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COMO TRABALHAR COM CRÉDITO

ASSOCIATIVO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

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DICAS IMPORTANTES
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O QUE VOCÊ
ÍNDICE ENCONTRA NESTE EBOOK
Introdução 04
Parte 1 - Entenda o crédito associativo 06
Principais Características 07
Quais as vantagens do Crédito Associativo? 10
Parte 2 - Etapas para contratação do crédito associativo 12
Avaliando a Capacidade Financeira da Incorporadora 14
Analisando os Aspectos Técnicos do empreendimento 15
Validando o Risco Jurídico da Empresa 17
Qual o prazo médio para liberação dos recursos de Crédito Associativo? 18
Análise da documentação da pessoa jurídica 18
Análise das documentações de pessoas físicas 19
Parte 3 - Evolução de obra e o crédito associativo 20
A importância do Planejamento e Acompanhamento 21
Gestão de Riscos ligados ao Crédito Associativo 23
Acompanhamento do Plano de Vendas 26
Gestão de Recebíveis 27
Qual a melhor estratégia para as equipes comerciais? 29
Conclusão 30
Sobre o Sienge 31
Sobre o Autor 32
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INTRODUÇÃO

Olá!

Em termos incertos como o que estamos atravessando, Já nos empreendimentos relacionados ao Programa
o mercado imobiliário vive momentos de calafrio. Minha Casa Minha Vida, onde se concentram os maiores
volumes de obras financiadas com Crédito Associativo,
Afinal, a disposição do consumidor final para adquirir muito embora os lançamentos tenham recuado 16,8%
um imóvel novo é diretamente afetada pelo otimismo, em março de 2020, as vendas cresceram persistentes
ou pessimismo, da economia. Em muitos casos, o 7,2% no mês.
consumidor opta por segurar o capital disponível e
investí-lo em um cenário mais tranquilo. Entendemos que estes números trazem alguns
sinais sobre o comportamento desta modalidade de
Entretanto, para obras financiadas com o Crédito financiamento no atual cenário econômico:
Associativo, as perspectivas são mais alentadoras.
• O Crédito Associativo mantém-se como uma alternativa
Segundo levantamento realizado pela ABRAINC - razoável para Incorporadoras e compradores de
Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias imóveis, mesmo em um cenário adverso.
- no mês de maio de 2020, os empreendimentos de
• É preciso ainda mais cautela para estruturar a operação
Médio e Alto Padrão recuaram, respectivamente, 21,8%
de incorporação, a fim de garantir bons resultados.
e 30,3%.

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O conteúdo está dividido em três blocos principais: Mas acreditamos que as informações aqui reunidas são
um guia para entender esta importante modalidade
Na primeira parte, apresentamos as principais de financiamento. Ajudarão você também a manter-se
características do Crédito Associativo: regras básicas, atento, durante todas as fases da obra, aos principais
principais atores. indicadores e balizadores de um empreendimento
financiado pelo Crédito Associativo.
Na segunda parte, traçamos um roteiro das principais
etapas envolvidas na contratação do Crédito Associativo Boa leitura!
pela Construtora ou Incorporadora.

Finalmente, na terceira parte, consolidamos algumas


boas práticas de mercado que facilitam o dia a dia do
empreendimento que conta com o Crédito Associativo,
na etapa de execução da obra.

O tema é bastante amplo e com certeza você deverá


buscar mais informações para estruturar corretamente
sua operação.

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Parte 1 - Entenda o crédito associativo

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Principais Características

De forma simples e direta, o Crédito É interessante observar que, para a Instituição


Associativo é um financiamento a imóveis Financeira, também existem garantias
na planta, ou seja, quando a execução não bastante significativas de que a obra será
começou ou não está concluída. concluída. Ou seja, 100% dos recursos
necessários para conclusão da obra estão
Uma vez que os recursos financiados são sob sua gestão.
liberados para o consumidor antes da
emissão do Habite-se, na maioria das vezes, O que isto significa?
a Instituição Financeira passa a fazer parte
do projeto durante sua execução. A execução de um empreendimento,
contratado no Crédito Associativo, tem um
Para a Construtora ou Incorporadora, esta custo de obra “R$ X”. Este custo deverá ser
entrada antecipada da Instituição Financeira estar disponível através do custo total da
é extremamente vantajosa, uma vez que os Obra Executada, do volume de Contratos
recursos financeiros dos financiamentos são Pessoa Física (Mutuário vs. Instituição
liberados mensalmente, de acordo com o Financeira) e do limite disponível no Contrato
avanço físico da obra. Pessoa Jurídica (Incorporadora vs. Instituição
Financeira).
Uma vez que há a antecipação dos recursos
financeiros, o risco do empreendimento
é diluído entre Construtora, Instituição
Financeira e Cliente.

