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SÉRIE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL

TRANSFORMAÇÃO
DIGITAL NO SETOR
INDUSTRIAL
SÉRIE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL

TRANSFORMAÇÃO
DIGITAL NO SETOR
INDUSTRIAL
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Robson Braga de Andrade
Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA - DIRET


Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti
Diretor de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL - SENAI

Conselho Nacional
Robson Braga de Andrade
Presidente do Conselho Nacional

SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL


Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti
Diretor-Geral

Julio Sergio de Maya Pedrosa Moreira


Diretor-Adjunto

Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Operações
SÉRIE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL

TRANSFORMAÇÃO
DIGITAL NO SETOR
INDUSTRIAL
© 2019. SENAI – Departamento Nacional

© 2019. SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina

A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, me-
cânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autoriza-
ção, por escrito, do SENAI.

Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI
de Santa Catarina, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utiliza-
da por todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.

SENAI Departamento Nacional


Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

SENAI Departamento Regional de Santa Catarina


Gerência de Educação

FICHA CATALOGRÁFICA
_____________________________________________________________________________

S491t
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.
Transformação digital no setor industrial / Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial. Departamento Nacional, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Regional de Santa Catarina. Brasília : SENAI/DN, 2019.
130 p. : il. (Série Aprendizagem Industrial).

ISBN 978 - 85 - 505 - 0361 - 5


Programa SENAI de Ações Inclusivas

1. Revolução industrial. 2. Inovações tecnológicas. 3. Internet das coisas. 4. Robótica.


5. Proteção de dados. I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento
Regional de Santa Catarina. II. Título. III. Série.
CDU: 004:658.51
_____________________________________________________________________________

SENAI Sede

Serviço Nacional de Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto


Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-
Departamento Nacional 9001 Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
SUMÁRIO

CAPÍTULO 3

Computação em nuvem
Conheça aqui a abertura da
Conheça o conceito de “com-
MENSAGEM unidade curricular. Explore
putação em nuvem”, a evo-
esta oportunidade de apren-
lução dos sistemas de arma-
AO APRENDIZ dizagem e veja quantas desco-
zenamento, e os modelos de
bertas serão possíveis!
implantação de nuvem e de
serviços fornecidos por prove-
07 39 dores.

CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 4

Indústria 4.0 Big data


Conheça os princípios da In- Conheça o que é o big data,
dústria 4.0 e como eles têm suas características e aplica-
permitido o surgimento de ções, além de entender como
novas profissões e novos mo- o uso dessa tecnologia possi-
delos de negócio, produtos e bilita que as empresas se tor-
serviços, a partir das tecnolo- nem ágeis.
9 gias habilitadoras. 49
CAPÍTULO 2 CAPÍTULO 5

Internet das coisas (IoT) Robótica avançada


Conheça como os termos “IoT” Conheça a robótica avançada
e “IIoT” surgiram; veja como e sua aplicação. Conheça tam-
tecnologias e processos pos- bém a composição, as carac-
sibilitam a conexão de objetos terísticas, os tipos de robôs e
nos ambientes físico e virtual e sua aplicação dentro e fora da
a sua rastreabilidade em toda indústria.
29 a cadeia de valor. 63
SUMÁRIO

CAPÍTULO 6 CAPÍTULO 10

Manufatura aditiva Realidade aumentada


Conheça o conceito de “manu- Conheça o que é realidade au-
fatura aditiva”, suas principais mentada, seus componentes
tecnologias, características e e sua aplicação nas empresas
aplicações. Além disso, conhe- que estão em transformação
ça como o processo contribui digital.
para tornar a indústria mais
75 ágil. 115
CAPÍTULO 7

Simulação
Conheça o processo de simu- Leia o fechamento que a autora
lação, os conceitos de comis- PALAVRAS prepararou para você! Aprovei-
sionamento virtual, realidade te todos os caminhos que levam
aumentada e de realidade vir- DA AUTORA ao conhecimento.
tual, e veja as etapas de virtu-
alização do produto, dos equi-
85 pamentos e da célula. 123
CAPÍTULO 8

Integração de sistemas
Conheça o conceito de “inte- Conheça mais detalhes sobre
gração sistemas”, a verticali- CONHECENDO a autora deste livro, sua for-
zação e a horizontalização na mação e experiências profis-
Indústria 4.0. A AUTORA sionais, entre outros.

93 125
CAPÍTULO 9

Segurança digital
Conheça o que é segurança Confira agora as referências
digital, seus pilares e os novos utilizadas nesta unidade curri-
riscos aos quais a indústria REFERÊNCIAS cular. Aproveite e amplie seus
está exposta com a transfor- conhecimentos!
mação digital.

103 127
MENSAGEM
AO APRENDIZ

Olá! Seja bem-vindo à Unidade Curricular de “Transformação digital no setor industrial”.


Você já ouviu falar sobre o movimento de transformação digital que está acontecen-
do nas empresas?
Este movimento tem o objetivo de integrar tecnologia digital a todos os processos
de uma empresa. Isto está mudando a forma de produção e até mesmo as tarefas dos
trabalhadores. As novas tecnologias, conhecidas como tecnologias habilitadoras da In-
dústria 4.0, estão exigindo das empresas inovação e transformação da cultura.
Mas, você sabe o que é Indústria 4.0? Quais são as tecnologias habilitadoras? Como
elas estão influenciando a transformação digital no setor industrial? Quais são as
profissões do futuro?
Nesta Unidade Curricular você encontrará os caminhos que o levarão a compreender
o histórico da Indústria 4.0 e como suas tecnologias estão influenciando o dia a dia das
empresas.
Portanto, esteja preparado para conhecer vários conceitos novos!
Bons estudos!

MICHELE GABRIEL
CAPÍTULO 1

A INDÚSTRIA 4.0

INDÚSTRIA 4.0 • REVOLUÇÃO INDUSTRIAL


TECNOLOGIAS • DESAFIOS 9
Gustavo, ouvi falar que Sim, vamos lá! A
a empresa está implantando empresa está em processo
novas tecnologias para de transformação digital.
ser mais ágil. E que isto é Estamos implantando nuvem
por causa da 4ª Revolução para armazenamento de dados,
Industrial. Você pode big data para análise de dados,
me explicar melhor? instalando robôs nas linhas
de produção, dentre
outras ações.

Indústria
Indústria 4.0,
4.0, oo que
que éé isto?
isto?

Este movimento de implantação de


novas tecnologias é um dos efeitos das Nesta feira, foi apresentado o termo
transformações que estão acontecendo Indústria 4.0, como um projeto estratégico
no setor industrial a partir da feira de e de alta tecnologia para promover a
Hannover, a maior feira de automação manufatura alemã e impulsionar suas
industrial do mundo que aconteceu na exportações. Desde então, várias inciativas
Alemanha em 2011. estratégicas da indústria surgiram
pelo mundo.

No Japão, tivemos a Revolução Robótica.


Na França, tivemos a Fábrica do Futuro. No Brasil as iniciativas também convergem
No Reino Unido, tivemos a Fábrica Digital. para a modernização do nosso parque
Nos Estados Unidos, tivemos a industrial, pela melhoria de processos na
Manufatura Avançada. indústria e pela qualificação de profissionais.

Tudo bem, Gustavo.


E no Brasil? FIM
FIM
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
■ Compreender como surgiu a Indústria 4.0.
■ Compreender os desafios da Indústria 4.0.
■ Identificar as tecnologias habilitadoras.
■ Conhecer as profissões do futuro.

1.1. A INDÚSTRIA 4.0


Hoje, na era da internet, as pessoas estão quase o tempo todo conec-
tadas entre si por meio de redes sociais e aplicativos de comunicação.
Seguindo esta linha, a Indústria 4.0 propõe a utilização da internet para
integrar equipamentos industriais e sistemas.
Para entender a Indústria 4.0 é importante, antes, conhecer um pouco
da história da indústria e suas revoluções.
Você já deve ter percebido que a modernização é uma constante na in-
dústria. Voltando no tempo, é possível verificar que houve grande evo-
lução desde a criação da primeira máquina a vapor até hoje.
A seguir, confira uma linha do tempo que se inicia no final do século
XVIII e caminha até os dias de hoje.

Davi Leon (2020)


1870 Hoje
2º Revolução 4º Revolução
Industrial Industrial

1780 1970
1º Revolução 3º Revolução
Industrial Industrial

Figura 1 - Linha do tempo Revoluções Industriais


Fonte: Adaptado de Citisystems (2017)

1.1.1. PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL


A Primeira Revolução Industrial teve início na Inglaterra, no século
XVIII, cujo destaque tecnológico foi a máquina a vapor, aprimorando os
meios de transporte, como locomotivas e navios; além do tear mecâni-
co, para a produção têxtil (BRANCO, 2007).
Esses avanços se deram, em primeiro momento, em países da Euro-
pa (como Inglaterra, Alemanha, França, Bélgica, Holanda, entre outros),
nos EUA e no Japão.
Confira a seguir outros fatores da revolução que trouxeram modifica-
ções para a sociedade.
A INDÚSTRIA 4.0
11
Deslocamento do emprego
Houve grande diminuição do trabalho artesanal feito pelo homem. Os
produtos passaram a ser manufaturados na indústria, provocando um
deslocamento no emprego.

Slide Share ([20--?])


Aumento de produtividade
O trabalho produzido em série, com apoio de máquinas, e o avanço
dos sistemas de transporte acarretaram no aumento da produtividade.

mttvirtual ([20--?])

12 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


Aumento da circulação
Com a estruturação de ferrovias e a implantação de navios a vapor,
houve aumento da circulação de mercadorias e pessoas.

Nuno Almeida ([20--?])


FIQUE POR DENTRO
Você sabia que a Revolução Industrial também influenciou, entre ou-
tras coisas, a mudança do modo de se vestir das pessoas?
Isso se deu principalmente pelo fato de que foram criadas máquinas
agrícolas capazes de coletar com mais agilidade o algodão e pela mo-
dernização das máquinas de tear, barateando o produto e tornando as
roupas mais acessíveis à população de menor renda (FERRAZ, 2007).
andrearenata ([20--?])

A INDÚSTRIA 4.0
13
1.1.2. SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Já a Segunda Revolução Industrial teve início nos Estados Unidos, no
final do século XIX e começo do século XX. Teve como principais desta-
ques de inovação a utilização do aço, a invenção da energia elétrica e dos
motores elétricos e o desenvolvimento de combustíveis derivados do pe-
tróleo (BRANCO, 2007). Veja, a seguir, outros fatores dessa revolução.

Diminuição de custos de produção


O aperfeiçoamento das tecnologias aplicadas às máquinas industriais
trouxe maior eficiência e consequente diminuição de custos de produção.

fotopoly ([20--?])
Aumento da qualidade dos produtos
O aperfeiçoamento das tecnologias aplicadas às máquinas indus-
triais, que se tornaram mais eficientes, possibilitou a produção de mi-
lhares de peças idênticas e com a mesma qualidade.
XtockImages ([20--?])

14 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


Melhoria das formas de comunicação
Avanços na área de telecomunicações, como o rádio e o telefone.

Michael Burrell ([20--?])

1.1.3. TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL


A Terceira Revolução Industrial teve início no século XX, a partir da
década de 1970, quando houve grande demanda por tecnologia e mão
de obra. Teve como destaques de inovações, que viraram os pilares da
produção industrial: o computador, a informática, a biotecnologia, e a
microeletrônica (GOMES, s.d.).

Reestruturação do trabalho
O sistema de trabalho passou a ser polivalente, flexível, integrado em
equipes e menos hierárquico.

A INDÚSTRIA 4.0
15
Wavebreakmedia ([20--?])
Flexibilização da produção
A informatização traz uma flexibilização para a programação e repro-
gramação dos processos de fabricação, conforme necessidade, dando
mais eficiência à produção.
Nesse período houve aumento da importância, no cenário econômico
global, dos países emergentes, como a China, a Rússia, o Brasil e a Índia.

Kinwun ([20--?])

16 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


?
PERGUNTA

Você sabia que as primeiras tentativas de criação do que viria a ser um


aparelho televisor aconteceram já no século XIX?

Contudo, somente em 1925 o engenheiro escocês John Logie Baird


conseguiu fazer sua primeira transmissão em casa. Em 1927, Baird fez
uma transmissão de Londres até Glasgow e, no ano seguinte, de Lon-
dres para Nova York.

Davi Leon (2020)


O televisor foi aperfeiçoado por vários cientistas de diferentes lugares,
mas, pela falta de comunicação e por conta da tecnologia da época, o
processo levou quase um século (CASTRO, s.d.).

1.1.4. QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL


Segundo a consultoria McKinsey, em seu relatório “Industry 4.0: how
to navigate digitization of the manufacturing sector” (2015), os mode-
los tradicionais de alavancagem de produtividade estão superados, e é
por esta razão que as empresas estão visualizando na Quarta Revolução
Industrial uma nova resposta para manutenção de sua competitivida-
de. Nas décadas de 1970 e 1980 tivemos o Sistema Toyota de produção
como a grande alternativa de diferencial de produtividade.
Dez anos mais tarde, as empresas investiram na terceirização e no
deslocamento da produção para países com baixos custos de mão de
obra. Porém, nos anos 2000, esses custos foram migrando para patama-
res superiores aos identificados inicialmente.
Em paralelo, percebe-se a evolução e redução de custos com roboti-
zação e automação e as empresas passam a usufruir destas tecnologias
como garantia de competitividade, construindo um caminho facilitado
para se tornarem, futuramente, fábricas inteligentes.
Partindo deste contexto é que vem sendo implementada a Indústria 4.0.

A INDÚSTRIA 4.0
17
PhonlamaiPhoto ([20--?])
Considerando este cenário, percebendo a alta disponibilidade da tec-
nologia da informação, comunicação e sistemas embarcados em suas
PLAYERS empresas, máquinas, equipamentos, e visualizando a tendência de
Os players de mercado uma computação ubíqua e de conectividade, a Alemanha criou em 2011
são grupos que dividem um projeto estratégico denominado Industrie 4.0. Este projeto avan-
sua expertise em um çou fortemente, criando uma série de mecanismos para consolidar as
segmento crescente, ge- empresas alemãs como os principais players da Indústria 4.0.
ralmente localizado em
regiões aparentemente Em 2011, o presidente Barack Obama foi alertado sobre as graves
não tão promissoras, consequências da desindustrialização vivenciada nos Estados Unidos
mas que no final das con- naquela época. Observando este problema e as oportunidades trazidas
tas acabam apresentan-
do um grande potencial
pelo avanço tecnológico, o governo americano lançou naquele ano uma
lucrativo. iniciativa chamada “Manufatura avançada”. Esta iniciativa visava revita-
lizar a indústria americana e posicioná-la como líder global em compe-
tividade industrial.
Juntos, estes dois países com suas respectivas inciativas vêm apre-
sentando ótimos resultados conforme se verifica no relatório, de 2016,
sobre o índice de competitividade industrial da consultoria Deloitte.

1.2. TECNOLOGIAS HABILITADORAS DA INDÚSTRIA 4.0


Como você pôde verificar, a indústria veio evoluindo em capacidade
de produção com maior eficiência, qualidade e segurança para o chão
de fábrica. Esses avanços foram possíveis com a integração de sistemas
mecânicos, elétricos e eletrônicos. Isso trouxe mais complexidade aos
projetos e maior desenvolvimento e manutenção desses sistemas.

18 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


Davi Leon (2020)
A Indústria 4.0 tem trazido vantagens além do imaginável. Porém, as-
sim como antes, a ideia é trazer novas tecnologias para serem agrega-
das às atuais que são utilizadas no chão de fábrica, agora conectando
também os sistemas de gestão.

?
PERGUNTA

Isso traz maior complexidade e desafios para os projetos dessa nova


indústria?

Você será um profissional 4.0 e deverá compreender essa nova reali-


dade. Não é possível ser especialista em todas as áreas que a Indústria
4.0 abrange, mas é importante entender que essas tecnologias existem
e, obrigatoriamente, será necessário interagir com elas.
Segundo o relatório do BCG (Boston Consulting Group), são nove as
principais tecnologias da Indústria 4.0, sendo estas determinantes para
a produtividade e crescimento das indústrias.
Acompanhe na tabela a seguir quais são estas tecnologias e uma bre-
ve descrição de cada uma. Nos capítulos a seguir, você irá conhecê-las
uma a uma com detalhes.

TECNOLOGIA
DESCRIÇÃO
HABILITADORA
A big data é uma das áreas mais importantes para a otimização
da produção. Envolve muitos dados (como o próprio nome
diz) retirados de sensores e controladores nas linhas de produ-
ção, além de dados gerados pelos produtos já vendidos e em
Big data e
utilização por clientes. A inteligência artificial (analytics) é parte
inteligência artificial
essencial nesse processo, pois é necessário filtrar esses dados
para gerar informações relevantes sobre os produtos, clientes,
entre outros, na busca do aprimoramento constante dos meios
de produção e dos produtos em si.

A INDÚSTRIA 4.0
19
A computação em nuvem se baseia no conceito de que os bancos
de dados devem estar todos em servidores conectados à internet
Computação em
(que são utilizados para analytics). Dessa forma, dados podem
nuvem ou cloud
ser compartilhados em tempo real para sistemas de todo o
computing
mundo. É daí que vem o conceito de nuvem: está acima de todos,
acessível a todos, em qualquer lugar e a qualquer hora.

Ninguém vai querer utilizar servidores em nuvens não seguras,


correto? Por isso a importância da segurança. Criptografia é uma
Segurança digital ou
área de extrema relevância nesse contexto, pois as informações
cybersecurity
coletadas precisam ser guardadas de forma segura e em locais
seguros.

Integração vertical significa integrar sistemas desde os níveis


Integração de siste- mais baixos de produção até os sistemas complexos de gerên-
ma ou horizontal & cia e relacionamento com cliente. Já a integração horizontal
vertical integration significa tornar possível a troca de informações entre diferentes
equipamentos, de diferentes fabricantes, utilizados na produção.

Essa área envolve a utilização de robótica integrada a outros


Robótica avançada
sistemas. O objetivo é tornar as funções dos robôs mais flexíveis e
ou robotics
suas tarefas mais eficientes e seguras.

