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Apostila de PMF 2012
Apostila de PMF 2012
JUNHO DE 2012
Coordenadoria de Projetos Mecânicos
I. Introdução
O material didático proposto tem por objetivo apresentar a teoria contida na ementa da disciplina de
Máquinas-Ferramenta para Projetos, reunindo textos, ilustrações e gráficos de diversas literaturas
condizentes, com exemplos e exercícios focados na área de projeto de máquina-ferramenta, mais
especificamente, no projeto de variador de velocidade. Cabe ressaltar que, o material didático
proposto encontra-se em sua segunda versão e alguns tópicos, deverão ser melhorados ao longo do
tempo, bem como abrangência nas explicações definidas.
Máquinas para uma única e determinada operação são projetadas com velocidades únicas.
Entretanto, no projeto de máquinas que serão utilizadas em várias aplicações prevê um campo de
velocidades que atenda as necessidades de serviço. No caso de máquinas-ferramenta, os valores de
velocidades requeridas dependem de fatores técnicos e econômicos, ressaltando que, quanto maior a
variedade de materiais usados para ferramentas, maior o campo de velocidades necessárias. A tarefa
das caixas de transmissão com rodas dentadas é a regulagem da velocidade por meio de
transmissões graduadas [01].
Universais)
Onde:
V: velocidade [m/min]
D: diâmetro [mm]
n: rotação [rpm]
Para trabalhar com um Dmax e um Dmin e em função do material que a máquina vai operar,
tem-se a Vmax e uma Vmin. Assim sendo, a combinação de um Dmin de peça, sendo usinada com
uma ferramenta que necessita a Vmax, define a nmax da máquina, tendo assim:
A Figura 3 ilustra o campo de rotações para as possíveis combinações entre velocidade e diâmetro.
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Figura 03- campo de rotações para as possíveis combinações entre velocidade e diâmetro.
A- SEQÜÊNCIA REAL
É toda função que cada número natural n associa um único número real an.
B- PROGRESSÃO ARITMÉTICA
a1 = a n
a n+1 = a n + r
Termo geral: a n = a1 + (n – 1) x r
Classificação:
C- PROGRESSÃO GEOMÉTRICA
a1 = a n
a n+1 = a n x q
Classificação:
a) (a n) é estritamente crescente
a1 > 0 se q > 1
a1 < 0 se 0 < q < 1
b) (a n) é estritamente decrescente
a1 > 0 se 0 < q < 1
a1 < 0 se q > 1
c) (a n) é constante r = 0
Exemplo:
a1 = 8 rpm
a6 = 256 rpm
n = 6 rotações
Progressão Aritmética
256 = 8 + (6 – 1) . r
r = (256 – 8) / (6 – 1)
r = 49,6
a1 = 8 rpm
a2 = 57,6 rpm
a3 = 107,2 rpm
a4 = 156,8 rpm
a5 = 206,4 rpm
a6 = 256 rpm
Progressão Geométrica
256 = 8 . q (6 – 1)
q 5 = 256 / 8
q = 5√ 32
q=2
a1 = 8 rpm
a2 = 16 rpm
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a3 = 32 rpm
a4 = 64 rpm
a5 = 128 rpm
a6 = 256 rpm
Exercício proposto 01
Progressão Aritmética:
Progressão Geométrica:
Para cada rotação é possível a partir de uma velocidade especifica encontrar os diâmetros
equivalentes dentro do campo de rotações.
Exemplo:
A partir disso, há como construir o diagrama de serra progressão aritmética, o qual a figura 4
ilustra a inconstante queda de velocidade que ocorre no variador calculado por progressão
aritmética.
* em geral o desenho não-projetivo corresponde a desenhos resultantes dos cálculos algébricos e são utilizados para
representação das diversas formas de gráficos, diagramas, esquemas, ábacos, fluxogramas, organogramas, dentre outros.
Verifica-se pelo Gráfico Reticulado que no primeiro par há uma redução de rotação, já no
segundo par há uma ampliação. Além disso, a partir do gráfico reticulado é possível saber quantas
rotações de saída é proporcionada pelo variador.
