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MÓDULO 2
MICROECONOMIA 102
PRINCIPIO E LEI DE DEMANDA 102
PRINCÍPIO E LEI DA OFERTA 103
MOVIMENTOS SOBRE A CURVA DE OFERTA E DEMANDA 104
DESLOCAMENTO DA CURVA DE OFERTA E DEMANDA E SUAS FORMAS
INVERSAS 105
DERTERMINANTES DA OFERTA E DEMANDA 106
Apostila Cfg
sumário
FUNÇÕES DE OFERTA E DEMANDA 107
FUNÇÕES INVERSAS DA OFERTA E DEMANDA 108
EXCESSO DE OFERTA E EXCESSO DE DEMANDA 110
EXCEDENTE DO PRODUTOR E EXCEDENTE DO CONSUMIDOR 112
ELASTICIDADE DE PREÇO DA DEMANDA 114
ELASTICIDADE DE PREÇO DA OFERTA 115
ELASTICIDADE DE PREÇO CRUZADA DA DEMANDA 117
ELASTICIDADE DE RENDA DA DEMANDA 117
REGULAÇÃO GOVERNAMENTAL E SEUS IMPACTOS SOBRE O EQUILÍBRIO DE
MERCADO 119
RESTRIÇÃO ORÇAMENTÁRIA 120
FUNÇÃO UTILIDADE 120
CURVAS DE INDIFERENÇA 121
BENS SUBSTITITUTOS E BENS COMPLEMENTARES 122
EFEITO DE RENDA E EFEITO DE SUBSTITUIÇÃO 123
FATORES DE PRODUÇÃO 124
FUNÇÕES DE PRODUÇÃO 125
PRODUTO TOTAL, PRODUTO MÉDIO E PRODUÇÃO 126
RETORNOS MARGINAIS DECRESCENTES 127
CUSTO FIXO, CUSTO VARIÁVEL E CUSTO DE PRODUÇÃO 128
DECISÕES DE PRODUÇÃO 129
ECONOMIAS E DESECONOMIAS EM ESCALA 131
RECEITA TOTAL, RECEITA MÉDIA E RECEITA MARGINAL 132
LUCRO NORMAL E LUCRO ECONÔMICO 133
CONDIÇÃO DE MAXIMIZAÇÃO DE LUCRO 134
COMPETIÇÃO PERFEITA 135
ESTRUTURA DE MERCADO NA COMPETIÇÃO PERFEITA 136
CURVA DE DEMANDA E DE MERCADO NA COMPETIÇÃO PERFEITA 137
MODELO DE PORTER - ESCOLHA DA ESTRATÉGIA DE MODELO COMPETITIVO 138
MODELO DE MILES E SNOW - ESCOLHA DA ESTRATÉGIA DE MODELO
COMPETITIVO 139
ESCOLA AUSTRÍACA - MODELO DE COPETITIVADE 140
VANTAGENS COMPETITIVAS DE PORTER 140
ESTRATÉGIAS E RISCOS DAS VANTAGENS COMPETITIVAS DE PORTER 140
Apostila Cfg
sumário
MONOPÓLIO 141
MONOPÓLIO - CARACTERÍSTICA, ORIGENS E ESTRATÉGIAS DE PREÇO 142
MONOPÓLIO X CONCORRÊNCIA PERFEITA 143
DISCRIMINAÇÃO DOS PREÇOS DO MONOPÓLIO 143
REGULAÇÃO DO MONOPÓLIO NATURAL 144
CARACTERÍSTICAS DA COMPETIÇÃO MONOPOLÍSTICA 145
OLIGOPÓLIO, CARACTERÍSTICAS E SEUS MODELOS TRADICIONAIS 146
OLIGOPOLIO DE CORNOUT 147
OLIGOPOLIO DE BERTRAND 149
MODELO DA FIRMA DOMINANTE 150
MODELO DA CURVA DE DEMANDA QUEBRADA 151
MEDIDAS DE CONCENTRAÇÃO COMPETITIVA E SEUS LIMITES DE UTILIZAÇÃO 152
MEDIDAS DE CONCENTRAÇÃO COMPETITIVA E SEUS LIMITES 154
TEORIA DOS JOGOS - CONCEITO BÁSICO 155
OLIGOPSONIO E MONOPSONIO 156
INDICADORES ECONÔMICOS 157
PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB) E PRODUTO NACIONAL BRUTO (PNB) 157
INFLAÇÃO/DEFLAÇÃO E O MERCADO FINANCEIRO. INDICADORES DE INFLAÇÃO:
IGP (IGP-M, IGP-DI, IGP-10), INPC, IPCA 157
NÍVEL DE RENDA, NÍVEL DE EMPREGO, SALÁRIOS 157
FORMAÇÃO DOS JUROS NA ECONOMIA 157
TAXAS DE JUROS E O MERCADO FINANCEIRO NACIONAL: TAXA SELIC, TLP, TBF, TR
A TAXA DI OVER E O MERCADO INTERFINANCEIRO 158
ATRIBUIÇÕES DOS ÓRGÃOS E AGENTES REGULADORES: CONSELHO MONETÁRIO
NACIONAL (CMN),BANCO CENTRAL DO BRASIL, COMISSÃO DE VALORES
MOBILIÁRIOS (CVM) 160
ATRIBUIÇÕES DOS ÓRGÃOS E AGENTES REGULADORES: CONSELHO MONETÁRIO
NACIONAL (CMN),BANCO CENTRAL DO BRASIL, COMISSÃO DE VALORES
MOBILIÁRIOS (CVM) 162
ATRIBUIÇÕES DOS ÓRGÃOS E AGENTES REGULADORES: CONSELHO MONETÁRIO
NACIONAL (CMN),BANCO CENTRAL DO BRASIL, COMISSÃO DE VALORES
MOBILIÁRIOS (CVM) 162
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS: BANCOS MÚLTIPLOS, BANCOS DE INVESTIMENTO,
DISTRIBUIDORAS E CORRETORAS DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS, DE
CÂMBIO E DE FUTUROS 163
Apostila Cfg
sumário
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS: BANCOS MÚLTIPLOS, BANCOS DE INVESTIMENTO,
DISTRIBUIDORAS E CORRETORAS DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS, DE
CÂMBIO E DE FUTUROS 163
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS: BANCOS MÚLTIPLOS, BANCOS DE INVESTIMENTO,
DISTRIBUIDORAS E CORRETORAS DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS, DE
CÂMBIO E DE FUTUROS 164
OBJETIVOS DO BANCO CENTRAL 165
FERRAMENTAS DE POLÍTICA ECONÔMICA 166
SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO (SPB) 167
CÂMARAS DE COMPENSAÇÃO/LIQUIDAÇÃO: CLEARING B3 E SELIC 167
NECESSIDADE DE FINANCIAMENTO DO SETOR PÚBLICO 168
IMPLICAÇÕES PARA A DÍVIDA PÚBLICA 169
CURVA DE LAFFER 170
EFEITO DE CROWDING-OUT 171
EFEITOS INTERGERACIONAIS DA POLÍTICA FISCAL 171
MULTIPLICADORES (GASTOS, IMPOSTOS E ORÇAMENTO EQUILIBRADO) E SEUS
EFEITOS 172
POLÍTICA FISCAL EXPANSIONISTA E CONTRACIONISTA 173
FUNÇÕES DA MOEDA 174
CRIAÇÃO E DESTRUIÇÃO DE MOEDA 175
AGREGADOS MONETÁRIOS 175
MULTIPLICADOR BANCARIO DA MOEDA 176
META DE INFLAÇÃO 178
CÁLCULO DA TAXA DE INFLAÇÃO E DEFLAÇÃO 179
INFLAÇÃO NÃO ANTECIPADA VS. ANTECIPADA E EFEITOS 180
INFLAÇÃO ANTECIPADA E EFEITOS 180
INFLAÇÃO E DESEMPREGO 182
CURVA DE PHILLIPS DE CURTO E LONGO PRAZO 184
EQUAÇÃO DA CURVA DE PHILIPS 186
CURVA DE PHILIPS COM EXPECTATIVAS ADAPTATIVAS 186
INFLAÇÃO NA TAXA NOMINAL DE JUROS 187
TEORIA QUANTITATIVA DA MOEDA 188
INSTRUMENTOS DE POLÍTICA MONETÁRIA: OPERAÇÕES DE MERCADO ABERTO,
REDESCONTO E DEPÓSITOS COMPULSORIOS 188
ATRIBUIÇÕES DO COPOM E IMPACTO DAS DECISÕES 189
RELAÇÃO ENTRE JUROS E ATIVIDADE ECONÔMICA 190
Apostila Cfg
sumário
REGRA DE TAYLOR 190
DETERMINANTES DA TAXA DE CÂMBIO 190
REGIMES DE TAXAS DE CÂMBIO 192
REGIME DE CÂMBIO FIXO 193
REGIME CAMBIAL COM BANDAS CAMBIAIS 194
TAXAS DE CÂMBIO SPOT E FORWARD 194
APRECIAÇÃO E DEPRECIAÇÃO DE MOEDAS 195
CÂMBIO E FLUXOS INTERNACIONAIS DE CAPITAL 195
BALANÇO DE PAGAMENTOS E A BALANÇA COMERCIAL 196
TRANSAÇÕES CORRENTES 196
CONTA DE CAPITAIS 197
RESERVAS INTERNACIONAIS 197
RELAÇÕES DE PARIDADE ENTRE AS MOEDAS 198
PARIDADE DO PODER DE COMPRA 199
PARIDADE DA TAXA DE JUROS 200
CUPOM CAMBIAL 201
SWAP CAMPIAL 202
OFERTA AGREGADA E DEMANDA AGREGADA 203
CURVA DE DEMANDA AGREGADA 204
CURVA DE OFERTA AGREGADA DE CURTO PRAZO E DE LONGO PRAZO 205
PIB REAL E PIB POTENCIAL 209
PLENO EMPREGO E TAXA NATURAL DE DESEMPREGO 210
EQUILÍBRIO MACROECONÔMICO E SEUS DETERMINANTES 210
MÓDULO 3
PRINCIPAIS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS (CPC 26) 214
BALANÇO PATRIMONIAL: COMPONENTES E ITENS MONETÁRIOS E NÃO MONETÁ-
RIOS 217
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) 220
DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (DMPL) 222
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA (DFC) 228
DEMONSTRAÇÃO DE VALOR ADICIONADO (DVA) 231
NOTAS EXPLICATIVAS 237
Apostila Cfg
sumário
LUCRO ANTES DE JUROS, IMPOSTOS, DEPRECIAÇÃO E AMORTIZAÇÃO (LAJIDA)
(OU EARNINGS BEFORE INTEREST, TAXES, DEPRECIATION AND AMORTIZATION –
EBITDA) E LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO APÓS IMPOSTOS (OU NET OPERATING
PROFIT AFTER TAXES – NOPAT) 243
ÍNDICES DE LIQUIDEZ 246
LIQUIDEZ CORRENTE 249
LIQUIDEZ SECA 251
ÍNDICES DE SOLVÊNCIA E ESTRUTURA DE CAPITAL 254
ÍNDICE DE COBERTURA DE JUROS 257
SALDO DE TESOURARIA SOBRE VENDAS 259
PARTICIPAÇÃO DE CAPITAIS DE TERCEIROS 261
GRAU DE ENDIVIDAMENTO 263
ÍNDICES DE RENTABILIDADE 265
RETORNO SOBRE AS VENDAS 267
RETORNO SOBRE O ATIVO 269
RETORNO SOBRE O PATRIMÔNIO LÍQUIDO 271
MARGEM BRUTA 273
MARGEM OPERACIONAL 275
MARGEM LÍQUIDA 277
PERÍODO MÉDIO DE COBRANÇA 279
IDENTIFICAÇÃO DE MANIPULAÇÃO DE INFORMAÇÕES FINANCEIRAS E DETECÇÃO
DE POSSÍVEIS FRAUDES 280
MANIPULAÇÃO DE RECEITAS 286
MANIPULAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA 287
MANIPULAÇÃO DE INDICADORES CHAVE DAS EMPRESAS 289
MÓDULO 4
PERÍODO DE PAYBACK SIMPLES 292
PERÍODO DE PAYBACK DESCONTADO 293
VPL – VALOR PRESENTE LÍQUIDO 296
TIR – TAXA INTERNA DE RETORNO 298
ORÇAMENTO DE CAPITAL 300
PROCESSO DE ORÇAMENTO DE CAPITAL 302
ESTRUTURA DE CAPITAL 306
RISCOS DE CREDORES E ACIONISTAS 308
ESTRUTURA DE CAPITAL ALVO 310
Apostila Cfg
sumário
TEOREMA DE MODIGLIANI-MILLER 311
LANÇAMENTO DE AÇÕES E INSTRUMENTOS DE DÍVIDA CORPORATIVA 313
GRAU DE ALAVANCAGEM OPERACIONAL, FINANCEIRA E TOTAL. 319
CUSTO DE CAPITAL 322
CUSTO DO CAPITAL PRÓPRIO: CAPITAL ASSET PRICING MODEL (CAPM) E
DISCOUNTED DIVIDEND MODEL (DDM) 323
CUSTO DE CAPITAL DE TERCEIROS 326
CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL (CMPC) 327
DIVIDENDOS EM AÇÕES E EM DINHEIRO, BONIFICAÇÃO, BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO,
JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO (JCP), DESDOBRAMENTO (SPLIT) E GRUPAMENTO
(INPLIT): CONCEITOS E IMPACTOS SOBRE OS PREÇOS E QUANTIDADES DAS AÇÕES
DO INVESTIDOR. 330
EMISSÃO E RECOMPRA DE AÇÕES 334
POLÍTICA DE DIVIDENDOS 336
RESTRIÇÕES DE PAGAMENTOS DE DIVIDENDOS 337
VARIAÇÃO DOS PAGAMENTOS DE DIVIDENDOS 337
ESTÁGIO DE MATURIDADE DA EMPRESA 339
PREFERÊNCIAS DE INVESTIDORES 341
ASPECTOS TRIBUTÁRIOS 342
TEORIA DA SINALIZAÇÃO DE DIVIDENDOS 343
IMPACTO DA POLÍTICA DE DIVIDENDOS NO PREÇO DA AÇÃO 344
SPIN-OFFS 347
JOINT VENTURES 349
DESINVESTIMENTO 350
FUSÕES E INCORPORAÇÕES 352
AQUISIÇÕES: LEVERAGED BUYOUT (LBO) E MANAGEMENT BUYOUT (MBO)
CISÕES 352
OBJETIVOS, ATRIBUTOS E MEDIDAS DE UM SISTEMA DE GOVERNANÇA
CORPORATIVA 354
CONFLITOS DE INTERESSE ENTRE ADMINISTRADORES, DIRETORES E
ACIONISTAS 358
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO: RESPONSABILIDADES E FATORES DETERMINAN-
TES DE EFICIÊNCIA 360
MÓDULO 5
MERCADOS PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO DE RENDA FIXA E RENDA VARIÁVEL 364
Apostila Cfg
sumário
MERCADO DE BOLSA DE VALORES E MERCADO DE BALCÃO 364
FORMADORES DE MERCADO (MARKET MAKERS) 366
TIPOS DE ORDENS 367
TIPOS DE ORDENS DE STOP 368
REGISTRO E LIQUIDAÇÃO (SELIC E B3) 369
GARANTIA FIRME E MELHORES ESFORÇOS 371
MECANISMOS DE OP. LEILÃO HOLANDES E BOOKBUILDING 372
OPERAÇÕES DE GREEN SHOE E HOT ISSUE 373
OPERAÇÕES COMPETITIVE BIDS E PRIVE PLACEMENT 374
PROCESSO DE DIV DE OPERAÇÕES DE PILOT FISHING E PRE DEAL RESEARCH 375
PROCESSO DE DIVULGAÇÃO E PRE MARKETING 376
PROCESSO DE DIVULGAÇÃO E DEFINIÇÃO DA FAIXA DE PREÇOS 376
ROADSHOW 377
ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DA B3 377
ALUGUEL DE AÇÕES E VENDA A DESCOBERTO 377
FUNCIONAMENTO DAS GARANTIAS DA B3 379
CUSTOS DE EXECUÇÃO 379
NEGOCIAÇÕES A VISTA E A TERMO 383
MARGENS DO MERCADO ACIONÁRIO 384
FUNCIONAMENTO DOS NÍVEIS 1,2 E NOVO MERCADO 385
CARACTERISTICAS ESTRUTURAS DOS ÍNDICES DE ATIVOS 387
ÍNDICES ACIONARIOS DOMESTICOS 389
ÍNDICES ACIONARIOS DO EXTERIOR 391
ÍNDICES DE RENDA FIXA DOMESTICOS 394
ÍNDICES DE RENDA FIXA DO EXTERIOR 395
CLASSIFICAÇÕES DAS AÇÕES 397
UNITS 398
ADR - AMERICAN DEPOSITARY RECEIPTS 399
BDR - BRAZILIAN DEPOSITARY RECEIPTS 400
RENDIMENTO DAS AÇÕES 401
COMPONENTES DA TAXA DE RETORNO 402
RETURN ON EQUITY E MODELOD DE DU PONT 403
CARACTERISTICAS DE UM TÍTULO DE RENDA FIXA 404
OUTRAS CARACTERISTICAS DE UM TÍTULO DE RENDA FIXA 405
RENDA FIXA PRÉ FIXADA E PÓS FIXADA 405
JUROS ACUMULADOS PELO PREÇO LIMPO E SUJO 406
Apostila Cfg
sumário
PROVISÕES DE RESGATE ANTECIPADO 406
PRECIFICAÇÃO DE TÍTULOS DE RENDA FIXA 407
MARCAÇÃO PELA CURVA 408
PRINCIPIOS GERAIS DE PRECIFICAÇÃO DE TÍTULOS 409
PROCESSO DE PRECIFICAÇÃO DE TÍTULOS 410
FATORES QUE INFLUENCIAM O PREÇO DOS TÍTULOS 411
RENDA FIXA E TAXA A TERMO 411
CARACTERÍSTICAS DO CRI 412
CARACTERÍSTICAS DE INVESTIMENTOS ALTERNATIVOS 416
ANÁLISE DE CRÉDITO E OS 5CS 417
ANÁLISE DE CREDITO QUALITATIVA 418
ANÁLISE DE CRÉDITO QUANTITATIVA 420
ANÁLISE DE CRÉDITO VERTICAL E HORIZONTAL E OS RISCOS DOS RATINGS 421
ESPECIFICAÇÃO NA FORMAÇÃO DE GARANTIAS 422
PROCESSO E FATORES DA ANALISE DO CRÉDITO 423
ANÁLISE DOS RATINGS DE CRÉDITO 424
CPR - CEDULA DE PRODUTO RURAL 425
MEDIDAS DE LIQUIDAÇÃO DOS TÍTULOS 425
CCB - CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO 426
CDCA - CERTIFICADO DE DIREITOS CREDITÓRIOS DO AGRONEGÓCIO 427
CRA - CERTIFICADOS DE RECEBÍVEIS DO AGRONEGÓCIO 428
DEBÊNTURES 429
DPGE - DEPÓSITO A PRAZO COM GARANTIA ESPECIAL 430
FIDC - FUNDOS DE INVESTIMENTO EM DIREITOS CREDITÓRIOS 431
LCA - LETRAS DE CRÉDITO DO AGRONEGÓCIO 432
LCI - LETRAS DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO 433
LF - LETRAS FINANCEIRAS 434
LIG - LETRAS IMOBILIÁRIAS GARANTIDAS 435
NOTAS PROMISSÓRIAS 436
CDB - CERTIFICADOS DE DEPÓSITOS BANCÁRIOS 437
ESTRUTURA E FORMA DE NEGOCIAÇÃO DOS TÍTULOS 438
OPERAÇÕES COMPROMISSADAS 439
TÍTULOS PÚBLICOS FEDERAIS 441
DERIVATIVOS, CONTRATOS FUTUROS E TERMOS - CONDIÇÕES GERAIS 442
CONTRATOS E MINI CONTRATOS 444
CONTRATO FUTURO A TERMOS E FORMAÇÃO DO PREÇO A FUTURO OU A
Apostila Cfg
sumário
TERMO 445
PRINCIPAIS CONTRATOS FUTUROS E A TERMO 447
CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS CONTRATOS FUTUROS E A TERMO 451
CONTRATOS FUTUROS E A TERMO - PREÇOS DE NEGOCIAÇÃO 452
DERIVATIVOS NO MERCADO DE BALCÃO 452
MERCADO DOMÉSTICO DE DERIVATIVOS E CARACTERÍSTICAS 453
DERIVATIVOS E OS SISTEMAS DE GARANTIA 455
CARACTERÍSTICAS GERAIS E OPERACIONAIS DAS OPÇÕES 457
OPÇÕES EUROPÉIAS E AMERICANAS 457
OPÇÕES MONEYNESS 458
OPÇÕES DE CALL 459
OPÇÕES DE PUT 460
CAPS AND FLOORS 460
COLLARS COM OPÇÕES 461
OPERAÇÕES DE BOX COM OPÇÕES 462
OPERAÇÕES DE BUTTERFLY 466
OPÇÕES STRANGLE 467
OPÇÕES CALL SPREAD 468
OPÇÕES PUT SPREAD 469
OPÇÕES COM BARREIRA 470
PERDA E GANHO MÁXIMO COM OPÇÕES 471
BLACK SCHOLES E AS GREGAS 473
SWAPS E SUAS CARACTERÍSTICAS GERAIS 476
TIPOS DE SWAP 478
EXEMPLO DE ORDENS BEST EXECUTION 481
PROCESSO DE ESCOLHA DE CORRETORAS PARA BEST EXECUTION 482
ORDENS SOFT DOLLARS 483
SEGURANÇA DAS ORDENS 483
EQUIDADE DO TRATAMENTO DE FUNDOS E COTAS 485
MÓDULO 6
DEFINIÇÃO DE RISCO E RETORNO 488
TEORIA DA UTILIDADE ESPERADA 488
FUNÇÃO DA UTILIDADE ESPERADA 489
RISCO E RETORNO DE UMA CARTEIRA 490
LINHA DE ORÇAMENTO DE RISCO 492
Apostila Cfg
sumário
ESCOLHA ENTRE RISCO E RETORNO 493
AVERSÃO A RISCO 495
DOMINÂNCIA ESTOCÁSTICA 495
DOMINÂNCIA ESTOCÁSTICA DE PRIMEIRA, SEGUNDA E TERCEIRA ORDEM 495
TEORIA DA UTILIDADE ESPERADA X TEORIA DA PERSPECTIVA 498
CURVA DA FRONTEIRA EFICIENTE 501
PREMISSAS DO MODELO DE MARKOWITZ 502
DIVERSIFICAÇÃO E RISCO E RETORNO DA FRONTEIRA EFICIENTE 503
RISCO E RETORNO DE UMA CARTEIRA COM 2 E 3 ATIVOS 505
CURVA ENVOLTORIA 507
CARTEIRA DE VARIÂNCIA MÍNIMA 508
CONSTRUÇÃO DA FRONTEIRA EFICIENTE 509
ESCOLHA DE UMA CARTEIRA ÓTIMA 511
INTRODUÇÃO DE UM ATIVO LIVRE DE RISCO 513
CAPITAL MARKET LINE 514
IMPLICAÇÕES DO TEOREMA DE TOBIN 516
EFEITOS DA ALAVANCAGEM 517
RELAXAMENTO DAS HIPÓTESES E AUSÊNCIA DE CUSTOS 518
RELAXAMENTO DAS HIPÓTESES E VENDA A DESCOBERTO 518
RELAXAMENTO DAS HIPÓTESES E FINANCIAMENTO SEM
TAXA E HOMOGENEIDADE DAS EXPECTATIVAS 519
RISCO DIVERSIFICÁVEL E RISCO NÃO DIVERSIFICÁVEL NO CML 520
EFEITO DA DIVERSIFICAÇÃO NO RISCO SISTEMÁTICO E NO RISCO NÃO
SISTEMÁTICO 522
BETA E A RETA CARACTERÍSTICA DO MERCADO 523
RETA CARACTERÍSTICA DE UM ATIVO 524
CAPITAL ASSET PRICING MODEL (CAPM) 525
EQUAÇÃO DA SECURITY MARKET LINE (SML) 526
EXEMPLO DE APLIACÇÃO DE CAPM 527
HIPOTESES ADJACENTES AO CAPM 527
CONSTRUÇÃO DA SECURITY MARKET LINE 528
CAPM X CML 530
CRÍTICAS AO MODELO DE CAPM 531
DIVIDEND DISCOUNT MODEL (DDM) 531
GORDON GROWTH MODEL 532
MODELOS DE CRESCIMENTO MULTI-ESTÁGIOS 534
Apostila Cfg
sumário
MODELOS DE PRECIFICAÇÕES DE AÇÕES DE DOIS ESTÁGIOS 535
MODELOS DE PRECIFICAÇÕES DE AÇÕES DE TRÊS ESTÁGIOS 537
MODELO H DE DESCONTO DE DIVIDENDOS 537
MODELO DUPONT 538
FLUXO DE CAIXA LIVRE 540
VALUATION PELO CASHFLOW 540
FLUXO DE CAIXA PARA O CAPITAL PRÓPRIO (FREE CASH FLOW TO EQUITY –
FCFE) 541
FLUXO DE CAIXA PARA A FIRMA (FREE CASH FLOW TO THE FIRM – FCFF) 542
MÚLTIPLOS - LPA (LUCRO POR AÇÃO) 543
PREÇO / LUCRO (P/L) 544
PREÇO / VALOR PATRIMONIAL (P/VP) 545
PREÇO / VENDAS (P/V) 546
PREÇO / FLUXO DE CAIXA (P/FC) 547
DIVIDEND YIELD 548
ÍNDICE P/E-TO-GROWTH (IPEG) 550
EV (ENTERPRISE VALUE) / EBITDA 551
MULTIPLICADOR DE LUCROS (EARNINGS MULTIPLIER) PARA UMA EMPRESA. 553
MODELOS DE ÍNDICE DE MERCADO 554
MODELOS MULTIFATORES 554
TIPOS DE MODELOS MULTIFATORES 556
MODELOS MULTIFATORES MACROECONOMICO 558
MODELOS MULTIFATORES APT 558
MODELOS MULTIFATORES E FATORES FUNDAMENTAIS 561
MODELOS MULTIFATORES FAMA FRENCH 561
APLICAÇÃO DOS MODELOS MULTIFATORES 563
MÓDULO 7
HOMO ECONOMICUS E HOMO SOCIAL 566
RESTRIÇÕES DO INVESTIDOR: IDADE, HORIZONTE DE INVESTIMENTO,
CONHECIMENTO DO PRODUTO E TOLERÂNCIA AO RISCO 567
FINANÇAS COMPORTAMENTAIS, HEURÍSTICA DA REPRESENTATIVIDADE,
HEURÍSTICA DA DISPONIBILIDADE, HEURÍSTICA DA ANCORAGEM, AVERSÃO A
PERDA 570
PRINCIPAIS VIESES: STATUS QUO, MOVIMENTO DE MANADA, FRAMING, DESCONTO
HIPERBÓLICO, EXCESSO DE CONFIANÇA, AVERSÃO A PERDA 571
Apostila Cfg
sumário
MÓDULO 8
O PROCESSO DE GESTÃO DE CARTEIRAS INDIVIDUAIS E INSTITUCIONAIS 576
ETAPA DE PLANEJAMENTO 576
ETAPA DE EXECUÇÃO 577
ETAPA DE REALIMENTAÇÃO 577
IPS - INVESTMENT POLICY STATEMENT 578
ESTÁGIO DE VIDA DE UM INVESTIDOR E SUAS FASES 579
DEFINIÇÃO DO PERFIL PSICOLÓGICO DO INVESTIDOR 580
QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DE RISCO 581
OBJETIVOS DE RETORNO 582
RESTRIÇÕES A SEREM APLICADAS EM UM IPS 583
COMPOSIÇÃO DE UM IPS INSTITUCIONAL 583
RESTRIÇÕES LEGAIS PARA APLICAÇÕES DE RECURSOS 584
SUPERAVIT E DEFICT ATUARIAL 585
ASSET LIABILITY MANAGEMENT 587
METAS ATUARIAIS , ÍNDICES DE REFERÊNCIA E ALOCAÇÕES ESTRATÉGICAS
PGBL E VGBL - DEFINIÇÃO, CARACTERÍSTICAS, SEGREGAÇÃO EM RELAÇÃO AO
PATRIMÔNIO DA SEGURADORA E TRIBUTAÇÃO 589
SEGURADORAS E DEMAIS INVESTIDORES INSTITUCIONAIS 591
MÓDULO 9
ESTRATÉGIAS DE ALOCAÇÃO ATIVA, PASSIVA E SEMIATIVA 594
ESTRATÉGIA DE ALOCAÇÃO ESTRATÉGICA E TÁTICA 595
ESTRATÉGIA DE ALOCAÇÃO DINÂMICA E ESTÁTICA 596
ESTRATÉGIA DE ALOCAÇÃO MODELO MÉDIA-VARIÂNCIA (FRONTEIRA
EFICIENTE) 597
ESTRATÉGIA DE ALOCAÇÃO BLACK-LITTERMAN 598
ESTRATÉGIA DE ALOCAÇÃO COM SIMULAÇÃO MONTE CARLO 600
ESTRATÉGIAS DE ALOCAÇÃO POR ASSET-LIABILITY MANAGEMENT (ALM) 600
ALTERAÇÕES NAS CIRCUNSTÂNCIAS DO INVESTIDOR 602
DESVIOS DA ALOCAÇÃO ESTRATÉGICA 602
REBALANCEAMENTO REGULAR VS. REBALANCEAMENTO PERCENTUAL DA CAR-
TEIRA 603
ESTRATÉGIAS DE REBALANCEAMENTO DINÂMICAS 604
BUY AND HOLD 605
Apostila Cfg
sumário
CONSTANT MIX 606
CONSTANT PROPORTION PORTFOLIO INSURANCE (CPPI) 607
MÓDULO 10
FINTECHS E SEUS SEGMENTOS 609
BLOCKCHAIN E DISTRIBUTED LEDGER TECHNOLOGY (DLT) 610
REG TECH 612
SANDBOX REGULATÓRIO 613
OPEN BANKING 614
MACHINE LEARNING 615
ALGO TRADING 616
ROBO ADVISOR 616
HIGH FRAQUENCY TRADING 617
MÓDULO 11
PRINCÍPIOS GERAIS DE ÉTICA APLICADA A PROFISSIONAIS DE INVESTIMEN-
TOS 620
DEFINIÇÕES (CAPÍTULO I) 622
OBJETIVO E ABRANGÊNCIA (CAPÍTULO II) 625
PRINCÍPIOS GERAIS DE CONDUTA (CAPÍTULO III) 626
CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL ANBIMA PARA GESTORES DE RECURSOS DE
TERCEIROS (CAPÍTULO VIII – SEÇÃO II) 627
REGULAÇÃO MELHORES PRÁTICAS PROPOSITO E ABRANGÊNCIA CAP I 628
REGULAÇÃO MELHORES PRÁTICAS PRINCÍPIOS GERAIS 630
REGULAÇÃO MELHORES PRÁTICAS OBRIGAÇÕES DAS INSTITUIÇÕES PARTICIPAN-
TES (CAPÍTULO IV) 633
REGULAÇÃO MELHORES PRÁTICAS SELO ANBIMA (CAPÍTULO VII) 634
REGULAÇÃO MELHORES PRÁTICAS USO DO SELO DE PUBLICIDADE (CAPÍTULO
VIII) 635
REGULAÇÃO MELHORES PRÁTICAS DE REC. DE 3 DEFINIÇÕES (CAPÍTULO I) 640
REGULAÇÃO MELHORES PRÁTICAS DE REC. DE 3 OBJETIVO E ABRANGÊNCIA
(CAPÍTULO II) 641
REGULAÇÃO MELHORES PRÁTICAS DE REC. DE 3 PRINCÍPIOS GERAIS DE CONDUTA
(CAPÍTULO IV) 643
Apostila Cfg
sumário
REGULAÇÃO MELHORES PRÁTICAS DE REC. DE 3 CONTRATAÇÃO DE TERCEIROS EM
NOME DOS FUNDOS DE INVESTIMENTO (CAPÍTULO VI) 645
REGULAÇÃO MELHORES PRÁTICAS DE REC. DE 3 ADMINISTRAÇÃO FIDUCIÁRIA
(CAPÍTULO VII) 646
REGULAÇÃO MELHORES PRÁTICAS DE REC. DE 3 ADMINISTRAÇÃO FIDUCIÁRIA
(CAPÍTULO VII) SEÇÃO 3 646
REGULAÇÃO MELHORES PRÁTICAS DE REC. DE 3 ADMINISTRAÇÃO FIDUCIÁRIA
(CAPÍTULO VII) SEÇÃO 4 647
REGULAÇÃO MELHORES PRÁTICAS DE REC. DE 3 ADMINISTRAÇÃO FIDUCIÁRIA CAP
VII 649
REGULAÇÃO MELHORES PRÁTICAS DE REC. DE 3 ADMINISTRAÇÃO FIDUCIÁRIA CAP
VII SEÇÃO 2 653
REGULAÇÃO MELHORES PRÁTICAS DE REC. DE 3 ADMINISTRAÇÃO FIDUCIÁRIA CAP
VIII 655
REGULAÇÃO MELHORES PRÁTICAS DE REC. DE 3 ADMINISTRAÇÃO FIDUCIÁRIA CAP
VIII SEÇÃO 2 656
REGULAÇÃO MELHORES PRÁTICAS DE REC. DE 3 ADMINISTRAÇÃO FIDUCIÁRIA CAP
VIII SEÇÃO 3 656
REGULAÇÃO MELHORES PRÁTICAS DE REC. DE 3 ADMINISTRAÇÃO FIDUCIÁRIA CAP
VIII SUBSEÇÃO I 660
REGULAÇÃO MELHORES PRÁTICAS DE REC. DE 3 CONSELHO CONSULTIVO
CAPÍTULO X 661
MÓDULO 12
REGULAÇÃO E MELHORES PRÁTICAS - ANEXO I CAP III A V 664
REGULAÇÃO E MELHORES PRÁTICAS - ANEXO I CAP VII A VIII 664
REGULAÇÃO E MELHORES PRÁTICAS ANEXO II CAP III 664
REGULAÇÃO E MELHORES PRÁTICAS ANEXO II CAP VI 665
REGULAÇÃO E MELHORES PRÁTICAS ANEXO II CAP VIII E IX 668
REGULAÇÃO E MELHORES PRÁTICAS ANEXO III CAP IV 670
REGULAÇÃO E MELHORES PRÁTICAS ANEXO III CAP V 671
REGULAÇÃO E MELHORES PRÁTICAS ANEXO III CAP VII 684
REGULAÇÃO E MELHORES PRÁTICAS ANEXO IV CAP II WEBSITE 684
REGULAÇÃO E MELHORES PRÁTICAS ANEXO V CAP III 689
REGULAÇÃO E MELHORES PRÁTICAS ANEXXO II CAP V 702
REGULAÇÃO E MELHORES PRÁTICAS DELIBERAÇÃO AMBINA 77 710
Apostila Cfg
sumário
REGULAÇÃO E MELHORES PRÁTICAS MERCADO DE CAPITAIS CONTROLADORIA
CAP X 710
REGULAÇÃO E MELHORES PRÁTICAS MERCADO DE CAPITAIS EXIGENCIAS MINIMAS
CAP III 714
REGULAÇÃO E MELHORES PRÁTICAS MERCADO DE CAPITAIS EXIGENCIAS MINIMAS
CAP III 717
REGULAÇÃO E MELHORES PRÁTICAS MERCADO DE CAPITAIS OBJETIVO E
ABRANGENCIA CAP I 718
REGULAÇÃO E MELHORES PRÁTICAS MERCADO DE CAPITAIS CUSTÓDIA CAP IX
LEGISLAÇÃO E REGULAÇÃO INS CVM476 - APLICAÇÃO 720
LEGISLAÇÃO E REGULAÇÃO INS CVM476 - PROCEDIMENTOS DE DISTRIBUIÇÃO 723
LEGISLAÇÃO E REGULAÇÃO INS CVM476 - OBRIGAÇÃO DOS PARTICIPANTS 730
LEGISLAÇÃO E REGULAÇÃO INS CVM476 - NEGOCIAÇÃO DOS VALORES
MOBILIÁRIOS 732
LEGISLAÇÃO E REGULAÇÃO INS REG CMN 4661 CAP V, SEÇÃO I, SUB I 737
LEGISLAÇÃO E REGULAÇÃO INS CMN 4661, CAP V, SECAO I, SUB II ATE V 739
LEGISLAÇÃO E REGULAÇÃO INS CMN 4661 CAP VI 742
LEGISLAÇÃO E REGULAÇÃO CMN 4661 CAP VIII A XI 749
LEGISLAÇÃO E REGULAÇÃO CMN 3922 SEÇÃO I 751
LEGISLAÇÃO E REGULAÇÃO CMN 3992 SEÇÃO II 762
LEGISLAÇÃO E REGULAÇÃO CMN 3992 SEÇÃO III 767
LEGISLAÇÃO E REGULAÇÃO INST CVM 539 13 768
LEGISLAÇÃO E REGULAÇÃO PERT PLANOS PREV PRIV LC 109 01 769
LEGISLAÇÃO E REGULAÇÃOPLANOS DE PREV PRIV RES CNSP 321 15 774
LEGISLAÇÃO E REGULAÇÃO PLANOS PREV PRIV INST CVM 555 14 ART 131 775
LEGISLAÇÃO E REGULAÇÃO PLANOS PREV PRIVADA 776
LEGISLAÇÃO E REGULAÇÃOPREV PRIV RES CNSP 348 17 779
LEGISLAÇÃO E REGULAÇÃOPREV PRIV RES CNSP 349 17 780
LEGISLAÇÃO E REGULAÇÃO ART 10 781
LEGISLAÇÃO E REGULAÇÃO COMPLIANCE RES CMN 2451 DE 97
LEGISLAÇÃO E REGULAÇÃO LEI 9613 DE 98 782
LEGISLAÇÃO E REGULAÇÃO LEI 9613 DE 98 CAP V 784
LEGISLAÇÃO E REGULAÇÃO LEI 9613 CAP VI 786
LEGISLAÇÃO E REGULAÇÃO LEI 9613 CAP VII 788
LEGISLAÇÃO E REGULAÇÃO LEI 9613 CAP VIII 788
LEGISLAÇÃO E REGULAÇÃO INST 617 DE 20 DO AMBITO E FINALIDADE 789
Apostila Cfg
sumário
GLOSSÁRIO 841
Módulo 0
conhecendo a prova
Este módulo foi criado e dedicado especialmente para
você poder conhecer basicamente como a prova do CFG
funciona e conhecer algumas técnicas de estudos.
CONHECENDO A PROVA
Quando falamos das certificações da ANBIMA existem dois grandes motivos de reprovação
que são muito comuns. São eles:
⯀ 1° Nervosismo:
Esse é o principal vilão na hora da realização da prova. E, eu posso te dizer, não há motivos
para ficar nervoso.
Sim, pode ser difícil de acreditar, porém, se não sabermos como algo funciona, como ire-
mos nos preparar?
É por isso que a partir de agora quero te convidar a embarcar comigo e conhecer como
tudo funciona para que você possa se preparar da melhor forma possível.
O que é a ANBIMA?
Para começar, nada melhor do que conhecer a ANBIMA. Ela é a Associação Brasileira das
Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais.
Há ainda outra certificação distribuída por esta instituição, a CFG, porém, esta é destinada
a gestores de Fundos de Investimentos.
23
Afinal, o que é O cfg?
A Certificação ANBIMA de Fundamentos de Gestão (CFG) é uma certificação destinada
para profissionais que pretendem atuar no setor de gestão de recursos de terceiros.
Antigamente, para atuar como gestor de um fundo, era preciso obter a certificação de
gestores da ANBIMA (CGA).
Para facilitar a dinâmica de profissionais do mercado que desejam migrar para o segmento
de gestão de recursos de terceiros, a ANBIMA disponibilizou o CFG, que possibilita que o
profissional atue devidamente neste segmento.
Dessa forma, o CFG acaba funcionando como uma porta de entrada para o profissional
no segmento de gestão de recursos.
Normalmente, após obter certa experiência, o profissional pode optar por outras duas
certificações para sua especialização.
Para ser aprovado, é requerido um índice de, pelo menos, 70% de acerto em uma prova
de 60 questões, o que representa 42 questões acertadas.
⯀ Economia: 3 a 7% da prova;
⯀ Análise de Relatórios Financeiros: 3 a 7% da prova;
⯀ Métodos Quantitativos: 8 a 12% da prova;
⯀ Mercados e Instrumentos Financeiros: 13 a 17% da prova;
⯀ Finanças Corporativas: 3 a 7% da prova;
⯀ Finanças Comportamentais: 3 a 7% da prova;
⯀ Teoria Moderna de Carteiras e Modelos de Precificação de Ativos: 8 a 12% da prova;
⯀ Alocação de Ativos: 13 a 17% da prova;
⯀ Política de Investimento (Investment Policy Statement – IPS): 3 a 7% da prova;
24
⯀ Ética e Autorregularão: 8 a 12% da prova;
⯀ Novas Tecnologias em Finanças: 3 a 7% da prova;
⯀ Legislação e Regulação: 8 a 12% da prova.
Lembrando que, após o pagamento você terá 60 dias para agendar a mesma. Se passar
o prazo, você perde o valor da inscrição, sem exceções.
25
Módulo 1
métodos quantitativos
Este capítulo se propõe a expor os principais
métodos quantitativos existentes no mercado.
O QUE SÃO MÉTODOS QUANTITATIVOS?
Os Métodos Quantitativos nada mais são que o uso de estatísticas para quantificar e ava-
liar informações. Eles se tornam primos do raciocínio lógico, frente ao comportamento
humano.
É por meio deles que desenvolvemos meios para alcançarmos determinados fins. Como,
objetivos específicos, realizações, e no caso de finanças, a interpretação e entendimento
de um bom investimentos.
Por isso é que utilizamos as estatísticas, pois métodos quantitativos determinam sua legi-
timidade a partir de dados e desempenhos estatísticos para não ficarmos apenas no
“achismo”.
É exatamente assim, ela é uma área da ciência exata que coleta e organiza dados para
serem analisados por nós. Seja para qualquer decisão necessária.
Por isso que dizemos que lembramos do comportamento humano. E falando em com-
portamento humano, você não lembra de alguma coisa? Sim, isso mesmo, as heurísticas.
Mas, vale ressaltar que ao falarmos de Métodos Quantitativos existe uma lembrança das
heurísticas. Porém, utilizamos única e exclusivamente, de raciocínios lógicos e estatísticas.
27
O QUE É FREQUÊNCIA DE CAPITALIZAÇÃO?
Frequência de capitalização é o nome chique para afirmar que as taxas precisam estar na
mesma periodicidade.
Mas, se estamos falando de uma capitalização mensal, a taxa deve estar ao mês. Do mesmo
modo que, se estamos falando de capitalização anual, a taxa deve estar ao ano.
Taxa Proporcional
Para encontrar a Taxa Proporcional, basta multiplicar ou dividir a taxa de juros pelo período.
Logo, é ela que irá crescer na mesma proporção do tempo. Lembrando que, nesta taxa o
regime encontrado sempre será de Capitalização Simples.
Portanto, se possuímos uma taxa de 2% ao mês, sua taxa proporcional anual será de 24%
ao ano, por exemplo. Visto que:
Taxa Equivalente
As Taxas Equivalentes são utilizadas para Capitalização Composta, ela tende a crescer
exponencialmente em relação ao tempo. Assim, para encontrar sua equivalência, é neces-
sário encontrar o fator da taxa primeiramente.
Mas, se possuímos uma taxa de 1% ao mês. Qual sua taxa equivalente anual?
28
⯀ Taxa Equivalente = [ ( 1 + taxa ) elevado à: prazo quero/prazo tenho – 1 ] x 100
⯀ Taxa Equivalente = [ ( 1 + 0,01 ) elevado a 12/1 – 1 ] x 100
⯀ Taxa Equivalente = [ 1,1268 – 1 ] x 100
⯀ Taxa Equivalente = 0,1268 x 100
⯀ Taxa Equivalente = 12,68% ao ano
A prática é essencial
Note que não há nenhum mistério a respeito da frequência de capitalização, não é?
Além do mais, se pararmos para pensar qualquer exercício que envolva a matemática é
necessário estar com a mesma periocidade, mesmo assunto e mesma medida.
Sendo que, podemos lembrar até mesmo da escola que quando estudamos física sabemos
que as unidades de medidas devem estar iguais ou em seus devidos lugares para serem
realizados os cálculos corretamente.
Sem dúvida, apesar de não ser nada complicado, o cálculo da Taxa Equivalente e da Taxa
Proporcional exige muita prática. Por conta disso, ela se torna essencial para termos cer-
teza que estamos realizando a conta de maneira correta.
Eles são termos que indicam o valor do montante em um determinado tempo. Seja ele
no presente ou no futuro, como seu próprio nome diz.
Embora eles sejam muito falados no Mercado Financeiro, é importante que nós, estudan-
tes e profissionais, saibamos como eles funcionam.
29
Utilizado em finanças é representado pela sigla “PV” na HP12c, que vem do inglês Present
Value.
Se você quer ser um investidor de sucesso é importante saber que realizar a análise de
viabilidade de projetos de investimentos é essencial. E é aí que entra o Valor Futuro e o
Valor Presente, pois é com eles que será possível identificar que caminhos seguir no pro-
cesso de investir e onde será aplicado o dinheiro.
Portanto, utilizar essas funções mágicas é realizar uma análise de viabilidade do acompa-
nhamento de métricas e conceitos. Tais que, irão mostrar todas as informações possíveis
e melhores caminhos e escolhas para o investidor seguir de acordo com o seu resultado.
⯀ Rendas;
30
⯀ Do pagamento.
Classificação de Rendas:
Algumas características importantes que você deve conhecer:
Classificação de Pagamento:
Desta classificação você deve saber que ela pode ser:
A relação principal
Portanto, falamos que a anuidade e a perpetuidade possuem relação com o Fluxo de
Pagamentos, pois quando possuímos uma dívida ou alguém com nós, haverá de haver
uma conta paga ou recebimento.
Porém, para podermos finalizarmos e você compreender melhor, lembre-se que a anui-
dade é algo contínuo, mas anual, visto que possui um período a ser pago e cobrado.
Enquanto a perpetuidade se tornará uma dívida eterna, de grande duração e que pode
ser infinita.
31
quando falamos de valuation. Ou seja, para encontrarmos o valor de um negócio.
Se você não lembra, o valuation é quando projetamos o Fluxo de Caixa futuro de uma
empresa e levamos todos os valores a um Valor Presente. Assim, aplicando uma taxa de
juros conseguimos encontrar seu resultado Se o VPL for positivo, o projeto é considerado
bom.
Isso quer dizer que podemos colocar aquele check no caixa da empresa.
Com o cálculo do Valor Presente Líquido é possível organizar e fazer ajustes, descontando
a taxa de juros para descobrirmos o valor do dinheiro no futuro. Por isso dizemos que
dependendo de seu valor (positivo) o investimento será bom.
32
O QUE É TIR? CONHEÇA A TAXA INTERNA DE RETORNO
Já falamos muito sobre termos inglês nas provas, mas você conhece a TIR? A Taxa Interna
de Retorno é, basicamente e frenquentemente, encontrada em inglês, como Internal Rate
of Return.
Só que é impossível sabermos muitas vezes a taxa de juros efetiva em determinados pro-
jetos e se eles realmente valem a pena. É aí que a Taxa Interna de Retorno vem para nos
resolver este problema.
Então, a TIR será igual a taxa que zera o VPL. Assim, na calculadora, após calcular o VPL
podemos encontrar a tir com F + IRR.
33
Sabemos que o Valor Presente Líquido pode nos apresentar uma representação de retor-
nos positivos ou negativos nos investimentos, Mas, vale ressaltar, que a TIR também é um
fator de grande importância para a sua tomada de decisão.
Visto que, ela apresenta a taxa de crescimento esperado de um projeto. Desta forma,
investimentos com uma TIR maior que outros significa uma maior e melhor chance de
crescimento.
Porém, não se esqueça: apesar de ser uma função atraente – por poder apresentar bons
dados – ela deve ser utilizada juntamente com o VPL. Assim, será possível alcançar uma
ideia mais adequada e clara do valor de um potencial projeto.
Ele é muito utilizado pela galera que vai abrir uma empresa ou uma franquia, por exemplo:
Qual é o tempo que eu terei de payback com essa franquia? = Qual é o tempo que eu terei
meu aporte inicial retornado?
34
Este é um médoto considerado mais simples – como o próprio nome diz – para podermos
analisar a viabilidade de um investimento. Sua importância no investimento é apresentar
o tempo que será possível recuperar o valor inicial.
Então:
TIR:
TIR > TMA, projeto viável
VPL:
VPL = 0, temos a TIR
35
VPL > 0, projeto viável
Elas são:
Além disso, ela pode ser considerada uma medida de tendência central, sendo que, é
muito utilizada no cotidiano. Sabe os cálculos realizados nas escolas para determinar a
média final do aluno? Então, ela é chamada de Média Aritmética – essa mesmo!
Como calcular?
Portanto, se estamos falando no mundo financeiro, podemos partir para o exemplo.
⯀ Segunda = +6%
⯀ Terça = +4%
36
⯀ Quarta = -2%
⯀ Quinta = -2%
⯀ Sexta = +4%
+6 (positivo) somatório +
+4 (positivo) somatório +
-2 (negativo) somatório +
-2 (negativo) somatório +
+4 (positivo) somatório +
clica G
clica 0
Logo, se você fazer essa sequência encontrará a média desse exemplo com resultado
de: 2. Isto é, basicamente, a mesma coisa que você somar todas as médias e ao final
dividir por 5, que é o valor de número de dias que possuímos.
Porém, sabe por que eu disse para você clicar em 0? Porque, não bem ele está exata-
mente fazendo a média, mas sim o X que está abaixo dele. Então, é esse X que é a tecla
mágica para nos apresentar a média.
Além deste, outro símbolo muito usado e também considerado tecla mágica é o W, que
está abaixo do 6. Por isso que, se você clicar W, estará descobrindo a Média Ponderada.
37
Como calcular?
Calcule o retorno ponderado de uma carteira de investimentos com a alocação abaixo:
somatório Σ+
somatório Σ+
somatório Σ+
somatório Σ+
somatório Σ+
somatório Σ+
38
Clica G
Clica 6 (que é a tecla onde possuímos o W que nos apresenta a Média Ponderada)
Como calcular?
Então, se precisamos saber resultados tirando raiz n-ésima, no mundo financeiro utiliza-
remos como exemplo:
Desta forma, aqui iremos múltiplicar todos esse carinhas, que aqui possuímos 5 amos-
tras. Então, nosso n, isto é, n-ésima é = 5
Na calculadora:
39
Nada mal conhecer as principais médias, não é? Agora você já sabe como cada uma
funciona e ainda como calculá-las!
O que é a Moda?
Como já falei, em estatística não é muito diferente do mundo fashion. Portanto, a Moda
é a amostra com maior frequência em um conjunto de dados. Pois bem, eu que sou
“comilão” e não despenso uma comida, separei o exemplo dos preços dos lanches do
McDonalds. Então, são eles:
Logo, de acordo com essa amostra, você saberia dizer qual é a moda de preços do
McDonalds?
Pois então, pense comigo: há 3 valores de R$21,90; 2 valores de R$29,50; 1 de cada dos
outros valores restantes. Assim, o que está na Moda aqui é o preço de R$21,90.
40
Logo, é por isso que falamos que é o que mais é frequente (mais aparece no exemplo).
O que é Mediana?
A Mediana, como seu próprio nome diz é uma amostra, sendo que, o valor que a divide
no meio.
Porém, cuidado! Na prova a galera fala que erra muito essa parada. Se formos notar no
exemplo da Moda, os preços estão desalinhados e não estão ordenados de ordem cres-
cente.
Desta forma, em uma amostra de números ímpares, nossa Mediana é o número central
da amostra.
O que é Quantis?
A Quantis nem é tanto falado quanto as outras medidas, mas também está presente
nos editais da prova, por isso, é importante conhecê-lo.
Por isso, também é chamado de Quantil, nada mais é do que uma divisão de dados em
subconjuntos iguais.
41
⯀ Decis: 10 amostras de 10% cada;
⯀ Percentis: 100 amostras de 1% cada.
Média
A Média é uma medida de tendência central que busca o valor médio de uma série
histórica. Ou seja, imagine que compramos ações da Eletrobrás e nos 5 meses em que
mantivemos essa ação o resultado foi conforme os números abaixo:
⯀ Mês 1 = + 1%
⯀ Mês 2 = + 6%
⯀ Mês 3 = - 2%
⯀ Mês 4 = - 1%
⯀ Mês 5 = + 2%
O fato de ter valorizado 6% no segundo mês não quer dizer nada, já que ocorreram per-
das em meses futuros, não é? O que realmente importa para nós – e para o investidor
– é o retorno médio.
Para calcular o retorno médio deste ativo, é necessário a média destes valores. Isso é
feito somando os valores dos meses e dividindo-os pelo número de fatores. Ou seja:
1 + 6 + (-2) + (-1) + 2 = 6
Dividimos esse valor por 5, que é o número de meses utilizados na amostra, que é o
número de fatores. Chegamos, então, na seguinte fórmula:
Média = ( 6 / 5 ) = 1,20
Assim, conseguimos concluir que a ação da Eletrobrás possui média igual a 1,20%. Em
outras palavras, o investimento pagou 1,20% ao mês, em Média.
42
Variância
Este fator indica “o quão longe”, em geral, os seus valores se encontram do valor espe-
rado. Ou pode ainda ser o quanto o ativo varia em função de sua Média.
Desta maneira, considerando que a ação da Eletrobrás teve as oscilações nos 5 meses:
⯀ Mês 1 = + 1%
⯀ Mês 2 = + 6%
⯀ Mês 3 = - 2%
⯀ Mês 4 = - 1%
⯀ Mês 5 = + 2%
Onde:
x = média;
var = 9,70
A Variância não tem nenhuma aplicação prática no mercado, mas é utilizada para
43
encontrar o que de fato nos interessa: o Desvio Padrão. Que é o nosso próximo fator
estudado.
Desvio Padrão
Este é considerado a medida de risco para calcularmos a Volatilidade de um ativo. Para
você poder entender melhor, com o Desvio Padrão podemos mostrar, matematica-
mente, o risco de determinado investimento.
Seguindo o exemplo anterior onde a Variância deu resultado igual a 9,7, logo, seu Desvio
padrão é igual ?9,7 = 3,11.
O mais importante que você deve saber é que quanto maior for o Desvio Padrão de um
ativo, maior será o risco de mercado desse ativo. Pois, ele indica o quanto o valor de um
ativo pode variar em um determinado período de tempo, podendo ser para cima ou
para baixo.
Vale lembrar que essas aqui são maneiras de descobrir como diminuir o risco da sua
carteira.
Covariância:
É uma medida que avalia como as variáveis X e Y se inter-relacionam de forma linear. Ou
seja, como Y varia em relação a uma determinada variação de X.
44
Quando a Covariância é positiva, duas variáveis tendem a variar na mesma direção, isto
é, se uma sobe, a outra tende a subir e vice-versa. Já se a Covariância for negativa, duas
variáveis tendem a variar em direções opostas, isto é, se uma sobe a outra tende a cair e
vice-versa.
Onde:
Correlação:
Esta é muito parecida com a Covariância, até porque, ajuda a explicar a Correlação.
Seu objetivo é medir o quanto dois ativos diversos se relacionam. Isso é necessário para
entender o que acontece com um ativo quando o outro se mexe em uma determinada
direção. A partir da fórmula:
Vamos abrir um parênteses aqui: você também pode encontrar o Desvio Padrão repre-
45
sentado pela letra s ou ainda como DP.
Coeficiente de Determinação:
É possível explicar a variação de um ativo X, com base nas mudanças do ativo Y. Aqui se
mede a relação desses dois, podemos chamar de índice de relacionamento. Pois há a
relação entre Correlação e Covariância.
E antes de mais nada, é importante você saber que o Coeficiente de Determinação tam-
bém é conhecido como R2. E isso você pode encontrar na prova como Coeficiente de
Determinação ou apenas R2.
46
Se até agora encontramos o Coeficiente de Correlação de 2 ativos 0,77, para encontrar o
Coeficiente de Determinação iremos elevar ao quadrado e multiplicar por 100.
R2 = 0,772 = 0,6.
Nesse caso afirmasse que 60% das variações de X podem ser explicadas com base na
variação da Y.
Viu o motivo que eu disse que eles são tão úteis? A Covariância, Correlação e o
Coeficiente de Determinação se encaixam e interligam suas variáveis para que conse-
guimos compreender e fazer seus cálculos indicadores.
Para obter o retorno esperado ou valor esperado, precisamos fazer a média ponderada
dos valores acima.
Onde:
47
E(R) = (5 x 5%) + (10 x 90%) + (5 x 5%)
E(R) = 9,5%
Logo, o retorno esperado ou valor esperado é 9,5% ao ano do fundo TopInvest. Ou seja,
uma média ponderada.
Além disso, é a palavra variável que indica mudanças e variações que podem surgir, sejam
elas constantes ou até mesmo instáveis.
48
tantes que devemos conhecer.
Variável Aleatória
Em uma variável aleatória nós sabemos a probabilidade de algo acontecer.
Porém, uma variável aleatória pode ser dividida em duas partes: aleatória discreta e alea-
tória contínua:
Ou seja, no exemplo da Mega-Sena o resultado será o número entre 1 e 60. Visto que, você
não poderá escolher o número 3,5, mas sim deverá escolher os números inteiros que estão
para sua escolha – aqui no exemplo de 1 a 60.
Por exemplo, uma volta no circuito de corrida de Interlagos pode ter um intervalo de
amostras de 1:05:000 há mais de uma hora para corrida a pé, além claro, de variável de
carro para carro e de piloto para piloto dentro da corrida.
Nessa amostra existem infinitas possibilidades, uma vez que, sempre podemos usar cen-
tésimos e milésimos de segundo.
49
Assim, podemos chamar esta variável de números quebrados, por ter várias subdivisões.
Seu foco principal são estudos de casos aleatórios que vão desde jogos de azar como par
e coroa, roleta, rolar dos dados, e diversos outros. Sendo que, podem ser aplicados a qual-
quer amostra aleatória.
⯀ Uniforme;
⯀ Binomial;
⯀ Normal;
⯀ Lognormal;
⯀ T de student.
Distribuição Uniforme
Esta é a primeira forma de distribuição que possuímos. Além disso, ela é conhecida por
ser a mais simples distribuição. Porém, é uma das mais importantes utilizada dentro da
probabilidade.
Pensa comigo:
Eu, Kleber, sou muito mais produtivo à noite, por isso costumo trabalhar até tarde e tam-
bém chegar mais tarde no escritório. Minha rotina é acordar às 8:30, tomar um banho
50
demorado e chegar no escritório entre 9:00 e 9:30. Se um parceiro chegou para uma reu-
nião às 9:24 qual a probabilidade de eu já ter chegado também?
Repare que entre 09:00 e 09:30 existe um intervalo de 30 minutos, sendo que, de 24 minu-
tos para 30 minutos há 6 minutos de diferença. Assim, olhe ali na conta ao lado. Será o 6
dividio por 30, pois é o valor do intervalo, e teremos uma probabilidade de 20% de eu já
ter chegado às 09:24.
Portanto, poderemos descobrir o resultado até mesmo com uma “regra de três” para
descobrir a probabilidade.
Distribuição Binomial
Já esta aqui é um pouco mais complexa, porém, simples. Isso porque, ela é um modelo
utilizado para experimentos aleatórios independentes onde se observa o “sucesso” ou
“fracasso” de uma probabilidade “p” em “n” provas.
Onde:
⯀ n = número de testes
⯀ k = o número de sucessos
⯀ p = probabilidade de sucesso
⯀ q = probabilidade de fracasso: q = 1 – p
51
Agora, iremos entrar em uma divisão da distribuição de probabilidade que mais utilizare-
mos na estatística. Visto que, iremos encontrar o índice de confiança. Ou seja, qual a pro-
babilidade de um retorno estar entre várias amostras.
Distribuição Normal
Também conhecida como distribuição gaussiana – cuidado, em sua prova pode estar
sendo chamado por esse nome – possui como principal característica que a média, a moda
e a mediana são as mesmas.
Se liga no gráfico:
Note que a distribuição normal irá nos apresentar que dentro de uma amostra ao aplicar-
mos o Desvio Padrão, possuiremos uma confiança maior.
52
É com esse intervalo que conseguiremos indicar a confiabilidade de uma estimativa, pois
tudo vai depender dos seus resultados.
Contudo, é importante que você saiba que podemos descobrir o intervalo de confiança,
a partir da fórmula:
Onde:
n = amostra
σ = desvio padrão
Z = níveis de confiança
Além destas, partiremos a partir daqui para as distribuições que possuímos outras hipó-
teses para podermos estudar as amostra de dados. Vale destacar que estas distribuições
seguintes não são tão utilizadas, visto que, há softwares de estatísticas que fazem o mesmo
trabalho.
Distribuição T de Student
Para falarmos de distribuição T de Student, é importante ressaltarmos que a distribuição
normal é utilizada para amostrar grandes, normalmente acima de 50 números (estuda
confiança).
Já para amostrar pequenas, por exemplo, para uma amostra de 20 números, utilizaremos
a distribuição T. Aqui estudaremos o erro.
O que é a Tabela T?
53
Graficamente, essa tabela é muito semelhante à distribuição normal, a diferença é que
teremos causas dos gráficos são mais longas, características de amostras menores.
Outra diferença é que na distribuição normal trabalhamos com o acerto, aqui, como já
mencionamos, trabalhamos com um erro.
Distribuição Lognormal
Por último, mas não menos importante, a distribuição lognormal é muito utilizada para
caracterizar o tempo de vida de produtos e materiais. Sim, é possível utilizá-la em estatís-
ticas e finanças, porém, é bem incomum.
Como o nome sugere usamos o logaritmo de uma distribuição normal, sendo especial-
mente útil para dados menos simétricos e assimétricos à direita.
Desta forma, teremos um gráfico com uma concentração maior á sua direita.
Mas, você deve estar se perguntando o que isso tem haver com as nossas finanças?
E eu posso te responder que tem muito haver. Isso porque, a simulação de Monte Carlo é
uma série de cálculos probalísticos que estimam a chance de um futuro evento ocorrer.
