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2 - Características Gerais: O município é organizado em 5 distritos, conforme
apresentado a seguir:
Posse
Pedro do Rio
Itaipava
Cascatinha
Petrópolis
Figura 3: Planta de planejamento Koeler - Fonte: Plano
Diretor de Petrópolis, 2014.
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3 - O 1º Distrito e a Habitação
A População do município de Petrópolis, é, de acordo com dados do PMRR
(2018) de 295.827, e grande maioria, isto é, cerca de 63% da População do
município reside no 1º (primeiro) Distrito (Plano Diretor de Petrópolis, ).
A densidade média no distrito é de 1080,5 habitantes por km², quase 3 vezes
22% maior que a densidade média da cidade, que é de 371,8 habitantes por km².
Devido à essa grande densidade, de acordo com o IBGE, o distrito é
caracterizado como área urbana.
Petrópolis distrito
Petrópolis rural
05% Petrópolis urbano
03%
Petrópolis
Cascatinha Distribuição populacional IBGE
Itaipava
Pedro do Rio Figura 4: Gráfico de Distribuição Populacional em Petrópolis RJ -
Posse Fonte: Plano Diretor de Petrópolis, 2014
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O distrito se divide em bairros de acordo com o mapa à seguir:
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4 - Tipologias e Padrões construtivos:
4.1 -Tipo I:
Construções bem estruturadas, normalmente seguidas de algum
acompanhamento técnico;
Com acabamento de nível médio a alto;
Ocupando lotes com formação ordenada e baixa taxa de ocupação;
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4.2 -Tipo II 4.3 - Tipo III
Construções providas de estruturas executadas normalmente sem controle Construções bem estruturadas, seguidas de acompanhamento técnico;
tecnológico; Com acabamento de nível médio a alto;
Com acabamento de nível baixo, ou muito baixo; Ocupando lotes da área central com formação ordenada e taxa de ocupação elevada;
Ocupando grandes propriedades urbanas ou rurais com baixa taxa de Adensamento vertical;
ocupação localizadas em áreas com grau de adensamento baixo;
Uso normalmente residencial e/ou rural; Esse tipo de propriedade possui um grande impacto na especulação imobiliária.
Geralmente, empreiteiras procuram construir esse tipo de moradia na busca pelo lucro,
Essas Propriedades Costumam Ser utilizadas Também pelos Veranistas. São em regiões centrais, gerando gentrificação e expulsando as famílias com renda mais
Propriedades que utilizam de vastas áreas e com um uso inadequado, com essas baixa das regiões centrais. (Inda, 2003)
terras podendo ser muito melhor utilizadas para agricultura.
Figura 9: Propriedade Rural Na Fazenda Inglesa - Fonte: Figura 11: Apartamento no Centro de Petrópolis - Fonte:
ZapImóveis, 2021. Google StreetView, 2021.
Figura 10: Entorno da propriedade na Fazenda Inglesa - Fonte: Figura 12: Entorno do Apartamento no Cenro - Fonte:
Google Earth 2021. Google Earth, 2021.
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4.4 - Tipo IV 4.5 - Tipo V
Construções providas de estrutura, executadas normalmente sem controle
tecnológico;
Construções bem estruturadas, normalmente seguidas de algum
Com acabamento de nível muito baixo;
acompanhamento técnico;
Ocupando lotes com formação ordenada e taxa de ocupação elevada em áreas
Com acabamento de nível médio;
de adensamento urbano;
Ocupando lotes com formação ordenada e taxa de ocupação elevada em
áreas de adensamento urbano
São Imóveis geralmente construídas em um regime de semi-precariedade, por uma
classe média baixa que vê cada vez mais sua renda sendo precarizada. Clara, 2010)
São, em Geral, destinadas as classes médias altas das cidades. (Inda, 2003)
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4.6 - Tipo VI 4.7 - Tipo VII
Construções providas de estrutura, executadas normalmente sem controle Construção desprovida de estrutura ou provida de estrutura precária;
tecnológico; Em sua maioria sem acabamento, formação desordenada de lotes;
Com acabamento de nível muito baixo ou sem acabamento; Localização de áreas isoladas, formando aglomeração de construções;
Ocupando lotes com formação desordenada e taxa de ocupação elevada em •Normalmente desprovidas, ou providas indevidamente, de serviços
áreas de adensamento urbano; urbanos.
