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2.

PILARES DA ORATÓRIA

Embora já foram apresentados alguns elementos da comunicação e


sejam muitos os itens para o seu desenvolvimento, selecionamos neste tópico,
os que são considerados como pilares da oratória:

2.1 MEMÓRIA

Para muitas pessoas, o medo de falar em público está intimamente


relacionado à dificuldade de memorização ou falha da memória durante sua
apresentação.

A mente é um dos fatores mais importantes para o orador porque muitas


vezes na sua apresentação ou abordagem precisará recorrer à memória, para
identificar situações e fatos históricos, sociais, teológicos ou científicos.

É na memória, que engavetamos conhecimentos e experiências


adquiridas ao longo da vida, colocando-os em ordem para o uso adequado
quando necessário.

Importante lembrar também que, assim como um atleta precisa de


cuidados especiais com seu condicionamento físico, um orador deve cuidar da
memória e evitar a auto sabotagem da mente ou tudo aquilo que prejudique sua
memorização.

Algumas recomendações são válidas para manter a memória ativa e estar


sempre pronto para um discurso ou apresentação com a mente sã, tal como, a
prática da leitura, o sono regulado, alimentação com nutrientes que ativam o
subconsciente. Verifique quais são os estímulos à sua mente e tudo aquilo que
promova a otimização da memória.

Pratique exercícios com tarefas rotineiras, tais como, modificar o trajeto


de casa para o trabalho, para a escola ou para a igreja, a fim de conhecer novos
caminhos e treinar sua memória. Repita esses novos conhecimentos algumas
vezes, memorizando todas as alternativas da ida e volta para casa, demarcando
lugares como pontos de referências para sua memorização geográfica.

Segundo os estudos da neurociência é possível uma avaliação para pré


diagnóstico dos sintomas de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção
Hiperatividade) a partir de: TESTE DE TDAH

DO TIPO DESATENTO

● Presta pouca atenção a detalhes cometendo erros de desatenção.

( ) Sim; ( )Não; ( )Às vezes

● Tem dificuldade de atenção ao assistir uma palestra ou ler um livro.

( ) Sim; ( )Não; ( )Às vezes

● Costuma procrastinar atividades ou projetos.

( ) Sim; ( )Não; ( )Às vezes

● Não presta atenção enquanto alguém lhe dirige palavra porque se distrai
com outras coisas.

( ) Sim; ( )Não; ( )Às vezes( ) Sim; ( )Não; ( )Às vezes

● Perde ou esquece com frequência seus objetos pessoais, datas


comemorativas ou compromissos.

( ) Sim; ( )Não; ( )Às vezes

● Se fecha para a execução de tarefas desafiadoras ou algo novo.

( ) Sim; ( )Não; ( )Às vezes


Se houver quatro afirmações neste teste, é provável que o indivíduo
apresenta sintomas de TDAH, porém, a confirmação disto só poderá ser
realizada através de um médico neurologista ou psiquiatra.

2.2 CONHECIMENTO

Saber o que está falando para o público é de extrema necessidade para


um orador, comunicador, vendedor, pregador ou professor.

Já foi dito anteriormente que falar sobre um assunto fora do campo de


conhecimento é muito perigoso para qualquer pessoa, pois, coloca em risco sua
reputação, fazendo que as pessoas lhe considerem desinformado e sem
preparo.

Um orador precisa, portanto, saber a diferença entre INFORMAÇÃO E


CONHECIMENTO, considerando que qualquer pessoa pode ter acesso fácil à
informação num simples clique ou através das mídias sociais e televisivas.

A informação é algo que transita no ambiente externo ao indivíduo, mas


o conhecimento é algo que é acumulado dentro do indivíduo promovendo
crescimento intelectual.

Uma pessoa que tem somente informação muitas vezes é surpreendida


por perguntas que precisará buscar as respostas, enquanto aquele que tem
conhecimento sempre surpreenderá com argumentos.

Que tal aprimorar os conhecimentos? Antes de falar ao público, pesquise


um pouco mais e inteire-se do assunto, buscando recursos linguísticos,
didáticos, teológicos, políticos, científicos, etc.
O que fará de você positivamente diferente de outros, é o conhecimento
que poderá passar ao público-alvo e o enriquecimento dos detalhes através da
sua apresentação.

2.3 NATURALIDADE

Se for para falar, cantar, vender ou apresentar, passando a ideia de um


orador fabricado, é melhor parar.

Não tem coisa mais desagradável do que, ouvir alguém cantar exibindo
técnica vocal e não atrair o público com a graça da sua voz, da mesma forma,
um pregador apresentar conhecimentos teológicos sem a essência da
mensagem, ou um vendedor mostrar um produto com discurso decorado,
artificial.

O orador precisa ser autêntico e natural acima de qualquer técnica ou


treinamento, e não se permitir ser um robô diante das pessoas.

2.4 CRIATIVIDADE

Durante o tempo de uma oratória, o seu desenvolvimento não pode cair


na mesmice, nem se tornar monótono. O público não quer ficar ouvindo mais do
mesmo, o que chamará sua atenção é a presença do novo.