Logo, é a partir desta simulação que são realizadas diversas simulações para calcular a
probabilidade de acerto e erro. Sendo que, tais probabilidades são rodadas em softwares
de amostragem.
54
Imagine um grupo de amigos que se reúne e joga dardos em um alvo; cada dardo cai em
um local diferente. A partir daí, esses amigos criaram um método para tentar prever onde
cada dardo poderia cair.
Desta maneira, foram desenvolvidos cálculos matemáticos – bem complexos – que hoje
são calculados por programas que avaliam a probabilidade no jogo – e hoje em dia até nas
finanças – cenários com resultados mais prováveis.
⯀ Taxas de Juro
⯀ Câmbio
Qualificação da amostragem
Dependendo do tipo de amostra que queremos descobrir haverá uma espécie de “ten-
dência”. Portanto, essas amostras podem apresentar qualificações bem importantes como:
55
⯀ Simples
⯀ Estratificada
Amostragem Simples
Neste tipo de amostra, selecionamos aleatoriamente membros de uma população.
Porém, o problema é que esta é aleatória e pode ser tendenciosa, como já mencionei.
Pode ter ainda, uma concentração em saúde indústria, tecnologia, dentre outros.
Amostragem Estratificada
Já que a amostragem simples é tendenciosa, a amostra estratificada entra para resolver
isso. Logo, sua população será heterogênea em relação a variável sob o estudo.
Assim, nesse modelo separamos os dados em intervalos ou grupos, pois possui como
principal objetivo evitar uma concentração ou tendência.
⯀ Proporcional
⯀ Conglomerados
Ex: dividir o S&P 500 em 50 grupos e selecionar uma ação de cada amostra.
A partir desse exemplo, como possuímos 500 amostras, iremos selecionar 10 grupos de
50 ações cada uma, e iremos pegar uma ação de cada um destes grupos. Desta maneira,
ela será proporcional.
56
Ex: podemos organizar as ações do S&P 500 por:
⯀ Ordem alfabética
⯀ Setor de atuação
⯀ Capitalização
⯀ Crescimento, dividendos, startup, valor, e outros.
Retomando, o intervalo por ponto oferece apenas uma informação. Já a estimativa por
confiança oferece um leque restrito de possibilidades, mas que não se restringem a um
único valor.
57
hipóteses nulas ou as alternativas advêm do teste de hipóteses. Os resultados obtidos
podem ser:
Exemplificando: Uma moeda qualquer tem dois lados. Uma moeda não alterada tem
hipótese de 50% tanto para cara quanto para coroa. Se a moeda for lançada 1000 vezes, a
expectativa é que o número de vezes que der cara seja igual ou muito parecido com
número de vezes que der coroa. Entretanto, se houver discrepância considerável no per-
centual, a proporção entre os resultados pode ser também muito diferente.
O erro do tipo 1 acontece quando uma hipótese nula é rejeitada indevidamente. Um belo
exemplo é o do “homem grávido”. Biologicamente é impossível. Um homem que pareça
estar grávido nunca estará de fato (falso positivo).
O erro do tipo 2 é exatamente o contrário, e se dá quando uma hipótese nula não é rejei-
tada. Uma mulher com fisionomia magra, sem menstruar a seis meses e ostentando um
barrigão muito provavelmente está de fato grávida (falso negativo).
Exemplificando: H0 = 50. HA < 50. O gráfico será em formato de “barriga”. A partir do cen-
tro, toda a parte com valores menores que 50 é chamada de teste unicaudal à esquerda.
Para a hipótese alternativa contrária, as operações seriam exatamente as opostas.
59
Exemplificando: Adotemos agora os mesmos termos do exemplo anterior, mas visando
confirmar a hipótese alternativa.
Pode-se perceber nessa segunda amostra que a Dipirona é a mais veloz no alívio da dor.
Deve-se, portanto, aceitar a hipótese alternativa (HA), que diz que um dos medicamentos
é mais rápido que os demais.
A estatística “F” analisa a variância entre os grupos e dentro dos grupos. Isto permite a
comparação de duas amostras com relação às suas respectivas variâncias comparadas e
internas. Assim, é possível haver a comparação mais completa, enunciar as hipóteses, fixar
o nível de significância, determinar graficamente a região crítica e de não rejeição e, por
fim, concluir pela rejeição ou não rejeição da hipótese proposta.
Exemplificando: Para relacionarmos o tempo de estudo com a nota obtida na prova, pre-
cisamos obviamente de duas variáveis:
X = tempo de estudo.
60
É preciso que seja estabelecido um gráfico cartesiano relacionando os valores das variáveis.
A reta mostrará como se dá a relação entre eles.
SÉRIES TEMPORAIS
O que vimos anteriormente foram as séries atemporais. Em matemática, uma série tem-
poral é uma coleção de observações sequencialmente feitas ao longo do tempo. Nos
modelos de regressão linear, por exemplo, a ordem não importava.
Para a série temporal de um ativo na bolsa de valores é preciso que se tenha as suas cota-
ções diárias na bolsa. Algo análogo deve ser feito caso o objeto da série seja as mortes por
coronavírus em 2020 — as datas são imprescindíveis. Também o retorno composto de um
analista no período de um ano, se analisado por uma série temporal, deve levar em conta
a sequência dos acontecimentos. Caso esses mesmos objetos (retornos do ativo, mortes
por coronavírus e retorno do analista) fossem analisados por uma série atemporal, pouco
importaria a disposição dos dados.
Exemplificando: Volumes de negociação da B3. Alguns dias têm mais negociações e outros
têm menos. Ao longo do tempo, a série temporal estacionária acompanha o movimento.
Para os pontos de muita discrepância, aplica-se algo conhecido por defasagem. Essa
transformação ocorre para estabelecermos a variância e tornarmos o efeito sazonal aditivo,
uma vez que a avaliação dos riscos é analisada em função da variação dos valores em
61
questão.
⯀ Não-estacionária.
Os principais problemas de se fazer qualquer previsão sobre qualquer coisa é que as vari-
áveis costumam ser dependentes umas das outras e também o tamanho da amostra é
um grande ponto restritivo.
As variáveis envolvidas na análise são: grau de correlação (P); período (D) e também a média
móvel (Q).
62
É preciso entender que a ARIMA funciona para projeções de tendências de preços. Em
azul, no gráfico acima, vemos como isso aparece nas análises.
RANDOM WALKS
Esta é sem dúvida a coisa mais maluca que aparecerá em sua prova. Random Walks,
Drunkhard’s Walk ou simplesmente desenvolvimento aleatório defende que as variações
dos valores das ações são independentes umas das outras. Isso quer dizer que a análise
dos movimentos passados é insuficiente para a compreensão analítica.
Essa teoria surgiu da seguinte maneira: um cara estava bebendo cerveja num pub qual-
quer na cidade de Londres. De lá ele saiu às 22h e percorreu um caminho totalmente
confuso para tentar chegar em casa. O percurso que ele fez foi completamente aleatório
e não há qualquer chance de previsão. Analogamente, o estudo random walks afirma que
os movimentos subsequentes não são ligados aos movimentos anteriores, sendo regidos
apenas pela aleatoriedade.
63
MODELOS DE MÉDIA MÓVEL
Média móvel é um cálculo matemático utilizado para a criação de diferentes subgrupos
de médias. O epíteto móvel refere-se ao fato de que a média móvel trata apenas de parte
de um período maior e serve para identificar a tendência direcional de um ativo ou deter-
minar suportes e resistências.
Se, por exemplo, a média móvel encontra-se abaixo das cotações diárias de um determi-
nado ativo, isso significa que a tendência mais provável é de “alta”.
64
A média ponderada (linha verde) tem o menor “lag” de todos porque os ativos mais recen-
tes têm pesos maiores. Já a média exponencial é a intermediária entre as três. A média
normal é a mais lenta de todas por ser a mais simples.
Análise Técnica
A diferença entre elas é que a análise técnica acredita que o mercado é ineficiente e os
investidores tomam decisões emocionais com base em suas experiências; sua premissa
é a de que tudo está descontado no preço, ou seja, tudo está refletido no preço, seja o
passado ou o presente.
⯀ Candlesticks;
⯀ Linhas;
⯀ Figuras
65
Indicadores estatísticos são comuns para elevar a confiança da análise:
⯀ IFR;
⯀ Médias Móveis;
⯀ Fibonacci.
Perceberemos nas análises de gráficos que diversas figuras são formadas, estabelecendo
padrões para que possamos compreender, ou, ao menos, definir certas tendências.
Lembrando que a análise técnico é focada no curto prazo, utilizando intervalos de segun-
dos, minutos, horas, dias e semanas.
Análise Fundamentalista
Falamos de uma análise que tem foco no longo prazo. Já não analisamos gráficos, mas
tendências de mercado de atuação da empresa, dos fundamentos econômicos, da efici-
ência da empresa e dos demonstrativos contábeis.
A chamada “valuation” é a ferramenta para precificar uma empresa com o valor do negó-
cio. Nós precificamos as coisas o tempo todo. Mas quanto a forma de avaliar o preço, nós
temos alguns indicadores, tais como:
⯀ Preço/Lucro;
⯀ Preço/Valor patrimonial;
⯀ Dívida sobre capital social;
⯀ FCL e FCL/Capex;
⯀ ROE;
⯀ Ebitda.
A análise fundamentalista sempre irá visar a qualidade do ativo a longo prazo, diferente-
mente da análise técnica. Mas é importante ter em mente que ambas as análises podem
ser complementares; é possível utilizar a análise fundamentalista para encontrar o valor
de um ativo, ou, até, complementar utilizando análise técnica para encontrar o melhor
ponto de entrada.
No mundo dos investimentos não existe uma resposta exata e correta; tudo depende, tudo
pode ser, pois são apenas escolas e pontos de vistas diferentes na hora de analisar um
66
investimento.
TIPOS DE GRÁFICOS
Dissemos anteriormente que a análise gráfica praticamente desconsidera a economia real
e trata apenas do modelo matemático. Os gráficos podem ser em formato de linhas, bar-
ras, candlesticks ou ainda de ponto e figura. Cada um deles pode tratar de diferentes
frações de tempo — 1, 4, 5, 15 ou 60 minutos; 4 horas; 1 dia; 1 semana; 1 mês ou 1 ano.
Os gráficos são construídos sempre nas mesmas bases cartesianas, com um eixo horizon-
tal representando o tempo e o vertical representando o preço do ativo.
Gráfico de linhas
É considerado o mais tradicional de todos. Estabelece-se um ponto para considerar, por
exemplo, o preço de fechamento de um ativo e o gráfico é formado pela junção de cada
valor nos sucessivos intervalos de tempo.
Gráfico de áreas
Extremamente parecido com o gráfico de linhas. Mas com a diferença de hachurar o plano
formado abaixo da linha gráfica em questão.
Gráfico de barras
É um dos mais utilizados no exterior. Também conhecido por Open High Low and Close
(OHLC) — considera respectivamente a abertura, a máxima, a mínima e o fechamento do
dia.
Gráfico de candlesticks
Muito semelhante ao gráfico de barras, utilizando-se do esqueleto dele para a composição
de sua estrutura visual. No Brasil é conhecido por gráfico de velas. Este padrão de preen-
chimento cria diversos outros padrões que podem ser facilmente interpretados.
67
GRÁFICO ARITMÉTICO E GRÁFICO LOGARÍTMICO
Em gráficos aritméticos a distância entre todos os pontos é idêntica. Já nos logarítmicos,
a variação se dá percentualmente.
O problema é que os aritméticos passam falsas impressões acerca das grandezas. Por
exemplo, a queda de R$8,50 para R$8,00 representa 5,88%. Já a queda de R$4,00 para
R$3,50 representa 12,5%. É mais do que o dobro, entretanto, no gráfico aritmético a repre-
sentação é exatamente a mesma. No gráfico logarítmico isso fica bem claro.
TIPOS DE TRADE
A análise técnica possibilita a execução de operações especulativas de curto prazo. Esta
são classificadas de acordo com o prazo:
⯀ Operações normais:
◇ Swing trade;
◇ Position trade.
⯀ Operações especiais:
◇ Scalping;
◇ Day trade.
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Operações Scalping
São uma vertente das operações de day trade. Utilizam gráficos de curto prazo (1 ou 2
minutos), as operações são rápidas e, normalmente, são executadas por robôs. É muito
comum nesse tipo de operação:
Percebam que as operações foram classificadas em ordem temporal crescente: das mais
curtas para as mais longas. As duas últimas são as normais, e as duas primeiras são as
especiais (day trade).
Essa diferenciação é importante no que se refere aos tributos. Como as especiais são
puramente especulativas, o governo federal tende a apertá-las mais. Nelas, a tributação
é de 20% sobre o ganho líquido e 1% de imposto retido da fonte.
69
Já nas operações normais, a tributação é mais leve: 15% sobre o ganho líquido, 0,05% sobre
a alienação, retido na fonte e há isenção do Imposto de Renda para ganhos de até R$20.000
por mês.
TEMPOS GRÁFICOS
Utilizando análise técnica, pode-se fazer operações de day trade (inferiores a 1 dia) e ope-
rações normais (superiores a 1 dia). Como o prazo das operações varia de minutos a anos,
é importante que tenhamos gráficos devidamente especializados para cada uma delas.
⯀ Infradiários: 1, 4, 5 e 60 minutos;
⯀ Diários;
⯀ Semanais;
⯀ Mensais.
70
⯀ Comparatividade de ativos do mesmo setor;
⯀ Arbitragem de mercado.
⯀ Long ou comprado;
⯀ Short ou vendido;
⯀ Long & short ou comprado e vendido.
Operações Long
Esta é provavelmente a mais comum de todo o mercado. O operador objetiva ter lucros
com a alta das cotações.
Operações Short
São basicamente o inverso das operações long. Vende-se uma coisa que não tem para
ganhar com a queda da ação no mercado.
71
desvalorização dos ativos.
Consolidação.
A base da teoria é firmada unicamente no preço e no tempo. Todos os indicadores que
veremos a seguir também funcionam assim. Dentro do preço, acredita-se que estão todos
os descontos e acréscimos de influências exteriores ao mercado — eleições, inflação, crises
locais e mundiais.
Tendência de Alta
Assemelha-se ao movimento das marés altas. Sobe e recua, sempre com um novo topo
mais avançado. Caracterizada, portanto, por topos e fundos ascendentes.
Tendência de Baixa
Assemelha-se ao movimento das marés baixas. Diminui e aumenta um pouquinho, sem-
pre com um novo topo mais recuado que o anterior. Caracteriza-se, portanto, por topos e
fundos descendentes.
Tendência Consolidada
Assemelha-se ao mar parado. Não avança nem recua mais que o normal.
72
⯀ Primárias: de longo prazo. Pode perdurar por anos a fio.
⯀ Secundárias: de médio prazo. Compõem as tendências primárias. Pode durar sema-
nas ou ainda meses.
⯀ Terciárias: de curto prazo. Compõem as tendências secundárias. Não perdura por
mais que 3 semanas.
73
Os grandes operadores começam a desmontar suas posições lenta e discretamente. Os
lucros são realizados e a subida dos preços começa a perder força, mas ainda não é per-
cebida pela maior parte das pessoas.
Observa-se que cada uma das fases possui seus respectivos topos e fundos. Os movimen-
tos se repetem indefinidamente.
SUPORTES E RESISTÊNCIAS
Estas nada mais são que regiões gráficas onde os preços tendem a exercer determinados
comportamentos.
74
Resistência
Ponto onde a cotação do ativo sofre dificuldade de ultrapassar determinado valor.
Exemplificando: Sempre que o IBOV chegava perto de 100.000 pontos, as cotações per-
diam força compradora e começavam a cair. O processo repetiu-se diversas vezes até que,
num determinado momento, a tendência foi rompida. Nesse cenário há duas possibilida-
des de operação: compra do rompimento e venda na aproximação da resistência.
Suporte
É basicamente o inverso da resistência. Os preços caem até que encontram um ponto de
apoio e a força vendedora perde virtude, sendo então rompida. Nesse cenário também há
duas possibilidades de operação: compra próximo ao suporte e venda após o rompimento
do suporte.
Aplicações Gráficas
A linha de resistência é formada por uma reta horizontal ligando os diversos topos conse-
cutivos. Já a linha de suporte é formada por uma reta horizontal ligando os fundos conse-
cutivos. Os testes e os rompimentos oferecem boas oportunidades de operação (compra
na descida e venda na subida até que os limiares superiores e inferiores sejam respectiva-
mente atingidos).
75
As linhas de tendência abrem também oportunidades: de compra, na quebra ou rompi-
mento de canal ou linha de tendência baixa; e de venda, na quebra ou rompimento de
canal ou linha de tendência alta.
GAP de Alta
Acontece sempre que houver espaçamento entre o preço de fechamento e o preço de
abertura.
Exemplificando: Em 26 de maio de 2020, a ação CIEL3 abriu com gap de alta. O fechamento
no dia 25 deu-se a R$3,68 e a abertura seguinte foi a R$3,76. São 8 centavos que não foram
cotados.
GAP de Baixa
Acontece sempre que houver também um espaçamento entre o preço de fechamento e
de abertura subsequente, porém no sentido negativo.
Exemplificando: Em 24 de maio de 2020, a ação CIEL3 abriu com gap de baixa. O fecha-
mento no dia 23 deu-se a R$5,40 e a abertura seguinte foi a R$4,91. São 49 centavos que
76
não foram cotados. Ou seja, por conta de expectativas negativas, sem que houvesse
qualquer movimentação comercial do mercado, o preço do ativo despencou da noite para
o dia.
PADRÕES DE CANDLESTICKS
Existem diversos tipos de formatações para o gráfico em formato de “vela”. Nele identifi-
camos facilmente os valores de abertura, fechamento, mínima e máxima. Aqui nos apro-
fundaremos nos seguintes formatos de candlesticks:
⯀ Mulher grávida;
⯀ Estrela da manhã ou da noite;
⯀ Engolfo;
⯀ Bebê abandonado.
Mulher Grávida
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O padrão harami é conhecido no Brasil por mulher grávida porque é como se as velas
coubessem, sucessivamente, umas dentro das outras. O harami de alta é encontrado ao
final de uma tendência de baixa, enquanto que o harami de baixa é encontrado ao final
de uma tendência de alta. Podem ou não marcar o início da reversão de tendências.
A estrela da manhã corresponde ao final de uma tendência de baixa, ao passo que a estrela
da noite é relacionada ao final de uma tendência de alta. Ambas podem também indicar
reversão de tendência.
Engolfo
78
Este padrão é o oposto do padrão “mulher grávida”. Aqui é o candle anterior que cabe no
sucessor. O engolfo de alta ocorre ao final de uma tendência de baixa, representando uma
possível reversão; o engolfo de baixa ocorre ao final de uma tendência de alta, represen-
tando também outra possível inversão.
Bebê Abandonado
Padrão muito parecido com o de estrelas. Também é um padrão de 3 candles. A diferença
é que o candle de “doji” fica entre dois gaps, dando a “impressão” de uma criança aban-
donada.
Bebê abandonado de alta pode aparecer após uma tendência de baixa, representando
uma possível reversão. O contrário é válido para o bebê abandonado de baixa.
79
FIGURAS GRÁFICAS
Além dos formatos de candlesticks em si, temos também os formatos observados por um
determinado conjunto de candlesticks em série — as figuras gráficas. Essa percepção
deve ser a sequência da compreensão de suportes, resistências, linhas e canais de ten-
dências. Os principais agrupamentos são:
OCO
80
Acontece no final de tendência de alta e representa possivelmente uma reversão intensa.
OCOI
Acontece ao final de uma tendência de baixa e pode significar forte reversão para a ten-
dência de alta. Esse é um dos padrões mais aguardados na análise técnica. Para formas
os esquemas de cabeça e ombros é preciso que haja topos ou fundos duplos.
81
Aqui os testes de preços estão muito mais próximos que os testes de preço das resistên-
cias, por exemplo.
É exatamente o contrário do fundo duplo. São dois testes de preço de topo bem próximos.
Pode representar reversão para tendência de baixa.
Retângulo ou Congestão
É um longo período gráfico em que o ativo desloca-se lateralmente. A saída desse formato,
para cima ou para baixo, representa forte movimentação, possibilitando operações.
82
ARMADILHAS E FALSOS ROMPIMENTOS
A análise técnica não prevê o futuro, apenas identifica padrões de preços que costumam
se repetir. Entretanto, a possibilidade de ocorrência de erros está sempre aberta. Daí a
importância do gerenciamento de riscos.
Na prática, esses falsos rompimentos são aparências de algo que na verdade não se con-
cretiza, como por exemplo, movimentos de queda ou de subida.
Vale relembrar que as médias móveis podem ser simples, exponenciais ou mesmo pon-
deradas e a aplicação de cada uma delas depende da experiência do analista. Como prá-
tica de mercado, é muito comum o uso de médias móveis de 17 e 21 períodos ou de 72
períodos para análise de operações, e médias móveis de 200 períodos para análises de
tendência a longo prazo. As operações realizadas são a reversão no cruzamento da média
móvel e a continuidade de tendência o retorno à média móvel.
83
Cruzamento de Médias Móveis
É o encontro da média móvel mais lenta com a média móvel mais rápida, representando,
normalmente, uma inversão de tendência.
Como esse indicador é uma diferença entre duas linhas, se estiver subindo estará em
tendência de alta, e se estiver descendo estará em tendência de baixa.
84
Para compras, o oscilador de média móvel é interessante no ponto em que ocorre o cru-
zamento da linha zero. Quando o movimento é para baixo, isso pode ser um bom sinal
para os operadores. Quando o movimento é para cima, também pode haver uma boa
oportunidade de compras.
Assim, quando o oscilador vai do negativo para o positivo isso sugere uma tendência de
alta. Quando vai do positivo para o negativo, a sugestão é de tendência de baixa.
Atenção: este indicador é útil para a mensuração de tendências e de suas forças. Valores
acima de zero são de preços crescentes. Valores abaixo de zero são de preços decrescen-
tes. E o cruzamento da oscilação pode representar uma boa operação com movimentos
longos. Vale sempre manter a cautela para não ser fisgado por sinais falsos.
SOBRECOMPRADO E SOBREVENDIDO
Sobrecomprado é o nome que se dá ao período conseguinte a um anterior de valorização
longa ou intensa. Este cenário é favorável para uma correção ou reversão do movimento.
O quadrado azul representa uma valorização de 25%. Após longos momentos de alta, é
85
costume que haja correções nos valores ou até mesmo inversões de tendência. No caso
da imagem acima, houve apenas uma correção.
A despeito das explicações, na prática é muito complexo analisar uma situação sobrecom-
prada ou sobrevendida. Por isso, os principais indicadores para complementar a análise
são:
⯀ MACD;
⯀ IFR;
⯀ Estocástico.
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Reparemos que na situação destaque que a divergência flutua ao redor do eixo zero e que
ocorreu um fundo duplo, e o rompimento dele com a confirmação do MACD apontando
para baixo é uma boa indicação para venda. Será preciso então calcular o stop e o objetivo.
Divergência:
⯀ Se o ativo estiver subindo e as linhas do MACD estiverem descendo, isso significa
uma correção ou reversão de tendência. O ativo está sobrecomprado.
⯀ Se o ativo estiver caindo e as linhas do MACD estiverem subindo, isso significa tam-
bém reversão de tendência. Mas o ativo está sobrevendido.
Cruzamento:
⯀ Para cima: compra.
⯀ Para baixo: venda.
87
ENVELOPES DE MÉDIAS MÓVEIS
Este nome se dá porque o processo consiste em selecionar uma média e envelopá-la.
Lembremos que as médias móveis funcionam como se fossem atraídas por ímãs. Os pre-
ços sobem e descem e as médias “acompanham” esse translado. Para estimarmos a dis-
tância a que o preço se encontra da média móvel é que utilizamos os envelopes de médias
móveis: colocamos uma espécie de afastamento ou grau de desequilíbrio.
BANDAS DE BOLLINGER
Indicador criado por John Bollinger por volta da década de 1970. As bandas de Bollinger
e os envelopes de média móvel são visualmente semelhantes, mas o cálculo e a interpre-
tação dos indicadores são diferentes. A vantagem das bandas é que funcionam bem tanto
em períodos de baixa volatilidade quanto em períodos de altíssima volatilidade.
Aqui, em vez de usar-se um coeficiente fixo, usa-se o desvio padrão, que possui caracte-
rística exponencial. Assim, em intervalos de menor volatilidade as bandas se estreitam,
enquanto que nos intervalos de maior volatilidade as bandas se alargam.
88
⯀ Média móvel selecionada;
⯀ Desvio-padrão para cima;
⯀ Desvio-padrão para baixo.
Subidas: toda alta que se inicia na banda de inferior deve jogar os preços para a banda
superior.
Retornos: as contações nunca ficam muito tempo afastadas das bandas. Assim, se os
preços se encontram fora delas, a tendência mais provável é a de retorno.
O indicador ADX é também formado, como alguns outros são, por três linhas:
89
⯀ Linha DI+: mede a força do movimento positivo.
⯀ Linha DI-: mede a força do movimento negativo.
Funcionamento do Indicador
⯀ Subida do DI+: tendência de alta no mercado.
⯀ Subida do DI-: tendência de baixa no mercado.
⯀ Linha ADX é a que realmente transparece a intensidade dos movimentos:
Observação: a permanência em uma das faixas acima não sinaliza ações de compra ou de
venda para o investidor. Isto é feito quando há transição entre as faixas. Um ativo que saia
da linha 70 pode ser vendido, enquanto que um que saiu da linha de 30 pode ser com-
prado.
Outro ponto muito importante é o uso da divergência entre o preço da ação e o indicador.
90
ESTOCÁSTICO
Indicador bastante utilizado para operações de curto prazo. Compara o preço de fecha-
mento em determinados períodos de tempo. Existem dois tipos de estocásticos: o rápido
(delta K) e o lento (delta D).
Assim, o estocástico pode servir como um confirmador para possíveis decisões de mer-
cado a serem tomadas.
Divergência da Congestão
Em uma laterização, o estocástico próximo à linha de 80 apontando para baixo pode indi-
car queda dos preços.
Em uma laterização, o estocástico próximo à linha de 20 apontando para cima pode indi-
car elevação dos preços.
91
Fórmula para o cálculo do SAR Parabólico:
Leva em consideração os preços atuais para definir o SAR futuro
Este indicador é excelente para mostrar tendências de alta ou de baixa. Entretanto, a prin-
cipal utilização do SAR parabólico é como “stop móvel” (ordem de parada de operação:
stop loss e stop gain).
Aplicações práticas:
Funcionamento do TRIX
Ao inserirmos o indicador TRIX, teremos uma linha que vai oscilar em torno de um eixo
zero. Esta linha é o que chamamos de TRIX. Como padrão, ela é calculada a partir da média
móvel exponencial de 15 períodos.
Dentro do indicador é possível ainda inserir uma outra média móvel mais rápida com
menos períodos do que a tríade estrutural do TRIX.
⯀ Se esta nova média móvel cruzar o TRIX para cima: indicação de compra.
⯀ Se esta nova média móvel cruzar o TRIX para baixo: indicação de venda.
⯀ A forma mais usual de aplicação do TRIX é no ponto de rompimento de tendências,
sejam elas quais forem: topos, fundos, estagnação etc.
⯀ Por fim, temos ainda uma terceira forma de utilização do TRIX, que é por meio da
estratégia da divergência.
⯀ Se um ativo começa a desenhar uma tendência de baixa, mas o TRIX ainda não
inverteu a curva, isso pode apresentar uma boa oportunidade de venda.
93
Esse número desperta interesse porque em diversos pontos da natureza ele se manifesta
claramente. Um dos exemplos é a disposição das camadas da concha de um molusco
chamado Nautilus sp.
94
A curiosidade é que se dividirmos um termo pelo seu antecessor, a razão será sempre de
aproximadamente 1,62. Como aplicá-lo no mercado financeiro?
95
Na análise técnica, é preciso ligar o maior topo ao maior fundo de uma tendência para que
possamos aplicar o número de ouro.
Aplicação e Uso
Para usarmos Fibonacci é importante que se tenha boa experiência para verificar a melhor
forma de encontrar o topo e o fundo de cada ativo.
Por fim, vale lembrar que muitos especialistas defendem que os pontos mais eficientes
são os de 38,20% e 61,80%. De qualquer forma, é recomendável que se combine o indica-
dor Fibonacci com outros indicadores.
ONDAS DE ELLIOT
Os princípios da teoria de Ralph Elliot são muito utilizados em combinação com a teoria
de Dow. As premissas básicas são:
96
Reparemos que o ponto 5 é um pivô. A partir dele haverá mudança de tendência. Todas
as teorias e indicadores que vimos até agora podem funcionar em conjunto porque se
baseiam no mesmo princípio: o preço desconta tudo.
Outro ponto interessante da teoria de Elliot é que todo movimento pode ser subdivido em
ondas menores. No começo dos nossos estudos aqui falamos de fractais de tempos: diá-
rios, semanais, mensais, trimestrais, semestrais e anuais. Aqui o princípio é exatamente o
mesmo. Cada movimento pode ser particionado em diversos fragmentos menores. Essa
operação pode ocorrer indefinidamente até o limite de tempo de cada ação.
A ideia aqui é que na primeira onda o mercado encontra-se bem pessimista. O fluxo de
notícias é ruim e parece apenas uma correção. A segunda onda é uma correção verdadeira
e devolve boa parte dos ganhos, porém não cai abaixo da onda 1, formando fundos
97
ascendentes (costuma ser 61,80% de Fibonacci). A terceira onda é o melhor momento de
entrada para uma possível alta forte (costuma ser 161,8% de Fibonacci). Na quarta onda
haverá uma pequena correção. O mercado ainda é comprador, mas nesse momento é
possível encontrar suporte a 38,20% de Fibonacci. A quinta onda é a euforia dos retarda-
tários, com menor subida de preços. Aqui tem-se normalmente 138,20% de Fibonacci. É
o começo do fim.
Na onda (a) ocorre uma correção chegando entre 50% e 100% de Fibonacci. A onda (b) é
uma nova elevação de preços, mas não ultrapassa os 50% de (a). Em seguida temos a onda
(c), que geralmente alcança 161,80% — demonstrando reversão de tendência.
VOLUME
Independentemente da estratégia adotada, o volume é algo que jamais deve ser descon-
siderado. Altos volumes indicam que há bastante negócios e muita gente interessada em
determinado movimento.
Um candle, isoladamente, não deve ser analisado por si só — mas deve levar em conta o
volume para a melhor compreensão do contexto. O volume dos negócios deve acompa-
nhar a tendência.
Volume em Congestões
Rompimento sem volume: pode representar um “falso rompimento” ou mesmo um agente
com uma mão maior em um book vazio.
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DEFINIÇÃO DE OBJETIVO E STOP
Colocando em prática os conceitos que até aqui aprendemos, você deve ter visto que é
muito mais fácil perder do que ganhar. Isso acontece porque o cérebro busca sempre a
segurança, e ao menor sinal de prejuízo pensamos logo em vender tudo. O contrário tam-
bém ocorre quando tentamos “garantir” o lucro, ainda que seja irrelevante perto do que
se poderia ganhar ao arriscar um pouco mais. As ordens de stop loss e stop gain atuam
justamente nesses dois pontos.
Análise técnica não é previsão de futuro, mas uma estimativa estatística com base nos
comportamentos do passado. Por isso, movimentos falsos podem ocorrer: falsos rompi-
mentos, armadilhas, violinadas etc. Desta forma, é importante estarem pré-definidos os
pontos de entrada e saída de uma determinada operação.
⯀ Stop loss (parar de perder): ordem que sinaliza o valor mínimo que o investidor aceita
para determinada ação.
Na prática, essa ordem funciona com as seguintes informações: nome do ativo; quantidade
de ações; validade da ação; preço de disparo da ordem; preço limite do ativo.
⯀ Stop gain (parar de ganhar): ordem que sinaliza o valor máximo que o investidor
desejaria receber para determinada ação.
Geralmente o valor do ganho deve ser de até 3x o valor da perda (isso se relaciona ao risco
retorno e aos índices de acertos). Essa ordem, assim como a de stop loss, funciona com as
seguintes informações: nome do ativo; quantidade de ações; validade; preço de disparo;
preço limite.
99
Vimos na aula passada que geralmente a relação de risco e retorno envolvendo prejuízos
aceitos e ganhos esperados deve ser de 1:3. No mundo do trade e das operações especu-
lativas, os riscos são gerenciados com duas métricas:
⯀ Índice de acertos;
⯀ Relação de risco e retorno.
Uma estratégia vencedora no longo prazo não precisa ser necessariamente com grandes
índices de acertos. A porcentagem de acerto deve ser sempre relacionada com o risco e
retorno de cada uma das operações. Apenas essa combinação de fatores é que realmente
determina a validade ou não do percentual de assertividade.
⯀ Uma estratégia com acerto de 90% e risco/retorno de 0,5/1 pode quebrar o operador
em alguns eventos sucessivos de erro, balançando o seu emocional.
⯀ Já uma estratégia mais conservadora, com índice de acerto de 50% e relação de risco/
retorno de 1/3 pode se mostrar mais resiliente no longo prazo. Para cara acerto é
possível errar três operações.
100
Módulo 2
ECONOMIA
Este capítulo vai tratar sobre os diferentes aspectos da Economia.
MICROECONOMIA
A economia é dividida em duas grandes áreas: microeconomia (local) e macroeconomia
(global). A microeconomia trata dos termos referentes a mercado, preços e custos, com-
petição etc.
A relação entre as grandezas demanda e preço é “negativa”. Uma cresce à proporção que
a outra diminui. Portanto, a inclinação da curva de demanda é negativa, voltada para baixo.
102
Observação: a expressão latina ceteris paribus, que daqui em diante muito utilizaremos,
significa “sendo tudo o mais constante”. Por exemplo: se o preço da carne diminui, é pos-
sível afirmar que a demanda aumentará, desde que o poder de compra ou o salário não
diminua. Para bem entendermos a lei da demanda, todas as outras variáveis devem ser
constantes. Vale ressaltar também que é o preço que determina a quantidade demandada,
e não o contrário.
O princípio ou lei de oferta diz que o aumento de preços provoca aumentos na quanti-
dade ofertada.
A lei da oferta é muito forte. O preço sinaliza aos produtores a ocorrência de escassez.
103
Assim, a curva de oferta é positivamente inclinada.
Exemplificando: O movimento sobre curva ocorre aqui quando o preço do arroz vai de 5
para 4 reais. Há uma queda ocorrida no segmento da demanda e um aumento no da
oferta.
As causas que provocam movimentos são simples. Houve uma demanda exponencial e
inesperada por álcool em gel — e nenhuma indústria produtora estava esperando por isso.
Portanto, a quantidade demandada explodiu e isso causou determinado movimento. O
efeito provocou desequilíbrio no mercado. Faltava o produto e a demanda cresceu como
nunca antes. O mesmo acontece, em proporções menores, quando ocorre uma quebra
de safra. Vale lembrar que o desequilíbrio pode ser sobre a oferta ou sobre a demanda.
É importante que haja a flutuação de preços. Muitos políticos tentam tabelar o valor dos
produtos com discursos demagógicos. Se o preço do álcool em gel fosse tabelado, não
haveria o estímulo de produção à indústria, aumentando ainda mais a escassez. O preço
104
é um indicador poderoso sobre ofertas e demandas. Analisando somente ele, não há
necessidade de ser um especialista em determinado setor produtivo para entender os
movimentos de mercado. Em suma, eles relacionam-se basicamente ao preço e à quan-
tidade ofertada.
105
⯀ Condições naturais: se ocorre um grande período de seca, a produção de arroz será
consequentemente afeta e a quantidade de oferta será menor (deslocamento para
a esquerda). Entretanto, se o ano climático for perfeito, o cenário muda (deslocamento
para a direita).
⯀ Políticas governamentais: o aumento de impostos reduz o lucro e a oferta, por exem-
plo (deslocamento para a esquerda). Já quando a ação é contrária, e ocorrem reduções
de impostos e regulações, haverá maior quantidade de oferta (deslocamento para a
direita).
⯀ Renda: para a maioria dos bens normais, pode-se dizer que quando a renda aumenta,
a quantidade demandada também aumenta (deslocamento para a direita). Porém,
há uma categoria de bens em que o aumento de renda provoca diminuição da
demanda (deslocamento para a esquerda). Geralmente são produtos de baixa qua-
lidade e que são facilmente substituídos por produtos superiores. Os contrários de
ambos os exemplos também são válidos.
⯀ Expectativa: se o país enfrenta uma longa crise financeira, as pessoas normalmente
serão desestimuladas a trocar de carro por meio de financiamentos. As seguranças
empregatícia e econômica do momento moldam a expectativa e o futuro do mer-
cado. O contrário também é válido. A expectativa afeta a oferta e a demanda.
⯀ Preço dos produtos relacionados: produtos relacionados são aqueles que substituem
(produto substituto) o produto analisado ou com ele são consumidos concomitan-
temente (produto complementar).
106
combustível e veículo são bens complementares. O deslocamento se dá à esquerda. O
evento contrário é também verdadeiro e o deslocamento será para a direita.
⯀ Gostos: quando algo agrada muito as pessoas, elas se dispõem a pagar mais pelo
produto. A curva de demanda desloca-se para a direita. Quando algo sai de “moda”,
o movimento é o contrário.
⯀ Quando a curva se desloca para a direita: para um mesmo nível de preço, determi-
nado produto passa a ser mais demandado pelas pessoas.
⯀ Quando a curva se desloca para a esquerda: para um mesmo nível de preço, deter-
minado produto passa a ser menos demandado pelas pessoas.
Demanda
A sua reta é negativamente inclinada e trata-se de uma função do primeiro grau.
107
Demanda autônoma é a quantidade demandada quando o preço for zero. Ponto em que
a reta toca o eixo y.
Oferta
A sua reta é positivamente inclinada e também trata-se de uma função do primeiro grau.
Inversa da Demanda
Quantidade demandada = a – bP.
108
A forma inversa se dá quando as afirmações acima são trocadas: o preço para a ser a vari-
ável dependente e o preço, a dependente. Determina-se qual o preço que se deve ter para
suprir determinada quantidade demandada.
Exemplificando:
Inversa da Oferta
Quantidade ofertada = c + dP.
109
Exemplificando:
110
Temos no exemplo acima duas curvas: uma de demanda e outra de oferta, que se cruzam
num determinado ponto do gráfico (preço de equilíbrio = 4 e a quantidade de equilíbrio
= 7). Na tabela encontra-se a quantidade demandada e ofertada de arroz para cada um
dos níveis de preço nela listados.
⯀ Para preços maiores que o valor de equilíbrio: a demanda cai por conta do aumento
do preço. A oferta aumenta por conta da valorização. O efeito observado é o excesso
de oferta.
Quando isso acontece, há sobras de estoques. A produção foi maior que a capacidade de
oferta. Isso faz com que os ofertantes criem promoções com preços menores e à medida
que isso acontece, o preço volta ao estado de equilíbrio.
⯀ Para preços menores que o valor de equilíbrio: a demanda aumenta por conta da
diminuição do preço. A oferta foi diminuída por conta da desvalorização. O efeito
observado é a escassez de oferta.
Quando isso acontece, há falta de estoques. A produção foi menor que a quantidade
demandada. Isso faz com que os ofertantes respondam ao aumento da oferta produzindo
mais e à medida que isso acontece, o preço volta ao estado de equilíbrio.
111
Este gráfico resume as informações acima descritas. Os estados de desequilíbrio (corrigi-
dos sempre pelo mercado e pelo preço) tendem a se transformar e de modo a restabelecer
o equilíbrio.
112
O raciocínio inverso vale para os produtores. Todos os ofertantes que se encontram à
esquerda do ponto de equilíbrio e na reta inferior lançam seus produtos a um preço maior
do que o esperariam vender. Eles geraram o que se chama de excedente do produtor.
Exemplificando: Uma pessoa sai de cara para comprar um relógio e tem um determinado
preço em mente em torno de R$2000. Se ele chega na loja e o valor do objeto é R$2.500,
não haverá negócio por diversos fatores. Mas também não houve satisfação. Entretanto,
se o preço encontrado fosse de R$1500. Nesse caso há um excedente de satisfação cor-
respondente a R$500. A diferença entre produtos que causam muita e pouca euforia está
justamente relacionada ao excedente de satisfação. Quanto maior o excedente, maior é a
satisfação para determinado produto.
Este segundo gráfico é mais explícito e visual para identificarmos o assunto aqui
abordado.
113
⯀ Excedente do produtor: ganho monetário obtido pelos produtores, os quais são
capazes de vender um produto por um preço maior do que o preço mínimo pelo
qual estariam dispostos a vender.
ELASTICIDADES
Antes de tudo, é importante sabermos que elasticidade é uma medida extremamente
importante dentro da economia. O tempo todo ela está presente em vários lugares: modelo
de precificação de ativos, modelos de equilíbrio de mercado externo etc. Portanto, muito
importante é o entendimento genérico do conceito de elasticidade.
114
Exemplificando: Vejamos agora um caso de demanda inelástica. O preço inicial é 10 e o
final é 11 (aumento de 10%). A quantidade demandada inicial é 10 e a final é 9,5.
Isto significa que o preço subiu 10%, mas a demanda só caiu 5%. A demanda é inelástica.
Esse cenário é bom para produtores, que podem subir o preço.
Exemplificando: Vejamos agora um exemplo de demanda elástica. Toda vez que a variação
percentual na quantidade demandada for maior que a variação percentual do preço, haverá
ocorrência de demanda elástica.
A demanda de elasticidade unitária existe, mas é muito rara. Na prática, isso quase nunca
ocorre. Ela corresponde aos ínclitos casos em que a variação percentual da quantidade
demanda é exatamente igual a variação percentual do preço.
ELASTICIDADES
115
O cálculo da variação percentual da quantidade ofertada é feito subtraindo da quantidade
final ofertada a quantidade inicial ofertada e dividindo o resultado pela quantidade inicial
ofertada.
O cálculo da variação percentual do preço é feito subtraindo do preço final o preço inicial,
e dividindo o resultado pelo preço inicial.
Portanto, se a variação percentual na quantidade ofertada for maior que a variação per-
centual do preço, a oferta é elástica. Caso contrário, a oferta é inelástica. O que determina
a maior ou menor elasticidade de uma oferta são as chamadas barreiras de entrada (inves-
116
timentos necessários, capitais disponíveis, tributações, patentes etc.)
Vale lembrar que para a análise qualitativa não interessa a “intensidade” do resultado. O
único fator importante é a comparação dos valores com o número zero.
117
Observações: Aqui o sinal importa.
⯀ Se a elasticidade renda da procura for maior que um, temos os chamados bens supe-
riores ou supérfluos.
⯀ Se a elasticidade renda da procura for menor que zero, temos os chamados bens
inferiores.
⯀ Se a elasticidade renda da procura for igual a zero, temos os chamados bens de con-
sumo saciado. Isto é, mesmo que a renda mude, a quantidade demandada permanece
constante. Muitos produtos têm essa característica, como por exemplo o sal.
⯀ Se a elasticidade renda da procura for maior que zero e menor que um, temos os
chamados bens normais.
Geralmente quando a renda cai, a demanda por alimentos acompanha esse movimento.
Entretanto, a demanda por restaurantes despenca porque eles são bens de luxo e os ali-
mentos preparados em casa são essenciais. Quando a renda sobe, o efeito é contrário: as
pessoas começam a ir mais vezes aos restaurantes.
Olhando o cenário de uma nação que está a enriquecer, com certeza seria um bom inves-
timento a aplicação em bens supérfluos. Já em países fragilizados, essa escolha seria
péssima. Neles, alguns mercados praticamente desaparecem.
118
REGULAÇÃO GOVERNAMENTAL E SEUS IMPACTOS
SOBRE O EQUILÍBRIO DE MERCADO
O foco aqui será dado aos impostos, equivalentes de impostos ou qualquer outra regula-
mentação que provoque aumento de custos. Para entendermos melhor, é preciso partirmos
da ideia de que o preço de equilíbrio de mercado desconsidera os impostos. Lembremos
que o bem-estar geral da sociedade é medido pela satisfação de produtores e
consumidores.
A ideia é que essa diminuição de satisfação de ambas as partes fosse compensada pelo
oferecimento de serviços públicos — o que nem sempre acontece como deveria ser. A
perda de bem estar provocada pelo governo por conta de impostos e tributações é cha-
mada de peso dos impostos.
119
A perda de bem estar é demonstrada no gráfico pela área triangular em branco. Ela se dá,
mesmo que haja retorno dos impostos para a sociedade em geral, porque a satisfação de
empregar o próprio dinheiro é maior do que delegar essa função a uma outra pessoa ou
ao estado.
DEMANDA DO CONSUMIDOR
Restrição Orçamentária
O consumidor tem de escolher entre bens diferentes, levando em conta sua restrição
orçamentária. Este é o limite e a combinação de bens que podem ser adquiridos por uma
pessoa.
120
Exemplificando: Um sujeito tem salário de R$1000. Ele tem de escolher entre o refrigerante
(R$2) e a pizza (R$10). Há infinitas possibilidades entre esses dois pontos. Com o valor total
é possível comprar 500 refrigerantes ou 100 pizzas. Permeando esses dois pontos há inú-
meras opções. E o conjunto de tudo isso forma a restrição orçamentária. É óbvio que os
consumidores não conseguem ultrapassá-la, exceto em casos especiais como o de rece-
bimento de crédito ou eventualidades inesperadas.
CURVAS DE INDIFERENÇA
São uma descrição das curvas de utilidade e também uma combinação de bens aos quais
o consumidor é indiferente, não havendo assim preferência já que as curvas de indiferença
propiciam o mesmo nível de utilidade.
121
Temos no gráfico três curvas de indiferença que trazem satisfações diferentes. Para o
consumidor, não há muita diferença de satisfação entre os vários pontos de uma mesma
curva.
O cálculo da função utilidade para os diversos bens de uma mesma cesta, segundo o
modelo de Cobb-Douglas, corresponde à soma da quantidade-demanda de cada um de
seus elementos elevados às suas respectivas participações na cesta em análise.
Exemplificando: Dois itens X1 e X2 têm 50% de participação numa cesta e suas quantidades
demandadas são respectivamente 10 e 15 unidades. A função utilidade dela será U (X1, X2)
= (10^1/2) x (15^1/2) = 3,16 + 3, 87 = 7,03.
Uma cesta alternativa com as mesmas quantidades demandadas, mas participações res-
pectivas iguais a 70% e 30% forneceria uma função utilidade U (X1, X2) = (10^0,7) x (10^0,3)
= 7,26. Esse resultado indica que ela traria maior satisfação que a primeira.
A teoria econômica usa conceitos abstratos para tentar medir como se dá as decisões de
consumo racionais dos indivíduos considerando-se as restrições orçamentárias e as opções
de escolha.
Bens Substitutos
São aqueles consumidos em substituição a outros, sendo constante a taxa marginal de
substituição. Esta mede o número de unidades adquiridas de um determinado bem com-
parado com o número de unidades sacrificadas de um outro bem, desde que a troca
mantenha o mesmo nível de utilidade e satisfação do consumidor e pode ser entendida
também como o valor da troca, ou seja, quanto se troca um bem por outro. Exemplo: carne
de gado e carne de frango, maçã e pera etc.
122
Vale observar que nem todo bem substituto é perfeito. Existem as questões de preferência
do consumidor que também estão envolvidas nas compras.
Bens Complementares
São aqueles consumidos em associação a outros. Desta maneira, o aumento do consumo
de um provoca o mesmo efeito no consumo do outro. Exemplo: carros e combustíveis ou
seguros automotivos.
Se o refrigerante passar a custar R$4 e a pizza continue com o mesmo valor, acontecerá
123
que a curva de restrição orçamentária mudará para a bebida (ponto C). A isto chamamos
de efeito renda. Ela é uma alteração do consumo que decorre do deslocamento do con-
sumidor para determinada curva de indiferença, quando o preço de um bem varia (no
caso é uma curva inferior). A nova cesta de consumo, mantendo-se a mesma divisão de
recursos da anterior (R$500 para cada item), terá 125 litros de refrigerante e 50 pizzas. É
interessante notar nesse caso que a pizza “mudou de preço”. No primeiro momento, a
pizza custava 5 litros de refrigerante, e no segundo, passou a custar 2,5 litros de refrigerante.
Ela ficou relativamente mais barata.
Ainda que nominalmente tenha mantido o seu valor, relativamente o seu valor diminuiu.
Neste cenário de aumento de preço do primeiro item, é bem provável que o consumidor
mude a sua cesta de consumo para uma que tenha maior parcela do salário gasta com
pizzas. A isto chamamos de efeito substituição. Quando um produto tem o seu valor alte-
rado, muda-se também o seu valor relativo quanto aos demais itens de uma cesta de
consumo.
Portanto, as mudanças de consumo são provocadas não só pelas variações de renda como
também pelas variações relativas de preço e das participações dentro das compras. Essa
mudança não necessariamente acarretará em perda de satisfação, visto que se trata de
uma escolha racional baseada nas curvas de indiferença e de utilidade.
FATORES DE PRODUÇÃO
Agora entenderemos os caminhos que as empresas escolhem relacionados a quantidade
de produção e preços com o objetivo de obtenção de lucro considerando as estruturas de
mercado nas quais estão inseridas.
124
⯀ Capacidade empresarial: alguém que compre matéria-prima, contrate trabalhadores,
adquira tecnologia e coaduna tudo isso num mesmo espaço para que a produção
de máscaras se concretize.
Cada um dos fatores tem uma determinada remuneração. Toda a renda de uma economia
está associada ao valor pago em cada uma das etapas dos fatores de produção. Associadas
respectivamente e em ordem com cada um dos fatores acima listados, elas são: aluguel
(para as terras), salário (para os trabalhadores), juros (para aquele que empresta capital),
royalties (para aqueles que dominam a tecnologia) e os lucros (para os que possuem capa-
cidade empresarial). A distinção de cada uma desses fatores é importantíssima. Como
curiosidade, é válido saber que o Imposto de Renda incide em todas as etapas e fatores
de produção.
FUNÇÃO DE PRODUÇÃO
É a relação existente entre a quantidade de insumo disponível e a quantidade produzida.
De maneira geral, a quantidade está em função do trabalho, do capital e da tecnologia. A
função de produção descreve basicamente a saída de produtos dada a entrada de quan-
tidade de mão de obra, quantidade de capital e estágio tecnológico.
Na função de Cobb-Douglas, alfa (produtividade geral média dos fatores) e beta (produ-
tividade marginal do capital e do trabalho) são constantes. Assim, ela corresponde à
125
quantidade geral dos fatores x (vezes) a quantidade de trabalho elevada à produtividade
geral do trabalho — tudo isso multiplicado pela quantidade de capital total elevada a pro-
dutividade marginal do capital.
126
Note que a quantidade capital é fixa e o número de funcionários vai unitariamente aumen-
tando. Ocorre a contratação crescente de padeiros. A produtividade marginal advinda da
adição do segundo padeiro é 70. Com três padeiros, o produto total vai de 120 para 160 e
a produtividade média passa a ser 53,33, mas a produtividade do terceiro padeiro é 40. A
isso chamamos de produtividade marginal.
No gráfico vemos que a produtividade marginal (linha amarela) tem um pico de cresci-
mento no início do aumento da quantidade de funcionários e depois somente decresce.
O produto médio (linha rosa) tem comportamento análogo ao da produtividade
marginal.
127
tornar-se negativa. Os retornos marginais decrescentes são somente encontrados no curto
prazo (com pelo menos um fator de produção fixo).
Exemplificando: O capital para a produção de arroz, tende a ser fixo no curto prazo. Para
a produção de automóveis é a mesma coisa. Se o país decidir comprar o dobro de auto-
móveis de um certo período anterior, é possível contratar mão-de-obra, visto que ela
encontra-se sobrando, mas o mesmo não vale para a injeção de capital — não é possível
construir fábricas e extrair as matérias necessárias de um dia para o outro.
Conclui-se que o trabalho, bem como o capital e os recursos naturais, todos estão enqua-
drados na lei do rendimento decrescente. Quanto mais cresce a produção de um empre-
endimento, mais difícil se torna a entrega de resultados.
CUSTOS DE PRODUÇÃO
Custos fixos são aqueles que não variam de acordo com a quantidade produzida, como é
o caso dos aluguéis. Portanto, não têm relação direta com a produção. Já os custos variá-
veis mudam a depender da quantidade produzida acompanhando o movimento dela,
como é o caso das matérias-primas.
Exemplificando:
128
Na tabela temos os dados de uma padaria que produz 14 unidades de produto por hora.
O custo total aumenta sempre. Aqui o custo fixo é 2.
⯀ Para uma unidade, o custo total é 3; o custo fixo médio é 2; o custo variável médio é
1; o custo total médio é 3; e o custo marginal é 1.
⯀ Para duas unidades, o custo total é 3,8; o custo fixo médio é 2; o custo variável médio
é 0,9; o custo total médio é 1,9; e o custo marginal é 0,8.
⯀ Para três unidades, o custo total é 4,4; o custo fixo médio é 0,66; o custo variável
médio é 2,4; o custo total médio é 1,47; e o custo marginal é 0,6.
Perceba que a curva de custo fixo médio é decrescente e tende a zero. A curva de custo
variável médio começa maior que a do custo fixo médio, decresce até o seu ponto mínimo
e depois cresce novamente (parábola voltada para cima). A curva de custo total médio
tem comportamento análogo à anterior. Já a curva de custo marginal decresce mais rápido
que as outras, assim como o seu crescimento também é mais acentuado que o das demais.
Com exceção da curva de custo fixo médio, todas as outras são convexas. Isto porque a
produtividade marginal é côncava e oposta a elas.
DECISÕES DE PRODUÇÃO
O objetivo da empresa é maximizar os lucros (receitas totais sendo descontados os custos
totais). Somente empreendimentos que não geram retornos relevantes cogitam o encer-
ramento da produção.
Exemplificando: Algo custa 10 reais no mercado. São vendidas 100 unidades. O custo fixo
total é 300 reais e a variável total é de 750. Esta empresa gera um prejuízo de cinquenta
129
reais. A receita total é 1000 reais e os custos são de 1050 reais.
A fórmula do ponto de equilíbrio (PE) é dada pela divisão do custo fixo (CF) pela diferença
entre a receita total (RT) e custos variáveis (CV) dividida pela receita total (RT).
PE = 300 / 0,25
PE = 1200
Se forem vendidos 1200 reais com 25% de margem, sobrarão 300 reais, que serão empre-
gados no pagamento do custo fixo.
◇ Para o longo prazo: entrar quando o preço > custo total médio e sair quando for o
contrário.
◇ Para o curto prazo: continuar quando o preço > custo total médio e paralisar quando
for o contrário.
Agora se a receita total for 1000, o custo fixo for 200, os custos variáveis forem 1200 e a
quantidade for 200 unidades, temos o seguinte: o preço continua 10. O custo variável médio
é 1200 / 100. Como ele é maior que o preço, deve haver paralisação da produção porque a
venda de 200 unidades gera um prejuízo de 600 reais. A continuidade da produção pro-
130
voca aumento dos prejuízos.
Sabendo que o objetivo da empresa é maximizar os lucros, é preciso saber também que
a minimização dos prejuízos é fundamental. Todas as decisões administrativas devem ser
baseadas nessas duas premissas.
⯀ Economia de escala: o custo total médio no longo prazo diminui com o aumento de
produção.
⯀ Deseconomia de escala: o custo total médio no longo prazo aumenta com o aumento
da produção.
⯀ Retorno constante de escala: o custo total médio no longo prazo se mantém cons-
tante, mesmo que a produção varie.
Na imagem acima, temos uma curva de custo total médio de longo prazo. O exemplo trata
de uma empresa de automóveis e da quantidade de veículos por ela produzida diariamente.
A “canoa” (linha em vermelho) representa o longo prazo.
131
completo representado no gráfico. A partir de determinado tamanho, um empreendimento
pode passar a ter deseconomia de escala, representada no terço final do gráfico. Assim,
invés de ocorrer retornos crescentes de escala, eles são decrescentes. Via de regra, esse
fato está ligado às dificuldades inerentes de gerenciamento de empresas muito
grandes.
É importante saber que nem sempre é verdade a afirmação de que as empresas operam
visando os menores custos totais médios. Na realidade economia, isso não se dá assim.
Receita total
Receita média
132
Receita marginal
Lucro Econômico
Mede os lucros, mas considerando também os lucros implícitos, os quais não são consi-
derados na contabilidade e no lucro normal. São chamados também de custo das
oportunidades.
Portanto, a diferença entre os dois conceitos aqui analisados é que o lucro econômico é
mais minucioso e considera todos os custos de oportunidades.
Exemplificando: Imaginemos agora que o pavilhão seja alugado e que o dono é também
um professor universitário que recebe R$5.000 de salário na empresa. Se ele retornasse a
133
dar aulas, seu salário seria de R$10.000. O lucro contábil da empresa seria os mesmos
R$15.000 de antes. Mas o lucro econômico deve ter o desconto do salário, e corresponde
a apenas R$10.000.
⯀ Para 4 unidades de pão, a receita total é de R$5,60. O custo total é de R$4,80. O lucro
é de R$0,80.
⯀ Para 5 unidades de pão, a receita total é de R$7. A receita marginal da 5ª unidade de
pão é R$1,40. O custo total é de R$5,20. O custo marginal é de R$0,40. O lucro é de
R$1,80. Deve-se aumentar a produção, portanto.
⯀ Para 6 unidades de pão, a receita total é de R$8,40. A receita marginal da 5ª unidade
de pão é R$1,40. O custo total é de R$5,80. O custo marginal é de R$0,60. O lucro é
134
de R$2,60. Deve-se continuar a aumentar a produção, portanto.
Enquanto a receita marginal for maior que o custo marginal, ou seja, enquanto a receita
obtida na venda de uma unidade a mais que antes for maior que o custo de produzi-la,
deve-se aumentar o volume de produção porque os lucros também aumentam.
No exemplo dado, encontramos que para a décima unidade produzida, a receita marginal
é equivalente ao custo marginal. Assim, desde esse ponto, qualquer aumento de quanti-
dade produzida ocasionará diminuição de lucros.
⯀ Para a 11ª unidade, a receita marginal é R$1,40, mas o custo dessa unidade adicional
é R$1,60. Resultado: o lucro cai de R$3,80 para R$3,60. Diminui R$0,20. Isso acontece
porque a receita marginal se mantém constante, mas o custo marginal, após atingir
um ponto mínimo, só aumenta (não nos esqueçamos que as curvas de custo marginal
têm formato parabólico e voltado para cima). A intersecção entre as duas curvas é o
ponto de lucro máximo.
135
ESTRUTURA DE MERCADO NA COMPETIÇÃO PERFEITA
A maximização de lucro acontece exatamente no mesmo ponto em que ela se dá nas
demais estruturas de mercado: a receita marginal é equivalente ao custo marginal.
A diferença dela para as outras é que na concorrência perfeita as empresas são tomadoras
de preço. Todos os participantes o são. Isto é, devem aceitar o preço de equilíbrio do mer-
cado, e não tem absolutamente nada que possam fazer porque não conseguem indivi-
dualmente afetá-lo.
O preço é dado (R$1,40). Não faz diferença produzir mais pães porque o preço de mercado
não será afetado. A estrutura de custo é definida. Portando, basta encontrarmos onde o
custo marginal é igual à receita marginal. Assim, essa padaria que aqui analisamos maxi-
miza os lucros na décima unidade.
Porém, mais pessoas desenvolvem o mesmo raciocínio — todo mundo o faz. Cadastrar-se
no aplicativo e ser aprovado é muito simples. Atraídos pelo lucro econômico, os agentes
começam a debandar de seus empregos anteriores e entrar para o transporte por
136
aplicativo. Aquele valor inicial de R$10.000 se dava por ser uma condição inicial de mercado,
com poucos motoristas disponíveis. À medida que isso muda, a receita total é diminuída
até que chegue a um ponto que não compense mais deixar o salário antigo. Depois desse
ponto, mais pessoas ainda podem continuar entrando no mercado, e a receita total cai
mais ainda ao ponto que ela se torna menor que o salário antigo.
Vale lembrar que somente o custo econômico no mercado de concorrência perfeita chega
a zero. O custo contábil geralmente não. Nesse ponto entra a preferência individual de
cada pessoa. Pode-se escolher entre ser funcionário registrado e com horários pré-deter-
minados ou ser trabalhador livre e eleger as horas e os dias em que se vai trabalhar. É uma
anteposição entre segurança e liberdade.
137
ESCOLHA DE ESTRATÉGIA COMPETITIVA
O grande autor desse assunto é um professor da universidade de Harvard chamado Michael
Porter.
⯀ Modelo das cinco forças de Porter: analisa o grau de concorrência, neófitos de mer-
cado, produtos substitutos, barganha de fornecimento e barganha de clientes. Todos
os elementos satélites afetam o nível de concorrência.
⯀ Modelo de Estrutura Conduta-Desempenho: também analisa os ambientes externos
das empresas, estudando as variáveis que afetam o desempenho econômico cons-
truindo teorias que as relacionam a ele. É um método científico de eleição de variáveis
relevantes para a construção de modelos que permitam a maximização de lucros e
a melhora de desempenho.
139
◇ Estrutura de mercado: aspectos de competição e preço do mercado, funciona-
mento do mercado e formas de relacionamento das empresas dentro dele (con-
corrência acirrada, selvagem ou branda; competição por preços, por qualidade ou
por quantidade produzida; estratégia dominante dentro da estrutura de
mercado).
◇ Conduta: é a estratégia competitiva adota pela empresa em relação ao mercado
por meio das variáveis que se domina (agressividade nos preços; qualidade de
produtos e de pós-venda; quantidade produzida).
◇ Desempenho: é o resultado da conduta das empresas na estrutura de mercado.
É basicamente uma análise comparativa do mercado envolvendo a estrutura de
mercado, a conduta da empresa e a mensuração dos resultados com base nas
escolhas tomadas (afetação das quantidades de oferta e demanda; interferência
de políticas públicas e muitos outros fatores).
VANTAGENS COMPETITIVAS
Dizem respeito à capacidade de uma empresa de neutralizar ou diminuir a ação da con-
corrência no mercado em que atuam adotando estratégias de criação ou diferenciação
de valor que não sejam facilmente copiadas pelos demais. Trocar a cor de um produto não
se trata exatamente de uma vantagem competitiva porque isto é simples de ser replicado.
Vantagem competitiva propriamente dita é algo mais perdurável que isso. Segundo o
teórico Porter, só existem dois tipos de vantagem competitiva:
140
mais eficientes, logística, escala e ativos únicos.
Exemplificando: Se você tem uma loja e compra de um fornecedor mais em conta, isso
não é uma vantagem competitiva porque na prática qualquer um pode fazer a mesma
coisa. Agora se você tem um contrato que dá acesso a um ativo único, aí sim haverá van-
tagem competitiva de custo.