Geralmente Pertencentes à uma Classe C precarizada, em áreas já consolidadas, São as chamadas Favelas, em que estão as parcelas mais vulneráveis da
e próximas das áreas com uma ocupação já existente por uma classe mais alta. população.
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Assim, foi possível notar a distribuição de tipologias mais estruturadas e de melhor acabamento mais próximos ao centro do distrito, bem como uma aglomeração e alta
densidade, mostrando uma desigualdade espacial.
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5 - Habitação de Interesse Social e Déficit Habitacional:
O Município de Petrópolis possuía, em 2012, 29.023, domicílios em áreas de interesse social, dos quais
19.697 apenas no primeiro distrito (PLHIS, 2012).
No mesmo ano, o Município apresentava um déficit quantitativo habitacional de 11.828 moradias, dentre as
quais, 5.213 em assentamentos precários (Santos e Matos, 2017). De acordo com o Plano Local de Habitação de
Interesse Social de Petrópolis (PLHIS, 2012), cerca de 21.395 domicílios possuem algum tipo de carência de
infraestrutura ou regularização fundiária, e 11.568 residências classificadas como unidades de Risco Alto ou
Muito Alto, em relação ao escorregamento de encostas
O Primeiro distrito dezenas de áreas classificadas como não consolidáveis ou de alto risco, em razão da
possibilidade de desabamento das encostas (Figura 22). No total, são 2.786 habitações em risco muito alto e
4.290 em risco alto, apresentando os piores níveis de risco do município as moradias em situação de risco
situadas naquela área, segundo os dados do PHILS de Petrópolis, 2012, somam 7.076 residências, restando,
portanto, um saldo de 4.082 moradias em risco sem respaldo no planejamento municipal. A maioria dos
imóveis em situação de risco não está diagnosticada no planejamento de habitação do Município
A situação de risco decorre do fato de a cidade ter sido construída entre montanhas que apresentam um
alto índice de risco geológico por condicionantes naturais, e ainda pela densa ocupação de suas encostas após
a década de 1950 devido ao aumento da escassez de terras nos fundos dos vales (Figura 23).
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Esta soma de fatores transforma parte do território urbano em uma grande área de situação de
risco, principalmente o Primeiro Distrito, que concentra a maior parte da população, e tem relevo
mais acidentado.
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N
6 - RELEVO
Figura 27 :Relevo 3D do 1º Distrito Área onde não há ocupação humana ou a ocupação é baixa
Fonte: Google Maps - 2021 Área onde a ocupação humana é predominante
Modelo 3D:
Elevação (metros)
0 - 300
300 - 600 1300 - 1600
600 - 800 1600 - 1800
800 - 100 1800 - 2200
1000 - 1300 2200 - 2500 14
N
7 - PERMEABILIDADE DO SOLO
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8 - Vegetação e APA Petrópolis (Área de Proteção Ambiental)
O primeiro distrito está dentro da APA (Área de proteção ambiental) e uma parte da vegetação da APA é de vegetação secundária (tanto áreas com diferentes padrões de
regeneração, quanto áreas naturais ou em regeneração submetidas a diferentes níveis de degradação, devido a fatores como fogo e exploração de madeira).
Por conta do grande percentual do ocupação prioritariamente residencial e comercial no centro do distrito há uma diminuição da vegetação, representado no mapa como
"área urbana" com a cor vermelha. Entre os pontos vermelhos há umas pequenas áreas de mata urbana em estágios de sucessão variados. Outro ponto a ser destacado são os
afloramentos rochosos entre os espaços urbanos que são espaços onde não é possível ter construções e por isso acabam incentivando os espaços com vegetação. Próximo dos
limites do distrito há nas cores rosa/ roxo espaços agrícolas e conforme observado a vegetação nativa em áreas tidas como agrícolas são mais predominantes.
No município de Petrópolis a área antropomorfizada é de 12%, já no Primeiro Distrito é de 26% no qual é a maior de todos os distritos. Já a região de mata, o município tem
42% e o 1° Distrito tem 57% sendo juntamente com Cascatinha os mais altos do município por conta da presença da APA na região, portanto a preservação ambiental é
consequentemente maior. A área de "campo" no município é de 41% e o 1° Distrito possui 14% dessa área que é bem menor quando comparadas aos demais distritos, fato
explicado pela antiga conversão de terras agrícolas em áreas urbanas na 2º metade do século XX, quando o município viveu seu pico de crescimento pela atividade industrial e
urbana. A classe "campo" embora não ocupadas com maior densidade de edificações, é considerada também um espaço antropomorfizado, principalmente por se constituir
em grande parte por áreas com desmatamento antigo, resultado de um passado agrícola, ou por serem ainda áreas com cultivos instalados.