Exemplo:
Considerando que esse variador tem uma rotação de entrada em seu primeiro eixo (Eixo I),
pelas diversas combinações é possível obter 4 rotações de saída no último eixo (Eixo III).
A figura 10 ilustra o Gráfico Reticulado desse tipo de variador de velocidade com quatro
rotações no eixo de saída.
Exercício proposto 02
Tomando como exemplo o variador com 4 pares de engrenagens - ECDR e adotando uma
rotação mínima de 300 rpm e uma rotação máxima de 800 rpm. A partir disso, para determinação
do número de dentes que cada engrenagem deve conter é necessário determinar o valor de φ, que é
a razão da seqüência numérica, ou seja, o escalonamento das rotações.
Lembrando que an é a quantidade de rotações que o variador pode combinar, sendo assim;
obs: Esse valor φ deve ser aproximado de acordo com os valores padronizados conforme mostrado
na Tabela 4 [02].
φ 1,06 1,12 1,19 1,26 1,33 1,41 1,5 1,58 1,68 1,78 1,88 2 2,11 2,24 2,37 2,51 2,65 2,82 2,99 3,16 3,35
Z1 + Z2
81 38/43 37/44 36/45 35/46 30/51 29/52 28/53 27/54 26/55 25/56 24/57 23/58 22/59 21/60
82 40/42 36/46 35/47 34/48 33/49 32/50 19/63
83 40/43 39/44 38/45 37/46 33/50 32/51 31/52 30/53 29/54 21/62 20/63 19/64
84 41/43 37/47 36/48 35/49 30/54 29/55 28/56 27/57 26/58 25/59 24/60 23/61 22/62 21/63 20/64
85 41/44 40/55 39/56 35/50 34/51 33/52 32/53 26/59 25/60 24/61 23/62
86 42/44 39/47 38/48 37/49 33/53 32/54 31/55 29/57 20/66
87 42/45 41/46 40/47 37/50 36/51 35/52 34/53 30/57 29/58 28/59 27/60 26/61 25/62 24/63 23/64 22/65 21/66 20/67
88 43/45 40/48 39/49 38/50 35/53 34/54 33/55 28/60 27/61 26/62 25/63 24/64 23/65 22/66 21/67 20/68
89 43/46 42/47 41/48 38/51 37/52 33/56 32/57 31/58 30/59
90 44/46 41/49 40/50 37/53 36/54 35/55 31/59 30/60 29/61 28/62
91 44/47 43/45 40/51 39/52 38/53 35/56 34/57 33/58 29/62 28/63 27/64 26/65 25/66 24/67 23/68 22/69 21/70
92 45/47 43/49 42/50 41/51 38/54 37/55 33/59 32/60 31/61 27/65 26/66 25/67 24/68 23/69 22/70 21/71
93 45/48 44/49 41/52 40/53 37/56 36/57 35/58 32/61 31/62 30/63 29/64
94 45/49 44/50 43/51 40/54 39/55 38/56 35/59 34/60 30/64 29/65 28/66 27/67
95 46/49 45/50 42/53 41/54 38/57 37/58 34/61 33/62 32/63 28/67 27/68 26/69 25/70 24/71 23/72 22/73
96 45/51 44/52 41/55 40/56 37/59 36/60 33/63 32/64 31/65 26/70 25/71 24/72 23/73 22/74
97 47/50 46/51 44/53 43/54 40/57 37/38 36/61 35/62 31/66 30/67 29/68
98 46/52 45/53 42/56 39/59 38/60 35/63 34/64 33/65 30/68 29/69 28/70 27/71
99 48/51 47/52 45/54 44/55 41/58 40/59 39/60 37/62 34/65 33/66 32/67 28/71 27/72 26/73 25/74 24/75 23/76
100 47/53 46/54 44/56 43/57 41/59 40/60 49/61 37/63 36/64 35/65 32/68 31/69 26/74 25/75 24/76 23/77
101 49/52 46/55 45/56 43/58 42/59 39/62 38/63 36/65 35/66 34/67 31/70 30/71 29/72 24/77 23/78
102 48/54 45/57 44/58 42/60 41/61 38/64 37/65 34/68 33/69 30/72 29/73 28/74 27/75
103 50/53 47/56 44/59 43/60 41/62 40/63 37/66 36/67 33/70 32/71 28/75 27/76 26/77 25/78
104 49/55 46/58 43/61 42/62 40/64 39/65 36/68 35/69 32/72 31/73 27/77 26/78 25/79 24/80
De acordo com a tabela de divisão de dentes o φ que mais se aproxima do valor encontrado
de 1,386 é o φ = 1,41.