A realidade aumentada vem para diminuir custos e aumentar


Realidade aumen-
a segurança em diversas atividades industriais. Treinamentos,
tada ou augmented
simulações de operações ou mesmo atuações remotas podem
reality
ser realizados utilizando essa tecnologia.

A área da manufatura aditiva ainda está em ascensão. Trata-se


das conhecidas impressoras 3D. Enquanto fresadoras e tornos
Manufatura aditiva CNC fabricam peças removendo material de blocos (desperdi-
ou additive manu- çando esforço e matéria-prima), as tecnologias de adição e ma-
facturing terial possibilitam a fabricação de peças mais complexas e com
menor desperdício de matéria-prima. Pode-se dizer que ainda é
uma tecnologia cara, porém promissora.

Prever todos os detalhes envolvidos na montagem e teste de


uma nova linha de produção é tarefa praticamente impossível.
Qualquer ponto que passe despercebido no momento do projeto
Manufatura digital pode resultar em muito prejuízo no momento da construção
ou simulation da linha. Portanto, ferramentas de simulação estão sendo cada
vez mais utilizadas para evitar esses prejuízos, além de otimizar
processos de fabricação encontrando as melhores soluções de
leiaute e organização das plantas industriais.

20 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


A internet das coisas é uma das principais tecnologias em desen-
volvimento atualmente, devido a seu enorme potencial. Com a IPV6
Internet das coisas utilização do IPv6, pretende-se conectar tudo à rede, e isso inclui O IPv6 é a versão mais
recente do chamado in-
ou internet of things os equipamentos industriais. Como integrar esses equipamentos ternet protocol (protocolo
(IoT) e garantir a segurança das informações é o grande desafio a ser de internet), mais conhe-
cido como IP.
enfrentado. Perceba então que a IoT está intimamente relaciona-
da à Indústria 4.0.

Com todas estas tecnologias, quais serão as profissões do futuro? Con-


fira a seguir o resultado do mapeamento realizado pelo Senai em 2018.

1.3. O FUTURO DAS PROFISSÕES


As últimas duas décadas, tem sido marcada por transformações tec-
nológicas extremamente impactante advindas da Indústria 4.0. A tec-
nologia melhorou estruturas e agilizou processos, mas também colocou
em dúvida a necessidade de muitas profissões em um futuro próximo.

“As profissões não são imutáveis. Elas são um ar-


tefato que construímos para atender a um deter-
minado conjunto de necessidades em uma sociedade
industrial baseada em impressão”, explicam os pes-
quisadores Richard Susskind e Daniel Susskind.

Estes pesquisadores acreditam que, conforme a sociedade avança em


tecnologia, muitos trabalhos serão extintos por não atenderem às de-
mandas do novo modelo do mercado.

FIQUE POR DENTRO

Richard Susskind e Daniel Susskind são autores do livro O Futuro das


Profissões: Como a tecnologia vai transformar o trabalho de especialis-
tas humanos, lançado em 2015.

Estima-se que 2 bilhões de postos de trabalho desaparecerão até 2030


de acordo com pesquisa do DaVinci Institute. Além disto o relatório The
Future of Jobs and Skills (O Futuro do Trabalho e das Habilidades), pu-
blicado em 2016 pelo Fórum Econômico Mundial, aposta que a inteli-
gência artificial, a robótica, a nanotecnologia e a impressão 3D serão
algumas das áreas que movimentarão o mercado do futuro.

A INDÚSTRIA 4.0
21
Por outro lado, funções de apoio à gestão e trabalho operacional ten-
dem a ser eliminadas total ou parcialmente.

“Profissões que são muito repetitivas obviamente


serão substituídas por softwares. E as que são
por natureza muito humana, como serviços de cui-
dadores e de atendimento, tendem a ter seus valo-
res pressionados para baixo em razão da roboti-
STARTUP zação, por exemplo”. (Arthur Igreja, especialista
Startup é uma em- da multiplataforma AAA, em entrevista ao IDGNow).
presa jovem com um
modelo de negócios No entanto, apesar da extinção de muitos trabalhos, outras profissões
repetível e escalável, serão criadas. Para cada posto de trabalho eliminado pelo avanço da
em um cenário de in- tecnologia, 2,4 novos serão criados, especialmente em startups.
certezas e soluções a
serem desenvolvidas.
Fonte: https://www.
startse.com/noticia/
startups/18963/afi-
nal-o-que-e-uma-s- REFLITA
tartup
Você está preparado para este futuro já tão presente?

O novo mercado de trabalho vai priorizar profissionais mais focados


em desenvolver sua vida profissional como um todo do que em consti-
tuir carreira.
Conheça a seguir, pesquisa realizada pelo SENAI que aponta as áreas
que mais irá precisar de profissionais.
O levantamento do Senai aponta as profissões, de nível médio e supe-
rior, que devem ganhar relevância em um mercado de trabalho que se
transforma diante da 4ª Revolução Industrial.
A previsão é que surjam 30 novas ocupações em oito áreas que devem
sofrer o maior impacto da Indústria 4.0. Essas áreas estão entre as que
mais devem ter seus processos transformados e que apostam na domi-
nância das tecnologias digitais para a competitividade dos seus negó-
cios na próxima década.
Acompanhe a seguir quais são estas oito áreas e quais as profissões
que cada uma irá necessitar.

22 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


Davi Leon (2020)
Automotivo

• Mecânico de veículos híbridos


• Mecânico espcialista em telemetria
• Programador de unidades de controles eletrônicos
• Técnico em informática veicular

Davi Leon (2020)

Tecnologias da informação e comunicação

• Analista de IoT (internet das coisas)


• Engenheiro de cibersegurança
• Analista de segurança e defesa digital
• Especalista em big data
• Engenheiro de softwares

A INDÚSTRIA 4.0
23
Davi Leon (2020)
Alimentos e bebidas

• Técnico em impressão de alimentos


• Especialista em aplicações de TIC para
rastreabilidade de alimentos
• Especialista em aplicações de embalagens
para alimentos

Davi Leon (2020)

Máquinas e ferramentas

• Projetista para tecnologias 3D


• Operador de High Speed Machine
• Programador de ferramentas CAD/CAM/CAE/CAI
• Técnico de manutenção em automação

24 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


Davi Leon (2020)
Construção Civil

• Integrador de sistema de automação predial


• Técnico de construção seca
• Técnico em automação predial
• Gestor de logística de canteiro de obras
• Instalador de sistema de automação predial

Davi Leon (2020)

Têxtil e vestuário

• Técnico de projetos de produtos de moda


• Engenheiro em fibras têxteis
• Designer de tecidos avançados

A INDÚSTRIA 4.0
25
Davi Leon (2020)
Petróleo e gás

• Especialista em técnicas de perfuração


• Especialistas em sismologias e geofísica de poços
• Especialistas para recuperação avançada
de petróleo

Você finalizou a primeira etapa de seus estudos. Confira no Resumin-


do, a seguir, os principais conceitos tratados nesse capítulo.

26 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


RESUMINDO

Carlos André M. A. (2020)


Indústria 4.0

Revolução industrial Tecnologias habilitadoras

1ª Revolução Industrial Big data e analytics

2ª Revolução Industrial Cloud computing

3ª Revolução Industrial Cybersecurity

4ª Revolução Industrial Horizontal & vertical


integration

Profissões do futuro Robotics

Automotivo Augmented reality

Têxtil e vestuário Additive manufacturing

Construção civil Simulation

Petróleo e gás Internet of things (IOT)

Máquinas e ferramentas

Alimentos e bebidas

Tecnologias da informação
e comunicação

A INDÚSTRIA 4.0
27
ANOTAÇÕES

28 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


CAPÍTULO 2

INTERNET DAS COISAS

internet • objetos • ágil


ciberfísico • integração 29
Olá, o tema
agora é IoT! Nunca ouvi,
o que é?

Internet das coisas,


o que é isto?

Vou lhes
explicar com Este smartphone
um exemplo. pode enviar sinais ao
Pensem em um portão da sua casa, e Que legal!
smartphone. abri-lo automaticamente
quando você ainda
está próximo.

Achei muito legal!


Eu quero saber mais
sobre isto!! Quero saber
como podemos utilizar
em uma empresa.

FIM
FIM
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
■ Entender os benefícios da IoT para diversos setores.
■ Entender como o fluxo de comunicação contínua de dispositivos
na IoT contribui para tornar a indústria ágil.

2.1. O QUE É INTERNET DAS COISAS


Com base na ideia do pesquisador Kevin Ashton, percebeu-se a opor-
tunidade de interligação direta entre dispositivos, de modo que eles pu-
dessem se comunicar entre si (M2M-machine to machine).
Para Santos et al. (2016), a internet das coisas é uma extensão da inter-
net atual, que proporciona aos objetos, com capacidade computacional
e de comunicação, se conectarem à internet. Essa conexão permite aos
usuários controlar os objetos remotamente e/ou torná-los provedores
de serviços.
Já os objetos (things) são elementos que possuem capacidade de co-
municação e/ou processamento aliados a sensores. Eles não são ape-
nas computadores convencionais, mas também TVs, notebooks, auto-
móveis, smartphones, webcams, sensores ou qualquer equipamento
que possua uma forma de conexão à rede.
Tudo isso só é possível graças a um combinado de tecnologias que se
complementam para viabilizar a integração dos objetos nos ambientes
físico e digital.
Veja a seguir algumas destas tecnologias e como cada uma contribui
para a transformação digital das empresas.
Davi Leon (2020)

Identificação
Identificaçãoóptica
óptica
As informações
As informações sobre
sobre
o objeto
o objeto
são são
arma-arma-
zenadas
zenadascomocomo
um um
código
código
de barras
de barras
ou um
ou um
código
códigoDataData
Matrix
Matrix
bidimensional
bidimensionale são
e são
lidaslidas
via tecnologia
via tecnologia
de imagem
de imagemdigital
digital
ou àou à
laser.
laser.
Sistemas
Sistemas
de código
de código
de barras
de barras
e Data
e Data
Matrix
Matrix
são são
umaumaalternativa
alternativa
econômica
econômica
parapara
a tecnologia
a tecnologia
RFIDRFID
(Identificação
(Identificação
rádiorádio
frequência).
frequência).

INTERNET DAS COISAS


31
Davi Leon (2020)
Comunicação
Comunicação
São São
tecnologias
tecnologias
e elementos
e elementos
utilizados
utilizados
parapara
conectar
conectar
objetos
objetos
inteligentes.
inteligentes.
Normalmente,
Normalmente,
são são
utilizadas
utilizadas
tecnologias
tecnologias
comocomo
redes
redes
cabeadas,
cabeadas,
WiFi,WiFi,
ou bluetooth
ou bluetooth
parapara
conexão
conexão
e comunicação
e comunicaçãodos dos
objetos,
objetos,
observando
observando
os diversos
os diversos
protocolos
protocolos
de de
comunicação.
comunicação.

Davi Leon (2020)


Computação
Computação
Há um Há anseio
um anseio
parapara
que que
os objetos
os objetos
tenham
tenham
a capacidade
a capacidadede realizar
de realizar
processamento.
processamento.
ParaPara
isto,isto,
é preciso
é preciso
dotá-los
dotá-los
de elementos
de elementos
de processamento,
de processamento, comocomo
microcontro-
microcontro-
ladores,
ladores,
processadores
processadores
e FPGA
e FPGA
(arranjo
(arranjo
de de
portasportas
programáveis
programáveisem campo,
em campo,do inglês
do inglês
(field(field
programmable
programmablegategate
array).
array).

Semântica
Semântica, em um sistema linguístico,
Davi Leon (2020)

significa “sentido das palavras”. No


Semântica
contexto de internet das coisas, a semânti-
Semântica,
ca é um em um sistema
atributo linguístico,
essencial para a comuni-
significa “sentido das palavras”.
cação de múltiplos dispositivos No por meio
contexto de internet das coisas, a
de um dialeto comum. Normalmente, semânti-os
ca éobjetos
um atributo essencial para a comuni-
vão dispor de protocolos de
cação de múltiplos
comunicação dispositivos
abertos, por meio
garantindo que
de um dialeto comum. Normalmente, os
diversas tecnologias possam ser desenvol-
objetos vão dispor de protocolos de
vidas para explorar as possibilidades da
comunicação
comunicação.abertos, garantindo
Um exemplo queé a
disso
diversas tecnologias possam ser desenvol-
tecnologia bluetooth, que permite a
vidas para explorar
extração as possibilidades
e o envio de dados entreda disposi-
comunicação.
tivos para prover novos disso
Um exemplo éa
serviços.
tecnologia bluetooth, que permite a
extração e o envio de dados entre disposi-
tivos para prover novos serviços.

32 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


Serviços
A aplicação das tecnologias utilizadas na
IoT envolve novos modelos de negócios,
desde possibilidades de personalização de
produtos até o atendimento às necessida-
des dos clientes tanto na indústria 4.0
como nas áreas de serviços de:
Transportes, fornecendo aos motoristas
informações em tempo real sobre as
melhores rotas, situação do trânsito e
das estradas, demandas de atendimen-
to. E aos usuários, indicando o melhor
Davi Leon (2020)
meio a ser utilizado (trem, metrô, ônibus,
Serviços
taxi), tempo e custo de viagem etc.
A aplicação das tecnologias utilizadas na
Comércio, pela produção automática
IoT envolve novos modelos de negócios,
de acordo com a demanda estatística
desde possibilidades de personalização de
do estabelecimento comercial, pratelei-
produtos até o atendimento às necessida-
ras inteligentes que controlam disponi-
des dos clientes tanto na indústria 4.0
bilidade e reposição de produtos.
como nas áreas de serviços de:
Saúde, com a possibilidade de transmi-
Transportes, fornecendo aos motoristas
tir ao médico, em tempo real, os sinais
informações em tempo real sobre as
vitais do paciente para um acompanha-
melhores rotas, situação do trânsito e
mento a distância.
das estradas, demandas de atendimen-
Serviços públicos, com sensores para o
to. E aos usuários, indicando o melhor
alerta de enchentes ou necessidade de
meio a ser utilizado (trem, metrô, ônibus,
limpeza em bueiros e galerias, câmeras
taxi), tempo e custo de viagem etc.
de monitoramento inteligente de
Comércio, pela produção automática
trânsito com controle de semáforos,
de acordo com a demanda estatística
sistemas inteligentes de verificação de
do estabelecimento comercial, pratelei-
sonegação de impostos etc.
ras inteligentes que controlam disponi-
Agronegócio, com sensores para
bilidade e reposição de produtos.
verificação das condições do solo, da
Saúde, com a possibilidade de transmi-
previsão do tempo, de identificação e
tir ao médico, em tempo real, os sinais
controle de animais.
vitais do paciente para um acompanha-
mento a distância.
Serviços públicos, com sensores para o
alerta de enchentes ou necessidade de
Davi Leon (2020)

limpeza em bueiros e galerias, câmeras


de monitoramento inteligente de
trânsito
Sensores
Sensores com controle de semáforos,
sistemas
É porÉ por
meio meio
deinteligentes
sensores de verificação
de sensores
que que
são são de
coletados
coletados
sonegação
dadosdados
sobre ode
sobre oimpostos
contexto no etc.
contexto qual
no qual
os objetos
os objetos
Agronegócio,
se encontram.
se encontram. com
Esses sensores
Esses
dados sãopara
dados são
enviados
enviadosà à
verificação
centros
centros dedas condiçõesem
de armazenamento
armazenamento do servidores
solo,servidores
em da
previsão
locais
locais
ou emoudo tempo,
nuvem.
em de identificação e
nuvem.
controle de animais.

INTERNET DAS COISAS


33
FIQUE POR DENTRO
Indicadores de radiofrequência (RFID, em inglês radio-frequency identi-
fication), redes wireless, dispositivos móveis e sensores têm permitido a
construção de grandes aplicações e sistemas industriais em áreas como
agricultura, indústria de processamento de alimentos, indústria de ser-
viços de saúde, monitoramento ambiental, transporte, entre outros.

2.2. IOT NA INDÚSTRIA 4.0


Na Indústria 4.0, a internet das coisas contribui para a integração dos
ambientes físico e digital, resultando no chamado ambiente ciberfísico.
Um ambiente de produção ciberfísico pode ser entendido como uma
rede on-line de máquinas organizadas de forma semelhante às redes
sociais. De modo geral, há conexão entre a Tecnologia da Informação
(TI), os componentes mecânicos e os componentes eletrônicos das má-
quinas e dos equipamentos, que também se comunicam entre si por
meio de seus protocolos de comunicação.
Dentro da indústria, esse processo de comunicação entre os mundos fí-
sico e digital vem sendo chamado de internet industrial das coisas (IIoT).
Ela também cria uma rede inteligente entre máquinas, propriedades,
sistemas de comunicação, produtos inteligentes e indivíduos em toda
a cadeia de valor da empresa, durante todo o ciclo de vida do produto.
Isso é possível graças aos sensores e elementos de controle que per-
mitem que as máquinas sejam ligadas a plantas, frotas, redes e aos se-
res humanos através da internet.
Com base nas informações disponíveis nesta rede inteligente, pro-
cessos e contratos podem ser coordenados com o objetivo de aumen-
tar a eficiência da empresa, otimizar os tempos de produção e de logís-
tica, reduzir energia, aumentar a qualidade dos produtos, otimizar as
vendas e as compras.
Graças à IIoT, a empresa ganha agilidade na tomada de decisão, pois
há compartilhamento de informação em tempo real. Observe algumas
representações dessa conectividade.

34 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


Davi Leon (2020)
Internet das Internet de
coisas Indústria 4.0 dados

Cyber-físico
Modalidade Prédios
inteligente inteligentes

Gestão
inteligente Casas
de energia Fábrica inteligentes
inteligente

Logística
inteligente Redes
sociais
Negócios
Internet na WEB Internet
de serviços de pessoas

Figura 2 - IoT na Indústria 4.0


Fonte: Adaptado de Deloitte (2017)

Veja a seguir exemplos da aplicação da internet das coisas.

