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FACULDADE LABORO

BACHARELADO EM DIREITO-NOTURNO
TEORIA GERAL DO DIREITO
PROF.DR.DIOGO DE ALMEIDA VIANA DOS SANTOS

DJEANE DOS SANTOS VIEGAS

DIREITO, ESTADO E PODER:


POULANTZAS E O SEU CONFRONTO COM KELSEN
Luiz Eduardo Motta

São Luis- Ma
2021
MOTTA, Luiz Eduardo Motta. Direito, Estado e Poder: Poulantzas e o seu
Confronto com Kelsen.

O Mestre antropólogo graduado pela Instituição de Filosofia e Ciências Sociais


da Universidade Federal do Rio de Janeiro redige o artigo (Direito, Estado e Poder:
Poulantzas e o seu Confronto com Kelsen). O artigo expõe a crise sofrida pelo Estado,
no campo da Ciência Política entre os anos de (1980-1990), analisando de forma
comparativa dois dos teóricos que trouxeram átona o conceito analítico de Estado
moderno e a sua correlação com o direito moderno: Hans Kelsen e Nicos Poulantzas.
Ademais, a obra inicialmente trata da analogia estabelecida entre ambos por Daivid
Easton, em seu artigo (O Sistema Político Sitiado pelo Estado), combine o trabalho com
os ideais marxistas de Nicos Poulantzas e as teorias sistêmicas e normativas de Kelsen
sobre a lei e o estado.  Na verdade, paradoxalmente, quando Poulantzas criticou as
ideias liberais (da filiação de Kelsen) e quando definiu o império da lei como a antítese
de um estado autoritário, ele convergiu com Kelsen de várias maneiras. No entanto,
apesar dessas semelhanças, as diferenças entre Nicos Poulantzas e Kelsen delineiam
duas formas distintas no tratamento teórico e político do conceito de direito e de Estado.
Para Kelsen, o estado é impermeável, sem contradições e fissuras internas, para Nicos
Poulantzas o estado é definido como um espaço de luta estratégica, permeado por
micropolíticas e contradições. O artigo foca no papel do Estado no direito moderno e as
convergências e divergências dos dois autores.

A priori o autor inicia sua base argumentativa fragmentando seu objeto de


estudo em três partes, apresentando inicialmente Kelsen e os conceitos de Estado,
diferenciando de pensamentos sociólogos marxistas e criticando o Hayek. De acordo
com a definição de Kelsen, a ciência jurídica é, na verdade, uma ciência normativa, ou
seja, a ordem jurídica de um país nada mais é que a expressão hierárquica de um
conjunto de normas compostas por normas básicas, normas essas que moldam a base da
estrutura jurídica sendo elas inalienáveis tendo em vista que as normas posteriores não
poderem infringir as normas básicas, criando um modelo hierárquico de pirâmide, onde
as normas superiores constituem-se no topo e as normas posteriores encontrando-se
abaixo das normas fundamentais. Segundo ele o Estado caracteriza-se como um sistema
fechado de normas onde centraliza-se dentro de seu próprio sistema monopolizando
assim o direito nas concepções do Estado moderno.
Ademais, segundo Poulantzas o Estado define-se como a condensação material
de uma relação de forças entre as classes e frações da sociedade, já o direito moderno
para ele é visto como a exploração se uma classe e a dominação de outra classe. Além
disso, Poulantzas, busca romper com a arcaica tradição da teoria do Estado criada por
Marx que define o Estado como ferramenta de controle que era determinada pela lei e
validada pela coação exercida pelo mesmo. Outrossim, Segundo Poulantzas, A
ideologia imposta pelo Estado também tem a função de constituir a coesão interna e a
unidade do aparelho estatal. Essa ideologia de acordo com ele é a ideologia de um país
neutro, representativo da vontade e dos interesses gerais, e árbitro entre as classes na
luta, porém, a abstração e formalidade camuflam o monopólio da violência legitimada
pela lei ao particularismo jurídico.

A posteriori os dois teóricos convergem ao trazer os conceitos de Estado


moderno de forma analítica utilizando-o como objeto de estudo contribuindo ativamente
para o estudo das ciências políticas. Porém, divergem em sua estruturação, se para
Kelsen o Estado é visto como uma estrutura perfeita sem erros e contradições,
Poulantzas, diverge mostrando uma visão de Estado mais fragmentado sendo associado
ao campo de batalha estratégico, os dois autores mostram semelhanças e divergências,
porém evidencia-se que as concepções de Poulantzas, são mais realísticas enquanto
Kelsen traz alguns pensamentos utópicos. Mesmo Poulantzas, não tendo um destaque
tão forte no meio jurídico como Kelsen é evidente que suas teorias convergem de forma
mais espontânea ao direito moderno atual.

O autor da obra conclui seu pensamento expondo as concepções de direito e


Estado inclinando-se para as teorias de Poulantzas considerando-as mais condizentes
com as estruturas sociopolíticas atuais, mostrando a relevância desse estudo para a”
judicialização” da política e das relações sociais, além de ratificar a importância da
análise desses pensamentos para aprimoramento cientifico.

O autor utilizou como objeto de estudo o artigo (O Sistema Político Sitiado


pelo Estado) de Daivid Easton com base para expor o pensamento dos teóricos Kelsen e
Poulantzas, para definir um conceito de Estado de direito moderno.
Esse artigo é indicado para estudantes de direito pois, expõe o pensamento de
dois teóricos importantes para formação acadêmica jurídica, além de expor duas visões
de um mesmo tema mostrando que o Direito e o Estado podem ser analisados por várias
perspectivas, fato é que o artigo escrito pelo sociólogo Luiz Eduardo Motta, tem o
objetivo de ampliar os conhecimentos jurídicos com intuito de enriquecer e resgatar
pontos importantes para o meio acadêmico.

Fonte: MOTTA, Luiz Eduardo Motta. Direito, Estado e Poder: Poulantzas e o


seu Confronto com Kelsen. Revista de Sociologia e Politica v.19,N°38:7-25 FEV .2011

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