141
Exemplificando: No caso do comércio virtual. Todas as regiões do país compram aparelhos
de ares-condicionados. Mas atender as diferentes necessidades de todas elas requer abor-
dagens exclusivas, sejam elas logísticas ou de pós-venda.
Origens
Monopólio se dá quando uma única empresa é a produtora de determinado bem que não
possui substitutos similares. Por essa peculiaridade, a própria empresa é que define quan-
tidades e preços — os quais vão ser aqueles que maximizam o lucro.
Monopólios podem ser entendidos como falhas pontuais no mercado, e existem por conta
de barreiras de entrada de produtos e empresas concorrentes em determinado nicho. As
principais barreiras são:
⯀ Monopólio puro ou natural: quando uma única empresa consegue oferecer produtos
ou serviços a custos menores do que se houvessem duas empresas fazendo a mesma
coisa.
142
vantajoso que haja competição.
Observa-se que a receita marginal tem queda contínua. Já o custo marginal cai até um
ponto mínimo e depois sobe. O ponto de intersecção entre as duas linhas é o de lucro
máximo (indica quantidade e preço de lucro máximo).
143
No mercado de concorrência perfeita, o preço de mercado é constante e os excedentes
de produtores e consumidores são bem delimitados graficamente. No mercado mono-
polizado, inclui-se no gráfico a receita marginal e o custo marginal. A curva de oferta de
um monopólio é exatamente igual a curva de custo marginal respectiva. O ponto de inter-
secção entre a reta de receita e custo marginais corresponde indica a quantidade que o
monopólio pretende produzir e o preço pelo qual decide vender. Como no caso da inter-
ferência estatal, a existência de um monopólio também provoca perda de bem estar
porque a sociedade como um todo acaba perdendo satisfação por conta da restrição de
oferta e determinação de preços imposta.
Essa estratégia é rara, mas existem artifícios para praticá-la. Por exemplo: um evento
musical em que a demanda é claramente muito maior que a oferta. Pode-se começar
vendendo as entradas a preços estratosféricos e, depois que os primeiros consumidores
esgotarem, reduzir gradativamente o valor para colher consumidores das demais escalas
até que se chegue ao preço de mercado.
Exemplificando: A Apple tem a estratégia de cobrar mais caro por seus produtos. “O bra-
sileiro paga mais pelo celular, gosta mais da empresa. Portanto, cobramos mais do que na
China, onde há concorrentes com maior preferência.”
Em qualquer uma das discriminações vistas, por conta do poder de mercado, o bem-estar
dos consumidores diminui e o do monopólio aumenta.
144
REGULAÇÃO DO MONOPÓLIO NATURAL
Conforme já visto, os monopólios naturais são praticamente incontornáveis. Por estranho
que pareça, a existência deles é quase uma exigência do mercado.
O que se pede nas regulações é que sejam controlados a quantidade e os preços com
base no custo médio. A regulação do monopólio é desejável porque é inserida uma grande
parcela de pessoas no mercado de consumo.
OLIGOPÓLIOS: CARACTERÍSTICAS E
MODELOS TRADICIONAIS
Oligopólio é uma estrutura de mercado em que poucas empresas vendem similares ou
idênticas entre si. As principais características são:
Exemplificando: Se a Pepsi Cola decidir baixar o preço dos seus refrigerantes à metade,
146
nesse mesmo instante a Coca Cola seria afetada. O mesmo não vale para o caso de um
produtor de alfaces querer comercializar os seus produtos pelo valor de 50% daquele que
geralmente se cobra no mercado. Individualmente, ele não tem poder algum de interfe-
rência no equilíbrio de preços e ofertas.
⯀ Modelo de Cournot.
⯀ Modelo de Stackelberg
⯀ Modelo de Bertrand
⯀ Modelo da demanda quebrada
⯀ Modelo de firma dominante
Vale ressaltar que muitas empresas integrantes de oligopólios se associam umas às outras
definindo preços e quantidade semelhantes. Esta é uma atitude criminosa chamada con-
luio. Este não é o foco do nosso estudo.
OLIGOPÓLIO DE COURNOT
Mostra como as empresas decidem a quantidade que será produzida e oferecida pelo
monopólio. Tanto o modelo de Stackelberg quanto o de Cournot analisam a definição da
concorrência de mercado pela quantidade de produtos lançados. Já no de Bertrand, o
foco é o preço. Em todos os casos, as decisões são tomadas simultaneamente levando em
consideração os concorrentes. Os pressupostos do modelo que aqui analisamos são os
seguintes:
Existe somente um único ponto de equilíbrio: quando as duas empresas fazem as estima-
tivas corretas das produções uma da outra. Portanto, será possível definir o nível de pro-
dução que maximiza o lucro porque a informação da quantidade passa a ser conhecida.
O modelo de Cournot mede e analisa as curvas de reação das empresas, baseadas nas
estimativas corretas da produção das empresas participantes do oligopólio. A partir disso
é que se faz a definição da produção de cada empresa. Se todas elas acertarem as esti-
mativas feitas, haverá o surgimento de uma estrutura de equilíbrio.
Observação: As curvas de reação das empresas são diferentes porque consideram também
os custos marginais, que naturalmente variam de uma para a outra.
148
mercado.
OLIGOPÓLIO DE BERTRAND
No modelo de Bertrand as empresas fixam os preços e deixam ao mercado a decisão da
quantidade a ser vendida. Em contrapartida, pelos modelos de Cournot e Stackelberg elas
definem a quantidade produzida e, a partir desta, obtêm os preços. Os pressupostos do
modelo de Bertrand são os seguintes:
Há mais de uma empresa e todas elas fabricam produtos homogêneos, sem qualquer
diferenciação.
⯀ O preço nunca pode ser menor que o custo marginal, pois se assim fosse a empresa
aumentaria os seus lucros produzindo menos.
⯀ O preço nunca permanece maior que o custo marginal.
Exemplificando: Caso em que o preço é maior que o custo marginal. Imaginemos duas
empresas (A e B) que vendem os seus produtos homogêneos acima do custo marginal.
Se a empresa A reduzir o seu preço a um determinado valor, e a empresa B manter o preço
fixo anterior, todos os consumidores vão preferir comprar da empresa A. Se a empresa B
mantivesse sua política de preços sem alterações, a outra lhe tomaria a maioria dos
149
clientes. Acontece que na realidade dos oligopólios, os participantes reagem às ações um
dos outros. As empresas tentam minar os seus concorrentes até que o lucro econômico
seja igual a zero.
Os dois pontos que tratamos dão origem ao chamado paradoxo de Bertrand. Na realidade
o modelo de Bertrand não funciona muito bem, visto ser pouco provável que duas empre-
sas diferentes tenham a mesma estrutura de custo (pressuposto do modelo) e que o oli-
gopólio contenha um produto absolutamente homogêneo para todos os seus integrantes
(excetuando-se produtores de commodities). À parte isso, o modelo de Bertrand produz
um estado conhecido por equilíbrio de Nash.
Exemplificando:
150
A curva de oferta Sg corresponde às empresas de menor porte. A reta D é a representação
da demanda de mercado. Em condições normais e não havendo dominância, a intersecção
entre as duas retas seria o ponto de equilíbrio. O ponto Qd indica a quantidade produzida
da empresa dominante. A intersecção entre a reta Sg das empresas de menor porte e a
reta de preço de mercado P aponta a quantidade a ser produzida por elas. A quantidade
total de mercado é a soma das quantidades da empresa dominante com as quantidades
das empresas dominadas.
⯀ Para o preço 1 (P1): a dominante não oferta nada. As empresas menores atendem
completamente o mercado. Deste ponto partem as curvas de demanda e de receita
marginal da empresa dominante. A intersecção das curvas de demanda e custo
marginal cria o ponto em que determinada quantidade vai maximizar o lucro da
empresa dominante.
⯀ Para o preço de mercado (P): este é o preço que as empresas dominadas podem e
devem usar, visto que são apenas tomadoras de preço.
151
Pelo gráfico vemos que acima do preço de mercado nada é vendido porque devido a
homogeneidade do bem ofertado a maioria das vendas seriam perdidas. Abaixo do preço
de mercado, praticamente todos os concorrentes passariam a executar a mesma estratégia
tão logo ela fosse colocada em prática. Portanto, tem-se uma curva de demanda idealizada
pela empresa e uma outra curva de demanda que corresponde à demanda real de mer-
cado. Quando a curva de demanda chega ao valor do preço de mercado, a curva de receita
marginal se quebra. Esta retorna após atingido um determinado preço e continua a cair
até tocar o eixo x.
Exemplificando:
153
estudá-las economicamente. Essas informações não são obtidas com facilidade e sem
esforço e tempo.
154
As limitações desse método de análise são:
Equilíbrio de Nash
Esse nome é devido ao seu criador, o matemático John Nash. O conceito é derivado da
teoria dos jogos e enuncia o seguinte: um jogo com dois participantes A e B constituirá
equilíbrio de Nash se a escolha de A foi ótima, dada a escolha de B e se a escolha de B foi
ótima, dada a escolha de A. Geralmente o equilíbrio de Nash produz resultados eficientes
a nível de mercado, mas não a nível de Pareto.
155
Em seguida, os policiais liberam os dois suspeitos para entrarem em contato um com o
outro e decidirem o que será feito. Como nenhum dos dois quer ficar 30 anos, e é melhor
ficar apenas 5 do que 10, então o resultado óbvio é que nenhum dos dois confessará. A
estratégia foi assim combinada.
⯀ Lógica do Fulano: “Combinei não confessar, mas Beltrano não vale nada e não confio
nele. Tenho absoluta certeza que ele não respeitará o acordo. Posso pegar 30 anos
de cadeia por causa disso. Portanto, confessarei e será menos pior.”
Se Beltrano fosse de confiança e mantivesse fielmente sua palavra, a escolha ótima seria
então confessar. Assim o outro pegaria 30 anos de prisão e ele ficaria livre.
O melhor efeito de Pareto (para os indivíduos) é que ambos não confessem. O melhor
resultado para o “mercado” é que ambos confessem o crime.
OLIGOPSÔNIO E MONOPSÔNIO
São estruturas de mercado aplicadas exclusivamente aos compradores. Oligopsônio é um
mercado onde muitos vendedores podem estar presentes, mas há poucos compradores.
Monopsônio é um mercado de vários vendedores e apenas um único comprador.
156
PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB)
É o valor total de todos os bens e serviços finais produzidos dentro dos limites geográficos
de uma economia qualquer, em determinado período de tempo, de acordo com os preços
de mercado (inclusão de todas as etapas da cadeia produtiva: primária, secundária e
comercial). Geralmente o PIB é medido trimestral e anualmente.
No Brasil, a instituição que mensura e estipula o PIB nacional é o IBGE. O instituto recebe
dados de várias indústrias, órgãos comerciais e também da receita federal.
É fácil imaginar que países ricos tenham PNB maior que o PIB, e que países pobres tenham
PNB menor que o PIB. Os Estados Unidos e outros países ricos, por exemplo, recebem
lucros, juros, aluguéis e até mesmo salários. A Alemanha, por exemplo, como credora
mundial, recebe por meio de seus bancos juros de todas as partes do mundo. São trans-
ferência de rendas porque as populações devem trabalhar, produzir PIB, convertê-lo em
juros e enviá-lo para a Alemanha.
Índice calculado pela Fundação Getúlio Vargas desde o final dos anos de 1940. É um indi-
cador extremamente abrangente e foi criado para servir como indicador de inflação e
deflator do PIB — possibilitando nova forma de se calcular e avaliar os números da econo-
mia nacional. As três variações do IGP têm a mesma estrutura de cálculo. O que varia são
apenas períodos de coleta diferentes.
158
É um índice bastante utilizado no mercado financeiro. O IGPM é conhecido como “inflação
do aluguel” porque geralmente os contratos de correção dos aluguéis tem como indicador
o próprio IGPM. Todos os índices gerais de preços são compostos pela média aritmética
ponderada de 3 outros índices de preços:
⯀ Índice de preços ao produtor amplo (IPA): “preço no atacado” dos bens comercializa-
dos no mercado internacional (60%).
⯀ Índice de preços ao consumidor (IC): similar ao IPCA (30%).
⯀ Índice nacional de custo da construção (INCC): inclusive utilizado como indicador de
correção de contratos de vendas de imóveis (10%).
Índice de Preços ao Consumidor (IPC-BR): cobre a mesma área do IPCA. Sua faixa de renda
é de 1 a 33 salários mínimos.
Índice Nacional da Construção Civil (INCC): tem o objetivo de analisar o desempenho dos
gastos das construções habitacionais. Geralmente, ele é cobrado para corrigir contratos
na compra de imóveis.
159
TAXA DI E TAXA DI OVER
A taxa de depósito interbancário (DI) é a taxa utilizada para empréstimos entre instituições
financeiras e corresponde à média das taxas de juros dos depósitos interbancários com
prazo de 1 dia. É conhecida também por CDI.
Os bancos precisam de dinheiro entre si porque nem todos conseguem fechar o dia no
positivo. Esse mercado interbancário funciona como um duto de transferência de recursos.
A taxa de juros cobrada para isso é conhecida como CDI. Entretanto, há duas maneiras de
dar garantias dos empréstimos tomados: títulos públicos e efetivamente a emissão de
certificado próprio (CDI), com a captação de recursos e remuneração dos títulos a uma
taxa pré-fixada. Se tem muito banco precisando de dinheiro e poucos bancos emprestando,
a taxa aumenta, por exemplo. O contrário também é válido.
Geralmente a taxa DI guarda uma forte relação com a Selic, ainda que seja ligeiramente
menor — apesar de o governo ser um agente teoricamente mais seguro que uma insti-
tuição privada que emita seus próprios seguros. Isto se dá porque se a DI fosse maior que
a Selic, nenhum banco emitiria certificados. A diferença entre os valores serve justamente
para incentivar os bancos nesse processo. Já o termo over representa as operações de 1
dia útil.
160
balança de pagamentos, orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras,
propiciar o aperfeiçoamento das instituições financeiras, zelar pela liquidez e solvência das
instituições financeiras e coordenar as políticas monetárias, creditárias, orçamentárias e
da dívida pública interna e externa.
Observação: O conselho é por vezes criticado por sua composição tripartida. Em épocas
mais antigas, chegou a ser formado por onze conselheiros. Existem propostas atuais que
visam aumentar novamente esse número.
De forma mais específica, tais atribuições podem ser listadas da seguinte maneira:
161
Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
É uma espécie de BACEN do mercado de títulos e valores mobiliários, trata-se, portanto,
de uma autarquia de regime especial vinculada ao ministério da economia com persona-
lidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade administrativa e independência
(ausência de subordinação hierárquica, autonomia financeira e orçamentária para execução
de suas funções). Tem como objetivos fiscalizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o
mercado de valores mobiliários — ações, títulos de renda fixa, bolsas de valores, fundos
de investimentos etc.
A CVM pode ser vista como uma guardiã do setor mobiliário e traz segurança aos investi-
dores de que o dinheiro aplicado será tratado de maneira correta e legal.
Bancos Múltiplos
São instituições financeiras públicas ou privadas que realizam as operações ativas, passivas
e acessórias de diversas outras instituições financeiras por intermédio de carteiras comer-
ciais, de investimento e de desenvolvimento de crédito mobiliário, arrendamento mercantil,
e de crédito, financiamento e investimento. Assim, um banco múltiplo opera em quase
todos os segmentos do sistema financeiro. A condição básica para que um banco seja
considerado múltiplo é a operação de ao menos duas das carteiras anteriormente citadas,
sendo uma delas a comercial ou a de investimento (exclusivamente operada por bancos
públicos).
162
Exemplificando: O Bradesco é um banco múltiplo. Possui uma corretora própria (Ágora),
uma seguradora (Bradesco Seguros) e um setor focado em investimentos (Bradesco Prime)
em sua estrutura interna. O Itaú e o Banco do Brasil (BB) funcionam de maneira
semelhante.
Bancos de Investimentos
São instituições privadas especializadas em operações de participação societária de caráter
temporário, financiamento da atividade produtiva para suprimento de capital fixo e de
giro e também administração de recursos de terceiros.
163
Resumidamente, bancos de investimento são instituições que operam somente no atacado
com grandes contas voltadas para empresas grandes e volumosas, objetivando o finan-
ciamento de investimentos de médio e longo prazo.
⯀ Zelar pela liquidez adequada da economia: provê para o sistema econômico a quan-
tidade de moeda necessária para o seu bom funcionamento;
⯀ Zelar pela estabilidade econômica e monetária;
164
⯀ Administrar as reservas internacionais;
⯀ Estimular a formação de poupanças;
⯀ Aperfeiçoar o sistema econômico e financeiro.
⯀ Crescimento econômico;
⯀ Estabilização de preços;
⯀ Distribuição equitativa de renda;
⯀ Manter alto o nível de empregos: chegar o mais perto possível da taxa natural de
desemprego;
⯀ Manter endividamento público sob controle.
Todas as estruturas que acima citamos interagem com o Banco Central do Brasil. Este
relaciona-se a:
O sistema de pagamentos do Brasil pode ser entendido como um bom fruto que surgiu
do período de superinflação nacional e hoje deve ser visto como um orgulho nacional.
Compreende em sua estrutura liquidações das operações dos bancos tradicionais e dos
mercados de valores mobiliários. Todas as operações são realizadas de forma eletrônica e
rápida. O sistema norte-americano, por exemplo, chega a gastar 6 dias para transferências
166
de valores interbancárias.
NECESSIDADE DE FINANCIAMENTO
DO SETOR PÚBLICO (NFSP)
Trata-se de um consagrado indicador financeiro amplamente utilizado no mercado como
um todo, sinalizando a pressão do governo sobre os recursos de poupança disponíveis
para empréstimos aos agentes. Corresponde numericamente a soma do resultado primário
do setor público (receitas menos despesas antes dos juros) com a apropriação dos juros
nominais por competência.
167
O resultado primário pode ser obtido das seguintes formas:
⯀ Abaixo da linha: quando se mede o resultado do setor público pela variação do endi-
vidamento líquido.
Exemplificando: Começou no dia 1 de janeiro com uma dívida de 5 trilhões de reais e ter-
minou no dia 31 de dezembro com o valor de 5,2 trilhões. Assim, pode-se dizer que o
resultado primário é de 200 milhões de déficit.
⯀ Acima da linha: quando se mede pela soma dos itens de receitas e despesas (como
se fosse um demonstrativo de resultados aplicado ao setor público). Obviamente a
gestão acima da linha tem grande vantagem porque possibilita o controle dos itens
que compõem o resultado.
Dívida pública é o processo de tomada de recursos, por parte do governo, através da emis-
são de títulos de dívida ou assinatura de contratos, do setor financeiro e da população em
geral. A dívida pública pode ser interna (paga em moeda nacional a credores nacionais)
ou externa (paga em moeda estrangeira a credores internacionais).
168
⯀ A dívida pública interna pode ser originada pelo déficit primário, pelo pagamento de
juros e dívidas anteriores e pela manutenção dos objetivos da política monetária e
cambial.
⯀ A dívida pública externa é o total da dívida pública contraída pelos entes públicos e
empresas estatais junto a organizações exteriores, o qual deve ser pago em moeda
estrangeira correspondente.
LTN ou NTN-F: o juros anual que corrige o título já está estabelecido. Geralmente são pagos
no vencimento ou semestralmente (são títulos vinculados ao IPCA).
NTN-B principal e NTN-B comum: remunera pela variação da inflação oficial somada a
juros pré-fixados. São pagos, respectivamente, no vencimento ou a cada seis meses (são
títulos vinculados ao IPCA).
LFTs: pagam a taxa Selic somada a juros mínimos no vencimento (são uma série de títulos
vinculados à taxa Selic).
CURVA DE LAFER
Segundo essa teoria, com base num gráfico da alíquota de imposto pelo valor total pago,
se a primeira for zero a arrecadação também será nula. Se a alíquota de imposto for de
100% a arrecadação continuará sendo nula (porque teoricamente toda a renda seria des-
tinada ao governo). Entre alíquota 0 e alíquota 100, há uma linha parabólica voltada para
baixo que representa o crescimento, ponto máximo e consequente decrescimento da
arrecadação total. A curva de Lafer tenta, portanto, demonstrar a relação entre o valor
arrecadado e os diferentes percentuais de alíquota. Partindo dos pressupostos, existe um
ponto ótimo de arrecadação — a partir dele, o aumento de alíquotas diminui a arrecadação,
ao invés de aumentá-la. A ideia é de que a partir desse ponto as pessoas acreditam que
vale a pena correr o risco de cometer o crime de sonegação fiscal.
169
Os estudos que buscam validar empiricamente a curva de Lafer ainda não determinaram
qual seria o ponto ideal de equilíbrio. Ela é considerada no meio econômico apenas um
modelo teórico e lógico. Não se sabe se o equilíbrio é estabelecido a alíquotas baixas,
medianas ou altas.
Com o aumento de gastos haverá atração de capital externo. Ele faz com que o real se
valorizasse. Assim, as exportações ficam mais caras e diminuem em quantidade ao passo
que as importações aumentam.
Em linhas gerais, o efeito crowding out descreve os impactos dos gastos públicos nas
outras variáveis da demanda agregada. Inescapavelmente, isso se manifestará em aumento
170
da taxa de juros real.
Existe um outro efeito conhecido por equivalência ricardiana que diz que o aumento do
gasto público hoje não gera aumento de renda porque a variação de renda provocada por
ele seria retida pelas famílias com o objetivo de pagar os impostos futuros que terão com
o déficit público presente.
A reforma da previdência atual é uma manifestação disso. Nós hoje temos de lidar com
os custos do endividamento passado sacrificando nossa própria aposentadoria. Houve
uma série de privilégios adicionados à previdência pública cujos custos não foram pagos
pelos próprios funcionários públicos beneficiados, mas pela geração posterior. Em outras
palavras, podemos dizer que é também uma dívida moral e de responsabilidade.
Multiplicador de Gastos
Cada um dos elementos da equação da demanda excetuando-se os gastos públicos (con-
sumo, investimentos, exportação e importação) tem uma parte autônoma e outra parte
que depende da renda. A parte do consumo que depende da renda, por exemplo, é cha-
mada de propensão marginal ao consumo. A parte das importações que depende da
171
renda é chamada de propensão marginal à importação.
Propensões marginais são números entre zero e um que significam basicamente qual o
percentual da renda destinado à conta respectiva.
K1 = 1 / 0,7 = 1,4285.
Este número significa que se o governo aumentar os gastos em mil reais a renda vai
aumentar em 1000 x (K1) e assim sucessivamente. Cada um real de gastos públicos aumenta
a renda em R$1,4285. Para esse cálculo é que serve o multiplicador keynesiano de
gastos.
Multiplicador de Impostos
Mede o impacto na renda promovido pela variação na alíquota de impostos. Parte da ideia
de que o aumento da renda disponível (renda menos tributo) gera um impacto positivo
na renda maior do que o provocado pelo aumento dos gastos autônomos. É preciso uma
baixa nos impostos para que se promova os gastos privados.
Observe que aqui parte-se do pressuposto de que o aumento dos tributos provocará
redução de renda e vice-versa. Isto explica o sinal negativo no numerador da fórmula.
172
DELTA(Y) = (-0,6 / 1 – 0,6) x -1000.
Pressupondo que a variação dos gastos públicos é equivalente a variação dos tributos,
podemos substituir DELTA(T) por DELTA(G). Fazendo as operações de matemática básica
e igualdade na fórmula, chegamos à conclusão de que a variação de renda é igual a varia-
ção de gastos, que por sua vez é igual a variação dos tributos.
173
tributária) e controlar suas despesas (política de gastos), alcançando assim determinado
objetivo macroeconômico. Sempre afeta, portanto, gastos públicos e arrecadação de
tributos.
FUNÇÕES DA MOEDA
Moeda é um ativo monetário de aceitação geral que os agentes utilizam na troca de bens
e serviços entre si. Atualmente a moeda é fiduciária (depende da confiança dos agentes
no seu poder e no poder que a moeda representa) e de curso forçado (é preciso que esteja
regulamentada por leis). Como qualquer outra mercadoria, sofre dos influxos da oferta e
da demanda — o que significa dizer que também é influenciada pelos juros.
174
desde sua origem.
⯀ Funcionar como unidade de contagem e medida: todos os preços e produtos de uma
determinada economia são expressos numa única unidade de valor, permitindo assim
comparações e ajustes.
⯀ Funcionar como reserva de valores: transfere valor do tempo presente para o tempo
futuro com certo grau de segurança, preservando o valor de compra ou troca. Sofre
efeitos da inflação.
⯀ Funcionar como padrão de pagamentos diferidos: transfere direitos e obrigações
monetárias para o futuro.
M1 é exatamente o que entendemos por moeda. M2, M3 e M4 são quase moedas. Destruir
moeda é o mesmo que transformar M1 em M2, M3 e M4.
AGREGADOS MONETÁRIOS
175
São conceitos de moeda que incluem moedas e quase-moedas, e classificações de todos
os ativos financeiros de uma economia de acordo com a liquidez dada pelo banco
central.
Além desses quatro acima listados, há também um conhecido como M0: base monetária
restrita, que corresponde à moeda emitida pelo BACEN mais as reservas bancárias em
poder das entidades financeiras e seus depósitos no BACEN. Essa moeda é intitulada
restrita porque possui o poder de multiplicação bancário.
176
Multiplicador Monetário
Suponhamos um depósito feito em determinado banco no valor de R$1000. Esse banco
pode emprestar somente um valor que seja menor que o total depositado. Uma parte fica
reservada. As reservas são classificadas em:
⯀ Reservas voluntárias;
⯀ Reservas compulsórias: estipulada pelo Banco Central do Brasil e correspondente ao
percentual dos depósitos à vista que os bancos comerciais devem dirigir ao BACEN
de maneira obrigatória.
A taxa de retenção de moeda é o percentual médio dos ganhos que as pessoas deixam
guardado consigo.
O banco então reservará R$20 desse valor total de maneira compulsória. O restante foi
emprestado. O sujeito que recebeu esse empréstimo reteve consigo 30% dos R$80, e com
os R$56 restantes pagou uma conta com cheque.
O dono desse comércio depositará o cheque nesse valor em seu banco, que é o mesmo
do início do exemplo. Esse mesmo banco reterá 20% novamente e emprestará a diferença
para qualquer outro sujeito. Assim segue sucessivamente.
A oferta de moeda e o volume de empréstimos vai diminuindo até chegar a zero, impos-
sibilitando novas operações. Quando isso ocorrer, teremos os seguintes informativos:
Quanto maior for a reserva compulsória, menor será o aumento da oferta de moeda pro-
vocado por um determinado valor. Isto porque haverá diminuição da capacidade bancária
de empréstimo de dinheiro. Assim como quando a taxa de depósito diminui, a oferta de
177
moeda aumenta. O mesmo acontece com a taxa de retenção.
METAS DE INFLAÇÃO
178
Assim, o objetivo das metas de inflação consiste em reduzir as incertezas dos agentes
econômicos quanto à trajetória da inflação em determinado período de tempo, e também
estabelecer a confiança desses mesmos agentes em relação à condução governamental
da política monetária.
Para o cálculo da taxa de inflação, por exemplo, deve-se seguir os passos abaixo:
179
Resumidamente, o cálculo pode ser feito da seguinte maneira: Inflação ou Deflação = (custo
atual da cesta – custo basal da cesta) / custa basal da cesta.
Exemplificando:
No exemplo acima, uma variação no preço do leite é mais importante do que a mesma
variação no preço do café, visto que o gasto com leite é o dobro do valor do gasto com
café. Portanto, a inflação é um cálculo de custo médio ponderado dos aumentos de preços
de determinada cesta de consumo.
Inflação Antecipada
A inflação antecipada gera aumento de preços, mas nenhum impacto no Produto Interno
Bruto (PIB) Real, porque todos os aumentos são, justamente, antecipados. A ideia é que
os agentes trabalhadores, empresários e governamentais antevejam a inflação e repassem
às suas ações de hoje os futuros efeitos da inflação. Assim, o impacto no poder aquisitivo
se reduz a praticamente zero. Entretanto, a inflação antecipada afeta o Produto Interno
Bruto (PIB) Potencial. Ou seja, as projeções e a velocidade de crescimento anteriormente
esperadas são reduzidas.
180
de valor dela.
⯀ Efeito tributário: o efeito mais importante ocorre sobre as taxas de juros reais. A infla-
ção antecipada aumenta o retorno dos investimentos em moeda nacional. Portanto,
quanto maior for a inflação antecipada, maior será a distorção tributária.
⯀ Incerteza aumentada: quando a inflação é alta, os agentes têm dificuldade na aloca-
ção de recursos porque o sistema de preços encontra-se em desordem e muda o
tempo todo. Não é possível precisar o que está barato e o que está caro. Portanto,
fica difícil a decisão de onde aplicar o dinheiro e aproveitar as oportunidades. Essa
crescente incerteza torna muito difícil os planejamentos a longo prazo e faz com que
os agentes econômicos atuem em intervalos de tempo cada vez mais curtos.
Inflação Não-Antecipada
O fracasso na previsão de inflações resulta num conjunto de consequências indesejadas
que impõem custos inesperados aos mercados de trabalho e de capital. Diferindo-se da
inflação antecipada, a que agora estudamos afeta o Produto Interno Bruto (PIB) Real.
181
respectivamente), as taxas de juros não necessariamente incorporam uma taxa de
juros que corrija por completo a perda ou ganho de valor da moeda. Se a taxa de
juros se encontrar abaixo do que poderia ser, a situação favorece a tomada de emprés-
timos. Em caso contrário, estimula-se a concessão de empréstimos
INFLAÇÃO DE DESEMPREGO
A maioria dos economistas concorda que existe uma relação inversa entre a taxa de infla-
ção e a taxa de desemprego. Resumidamente, taxas de inflação de demanda elevadas
sinalizam que a demanda agregada está acima do potencial, provocando uma taxa de
desemprego abaixo da taxa natural. Em contrapartida, taxas de inflação de demanda
extremamente baixas estão relacionadas a níveis baixos de atividades econômicas, com
taxas de desemprego acima das que seriam naturais.
Inflação alta provoca desemprego baixo. Inflação baixa provoca desemprego alto. Esta é
a relação. O melhor indicador disso é a famosa curva de Phillips.
CURVA DE PHILIPS
É o método mais direto para o cálculo da intensidade da relação entre inflação e desem-
prego, tanto para o curto quanto para o longo prazo. Demonstra a troca entre inflação e
desemprego, ao passo que mantém constante a taxa de inflação esperada e a taxa natural
de desemprego.
182
Se você pretende diminuir a taxa de desemprego promovendo um aumento da demanda
acima da taxa natural, isso funcionará e ela ficará abaixo da taxa de desemprego natural
— o resultado agregado é um aumento de inflação.
Se você pretende diminuir a taxa de inflação, será preciso aceitar que a taxa de desemprego
será aumentada em prol do objetivo.
Qualquer queda ou aumento imprevisto de inflação acaba por não afetar a taxa de desem-
prego no longo prazo, a qual é sempre equivalente à taxa natural de desemprego.
Resumindo: no curto prazo a inflação tem impacto no mercado de trabalho, enquanto que
183
no longo prazo o mercado de trabalho não sofre efeito algum.
No caso de a inflação esperada ser igual a zero e não houver choques de oferta, a única
causa de inflação passa a ser a taxa de desemprego. Nessas condições:
184
inflação.
⯀ Se a taxa de desemprego corrente for menor que a taxa natural de desemprego:
haverá deflação.
Por essa segunda fórmula, a inflação corrente seria dependente da inflação esperada, do
indicador de sensibilidade x (vezes) a diferença entre as taxas de desemprego corrente e
esperada e ainda a influência do choque de oferta.
185
Formula para o cálculo da expectativa de inflação:
186
Pode-se dizer, por matemática básica, que a taxa de juros nominal é igual a taxa de juros
real vezes a inflação. Toda vez que a inflação aumenta, a taxa de juros nominal tem de
aumentar de maneira a manter a taxa de juros real constante. É dessa forma a dinâmica
de inserção da inflação na taxa de juros nominal.
M1. V = P.Y
Vale lembrar que P x Y corresponde ao que se chama de Produto Interno Bruto Nominal.
M1 x 12 = 1,05 x 1250
M1 x 12 = 1312,50
M1 = 1312,50 / 12
M1 = 109,38.
187
INSTRUMENTOS DE POLÍTICA MONETÁRIA
O processo de criação e destruição de moedas é feito exclusivamente pelo banco central
e pelos bancos comerciais. Os instrumentos de política monetária dos quais o Banco
Central do Brasil se utiliza nesse processo são:
Além disso tudo, vale lembrar que uma das funções do BACEN é ser um credor de última
instância. Um banco que não consiga eventualmente fechar o dia no “verde” apenas no
mercado interbancário pode ser ajudado pelo BACEN. A taxa usada para corrigir tal emprés-
timo é chamada de taxa de redesconto. Se os bancos passarem a aceder mais frequente-
mente ao BACEN, este pode aumentar a taxa de redesconto — desestimulando assim que
os bancos comerciais recorram a ele para pedir ajuda. Mas se o BACEN quiser aumentar
a oferta de moeda, basta reduzir a taxa de redesconto.
Por fim, as operações de mercado aberto consistem na compra e venda de títulos públicos
no mercado de capitais. Quando o governo vende títulos do BACEN, retira-se a moeda do
sistema (converte M1 em M4). E quando recompra títulos do BACEN, injeta moeda no
sistema financeiro (converte M4 em M1).
188
Nas atas do COPOM constam as razões de aumento, manutenção ou diminuição da taxa
Selic. Nelas também é informado qual a trajetória da Selic prevista para os próximos meses
e também qual a trajetória da inflação. Portanto, as atribuições principais do COMPOM
são:
⯀ Inflação.
⯀ Contas públicas.
⯀ Pressão das contas públicas sobre a inflação.
⯀ Nível de atividade econômica.
⯀ Cenário externo ao país.
Todos esses fatores são condensados num conjunto de variáveis e o conselho delibera
com base nessas informações.
A relação entre juros e atividade econômica tem muito a ver com as variáveis consumo e
investimento (influindo no mercado de bens de consumo e na taxa de juros livre de risco
e custo do capital). Quando falamos nessa relação, é também preciso entender que a taxa
de juros é a real. Assim, a taxa de juros atua no sentido de reduzir a atividade econômica
em todas as contas da demanda: consumo, investimento, gasto público e setor externo.
189
REGRA DE TAYLOR
Defende que o comportamento das taxas de juros poderia ser representado por uma
relação entre a taxa média de inflação + a taxa real de juros de equilíbrio + a soma ponde-
rada de dois desvios: a diferença entre os índices inflacionários e a diferença do produto
real em relação ao produto potencial.
Os desvios são representados por ALFA (sensibilidade à variação de inflação) e BETA (sen-
sibilidade à variação do produto). Taylor previu que em determinadas condições, os valores
correspondem a 0,5%.
Portanto, a taxa de juros nominal, segundo a regra de Taylor, tem de abarcar todas essas
variáveis: demandas imprevistas, choques de demanda, inflação prevista e imprevista.
Das duas teorias citadas acima obtemos seis determinantes da taxa de câmbio, os quais
190
atuam de maneira pareada:
⯀ Taxa de juros interna e taxa de juros externa: quanto maior for a diferença entre a taxa
de juros interna e a externa, maior será a valorização da moeda.
Se a taxa de juros interna aumenta o se a taxa de juros externa diminui, o fluxo de capitais
em direção ao Brasil aumenta porque os especuladores e investidores querem lucrar com
a arbitragem de juros pegando empréstimos estrangeiros e aplicando capital no Brasil.
Devido ao aumento inicial da entrada de dólar no país, a oferta dessa moeda estrangeira
também aumenta — fazendo com que o seu preço caia em relação ao real (valorização).
Observemos que a redução das taxas de juros internacionais provoca o mesmo efeito que
o aumento nas taxas de juros interna. Inclusive, ambas as operações podem somar forças.
O contrário também é válido. Se a taxa de juros interna diminui, a oferta de dólar acom-
panha esse movimento, porque passa a não valer a pena investidores externos alocarem
dinheiro no Brasil para lucrar com a arbitragem de juros. Com a saída de dólar, o preço
dessa moeda (câmbio) sobe por conta da queda da oferta.
Assim, um aumento nos preços internos desvaloriza a moeda nacional porque o dólar
acaba aumentando também o seu valor. Obviamente, como a atuação é dupla, a redução
dos preços externos produz exatamente o mesmo efeito. Seguindo essa linha de raciocínio,
a queda de preços externos, por sua vez, faz com que a oferta de dólar aumente e o preço
dessa moeda caia (valorização da moeda nacional).
⯀ Nível de renda interna e nível de renda externa: quando a renda interna aumenta, a
demanda por importados também aumenta — consequentemente aumenta tam-
bém a demanda por dólar, o que faz com que seu preço suba (desvalorização da
moeda nacional). Uma redução na renda externa produz o mesmo efeito, mas porque
haverá redução de exportações, visto que essa redução faria países estrangeiros
comprarem menos do Brasil.
Os efeitos produzidos pela queda da renda interna e subida da renda externa são os mes-
mos (valorização da moeda). Isto vale também para a subida da renda interna e queda da
renda externa (desvalorização da moeda).
191
Existe ainda um outro fator determinante da taxa de câmbio à vista que é a taxa de câmbio
esperada ou expectativa de valorização ou desvalorização cambial.
Exemplificando: O Brasil vive sob regime cambial flutuante. Quem determina o preço é o
mercado. Na China o câmbio é fixo porque quem o determina é o Partido Comunista
Chinês (PCC). A fixidez do câmbio não implica congelamento perpétuo — o valor da moeda
chinesa nos últimos anos tem aumentado em relação ao dólar, por exemplo.
Quando há flutuações cambiais bruscas, o governo visa reduzir os impactos das variações
— as quais se forem demasiado bruscas podem levar empresas saudáveis à falência. Vale
lembrar que essa ação governamental não altera a tendência cambial, apenas modula o
seu percurso.
Exemplificando: O euro passou a ser moeda comum da maioria dos países europeus na
Comunidade Econômica Europeia. Antes dele entrar em circulação, houve uma fase inicial
de balanceamento e ajuste dos preços: cada país converteu os seus preços numa moeda
conhecida com eco (moeda indexadora) — as suas moedas nacionais foram fixadas a uma
taxa de câmbio fixo na nova moeda para depois serem convertidas em euro. Nesse sistema,
todos os países envolvidos são responsáveis pela manutenção de paridade cambial entre
as moedas.
193
O gráfico acima representa a variação diária do câmbio entre 1 de julho de 1994 até 8 de
março de 1999. Neste período o Brasil teve um sistema de câmbio fixo. Observe que a
flutuação diária é perfeitamente previsível: sempre há uma variação delimitada por um
piso mínimo e teto máximo.
194
de modo que o câmbio real-dólar diminui. Menos reais passam a ser necessários para
comprar a mesma quantidade de dólar anterior.
Dentro dos fluxos internacionais de capitais, existem ainda dois termos: influxo de capitais
(dinheiro entrando: entrada líquida de capitais positiva com valorização da moeda nacional)
e afluxo de capitais (dinheiro saindo: entrada líquida de capitais negativa com desvalori-
zação da moeda nacional).
195
Os fluxos internacionais de capitais são mensurados em dois pontos de uma economia:
na conta financeira e na conta capital (de saldo baixo e pouca movimentação).
BALANÇO DE PAGAMENTOS
Balanço de pagamentos é o registro contábil de todas as transações de um país com o
resto do mundo. De certa forma, este balanço trata-se de uma contabilidade por caixa,
visto que as importações entram no caixa e as exportações saem dele. O caixa a que nos
referimos são as reservas internacionais.
⯀ Transações correntes: registram a troca de bens e serviços. Toda vez que essa troca
se consolida efetivamente, haverá contabilização. Exemplo: produtos importados,
serviços contratados no exterior etc.
⯀ Movimento de capitais: não há trocas ou contrapartidas de nenhum tipo de bens ou
serviços.
No longo prazo, a tendência do balanço de pagamentos é ter saldo zero. Ou seja, existem
épocas de superávit e de déficit que mais ou menos se igualam no longo prazo. Portanto,
quando as transações correntes são menores que zero no longo prazo, o balanço de capi-
tais é maior que zero. Quando as transações correntes são maiores que zero no longo prazo,
o balanço de capitais será deficitário.
TRANSAÇÕES CORRENTES
As transações correntes registram a troca de bens físicos e serviços. As principais contas
das transações correntes são balanço de serviços, renda primária, renda secundária e
balanço comercial (esta última é a mais conhecida do público em geral).
⯀ De maneira simples, a balança comercial registra tudo o que sai e entra dos portos
de um determinado país. O número final corresponde ao saldo da balança comercial.
No Brasil, este valor tende a ser maior que zero.
⯀ A balança de serviços corresponde às atividades de turismo, fretes, seguros e até
mesmo àquelas relacionadas a softwares (troca de serviços em geral). No Brasil, os
resultados finais dessa análise tendem a ser menores do que zero.
⯀ Já a renda primária se relaciona com juros, lucros, salários e outros tantas rendas. Se
um país produz muito, mas transfere, em contrapartida, muita renda para o exterior,
196
isto significa que ele não possuirá uma renda primária tão elevada. O Brasil, por
exemplo, é uma nação deficitária no quesito renda primária.
⯀ A renda secundária diz respeito ao pagamento de embaixadas e consulados, doações
internacionais etc. Antes da nova terminologia dos balanços de pagamentos, ela era
conhecida como “transferências unilaterais”.
A soma de todos os pontos acima listados é o que chamamos de saldo das transações
correntes.
CONTAS DE CAPITAL
O primeiro lado da balança de pagamentos corresponde às transações correntes, e o
segundo é o que agora estudaremos: contas de capital ou balanço de capitais. Esse tipo
de conta é extremamente pequeno porque só registra transferências de patrimônio de
migrantes.
Já a conta financeira é a que realmente avalia a parte mais massiva do fluxo de capitais
Nela estão incluídas 4 outras contas: investimento externo direto (produtivo, de longo prazo
e objetivando aumento da oferta agregada.), investimento em carteira ou portfólio (“espe-
culativo”, de curto prazo e buscando arbitragem de juros e câmbio), derivativos (corres-
pondem a uma subdivisão dos investimentos em carteira) e “outros investimentos” (tudo
que não se enquadra nos anteriores).
RESERVAS INTERNACIONAIS
São ativos externos controlados pelo Banco Central do Brasil e prontamente disponíveis
197
para qualquer tipo de pagamento em moeda estrangeira. Basicamente atendem às neces-
sidades de financiamento do balanço de pagamentos, intervenção no mercado de câmbio
e t a m b é m a o u t ro s f i n s re l a c i o n a d o s à e x e c u ç ã o d a p o l í t i c a c a m b i a l e
monetária-comercial.
A principal teoria fundamentadora desse equilíbrio chama-se lei do preço único: em mer-
cados concorrentes de economia aberta, com custos e transações previsíveis,
198
desconsideradas as barreiras tarifárias, os bens homogêneos vendidos em diferentes países
devem ter o mesmo preço (adotando-se uma moeda padrão).
O aumento de importações gera demanda por dólar, fazendo com que o seu preço aumente.
Isso acontece até o momento em que se deixa de ser importador e se passa a ser expor-
tador. No exemplo, o valor subiria até R$5,50. Neste valor, os preços interno e externo
passam a ser equivalentes novamente.
Portanto, a taxa de juros diz que a taxa de câmbio flutua de maneira a deixar o preço interno
igual ao preço externo de uma commoditie.
A cotação dólar-paridade poder de compra dita qual deve ser a cotação interna do dólar
que faria a lei do preço único ser válida. A paridade de poder de compra no longo prazo
determina que os preços nacionais são iguais aos preços internos x (vezes) a taxa de
câmbio.
199
Já a segunda, diz que a mudança percentual na taxa de câmbio entre duas moedas é igual
a diferença entre as mudanças percentuais nos preços das respectivas economias.
O cálculo de paridade relativa serve também para previsões. Nesse caso, os termos usados
serão as expectativas de variação dos preços nacionais e estrangeiros. No Brasil, tem-se a
ideia de que o preço do dólar aumenta constantemente porque a inflação brasileira é
também constantemente maior que a média da inflação mundial.
200
à taxa de desvalorização esperada da moeda nacional. Avalia-se o câmbio futuro e o
câmbio presente.
Se houver expectativa de valorização cambial, a taxa de juros interna deve subir automa-
ticamente para evitar a saída de dólares.
⯀ Coberta: nesse tipo de análise de paridade, assim que o dinheiro estrangeiro entra
no país, contratos futuros são feitos imediatamente (hedges). Os investidores analisam
qual será o preço do dólar para contratos futuros em determinado intervalo de tempo.
Se a diferença entre as taxas de juros internas e externas for maior que o custo dos
contratos futuros, haverá vantagem no aporte de dólares no Brasil.
Assim, a grande diferença entre a modalidade descoberta e a coberta é que nesta última
o câmbio de saída é previamente conhecido. O desconto futuro antecipado corresponde
aos hedges feitos.
CUPOM CAMBIAL
201
É a diferença entre a taxa de retorno de uma aplicação e a variação cambial no mesmo
período considerado.
Exemplificando: Imaginemos uma taxa de juros de uma aplicação seja de 15%. A expecta-
tiva é que o câmbio saia de 5 reais para 5,50 (valorização de 10%). O cupom cambial será
igual a (1,5 / 1,10 - 1) x 100 = 4,5454. Este é o “prêmio” que se recebe quando o dinheiro é
aplicado no Brasil, sob essas condições.
Um americano tem risco cambial zero se aplicasse o dinheiro em seu próprio país. Mas no
Brasil, há riscos cambiais — e o cupom cambial mede exatamente o prêmio por se correr
esse risco.
A taxa de juros local, na segunda fórmula, passa a ser o contrato DI (taxa de captação dos
bancos que integram os CDIs). As variáveis aqui relevantes são: dólar futuro negociado
em bolsa, dólar presente, dias úteis e dias corridos relacionados à liquidação do
investimento.
202
para o continente europeu. O Banco Central ficou de mãos atadas porque se o capital
especulativo está “assustado”, não há nada que se possa fazer para retê-lo. Nesse mesmo
cenário, uma empresa nacional importadora pode eventualmente quebrar. O que se faz
é uma compra exagerada e antecipada de dólar, evitando assim a falência. Para evitar que
este tipo de empresa sofra com a desvalorização excessiva do dólar por conta da fuga de
capitais advinda do pânico geral, o BACEN vende em reais o valor equivalente que seria
necessário, corrige o câmbio e ainda adiciona um cupom cambial — incentivando assim
a empresa ou investidor a comprar o “swap”. Os devedores dessa operação pagam, em
troca, a variação de juros doméstica do período.
O contrato “swap” é aquele que relaciona variação cambial + cupom cambial descontando
a variação da Selic do período estabelecido. Assim o Banco Central não precisa retirar
dólares de sua reserva para frear a corrida especulativa contra a moeda nacional.
Esse tipo de operação funciona, portanto, para acalmar os mercados de câmbio para evitar
que os agentes internos corram para comprar dólar a fim de evitar desvalorização e tam-
bém para oferecer hedges a esse mercado. Dito de outra forma, “swap” cambial é uma
dívida em dólar do Banco Central.
Existe também o “swap” cambial reverso, visto que o típico visa evitar desvalorizações.
Aquele, por sua vez, se dá quando houver expectativa de valorização da moeda nacional
ante o dólar. No caso, essa opção é majoritariamente oferecida a exportadores — o Banco
Central será detentor do swap que pagará a variação cambial com juros. A única coisa que
muda entre os dois tipos de “swap” é a posição do detentor do contrato em moeda
internacional.
203
⯀ Quantidade de Capital (investimentos dispendidos).
⯀ Estágio tecnológico (maquinário, técnicas e conhecimentos).
Portanto, quanto maiores forem esses fatores acima, maior será o PIB real ofertado.
⯀ Consumo.
⯀ Investimentos.
⯀ Gastos governamentais.
⯀ Setor externo líquido (exportação – importação).
O efeito riqueza se dá quando o nível de preço aumenta, enquanto os demais fatores per-
manecem constantes. Isto significa que as pessoas passam a ter menor poder de compra,
tornando-se assim mais pobres (a riqueza real diminui). Já o efeito substituição se manifesta
quando o nível de preços também sobe e as taxas de juros acompanham esse movimento,
permanecendo todos os outros fatores constantes. Quando os preços aumentam, se o
Banco Central não balancear isso, aumentando também a oferta de moeda, os juros sobem,
porque haverá menos quantidade de dinheiro circulante. Quando isso acontece, os
204
consumidores trocam consumo presente por consumo futuro, diminuindo a demanda. O
movimento ao longo da curva de demanda agregada depende majoritariamente da varia-
ção de nível de preços.
Além do preço, alguns outros fatores também afetam a curva de demanda agregada.
Mantendo-se o nível de preços, ela diminui quando:
⯀ As expectativas diminuem.
⯀ A política fiscal diminui os gastos governamentais.
⯀ Os impostos aumentam.
⯀ Os pagamentos e transferências diminuem.
⯀ A política monetária diminui a quantidade de dinheiro e aumenta a taxa de juros.
⯀ A taxa de câmbio valoriza a moeda nacional.
⯀ Já o aumento da demanda agregada se dá quando:
⯀ As expectativas futuras aumentam.
⯀ A política fiscal aumenta os gastos governamentais.
⯀ Os impostos diminuem.
⯀ Os pagamentos e transferências aumentam.
⯀ A política monetária aumenta a quantidade de dinheiro e diminui a taxa de juros.
⯀ A taxa de câmbio desvaloriza a moeda nacional.
205
a distinção entre curto e longo prazos em macroeconomia. O longo prazo é quando o PIB
real é igual ao PIB potencial (taxa de desemprego é igual a taxa de desemprego a pleno
emprego). O curto prazo é qualquer outro momento em que a situação anterior não acon-
teça. Se por alguma razão a economia não se encontra a pleno emprego e o PIB real não
for igual ao PIB potencial, o ponto é classificado como curto prazo.
A curva de oferta agregada no curto prazo descreve a relação entre o PIB real ofertado e
o nível de preços. O seu formato é exatamente o mesmo da curva de oferta individual:
quanto maior for o preço, maior será a intenção de oferta da economia.
206
Nos pontos A e B, a economia exemplificada se encontra abaixo de seu PIB potencial. Ou
seja, o PIB real está abaixo do que podia ser. A distância entre um ponto qualquer da
semirreta abaixo do PIB potencial é chamada de capacidade ociosa (corresponde a quanto
a economia pode ainda crescer sem inflação). Nos pontos D e E, a economia está acima
do PIB potencial, havendo assim inflação.
207
MOVIMENTOS DE DESLOCAMENTO LATERAL
DA CURVA DE OFERTA AGREGADA
Existem resumidamente três razões que provocam o deslocamento lateral da curva de
oferta agregada: quantidade de mão de obra, quantidade de capital e estágio
tecnológico.
208
quantidade acumulada de capital ou o surgimento de novas tecnologias e técnicas pro-
dutivas que promovem tanto o trabalho quanto o capital.
Os movimentos à esquerda são mais raros, porque poucas são as situações em que as
quantidades de mão de obra, de capital e de tecnologia diminuem. Isso ocorre excepcio-
nalmente em guerras, nas quais os homens morrem no front de batalha, pavilhões são
bombardeados e maquinários são destruídos.
Via de regra, as crises que ocorrem em países com processos hiperinflacionários e empo-
brecimento massivo da população (Argentina e Venezuela) estão relacionadas à oferta
agregada. Fixação de preços causa escassez porque ao se tentar manipular os preços de
mercado os agentes investidores passam a não mais saber onde aplicar o seu dinheiro.
Este começa a ser retirado do setor produtivo, passando à característica de aversão ao
risco. Nos países em que citamos, as fábricas ou estão fechando ou estão indo embora. A
quantidade de capital está progressivamente diminuindo. A oferta agregada no longo
prazo representada num gráfico, portanto, está se deslocando para a esquerda.
PIB real corresponde ao produto medido a preços constantes. Na prática, mede a quan-
tidade produzida ou demandada de uma economia.
Exemplificando: Uma economia produz 100 unidades de pães a R$1 cada, 50 kg de café a
R$3, e 30 litros de leite a R$4 o litro. O PIB nominal dela será de R$370. Se passado um ano
o setor de panificação tiver crescido, o de café diminuído e o de leite tiver se mantido
constante, como saber se houve crescimento econômico? Isso é relevado pelo cálculo do
PIB real — e para fazê-lo, os preços devem ser mantidos constantes pautando-se no
ano-base.
Suponhamos que o PIB real valha R$340 na nova situação. Isto significa que em compa-
ração ao primeiro valor, houve diminuição. Como os preços das unidades dos produtos
são os mesmos, as causas de tal diminuição é a redução nas quantidades produzidas.
O PIB real mede exatamente isso, uma vez que para que haja crescimento econômico, as
quantidades demandadas ou produzidas devem aumentar. Uma economia em estado de
recessão tem as suas quantidades produzidas e demandadas diminuindo.
209
O PIB potencial mede o que poderia ser produzido se os recursos de produção disponíveis
estivessem sendo plenamente usados (capital e mão de obra). Trata-se, portanto, de uma
promessa de produção. À medida que o tempo passa, o PIB potencial de uma economia
aumenta porque há progressão tecnológica e a população aumenta. Já o PIB real flutua
às margens do PIB potencial. Quando este é menor que aquele, o estágio é denominado
de superutilização da capacidade (hiato inflacionário). Já em caso contrário, o momento é
classif icado como subutilização da capacidade ou capacidade ociosa (hiato
deflacionário).
O pleno emprego se dá quando o PIB real se iguala ao PIB potencial. O grande objetivo
dos formuladores e gestores econômicos estatais é fazer com que a economia do país
atinja o pleno emprego. Isto significa que todos os recursos de produção disponíveis estão
sendo utilizados.
Exemplificando: Em 2010 foi o ano em que a economia brasileira mais cresceu (7,5%), desde
o último grande pico do “milagre econômico” na década de 1970. Neste momento, em
2010, a nossa economia se encontrava no patamar de pleno emprego, e a taxa de desem-
prego era de apenas 5%. Essa porcentagem é muito próxima da taxa natural de desem-
prego no Brasil. Nos Estados Unidos da América (EUA), o valor é por volta de 3%.
Temos no eixo cartesiano macroeconômico o PIB real vs. nível geral de preços. As forças
que conduzem ao equilíbrio são exatamente as mesmas que anteriormente estudamos.
No ponto (d), onde houve um aumento de nível de preços, as pessoas ficam mais pobres.
Ao mesmo tempo, como os preços subiram, mas os salários foram mantidos, as empresas
vão querer ofertar mais, visto que houve aumento de lucro. Entretanto, nesse cenário a
economia opera com capacidade ociosa, visto que não há demanda que consuma toda
a oferta para o nível preço. Depois de certo tempo, as empresas que haviam aumentado
a produção e oferta acabam por reduzir os preços para liberar estoques. O resultado prático
é que os preços gerais caem, e a demanda agregada sobe — a pobreza inicial causada
pelo aumento dos níveis de preço acaba sendo rebalanceada ao final desse microciclo
econômico.
No Brasil de hoje (2020), inclusive com o setor externo, está havendo excesso de demanda.
O Resultado prático é que ocorrerá um processo inflacionário que vai resolver a questão
externa e diminuir a demanda de consumo das famílias.
211
econômico — apenas inflação. A única maneira de crescer além desse ponto é fazer com
que a oferta agregada de longo prazo se desloque para a direita.
Exemplificando: Imaginemos, usando o gráfico acima, que uma nova curva de oferta
agregada de longo prazo passe pelos pontos (b) da reta preta e pelo ponto (d) da vermelha.
Observe que há possibilidade de crescimento caso isso aconteça verdadeiramente. O PIB
real cresceria de 6,9 para 7,5 bilhões de reais sem que houvesse processo inflacionário
significativo. A diferença entre a reta verdadeira e a imaginária, que descrevemos acima,
é chamada de hiato deflacionário. Há espaço para crescimento seguro de inflação
monetária.
Imaginemos agora que agora a curva de oferta agregada de longo prazo se desloque para
a esquerda e intercepte a reta preta no ponto (d) e, na vermelha, no ponto (b). Isso acon-
teceria se um governo qualquer decidisse congelar os preços. Com o passar dos dias, a
demanda agregada necessariamente há de cair, bem como a oferta agregada de curto
prazo. O hiato entre as duas curvas de oferta agregada de longo prazo agora é chamado
de hiato inflacionário. Se isto não for solucionado, a economia como um todo vai se empo-
brecer progressivamente.
212
Módulo 3
análises de relatórios
financeiros
Este capítulo vai tratar sobre as análises de relatórios financeiros.
PRINCIPAIS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Dentro de nossas aulas temos as explicações dos conteúdos, alguns mapas mentais e, por
fim, alguns exercícios que ajudarão na fixação do conteúdo. Tendo assimilado a idéia do
tema e seu funcionamento, os exercícios serão essenciais para o processo de
aprendizado.
Podemos dizer que o OBJETIVO do CPC 26 é definir a base para a apresentação das
demonstrações contábeis, para assegurar a comparabilidade, tanto com as demonstrações
contábeis de períodos anteriores da mesma entidade, quanto com as demonstrações
contábeis de outras entidades. Visa-se a comparação entre entidades e, também, entre
as empresas por si só, levando em conta períodos diferentes. Por exemplo, por meio das
demonstrações contábeis nós conseguimos visualizar a diferença de uma empresa no
período de 2017 em relação a 2020. Ainda assim, podemos comparar o mesmo período
em diferentes empresas, ou, períodos diferentes em diferentes empresas; tudo isso é pos-
sível por meio das demonstrações contábeis.
214
Finalidade das Demonstrações Contábeis
As demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial
e financeira e do desempenho da entidade. Com o objetivo de proporcionar informação
acerca da posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da enti-
dade, sendo úteis essas informações para o Governo, Banco, Credores, Usuários da
Companhia etc. Também, é claro, visam apresentar os resultados da atuação da adminis-
tração, levando em conta os seus deveres e responsabilidades na gestão diligente dos
recursos que lhe foram confiados. Ou seja, a gestão, os resultados, o desempenho e as
possibilidades futuras, precisam das demonstrações contábeis para funcionar da melhor
forma possível.
Por exemplo, um Gestor da empresa X, quando precisa efetuar os pagamentos dos cre-
dores, dos funcionários, dos investidores, dos materiais de trabalho, precisará ter em mente
toda a contabilidade da empresa para desempenhar essa função da melhor forma possível.
Como ele fará isso? Por meio dos relatórios das demonstrações contábeis, onde terá todas
as informações necessárias para desempenhar seu papel.
Por fim, antes de apresentarmos, é importante saber que cada item tem igualdade de
importância, ou seja, não há uma demonstração contábil mais importante do que a outra
– inclusive, essa é uma pegadinha possível na hora da prova: “destaque a demonstração
mais importante” ou “tal demonstração é a mais importante”.
215
Informações comparativas com o período anterior (e);
Observação: as siglas colocadas ao final, por exemplo, b1, servem para facilitar na hora da
representação, são simples abreviações.
Considerações Gerais
Esse tópico reflete perfeitamente a letra da lei, todas essas considerações estão dispostas
na lei e podem, sem sombra de dúvidas, aparecerem na hora da prova.
O conjunto completo das DC’s deve ser apresentado pelo menos anualmente (existindo
outras possibilidades, como mensais, trimestrais e semestrais). A entidade divulgará infor-
mações comparativas com respeito ao período anterior para todos os montantes apre-
sentados nas DC’s do período corrente, a não ser que os CPC’s permitam ou exija de outra
forma. Deve haver consistência de apresentação.
EXERCÍCIO
De acordo com o CPC 26 “Apresentação das Demonstrações Contábeis”, a entidade
deve elaborar as suas demonstrações contábeis utilizando-se do regime de compe-
tência, EXCETO para:
216
a) Demonstração do valor adicionado;
BALANÇO PATRIMONIAL
Introdução
Começaremos a analisar todas as demonstrações contábeis que foram apresentadas
anteriormente, com isso em mente, falaremos um pouquinho sobre o Balanço Patrimonial,
dentro dele teremos os componentes e itens monetários e não monetários.
Conceito
A demonstração contábil cuja finalidade reside na apresentação da posição financeira e
patrimonial da empresa em determinada data. Nada mais é do que termos em mente
como está a situação financeira da empresa, em uma data específica estabelecida, e, é
claro, o patrimônio se refere à dinheiro.
Precisamos ter em mente uma estrutura para realizar o balanço patrimonial. Nesse
momento, basta visualizarmos o quadro abaixo que ilustra a estrutura do Balanço Patrimonial:
217
Em perspectiva essa, entendemos por circulante aquilo que vamos conseguir utilizar dentro
do exercício (por exemplo, de exercício, temos Janeiro à Dezembro) da minha demonstra-
ção contábil, por conseguinte, temos os não circulantes, por exemplo, os valores que
entraram após o exercício em questão; é claro, falamos dos ativos.
Quanto ao circulante passivo, onde nós gastamos dinheiro, a regra segue a mesma linha
tendo de corresponder-se dentro do exercício e, caso não ocorra, extrapolando o prazo,
será considerado não circulante. Por exemplo, quando compramos matéria prima em 10x,
esse valor virá dentro do exercício para o nosso “contas a pagar”, sendo então circulante.
Vale lembrar, que todos esses casos acontecem bastante nas instituições bancárias, no
caso de empréstimos. Sempre sendo levado em conta o circulante e não circulante.
Por fim, dentro do PL (Patrimônio Líquido) teremos, por exemplo, o valor que cada sócio
deu na fundação da empresa. Teremos ainda, os resultados da empresa, superávit, balan-
ços, bens etc.
218
Seguindo a mesmíssima idéia do quadro anterior apresentado aqui em nossos conteúdos,
apenas colocamos algumas disposições a mais. Popularmente é dada aos ativos circulantes
a sigla AC e, no caso dos não circulantes, temos o costume de nos referir a eles por meio
da sigla ANC.
Vale lembrar, que em casos de “Holdings” teremos de fazer o balancete apenas da empresa
central sob todas as outras. Por exemplo, uma “Holding” que tem uma construtora, uma
imobiliária e uma empresa de arquitetura, o balancete, nesse caso, será feito sob a empresa
principal que é a “Holding”, mas com toda certeza as outras empresas estarão dentro desse
balancete.
