalagem de produção (4) Obtenção (5)
Programação de produtos (6) Manutenção da informação.

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15.1.1ATIVIDADES PRIMÁRIAS

1. Transportes: Considerada por muitos a atividade mais notória e conhecida no meio


empresarial, os transportes é a atividade básica que trata da movimentação de
materiais tanto interna como externamente. Ela absorve cerca de 2/3 dos custos
logísticos. Os transportes agregam valor de lugar.
2. Manutenção de estoques: Muitas vezes não é viável providenciar produção ou
entrega instantânea à clientes. Para se atingir um grau de disponibilidade maior, é
necessário manter estoques. Eles servem como amortecedores entre a oferta e a
demanda. Porém o uso extensivo pode acarretar num aumento nos custos logísticos
na ordem de 2/3. Os estoques agregam valor de tempo.
3. Processamento de pedidos: Os custos com processamento de pedidos são
geralmente inferiores aos demais, porém ela consiste em uma atividade primária por
ser um elemento crítico para se levar produtos aos clientes o mais rápido possível.
Cliente

Processamento
dos pedidos dos
clientes (inclui
transmissão)

Manutenção
de Estoque

15.1.2.ATIVIDADES DE APOIO

1. Armazenagem: Refere – se à administração do espaço necessário para manter


estoques. Envolve problemas como localização, dimensionamento de área, arranjo
físico, recuperação de estoque, projeto de docas ou baías de atração e configuração
do armazém.
2. Manuseio de materiais: Está associada com a armazenagem e a manutenção de
estoques. Refere – se à movimentação de materiais nos locais de estocagem. São
problemas importantes: seleção do equipamento de movimentação, procedimentos
para a formação de pedidos e balanceamento da carga de trabalho.
3. Embalagem de proteção: Um dos objetivos da Logística é movimentar produtos
sem danifica – lós de forma econômica. A Logística auxilia na definição da melhor
embalagem.
4. Obtenção: É a atividade ligada à compra de insumos de fornecedores, deixando
estes insumos disponíveis para o sistema logístico. Consiste em itens desta atividade
a escolha de fornecedores, as quantidades, programação de compras e a forma que o
produto é comprado.

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5. Programação do produto: É a atividade que lida com a distribuição (saída). Refere


– se às quantidades agregadas que devem ser produzidas e quando devem ser
fabricadas.
6. Manutenção de informações: Nenhuma função logística dentro de uma firma
poderia operar eficientemente sem as necessárias informações de custo e
desempenho. Manter uma base de dados é a função principal desta atividade. Onde
estão os clientes, volumes de vendas, padrões de entrega, etc.

15.2. MODAIS LOGÍSTICOS

Um bom sistema de transportes garante:


• Aumento da competitividade
• Economias de escala na produção
• Redução de preços das mercadorias

Principais cuidados:
• Atrasos e avarias;
• Oscilações nos prazos de entrega;
• Política de estoques;
• Equipamentos para carga e descarga.

a) Modal Hidroviário (Aquaviário)


• Marítimo
• Fluvial
• Lacustre

Problemas: ALTO custo no porto + BAIXA produtividade


Solução: privatizar ou investir + melhorar leis portuárias

b) Modal Rodoviário
• Nacional ou internacional
• Ligação porta-a-porta
• Transporte de qualquer produto

c) Modal Aéreo
• Nacional ou internacional

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• Vias aéreas de trânsito + vias terrestres de carga/descarga


• Transporte de qualquer produto (limite de quantidade)
• Bom para cargas de alto valor e perecíveis

d) Modal Ferroviário
• Nacional ou internacional
• Transporte de qualquer produto

Qual modal escolher?


• Custo
• Tempo de entrega
• Tempo em trânsito
• Perdas e danos
• Versatilidade

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CICLO PDCA

O ciclo PDCA (Plan - Do - Check - Act // Planejar – Fazer – Verificar - Agir) consiste em uma
sequência de passos utilizada para controlar qualquer processo definido. É uma ferramenta de
qualidade que auxilia na organização do processo de implementação de melhorias, dando uma
diretriz para a condução de tais projetos / processo. É também utilizada para facilitar a tomada de
decisões visando garantir o alcance das metas necessárias à sobrevivência dos estabelecimentos e,
embora simples, representa um avanço sem limites para o planejamento eficaz. A figura abaixo e as
descrições correspondentes a cada etapa nos dá uma ideia da dinâmica do ciclo PDCA.

PLAN – Planejar – Refere-se ao planejamento do seu projeto de melhoria, ou seja, quais são os
objetivos, o que já sabemos, o que queremos aprender, e como iremos fazer (quem, o que, quando,
onde, como).
DO – Executar – Conduzir o plano, ou seja, implementar de acordo com o que foi planejado na
etapa anterior.

CHECK – Verificar – Coletar dados, realizar a análise dos dados e com base nessa, verificar quais
são as conclusões que nós podemos tirar.

ACT – Agir Corretivamente – Definir quais mudanças poderão ser feitas e quais outros ciclos
podem ser disparados para a melhoria do processo em questão.
A seguir vamos descrever em detalhes cada uma das etapas do Ciclo PDCA.

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