EXEMPLO

Fábrica inteligente
Para as empresas que fabricam produtos exclusivamente para mon-
tadoras (OEM, em português “fabricante original de equipamentos”),
como é o caso da empresa Hirotec America, o tempo de inatividade
operacional é um problema significativo.
Normalmente, essas paradas na fábrica são causadas por máquinas
que operam fora das condições adequadas. Ou seja, sem manutenção
preventiva ou preditiva, esses equipamentos são mantidos em opera-
ção até a falha ocorrer, e quando ocorre, a equipe de manutenção (ou
o técnico) é contatada e o equipamento fica parado até que os reparos
sejam realizados.
A fim de eliminar essa tendência de manutenção reativa, a Hirotec pro-
curou usar seus sistemas e registros para obter uma visão mais pro-
funda de suas operações. Nesse processo, os profissionais da empresa
perceberam a necessidade de conectividade, acesso a dados e esca-
labilidade, e viram na internet das coisas (IoT) a ferramenta ideal para
alcançar esse objetivo.

INTERNET DAS COISAS


35
Com isso, desenvolveram uma estratégia competitiva para capitalizar
os potenciais benefícios da IoT. A iniciativa começou por identificar as
tecnologias fundamentais que alimentariam a IoT. A empresa optou
por uma plataforma IoT para permitir que os dispositivos da empresa
se conectassem à nuvem.
Ao implementar esta solução, a Hitotec alcançou maior visibilidade de
seus ativos e recursos, e de suas necessidades e prioridades, o que per-
mitiu à empresa melhorar sua produtividade.
Para Justin Hester, pesquisador sênior da Hirotec America, com a so-
lução IoT a empresa ganhou mais visibilidade em seis semanas do que
em toda a sua existência.
Adaptado de: Industrie 4.0 Maturity Index, Acatech - National Academy
of Science and Engineering, 2017.

EXEMPLO

Cidade inteligente
Com a massificação da conexão dos objetos à internet surge uma
gama de aplicações como em cidades inteligentes, por exemplo, que
se sustentam nos pilares: sustentabilidade, eficiência, pessoas e segu-
rança. Acompanhe na imagem algumas situações nas quais a IoT pode
ser aplicada.

IoT

Davi Leon (2020)


Gerenciamento de água: detectar Luzes inteligentes: sensores que
a qualidade da água observando permitam que as luzes sejam
a vida marinha por meio de acesas aos detectarem presença
câmeras. humana.

Monitoramento de tráfego: Manutenção preditiva de


câmeras com análise de vídeo elevadores: sensores que
em grandes avenidas e estradas enviam dados das peças, uso e
pela detectar trânsito, acidentes desempenho do elevador à
ou condução perigoso. empresa de manutenção a fim
de evitar acidentes.

Detecção de fogo e de fumaça: Reconhecimento facial: câmeras


uso de análise de vídeo e de com sistema de reconhecimento
câmeras para detectar fumaça ou que ajudam a polícia na busca
fogo em locais públicos. por bandidos/ suspeitos ou
pessoas desaparecidas.

Câmeras inteligentes: uso de Análise de comportamento:


análise de vídeo e de câmeras câmeras em piscinas públicas
para facilitar a contagem de que detectam se o usuário está
pessoas, invasão, objetos se afogando.
suspeitos deixados ou esqueci-
36 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL
dos, reconhecimento de placas
de veículos.
Detecção de fogo e de fumaça: Reconhecimento facial: câmeras
uso de análise de vídeo e de com sistema de reconhecimento
câmeras para detectar fumaça ou que ajudam a polícia na busca
fogo em locais públicos. por bandidos/ suspeitos ou
pessoas desaparecidas.

Câmeras inteligentes: uso de Análise de comportamento:


análise de vídeo e de câmeras câmeras em piscinas públicas
para facilitar a contagem de que detectam se o usuário está
pessoas, invasão, objetos se afogando.
suspeitos deixados ou esqueci-
dos, reconhecimento de placas
de veículos.

Banheiros inteligentes: sensores Monitoramento de idosos:


que detectam piso molhado ou instalação de sensores nas
falta de papel em banheiros casas a fim de monitorar o
públicos, a fim de que a bem-estar e o movimento dos
manutenção e a limpeza sejam idosos.
feitas sob demanda e não por
escala (período).

Casas inteligentes: sistema de Gestão compartilhada: canal de


controle de energia e da água comunicação com o poder
(local e remotamente) a fim de público, de modo que os cidadãos
reduzir o consumo. possam participar da gestão, fazer
sugestão, denúncia, reclamação
sobre os problemas da cidade.

Gerenciamento de energia: Monitoramento do clima: usar


coletar dados do uso de energia dados sobre alteração de
para orientar as empresas sobre temperatura, previsão de volume
como reduzir o consumo. de chuvas a fim de garantir a
saúde e a segurança da popula-
ção e/ou evitar alagamentos.

Conseguiu compreender o que é e como pode-se aplicar a IoT? E na


empresa onde você está realizando as atividades práticas, como essa
tecnologia poderia ser aplicada? Siga em frente e continue explorando
esses conhecimentos.

INTERNET DAS COISAS


37
RESUMINDO

Davi Leon (2020)


Internet das coisas

Tecnologias IoT na indústria 4.0

Identificação óptica Fábrica inteligente

Comunicação Cidade inteligente

Computação

Semântica

Serviços

Sensores

38 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


CAPÍTULO 3

COMPUTAÇÃO EM NUVEM

39
cloud computing • informação
modelo de serviço • modelo de
plataforma
Agora, você vai
conhecer mais uma tecnologia
que auxilia na transformação
digital das empresas: a
computação em
nuvem!
Como assim?

Computação
Computaçãoem emnuvem,
nuvem,
ooque
queééisto?
isto?

A nuvem
é um grande reservatório de Vamos ver se eu entendi. Então eu posso
recursos para armazenar dados e acessar, de qualquer lugar, minha conta
disponibilizá-los em tempo real por de e-mail, fotos, músicas, softwares,
meio da internet. arquivos de todos os formatos
e tamanhos.

É o caso da Netflix onde


assisto filmes e séries sem
fazer download?

Sim, isto mesmo.


FIM
FIM
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
■ Entender como a tecnologia disponibiliza e amplia o acesso à
informação.
■ Reconhecer os diferentes modelos de serviço.
■ Diferenciar as formas de implementação.
■ Identificar formas de aplicação na empresa.

3.1. O QUE É COMPUTAÇÃO EM NUVEM?


Na busca pela definição do conceito de computação em nuvem (em
inglês, cloud computing) encontramos múltiplas abordagens e pouco
consenso com relação a uma definição.
Informalmente, é possível imaginar a nuvem como um grande reser-
vatório de recursos, que foi construído para se adaptar às necessida-
des de armazenamento de dados de seus clientes e estar disponível em
tempo real por meio da internet.
Dessa forma, a computação em nuvem pode ser compreendida como
um modo pelo qual os usuários acessam, por meio da internet, os recur-
sos computacionais disponíveis, sendo que tais recursos têm capacida-
de de se adaptar às necessidades desses usuários (clientes).
Para melhor entender a nuvem, acompanhe a seguir a evolução dos
sistemas de armazenamento.
Davi Leon (2020)

1880 1880
O cartão
O cartão
perfurado,
perfurado,
inventado
inventado
no século
no século
XIX, XIX,
foi ofoi
precursor
o precursor
da memória
da memória
usada
usada
em em
computadores.
computadores.
Davi Leon (2020)

1950 1950
A fita
A magnética,
fita magnética,
originalmente
originalmente
inventada
inventada
parapara
gravar
gravar
áudio,
áudio,
se tornou
se tornou
na década
na década
de de
19501950
o novo
o novo
método
método
parapara
o armazena-
o armazena-
mentomento
de dados.
de dados.

COMPUTAÇÃO EM NUVEM
41
Davi Leon (2020)
19621962
Já na
Jádécada de 1960
na década é lançado
de 1960 o primeiro
é lançado o primeiro
compacto áudio-cassete
compacto comcom
áudio-cassete capacidade
capacidade
de armazenamento
de armazenamentode 660 KB em
de 660 KB cada
em cada
lado.
lado.

Davi Leon (2020)


19631963
O primeiro
O primeiro
disco
disco
de memória
de memória
removível
removível
(conhecido
(conhecido
hojehoje
comocomo
HD externo)
HD externo)
tinha
tinha
Davi Leon (2020)
capacidade
capacidade
de memória
de memória
de 2.6
de MB.
2.6 MB.

19711971
Os disquetes,
Os disquetes,
queque
começaram
começaram a sera ser
produzidos
produzidos
comcom
8” e8”
capacidade
e capacidade
de de
armazenamento
armazenamentode 80
deKB,
80 KB,
evoluíram
evoluíram
parapara
5.25”,
5.25”,
comcom
armazenamento
armazenamento de 1.2
de MB
1.2 MB
Davi Leon (2020)

1990 1990
Inventado
Inventado
em 1982
em 1982
originalmente
originalmente
parapara
áudio,
áudio,
comcom
a versão
a versão
de 1990,
de 1990,
queque
permitia
permitia
gravar
gravar
e apagar
e apagar
arquivos,
arquivos,
passou
passou
a sera ser
utilizado
utilizado
na informática
na informática
por por
sua sua
capaci-
capaci-
dade dade
de armazenamento
de armazenamento de até
de 700
até 700
MB,MB,o o
equivalente
equivalente
a 486
a 486
disquetes.
disquetes.

42 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


Davi Leon (2020)
19941994
O zip
O drive,
zip drive,
comcom
capacidade
capacidade
de 100
de 100
MB,MB,
tinha
tinha
a proposta
a proposta
de substituir
de substituir
o disquete,
o disquete,
masmas
nãonão
chegou
chegou
a conquistar
a conquistar
o mercado.
o mercado.

Davi Leon (2020)

19951995
A evolução
A evolução
do CD,
do CD,
o DVD
o DVD
chegou
chegou
comcom
capacidade
capacidade
de 4,7
de GB
4,7de
GBespaço.
de espaço.
Davi Leon (2020)

19991999
O cartão
O cartão
de memória,
de memória,
comcom
capacidade
capacidade
de de
1 GB,
1 GB,
chegou
chegou
comcom
a proposta
a proposta
de aumentar
de aumentar
a memória
a memória
de câmeras
de câmeras
fotográficas
fotográficas
e e
celulares.
celulares.
Davi Leon (2020)

20002000
O pen-drive
O pen-drive
substituiu
substituiu
definitivamente
definitivamente
o o
disquete.
disquete.
ComCom
capacidade
capacidade
atualmente
atualmente
de de
512 512
GB deGBarmazenamento,
de armazenamento, há promessa
há promessa
de lançamento
de lançamentode versão
de versão
comcomcapacidade
capacidade
de 1de
TB.1 TB.

COMPUTAÇÃO EM NUVEM
43
Davi Leon (2020)
2013 2013
Do ponto
Do pontode vista
de vista
de quem
de quem
armazena
armazena
os os
dados,
dados,
a nuvem
a nuvem
elimina
elimina
o equipamento
o equipamento
físico.
físico.
Ou seja,
Ou seja,
o usuário
o usuário
nãonão
precisa
precisa
se se
preocupar
preocuparcomcom
o equipamento
o equipamento queque
vai vai
guardar
guardar
os seus
os seus
arquivos.
arquivos.
Precisa
Precisa
apenas
apenas
de umde aparelho
um aparelhoparapara
acessá-los.
acessá-los.
AlémAlém
disso,
disso,
poderá
poderá
acessar,
acessar,
de onde
de onde
estiver,
estiver,
sua sua
contaconta
de e-mail,
de e-mail,
fotos,
fotos,
músicas,
músicas,
softwares,
softwares,
arquivos
arquivos
de todos
de todos
os formatos
os formatos
e e
tamanhos.
tamanhos.

FIQUE POR DENTRO


Na ciência da computação, os fatores multiplicativos são Megabytes,
Gigabytes e Terabytes (mega, giga e tera) que equivalem a:
1 MB = 1 megabyte = 1.000.000 de bytes
1 GB = 1 gigabyte = 1.000.000.000 de bytes
1 TB = 1 terabyte = 1.000.000.000.000 bytes 

Confira agora os modelos de serviços da computação em nuvem.

BACKUP
VULNERABILIDADES 3.2. MODELOS DE SERVIÇO
Backup: É uma cópia A nuvem é dinâmica e seus recursos são provisionados à medida que
de segurança dos seus a demanda cresce ou diminui, em um modelo baseado em métricas de
dados (informações) de
um dispositivo de arma- uso. Dessa forma, sua precificação, na maioria das vezes, é calculada de
zenamento (celulares, acordo com o uso do serviço. Ou seja, o cliente paga por um serviço de
tablets, computadores) armazenamento proporcionalmente ao espaço que faz uso.
ou sistema (aplicativos,
softwares e jogos) para
Algumas vantagens do modelo de computação em nuvem são a con-
outro ambiente para que fiabilidade e a tolerância a falhas, pois os clientes podem estabelecer
esses mesmos dados acordos de nível de serviço com os provedores, de modo a garantir a
possam ser restaurados disponibilidade apenas dos recursos que precisam. Além disso, tarefas
em caso de perda dos como backup e proteção contra vulnerabilidades de segurança da in-
dados originais ou ocor-
rência de um acidente. formação passam a ser de responsabilidade dos provedores e não mais
Vulnerabilidade: É a ca- dos clientes.
racterística de quem ou Essa flexibilidade permite que as indústrias tenham maior agilidade, pois
do que é vulnerável, ou
seja, frágil, delicado e
no momento que acontece a maior demanda, a nuvem se adapta a esta
fraco. necessidade, o que garante que a empresa seja ágil na resposta ao cliente.
De uma forma genérica, é possível dizer que o que diferencia os tipos de
modelos de serviço em nuvem é o tipo de cliente ao qual cada um se des-
tina. Veja a seguir os tipos e como implementar a computação em nuvem.

44 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


3.3. MODELOS DE IMPLEMENTAÇÃO DE NUVENS
O Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST) define também
modelos para a implementação de nuvens. Os modelos definidos mais
consagrados são: nuvem pública, nuvem privada, nuvem comunitária e
nuvem híbrida.

Davi Leon (2020)


Centenas
Centenas
de empresas
de empresas
podempodem
usá-la
usá-la
ao ao
mesmo
mesmo
tempo,
tempo,
mas mas
separadamente.
separadamente. Ela Ela
podepode
ser acessada
ser acessada
por qualquer
por qualquer
usuário.
usuário.
Nuvem
Nuvem
pública
pública O provedor
O provedor
da nuvem
da nuvemé responsável
é responsável
pelapela
manutenção
manutençãoe pela
e pela
segurança.
segurança.
Por ser
Porde
seruso
de geral,
uso geral,
há maior
há maior
riscorisco
à falta
à falta
de privacidade.
de privacidade.
Davi Leon (2020)

O firewall é o sistema de
Propriedade
Propriedade de uma
de uma única única empresa
empresa queque
segurança ou mecanis-
faz uso
faz uso exclusivo
exclusivo dosdos recursos
recursos (servidores
(servidores mo desenvolvido para
e software),
e software), comcom a utilização
a utilização apenas
apenas de de evitar que, através da
Nuvem
Nuvem
privada
privada pessoas
pessoas específicas.
específicas. Protegida
Protegida pelopelo internet, hackers ou pro-
firewall
firewall e administrada
e administrada de acordo
de acordo comcom
o o gramas de conteúdo du-
regimento
regimento da organização.
da organização. SeuSeu custo,
custo, no no vidoso tenham acesso a
entanto,
entanto, podepode ser alto
ser alto e, consequente-
e, consequente- um computador pessoal:
mente,
mente, impeditivo
impeditivo parapara muitas
muitas empresas.
empresas. verifico sempre se o fire-
wall do meu computador
está ligado antes de bai-
xar um programa.
Davi Leon (2020)

PodePode
ser compartilhada por diversas
ser compartilhada por diversas
Nuvem
Nuvem empresas que,que,
empresas normalmente, possuem
normalmente, possuem
comunitária
comunitária interesses em comum.
interesses em comum.A administração
A administração
geralmente é realizada
geralmente por uma
é realizada das das
por uma
empresas parceiras.
empresas parceiras.
Os custos também
Os custos são divididos.
também são divididos.

COMPUTAÇÃO EM NUVEM
45
Davi Leon (2020)
Composta
Composta
de duas
de duas
ou mais
ou mais
nuvens,
nuvens,
Nuvem
Nuvem preservam
preservam
as características
as características
originais
originais
de de
híbrida
híbrida seu modelo,
seu modelo,
interligadas
interligadas
por uma
por uma
tecnolo-
tecnolo-
gia que
gia possibilita
que possibilita
a portabilidade
a portabilidade
de de
informações
informações
e aplicações.
e aplicações.

3.4. A NUVEM NA INDÚSTRIA 4.0


A computação em nuvem, na Indústria 4.0, permite que diversos sis-
temas atuem com alta performance, disponibilidade, acessibilidade e
economia de recursos.
Além disso, a computação em nuvem se mostra como uma ferramenta
fundamental na quebra de barreiras geográficas, aumento da produtivi-
dade, conectividade e geração de novas oportunidades para empresas
de todos os portes e segmentos.
As soluções em computação em nuvem podem garantir este desem-
penho, já que ajudam com as ferramentas de colaboração e integração
entre os departamentos, possibilitando mais agilidade na produção,
melhor comunicação e redução de erros.
Por exemplo, a indústria pode utilizar um serviço de virtualização que
permita construir, implementar e compartilhar soluções de análise em
tempo real da operação de um parque fabril. E por meio de armazena-
mento e serviços na nuvem, a indústria pode aplicar algoritmos de inte-
ligência artificial para auxiliar na análise preditiva.
Com base nesses dados, a indústria poderá tomar decisões mais
ASSERTIVAS assertivas quanto aos recursos materiais e humanos, etapas e volu-
Aquilo que se afirma ou me de produção, períodos de manutenção etc., visando redução de
se declara como verdade. custos e aumento de produtividade.