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10 - CLIMA
A cidade de Petrópolis fica durante a maior parte do ano sob a Massa Tropical Atlântica na possui como características temperaturas médias e umidade elevada. Conforme o
gráfico pode-se ver a distribuição das precipitações ao longo do ano (que são cerca de 2.200 mm anuais), as chuvas se concentram de novembro a abril "período caracterizado
por um excedente hídrico devido a alta pluviosidade do verão. A intensidade das chuvas combinados com os usos do solo contribui para que seja o período em que se
concentram os registros de transbordamento de rios e movimentos de massa" (ZEE,2007).
A temperatura no Município é amena, com média anual em torno dos 19°C. No mês mais quente, a temperatura média pode atingir os 23°C e a média do mês mais frio é de
15°C, conforme o gráfico de temperatura e zona de conforto, Petrópolis em nenhum momento do ano está dentro da zona de conforto.
Muitas residências e até mesmo hotéis na região (com fonte em pesquisas realizada pelo grupo) não estão preparadas para o frio, o isolamento térmico comum em construções
na região não é o suficiente para épocas do ano mais frias, resultando em certos danos físicos às pessoas no local.
Em épocas de chuvas, as calçadas (que estão sem manutenção) formam poças de água (na Av Koeller, no Centro por exemplo) fazendo com que os pedestres muitas vezes
tenham que andar na rua. Em ruas que não são planas, há um fluxo de água de chuva que desce de forma abrupta quando está chovendo, indicando uma falta de lugares para
escoamento de águas da chuva.
Figura 35: Fonte: Projeteee - 2021 Figura 36: Fonte: Projeteee - 2021
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11 - ACIDENTES
Com base nos dados dos desastres de 2013 a maioria (75, 25%) dos casos de delineamento foram no primeiro distrito totalizando 1128 casos. Os bairros afetados em ordem
decrescente foram: Quitandinha, Alto da Serra, Independência, São Sebastião, Castelânea, Bingen, Centro, Siméria e Valparaíso.
Ao longo do primeiro distrito são 18 abrigos e pontos de apoio à população e 36 profissionais de assistência social e psicólogos. Defesa Civil (atende a população e tem ações
preventivas) e o INEA (Instituto Estadual do Ambiente) implantou no município um Sistema de Alerta de Cheias, com o objetivo de informar as autoridades e a população
quanto à possibilidade de chuvas intensas e de inundações graduais (cheias) que possam causar perdas materiais e humanas.
Como visto nas reportagens é histórico da cidade ter acidentes por cheias e deslizamentos, todos os anos acontecem os mesmos acidentes e nunca nenhuma providência que
de fato resolva foi tomada.
Legenda
Locais com maior índice de acidentes
Círculo onde há os maiores índices de acidentes
afim de destacar a proximidade dos acidentes
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Figura 38: Manchete de jornal destacando
o fator histórico de acidentes
em Petrópolis.
Fonte: Diário de Petrópolis -2021
Figura 39: reportagem
Fonte: G1 - acesso em 2021
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Figura 40: reportagem Figura 41: reportagem
Fonte: G1 - acesso em 2021 Fonte: G1 - acesso em 2021
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12 - INCÊNDIOS
Ao longo de suas margens (conforme visto nas imagens há varias árvores que são podadas indevidamente por conta
da fiação elétrica, com essa forma de podar muitas vezes compromete o equilíbrio das árvores e em situações de
ventos fortes, as árvores costumam cair. Com a queda dessas árvores podem ocorrer acidentes (como cair em um a
pessoa, encima de carros e casas).
Como visto abaixo, o rio passa por vários bairros, e em alguns há construções irregulares em suas margens.
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13.2 - RIO QUITANDINHA
O Rio Quitandinha possui praticamente todo o seu leito canalizado, recebe grande contribuição de
águas inci-
dentes na área central da cidade, com ocupação residencial e comercial.
Por conta do estreitamento do seu leito original e a presença de pontes e passagens que diminui a altura
do rio, na área da Rua Coronel Veiga, há graves problemas de alagamentos e inundações. Em épocas de
chuvas intensas, acaba transbordando água para a via principal, o que causa sérios danos à população.