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No momento da Contratação, a Instituição Financeira irá avaliar:

• O custo total realizado de obra: através de uma vistoria, os técnicos da


Instituição Financeira avaliarão quanto foi gasto no empreendimento até
aquele momento.
• Neste custo, considera-se o custo de aquisição do terreno;
• Os contratos emitidos: neste montante, estão contemplados o valor total
vendido, até o momento da contratação do Crédito Associativo;
• O limite de crédito concedido à Construtora ou Incorporadora: este
montante é complementar às duas parcelas anteriores, a fim de totalizar o
custo total da obra, em recursos mobilizados junto à Instituição Financeira.

Recursos financeiros correspondentes ao


Obra Executada percentual de obra executado no momento
da construção do Crédito Associativo

Recursos financeiros correspondentes ao


Recursos Crédito Contratos Pessoa total financeiro por Pessoas Físicas naquele
Associativo Física
empreendimento.

Recursos financeiros correspondentes à linha


Contrato Pessoa
de crédito à Pessoa Jurídica (Construtora/
Jurídica
Incorporadora) que contrata o Crédito Associativo

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Além disso, a empresa que busca o Crédito pessoa física será maior ou menor a fim de completar o Custo Total
Associativo pode realizar um aporte do Empreendimento.
financeiro junto à Instituição Financeira a fim
de integralizar os recursos necessários para É importante ressaltar que a Construtora ou Incorporadora não tem
cobrir o Custo da Obra. obrigação de utilizar parte ou total do recurso disponibilizado na
linha pessoa jurídica. A Empresa pode optar por utilizá-lo ou não, a
Este aporte, feito pela Construtora ou qualquer momento da obra.
Incorporadora com capital próprio,
ficará bloqueado na conta designada ao
empreendimento e será liberado de acordo
com a entrada de novos Contratos Pessoa
Física até totalizar o custo de obra.

O Contrato Pessoa Jurídica, comumente


chamado de “Linha PJ”, é muito utilizado 2. Menor necessidade
para facilitar o fechamento da demanda de recursos na linha

mínima de clientes/mutuários que contratam Pessoa Jurídica

recursos com a Instituição Financeira para 1. Maior número


financiar seus imóveis. de Contratos
Pessoa Física
De acordo com a linha de crédito pessoa
jurídica disponível para a Construtora ou
Incorporadora, o número de contratos

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Quais as vantagens do Crédito Associativo?

Anteriormente, comentamos sobre a garantia que o Crédito Associativo


traz para a Construtora ou Incorporadora, ao saber que todo o montante
necessário para execução do empreendimento encontra-se sob a gestão da
Instituição Financeira.

Esta característica é, por si só, uma interessante vantagem do Crédito


Associativo.

Quando bem administrada, a composição da Demanda Mínima permite ao


investidor trabalhar com um planejamento de obra e de ciclos de vendas mais
competitivos. Isso flexibiliza seu fluxo de caixa e abre oportunidades para um
número maior de obras.

Existe uma regra fixa para o número mínimo de unidades comercializadas?

Este é um assunto bastante importante e que exige atenção.

Atualmente, as instituições financeiras trabalham com um percentual de 30%


de Demanda Mínima e, para obras com recursos do FGTS - Fundo de Garantia
por Tempo de Serviço - , este percentual pode ser reduzido para 20%.