46 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


EXEMPLO

Fórmula 1
A Fórmula 1 é um bom exemplo da junção de tecnologias com a com-
putação em nuvem, big data e internet das coisas, pois antes, durante
e depois dos treinos e das corridas, vários dados são coletados, arma-
zenados e analisados.
Os engenheiros das equipes analisam em tempo real dados de, apro-
ximadamente, 150 sensores em cada carro, que contemplam informa-
ções sobre pressão dos pneus, consumo de combustível, força do ven-
to, localização na pista, via GPS, temperatura dos freios, entre outras.
Cada sensor se comunica tanto com a equipe no boxe como com um
time de engenheiros na fábrica. Eles podem transmitir 2 GB de dados
em uma volta e 3 TB em uma corrida.
Os resultados dessas análises têm aumentado a segurança dos pilo-
tos e mecânicos, reduzido o consumo de peças, pneus e combustível e
aumentado a competitividade entre as escuderias. Mas não é só isso,
no conceito de Horizontalização, os dados obtidos pelas equipes são
compartilhados com os seus fornecedores, a indústria, que os usam
para aprimorar seus produtos seja no design, durabilidade e eficiência
das peças, seja na eficiência do combustível.
Adaptado de: FIT. Fast Cars, Big Data - How Streaming Data Can Help
Formula 1, 2017.

EXEMPLO

Indústria automotiva
Da criação da linha de produção em série aos dias de hoje, muita coisa
mudou na indústria automotiva que, por sinal, é uma das áreas da in-
dústria que mais têm se beneficiado dos avanços da tecnologia.
Don Butler, diretor executivo de uma montadora de veículos, explica
que a computação em nuvem permite que a empresa “colete dados
dos veículos, armazene-os e os analise a fim de descobrir o valor que
pode derivar deles como, por exemplo, reparar mais facilmente esses
veículos considerando como as pessoas os estão usando”. Em outras
palavras, a computação em nuvem permite que a indústria automo-
tiva crie mais produtos, serviços e experiências baseados nos dados
coletados, em tempo real, sobre a necessidade do consumidor e em
sua experiência de uso.
Além disso, Don Butler está pilotando, no Google Earth, uma solução
desenvolvida pela Siemens que, baseada na nuvem, habilita a nave-
gação virtual das linhas de montagem em suas plantas, até o nível de

COMPUTAÇÃO EM NUVEM
47
estações de trabalho individuais. Com isso, a empresa busca obter
melhoria em comunicação, eficiência, globalização e padronização
de seus processos e produtos.
Adaptado de: ITIF. How Cloud Computing Enables Modern Manufac-
turing, 2017.

REFLITA

Conseguiu compreender o que é e como pode-se aplicar a computação


em nuvem? E na empresa onde você está realizando as atividades prá-
ticas, como essa tecnologia poderia ser aplicada?

Você chegou ao final deste capítulo. Ainda há muito a conhecer, siga


em frente.

RESUMINDO

Davi Leon (2020)


Computação em nuvem

O que é computação em nuvem?

Modelos de serviços

Modelos de implantação de nuvens

Nuvem pública

Nuvem privada

Nuvem comunitária

Nuvem híbrida

A nuvem na Indústrial 4.0

48 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


CAPÍTULO 4

BIG DATA

big data • mineração de dados


analytics • inteligência artificial 49
Agora, é a vez Mas o que
de falarmos é isto?
sobre o big data!
Você já percebeu
na quantidade de
dados disponíveis
hoje? O que fazer
com tudo isto?
É possível realizar
análises preditivas
e prescritivas!

Na análise preditiva é possível Sim... imagine que você esteja realizando


identificar “o que vai acontecer”. corridas e está usando um relógio que
Já na análise prescritiva, é possível avalia os seus batimentos cardíacos.
dizer “o que devemos fazer”. Considerando os seus dados pessoais,
se houver algum risco a sua saúde, você
será avisado pelo relógio e orientado a
Pode dar descansar e beber mais líquidos.
um exemplo?

Já estou curioso
para aprender sobre Eu também!
big data.

FIM
FIM
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
■ Entender como a tecnologia do big data pode ser utilizada para
beneficiar a indústria e a sociedade.
■ Reconhecer as características do big data.
■ Diferenciar as técnicas de mineração de dados.

4.1. O QUE É BIG DATA?


Estamos vivendo a era da informação, na qual diariamente são gera-
dos milhões de dados. No ano de 2017, por exemplo, foram gerados 2.5
BLU-RAY
quintilhões de bytes de dados por dia (DOMO, 2017). Se fôssemos ar-
mazenar esses dados em discos Blu-ray seriam necessários 10 milhões Blu-ray é um tipo de DVD
com grande capacidade
de discos. Para se ter uma ideia da velocidade na geração dos dados, é para armazenamento de
sabido que 90% dos dados disponíveis hoje foram gerados nos últimos áudios e vídeos de alta
dois anos. Ou seja, a sociedade atual está gerando uma quantidade de definição.
informação muito superior à gerada por toda a humanidade ao longo
dos séculos.

A internet é uma das principais fontes de dados.


Globalmente, a web recebe os mais diversos forma-
tos de dados, de artigos científicos a publicações
nas redes sociais, nos formatos de texto, imagem,
vídeo e áudio.

Este grande volume de dados recebe o nome de big data. No entanto,


big data não deve ser entendido apenas pelo volume de dados. O fator
principal, para a indústria, no uso dessa tecnologia é a capacidade de
processar e avaliar as informações relevantes, pois de nada serve pos-
suir grandes volumes de dados se não puder fazer uso deles. É preciso
extrair conhecimentos úteis e valiosos, de modo que se faz necessário o
uso de ferramentas e técnicas de gestão para processar grande volume
de dados, em diversos formatos, em velocidade adequada.
Há cinco características-chave em big data: volume, velocidade, va-
riedade, veracidade e valor.

BIG DATA
51
Refere-se à quantidade de dados cada vez

Davi Leon (2020)


maior que está sendo gerada e/ou consu-
Refere-se à quantidade de dados cada vez
mida.
maior que está sendo gerada e/ou consu-
O desafio é de armazenar e recuperar esse
mida.
grande volume de dados por meio de
O desafio é de armazenar e recuperar esse
soluções computacionais capazes de
grande volume de dados por meio de
armazenar volumes massivos de dados e
soluções computacionais capazes de
indexá-los para uma rápida pesquisa e
armazenar volumes massivos de dados e
Volume recuperação.
indexá-los para uma rápida pesquisa e
Além disso, o custo para armazenagem
Volume recuperação.
dos dados está mais barato. De acordo
Além disso, o custo para armazenagem
com a revista Computer World, em 1970,
dos dados está mais barato. De acordo
por exemplo, armazenar 1 gigabyte de
com a revista Computer World, em 1970,
dados custava $185.000 (cento e oitenta e
por exemplo, armazenar 1 gigabyte de
cinco mil dólares). Essa mesma quantida-
dados custava $185.000 (cento e oitenta e
de, em 2017, estava sendo ofertada por
cinco mil dólares). Essa mesma quantida-
$0.02 (2 centavos
Refere-se de dólar).
à velocidade com que por os dados
de, em 2017, estava sendo ofertada
são gerados e/ou
$0.02 (2 centavos de dólar). recuperados.
De acordo com o site domo.com (2018),
Davi Leon (2020)
em 2017, a cada minuto, foram realizadas
Refere-se
mais de à velocidade com queno
150 mil chamadas osSkype
dadose
são mais
gerados e/ou recuperados.
de 4 milhões de visualizações no
De acordo
YouTube. com o site domo.com (2018),
em 2017, a
Em 1992, cadaporminuto,
exemplo, foram realizadas
a humanidade
Velocidade maisgerava
de 150100 milGBchamadas no Skype
de dados por dia. Em e 2013,
maispassamos
de 4 milhões de visualizações
a gerar 28.875 GB de dados porno
YouTube.
segundo! A previsão para 2018 é de 50.000
Em 1992, por exemplo,
GB sendo gerados aacada humanidade
segundo.
Velocidade gerava 100 GB de dados
A velocidade dos dados está por dia. Em 2013,
ligada à taxa
passamos
de geração, mas também à taxa depor
a gerar 28.875 GB de dados
segundo!
consumo.A previsão
Para a para 2018 éessa
indústria, de 50.000
velocida-
GB sendo gerados a cada segundo.
de é um desafio de big data, pois é preciso
A velocidade
desenvolver dosmecanismos
dados está ligadacapazes à taxa
de
de geração, mas também à taxa
processar esses dados em tempo real. de
consumo. Para a indústria, essa velocida-
de é um desafio de big data, pois é preciso
desenvolver mecanismos capazes de
Davi Leon (2020)

Refere-se
Refere-se
processar aos
esses mais
aos mais
dadosdiversos
diversos
em formatos
tempo formatos
real.de de
dados.
dados.
No início
No início
da era dadigital,
era digital,
buscou-se
buscou-se
fazerfazer
uso de
usodados
de dadosestruturados,
estruturados, como como
em modelos
em modelos de banco
de banco
de dados
de dados
relacio-
relacio-
nais.nais.
Porém,
Porém,comcom o avanço
o avanço
da internet
da internet
ea ea
proliferação
proliferação
das redes
das redes
sociais,
sociais,
passamos
passamos
a utilizar
a utilizar
dados dados
não-estruturados,
não-estruturados, como como
vídeos,
vídeos,
imagens,
imagens,textostextos
(mensagens).
(mensagens).
Variedade
Variedade Processar
Processar
tais formatos
tais formatosde dados
de dados requer
requer
o desenvolvimento
o desenvolvimento de tecnologias
de tecnologias
especializadas.
especializadas.

52 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


Davi Leon (2020)
Refere-se
Refere-se
à obtenção
à obtenção
de dados
de dados
verídicos.
verídicos.

</>
</> O conceito
O conceito
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de velocidade
o conceito
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estáestá
de veracidade,
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ser analisados
ser analisados
em tempo
em tempo
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Ou seja,
Ou seja,
os dados
os dados
devem
devem
ser analisa-
ser analisa-
dos dos
de forma
de forma
constante
constante
parapara
dar veracida-
dar veracida-
Veracidade
Veracidade de àdeanálise.
à análise.

Davi Leon (2020)

$$ Refere-se
Refere-se
ao valor
ao valor
agregado
agregado
do processo:
do processo:
coleta,
coleta,
armazenamento
armazenamento e análise
e análise
de de
dados.
dados.
Em outras
Em outras
palavras,
palavras,
o processo
o processo
de de
análise
análise
de dados
de dados
podepode
gerargerar
novosnovos
conhecimentos
conhecimentos
e valor
e valor
parapara
a indústria.
a indústria.
Valor
Valor

4.2. BIG DATA ANALYTICS


Tirar o melhor proveito do big data requer a capacidade de tratamento
desses dados. Esse processo pode ser definido como big data analytics,
formado por métodos de gestão, técnicas de processamento, mineração
de dados e descoberta de conhecimento, inclusive com o uso da inteligên-
cia artificial. Conheça uma proposta de processo de big data analytics.

BIG DATA
53
Fontes de dados

Davi Leon (2020)


Dados coletados

1- Estabelecer 2- Adquirir
questionamentos dados

3- Limpar
dados
Queremos
7- Analisar algo a mais? 8- Refinir
resultados o problema

Dados para modelo

x
x
x
x
x
x

4- Realizar
modelo
6- Apresentar

Resultados
Modelo de dados

5- Análisar
dados

54 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


1 - ESTABELECER QUESTIONAMENTOS
A primeira coisa a fazer é estabelecer as perguntas para as quais bus-
caremos respostas. Normalmente, essa formulação acontece em dois
estágios: em Adquirir dados (2) e em Realizar modelo (4), no qual as per-
guntas são refinadas.

2 - ADQUIRIR DADOS
Nessa etapa, são consultadas diversas fontes de dados a fim de esta-
belecer os elementos da análise.

3 - LIMPAR DADOS
Essa etapa consiste na aplicação de técnicas de limpeza de da-
dos (data cleaning), com o objetivo de detectar e sanar imperfeições
nos dados coletados. Isso porque nem todos os dados coletados são ne-
cessários para responder ao questionamento estabelecido, pois podem
conter informações irrelevantes, duplicadas ou em formato inapropria-
do para o modelo.

4 - REALIZAR MODELO
Se os dados coletados apresentarem formato adequado para a resolu-
ção do problema, serão transformados em uma semântica que permita
ao analista de dados proceder com a análise. Nesse estágio, os dados são
agrupados, formatados e/ou transformados para os métodos analíticos,
normalmente empregando técnicas de aprendizagem de máquina.

5- ANALISAR DADOS
Esse é considerado o passo fundamental do processo. É nesse estágio
que, com uso de técnicas estatísticas, de manipulação de dados e de apren-
dizado de máquina, os dados são transformados em conhecimento.

6 - APRESENTAR
Os resultados dos métodos analíticos são compostos por diversos ele-
mentos e a sua compreensão não é imediata e de fácil assimilação. Por
isso, são utilizadas técnicas de visualização para representar o novo co-
nhecimento de uma maneira coerente e de fácil compreensão.

7 - ANALISAR RESULTADOS
Nesse momento, as considerações sobre os resultados obtidos são apre-
sentadas por meio de um conjunto de relatórios que descrevem o proces-
so realizado e as descobertas geradas ao longo das etapas anteriores.

BIG DATA
55
8 - REFINAR O PROBLEMA
Normalmente, o processo de big data analytics busca a melhoria
contínua e o aperfeiçoamento das análises. Dessa forma, nesse estágio
o problema é refinado, seja para novos questionamentos ou para maior
detalhamento do problema abordado.
Agora que você já conheceu uma proposta de processo para big data
analytics, é hora de aprender como surgiu a inteligência artificial e como
ela pode beneficiar a indústria.

4.3. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL


Você viu que na análise de dados são empregadas técnicas de apren-
dizagem de máquina, ou seja, inteligência artificial. Mas, você sabe o
que é inteligência artificial e como ela surgiu?
Na década de 1950, pesquisadores descobriram que ao descrever as
ações humanas por meio de uma série de deduções e lógicas matemá-
ticas seria possível programar o computador para realizar estas opera-
ções, simulando a inteligência humana. A esta linha de pesquisa deu-se
o nome de inteligência artificial (AI, do inglês artificial intelligence), que
desde sua criação tem se buscado fazer com que os computadores si-
mulem a forma de pensar e agir dos seres humanos, modelando ele-
mentos como ações reativas e até sentimentos.
Para melhor compreender os objetivos da inteligência artificial, co-
nheça o teste proposto em 1950 por Alan Turing, conhecido com o pai
da computação.
No teste de Turing, um humano (interrogador) utiliza um teclado para fa-
zer perguntas a duas entidades ocultas: outro humano e um computador.
Davi Leon (2020)

! !

Humano Computador

56 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


Para Turing, o comportamento inteligente de uma máquina é expres-
so pela habilidade de obter o desempenho humano em todas as tarefas
cognitivas, podendo, assim, enganar um interrogador humano. Nenhum
computador foi aprovado nesse teste, pois, para isso, seria necessário
uma máquina com diversas habilidades, dentre as quais destacamos:
■ processamento de linguagem natural de modo a permitir que
uma máquina compreenda e se comunique em uma linguagem
humana;
■ representação do conhecimento, permitindo ao computador ar-
mazenar informações antes e/ou durante o interrogatório;
■ raciocínio automatizado para utilizar a informação armazenada
para responder às questões, assim como obter novas conclusões
a partir dos fatos adicionados a cada interrogatório;
■ aprendizado de máquina para se adaptar às circunstâncias, detec-
tar e extrapolar padrões;
■ visão computacional para reconhecer possíveis imagens ou obje-
tos utilizados no interrogatório; e
■ robótica para atuar na percepção e para manipular objetos.

FIQUE POR DENTRO

Essa tecnologia tem sido adotada por muitas empresas para tratar su-
gestões, informações, reclamações e dúvidas de seus clientes. Exem-
plos de inteligência artificial são as assistentes virtuais das empresas
Google (Google Assistant), Apple (Siri) e Amazon (Alexa).
Para conhecer mais sobre inteligência artificial, assista aos fil-
mes Ela e Inteligência artificial.
Ela (Her). Direção: Spike Jonze. EUA, 2013. Inteligência artificial (A.I.:
Artificial Intelligence). Direção: Steven Spielberg. EUA, 2001.

O que Turing propôs foi um desafio e tanto na área da computação,


pois desenvolver todas essas habilidades requer conhecimento prove-
nientes de múltiplas áreas. Dessa forma, o que se viu ao longo da história
da inteligência artificial foi o desenvolvimento isolado de cada habilida-
de, sem ter o teste de Turing como foco.
Em relação ao big data, a inteligência artificial contribuiu com a cons-
trução de modelos computacionais para análise e descoberta de padrões
em grandes conjuntos de dados. A área da inteligência artificial que mais
se relaciona a tais processos é denominada “aprendizagem de máquina”,
com a subárea “mineração de dados” (em inglês, data mining).

BIG DATA
57
4.4. MINERAÇÃO DE DADOS
Por meio das técnicas de mineração é possível obter dados, normal-
mente, na forma de regras lógicas ou predições computacionais, que
irão subsidiar um processo de tomada de decisão. Exemplo disso são as
aplicações que buscam fazer previsões (denominadas modelagens pre-
ditivas), descobrir novos padrões ou associações (denominadas mode-
lagens descritivas), refinar agrupamentos por critérios de semelhança
ou compreender anomalias de comportamento.
As técnicas de mineração de dados podem variar de acordo com o ob-
jetivo da pesquisa.

