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Educação e Literacias

Com base nas leituras realizadas elabore uma síntese sobre a evolução do conceito de literacia
evidenciando o contexto histórico onde emergiu. (Defina a actual de literacia).
O significado de literacia esteve envolto em alguma imprecisão e ambiguidade, resultante do contexto
histórico e social, das intenções do poder político, bem como das metodologias e critérios utilizados para
determinar o grau de literacia das populações. Deste modo, nos finais do século XIX e durante uma parte
do século XX, existia uma definição incerta da palavra “alfabetização” permitindo a manipulação pelos
poderes, pois, o alfabetizado podia ser alguém que soubesse apenas ler; ler e escrever; ler, escrever e
contar, e/ou que tivesse frequentado a escola, na qual tivesse obtido um diploma. Durante a segunda
metade do século XX, uma parte fundamental das populações ocidentais estavam totalmente
escolarizadas, contudo denotavam-se alguns problemas na leitura e na escrita. Com efeito, ao termo
“alfabetização” foi-se adicionando o termo “funcional”, para referir as competências do uso da escrita em
ambientes formais e informais, sendo do termo “alfabetização funcional” que, em Portugal, se constrói a
noção de “literacia”. A forma como o termo “literacia” é mobilizado pressupõe a capacidade de, através da
escrita e ao que a ela está associado, se conseguir funcionar em sociedade e atingir objectivos pessoais,
revelando os estilos de vida quotidianos, objectivos e ambições de cada indivíduo (Benavente e Delgado
Martins).

Apresente quatro exemplos de possíveis contactos diários que os indivíduos adultos têm com a
informação escrita.
Internet, jornal, televisão, livros, compras, contabilidade doméstica, transportes, educação das crianças no
lar, entre outros. Todos estes contactos diários com a informação escrita revelam a importância da mesma
nas sociedades actuais.

A escrita nas sociedades ocidentais é fundamental. Apresente três argumentos que evidenciem as
relações existentes entre a cultura escrita e as sociedades ocidentais. (P-Fólio - A escrita nas
sociedades ocidentais é fundamental. Apresente dois argumentos que evidenciem as relações
existentes entre a cultura escrita e as sociedades ocidentais.)
Os factores que originaram os ciclos de alfabetização e escolarização que assolaram a Europa e
estenderam-se ao Ocidente e posteriormente ao Mundo foram:

Os ciclos económicos, que acompanharam a expansão Europeia, nomeadamente a Revolução


Industrial, originam profundas mudanças nos contextos económicos, políticos e sociais, os quais
originaram sociedades mais complexas e sofisticadas, com necessidade de gestão e administração
que potenciam a cultura escrita;

A necessidade de qualificar mão-de-obra para as actividades industriais cada vez mais exigente
motivou a progressiva democratização do ensino, levando à escola de massas. Será a partir do

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séc. XIX que as relações entre a escola e o desenvolvimento se irão tornar mais evidentes. Todos
os países da Europa Ocidental englobados no cruzamento entre a Reforma Protestante e a
Cultura das Luzes foram criando ideia de responsabilidade e protagonismo individual, a base da
“cultura do cidadão”, numa época em que a “ordem” estratificada do Antigo Regime se desfazia
encaminhando-se, através da escrita, para a mobilidade social;

Através da consolidação do conceito de Estado-Nação nos séculos XVIII e XIX resultou a


criação e aperfeiçoamento de sistemas estatais com função de indicar uma base cultural
unificadora e geradora de consensos, bem como, a regularização dos aspectos politicamente mais
operativos da cultura burguesa industrialista.

Os aspectos referidos anteriormente levam à transformação das sociedades contemporâneas, surgindo


novos conceitos de sociedade.

Escreva uma síntese sobre a alfabetização da população na transição do século XIX para o século
XX, no contexto ocidental.
Os dados sobre a alfabetização, a escolarização e o seu significado no século XIX e 1ª metade do século
XX, apontam para uma cultura escrita muito fraca em relação às sociedades europeias. Desta forma, os
factores religiosos, económicos e geográficos articulam-se e influenciam o crescimento da escolarização e
alfabetização. Assim:
Nos finais do século XIX, as sociedades onde existia a predominância do protestantismo são muito
mais alfabetizadas do que as sociedades onde predomina a religião católica e ortodoxa;
Em meados e finais do século XIX, as sociedades mais dinâmicas economicamente, com fortes
processos de industrialização são também as mais alfabetizadas do que as sociedades onde o
Antigo Regime persiste;
Geograficamente, o “núcleo duro” da alfabetização europeia encontra-se no Norte e Centro-Norte
da Europa, em que o Sul e os extremos Leste e Oeste são menos alfabetizados do que este
“núcleo duro”;
As sociedades mais alfabetizadas tendem a escolarizar-se mais cedo do que as sociedades onde a
cultura escrita é mais fraca;
O século XX vai assistir a casos de sucesso de alfabetização que quebram em parte estas
tendências anteriores, e que se devem a factores económicos e políticos que dependem de opções
do Estado e também de algumas sociedades do Centro-Sul da Europa;

A sociedade portuguesa dos séculos XIX e XX está entre as sociedades da Europa menos alfabetizadas e
menos escolarizadas. Isto porque, ainda há uma parte do povo que persiste fixa ao seu modo de vida,
não percebendo a alfabetização e a escolarização como uma vantagem, continuando a resistir às elites,
modernizadas e progressivas que aspiram à democracia, ao progresso e à modernização, desde os finais
do século XIX. Contudo, a taxa de escolarização só será significativa quando a vontade do povo for
coincidente com a vontade das elites e do poder central. Deste modo, é ainda durante o século XX é que o
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povo percebe a utilidade da cultura escrita, percepcionando-a como útil para a inserção no mercado de
trabalho e como um meio para atingir a mobilidade social.