A concessionária "Águas do Imperador" implantou um sistema de interceptores no leito do Rio para coletar
esgoto sanitário e
encaminhar para as ETE. Porém ainda há despejo de esgoto sanitário no Rio sem tratamento.
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13.3 - RIO PALATINO
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14 - SISTEMA DE ESGOTO
Legenda:
Tratado
Tratamento futuro
Demais áreas do distrito
ETE Quitandinha
ETE Palatinato
ETE Piabanha
O sistema de abastecimento de água é operado pela concessionaria Águas do Imperador e é Em 2012 o índice de atendimento de água na área urbana era de
composto por 8 subsistemas produtores de água. Desses 8 subsistemas, os dois maiores se 62,44%, o que é considerado baixo (a infraestrutura da
encontram no 1º Distrito por conta da maior quantidade de pessoas na região. distribuição é para 92% da população), isso acontece por conta de
1- Subsistema Mosela ETA muitas residências possuírem um sistema próprio de alternativo
Localizado na Mosela, tem capacidade de tratamento de 350l/s e atende 114 mil pessoas. de abastecimento. Porém o ministério público exige que os
2- Subsistema Montevideo ETA operadores dos sistemas públicos assumam esses serviços com
Localizado no Caxambu, tem capacidade de tratamento de 300l/s e atende 117 mil pessoas. caráter de exclusividade.
Isso acontece pela presença de pequenos mananciais com boa
qualidade de água bruta. Alguns motivos para a rejeição da água
da concessionária são a qualidade da água, o valor da tarifa,
ausência de esclarecimentos sobre a importância da água tratada,
N omissão dos órgãos de fiscalização e controle sanitário e falta de
regularidade da água distribuída pela concessionária.
Legenda
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17 - MOBILIDADE URBANA
A Mobilidade Urbana é um direito garantido pelo Plano Diretor, e também pela Política Nacional de Mobilidade Urbana, no qual possuem diretrizes a serem cumpridas,
algumas delas sendo, promover o acesso aos serviços básicos, proporcionar melhoria nas condições urbanas referentes à mobilidade, promover o desenvolvimento
sustentável e consolidar a gestão democrática para contínuo aprimoramento da mobilidade urbana, tais diretrizes irão ditar os passos das cidades no que se refere a
desenvolvimento urbano.
Embora as leis do Plano Diretor estejam restritas aos limites geográficos do município, deve-se considerar também as áreas em processo de conurbação dos municípios
vizinhos, bem como a articulação dos sistemas viários e de transporte com as cidades da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
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O desafio de garantir que tais diretrizes
sejam cumpridas, está voltado
principalmente para a expansão da malha N
viária, pois os aspectos morfológicos do
Município são caracterizados por
consideráveis diferenças topográficas. Tal
condição possibilitou a concentração da
maior parte das habitações em torno do
seu eixo viário, nos fundos dos vales e
junto aos rios. O município está
precisamente localizado no topo da Serra
da Estrela, pertencente ao conjunto
montanhoso da Serra dos Órgãos, e
possui três estradas principais, expostas
no mapa adiante, que o conecta com as
demais cidades vizinhas, as principais
sendo, Teresópolis, Areal, Duque de
Caxias e Rio de Janeiro, essas mesmas
estradas o articulam com o sistema viário
regional, de transporte público coletivo,
particular, individual e não motorizado. Figura 59: mapa de hierarquia viária
Fonte: Plano Diretor de Petrópolis- 2021
E referente ao 1º Distrito de Petrópolis, tal como designado no Plano Köeler, o crescimento urbano e expansão da mobilidade se concentrou principalmente no centro
histórico, seguindo os cursos de águas dos rios, para traçar as suas margens, avenidas e ruas da futura cidade. Assim, historicamente os espaços urbanos, comércio e
habitação foram consolidados separadamente e consecutivamente as diferentes regiões da cidade hoje possuem diferenças exorbitantes, visíveis através de
infraestrutura viária, mobiliário urbano, centralização de comércios e serviços municipais.
