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Lê o texto A.
VOCABULÁRIO
(1) supremo – que está acima de tudo.
(2) resgatando – livrando do cativeiro / recuperando.
(3) abdicar – desistir.
(4) próspera – com sucesso.
(5) assalariadas – funcionárias.
(6) alberga – recolhe em albergue.
CONTO CONTIGO 7
3. U a WenJin
foi obrigada a vender todos os seus bens para poder tratar dos animais resgatados.
vendeu as joias, o carro e a casa para fazer face às despesas com os animais.
acolheu animais abandonados e não gastou muito dinheiro.
recebeu sempre muitas ajudas em dinheiro.
Cão bonito, dizia eu, em momentos raros. E era um acontecimento lá em casa. Os filhos
como se reconciliavam(1) comigo, minha mulher sorria, o cão começava por ficar surpreendido
e depois reagia com excesso de euforia(2), o que por vezes me fazia arrepender da expressão
carinhosa.
Cão bonito. E ei-lo aos pulos, a dar ao rabo, a correr a casa toda.
Digamos que aquele cão era quase um especialista nas relações com os humanos. Tinha o
dom de agradar e de exasperar(3). Mas assim que eu dizia – Cão bonito – ele não resistia. Dei-
xava-se dominar pela emoção, o que não era vulgar num cão que fazia o possível e o impossível
para não o ser.
Mas faça-se justiça: sempre partilhou as nossas alegrias e as nossas tristezas. Estou a vê-lo
no dia do funeral do meu pai. Quando viemos do cemitério ele correu a casa toda, percebeu
que havia uma falta, ou talvez sentisse uma presença que nós fisicamente já não sentíamos.
Subiu as escadas, desceu as escadas, entrou e saiu de cada sala, deu voltas ao jardim, tornou a
correr a casa toda. Até que de repente parou e foi enroscar-se, como sempre, aos pés do meu
pai, quero dizer, em frente à cadeira vazia onde meu pai costumava sentar-se. Ou talvez para
ele a cadeira não estivesse assim tão vazia.
– Ele está a sentir o avô, disse o meu filho mais velho.
E talvez fosse verdade. Talvez para ele o meu pai estivesse mesmo deitado aos seus pés.
Talvez o meu pai lhe estivesse a fazer uma festa, o que era um facto verdadeiramente exce-
cional. E talvez só ele a sentisse. Não víamos o que ele via, e não sabíamos o que ele sabia.
(É possível que o meu pai também ande por aí. Às vezes sinto-o dentro de mim, ele apo-
dera-se dos meus gestos, entra no meu andar, não é a primeira vez que a minha irmã me diz:
Pareces o pai.
Mas não sei se ela sabe que a cadeira vazia do pai não está vazia, há nela uma ausência sen-
tada e agora, sempre que vamos a Águeda, há, a seus pés outra ausência enroscada.)
Manuel Alegre, Cão Como Nós, Dom Quixote
VOCABULÁRIO
(1) reconciliavam – faziam as pazes
(2) euforia – alegria entusiástica
(3) exasperar – desesperar
Testes de avaliação
Responde às questões de forma estruturada. Sempre que necessário, volta a ler o texto.
6. Na tua opinião, qual será o protagonista deste conto? Apresenta dois argumentos que fun-
damentem a tua resposta. (5 pontos)
CONTO CONTIGO 7
1. Reescreve os excertos a) e b), adaptados do conto Samuel & Saltitão, de Margaret Wild, subs-
tituindo as palavras sublinhadas por pronomes pessoais. Faz as alterações necessárias.
a) (2 pontos)
Quando o cachorro veio viver com Samuel, Samuel chamou ao cachorro Saltitão, por-
que não parava de saltitar.
E todas as noites o bicho passava furtivamente pelo pai do menino para ir dormir com
o menino.
– Boa noite. – dizia ao Saltitão.
E olhavam um para o outro, com os olhos a brilhar de malícia e de prazer.
b) (4 pontos)
O pai estava sentado nos degraus da frente. – Samuel, anda cá e senta-te aqui.