Entretanto, as exigências das instituições financeiras podem ser alteradas


de acordo com aspectos da economia brasileira ou ainda de acordo com a

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O raciocínio é simples: ao invés de mobilizar os recursos Não são raros os casos de empresas que, na euforia das
disponíveis da Construtora ou Incorporadora para iniciar vendas iniciais, ignoram o Valor Geral de Vendas (VGV),
a construção, o Gestor pode contar com a linha de a fim de atingir a demanda mínima e depois realizam
crédito disponível via Crédito Associativo para acelerar a verdadeiras acrobacias para fechar a equação Receita vs
construção, enquanto capitaliza seus recursos em alguma Custo de Obra.
aplicação ou mesmo inicia outro empreendimento.
Finalmente, uma vez que o Contrato de Financiamento
Além disso, como parte da demanda mínima é entre a Instituição Financeira e o Cliente é assinado no
composta por um número determinado de unidades início do empreendimento, o Incorporador tem a certeza
já comercializadas, o Gestor parte de um panorama de de integralizar o valor do imóvel durante a obra.
gestão mais claro, sabendo qual o comportamento de
venda para o imóvel. Nas modalidades onde o repasse bancário ocorre apenas
na entrega das chaves, existe o risco do distrato por falta
Isto permite montar estratégias comerciais diferenciadas de capacidade de pagamento do Comprador.
ao longo do período de comercialização.
Para o Crédito Associativo, este risco é bem menor e
esta é uma vantagem considerável para a Empresa de
MAS ATENÇÃO! Construção.

É preciso muito cuidado na criação desta estratégia, uma Agora que você já conhece as principais características e
vez que ela deve estar ancorada na viabilidade prevista vantagens do Crédito Associativo, é hora de entendermos
para o empreendimento e em todos os estudos que o passo a passo do funcionamento desta modalidade de
basearam esta viabilidade. financiamento imobiliário

Neste material gratuito, trazemos os principais aspectos


envolvidos neste estudo e sua importância. para a
Construção Civil.

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Parte 2 - Etapas para contratação do
crédito associativo
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Parte 2 - Etapas para contratação
do crédito associativo

O Crédito Associativo é uma alternativa bastante


interessante ao Comprador, que pode contar com
taxas de juros mais baixas e, em alguns casos,
subsídios do Governo Federal e isenção de taxas
imobiliárias.

Para a Construtora ou Incorporadora, é uma


oportunidade de assegurar um bom volume de
vendas na fase inicial da obra e assim, ter uma
projeção de receitas com base em uma parcela do
VGV Realizado.

A seguir, vamos repassar as principais etapas


envolvidas no processo de contratação do Crédito
Associativo entre a Pessoa Jurídica (Construtora ou
Incorporadora) e a Instituição Financeira.

Fique atento a este roteiro!

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Avaliando a Capacidade
Financeira da Incorporadora

Como dissemos anteriormente, o Crédito Associativo A Instituição Financeira fará a análise dos documentos
envolverá três partes: que atestem a boa saúde da Empresa, como:

1. Instituição Financeira • Balanços Contábeis;


2. Incorporadora (Pessoa Jurídica) • Demonstrativos de Faturamento e;
3. Cliente/Mutuário (Pessoa Física) • Grau de Endividamento.

O primeiro passo para viabilizar a contratação do Esta análise é o primeiro passo pois, se o Banco verificar
Crédito Associativo para um empreendimento é a que as finanças da empresa não vão bem, dificilmente a
Avaliação da Capacidade Financeira da empresa que relação de crédito será segura.
receberá os repasses da Instituição Financeira.

Esta análise é relativamente simples, e pode variar


de acordo com o faturamento anual da Construtora
ou Incorporadora.

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Analisando os Aspectos
Técnicos do empreendimento

Uma vez que a Construtora ou Incorporadora vai Usualmente, são avaliadas as licenças do
bem, é hora de avaliar os aspectos técnicos da obra. empreendimento, projetos, documentos de aprovação
da obra junto aos órgãos competentes e alguns
Esta etapa exige bastante atenção, pois o profissional documentos específicos de cada Instituição.
responsável deverá estar em constante contato com
a área técnica da Instituição Financeira a fim de Estes documentos específicos geralmente são planilhas
apresentar todos os documentos solicitados. que detalham o Custo da Obra, o Valor de Venda
proposto e o Cronograma de Obra.
Assim como o Incorporador ou Construtor verifica se
o empreendimento é viável ou não, é preciso levar Embora grande parte das empresas estejam habituadas
em conta a Viabilidade Legal da Obra. à elaboração do Orçamento e Planejamento da Obra,
é preciso uma atenção especial aos documento que
Esta análise traz segurança jurídica e técnica à serão apresentados à Instituição Financeira.
empresa, atestando se realizar aquela obra é legal
junto aos órgãos públicos. Estes documentos são a base para as medições mensais
realizadas pelo Banco, que lastreiam os repasses de
E esta legalidade é parte da avaliação técnica realizada recursos.
pela Instituição Financeira.