O φ encontrado foi entre as rotações de saída do variador velocidade, e muitos casos esse φ
não acaba sendo apropriado para todas as outras rotações como a de entrada e as duas
intermediárias do Eixo II sendo necessário mais de um φ, tendo assim, mais de um escalonamento
de número de dentes entre os pares de engrenagens. Para isso, deve-se encontrar uma relação
dependendo de uma redução ou ampliação, que divida ou multiplique o φ por uma rotação final de
um eixo a fim de se encontrar a rotação inicial, ou vice e versa.
São representadas respectivamente e denominadas por R5, R10, R20 e R40 em homenagem
a Charles Renard (Matemático Inglês do século XVIII).
- A preferência na escolha das séries deve obedecer a ordem: R5, R10, R20 e R40.
- Os termos das séries expressos com 5 algarismos são os chamados números Calculados.
- Os valores aproximados dos números calculados são números normalizados [02].
X. Cálculo do Módulo
Para a fabricação de uma engrenagem deve se determinar, dentre outros cálculos, o valor do
Módulo (m), que é o espaço entre os dentes no Sistema Internacional (SI), sendo as unidades
calculadas em milímetros. No sistema USCS, a proximidade entre os dentes é medida por uma
quantidade chamada de passo diametral ou diametral pitch (Pd )*. O módulo e o “diametral pitch”
são dimensões que não são diretamente medidas numa engrenagem. Eles são utilizados como
valores de referência para cálculos de outras dimensões das engrenagens que, por sua vez, são
mensuráveis. Em alguns casos o módulo é obtido através da relação (Dp / Z), onde Dp é o diâmetro
primitivo da engrenagem (ou seja, o diâmetro de contato entre os dentes de duas engrenagens) e Z é
o número de dentes. Contudo, essa relação se emprega no caso de um diâmetro já definido. Caso
contrário esse módulo, deve ser determinado através de outros fatores, como o do critério de
cisalhamento no pé do dente da engrenagem, que considera:
Esse fator é levado em conta também para a análise de resistência da engrenagem. O esforço
que ocorre no engrenamento causa no dente da engrenagem forças cortante e normal, tal que o
material escolhido para a fabricação da engrenagem deve ter uma tensão admissível que atenda a
solicitação.
Obs: não consideramos neste estudo o modo de falha de engrenagem por fadiga de contato
(“pitting”).
* este nome é mantido em inglês na literatura por tratar-se de medida inglesa, refere-se à variável determinante de dentes por
polegada do diâmetro primitivo. Corresponde ao módulo do sistema métrico.
Tabela 8 – Módulos padronizados conforme Norma DIN (Deutsches Institut Normug e V.)
Módulos Normalizados – DIN 780
0,3 [0,35] 0,4 [0,45] 0,5 [0,55] 0,6 [0,65]
0,7 0,8 0,9 1 1,25 1,5 1,75 2
2,25 2,5 2,75 3 3,25 3,5 3,75 4
4,5 5 5,5 6 6,5 7 8 9
10 11 12 13 14 15 16 18
20 22 24 27 30 33 36 39
42 45 50 55 60 65 70 75
Obs: O número de dentes num par de engrenagens é distinto para cada engrenagem, sendo
assim, necessário calcular o módulo para cada quantia de dentes e seu respectivo fator “q” e
interpolar os resultados se aproximando de um módulo normalizado que atenda ambas engrenagens.