– Onde está o Saltitão? perguntou o rapaz ao pai.
– O Saltitão morreu. Tenho muita pena. Houve um acidente.
O menino cambaleou para dentro de casa, largou a mochila e acendeu a televisão.
– Queres vir dizer adeus ao Saltitão antes de eu enterrar o Saltitão? – perguntou o pai.
Samuel não quis. O pai viu Samuel chorar e deixou Samuel com a sua mágoa, embora
apetecesse ao pai acariciar Samuel e dizer ao Samuel para não ir à escola, nesse dia.
Coluna A Coluna B
a) O cão Saltitão sentava-se junto de Samuel. Ninguém o pode substituir.
b) A cadeira do pai do narrador está vazia. Estava bem disposto.
c) Os cães são amigos do homem. Ali ficava muito quieto.
d) O narrador chamava-lhe cão bonito. O homem nem sempre é amigo dos animais.
5. Lê as frases:
5.1 Preenche a tabela com palavras que correspondam às classes gramaticais indicadas. (6
pontos)
Dois Um quantificador
Quatro nomes Três verbos Duas preposições
determinantes numeral
Grupo IV (30 pontos)
Sugestões de resolução
Teste 4
Grupo II 1.1. Ao usar a expressão “cão bonito”, o narrador mostrava afeição / simpatia pelo
cão. 2. A expressão “momentos raros” poderá significar que os sentimentos do narrador pelo
cão oscilavam – nem sempre estava disposto a ser amistoso com o animal. 3.1. A frase “E era
um acontecimento lá em casa” significa que tanto os comportamentos dos familiares do
narrador como os do cão se alteravam sempre que o narrador o elogiava. Havia regozijo por
parte da família e do animal e este reagia com euforia, como se fosse festa. 4.1. O cão
comportava-se como um ser humano, pois era um especialista nas relações com os humanos:
sabia agradar e desesperar. Por outro lado, o animal partilhava dos momentos tristes e alegres
da família. 5.1. O cão partilhou da tristeza da família no dia do funeral do pai do narrador.
Sentindo a falta do patriarca, o cão correu pela casa toda e acabou por se enroscar em frente à
cadeira vazia onde aquele se costumava sentar. 6. O cão é o protagonista desta história, uma
vez que a ação se desenrola em torno dos seus comportamentos e atitudes (a euforia e a
tristeza manifestadas pelo animal em diversos momentos). O facto de o título da obra ser Cão
como nós indicia que a personagem principal é o cão.
Grupo III 1. a) Quando o cachorro veio viver com Samuel, ele chamou-lhe Saltitão, porque não
parava de saltitar. E todas as noites o bicho passava furtivamente pelo pai do menino para ir
dormir com ele. - Boa noite. – dizia-lhe. E olhavam um para o outro, com os olhos a brilhar de
malícia e de prazer. b) O pai estava sentado nos degraus da frente. – Samuel, anda cá e senta-te
aqui.– Onde está o Saltitão? Perguntou-lhe o rapaz.– Ele morreu. Tenho muita pena. Houve um
acidente. O menino cambaleou para dentro de casa, largou a mochila e acendeu a televisão. –
Queres vir dizer-lhe adeus antes de eu o enterrar? – perguntou o pai. Samuel não quis. O pai viu-
o chorar e deixou-o com a sua mágoa, embora lhe apetecesse acariciá-lo e dizer-lhe para não ir à
escola, nesse dia. 2. a) O cão Saltitão sentava-se junto de Samuel e ali ficava muito quieto. b) A
cadeira do pai do narrador está vazia, porque ninguém o pode substituir. c) Os cães são amigos
do homem, mas o homem nem sempre é amigo do cão. d) O narrador chamava-lhe cão bonito,
quando estava bem disposto. 3. a) “agora”; b) “Nessa noite”; c) “com um poema”. 4. estava –
pretérito imperfeito do indicativo; brincaram – pretérito perfeito do indicativo; falou - pretérito
perfeito do indicativo; receava – pretérito imperfeito do indicativo. 5.