Elabore uma lista com 5 temas/assuntos que considere imprescindíveis conhecer na sociedade
actual, e justifique os motivos pelos quais os considera os mais importantes.
A ciência (incluindo o modo como se faz e o modo como se usa a ciência), uso da internet, a
aprendizagem e o uso matemática, leis gerais sobre o funcionamento da democracia, forma de consultar
informação, entre outros. (Professora).
Actualmente, o indivíduo deve ter um conhecimento cada vez mais abrangente em diversas temáticas,
pois deste modo torna-se um cidadão activo e participativo na sociedade. Neste sentido considero a
educação, a ciência, tecnologia, legislação e media, como temas imprescindíveis.
Educação: é um tema actual, pois é fundamental acompanhar as mudanças que vão surgindo nesta área,
com o objectivo de adquirir competências através das diversas oportunidades que vão sendo facilitadas ao
indivíduo, para que este possa aumentar a sua escolarização/literacia e entender a cidadania como um
acto de participação activa no contexto escolar, social e cultural.

Ciência – Numa sociedade cada vez mais globalizada torna-se necessário adquirir conhecimentos básicos
sobre o funcionamento e a evolução da ciência no nosso quotidiano para conseguirmos interpretar a
informação que nos chega através dos media. È importante entender as transformações que surgem na
nossa sociedade, pois não se devem só às novas tecnologias mas também às descobertas científicas.

Tecnologia - As tecnologias são o mote da actualidade, sendo as principais responsáveis pela velocidade
da mudança nas sociedades contemporâneas. Torna-se imprescindível a sua compreensão e utilização,
porque através delas, se pode promover a socialização, partilha e aquisição de novos conhecimentos.

Legislação – É através do conhecimento e da capacidade critica do individuo, que este passa a entender
determinadas leis/regras/normas vivenciadas em situações do quotidiano. Todos temos a obrigação de
conhecer os direitos e deveres do cidadão. Estes conhecimentos, bem como a sua prática, contribuem
para uma sociedade mais justa e equitativa.

Media - É importante ter conhecimentos de e sobre os media para criticar e entender o tipo de informação
que estes nos disponibilizam diariamente. Desta forma, o indivíduo deve munir-se de capacidades para
poder ter uma atitude crítica em relação à quantidade e qualidade de informação.

As sociedades actuais dependem fortemente do conhecimento científico e da tecnologia. Indique


os objectivos da literacia científica e exponha o que pode caracterizar um cidadão literato
cientificamente.
“ Literacia Cientifica” é uma tradução literal do termo scientific litercy, cujo significado foi clarificado por
Pella, O’Hearn e Gale através da análise de vários documentos, concluindo que o indivíduo literato em

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ciência caracteriza-se por compreender conceitos básicos de ciência e a natureza da ciência, por conhecer
as implicações de questões de ordem ética na actividade do cientista e por ser capaz de discutir as inter-
relações existentes entre a ciência, a sociedade e as humanidades assim como de estabelecer diferenças
entre a ciência e a tecnologia.
Na década de 70 começa a discutir-se a dimensão da “ciência para todos”, caracterizando-se por ser uma
ciência acessível a todos os jovens, ligando-a a situações do quotidiano e a problemas sociais suscitados
pelo impacto crescente da tecnologia (Yager, 1982). Poder-se-á dizer que era um movimento associado ao
ensino não formal das ciências, como determinados canais de televisão, museus e centros da ciência, que
no seu conjunto pretendiam tornar a ciência mais interessante para combater o desinteresse e a falta de
motivação, em vez de se resumir a uma transmissão de temas, factos, leis e princípios. Este projecto
descreve que a literacia científica permite ao indivíduo: Compreender a interdependência entre a Ciência,
Matemática e Tecnologia, bem como as suas potencialidades e limitações; Conhecer e compreender
conceitos e princípios científicos; Reconhecer a diversidade e unidade do mundo; Utilizar conhecimentos e
processos científicos na abordagem de questões individuais e sociais.

Na década de 90 existiram várias discussões sobre as implicações da promoção da literacia científica nos
currículos de ciências, das quais resultaram propostas concretas para a reformulação curricular, bem
como um conjunto de recomendações, enunciadas por diferentes autores, fundamentadas em
perspectivas teóricas específicas. De acordo com estes Padrões Nacionais para a Educação, uma
pessoa literata em ciência é aquela que ao longo da vida é capaz de: Perguntar, descobrir e responder
a questões quotidianas despertadas pela sua curiosidade; Descrever, explicar e prever fenómenos
naturais; Interpretar artigos científicos publicados e discute a validade das conclusões apresentadas;
Identificar questões científicas subjacentes a decisões locais e nacionais; Assumir posições e fundamentar
com princípios científicos e tecnológicos; Avaliar a qualidade de informação científica com base nas fontes
e metodologias usadas.