Dentro dos ativos, entendamos por Tangíveis os bens que são corpóreos, por exemplo, um
carro que compramos por 30k, que estará sujeito à depreciação. E, não obstante, enten-
damos por Intangíveis os bens não corpóreos, por exemplo, uma marca registrada que
tem seu valor, independente de ser baixo ou alto esse valor, sendo a marca um bem
intangível.
Dentro dos passivos, entendamos por obrigações de curto prazo a luz, a água e internet
que temos de pagar todos os meses para o funcionamento da empresa, essas "dívidas"
constantes fazem parte do patrimônio da empresa. Temos ainda nessa categoria o PL,
abarcando o capital à integralizar, ou seja, os valores precisarão vir para uma soma total,
do terreno, da parte dos investimentos iniciais dos sócios, por exemplo.
Por fim, é importante entender que o grau decrescente de conversibilidade (seta rosa no
quadro) é o quanto de tempo que transformaremos os nossos ativos em dinheiro, ou
melhor, em liquidez. Por exemplo, se temos um caixa de R$100 e um estoque de R$1500,
219
é óbvio que o caixa será mais rápido de transformar em mais dinheiro, pois estoque teria
de ser colocado no mercado para aguardar um possível cliente. Ficando o caixa em pri-
meiro lugar e o estoque em segundo lugar, formando assim o grau de conversibilidade.
Por sua vez, o grau decrescente de exigibilidade (seta verde no quadro) nos tem como
exemplo dois empréstimos, um de R$1000 reais que vencerá dentro do exercício e, tam-
bém, outro empréstimo de R$5000 que vencerá fora do exercício. O que vence dentro do
exercício tem prioridade sendo o primeiro e o fora que vence fora do exercício será o
segundo; estabelecendo assim o grau de exigibilidade.
O quadro abaixo facilitará nossa compreensão do exercício que nós tanto falamos e que
é fundamental para esses conceitos:
E, quanto aos passivos, também teremos uma mapa mental para nos facilitar a compre-
ensão e para ampliar nossa percepção acerca das disposições dessa modalidade, a partir
do seguinte mapa mental:
220
Dentro dos passivos, o exercício funciona da mesmíssima forma como nós já
apresentamos:
Patrimônio Líquido
Dentro do PL, são classificadas as seguintes contas:
⯀ Capital Social;
⯀ Reservas de Capital;
⯀ Ajustes de Avaliação Patrimonial;
⯀ Ações em Tesouraria;
⯀ Reservas de Lucros;
⯀ Prejuízos Acumulados.
Todos esses tópicos precisam ser decorados, não podem ficar de fora do acervo de con-
teúdos importantes. Na hora da prova, você precisará ter em mente a idéia central de cada
um desses tópicos.
221
E, na aula em vídeo, vocês poderão visualizar um balancete real para a compreensão,
encontrando todos esses tópicos, no exemplo do vídeo, utilizamos o balancete da Gerdau.
Nesse balancete podemos enxergar o período realizado, incluindo os ativos circulantes e
os não circulantes no período de 31/12/2019 em relação ao período de 31/12/2018.
Vale lembrar, que a visibilidade do balanço ajuda muito na hora da analise, sua organização
e disponibilização dos dados fazem total diferença. Algumas empresas fazem balancetes
bonitos e bem explicativos, em contrapartida, algumas empresas entregam longas listas
com cálculos grandes dificultando a visualização.
EXERCÍCIO
Com base nos pronunciamentos técnicos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis
e nas disposições da Lei n. 6.404/76 e suas alterações. Sobre o Balanço Patrimonial,
julgue a seguinte assertiva:
Para melhor compreensão do assunto é necessário entender que existe um conceito para
definir o termo receitas. Elas equivalem ao aumento dos ativos ou diminuição dos passivos
subtraído a contribuição dos detentores (qualquer redução no valor da receita, como, por
exemplo, os impostos).
O conceito define que as receitas significam aumento nos ativos ou redução nos passivos.
Portanto, a finalidade é o aumento de patrimônio líquido. Isso é o que precisamos saber.
Já as despesas podem ser entendidas como o contrário das receitas. Desta forma, são
reduções nos ativos ou aumento nos passivos —implicando em redução do patrimônio
líquido. Quanto à classificação conceitual, são opostos perfeitos.
222
Exemplificando: despesa com aluguéis ou receita com vendas de mercadorias.
A lei 6.404/76 aponta no artigo 187, parágrafo 1º, que na determinação do exercício serão
computados:
223
tivo montante por ação do capital social.
Isto é o rege a lei 6.404/76 em nosso país. É normalmente muito cobrada em provas de
certificação. Não raramente, as bancas de avaliação tentam confundir você misturando
os diversos termos.
Comparando a lei 6.404/76 com o CPC 26 vemos que em todo caso deve-se levar em conta
o resultado líquido e as receitas. A diferença principal é que neste último tudo começa a
partir da receita operacional líquida, ou seja, não contempla o faturamento completo.
Enquanto que na lei, há algumas deduções anteriores para que se chegue na receita ope-
racional líquida. Além disso, no CPC 26 desconsidera-se as participações. Ele para no
resultado líquido do período.
Esta é a estrutura de descontos da lei. Assim que o dinheiro entra em caixa, são aplicados
sucessivos descontos até chegar ao valor final livre, que será dividido entre um grupo de
acionistas.
224
Os termos levados em consideração no CPC 26 são os seguintes:
⯀ Receitas;
⯀ Custo da Mercadoria Vendida (CMV);
⯀ Custo operacional bruto: despesas com venda, despesas administrativas e gerais;
outras despesas; outras receitas;
⯀ Resultado de equivalência patrimonial;
⯀ Resultado antes das receitas e despesas financeiras: receitas e despesas
financeiras;
⯀ Resultado antes dos tributos sobre o lucro: despesas com tributos sobre o lucro;
⯀ Resultado líquido das operações continuadas;
⯀ Resultado líquido do período.
Pegue a ideia geral da coisa. Tudo se resume a receita, despesa e resultado. No CPC 26
essa conta é mais curta e na lei 6.404/67, mais longa e estratificada. Nas provas de certi-
ficação os termos são propositalmente embaralhados. Nunca se esqueça de levar em
consideração a diferença de simplicidade acima descrita. Caso queira aprofundar-se ainda
mais no assunto, destrinche a lei em partes e estude exaustivamente.
QUESTÃO 01.
Com base nas disposições da lei 6.404/76, julgue o item a seguir, relativo à DRE:
225
uma representação estruturada do total de receitas, estando deduzidas as despesas
e também abrange os ganhos e as perdas do período.
Resolução: Separe cada uma das afirmações. Um dos objetivos da DRE é evidenciar o
desempenho da entidade (afirmação verdadeira). Essa demonstração é uma representação
estruturada do total de receitas, sendo deduzidas as despesas (afirmação verdadeira).
Também abrange os ganhos e as perdas do período (afirmação verdadeira). A questão
está correta!
QUESTÃO 02.
A Cia. Especial S.A apresentou em 31/12/2019 os saldos das seguintes contas (veja as
imagens abaixo). O lucro bruto apurado no ano de 2019 em reais corresponde a:
a) 242.000,00
b) 276.000,00
c) 225.000,00
d) 320.000,00
e) 472.000,00
226
Resolução: É preciso muita atenção, pois este formato de questão aparece em diversas
provas de certificação. O examinador que te assustar colocando um monte de contas para
você diga: “Não tenho a menor condição de responder isso. Vou chutar!”
Não se assuste com o tamanho das questões. O pedido do enunciado é para saber o lucro
bruto. Entenda isso e então volte para os dados iniciais. Leia cada uma das linhas. Depois,
observe que o trabalho se dará apenas com números inteiros.
Lucro bruto achamos no DRE. Nele há contas de resultado. Contas a pagar e estoque sig-
nificam balanço patrimonial (informação irrelevante). Pagamentos de clientes (informação
irrelevante). Empréstimos bancários obtidos (informação irrelevante). Disponibilidades
(informação irrelevante). Receita bruta de vendas (informação relevante). Capital social
(informação irrelevante). Custo das mercadorias vendidas (informação relevante). Imposto
sobre vendas (informação relevante). Despesas com salários e reserva legal, depreciação
acumulada, seguros pagos antecipadamente, investimentos na coligada Cia. Investida,
salários a pagar e impostos a recolher (informações irrelevantes).
227
o abatimento sobre vendas (R$4.000,00). O resultado líquido é de R$472.000,00 e o lucro
bruto é de R$242.000,00. Resposta correta é a alternativa “a”.
Fatos contábeis que alteram o patrimônio líquido são aqueles que mexem no numerário
total da conta do patrimônio inteiro, não apenas do patrimônio líquido. Os principais são
os seguintes:
228
⯀ Aumento;
⯀ Redução.
◇ Prejuízo;
◇ Ajuste de avaliação patrimonial (devedor);
◇ Dividendos propostos a distribuir;
◇ Ações próprias adquiridas;
◇ Gastos na emissão de ações;
◇ Ajustes de exercícios anteriores (devedor);
◇ Reversão da reserva de lucro a realizar para a conta de dividendos a pagar;
◇ Outros resultados abrangentes.
Após uma reavaliação, o erro foi identificado e o valor não deveria ter sido lançado em
clientes porque era apenas estoques. No mês subsequente o lançamento foi corrigido.
Clientes voltou a ter R$80.000 e estoques foi a R$101.000. O valor em absoluto não foi
alterado.
Esta manobra aqui descrita não muda o patrimônio líquido. Entretanto, a aquisição de
mais um ativo alteraria o valor e aí sim deveria constar na DMPL.
229
acumulados;
⯀ Compensação ou prejuízo com reservas.
Vemos que na primeira linha da tabela, em azul escuro, estão as contas do patrimônio
líquido: capital social; reservas de capital; reserva de lucros; lucros ou prejuízos; outros
resultados; patrimônio líquido; patrimônio dos não-controlados e patrimônio líquido
consolidado.
Perceba que haverá o cruzamento das informações entre a linha e a coluna principal para
análises de mutações para chegarmos ao saldo final e vermos a situação última da conta.
QUESTÃO 01.
Julgue o seguinte item a respeito da elaboração das demonstrações contábeis segundo
os pronunciamentos do CPC e a legislação vigente:
230
Apesar de ser facultativa, segundo a legislação societária, a demonstração de muta-
ções do patrimônio líquido integra o rol de demonstrações financeiras classificadas
como obrigatórias pelo CPC.
Resolução: Lembre-se do que foi dito lá no início dessa aula. A DMPL é facultativa para a
lei 6.404/76 e obrigatória para o CPC 26. Assim sendo, a afirmação do enunciado está
correta.
É preciso saber que variação corresponde às entradas e saídas do caixa. Aqui o assunto é
fiscal, não misture com o assunto competência.
Posto isso, a Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) evidencia entradas e saídas de
dinheiro no “disponível” de uma empresa em determinado período, segregando as infor-
mações em três fluxos: operações, financiamentos e investimentos.
⯀ Proporcionar aos usuários das demonstrações contábeis uma base para avaliar a
capacidade da entidade gerar caixa e equivalente de caixa, bem como as necessida-
des de ela utilizar os fluxos de caixa (CPC 03);
⯀ Equacionar as entradas e saídas de recursos dispostos ao longo do tempo;
⯀ Avaliar a capacidade da empresa gerar fluxo de caixa positivo no futuro;
⯀ Visualizar os fluxos monetários, entrada e saída de dinheiro da entidade;
⯀ Avaliar a capacidade de a empresa honrar os seus compromissos com os credores
(usuários especiais);
⯀ Indicar os valores esperados de entrada e de saída de recursos financeiros ao correr
de um determinado intervalo de tempo;
⯀ Identificar a parte do lucro ou prejuízo líquidos apurados pelo regime de competência
convertido em dinheiro: quando se faz uma projeção, é importante saber qual será
a competência. “O dinheiro entrará esse ano agora ou somente no outro?”;
⯀ Avaliar os efeitos decorrentes das operações de investimentos e financiamentos na
231
posição financeira da empresa;
⯀ Avaliar o grau de precisão dos fluxos de caixa estimados no passado e as suas reali-
zações no futuro: isto é, observar a realidade dos acontecimentos, aprender com isso
e realizar novos projetos.
Algumas empresas fazem investimento com o dinheiro do caixa e depois pedem dinheiro
emprestado para conseguir capital de giro. Algo que particularmente pode não ser muito
interessante por conta das taxas de juros bancárias.
Os principais modos de elaboração de fluxos de caixa (CPC 03) são o direto e o indireto.
232
efeitos de itens de receita ou despesa associados com o fluxo de caixa das atividades
de investimento ou financiamento.
“Efeitos das transações que não envolvem caixa” dizem respeito a depreciações, enquanto
que “efeitos de itens de receita associados com fluxo de caixa das atividades de investi-
mento e financiamento” tratam de receitas e despesas financeiras.
Pelo método direto o que se quer saber é se houve entrada ou saída de dinheiro. Já pelo
indireto, busca-se avaliar as depreciações e revertê-las como receita — visto que elas não
correspondem propriamente a saídas de caixa. O mesmo se dá no método indireto com
as receitas e despesas financeiras, as quais não são receitas advindas da atividade
operacional.
Outro ponto a ser ressaltado é que dentre os três tipos de fluxo de caixa anteriormente
citados, os resultados das elaborações direta e indireta alteram somente o fluxo de caixa
operacional.
O fluxo de caixa é tudo aquilo que havia anteriormente + aquilo que foi ganho – os valores
233
gastos. O resultado é o saldo final.
A parte de variações nos ativos operacionais utiliza o balanço patrimonial para chegar ao
valor de caixa. É uma relação inversa quanto aos ativos, enquanto que na variação dos
passivos operacionais é uma relação direta.
234
Se na conta “clientes” havia um saldo inicial de R$100 e ele foi para R$120 ao final do perí-
odo, o que aconteceu é que o ativo teve 20% de aumento. Portanto, nas variações de ativos
operacionais você subtrai R$20.
Se nas “contas a pagar” havia um saldo inicial que também era de R$100 e foi para R$120
ao final do período, isso precisa entrar na avaliação de forma direta.
Por fim, o saldo final disponível pelo método indireto corresponde ao saldo inicial somado
de todas as movimentações no período em análise.
QUESTÃO 01.
A demonstração dos fluxos de caixa tem por objetivo evidenciar as variáveis ocorridas
entre o início e o final do exercício no grupo de:
e) Disponível da companhia
235
QUESTÃO 02.
A apresentação da demonstração dos fluxos de caixa não é obrigatória para as com-
panhias fechadas com patrimônio líquido na data do balanço inferior a 2 milhões de
reais.
Resolução: Lembre-se do que vimos na introdução dessa aula. Não haverá obrigatoriedade
de apresentação da DFC para companhias fechadas com patrimônio líquido na data do
balanço inferior a 2 milhões de reais.
QUESTÃO 03.
Considere as informações do balanço patrimonial e da demonstração do resultado
do exercício da empresa comercial Horizonte referentes ao exercício de “X2”
a) 870
b) 930
c) 900
d) 875
236
e) 547
Para o saldo inicial, olhamos o que se deu apenas na conta “clientes”. Depois consideramos
as entradas, correspondentes às receitas brutas de vendas — aquelas que foram obtidas
na negociação. O que se pede no enunciado é o valor das saídas referente a conta “clien-
tes” também.
Assim sendo, 110 + 900 – (recebidos) = 140. Fazendo as operações matemáticas necessárias,
obtemos o resultado de 870. A resposta correta é a alternativa a.
Conceito
A DVA tem por objetivo demonstrar o valor da riqueza econômica gerada pelas atividades
da empresa como resultante de um esforço coletivo e sua distribuição entre os elementos
que contribuem para a sua criação. Não obstante, a DVA acaba por prestar informações a
todos os agentes econômicos interessados na empresa, tais como empregados, clientes,
fornecedores, financiadores e governo. Com essa demonstração conseguimos avaliar a
riqueza gerada e a sua destinação.
237
Segundo o CPC 09, seu objetivo é proporcionar aos usuários das demonstrações contábeis
informações relativas à riqueza criada pela entidade em determinado período e a forma
como tais riquezas foram distribuídas.
Antes de entrarmos no próximo tópico se faz necessário algumas ponderações para que
entendamos como funciona o DVA dentro das empresas. Analisemos algumas cidades
com postos petrolíferos ou com grandes construções, que se localizam em cidades peque-
nas, às vezes minúsculas. Essas empresas dentro dessas pequenas cidades acabam não
contratando apenas moradores locais, mas acabam trazendo moradores de outras regiões
238
e países, para trabalhar na empreitada. Essas empreitadas fomentam uma série de ativi-
dades dentro da cidade, sejam atividades de moradia, de comércio e de produção. Logo,
com o DVA nós conseguimos compreender esse tipo de atividade e distribuição de riqueza,
como no exemplo das grandes empreitadas em cidades pequenas gerando renda.
Divisão do DVA
Apresentamos um quadro básico para que compreendamos essa divisão do DVA, para
que possamos enxergar claramente suas destinações:
239
QUESTÃO 1
(Certa ou Errada). As receitas de venda de mercadoria, produtos e serviços de uma
indústria, devem incluir na demonstração do valor adicionado os valores dos tributos
incidentes sobre as referidas receitas.
Obs: entenda-se por ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), IPI (Imposto
sobre Produtos Industrializados), PIS (Programa de Integração Social) e COFINS (Contribuição
para o Financiamento da Seguridade Social).
NOTAS EXPLICATIVAS
Chegamos, então, ao nosso último assunto dentro das demonstrações contábeis, que são
as notas explicativas.
Definição
240
Sendo uma modalidade fácil de compreender, utilizada quando os números não dão conta
de nos explicar tudo que precisamos saber na hora de analisar o balancete.
Não poderemos colocar informações irrelevantes para justificar, devemos sempre ter senso
de proporção. Não se utiliza uma nota explicativa para apresentar e demissão de uma
única pessoa, não é relevante o bastante, agora, uma demissão em massa de 100 pessoas,
é totalmente relevante e merece a utilização.
Conteúdo
Quanto ao conteúdo de uma nota explicativa, podemos seguir a seguinte explicação como
base:
241
Tudo isso deve constar dentro das notas explicativas, é muito importante ter a ciência do
conteúdo necessário. Basicamente, esse é o resumo daquilo que o CPC nos direciona a
colocar na nota explicativa.
QUESTÃO 1
Com relação ao conteúdo das notas explicativas e a apresentação das demonstrações
contábeis, julgue os itens abaixo e, em seguida, assinale a opção correta:
a) I, II e II.
b) I e II, apenas.
c) II.
d) II e III, apenas.
242
Observação: nessa modalidade de questão costumamos considerar que cada assertiva
precisa ser analisada fielmente, na hora da prova, isso fará total diferença. Enxergue casa
assertiva como uma questão a ser respondida, no fim de cada leitura, analise se está certa
ou correta. Vale lembrar, o cuidado que temos que ter com os “SIMS”, “NÃOS” e “EXCETOS”.
EBITDA OU LAJIDA
Lucro antes de juros, depreciação e amortização, falamos da LAJIDA e do EBITDA. Essa
definição precisa estar clara em nossa cabeça para seguirmos nesse conteúdo teórico.
Nada mais é do que o resultado líquido do período, acrescido dos tributos sobre o lucro
das despesas e das depreciações, e amortizações. EBITIDA, sigla em inglês que significa
“Earning Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization”, em português “Lucro
Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização”, ou seja, LAJIDA.
Por exemplo:
⯀ EBITDA 🡪 1.000,00
⯀ DEPRECIAÇÃO 🡪 10.000
⯀ TRIBUTAÇÃO 🡪 1.500
Quando estamos analisando uma empresa, percebemos que tendo lançado todas as
despesas operacionais, reduzido tudo da receita bruta de venda, custo da mercadoria
vendida, então, nós paramos, chegamos ao resultado líquido, pois após tudo isso nós
243
chegamos ao EBITDA, ou seja, a partir do daí, teremos de deduzir as amortizações, depre-
ciações e tributações, para chegarmos resultado realmente líquido. Mas o EBITDA faz com
que possamos comparar o resultado da empresa de forma mundial – levando em consi-
deração que cada país tem sua gestão quanto a tributações.
Vale lembrar, que ele pode dar uma falsa idéia sobre a efetiva liquidez da empresa. Além
disso, o indicador não considera o montante de re-investimento requerido (pela deprecia-
ção), fator especialmente crítico nas empresas que apresentam ativos operacionais de vida
curta.
Cálculo
Primeiro é necessário descobrir o lucro operacional, depois, é preciso adicionar ao lucro
operacional a depreciação e a amortização inclusos no custo de mercadoria vendida e nas
despesas operacionais. O motivo é que essas contas não se constituem de uma redução
efetiva do caixa no período.
244
Quanto ao Lucro Operacional, é gerado pela operação do negócio, subtraindo despesas
administrativas, comerciais e operacionais. Ele oferece uma visão bem completa sobre
resultados financeiros da empresa.
Então, para calcular o EBITDA, é preciso somar ao lucro operacional a depreciação e amor-
tização. Logo, em 2002 a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) formalizou uma instrução
uniforme para o cálculo do EBITDA.
QUESTÃO 1
O EBITDA é um indicador financeiro, então, considerando o EBTDA da empresa DELTA,
têm-se:
a) Em 20x1, a empresa Delta gerou caixa, porém, em 20x2 as operações da empresa con-
sumiram caixa.
b) Em 20x1, a empresa Delta gerou caixa, porém, em 20x2 as operações da empresa con-
sumiram caixa sendo assim suficiente para pagar juros e os impostos.
245
significando uma situação de equilíbrio.
Resposta: B, C e D, são falsas, pois na B não foi deduzido ainda os juros e os impostos, a
letra C nega o fato da empresa não ter gerado caixa e sim consumido, e, na letra D temos
a falsa afirmação de que a empresa está gerando caixa, por conseguinte, a letra E está
errada, pois a resposta correta é a alternativa A.
ÍNDICES DE LIQUIDEZ
São índices que expressam a conversão de um ativo em dinheiro — liquidez. Lembre-se
de que no balanço devemos separar passivos e ativos, e que nesta última parte precisamos
ordená-los de modo crescente quanto à liquidez. Pois ela nada mais é que o prazo para
que um ativo seja transformado em dinheiro. Por isso que o item “caixa” é o primeiro da
lista. Basta acessá-lo para que tomemos o dinheiro em mãos. A liquidez do ativo caixa é
imediata nessa situação. “Bancos” vem logo em seguida. O dinheiro está lá, basta
retirá-lo.
246
Índice de Liquidez Geral
Como dito anteriormente, refere-se às obrigações a longo prazo. Leva em consideração a
situação futura da empresa incluindo no cálculo os direitos (ativos) e obrigações
(passivos).
Como sempre se busca investir onde tudo está correto e dando lucros, procura-se pelas
empresas com melhores índices de liquidez geral.
Liquidez Geral (LG) = ativo circulante + total do ativo / passivo circulante + passivo não-cir-
culante. Ou seja, LG = somatório dos ativos / somatório dos passivos.
⯀ LG > 1: esta é a melhor das situações. Quanto maior o valor, mais confiável é a empresa;
⯀ LG = 1: esta é a média das situações. O capital é exatamente correspondente às
obrigações.
⯀ LG < 1: esta é a pior das situações. A empresa não possui, no momento da análise,
capital suficiente para arcar com todas as suas obrigações. Há mais dívidas do que
tudo.
Sempre que analisarmos o índice de liquidez geral nunca devemos nos esquecer de que
estamos avaliando todos os ativos e todos os passivos.
247
QUESTÃO 01.
Considerando o balanço patrimonial abaixo, qual é o índice de liquidez da empresa?
a) 1,23
b) 1,14
c) 0,93
d) 0,64
e) 0,30
Note que valores de patrimônio líquido e de capital imobilizado não fazem parte do cálculo.
Esta separação é a única dificuldade aqui.
248
ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE
Mede a capacidade de pagamento de uma empresa no curto prazo e engloba todos os
tipos de ativos e passivos circulantes. É um dos indicadores mais conhecidos para se ana-
lisar a capacidade de pagamento de uma empresa. Mostra diretamente a quantia dispo-
nível de imediato para o pagamento das dívidas de curto prazo. Lembre-se de que na
liquidez geral olhávamos para o longo prazo.
Ele é calculado pela razão entre os ativos circulantes (dinheiro em caixa, estoques etc.) e
os passivos circulantes (dívidas a curto prazo: empréstimos, impostos, pagamentos a for-
necedores e outros).
Ao contrário da liquidez geral, onde o LG < 1 representa algo gravíssimo para a empresa,
para o índice de liquidez circulante o valor LC < 1 não é tão alarmante. Muitas vezes aqui o
249
problema é apenas na construção e gestão das dívidas. O que mais tem por aí são empre-
sas que retiram do capital de giro ou do disponível para investir em obras, máquinas e
prédios. É preciso para esses casos realizar a manutenção da dívida: tanto a curto quanto
a longo prazo. Uma boa renegociação com as instituições bancárias já resolveria a
situação.
Em outras palavras, o índice de liquidez circulante menor que 1 representa falhas no giro
operacional do caixa — as compras e as vendas não estão sendo bem feitas.
Administrativamente é possível solucionar isso.
Lá na liquidez geral a questão é mais complicada porque engloba todas as dívidas e pra-
ticamente todo o patrimônio. As negociações junto às instituições credoras já foram feitas
e mesmo assim não houve meios de melhorar a situação deficitária.
QUESTÃO 01.
Considerando o balanço patrimonial abaixo, responda: qual é, aproximadamente, o
índice de liquidez corrente da empresa no exercício de 2001?
a) 1,60
b) 1,55
c) 0,94
d) 1
250
Resolução: Há um balanço comparativo dos ativos e passivos de 2001 e 2002. Encontramos
ali os totais do ativo e passivo circulantes. Vemos também ativos permanentes etc.
Sendo esse o valor (1,55), no caso hipotético do exercício proposto a empresa consegue
ficar ainda com algum dinheiro após os pagamentos de dívidas.
Aqui vemos a capacidade que as empresas têm para realizar os pagamentos que precisa
fazer. Aquelas que possuem esse índice com valor maior que um estão realmente muito
bem.
Entretanto, essa análise não faz sentido se a empresa a ser estudada não trabalha com
estoques relevantes. E se a empresa trabalha com estoques valiosos, é mais interessante
retirá-los da análise de liquidez — isto é, desconsidera-se a possibilidade de não vender
produtos já acabados.
251
A ideia geral é muito similar a dos outros dois índices que já estudamos.
⯀ LS > 1: a empresa não precisa se desfazer dos estoques para cumprir com suas
obrigações.
⯀ LS = 1: o capital e as obrigações são equivalentes.
⯀ LS < 1: a empresa não possui, no momento, capital suficiente para arcar com todas
as suas obrigações.
Feitas essas considerações, é interessante saber que uma empresa por ter índice de liqui-
dez seca menor que 1 e índice de liquidez geral maior do que 1. Isso significa que há um
bom estoque para que se possa cobrir os pagamentos.
Bancos usam muito esses parâmetros para definir se vão ou não dar crédito a uma empresa.
Os gerentes não autorizam empréstimos para uma companhia com índice de liquidez
geral valendo 0,3 porque sabem que não há possibilidade de pagamento. Agora, se o
índice de liquidez estiver baixo, pode ocorrer de os credores solicitarem uma auditoria que
considere os estoques, visto que eles podem melhorar a classificação da empresa.
QUESTÃO 01.
Com base nos dados extraídos do balanço patrimonial e da demonstração do resul-
tado de 31/12/2006 da Cia. Comercial Monte Azul, responda: o índice de liquidez seca
da referida companhia na data citada correspondia a:
a) 50%
b) 60%
c) 90%
d) 115%
e) 125%
252
Resolução: observando com atenção, os três primeiros itens já estão separados para que
possamos fazer os cálculos. Duplicatas a receber (ativo circulante). Ativo realizável a longo
prazo (não-circulante). Ativo permanente (semelhante ao imobilizado). Passivo exigível a
longo prazo (só estamos buscando pelo circulante na questão). Lucro líquido do exercício
(patrimônio líquido). Custo das mercadorias vendidas e lucro bruto (Demonstração do
Resultado do Exercício — DRE).
Muito bem! Então precisamos transformá-lo em porcentagem. Basta multiplicar por 100
para transformar o índice em percentualidade. O resultado é 60%. A resposta correta é a
alternativa b.
Isto quer dizer que a empresa precisa vender o estoque de mercadorias para conseguir
cumprir com todas as suas obrigações.
A título de curiosidade, calculemos o índice de liquidez geral dessa empresa para sabermos
se vale ou não emprestarmos algum dinheiro.
Se um banco, ao qual foi pedido R$300.000,00, analisar apenas o índice de liquidez seca
da empresa do exemplo, certamente não haverá empréstimo. Mas se o estoque entra na
253
jogada, o patamar de classificação muda e a empresa passa a indicar segurança no paga-
mento. É bem provável que por esse ponto o banco efetue a negociação de
empréstimo.
Características Gerais
Falamos de uma ferramenta que ajuda a determinar se a empresa tem fluxo de caixa
suficiente para gerenciar suas dívidas de acordo com seus vencimentos.
As empresas com índices de solvência mais altos inspiram mais confiança em relação aos
bancos e aos credores, enquanto negócios com índices baixos se apresentam como riscos
em potencial. Ou seja, está mal de fluxo de caixa para cumprir suas obrigações.
Mas um índice de solvência considerado bom muda de acordo com o setor de atuação.
Não podemos comprar os índices quando falamos de setores diferentes que exigem aná-
lises diferentes. Por exemplo, uma empresa de educação não pode ser analisada da mesma
forma que uma metalúrgica. Para o índice de solvência o ramo/segmento é bem impor-
tante. É importante comparar os números com os concorrentes diretos.
Os índices de solvência também oferecem uma previsão da solidez da empresa nos anos
seguintes. Sendo que quanto maior o índice melhor será essa capacidade;
Fórmula do Índice de Solvência: nada mais é do que a divisão do ativo total pelo passivo
exigível (passivo circulante + passivo não circulante):
254
QUESTÃO 1
Levando em conta a fórmula, teremos de calcular o total do ativo, dividindo-o pelo passivo
não circulante somado ao passivo circulante. Então, chegaremos ao valor da solvência
geral. E, perceba que basta apenas aplicar a fórmula apresentada anteriormente, para que
possamos obter o valor, sendo um cálculo simples de executar.
ESTRUTURA DE CAPITAL
Os indicadores são conjuntos de dados financeiros que revelam a condição da empresa
para lidar com o seu nível de endividamento. Indicam o tamanho da dívida e a capacidade
da empresa conseguir pagar a mesma.
Os indicadores têm a função de demonstrar qual o grau de dependência das fontes inter-
nas e externas de recursos que as empresas utilizam para sua alavancagem. Ainda irá
identificar o grau de risco financeiro da organização, onde se a empresa elevada partici-
pação de capital de terceiros, significa uma dependência de fontes vindas de recursos
externos que exigirá remuneração e garantias para liberação de crédito, apresentando um
255
maior risco.
Possuímos duas fontes de capital em uma empresa, o capital de terceiros e o capital pró-
prio. Sendo a estrutura de capital a forma como a empresa administra essas duas
fontes:
256
curto prazo é utilizado no financiamento de terceiros. Fórmula:
Basicamente, é a saúde da sua dívida e como você se relaciona com ela. O problema é
sempre se conseguiremos pagar ou não os empréstimos, pois às vezes vale mais a pena
tirar o dinheiro do próprio caixa.
QUESTÃO 2
Nesse caso, o que ocorre é que a variância do retorno sobre o capital próprio aumenta. A
nossa estrutura de capital de terceiros aumentou e nosso dinheiro próprio se manteve, ou
seja, houve apenas uma variância sobre o capital próprio.
O indicador de cobertura dos juros quer sinalizar uma ideia de capacidade de pagamento.
Quanto maior é o resultado, maior também é a capacidade empresarial de arcar com os
juros. Revela, também, quantas vezes o lucro operacional será suficiente para pagar as
despesas com juros.
257
QUESTÃO 1
Com base nas informações obtidas a partir do balancete de verificação da empresa
Topa em Tudo Ltda, em 30 de junho de 2015, classifique as contas contábeis e res-
ponda a questão.
Teremos um lucro bruto de 69,400 que iremos subtrair das despesas com vendas que é
de 17.000, menos as despesas administrativas de 26.000 e ainda menos outras despesas
de 1.000, assomando as receitas financeiras de 2.000, com isso chegaremos ao LAJIR.
Então, iremos dividir o Lajir pelas despesas com juros referentes ao balancete apresentado.
Esse valor dos juros aos bancos é de 7.500 e está apresentado no balancete. Por fim, che-
258
garemos ao valor de 3,65.
Os passivos são nossas obrigações financeiras e valores a descontar junto aos bancos.
Utilizaremos de uma fórmula para o saldo de tesouraria sobre vendas. Fórmula:
O saldo de tesouraria, que representa a diferença entre o ativo errático e o passivo errático,
é o termômetro dos riscos resultantes do descompasso entre esses ativos e passivos. Ou
seja, quanto maior for o saldo de recursos financeiros que a empresa tiver, melhor!
Existe uma relação de causa e consequência entre o saldo de tesouraria, o capital circulante
líquido e a necessidade de capital de giro. A tesouraria não é somente a diferença entre
ativos e passivos erráticos, mas também é a diferença entre capital circulante líquido (CCL)
e a necessidade de capital de giro (NCG).
259
Logo, a fórmula abaixo está correta também:
Se o capital de giro for insuficiente para financiar a necessidade de giro, o saldo da tesou-
raria será negativo. Nesse caso, o passivo errático será maior que o ativo errático. Isto indica
que a empresa financia parte da NCG e o ativo permanente com fundos de curto prazo,
aumentando portanto seu risco de insolvência.
Efeito Tesoura
Quando o passivo errático excede muito o ativo errático e a diferença é crescente, a empresa
pode entrar no efeito tesoura. Esse efeito não significa que a empresa tem problemas
graves, mas é um alerta para uma situação de liquidez que se deteriora, podendo com-
prometer o financiamento do crescimento futuro.
Ele ocorre quando a empresa financia a maior parte da NCG através de créditos de curto
prazo. Nesse caso, o saldo de tesouraria se apresenta negativo e crescendo, em valor abso-
luto, proporcionalmente mais do que a NCG. Evidenciando uma dependência cada vez
mais acentuada dos recursos de curto prazo para o financiamento das atividades da
empresa. Este processo persistente eleva o risco financeiro e se materializa quando ocorre
um crescimento significativo e continuado do saldo negativo de tesouraria.
Ocorre quando?
⯀ As vendas da empresa crescem a taxas anuais elevadas;
⯀ A relação NCG sobre vendas mantém-se, substancialmente, mais elevada do que a
relação autofinanciamento e vendas, durante o período de crescimento das
vendas.
⯀ Durante o período de crescimento das vendas, as fontes externas que aumentam o
capital de giro são utilizadas somente para novos investimentos em bens do ativo
permanente que, por sua vez, diminuem o capital de giro.
QUESTÃO 1
260
Utilizaremos a fórmula apresentada acima, levando em consideração os fatores apresen-
tados na tabela, para então chegarmos ao resultado da nossa tesoura ou tesouraria. Nesse
caso, o efeito tesoura apurado é de - 600, ou seja, o efeito é negativo e corresponde a 600.
Esse indicador irá representar quanto nós temos de recursos comprometidos em domínio
de terceiros, por conta disso sua análise é importante para o longo prazo.
261
A estrutura de capital é um dos temas mais utilizados na análise financeira para verificar
a gestão do endividamento das empresas. Na hora da prova, nos será apresentado pedindo
para que saibamos a diferença entre ele e outro princípio.
Tem a função de demonstrar qual o grau de dependência das fontes internas e externas
de recursos que as empresas utilizam para alavancar suas operações. As empresas que
apresentam elevada participação de capital de terceiros, demonstram uma dependência
de fontes vindas de recursos de terceiros que exigem remuneração e garantias para libe-
ração de crédito, apresentando um maior risco.
Basicamente, a interpretação que fazemos é que quanto menor for o seu valor, melhor!
QUESTÃO 1
Supondo que a Cia. Tudo Certo S/A apresentou em seu balanço patrimonial as seguin-
tes contas, com seus respectivos valores em reais, em 31/12/2017.
262
Aplicamos a fórmula e chegaremos ao resultado de 62,4%, que é um índice bom, por sinal.
Algumas empresas têm 100 milhões de endividamento. Apenas essa informação pode
causar espanto, certo? Mas é preciso fazer as seguintes perguntas para que tudo se escla-
reça: “Como está esse endividamento?”, “Como está a dívida e o custo desse
endividamento?”
Se os 100 milhões foram emprestados a curto prazo, provavelmente a dívida fica muito
alta e beira os 150 milhões. Mas se o endividamento se encontra dividido em longo e curto
prazo, e esta corresponde somente ao pagamento dentro dos 12 meses, a dívida fica bem
menor do que poderia parecer à primeira vista. 120 milhões distribuídos ao longo de 10
anos não é tanta coisa assim. Outra coisa, é preciso fazer comparações entre o faturamento
e o endividamento. Tudo depende de situações comparadas. Por isso é preciso analisar as
dívidas, e não apenas olhar os números em absoluto.
263
⯀ Objetivo do endividamento: Em geral, empresas que utilizam capital terceirizado para
financiar projetos rentáveis não devem ser penalizadas por isso. Não faz sentido zerar
o caixa para realizar investimentos sendo que eles podem ser feitos tranquilamente
com dinheiro alheio. Obviamente o retorno com a operação feita deve ser maior do
que a dívida para com a instituição financeira.
Algumas empresas zeram o caixa, fazem as aplicações, mas depois não conseguem realizar
o pagamento dos funcionários. Com certeza os juros do dinheiro emprestado nessas con-
dições serão muito maiores.
⯀ Custo da dívida: isto é, quais os juros (remuneração do capital) estão sendo cobrados
e a quais indexadores eles estão vinculados. Quanto menor o custo da dívida, melhor.
Portanto, as dívidas a longo prazo são as mais interessantes.
⯀ Capacidade de pagamento aos credores: é preciso estar atento ao cronograma de
amortização das dívidas da companhia para saber se ela será capaz de honrá-las.
Empresas que efetuam pagamentos corretamente são avaliadas positivamente em
casos de novos empréstimos.
⯀ Comparação das dívidas de empresas do mesmo setor: naturalmente, alguns setores
da economia são mais alavancados que outros. Assim, a paridade é mais condizente
se as empresas forem do mesmo ramo. É sempre importante a comparação do grau
de endividamento de uma empresa com as suas concorrentes.
QUESTÃO 01.
Considere os dados do balanço patrimonial em 31/12/2014 da Cia. Beta, conforme abaixo
discriminado. O índice de endividamento geral da companhia Beta é de:
a) 2,75
264
b) 2,29
c) 1,25
d) 1,00
e) 0,80
Com este valor, conseguimos fazer algumas análises. A empresa está com índice bom ou
ruim? No caso, está de aceitável para bom. Seria preocupante se o total dos passivos
começassem a exceder o valor total dos ativos. Isso não aconteceu em nosso exercício. A
companhia Beta poderia facilmente conseguir empréstimos junto a instituições
financeiras.
ÍNDICES DE RENTABILIDADE
Este é um dos principais métodos de análise de desempenho por indicador de um deter-
minado negócio. Discorre sobre a capacidade da empresa gerar retorno financeiro a partir
265
dos investimentos que nela foram realizados — portanto, é uma questão que relaciona a
quantidade de dinheiro obtida em retornos ante a quantidade de dinheiro investida ini-
cialmente. Os retornos, por sua vez, podem dizer respeito a investimentos financeiros,
ativos e patrimônio líquido.
Com essa ferramenta é possível que as empresas saibam, com clareza, se há necessidade
de correção da estratégia para reverter quedas na lucratividade. Muitas delas demoram
tempo demais até tomar ações nesse sentido. O problema não é dar um passo equivocado
— mas sim mantê-lo sem correções.
“Contratei uma dívida junto a um banco e ele está me cobrado um custo de operação
enorme.”
Pois então procure um outro banco e veja se ele não assume a sua dívida. Pode ser que
você pague menos por ela se isso for feito. Essa é uma estratégia de rentabilidade.
Além disso, são também métricas que indicam se aquilo que está sendo feito gera um
bom retorno financeiro e se a empresa consegue se pagar. Essa análise pode ser aplicada
também em áreas específicas do negócio.
A princípio aqui é o seguinte: “Investi R$1 nessa empresa. Quanto terei de retorno?” Se o
valor é de R$1,50, isto quer dizer que nessa situação se recebe 50% a mais do que aquilo
que foi investido.
266
⯀ Return on Assets (ROA): significa retorno operacional dos ativos. Fala sobre a capa-
cidade da empresa gerar retorno financeiro a partir dos seus ativos, que são todos
os bens e direitos que podem aumentar o poder aquisitivo. Ou seja, avalia-se o retorno
de cada real investido na compra de determinado ativo.
O primeiro está visando apenas a questão financeira. Nesse último, considera-se a valori-
zação dos ativos.
Este índice é muito importante porque o acionista coloca dinheiro na empresa e quer
saber uma estimativa realista de quanto vai ganhar com isso, ainda que não seja possível
prever o futuro. Entretanto, é possível fazer projeções de segurança. Isso quem revela é
justamente o ROE — retorno financeiro gerado no patrimônio líquido. Nele há uma conta
especial chamada reserva de lucros ou reserva de prejuízos. Ela oscila bastante e depende
da contabilidade do período em análise.
Expressa uma síntese imediata de quanto é o ganho percentual em cada venda. Compara
os cálculos do período atual com os cálculos de períodos anteriores (revelando volatilidade,
crescimento, queda, fatores determinantes entre outros) e assim é possível construir grá-
ficos de tendências.
267
realmente produz em sua receita e pode fornecer informações sobre potencial de dividen-
dos, reinvestimentos e capacidade de reembolso de dívidas.
QUESTÃO 01.
A empresa Negócios Sustentáveis S/A apresentou no mês passado em caixa um valor
de R$38.500 para fazer frente aos seus compromissos financeiros. Além disso, obteve
um lucro líquido nesse mesmo período de R$33.500 e seu ativo total registrava
R$180.000,00. Considerando tais dados, analise as afirmativas a seguir:
⯀ I. A lucratividade do negócio foi superior a 18%, sendo calculada pela divisão do lucro
líquido da empresa pelo tamanho do investimento (valor ativo total).
⯀ II. A liquidez da empresa pode ser calculada dividindo-se o valor de caixa pelo valor
do lucro líquido, sendo o resultado maior que 1, o que indica uma liquidez favorável.
⯀ III. O caixa líquido da empresa no mês passado foi de R$5.200, sendo representado
pela diferença entre o caixa e o lucro da empresa.
a) Apenas a I.
b) Apenas a I e II.
c) Apenas a II e III.
d) I, II e III.
268
Resolução: é uma questão de ROS. Empreguemos, portanto, a fórmula que explicamos
anteriormente.
A alternativa II está incorreta porque sabemos que o lucro, na fórmula, ocupa a posição de
numerador; o caixa, de denominador. É uma questão de definição.
A alternativa II está incorreta porque sabemos que o caixa líquido é a diferença entre o
lucro líquido do mês e o caixa, e não o contrário. Desta forma, a resposta correta é corres-
pondente à letra (a).
Assim, o ROA fornece uma visão do quão eficiente é a gestão de determinada empresa
na utilização dos ativos para produzir ganhos.
“Mas no exemplo dado a empresa não fez exatamente nada para ter o lucro. Só comprou
o terreno.”
Fez, sim. A escolha de compra de um ativo, o momento de compra e o lugar onde comprar,
o que fazer com o ativo e como trabalha-lo é de responsabilidade da gestão empresarial.
Por isso os índices de qualidade e assertividade precisam ser maiores entre os profissionais
de gestão.
⯀ Analisa a capacidade que uma empresa tem de gerar lucros a partir dos seus
ativos;
⯀ Informa que ganhos foram gerados a partir do capital investido em ativos;
⯀ É útil para comparar o desempenho de uma empresa em periodizações anuais;
⯀ É útil para comparar o desempenho entre empresas do mesmo segmento
269
mercadológico.
⯀ Por medir a razão entre o lucro líquido e os ativos totais da empresa (caixa e valores
imobilizados), esse indicador é um dos mais importantes na hora de se analisar a
rentabilidade de um negócio.
⯀ Os investidores utilizam o ROA como instrumento de avaliação de empresas junto a
outras métricas impor tantes , como: liquidez, taxa interna de retorno e
lucratividade.
QUESTÃO 01.
Assinale a opção que indica corretamente o retorno sobre o ativo obtido no ano de 2018
pela diretoria da empresa cujos indicadores de rentabilidade encontram-se na tabela
abaixo:
a) 12,5%
b) 32%
c) 3,13%
d) 4%
e) 6,25%
270
Resolução: A tabela já apresenta o ativo total médio, o giro do ativo total, o lucro líquido
e o operacional após o imposto de renda, a margem operacional e as vendas líquidas.
Apliquemos a fórmula: ROA = (lucro operacional / ativos totais) x 100. Portanto, ROA =
(80.000 / 640.000) x 100. ROA = 0,125 x 100 = 12,5%. A resposta correta é a do gabarito de
letra a.
Aqui analisamos o retorno que o ativo forneceu. Em linhas gerais, é um bom retorno. Foi
vendido tudo que se devia vender e os números superaram em 12,5% o total do ativo.
Algumas empresas trabalham com ROA de 8% ou 7%. Este não é o único critério de ava-
liação, evidentemente. Mas é um bom parâmetro para investimentos.
O retorno sobre o patrimônio líquido é o retorno total do lucro líquido, medido como por-
centagem do patrimônio líquido dos acionistas. É também comparativamente válido,
como já dito, para empresas do mesmo ramo. Isto porque em determinados setores as
condições de capital investido e riscos são completamente diferentes, fazendo com que
uns sejam mais alavancados com capital terceirizado que outros. Não é possível comparar
empresas de bairro com empresas mundiais.
É importante salientar que o lucro líquido só é revelado ao final do ano fiscal. Não é possível
271
pagar dividendos antes de haver o fechamento contábil, já que a conta envolvida é a do
patrimônio líquido. Antes de ser efetuado o pagamento dos dividendos dos detentores de
ações ordinárias deve ser feito o pagamento para os acionistas preferenciais. Tudo isso é
regido no CPC.
O patrimônio líquido não inclui ações preferenciais, e é por isso que o resultado é calculado
após os seus pagamentos.
QUESTÃO 01.
Qual o índice de rentabilidade sobre o patrimônio líquido, considerando-se as informações
do balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício em 31/12/2018?
OBS: Não arredondar os valores e trabalhar apenas até a segunda casa decimal.
a) 12%
b) 10%
c) 8%
d) 5%
e) 3%
272
Resolução: A demonstração do resultado no período nos fornece um lucro de R$18.900.
Mas é possível obter essa mesma informação no balanço patrimonial (lucro do exercício).
Esta é uma grande dica para resolver provas: nem sempre precisamos de todas as infor-
mações que nos são oferecidas. Muitas vezes elas servem apenas para embaralhar a ver-
dadeira solução.
Vejamos agora que não é possível encontrar diretamente os dados de patrimônio líquido,
mas as contas dele estão todas no balanço. Na hora da prova é preciso que tenhamos
inteligência em algumas situações. O número de que dispomos é R$375.900,00. Veja que
o patrimônio líquido + passivos circulante e não-circulante = total dos passivos.
Aplicando a fórmula, temos que ROE = (18,90 / 375,90) x 100. O resultado obtido é 5,02%.
A resposta correta é a da letra (d).
Esta não é uma questão difícil, ainda que seja complicada. Tem muitas informações des-
necessárias. Note que os nossos cálculos foram muito simples: apenas entendemos o
conceito do que era pedido pelo enunciado e aplicamos a fórmula adequada.
MARGEM BRUTA
Margem bruta analisa a rentabilidade de um negócio. Ou seja, o quanto que a empresa
ganha de acordo com cada uma das vendas realizadas. Compara o lucro bruto com as
vendas líquidas em determinado período.
Uma margem bruta crescente pode significar que os preços finais de venda estão pro-
gredindo mais rápido que os custos envolvidos. Não há nada de errado com isso.
Reposicionamentos de mercado e ajustes de preço de venda podem provocar esse aumento.
É mais um ponto onde podemos verificar a eficiência de gestão, eficácia e eficiência de
uma empresa — a margem bruta está muito vinculada a ela.
273
Em nosso cenário atual de pandemia do coronavírus, talvez não seja o ideal tentar alavancar
a margem bruta do produto porque o cliente final pode não comprá-lo.
Outra razão para o aumento da margem bruta pode ser a diminuição dos custos de pro-
dução em relação à receita líquida — isso ocorre quando uma empresa tem poder de
barganha com seus fornecedores.
De maneira geral, esse indicador deve ser utilizado para se observar a dinâmica geral dos
custos. Por fim, o aumento e a diminuição de margem bruta são sempre motivos de alerta
e estudos devem ser feitos para que haja o entendimento correto de suas respectivas
causas. Não adianta nada a margem subir ou descer e a empresa não ter a menor ideia
do que está acontecendo. É preciso ter sendo e experiência para balancear custos, margem
bruta e lucros para que um empreendimento caminhe bem, mantenha os clientes e con-
quiste novos.
QUESTÃO 01.
Uma entidade apresentava em 31/12/2019 a demonstração do exercício abaixo. Sobre o
índice de margem bruta dela, indique a resposta correta:
a) 8,25%
b) 2,5%
c) 25%
d) 29%
e) 33%
f) 12,5%
274
Aplicando a fórmula, a margem bruta = (200.000 / 800.000) x 100. O resultado é 0,25 x 100
= 25%. Portanto, a resposta correta é a de letra (c).
Este resultado diz que dentro dos 25% é preciso pagar todo o custo operacional indireto,
isto é, aquele custo que não está vinculado ao produto final. Por exemplo: os custos diretos
da produção de uma cadeira são os materiais e os trabalhadores; os custos operacionais
indiretos são todos os outros envolvidos também nesse processo: setor de recursos huma-
nos, de contabilidade etc. Todos esses são gastos não vinculados diretamente ao
produto.
MARGEM OPERACIONAL
A margem operacional mede a eficiência operacional, ou seja, o quanto das receitas líqui-
das provenientes de vendas e serviços vieram das atividades operacionais. Aqui vemos de
que forma está se comportando a margem da empresa em relação à operação propria-
mente dita.
Aponta o lucro operacional obtido pela empresa para cada unidade de venda realizada e
ajuda investidores e analistas a entenderem quais são as participações das receitas ope-
racionais que se transformaram em lucros após o abatimento dos custos (excetuando-se
impostos).
Sabemos que dentro de um empreendimento há diversas formas de receita que não são
exatamente a atividade própria da empresa: investimentos exteriores, poupanças etc.
Algumas companhias trabalham com variadas receitas não-operacionais.
275
alimentação e lazer dos alunos — os quais são locados para terceiros. Assim sendo, esta
instituição acaba também realizando ações no ramo de locações de móveis: e esta é jus-
tamente uma receita não-operacional para uma companhia do ramo de educação e ensino.
A margem operacional trata apenas do objetivo original em si.
Margem operacional é o que se tem antes da remuneração dos financiadores. Se ela for
negativa, isso significa que os acionistas provavelmente terão de arcar com os prejuízos.
É um bom indicador de eficiência operacional por dividir o lucro operacional pelas vendas
líquidas.
QUESTÃO 01.
Considerando os dados abaixo relativos a uma empresa qualquer, julgue como ver-
dadeiro ou falso os itens a seguir levando em consideração o retorno sobre investi-
mentos (ROI).
Ele não é possível calcular de imediato, mas temos a informação sobre as vendas líquidas.
As vendas líquidas subtraídos os custos operacionais equivalem ao lucro operacional
(R$1000). Assim sendo, a margem operacional é igual a (1000 / 10.000) x 100 = 10%. Portanto,
a afirmativa é falsa.
276
Com este valor, podemos julgar se a receita gerada pela operação possui ou não uma boa
margem de lucro.
MARGEM LÍQUIDA
Esta é a melhor margem para se analisar porque é aquela com a qual o empresário real-
mente se preocupa, já que representa o quanto de lucratividade haverá do produto em si
ou da empresa como um todo.
A margem bruta corresponde aos custos operacionais indiretos, reservas técnicas e mar-
gem líquida (ou lucro líquido). Portanto a margem líquida é o lucro líquido que a empresa
gera para cada 1 real de receita, obtido depois do pagamento de todas as despesas e
impostos.
Tem como uma de suas funções comparar o lucro líquido em relação às vendas líquidas
em determinado período, gerando o percentual de lucro que a organização obteve em
comparação ao faturamento.
Vale destacar que essa métrica financeira possui ligação direta com o nível de rentabilidade
operacional. A média do valor de margem líquida costuma variar entre os diversos setores
financeiros — assim como todas as outras demais margens e indicadores que no curso
abordamos. Não é correto comparar “melancia” com “limão”.
Quando a margem líquida está alta, isso pode significar vantagem competitiva e/ou con-
corrência baixa. O inverso também é válido para quando a margem está baixa. Se uma
empresa é a única fabricante de determinado produto, é natural que a sua margem seja
grande. Entretanto, havendo muitos concorrentes do mesmo setor, não é de se estranhar
que a margem líquida seja pequena — aqui cabe o estudo de formas para contornar o
problema da competitividade.
O gestor ou investidor deve estar atento aos casos em que a margem de lucro de uma
empresa está decadente, pois pode significar aumento de concorrência ou queda de
atratividade do produto. Empresas que conseguem expandir suas operações enquanto
mantêm ou até aumentam suas margens de lucro tendem a ser bem-sucedidas.
277
A margem líquida é 100 vezes a relação divisória entre o lucro líquido e a receita num
determinado período.
QUESTÃO 01.
Uma entidade apresentava em 31/12/2019 a seguinte demonstração de resultado do
exercício. Sobre os índices de margem líquida da entidade, assinale a opção
correta:
a) 25%
b) 18,5%
c) 12,5%
d) 29%
e) 8,25%
e) 17%
Esta é uma boa margem, a depender do setor de atuação da empresa. Via de regra o valor
gira em torno de 7% ou 8%. Por isso muitas companhias investem em diversos outros
278
locais e ramos mercadológicos. Em contrapartida, existem empresas excepcionais que
oferecem mais de 50% de margem líquida.
É uma ferramenta que ajuda as empresas na compreensão do prazo efetivo para a entrada
de caixa, permitindo assim uma série de projeções, como a de capital de giro necessário
para a saúde financeira.
⯀ Tempo médio em dias que a empresa leva para receber por suas vendas;
⯀ Tempo médio em dias entre a venda e o efetivo recebimento do dinheiro
correspondente;
⯀ Analisa o Preço Máximo ao Consumidor (PMC) de uma companhia.
Em linhas gerais, quanto menor for o valor desse indicador, mais rapidamente a empresa
receberá os respectivos valores pelas vendas. Contrariamente, quanto maior for tal indi-
cador, pior será para a empresa — que levará um tempo maior para receber por aquilo
que já vendeu.
QUESTÃO 01.
A análise horizontal do balanço patrimonial levantado em 31/12/2019 mostrou que a
conta de clientes aumento 40% em relação ao seu valor em 31/12/2018, o qual corres-
pondia a R$250.000,00. O total de vendas brutas da companhia realizadas a prazo
nesse exercício citado foi de R$1.080.000,00. Considerando-se o ano comercial, o
279
prazo médio em dias de recebimento de tais vendas equivale a:
a) 117
b) 120
c) 90
d) 80
e) 115
Resolução: a primeira coisa a fazermos é acrescentar os 40% sobre o valor da conta clien-
tes em 2018, que foi de R$250.000. O resultado é R$350.000,00
PMR = (350.000/1.080.000) x 360. Por segurança, resolva primeiro o que estão dentro dos
parêntesis.
PMR = 117. Isto significa que o prazo médio para recebimentos das vendas dessa empresa
é de 117 dias. Assim, a resposta correta é a alternativa (a).
É preciso saber lidar com isso. Os gestores precisam estudar a melhor forma de administrar
isso. Estender os prazos de pagamento, negociar o pagamento de juros etc.
280
Manipulação de Informações Financeiras
Para a elaboração da informação contábil existem normas a serem seguidas que não
podem excluir elementos de subjetividade, cujas aplicações requer, em muitos casos, a
realização de estimativas por parte da empresa. Assim abre-se a possibilidade de um
mesmo fato ser expresso de formas diferentes. Em alguns países existe mais flexibilidade
de normas contábeis do que em outros, o que permite a utilização de variados critérios
para a avaliação de um mesmo fato econômico.
Alterações de classificação dos ativos podem derivar em mudanças nos indicadores finan-
ceiros, os quais em várias situações tornam-se os destaques da empresa mediante um
edital de licitação. Isso favorece muitas companhias fraudulentas e acontece
frequentemente.
Exemplificando: Sabemos que a provisão deve fazer parte da análise geral de uma empresa,
mas um determinado contador pode retirá-la, por meio de subterfúgios criativos, para
retirá-la de análise. Ou seja, o profissional valeu-se da famigerada “contabilidade criativa”.
De casos assim é que surgiu a seguinte máxima: “Um bom contador é aquele que faz com
que o resultado chegue naquilo que o chefe quis”.
A contabilidade criativa é o processo pelo qual as operações são estruturadas mais para
obter os resultados contábeis desejados do que para produzir informações consistentes
e neutras. A despeito disso, é difícil estabelecer os limites entre onde começa a manipu-
lação e quebra de ética com intuito de fraude e onde termina as manobras para refletir a
boa gestão de uma empresa e seus fidedignos resultados.
Evidentemente um contador não pode mexer, a seu bel prazer ou interesse, os números
de uma empresa. Querendo ou não, ele faz o juramento de formatura e precisa ser
281
aprovado em certificações para que consiga adquirir seu registro junto ao conselho de
contabilidade. As fraudes são realmente manipulações intencionais dos valores; as quebras
de ética são mais subjetivas — é complicado separar o joio do trigo.
À parte isso, é possível efetuar muitas manipulações contábeis sem que a lei seja ferida.
Por isso, toda fraude enquadra-se em contabilidade criativa, mas nem toda contabilidade
criativa é fraude. A elaboração de relatórios gerenciais para determinados produtos nem
sempre será fraudulenta. Há certa liberdade nesse campo.
282
⯀ Práticas baseadas em classificações errôneas de lançamentos contábeis: confusão
de categorização das contas e/ou das datas de fechamento contábil. Esses dois pontos
são erros de contabilização.
Fraude
O termo fraude refere-se ao ato intencional de manipulação e omissão de transações,
adulteração de documentos, registros e demonstrações contábeis. As distorções dessas
últimas podem ser originadas tanto de fraudes, como de erros, e isso é algo importante
de se destacar. O fator distintivo entre esses dois lados é a intencionalidade da ação que
implica nas distorções das demonstrações contábeis.
Erros são erros, e devem ser retificados, resolvendo assim o problema. Mas as fraudes são
propositais.
283
Os principais objetivos das práticas fraudulentas são:
Identificação de Fraudes
É papel do auditor fiscal avaliar criticamente o sistema contábil adotado pela empresa,
incluindo controle interno e dispensando redobrada atenção às condições que apresentem
aumento de risco de fraude ou erro.
284
O auditor idôneo é responsável por fornecer a segurança de que as demonstrações con-
tábeis, como um todo, não apresentam relevantes distorções causadas por erros ou
fraudes.
Embora o termo fraude seja juridicamente amplo, para efeitos de auditoria, o profissional
deve preocupar-se com alterações relevantes nas demonstrações contábeis.
Apesar de ele suspeitar ou até mesmo comprovar fraudes, não é ele quem determina
juridicamente os casos de sua ocorrência. O auditor também pode errar, e ele não repre-
senta a lei. Deve haver o embate entre o contador e o auditor, seguido de auditorias externas
e procedimentos jurídicos adequados.
Auditoria
São as normas brasileiras de contabilidade (NBCT11) aprovadas pela resolução do Conselho
Federal de Contabilidade (CFC) nº 820 de 17 de dezembro de 1997, que tratam da auditoria
independente das demonstrações contábeis.
Assim, se o agente de auditoria concluir que a fraude tem efeito relevante sobre as demons-
trações contábeis e que tal fato não foi apropriadamente corrigido, ele deve emitir o parecer
com ressalvas ou opiniões adversas.
Se ele não puder precisar a existência de fraude devido a limitações impostas ou circuns-
tâncias contrárias, deve ser feita uma avaliação do tipo de parecer que pode ser emitido.
O auditor sempre deve comunicar, seja verbalmente, seja oralmente, à administração da
entidade tudo que acontece fora dos conformes legais. Se o problema não for muito sig-
nificante, basta que se diga pessoalmente ao responsável maior. Caso contrário, faz-se
285
necessária a emissão de documento escrito.
QUESTÃO 01.
A respeito da detecção de fraude em auditorias, assinale a opção correta:
Resolução: as respostas corretas são as alternativas (c) e (e). As palavras que fazem as
outras afirmações estarem incorretas encontram-se em negrito.
MANIPULAÇÃO DE RECEITAS
Receitas
Todos os recursos provenientes da venda de mercadorias ou prestação de serviços. Nas
demonstrações contábeis vimos que as receitas podem ser operacionais ou não-opera-
cionais e que serão subdivididas em acordo com a atividade-fim da empresa. É o direito
da empresa receber, imediatamente ou em momento pré-determinado, o montante que
lhe é devido. Receitas de aluguel são não-operacionais, por exemplo, caso a empresa não
seja uma imobiliária.
286
⯀ Reconhecimento de receitas antes de seus acontecimentos: se dá quando subverte-se
o princípio da competência, registrando no período vigente receitas cujos custos e
despesas alocar-se-ão em períodos futuros. Com isso se antecipa os ganhos, melho-
rando os resultados financeiros de curto prazo.
⯀ Diferir receitas do período corrente para o período seguinte: a empresa pode apre-
sentar um desempenho excepcional em determinado ano, e os gestores podem
optar por não reconhecer parte delas nesse mesmo ano, realocando-as para um
período posterior, como forma de criar uma reserva futura. Isso acontece, por exem-
plo, em entidades governamentais em período eleitoral. O ciclo de eleições corres-
ponde a 4 anos. Se no terceiro quarto dele uma empresa governamental apresenta
superávit além do esperado, parte desse valor é transportada para o ano seguinte.
São feitas em alguns casos antecipações receituárias que ocasionalmente podem
prejudicar futuros gestores caso haja troca de comando no poder executivo. As
campanhas de adiantamento de pagamento do Imposto sobre Predial e Territorial
Urbano (IPTU) com descontos são uma boa ilustração disso. Esse tipo de manobra
tem por objetivo suavizar as variações de comportamento da empresa, dando a
impressão de que ela é mais estável do que de fato.