Este critério utiliza a formulação de Hertz para dois cilindros em contato, chegando-se a
seguinte expressão:
B x D² ≥ 4,5 x 106 x N x (i ± 1)
K x n x i1
Onde;
N: potência do motor [CV]
i: relação de transmissão
B: largura da engrenagem [mm]
D: diâmetro da engrenagem [mm]
i +1 = engrenamento externo
i –1 = engrenamento interno
Essa pressão “K” é representada por uma expressão que contém a dureza do flanco do dente
em relação ao material, à rotação, e à vida da engrenagem.
Onde;
Este critério utiliza a resistência dos materiais para a sua análise. O esforço no engrenamento
“Ph” causa na base do dente, momento fletor, força cortante e normal; como falado no capítulo X;
fazendo com que a tensão admissível do material seja inferior a encontrada na seguinte expressão:
O módulo (m) que para a análise de resistência no dente, já deve estar definido.
O fator “e” corresponde à um fator de carga que varia em relação ao regime de trabalho das
engrenagens.
fatores, tais como, concentradores de tensões (raio de arredondamento na raiz do dente), tensões
residuais associadas ao processo de fabricação e o acabamento superficial do dente, influenciam na
durabilidade de uma engrenagem, porém seu efeito é mais difícil ser estimado teoricamente. O
desalinhamento entre dois dentes em contato ocasiona uma distribuição de carregamentos não
uniforme o que também influencia na durabilidade dos dentados [05].
Para dentes de engrenagens de dentes retos o valor do ângulo de pressão comumente
utilizado é o de 20°, pois apresenta um bom compromisso em termos de capacidade de carga e
transmissão de potência de maneira suave e silenciosa. Além disso, o ângulo de pressão de 20°
permite a construção de engrenagens com um número reduzido de dentes evitando problemas como
o “undercutting”, problemas estes mais freqüentes com ângulos de pressão menores [07]. Alguns
efeitos de se aumentar o valor do ângulo de pressão são abordados a seguir [08]:
Para evitar concentrações de tensões na raiz do dente o raio mínimo do perfil básico deve ser
de 0,209/Pd e 0,235/Pd para engrenagens com ângulos de pressão (θ) de 14,5º e 20º
respectivamente [09]. A figura 13 mostra o carregamento de dente de engrenagem e as figuras 14 e
15 mostram as curvas após interpolação de fatores de concentração de tensão no raio da raiz do
dente.
* O grau de recobrimento, ou o número de dentes em contato, é o quociente do arco de ação dividido pelo arco entre
sucessivos dentes de engrenagem. O grau de recobrimento é um outro fator importante para o projeto de engrenagens.
Figura 13 - Fatores de concentração de tensão Kt para dente de engrenagem com ângulo de pressão
de 14,5º [09].
Figura 14 - Fator de concentração de tensão Kt para dente de engrenagem com ângulo de pressão de
20º [09].
Existem três maneiras genéricas segundo as quais um elemento de máquina, pode deixar de cumprir
as funções para as quais foi projetado:
- Deformação plástica excessiva
- Escoamento ou deformação plástica excessiva
- Fratura
Para executar um bom projeto é importante ter-se conhecimento dos tipos mais comuns de
falhas possíveis de ocorrer, porque é sempre necessário relacionar as cargas e dimensões do
componente com alguns parâmetros de significância para o material, que limita a capacidade do
componente para suportar uma carga [10]. A seguir alguns exemplos de fratura em engrenagens:
Danos nos flancos. Algo que se deseja é um aspecto uniformemente liso e sedoso nos
flancos dos dentes amaciados, nos quais, a linha da circunferência de rolamento apenas seja
fracamente visível. É recomendável o amaciamento dos flancos dos dentes com óleos EP (óleos
hipóides), a fim de se obter uma boa distribuição da carga e um alisamento suficiente dos flancos
dos dentes. Os danos mais freqüentes são:
Formação de fissuras nos flancos dos dentes, que podem causar desmoronamentos
locais progressivos e rupturas nos pés dos dentes.