Davi Leon (2020)


O objetivo
O objetivo
dessadessa
técnica
técnica
é encontrar
é encontrar
regras
regras
de associação
de associaçãoentreentre
itensitens
que que
ocorrem
ocorrem
simultaneamente.
simultaneamente. Por exemplo,
Por exemplo,
um conjunto
um conjunto de dados
de dadosdas vendas anuais
das vendas anuais
de uma rederede
de uma de supermercados
de supermercados possui
possui
todos os itens
todos que que
os itens foram comprados
foram compradospor por
umaumapessoa, a data/hora
pessoa, da compra
a data/hora da compraeo eo
sexosexo
do cliente. Por meio
do cliente. de regras
Por meio de de
de regras
Associação
Associação associação
associaçãopode-se compreender
pode-se compreender quaisquais
itensitens
são comprados
são comprados em conjunto
em conjunto
(sempre que que
(sempre os clientes compram
os clientes compramo item
o item
X também
X tambémcompram
compram o item Y: sabão
o item Y: sabão
lava-roupas
lava-roupase amaciante,
e amaciante,por exemplo).
por exemplo).
ComComisso,isso,
a rede de supermercados
a rede de supermercados podepode
compreender
compreender fenômenos
fenômenos de associação e e
de associação
colocar os produtos
colocar os produtosladolado
a lado nas nas
a lado
prateleiras a fima de
prateleiras fimgarantir a continuida-
de garantir a continuida-
de desse comportamento.
de desse comportamento.
Davi Leon (2020)

As técnicas
As técnicas
de classificação
de classificação
são são
utilizadas
utilizadas
parapara
predizer
predizer
possíveis
possíveis
valores
valores
(classes)
(classes)
a a
partir
partir
de uma
de uma
sériesérie
de exemplos
de exemplos previa-
previa-
mente
mente
rotulados.
rotulados.
Por Por
exemplo,
exemplo,
em umem um
conjunto
conjunto
de dados
de dados
provenientes
provenientesde sensores
de sensores
instalados
instalados
em em
máquinas
máquinasda linha
da linha
de produção
de produçãode de
automóveis,
automóveis,os dados
os dados
foram
foram
rotulados
rotulados
Classificação
Classificação parapara
dizerdizer
se oseproduto
o produto
apresentará
apresentará
problemas
problemasna etapa
na etapa
de controle
de controle
de de
qualidade.
qualidade.

58 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


Davi Leon (2020)
As técnicas
As técnicas
de agrupamento
de agrupamento consistem
consistem
em em
segmentar
segmentarem emsubgrupos
subgruposum um
conjunto
conjunto
de de
registros
registros
a partir
a partir
da similaridade
da similaridade
de seus
de seus
atributos.
atributos.
Observe
Observe
a ilustração
a ilustração
queque
mostra
mostra
dados
dados
nãonão
rotulados.
rotulados.No processamento,
No processamento, os os
padrões
padrões
são são
detectados
detectadose osedados
os dados
são são
rotulados.
rotulados.
Em Emseguida,
seguida,
um um
algoritmo
algoritmo
de de
Agrupamento
Agrupamento agrupamento
agrupamento é utilizado
é utilizado
parapara
agrupar
agrupar
um um
conjunto
conjunto
de dados
de dadosa partir
a partir
do conceito
do conceito
de de
similaridade
similaridade
entreentre
os dados.
os dados.

Davi Leon (2020)


Algoritmo de
agrupamento

Dados não Dado não


rotulados classificado

Figura 3 - Algoritmo de agrupamento


Fonte: IIEEE Communications Surveys & Tutorials, vol. 16, no. 1, First Quarter (2014)

Agora que você já estudou sobre big data, acompanhe a seguir alguns
exemplos de aplicação na Indústria 4.0.

4.5. BIG DATA NA INDÚSTRIA 4.0


Big data e inteligência artificial podem ser utilizados no contexto da
Indústria 4.0 por meio da leitura de dados gerados por dispositivos e
sensores, bases históricas de downtime, além de alertas de manutenção DOWNTIME
preventiva. Tempo de inatividade.
Os dados coletados a partir de dispositivos e sensores podem ser
utilizados em processos analíticos, integrados com bases externas, ou
utilizados por algoritmos de mineração de dados. Os algoritmos utiliza-
dos podem fornecer predições ou novos conhecimentos que auxiliarão
na redução de defeitos, na otimização da matéria-prima e da energia
elétrica, assim como para definir a melhor configuração do ambiente
produtivo para atender flutuações do mercado.

BIG DATA
59
Indústria 4.0

Davi Leon (2020)


Computação
em nuvem 2 Análise Cliente
Big data avançada Fornecedores

Segurança da
informação 3
Dados do
negócio
1 Smart
data
• Dados de máquinas e processos. Aplicação de algoritmo e de
• Período de parada e uso de energia. soluções automatizadas.
• Alertas de manutenção preditivas.
• Redução de defeitos.
• Redução de matéria-prima
4 e de energia.
• Aderência ao mercado.
Sensores e equipamentos
Figura 4 - Ambiente produtivo Indústria 4.0
Fonte: Adaptado de PCL Design (2019)

Esse processo ajuda a empresa a ser ágil na tomada de decisão em


resposta aos eventos da planta e às demandas do mercado, e a apren-
der com as ações tomadas de sua cadeia de valor.

60 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


RESUMINDO

Davi Leon (2020)


Big data

O que é o big data

Características de big data?

Volume

Velocidade

Veracidade

Variedade

Valor

Big data analytics

Inteligência artificial

Mineração de dados

Tipos de mineração

Associação

Classificação

Agrupamento

Big data na indústria 40

BIG DATA
61
ANOTAÇÕES

62 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


CAPÍTULO 5

ROBÓTICA
AVANÇADA

ROBÔ • CONTROLADOR • SENSORES


MULTIFUNCIONAL • INTEGRAÇÃO 63
Bernardo, você sabia que a
robótica está revolucionando Ouvi dizer que a utilização
o funcionamento das empresas? de robôs nas empresas apresenta
diversos benefícios. Mas quais são?

Robótica
Robótica
avançada,
avançada,
ooque
queééisto?
isto?

A utilização dos robôs dentro


Sim, os benefícios são inúmeros! Os robôs da indústria traz grandes
são recomendados para a realização de vantagens no aumento da
tarefas padronizadas e que dependem de produção, qualidade dos
um número limitado de variáveis, sendo produtos e retorno econômico.
apropriados para executar o atendimento
de demandas massivas.
Pode me dar
um exemplo?

Ao montar um carro, um robô


em formato humano pode pegar a bateria
em uma pilha e instalá-la no motor.
Que legal!

FIM
FIM
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
■ Selecionar o robô mais adequado para cada tipo de trabalho.
■ Entender como esta tecnologia pode contribuir para tornar a
indústria ágil.

5.1. O QUE É ROBÓTICA?


Robótica é o uso dos robôs para a execução de atividades, em substi-
tuição do ser humano em locais insalubres e em atividades que possam
colocar em risco a saúde do homem.
A utilização da robótica requer conhecimentos de mecânica (pneumá-
tica, hidráulica, cinemática), eletrônica (sensores e atuadores), softwa-
res e programação (Microcontroladores e CLP – Controladores Lógicos
Programáveis).

?
PERGUNTA

Mas, o que são robôs?

Segundo a Robotics Industries Association – RIA (2017), “[...] um robô é


um dispositivo automático com conexões de realimentação [feedback]
entre os sensores, atuadores e o ambiente sem que haja a ação de con-
trole direto do ser humano para a realização das tarefas”.
No setor industrial, os robôs vêm contribuindo com o aumento da
produtividade e da qualidade dos produtos, melhorias na saúde e se- NORMA ISO
gurança do trabalhador, redução do consumo de energia e de insumos. A série de normas ISO
foram criadas pela Orga-
O robô industrial é definido por Norma  ISO como uma máquina
nização Internacional de
multifuncional, que pode ter base fixa ou móvel, e ser usada em Padronização (ISO), com
aplicações de automação industrial. Ele pode ser controlado o objetivo de melhorar a
automaticamente e ser usado para manipulação, com vários graus de qualidade de produtos e
liberdade. Pode, ainda, ser usado em ações colaborativas com seres serviços.
humanos, por exemplo, um robô que segura uma carga enquanto um
operador humano a fixa a uma plataforma.

ROBÓTICA AVANÇADA
65
Cerca de 90% dos robôs
A Robótica também se dedica à pesquisa e à construção de robôs
industriais são do tipo que se movem em seus ambientes de maneira automática. Os robôs
manipuladores que po- móveis, também conhecidos como AGV (automatic guided vehicle),
dem realizar diversas são veículos que se movimentam de forma automática, dispensando
atividades; são também
o auxílio de operadores. Esta área é chamada de Robótica Móvel.
os mais utilizados nas in-
dústrias. Os AGV também
começam a ter aplicação

fotokon ([20--?])
na área industrial. Assis-
ta ao vídeo para conhecer
exemplos de aplicação
de AGV:
<https://www.youtube.
com/watch?v=WIlS3vN-
SuQ4>.

Figura 5 - Robô móvel


Fonte: Wikimedia Commons (s.d.)

Confira na sequência os componentes de um robô.

5.2. COMPOSIÇÃO DOS ROBÔS


Os componentes de um robô podem ser subdivididos, basicamente,
em sete grandes grupos:
1. Estrutura;
2. Manipuladores;
3. Atuadores;
4. Controladores;
5. Fonte de energia;
6. Transmissão; e
7. Sensores.

66 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


Scharfsinn86 ([20--?])
Para melhor compreender a composição dos robôs, observe a compa-
ração com os cinco sentidos do ser humano. Os sentidos são responsá-
veis por coletar informações do ambiente para que o robô as utilize para
tomar decisões baseadas em sua programação. Para esta interação, são
utilizados sensores que podem ser do tipo termopar (temperatura), GPS
(localização), piezoelétrico (pressão), ultrassom (proximidade), ccd ou
cmos (imagem), entre outros.

ROBÓTICA AVANÇADA
67
Transmissão
Equivalente ao nosso sistema circulatório. É responsável por levar
energia e informação aos diversos pontos do sistema. É basicamen-
te composta por fios, na transmissão de sinais elétricos, e tubos para
transmissão de energia pneumática ou hidráulica.

Manipuladores
São como os nossos membros, por exemplo, braço, antebraço e mão,
que são responsáveis por manipular objetos.

Atuadores
São responsáveis pelo movimento do robô, assim como nossos mús-
culos. Os atuadores podem ser elétricos, pneumáticos ou hidráulicos.

68 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


Estrutura
Pode ser comprada ao nosso esqueleto, pois ela é a responsável por
dar sustentação ao robô e auxiliar seus movimentos.

Controladores
São o sistema nervoso responsável por tomar as decisões previamen-
te programadas. São, basicamente, um computador que pode ser pro-
gramado para repetir ações.

ROBÓTICA AVANÇADA
69
Fonte de energia
Como o alimento para nós, a fonte de energia do robô é responsável
por garantir energia para as atividades. As principais fontes são:
■ Elétrica: via cabo ou bateria.
■ Pneumática: ar comprimido.
■ Hidráulica: utiliza o movimento do fluido hidráulico para produzir
movimentos.

Para saber mais so-


bre a composição
e o funcionamento
dos robôs, visite os
endereços a seguir.
Atuadores que fun-
cionam como os
músculos humanos:
<https://www.you-
tube.com/watch?-
v=2iG1ybuchx0>.
Robôs com inte-
ligência artificial,
preparados para
aprender e tomar
decisões com base 5.3. ROBÔS NA INDÚSTRIA 4.0
em suas experiên-
A robótica sozinha, ou aplicada apenas no contexto da automação in-
cias: <https://www.
dustrial, se caracteriza como modelo já estabelecido na 3ª Revolução
youtube.com/wat-
ch?v=5nCVE76Lq- Industrial.
ZQ>. No contexto da indústria avançada, considerando o atual cenário econô-
Principais tipos de mico e tecnológico, as empresas têm buscado tecnologias que associadas
sensores: <https:// aumentam expressivamente a produtividade, a flexibilidade e a agilidade.
www.citisystems. Nesse sentido, a robótica se apresenta como uma tecnologia com po-
com.br/sensor-vo- tenciais ímpares quando empregada em conjunto com outras tecnolo-
ce-sabe-que-quais- gias habilitadoras da Indústria 4.0.
-tipos/>.
Em diversas plantas industriais pelo mundo pode-se observar a di-
fusão da robótica com elementos de outras tecnologias: robôs sendo
controlados via internet, com programações altamente flexíveis e adap-
tativas para diversos tipos de produtos presentes na linha produtiva e
robôs que não são apenas executores, mas que, paralelamente à execu-
ção, fornecem informações à linha de produção, o que contribui com o
processo de verticalização e integração de toda a cadeia produtiva.
Na Indústria 4.0, destacamos os robôs colaborativos que estão adap-
tados e preparados para trabalhar de maneira colaborativa e segura
com os seres humanos.
Esses robôs são a materialização da interação entre os mundos ciber-
físico e biológico; é a máquina que contribui e aprende com a atividade
humana, respeitando e se adaptando às limitações físicas do homem.

70 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


Há, ainda, a presença de robôs movimentadores de carga e AGV. Estes
já estavam presentes na indústria 3.0, ou seja, em plantas com auto-
mação. Mas, nesse novo contexto, esses robôs aprendem, monitoram e
se comunicam a todo momento com a planta, agindo de maneira inte-
grada com a operação da fábrica.
Observe, na planta, a representação do processo de comunicação en-
tre os robôs, máquinas e sistemas.

Realizar

Elaboração própria (2019)


Estou disponível manutenção em Produção dentro
para o pedido 432. 03 dias. dos parâmetros.

Estou com o Pedido 431


pedido 432. pronto.
Figura 6 - Processo de comunicação entre os robôs, máquinas e sistemas.
Fonte: Do autor (2019)

Para que essa comunicação seja possível, os sensores, atuadores


e softwares enviam e recebem dados por meio da rede IIoT (Internet In-
dustrial das Coisas).
Nesta planta, você pode perceber que não existe uma central que de-
cide tudo, cada máquina possui certa autonomia respeitando os parâ-
metros com os quais foi programada.
Na indústria farmacêutica, os processos demandam alto grau de con-
fiabilidade e segurança a fim de garantir a qualidade dos produtos. Na
fabricação, os processos assépticos são os mais críticos.
Por isso, são adotados Sistemas Avançados de Processos Assépticos
(APP), que consiste na utilização de robôs para realizar a manipulação e
o controle dos medicamentos.
Esses robôs passaram a ser utilizados depois que um estudo (Whyte,
1998) identificou que os operadores humanos, mesmo com vestimentas
esterilizadas, geravam, em seus movimentos, partículas, o que causava
risco de contaminação dos medicamentos, na seguinte proporção:
■ Humano em estado imóvel: 500.000 partículas por minuto;
■ Humano parado, com a cabeça, braços e corpo em movimento:
1.000.000 de partículas por minuto; e
■ Humano caminhando a 2km/h: 5.000.000 de partículas por minuto.

ROBÓTICA AVANÇADA
71
O APP é composto por sistemas robóticos, braços e manipuladores
aliados a barreiras físicas para eliminar a intervenção direta do opera-
dor no processo. O operador ainda pode fazer pequenos ajustes, uti-
lizando portas de luvas, no entanto, a operação efetiva só ocorre se o
operador estiver a uma distância segura do processo.

Nessa situação destacamos três elementos importantes:


■ O ser humano continua trabalhando na planta. A diferença é que
agora está em uma função mais segura, de supervisão;
■ A solução promovida pela robótica ultrapassa os limites da fábri-
ca, pois a assepsia no processo de fabricação de medicamentos
beneficia todos os seres humanos; e
■ A fábrica passa a ser mais ágil na medida que diminuem os ajus-
tem durante a execução dos processos.

EXEMPLO

Saúde e qualidade de vida


O Japão, famoso por sua tecnologia, vem apostando na robótica para
amenizar um problema causado pela redução da natalidade e do au-
mento do número de pessoas idosas que moram sozinhas ou em lares
comunitários.
Os robôs cuidadores, alguns com formas de “ursinhos” e com vozes
infantilizadas, vêm sendo usados como “cuidadores” de pacientes
geriátricos. Além de monitorar os sinais vitais, fazer chamadas telefô-
nicas de emergência, servir alimentação e lembrar sobre o horário de
medicamentos e compromissos, os robôs interagem, jogam, ensinam,
desafiam e divertem esses idosos, o que os ajuda a manter corpo e
mente saudáveis.
Os resultados terapêuticos do uso de robôs são impressionantes e vão
desde reabilitação física de pacientes à redução de depressão.
Embora o maior investimento na área tenha sido no Japão, os EUA e
países da Europa vêm acelerando o desenvolvimento dos “Carebot”,
como são chamados os robôs cuidadores. Isso porque a preocupação
com o isolamento social de idosos tem sido tema recorrente nos fóruns
mundiais de saúde e qualidade de vida.
Neste case podemos observar o potencial que a robótica possui. Per-
ceba que estes robôs cuidadores precisaram ser produzidos em grande
volume e por empresas especializadas, com conhecimentos em diver-
sos setores, gerando, assim, a criação de novos modelos de indústria.
Adaptado de: TARANTOLA, A. Robot caregivers are saving the elderly
from lives of loneliness, 2017.

Reflita sobre esse exemplo e siga para o próximo capítulo!

72 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


RESUMINDO

Davi Leon (2020)


Robótica avançada

O que é robótica avançada? Robôs na indústria 4.0

Composição de um robô

Estrutura

Manipuladores

Atuadores

Controladores

Fonte de energia

Transmissão

Sensoriais

ROBÓTICA AVANÇADA
73
ANOTAÇÕES

74 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


CAPÍTULO 6

MANUFATURA ADITIVA

75
impressão 3D • camada
modelo virtual • tridimensional
geometrias complexas
Manufatura
Manufatura
Nossa empresa está avaliando
o uso da manufatura aditiva. Eu já ouvi falar sobre isto!

aditiva,
aditiva,
São as impressoras 3D?

oo que
que éé isto?
isto?

No setor automobilístico peças de


Sim. Essa invenção alta qualidade podem ser confeccionadas
tecnológica se tornou importante com maior efetividade, uma vez que é
em diversos setores da economia. possível realizar previamente testes
Já há no mercado muitas aplicações com protótipos em 3D.
da impressão 3D.

A Local Motors confeccionou o


carro Strati em apenas 44 horas. Que legal!