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Caso os documentos apresentados estejam muito descolados da realidade,
durante a obra o Incorporador encontrará dificuldades com a fiscalização do
Banco. Estas dificuldades podem ser:

• Financeiras: os recursos liberados através da medição são insuficientes


para cobrir os Custos de Obra.
• Neste caso, o Incorporadora pode contar com a linha de crédito Pessoa
Jurídica, porém, ao mobilizar o montante para equilíbrio do fluxo de
caixa, haverá cobrança de juros, que se tornam uma despesa a mais para
a Empresa.
• Técnicas: caso a Construtora ou Incorporadora tenha apresentado um
cronograma muito arrojado, e o Avanço Físico Planejado não seja o mesmo
Realizado, a fiscalização pode sinalizar o risco de atraso de obra.
• Em casos extremos, a avaliação da Construtora ou Incorporadora junto à
Instituição Financeira é rebaixada e o contrato de financiamento pode ser
rescindido.

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Validando o Risco Jurídico da Empresa

Esta análise abrange tanto a Construtora ou Por isso, o ideal é que a Construtora ou
Incorporadora quanto o Empreendimento Incorporadora que opte por trabalhar com
em si. esta modalidade de financiamento imobiliário,
tenha um profissional dedicado ao processo
O objetivo é avaliar o passivo jurídico a fim de manter contato constante com o
que a Empresa gerencia - processos Banco.
cíveis, trabalhistas e de consumidores -
para identificar possíveis riscos àquele Isto garante maior agilidade na aprovação do
empreendimento. Financiamento, uma vez que o profissional
será responsável pela coleta e entrega de
Da mesma forma que na análise técnica, toda documentação necessária, além de
a suficiência jurídica dos documentos apoiar a Instituição Financeira para qualquer
de incorporação do terreno também são dúvida.
avaliados, para validar se não existe o risco
de paralisação da obra, por exemplo, por Além disso, este profissional com o tempo
irregularidades na documentação. assimilará o processo completo, documentos
e áreas envolvidas. Ou seja, a rotina se torna
As primeiras contratações de mais fluida e ágil.
empreendimentos financiados com o Crédito
Associativo podem ser trabalhosas, uma vez E por falar em tempo, qual o prazo médio
que envolverão diferentes áreas da Instituição para viabilização do Crédito Associativo?
Financeira e um volume considerável de
documentos.

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Qual o prazo médio para
liberação dos recursos de Crédito

Este prazo está ligado a duas etapas importantes: Estes documentos são analisados criteriosamente por
diferentes comitês, dentro da Instituição Financeira.
• Análise da documentação da Pessoa Jurídica, pela Cada comitê pode, durante o processo de análise,
Instituição Financeira solicitar novos documentos ou pedir ajustes aos
documentos apresentados pela Empresa.
• Análise das documentações de Pessoas Físicas,
pela Instituição Financeira
Assim, este é um processo relativamente longo, que
pode levar em torno de 90 dias.
Vamos te explicar cada fase em detalhes:

Mas atenção: este é um prazo médio!

Análise da documentação da pessoa Em situações adversas, como a que estamos enfrentando,


jurídica ou com momentos de alta demanda, o prazo pode ser
maior.
A Construtora ou Incorporadora deverá apresentar
todos os documentos necessários para as análises Por isso, quanto antes sua Empresa apresentar a
financeiras, técnicas e jurídicas, da Empresa e documentação e quanto mais detalhada ela estiver,
do Empreendimento, conforme detalhamos maior sua chance de sucesso!
anteriormente.