⯀ Registro de receitas não-recorrentes como operacionais: ocasionalmente, uma empresa
pode ter receitas não-recorrentes originárias da venda de ativos (imóveis e equipa-
mentos industriais de utilização própria). Faz parte da dinâmica da maioria das
companhias.
Fluxo de Caixa
Registro de todas as entradas e saídas de dinheiro da empresa e sua periodicidade. Nele
deve ser registrado todos os recebimentos e também todas as compras e pagamentos:
contas a receber e contas a pagar. O fluxo de caixa não avalia a competência, e sim o caixa
287
da empresa. O resultado dele é o saldo do disponível e é cumulativo. Se no fluxo de caixa
o saldo do mês de setembro é R$10.000, esse valor será também incorporado a outubro.
Exemplificando: em janeiro foi feito um contrato com uma empresa de segurança que
custa R$100.000 reais por ano. Porém, com o advento da pandemia e os impactos econô-
micos subsequentes, isso precisou ser renegociado. Esta é uma forma de manipulação.
Ela é honesta porque o pagamento não deixará de ser efetuado, o que se altera é apenas
a data.
Dentro das empresas contemporâneas, cada vez mais os gestores precisam alcançar
metas. Então as manipulações são feitas sempre visando isso. Mas é essencial que haja
antes desses objetivos gestões competentes e governanças éticas.
Vemos que aqui tratamos da mobilidade das datas de pagamentos e recebimentos. Fica
evidente também que a questão ética não é um ponto tão crucial aqui, visto que as mano-
bras não alteram os valores em absoluto. Muitas empresas se valem desse subterfúgio
para administrar a situação econômica em que se encontram inseridas.
288
MANIPULAÇÃO DE INDICADORES-CHAVES DAS EMPRESAS
Os indicadores financeiros de uma empresa são as métricas calculadas por meio de dados
obtidos nos demonstrativos de resultado do negócio. Sua principal função é fornecer
informações que auxiliem na análise de performance organizacional e na tomada de
decisões.
Os indicadores financeiros estudados nas aulas anteriores servem para ajudar nas escolhas
a serem feitas pelos gestores, acionistas e usuários da informação contábil em geral.
O filme o contador relaciona-se muito com o que aqui estudamos. O cara é um gênio e
identifica fraudes dentro da empresa em que está fazendo auditoria.
Uma vez que os dados das demonstrações forem manipulados, os seus indicadores tam-
bém apresentarão informações distorcidas. Tudo começa na contabilidade e deflui no
resultado final como um todo.
QUESTÃO 01.
A contabilidade criativa efetuada com o propósito de maquiar as demonstrações
contábeis, seja para aumentar, seja para diminuir os números relacionados com os
índices econômicos de valor da empresa, distribuição dos lucros e pagamentos de
tributos sobre a renda configura, conforme a norma vigente:
a) Reclassificação financeira
289
b) Inteligência competitiva
c) Erro involuntário
d) Erro tolerável
e) Fraude contábil
Resolução: a reclassificação financeira é outra coisa e está tudo bem em fazê-la. Inteligência
competitiva não é vista como contabilidade criativa porque simplesmente esta não é algo
muito legal de se fazer. Erro involuntário também não, porque a contabilidade criativa é
intencional e busca maquiar demonstrações contábeis. Erros também são involuntários.
Portanto, a resposta correta é a da alternativa e. Tudo isso está bem claro em nossas nor-
mas brasileiras de contabilidade, em nossos princípios contábeis e em nossa lei: contabi-
lidade criativa é um tipo de fraude contábil.
290
Módulo 4
FINANÇAS CORPORATIVAS
Este capítulo estudo as finanças corporativas.
PERÍODO DE PAYBACK SIMPLES
Este nada mais é que o período que um investimento leva para dar retorno à empresa.
Exemplificando: uma indústria fabricante de sapatos tem algumas filiais e quer expandir
os negócios para o norte do país. R$100.000 serão gastos para que isso aconteça. O tempo
que levará para que o retorno chegue chama-se payback.
Ao fazer qualquer tipo de investimento, a empresa tem de passar por um período de des-
pesas em que o dinheiro é retirado de caixa. Entretanto, espera-se que em algum momento
as receitas recuperarão o capital investido. O prazo entre esses dois acontecimentos é
demonstrado pelo payback.
Exemplificando: uma empresa caseira de produção de bolos foi criada. Foram investidos
R$1.000. Cada bolo é vendido por R$50,00. Após feita a venda de 20 bolos, o faturamento
será equivalente ao investimento. Nesse ponto, de certa forma, já haveria caracterização
de payback. Se forem comercializados 10 bolos por mês, o período de retorno correspon-
derá a 2 meses.
O payback está totalmente ligado ao fluxo de caixa bem feito. Com sua projeção, os admi-
nistradores têm o total de segurança sobre quando aplicar o dinheiro, de acordo com a
captação em determinado período. No fluxo de caixa tratamos da captação (vendas, alu-
guéis) e aplicação (investimentos, compras). Já o payback é o espaço de tempo necessário
para que o dinheiro dispendido retorne ao caixa da empresa.
Ele pode ser considerado uma ferramenta de triagem na avaliação de projetos. Consegue-se
definir qual investimento será feito com a aplicação que retornará de forma mais rápida.
Para que aplicar em investimentos mais demorados se existem outros mais curtos?
292
O cálculo desse indicativo é bem simples. Quanto maior for o tempo de recuperação do
valor inicial, maior será o risco do investimento.
No caso citado acima, se o planejamento financeiro fosse de cinco anos, a partir da metade
do terceiro ano, toda economia advinda dos investimentos entraria diretamente para o
caixa da empresa. Por isso o prazo de retorno deve sempre estar alinhado aos planos de
expansão e estratégia da companhia.
A partir do saldo das operações registrado pelo fluxo de caixa é que se analisa o payback
descontado. Nele, o tempo necessário para se obter o retorno sobre um investimento é
feito de forma a descontar a taxa de juros compostos (variação monetária no decorrer do
tempo).
293
É útil em comparações regionais ou nacionais onde naturalmente haja variações das taxas
de juros, as quais influenciam diretamente na rentabilidade. Uma de suas formas mais
usuais é aquela empregada no projeto de expansão ou abertura de novas unidades físicas
de uma empresa.
Um investimento pode ser calculado somente pelo payback simples, já que o fluxo de
caixa operacional não influenciará em seus rendimentos. Em contrapartida, o payback
descontado é a ferramenta empregada para medir os resultados em atividades operacio-
nais — e assim estimar de que forma elas afetarão o retorno sobre o investimento.
A vantagem do payback descontado é que ele fornece um painel mais realista a respeito
do retorno de um investimento. Contudo, a depender do caso, calculá-lo poder ser uma
tarefa demasiado complexa, visto que diversos fatorem influenciam a performance ope-
racional e, consequentemente, o fluxo de caixa.
PV = valor descontado
FV = valor futuro
I = taxa de juros
n = período
Para relacionarmos as duas fórmulas é mais didático que utilizemos um caso concreto.
Exemplificando: os gestores de uma loja de vestuário decidem abrir uma outra unidade
da marca. Com base no fluxo de caixa já existente da empresa, será possível calcular o
payback descontado a partir desse referencial inicial.
294
PB = investimento / retorno no período
Este é o cálculo do payback considerando o fluxo de caixa. Mas é preciso ponderar os juros
compostos desse capital. Supondo que essa taxa seja de 10% ao ano, obtemos o seguinte
resultado aplicando a fórmula dos juros compostos:
Na primeira situação a entrada seria de R$10.000. Mas pelo método “descontado” a entrada
real corresponde a um pouco mais de nove mil reais. A partir desse valor, as atualizações
são feitas de modo sucessivo. A realidade difere-se consideravelmente da previsão feita
pelo payback simples.
Portanto, dizer que o payback descontado para esse caso será de cinco anos não pode ser
considerado uma informação correta. Há uma diferença de R$12.092,14 entre as duas pro-
jeções dentro do prazo de cinco anos.
Por isso é que dizemos que o método “descontado” é mais detalhado e completo. A suges-
tão é que sempre se faça os cálculos por esse método, e não pelo “simples”. Vale ressaltar
que são duas situações diferentes.
295
O objetivo aqui foi esclarecermos as diferenças entre um payback e o outro e também
entendermos o funcionamento das fórmulas.
Essa estratégia trará ou não dinheiro para a empresa? É melhor deixar o valor guardado
no banco ou investi-lo hoje?
O VPL não faz apenas uma comparação do investimento com o retorno que dele se espera,
mas leva em consideração a valorização do capital ao longo do tempo, calculando-se assim
o ganho real do investimento. Não é algo limitado. Faz análises relativas aos juros compos-
tos no período em questão.
Em suma, o VPL traz ao valor presente um valor futuro, e representa, em valores monetá-
rios atuais, a diferença entre os recebimentos e os pagamentos de um projeto de
investimento.
A soma dos valores da coluna “Fluxo de Caixa Atualizado” resulta em R$581,38. O VPL é
positivo.
Inicialmente a promessa feita era de R$3.500 por ano, lembram-se? Mas os cálculos apon-
tam que em nenhum dos anos isso aconteceu, visto que a taxa mínima de atratividade
transporta o valor futuro para números atuais.
297
Para definir a viabilidade de um projeto, a taxa mínima de atratividade tem de ser igual a
taxa de retorno esperada pelo investidor e o VPL > 0. Caso contrário, com VPL < 0, o inves-
timento deve ser desconsiderado.
No primeiro caso, o resultado do VPL significa que o projeto tem valor agregado e trará
retornos que gerarão lucros. No segundo caso, o resultado do VPL significa que o projeto
não tem valor e trará apenas prejuízos.
Os valores que obtivemos no exemplo aqui são facilmente conseguidos utilizando uma
calculadora. Mas o nosso objetivo aqui é fazê-lo entender como as fórmulas funcionam na
prática. Isso traz consciência dos resultados reais. Prestem atenção em todos os conceitos
explicados.
Ela calcula a taxa de desconto que deve ter um fluxo de caixa para que seu valor presente
líquido se iguale a zero.
É também usada para avaliar a atratividade de um investimento. Se ela for maior que a
TMA, o gasto será viável. Caso seja o contrário, não se deve investir no projeto em análise.
Se as duas taxas forem iguais, fica a cargo do gestor a decisão final sobre fazer ou não o
investimento. Muitas vezes as decisões não devem ser baseadas exclusivamente nos
números, visto que há ganhos chamados de “intangíveis” e que não podem ser
mensurados.
Exemplificando: se tivermos R$100.000 para investir num projeto agrícola cuja TIR seja 5%
ou num projeto de educação com TIR igual a 8%, essa segunda opção é a mais rentável.
São ramos diferentes, mas podem ser comparados entre si por intermédio da taxa que
aqui estamos estudando.
Por ser expressa em termos percentuais, a TIR tem ótima aceitação entre executivos finan-
ceiros. Inclusive, para muitos deles é preferível o cálculo e avaliação dela do que o do valor
presente líquido. Assim, a principal vantagem da taxa interna de retorno é a facilidade de
298
compreensão oferecida, já que ela apresenta uma taxa para cada projeto em discussão.
Já uma possível desvantagem é que ela traz apenas o percentual de retorno esperado,
sem mostrar o risco e as potenciais perdas às quais a empresa está sujeita para obtê-lo.
Vemos que a TIR se encontra no denominador. Isto é corrigido com manobras de mate-
mática básica. Não tenham medo de fórmulas. Para facilitar o cálculo, use ferramentas
como o programa Excel ou calculadoras científicas.
Antes de qualquer análise é preciso ter certeza que a projeção de fluxo de caixa esteja
muito bem feita e com as informações corretas.
Exemplificando: uma empresa vai fazer um investimento inicial de R$200.000 cuja previsão
aponta retornos de R$100.000 no primeiro ano e de R$110.000 no segundo.
É possível também calculá-la por tentativa e erro: imaginamos que ela seja um valor qual-
quer entre 1 e 5% e substituímos na fórmula esses valores.
⯀ Para TIR = 1%
VPL = 6,84.
⯀ Para TIR = 5%
VPL = 4,98.
Concluímos, portanto, que para que o VPL seja igual a zero, a TIR deve estar em algum
299
ponto entre esses dois valores. Demos apenas o exemplo, mas esse caminho não é a saída
mais viável. No caso acima analisado, a TIR deveria corresponder a 3%.
Isto quer dizer que se o retorno exigido for menor que isso, então o investimento será viável.
Em casos contrários, não haverá viabilidade nesse projeto.
É preciso entender que os cálculos aqui estão diretamente ligados ao VPL. Nem sempre
o maior valor de TIR será o mais viável, visto que os números devem ser trazidos às condi-
ções reais.
Para a interpretação dos resultados obtidos pelo cálculo da TIR é importante considerar
outros indicadores financeiros na análise, evitando assim possíveis armadilhas montadas
por análises superficiais. O mais interessante a se fazer é usá-la junto ao VPL e ao payback.
Relembrando, a taxa interna de retorno deve ser maior que a taxa mínima de atratividade,
mas isto não significa que quanto maior o seu valor, melhor é o investimento. Caso e TIR
seja muito grande, ela fará com que o VPL seja negativo.
ORÇAMENTO DE CAPITAL
Falamos aqui da estrutura de Orçamento de Capital, sendo essa apenas uma aula intro-
dutória ao assunto, mas abordaremos todas suas características nas próximas aulas.
Podemos dizer que seu objetivo é classificar e analisar os investimentos da empresa com
base no retorno dos mesmos. O Orçamento de Capital é extremamente significativo para
as empresas, uma vez que projetos de investimentos de capital fazem parte de seus inves-
timentos financeiros mais importantes.
300
Lembrando, falamos de uma ferramenta importantíssima, pois mensura todos os riscos
envolvidos em um investimento de projeto. Pertence, portanto, à área da administração
financeira vinculada ao planejamento estratégico; direcionado a investimentos perma-
nentes de grande valor monetário.
A técnica de Orçamento de Capital é utilizada pela área financeira da empresa para deter-
minar quais projetos produzirão mais retorno ao longo de um período. Com ela é possível
prever também a estrutura de capital e de custos futuros que implicará na taxa de cres-
cimento da empresa. Ele mensura o como, onde, quando e quanto entrará na empresa;
todas essas informações nos são dadas por meio dessa técnica.
Não obstante, a projeção de caixa também entra nesse tópico, ao definir o Orçamento de
Capital a empresa passa a ter conhecimento da quantidade de dinheiro necessário; garan-
tindo a disponibilidade do dinheiro na hora certa.
301
Instrumentos de Análise do Orçamento de Capital
Falamos dos métodos mais utilizados na elaboração do Orçamento de Capital, vamos
pontuar as principais modalidades, mas nos aprofundaremos em cada um delas apenas
nas próximas aulas.
Nas próximas aulas nos aprofundaremos em cada uma das modalidades acima, com o
intuito de esclarecer o conteúdo, não deixando dúvidas para a hora da prova.
302
analisado e essas ferramentas podem nos auxiliar e então tomar a decisão de
investimento.
⯀ Será necessária a seleção dos projetos, precisaremos selecionar os projetos compa-
rando o indicador escolhido pelo gestor da empresa ou até mesmo a união deles,
por exemplo, a TIR obtida após projetar os fluxos de caixa que contenham as entradas
e saídas de dinheiro, acompanhada, do custo médio ponderado de capital; se a taxa
maior que o custo, deve-se investir no projeto.
⯀ Precisaremos verificar a fonte de capital, definiremos se o capital será próprio ou
externo (empréstimos e financiamentos), é necessário fazer a avaliação de qual a
melhor fonte para a aplicação em cada um dos casos. É necessário levar em conta a
taxa de juros do dinheiro emprestado e, também, como faremos o pagamento, se
no curto, médio ou longo prazo. Todos os pormenores devem ser analisados.
Principalmente, é preciso saber se existe algum incentivo estatal para o investimento,
como em casos do setor agrícola.
⯀ Não obstante, existem alguns fatores micro que também precisam ser levados em
conta, tais como a análise de mercado, a localização física, a análise de suprimentos,
a análise de custos, a análise da carga tributária, análise de preços a serem praticados
e, por fim, a análise de financiamento.
⯀ Acompanhamento ou auditoria do projeto, envolvendo o monitoramento dos resul-
tados durante a fase operacional do projeto. A comparação dos resultados reais, em
termos de custos e benefícios, com os valores estimados; visando um melhor geren-
ciamento do projeto. Não podemos abandonar o projeto.
QUESTÃO 1
Em se tratando das técnicas mais conhecidas de orçamento de capital, correlacione
as colunas a seguir:
303
sofisticada porque não leva em consideração explicitamente o valor do dinheiro no
tempo.
3. Técnica que permite à empresa mensurar o percentual de retorno anual se se concretiza
um projeto e se recebesse as entradas de caixa previstas; considerada uma técnica
sofisticada de orçamento de capital, porque leva explicitamente em consideração o
valor de dinheiro no tempo.
( ) Payback.
Assinale a alternativa que contém a ordem CORRETA de correlação, de cima para baixo.
a) 3, 1 e 2
b) 1, 3 e 2
c) 2, 1 e 3
d) 3, 2 e 1
e) 2, 3 e 1
QUESTÃO 2.
Na execução do orçamento de capital para a empresa XYZ são utilizados diversos
critérios para a avaliação de investimentos propostos. O critério do período de retorno
caracteriza-se por:
a)Aceitar um projeto se ele tiver um período de retorno maior do que algum ponto de
corte pré-estabelecido.
b) Apresentar o tempo necessário até que a soma dos fluxos de caixa de um investimento
iguale seu custo.
304
d) Levar em consideração os fluxos de caixa além do ponto de corte pré-estabelecido.
QUESTÃO 3.
Em Finanças Corporativas, o administrador financeiro deve se preocupar, dentre
outras questões, com o orçamento de capital, que pode ser entendido como:
Resposta: a alternativa correta é a letra A, ainda que todas as alternativas estejam coeren-
tes e corretas, temos de respeitar o doutrinador que nos indica o LONGO prazo como base
fixa.
QUESTÃO 4.
Considerando o VPL, a TIR e a TMA, em processo de análise de fluxo de caixa de pro-
jetos para verificar a viabilidade financeira de um investimento, um administrador
deverá classificar os projetos como economicamente viável se:
305
d) O VPL for maior que 0 e a TIR menor que a TMA.
Resposta: se viável economicamente, o VPL será positivo e a TIR maior que a TBM, logo,
a alternativa correta é a letra A.
QUESTÃO 5.
Uma das formas utilizadas pelos engenheiros para estudar a viabilidade econômica
de projetos e decidir sobre determinado investimento em comparação com a média
de retornos oferecida pelo mercado é a análise de fluxos de caixas descontados, seja
por meio do VPL e/ou da TIR. No que diz respeito a VPL e TIR, é correto afirmar que:
c) O VPL consiste no cálculo que permite comparar valores diferentes, em prazos diferentes
e em bases temporais diferentes.
d) O VPL negativo significa que o projeto vale mais do que custa, ou seja, é lucrativo.
Resposta: a alternativa correta é a letra B, pois as demais de alto anulam por problemas
lógicos.
ESTRUTURA DE CAPITAL
A estrutura de capital é a denominação usada para descrever a combinação que as com-
panhias fazem dos diferentes tipos de recursos que a formam. Ou seja, falamos da forma
como o dinheiro chega dentro da empresa, seja por meio de acionistas ou até dos bancos,
com empréstimos e financiamentos (tendo de incluir o custo da dívida).
Uma empresa é composta por duas variações de capital, sendo o capital oriundo dos sócios
(o capital social) e também o capital oriundo de terceiros (dívidas e financiamentos). Cada
um deles possui as suas próprias características, assim como um custo, tributos e dispo-
nibilidade distinta. Sempre que recorremos aos bancos, temos de ter a idéia de emprés-
timos de longo, médio e curto prazo, precisamos analisar o prazo da dívida e suas circuns-
tâncias decorrentes; sendo sempre necessário uma análise prévia. Por exemplo, compensa
306
mais emprestar 12K em uma única vez do que emprestar em 4x de 4K, no longo prazo.
Vale lembrar, que ela faz parte das estratégias de uma companhia. Cada empresa pode
compor a sua própria estrutura de capital, usando mais ou menos capital próprio (ou de
terceiros) para viabilizar as atividades empresariais.
Capital Próprio
Nada mais é do que o montante total que cada um dos sócios investe no negócio ao dar
início na empresa. Não possui um valor padrão definido por meio legal, o que significa
que quem contribui na sociedade deve estabelecer (de acordo com necessidade capital
de giro, projeção de receitas e custos fixos e variáveis) qual deve ser o valor final. Todas as
informações têm de estar disponíveis para quem aporta na empresa, para que ele saiba
a destinação dos valores, para que esses valores serão utilizados e como serão utilizados.
Falamos de uma fonte padrão, diferentemente das dívidas, não há como os acionistas não
o formarem, de modo que deve constar previamente no estatuto social da empresa
(podendo ser aumentado ou diminuído legalmente caso haja necessidade). Não é algo
que nunca mais será mexido, sua alteração pode vir a acontecer, temos de ter isso em
mente.
Capital de Terceiros
Falamos do capital de fonte externa, é aquele que a companhia capta nos bancos públicos
ou comerciais, através de empréstimos e financiamentos. Como qualquer capitalização,
a empresa paga juros sobre esse dinheiro, conferindo o lucro ao credor.
É vantajoso utilizar o capital de terceiros, pois ele auxilia na redução do imposto de renda
a ser recolhido, quando substitui parte do capital próprio como viabilizador financeiro.
307
Entre muitas aspas, podemos economizar, reduzindo o valor do imposto de renda, mas é
necessário jogar esse valor contra os juros para ver se vale à pena.
A estrutura de capital é planejada, criada e alterada. Para isso, é necessário que os admi-
nistradores levem em conta tanto os planos internos (expansões, funções etc), como o
contexto econômico – em especial a alta ou a queda dos juros que interferem no “valor”
do dinheiro. Por exemplo, uma dívida contratada no meio de 2020, com 5% de custo da
dívida, mas devido a diversas possibilidades do cenário, podemos vir a negociar com outro
banco para alterar esse custo da dívida.
Essa é apenas uma aula introdutória acerca do que falaremos dentro desse módulo, vere-
mos cada detalhe com mais atenção daqui em diante.
Os acionistas e os credores financiam a empresa — querendo ou não, são eles que colocam
o capital para dentro da empresa, esperando obter retorno sobre o capital investido: eles
vão lá, dão dinheiro para empresa, porém também esperam que volte dinheiro dessa
empresa — que volte mais do que foi investido. Se colocam 10 mil reais, esperam que
retorne 15 mil.
308
Porém não é isso que acontece muitas vezes, principalmente com acionistas. Vamos supor
que eles façam um investimento e que aconteça algum problema ao decorrer do ano e
essa empresa não gere lucro, ou seja, acabe não gerando dividendo para seus acionistas.
Então isso é o risco envolvido nas operações.
Toda vez que um acionista ou o banco empresta dinheiro eles têm que ter em mente essa
questão do risco, porque pode dar certo aquilo - plano, projeto - ao qual é solicitado o
empréstimo, mas muitas vezes pode não dar. Então quando isso acontece, tem que ser
calculado por esses agentes — acionistas e credores —, visto que existe esse tipo de risco
para a empresa, os acionistas e credores exigem um retorno maior sobre o capital inves-
tido. Por isso existe essa relação de 10 mil reais investidos para 15 mil reais em retorno.
Impacto negativo sobre seu fluxo de capital e capacidade financeira; ou seja, menos dinheiro
dentro da empresa, isso é um risco para os acionistas e bancários.
Perdas contábeis; já que os prejuízos têm que estar indicados no balanço patrimonial da
empresa.
Ações ordinárias: nessa os acionistas têm direito de participar de certas decisões da empresa,
que é muito bacana, porque o acionista que têm ações ordinárias, ele tem voz de ação
dentro do conselho diretor das empresas e auxilia nas decisões.
Ações preferenciais: dão prioridade no recebimento de dividendos, que são uma fração
dos lucros. Aqui vale ressaltar o seguinte: se a empresa não obtiver lucro, não há repasse
309
de dividendos. Isso tem que ficar bem claro, pois não há como dividir algo que não existe
No Risco das ações ordinárias, os acionistas ordinários serão os últimos da fila na hora da
empresa distribuir os dividendos, ou seja, pode ser que eles não venham a receber os
dividendos. Sem garantias em caso de falência, se a empresa quebrar, pode ser que os
acionistas ordinários podem não conseguir recuperar o valor investido. Os primeiros a
serem ressarcidos são os credores e acionistas preferenciais - além de pagamentos traba-
lhistas. Tudo isso tem preferência antes de o acionista ordinário receber alguma coisa.
Consideramos uma modalidade inteligente, pois não conseguimos prever o dia de amanhã
com clareza. Enxergamos que não é ruim e problemática a adesão de empréstimos, o
problema está em não conseguir pagar, toda atenção é necessária para saber se vamos
ter caixa para pagar a parcela desse empréstimo. Por isso, o gerenciamento financeiro é
tão importante para lidar com todos esses pormenores na hora de fazer a adesão de um
empréstimo.
310
A estratégia pela qual se mantém percentual de endividamento alvo representa maior
risco para a empresa. Quando a empresa espera manter a dívida como uma fração fixa
do valor total, o montante da dívida e os juros variam de acordo com os resultados reais,
ao invés do esperado, dos fluxos de caixa futuros da empresa. Sendo assim, os pagamentos
de juros futuros e os benefícios fiscais serão tão arriscados quanto os fluxos de caixa.
Eles demonstraram que o valor de uma empresa depende de como ela investe seus recur-
sos, ou seja, varia de acordo com o seu potencial de rentabilidade. E, também, o valor da
empresa independe da forma pela qual ela é financiada, ou seja, de sua estrutura de
capital.
311
idéia. Nós estamos em um país com uma tributação enorme, onde nós não vemos
a aplicação e o retorno desses tributos, esse ponto tem de ser levado em conta, pois
para M&M a máquina pública iria se auto-sustentar.
⯀ Ausência de custos de transação (de corretagem ou lançamento de títulos). Existem,
hoje, empresas que sobrevivem a partir de taxas de transições, essas empresas já
não existiriam no mundo de M&M.
⯀ Inexistência de custos de falência ou restrição financeira (empresas nunca iriam falir,
inexistindo risco de inadimplência para os credores).
⯀ Ausência de spread de taxa de juros para aplicação e financiamento. Ou seja, as
empresas não iriam cobrar pelo capital emprestado para outras empresas, no mundo
perfeito de M&M.
⯀ Simetria de informações, ou seja, investidores e administradores possuem a mesma
informação sobre as perspectivas de investimento da empresa e, os últimos sempre
trabalham em favor dos primeiros – ausência de conflitos de agência. Esse tópico
está protegido pela legislação atualmente.
⯀ Oferta ilimitada de financiamento a uma taxa livre de risco para empresas e acionis-
tas. A oferta ilimitada de dinheiro causará um impacto macroeconômico na
sociedade.
⯀ Comportamento racional dos investidores, onde visam maximizar sua riqueza e exi-
gem maior retorno frente ao aumento do risco.
Para o M&M, os ativos fixos asseguravam que a empresa renderia para seus acionistas um
fluxo de lucros ao longo tempo, para isso os fluxos não precisam ser constantes, podem
ser incertos e levados a perpetuidade. Por conseguinte, o valor de mercado das empresas
deveria ser proporcional, em equilíbrio, aos seus retornos esperados líquidos de impostos,
descontando-se o custo de capital.
312
seu valor de mercado.
QUESTÃO 1
No estudo da estrutura de capital, existem duas teorias: a teoria convencional e a
teoria de M&M. A teoria de M&M tem como fundamento principal o fato de que:
c) Uma empresa pode alcançar uma estrutura ótima de capital, mediante uma combinação
adequada de suas fontes de financiamento.
Lançamento de Ações
São empresas que estão abrindo capital vendendo suas ações na bolsa de valores.
Entendemos por ações, os valores emitidos por sociedades anônimas representativos de
313
uma parcela do seu capital social. São títulos de propriedade que conferem a seus deten-
tores (investidores) a participação na sociedade da empresa. Noutra maneira, uma ação é
um pedacinho de uma empresa, que decidiu abrir seu capital para expandir ou por qual-
quer outro motivo.
As ofertas públicas de ações (IPO e Follow On) podem ser primárias e/ou secundárias.
O principal motivo de uma companhia abrir o seu capital é para captar recursos. Uma IOP,
por exemplo, gera uma grande injeção de capital em um período curtíssimo. Mas uma
IOP não pode ser realizada por qualquer companhia, nesse caso, é preciso certificar que
se tem um modelo de negócios seguro e estável.
Esse processo de lançamento é longo e começa cerca de um ano antes da abertura efetiva,
podendo custar milhões em taxas. Algumas organizações optam por montar uma equipe
específica, composta por advogados, contadores, analistas e outros especialistas. Trata-se
de uma atividade muito burocrática e, de certa forma, demorada para se executar.
314
Após a empresa obter o registro de companhia aberta na Comissão de Valores Imobiliários
(CVM), é necessário montar um prospecto de oferta. Neste prospecto de oferta é detalhada
as informações importantes sobre a empresa, histórico das demonstrações contábeis dos
últimos 3 anos, além dos dados da própria operação e a projeção do negócio – aqui incluindo
todas as demonstrações contábeis que já falamos no curso.
Sendo assim, o prospecto é um documento voltado para o público investidor; com estes
documentos os investidores em potencial saberão quais os planos, situação do mercado
e riscos da companhia. Ou seja, passado, presente e futuro importam na hora de fazer a
análise de uma empresa para decidirmos se vale a pena ou não comprar as ações da
mesma.
315
dem um pouco do controle e da liberdade sobre o seu negócio.
⯀ Vigia pública, ou seja, a empresa enfrenta apurações e regulamentos muito mais
intensos e passa a ser regulada pelos órgãos competentes.
⯀ Informações financeiras se tornam públicas, tudo tem de vir a público, se faz neces-
sário a transparência total.
⯀ Difícil análise, pois como a ação antes nunca foi negociada, ninguém saberá como
funciona a empresa; o desconhecimento pesa.
⯀ Imprevisibilidade dos preços, de inicio, após o lançamento, não conseguimos prever
valores de precificação adequados.
QUESTÃO 1
“A Natura iniciou a negociação de suas ações na Bolsa em 26 de maio de 2004, sendo
também uma das pioneiras a ingressar no Novo Mercado. O sucesso do IPO da Natura,
numa época em que o Brasil sofria as conseqüências de diversas intempéries econô-
micas, resultou no início de um círculo virtuoso para o mercado de capitais. A ousadia
e a confiança no mercado que a Natura demonstrou, naquele momento econômico
ainda difícil, abriram o caminho para uma fila de mais de uma centena de companhias
que passaram a enxergar a Bolsa como um canal de financiamento para a expansão
de seus negócios”
(V) O mercado primário é aquele que organiza a emissão de novos instrumentos de capital
e de crédito. Esse mercado tem como desafio estabelecer os preços dos valores
mobiliários.
(V) O mercado secundário é responsável por negociar os títulos e apurar os preços das
ações diante das consecutivas transações.
(F) Ações são títulos de dívida de médio e longo prazo, emitidos por sociedade por ações,
que confere a seu detentor um direito de crédito contra a emissora.
(V) IPO é uma oferta pública de títulos. Essa oferta tem seus preços decididos por dois
316
métodos principais: aquisição a um preço pré-determinado ou através de um leilão (book
building).
a) V, F, V, F, V.
b) V, V, V, F, F.
c) V, V, F, F, V.
d) F, F, V, F, V.
e) F, V, V, V, F.
Reposta: com base nos conteúdos apresentados em aulas, as assertivas corretas corres-
pondem a letra C.
Emissão Interna
Essa emissão externa costuma ser a opção quando se busca alongar o perfil do endivida-
mento. Vale lembrar, que o mercado internacional de títulos disponibiliza mais financia-
mentos de longo prazo.
317
Ainda no mercado interno existem as chamadas “operações estruturadas”, dentro da
categoria de renda fixa, em que recebíveis são “securitizados”, como nos Certificados de
Recebíveis Imobiliários (CRI) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA, ou direitos
creditórios são cedidos, como nos Fundos de Investimento em Direito Creditórios (FIDC).
Nada mais é do que uma prática que agrupa ações de forma organizada formando um
fundo.
Emissão Externa
No mercado externo, tanto emissores financeiros como não financeiros costumam emitir
“bonds”. São papéis que possuem característica de renda fixa, ou seja, títulos de crédito
que garantem aos detentores direito de crédito ante a companhia emissora.
Quanto aos “Euro Bonds”, são referentes às emissões feitas no mercado internacional de
“bonds” e que não são focadas para um país específico e nem segue uma jurisdição espe-
cífica. No geral, são bancos que adquirem esses papéis e os revendem para os mais diversos
mercados internacionais.
QUESTÃO 1
No que diz respeito às características das ações e das debêntures, bem como ao fun-
cionamento do mercado de capitais, julgue os próximos itens:
“As ações preferenciais, embora não dêem direito a voto ou restrinjam o exercício
desse direito, conferem prioridades na distribuição de dividendos aos seus
titulares”.
a) Certo.
b) Errado.
Resposta: quando nos referimos em ações preferenciais, de fato não possuem direito a
voto, mas possuem prioridade na distribuição de dividendos, portanto, a assertiva está
correta.
318
GRAUS DE ALAVANCAGEM
No mercado financeiro, grau de alavancagem é a maneira de impulsionar os recursos para
atingir os melhores resultados possíveis. A palavra-chave aqui é impulsionamento. Por
meio de alavancagem torna-se possível realizar uma aplicação de valor maior do que aquilo
que está disponível na conta do investidor.
Em outras palavras, ela é o produto do uso dos ativos operacionais ou fundos (recursos
financeiros) a um custo fixo com o propósito de multiplicar retornos aos proprietários da
empresa.
⯀ Operacional;
⯀ Financeira;
⯀ Total ou mista.
Custos fixos são todos aqueles que estão previstos no decorrer do período de tempo em
análise, enquanto que os variáveis estão ligados à ocasionalidades. Estes últimos são os
mais redutíveis de todos.
319
Alavancagem operacional significa aumentar o retorno gerado pelos ativos operacionais
mantendo-se o mesmo custo fixo, o qual deve estar bem dimensionado.
Exemplificando: uma empresa com variação percentual nas receitas, de um ano para o
outro, igual a 20%, teve um aumento de 40% no EBIT.
GAO = 40 / 20 = 2
Sendo o GAO superior a 1, isto significa que houve alavancagem operacional além da que
seria esperada. Os aumentos da entrada de receita na empresa provocaram o aumento
de EBIT.
320
É a ação de contrair uma dívida para financiar uma outra mais antiga sem haver com isso
comprometimento do patrimônio da empresa. Trata-se de uma forma de aumentar a
rentabilidade através do endividamento (por mais que isso possa parecer contraditório).
O GAF pode ser descrito como o resultado do uso de encargos financeiros fixos para o
aumento dos efeitos de variação no EBIT/LAJIR sobre o lucro líquido ou lucro por ação.
São estes pagamentos chamados de fixos porque devem ser pagos independentemente
do montante de EBIT disponível para efetivá-los.
A variação do EBIT (20%) foi capaz de gerar uma variação do LPA equivalente a 33%, pois
os juros foram mantidos constantes. O GAF aqui corresponde a 33,3/20 = 1,665.
A ideia central para se estimar a alavancagem financeira é perceber a mudança que ocorre
no lucro líquido para cada alteração no lucro operacional. Vale ressaltar que sendo o GAF
maior que 1, isso significa que houve aporte financeiro na empresa.
321
Grau de Alavancagem Total (GAT)
O Grau de Alavancagem Total (GAT) utiliza o potencial de otimização dos custos fixos ope-
racionais e financeiros para aumentar o efeito das variações nas vendas sobre o lucro por
ação. Quando isso acontece de forma rápida e simples, isso produz efeitos excelentes no
LPA.
Pode ser encarado como a medida do impacto total dos custos fixos na estrutura opera-
cional e financeira da empresa.
Exemplificando:
Considerando a variação de 38,7% no LPA e uma variação de 9,38% nas receitas de vendas,
o GAT do exemplo corresponde a 38,57/9,38 = 4,11.
Sempre que o Grau de Alavancagem Total (GAT) for maior que 1, haverá alavancagem,
otimização e aumento de vendas.
CUSTO DE CAPITAL
É o retorno mínimo exigido pelos credores e acionistas (financiadores de recursos) para
322
determinar a viabilidade de um investimento ou negócio.
As empresas buscam financiamento para seus projetos junto aos acionistas e credores ou
a partir de seu capital próprio, ao emitir ações e também ao contrair empréstimos de curto
e longo prazo. Não é preciso dizer que acionistas e credores financiam a empresa espe-
rando obter retornos sobre o valor investido.
Exemplificando: você vai ao banco e pega emprestado R$60.000. Mas no final das contas
o valor total dessa dívida será de R$65.000. A diferença de cinco mil é o custo de capital.
Em um negócio bem planejado, o empreendedor sabe o quanto precisa ter de lucro para
que a empresa seja autossustentada. O custo de capital, considerado uma taxa de retorno,
é essencial para se manter o valor de mercado de um empreendimento.
O custo de capital não é relacionado apenas a novas empresas. Toda vez que uma marca
consolidada no mercado decide ampliar suas atividades ou investir em projetos, sempre
haverá captação de recursos financeiros para isso.
Conceitualmente, equivale ao rendimento mínimo que a empresa deve obter para remu-
nerar seus acionistas e manter o preço de mercado de suas ações. O custo de capital
próprio fornece aos acionistas uma ideia de quanto haverá de retornos relacionados ao
capital investido e isto precisa ser ajustado pelo preço de mercado, para que não haja
valorizações ou desvalorizações indevidas.
Uma empresa pode financiar seus investimentos através de recursos próprios, advindos
da emissão de novas ações ou da retenção de lucros.
323
O custo de capital próprio (Ke) é uma medida que expressa a taxa mínima de retorno que
os investidores exigem ao aplicarem seus recursos próprios na empresa. Representa, por-
tanto, o ganho mínimo que justifica a aceitação de um investimento.
O custo de capital é mais difícil de ser apurado se o compararmos com o custo da dívida.
Trata-se de uma taxa mínima de retorno de referência para as decisões financeiras e deve
seguir o risco do investimento.
Embora seja muito utilizado na bolsa de valores, esta não é a única das finalidades do
CAPM. Qualquer investimento pode ser avaliado pelo ponto de vista das precificações,
inclusive projetos empresariais.
Rf = taxa livre de riscos, geralmente com referência em títulos públicos de longo prazo,
como a taxa Selic.
Beta
324
O Beta é um fator muito importante para o funcionamento do cálculo pois ele representa
o grau de volatilidade de um ativo em análise. Isso é fundamental quando avaliamos o
risco, visto que quanto mais volátil for um investimento, mais perigoso ele é.
Esse não é um parâmetro absoluto. Tudo depende dos balanços do mercado. Mas o que
sabemos é que quanto maior a volatilidade, melhores serão os retornos obtidos.
O Capital Asset Pricing Model (CAPM) permite comparativos entre diversas alternativas a
respeito de investimentos e da qualificação de ativos do mercado financeiro. Como já
sabemos, essa análise levará em conta o risco e o retorno apresentados.
QUESTÃO 01.
Uma das preocupações dos administradores financeiros é a relação risco-retorno. O
modelo de precificação de ativos (CAPM) foi desenvolvido para explicar o comporta-
mento dos preços dos ativos e fornecer um mecanismo que possibilite aos investidores
avaliarem o impacto do risco sobre o retorno de um ativo. Considere as seguintes
informações sobre um ativo hipotético:
Beta = 1,2
a) 5%
b) 16%
c) 6%
325
d) 0.
Ki = 16%.
O retorno mínimo esperado para o ativo é 16%. Portanto, a resposta correta é a alternativa
b.
A ideia implícita é que se o valor obtido com o modelo de desconto de dividendos for maior
que o valor pelo qual as ações já estão sendo negociadas, o objeto analisado é considerado
como subvalorizado ou desvalorizado.
Esse modelo é um dos métodos de avaliação de uma empresa com base na teoria de que
uma ação tem o valor igual à soma descontada de todos os pagamentos de dividendos
prospectivos. Por isso, apresenta inúmeras variações. Entretanto, elas não são cabíveis para
empresas que não pagam dividendos.
É normal haver crescimento no pagamento dos dividendos. O ruim é quando isso está
vinculado a uma subvalorização dos dividendos frente ao valor de mercado.
326
O modelo de dividendo descontado é um dos mais conservadores e antigos métodos de
avaliação de ações. É também um elemento fundamental da teoria financeira.
O acionista quando investe seus recursos comprando ações, sempre espera que o retorno
esteja relacionado com os fluxos de caixa após os impostos. Para que as taxas de retorno
dos custos de capital próprio e de terceiros fiquem patamares comparáveis entre si é pre-
ciso ajustar as taxas de juros descontando o benefício fiscal.
Jx = juros, isto é, valor relativo aos juros aplicados na oferta de crédito concedido por
terceiros.
Ct = capital de terceiros, valor que compreende todo o passível exigível, ressalvado o pas-
sivo circulante.
Ir = alíquota ou valores utilizados para calcular o valor de tributos a serem pagos pela
327
empresa.
Nesse caso, a empresa não tem a obrigação de pagar o Imposto sobre Renda. Assim, o
custo da dívida não causa redução da base de cálculo de imposto e a empresa não tem o
benefício fiscal da dívida.
Quanto maior o risco de inadimplência, maior será também o custo de capital de terceiros
e a taxa de juros exigida. Logo, o custo da dívida pode atingir um patamar em que o lucro
se converte em prejuízo, inviabilizando o aumento indefinido do uso de capital de
terceiros.
QUESTÃO 01.
Em relação à estrutura de capital e ao uso de capital próprio e de terceiros, considere
as assertivas abaixo e julgue-as corretas ou incorretas:
A estrutura de capital de uma empresa corresponde aos fundos de longo prazo oriundos
de fontes de capital próprias e de terceiros.
Resolução: A afirmação está correta. Vale lembrar que a curto prazo também, mas isso
não invalida a resposta.
O custo de capital representa a taxa mínima de retorno que novos investimentos devem
proporcionar.
328
O capital de terceiros é formado por empréstimos e financiamentos contraídos em insti-
tuições financeiras e pelas obrigações emitidas pelas empresas (debêntures).
O valor referido pelo CMPC determina que percentual do capital da empresa esteja com-
prometido com o pagamento de credores. Dessa forma, atua como uma espécie de bali-
zador, no sentido de evitar o endividamento.
Vale destacar que o WACC é um dos indicadores a serem aferidos por empreendimentos
em fase de implementação e que estejam em busca de capital de terceiros.
Quanto mais capital próprio compor o patrimônio da empresa em sua fase inicial, maior
será a segurança por parte de possíveis investidores.
Fórmula
WACC = Ke x We + Kd x Wd
Sendo:
329
É importante lembrar que o WACC é um reflexo do risco que uma empresa oferece aos
investidores externos. A relação é proporcionalmente direta, ou seja, quanto mais arriscado,
maior será o retorno exigido e, assim, maior o WACC.
Quanto mais dinheiro houver em capital próprio, menor será o risco de se investir em uma
empresa; sempre atraindo olhares e possíveis investidores quando divulgados esses dados.
DIVIDENDOS E JCP
Nessa aula falaremos sobre dividendos em ações e em dinheiro, bonificação, bônus de
subscrição, juros sobre capital próprio (JCP), desdobramento (split) e grupamento (inplit):
conceitos e impactos sobre os preços e quantidades das ações do investidor. Ou seja, oito
tópicos serão explicados a partir de agora.
Dividendos em Ações
Dividendos é uma parte dos lucros de uma empresa que são distribuídos aos seus acio-
nistas como forma de remuneração.
Por exemplo: um investidor possui 200 ações do Itaú em carteira e vai receber dividendos
do Itaú em ações. Digamos que a empresa tenha definido que pagará 3 ações para cada
100 ações em carteira. Então, neste caso, o investidor vai receber 6 ações como
pagamento.
Dividendos em Dinheiro
Os dividendos pagos em dinheiro podem ser cotados em reai (por exemplo, R$3 por ação)
ou em percentual (3% por ação, por exemplo). Em muitos casos, os investidores podem
utilizar os valores recebidos para comprar mais ações do patrimônio da empresa.
Os dividendos são calculados como um valor por ação. Ou seja, cada investidor recebe
330
uma quantia baseada no número de papéis que possui.
Por exemplo: se você possui 200 ações da Petrobrás e ela decide pagar R$5 por ação de
seu dividendo anual, o seu rendimento será de R$1000 (200 ações x R$ por ação).
Esse valor também pode ser calculado em relação a uma porcentagem pré-definida do
valor atual da ação.
Por exemplo: digamos que uma empresa tenha anunciado a distribuição de um “dividend
yield” de 3%. Com isso, o valor recebido por seus acionistas será de 3% do preço atual da
ação.
Bonificação de Ações
Bonificação de ações é a distribuição gratuita de novas ações aos acionistas da empresa
em número proporcional às já possuídas. Quem tem mais ações se dá melhor dentro dessa
modalidade, por conta da proporcionalidade.
Para a empresa, nada mais é do que uma operação contábil para aumentar seu capital
social mediante a incorporação de reservas. Já para os acionistas, a bonificação representa
a atualização da sua cota de participação no capital da empresa.
Eventualmente também podem existir bonificações pagas em dinheiro, caso seja do inte-
resse da empresa, mas o mais comum é que não aconteça, pois corremos o risco do acio-
nista retirar o dinheiro da empresa.
331
Bônus de Subscrição
Bônus de subscrição são títulos negociáveis emitidos por empresa de capital aberto, que
conferem aos seus titulares, nas condições constantes do certificado, o direito de subscre-
ver ações do capital social dela, respeitando o limite de capital autorizado no estatuto.
Precisamos lembrar que as empresas têm normas infra-legais que precisam ser
cumpridas.
Os bônus funcionam como uma espécie de opção de compra ofertada para quem possui
ações da empresa. Ao receber um bônus de subscrição, o acionista ganha a opção de
subscrever (ou seja, adquirir em primeira mão) as ações adicionais colocadas à venda por
essa mesma empresa. Nesse caso, as condições da compra são pré-definidas, com um
prazo já determinado previamente.
A decisão de emitir o bônus de subscrição fica a cargo da própria empresa. Por regra,
quem decide se haverá a oferta desses títulos é a assembleia geral de acionistas. Porém,
o estatuto da companhia pode estabelecer o conselho de administração como o respon-
sável pelo tema. Normalmente, é mais interessante que a administração tome essa decisão,
pois estão mais envolvidos na operação.
Após definida a emissão dos bônus, o fato deverá ser informado ao mercado. Dentre as
informações que precisam ser divulgadas, estão:
⯀ Data de vigência dos títulos: período em que poderá ser exercido o direito.
⯀ Preço de exercício: o preço de compra das ações, que deverá ser definido na data da
emissão e não poderá ser modificado.
⯀ Último dia para negociação: prazo limite para negociar o título no mercado. Após
essa data, o bônus perde seu valor e “vira pó” na bolsa.
⯀ Então, após receber o bônus de subscrição, o acionista poderá fazer três coisas:
⯀ Vender os títulos no mercado secundário: como se trata de um título negociável, é
possível comprá-los ou vendê-los na bolsa, assim como acontece com uma ação
normal.
⯀ Exercer o direito de subscrição: dessa forma, pelo preço sugerido e dentro do prazo
de compra, o acionista adquire ações para ele mesmo.
⯀ Não fazer nada: se o detentor do título optar por exercer o direito dentro do prazo, o
direito deixa de existir e o papel perde seu valor.
Por ser entendido pela contabilidade como uma despesa, os JCP afetam diretamente os
lucros de uma companhia, da mesma forma que outras despesas, como despesas comer-
ciais e administrativas.
Quando os JCP são pagos aos acionistas, estes ainda foram tributados pela companhia, o
que faz com que os mesmo tenham seu imposto de renda (alíquota de 15%) devidamente
descontados do acionista no ato do pagamento. Num JCP de R$1.000, o acionista perderá
15%, recebendo apenas R$800, por exemplo.
As companhias podem decidir fazer um “split” para agradar seus investidores grandes,
como bancos e fundos de investimento. Nesse caso, para esses investidores é importante
que os papéis tenham sua volatilidade e liquidez em níveis adequados.
Para Traders também é interessante que a empresa faça desdobramentos, pois eles pre-
cisam que a ação que estejam negociando seja líquida para que possam executar suas
operações de curto prazo.
Empresas que fazem “split” passam uma imagem positiva. O anúncio de um desdobra-
mento aumenta o interesse na empresa e passa a mensagem que as ações subiram tanto
que precisaram aumentar o número de ações para que mais pessoas tenham acesso ao
investimento.
E, por fim, quanto ao “inplit” ou grupamento, nada mais é do que a junção de duas ou mais
ações em apenas uma. O valor do investimento não muda; apenas se altera o preço por
333
ação e a quantidade de ações disponíveis.
Por exemplo: temos a empresa ABCD4 que está sendo negociada a R$2,31 por ação. Em
decisão dos diretores, fazem um grupamento no fator de 4:1. Ou seja, o preço da ação irá
para R$9,24. Em relação à quantidade de ações, uma pessoa que tivesse 100 ações, após
o grupamento teria 25.
O grupamento pode ser feito visando a melhora da negociação das ações. Isso acontece,
pois valores muito baixos das ações podem significar em uma maior volatilidade no preço,
ou seja, maiores riscos. Com menor volatilidade também há uma melhora na liquidez.
Emissões
Uma emissão é o ato de tornar as ações disponíveis para negociação. As emissões podem
ser primárias, quando são emitidas novas ações e dinheiro vai para a empresa, ou secun-
dárias, quando atuais detentores de ações vendem totalmente ou parcialmente suas ações
no mercado.
Ação nada mais é do que uma parcela representativa do capital social de uma empresa,
que atribui ao seu titular a condição de sócio da empresa. Trata-se de um valor mobiliário
fracionado e representativo.
O valor da ação varia dependendo do contexto em que é necessário atribuir valor à parti-
cipação acionária – a ação poderá ter valores diferentes.
⯀ Nominal;
⯀ Patrimonial;
⯀ De negociação;
⯀ Econômico;
⯀ De emissão.
334
Sendo cada um desses valores definidos da seguintes forma:
Valor nominal: trata-se do resultado da divisão do capital social da S/A pelo número de
ações que esta emitiu.
Valor patrimonial: é obtido pela divisão do valor em reais do patrimônio líquido pelo
número de ações.
Valor de negociação: é aquele contratado, por livre manifestação de vontade, entre quem
aliena e quem adquire.
Valor econômico: trata-se de um valor obtido a partir de cálculos, que leva em conta o
quanto a ação valeria ao ser colocado no mercado futuramente, ou seja, é a expectativa
de rentabilidade que a ação pode representar. Por assim dizer, é uma expectativa do valor.
Valor de emissão: falamos do valor atribuído pela sociedade emissora à ação, que deve
ser pago, à vista ou a prazo, pelo subscritor, no ato da subscrição. Essa quantia deve ser
paga no momento que o acionista adquire a ação diretamente da empresa, no momento
da constituição da empresa ou no caso de aumento de capital social.
Quem define todos esses valores é a sociedade que cria o valor mobiliário, bem como a
definição da forma de pagamento, à vista ou a prazo, incluindo os juros sob a operação.
Sendo esse preço constituído na sociedade, momento em que o preço é definido pelos
fundadores e, também, quando há aumento de capital social com o lançamento de novas
ações.
Recompra de Ações
Prevista pela lei das S.A e regulada pela CVM, a recompra é um instrumento que permite
às companhias adquirir suas ações para manter em tesouraria e eventualmente cancelá-
-las, o que beneficia os acionistas, pois reduz a base acionária que vai receber os
dividendos.
A atividade de recompra é feita quando a companhia considera que o preço de suas ações
está abaixo do seu valor analisando um cenário econômico. Isso pode acontecer por um
momento irracional de queda nos mercados. Ou se a empresa considera que o mercado
não está avaliando corretamente seu real valor.
Outros motivos para a empresa praticar a recompra das ações são: ela pode estar buscando
reduzir os seus gastos com dividendos ou, até mesmo, distribuir as ações entre seus pró-
prios executivos pelos sistemas de Stock Options.
335
POLÍTICA DE DIVIDENDOS
Política de dividendos é a decisão, por parte da gestão da empresa, entre o pagamento
de dividendos e a retenção dos lucros. O conselho irá decidir qual a melhor opção para a
empresa.
Ficando restrita também de dar ou atribuir participação de lucros a seus sócios ou quo-
tistas, bem como a seus diretores e demais membros de órgãos dirigentes, fiscais ou
consultivos.
Concluímos que a empresa em débito com o fisco fica impedida de distribuir dividendos,
implicando em uma imagem ruim da empresa perante o mercado e perante aos possíveis
336
investidores.
Data Ex: é a data em que o preço da ação será ajustado, já que o valor dos dividendos sai
do caixa da empresa e, portanto, vai reduzir o valor de mercado.
Legislação
De acordo com a Lei das Sociedades Anônimas (Lei 6.404/76), as AS’s têm a obrigatorie-
dade de destinar, no mínimo, 25% dos resultados aos seus investidores.
E, ainda na mesma lei, determina-se que o lucro líquido dos exercícios, 5% serão aplicados,
antes de qualquer outra destinação, na constituição da reserva legal, que não excederá
de 20% do capital.
Startup
Esse é o ponto inicial para a maioria dos empreendedores no mercado. Qualquer grande
empresa já foi uma “startup”. Nada mais é do que o início do projeto, com boas metas,
com sonhos, com ideais possíveis.
Uma “startup” é formada por um grupo de indivíduos com alguns recursos e conhecimen-
tos em mãos, usando-os para gerar renda e iniciar um negócio. O conselho nesse ponto
está em diversificar esse grupo, para inovar e atingir um público maior.
Sua maior prioridade costuma ser a sobrevivência, não tendo um público bem consolidado,
sua preocupação é o pão de cada dia, pois não tem uma segurança de rentabilidade ainda.
Nesse momento ainda não existe a validade de que sua idéia será bem sucedida, ou, aceita
pelo público. Sendo assim, é necessário focar no dia a dia e em objetivos de curto prazo.
Lembrando que é necessário ajustar uma visão de longo prazo.
Inovação e Crescimento
Quanto à inovação e crescimento, falamos do momento onde ela começa a crescer em
um negócio mais sério, introduzindo soluções únicas ao mercado; ela está fazendo a coisa
andar, por assim dizer.
Seu foco está em adquirir talentos e criar um produto único. Começando a diferenciar-se
338
cada vez que vai estabelecendo melhor o seu nicho de atuação dentro do mercado. Ou
seja, ela olha o seu nicho e busca trazer diferenciações inovadoras.
Quanto a sua expansão, logo após descobrir seu diferencial e amadurecer bastante sua
idéia, então, será a hora de criar uma infra-estrutura que possa levar essa inovação a mais
pessoas.
Daí em diante aparecem parcerias, sócios, fornecedores, e, todas essas relações devem
receber mais atenção para serem bem sucedidas. Logo, seus investimentos devem ficar
não só mais amplos, mas também mais elaborados.
Estágio Maduro
Nessa fase o modelo de gestão, o plano de negócios e a governança corporativa já são
consolidados, o controle da operação e dos riscos passa a ser mais eficiente.
Podemos concluir que o estágio maduro nos diz respeito ao último degrau da escada que
citamos no começo da aula. Perceba que é necessária uma evolução contínua até a empresa
chegar ao estágio maduro. Nesse processo não se pulam etapas, pois isso pode nos gerar
muita dor de cabeça.
PREFERÊNCIAS DO INVESTIDOR
Para definir as preferências dos investidores, em primeiro lugar, é necessário saber quais
são os perfis de investidores que existem, pois cada perfil tem suas preferências. Cada
uma dessas preferências tem características que facilitam a compreensão e o mapeamento
dos perfis.
Todo investidor possui metas e objetivos específicos, e possui suas preferências em relação
aos investimentos e em relação aos riscos que estão atreladas a eles. Temos de saber o
339
que cada investidor está buscando, sua intenção e o sentido pelo qual ele busca o ramo
dos investimentos. Cada característica que esteja dentro do objetivo do investidor irá
influenciar, sobretudo, irá influenciar no risco pelo qual ele está disposto a encarar.
⯀ Conservador;
⯀ Moderado;
⯀ Agressivo.
Conservador
Esse perfil prioriza a preservação do seu capital de forma intensa. Ele não está disposto a
correr riscos que possam comprometer seu patrimônio e aceitam baixa rentabilidade em
troca de uma maior segurança.
Moderado
O investidor moderado está disposto a assumir certos riscos em busca de uma rentabili-
dade superior, sem abrir mão da carteira como um todo. Apesar de aceitar alguma quan-
tidade de risco, ele ainda procura a segurança da carteira.
Costuma montar sua carteira de modo a balancear e controlar os riscos, optando por
investimentos mais seguros para compor a maior parte da carteira e escolhendo ativos
de maior risco para compor uma pequena parte dos seus investimentos. Ele diversifica,
optando por mais risco em uma quantidade menor, não tem muito segredo.
⯀ Debêntures;
⯀ Determinadas Ações;
⯀ Fundos Multimercados;
340
⯀ Fundos Imobiliários;
⯀ Fundos de Ações.
Agressivo
O investidor agressivo, também conhecido como investidor com perfil arrojado, costuma
ter maior apetite ao risco e, por isso, escolhe os investimentos em busca da maior renta-
bilidade possível. Aqui é o único perfil que colocando 1k em uma ação, está disposto a
perder esse valor, em troca de uma possível rentabilidade.
A carteira de investimentos de quem possui perfil agressivo costuma ser composta por:
⯀ Produtos Conservadores;
⯀ Investimentos Moderados;
⯀ Produtos com Alto Risco (por exemplo, ações e derivativos).
Estando a maior parte da sua carteira dentro desses produtos de alto risco e uma pequena
parte nos dois primeiros tópicos. Algo, talvez, entre 90% no terceiro tópico e 10% divididos
entre os 2 primeiros tópicos dos produtos.
ASPECTOS TRIBUTÁRIOS
Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada, segundo Art. 3 do CTN (Código Tributário
Nacional)
Por exemplo:
⯀ Impostos;
⯀ Taxas;
⯀ Contribuições de Melhorias;
⯀ Empréstimos Compulsórios;
⯀ Contribuição Especial.
341
Cada uma dessas modalidades, de alguma forma, nós podemos enxergar sua ação em
nossa vida prática. Seja na moradia, na locomoção, na compra e venda etc. Todos esses
impostos giram a máquina pública e, por conseguinte, influenciam na saúde, na educação,
na estrutura social e política.
As empresas pagam ao menos 34% de impostos sobre o que obtiveram de lucro no perí-
odo. Está incluído nesse pacote o imposto de renda e, também, a contribuição social sobre
o lucro líquido.
A alíquota do IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica) é de 15% sobre o lucro apurado.
Além disso, há um adicional de 10% sobre a parcela do lucro que exceder R$20 mil por
mês. A cobrança sobre dividendos foi extinta no Brasil sob o argumento de que se tratava
de bitributação.
É importante ter esses conceitos básicos em mente, pois cai bastante na hora da prova e,
geralmente, com alguma distorção ou omissão de determinado fato.
Podendo ser resumida basicamente em dois princípios: o princípio dos sinais positivos ou
confiáveis e o princípio dos sinais negativos ou não confiáveis, que uma mudança na polí-
tica de dividendos pode sinalizar ao mercado.
342
⯀ A gerência deve escolher o método mais econômico e efetivo para enviar sinais ao
mercado.
⯀ Dividendos de sinal negativo ou não confiáveis consideram as seguintes
condições:
⯀ A diminuição no valor dos dividendos opera como um sinal negativo, pois, geralmente,
essa situação termina afetando o preço da ação, induzindo uma queda;
⯀ Uma empresa que nunca tenha pagado dividendos, mas que tenha registrado cres-
cimento extraordinário e alto retorno em seus projetos, ao começar a receber divi-
dendos, seus acionistas podem interpretá-los como um sinal de que os projetos da
empresa não são tão lucrativos como no passado.
A teoria pode ser usada pelas empresas para sinalizar a atração de novos investidores e
captar recursos. E, é claro, por meio de seus mecanismos e práticas, elas podem oferecer
retornos e ressaltar boas oportunidades de investimento.
O assunto política de dividendos envolve não apenas as formas que são utilizadas pelas
empresas para distribuir os seus lucros, mas quanto ao impacto dos dividendos sobre o
valor da empresa em diferentes condições de mercado.
343
mercado de ações é esmagadoramente a favor dos dividendos generosos e contra os
dividendos reduzidos”. Ou seja, todos buscam ganhar mais dinheiro.
Segundo Millher & Modigliani (1961), “A política de pagamento de dividendos que a empresa
escolhe seguir, não afetará nem o preço das suas ações nem o retorno total dos seus acio-
nistas”. Sendo eles a favor da teoria em questão. Logo, não existe uma política de dividendos
que seja melhor do que qualquer outra empresa.
SPIN-OFFS
Antes de conceituarmos “Spin-offs” se faz necessário sabermos o que é uma reestrutura-
ção de empresas, para que consigamos pegar todos os detalhes desse conteúdo.
Reestruturação de Empresas
Em uma empresa, essa reestruturação significa adotar novas políticas e práticas inovado-
ras, avaliar o desempenho dos profissionais, analisando o mercado e até mesmo a possi-
bilidade de explorar outros segmentos.
344
Reestruturação é uma avaliação geral da empresa para definirmos o que é necessário para
torná-la mais eficiente, ou seja, aumentar seus lucros enquanto diminui seus gastos e seus
desperdícios.
Esse ajuste é essencial para que a organização sobreviva, aumente seu lucro e, consequen-
temente, garanta resultados melhores para os acionistas. Para obter sucesso, é essencial
que esse processo comece com um diagnóstico para avaliar os riscos e as oportunidades.
Entendendo que a empresa não está caminhando para onde a gente quer, é necessário
reestruturar e reorganizar uma empresa.
As fases da reestruturação empresarial podem variar, mas de modo geral, têm uma estru-
tura semelhante.
Fase 1 Situação de Deterioração: nessa etapa, são feitas análises para determinar para
começar a desenvolver um plano de ação. As análises determinam:
⯀ Deterioração e crise;
⯀ Sintomas, causas e severidade da crise.
⯀ Reestruturação operacional;
⯀ Reestruturação estratégica;
⯀ Reestruturação financeira.