Quantas vezes uma dona de casa não tendo muita opção na cozinha,
arruma um jeito de tornar a comida mais saborosa com um tempero especial?

Na oratória não é diferente, quando o orador consegue transformar um


conteúdo que, muitas vezes já foi ouvido por aquele público, mas de uma
maneira criativa, atraente e convincente.
A mensagem é a mesma, mas com um jeito novo de transmitir; o produto
é o mesmo, mas com um jeito novo de vender, a música é a mesma, mas com
uma nova vibração.

2.5 SÍNTESE

Um elemento imprescindível para um orador, é a síntese da sua oratória,


evitando ser exaustivo em relação ao público ouvinte naquilo que a psicologia
faz parte do comportamento excessivo. Isso não significa que o comunicador
deve ser apressado na transmissão de seu conteúdo, mas, que deva falar com
objetividade.

Coloque como princípio básico em sua apresentação as seguintes


convicções:

● Diga tudo o que for preciso.

● Fale somente o que for preciso.

● Não conte nada além do que for preciso.

Você se lembra dos elementos da comunicação? Quando diz que


preciso saber para quem irei falar, como e qual o método devo usar na
comunicação, e, onde será feito o meu trabalho. Então, nos pilares da
comunicação através da síntese é necessário dizer tudo, somente e nada além,
daquilo que for preciso.

2.6 IMPROVISAÇÃO

É possível que em nossa trajetória como comunicadores, sejamos pegos


de surpresa em algum momento para falar em público. Normalmente quando isto
acontece, apresentamos reações nervosas e travamos emocionalmente porque
não sabemos o que dizer.

Contudo, em circunstâncias assim podemos utilizar uma ferramenta da


oratória chamada de improvisação, isso mesmo, é possível falar de improviso.

Portanto, um dos maiores desafios na oratória é a improvisação, e é


preciso ter equilíbrio e sentir-se seguros ao falar tendo o domínio do assunto que
vai ser dito, vendido ou exposto através das técnicas de memorização.

Por isso, é interessante destacar que a improvisação e a memorização


caminham juntas, mas tem funções diferentes, exatamente porque memorização
é a capacidade de processar informações armazenadas no cérebro, enquanto
improvisação é a habilidade de discursar ou falar com segurança em um
momento não programado. E a razão destas duas ferramentas andarem juntas
é que numa apresentação improvisada, o orador precisará usar recursos
guardados na memória, logo, com a improvisação também será usada a
memorização.

Lembrando que a improvisação da fala também é habilitada no


treinamento da memória por intermédio da leitura aplicada, sendo esta atribuição
necessária a todo comunicador. Entretanto, esta leitura deve ser feita
foneticamente, para que ocorra o acionamento das faculdades mentais, ou seja,
leia o texto do seu discurso em voz alta, antes de apresentá-lo, pois, é
compreensível que a nossa mente captura aquilo que vê e o que ouve.

Nenhum orador pode estar desprevenido no momento que for chamado


para falar em público, para isto, é preciso se desprender daquilo que ele trava
emocionalmente utilizando algumas habilidades para o seu discurso.

● Apresentação, saudação, cumprimentos — Se familiarize com o


público apresentando-se e agradecendo aos organizadores do evento pela
oportunidade concedida.

● Seja natural — Não precisa ser mecânico e nem robotizado na sua


apresentação, reaja naturalmente. Comece falando dá importância daquele
evento e o quanto isto significa para você.
● Tenha sempre consigo uma frase, poema ou experiência pessoal
para usar em alusão ao evento.

Em situações do discurso de improviso é recomendável fazer a regra de


três.

1. Introdução — Seja sucinto, agradeça aos organizadores, parabenize


aos presentes caminhe para o tema do discurso.

2. Desenvolvimento — Seja objetivo, afinal de contas é um tiro só e


precisa acertar o alvo, ou seja, falar assertivamente. Mesmo sendo pego de
surpresa você já tem noção do que poderá dizer e sabe o que está acontecendo
ali.

É um congresso? Fale da importância dele e da sua temática.

É uma inauguração? Fale de sua relevância naquele lugar e o que


agregará na vida daquela sociedade.

EXPERIÊNCIA: Fui chamado para discursar no meio de uma


comemoração na escolinha de futebol que meu filho participava, no final
do ano de 2014. Pego de surpresa, posicionei-me ao microfone e agradeci
aos organizadores pelo evento e pela oportunidade. Citei um provérbio
bíblico sobre o tempo e a oportunidade, e disse da importância de os pais
aproveitarem cada momento com seus filhos.

Encerrei meu discurso agradecendo a todos e recebi uma salva de


palmas. Aprendi com isso que o orador precisa estar pronto para surpresas
em ambientes públicos ou reuniões sociais.

3. Conclusão — Aplique algo acerca daquele evento citando uma


experiência ou frase de um pensamento e agradeça a oportunidade.

IMPORTANTE: O tempo de improvisação do orador não pode ser mais


que cinco minutos.

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