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Análise das documentações de pessoas Assim, considerando as duas fases de análise, é uma boa
físicas prática de mercado iniciar as tratativas com a Instituição
Financeira, para associação do Crédito Associativo entre
Após a assinatura da Empresa com a Instituição Instituição Financeira e Empresa, de 3 a 4 meses antes
Financeira, a Construtora ou Incorporadora terá do lançamento ao mercado do Empreendimento.
um prazo de 90 dias de cláusulas suspensivas para
viabilizar a Demanda Mínima do empreendimento. Isto garante que, no momento da captação de clientes,
toda a documentação da Empresa e do Empreendimento
Uma boa estratégia neste caso, para não prorrogar esteja regular e, assim que atingida a Demanda Mínima,
ainda mais o prazo de liberação dos recursos é os recursos já possam ser liberados.
trabalhar as vendas, para atingir a Demanda Mínima,
durante o período de análise da Instituição Financeira.

Desta forma, após a liberação do Contrato entre


Instituição Financeira e Empresa, a Construtora ou
Incorporadora já pode apresentar os documentos que
comprovarão o atendimento da demanda mínima.

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Parte 3 - Evolução de obra e o crédito
associativo

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A importância do Planejamento e Acompanhamento

Conforme comentamos anteriormente, o E por falar e medição, este é um aspecto


Avanço Físico da obra é fundamental para a vital para a Empresa que contrata o Crédito
Construtora ou Incorporadora que assinou o Associativo.
Crédito Associativo.
Os recursos referentes às unidades
Um dos aspectos relevantes é que uma obra comercializadas à Pessoa Física são liberados
em andamento auxilia na comercialização proporcionalmente ao Avanço Físico realizado
das unidades disponíveis. no mês, conforme medição feita e aprovada
pelo fiscal da Instituição Financeira.
Isto porque o consumidor final se sente mais
seguro em comprar uma unidade quando de É importante que a Construtora ou
fato acredita que o imóvel será entregue no Incorporadora tenha uma boa gestão de
prazo previsto. suas medições, sabendo quais serviços
foram executados, quais serão aprovados na
Desta forma, as vendas durante a fase de medição e qual a previsão de receita para
obra são fundamentais para a Construtora aquele mês.
ou Incorporadora, uma vez que aumentam
o volume de repasses conforme medição Caso o saldo seja negativo, ou seja, a Receita
e podem liberar os recursos de aporte oriunda da medição é menor do que o
bloqueados no momento de captação do Custo de obra naquele mês, a Empresa pode
Crédito Associativo. recorrer à linha de Crédito Pessoa Jurídica.

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Um sinal de alerta são os juros cobrados para Para tornar o cenário mais ameno, algumas Construtoras
captação destes recursos, e a obrigação da Empresa e Incorporadoras optam por realizar empreendimentos
em devolver o empréstimo. Estas são despesas que faseado. Normalmente as Instituições Financeiras não
se somam às obrigações mensais da Construtora ou apresentam nenhuma ressalva quanto a esta estratégia.
Incorporadora.
Porém, o faseamento deve ser definido logo no início
Para auxiliar neste equilíbrio de caixa, nos meses do projeto e da contratação do Crédito Associativo.
subsequentes a Construtora pode optar pela execução
de serviços com maior margem. Isto é, Receita maior A única exigência é que as áreas comuns sejam entregues
do que Custo de Execução, mas sempre buscando junto à primeira fase, a fim de não trazer nenhum
atingir o percentual de Avanço Físico Planejado. impacto ao Comprador, que adquiriu um imóvel com
uma determinada área comum.
É um equilíbrio delicado e minucioso:

Garantir que o empreendimento seja entregue no


prazo acordado com Clientes e Instituição Financeira
e assegurar que a medição cobrirá todas as despesas
de obra realizadas no mês.

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Gestão de Riscos
ligados ao Crédito Associativo

Como em todo empreendimento imobiliário, o primeiro ponto


de atenção é o risco de inadimplência do Cliente.

Para o Crédito Associativo, este risco é duplo, pois o Cliente pode


ter, durante a fase de obra, compromissos financeiros com a
Construtora ou Incorporadora e com a Instituição Financeira.

Isto porque, usualmente, o Cliente adquire um imóvel pagando


um percentual do valor de venda com recursos próprios, pagos
diretamente à Empresa, e financiando o saldo devedor junto à
Instituição Financeira.