Deste modo, um programa de literacia científica é um processo que decorre ao longo da vida não se
limitando à educação formal. Envolve um conjunto diversificado de competências, capacidades, atitudes e
valores acerca dos produtos e processos actuais da ciência e as suas implicações na vida pessoal e na
sociedade.

Os estudos têm mostrado uma fraca literacia científica em Portugal. Elabore um resumo sobre as
razões que podem conduzir a estes resultados. (P-Fólio - Indique, de uma forma resumida, os
níveis de Literacia dos portugueses encontrados no estudo realizado por Benavente et al (1996)).
Os estudos de Ana Benavente (1994-1996), os estudos internacionais como o de PISA (2004) bem como
o relatório da OCDE (2004) constataram o fraco nível de literacia dos portugueses. Os factores da iliteracia
são vários, sendo que os antecedentes familiares da população são um factor importantíssimo a
considerar. A grande escassez de recursos escolares existente nos quadros de socialização familiar da
esmagadora maioria da população, a ausência de certificados escolares e os contextos domésticos
empobrecidos em livros e outros materiais escritos, muito contribuíram para as taxas elevadas de iliteracia
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verificadas em Portugal. Isabel Alçada refere que os factores explicativos que podem conduzir a estes
resultados envolvem, principalmente, o sistema educativo, questões de ordem individual e social. Poderão
ser os currículos, como poderá ser os programas ou os métodos de ensino que não estejam adequados às
exigências da nossa sociedade, por falta de incentivo das famílias ou ainda por dificuldades cognitivas.
Para combater a iliteracia urge tomar consciência da sua gravidade e das repercussões sociais. Num
mundo em que a informação e o conhecimento estão a constituir-se como actores determinantes da vida
social, a capacidade de usar informação escrita de forma generalizada, tornou-se essencial. Actualmente,
é incontornável o facto de que as capacidades reduzidas neste domínio geram riscos sérios de exclusão
social. A escola, a família e o aluno devem efectuar um trabalho cooperativo de forma a caminhar todos no
mesmo sentido, pois o livro é a chave do conhecimento.

Explique a que se referem os termos “literacia dos media”, “Educação para os media”, “Literacia
da Informação” e relacione-os entre si.
Tradicionalmente, o conceito de literacia estava ligado ao alfabeto ou a um código linguístico, através da
leitura, da escrita e da compreensão e aos media impressos. Actualmente, o conceito foi alargado e
abrange as capacidades e competências necessárias para a descoberta, selecção, análise, avaliação e
armazenamento da informação, bem como no seu tratamento e uso, independentemente dos códigos e
técnicas usados. A literacia dos media é um complemento necessário à literacia tradicional e pode ser
definida como a “capacidade de aceder aos media, de compreender e avaliar de modo críticos diferentes
aspectos dos media e dos seus conteúdos e de criar comunicações em diversos contextos”, tem como
objectivo a promoção da democracia, a participação e a cidadania activa, a economia do saber, a
competitividade e a escolha, a aprendizagem ao longo da vida, a expressão cultural e a realização
pessoal.
A “Educação para os media” visa as competências os conhecimentos e a compreensão que permitem
aos consumidores utilizarem nos meios de comunicação social de forma eficaz e segura. As pessoas
educadas para os media são capazes de fazer escolha informadas, compreender a natureza dos
conteúdos e serviços e tirar partido de toda a gama de oportunidades oferecidas pelas novas tecnologias
da comunicação. Devido à evolução tecnológica o conceito de literacia dos media teve necessidade de
tornar mais abrangente englobando a literacia audiovisual, cyber-literacia, a web-literacia e a literacia da
Internet, passando a designar-se por literacia da Informação. Assim, um indivíduo com conhecimentos
sobre os media deve ser capaz de reconhecer quando a informação é necessária, ser capaz de a localizar,
avaliar e usá-la eficazmente. A diferença entre literacia dos media e educar para os media difere apenas
no contexto em que é adquirido a aprendizagem uma vez que a educação para os media é uma educação
formal enquanto a literacia para os media pode ser um aprendizagem informal.
A literacia da informação inclui o ensino sobre o uso da Internet, o ensino para o comportamento
responsável das crianças online, a cooperação entre os diferentes actores e grupos-chave (pais,
professores, industrias, media, ONG’s e outras autoridades responsáveis), de forma a realçar o

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conhecimento sobre as «questões relativas à segurança na Web, informação sobre o software de filtragem
de conteúdos, serviços de segurança de hotlines.

A Sociedade de Informação trouxe novas exigências no domínio da literacia. Caracterize a


Sociedade de Informação.
O conceito de literacia da informação surge no inicio dos anos 80 do século XX, associada a práticas
laborais e de qualificação para emprego. Actualmente, podemos definir esta literacia como um conjunto de
competências que permitem, não só compreender a necessidade e importância da informação, mas
também aceder, pesquisar, analisar criticamente e apropriar-se da informação para um uso quer seja a
título pessoal, profissional ou escolar. A sociedade da informação depende das novas tecnologias de
informação e comunicação, e exige uma aprendizagem contínua que pode ser educação à distância ou a
aprendizagem ao longo da vida. Esta exige mentes brilhantes, explosão informacional, inovações
tecnológicas e uma velocidade sem precedentes para mudanças. Os indivíduos têm necessidade de
desenvolver novas competências que os tornem capazes de aceder, usar e compreender a informação
disponibilizada característica de uma sociedade globalizada e em profunda mutação, superando desta
forma barreiras físicas, temporais e/ou geográficas.