345
Incluindo:
Spin-offs
É um tipo específico de companhia, fundada como uma derivação de outra organização
empresarial – em um processo de cisão. Toda Spin-off é comandada por uma empresa-
-mãe, que detém a maior parte de suas quotas desde a fundação e mantém o controle
financeiro e administrativo sobre as suas operações.
O Spin-off nasce de uma demanda específica das organizações, como entrar em um novo
mercado ou investir em um tipo distinto de tecnologia.
Esse tipo de negócio costuma ser menos oneroso, tanto do ponto de vista econômico
quanto da cultura organizacional e da autonomia gerencia, por esses motivos é visto como
uma boa opção de diversificação. Por exemplo, temos um negócio X em educação, mas
identificamos que a área de saúde cresceu mais que educação nos últimos tempos, logo,
vamos querer segmentar/diversificar uma parte dos nossos investimentos para a área da
saúde.
Spin-off Corporativa
É criada no seio de outra companhia, chamada de empresa-mãe, que se encarrega de
346
fundá-la e imprimir nela a mesma estrutura de processo já utilizado.
Spin-off Acadêmica
Embora o processo de criação seja muito parecido em ambos os casos, a Spin-off acadê-
mica costuma surgir a partir das próprias pesquisas realizadas nos laboratórios das uni-
versidades. A sua criação deriva, então, da necessidade de comercializar produtos derivados
dessas pesquisas.
Benefícios de Spin-offs
O desenvolvimento da mão de obra interna é gerenciado pelos funcionários competentes
da companhia, que ganham a chance de crescer ao assumir cargos maiores dentro da
nova organização. Temos diversos casos onde o funcionário atuou em todas as demandas
de desenvolvimento, foi subindo de cargo e veio a se tornar o CEO da empresa.
A estrutura flexível é um dos seus principais benefícios, são confundidas com startups,
pois contam com estruturas internas mais dinâmicas do que as adotadas pelas compa-
nhias comuns.
As empresas-mãe conseguem encontrar bons motivos para destrinchar projetos que não
conversam com os demais produtos desenvolvidos pela organização. Dessa forma, uma
boa opção de lucro é desenvolvida, sem ameaçar a estrutura própria já definida e
bem-sucedida.
Os recursos oferecidos pelas empresas podem ser de capital financeiro, matéria prima,
tecnologia ou até mesmo mão de obra. Por exemplo, vamos construir uma casa e cada
participante da Joint Venture entrará com um item para a construção.
Objetivo único e comum é uma de suas características é ter objetivos únicos e comuns,
que podem ser complexos ou simples – que serão influenciados pela duração da Joint
Venture, com vistas a desenvolver um projeto específico que beneficie todas as partes.
A lógica por trás dessa modalidade é que empresas envolvidas avaliam que a probabilidade
de sucesso é maior em conjunto. Um bom exemplo é uma empresa que tenha pouca
liquidez, mas com propriedade intelectual especializada, e outra com muito dinheiro, mas
sem a capacidade técnica necessária. Em uma estratégia de Joint Venture, as duas orga-
nizações podem se complementar para melhorar suas tecnologias. Nesse caso, a empresa
com maior liquidez pode financiar um projeto para expandir a tecnologia da outra e, em
troca, obter uma licença para comercializar a tecnologia sob sua marca.
348
Uma JV contratual nada mais é do que um acordo entre duas partes, onde se reúnem para
um determinado projeto de negócios e, como o nome sugere, assinam um contrato des-
crevendo os termos. Deverá incluir os termos de confidencialidade, lucros, perdas, infor-
mações, como cada uma das partes irá contribuir e, por fim, a duração do contrato de JV.
Não é criada uma entidade jurídica separada para o projeto, as partes envolvidas trabalham
apenas em parceria de acordo com os termos do contrato.
Assemelha-se a uma parceria comercial, mas com uma diferença fundamental, as parcerias
geralmente envolvem relacionamento comercial contínuo e de longo prazo, e nas JV
societárias o foco está em uma única transação comercial.
DESINVESTIMENTO
Falamos do ato ou efeito de desinvestir, de retirar um investimento ou capital de uma
empresa, vendendo ou perdendo uma parte, às vezes, perdendo até o total de sua parti-
cipação acionária. Por exemplo, temos um dinheiro em nossa pequena empresa, nós
simplesmente retiramos o dinheiro investido na empresa.
Normalmente, é utilizado esse tipo de estratégia para conter ou cortar despesas, dimi-
nuindo o escopo das atividades empresariais de um determinado negócio. Têm-se uma
empresa que produz sapatos e chinelos, por exemplo, enxergando que a parte da empresa
que produz sapatos não está nos dando um bom retorno, logo, cortamos os investimentos
na área de sapatos, e focamos na área de chinelos que nos traz uma boa rentabilidade. É
importante ter em mente, dentro do exemplo, que a empresa deixará de vender sapato;
fato complicado, quando temos empresas que precisam cortar determinado produto que
é o carro forte ou a imagem da marca. Nesse sentido, a empresa Havaianas deixar de pro-
duzir chinelos seria bem complicado, pois é a cara empresa.
O desinvestimento pode ser feito de várias formas, como venda de ações (para empresas
349
de capital aberto), fechamento de uma ou mais unidades ou encerrando uma linha de
produto que não está dando o retorno.
Motivos de um Desinvestimento
Mercado competitivo é um grande motivo, quando sua cota é muito pequena para que
ela seja competitiva em mercado já aquecido. Será difícil se manter e um mercado onde
os grandes players já fomentaram e trabalharam em grande escala.
Objetivos do Desinvestimento
Quando é tomada a decisão de desinvestir, o intuito por trás dessa ação normalmente é:
FUSÕES
350
Falamos de quando duas ou mais sociedades se unem formando uma nova e única grande
empresa, extinguindo as companhias originárias. Ou seja, passam a ser uma única com-
panhia, não existindo mais a companhias separadamente, ou melhor, forma-se uma nova
personalidade jurídica.
Por exemplo, nós temos a empresa X e a empresa Y, simplesmente, formamos uma empresa
XY, cada um entrando como sua parte, extinguindo X e Y de forma separada.
Nesse tipo de processo a sociedade que é formada pela fusão sucede as originárias em
todos os seus direitos e obrigações. A sociedade formada por este processo se torna res-
ponsável pelo cumprimento dos contratos celebrados pelas empresas originárias, inclusive,
contratos de trabalho, sob pena de pagamentos de multa e demais penalidades, salvo
disposição em sentido contrário no termo contratual de fusão. Vale lembrar, a importância
de colocar tudo nas cláusulas contratuais para evitar eventuais problemas na hora da fusão.
No contrato deixamos tudo às claras!
Incorporações
Ocorre quando uma ou mais companhias são absorvidas por outra já existente, a qual as
sucede em todos os direitos e obrigações. No entanto, as sociedades incorporadas deixam
de existir, mas a empresa incorporadora continuará com a sua personalidade jurídica.
Por exemplo, temos a empresa A, que fabrica carros, e temos também a empresa B que
fabrica rodas de carros, existindo um contrato de prestação de serviços entre essas empre-
sas, pois a empresa B fornece rodas para e empresa A. Numa incorporação o que ocorre
é que a empresa A incorpora a empresa B, passando a não precisar mais da prestação de
serviços, pois a B deixa de existir e passa a fazer parte da empresa A. Esse exemplo acon-
tece bastante na realidade, dentro do mercado das montadoras de veículos.
Um conselho bacana é não ter somente um único cliente, não depender de apenas um
único fornecedor. Isso pode gerar prejuízos, inclusive, esse cliente pode querer comprar a
sua empresa ou até quebrar e, por conta disso, você vir a quebrar também. Ter 70/90% da
rentabilidade de nossa empresa em um único fornecedor ou cliente, é demasiado
perigoso.
Uma empresa ao ser incorporada deixa de possuir CNPJ próprio e tem todas as suas ações,
capital, projetos, funcionários e afins, controlados pela empresa incorporadora.
QUESTÃO 1
351
Julgue o item subseqüente, relativo às operações de transformação, conforme a
legislação societária: em uma incorporação, a empresa incorporada é absorvida por
outra, a incorporadora, que lhe sucede somente em todas as obrigações.
a) Certo;
b) Errado;
No caso de uma incorporação com participação total, a empresa adquirida pode ser extinta
e completamente integrada na adquirente. Nesse tipo de operação, a compradora a sucede
nos direitos e obrigações. Assim como vimos na aula anterior.
A empresa adquirida pode operar de modo independente com maior ou menor grau de
integração entre ambas as partes.
LBO
Falamos da compra alavancada, dita de outro modo, é um termo que faz referência a
aquisição de uma empresa realizada com um volume relevante e capital de terceiros. Ou
seja, bastante gente colocará dinheiro para que essa operação possa acontecer.
Nesses casos, seus ativos podem ser utilizados como garantia pelos empréstimos feitos
anteriormente, isso quando já finalizada a operação. E as transações LBO acontecerão
somente se os compradores da empresa ou patrocinadores demonstrarem um potencial
para sustentar o crescimento da empresa alvo. Ou seja, não é feita a toa, precisa-se de um
plano de negócios e de estratégias.
352
É uma estratégia utilizada geralmente para criar uma empresa com baixo capital, que visa
comprar outra empresa com alto endividamento ou com custo maior que o dinheiro do
patrocinador.
Sendo assim, no momento da aquisição, a empresa criada está endividada por causa do
investimento necessário nessa compra. Por isso a empresa vendida assumirá também a
dívida. Pode-se dizer, então, que compra alavancada de empresa é um empréstimo, ou
seja, comprará as ações com capital emprestado.
MBO
Agora, falamos de um termo utilizado para uma operação de compra feita pelos gestores
de uma empresa. Nesse tipo de processo de aquisição a maior parte do capital social fica
para um dos gestores da sociedade empresarial.
Tem por objetivo de tomar o controle ou destino da empresa. Visa-se ver qual o caminho
que irá nortear essa empresa e então executar a ação. O MBO é uma operação que acon-
tecerá para buscar melhorar a capacidade de gestão da companhia ou empresa.
É recomendada para os gestores, pois estes conhecem a empresa, seus pontos fracos e
fortes. Mas isso não é um indicativo que a operação será um sucesso. Existe o processo
de adaptação para o novo cargo e dificuldades nos processos de liderança.
Cisões
A cisão de uma empresa é a transferência de uma parte ou da totalidade patrimonial da
companhia para uma ou mais sociedades que, por sua vez, já existiam no mercado ou
foram constituídas para este fim.
353
continuar existindo, uma vez que houve apenas a divisão de seu capital, verifica-se a cisão
parcial.
Independentemente de a cisão ter sido parcial ou total, a sucessão dos direitos e obriga-
ções vai se referir apenas à parcela do patrimônio que foi transferido à outra sociedade.
Nesse sentido, a empresa que absorveu parte ou todo o patrimônio pode ocorrer em
sociedades de qualquer tipo, não se restringindo apenas às sociedades por ações, embora
em qualquer operação devam ser observadas as regras estabelecidas na lei das S/A.
Resumindo, falamos de 1 inteiro que será partido, caracterizando então o processo de cisão.
Trata-se de um conceito que surgiu em 1970, como uma espécie de movimento originado
a partir de organismos e instituições internacionais, que as conectou com aspectos eco-
nômicos e políticos. Nos anos de 1990, houve uma grande evolução no que se refere à sua
concepção e às possíveis aplicações.
Vale lembrar, que as relações políticas são importantíssimas para as empresa, por exemplo,
não é difícil encontrarmos alguém relacionado a prefeitura de determinada cidade, dentro
do conselho de uma empresa grande daquela cidade, isso é bem comum. Uma relação
política bem estabelecida pode ser demasiadamente vantajosa para uma empresa, sobre-
tudo nos dias de hoje.
354
Podendo ser ela definida como uma série de processos que determinarão como os negó-
cios podem ser geridos, encarregando-se, por exemplo, de transformar princípios e valores
em diretrizes mais objetivas. Toda empresa séria tem de ter valores e princípios e valores
bem estabelecidos, e a Governança trata deles para transformar em algo alcançável, os
transforma em metas e objetivos.
Além disso, ela pode recuperar e garantir a confiabilidade em uma determinada empresa
para os seus acionistas. Criando um conjunto eficiente de mecanismos de incentivos e de
monitoramento, a fim de assegurar que o comportamento dos executivos esteja sempre
alinhado com o interesse dos acionistas. Um fato legal, é que o presidente deixa o seu CPF
como garantia, em determinados casos, poderá ele ser preso.
A gestão corporativa traz diversos valores importantes, cujos reflexos aparecem dentro e
fora das organizações. Mas o principal valor, sem sombra de dúvidas, é a confiança, devido
às regras e sua força.
355
Atributos
A criação dessa estrutura é sólida e organizada, sendo imprescindível para que a empresa
possua uma boa governança corporativa e implementação de um sistema eficaz para
realizar as verificações entre os principais órgãos corporativos. Sendo esse sistema mon-
tado totalmente sobre o princípio da confiança, mas também baseado em legislação,
regras e diretrizes.
Esse sistema é o responsável por especificar e definir como se dará a distribuição de todos
os deveres e responsabilidades da empresa, além das regras e procedimentos para a
tomada de decisão sobre assuntos corporativos, isso nada mais é do que os norteadores
e diretrizes do funcionamento dos atributos da Governança Corporativa. Tudo estará sob
um regimento interno de funcionamento, pois em qualquer situação que o responsável
pela tomada decisão tenha dúvida, nesse regimento ele encontrará a resposta e a ação
necessária para aquela situação. Para que tudo ocorra de uma maneira organizada e
transparente, tudo isso é essencial para essa estrutura de governança.
356
adequações frente às normas de auditoria contábil. Também é responsável por veri-
ficar se tudo ocorre dentro das normas nos setores.
⯀ Ouvidoria e Corregedoria: a ouvidoria é onde se recebe denúncias de atos ilícitos nos
processos, procedimentos e práticas da empresa. Já a corregedoria é a área respon-
sável pela gestão e execução dos processos disciplinares e atividades corretivas.
⯀ CEO e Diretores: o CEO é o elo entre os diretores e o conselho de administração. É
quem executa as diretrizes que foram estabelecidas por ele. Já os diretores devem
prestar contas ao CEO sobre as suas atividades, elaborar e implementar os processos
operacionais e financeiros que foram aprovados pelo conselho. Temos um diretor
executivo, um diretor financeiro, um diretor de marketing e um diretor comercial,
todos estando abaixo de um CEO.
⯀ Acionistas: interagem com a empresa e a estrutura de governança, assim como outros
“stakeholders”, por meio de uma assembleia geral dos acionistas. Lembrando que
cada um deles interage conforme sua relevância dentro da empresa.
Medidas
Para que uma boa governança seja estabelecida, são necessários quatro pilares essenciais
que permitam impactar a organização de forma ampla e positiva. Esses pilares denomi-
nam-se de Princípios da Governança Corporativa.
357
mais justa em nível interno vão relacionar-se melhor com os interessados.
⯀ Adequação dos processos: garantir sempre mais excelência em seus resultados, as
empresas precisam fazer adequação de seus processos.
⯀ Alinhamento de estratégias com objetivos: aqui falamos de ter objetivos claramente
definidos, é claro, sendo norteados por aqueles valores que foram previamente defi-
nidos, levando em conta os riscos em todos os casos. Perceba como se adaptam
melhor as mudanças do mercado quem já tem um determinado alinhamento
estabelecido.
⯀ Funções e responsabilidades bem definidas: precisa-se ter bem estabelecido o que
o colaborador fará, o que os gerentes, diretores, executivos, presidentes de conselho
e CEO farão. Isso é ter funções bem delimitadas. O ideal é que haja documentos
redigidos com a descrição de cargos e responsabilidades associadas a diversas
funções.
⯀ Ética e integridade na cultura geral da organização: é um tópico importantíssimo,
garantir o cumprimento de leis e políticas das boas práticas comerciais, além das
regras práticas trabalhistas, estão dentro dos bons níveis de governança.
⯀ Diretoria qualificada e forte: devemos ter os melhores dentro da diretoria, para que
todos se sintam à vontade e fortes dentro dos direcionamentos norteadores. Temos
de ter gente “top” dentro da diretoria!
⯀ Desenvolvimento de um conselho forte: na mesma linha do tópico anterior, precisa-
mos ter pessoas que enxergam suas qualidades como necessárias para o desenvol-
vimento da empresa.
QUESTÃO 1
Assinale a alternativa que apresenta um dos princípios básicos da Governança
Corporativa:
a) Sigilo de informações.
b) Acúmulo de funções.
d) Segregação pessoal.
Acionistas
Para nossa análise não é necessário que o acionista seja majoritário, mas sim que seja
controlador e detenha o poder de governança da companhia. Isso pode ocorrer como
resultado de acordos entre acionistas, vetos e votações em bloco.
Administradores
A lei 6.404/76 introduziu no direito societário brasileiro diversas modificações, inclusive
relacionadas à estruturação administrativa, trazendo ao ordenamento jurídico as teorias
monista e dualista. Nessa, dois órgãos repartem as funções de fiscalização, supervisão e
controle: assembléia geral e conselho de administração.
No artigo 138 do referido texto legal se diz que a administração da companhia caberá,
conforme previsto no estatuto, ao conselho de administração e à diretoria, ou somente à
diretoria — posto que o conselho de administração é um órgão facultativo na lei das socie-
dades anônimas de capital fechado.
No geral, as sociedades possuem dois órgãos administrativos. Mas o dia a dia das empresas
é vivido pela diretoria apenas.
Diretoria
A diretoria equivale ao poder executivo da companhia, visto que os seus membros são os
detentores exclusivos da representação social.
359
Conflitos de Interesse
São desencontros nos quais a satisfação de uma das partes inevitavelmente implicará em
insatisfação das outras. Na lei das sociedades anônimas são figurados dois tipos de con-
flitos de interesses: dos acionistas e dos administradores da empresa.
Exemplificando: uma empresa fabrica e vende carros e um dos funcionários faz lobby para
ganhar comissão por fora.
Exemplificando: uma empresa “A” tem 5 acionistas. Um deles é também sócio da empresa
“B”. Esta, por sua vez, é detentora de uma cadeira de direção dentro daquela. Assim, o
acionista de ambas as empresas vota em conformidade com os interesses de “B” em rela-
ção à “A” visando obter vantagens em ambas.
Antes das situações acima retratadas, a Lei das Sociedades Anônimas dispõe que é dever
o agir em prol dos interesses da companhia, princípio este que é aplicado em consonância
com os princípios da lealdade, diligência, informação e boa-fé. Além disso, disciplina acerca
das consequências advindas do descumprimento das normas.
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
360
O conselho administrativo é também o principal elo entre os sócios e a diretoria de uma
empresa, visto que o seu único e exclusivo interesse relaciona-se à organização. Deve,
portanto, arbitrar e evitar conflitos internos.
Além de tudo já dito até aqui, faz parte também das responsabilidades do conselho admi-
nistrativo os seguintes pontos:
⯀ Questões legais, societárias e institucionais: ele não trata das pendências operacionais,
as quais são de responsabilidade dos diretores e encarregados.
⯀ Direcionamentos estratégicos: modos, rumos e prazos estipulados para que os planos
empresariais se cumpram.
⯀ Assuntos relacionados à gestão: troca de coordenadores, gestores etc.
⯀ Temáticas financeiras, fiscais e auditoriais: um conselheiro não resolve ninharias, mas
questões de aspecto macroscópico da corporação.
Exemplificando: temos uma fundação filantrópica à qual estão associadas uma empresa
de saúde e outra de educação. O conselho administrativo está na fundação, e ele deve ser
o mais eficiente possível. Portanto, é preciso haver a participação de um membro interno
e vários outros que sejam de fora para que auxiliem o desenvolvimento da fundação. Uma
fundação não visa lucros, mas isso não significa que ela deve ter prejuízos ao final do perí-
odo contábil. Pensando na composição do conselho a primeira coisa é colocar dois mem-
bros internos, um da saúde e outro da educação. Depois, seria interessante também que
os participantes adventícios do conselho estivessem relacionados aos setores industrial,
comercial e religioso da cidade, e também que ao menos dois deles fizessem parte da
361
política municipal e da política estadual. Assim, temos um total de 7 integrantes no con-
selho administrativo da fundação.
QUESTÃO 01.
Os modelos de governança corporativa, especialmente os que resultam da separação
entre propriedade e gestão, conferem ao estabelecimento e ao funcionamento de conse-
lhos administrativos um papel fundamental de controle interno. Nessa perspectiva, afir-
ma-se que o conselho de administração é o guardião:
362
Módulo 5
mercados e instrumentos
financeiros
Este capítulo vai tratar sobre os diferentes mercados
e instrumentos financeiros existentes.
ORGANIZAÇÕES E FUNCIONAMENTO
DO MERCADO DE CAPITAIS
Mercado primário é aquele em que os valores imobiliários de uma nova emissão da com-
panhia são negociados entre ela e os investidores através dos subscritores, e os recursos
obtidos são destinados aos projetos de investimento da empresa ou para o seu caixa.
ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO
DO MERCADO DE CAPITAIS
No Brasil, as bolsas foram se concentrando em um único ponto, conhecido por B3. Antes
existiam bolsas estaduais do Rio de Janeiro, de São Paulo, e até de Porto Alegre. Em 2008,
a BMF e a Bovespa se fundiram numa só, criando a BMF-Bovespa. Em 2017, esta se fundiu
com a CTIP, que negociava títulos privados de renda fixa, e deu origem a Brasil Bolsa e
Balcão (B3).
Algumas empresas não conseguem se enquadrar nas condições impostas pela B3 por
diversos fatores, mas têm os seus títulos a vender e os negociam nos mercados de balcão
organizados.
365
⯀ Não é supervisionado por entidades reguladoras;
⯀ Negocia os títulos remanescentes que não são negociados nem na bolsa de valores
e nem no mercado de balcão organizado.
⯀ A empresas que aqui operam são as corretoras e as distribuidoras de valores e os
bancos de investimento.
⯀ Transparência a respeito do volume e preço das negociações é pequena por não
haver registros;
⯀ Ativos com as mais baixas liquidez de mercado.
Exemplificando: imagine uma empresa “A”, que tenha 1.000.000 de ações negociadas no
mercado a R$10,00. A B3, interessada em promover liquidez nela, contrata um formador
de mercado e solicita que “em 80% do tempo do pregão, ele tenha ordens de compra e
venda de 50.000 papéis por dia com spread de 2% (diferença entre ordem de compra e
ordem de venda)”. O formador de mercado pode, então, pode dispor de várias maneiras
para a compra e venda de tais ações. Em suma, eles garantem a quem deseja comprar
ou vender que haverá na bolsa de ofertas alguém querendo comercializar.
Eles são extremamente importantes para ações com baixa liquidez e dispensáveis para
empresas de liquidez alta. Não faz sentido haver um formador de mercado para a empresa
nacional Vale do Rio Doce. Também os emissores podem contratá-los como forma de
garantia de liquidez.
Por fim, os formadores de mercado minimizam movimentos artificiais nos preços dos
ativos, geralmente promovidos por especuladores de grande porte.
366
TIPOS DE ORDENS
Existe uma diferença entre o que operadores de mercado entendem por “ordens” e aquilo
que realmente é reconhecido pela B3. Aqui, tratamentos desse segundo tipo de ordens.
Estes são atos pelos quais participantes autorizados manifestam interesse de realizar a
compra ou a venda de ativos ou derivativos por meio de participantes plenos ou comuns
da negociação, com termos e condições de negociação registrados.
⯀ Ordem limitada: aquela que só deve ser executada por um preço limitado ou espe-
cificado pela ordem comitente. No caso de ofertas de compra, a execução não poderá
ocorrer a um preço maior que o estabelecido. Já para ofertas de venda, a execução
não poderá ocorrer a um preço menor do que o estabelecido.
⯀ Ordem a mercado: aquela que você estabelece apenas a quantidade de ações que
deseja negociar. Trata-se apenas de uma execução de mercado ao melhor preço
disponível. Caso não seja atendida em sua totalidade, o saldo da oferta é registrado
ao preço médio da ação já realizada. Resumindo, deve ser executada ao melhor preço
disponível. Caso não seja atendida em sua totalidade, o saldo de uma ordem de mer-
cado é registrado ao preço da operação realizada.
Se houver disponível um número menor de ações no livro de oferta do que aquilo que se
deseja comprar, a diferença é registrada como “a realizar” com o preço médio da operação
anterior.
Tipos de Ordens:
Ordens Stop
Operações registradas no livro de ofertas quando atingido o preço de disparo nelas espe-
cificado. Servem para barrar perdas ou promover ganhos.
⯀ Para compras:
367
Funciona como marcadores iniciais de operação. Pode promover ganhos.
⯀ Para vendas:
Para vendas, oferta cujo limite de execução é formado pelo melhor preço disponível levan-
do-se em consideração o primeiro nível de valores quando do registro dela, acrescido o
valor de proteção. Para compras, é exatamente o contrário.
Nem sempre existe a quantidade solicitada de ações para compra, por exemplo. É sabido
que as ordens no livro de ofertas vão sendo cumpridas em graus de preços. Portanto, para
que os papéis não sejam comprados acima do preço desejado inicialmente, existe a pos-
sibilidade de defendermos a operação com o artifício chamado ordem a mercado com
proteção. Um limite de valor é imposto e, se ele for ultrapassado, a operação é
encerrada.
⯀ Ordem Casada:
⯀ Ordem Discricionária:
368
É somente depois da ação que serão ditos os nomes dos investidores e o valor de cada
uma das ações. Dentro do sistema da B3 isso não acontece.
⯀ Validade diária;
⯀ Validade para datas especificadas;
⯀ Validade até o cancelamento dos investidores ou da corretora;
⯀ Validade momentânea: excelente para Opções, que possuem pouca liquidez;
⯀ Validade executar ou cancelar: só vigora também no momento em que são enca-
minhadas. Entretanto, diferentemente das momentâneas, não é tudo ou nada.
Atualmente, a Selic contém cerca de 500 participantes em seu sistema e algo em torno
369
de 160.000 investidores que são proprietários de títulos públicos. Opera oito diferentes
tipos de títulos distribuídos em 380 vencimentos diferentes, e movimenta mais ou menos
oitenta bilhões de reais por mês em seus 40 leilões.
Hoje em dia, quem faz a custódia dentro da B3 é a Câmara de Ações e Renda Fixa, antiga
Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC). Esta é gerida pela B3, autorregu-
lada e supervisionada pela CVM.
O objetivo geral das câmaras é reduzir ao máximo o risco de liquidação das operações
financeiras.
Pode acontecer de o comprador não ter o dinheiro que se pressupunha antes da nego-
ciação. É nesses casos que a B3 atuará efetivamente como contraparte, garantindo o
cumprimento integral da ação acordada.
Pode ser de qualquer valor imobiliário ou de debêntures. Isto significa que as ofertas
370
públicas não se restringem a ações, ainda que estas sejam as mais concorridas e
conhecidas.
Exemplificando: uma empresa lança uma oferta pública de ações. A primeira coisa a ser
feita é eleger o coordenador do processo. Este deverá fazer diligências dentro da empresa
para coletar e verificar informações, balanços etc. Feito isso, haverá de ser feita a definição
de preço. Somente após isso é que ocorrerá o lançamento ou subscrição dos valores imo-
biliários. Por fim, a consolidação e as transações. Vale lembrar que todos esses processos
estão prescritos na legislação regulamentária.
371
têm 16% do capital nele, ambos funcionaram como subscritores e garantiram que tudo
que não fosse comprado no mercado seriam comprados por eles. Isto é uma modalidade
de garantia firme.
No leilão holandês, o livro de ofertas vai sendo montado. O que se quer receber é o maior
preço possível. As ofertas recebidas são postas então em ordem escalonada de valores.
As ações serão vendidas em ordem decrescente de valor. O preço da oferta é definido pelo
preço mais alto em que toda a parcela remanescente da oferta for vendida. O leilão holan-
dês é uma forma de precificação, ainda que não seja usado somente para isso.
⯀ O coordenador determina a faixa de preço pela qual os ativos podem ser vendidos,
e elabora um prospecto de oferta pública de distribuição.
⯀ O coordenador convida investidores a apresentarem propostas sobre o número de
ações desejadas e o preço que se dispõem a pagar por elas.
⯀ O bookbuilding é elaborado listando-se e avaliando-se a demanda agregada a partir
dos lances apresentados via média ponderada.
⯀ O coordenador divulga as propostas apresentadas detalhadamente, para poder
explicar como foi que se chegou ao preço de corte.
⯀ As ações são alocadas para os compradores aceitos.
Esse processo de bookbuilding também é válido para títulos de renda fixa. A única dife-
rença está na taxa de juros. Invés de a precificação ser objetiva, é feita com base nos juros.
Exemplificando: Uma empresa vai vender 1 milhão de ações a R$10 e possui um lote suple-
mentar de 150 mil ações. O dinheiro advindo dele não irá para o caixa do emissor. O objetivo
é deixá-lo, geralmente por 30 dias, na mão do subscritor para que ele mesmo venda.
373
É importante destacar que no Brasil não há penalidade para os que buscam ganhar
dinheiro com esse tipo de operação de revenda (flipers). A extensão máxima de sobrelo-
cação é 15%. Não há previsibilidade na normação para Green Shoe em esforços restritos.
É permitida a retenção dos lucros com lote suplementar.
A quinta parte adicional vai para o caixa da empresa. Se a demanda por determinada ação
é grande, pode haver o interesse do subscritor e disponibilizar um lote adicional de até
+20%. Isso reforça, inclusive, o caixa da instituição emissora, ainda que diminua um pouco
a sua participação relativa.
Competitive Bids
Falamos de um processo de licitação para aquisição de serviços quando nos referimos a
Competitive Bids. E, é claro, não podemos adentrar esse tópico sem falarmos do IPO
competitivo.
374
Private Placement
Nada mais é do que a colocação privada de títulos que não são vendidos por meio de uma
oferta pública, mas sim coloca uma oferta privada, principalmente a um pequeno número
de investidores escolhidos.
A primeira dessas consultas é o Pilot Fishing. Nada mais é do que um processo anterior
ao IPO e ao Road Show, na tentativa de detectar possíveis interessados em investir e colher
informações de como oferecer a empresa a investidores possíveis. Nesse caso, a empresa
que pensa em abrir o capital pode avaliar o nível de interesse junto aos investidores qua-
lificados. Os subscritores (Underwriters) podem coletar informações sobre o interesse de
seus clientes e começar a pensar num preço para a oferta e os investidores potenciais
podem ter acesso antecipado à gestão da empresa e, por meio disso, desenvolver sua
própria análise.
Quanto ao Pre-Deal Research, falamos de uma pesquisa produzida por analistas ligados
às instituições financeiras ou ao consórcio, visando fornecer uma visão independente e
375
objetiva do emissor aos clientes institucionais. Auxiliando na questão do conflito de inte-
resses, pois as análises são feitas por instituições independentes e divulgadas publicamente,
sujeitas a um processo de verificação. Por exemplo, um caso divulgado na mídia de uma
mineradora que abriu seu capital e produziu análises fazendo com que investissem na
empresa, sem que eles jamais tivessem tido qualquer mina, um caso de fraude absurda.
As análises independentes ajudam também a identificar fraudes e possíveis lesões aos
investidores.
Pré Marketing
É o processo que antecede o Road Show, composto por uma reunião com investidores
para aperfeiçoar o prospecto, sujeitos aos limites de comunicação regulatórios. Também
é uma etapa de preparação para investidores, analistas, gestores do emissor e mídia para
as reuniões de Road Show.
Leitura de Mercado
Basicamente, é como o mercado entende o investimento, sendo obtida através do diálogo
com o mercado e outras instituições e a leitura do cenário macroeconômico, condições
de mercado e outras variáveis. É comum o subscritor e o emissor terem uma leitura e o
mercado ter outra, completamente diferente.
Diferente da precificação, falamos do preço por ação dos títulos emitidos publicamente,
definido por um subscritor e pelo qual as ações vão estar disponíveis. Marcaremos uma
data de divulgação e então iremos tornar os preços públicos.
376
Embora o termo seja utilizado principalmente no contexto da emissão de ações, também
é aplicável na emissão de outros valores mobiliários, incluindo obrigações e instrumentos
estruturados.
Então, aqui temos a sua definição e, vale lembrar, que é uma etapa da divulgação da oferta
pública, sendo um processo formal.
ROAD SHOW
Sendo essa a última etapa do processo de divulgação de ofertas públicas, uma “turnê de
banda”. Uma série de apresentações feitas em locais diferentes antes do lançamento da
oferta inicial. Na prática, é um evento de marketing que consiste em promover a oferta
antes de lançar o título. Normalmente, participam o pessoal da equipe do Underwriter e
da equipe de gestão do emissor.
O objetivo do Road Show é despertar o interesse na oferta futura, apresentando aos poten-
ciais investidores a empresa, sua trajetória e seu pessoal.
ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DA B3
A B3 é uma das principais empresas de infraestrutura de mercado financeiro no mundo,
com atuação no mercado de bolsa e de balcão. Uma sociedade capital aberto, negociada
no código B3SA3.
Opera como contraparte central garantidora para a maior parte das operações realizadas
em seus mercados e oferta serviços de central depositária e de central registro.
Aluguéis de Ações
377
Conhecido também como BTC (Banco de Títulos CBLC) é um contrato entre duas partes
com o objetivo de obter ganhos.
O doador, proprietário dos papéis, oferece seu ativo em troca de uma remuneração fixa
(taxa BTC), e coloca seus ativos à disposição para alugar através de uma comunicação à
sua corretora e não pode negociá-los até o vencimento do contrato de aluguel.
Por exemplo, nós temos uma carteira de papéis e colocamos esses papéis à disposição
para BTC, esperando uma pequena remuneração, que, em alguns casos, vale muito a pena,
sendo uma opção para adquirir algum rendimento.
O tomador são os investidores que demandam o ativo temporariamente, seja para viabilizar
determinada estratégia, como uma venda a descoberto, ou, seja para liquidar outra ope-
ração já realizada. Normalmente, são investidores de longo prazo, então, eles sabem que
não irão perder os papéis.
Por exemplo, se temos um papel de VALE, que bateu R$100, vamos operá-lo a descoberto,
acreditando que ele irá cair. E, se não temos o papel, precisaremos entregar esse papel
para quem comprou, então, se vendemos mil papéis, teremos de entregar esses mesmos
mil papéis e faremos isso alugando os papéis do doador. Essa operação alavancada será
monitorada pela BOVESPA, para assegurar o doador de que terá o seu retorno.
Margem de Garantia
Falamos da compra de ações com o uso de margem, ou seja, sem ter dinheiro. Quando
abrimos uma conta em uma corretora, ela deseja que façamos a maior quantidade de
operações possíveis. Entendendo que as operações ocorrem em D+1, D+2 e até D+3, a
corretora entende que mesmo não tendo o dinheiro para executar a operação naquele
momento, nós iremos disponibilizar o valor na conta dentro do prazo e para que isso seja
possível utilizamos da margem.
Equivale ao valor em dinheiro ou ativos que o investidor utiliza para garantir posição em
aberto para uma nova operação. O valor da margem de garantia varia de acordo com o
tipo de investimento, prazo e regras de cada corretora.
A partir da soma das suas garantias, a corretora disponibiliza ao investidor uma conta-mar-
gem, que permite a compra de ações em valores superiores ao aporte efetivado, permitindo
a alavancagem. Para operar essa alavancagem, o investidor precisará de um empréstimo
de curto prazo com a corretora, pagando uma taxa de alavancagem, que nada mais é que
a taxa de juros ou custo do empréstimo.
378
Por exemplo, quando operamos R$1000 alavancados, a corretora entende que esse valor
entrará em algum momento e é utilizada a margem (com base nos seus dados como
investidor), se esse valor entrar no mesmo dia foi feito um Day Trade, se o valor entrar no
dia seguinte foi executado um Single Trade. Mas, vale lembrar, que se liquidamos a ope-
ração no dia seguinte, nos será cobrado taxa de alavancagem, pois a corretora nos oferta
uma conta margem.
Os seguintes ativos são elegíveis a aceitação como garantia pela câmara de compensação
da B3:
Sendo essas as garantias aceitas pela B3 para que possamos operar descoberto.
CUSTOS DE EXECUÇÃO
379
Em primeiro lugar, precisamos saber quais são os custos de execução, sendo eles Corretagem,
Emolumentos, Custódia e Impostos.
Corretagem
Por sua vez, a corretagem nada mais é do que o custo pela negociação de ativos financei-
ros ou pela fração deles, cobrados pela corretora em cada negociação de ativos, seja em
renda fixa ou variável – normalmente, de zero a vinte reais.
Emolumentos
Os emolumentos são as taxas cobradas pela B3 com vistas a cobrir seus custos de opera-
ção, incidindo sobre todas as operações realizadas na B3. A cobrança dos emolumentos
segue as seguintes regras:
Acima vimos todos os exemplos de ativos que tem cobrança de emolumentos dentro da
B3, todos esses pagam!
Vale lembrar, que esta tarifa está sujeita ao “método progressivo para todos co comitentes”.
380
E, é claro, falamos de uma operação normal, melhor dizendo, Single Trade.
Quanto aos custos de execução para o Day Trade, temos diferentes disposições e números.
Seguindo essa tabela:
Não obstante, esta tabela também está sujeita ao “método progressivo para todos os
comitentes”.
Lembrando, que a tabela se refere e serva para PF (Pessoa Física) e também para Pessoa
Jurídica (PJ).
Veremos, agora, a tabela progressiva para todos os comitentes, para compreender o fun-
cionamento da B3, dentro da idéia de custos de execução:
381
Os emolumentos são comprados por PF, PJ e Clubes de Investimento, existindo uma taxa
diferente para Day Trade, Faixa de Valor, Mercado à vista e Mercado a prazo.
Sendo ela a regra para quem faz Day Trade de opções de compra de Ações, ETF de Ações
e ETF Internacional.
Custódia
Falamos da tarifa paga para fazer o registro de um investimento em nome de quem apli-
cou o dinheiro. Sendo cobradas pela câmara de compensação da B3.
382
Além da taxa de registro do título, teríamos também uma taxa de manutenção da conta
e da transferência de custódia. Em todos os casos sendo ela retirada da conta do
investidor.
Mercado à Vista
No mercado à vista, o comprador realiza o pagamento e o vendedor entrega as ações da
transação em D+3, ou seja, no terceiro dia útil após a realização do negócio. Nesse mercado,
os preços são formados em pregão em negociações realizadas no sistema eletrônico de
negociação Mega Bolsa.
Mercado a Termo
São contratos negociados para compra ou venda de quantidade específica de ações, para
liquidação em uma data futura, em prazo determinado, a um preço fixado. Geralmente,
os prazos dos contratos podem variar entre 16 e 999 dias corridos. Nesse mercado, os pre-
ços dependem do valor da ação do mercado à vista e da taxa de juros esperado para o
período do contrato. Por exemplo, queremos comprar um papel precificado em R$10,00
e faremos o pagando em 365 dias úteis, no caso.
383
Lembrando, que nas negociações a termo o sistema de negociação da bolsa exige um
depósito de garantia, que pode ser oferecido na forma de cobertura ou margem. Se tiver
ativos na bolsa, eles poderão servir como garantia.
Podendo ser antecipada, mas somente à vontade do comprador, quem vendeu o ativo
não tem o direito de antecipar. Sendo diferente do conceito de mercado futuro.
Margem de Manutenção
Trata-se do montante mínimo de capital que um investidor deve manter em sua conta
para manter uma posição em aberto, proporcionando segurança à corretora de que o
investidor tem capacidade de pagamento para fechar a posição. Ou seja, é uma margem
de segurança da carteira, referente a um percentual da carteira, para que possamos operar
à descoberto. Caso suas operações começarem a dar errado, a corretora liquida sua ope-
ração e encerra o procedimento. Portanto, ela é o mínimo de capital exigido para operar
alavancado.
Chamada de Margem
Falamos da exigência de garantia em montante fixado pela B3 a ser depositada em dinheiro,
ativos ou valores mobiliários pelo cliente para realização de operação de natureza
alavancada.
A B3 faz uma chamada de margem quando abrimos uma operação onde é possível perder
mais dinheiro do que o valor da posição inicial. Por exemplo, compramos R$1000 de ações
no mercado à vista, nesse caso, não haverá chamada de margem, pois se perdermos todo
o dinheiro nós iremos à zero. Mas se compramos a descoberto, existe a possibilidade de
perder um valor acima dos R$1000 iniciais, então, nesse caso, a B3 pedirá margem.
Têm-se, por exemplo, R10.000,00 e faremos uma operação à descoberto, a corretora nos
dará R$2.0000,00 de margem de garantia para Day Trade e R$12.000,00 para Swing Trade.
Por tendermos ao prejuízo, a B3 chamará margem, os R$10.000,00 ficarão confiscados
384
pela B3, e os R$2.000,00 serão cobrados pela corretora, ficando como devedor desses
R$2.000,00.
Basicamente, a B3 sempre fará chamada de margem quando o cliente não tiver a margem
para cobrir a operação, então, a corretora terá de bancar a margem. A corretora, de certa
forma, é quem faz a primeira análise do perfil do cliente, sendo ela quem tem que servir
de anteparo para o cliente. Podendo ter a operação encerrada, por não conseguir cobrir
com os prejuízos da operação.
Nível 1
As empresas listadas nele devem adotar práticas que favoreçam a transparência e o acesso
às informações por parte dos investidores. Deve divulgar informações além das exigidas
por lei, a exemplo dos calendários anuais de eventos, balanços e assembleias corporativos.
O Free Float mínimo deve ser de 25%, ou seja, um quarto das ações devem estar circulantes
no mercado.
Nível 2
Assemelha-se muito ao Novo Mercado, porém com algumas exceções. A principal delas
é o direito de manutenção de ações preferenciais. No caso de venda de controle da empresa,
é assegurado aos acionistas ordinários o mesmo tratamento dado aos preferenciais. Por
fim, as ações preferenciais dão direito a voto somente em casos excepcionais: aprovação
de fusões, incorporações etc.
Novo Mercado
385
É o nível mais alto e foi lançado no ano de 2000. Estabelece um padrão de governança
corporativa altamente diferenciado. A partir de 2002, somente empresas listadas aqui
começaram a atrair interesse dos investidores, por conta das rígidas exigências. As empre-
sas desse segmento só podem emitir ações com direito a voto (ordinárias). Não existem
ações preferenciais.
⯀ O capital deve ser composto exclusivamente por ações ordinárias, com direito a voto.
⯀ Em caso de alienação do controle, todos os acionistas têm direito a vender suas ações
pelo mesmo preço. Quem compra uma empresa no Novo Mercado deve estar ciente
disso.
⯀ Instalação da área de auditoria interna, função de compliance e comitê de
auditoria.
⯀ No mínimo 1/3 dos titulares das ações em circulação devem aceitar a oferta pública
de ações ou concordar com a saída do segmento.
⯀ O conselho de administração deve contemplar no mínimo dois ou 20% de conselhei-
ros externos à empresa, com mandatos unificados de no máximo 2 anos.
⯀ A empresa deve se comprometer em manter pelo menos 25% das suas ações em
circulação ou 15%, em casos especiais.
⯀ Estruturação e divulgação dos processos de avaliação do conselho administrativo,
dos comitês e da diretoria.
⯀ Divulgação de políticas de remuneração de gestores, indicação dos membros dos
conselhos administrativos, comitês e diretoria, gerenciamento de riscos, transações
com partes relacionadas, negociação de valore imobiliários.
⯀ Divulgação bilíngue (português e inglês) dos fatos relevantes e divulgação mensal
das negociações de valores imobiliários emitidos pela empresa, seus acionistas e
controladores.
ÍNDICES
São indicadores utilizados para medir o desempenho de um determinado mercado e para
auxiliar na tomada de decisão na hora dos investimentos. Tratam-se de qualquer coisa
como bússolas para os investidores, a partir dos quais eles conseguem saber se o mercado
está comprando ou se está vendendo ou compará-lo com momentos anteriores da história
financeira. Alguns índices podem servir para medir o desempenho e a gestão de
386
carteiras.
⯀ Metodologia de ponderação por preço: preço por ação dividido pela soma de todos
os preços das ações do índice. Por exemplo: Dow Jones e Nikkei 225.
⯀ Metodologia de ponderação por capitalização de mercado: relacionado ao tamanho
da empresa. Os pesos são atribuídos relativamente ao tamanho total do mercado.
Em alguns casos, pode haver a correção com base no Free Float das corporações
analisadas.
⯀ Método de ponderação uniforme: não existe ponderação. O peso é o mesmo para
todos os objetos da análise.
⯀ Metodologia de ponderação por liquidez: grande parte dos índices Bovespa são assim.
Analisa-se a negociação de um período, pega-se os papéis mais negociados nele,
ignora-se a capitalização e monta-se o índice. Por exemplo: IBRX 50.
387
o desempenho do mercado. Os mais conhecidos no Brasil são os índices da família IMA
(A, B, C, S). Em suma, medem o desempenho do mercado de títulos.
Índice Ibovespa
É o principal e mais antigo índice do mercado de ações nacional e referência maior para
investidores externos. Trata-se de uma carteira teórica de ativos com rebalanceamento a
cada 4 meses. É composto por ativos elegíveis que atendem aos critérios descritos pela
metodologia e que representam no mínimo 80% do número de negócios e de volume
financeiro da Brasil Bolsa e Balcão (B3).
Para o IBRX-50:
Para o IBRX-100:
388
⯀ O universo de ativos elegíveis são ações e unidades de ações.
⯀ Os critérios de seleção resumem-se a estar entre as 100 empresas mais negociadas
do índice de negociabilidade em ordem decrescente, estar presente em 95% dos
leilões, representar no mínimo 0,1% do volume financeiro do mercado à vista e não
pode ser penny stock.
⯀ A ponderação é feita pelo valor de mercado.
⯀ O rebalanceamento é quadrimestral.
390
Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX)
Busca avaliar a performance de uma carteira composta pelas cotas de fundos imobiliários
que são listados para negociação na B3. Os ativos elegíveis são as cotas de fundos
imobiliários.
391
⯀ Os critérios de seleção resumem-se à escolha, por parte de um comitê, relacionada
ao tamanho, liquidez e representatividade de grupo industrial. Vê-se que os critérios
não são tão objetivos como nos dos índices nacionais brasileiros.
⯀ A ponderação é feita pelo valor de mercado com o peso de cada ativo no índice,
proporcional ao seu preço de mercado.
392
Índice Hang Seng
Índice do mercado de ações de Hong Kong que mede o desempenho das 50 maiores
empresas, medidas pela capitalização de mercado, no país. Esse número representa apro-
ximadamente 60% do total de capitalização da Bovespa atual.
Índice NASDAQ-100
Índice de mercado composto por 102 ações emitidas pelas 100 maiores empresas não-fi-
nanceiras listadas na NASDAQ. As corporações financeiras encontram-se agrupadas em
outro índice (NASDAQ-100 Financial). Os setores envolvidos são os de tecnologia, varejo,
telecomunicações, biotecnologia, saúde, transportes, mídia e de serviços. O rebalancea-
mento acontece sempre que uma empresa passa a deter 24% do valor total do índice ou
quando a soma das participações das empresas com pelo menos 4,5% dele chegar a pelo
menos 48% do valor total do índice.
Mundialmente o NASDAQ é conhecido por ser o índice que reflete o desempenho do setor
de tecnologia no mundo todo, visto que a maioria das empresas desse setor tem ações
negociadas nele.
⯀ A ponderação é feita pelo índice de capitalização de mercado ajustado pelo free float
393
ponderado pelo peso atribuído a cada país. 66% do índice, por exemplo, diz respeito
aos EUA. O Japão corresponde a 7,8%. França, 3,4%.
O Russell 2000 representa hoje 98% de toda a capitalização de mercado nos EUA. É pon-
derado pelo índice de capitalização do mercado ajustado pelo free float.
IMA Geral
A dívida pública do Brasil é financiada por títulos públicos, que são divididos em diversas
categorias. Este índice pega todos os títulos que compõem a dívida pública interna e
pondera cada uma das categorias pelas suas participações relativas nela. Assim, acompa-
nha-se o preço de mercado dos papéis para descobrir o cálculo de desempenho de
títulos.
Assim como qualquer outro índice, ele é importante para gestores de fundo avaliarem o
394
desempenho específico de carteiras. Estes são os títulos que compõem a família de índices
IMA aplicados no Brasil:
IRF-M
Representa a evolução, a preço de mercado, da carteira de títulos públicos pré-fixados
(LTN e LTN-F). A ponderação é feita pela capitalização de mercado. Corresponde somente
a títulos com vencimentos colocados de forma competitiva em oferta pública e o rebalan-
ceamento se dá mensalmente (IRF-1, IRF-M+1, IRF-MP2).
IMA-C
Representa a evolução, a preço de mercado, da carteira de títulos públicos indexada ao
IGP-M e Notas do Tesouro Nacional Classe C. Os critérios são exatamente os mesmos do
índice anterior.
IMA-B
Representa a evolução, a preço de mercado, dos títulos indexados ao IPCA e Notas do
Tesouro Nacional Classe B. A ponderação é feita pela capitalização de mercado. Corresponde
somente a títulos com vencimentos colocados de forma competitiva em oferta pública e
o rebalanceamento se dá mensalmente (IMA-B5+, IMA-B5, IMA-BP2).
IMA-S
Representa a evolução, a preço de mercado, de carteiras com títulos remunerados pela
Selic (LFTs). A ponderação é feita pela capitalização de mercado. Corresponde somente a
títulos com vencimentos colocados de forma competitiva em oferta pública e o rebalan-
ceamento se dá mensalmente.
395
Bloomberg Barclays Aggregate Bond Index
Trata-se de uma enorme família de indicadores, cujo objetivo é a mensuração de desem-
penho dos mercados de títulos globais. Entretanto, o que agora estudamos refere-se
especificamente ao dos Estados Unidos da América (EUA). Atualmente, este indicador
representa aproximadamente 15 trilhões de dólares em títulos gerais, com foco nos de
grau de investimento.
É composto por títulos públicos, lastreados em hipotecas (MBS, lastreados em ativos (ABS)
e títulos corporativos. Em suma, títulos públicos e privados. São elegíveis títulos com grau
de investimento (optativo), com valor nominal de negociação de no mínimo 100 milhões
de dólares e com prazo de pelo menos 1 ano até o vencimento.
É composto por títulos do mercado de dívida dos países listados equivalentes a no mínimo
5 milhões de dólares, com grau de investimento e com prazo de pelo menos 1 ano até o
vencimento.
396
Portanto, diz respeito aos títulos públicos e privados com grau de investimento.
Os títulos elegíveis devem possuir valor de face pendente de no mínimo 500 milhões de
dólares.
A ponderação é feita pela capitalização de mercado limitando o peso relativo dos países
com maiores estoques de dívida. A dívida da China em comparação com a da África do
Sul é extremamente discrepante — fato que explica a limitação anteriormente citada,
evitando distorções acentuadas. O rebalanceamento é mensal.
Vale saber que existem EMBIs para vários países em específico. Existe a ponderação dos
títulos domésticos e também a ponderação do país dentro do índice global.
CLASSIFICAÇÕES DE AÇÕES
Ações nada mais são que uma parcela do capital social de uma empresa. Um investidor
quando as compra adquire uma ínfima fração dele, tornando-se sócio da corporação e
participando, portanto, dos riscos inerentes ao negócio, dos lucros etc.
A vantagem das ações é que contam com relativa liquidez de mercado. Se você possui
um investimento e encontra-se em dúvida de abrir ou não um negócio, uma das maneiras
é adquiri-las. Outro ponto é que a maioria delas tem muita rotatividade de mercado. O
mesmo não vale para outros tipos de negócio.
Assim, ações são as maneiras mais simples de alguém se tornar empresário ou sócio de
empresas.
O investidor convencional que opera no mercado geralmente não possui ações ordinárias
na carteira porque as preferenciais possuem maior liquidez.
397
Os acionistas dessa modalidade não possuem direito a voto. Portanto, não decidem nada
que se refira aos rumos a serem tomados pela companhia. Mas em alguns casos de empre-
sas do Nível 2 e do Novo Mercado (graus de governança), eles são eventualmente convo-
cados a votarem em pleitos de grande relevância. Por exemplo: trocas de controles etc.
As preferenciais não possuem tag along assegurado por lei, o que não impede de que elas
estejam protegidas por esse artifício de defesa.
⯀ Ações ordinárias: com direito a voto e talvez outras proteções adicionais. Geralmente,
na bolsa de valores do Brasil, têm os seus códigos acompanhados pelo número 3.
Por exemplo: Bradesco (BBDC3) e Vale do Rio Doce (VALE3).
A relevância das ações ordinárias aumenta conforme o volume adquirido. Isto porque em
votações, participações e deliberações o investidor ordinário com grande montante possui
maior importância e poder de decisão.
Além disso, as ações ordinárias são protegidas por tag along. Este é um mecanismo garan-
tido por lei em casos de mudança de controle. Os acionistas minoritários têm, assim, a
segurança de receber, pela venda de suas ações, o mesmo valor do controlador que o
controlador eventualmente recebe pelas suas. A lei assegura 80% do valor correspondente,
embora algumas empresas garantam 100%.
As ações ordinárias também têm direito à distribuição de lucros, mesmo que a preferência
seja das ações, como o próprio nome diz, preferenciais.
Via de regra, empresas que possuem as duas classes de ações acima mencionadas têm
mais liquidez nas preferenciais.
UNITS
Falamos de ativos compostos por mais de uma classe de valores imobiliários, sendo essas
classes as ações ordinárias e os bônus de subscrição, vendidas na bolsa sob o código 11.
Vale lembrar, que o dono de uma Unit tem direito a voto, desde que ela esteja em ações
ordinárias. Sendo esse direito a voto equivalente a sua quantidade de ações que compõe
a Unit e, também, terá direito a distribuição de juros sobre capital próprio e dividendos.
Exemplos de Units:
398
Por exemplo, BPAC11, é uma Unit, composta por uma ação ON e duas PN. IBOVA11 também
é uma Unit.
Algumas empresas brasileiras têm ADR’s nos EUA, por exemplo, Ambev, Azul e Vale. O
processo funciona da seguinte forma:
O ADR é um título lastreado nesses papéis, ficando sob a custódia do banco. Emitir ADR’s
é a forma mais rápida e fácil de entrar na bolsa americana.
O investidor americano que compra uma ADR da Vale, por exemplo, não está comprando
uma ação da Vale e sim comprará um título de custódia lastreado em ações da Vale.
Vantagens do AR:
⯀ Redução da burocracia para a empresa acessar o mercado americano;
⯀ Capital arrecadado em moeda forte, o que pode elevar o volume de captação;
⯀ A empresa que opta por entrar no mercado americano pode fazê-lo aos poucos,
acompanhando a receptividade do mercado.
⯀ O investidor americano tem a possibilidade de comprar ações estrangeiras.
399
Nós temos três tipos de ADR’s, ou seja, três modalidades de título.
⯀ Nível 1: são títulos que só podem ser negociados no mercado balcão. É composto por
empresa que não terá qualificação ou desejo de estar listada em bolsa.
⯀ Nível 2: a empresa já aparece em bolsa ou na Nasdaq, mas não precisa lançar ações
no mercado. É necessário respeitar as exigências das SEC.
⯀ Nível 3: é o tipo de possibilidade mais importante para se conseguir capital e ganhar
notoriedade no mercado americano, pois é o nível mais prestigiado. As ADR’s classi-
ficadas nesse tipo já podem lançar uma emissão na bolsa.
Quanto ao seu processo, um banco nacional compra ações de uma empresa estrangeira.
Então, de posse das ações, a instituição financeira nacional fica como depositário desses
títulos. Lastreando esses títulos, a instituição emite os BDR’s, sob organização e fiscalização
da CVM.
Para um investidor que compra esses títulos, quem fica como acionista é a instituição
financeira e não o investidor. O acionista apenas terá um papel lastreado em ações da
Google, por exemplo. Dentro desse aspecto, quem receberá os dividendos será a institui-
ção financeira e não o investidor.
Toda atenção é necessária quanto ao câmbio, analisando sua cotação para prever o risco
de perda. Lembrando que essa exposição ao dólar gera um risco maior sobre o papel.
400
Algum tempo atrás, os BDR’s eram vendidos somente aos investidores qualificados, mas
atualmente são vendidos a qualquer investidor, ou seja, abarca a classe dos investidores
simples.
Sendo os patrocinados são aqueles cujas próprias empresas emissoras das ações têm
interesse no mercado brasileiro e contrata uma instituição bancária brasileira.
Quanto às BDRs não patrocinadas, são emitidas por uma instituição depositária, sem
envolvimento da companhia estrangeira emissora dos valores mobiliários lastro, e só
podem ser classificadas como nível 1. Basicamente, por mais que tenhamos 4 tipos de
BDR’S, na prática, teremos somente o nível dois e três como relevantes.
Valor Nominal
É o valor convencionado para cada ação no momento da sua emissão, seja emissão pri-
mária ou emissão secundária. Diz-se que uma ação está cara quando ela vale menos do
que seu valor nominal e barata quando o valor nominal está abaixo da realidade do valor
da empresa.
401
Valor Patrimonial
No que se refere a empresas, é o valor da mesma considerando apenas o patrimônio
líquido. Considerando o número de ações é obtido dividindo-se o patrimônio líquido pelo
número de ações emitidas.
Valor de Liquidação
Refere-se ao valor estimado da empresa, caso o negócio precise fechar, seja por vontade
própria ou por vontades externas. Pagando os credores, vendendo os ativos tangíveis e
intangíveis, teremos o resultado do valor de liquidação. É definido como o montante a ser
obtido pelo acionista após a venda dos ativos.
Valor de Mercado
Por fim, falamos do valor atribuído pelo mercado à empresa. É obtido pela multiplicação
do valor de negociação da ação e do número total de ações emitidas pela empresa.
402
ROE – RETURN ON EQUITY E MODELO DE DU PONT
ROE
O ROE é obtido dividindo-se o lucro liquido pelo patrimônio liquido. É um indicador que
mede a taxa de retorno de uma empresa sobre o capital próprio dos acionistas.
Logo:
Lucro Líquido
ROE = ______________________
Patrimônio Líquido
Modelo Du Pont
É uma estrutura para analisar desempenho fundamental popularizada pela Du Pont
Coporation.
O modelo Du Pont desmembra o ROE, não alterando o cálculo do mesmo, mas apenas o
decompõe em três. Ou seja, conseguiremos enxergar quais das variáveis estão prejudi-
cando o ROE, conseguiremos saber, por exemplo, o motivo pelo qual ele está baixo.
403
No exemplo nós conseguimos enxergar como obteremos a margem líquida, o giro do ativo
e a alavancagem, propriamente dita. Vale lembrar, que o ROE por Du Pont, é igual a mar-
gem líquida vezes o giro do ativo vezes a alavancagem.
Basicamente, são essas informações que o modelo Du Ponto pode nos prover, dando-nos
a possibilidade de saber onde devemos atuar para melhorar o ROE.
Prazo do Título
O prazo do título envolve tanto a perspectiva do risco de crédito quanto a perspectiva de
taxa de juros para o período de investimentos. Quanto maior o prazo, maior o tempo que
o investidor estará exposto a esses riscos.
Preço x Prazo
Quanto maior o prazo de investimento, maior a sensibilidade do título em relação à taxa
de juros. O preço à vista de um título nada mais é que o valor presente, descontado a taxa
de juros de mercado. Ou seja, quanto maior o prazo, maior o desconto do título.
404
OUTRAS CARACTERÍSTICAS DE UM TÍTULO DE RENDA FIXA
Veremos aqui, de forma rápida, algumas outras características de um título em renda fixa,
sendo elas o prazo, o valor de face e a taxa de cupom.
Pré-Fixada
São títulos cuja remuneração é fixa no montante do investimento. Os títulos pré-fixados
podem ser do tipo com ou sem cupons.
Com cupom, tem previsão de pagamentos periódicos a uma taxa definida na emissão.
Sem cupom, por sua vez, não possui previsão de pagamentos periódicos.
Se comprarmos um título de R$100 que nos remunera fixo 5%, com um cupom de 3%, nós
receberemos ao fim do período R$100 + Juros remanescentes.
Exemplo:
405
Pós-Fixados
São títulos cuja remuneração é atrelada a um índice. Esse índice pode ser uma taxa de
juros (Selic.CDI),ou inflação (IGP-M.IPCA). No caso de estar atrelado a um índice de inflação,
geralmente está acompanhado por uma taxa de juros pré-fixada.
Exemplo:
Lembrando, que tanto os pós-fixados quanto os pré-fixados, podem ter cupons ou não.
⯀ Juros Acumulados: falamos dos juros que se acumularam pelo título, desde o último
pagamento de cupons. Um potencial investidor deverá pagar ao vendedor esses
juros acumulados ao título, recebendo de volta o valor pago no próximo pagamento
de cupom.
⯀ Preço Limpo: é o preço do título excluindo quaisquer juros acumulados. Em alguns
mercados, é prática cotar títulos com base no preço limpo e acrescentar os juros
acumulados, em caso de uma compra liquidada, para chegar ao real valor a ser pago.
⯀ Preço Sujo: por fim, falamos do preço de um título incluindo os juros acumulados
após o pagamento do último cupom.
PROVISÕES DE RESGATE
O resgate antecipado é uma cláusula expressa na emissão. Falamos de um direito do
emissor e não do investidor, poderá o emissor resgatar o título antecipadamente, antes
de sua data de vencimento.
Provisões de resgate também podem existir com ações preferenciais, mas são mais
406
comumente associadas a títulos de renda fixa. Trata-se de uma conta onde esse valor será
abrigado, de certa forma, assegurando o cumprimento do contrato.
Preço de Mercado
Feita a emissão, os títulos de renda fixa são negociados no mercado secundário, normal-
mente no balcão. Assim, caso um investidor precise desfazer-se do título antes do venci-
mento, ele poderá fazê-lo
Ágio e Deságio
Refere-se ao preço estar abaixo ou acima do valor de marcação da curva de mercado
Por exemplo, compramos um título por R$800,00, que resgataremos no dia 0 por R$1.000.
Digamos que precisamos vender esse título, e encontremos o mesmo título no mercado
por $920,00, um valor superior, ou seja, configura-se Ágio. Agora, se o título estiver por
R$780,00, um valor inferior ao que pagamos, configura-se Deságio.
Sendo utilizado na precificação dos títulos que ficarão na carteira para serem resgatados
407
apenas no vencimento. O retorno exigido por um título público leva em consideração estes
riscos, mas em casos de título privado, deve-se acrescentar a taxa livre de risco.
Sempre que formos precificar, podemos enxergar a partir disso os ágios e deságios.