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18 - DILEMA DO NÚMERO DE AUTOMOVEIS 19 - VIAS
Segundo SERPA (2018) mediante esse contexto histórico, gerou-se um dos aspectos
mais nocivos a mobilidade urbana em Petrópolis: “o movimento pendular diário, De acordo com o Plano de Mobilidade de Petrópolis (2019), o Município possui
fazendo com que milhares de petropolitanos dependam da massiva oferta de empregos aproximadamente 1000 km de vias públicas, e por volta de 75% dessas vias são vias
na região central e engrossem as filas dos ônibus pela manhã em direção ao centro e, à locais, onde sua finalidade principal é conduzir as pessoas a vias de maior volume de
tarde, no retorno.” Pela soma de fatores já citados, e com um transporte público com seu tráfego, porém os 25% que restam das vias, são divididos entre as outras
desempenho considerado precário e pouco eficiente, o transporte individual ganha classificações da hierarquia viária estabelecidas pelo Plano Diretor de Petrópolis,
mercado sucessivamente, sendo esses fatores alguns dos motivos do aumento da indicando uma restrição no que se diz respeito à oferta de vias mais qualificadas
quantidade de automóveis e motocicletas. para atender o fluxo de veículos recorrente, principalmente nas vias principais do 1º
O número excessivo de veículos na cidade tem apenas crescido, de acordo com o Distrito, que por sua maioria destinam-se em atender grandes volumes veiculares,
jornal Diário de Petrópolis (2021), através de uma pesquisa realizada em dezembro de parte deles operando com altas velocidades.
2020, aponta que o número de automóveis em Petrópolis aumentou 46,8% nos últimos Um exemplo dado pelo próprio PlanMob cita duas vias que fazem parte do
dez anos, se comparados com o mesmo mês em 2010, o número atual de carros e motos conjunto de vias principais do distrito em questão, são elas a Rua do Imperador e
na cidade é de 119.136 e 27.658, respectivamente. Quando comparada a frota total, que Rua da Imperatriz, que como já mencionado, recebem elevado fluxo de veículos
envolve qualquer tipo de veículo, o aumento é ainda maior, chegando a 45,2%. Como transeuntes, em seus mais variados destinos, sobrecarregando tais vias que não
mostra o gráfico abaixo. possuem estrutura viária suficiente para suportar o fluxo que vêm recebendo. Tais
ruas deveriam incentivar outros tipos de fluxos, como por exemplo, o deslocamento a
pé, promovendo interação comercial, gastronômica e turística, pois a região que
Taxa de
essas ruas preenchem são voltadas a esses usos. Também vale mencionar não
crescimento do
somente as ruas do centro, mas também vias locais do mais variados bairros do
número de
distrito, que apesar de serem maioria, ainda anseiam de expansão da malha para
automóveis
suportar o fluxo principalmente do transporte público, muito presente na região,
em %
presença essa resultante muito provavelmente do efeito pendular já mencionado,
que é constante na cidade, assim como também as vias que funcionariam como
alternativa do tráfego de passagem, como coletoras e arteriais, que nesse caso estão
Figura 60: gráfico do crescimento de veículos em falta, justamente pela característica topográfica da cidade não proporcionar alta
Fonte: Diário de Petrópolis - 2021 (modificado pelo autor).
possibilidade de expansão, aliado a concentração das habitações ao redor das vias,
As consequências de desse crescimento são uma requisição de infraestrutura viária evidenciando características de um município cuja superfície útil é restrita.
excessiva para ampliação das faixas, onde as mesmas são majoritariamente usadas
pelos automóveis, em detrimento aos demais meios de transporte, causando lentidão
do tráfego urbano e engarrafamento, redução do espaço para a circulação a pé ou de
bicicleta, e ainda a necessidade de criação de espaços para estacionamento numa
cidade que necessita desses mesmos espaços para outros usos.
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DILEMA DO NUMERO DE AUTOMOVEIS
O principal dilema disposto diante dessa situação está voltado não apenas ao uso dessas
vias, mas também, o contexto histórico de implantação das mesmas, tal qual sua localização e
Como resultado do crescimento do número de veículos individuais na
papel social que elas representam. Vias principais do centro histórico, que foram tombadas
cidade, além das características precárias das vias do Distrito de
pelo IPHAN, avenidas de importância social e comercial, ruas menores e algumas mais
Petrópolis, o congestionamento de transito nas principais vias do
isoladas nos limites do distrito, todas elas tem em comum uma limitação em relação a
distrito tem cada vez mais tomado presença nas discussões públicas
mudança e expansão, seja por tombamento, escassez de espaço ou simplesmente falta de
entre as instituições de trânsito da cidade, e além de todo transtorno
projetos por parte do Poder Público.