Relacione as características da Sociedade de Informação com o desenvolvimento do conceito de


Literacia.
O conceito de literacia baseado apenas nas competências de leitura, escrita e cálculo é insuficiente para
lidar com o papel preponderante da informação e do conhecimento nas sociedades contemporâneas.
Desta forma, sentiu-se a necessidade de alargar o conceito de literacia para o de literacia informacional /
digital. A literacia informacional/digital consiste num conjunto de habilidades necessárias para interagir
com a informação, seja no espaço escolar, profissional, pessoal, constituindo-se em capacidade chave
dentro do processo de aprendizagem, reconhecendo a necessidade de informação, a capacidade de
identificar, recuperar, avaliar e usar as informações eficazmente no âmbito da tomada de decisões.

Explique em que medida a Sociedade de Informação pode tornar ainda mais complexo o exercício
da cidadania.
A cidadania é um conceito dinâmico e polissémico que assume diferentes sentidos consoante o contexto
histórico que se insere, e a qual se tem vindo a desenvolver e a acompanhar a evolução das sociedades.
Esta implica actualização e uma participação activa e solidária na vida social e política. Para o exercício da
cidadania, a informação é um dos pressupostos básicos. É por meio do acesso a informações que o
cidadão tem condições de conhecer e cumprir os seus deveres, bem como de entender e reivindicar os
seus direitos. Somente através de informação os indivíduos podem contribuir, participar e ocupar o seu
espaço na sociedade, assim como acompanhar, avaliar e questionar as acções do Estado com o objectivo
de promover o bem comum. Contudo, actualmente, o excesso de informações, constitui um problema e
uma ameaça ao exercício de cidadania, pois o caos informacional cria obstáculos para o acesso a
conteúdos relevantes para dar resposta a determinadas questões, seja referente a direitos, a deveres ou
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às formas de participação do cidadão enquanto membro de uma comunidade. Neste contexto, além de
tornar mais complexo o exercício de cidadania, evidencia a importância do desenvolvimento de
competências relacionadas ao acesso e ao uso de informações.

Gomes (2005), apresenta uma tipologia composta por três grupos, relativamente aos alunos que
frequentam os cursos de Educação de Adultos: os “aprendentes”, os “beneficiários” e os
“instrumentais”. Caracterize brevemente cada um destes grupos. Explicite como cada um dos
grupos anteriormente referidos se posiciona face à escola (está a negrito).
Os beneficiários - incluem-se as mulheres de etnia cigana, casadas, com filhos menores; são
maioritariamente analfabetas literais e beneficiárias do RMG; as práticas de literacia são nulas, podendo,
em alguns casos e relativamente a um dos domínios da leitura, da escrita e do cálculo desenvolver
práticas rudimentares como, por exemplo, conseguir escrever o nome; recorrem a outros elementos do
agregado familiar ou a elementos da comunidade para a resolução de problemas quotidianos; a frequência
dos CEA é encarada como um meio de continuar a usufruir do RMG e, através disso, contribuírem para o
rendimento do agregado familiar; não têm expectativas de aquisição de competências para dar um
novo rumo à vida.
Os aprendentes – desejam mobilidade profissional, ou seja, obtenção de mais qualificações; indivíduos
sem escolarização nem aprendizagens formais anteriores, ou apresentando insucesso na escolarização
anterior; na grande maioria são mulheres mais velhas analfabetas literais, solteiros e viúvos, sem família a
cargo; demonstram forte motivação para a frequência escolar com progressos nas aprendizagens;
exercem profissões desqualificadas; no quotidiano recorrem a práticas de literacia rudimentares ou estas
capacidades estão totalmente ausentes; recorrem a um “executor” da literacia do agregado familiar ou da
comunidade; não são beneficiários do RMG; esperam que com a escola desenvolvam competências,
para melhor usar a informação escrita na vida quotidiana e desempenhar papéis mais qualificados
e integrados nos campos social, profissional, cívico e cultural.
Os “instrumentais” – são indivíduos de etnia cigana, maioritariamente do sexo masculino, mais velhos,
casados e “chefes de famílias” grandes; possuem experiências de escolarização anteriores, mas,
sobretudo, por questões financeiras, abandonaram a escola; são beneficiários do RMG; são responsáveis
pelas actividades do negócio; adoptam o papel de “executores da literacia” no agregado familiar e/ou na
comunidade; as práticas da literacia são básicas ou nulas no que respeita ao cálculo escrito; possuem
uma motivação instrumental, ou seja, desejam obter a certificação e por isso demonstram progresso
nas aprendizagens.

Santos, Duarte & Prata (2008), mencionam que uma política de inclusão digital deve contemplar
quatro aspectos. Identifique e caracterize cada um destes aspectos.