FIM
FIM
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
■ Identificar as principais tecnologias utilizadas na manufatura aditiva.
■ Identificar os benefícios da manufatura aditiva em relação à
manufatura por usinagem.

6.1. O QUE É MANUFATURA ADITIVA?


A indústria aplica diversos métodos de fabricação. Um dos mais utiliza-
dos na produção é a usinagem, que aplica a técnica de manufatura por
remoção de material. Nessa técnica, o material é extraído do bloco até
se chegar à forma do produto esperado. Ela pode ser realizada manual-
mente, por exemplo: limar, cortar, alargar, ou com o auxílio de máquinas
operatrizes como torno mecânico e fresadora.
Já a manufatura aditiva é um processo de sobreposição de material
para criar objetos a partir de dados de um modelo virtual tridimensional;
usualmente a adição da matéria-prima ocorre em camada sobre camada.
Além de manufatura aditiva, outros termos são utilizados para definir
esse processo: impressão 3D, fabricação aditiva, processo aditivo, técni-
cas aditivas, manufatura aditiva por camadas, manufatura por camadas.

6.2. PROCESSO DE MANUFATURA ADITIVA


Popularmente, a manufatura aditiva é conhecida como impressão 3D,
devido ao fato de a tecnologia ser vista como um hardware de impres-
são que imprime em três dimensões, e prototipagem rápida, devido à
grande aplicação da tecnologia na produção de protótipos.
Observe a imagem e veja que cada fatia é como uma folha de papel e
em cada folha será impressa a geometria da peça naquela posição.

MANUFATURA ADITIVA
77
Elaboração própria (2019)
Figura 7 - Geometria da peça
Fonte: Do autor (2019)

Segundo o dicionário Michaelis, Manufatura é:


■ Ato ou efeito de manufaturar, de fabricar ou produzir; manufaturação.
■ Trabalho realizado à mão ou em máquina caseira.

O termo Manufatura Aditiva surgiu em 2010, quando a Sociedade


Americana de Ensaios e Materiais (ASTM, do inglês American Society for
Testing and Materials, definiu o nome desse processo produtivo para
melhor descrever os potencias dessa tecnologia.
O conceito produtivo da manufatura aditiva é inovador, pois ao invés
de extrair material, como na subtrativa, ele é depositado e fixado, cama-
da por camada. Além disso, a espessura da camada depende da capaci-
dade e da tecnologia do equipamento de impressão.
A forma correta do depósito das camadas é especificada no modelo
3D, em três dimensões, que é feito em softwares específicos de dese-
nho, que podem ser AutoCad, Catia, Inventor, Solidwork, Sketchup, 3ds
Max, Meshmixer, TinkerCAD, entre outros.
Observe a representação dos processos:

78 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


Elaboração própria (2019)
Figura 8 - Manufatura subtrativa
Fonte:Do autor (2019)

Elaboração própria (2019)

Figura 9 - Manufatura aditiva


Fonte:Do autor (2019)

A tecnologia de prototipagem rápida foi introduzida no mercado no


fim da década de 1980. A partir de então, o desenvolvimento de novas
tecnologias de impressão proporcionou maior precisão dos movimentos
e maior resolução dos desenhos. Com isso, a partir dos anos 2.000, peças
mais complexas e com maior precisão começaram a ser produzidas.
Vale lembrar que existem várias tecnologias de prototipagem, e a cha-
mada manufatura aditiva não é a evolução do processo e sim um dos
tipos. Para cada manufatura existe um processo que melhor se adequa
à necessidade de produção.

6.3. IMPRESSÃO EM 3D
Com a evolução das tecnologias, também no que se refere aos mate-
riais que podem ser empregados, setores como o médico, odontológico,
automobilístico, aeroespacial e bélico conseguem atender demandas
muito específicas, como a necessidade de customização, redução de
massa (peso) e aumento da velocidade de fornecimento.

MANUFATURA ADITIVA
79
Davi Leon (2020)
Além disso, a manufatura aditiva vem sendo usada em outras áreas
industriais devido à sua capacidade de produzir peças de geometrias
complexas.
Acompanhe passo a passo o processo produtivo com impressão 3D,
ou seja, a manufatura aditiva.

Davi Leon (2020)

1
O primeiro passo consiste em desenhar o
produto em um software de modelagem 3D,
respeitando as condições mecânicas.

Elaboração própria (2019)


Davi Leon (2020)

2
Converter o arquivo (desenho) para um for-
mato aceito pela impressora (por exemplo,
extensão STL ou IGS).

80 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


Wikipedia ([20--?])
Davi Leon (2020)

Imprimir o produto: observe que antes da

3
impressão, foram selecionados os materiais
que serão utilizados como base do produto
e o acabamento que será dado à peça. Essa
escolha determina a resistência do produto
de acordo com a sua aplicação.
Davi Leon (2020)

Dar acabamento ao produto: retirar supor-

4
tes, rebarbas e finalizar os processos de cura
e/ou sinterização. O tipo de acabamento do
produto dependerá da tecnologia utilizada
na impressão.

6.4. BENEFÍCIOS DA MANUFATURA ADITIVA


Como você viu, a capacidade de produzir geometrias complexas é um
dos grandes diferenciais da manufatura aditiva. Além disso, essa tecno-
logia permite produzir peças mais leves, com resistência mecânica igual
ou superior às peças produzidas por métodos produtivos convencionais.
Com a manufatura aditiva também é possível reduzir o número de
ferramentas e dispositivos necessários para a produção, pois todas as
informações do produto estão em um arquivo digital que pode ser ar-
mazenado tanto localmente como na nuvem.

MANUFATURA ADITIVA
81
Entre os benefícios proporcionados pela manufatura aditiva estão:
■ agilidade na customização em massa;
■ facilidade na produção de geometrias complexas;
■ baixo custo de armazenamento das matrizes; e
■ velocidade de produção (projeto e produto).
Na customização em massa, por exemplo, essa tecnologia permite
mudanças no produto a cada peça produzida, o que garante à empre-
sa flexibilidade e agilidade no atendimento às demandas do mercado.
Veja exemplos de produtos manufaturados com essa tecnologia.

ameblo.jp ([20--?])
Piqsels ([20--?])

Acompanhe na sequência a manufatura aditiva na Indústria 4.0.

82 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


6.5. MANUFATURA ADITIVA NA INDUSTRIA 4.0
Normalmente, os blocos hidráulicos são produzidos por usinagem.
São compostos por aço inox ou liga de alumínio, usinados e, posterior-
mente, furados de forma a criar a passagem para os fluidos. Devido
ao seu design curvilíneo, após as furações, é necessária aplicação de
tampões em alguns pontos, a fim de garantir o caminho ideal para o
fluido. Esse processo, além de consumir bastante matéria-prima, re-
quer adição de material para os tampões e ferramental específico no
processo de furação.
Com o desafio de reprojetar um coletor de bloco hidráulico a fim de
reduzir a massa do bloco, uma empresa especializada em usinagem de
precisão utilizou a manufatura aditiva. Durante o processo, verificou-se
a possibilidade de otimizar o percurso para aumentar a eficiência do
fluxo de fluidos.
No novo projeto, o bloco produzido por manufatura aditiva propor-
cionou:
■ Aumento da eficiência do fluxo de fluidos em até 60%;
■ Redução expressiva de massa em até 79%;
■ Redução das ferramentas e dispositivos;
■ Liberdade total de projeto e flexibilidade de adaptações;
■ Construção de peça única, menos oportunidades para os defeitos; e
■ Compatibilidade com o projeto anterior.

RESUMINDO
Davi Leon (2020)

Manufatura aditiva

O que é Processo de Manufatura Benefícios da


manufatura manufatura Impressão 3D aditiva na manufatura
aditiva? aditiva indústria 4.0 aditiva

MANUFATURA ADITIVA
83
ANOTAÇÕES

84 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


CAPÍTULO 7

SIMULAÇÃO

85
modelagem tridimensional
análise • planejar • simular
validar
Daniel, no material Sim. A manufatura digital
que estou lendo da empresa, ou simulação permite a
fala sobre manufatura digital. virtualização dos sistemas
Manufatura
Manufatura Você pode me ajudar a entender? produtivos reais, permitindo
que, em ambiente controlado,

digital
digital ou
ou
seja possível simular, validar
e testar atividades.

simulação
simulação

Um exemplo disto é a
utilização desta tecnologia para
detecção de problemas que normalmente E como isto
seriam percebidos apenas durante a acontece?
produção.

São utilizados
softwares para modelagem
Claro!
e visualização 3D. Vamos
conhecer?

FIM
FIM
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
■ Entender como essas tecnologias contribuem para tornar a indús-
tria ágil na implantação de projetos e na tomada de decisão.
■ Compreender o ciclo de um processo de simulação.
■ Diferenciar os tipos de simulação.

7.1. O QUE É SIMULAÇÃO?


Simulação é a utilização de ferramentas e softwares de modelagem tri-
dimensional desde o produto até o processo produtivo. Com o uso des-
sas ferramentas, é possível realizar análises e simulações a fim de iden-
tificar melhorias e otimização dos processos de manufatura em estudo.

O ciclo de um processo da simulação engloba os


conceitos de Planejar, Simular e Validar, ou seja, o
planejamento eficiente do processo, a simulação do
processo em ambiente virtual e a validação dos re-
sultados simulados com base nas metas de produção.

Esse ciclo traz as seguintes vantagens para a indústria:


■ Otimização do planejamento do processo e, consequentemente,
a redução dos custos.
■ Redução do tempo de startup (entrada em produção) do processo
em desenvolvimento.
■ Redução dos custos de protótipos e melhoria da qualidade com
a utilização de modelos digitais (digital mockup) e simulação das
linhas de manufatura.
■ Integração das fases de desenvolvimento do projeto (Engenharia
Simultânea) devido à possibilidade de trabalho colaborativo entre
as equipes de projeto do produto e de planejamento da produção.
■ Validação dos processos de manufatura devido à utilização de si-
mulações e análise dos resultados com a implementação das me-
lhorias antes do início da produção.
Todas essas vantagens fazem com que a empresa tenha melhor poder
de resposta em relação às demandas de mercado e por consequência
seja ágil em seus processos.

SIMULAÇÃO
87
FIQUE POR DENTRO

O desenvolvimento da simulação teve origem em conceitos, como:


■ Desenho para a Manufaturabilidade (DFM);
■ Manufatura integrada;
■ Manufatura flexível;
■ Lean manufacuring; e
■ Desenho e colaboração de processos.

As etapas de desenvolvimento da simulação requerem recursos de


informática com máquinas de engenharia,  softwares  específicos e re-
cursos humanos com alto grau de conhecimento nas áreas de desenvol-
vimento. Acompanhe a seguir.

7.2. ETAPAS DE SIMULAÇÃO


Para desenvolver o modelo de um processo de manufatura a ser simu-
lado é necessário construir cada uma das seguintes etapas.

SIMULAÇÃO DE PRODUTO
Modelo virtual tridimensional do produto a ser produzido, conhecen-
do suas partes e os processos de fabricação e montagem. Nesta fase é
possível simular o movimento do produto (caso exista) e as resistências
mecânicas de seus componentes com relação aos esforços aplicados
em seu uso final.
professorreginaldo.com.br ([20--?])

88 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


SIMULAÇÃO DE EQUIPAMENTOS
O modelo virtual dos equipamentos necessários ao processo e à apli-
cação da cinemática de suas partes. Caso o equipamento seja uma
máquina de usinagem CNC, será possível implementar na máquina um
pós-processador de forma a simular os processos de usinagens, levan-
do em conta todas as características de usinagem no modelo.
Geralmente, os modelos de robôs podem ser fornecidos pelos fabri-
cantes ou adquiridos nas bibliotecas dos softwares.

diagram ([20--?])

SIMULAÇÃO DA CÉLULA
O modelo virtual da célula ou processo de manufatura utilizando os
equipamentos, dispositivo, máquinas, robôs e infraestrutura como ban-
cadas, áreas de armazenamento, esteiras etc.
Wikipedia ([20--?])

SIMULAÇÃO
89
A montagem do processo produtivo traz todos os equipamentos e in-
fraestruturas necessários e simula, virtualmente, o ambiente fabril.
O processo de simulação, ou manufatura digital, conecta todos os co-
nhecimentos da virtualização: modelamento tridimensional de produ-
tos, componentes, máquinas, programações de unidades de usinagem,
programações de sistemas robotizados necessários ao processo produ-
tivo e as informações da análise da produção, como o leiaute e tempos
de processos, por exemplo.

Wikipedia ([20--?])
A realidade virtual (RV) permite recriar, virtualmente, ambientes físi-
cos e inserir elementos que levam o indivíduo, que imerge nesses am-
bientes, a simular experiências e sensações muito próximas àquelas
vivenciadas em ambientes reais.
Entre as vantagens proporcionadas por esses ambientes virtuais, es-
tão a integridade da saúde e da segurança do indivíduo, a preservação
de máquinas e equipamentos e a oportunidade de testar inovações sem
custo com mão de obra, matéria-prima e energia, entre outros.
Por exemplo, a análise de projetos em ambientes de projeção tridi-
mensional permite aos analistas, especialistas e engenheiros uma visão
geral de detalhes, erros e oportunidades de melhoria.
A RV é utilizada também em treinamentos. As tarefas de grande pe-
riculosidade em ambientes reais ou de alto custo são problemas no
treinamento de pessoas. Com a utilização de ambientes virtuais, o in-
divíduo estará em um ambiente similar ao real e poderá simular mo-
vimentos e decisões sem correr riscos. Como exemplo, podemos citar
os simuladores de voo para a aviação, os de autoescolas para treino de
direção de veículos, no processo de habilitação de novos motoristas, e
os simuladores para condutores de trens.

90 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


RESUMINDO

Davi Leon (2020)


Simulação

O que é simulação? Tipos de simulação

Simulação de produto

Simulação de equipamentos

Simulação da célula

SIMULAÇÃO
91
ANOTAÇÕES

92 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


CAPÍTULO 8

INTEGRAÇÃO
DE SISTEMAS

93
verticalização
horizontalização • integração
flexibilidade • agilidade
Vocês sabiam que cada
processo gerado é abastecido
com dados? Por isso é muito importante
que a empresa tenha integração entre os
Integração
Integração processos e os sistemas.

de
de sistemas,
sistemas,
oo que
que éé isto?
isto?
Mas, por quê?

Em um ambiente sem integração, existe A falta de sistemas integrados faz com que,
o trabalho de captar todas as informações também, os níveis de gestão tenham um
geradas por uma etapa do processo de trabalho muito maior em analisar se o que
manufatura e abastecer a próxima, e isso é está sendo fabricado realmente condiz com
feito muitas vezes de forma manual, a demanda recebida e se os fornecedores e
ineficiente e analógica. distribuidores estão alinhados com
esta produção.

E como pode acontecer


esta integração?

A integração pode ser horizontal ou vertical.


O primeiro diz respeito à toda cadeia produtiva: desde
fornecedores até os clientes. Já o segundo integra
as funções a serem desenvolvidas dentro da fábrica. FIM
FIM
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
■ Entender a diferença entre verticalização e horizontalização.
■ Entender como a integração dos sistemas e a capacitação dos re-
cursos humanos contribuem para tornar a empresa ágil.

8.1. SISTEMAS INTEGRADOS: VERTICALIZAÇÃO E


HORIZONTALIZAÇÃO
Como você tem visto, as empresas buscam, cada vez mais, estratégias
para se tornarem competitivas frente a um mercado altamente dinâmico.
O aumento dos lucros já não está mais relacionado ao aumento do preço
do produto, e sim à diminuição dos custos empresariais.
Frente às mudanças globais e à concorrência empresarial, velhos con-
ceitos e bases estratégicas que visavam apenas a otimização dentro da fá-
brica começaram a ser questionados e modificados por meio de novas es-
tratégias que envolvem todos os integrantes das cadeias de suprimentos,
dando margem a um horizonte de possibilidades para redução de custos.
Um dos conceitos que abordam mudanças estratégicas da forma de
atuação das empresas na elaboração de seus produtos é a integração de
sistemas de maneira vertical e horizontal.
Este conceito é utilizado para apresentar como os dados, processos,
produtos, sistemas de produção e sistemas de gestão se integram na In-
dústria 4.0.
É, também, um desafio para as empresas que estão, ou estarão,
na transição para 4.0, uma vez que seus sistemas de Tecnologia da
Informação (TI) e de Tecnologia da Automação (TA) ainda não estão
integrados, e mais que isso, não foram pensados para serem integrados
em sua totalidade. Pois, com o advento da Industria 4.0, cresce a de-
manda pela comunicação entre sistemas para coleta, compartilhamen-
to e análise de dados.
A integração dos sistemas, mapeando todos os processos da empre-
sa, como o desenvolvimento de produtos, melhoria de produtos já exis-
tentes, planejamento estratégico e processos produtivos é chamada
de verticalização. Ela permite uma visão sistêmica do funcionamento
da empresa.
Já o processo de comunicação realizado entre a empresa e suas ca-
deias de valor e de suprimentos, ou seja, seus fornecedores, prestado-
res de serviço, clientes e outros agentes externos à planta é chamado
de horizontalização. Nessa integração, é possível rastrear o ciclo de vida
do produto, desde a matéria-prima que o compõe até a sua reciclagem.
Embora haja diferença entre a integração vertical e a horizontal, o ob-
jetivo em ambos os processos é transformar em informação de valor os
dados gerados pelos sistemas e processos que evolvem a fabricação e a
comercialização de produtos.

INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS
95
Davi Leon (2020)
Compartilhamento Fornecimento e outros parceiros
de dados
Desenvolvimento
Pesquisa de mercado Prototipagem
Design do produto Pré-produção
Prova de conceito Lançamento

(Desenvolvimento, Produção e Vendas)


Produção

Processos internos + Fluxo de


Planejamento de produção Materiais Controle de qualidade

informações + Sistemas de TI
Ativos operacionais Compras Linha de montagem

Processos internos
Horizontalização

Verticalização
RH
Manufatura de peças e Automação

Logística
Gestão de estoque
Coleta Recepção de produtos
Preparação Planejamento e demandas
Envio

Distribuição
Gestão de demanda Envio
Processamento de pedidos Rastreamento
Gestão de devoluções

Clientes
(Distribuidores/revendedores/consumidor final)

Os maiores benefícios que estas estratégias de integração oferecem


para a indústria são a flexibilidade na produção e agilidade na tomada
de decisão.
As tecnologias habilitadoras nesses processos são:
■ a robótica avançada: os sensores e atuadores instalados nas máqui-
nas captam e enviam para a rede os dados de seu funcionamento;
■ a internet das coisas: que permite que os dados enviados pelos
sensores e atuadores sejam disponibilizados na rede;
■ o big data: que agrega, em tempo real, dados dos ambientes in-
terno e externo;
■ a computação em nuvem: que viabiliza o armazenamento de da-
dos, informação e sistemas fora dos domínios da fábrica;
■ a segurança digital: que garante que a segurança dos equipamen-
tos, dos sistemas e da informação que transita entre máquinas.
Essa segurança é fundamental, pois mais do que roubar dados,
dentro do contexto da Indústria 4.0, um invasor pode pará-las,
operá-las remotamente e expor os trabalhadores da planta a ris-
cos físicos. Você estudará esse tema no próximo módulo.

96 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


8.2. VERTICALIZAÇÃO INTEGRADA
Os dados gerados nos processos externos podem influenciar os pro-
cessos internos e impactar custo, tempo e até mesmo qualidade na pro-
dução de um produto.
Mas, para que a empresa tire o melhor proveito das informações for-
necidas pelas suas cadeias de suprimentos e de valor, é preciso que te-
nha uma visão detalhada de seu ambiente interno, o que é possível por
meio da integração vertical.
Na verticalização, há integração dos sistemas de TI em vários níveis hie-
rárquicos, passando pela interface com os dispositivos físicos do chão da
planta (sensores e atuadores), pelo nível de controle de máquinas e sis-
temas, linha de produção, planejamento da produção, controle de quali-
dade, até os processos de negócios nas áreas de marketing e de vendas.

As soluções e tecnologias típicas na integração vertical são:


■ CLP – Controlador lógico programável: responsável por controlar
os processos de fabricação. Encontra-se no nível de controle.
■ SCADA – Sistemas de Supervisão e Aquisição de Dados: permite mo-
nitorar, controlar e supervisionar várias tarefas no nível de produção.
■ MES – Manufacturing Execution System: é um sistema de execução
de fabricação para o gerenciamento do nível operacional da planta.
■ ERP – Enterprise Resource Planning: é o sistema inteligente da em-
presa que opera no nível de planejamento empresarial, o nível
mais alto da hierarquia.

Mas, para que essa conexão ocorra, é preciso que a linguagem de co-
municação e a arquitetura sigam um padrão. O modelo de arquitetura
utilizado pela indústria 4.0 é o RAMI 4.0 (Reference Architectural Model
for Industrie 4.0) que propõe que a informação seja organizada em ca-
madas, desde o nível mais baixo (o sensor instalado na máquina, por
exemplo) até o nível mais alto, o de gestão.

INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS
97
Observe a representação gráfica:

Davi Leon (2020)


Negócios Processo de negócios

Funções Relações e funções

Informações Dados necessários 01010101

Comunicação Acesso à informação

x x
Transição do mundo x
Integração
físico para o virtual x x
x

Dispositivos Dispositivos reais

Em outras palavras, todos os componentes e áreas estão conectados,


o que permite que os dados compartilhados por máquinas, equipamen-
tos e sistemas sejam transformados em informação que suportam as
tomadas de decisão.

98 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


CICLO DO PRODUTO NA FÁBRICA

Davi Leon (2020)


Camada
Camadade dispositivos
de dispositivos
Sensores
Sensores
e atuadores
e atuadores
instalados
instalados
nas nas
máquinas
máquinas
enviam
enviam
dados
dados
parapara
a rede.
a rede.

Associação
Associação
Davi Leon (2020)

x xx x
x x Camada
Camadade integração
de integração
Os dados
Os dados
passam
passam
do sistema
do sistema
físico
físico
(rede)
(rede)
parapara
o sistema
o sistema
virtual
virtual
(nuvem).
(nuvem).
x xx x
x x
Davi Leon (2020)

Camada
Camada
de comunicação
de comunicação
Os dados
Os dados
são são
“traduzidos”
“traduzidos”
parapara
a lingua-
a lingua-
gemgem
padrão.
padrão.
SãoSão
estruturados
estruturados
e e
integrados.
integrados.

INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS
99
Davi Leon (2020)
Camada de funções
01010101 Camada
Essa camada de funções
fornece os dados para as
01010101 Essadecamada
tomadas
integração
decisão. Éfornece
horizontal
um canalos
de várias
dados para as
para
funções.
tomadas de decisão. É um canal para
integração horizontal de várias funções.

Davi Leon (2020)


Camada
Camada de informação
de informação
Os dados são analisados e selecionados
Os dados são analisados e selecionados
por cada área que pode fazer uso deles.
por cada área que pode fazer uso deles.
Davi Leon (2020)

Camada
Camada
de negócios
de negócios
Os dados
Os dados
analisados,
analisados,
disponíveis
disponíveis
por por
área,
área,
permitem
permitem
maismais
assertividade
assertividade
e agilidade
e agilidade
na tomada
na tomada
de decisão.
de decisão.

8.3. INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS NA INDÚSTRIA 4.0


Agora, veja como o processo de verticalização acontece na Indústria 4.0.
Senai ([20--?])

100 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


A camada de dispositivos (sensores e atuadores) instalados nas má-
quinas enviam dados para a rede. Esses dados fornecem informação
detalhada sobre os processos, como:
■ paradas de produção;
■ quantidade de produtos produzidos;
■ qualidade da produção;
■ rastreabilidade do produto;
■ gestão do custo;
■ gestão da manutenção;
■ planejamento da produção; e
■ indicadores e métricas.

Você imagina quanto vale a capacidade de antecipar e evitar proble-


mas antes da produção parar?

Senai ([20--?])

Os dados enviados pelas máquinas e equipamentos da planta passam


do sistema físico para o sistema virtual. E uma vez nos sistemas, esses
dados são traduzidos, estruturados e integrados, ficando prontos para
serem analisados e compartilhados.
Isso tudo imprime rapidez na tomada de decisão tanto por parte dos
gestores como do próprio sistema, que pode tomar decisão sozinho,
descartando peças defeituosas, por exemplo. Essa velocidade na toma-
da de decisão é uma das capacidades da indústria ágil.
Senai ([20--?])

INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS
101
Os resultados das análises podem direcionar mudanças em tempo
real na planta (leiaute, equipamentos), na produção (tempo, volume,
produto etc.), em outras áreas da empresa (financeiro, no sentido de
custo × preço do produto, marketing, logística etc.), ou na cadeia de va-
lor (fornecedores, cliente, parceiros), na horizontalização.
Como você viu ao longo desse curso, o uso das tecnologias habilitado-
ras vem revolucionando a produção industrial globalmente. Os benefí-
cios da implementação dessas tecnologias nas empresas são diversos,
assim como os desafios.
Os investimentos vão além de capital financeiro na aquisição de tec-
nologias e dispositivos. Para tornar a empresa digital, ágil e inteligente,
é preciso investir também no desenvolvimento de novas competências
no capital humano e na criação de uma cultura digital na empresa,
como mostram os cenários nacional e internacional.

RESUMINDO

Davi Leon (2020)


Integração de sistemas

Sistemas integrados: Integração


Verticalização
verticalização e de sistemas na
integrada
horizontalização indústria 4.0

Ciclo de produto
na fábrica

102 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


CAPÍTULO 9

SEGURANÇA DIGITAL

REQUISITOS • INFORMAÇÃO
PROTEÇÃO • DESAFIOS 103
Na reunião que tivemos
hoje, falou-se muito sobre segurança
digital. A preocupação é com o volume de
informações que a empresa está gerando Mas que informações
após o contexto da Indústria 4.0. são estas?

Segurança
Segurança
digital,
digital,
oo que
que éé isto?
isto?

E-mails, vídeos, gravações


de reuniões, e os dados oriundos
dos dispositivos. Então eu já entendi!
A segurança digital protege as
informações disponíveis, minimizando
os riscos e estabelecendo controles.

Isto mesmo!
A informação é considerada
um ativo de valor para a empresa.

FIM
FIM
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
■ Identificar os requisitos e as boas práticas para garantir a segurança
da informação na Indústria 4.0.
■ Compreender os pilares da segurança digital.

9.1. O QUE É SEGURANÇA DIGITAL?


Para a sociedade contemporânea, a informação é um dos recursos
mais valiosos. No mundo corporativo, é fundamental nos processos de
tomada de decisão, na criação de novos produtos e na competitividade.
A informação é considerada um ativo de valor para a organização.
Como um ativo, deve ser protegida. É com essa premissa que a área de
segurança digital atua, com o objetivo de proteger as informações dis-
poníveis para a organização, minimizando os riscos, estabelecendo con-
troles, ou seja, estabelecendo uma política de segurança da informação.
Quando pensamos em informação, nos veem em mente os arquivos
que estão em uma empresa. Na verdade, podemos adicionar ao termo
informação qualquer forma de armazenamento e manipulação de da-
dos. Logo, são exemplos de informação: e-mails, vídeos, gravações de
reuniões etc., e no contexto da indústria 4.0, podemos citar os dados
oriundos dos dispositivos.
Todas as empresas, independentemente de seu tamanho, possuem e
manipulam informação, devendo, portanto, adotar algumas ações bási-
cas para a proteção dessa informação.
Na área de Segurança da Informação existem normas que norteiam
os procedimentos a serem aplicados. Uma dessas normas é a NBR ISO/
IEC 27002. Trata-se de um código de prática para a gestão de segurança
da informação. Para a ISO, a segurança da informação pode ser definida
como a proteção da informação contra vários tipos de ameaças, para ga-
rantir a continuidade da empresa, minimizar riscos, maximizar o retorno
sobre os investimentos e as oportunidades de negócio.
Vamos analisar um pouco essa definição. Temos que segurança da in-
formação é a proteção contra vários tipos de ameaças. Mas, quais são
estas ameaças?

SEGURANÇA DIGITAL
105
rudall30 ([20--?])
Segundo Fontes (2008), algumas ameaças são:
■ descontentamento ou desmotivação de colaboradores;
■ baixo nível de conscientização dos colaboradores sobre assuntos
relacionados à segurança;
HACKING ■ inexistência de políticas e procedimentos para acesso, manipula-
Hacking são as ativi- ção e armazenagem da informação;
dades que procuram ■ hacking, vírus, spam, e-mails maliciosos;
comprometer dispo-
sitivos digitais como ■ falta de um plano de recuperação a desastres;
computadores, smar- ■ desastres naturais, como incêndio, inundação, terremoto etc.
tphones, tablets e até
mesmo redes inteiras.
Quando uma ameaça se concretiza, ou seja, quando ocorre um inci-
dente de segurança da informação, a empresa pode ter que lidar com
diversas consequências, como a perda de clientes e contratos, danos à
imagem, perda de produtividade, perda de propriedade intelectual etc.
Em outras palavras, nestes ataques os criminosos podem alterar in-
formações das bases de dados afetando processos, controlando máqui-
nas e equipamentos das indústrias. Um vírus pode desligar dispositi-
vos de proteção, alterar o comportamento de robôs, violar as variáveis
de processos como pressão, temperatura, nível, velocidade. Isso tudo,
além de causar danos financeiros à empresa, pode causar danos físicos
aos colaboradores.
Por isso, em empresas cada vez mais digitalizadas que utilizam IIoT,
nuvem, integração de sistemas, big data, inteligência artificial e siste-
mas ciberfísicos, a segurança da informação representa a segurança de
todo o processo.

106 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


Uma vez que, se um hacker invadir os sistemas de uma indústria 4.0,
ele poderá acessar mais do que informações, poderá controlar todos os
sistemas produtivos e impactar toda a cadeia produtiva, tanto interna
(vertical) como externa (horizontal), as consequências de não se implan-
tar e seguir os procedimentos de segurança podem ser catastróficas.
Nesse sentido, as medidas de segurança da informação são funda-
mentais para garantir que as empresas sejam ágeis e competitivas.

Os sistemas ciberfísicos são formados por máqui-


nas e equipamentos que mantêm comunicação cons-
tante na planta e tudo que trafega nesta rede é in-
formação, seja no formato de foto, áudio, sinal de
sensores, vídeo, planilha, texto, e essa informação
deve ser protegida contra o acesso por pessoas
não autorizadas.

9.2. PILARES DA SEGURANÇA


Podemos dizer que uma das maneiras de zelar pela segurança é a
prevenção, e para isso podemos estabelecer três pilares fundamen-
tais que nortearão a definição de controles e procedimentos a fim de
garantir a segurança da informação em uma organização. Segundo o
autor Sêmola (2003), são eles:
Davi Leon (2020)

Integridade
Integridade
É a garantia
É a garantia
de que
de que
a informação
a informação
nãonão
foi foi
alterada,
alterada,
de forma
de forma
indevida
indevida
ou não
ou não
autorizada.
autorizada.
Se ocorrer
Se ocorrer
a adulteração
a adulteração
da da
informação,
informação,
é importante
é importanteter mecanismos
ter mecanismos
queque
sinalizem
sinalizem
tal ocorrência.
tal ocorrência.
Davi Leon (2020)

Disponibilidade
Disponibilidade
24/7
24/7 É a garantia
É a garantia
disponível
de que
disponível
sempre
de que
a informação
sempre
a informação
queque
estará
necessário.
estará
necessário.

SEGURANÇA DIGITAL
107
Davi Leon (2020)
Confidencialidade
Confidencialidade
É a certeza
É a certeza
de que
de que
o acesso
o acesso
à informação
à informação
seráserá
feitofeito
apenas
apenas
por por
aqueles
aqueles
queque
possuem
possuemo direito.
o direito.
É importante
É importantefrisar
frisar
queque
de de
ncianlciidaalida o objetivo
o objetivo
nãonãoé negar
é negar
o acesso
o acesso
à informa-
à informa-
ConCfoidnefide ção,ção,
masmassim sim
impedir
impedir
queque
a informação
a informação
fique
fique
disponível
disponível
parapara
pessoas
pessoas
indevidas,
indevidas,
enquanto
enquantose garante
se garante
queque
aquelas
aquelas
queque
estão
estão
autorizadas
autorizadas
possam
possam
acessá-la.
acessá-la.

9.3. REQUISITOS DE SEGURANÇA


Há, ainda, requisitos que são valiosos na proteção da informação de
uma empresa (Iepsen, 2014):
Davi Leon (2020)

Autenticidade
Autenticidade
É a certeza
É a certeza
de que
de que
as partes
as partes
envolvidas
envolvidas
em em
um um
processo
processo
de troca
de troca
de informação
de informação
sejam
sejam
quemquem
afirmam
afirmam
ser. ser.
Davi Leon (2020)

NãoNãorepúdio
repúdio
É a segurança
É a segurança
de que
de que
o emissor
o emissor
ou ou
manipulador
manipuladorda informação
da informaçãonão não
possapossa
negarnegar
sua sua
autoria
autoria
ou responsabilidade.
ou responsabilidade.
Por exemplo,
Por exemplo,
umaumatrocatroca
de e-mails
de e-mails
utilizando
utilizando
certificados
certificados
digitais
digitais
parapara
assinar
assinar
digitalmente
digitalmente
o e-mail
o e-mail
garante
garante
que que
o o
emissor
emissor
não não
podepode
negá-lo,
negá-lo,
casocaso
sua sua
autoria
autoria
sejaseja
questionada,
questionada,
assim
assim
como como
garante
garante
ao receptor
ao receptor
sabersaber
quem quem
escreveu
escreveu
a mensagem.
a mensagem.

108 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


Davi Leon (2020)
Legalidade
Legalidade
É a certeza
É a certeza
da legalidade
da legalidade
da informação,
da informação,
de modo
de modo
queque
estaesta
fique
fique
aderente
aderente
à à
legislação.
legislação.

Privacidade
É a confiança da capacidade de manter
Davi Leon (2020)

oculto o usuário criador ou manipulador


Privacidade
da informação,
É a confiança não sendodepossível
da capacidade manterrealizar
uma associação direta entre
oculto o usuário criador ou manipuladora informação
e o usuário. Não se pode confundir
da informação, não sendo possível realizar este
conceito com confidencialidade.
uma associação direta entre a informação A
confidencialidade
e o usuário. Não se pode visa manter confiden-
confundir este
cial a informação, com
conceito com confidencialidade. o acesso
A apenas
para usuários autorizados
confidencialidade visa manter (logo, deve-se
confiden-
conhecer quem é o usuário).
cial a informação, com o acesso apenas A privacidade
paravisa não associar
usuários a informação
autorizados ao usuário.
(logo, deve-se
Um bom exemplo desta privacidade
conhecer quem é o usuário). A privacidade são as
urnas eletrônicas brasileiras, que
visa não associar a informação ao usuário. não
Um permitem
bom exemplo associação de um votosão
desta privacidade a um
as
eleitor, tornando o voto secreto.
urnas eletrônicas brasileiras, que não
permitem associação de um voto a um
eleitor, tornando o voto secreto.
Davi Leon (2020)

Auditoria
Auditoria
É a capacidade
É a capacidade
de rastrear
de rastrear
diversos
diversos
passos
passos
de um
de um
negócio
negócio
ou de
ouumde um
processo,
processo,
identificando
identificando
os participantes,
os participantes,
assim
assim
comocomo
locais
locais
e horários
e horários
dosdos
eventos.
eventos.