Se pretendermos ficar com o título, vamos dar atenção à marcação de mercado, mas se
pretendermos resgatar antecipadamente, o ideal é analisarmos a marcação da curva.
Títulos Corporativos
São títulos de emissão de ente privado, com objetivo de financiar novos projetos e expandir
suas operações. Pode ser investimento “Grade” ou “Speculative”. Em geral, títulos corpo-
rativos têm prêmio de risco maior que títulos públicos.
⯀ Risco de prazo;
⯀ Risco de inflação;
⯀ Risco de crédito;
⯀ Risco de liquidez;
⯀ Selic;
408
Títulos Públicos
Trata-se de títulos emitidos por entes do setor público. Geralmente, envolve a emissão de
dívidas soberanas pelo Governo Central. Podem ainda ser pré-fixados, vinculados à inflação
ou vinculados à taxa básica de juros. Podendo ainda, incluir no setor público os títulos de
agência do governo (semi-público) e títulos de governo locais.
São considerados ativos livres de risco, embora o risco não seja zero. Estão expostos aos
seguintes riscos:
⯀ Risco de prazo;
⯀ Risco de inflação;
⯀ Risco de crédito;
⯀ Risco de liquidez.
O investidor cobra um prêmio para esses riscos, tanto para títulos públicos quanto para
corporativos.
Sem Cupom
Por exemplo, título com 350 dias até o vencimento e valor de face R$100,00, com taxa de
10% e sem cupom. Qual o valor do título?
409
Com Cupom
Vejamos agora, um exemplo de um título público ou privado, mas que contempla o paga-
mento de cupom:
O cupom sempre é calculado sobre o valor de face e não pelo valor que pagamos por
aquele título.
Para chegarmos ao resultado final, precisamos trazer todos os cupons ao valor presente,
então, chegaremos ao valor de “hoje” demonstrado na imagem.
Basicamente, é assim que precificamos um título de renda fixa com pagamento de cupom
previsto, nada mais é do que os fluxos de caixa futuros trazidos ao valor presente.
A taxa de juros nada mais é que o fluxo de caixa antecipado dos cupons e valor de face.
Os aumentos dos juros reduzem o valor presente do título.
410
Para estimar o impacto dos juros no preço de um título, o mercado utiliza um indicador
conhecido como “Durations”, que é o prazo médio ponderado do valor presente dos fluxos
de caixa de um título. O “Duration” é afetado tanto pelos pagamentos de cupons regulares
quanto pelo prazo final de resgate.
Trata-se da taxa que deve vigorar a partir de uma data futura em relação à data presente
em que se está analisando ou precificando um fluxo de caixa qualquer.
O que acontece é que nós temos um título longo nos remunerando 15% ao ano e, também,
temos outro título curto nos remunerando 10% ao ano, dados 350 dias para o primeiro e
150 para o segundo. Precisaremos encontrar a taxa termo, que se encontra em X, ou seja,
entre 150 e 350 dias.
A taxa termo faz com que no período igual o preço se iguale. E para encontrarmos a taxa
termo, temos a fórmula apresentada no exemplo.
O resultado desse exemplo nos diz que teremos de cobrar 18,99% referentes a taxa termo,
que se iguala ao rendimento das duas aplicações.
CARACTERÍSTICAS DO CRI
Nada mais são do que certificados de recebíveis imobiliários. Falamos de um título lastre-
ado em créditos imobiliários.
Onde o investidor terá direito a receber uma remuneração (geralmente juros) do emissor
411
e, periodicamente, ou quando do vencimento do título, receberá de volta o valor
investido.
Podem vir a ter uma remuneração de taxa de juros pré-fixada ou pós-fixada, desde que
ajustada por uma taxa fixa. Sendo admitidas como remunerações que corrigem o CRI,
taxa referencial ou taxa de juros de longo prazo, observado o prazo mínimo de um ano.
Por se tratar de renda fixa, os rendimentos são isentos de imposto de renda para pessoa
física. E, o regime fiduciário, garante segregação de risco do emissor. Ou seja, caso a secu-
ritização tenha dificuldades financeiras o fluxo de pagamentos para investidores não será
afetado, uma vez que os recebíveis estão segregados do patrimônio do emissor.
Por fim, suas garantias são os contratos de financiamento bancários e contratos de alu-
guéis e os tipos de CRI, são pré ou pós fixados.
Falaremos aqui dos imóveis, dos “private equity”, das commodities, das “venture capitals”,
das modalidades de infra-estrutura, das pedras preciosas e das artes.
⯀ Diversificação de carteira;
⯀ Não-correlação com o mercado tradicional;
⯀ Proteção ativa na escolha do investimento;
412
⯀ Diversidade de setores.
Investimentos Alternativos x
Investimentos Tradicionais
Quanto aos aspectos contrastantes ditos anteriormente, nós temos as seguintes áreas de
diferença entre os investimentos alternativos e os investimentos tradicionais:
Imóveis
O investimento imobiliário diz respeito à compra de imóveis com o objetivo de obter lucro,
seja por meio de aluguel ou pela valorização e venda do imóvel. Aqui se tem total ação
ativa no imóvel, desde a construção e planejamento a depende do caso, diferente dos
fundos imobiliários.
Normalmente, os investidores buscam esses imóveis visando a valorização para uma pos-
sível venda futura, mas também utilizam-se da opção de receber aluguéis.
413
Private Equity
Trata-se de um tipo de investimento financeiro realizado por fundos de gestão ativa, nos
quais são adquiridos participações de empresas que ainda não estão listadas em bolsa de
valores, ou seja, de capital fechado. O objetivo do investidor é alavancar seu crescimento
tanto na parte financeira quanto em capacidade de administração.
Esses investimentos são realizados via empresas de participações privadas, que gerem
fundos de Private Equity. Geralmente, os investimentos em private equity consistem em
3 etapas, sendo elas:
Nessa modalidade, conhecer o gestor e sua equipe é o melhor conselho possível para
prever e analisar a alavancagem da empresa.
Venture Capital
São fundos de investimentos em empresas que se diferem dos private equity porque
fazem aportes nas chamadas Startups, muitas vezes nas fases iniciais dos projetos, sem
ao menos haver produtos ou serviços lançados.
Por exemplo, o FaceBook era uma venture capital, que foi escolhida por um investidor.
Commodities
Basicamente, são definidas como toda matéria-prima básica utilizadas pelo mundo inteiro,
tais como minério de ferro, milho, trigo, alumínio e ouro. Portanto, é algo que não tem
marco, minério de ferro é minério de ferro, não há diferenciação de produto.
Falamos de contratos futuros, que têm como objetivo oferecer a opção de hedge aos pro-
dutores, protegendo-os de flutuações indesejáveis nos preços. A contraparte seria oferecida
pelos especuladores, que ganhariam exatamente com essas oscilações.
414
⯀ Podem ser estocadas;
⯀ Facilmente intercambiáveis;
⯀ Possibilidade de negociação global.
Lembrando, que elas variam de acordo com a oferta e demanda, levando em conta mono-
pólios e aceitabilidade do mercado.
Como investir em commodities? Para operar commodities no mercado à vista, seria neces-
sária capacidade de compra, armazenamento e distribuição. Normalmente, quem investe
tem uma empresa que atua dentro do mercado de commodities.
Por exemplo, a quebra da barragem da Vale é um evento incerto e não previsto que afeta
os preços.
415
índice. É uma estratégia de investimento passivo, atraente por conta do baixo custo, faci-
lidade de negociação, diversificação, redução de exposição aos riscos e liquidez.
Como podemos observar investimentos em private equity, imóveis ou até mesmo venture
capitals, necessitam de due diligence para garantir que as informações prestadas pelos
responsáveis pelo ativo objeto de interesse de investimento, são confiáveis e refletem a
realidade dos números e riscos do negócio.
417
parâmetros de eficiência, qualidade e velocidade. Identificação da atualização em
relação aos modernos métodos de processos e gestão de operações.
⯀ Índices de Liquidez:
A liquidez geral irá nos dizer quantos reais nós temos para cada real de passivo geral. Ou
melhor, o quanto temos de ativo para cada real que devemos.
A liquidez corrente, no curto prazo, nos diz quantos reais nós temos para cada real que
devemos.
418
A liquidez seca nos comunicará o que temos em caixa, tirando o estoque e as despesas.
A partir dela conseguiremos enxergar a liquidez seca da empresa.
Todos esses índices de liquidez, dizem muito a respeito da capacidade de uma empresa
de honrar com os seus pagamentos e, por conseguinte, dirá também se ela tem a possi-
bilidade de encontrar crédito no mercado.
⯀ Índices de Desempenho:
A margem operacional nos ajudará a medir se empresa é eficiente naquilo que era se
propõe a fazer, conseguiremos enxergar a margem do desempenho operacional da
empresa. Se a empresa está aumentando a margem operacional, ela está se desenvol-
vendo e crescendo, e, é claro, se a empresa diminui sua margem de desempenho opera-
cional, ela está decaindo em qualidade da operação.
419
longo prazo e curto prazo.
⯀ Índices de Atividade
Por sua vez, o ciclo financeiro nos dirá quanto tempo um produto demora em sair da
empresa e retornar com valor financeiro. Por isso, soma-se o prazo médio de estoque com
o prazo médio de recebimento.
Técnicas Estatísticas
São utilizadas com o objetivo de obter um índice ou indicador, que nos mostrará a chance
de solvência da empresa. Envolve coleta de dados, tabulação, apresentação, análise, inter-
pretação e conclusão, permitindo conhecermos melhor a empresa.
Método do Credit Scoring – é bastante utilizado no Brasil pela Serasa, trata-se de um tipo
de análise utilizada para a avaliação da qualidade de crédito de clientes. Pondera idade,
profissão, renda, atividade profissional, patrimônio, tipo de residência.
Método do Risk Ratings – trata-se de uma metodologia que avalia uma série de fatores,
atribuindo nota a cada um desses fatores, resultando em uma nota final a respeito da
capacidade honrar seus compromissos.
420
como na crise de 2008.
Por fim, existe um risco de credibilidade quanto à avaliação dessas agências, pois se elas
estiverem erradas o prejuízo de se investir pode vir a ser imenso.
Garantia Real: envolvendo o comprometimento de bens ou direitos que não poderão ser
negociados sem a aprovação dos debenturistas, para que a garantia não fique
comprometida.
Garantia Flutuante: assegura privilégio geral sobre o ativo da emissora, mas não impede
a negociação dos bens que compõem esses ativos.
421
empresa que fechou, entrarão na fila conosco.
⯀ Espécie Subordinada: permite que todos os credores da empresa sejam pagos antes
dos debenturistas, que só tem preferência sobre os acionistas. Por exemplo, em casos
de a empresa fechar, nós iremos para o final da fila na hora de receber.
⯀ Proposta de crédito;
⯀ Balancetes que comprovam a situação financeira do negócio;
⯀ Faturamento dos últimos meses;
⯀ Questionário de avaliação;
⯀ Resumo da situação de balanço;
⯀ Plano de negócios, que inclui produtos e serviços oferecidos, ramo de atividade,
missão, visão, e valores da companhia, entre outras informações relevantes que dire-
cionam a gestão.
A partir dos dados apresentados, nós conseguimos fazer três tipos de análises:
Com isso em mente, é evidente que uma série de ferramentas para executar essas análises.
As principais tecnologias disponíveis são:
422
⯀ Business Intelligence: coleta e processa um grande volume de informações para
gerar estatísticas confiáveis e determinar se a venda a prazo é uma boa idéia naquele
contexto. Garante agilidade e ajuda a identificar os riscos da operação;
⯀ Machine Learning: é uma espécie de inteligência artificial onde conseguimos criar
modelos de concessão de crédito, com base em algum as diretrizes;
⯀ Big Data: usa diferentes fontes para coletar dados e oferecer informações valiosas,
que trazem exatidão para a análise de crédito.
Essas agências são internacionais que avaliam títulos, empresas e países, de outro modo,
qualquer emissor de dívida, classificando eles por grau de investimento ou especulativo.
Para divulgar esse risco de crédito, as agências publicam ratings que organizam esse risco
em relação à capacidade da empresa de honrar seus compromissos. Utilizando tanto
análises qualitativas, quanto análises quantitativas.
Classificam todos os países do mundo, e suas empresas mais relevantes, em dois grandes
grupos, aqueles que possuem grau especulativo e aqueles que possuem grau de
investimento.
Por exemplo, “AAA” é o mais baixo grau de risco dentro da classificação da Moody’s, indo
até o nível “C” que é grande a possibilidade default.
423
Por sua vez, ela classifica todos os países do mundo, e suas empresas mais relevantes, em
grau especulativo e grau de investimento.
Porém, diferente da Moody’s, seu grau excelente começa em “AAA” e vai até “D”, um pouco
mais abaixo da agência anterior.
Fitch Ratings
Sendo ela a menor dentre as agências de risco, por assim dizer, a menos badalada. De
Nova York, fundada em 1997 com a IBCT Limited, passando a ter um escritório em Londres.
Possui a mesma modalidade de classificação, por grau especulativo e aqueles que pos-
suem grau de investimento. Utilizando do “AAA”, como o mais excelente nível, indo até o
nível “D”, o mais baixo.
424
⯀ Limite rotativo com pos sibilidade de contratação em qualquer f ase do
empreendimento;
⯀ Possibilidade de melhores condições na comercialização de produtos e
negociação;
⯀ Taxas atrativas;
⯀ Possibilidade de financiar insumos e tudo que envolve o custeia da produção;
⯀ Permite a garantia real para corporativas e para garantias pessoais, as finanças ou
hipotecas. Lembrando que as garantias são obrigatórias.
O Spreed Bid-Ask é uma medida de mercado comumente usada para medir liquidez. Ele
rende o custo de execução de negociações, em tempo real, com custo normalmente cal-
culado como a diferença entre o preço de compra e o preço de venda.
Por exemplo, ele se encontra entre a maior oferta de compra e a menor oferta de venda,
quanto menor for essa diferença, em caso de a maior oferta de compra ser 10, e de venda
ser 10,02, no caso esses 0,02 são o Bid-Ask.
O número de transações por dia é outra medida de liquidez. Quanto maior o número de
transações por dia, maior a liquidez. Outra maneira de medir a liquidez é o volume de
ofertas à disposição para compra e venda no mercado.
Finalmente, outra medida de liquidez é o preço do papel. Uma vez que liquidez tem valor,
os títulos mais negociados têm preços mais elevados que os menos negociados.
Por exemplo, se o papel tem ágio, ele é bem líquido quanto a preço. Mas se o papel se
encontra em deságio, ele é ilíquido. Lembrando, que aqui falamos de liquidez dentro da
ótica do vendedor.
425
Os emissores, seja PF ou PJ, estão expostos aos mesmos riscos de mercado, de crédito de
mercado e de liquidez.
⯀ De acordo com a legislação a CCB deve conter alguns requisitos essenciais, sendo
eles:
⯀ Denominação expressa de cédula de crédito;
⯀ A promessa de pagar a dívida em dinheiro, dentro das diretrizes estabelecidas;
⯀ Data e lugar do pagamento da dívida;
⯀ Nome da instituição credor;
⯀ Data e lugar da emissão da cédula;
⯀ Nome do devedor;
Quanto a garantir, podemos tê-la por meio de uma fiança como qualquer empréstimo,
uma garantia real de bens patrimoniais. A garantia poderá ser certificada no documento,
de forma separada.
Os emissores são as cooperativas rurais e os produtores, mas também podem vir a ser
outras pessoas jurídicas que exercem atividades de comercialização de produção e nego-
ciação de insumos agropecuários ou produtos utilizados na produção.
Lembrando, que quanto aos seus tipos, eles podem ser pré e pós-fixados.
426
Aspectos legais e negociação:
⯀ Possui os mesmo riscos da renda fixa, de crédito e de liquidez;
⯀ São realizados pelos agentes da cadeia produtiva;
⯀ Os direitos creditórios ligados a esses certificados devem ter custódia de alguma
instituição financeira com registro;
⯀ O financiamento do título por investidores privados faz com que a taxa seja mais
competitiva para produtores rurais do que se fosse tomado um empréstimo direto
no banco;
⯀ São utilizados como lastro para letras de crédito.
Vantagens e desvantagens:
⯀ Permite ao emissor a captação de recursos de médio e curto prazo, principalmente
no período entre safra;
⯀ A rentabilidade desses ativos costuma ser mais alta pela percepção de um maior
risco de crédito por parte de seu emissor;
⯀ Tem isenção de Imposto de Renda e IOF (Imposto sobre Operações Fiscais).
Garantias:
⯀ Suas garantias são os próprios certificados por agentes da cadeia produtiva
envolvida.
427
⯀ Os pagamentos de juros podem ser feitos de maneira periódica;
⯀ Por ter um risco de crédito de liquidez maior, os CRA’s são considerados ideais para
quem está buscando um rendimento fixo maior;
⯀ Tem risco de liquidez e crédito, maiores que aplicações conservadoras em renda fixa;
⯀ Seus tipos são os pré-fixados e pós-fixados
Vantagens e desvantagens:
⯀ Diversificação da carteira;
⯀ Previsão de fluxo de caixa futuro;
⯀ Regime fiduciário garante segregação do risco, ou seja, caso a seguradora tenha
dificuldades financeiras, o fluxo de pagamentos para os investidores não será afetado,
uma vez que os recebíveis são segregados do patrimônio;
⯀ São isentos de imposto de renda para pessoa física.
DEBÊNTURES
Falamos de uma forma de captação muito utilizada pelas empresas do mercado. É um
título de dívida privada emitido por uma empresa para arrecadar recursos. Quem pode
emitir são as sociedades anônimas de capital aberto ou fechado.
Quanto aos seus riscos, temos o risco de crédito, o risco de mercado e o risco de liquidez.
E, não obstante, o valor varia conforme o emissor e suas características estabelecidas
Forma de contrato:
428
⯀ São todas descritas na escritura de emissão, onde tudo é estabelecido.
Vantagens e desvantagens:
⯀ Diversificação para o investidor;
⯀ Para as empresas ajudará na captação de recursos;
⯀ Taxas de juros menores do que as dos bancos;
⯀ Possibilidade de conseguir um volume alto de capacitação.
Garantias:
⯀ Garantia real que oferece o menor risco, pois envolve o patrimônio real. Sendo a mais
segura das modalidades de garantia;
⯀ Garantia flutuante, que podem ser substituídas por semelhante;
⯀ Garantia Quirografária, onde o debenturista disputa o crédito com igualdade de
condições com outros credores;
⯀ Garantia subordinada, quando só recebemos debêntures após todos os credores
receberem;
Tipos:
⯀ Não conversíveis, são as que não podemos converter em ações;
⯀ Conversíveis, trata-se das que podemos converter em ações;
⯀ As permutáveis são as que nos permitem trocar as minhas debêntures por ativos da
empresa e até de outras empresas.
429
Aspectos legais e negociação:
⯀ É um depósito a prazo sem emissão de certificados;
⯀ O prazo de resgate é determinado no momento da contratação, não podendo ser
inferior a seis meses e nem superior a trinta e seis meses;
⯀ Não pode ser resgatado antecipadamente nem parcialmente.
Vantagem e desvantagem:
⯀ Rendimentos maiores que títulos públicos, poupanças e fundos garantidores de
crédito;
⯀ Não há liquidez antes do resgate.
Por fim, é importante saber que existem dois tipos de DPGE, os pré-fixados e os pós-fixa-
dos. Seu objetivo é sempre financiar pequenos projetos e pequenos investidores para
captação de recursos.
Por exemplo, temos uma indústria que vende para a Magalu, temos de comprar matéria
prima, produzir e enviar para ela, para no prazo de 120 dias termos um retorno financeiro.
Buscamos um capital para financiar todo esse processo custoso até o retorno financeiro,
os FIDC’s são utilizados para financiar essa operação.
São emitidos pelas instituições financeiras e têm o seu risco dentro do risco de mercado,
risco de crédito e risco de liquidez. O risco de crédito é reduzido por se tratar de grandes
instituições financeiras.
430
⯀ O emissor cria títulos negociáveis que representam uma participação nos ativos que
compõem a carteira;
⯀ Possui um regulamento, sendo fiscalizado pela CVM;
⯀ O regulamento determina tudo que é importante, os critérios de composição da
carteira, concentração da carteira, quais tipos de ativos serão adquiridos e os tipos
de risco que estará exposto;
⯀ Os créditos originados de transações realizadas no segmento financeiro e comercial,
industrial e de hipotecas, ficam expostos aos retornos de riscos dos recebíveis;
Vantagens e Desvantagens:
⯀ Diversificação de investimentos;
⯀ São classificados em agências de risco, logo, é possível saber qual risco estaremos
correndo;
⯀ As consultorias de crédito são contratadas para fazer uma análise da carteira e entre-
gar um relatório, onde poderemos saber se a carteira é vantajosa ou tem capacidade
de demonstrar alto desempenho;
⯀ Existem várias instituições dentro do processo de controle dos FIDC’s, então, é um
sistema razoavelmente fiscalizado;
⯀ Sua desvantagem está em se tratar de renda fixa, porém, não ser tão fixa quanto
deveria, pois se temos a rentabilidade do passado do fundo, isso não determinará a
rentabilidade futura, porque o próprio FIDC segue as taxas do mercado;
⯀ Outra desvantagem está no fato de não ser garantido pelo fundo garantidor de
crédito.
Suas garantias se referem aos ativos que compõem a carteira e os tipos de FIDC’s podem
ser de condomínio aberto, quando as cotas podem ser resgatadas a qualquer momento,
e os condomínios fechados, quando as cotas só podem ser resgatadas quando todos os
títulos forem amortizados ou acontecer o fechamento do fundo.
431
CDB (Certificado de Depósito Bancário).
Possui os riscos dentro do risco de mercado, risco de crédito e risco líquido. Sendo o risco
de crédito o próprio banco emissor, então, esse risco é bem pequeno.
Vantagens e desvantagem:
⯀ É garantido pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito) até R$250 mil por instituição ou
pessoa física;
⯀ É isento de imposto de renda;
⯀ Sua desvantagem está na liquidez, pois após os 90 dias o título pode vir a ter uma
dificuldade de liquidez.
Sua garantia é dada pelo FGC e pode vir a ser pré-fixada ou pós-fixada. Por fim, é impor-
tante saber que falamos de um dos títulos mais populares quando falamos de títulos que
financiam o agronegócio.
Possui seus riscos dentro do risco de mercado, risco de crédito e risco de liquidez. Cada
432
título tem sua porcentagem de risco variante de seus aspectos próprios.
Vantagens e desvantagem:
⯀ As LCI têm garantia do fundo garantidor de crédito;
⯀ É isento de imposto de renda;
⯀ Sua desvantagem está em ter um longo prazo de carência.
⯀ Suas garantias vão até R$250 mil por CPF, pelo fundo garantidor de crédito, chegando
até o limite de R$1 milhão a cada 4 anos. Por sua vez, seus tipos são pré-fixados ou
pós-fixados.
LF – LETRAS FINANCEIRAS
Falamos de uma aplicação de renda fixa que busca recursos de longo prazo, a partir de
dois anos. Sendo emitidas por instituições financeiras, por regra.
Tem seus riscos envolvidos dentro do risco de crédito, risco de mercado e risco de liquidez.
Os mesmos do CDB (Certificado de Depósito Bancário). E, seus contratos, podem vir com
ou sem cláusula de subordinação, que diz respeito a casos de liquidação extrajudicial, diz
nos dirá quem tem preferência no resgate do título.
433
subordinação;
⯀ Tem prazo mínimo de 24 meses sem possibilidade de recompra ou de resgate antes
desse prazo;
⯀ Tem o prazo mínimo para pagamento de rendimentos de 180 dias;
⯀ Deve ser emitida de forma escritural, no sistema de registro de liquidação financeira
de ativos do Banco Central;
⯀ Sua remuneração poderá ser com juros fixos ou flutuantes, pré-fixados ou
pós-fixados;
⯀ Pode ser negociada de forma privada entre as instituições financeiras e seus clientes
e pode vir a ser objeto de oferta pública;
⯀ Existe a possibilidade de serem emitidas com opção de recompra, sendo uma opção
que boa parte dos instrumentos tem, é o poder de dar a possibilidade do emissor de
recomprar o título;
Vantagens e desvantagem:
⯀ Por ser um investimento em renda fixa, o investidor tem previsão do fluxo de caixa
gerado;
⯀ A taxa de juros pagas, são mais altas que a média, das CDB’s, por exemplo;
⯀ Sua desvantagem se encontra no prazo longo de carência, sem a possibilidade liqui-
dez antes de dois anos;
⯀ Outra desvantagem é que não há garantias, por conta disso é que estamos expostos
ao risco do crédito.
Quanto aos seus topos, podem vir a ser pré-fixadas e pós-fixadas. É importante ter em
mente a cláusula de subordinação, que nos diz que o nosso direito de crédito, em caso de
liquidação extrajudicial, acontece somente após o pagamento de outras dívidas do emissor.
Não obstante, a LF com subordinação tende a nos oferecer uma remuneração um pouco
maior, justamente por conta dessa condição em caso de liquidação.
434
Por exemplo, um título da Caixa Econômica Federal, provavelmente terá um imóvel que
garante aquele título imobiliário, ou seja, está coberta por um imóvel, em inglês, essa seria
a definição para “Covered”.
Vale lembrar, que ela possui dupla garantia, ou seja, se o agente econômico quebrar, o
agente fiduciário irá assumir o título e disponibilizará o dinheiro aos investidores.
Tem seus riscos dentro do risco de crédito, risco de mercado e risco de liquidez.
É previsto em lei que a LIG seja depositada em um depositário central autorizado pelo
Banco Central, dessa forma a B3 (bolsa de valores oficial do Brasil) mantém o controle
sobre toda a cadeia de negócio do título, trazendo a transparência e segurança das
emissões.
Vantagens:
⯀ Isenção de imposto de renda;
⯀ Possibilidade rentabilidade atrelada ao dólar;
⯀ Diversificação dos investimentos;
⯀ Possui dupla garantia;
As garantias são a carteira de ativos que lastreiam e garantem os títulos, uma vez que se
torna um patrimônio apartado da instituição financeira, sendo dedicado exclusivamente
a LIG. Também compõem a garantia os títulos públicos federais.
NOTAS PROMISSÓRIAS
Falamos de títulos emitidos por sociedades anônimas de capital aberto ou fechado, geral-
mente para financiar o capital de giro da empresa. Normalmente, as notas promissórias
são de curto prazo.
Com o prazo de vencimento mínimo de 30 dias a 180 dias para empresas de capital fechado
e de 30 dias a 360 dias para empresas de capital aberto.
Tem seus riscos dentro do risco de crédito, risco de mercado e risco de liquidez. Possui alto
risco, pois não há garantia real.
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Vantagens e sua desvantagem:
⯀ Possibilidade de ter um rendimento maior do que em investimentos de renda fixa;
⯀ Prazo de resgate não aplicável;
⯀ É uma alternativa de captação de recursos mais viável em relação aos bancos;
⯀ Sua desvantagem se encontra no alto risco, fazemos um empréstimo direto em nota
promissória. Estando sujeito às 3 áreas de risco apresentadas acima.
Seus riscos estão dentro dos riscos de créditos, riscos de liquidez e riscos de mercado.
Vantagens e desvantagem:
⯀ Rendimentos geralmente maiores que títulos públicos e poupança;
⯀ Fundo garantidor de crédito atua na garantia do CDB;
⯀ Sua desvantagem trata-se da possibilidade de haver liquidez apenas após a
carência.
Quanto a sua garantia, existe com a aplicação até R$250 mil por CPF ou instituição finan-
ceira através do fundo garantidor de crédito, que é uma empresa privada, sem fins lucra-
tivos, que faz a organização dessas garantias.
E, por fim, quanto aos seus tipos, existem os CDB’S pré-fixados, CDB’s pós-fixados e os
436
CDB’s híbridos, onde temos as taxas flutuantes e mais uma taxa fixa.
Os títulos públicos são vendidos no mercado aberto ou pelo tesouro direto, podendo ser
operado por pessoa física ou jurídica. Já os títulos privados são vendidos no mercado de
balcão e na bolsa de valores. Lembrando, que dentro do mercado de renda fixa, existe o
mercado primário e o mercado secundário, assim como em outros investimentos.
Mercado Secundário – é o mercado onde se dá liquidez aos papéis da renda fixa, podendo
aqui, o investidor, se precisar antecipar o seu título conseguirá liquidez. A troca do mercado
secundário é de investidor para investidor.
Por exemplo, os títulos privados mais negociados são os certificados de depósito bancário,
letras de crédito, certificados de recebíveis imobiliários e letras de crédito imobiliário, etc.
Mercado Aberto (Open Market) – é o ambiente onde o Banco Central compra e vende
títulos para executar sua política monetária.
As pessoas físicas podem utilizar livremente do tesouro direto, porém, para as pessoas
jurídicas, elas devem comprar seus títulos da seguinte maneira:
437
podem adquirir títulos mediante negociação direta com certas instituições financei-
ras, que, de igual forma, seja participante dos referidos sistemas.
⯀ Pessoa Jurídica Não Financeira: são as empresas, entidades fechadas de previdência
complementar (fundos de pensão), operadora de planos de saúde e demais institui-
ções não classificadas no item anterior somente podem adquirir títulos públicos
federais, no mercado primário e no mercado secundário, por meio de uma instituição
financeira ou instituição autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil, desde
que atendidos os requisitos acima.
OPERAÇÕES COMPROMISSADAS
Falamos de uma modalidade de vendas de títulos de renda fixa por instituições financeiras
ao investidor, com compromissos de recompra com preço e prazo determinados. Ou seja,
uma espécie de aluguel. Por exemplo, um banco que tem mil títulos públicos dentro de
sua carteira, nós entregaremos um dinheiro em troca de um desses títulos públicos, com
o compromisso de recompra do título com preço e prazo determinado. Basicamente, ele
vende títulos com compromisso de recompra, por isso o termo “aluguel”.
Com seus riscos dentro dos riscos de mercado, riscos de crédito e riscos de liquidez.
Vantagens e desvantagem:
⯀ Diversificação;
⯀ Investimento de baixo risco;
⯀ Isenção de IOF (Imposto sobre Operações Fiscais);
⯀ Sua desvantagem são os riscos de mercados aos quais está exposta.
438
Tipos:
⯀ Genérica, onde a instituição vende o título ao investidor, mas ele apenas sabe qual
título ele irá receber após a compra, por outro lado, sua taxa de recebimento é
pré-fixada;
⯀ Específica, onde o banco vende um título informando previamente o investidor,
informando também o percentual de remuneração e o prazo dessa remuneração;
⯀ Dirigida, funciona da mesma maneira que a modalidade anterior, mas a remuneração
é paga de forma pós-fixada.
⯀ Migração Selic-Bolsa e Migração Bolsa-Selic, basicamente envolve títulos públicos
por conta da Selic. A operação compromissada tem dois momentos: ida e volta —
quando vem, nos referimos à ida; e quando o banco compra, nos referimos à volta.
Então, na Migração Bolsa-Selic, a ida, quando o banco vende, é liquidada por meio
da Selic, e quando volta, ou seja, quando compra, é liquidada pela Bolsa — e vice e
versa; o esquema se repete na outra modalidade de migração
Nada mais são do que títulos emitidos pelo Tesouro Nacional com objetivo de captar
recursos para financiar os gastos públicos do governo. Em geral, estão entre os ativos com
menor risco do mercado. O investidor conhece a forma de remuneração do título no
momento da compra e, caso carregue o título até o vencimento, receberá exatamente a
remuneração contratada.
LTN
São títulos com taxa pré-fixada no momento da compra e cupom zero. Isso significa que
o investidor receberá juros + principal apenas no vencimento. Ou seja, não há recebimento
de juros antes do vencimento do título.
Por exemplo, receberemos o título no qual investimos, no valor exato que foi pré-definido.
Sabendo exatamente a rentabilidade antes de comprarmos o título, sabendo quanto pagará
e quanto receberá.
439
É indicado para investidores que a taxa de juros pré-fixada será maior que a taxa de juros
do prazo de vencimento do título.
LFT
Títulos com taxa pós-fixada, cuja variação segue a variação da taxa Selic. Sua remuneração
é dada pela variação da Selic diária registrada entre a data de liquidação.
O seu valor de mercado apresenta baixa volatilidade, pois está vinculado à uma taxa básica
de juros, mas por contraponto, sua rentabilidade tende a ser menor que os outros
títulos.
NTN
São títulos públicos relacionados à variação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao
Consumidor) e, por sua vez, possuem uma série vinculada ao IGPM (Índice Geral de Preços
do Mercado).
440
A vantagem principal dessas modalidades é a renda real que elas nos proporcionam, pos-
suindo maior prazo de aplicação. Indicada para investidores que desejem fazer poupanças
de médio e longo prazo.
Por exemplo, estamos no momento zero dia 01/jan e queremos fazer um empréstimo no
dia 01/abril, que durará até 01/nov. Queremos pegar R$100.000,00 pagando 2%/ano de juros
(SELIC). Dia 01/abril será a data de liquidação e dia 01/nov será a data de vencimento.
Compraremos um FRA de juros, para que dentro do período, ainda que os juros subam,
nós continuemos pagando apenas os 2%/ano. Mas para quem vende um FRA, irá querer
garantir a rentabilidade mínima de 2% no período.
O exemplo acima, nós costumamos chamar de “FRA 3, 9”, pois ele começa a valer três
441
meses depois da contratação e tem seu vencimento 9 meses após o inicio. Como esse
FRA é precificado? É muito simples, se a taxa SELIC no dia 01/09 estava em 2,5%, nós ire-
mos liquidar a diferença entre a contratação e os juros de mercado, utilizando a seguinte
formula:
Capital x (Juros de Mercado – Juros do FRA) x 180 dias (dividido por 360)
FRA = ___________________________________________________________________
O resultado, dentro do exemplo apresentado acima, seria R$246,91. Que nos informa que
no dia 01/abril, o vendedor do FRA pagará R$246,91, referente à compensação da diferença
de juros que o comprador pagará entre dia 01/04 à 01/10.
Suas vantagens:
⯀ Auxilia o investidor a realizar a proteção de taxa de juros referenciada em dólar a
termo;
⯀ Elimina o risco de execução ao combinar em uma única operação dois vencimentos
distintos de Futuro de Cupom Cambial;
⯀ Auxilia investidores a alongar a exposição cambial com baixo risco de execução se
combinado com Contratos Futuros de Dólar e de DL.
Contratos Futuros
Os contratos futuros têm os seguintes aspectos:
⯀ Padronização acentuada;
⯀ Negociação transparente em bolsa mediante pregão;
⯀ Possibilidade de encerramento da posição com qualquer participante em qualquer
momento, graças ao ajuste diário do valor dos contratos;
442
⯀ Utilização do mecanismo das margens depositadas em garantia e do ajuste diário
para evitar acumulação de perdas.
Vale lembrar que em algumas, quase em todas as operações a descoberto, temos as cha-
madas de margem, ou seja, um mecanismo de ajuste de garantias. O lucro ou prejuízo é
debitado ou creditado todos os dias na conta da corretora.
Ações e Índice
⯀ Índice Bovespa – IND e WIN;
⯀ Índice S&P500 – ISP e WSP.
Moedas
⯀ Dólar dos EUA – DOL E WDO (MiniDólar).
Normalmente, os traders, gostam de executar mini índice e mini-dólar, são os mais popu-
lares dentro dos mini-contratos.
Por exemplo, dentro do Bovespa, cada ponto é um real, dentro de um contrato de índice.
Se Bovespa está a 120 mil pontos, um índice será R$120.000,00, e para operar na bolsa
temos de operar pelo menos 5 contratos de índice, ou seja, para operar um contrato de
índice na bolsa, teremos de ter o mínimo de R$600.000,00. Logo, o mini-índice, permitirá
que nós negociemos apenas um índice a 20 centavos por índice, dando acesso ao pequeno
investidor.
Outro exemplo, WING21, se refere a um mini-índice que vence em 2021. Cada contrato de
derivativos tem um dia específico de vencimento. Possuindo cada um algumas especifi-
cidades, tendo a Bovespa a obrigação de padronizar, para que todos operem da mesma
maneira.
443
]
Para que servem os contratos futuros? Eles servem para encontrarmos uma forma de
arbitragem para os juros futuros em consideração aos juros do momento em que o con-
trato é iniciado. Estaremos vendidos no mercado à vista e cobertos no futuro.
Mini-contratos de Derivativos
São frações de contratos futuros, portanto, também são compromissos de compra e venda
a serem liquidados no futuro. Como os contratos futuros podem envolver quantias signi-
ficativas de recursos, a B3 desenvolveu, em 2001, os mini-contratos.
Eles permitem que pequenos investidores tenham acesso a esses derivativos, como apre-
sentado dentro de um dos exemplos acima.
Basicamente, todo contrato pode ser negociado na forma de mini-contrato. Os mais popu-
lares entre os investidores brasileiros são os mini-contratos (WIN)e o Mini-Dólar (WDO).
Cada mini-contrato acompanha as variações do contrato futuro adjacente.
Exemplo: um contrato futuro de Soja (450 sacas de 60kg) está sendo negociado a
R$58.000,00, com o vencimento de 360 dias. O preço à vista da saca está em R$110 e a
taxa de juros de mercado é de 10%. Constando, então, que precisamos de R$49.500,00
para comprar à vista para comprar 50 sacas de soja. Mas se pegarmos dinheiro emprestado
no banco a 10% teremos o valor de R$54.450,00. No pagamento via crédito, quando nego-
ciamos o contrato e voltamos para pagar o crédito, nós temos o lucro entre R$58.000,00
(referente ao valor de negociação) e R$54.450,00 (referente ao valor do empréstimo).
Isso acontece e pode ser arbitrado, quando o valor à vista está inferior ao valor futuro
daquilo que queremos negociar.
A demanda à vista pressiona o preço para cima e a demanda futura pressiona o preço
para baixo, possibilitando-nos executar a arbitragem.
Ações e Índice
⯀ Índice Bovespa – IND e WIN;
⯀ Índice S&P500 – ISP e WSP.
Moedas
445
⯀ Dólar dos EUA – DOL E WDO (MiniDólar).
Vale lembrar, que os mini-índices e os mini-doláres, são contratos que a bolsa criou para
facilitar o acesso dos pequenos investidores ao mercado, são instrumentos propriamente
ditos. E perceba que não existem muitos mini-contratos.
Contratos Futuros Commodities: possuem o código ACF. Por exemplo, no caso do açúcar,
são 508 sacas de 50kg, ou seja, são padronizados a depender do objeto de negociação.
Sendo o dia 15 seu último dia de negociação, e seu vencimento, em fevereiro, abril, junho,
setembro e dezembro. Sendo um contrato que não necessariamente vence todo mês e
sua liquidação é financeira.
Contratos de Juros Futuros: o objeto é o futuro padronizado de taxa de juros, com uma
cotação de taxa de juros efetiva com base de 252 dias, com até três casas decimais. Sendo
o seu preço unitário multiplicado pelo valor em reais de cada ponto, sendo cada ponto
equivalente a um real, valendo um contrato 100 mil pontos no vencimento. Seu lote padrão
é de cinco contratos que vencem mensalmente.
446
Contratos Futuros de Índices: sendo estes extremamente populares, juntamente com
os contratos de moedas. Temos o vencimento do índice nos meses pares, com liquidação
financeira. Sendo padronizados os lotes em 5 contratos. Por exemplo, em Bovespa, cada
ponto do índice vale um real, com 5 contratos mínimos, com a bolsa em 120 mil pontos,
precisaremos de R$600.000,00 para negociarmos contratos na bolsa.
Existe uma infinidade de contratos disponíveis dentro da B3, mas normalmente seguindo
os padrões acima para a sua negociação. Vale lembrar que podemos vender um contrato
futuro de índice para proteger nossa carteira.
Contrato a Termos
O contrato a termos caracteriza-se por ser muito detalhado e por ter uma movimentação
financeira somente na liquidação. Sendo desvantajoso por conta da baixa liquidez, pouca
transparência e por conta do risco de crédito. É um contrato que pode ser utilizado como
Hedge ou especulação, embora sua natureza não seja padronizada e leve a ser utilizado
mais como uma fonte de Hedge.
Podendo ser as garantias por meio da cobertura ou margem, sendo as mais utilizadas e
padronizadas. A cobertura se dá quando o próprio bem é a garantia do contrato futuro e
a margem é disponibilizada por quem possui a custódia dos bens.
447
de R$100.000,00 para pagar no dia 01/06, com o dólar à R$5,00. Qual o receio do exporta-
dor? A queda do dólar, vindo, por exemplo, para R$4,00. Qual o receio do importador? Que
o dólar suma de R$5,00 para R$5,50, estando ambos expostos ao risco cambial. Digamos
que ambos se conheçam e descubram que podem fazer um contrato, onde o exportador
se compromete a entregar os dólares ao importar que tenha de comprar os dólares, esse
contrato terá a taxa de dólar pré-combinada, ou seja, estaríamos fazendo um contrato a
termo, fazendo um ajuste da operação de acordo com a necessidade de cada um. Nenhum
deles se preocupará mais com o câmbio, pois a taxa já está pré-fixada.
Sendo assim, temos uma maneira de fazer Hedge, diminuindo os riscos cambiais da ope-
ração, estabelecendo um contrato a termo.
No contrato a termo, você negocia a compra de um ativo à vista, mas com o pagamento
apenas no vencimento do contrato. O valor futuro é o preço à vista acrescido de uma taxa
de juros previamente acordada entre as partes. Essa taxa, geralmente, fica próxima da
SELIC.
O preço da saca de soja está em R$160. O contrato é liquidado sem nenhum valor devido:
O preço está mais alto que o acordado, digamos R$200. O produtor “deve” ao banco
R$400.000,00;
O preço está mais baixo que o acordado, digamos R$150. A instituição financeira pagará
ao produtor R$100.000.
Nesse exemplo, estamos fazendo especificamente Hedge, pois o produtor travou o preço
para evitar a oscilação de risco. Uma espécie de seguro para o produtor ocorre nesse
momento, incidindo nas duas possibilidades acima.
448
oferecidos de forma coberta ou margem;
⯀ A cobertura é o depósito, pelo vendedor a termo, do ativo objeto da operação como
garantia. A margem é um valor depósito, conforme as regras do sistema de compen-
sação, que procura reduzir os riscos da liquidação;
⯀ A liquidação pode ocorrer de dois modos. No vencimento do contrato, com entrega
do ativo objeto ou liquidação antes do vencimento, desde que expresso em contrato,
por vontade do comprador, vontade do vendedor ou acordo mútuo.
Sendo sua data de vencimento estabelecida entre as partes, observando o período mínimo
de 16 e máximo de 999 dias corridos.
Por exemplo, um LFT de R$1.000 tem vencimento em 180 dias e paga juros de 4% ao ano.
Isso significa que o valor do título é de R$980,00. As duas partes podem entrar em acordo
para contrato a termo de 30 dias por R$985,00. Em caso de aumento da taxa de juros, há
uma queda no preço do título, ocasionando lucro ao comprador e perda ao vendedor.
Contratos Futuros
É uma das modalidades de derivativos onde as partes concordam em comprar ou vender
um determinado ativo de commodities ou títulos a um preço determinado em uma data
específica no futuro.
450
⯀ Os compradores de um contrato futuro assumem o compromisso de comprar e
receber o ativo subjacente na data do vencimento do contrato pelo preço
estipulado;
⯀ Os vendedores de um contrato futuro assumem o compromisso de vender e entregar
os ativos subjacentes na data do vencimento do contrato pelo preço estipulado.
Quanto à sua liquidação, ela representa o momento final de uma operação com contratos
a termo, quando ocorre a transferência dos recursos e dos ativos que foram negociados.
Por exemplo, temos o mini-índice, com data de vencimento 21, logo WING21, é um contrato
a termo negociado com liquidez diária, com a possibilidade de seu valor flutuar dentro do
período.
Com base nos dois indicadores, os investidores fazem a arbitragem entre o preço à vista
e o preço futuro, precificando os ativos nos dois horizontes temporais.
Por exemplo, uma ação com dividendos não pagos está sendo negociada por R$100 no
mercado à vista. Com taxa de mercado em 10% ao ano, qual o valor do contrato futuro
para vencimento em 180 dias?
451
Feitos os cálculos necessários, chegaremos a R$105,00, sendo esse o preço no contrato
futuro.
Ao longo do tempo, teremos 180 dias para o vencimento e no inicio teremos o valor à vista,
podendo executar uma arbitragem dentro do período.
Temos as opções com garantia e sem garantia, em que a B3 não é contraparte, ela entra
apenas com o registro do contrato. Mas se envolve chamada de garantia, poderá ser
coberto, com o ativo em mãos ou por chamada de margem.
Contrato SWAP: onde conseguimos fazer um contrato exatamente dentro do Hedge que
estamos buscando, sendo a B3 a mediadora e podendo ser a contraparte de garantia. São
negociados em balcão organizado, ocorrendo o retorno do participante quando o indexa-
dor em que assumiu a posição comprada (vendida) for superior ao retorno da posição
vendida (comprada). Quanto ao vencimento, poderá ser feito no vencimento do
contrato.
452
⯀ Contratos a termo.
⯀ Contratos futuros.
⯀ Opções
⯀ Swaps.
Em geral, são negociados em bolsa de valores, mas podendo ser negociados em balcão,
sendo padronizados ou não a depender de suas características.
Seu objetivo é buscar as possibilidades de Hedge, porém, na outra ponta, alguém está
procurando especular. O especulador paga um prêmio pelo risco que está correndo, por-
tanto, não se pode dizer que os derivativos são apenas para Hedge, uma vez que comporta
quem quer especular na bolsa.
Gera uma proteção contra a flutuação das taxas de juros, flutuação do preço do papel e
flutuação dos preços de mercado.
Assim, para um investidor que opera com derivativos, há a possibilidade de depositar junto
à corretora um valor de margem de garantia. Esse valor de margem representa apenas
um percentual do valor atual do contrato futuro. Este valor fica retido na corretora enquanto
compradores ou vendedores mantiverem suas posições em aberto.
453
Basicamente, a B3 cuida das garantias desse processo, existindo duas principais garantias
dentro dos derivativos, a margem e os ajustes diários.
Chamada Margem
A chamada margem entra em ação quando vendemos a descoberto, pois não possuímos
o papel, vendemos para fazer caixa. Na prática, se o valor da ação subir além do que pode-
mos comprar na hora de cobrir, a B3 efetua a chamada de margem, quanto mais errar a
direção maior será a chamada de margem.
Ajustes Diários
Falamos do resultado do investimento, lucro ou prejuízo apurado e liquidado diariamente.
A partir do dia em que o investidor abre uma posição comprada ou vendida, o investidor
passa a pagar ou receber os ajustes diários.
454
A dinâmica dos ajustes diários é imprescindível para a segurança do mercado e de todos
os investidores, pois reduz muito o risco de crédito e possibilita que o investidor encerre
sua posição a qualquer tempo, sem precisar esperar o vencimento do contrato.
No fim das operações é que conseguiremos ter a dimensão do lucro ou prejuízo de quem
compra e vende.
Aspectos Gerais
Os contratos de opções são instrumentos derivativos criados para mitigar os riscos de
455
oscilação de preços de modo a oferecer um mecanismo de proteção ao mercado contra
possíveis perdas, além de servir para criar estratégias especulativas em relação à trajetória
de preço e à ampliação da exposição e do potencial de retorno do investidor.
Seu vencimento irá mudar até abril de 21, será até a terceira segunda-feira do mês, mas
passará para a terceira sexta-feira do mês de vencimento. Se a sexta-feira for feriado, será
computado o dia anterior. Lembrando, que temos de pedir para a corretora o exercício da
opção.
A partir de maio de 2021 teremos o exercício automático, mas havendo ainda a possibili-
dade de executar o exercício manual, sendo automático apenas no vencimento.
Exemplo:
Imaginemos um exportador, que possui cem mil dólares para receber em 90 dias e o
importador tem cem mil dólares para pagar em 90 dias. O importador tem medo que o
dólar suba e o exportador tem medo de que o dólar caia. Sendo assim, ambos decidem
fixar por meio de um contrato a vender cem mil dólares por $5 e o importador se com-
promete a comprar cem mil dólares por R$5.
Caso o importador não queira se comprometer a comprar cem mil dólares, ele quer ter o
direito de optar pela compra. Sendo assim, ele compra um direito de exercer ou não a
compra dos cem mil dólares por R$5. Esse direito de optar, é o que nós chamamos de
opções.
Agora, digamos que por conta da baixa do dólar no período para R$4,50, nesse caso não
faz sentido o importador exercer o seu direito comprando cem mil dólares por R$5, sendo
que ele pode encontrar no mercado por R$4,50. Então, a opção caduca.
Vale lembrar que o importador pagou um prêmio para possuir o direito, o prêmio da opção.
456
Ou seja, aquilo que ele pagou previamente é um prejuízo assumido, nada mais é do que
um seguro contra a flutuação de preço.
Negociação
As opções são negociadas em bolsa de valores como uma opção normal. Possuem códigos
que identificam o ativo objeto, a data de vencimento e o Strike da ação, que é o preço de
exercício do direito de opção.
Por exemplo, BBDC – B, é uma Call com vencimento em fevereiro, uma BBDC – C, é uma
Call com vencimento em março.
Nas opções Americanas, falamos do formato mais comum de opções no mercado brasi-
leiro. Nesse tipo, não há restrição de data para o comprador da opção exercer seu direito,
ou seja, o detentor da opção pode exercê-la a qualquer momento entre a emissão a emis-
457
são e a data de vencimento da opção.
O lançador, dentro deste contexto, é aquele que lança a opção sem possuir ela, adquirindo
para si a obrigação de negociar um ativo-objeto pelo preço de exercício (strike).
OPÇÕES MONEYNESS
O conceito de Moneyness é a posição relativa do preço atual do ativo subjacente (geral-
mente uma ação) em relação ao preço de exercício (Strike) de um derivativo, sendo mais
comum referir-se a uma opção de compra (Call) ou uma opção de venda (Put).
Por exemplo, uma Put de BBDC4 com um Strike em R$24,97. Se comprarmos uma Put
de BBDC4 por R$24,97 estaremos comprando no dinheiro (In The Money), mas se com-
prarmos com o Strike em R$23, estaremos comprando fora do dinheiro (Out The Money).
Conceitos:
In The Money (ITM): dentro do dinheiro é a situação em que o preço de exercício já foi
superado pelo preço do ativo subjacente à vista. Numa opção de compra é quando o preço
da ação está acima do Strike e numa opção de venda é quando o preço da ação está abaixo
do Strike.
At The Money (ATM): no dinheiro é a situação em que o preço de exercício de uma opção
ao preço do título subjacente. Ambas as opções de compra e venda, podem estar ATM
simultaneamente.
Out of The Money (OTM): chamado de fora do dinheiro, é a situação em que o preço do
ativo subjacente ainda não atingiu o preço de exercício.
Exemplo:
458
Opções de Call
Veremos aqui os principais tipos de opções e de operações com opções, partindo primeiro
da opção de compra (Call).
Uma Call é um direito de compra de um ativo em data futura. Acreditando que o ativo
adjacente irá subir, por exemplo, acreditamos que o BBDC vai subir, mas só executaremos
a compra se o valor do ativo estiver acima do “Strike” estabelecido. Ou seja, só exerceremos
esse direito de compra se o ativo estiver com o valor superior ou igual ao Strike estabele-
cido, se estiver abaixo, não exerceremos o direito.
Não há chamada de margem dentro da Call, pois compramos apenas o direito. Podendo
fazer uma compra coberta, vendemos o valor equivalente àquilo que temos em nossa
carteira. Quem comprar a Call terá o direito de comprar as ações no preço determinado
pelo Strike.
Se falarmos de uma Call a descoberto, temos a chamada margem. Ou melhor, não temos
o papel e vendemos x opções dele com um Strike estabelecido, estimando um prêmio.
Nesse caso a bolsa chamará margem, pois existe a possibilidade de prejuízo por não ter-
mos o papel.
Podemos ter um lucro ilimitado, mas também um prejuízo ilimitado, uma vez que o papel
pode subir sem teto e descer sem um chão. Exceto, se falamos de uma Call a descoberto,
nesse caso, podemos ir até onde a chamada de margem nos permitir.
459
OPÇÕES DE PUT
Falamos de uma opção de venda, um direito de venda de um ativo em data futura. Um
investidor que compra uma PUT acredita que o preço do ativo subjacente irá cair. No
entanto, somente exercerá seu direito se o preço do ativo subjacente estiver abaixo do
strike na data de exercício.
Por exemplo, vendemos uma PUT de BBDCW244, com um strike a R$22,97, se o papel
cair para R$22,97, o valor da opção no período será de R$1,97.
O prejuízo é limitado ao valor de compra da PUT, caso o preço da ação não esteja abaixo
do strike no vencimento. Já os ganhos são limitados, pois em teoria o preço de uma ação
pode cair até o prazo zero.
Não há chamada de margem em caso de compra de PUT, mas caso o investidor venda
uma PUT há chamada e margem estática. A B3 precisará garantir que você terá o valor
no dia do exercício ou no mínimo a diferença.
Basicamente, compramos uma PUT quando o mercado está em viés de baixa e vendemos
a PUT quando mercado está em viés de alta.
Capletes são contratos que asseguram um limite máximo de variação de juros para o
investidor. Com a compra de ações sobre índice DI, onde o comprador exerce o direito de
receber a diferença de taxa entre o acumulado de juros até o vencimento e a taxa de juros
de exercício, o investidor com passivo em taxa flutuante consegue se proteger contra alta
de juros, gerando o mesmo efeito de um produto cap. Estabelecerá o teto de juros a partir
do qual o investidor receberá o excedente.
Floors são contratos em que estabelecemos um piso que assegura um limite mínimo para
a queda nos juros, caso uma instituição conceda empréstimo à taxa flutuante.
460
Aspectos gerais:
⯀ São índices de depósitos interfinanceiros;
⯀ Estilo americano, podendo exercer Caps ou Floors apenas na data do exercício;
⯀ O prêmio da opção é expresso em pontos de IDI;
⯀ Cada ponto equivale a um real.
Vale lembrar que existem variações do índice, mas estabelecemos valores teto, sendo eles
os caps, podendo também estabelecer um valor mínimo, sendo esse valor o floors.
Por exemplo, temos mil ações BBDC a R$25, mas compramos uma Put no dinheiro e
vendemos uma Call fora do dinheiro. Vendemos a Call com o Strike em R$27,22 e compra-
mos a Put com o Strike em R$24,97. Logo, se o preço cair, a Put que compramos nos pro-
tegerá da queda. Então, por que vendemos a Call? Vendemos para diminuir o risco caso
o papel suba e a Put vire pó; configurando-se uma operação Collars.
461
Lembrando, que os valores acima são valores reais, de fato são os dados da ação no dia
22/01 à 22/03. É necessário observar que foram ignoradas taxas de corretagem no
exemplo.
Box 4 Pontas
Dentro dele, teremos quatro opções: duas vendidas e duas compradas, sendo que teremos
apenas dois Strikes — PUT e CALL em um Strike, e mais uma PUT e uma CALL em outro
462
Strike.
A regra básica é operar comprado dentro do dinheiro e operar vendido fora do dinheiro.
Se um papel está dentro do dinheiro, operamos comprado; se o papel estiver fora do
dinheiro, operamos vendido. Nossa modalidade de operação sempre irá variar conforme
o valor do papel.
Operar comprado no dinheiro e vendido fora do dinheiro, dentro de uma CALL, configu-
ra-se como trava de alta. Já se operarmos comprado dentro do dinheiro e vendido fora do
dinheiro, dentro de uma PUT, configura-se trava de baixa.
Como se pode observar do valor de 27,00 e adiante a opção vira pó devido ao valor. Vale
lembrar, que para chegar ao lucro teremos de deduzir os custos com a operação.
Podemos analisar ainda, que operando vendida uma PUT, ficaremos com a opção em pó
até 24,00. O que significa que quem possuir a opção poderá nos vender o papel até 23,97.
As variáveis em nossa tabela se dão por meio do valor em que compramos ou vendemos,
o valor será determinante para estimar os lucros, prejuízos e onde o papel vai virar pó.
No exemplo apresentado, teremos ao final, uma renda fixa de 35 centavos por opção,
independente do preço da ação – isso é um Box de 4 pontas sendo executado e por isso
ele é considerado uma renda fixa. Sendo o resultado final, uma renda fixa de 12%.
Qual a chance de perda de operação? Zero e, também, há zero risco para essa operação.
Porém, teremos sempre de encontrar a diferença dos Strikes e subtrair o custo, se for
positivo será renda fixa, mas se for negativo o Box não será viável.
463
executar as ordens ao mesmo tempo. No caso, não poderemos pagar caro demais ou
vender barato demais, o Box não funcionará, nos trará prejuízo fixo ao invés de rendimento
fixo que é a nossa idéia central aqui.
Box 3 Pontas
Podemos considerar como um Collars com PUT e CALL no mesmo Strike. Ou seja, nos
entregará uma renda fixa, independente do preço da ação. Sendo composto pelo papel
à vista, PUT e CALL.
464
Na subida do valor, teríamos de mudar de papel, mas se o papel cair, além de levarmos os
R$450, poderá comprar de volta 1.361,00 em ações do BBDC, com um patrimônio próximo
de R$26.770 que subirá para R$27.220.
Nesse exemplo temos um super Hedge, sendo uma operação interessante por ser uma
espécie de renda fixa.
Box 2 Pontas
Consiste no registro simultâneo de quantidades idênticas de opções flexíveis de compra
(CALL) e venda (PUT) sobre taxa de câmbio, respectivamente, com limite de alta e limite
de baixa. Trata-se de uma estratégia envolvendo duas opções flexíveis com barreira. As
barreiras já são predeterminadas, transformando a operação em uma captação ou apli-
cação de renda fixa.
Essa modalidade nos trará o rendimento e valor aplicado acrescido da remuneração acor-
dada na data de exercício.
465
OPERAÇÕES DE BUTTERFLY
Trata-se de uma estratégia recomendada para investidores que esperam que o preço do
ativo-objeto varia dentro de uma faixa esperada. É adequada para momentos de mercado
mais estáveis. A operação é feita como algum aporte de capital, o que é o máximo de sua
perda.
Por exemplo, utilizamos quando o mercado está andando de lado, operaremos vendido
no Strike que imaginamos ser o preço no exercício.
Imaginamos que o preço desse ativo hipotético será de R$30 no Strike no dia do exercício.
Então, operamos vendidos à R$30, uma Call, em duas mil unidades, no centro daquilo que
eu imagino estará o preço do ativo, logo, operamos comprado entre R$28 e R$32 e esta-
remos vendidos em R$30.
466
Ganharemos dinheiro entre R$28 e R$32, sendo o nosso lucro assomado do custo. E entre
R$32 nós retiramos o custo, pois ele é coberto. Conforme a subida dos valores, poderemos
ser exercidos, pois vendemos o direito para que isso ocorra.
Opções Strangle
Falamos de uma estratégia onde o investidor compra duas opções, uma Call e outra Put,
com prazo de vencimento igual, porém com Strike diferente. Então, é similar a Straddle,
mas com diferença de Strikes diferentes.
Exemplo:
467
Na Strangle operamos fora do dinheiro (OTM) com Strikes diferentes. Nossa idéia é ganhar
para qualquer lado que o papel vá, sendo o ganho ilimitado.
A Strangle apresenta menos riscos em relação a Straddle, mas os ganhos na Strangle são
menores.
Exemplo:
468
Abaixo de R$26 nós não teremos lucro e acima de R$27 nós passamos a ter lucro dentro
da operação.
Observamos que a partir de R$25,33 temos prejuízo e após esse valor passamos a ter lucro.
Sendo R$25,33 o nosso fator chamado Breakeven, ou seja, o nosso empate dentro da
operação.
Exemplo:
469
Feitas as compras e vendas das Put’s, nosso Breakeven se encontrará em R$24,77 (sub-
traído 1,77), para passarmos a ter lucro com a operação executada no exemplo. Ou seja,
quem comprou, comprou o direito de nos vender a R$24,77.
Nosso prejuízo está em tudo virar pó e o nosso lucro é limitado. Limitamos o prejuízo ope-
rando comprado, mas limitamos também o lucro, isso nós chamamos de trava de baixa.
Dentro da Bovespa essa opção só faz sentido quando for flexível, que são opções de balcão,
onde tudo é livremente pactuado entre as partes, inclusive a barreira. A barreira pode vir
a ser ativada (Knocked-in) ou extinta (Knocked-out).
Knocked-in
Acontece caso a barreira seja atingida a opção passa a existir, do contrário, não existe.
Por exemplo:
Imaginemos uma opção Knocked-In, com preço da barreira em 110.000 pontos e o preço
de exercício em 120.000 pontos, não obstante, a Bovespa em 100.000 pontos.
Se bater 109.900, a opção não valerá, mas batendo 110.000 ela passará a valer, porém eu
só exercerei em 120.000. Bateu na barreira, a opção passa a ser válida.
470
⯀ Up and In: o preço à vista, na data de lançamento da opção, está abaixo do preço da
barreira. Precisa subir para ativar;
⯀ Down and In: o preço à vista, na data do lançamento da opção, está acima do preço
de barreira. Precisa cair para ativar.
Knocked-Out
Aqui o que ocorre é que quando a opção bate no índice, a opção passa a ser extinta. Ou
seja, a opção já está valendo e quando atinge o valor, ela passa a ser extinta, diferentemente
da Knocked-in.
Por exemplo:
Imaginemos, agora, um preço de barreira em 110.000 pontos, com um preço de exercício
em 100.000 pontos.
Nesse caso, quando o índice chegar em 109.00 a opção ainda é válida, mas se atingir 110.00
automaticamente a opção é extinta.
471
O quadro abaixo nos apresenta um resumo dessas características das opções
apresentadas:
Observando, também, que a partir do quadro temos acesso à perda e ao ganho, valor no
vencimento, lucro/perda, preço de Breakeven em cada uma das opções. Sendo as opções
Venda Call Coberta, Venda Call Descoberta, Venda Put, Compra Call e Compra Put.
Falamos ainda de uma série de outras modalidades, que não couberam no quadro acima,
mas que por sua popularidade e importância, não poderiam ficar de fora desse resumo.
Sendo elas Collars, Box’s, Butterfly, Straddle, Strangle, Call Spread e Put Spread.
472
Ainda observamos a perda máxima, o ganho máximo, o valor no vencimento, lucro/perda
e o preço de Brek-Even. Sendo o seu ganho máximo determinado pelo valor do Strike,
subtraindo o preço da operação.