Uma Politica de Inclusão digital averigua e estuda as especificidades dos contextos respeitando-as e a
descoberta de estratégias de inclusão, nomeadamente, com o desenvolvimento de espaços abertos a todo
o público, vastos ou reduzidos, para que a população possa usufruir dos computadores e da internet,

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promovendo a partilha do conhecimento. Esta não se restringe ao saber fazer uso e aceder à informação é
necessário saber usar toda a informação. Desta forma, a política de inclusão digital deverá
contemplar: O entendimento das especificidades locais e regionais, bem como o conteúdo informacional
que o caracterizam- é necessário conhecer as características locais e regionais da população na definição
das políticas de inclusão digital; A necessidade de estratégias distintas para as diferentes sociedades (é
uma política voltada para a sobrevivência ou para a inovação?) - é necessário definir estratégias de acordo
com essas características das populações (o que pode servir para uma população pode não servir para
outra); A identificação, o estudo e a partilha do conhecimento comum envolvido - é fundamental identificar,
estudar e partilhar o conhecimento de todos; A identidade e os valores socioculturais da sociedade como
um todo - é fundamental ter em conta a identidade e os valores socioculturais da sociedade, e encará-los
como um todo e não como algo que existe em separado (identidade e valores).

Baseando-se nas leituras realizadas, explique a importância de proporcionar espaços gratuitos de


acesso à Internet, na sociedade contemporânea.

Ao proporcionar-se espaços gratuitos de acesso à Internet, estes evitam e diminuem a exclusão social e
digital. Actualmente, é cada vez mais exigido à classe trabalhadora competências informacionais, para
poder dar resposta ao mercado de trabalho em constante evolução e a internet é um bom recurso para
desenvolver nos indivíduos competências informacionais, assim como, permite ao ser humano
capacidades de uma aprendizagem ao longo da vida. Para isso, é preciso dotar os indivíduos com
capacidades críticas para lidar com toda a informação com que se depara, através da internet. Um
individuo que tenha acesso constante à internet, que faça um uso inteligente dela, poderá manter-se
informado sobre todas as transformações ocorridas na sociedade e ao mesmo tempo fazer uma
reciclagem acerca dessas transformações, de forma a tornar-se um cidadão activo em todos os campos -
Sociais, económico e politico.

Apresente, justificando duas medidas que ajudem simultaneamente a promover a literacia e a


cidadania.
Duas medidas que ajudam a promover a literacia e a cidadania poderão ser as Bibliotecas Escolar e os
Espaços Internet.

As bibliotecas escolares com o apoio do PNL (Plano Nacional de Leitura) e com o programa Rede de
Bibliotecas Escolares muito têm feito para a promoção da leitura, com o objectivo de desenvolver as
competências nos domínios da leitura e da escrita. Desta forma, as Bibliotecas Escolares tornaram-se
mais atractivas e munidas de leituras mais cativantes para as várias faixas etárias dos nossos alunos.
Deste modo, considero que é um bom contributo para a promoção da literacia e da cidadania, uma vez
que se despertarmos o gosto pela leitura nas nossas crianças estamos a contribuir para o crescimento do
nível de literacia e consequentemente a construir uma melhor cidadania, pois quanto mais literato for um
indivíduo melhor será a sua posição face à sociedade tornando-se num cidadão mais crítico, activo e
participativo.
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Outra medida que considero importante são os EspaçosNet, os quais têm o apoio das Autarquias e
promovem a aprendizagem com o intuito de contribuir para a literacia da Informação. Deste modo,
ensinam a navegar na internet, preparando e alertando o indivíduo para as suas vantagens e
desvantagens, iniciando-se assim, para muitos, (principalmente os mais idosos), a literacia da Informação.
Este contributo é uma mais-valia para a cidadania, pois dota os indivíduos de capacidades para
acompanhar a sociedade tecnológica, e assim continuam a poder participar activamente na sociedade
contemporânea usufruindo e contribuindo para uma cidadania mais justa e equitativa.

Escreva uma breve reflexão sobre as relações entre Literacia, Cidadania e Desenvolvimento.
A Literacia refere-se a um processo permanente e contínuo de evolução, tendo vindo a adquirir um
sentido, a fim de incluir os conhecimentos e capacidades promovendo uma cidadania activa e participativa
e fomentando uma aprendizagem ao longo da vida. A cidadania é um conceito dinâmico e polissémico
que assume diferentes sentidos consoante o contexto histórico que se insere, e a qual se tem vindo a
desenvolver e a acompanhar a evolução das sociedades. Esta implica actualização e uma participação
activa e solidária na vida social e política. A Literacia e cidadania são conceitos que se devem
complementar e que reúnem competências técnicas, humanas, sociais e científicas, que permitem aos
indivíduos o status de cidadão activo. Emergem novas formas de cidadania, em que os indivíduos
necessitam de possuir competências essenciais, sendo a literacia e a troca de saberes fundamentais para
o bom exercício dessa cidadania. Os indivíduos devem apropriar-se de conhecimentos que se manifestem
igualmente em termos de capacidades de aplicação e percepção. A conjugação dos conceitos literacia,
cidadania e desenvolvimento é fundamental para a sustentabilidade de uma mobilização de saberes que
se reúnem em fazer, saber fazer e saber ser, reflectindo-se num desenvolvimento do próprio indivíduo e
da sociedade em que está inserido.