que o congestionamento pode trazer, vale destacar a taxa de acidentes
Ainda de acordo com um diagnóstico feito por COPPETEC, em 2007, o sistema viário da
de transito, concedida pelo Plano de Mobilidade de Petrópolis, que
cidade de Petrópolis estava sobrecarregado no período em que foi feita a pesquisa. O
como mostra o mapa abaixo, se concentra principalmente no Distrito de
relatório fez uma análise da relação entre a frota de veículos e a malha viária disponível e
Petrópolis.
apontou que seriam necessários cerca de 250 km de vias para suportar toda a frota circulante
da cidade naquela ocasião. Hoje com o número de automóveis ainda maior, interpreta-se que
essa estimativa esteja extremamente elevada comparada com a ultima pesquisa. Uma das
maneiras de comprovar essa informação seria através dos dados de congestionamento e
transito da cidade, concedidos pelo DETRAN, que apresentam as vias do 1º distrito, que mais
recebem fluxo veicular, como mostra o mapa abaixo.
Figura 61: mapa de congestionamento Figura 62: mapa de calor dos acidentes
Fonte: Google Maps- 2021 Fonte: PlanMob de Petrópolis- 2019
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20 - TRANSPORTE PÚBLICO
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22 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
À partir dos dados, da abordagem crítica, do entendimentos via observação no local e de material de suporte teórico, foi possível compreender o 1° Distrito da cidade
de Petrópolis de uma maneira aprofundada, fugindo do senso comum e apresentando novos horizontes de compreensão.
Foi possível perceber o profundo impacto que a história da formação de Petrópolis como uma residência de verão para as elites cariocas causam até hoje, com parte das
residências de melhor qualidade servindo, ainda nos dias de hoje, como residência das citadas elites, bem como a persistência do modo de planejamento de Koeler.
Foi possível, também, entender como o sítio em que Petrópolis está situada impacta na sua ocupação, e como os tipos residenciais interagem com o terreno.
Além disso, em relação ao meio ambiente, foi possível compreender a diversidade natural, bem como os desafios à sua preservação de flora e rios, como a má
distribuição de lixo e esgoto.
Na mobilidade, foi possível perceber a enorme quantidade de desafios que a cidade possui, como um péssimo trânsito, uma caminhabilidade, inclusive nas regiões
centrais, que deixa a desejar, bem como a falta de atendimento de transporte público nos bairros mais distantes do centro.
Nesse sentido, esse trabalho contribuiu para a compreensão dos problemas do distrito, e pode servir como um instrumento para informar possíveis
intervenções futuras.
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23 - REFERÊNCIAS
O (NÃO) DIREITO À MORADIA NA “URBANIZAÇÃO DE RISCO”: ANÁLISE SOBRE OS DESPEJOS FORÇADOS. Disponível em:
<https://revistaesmam.tjma.jus.br/index.php/esmam/article/view/25>. Acesso em: 11/09/2021.
PLANO LOCAL DE PLANO LOCAL DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL- HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIALPLHIS. Disponível em:
<https://www.petropolis.rj.gov.br/seh/index.php/plano-municipal-de-habitacao-de-interesse-social.html>. Acesso em: 11/09/2021.
Plano Municipal de Redução de Risco PMRR. Disponível em: <https://sig.petropolis.rj.gov.br/cpge/Reflexoes.pdf> Acesso em: 11/09/2021.
O MITO DA ESCASSEZ FUNDIÁRIA E O ACESSO À MORADIA SOCIAL:O CASO DO MUNICÍPIO DE PETRÓPOLIS. Disponível em: <https://www.e-
publicacoes.uerj.br/index.php/geouerj/article/view/25379>. Acesso em: 11/09/2021.
Classe média sofre para comprar imóvel. Disponível em: <https://exame.com/brasil/classe-media-sofre-comprar-imovel-597714/>. Acesso em: 17/09/2021.
LEMOS, Diana. 2011. Analise das relações existentes entre a acessibilidade e o desenvolvimento no município de Petrópolis.
SERPA, Alline. 2019. Caminhabilidade - um ensaio geral segundo o índice do ITDP na área central de Petrópolis, RJ.
SERPA, Alline. 2018. Uma análise inicial dos desafios de mobilidade urbana em Petrópolis, RJ, na perspectiva da forma urbana e centralidade.
Plano de Mobilidade Urbana de Petrópolis (PlanMob). 2019. Disponível em: <https://web2.petropolis.rj.gov.br/cptrans/index.php/plano-de-mobilidade>. Acesso em: 13/09/2021.
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