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RESENHA CRÍTICA DO ARTIGO CIENTÍFICO “EDUCAÇÃO CORPORATIVA:

A PROPOSTA EMPRESARIAL NO DISCURSO E NA PRÁTICA”.

Lunna Mara Sampaio Fonseca

Escrito por Daniele Cruz, o artigo científico intitulado Educação


corporativa: A proposta empresarial no discurso e na prática, foi publicado na
Educação em Revista, Belo Horizonte, vol.26, núm.02, páginas 337 a 358 em
agosto de 2010.
A autora é Mestre em Educação pela Universidade Estácio de Sá
(UNESA), membro do Grupo de Pesquisa em Trabalho e Educação da Fundação
Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e professora da Rede Estadual do Rio de Janeiro.
O artigo citado refere-se à análise do projeto de educação corporativa no
ambiente laboral de uma empresa varejista de médio porte, analisando os
impactos gerados na capacitação dos colaboradores. Relata, também, um
panorama histórico das mudanças que moldaram o atual cenário corporativo e
suas influências sobre as ações e modelos adotados pelos empresários no que
tange à educação corporativa.
No primeiro momento, a autora contextualiza o leitor sobre a gênesis das
diversas mudanças no mundo do trabalho, traçando uma linha do tempo que
começa nos anos 70. Diferencia, então, dois padrões de organização laboral, o
primeiro chamado de acumulação de capital e o seu substituto a acumulação
flexível. Este, promove a flexibilização dos processos de trabalho e seus
produtos, exigindo do trabalhador um maior grau de conhecimentos e
habilidades. Aquele, se estrutura na divisão do trabalho por meio de uma
produção seriada com consumo em massa, voltada, portanto, para uma
qualificação operacionalizada.
Ela também distingue duas teorias importantes que surgiram destes dois
movimentos: o Capital Humano, valorização da escolaridade para o aumento de
renda e o Capital Intelectual, enaltecimento das habilidades pessoais.
Os profissionais, até então, eram provenientes de universidades e escolas
técnicas, quadro que posteriormente veio a ser modificado com o surgimento dos
Recursos Humanos em meados dos anos 80. Na década seguinte, a modalidade
praticada era a de parcerias entre empresas e escolas. Nos tempos atuais, as
empresas inauguram as universidades corporativas com o intuito de personalizar
o aprendizado de forma continua e estruturada para atender suas demandas.
Referente à análise realizada sobre a implementação da educação
corporativa na empresa ELEVAR, a conclusão da autora é que, embora o
estabelecimento conheça a definição do termo, a sua prática é pontual dentro da
instituição, sendo visto pelos colaboradores como aprendizados esporádicos
sem uma continuidade e estrutura que caracteriza a educação corporativa. A
maioria declarou que as formações contribuem para o crescimento pessoal e
profissional.
Percebe-se que a autora se preocupou em contextualizar historicamente
o leitor sobre a relação entre empresas e educação, fornecendo uma base sólida
que sustenta a sua conclusão a respeito da implementação da educação
corporativa na empresa citada com observações equilibradas e objetivas.
O artigo possui uma linguagem clara com referências robustas e bem
colocadas, possibilitando sanar dúvidas sobre diversos aspectos da educação
corporativa, trajetória histórica, conceitos, dentre outros.

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