Comente a seguinte afirmação, explicando-a e posicionando-se face a ela. “A literacia é


historicamente situada.” (Em Barton, Hamilton & Frania, 2000, p. 8)

A resposta deve referir


i) A forma como o contexto histórico vai interferindo no próprio conceito de literacia.
ii) Apresentando pelo menos um exemplo, onde se evidencie como a economia e a sociedade tecnológica
exigem competências de literacia que se modificam ao longo da História, nomeadamente passando a
incluir na definição de indivíduo literato, competências ao nível da ciência e da informática.
iii) Deve ainda referir a emergência da escolaridade, enquanto medida do Estado Nação para implementar
a literacia requerida na actualidade.

Exponha num breve texto os aspectos da literacia científica que considera necessitar no
quotidiano.
A literacia científica é um conceito polissémico, discutido por vários autores, e para o qual ainda não se
encontrou uma definição concreta. Contudo, poder-se-á dizer que esta “envolve, presentemente um
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conjunto diversificado de competências, capacidade, atitudes e valores acerca dos produtos e processos
actuais e suas implicações na vida pessoal e na sociedade. Estas aprendizagens não se restringem ao
período de escolaridade mas desenvolvem-se e progridem ao longo de toda a vida” (Chagas), contribuindo
para que nos sintamos integrados na sociedade em constante mudança. Cada vez mais a literacia
científica faz parte do nosso quotidiano. No meu quotidiano existem muitos aspectos da literacia científica
que considero necessitar, nomeadamente, o facto de efectuar uma transferência bancária, faz com que eu
tenha conhecimentos científicos de modo a conseguir fazer uma interpretação correcta dos dados do
serviço em questão; enquanto estudante e mãe é muito importante estar actualizada sobre os currículos
escolares, demonstrando curiosidade em saber e, pesquisar na internet e/ou em livros sobre determinados
temas/assuntos, para que possa a ajudar a minha filha na sua educação; é de igual importância estar
atenta aos temas da actualidade, sejam sociais, económicos e/ou políticos para que consiga contornar
certas e determinadas situações que possam surgir ao longo da minha vida. Deste modo, é importante que
os indivíduos sintam interesse e curiosidade perante o Mundo, para que consigam interpretar e aplicar os
seus conhecimentos, tornando-se cidadãos activos dentro da sociedade em que se inserem.

Relativamente à literacia científica, apresente uma lista de cinco competências exigidas no


mercado de trabalho da actualidade.
Em relação à literacia científica, actualmente no mercado de trabalho são exigidas competências tendo em
conta o tipo de tarefa que cada indivíduo desempenhe. Deste modo, no meu local de trabalho, ocupando
como posto a papelaria e por vezes a reprografia, são me exigidas as seguintes competências:
informáticas, isto é, saber utilizar e manusear equipamentos como a registadora, fotocopiadoras e
computador; cognitivas para efectuar cálculos no final do dia, ao apresentar a caixa diária da papelaria, dar
os almoços no refeitório e contabilizar o total de almoços diários; de comunicação, para que consiga dar
resposta a situações que possam surgir com toda a comunidade escolar (pais, alunos e professores) e
saber interpretar os comunicados que me são dados para leitura; ética pois, para além do respeito pelo
sigilo profissional é necessário conhecer o regulamento interno da escola; e por fim as informacionais, isto
é quando algum encarregado de educação me questiona sobre algum assunto que não tenha certezas ou
que não conheça, tenho de me informar correctamente para este não seja induzido em erro.

A emergência da literacia científica exigiu mudanças substanciais no sistema de ensino que se


fizeram sentir, sobretudo, na passagem entre geração. Apresente um breve texto onde destaque
essas mudanças.
Para a efectuação de uma profunda reflexão, sobre o contributo e enquadramento das diversas
assimetrias educacionais na alfabetização e escolarização, imbuídas no sistema educativo português têm
sido desenvolvidos, diversos estudos. Deste modo, os estudos de Ana Benavente (1994-1996), os de
PISA, assim como o relatório da OCDE (2004) comprovaram o fraco nível de literacia dos portugueses.
Após a revolução industrial na Europa, proliferaram grandes reformas, diversos progressos e

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manifestações de novas perspectivas civilizacionais, educacionais, ideológicas e políticas. Em Portugal
todas estas acções foram desenvolvidas de uma forma lenta. Na educação, apesar da perplexidade nos
censos e dos conceitos sobre o analfabetismo, alfabetização, escolarização, a partir do séc. XIX,
alfabetização e escola confundem-se cada vez mais. Sendo os processos de alfabetização e de
escolarização em Portugal, entre 1900 e 1960, assinalados pela vigência de três regimes políticos: a
Monarquia Constitucional, a 1ª Republica e o Estado Novo. Durante os Sec. XIX e XX, assiste -se a
efectivas transformações no âmbito escolar em Portugal ao se verificar a existência de um elevado número
de analfabetos, estigmatizados por uma sociedade elitista, economicista onde só determinadas facções
tinham direito à aprendizagem. Deste modo, a escola surge no incremento da Primeira Republica e
durante a vigência do Estado Novo como um instrumento fundamental no controlo e racionalização do que
era necessário ensinar, como um instrumento prenunciador e preparador do que se gostaria que fosse o
futuro: patriota, ordeiro, organizado, hierarquizado e capaz de adaptar o povo às rápidas transformações
tecnológicas e sociais que passam a estar na base do aparelho produtivo e das novas formas de vida
emergentes do contexto industrialista. Surgem a escola de Certezas e a escola de Promessas que diferem
apenas nalguns conceitos pedagógicos. É no pós 25 de Abril que a escola é marcada pela exclusão social
e pelo crescimento das qualificações exigidas tendo como intuito colmatar existência de desigualdades de
oportunidades geradoras de conflitos sociais. Nesta diversidade de contextos educativos e sociais a
literacia científica emerge, e ambiciona actuar particularmente dentro do âmbito escolar, exigindo
mudanças substanciais no sistema de ensino ao promover novas perspectivas de conhecimento e
relacionamento do homem com o meio ambiente e suscitar renovadas perspectivas culturais e
tecnológicas.