Uma vez que o valor financiado por aquele cliente é repassado


mensalmente à Construtora ou Incorporadora, de acordo com a
medição de avanço físico da obra, cabe ao Cliente pagar o que é
comumente chamado de Encargos de Obra.

Os Encargos de Obra refletem a correção monetária do valor


financiado durante a fase de obra e devem ser pagos, mensalmente,
pelo Cliente.

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Ocorre que, caso o Cliente se torne inadimplente A disponibilidade destes recursos oscila e pode impactar
com estas obrigações junto à Instituição Financeira, a na gestão de caixa da Construtora ou Incorporadora.
Construtora ou Incorporadora terá o valor bloqueado
em seus recursos, diminuindo as receitas repassadas Assim, é importante que a Empresa realize, durante
pela Instituição Financeira. todo o ciclo da obra, uma boa gestão do Fluxo de Caixa,
mantendo-se atenta a ter uma reserva de capital para
Logo, é muito importante que: apoiar-se em eventuais descompassos na liberação de
recursos.
• No momento da venda do imóvel, a Construtora ou
Incorporadora oriente adequadamente o Cliente, Um outro ponto de atenção são as taxas de aquisição
para que ele entenda o montante que deverá pagar do imóvel.
durante a fase de obra à Empresa e à Instituição
Financeira; Estas taxas referem-se às despesas de cartório e impostos
do imóvel e decorrentes da transação imobiliária de
• Durante a fase de obra, a Empresa faça o
compra e venda.
acompanhamento detalhado dos índices de
inadimplência dos Clientes, junto ao banco e junto
Em alguns casos, o Cliente pode não ter recursos
à própria empresa.
disponíveis para pagá-las e, em consequência disto,
acabar inadimplindo outra obrigações.
Um outro risco relevante é a disponibilidade de
recursos do FGTS - Fundo de Garantia por Tempo de Uma prática de mercado comum é o financiamento
Serviço - para complementar os recursos repassados das taxas, junto à Instituição Financeira ou junto à
pela Instituição Financeira. Construtora ou Incorporadora.

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Para o financiamento de taxas junto à Instituição
Financeira, é preciso alguma cautela, pois dependendo
de características do Cliente ou do Imóvel, as taxas
não podem ser financiadas pelo Banco.

Em outros casos, a Construtora ou Incorporadora


pode diluir estas despesas junto às prestações de
recursos próprios daquele cliente. Isto o ajudará a
cumprir suas obrigações e não inadimplir com as
prestações mensais e encargos de obra.

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Acompanhamento do Plano de Vendas

O Plano de Vendas é um documento apresentado pela Empresa


à Instituição Financeira, onde são detalhados os repasses de
unidades vendidas à Instituição.

Ou seja, no Plano de Vendas, a Construtora ou Incorporadora


sinaliza ao Banco quantas unidades planeja comercializar
mensalmente, ao longo do período da obra.

Esta informação é importante para que a Instituição Financeira


possa visualizar a estratégia de atingimento da Demanda Mínima
e também para que possa mobilizar os recursos para integralizar
os repasses, de acordo com a medição de avanço físico.

Caso a Construtora ou Incorporadora não cumpra este Plano de


Vendas, a Instituição Financeira pode bloquear os recursos de
crédito Pessoa Jurídica, que a Empresa teria direito.

Neste caso, a Empresa deverá acelerar as vendas, a fim de


cumprir o Plano de Vendas proposto, ou renegociar as condições
inicialmente acordadas com a Instituição Financeira.

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Gestão de Recebíveis

No decorrer a Obra, é fundamental acompanhar:

• O pagamento dos valores parcelados diretamente entre Cliente e Empresa;


• O Valor Medido, pela Instituição Financeira;
• O Valor Repassado, pela Instituição Financeira;
• A inadimplência, das parcelas de Recursos Próprios e de Juros e Encargos de Obra;
• O montante captado na linha Pessoa Jurídica;
• Os juros e encargos a serem pagos para a linha Pessoa Jurídica;
• Os custos de obra.

Estas informações permitem identificar a saúde financeira do Empreendimento e


devem ser acompanhadas para validar estratégias de recuperação de resultados.