Solução: Depende das respectivas causas (tratamento térmico defeituoso, fissuras da
têmpera, fissuras da retifica ou defeitos do material).
Desgaste por deslizamento, isto é, perda excessiva de material nos flancos dos
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As figuras 15, 16 e 17 mostram alguns exemplos das avarias que podem ocorrer nas
engrenagens.
Figura 16 - Engrenagem cilíndrica de dentes retos com ruptura na raiz do dente [11].
Figura 17 - Engrenagem Coroa / Sem Fim apresentando desgaste e fratura nos dentes [06].
A curva evolvente é utilizada, exclusivamente, por engrenagens que tem como função básica
transmitir potência [11]. A curva evolvente atende todos os requisitos construtivos de um perfil de
dente de engrenagem conjugado. A introdução às propriedades do perfil evolvente é focada em
engrenagens cilíndricas de dentes retos. Cabe ressaltar que, engrenagens cilíndricas de dentes
helicoidais ou quaisquer outros tipos de engrenagens, que transmitem potência, utilizam a curva
evolvente como sendo seu formato de perfil. A evolvente pode ser descrita como a curva gerada
pela extremidade de um fio esticado que é desenrolado da circunferência de um determinado
círculo, como indicado na Figura 18. O círculo do qual o fio é desenrolado é conhecido como
círculo base [12].
O contato entre duas curvas evolventes ocorre no ponto onde as tangentes destas curvas
coincidem. As tangentes de ambas as evolventes são sempre perpendiculares às suas linhas de
geração. As duas tangentes se coincidem apenas quando a linha de geração de uma é continuação da
linha de geração da outra [1]. Portanto, o local dos pontos de contato entre duas evolventes é a
tangente comum aos dois círculos base. Quando uma evolvente é girada com um movimento
uniforme, o comprimento da linha de geração de seu ponto de tangência ao círculo base até o ponto
Pt, conforme indicado pela Figura 19, muda uniformemente.
A distância entre estas evolventes, medida ao longo de qualquer linha tangente ao círculo
base, é sempre a mesma como indicado pela Figura 20.
Na construção de máquinas para engrenagens frontais e cônicas, usa-se quase que somente o
engrenamento por evolvente, pois, nesse caso:
O engrenamento pode ser fabricado com precisão por meio de uma ferramenta
simples (de flancos retos), pelo processo de geração;
Um erro na distância entre eixos afeta o funcionamento;
As condições para engrenagens de séries são facilmente satisfeitas;
Com a mesma ferramenta podem também ser fabricados engrenamentos com perfil
deslocado;
A direção da força normal ao dente permanece constante. [04]
Originando-se do ponto A uma linha inclinada (negrito na Figura 24); a uma distância
equivalente a ¼ de t (passo), a partir da intersecção entre o perfil do dente e o círculo do diâmetro
primitivo; encontra-se a metade do perfil do dente da engrenagem.
Equações:
Ponto G:
Onde:
Ponto C;
Ponto E;
Onde:
Cbs: Círculo base [mm]
Ponto B;
Passo T;
T=mxπ
Onde:
m: módulo da ferramenta [mm]
Dp = m x Z
De = m x (Z + 2)
Di = m x (Z – 2,33)
Exercício proposto 03
Traçar, com o auxilio de um software CAD 3D, uma engrenagem cilíndrica de dentes retos –
ECDR com arcos evolventes de círculos, calculando os pontos necessários para a geração da
mesma.
Diâmetro externo = 88 mm
Diâmetro primitivo = 84 mm
Diâmetro interno = 79,34 mm
Módulo = 2 mm
Z = 42 dentes
Para o cálculo de eixos utiliza-se grande parte dos conhecimentos adquiridos nas disciplinas
de Resistência dos Materiais e de Elementos de Máquinas. O termo eixo usualmente se refere a um
componente rotativo, relativamente longo de seção transversal circular que gira e transmite
potência. Sobre ele estão montados elementos tais como rodas dentadas, polias, cames, rolamentos,
entre outros, e são usualmente conectados por meio de pinos, chavetas, anéis e outros dispositivos.