Apresente, comentando, as razões que levam os autores a fundamentar a seguinte afirmação: “Mas
será a partir do século XIX que as relações entre escola e desenvolvimento se irão tornar mais
evidentes” (Delgado-Martins, et al., 2000, p. 223)

Antes do séc. XIX a alfabetização encontrava-se ligada à religião. Digamos que através da religião
obtinha-se a entrada para o mundo da escolarização. Perante tal situação, passava-se a defender uma
sociedade estratificada, onde a promoção social constituía-se também como um facto. Contudo, a partir do
séc. XIX o industrialismo veio alterar os meios de acesso à escolarização. O Industrialismo veio trazer
novas máquina, fazendo a evoluir a tecnologia. Assim, com a evolução da tecnologia, a sociedade é
deparada com a complexidade das máquinas, bem como com o desenvolvimento económico. Claramente,
a população não estava habilitada para poder manusear qualquer tipo de tecnologia avançada da altura,
nem habilitada a acompanhar o desenvolvimento económico. Assim, a escola foi obrigada a desenvolver
uma organização em Sistema Educativo. A escola era forçada a desdobrar formas de inserção da
sociedade no mundo do Industrialismo. Passou-se assim a proferir uma organização escolar organizada,
eliminando a sociedade estratificada, onde todos pudessem ter acesso à escolarização. A
“complexificação tecnológica de aceleração de capacidades produtivas e de expansão económica”
transforma as relações entre a educação e o desenvolvimento mais evidentes.

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Durante um período de 1 dia, liste as diferentes formas em que usou a tecnologia digital.

No período de 1 dia, procedi ao registo da tecnologia digital por mim usada: o uso do telemóvel, o uso do
computador (com ligação à internet) e visualização de televisão (com ligação a cabo e a Power box).

Faça a sua auto-avaliação relativamente às suas competências tecnológicas, e justifique em que


medida se pode considerar literato em tecnologia informática.

Um indivíduo literato em tecnologia informática é um indivíduo que beneficia de competências


informacionais. Um indivíduo que possui competências informacionais, segundo Aun e Câmara (2005) é
aquele que, quando confrontado com uma questão, deseja adquirir mais informação sobre a mesma –
através de fortes fontes de informação, quer sejam tradicionais, quer tecnológicas – completando-a e
estando mais capacitado para a tomada de decisões inteligentes; para além deste indivíduo desenvolver
estratégias de pesquisa de informação e ser capaz de colocar essa informação em prática, de forma crítica
e na resolução de problemas, também integra a nova informação numa informação previamente adquirida
(Santos et al., 2008). De uma forma resumida, Santos, Duarte e Prata (2008) salientam que a competência
informacional “consiste num conjunto de habilidades necessárias para interagir com a informação, seja ela
no espaço académico, no trabalho, nas questões particulares, constituindo-se em capacidade chave
dentro do processo de aprendizagem”. Fazendo uma auto-avaliação relativamente às minhas
competências tecnológicas, considero que as mesmas se enquadram num grau Bom – Muito Bom.
Tomando em consideração o conceito de “competências informacionais”, considero-me um indivíduo
literato em tecnologia informática. Verifique-se que, o conceito descrito deverá ser entendido numa
dimensão mais alargada para chegar a esta conclusão. O uso da tecnologia informática recai sobre o
enriquecimento de informação - como mencionado no conceito de “competências informacionais” – mas
torna-se necessário ter em consideração a forma como é utilizada a tecnologia informática, bem como
competências necessárias para o uso da mesma.

Outros assuntos relevantes:


Alfabetização: alfabetizar significa ensinar a ler e a escrever, ensinar a reconhecer os símbolos gráficos
da linguagem verbal. Ser alfabetizado significa reconhecer e compreender esses símbolos e ser capaz de

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com eles produzir mensagens compreensíveis para outros alfabetizados, melhorando desse modo a
comunicação entre os sujeitos incrementando consequentemente o seu nível e qualidade de vida.
Alfabetização é designada como um conceito relativo a aprender a descodificar a linguagem escrita.
Assim, distingue-se um alfabetizado como alguém que aprende e sabe ler e escrever, contrariamente ao
analfabeto que não sabe nem ler nem escrever.

Escolarização: Consiste num conjunto estruturado e progressivo de cultura escrita aplicada em


instituições próprias, construídas especialmente para o efeito - denominado como ensino formal.