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Caso o resultado realizado esteja seguindo uma tendência diferente
da inicialmente planejada a Construtora ou Incorporadora poderá
trabalhar as seguintes alavancas:

• Criar estratégias de vendas, para comercializar as unidades


disponíveis e aumentar os repasses oriundos da Instituição
Financeira;
• Revisar o planejamento de obra, buscando executar serviços
de maior valor de medição e que assegurem o cumprimento
do avanço físico planejado;
• Revisar o orçamento de obra, a fim de diminuir o custo de
execução sem comprometer a qualidade e o prazo de conclusão
da obra;
• Realizar a gestão da inadimplência, buscando resgatar os
recursos em aberto pelos Clientes junto à Empresa e junto à
Instituição Financeira.

É importante perceber que estas ações trarão resultados no


prazo de 2 a 3 meses. Para situações onde o fluxo de caixa do
empreendimento já está em um momento crítico, isto pode ser
muito sério.

Portanto, aconselhamos que as áreas Financeira e de Controladoria


de sua Empresa estejam muito próximas, a fim de antecipar
estratégias de gestão.

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Qual a melhor estratégia para as
equipes comerciais?

Comercializar as unidades, com rapidez e assertividade lançamento, pontual, e passará por um período sem
de público, é uma das principais alavancas de sucesso novos produtos.
para empreendimentos que contratam o Crédito
Associativo. Neste caso, é válido considerar a contratação de uma
equipe externa, que trará boa expertise de captação de
Muitas empresas tem dúvidas com relação à melhor clientes e do processo de vendas e atuará pontualmente
estratégia de equipes comerciais. Afinal, esta equipe no lançamento daquele empreendimento específico.
deve ser interna ou externa?
Logo, caberá à equipe da Empresa gerir estes terceirizados,
Esta estratégia tem ligação direta com a expertise da monitorando os resultados e validando o cumprimento
empresa e com a gestão de recursos que pretende das metas da Construtora ou Incorporadora para aquela
fazer. etapa da obra.

Caso a estrutura da Empresa seja robusta o bastante PORÉM, NÃO SE ESQUEÇA:


para gerenciar o volume de informações que surgem
ao longo do ciclo de vida do projeto ter uma equipe Mesmo externa, a equipe comercial deverá ter a “cara”
interna, que desenvolva bom conhecimento de da Empresa, uma vez que é ela que realiza o primeiro
negócio, pode ser uma estratégia interessante. contato com o Cliente.

Porém, em alguns casos, a Empresa realiza um grande

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CONCLUSÃO
O Crédito Associativo é um modelo de financiamento bancário já consolidado e
adaptado, à realidade do Brasil.

Esta modalidade traz vantagens para as três partes envolvidas no processo -


Construtora ou Incorporadora, Instituição Financeira e Cliente. As três partes são
parceiras na gestão do empreendimento e devem buscar um objetivo comum: a
entrega de uma obra com qualidade no prazo contratado.

Cabe à empresa de Construção ficar de olhos abertos às principais etapas envolvidas


na relação com a Instituição Financeira:

• Contratação do Crédito Associativo, pela Empresa;


• Contratação do Crédito Associativo, pelos Clientes;
• Execução da Obra;
• Gestão dos Recebíveis.

Você deve ter percebido que existem pontos que exigirão sua atenção. As condições
de contratação e venda de imóveis e a inadimplência durante a obra devem ser
acompanhadas com eficiência, para garantir que o avanço físico da obra ocorra
conforme o planejamento.

Por isso, é fundamental contar com boas ferramentas de gestão que integrem seu
processos financeiros à Instituições Financeiras e de Pagamento. Assim, suas áreas
de apoio podem se dedicar ao acompanhamento de informações estratégicas, que
aumentarão o lucro do empreendimento e evitarão taxas e multas.

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SOBRE A AUTORA

Giseli Barbosa Anversa

Engenheira Civil, é Lead Product Manager do Sienge, atuando no desenvolvimento


de ações para impulsionar o desempenho de empresas da Indústria da Construção.
Possui mais de 12 anos de atuação na área de Engenharia de Custos de projetos de
Construção Pesada e Mercado Imobiliário.

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