Um eixo não necessariamente tem uma seção circular e também, não necessariamente gira.
Ele pode ser estacionário e servir de suporte para elementos girantes. Surge daí, dois termos
comumente utilizados: eixos e árvores, cuja diferença encontra-se essencialmente no tipo de
carregamento a que estão sujeitos. Uma árvore é um elemento rotativo ou estacionário, geralmente
de seção circular, que tem montados sobre si elementos para a transmissão de potência. As árvores
podem estar submetidas a esforços de flexão, torção, tração ou compressão axial, atuando
isoladamente ou em conjunto [13].
Quando esses esforços atuam de maneira combinada deve-se considerar a resistência a
fadiga e as cargas estáticas como fatores importantes no projeto já que, a árvore poderá estar
submetida a tensões estáticas, a tensões completamente reversíveis e a tensões repetidas, todas
atuando simultaneamente. Um eixo, por sua vez, é um elemento rotativo ou estacionário não sujeito
a carga de torção. A figura 25 mostra exemplos esquemáticos de eixos e árvores.
- rigidez à torção – aos ângulos de torção são limitados a certos valores estabelecidos
empiricamente.
- rigidez à flexão - as flechas são limitadas a certos valores máximos que condicionam o
bom funcionamento dos elementos montados sobre eles.
Mt = 716200 . (N / n) [kgf.mm]
Ou
Mt = 7162 . (N / n) [N.m]
Onde:
N: potência transmitida [cv]
n: rotação [rpm]
Onde;
D: diâmetro do eixo [m]
Onde;
L: comprimento do eixo [m]
D: diâmetro do eixo [m]
G: módulo de elasticidade transversal [N/m]
A equação [(π x D4) / 32] é referente ao momento de inércia polar (J) para eixos cilíndricos e
maciços, para eixos com formas diferentes, devem-se consultar as equações de momento de inércia
polar referente a cada forma.
Exercício proposto 04
Os desvios do eixo de rotação podem ocorrer quando o eixo-árvore suporta cargas estáticas
ou dinâmicas, sendo devidos principalmente às deformações elásticas do eixo-árvore, dos
rolamentos e outras partes componentes do conjunto. Forças atuantes no ponto de corte da
ferramenta ou no redutor de acionamento poderão originar vibrações, cujas amplitudes podem ser
consideráveis na condição de ressonância [14]. Este fenômeno ocorre quando a velocidade de
rotação em serviço é próxima da velocidade crítica de rotação do eixo-árvore. No final desta
apostila serão abordados alguns métodos de cálculo de velocidades críticas de eixos-árvores. As
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deformações provenientes dos rolamentos poderão ser muito importantes a menos que sejam
selecionados rolamentos com pequena deformação.
O comprimento de um eixo pode ser justificado pela distância ideal que deve existir entre os
rolamentos, através de faixas recomendadas pelo fabricante de rolamentos, os quais analisam o tipo
de esforço, o tipo de carregamento, o vão entre mancais, o desalinhamento angular do eixo, entre
outros, para verificação e garantia de uma vida útil satisfatória do rolamento, e uma rigidez estática
de funcionamento da máquina ferramenta, isenta de falhas, imprecisões, ruídos e outras avarias
decorrentes de uma máquina instável.
A Figura 28 mostra um gráfico com determinadas faixas de seleção de rolamento, em
relação ao tipo de escalonamento e suas características.
Onde:
Exemplo:
L = 200 mm
a = 100 mm
d = 60 mm
a / d = 100 / 60 1,66
λ = 200 / 100 = 2
R: o
Exercício proposto 05
L = 300 mm
λ = 1,4
d = 30 mm
Obs.: o exemplo e o exercício proposto não estão considerando o tipo de esforço e o tipo de
carregamento.