9.4. SEGURANÇA DIGITAL E INDÚSTRIA 4.0


A Indústria 4.0 é caracterizada pela alta conectividade dos dispositi-
vos e equipamentos, por isso, a segurança digital passou a ser um ele-
mento primordial com a expansão das redes de comunicação. Em um
cenário de Indústria 4.0, há a integração total da planta, de todos os
setores e sistemas, além de conexão com a internet para uso de serviços
de computação em nuvem.
SEGURANÇA DIGITAL
109
Um ponto fundamental para garantir a segurança nas redes industriais
é a proteção de acessos. A partir da proteção de acessos físico e lógico aos
dispositivos, a empresa pode estabelecer serviços de monitoramento e
políticas para minimizar ameaças aos dados no ambiente industrial.
A Indústria 4.0 utiliza tecnologias como internet das coisas, big data e
computação na nuvem, o que permite alta conectividade. No entanto, os
dispositivos conectados podem ser alvos de ataques e de roubo de dados
da indústria uma vez que a maioria das redes industriais não foi planejada
para ambientes conectados. Por isso, a exposição do ambiente à internet
aumenta o risco de invasão, roubo de dados, controle não autorizados etc.

FIQUE POR DENTRO


Conheça um exemplo de riscos à segurança da informação em redes
industriais em:
<https://canaltech.com.br/seguranca/in-seguranca-40-102354/>.
Assista ao vídeo para conhecer algumas ameaças à segurança da infor-
mação e saiba como garantir a segurança da indústria conectada, por
meio de reconhecimento biométrico e de tokens.
<https://www.youtube.com/watch?v=dvhaXBa6Rac>

No cuidado com a segurança da informação, algumas práticas são tra-


dicionais e muitas pessoas as utilizam, outras são utilizadas apenas por
especialista de Tecnologia da Informação.
Davi Leon (2020)

Backup
Backup
A cópia
A cópia
de segurança,
de segurança,conhecida
conhecida
como
como
backup,
backup,
é imprescindível
é imprescindívelparapara
garantir
garantir
a a
disponibilidade
disponibilidade
da informação
da informação
em caso
em caso
de de
danodano
na armazenagem
na armazenagem ou de
ouroubo.
de roubo.
O backup
O backup
podepode
ser guardado
ser guardado
tanto
tanto
em em
dispositivos
dispositivos
físicos
físicos
comocomo
na nuvem.
na nuvem.

110 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


Davi Leon (2020)
Redundância
Redundância de sistemas
de sistemas
A infraestrutura
A infraestrutura
replicada,
replicada,
sejaseja
ela física
ela física
ou virtual,
ou virtual,
permite
permite
queque
outrooutro
sistema
sistema
entre
entre
em operação
em operaçãocasocaso
um servidor
um servidor
ou ou
equipamento
equipamento falhe,
falhe,
de forma
de forma
rápida,
rápida,
semsem
queque
o usuário
o usuário
perceba.
perceba.

Eficácia no controle de acesso


O controle de acesso à informação pode
Davi Leon (2020)

Eficácia no controle
ser físico ou lógico.deExemplos
acesso de controle
O controle de câmeras
físico são acesso àde informação pode e
monitoramento
ser físico
travasou lógico. Exemplos
especiais nas portasdecom controle
uso de
físico são câmeras
senhas. E comode monitoramento
exemplo e
de controle
travas especiais
lógico podemosnas citar
portas com usoque
o firewall, de aplica
senhas. E comode
protocolos exemplo
segurança de controle
sobre o tráfego
lógico
de podemos
informação citar
de ouma
firewall, que aplica
máquina para
protocolos
outra. de segurança sobre o tráfego
de informação
A tendênciade uma
para máquina 4.0
a Indústria paraé o uso de
outra.
assinatura digital, que identifica e autenti-
A tendência parapor
ca o usuário a Indústria
meio da4.0 é o uso de
impressão
assinatura
digital, digital,
da voz, que identifica
do rosto e autenti-
inteiro ou da íris
ca odos
usuário
olhos. por meio da impressão
digital, da voz, do rosto inteiro ou da íris
dos olhos.
Davi Leon (2020)

Contratos
Contratos
de confidencialidade
de confidencialidade
Os colaboradores
Os colaboradoresde uma
de uma
organização,
organização,
contratados
contratadosou terceirizados
ou terceirizados
podem
podem
ter ter
acesso
acesso
a informações
a informações
confidenciais.
confidenciais.
O contrato
O contrato
de confidencialidade
de confidencialidadeé uma
é uma
forma
forma
de preservar
de preservar
a segurança
a segurança
das das
informações.
informações.

SEGURANÇA DIGITAL
111
Davi Leon (2020)
Política
Política
de segurança
de segurança da informação
da informação
Conhecida
Conhecida
comocomoPSI,PSI,
é a diretriz
é a diretriz
da da
organização
organização
em matéria
em matéria
de segurança
de segurança
da da
informação.
informação.
Por Por
meiomeio
dessedesse
documento,
documento,
os colaboradores
os colaboradorestomam
tomamciência
ciência
das das
normas
normas
comportamentais
comportamentais de uso
de uso
da da
tecnologia.
tecnologia.
EssasEssas
normas
normasvisam
visam
impedir
impedir
invasões,
invasões,
vírus,
vírus,
fraudes,
fraudes,
sequestro
sequestro
de de
informações
informações
etc. etc.

Davi Leon (2020)


Atualização
Atualização
tecnológica
tecnológica
Os equipamentos
Os equipamentos tecnológicos
tecnológicos
sofrem
sofrem
evolução
evolução
contínua
contínua
e, portanto,
e, portanto,
é necessá-
é necessá-
rio substituí-los
rio substituí-los
constantemente,
constantemente, respei-
respei-
tandotando
as questões
as questões
técnicas
técnicas
e deequalida-
de qualida-
de. Ade.
atualização
A atualização
tecnológica
tecnológica
torna
torna
a a
infraestrutura
infraestrutura
maismais
segura,
segura,
menos
menos
vulnerável
vulnerável
a ataques.
a ataques.

EXEMPLO

Dados roubados
Em 2013, a empresa de segurança LastPass, especialista em senhas,
descobriu que dados (nomes e senhas) de mais de 152 milhões de usuá-
rios de contas da Adobe Systems haviam sido disponibilizados na inter-
net, fato que foi considerado, na época, o maior vazamento de informa-
ção da história.
Do mesmo modo, 2,8 bilhões de dados bancários ficaram disponíveis,
além dos códigos-fonte de aplicativos como ColdFusion, Adobe Acro-
bat e Reader. A empresa negou essa proporção, alegando que a invasão
havia comprometido apenas 38 milhões de contas.
Segundo a LastPass, entre os dados furtados haviam endereços de e-mail,
senhas criptografadas e dicas de senhas armazenadas sem proteção nos
perfis dos usuários. Os dados roubados foram disponibilizados em um site
acessado por cibercriminosos.
No entanto, a Adobe explicou que nem todas as contas encontradas no
site eram genuínas, porque o principal data center visado era um sistema

112 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


de backup que estava prestes a ser substituído. Ou seja, pelo menos 25
milhões de registros eram de e-mails inválidos, e 18 milhões de senhas não
tinham efeito. O porta-voz da empresa disse, ainda, que uma parte consi-
derável dos perfis encontrados era fictícia, tendo sido usada por seus cria-
dores com o intuito de baixar softwares gratuitos e outros recursos.
Mesmo assim, os perfis “reais” poderiam ser usados para práticas crimi-
nosas de phishing, para obtenção de dados bancários, por exemplo.
Paul Stephens, diretor da ONG Privacy Rights Clearinghouse, dedicada à
segurança da informação, ressaltou que se uma pessoa tinha uma conta
antiga da Adobe que não usava mais, mas utilizava a mesma senha para
operações na intranet, criminosos poderiam roubar informações utilizan-
do essa senha.
Para Joe Siegrist, diretor executivo da LastPass, a Adobe não protegeu
adequadamente as senhas dos usuários, porque deixou de usar um código
extra junto a cada senha criptografada (técnica conhecida como “salgar a
senha”) antes de armazená-la no data center. Pelo menos 108 milhões de
contas tinham senhas fáceis, e 1,9 milhões usavam praticamente a mesma
senha, completou Siegrist.
Adaptado de: O Globo e Mihajlo Prerad, Canal Tech.

Reveja a seguir o que você estudou nesse capítulo.

RESUMINDO
Davi Leon (2020)

Segurança digital

O que é
Pilares da Requisitos Segurança digital
segurança
segurança da segurança e indústria 4.0
digital?

SEGURANÇA DIGITAL
113
ANOTAÇÕES

114 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


CAPÍTULO 10

REALIDADE AUMENTADA

virtual • integração •dispositivos


de visualização 115
A utilização de tecnologias inovadoras
está transformando as formas de
gestão e produção da indústria. Uma
destas tecnologias é a realidade Eu já ouvi, mas não
aumentada. Vocês já ouviram falar sei o que é.
sobre este tema?

Realidade
Realidade
aumentada,
aumentada,
oo que
que éé isto?
isto?

A realidade aumentada na indústria


permite que as empresas adicionem
camadas de informações virtuais ao
mundo real.
Como assim?

A realidade aumentada é uma tecnologia


que realiza a integração do mundo virtual
ao mundo real. Por meio de um dispositivo
de visualização – como um óculos especial –,
é possível sobrepor objetos gerados por
computador em um ambiente real e interagir
com estes elementos virtuais em diversas
atividades.

FIM
FIM
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
■ Reconhecer a aplicabilidade da realidade aumentada.
■ Compreender o processo para implantação da realidade aumentada.

10.1. O QUE É REALIDADE AUMENTADA?


A realidade aumentada (RA) é uma das soluções tecnológicas mais
transformadoras utilizadas atualmente. A RA transforma volumes de
dados e análises em imagens ou animações, que podem ser sobrepos-
tas sobre o mundo real. Com isso é possível simular tarefas e cenários, o
que abre portas para a interação entre o mundo real e virtual.

Scharfsinn86 ([20--?])

Segundo Azuma (2001), existem três características principais nos


sistemas de RA:
■ Combinação do mundo real com os objetos virtuais dentro do
ambiente real;
■ Interatividade em tempo real; e
■ Alinhamento exato dos objetos virtuais no ambiente real.

REALIDADE AUMENTADA
117
Assim, esta tecnologia pode melhorar o desempenho das empresas,
pois proporciona três benefícios imediatos:

1. Monitoramento a distância: utilização da realidade aumentada


para monitorar os trabalhos que ocorrem a distância. Assim, é
possível permitir que os funcionários interajam com os padrões
enviados em tempo real.
2. Simulação de tarefas: utilização da realidade aumentada para o
colaborador executar testes de tarefa, antes de realmente fazer
isso na vida real. Nesta simulação é possível acessar os objetos e
agir de acordo com os protocolos para evitar erros e melhorar o
desempenho.
3. Atendimento ao cliente: a partir da realidade aumentada, o
cliente poderá provar roupas, simular viagens, testar maquia-
gens e muito mais. A vantagem para a empresa é mais assertivi-
dade na hora da oferta. Isso economiza tempo e faz com que ele
tenha mais precisão na hora da compra.

PRATICANDO
Verifique na sua empresa se a realidade aumentada está sendo aplicada.
Se tiver dificuldade, siga com seus estudos e ao final verifique novamente.

10.2. APLICAÇÕES EM RA
A realidade aumentada permite corrigir problemas operacionais com
o acionamento imediato de profissionais envolvidos nos processos,
independentemente da sua localização, para que possam realizar ou
orientar os ajustes necessários.

A RA não tem limite de aplicações.

No setor industrial, ela pode ser usada, por exemplo, na indústria au-
tomobilística, facilitando a manutenção do carro pelo próprio dono,
através de manuais de instrução interativos.

118 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


Zapp2Photo ([20--?])
No processo de manutenção de máquinas industriais, o operador
pode visualizar as peças que estão danificadas, acelerando o proces-
so. Tudo isto reduz o tempo de inatividade das máquinas e melhora o
serviço ao cliente.
A RA também pode ser aplicada na consulta de manuais e procedi-
mentos operacionais utilizando o conteúdo escaneado e um aplicati-
vo. O aplicativo apresenta, por exemplo, o passo a passo sobre como
trocar uma peça, por meio de animações que aparecem na tela de-
monstrando como fazer.
O treinamento dos colaboradores de uma empresa também pode
aplicar realidade aumentada. Por exemplo, a utilização de um especia-
lista remoto, ou seja, se um operador tiver dificuldade na manutenção
de uma máquina, ele usa óculos especiais de realidade aumentada para
se tornar os olhos de um profissional que está em outra planta.

10.3. COMPONENTES E PROCESSO
Para que a realidade aumentada possa ser implantada em uma em-
presa, são necessários três componentes básicos.
1. Um objeto real que possibilite inserir uma marcação de referência
e, consequentemente, a interpretação e criação do objeto virtual;
2. Câmera ou dispositivo capaz de transmitir a imagem do objeto
real; e
3. Software capaz de interpretar o sinal transmitido pela câmera ou
dispositivo.

REALIDADE AUMENTADA
119
Para formar um objeto virtual há um processo que deve ser seguido.
Este pode ser definido em:

Etapa 1. Coloca-se o objeto real em frente

Davi Leon (2020)


à câmera, para que ela capte a imagem e
transmita ao equipamento que fará a
interpretação.

Etapa 2. A câmera “enxerga” o objeto e


manda as imagens, em tempo real, para o
software que gerará o objeto virtual.

Etapa 3. O software já estará programado


para retornar determinado objeto virtual,
dependendo do objeto real que for
mostrado à câmera.

Etapa 4. O dispositivo de saída (que pode


ser uma televisão ou monitor de
computador) exibe o objeto virtual em
sobreposição ao real, como se ambos
fossem uma coisa só.

REFLITA

E como a RA se diferencia da RV?


A diferença está no uso de elementos virtuais. A RV substitui o mundo real
por um mundo virtual totalmente imersivo. Por outro lado, na RA, o mun-
do real é complementado pelo mundo virtual. A combinação dos objetos
virtuais no ambiente real torna a RA um recurso indicado para treina-
mentos em situações que exigem manipulações de objetos físicos, como
acontece na execução de tarefas de montagem manual e de manutenção
(WESTERFIELD, MITROVIC, BILLINGHURST, 2015).

120 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


Aqui você conclui os estudos dessa Unidade Curricular, confira a se-
guir no “Resumindo” os principais conceitos estudados neste capítulo.

RESUMINDO

Davi Leon (2020)


Realidade aumentada

Componentes e processo
O que é realidade Aplicações da
de implantação da
aumentada? realidade aumentada
realidade aumentada

REALIDADE AUMENTADA
121
ANOTAÇÕES

122 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL


PALAVRAS
DA AUTORA

O SENAI entende que a chamada Indústria 4.0 é a grande oportunidade para a in-
dústria brasileira ser mais produtiva, por meio de tecnologias digitais que vão ajudar
as empresas a aprenderem e a serem mais ágeis.
Convidamos a indústria nacional a ser protagonista no caminho rumo à Indústria 4.0,
com quatro passos fundamentais:
■ tornar seus processos produtivos mais enxutos;
■ requalificar seu capital humano;
■ identificar e adotar tecnologias já disponíveis e de baixo custo; e
■ investir em pesquisa, desenvolvimento e inovação.
Nesta Unidade Curricular você conheceu:
■ o que são tecnologias habilitadoras;
■ os princípios da indústria 4.0 e como as tecnologias habilitadoras tornam as in-
dústrias ágeis e que aprendem; e
■ as oportunidades e benefícios que essas tecnologias têm proporcionado para a
indústria e, consequentemente, para a sociedade.
Você viu, também, que a evolução é constante, pois todos os dias são descobertas
novas aplicações para as tecnologias existentes, assim como surgem outras tecnolo-
gias. Por isso, não deixe que o seu aprendizado pare por aqui, adote o hábito de pesqui-
sar e estudar mais sobre a Indústria 4.0 e as tecnologias habilitadoras.
E para conhecer mais sobre os métodos de implantação desses princípios nas em-
presas, o desenvolvimento de competências por meio de formação e aperfeiçoamento
profissional para ser um protagonista nesta 4ª Revolução Industrial, visite o Portal SE-
NAI 4.0 (www.senai40.com.br).
Parabéns! Você chegou ao final da Unidade Curricular de Transformação digital no
setor industrial.

MICHELE GABRIEL

PALAVRAS DA AUTORA
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CONHECENDO
A AUTORA

MICHELE GABRIEL
Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC), especialista em Engenharia de Produção e Manufatura pela Universidade de
Passo Fundo (UPF), formada em Gestão Empresarial Estratégica e Gestão do Varejo pelo
SENAC-SC, engenheira química pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL).
No SENAI, é especialista de ensino com atuação na Consultoria em Educação.

CONHECENDO A AUTORA
125
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130 REFERÊNCIAS
SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo

Luiz Eduardo Leão


Gerente de Tecnologias Educacionais

Catarina Gama Catão


Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros Didáticos

Frankwaine Pereira de Melo


Coordenação Geral do Programa SENAI de Apoio ao Desenvolvimento da Manufatura
Avançada (Industria 4.0)

SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL DE SANTA CATARINA

Fabrizio Machado Pereira


Diretor do SENAI/SC

Claudemir José Bonatto


Diretor de Educação do SENAI/SC

Daniel Thiesen Horongoso


Gerente Executivo da Regional Sudeste SENAI/SC

Ricardo Maximo Anzolin


Gerente de Operações da Regional Sudeste SENAI/SC

Priscila Carneiro Gallasse Cesconetto


Supervisora de Consultoria em Educação

Michele Antunes Corrêa


Roberta de Fátima Martins
Projeto educacional

Carlos Filip Lehmkuhl Loccioni


Luiz Eduardo de Souza Meneguel
Tatiana Daou Segalin
Projeto gráfico

Michele Gabriel
Elaboração
Anne Priscila Alves Pereira Trein Litaiff
Revisão técnica

Pâmella Rocha Flores da Silva


Design educacional

Carlos André Marques de Andrade


Davi Leon Dias
Ilustrações e tratamento de imagens

IStock
SENAI/SC
Banco de imagens

Carlos André Marques de Andrade


Tatiana Daou Segalin
Diagramação

Tatiana Daou Segalin


Revisão e fechamento de arquivos

Luciana Effting Takiuchi


CRB – 14/937
Ficha catalográfica

Tikinet
Revisão ortográfica e gramatical

Tikinet
Normalização

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