O conceito de literacia:
 Literacia é entendida como a capacidade de cada indivíduo compreender e saber usar a
informação escrita, contida em vários materiais impressos, de modo a atingir os seus objectivos, a
desenvolver os seus próprios conhecimentos e potencialidades, e a participar activamente na
sociedade.
 Aplica-se a “um processo permanente e continuo de evolução” (Potter, 1998, citado por Vieira,
2008:194), ou seja, é um conceito susceptível de sofrer alterações, consoante o período a que se
refere e fruto de alterações ocorridas na sociedade;
 Esta relaciona-se com os “conhecimentos e capacidades necessárias para produzir e compreender
diversos tipos de comunicação” (Vieira, 2008:194), para o contexto social actual, tais como: a
tecnologia, os media e a informática.

Literacia cientifica:

 “Envolve presentemente um conjunto diversificado de competências, capacidades, atitudes e


valores acerca dos produtos e processos actuais da ciência e suas implicações na vida pessoal e
da sociedade” (Chagas, 2002, p.7);
Um individuo literato em ciência é aquele que ao longo da vida é capaz de:

 Perguntar, descobrir e responder a questões quotidianas despertadas pela sua curiosidade;

 Descrever, explicar e prever fenómenos naturais;

 Interpretar artigos científicos publicados e discute a validade das conclusões apresentadas;

 Identificar questões científicas subjacentes a decisões locais e nacionais;

 Assumir posições e fundamentar com princípios científicos e tecnológicos;

 Avaliar a qualidade de informação científica com base nas fontes e metodologias usadas.

A literacia dos media:


 Surge a partir das alterações profundas sofridas pelos meios, técnicas e códigos de comunicação;

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 Engloba todos os tipos de media (televisão, cinema, vídeo, rádio, videojogos, imprensa, internet,
entre outras novas tecnologias digitais de comunicação);
 Portanto, entende-se por literacia dos media, “a capacidade de aceder aos media, de compreender
e avaliar de modo critico os diferentes aspectos dos media e dos seus conteúdos e de criar
comunicações em diversos contextos” (Comissão Europeia, 2007, citado por Vieira, 2008:195).
Objectivos da literacia dos media:

 Promover a democracia, a participação e a cidadania activa;


 Promover a economia do saber, a competitividade e a escolha;
 Promover a aprendizagem ao longo da vida, a expressão cultural e a realização pessoal;
 Sensibilizar os indivíduos para o conjunto das mensagens mediáticas, com as quais se vêem
confrontados diariamente;
 Ajudar a reconhecer como os media filtram as suas percepções e crenças, como influenciam as
suas escolhas pessoais e como modelam a cultura popular;
 Capacitar os cidadãos com pensamento crítico e com aptidão para resolver problemas de forma
criativa, para que se tornem consumidores e produtores criteriosos de conteúdos.

Literacia da Informação:
 Surge com a rápida evolução tecnológica ao nível do formato dos media, onde era exigido aos
utilizadores e consumidores novas competências;
 Então, entende-se por literacia da Informação “a capacidade para identificar, localizar, avaliar,
organizar e criar, usar e comunicar a informação de maneira eficaz, para dar resposta a uma
questão ou problema” (US National Information Literacy Meeting on Experts, 2003; Wijetunge &
Alahakoon, 2005, citados por Vieira, 2008).

A literacia dos media distingue-se da literacia da informação por se centrar mais na expressão cultural dos
media e menos nas competências técnicas necessárias para se operar com estes, que é mais
característica da segunda.

Literacia da Internet:
 Com a crescente importância que a Internet tem actualmente, faz todo o sentido integrá-la no
conjunto dos media;
 O conceito de literacia da Internet deve ser entendido como uma competência analítica, contextual,
canónica e de produção (Vieira, 2008);
 Assenta em três dimensões: acesso, compreensão e criação (Vieira, 2008).

Um individuo literato em Internet tem de ser capaz de compreender:


 As qualidades formais da Internet;

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 Os contextos sociais, culturais, económicos e políticos em que são produzidos e consumidos os
conteúdos da Internet;
 O porquê de um quadro de referência partilhado entre utilizadores, a sua fiabilidade e utilidade;
 E produzir conteúdos para a Internet,  assim como interpretar, consumir e desfrutar dos mesmos.

A Competência (Literacia) Informacional é um conjunto de:

 Competências profissionais – habilidades, atitudes, comportamentos que permitem o


desenvolvimento da organização no cumprimento de sua missão;
 Competências organizacionais – técnicas, forma de trabalho, competências e serviços;
 Competências-Chave – habilidades e tecnologias cuja marca de autenticidade é a integração;

Estas competências são necessárias ao perfil de um profissional da informação ou de actividade


baseada na informação (bibliotecário).
Desta forma, um individuo com competência informacional é aquele que:
 Reconhece a necessidade de, diante de uma questão, procurar uma informação;
 Reconhece que a informação completa e precisa constitui a base para a tomada de decisões
inteligentes;
 Identifica fontes de informação potenciais e desenvolve estratégias para a pesquisa de informação
com sucesso;
 Acede a fontes, tanto tradicionais como a partir de tecnologias;
 Avalia a qualidade de informação;
 Organiza a informação para aplicação prática;
 Integra informação nova em conhecimentos já existentes;
 Utiliza a informação para o exercício do espírito crítico e para a resolução de problemas.

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