Onde;
Segundo Niemann [05], máquinas operatrizes sujeitas a cargas radiais e axiais devem ter
uma vida útil de 10.000 a 15.000 horas. A vida em milhões de rotações é dada por:
Lr = Lh . 60 . n
1000000
A carga equivalente é a carga que resulta da somatória das cargas radiais (Pr) e axiais (Pa),
multiplicada por seus respectivos coeficientes X e Y, os quais, variaram a cada rolamento.
(consultar catálogos).
P = X . Pr + Y . Pa
P = Pa + X . Pr
Também se pode obter a carga P através da resultante vetorial das forças atuantes nos apoios
(Mancais) do eixo nos planos horizontal e vertical. Atualmente através de softwares matemáticos,
ou softwares próprios do fabricante de rolamento, ou até mesmo de catálogos eletrônicos, acaba
tornando-se mais simples o cálculo da vida útil de um rolamento.
Para haver um funcionamento satisfatório dos rolamentos de uma máquina deve ser ter um
ajuste adequado. A escolha do ajuste depende primordialmente de uma fixação segura e de um
apoio uniforme dos anéis, da facilidade de montagem e desmontagem, e da possibilidade de
deslocamento axial do rolamento, e esse deslocamento depende das condições de serviços impostas
ao rolamento. A Tabela 9 apresenta alguns ajustes de eixos aplicados em rolamentos radiais para
máquinas-ferramentas, para cada diâmetro do eixo (mm).
Em rolamentos radiais os anéis não devem deslizar em seus assentos, eixo ou caixa, por isso
há a necessidade de um ajuste firme, a norma recomenda um ajuste K6 para o alojamento de
rolamento em máquinas-ferramenta. Contudo, esse ajuste deve ser reconsiderado se haver uma
carga muito grande ou ocorrências de choques, pois isso pode levar a uma deformação dos anéis
tornando a fixação frouxa. Já em rolamentos axiais o ajuste deve ser firme em relação ao eixo. O
anel da caixa deve receber um ajuste com folga.
Havendo a necessidade que um dos anéis do rolamento possa se deslocar em sentido axial,
deve-se analisar qual dos dois anéis deverá receber ajuste deslizante. Para isso, é necessário definir
a carga que atua no rolamento, se é fixa ou rotativa. A carga é fixa quando não varia a posição do
anel com a sua rotação. No caso de transmissão por engrenagens haverá uma carga rotativa no anel
interno, pois o eixo está girando, para uma carga rotativa se exige um ajuste mais apertado, em
relação ao anel externo haverá uma carga fixa atuando, permitindo um ajuste deslizante entre ele e a
caixa, ou seja, nesse caso o assento do rolamento é o eixo.
A primeira idéia de usar a rigidez estática como um parâmetro de análise para projetos de
máquinas-ferramenta foi de Krug onde a rigidez estática é dada por:
Essa carga seria composta por uma força referente ao peso peça-obra, juntamente com uma
força de corte. Todavia, o que é visto atualmente, é que essa força de corte não atua simplesmente
como uma carga estática, por ser uma força com pulsação acaba se enquadrando entre as cargas
dinâmica que influenciam na rigidez.
Contudo, esse tipo de carga relacionada com a deformação não é o único fator que condena
a rigidez estática em uma máquina. Essa também depende também do macro sistema da máquina, e
de todos os outros elementos que compõe esse macro sistema. Haja vista, elementos que conecta
outros elementos, como parafusos, chavetas, anéis elásticos, e até os flancos de dentes de
engrenagem, entre outros, necessitam ter ajustes corretos para garantir que não ocorram folgas ou
jogos dentro do sistema. Uma deformação nas esferas dos rolamentos, ou nos rolos, pode levar à
instabilidade de um eixo, bem com, uma deformação na pista ou nos anéis do rolamento, ou até
mesmo na película de óleo dos mancais, e não pode deixar de analisar também as paredes que
suportam o mancal e toda a sua estrutura, pois, uma falha dimensional ou de fabricação pode
comprometer todo o sistema de mancal e eixo da máquina.
Rigidez torcional:
Onde:
E:
Rigidez flexional:
Onde;
Por muitas vezes para os elementos que suportam os esforços se deve ter uma atenção com
qualquer descontinuidade no material; tanto estrutural, ou seja, estruturas resultantes de tratamentos
térmicos e do teor de carbono, e que influem nas propriedades mecânicas do material; quanto
geométrica, por exemplo, entalhes, escalonamentos, e secções transversais constantes ao longo do
elemento. Os efeitos da descontinuidade atingem diretamente a rigidez estática. A figura 30 mostra
os resultados de ensaios de rigidez flexional e torcional em um tubo de secção quadrada.
Na Figura 30, são mostrados resultados sobre ensaios de rigidez em um tubo de secção
quadrada, realizados pelo Laboratório de Máquinas-ferramenta da Escola Técnica Superior de
Aachen. No primeiro nível o tubo atinge resultados de 100% sobre os ensaios de rigidez flexional
em ambos os eixos de simetria e também no ensaio de rigidez torcional. Já em um segundo nível foi
feito um furo oblongado em uma das suas faces e foi aplicado novamente aos mesmos ensaios. O
efeito, principalmente sobre a visão da rigidez torcional, foi drástico. Em um terceiro nível o
oblongo é tampando por uma chapa e parafusado ao seu contorno. Tanto em relação as rigidez de
flexão, como em relação à rigidez de torção, a melhora com a tampa foi muito baixa. E mesmo no
quarto nível; no qual, o tubo foi fechado e parafusado por uma tampa com um rebaixo para se
encaixar corretamente ao oblongo; também a melhora não foi alta. Em suma, após ter sido feito o
furo oblongado no tubo, esse não conseguiu mais recuperar de modo satisfatório sua rigidez
torcional, e mesmo tendo uma perca pouco significativa em sua rigidez flexional, esse tubo se
tornou inadequado para a maioria das possíveis aplicações.
Reforços convenientes no elemento, como nervuras, abas, apoios e até mesmos simples
calços podem melhorar a rigidez estática. Entretanto, deve-se tomar cuidado com os tipos operações
a serem realizadas em um elemento. Todas devem ser estudadas e analisadas incansavelmente para
garantir que o elemento não será prejudicado como no exemplo do tubo.
Em síntese, não adianta garantir uma ótima rigidez em um eixo de uma máquina se não
garantir que todos os outros elementos que atuam em parceria ao eixo estejam estáveis e
otimamente rígidos também. Tudo deve estar trabalhando harmonicamente formando um sistema
único como de um barramento de torno com seu cabeçote fixo e seu contra ponto, ou a base de uma
furadeira radial com a sua coluna, ou ainda, as engrenagens de um variador de velocidade junto com
seus eixos e seus mancais.
A rigidez dinâmica é resultado da ação de cargas inerciais com forças pulsatórias (forças de
corte) como comentado no capítulo XVIII, que causam vibrações nos elementos que integram o
sistema todo da máquina.
A rigidez dinâmica, por vezes, ocorre devido ao aumento da velocidade de trabalho da
máquina ferramenta. Muitas vezes por motivos como a demanda, ou necessidade de acabamento.
Ademais, máquinas sujeitas a choques acabam gerando o que se chama de vibração livre. E
há também as forças pulsatórias, ou seja, forças oscilantes, por vezes harmônicas, e por outras, não
harmônicas, que causam vibrações forçadas.
Sistemas de vibração com mais de um grau de liberdade surgem na máquina-ferramenta
como um todo e também nos elementos que a constituem. Como efeito, há diferença de fase entre
as amplitudes de vibração em pontos diferentes de um mesmo elemento e em elementos diferentes,
uns com os outros. Qualquer mudança dessas condições é de grande importância, pois, as
influências mútuas afetam as freqüências naturais, o amortecimento, as amplitudes de vibração e os
ângulos de fase, sendo esse alguns dos fatores que agem no comportamento vibratório, assim como
a massa, e até a própria rigidez estática.
Essas vibrações tiram a estabilidade, e principalmente a precisão exigida por uma máquina
ferramenta de usinagem.
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