Lembrando que todas essas opções, com exceção das Box’s, têm uma perda máxima
limitada ao valor da operação. E, também, que lembremos que o valor no vencimento não
se aplica nessas estratégias, pois temos várias Call’s e várias Put’s sendo executadas.
Black Scholes
Dentro das opções, veremos agora o modelo Black Scholes, que é um modelo matemático
para precificar contratos de opções, estimando a variação de tempo dos instrumentos
473
financeiros. Ele assume que esses instrumentos terão distribuição normal de preços.
Premissas:
⯀ A opção é Européia;
⯀ Não existem impostos ou custos de transação;
⯀ Não existem oportunidades de arbitragem entre o preço da opção e o preço da ação;
⯀ A taxa livre de risco é constante.
Variáveis Utilizadas:
⯀ Strike da Opção;
⯀ Preço Atual da Opção;
⯀ Tempo para o Vencimento;
⯀ Volatilidade;
⯀ Taxa Livre de Risco.
Sendo C uma CALL e, por sua vez, P é uma PUT. Teremos de fazer a interpretação correta
de todos os coeficientes apresentados para conseguirmos calcular e chegar ao resultado
474
final.
⯀ Para encontrar D1 precisaremos saber o preço atual da ação e que será dividido pelo
preço do Strike da opção, então, somaremos a taxa livre de risco à volatilidade ao
quadrado dividindo por dois ao final e multiplicando pelo tempo para o vencimento,
teremos como denominador a volatilidade x a raiz quadrada do tempo. Aplicada essa
fórmula, que explicamos por extenso, teremos o resultado de D1.
⯀ Para encontrar D2 precisaremos saber o resultado de D1 menos a volatilidade x a raiz
quadrada do tempo. A partir disso, conseguiremos calcular o Strike de uma CALL.
⯀ Para encontrar CALL precisaremos fazer o preço atual da ação x (vezes) à distribuição
normal (d1), menos o strike da opção x (vezes) o exponencial (taxa livre de risco vezes
tempo para vencimento) e x (vezes) a distribuição normal de d2.
⯀ Para encontrar PUT precisaremos fazer o strike da opção vezes o exponencial (- taxa
livre de risco vezes tempo para vencimento) vezes a distribuição normal (-d2) vezes
o preço da ação menos a distribuição normal (-d1).
Escrevendo essas fórmulas dessa maneira, estamos calculando o prêmio pelo modelo
Black Scholes dentro de opções. Esse cálculo nos mostrará o prêmio pela volatilidade ou
o prêmio para o risco da opção, por assim dizer. Basicamente, o exemplo acima nos mostra
uma calculadora de opções.
Gregas
Basicamente, teremos cinco Gregas para analisar neste tópico. Todas elas, matematica-
mente falando, são derivadas do preço da opção em relação a uma das variáveis que
compõem o modelo Black Scholes.
Delta: será a variação no preço da opção dada a variação no preço do ativo, com a seguinte
fórmula:
Gamma: indica a variação do Delta quando o ativo adjacente variar determinado percen-
tual, com a seguinte fórmula:
475
Theta: é uma derivada do modelo Black Scholes em relação ao tempo, ou seja, nos dirá
qual é a variação do preço da minha opção dada a variação do tempo, com a seguinte
fórmula:
Vale lembrar que ela será sempre negativa, pois indica o valor que perderemos ao longo
do tempo. Também, é dinâmico porque irá variar conforme a proximidade ou distância do
prazo de vencimento.
Rhô: se refere a sensibilidade do preço do papel em relação a taxa de juros livre de risco,
com a seguinte fórmula:
Em aulas nos foram apresentadas algumas possíveis variáveis para que compreendamos
a relação de cada uma das Gregas como modelo Black Scholes. É importante dar atenção
a esses exemplos e perceber o reflexo dele dentro dos resultados de cada uma das Gregas.
Vale lembrar, que todas as variáveis são afetadas pelo teto. Podemos, também, alterar cada
uma das variáveis para ver o efeito delas dentro do resultado das Gregas.
Finalizamos aqui nossas aulas de opções, que são uma espécie de derivativos.
476
feito no balcão organizado, pois não é padronizado, ou seja, os termos do contrato são
negociados livremente entre os investidores. Existem diversas modalidades de Swaps e
veremos cada uma delas aqui.
Exemplo:
477
Suponhamos que a empresa VALE possua um ativo de R$1.000.000 pré-fixado a 10% ao
ano (252 dias úteis – 1 ano). A empresa deseja indexar esse ativo ao dólar com +5% ao ano,
sem ter que fazer movimentos de caixa.
É possível fazer isso através de um contrato de Swap contratando através de uma institui-
ção financeira. Assim, ele fica ativo em dólar e passivo em 10% ao ano. A instituição finan-
ceira fica na ponta oposta.
Dados:
Nesse caso, a Vale receberia um valor líquido de R$34 mil da instituição financeira referente
à diferença entre a posição comprada da Vale e a posição vendida da instituição.
TIPOS DE SWAP
Swap de Moedas
Conhecido também como Swap Cambial, sendo o mais popular por conta do uso gigan-
tesco feito pelo Banco Central. Portanto, quando o dólar está subindo o Banco Central (BC)
vende Swap Cambial para importadoras e empresas que têm dívida em dólar.
Por exemplo, o investidor compra Swap Cambial de CDI +3% contra Dólar +1% do Bacen,
com o vencimento em 3 anos e ajustes anuais.
Dados:
478
Estaremos comprados em CDI e outro participante comprado em Dólar. No exemplo da
tabela podemos enxergar as variações possíveis e seus efeitos.
Cada período corresponde a um ano completo, apresentando então suas variações dentro
do período, seja ela de CDI ou de Dólar. Calculamos a diferença e multiplicamos por 1
milhão para encontrar o resultado da diferença.
Basicamente, assim se estrutura um Swap Cambial com variação anual dos indexadores.
Sendo extremamente simples e fácil de se calcular.
É necessário observar as variações do CDI dentro dos respectivos períodos e liquidar todos
479
os débitos e créditos, para ao final, liquidarmos toda a operação.
Por exemplo, as crises de 2008, em que uns títulos lastreados em hipoteca continham
milhares de contratos, possuindo diversos riscos em diversas porcentagens, o que ocorreu
foi que os bancos emitiam títulos e lastreavam esses títulos em seguros contra calote (CDS
– Credt Default Swapd).
Por ser parecido com um seguro, o CDS exige o pagamento contínuo de prêmio para
manter o contrato, como uma apólice de seguro.
Swap de Ações
É uma troca de fluxos de caixa futuros entre duas partes que permite a cada uma das
partes diversificarem sua receita por determinado período de tempo, mantendo seus
ativos originais. Um swap de ações é semelhante a um swap de taxa de juros, onde uma
das partes remunera o valor nacional de acordo com um índice de ações e a contraparte
remunera utilizando uma taxa de juros qualquer, DI ou SELIC.
Por exemplo, noticia: “Ambev anuncia operação de ‘equity swap’ de até R$1 bilhão”. Ambev
entra vendida em DI e comprada em ações, já a instituição financeira fica comprada em
DI e vendida em ações.
Dados:
480
A Ambev pagará por esse R$1 bilhão uma taxa de juros definida e irá pagar a diferença
entre o CDI+3% e as ações em questão. É óbvio que a instituição financeira terá o total em
ações no seu caixa, antecipando o valor das ações e cobrando o CDI e caso as ações dis-
parem ela irá remunerar a Ambev.
Vale lembrar, que precisamos sempre levar em conta as variações dentro de cada período
para que o cálculo ocorra da forma correta.
⯀ Preço;
⯀ Custo;
⯀ Rapidez;
⯀ Probabilidade de Execução e liquidação;
⯀ Volume;
⯀ Natureza;
⯀ Qualquer outra consideração relevante para execução da ordem.
Por exemplo, não precisaremos ficar muito preocupados ao emitir uma ordem de compra
com o preço errado, pois a própria corretora irá corrigir e executar da melhor forma possível
481
aquela ordem enviada.
Vale lembrar, que essas instruções estão sobre as instruções de execução de ordens na
da CVM, número 505, seção II.
Essa escolha é regulada pelo Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas para
Administração de Recursos de Terceiros, mais especificamente no Capítulo VI. Basicamente,
será necessário documentar e manter em documento escrito as regras, procedimentos
para seleção, contratação e supervisão dos terceiros contratados em nome do fundo. Esses
procedimentos devem ser consistentes e passíveis de verificação.
Procedimentos prévios:
⯀ Processo interno para seleção e contratação de terceiros, indicando as áreas internas
envolvidas;
⯀ Processo de diligência adotado nos casos de contratação de terceiras para atividades
que não possuam questionário ANBIMA de Due Diligence, observado o parágrafo 2
deste artigo.
Procedimentos pós-contratação:
⯀ Áreas responsáveis pela supervisão dos terceiros contratados;
⯀ Processo adotado para supervisionar os terceiros contratados;
⯀ Processo adotado para tratar as não conformidades e ressalvas identificadas.
482
para os investidores;
⯀ Como será dada aos investimentos transparência sobre os eventuais recebimentos
de serviços adicionais fornecidos pelas corretoras em razão de sua contratação e
relacionamento.
A idéia original de Soft Dollars é obter produtos ou serviços adicionais junto às corretoras,
além do simples serviço de execução de ordens. Tais serviços devem estar diretamente
relacionados ao processo de tomada de decisão de investimento, isso é método quanti-
tativo e qualitativo utilizado pelo gestor na prestação de serviços aos clientes, incluindo
análise financeira, análise de risco, seleção e alocação de ativos, seleção de corretoras e
análise de perfil.
De qualquer forma, tanto a prática de Soft Dollars quanto os critérios de contratação nessa
modalidade devem estar explicitamente previstos nos Manuais de Compliance e Controles
Internos dos Fundos de Investimentos.
A própria política de investimento do fundo e da gestora, deverá explicitar como ela trata
as ordens, sejam elas feitas via sistema, via telefone, verbais, mensagens e etc. Elas preci-
sarão relatar como o processo de ordem acontece.
Se vir via plataforma eletrônica, a corretora deverá ter evidências das ordens recebidas,
que reproduzam com clareza a ordem recebida do investidor, o dialogo em questão e
contanto com todas as informações necessárias para completa identificação da ordem.
A gestora de fundos e as corretoras, sempre deverão manter esses registros para em casos
de conflitos, utilizarem delas como prova para defesa.
484
EQUIDADE DO TRATAMENTO DE FUNDOS E COTAS
As ordens de compra e venda quando for de responsabilidade de pessoa jurídica respon-
sável por diversos fundos, devem ser agrupadas e alocadas conforme o processo imple-
mentado pela gestora, e que permitem o rateio, entre os fundos das operações realizadas,
por meio de critérios equitativos, pré-estabelecidos, formalizados e passíveis de
verificação.
As gestoras de diversos fundos podem realizar operações agrupadas para reduzir custos,
garantir equidade no tratamento de clientes e, mesmo, por força de natureza de algumas
operações:
Caso haja grupamento de ordens, um possível critério é que a relação de proporção a ser
alocada para cada fundo sob gestão da mesma empresa, fazendo o rateio pelo preço
médio negociado. Algumas variáveis devem ser consideradas na alocação de ativos de
grupamento de ordens:
485
área de Compliance, que também é responsável por eventuais alterações de critérios.
486
Módulo 6
Teoria Moderna de Carteiras
e Modelos de Precificação
Este capítulo trata sobre a Teoria Moderna de
Carteiras e Modelos de Precificação.
DEFINIÇÃO DE RISCO E RETORNO
Risco
O Risco se refere a uma probabilidade de insucesso de determinado empreendimento
eventual, incerto, cuja ocorrência não dependa exclusivamente da vontade dos interessa-
dos. Descrito de forma quantitativa, é a tomada de decisão a partir de resultados projetados
de uma determinada ação associado à probabilidade de ocorrência de cada resultado.
Pessoas vêem o risco como algo indesejável, porém algumas pessoas o consideram mais
indesejável do que outras;
É possível reduzir riscos ou mesmo eliminar por meio de diversificação de carteiras, aqui-
sição de seguro ou investimento em informações adicionais;
Retorno
Falamos do fluxo monetário total que um determinado ativo produz, incluindo ganhos e
perda de capital, como uma fração de seu preço. Por exemplo, compramos um ativo por
R$10, que nos pagou R$1 de dividendo após um ano, e hoje vale R12, nosso retorno será
os 20% de ganho de capital + 10% do dividendo pago.
Quanto ao Retorno real, sabemos que corresponde ao retorno nominal menos a inflação.
Já o Retorno Esperado, refere-se ao valor que é esperado de retorno do ativo. Por fim,
temos o Retorno Efetivo que nos diz respeito ao valor realmente obtido pelo ativo.
488
Ou seja, o valor esperado é de R$25, se apostássemos infinitas vezes, é esse resultado que
poderíamos esperar.
Bernoulli nos diz que se tivéssemos duas pessoas expostas a mesma possibilidade de
ganhar R$25 com uma aposta uma diria que sim e a outra diria que não, contrapondo a
idéia de Pascal de que todas as pessoas diriam sim para essa possibilidade. Bernoulli criou
a Teoria da Utilidade Esperada, entendo que as pessoas decidem a partir da utilidade do
valor esperado e aquilo que ele pode gerar de satisfação.
Utilidade
Entendemos Utilidade por índice numérico que representa a satisfação percebida de um
consumidor por determinada cesta de consumo. Sendo a função dessa Utilidade a relação
matemática que expressa a maneira com que os indivíduos combinam parte da utilidade
dentro de uma cesta de consumo.
Por exemplo, a função utilidade de um indivíduo numa cesta que possui alimentos (A) e
vestuário (V) é u(A.V) =A+2V
Uma cesta que contenha 8 unidades de alimento e 3 unidades de vestuário gerará utilidade
de 14. Já uma cesta que contenha 6 unidades de alimento e 4 unidades de vestuário gerará
utilidade de 14. O sujeito é indiferente a elas.
UTILIDADE ESPERADA
É a soma das utilidades associadas a todos os possíveis resultados, ponderadas pela pro-
babilidade de que cada resultado ocorra. A função utilidade típica de um indivíduo é
U(X)=In(X). A fórmula da utilidade esperada é:
489
Por exemplo, imaginemos um consumir, se a renda dele for R$0,00 a utilidade é zero. Se
a sua renda for R$10.000 a utilidade será 10 e se a renda for R$20.000 a utilidade será 16.
Qual é a utilidade esperada, considerando que a probabilidade de renda?
Não podemos que esquecer que a utilidade de qualquer coisa depende sempre da pers-
pectiva da pessoa em questão, a utilidade de um copo de água no deserto é enorme, mas
não é a mesma que a utilidade de 100 copos de água no deserto, entra, aqui, a idéia de
saciar-se.
Retorno Esperado
Falamos de Retorno Esperado de uma carteira de valores, que nada mais é do que a média
ponderada dos ativos que a compõe.
490
A idéia aqui é de que o passado é um bom previsor do futuro, por isso utilizamos médias
dos retornos passados para obter um retorno esperado sobre uma carteira.
Risco
Risco descrito de forma quantitativa é a tomada de decisão a partir de resultados proje-
tados de uma determinada ação associada à probabilidade de ocorrência de cada
resultado.
Envolvendo incerteza, certeza e risco. Por exemplo, temos um pote com 100 bolas brancas
e pretas, e teremos de apostar qual bola vamos tirar do pote, se será branca ou preta. Se
não temos idéia da proporção entre bolas brancas e pretas, atuaremos sob incerteza. A
certeza entra quando temos absolutamente a informação da quantidade de bolas. Já o
risco está relacionado à quando sabemos a proporção e tomamos uma decisão baseada
na probabilidade, é uma aposta.
Fórmula utilizada:
A medida de risco de uma carteira é o desvio padrão (Dp) dos ativos que compõe uma
carteira (bDm) multiplicada pela participação dos ativos de mercado.
É óbvio que não existe nenhum ativo com risco zero, nem os títulos públicos dos Estados
Unidos. Jamais teremos a certeza absoluta de que não há risco em um ativo. Logo, os
“ativos livres de risco” são ditos assim por consideração ao baixo risco, mas não que não
exista risco algum.
Por exemplo, se o nosso desvio padrão de mercado é 10% e minha participação dos ativos
de mercado é de 25%, o meu desvio padrão esperado será de 2,5%.
491
LINHA DE ORÇAMENTO DE RISCO
Basicamente, essa linha descreve a permuta entre risco e retorno esperado, ou seja, qual
será o prêmio exigido pelo agente.
Fórmula de retorno:
Não importa muito qual a modalidade que utilizaremos de equação e sim os coeficientes
que irá compor ela.
Ao obter a equação apresentada por ultimo, teremos chego à linha de orçamento e risco.
Lá, para aumentarmos retorno teremos de aumentar o risco também.
492
É desejável para o agende um retorno maior com o mesmo risco, todo agente busca isso.
Para assumir mais riscos o agente exigirá mais retorno.
Aversão a Risco
Basicamente, é a condição de preferência por uma renda certa em relação a uma renda
incerta com o mesmo valor esperado.
Por exemplo, o investidor poderá escolher entre uma renda garantida de R$20 mil ou a
possibilidade de 50% de renda de R$30 mil ou até 50% de renda de R$10 mil. Utilizaremos
esse exemplo para todos os tópicos a seguir.
Obviamente a renda garantida de R$20 mil passa uma satisfação com o nível de utilidade
de 16. Em R$10 mil a utilidade é 10 e em R$30 mil a utilidade é 18.
A utilidade esperada para um investidor com aversão ao risco encontrará seu nível de
utilidade em 14, em decorrência do calculo apresentado em aula.
Propensão ao Risco
Falamos da condição de preferência por uma renda incerta em relação a uma renda certa
quando ambas têm o mesmo valor esperado.
493
Aqui a utilidade esperado se encontra em 18, pois o agente demonstra certa propensão
ao risco. Geralmente, essa propensão está ligada a renda.
Neutralidade ao Risco
É a situação de uma pessoa para a qual é indiferente uma renda certa ou uma renda incerta
com o mesmo valor esperado.
A saciabilidade, que significa que à medida que vamos satisfazendo uma necessidade
esta desaparece, ou seja, é saciada. Por exemplo, a diferença que existe entre 1 copo de
água no deserto e 250 copos de água no deserto.
Prêmio de Risco
Trata-se da soma máxima em dinheiro que uma pessoa com aversão ao risco pagaria para
deixar de assumir determinado risco.
494
O prêmio de risco se encontra entre uma utilidade de 14 e uma renda de 16, resultando
em 4 mil como prêmio de risco, conforme o cálculo apresentado em aula.
DOMINÂNCIA ESTOCÁSTICA
Trata-se de uma ordem parcial entre variáveis aleatórias, formando uma ordenação esto-
cástica. Sugere que uma aposta pode ser classificada como superior a outra para uma
ampla base de tomadores de decisão, baseando-se em preferências compartilhadas em
relação a conjuntos de resultados possíveis e suas probabilidades associadas.
Já os critérios de eficiência são uma regra que divide um conjunto de opções em dois
subconjuntos mutuamente exclusivos: um eficiente e outro ineficiente. O conjunto eficiente
contém todas as alternativas aceitáveis para um grupo particular de investidores. Sendo
assim, todos os investidores que pertencem a esse grupo farão escolhas no conjunto
eficiente.
Primeira Ordem
Assume que o investidor não leva em consideração o risco, ou seja, sempre vai preferir o
retorno maior a um retorno menor independente do risco incorrido. Isso significa que U(R)
não é decrescente.
Fórmula:
Gráfico
Segunda Ordem
É um subconjunto eficiente da DEP, que inclui aversão no risco nas preferências. Isso sig-
nifica que a derivada primeira da função utilidade precisa ser positiva, a derivada segunda
da função utilidade dos investidores é negativa ou zero.
Fórmula:
Gráfico:
496
Basicamente, calculamos que domina quem por meio das integrais e não pelas derivadas.
F domina G quando a densidade de F é menor que a densidade da opção de investimento
G. Já o F domina G caso a distribuição seja menor ou igual a G. Quanto maior o retorno
para a mesma probabilidade cumulativa melhor.
Terceira Ordem
Falamos de um subconjunto eficiente da DES, em que o investidor possui aversão cres-
cente ao risco. Isso significa que a derivada primeira da função utilidade precisa ser positiva,
a derivada segunda da função utilidade dos investidores é negativa ou zero e a derivada
terceira ser maior ou igual a zero.
Fórmula:
Precisamos que a integral de F seja menor que a integral de G, mas nesse caso falamos
da integral de segunda ordem e não de primeira.
Ambiente Externo:
Oportunidades (O): quais os fatores externos que representam oportunidades que impac-
tarão os negócios de maneira positiva? Por exemplo, em pandêmia, o posicionamento
digital é uma oportunidade para quem atua somente no varejo.
Ameaças (T): falamos dos fatores externos que representam riscos que impactarão os
negócios de maneira negativa. Precisamos identificar e elencar as possíveis ameaças ao
empreendimento.
Próximo Passo
Identificados todos os pontos acima, precisaremos definir a relevância dos pontos em
relação à nossa postura no mercado. A partir de cada ponto identificamos o caminho que
será seguido, visando melhorar a força frente à uma ameaça, ou melhor nossas fraquezas
para não perder uma oportunidade. Assim estabelecendo sempre um planejamento
estratégico.
Por exemplo, se temos uma ameaça no varejo online, com uma marca forte. Logo, teremos
de criar um plano de enfrentamento para a ameaça do varejo online. A Havan terá, por
exemplo, de ter a capacidade de migrar seu alto público varejo para o online, isso em
momentos de pandemia, um fator externo.
Teremos de decidir qual postura iremos tomar perante cada um dos fatores da nossa
análise SWOT. Essa postura irá nos ajudar dentro do nosso plano estratégico.
498
diferença entre elas consiste em tratar o mundo como é (positiva) ou como o mundo
deveria ser (normativa).
A TUE descreve um mundo onde tudo é ideal e certo. O agente tem todas as informações
possíveis, sabe todas as probabilidades, é extremamente racional e partindo de um modelo
matemático pré-determinado toma decisões inequívocas. Vale destacar também que ela
só descreve situações de ganho e não inclui perdas.
Por sua vez, a TP já trabalha com perdas e fez descobertas importantes no campo da psi-
cologia cognitiva para entender o comportamento dos agentes. Ela discrimina em suas
afirmações três efeitos derivados de vieses cognitivos:
Efeito Certeza;
Indivíduos preferem eventos certos em comparação a eventos prováveis, ainda que estes
sejam melhores que aqueles. Isto é, são aversos ao risco.
Entre a certeza de ganhar 80 e a possibilidade de 90% de ganhar 100, ele prefere a primeira
opção, por mais alta que seja a probabilidade do outro evento ocorrer.
Efeito Reflexo;
Todos que já operaram em mercado de capitais identificaram instantaneamente. Este
efeito explica que a aversão ao risco no campo dos ganhos é acompanhada de uma pro-
pensão ao risco no campo das perdas.
499
babilidade de 90% de perder 100, esta é a opção escolhida — tem-se propensão ao risco.
Kahneman percebeu também que a curva para ganhos é côncava e para perdas torna-se
convexa. Resumidamente: propensão ao risco quando é ganho e aversão ao risco quando
é perda. A teoria da utilidade esperada nem ao menos trata superficialmente disso por
lidar com um “mundo ideal” onde as pessoas só tomam decisões racionais — e ninguém
age racionalmente para perder.
Efeito Isolamento.
Em situações que abrangem mais de uma decisão problemática, tendemos analisar caso
a caso cada uma delas, evidenciado o viés do efeito de isolamento.
500
probabilidades.
Se para você o lucro por ação de um investimento é o que mais importa, as suas análises
fundamentalistas de várias empresas serão descartadas inadvertidamente, para simplificar
o processo de decisão, uma série de informações complementares. Desconsidera, por
exemplo, endividamento, os diversos outros tipos de retornos etc. Você concentra-se ape-
nas em informações que considera relevantes por conta das experiências anteriores, sendo
elas boas ou ruins.
Dentro da TUE não existe esse conceito, visto que o agente hipoteticamente trabalha com
todas as ações existentes.
Kahneman tende a descrever muito melhor um indivíduo real do que a teoria da utilidade
esperada o faz, por ela trabalhar no campo do ideal.
Novamente, sua grande jogada e contribuição para a teoria de portfólio e escolha de car-
teiras foi perceber e desenvolver as correlações e suas influências na aplicação e cálculo
dos riscos e tomadas de decisões.
Além do mais, enunciou também que a relação risco-retorno não era linear, mas incons-
tante. Assim sendo, uma solução de otimização de carteiras foi criada e desenvolvida,
501
dando origem ao que conhecemos hoje por fronteira de eficientes (conjunto de carteiras
ótimas que oferecem o melhor retorno esperado para determinado tipo de risco).
Antes da teoria que agora estudamos, imaginava-se que a linha de correlação e escolha
entre essas duas opções seria uma reta que os ligava. Mas perceba que o desenho de
Markovitz é sinuoso e possui um ponto de inflexão — fato gerado pela correlação entre os
elementos e riscos.
Analisando o gráfico, percebemos que em determinado trecho ele não corresponde a uma
função matemática porque um mesmo valor de (x) possui duas imagens no eixo (y). Isto
significa financeiramente que para cada ponto abscisso incluso nessa condição, o ativo
de menor valor de retorno associado a ele jamais poderá fazer parte da fronteira eficiente
porque é dominado pelo ativo de maior valor. Um dos únicos lugares gráficos onde isso
não ocorre é no ponto de inflexão ou ponto de carteira de variância mínima.
502
que servem de facilitadores da compreensão do modelo teórico proposto.
Risco é definido como o desvio-padrão dos retornos, sendo este uma medida da volatili-
dade. Ou seja, ele mede a dispersão em relação à média de um determinado ativo. Portanto
ela é que é considerada de “risco”. Quanto mais longe da média encontra-se a medida de
dispersão de um ativo, maior o risco.
503
Os dois primeiros termos do somatório da raiz quadrada são basicamente o desvio padrão
de uma carteira. Os “sigmas” minúsculos correspondem às variâncias dos ativos (a) e (b),
respectivamente. Já o elemento (W) corresponde ao peso de cada um deles na carteira.
A soma dos respectivos pesos x variâncias dos ativos = variância da carteira de ativos.
Além desses dois primeiros termos da equação, o brilhantismo de Markovitz foi introduzir
no risco um terceiro termo variável: duas vezes (peso do ativo (a) x peso do ativo (b) x cor-
relação dos ativos (a e b) x desvio padrão de (a) e de (b)).
Risco diversificável;
É o que pode ser reduzido por meio da diversificação dos ativos de uma carteira.
Risco sistêmico.
Aquele que afeta a todos os agentes indiferentemente. Exemplo: guerras locais ou mun-
diais. Nada é imune a esse tipo de acontecimento.
504
O gráfico acima representa o efeito da diversificação aplicado à teoria moderna de carteiras
de Markovitz. Ele demonstrou que a mistura de ativos com correlações negativas reduz
ou até elimina o risco diversificável, restando apenas o risco sistêmico, que a todos sujeita.
Se você possui, por exemplo, uma carteira com retorno de 10% e risco de 5%, o efeito diver-
sificação consistiria em integrar um ativo qualquer que reduza proporcionalmente mais
os riscos que os retornos.
Portanto, a adição de uma quantidade (x) de ativos reduz a variância dos riscos individuais
de maneira que ela quase desapareça. Ou seja, o peso relativo do título fica tão baixo que
o seu risco específico se torna irrelevante. Já o risco sistêmico é captado pela covariância,
na teoria que estamos estudando aqui.
⯀ Covariância;
Mede “direção”. Não tem nenhuma unidade de grandeza em relação ao ativo e não existe
um fator comparativo entre as duas coisas.
A covariância de dois ativos (x e y) é igual ao somatório das razões entre o produto dos
desvios de cada um dos ativos e número de ativos subtraído de uma unidade (grau de
liberdade).
⯀ Correlação.
Mede a “força” da “direção”. Ela é um número entre (-1) e (1). A primeira corresponderia a
uma correlação negativa perfeita (elementos têm comportamento exatamente oposto);
a segunda corresponderia a uma correlação positiva perfeita (elementos têm comporta-
mento exatamente igual).
Markovitz trata apenas de correlação dos ativos (“força”). Quanto mais próximo dos valores
de extremidade for o valor calculado, também maior será a simetria do movimento.
A correlação é o somatório dos produtos dos desvios de cada elemento dividido pela raiz
quadrada da covariância dos ativos ao quadrado. Esta é a fórmula usada dentro do modelo
de carteiras que estamos estudando para a mensuração de riscos.
Para o cálculo do risco de uma carteira com três ativos é preciso fazer o que chamamos
de matriz de correlação — e esta talvez seja a maior dificuldade em medir os riscos de uma
carteira segundo a teoria de Markovitz.
Por exemplo, caso você queria colocar 100 ativos numa carteira de investimentos, haverá
quase 5000 correlações na matriz. Somente softwares são capazes de fazê-lo.
A segunda fórmula é derivada da primeira: repare que para formá-la adiciona-se a variância
x peso de mais um ativo e repete-se o terceiro termo para cada correlação entre os ativos.
Assim é sucessivamente para o cálculo de (n) ativos.
CURVA ENVOLTÓRIA
Curva envoltória não é de maneira alguma um assunto fácil. Ela é obtida pela metodologia
chamada análise envoltória de dados — uma técnica de mensuração de desempenho que
tem como objetivo determinar a eficiência relativa de determinada carteira de ativos con-
siderando sua proximidade da fronteira de eficiência, permitindo assim a comparação de
várias unidades tomadoras de decisão. É uma medida de eficiência e um exercício de
otimização baseado em restrições.
A fronteira é na prática uma curva envoltória. Ela pode ser também definida como o con-
junto eficiente formado pela curva envoltória de todas as carteiras que se situam entre a
carteira mínima de variância global e a carteira de máximo retorno esperado.
507
Cada ponto no gráfico acima representa uma carteira. A técnica que aqui estudamos serve
para definir entre todas elas qual é a fronteira eficiente.
⯀ Para o mesmo risco, entre a 1 e a 5, as pessoas preferem esta última, com maior
retorno esperado para o mesmo risco;
⯀ Para o mesmo retorno esperado, entre a carteira 6 e a 4, as pessoas preferem esta
última, com menos riscos;
⯀ A carteira 3 é preferível à carteira dois porque tem mais retorno e menos riscos;
⯀ Entre 3, 4 e 5 não há uma que predomine sobre a outra porque cada uma tem suas
vantagens relativas.
Observe que as carteiras 1, 2 e 6 precisam ser descartadas nesse exercício porque são
dominadas por outras. Portanto, um agente economicamente reacionário com sua aversão
ao risco vai decidir entre a 3,4 ou 5. Esta última é a de maior retorno esperado e a primeira
tem menor variância global.
508
Podemos dizer que temos a carteira de variância mínima global e a associada a determi-
nado retorno esperado.
509
Observe no vídeo os dados da planilha. Comecemos pela parte superior. Antes da ideia da
fronteira eficiente de Markovitz teríamos entre os ativos A e B, infinitas opções.
Sem consideramos a teoria de Markovitz, o risco da carteira 3 seria, por exemplo, 10,8%. O
comportamento seria linear. Mas ele não fez isso.
A carteira medida pelo desvio padrão corresponde a mesma carteira que seria construída
com correlação igual a 1. Mas o que acontece quando ela cai para 0,5%? Alguma dominân-
cia surgirá.
Se exagerarmos ainda mais essa redução e a correlação for 0, uma nova fronteira eficiente
surgirá — todas as carteiras surgidas dominarão as anteriores porque oferecem o mesmo
retorno com menos risco.
O mesmo acontece quando a correlação tem o valor de -0,5. Observe que o fator que
deforma a reta original é a correlação. Quanto menor for o valor correlativo, mais a curva
deslocar-se-á para a esquerda do gráfico.
A correlação negativa perfeita (-1) entrega a menor variância possível para determinada
carteira. A curva oriunda dela será a melhor fronteira eficiente e terá no ponto de inflexão
510
a carteira de variância global mínima. Em nosso exemplo, ela teria 13% de retorno esperado
e desvio esperado de 1,20%.
É possível, por questão de sorte, ter um retorno alto expondo-se a um grande percentual
de risco. A fronteira eficiente tem como objetivo justamente balancear isso e encontrar o
melhor desempenho de uma carteira levando-se em conta o risco.
À primeira vista, qualquer pessoa escolheria a carteira mais rentável. Mas isso não se encaixa
na realidade do mercado.
511
As curvas que tangem a reta da linha de mercado de capitais são curvas de indiferença.
Lembremos que as curvas de indiferença estarão presentes dentro da carteira dependendo
de sua aversão ao risco. (A) é mais aversão ao risco que as outras duas.
A linha de mercado de capitais é uma linha de projeção que tangencia a fronteira eficiente.
É o que acontece quando um ativo livre de risco é adicionado. Na curva de fronteira de
risco a carteira eficiente é composta apenas por ativos de risco.
A escolha ótima de uma carteira se dá no ponto onde a linha de mercado de capitais toca
a curva da fronteira eficiente. No ponto de tangência o índice de Sharpe é máximo. Portanto,
a escolha é essa — a que obtém maior retorno com a menor exposição ao risco possível.
Assim sendo, na escolha da carteira ótima segundo a teoria de Markovitz carece da inclu-
são da linha de mercado de capitais.
Dentro desse assunto, podemos ainda analisar as limitações da teoria de Markovitz. Ainda
que pese o seu largo uso em estudos de composição de carteira, ela também é alvo de
muitas contestações e críticas.
512
⯀ Por exemplo: se for possível conseguir mais retorno com menos risco, contrariando
os pressupostos de Markovitz? É possível?
⯀ Falibilidade da variância ou desvio-padrão de carteira como melhor critério para
mensuração de risco.
A primeira coisa a ser analisada é o teorema da separação proposto pelo economista James
Tobin. Ele propôs isso porque efetivamente achava que o modelo sem ativo de risco não
é realista. Os agentes tentam manter de alguma forma parte da renda em investimentos
de risco mínimo ou zero — incluindo dinheiro em espécie, ouro e propriedades.
O teorema da separação tem este nome justamente porque separa o trabalho de escolha
da carteira. O primeiro momento corresponde à tomada de decisão sobre os investimentos,
selecionando o melhor portfólio possível levando-se em conta a aversão ao risco. Depois
ele faz decisões de investimento entre duas opções ótimas a partir da carteira ótima. Isto
é o teorema da separação de James Tobin.
513
A linha de mercado de capitais é uma combinação entre a curva de fronteira eficiente e
um ativo de risco (portfólio de mercado e portfólio de risco). A inclinação dela corresponde
à recompensa pela variabilidade de risco da carteira. Portanto, quanto mais inclinada for,
maior será a recompensa para os sucessivos níveis de risco. O coeficiente de recompensa
é tangenciador da fronteira eficiente.
O investidor pode optar pela carteira ótima, que tem Sharpe máximo, ou pelas carteiras
de acordo com sua aversão ao risco. Naturalmente todos que escolhem a primeira opção
têm propensão ao risco.
Gráfico em questão:
Observações:
⯀ Todos os investidores deverão ter carteiras que possuem uma combinação entre
ativo de risco e uma carteira de mercado. Melhor dizendo, ninguém poderá progredir
a partir de zero risco e ninguém poderá ter somente mercado.
⯀ Essa combinação se localiza no ponto de tangência da reta que sai do ativo sem risco
com a fronteira eficiente. Por exemplo, a participação na renda fixa do ativo livre de
risco na carteira A, é maior do que na carteira C que, por conseguinte, seria maior
ainda na carteira D.
⯀ Nesse mercado idealizado, todos os investidores possuem a mesma carteira de ativos
de risco, ou seja, a gestão ativa de carteira não faz sentido. Falamos de um mercado
racional, com todas as informações e atendendo todas as premissas necessárias, o
problema desse mercado é que ninguém poderá batê-lo. Ou seja, a curva final do
gráfico levada ao limite representa a própria eficiência de mercado. Então, nesse
modelo idealizado, não existe uma carteira que bata, em termos de retorno e risco,
a carteira C.
⯀ Portanto, os investidores deveriam simplesmente comprar a carteira de mercado, na
proporção de ativo livre de risco, determinada pela sua aversão ao risco. Ele, basica-
mente, só tem de escolher onde sua curva de indiferença estará em cima dessa linha
de mercado de capitais.
515
Contudo, podemos concluir que Tobin nos diz que podemos ter um retorno maior, porém,
ele está mais disposto a riscos.
EFEITOS DA ALAVANCAGEM
É um efeito importante para que possamos compreender o Teorema de Separação de
Tobin, mas compreender os efeitos de alavancagem poderá nos auxiliar lá na frente, na
Hipótese dos Mercados Eficientes (HME).
Dentro da HME o princípio central é a afirmativa de que todos os preços são justos, que
todo papel baseado nas informações do momento tem o preço justo, portanto, não há
como um papel estar sub-precificado ou super-precificado, baseado nas informações
disponíveis.
Quais as opções que nós temos utilizando um Ativo Livre de Risco (aqueles que possuem
Carteira Ótima ou Eficiente)? Falaremos dessas opções daqui em diante!
Gráfico em questão:
Opções:
⯀ Alavancar sua posição vendendo o Ativo Livre de Risco e investindo em mais parti-
cipações na Carteira Eficiente. Então, vendemos o ativo ou tomamos dinheiro empres-
tado e compramos participações da Carteira Eficiente, com o intuito de alavancar.
Obviamente, estaremos nos expondo a mais riscos.
516
⯀ Desalavancar sua posição vendendo partes da Carteira Eficiente e investindo no Ativo
Livre de Risco. Trata-se de sair do risco e vir para um risco menor ou até sem risco;
venderemos ativos para comprar novos Ativos de Risco Livre.
Quanto aos portfólios, os resultantes possuirão risco/retorno que cairão direto na Linha de
Mercado de Capital.
As Hipóteses são nada mais do que uma simplificação da realidade. Por exemplo, a idéia
de que dois corpos caem ao mesmo tempo, ou seja, nosso mundo é observável e, por
conseguinte, simplificado em hipóteses. Assim como, o vácuo, a gravidade, e a massa, são
alguns exemplos de simplificações da realidade. Então, nós iremos relaxar essas hipóteses
e ver as simplificações.
Em primeiro lugar, para compreender as hipóteses, é necessário entender elas para que
as mesmas funcionem dentro da Hipótese dos Mercados Eficientes (HME). Isso é relevante,
porque toda vez que montamos uma carteira, imaginamos que a carteira e o preço, já
estão em um preço justo – não imaginamos que o preço está sub-precificado ou super-
-precificado; imaginamos sempre que o ativo está com o preço certo. Portanto, determinar
se um mercado é ef iciente ou não é uma questão crítica para a avaliação de
investimentos.
517
mesma proporção prevista na Carteira Eficiente. A Hipótese de Mercados Eficientes
também utiliza essa premissa de custos de transações nulos, para que os preços dos
ativos incorporem rapidamente todas as informações disponíveis, a velocidade do
mercado é tão rápida que o mesmo corrige os valores quase que automaticamente.
Caso isso não aconteça, a carteira pode conter algum ativo sob ou super valorizado;
distorcendo, então, os retornos esperados.
Vale lembrar, que custos de transações e impostos elevados dificultam a arbitragem, que
é outra ferramenta fundamental para HME.
Ou seja, eu vendo algo que eu considero caro e árbitro deixando o dinheiro parado, ou, até
posso comprar algo, independente de eu achar alto ou baixo o preço.
Então, como a venda a descoberto é uma hipótese para LMC (Linha de Mercado de Capitais),
518
a sua proibição ou uma regulação dessa modalidade, mudaria a arbitragem e, também,
atrasaria o processo dos preços retornarem ao equilíbrio. Nessa hipótese, os agentes irra-
cionais poderiam até acabar com a idéia de Mercados Eficientes.
Por fim, determinar se um mercado é eficiente ou não é uma questão crítica para a ava-
liação de investimentos.
Por exemplo, como existe apenas um ponto de eficiência, se estivermos para cima, os
agentes saberão que o ponto não está eficiente e sairão vendendo. Mas como as expec-
tativas são homogêneas, os agentes agirão todos ao mesmo tempo, convergindo em
relação à eficiência. Funcionaria da mesma forma, caso tivéssemos um problema nos
519
retornos esperados, os agentes correriam em direção àquela carteira.
Ou seja, todas as hipóteses que estão sendo relaxadas são aquelas que tornam a percepção
e a idéia de Carteira Eficiente uma possibilidade teórica.
Mais uma vez! É importante lembrar: determinar se um mercado é eficiente ou não é uma
questão crítica para a avaliação de investimentos.
Risco Sistemático
Conhecemos também como Risco Não Diversificável, sendo aquele que se refere àquele
risco que atinge todas as empresas indiscriminadamente e não pode ser eliminado por
meio de diversificação. Sendo decorrentes de fatores de mercado, tais como a inflação, as
guerras comerciais entre países, decisões políticas e questões geopolíticas internacionais.
Basicamente, falamos do risco do macro-ambiente, aquele que dentro da carteira nós não
conseguimos evitar.
Nós temos o CAPM (Capital Asset Prices Model) para que possamos fazer a modelagem
do Risco Sistemático. De antemão, o CAPM é quem introduz o Risco Sistemático, substi-
tuindo as covariâncias do modelo de Markowitz pelo “beta”.
Exemplo:
520
Risco Não Sistemático
Já quando nos referimos ao Risco Não Sistemático, podemos entendê-lo como Risco
Diversificável, como podemos perceber, é aquele que pode ser reduzido ou até mesmo
eliminado na diversificação. Sendo o risco especifico do ativo em si e não o mercado como
um todo.
Vale lembrar, que os riscos não sistemáticos mais comuns são as greves, os incêndios, as
perdas de contratos importantes, as perdas de receita e alguns dos tipos de resultados
ruins.
Exemplo:
Portanto, podemos afirmar que o Risco Total de Mercado é composto pelo Risco Não
Sistemático (diversificável) e pelo Risco Sistemático (não diversificável).
Não obstante, precisamos entender que esse processo de diversificação quando executado
gerará um Efeito de Diversificação.
521
Efeito de Diversificação
Consiste na redução do risco em uma carteira, numa proporção maior que a redução
média ponderada dos retornos quando se adiciona ativos na carteira. Ou seja, na medida
em que o número de ativos que compõe a carteira cresce, as variâncias dos títulos indivi-
duais desaparecem; permanecendo as covariâncias. Basicamente, esse efeito tenta trazer
o Risco Não Sistemático para zero, ou seja, no limite.
Vale lembrar, que o Risco Total é a soma do Risco Diversificável e do Risco Não Diversificável.
E, é claro, eliminando o Risco Diversificável, só nos sobrará o Risco Sistemático, por exem-
plo, em uma recessão é isso o que acontece; não havendo muito que possamos fazer.
Carteira de Correlação Positiva Perfeita: não trazem ganhos com a diversificação, pois
haverá aumento do retorno e, por conseguinte, o aumento do risco envolvido. Ou seja, a
sua correlação perfeita seria +1.
Carteira de Correlação Negativa Perfeita: não trazem riscos para seus investidores,
podendo-se até eliminar totalmente o risco da carteira. Ou seja, a correlação perfeita seria
-1.
522
Carteira de Correlação Nula: por sua vez, significa que o ativo não é sensível a variações
do mercado. O ativo é irregular, temos o nulo entre +1 e -1, ou seja, essa modalidade ficará
em 0.
CAPM: dentro deste contexto, ele define o Risco Sistemático como sendo a covariância
dos retornos dos ativos com o retorno do mercado. O CAPM utiliza Betas para medir, em
ativos isolados ou carteiras, o risco não diversificável. À medida que haja mudanças no
mercado, os Betas acompanharão as mudanças; configurando-se assim uma medida de
volatilidade.
O Beta é a medição do Risco Sistemático, ou seja, ele mede a variação de um ativo qual-
quer dada a variação percentual do mercado. Então, o Beta pode ser considerado uma
espécie de elasticidade. Podendo ser o número resultando maior do que um (+1) ou até
menos que um (-1), como já apresentamos em outras aulas.
523
Interpretações do Beta
⯀ Menor que ZERO (negativo) – movimenta-se na direção oposta ao mercado. Sendo
indiferente ao risco, quando o mercado sobe o ativo cai e vice-versa. É uma espécie
de Hedge. Por exemplo, Ouro ou Dólar, se aplicarmos o Beta entre Dólar e a Bolsa de
Valores teríamos um Beta negativo.
⯀ Maior que UM – a variação do ativo é maior que a variação do mercado. Sendo o seu
risco agressivo em momentos de mercado alto, acabando por bater o mercado. Mas
quando a carteira de mercado cai o ativo desvaloriza mais. Aqui temos um perfil de
risco agressivo.
⯀ Menor que UM – tem como base a variação do ativo menor do que a variação do
mercado. Sendo seu risco defensivo em momentos de mercado em alta, então, o
ativo valoriza menos que a carteira de mercado. Mas quando a carteira de mercado
cai, o ativo desvaloriza menos. Por exemplo, se o ativo sobre 5% o ativo sobre 5%,
sendo menos volátil que o mercado em si. E, é claro, estamos menos expostos ao
risco nessa interpretação de Beta.
⯀ Igual a ZERO – a variação do ativo não possui correlação com a variação do mercado,
tendo sua flutuação independente. Sendo, por fim, indiferente ao risco, pois possui
um risco idiossincrático, ou seja, o risco é específico do próprio ativo.
524
Seguindo a Linha de Regressões à Média, podemos compreender que todos os pontos
em vermelho (pontos de dispersão), em dado momento, virão a regredir para a média.
A equação acima diz-nos que Retorno Esperado do Ativo – O Retorno de Risco é igual ao
Retorno Anormal + Beta (sendo a inclinação da reta) que, por sua vez, é multiplicado pelo
Retorno de Mercado – O Ativo Livre de Risco + o Erro (erro estatístico). Dadas essas infor-
mações, nós temos a Reta Característica do Ativo, que tem como seus principais compo-
nentes o Alfa (Retorno Anormal) e o Beta (Inclinação Característica do Ativo).
Vale lembrar, que a curva equilibra o Retorno em Excesso da Carteira do Ativo em relação
ao Retorno em Excesso da Carteira de Mercado. Basicamente, essa é a Reta Característica
do Ativo e a sua relação com o Beta.
O CAPM foi desenvolvido por quatro economistas, sendo eles William Sharp, Jack Treynor,
John Lintner e Jan Mossin. Desses, William Sharp é o mais conhecido, por ser aluno de
Markowitz. Diferindo o CAPM do Modelo de Seleção de Portfólios (MSP, de Markowitz),
pois o MSP buscava ter o maior retorno esperado sob o menor risco possível, sendo esse
risco diminuído pela diversificação, já o CAPM, observa os Riscos Sistemáticos, que são
aqueles não-diversificáveis; concentrando todo esse risco em uma única variável chamada
“Beta”.
Sendo o CAPM um dos modelos mais difundidos e conhecidos para calcular os retornos
esperados sobre um ativo, mas, não obstante, ele pode ser utilizado para outras
finalidades.
⯀ Para estimar a taxa de retorno mínima para realizar um investimento, dentro do cál-
culo de TIR (Taxa Interna de Retorno);
⯀ Utilizado para cálculo do capital próprio, dentro do estudo da Estrutura de Capital.
Sabemos que os modelos de “Valuation” utilizam uma variável chamada WACC
(Weighted Average Capital Cost), que nada mais é do que o custo médio do capital
de terceiro e do próprio capital, logo, para esse cálculo utilizamos o CAPM;
⯀ Como taxa de Descontos de Fluxos de Caixa futuros.
525
Por fim, é importante saber como utilizar o CAPM para modelo de cálculo de retorno
esperado de investimento de um ativo.
Observações Importantes
Sharp nos diz que uma Carteira de Mercado, por exemplo, a IBOVESPA, capta todo o Risco
Sistemático que existe. Ou seja, qualquer variação de Risco Sistemático afetará todas as
ações dessa carteira. Podemos pegar a inflação como exemplo, pois ela se configura como
Risco Sistemático.
Portanto, o Beta captura esse risco na ação especifica e, então, passa a representar o
mesmo. Podendo o Beta ser negativo ou positivo, dependendo do resultado da equação
e, é claro, quanto maior o Beta (Risco Sistemático), maior deverá ser o retorno esperado
sobre o ativo em questão, para compensar o risco.
Por exemplo, se o Beta for 0,8% e a Carteira de Mercado flutuar 1%, qual será a variação do
ativo hipotético A? Ele irá variar 0,8%, mas, ao mesmo tempo, se o mercado cai 1%, o ativo
A cairá apenas 0,8%, ou seja, ele tem uma variância menor que o mercado.
526
Contudo, se o Beta for menor que 1 significa que temos uma carteira com baixo risco e,
por conseguinte, se o Beta for maior que 1 significa que temos uma carteira de alto risco.
Se calcularmos o Retorno Esperado da ação A, será ele igual à Taxa Livre de Risco (5%),
somada ao Beta (0,8), multiplicado pelo Retorno de Mercado (12%), menos a Taxa Livre de
Risco (5%). Teríamos o resultado final de 10,60% de Retorno Esperado para o risco que ele
está correndo. Ou seja, o ativo A está barato, pois o seu CAPM é de 18,00%.
Por conseguinte, faremos o cálculo da ação B, resultando em 13,4% como Retorno Esperado,
então, percebe-se que o Retorno Médio está maior que o CAPM, logo, esse papel também
está barato. Valendo a pena ser comprado.
Por fim, o ativo C, dados os números da tabela, concluímos que seu Retorno Esperado
está abaixo do CAPM, ou seja, o papel está caro, logo, não o compraremos.
527
essas hipóteses bem simplificadas, mas, para compreensão total, precisamos ter em mente
as Hipóteses de Mercado Eficiente (HME).
Basicamente, a HME nos diz que o preço da ação, em qualquer momento do mercado, é
o preço justo, isso porque ele contém todas as informações disponíveis no mercado naquele
momento exato. Ou seja, não haveria uma possibilidade de ganhos fora do mercado, pois
ele precifica todas as informações disponíveis. Sendo considerada “hipótese” por não poder
ser comprovada.
Agora, dada essa introdução, vamos dispor das hipóteses subjacentes para facilitar a
compreensão:
Nós construímos essa equação de primeiro grau, pois nos referimos a uma reta; uma rela-
528
ção linear que descreva o Retorno, Risco, o Retorno de Mercado, Beta e o Erro.
Dados da equação:
Todos esses dados se enquadram e são utilizados para calcularmos os valores dentro do
gráfico. Sendo ele:
Na SML nós temos o CAPM + Erro (qualquer erro aleatório), dentro da análise de regressão
nós conseguimos compreender melhor esse erro.
Sendo a inclinação, o Retorno Esperado do Mercado menos Taxa Livre de Risco e dividido
pelo Beta. E, portanto, a diferença entre Retorno de Mercado e a Taxa Livre de Risco é o
prêmio de risco.
Por exemplo, se tivermos um retorno esperado do ativo I acima de E(Rm) e com o Beta de
0,9%, nesse ativo teremos um retorno esperado maior do que o Beta; valendo a pena ser
comprado.
A SML, em cima dela, será exatamente o resultado do CAPM, ou seja, para cada Beta tere-
mos um Retorno Esperado, sendo a SML derivada do CAPM.
529
Por fim, compraremos um ativo sempre que ele compense o risco, baseando-se na SML
e no CAPM para ter essa informação.
CAPM X CML
Antes de qualquer coisa, eis as definições em questão:
530
Críticas ao modelo de CAPM
As principais críticas ao modelo dizem respeito a suas premissas consideradas pouco rea-
listas. A maior dificuldade encontrada é validar o modelo CAPM, por exemplo, quanto
maior o Beta, maior será o retorno esperado do ativo, mas foi verificado que algumas ações
com o Beta baixo, obtiveram retornos esperados maiores que ações equivalentes, com
Betas altos.
Por fim, o modelo do Capital Asset Pricing Model é muito simplificado, ele é restritivo para
funcionar. Sendo muito criticado por funcionar excluindo todas essas hipóteses subjacentes
aqui citadas. Mas, é claro, não tira o seu mérito e seu funcionamento em diversas
formas.
531
GORDON GROWTH MODEL
O Gordon Growth Model é uma variação do modelo de dividendos descontados (DDM),
que considera uma ação, uma perpetuidade, que renderá ao longo do tempo pagamento
de dividendos.
O principal deles, dentre os três acima, é o segundo. No entanto, ao mesmo tempo que é
um pressuposto, é também uma restrição, porque o Gordon Growth Model funciona, em
regra, para empresas já maduras, que atingiram um estágio de crescimento considerável;
e o seu crescimento de longo prazo é muito parecido com o do mercado.
532
Há o preço do dividendo pago por ação — que em nosso caso é R$1,00 —, dividido por
pelo custo do capital próprio — que corresponde a 6%, no nosso exemplo —, menos a taxa
de crescimento médio do dividendo, de forma perpétua — aqui, corresponde a 2%.
O modelo de Gordon é interesse para dar um método de precificação, mas possui bas-
tantes restrições para se chegar a uma estimativa adequada do preço de um ativo que se
baseia no conceito de perpetuidade.
Compreendendo que o Modelo de Gordon possui uma série de restrições, teremos três
variações desse modelo de dividendos descontados, que são chamados de modelos Multi
Estágios, sendo eles:
⯀ Modelo de Dois Estágios: por sua vez, tem um crescimento instável (positivo ou
negativo) e depois passa a ter crescimento perpétuo estável. Por exemplo, uma “star-
tup” que tem como característica essa instabilidade no fluxo de caixa no início e
depois passa para um crescimento estável.
533
⯀ Modelo de Três Estágios: o primeiro estágio tem um crescimento estável e alto, no
segundo estágio a taxa de crescimento diminui de forma linear até atingir um cres-
cimento perpétuo estável, que é o terceiro estágio.
⯀ Modelo H: tem uma taxa de crescimento mais alta e depois estabiliza para cresci-
mento perpétuo estável.
Basicamente, esses são os três modelos de crescimento Multi Estágios baseados no modelo
de Gordon.
Portanto, o modelo de dois estágios é o dividendo corrigido por uma taxa de crescimento
periódica de primeiro estágio e uma taxa estimada de segundo estágio (taxa maior e
menor, respectivamente). Em nosso exemplo a maior corresponde 5% e a menor a 3%.
Todos os dividendos futuros calculados são trazidos ao valor presente por uma taxa de
descontos (custo de capital próprio, calculado pelo Capital Asset Pricing Model (CAPM).
Resumindo, os fluxos futuros dos dividendos são adaptados para o valor presente.
Como já dito, o segundo termo diz respeito a perpetuidade do modelo de Gordon. Ela
também é adaptada para o valor presente pela fórmula.
534
Peguemos o exemplo com os dados constantes na imagem acima. Temos um dividendo
inicial a R$2, com crescimento primário de 5%, custo de capital próprio de 10% e taxa de
crescimento da perpetuidade no longo prazo de 3%. O valor do papel é calculado aplicado
os respectivos valores na fórmula.
Os dividendos futuros são 2,10, 2,21 e 2,32. Precisamos trazê-los ao valor presente com a
taxa de custo de capital próprio, equivalente a 10%. Os novos valores são: 1,91, 1,83 e ,174.
Feito isso pegamos o valor de 2,32, correspondente ao último dividendo antes da adapta-
ção ao valor presente. Multiplicamos pela taxa de crescimento a longo prazo e dividimos
pela perpetuidade (diferença entre o custo de capital próprio e a taxa de crescimento a
longo prazo). O resultado será uma perpetuidade — e a levaremos ao valor presente. O
valor dará 25,65.
MODELOS DE PRECIFICAÇÕES DE
AÇÕES DE TRÊS ESTÁGIOS
O primeiro estágio corresponde à soma de todos os fatores de expoente (1) até (n). O
segundo estágio corresponde ao primeiro termo no fator limite à direita e o terceiro está-
gio, ao segundo.
O de dois estágios tem taxa de crescimento alto na primeira etapa, e a de longo prazo tem
desenvolvimento menor. Imaginemos que as taxas sejam respectivamente 10% e 5% em
nosso exemplo. Não existe transição gradual de taxas.
535
Para ambos os modelos, haverá um dividendo levado a um valor futuro a uma taxa esti-
mada e crescimento de primeiro estágio e trazido ao valor presente pelo custo do capital
próprio medido pelo Capital Assen Pricing Model (CAPM).
Considerando que o (H) em nosso exemplo valha 1,5 — a fase de transição, portanto, é de
3 anos. Se ela fosse de 4 ou 5 anos, ele corresponderia, respectivamente a 2 e 2,5.
Nos quatro primeiros termos da somatória temos os dividendos trazidos ao valor presente
pelo custo de capital próprio. Depois os somamos (taxa de crescimento de longo prazo) x
(o mesmo dividendo) + (taxa de transição) x (diferença entre a taxa de crescimento de curto
prazo do primeiro estágio e taxa de crescimento de longo prazo). O resultado disso é divi-
dido pelo custo de capital próprio – taxa de crescimento a longo prazo. Isso nos dará um
cálculo de perpetuidade trazido ao valor presente.
Observe que R$141,64 do valor final corresponde à perpetuidade. Ela é tão grande porque
o custo de capital próprio é muito semelhante à taxa de crescimento a longo prazo.
536
Tenha cuidado quando grande parte do valuation seja de perpetuidade — provavelmente
a taxa de crescimento de longo prazo está sendo superestimada.
Uma das suas aplicações pode ser entendida pelo exemplo a seguir: imagine-se dono de
uma empresa que por anos e anos pagou consistentemente crescimento dos dividendos
na ordem de 15%. Entretanto, por uma razão qualquer que nos escapa, você acredita que
isso não mais se perpetuará e o valor cairá para 8%. Assim, o modelo que aqui estudamos
é para empreendimentos maduros, mas com tendências de queda de redução da taxa de
crescimento do dividendo.
O modelo “H” de desconto de dividendo se difere do modelo com 2 e 3 taxas porque não
tem uma taxa de desconto — é mais parecido com o modelo de Gordon. Neste calculamos
perpetuidade e resíduo de perpetuidade.
537
futuro. A perpetuidade então é calculada a partir disso: 2,16/0,02.
Assim ficará mais fácil a compreensão e posterior aplicação dos modelos matemáticos
financeiros.
MODELO DUPONT
É uma estrutura para analisar o desempenho fundamental popularizada por uma empresa
chamada DuPont Corporation no início do século XX. O modelo opera pela decomposição
do Return on Equity (ROE) em três fatores — o que permite uma análise mais detalhada.
538
Vejamos o exemplo abaixo:
Temos uma empresa com lucro líquido de R$60.000. Vendas de R$700.000. Ativos totais
no início do período de R$200.000. Ativos totais no final do período de R$250.000. Patrimônio
líquido inicial de R$360.000 e patrimônio líquido final de R$420.000.
Se pegarmos o lucro líquido (60.000) e dividi-lo pelo patrimônio líquido médio (390.000)
isso nos resultará em 0,1538 — o mesmo valor. Ou seja, o modelo DuPont não muda o ROE.
O que ele faz é decompô-lo e determinar qual dos fatores o estão impulsionando ou
retardando.
Você tem ferramentas agora para que possa fazer esse tipo de estudo: quais os indicadores
estão se comportando melhor e quais estão se comportando pior? Qual a maneira, por-
tanto, de aumentar o ROE operando os valores dos três parâmetros? Aumentar a alavan-
cagem, por exemplo, aumenta também o ROE porque os ativos aumentam, a participação
de capital próprio sobre o capital total diminui. Assim, com patrimônio líquido menor e
ativos menores, mantendo o giro e obtendo, ao manter-se o giro, uma receita maior, o
retorno de ativos também aumenta.
539
Reafirmando, o modelo de DuPont não altera o valor do ROE, mas o destrincha e permite
sua análise detalhada.
Observação: via de regra as despesas de CAPEX são positivas, o que significa compra e
aquisição de bens para a empresa. Quando é negativo, representa venda de propriedades,
equipamentos etc.
O fluxo de caixa livre é o método mais conhecido, popular e utilizado para avaliação de
mercado de ações e empresas. Corresponde à geração de caixa futuro trazida ao valor
presente.
540
próprio sobre a dívida total (o peso do patrimônio líquido sobre o patrimônio passivo total)
e equivale ao peso do capital próprio.
Tendo essa informação, a fórmula abaixo é a que usamos para precificação de empresas
pelo fluxo de caixa livre:
FCFF = NOPAT (Net Operating Profit After Taxes) + Depreciações e Amortizações + Variação
no Capital de Giro + CAPEX (Capital Expenditure).
⯀ Nopat: nada mais é do que o lucro operacional líquido antes dos impostos. E sua
fórmula é NOPAT = EBIT (Earning Before Interest and Taxes) x (1 – T), sendo T os impos-
tos sobre lucro.
⯀ Ebit: refere-se ao lucro antes dos juros e impostos.
Por exemplo, temos a Magalu, que sua operação é comprar produtos e colocar nos seus
canais de vendas e distribuir os produtos por meio de uma operação logística. Ou seja,
temos uma série de operações envolvendo o processo total da operação da Magalu. Então,
541
o FCFF quer saber se a operação toda da Magalu gera caixa ou não, basicamente é isso,
por esse motivo excluímos os impostos em um primeiro momento.
Concluímos que o FCFF mede se a operação da empresa gera caixa antes dos juros.
Aprendemos, em primeiro lugar, o lucro por ação (LPA), que é calculado dividindo-se o
lucro líquido pela quantidade de ações que compõem o capital social da empresa.
Por exemplo, o BBDC4, em 2019 teve um lucro de 25,9bi, de lucro líquido, mas possui 8,87bi
de ações, então, quando pegamos 25,9bi e dividimos por 8,87bi, temos o resultado de 2,92.
Ou seja, o BBDC4 nos deu 2,92 de lucro por ação no ano de 2019. Basicamente, é isso que
o LPA nos informa. E, caso precisemos, podemos dividir o valor atual de BBDC4 com o
valor de 2019, para termos mais ou menos o valor de rentabilidade do papel.
542
O lucro por ação corresponde ao lucro líquido dividido pela quantidade total de ações.
Por exemplo: o banco Bradesco (BBDC4) em 2019 teve lucro de 25,9 bilhões de reais, pos-
suindo um total de 8,87 bilhões de ações. Efetuando-se a divisão simples indicada na
fórmula o resultado é 2,92. Este número, portanto, é o LPA do Bradesco no ano de 2019.
“Tudo bem. Mas como devo usar este indicador do lucro por ação?”
O preço por lucro corresponde ao preço da ação dividido pelo lucro por ação (LPA).
Mede o preço atual de uma ação dividido pelo lucro por ação dos últimos 12 meses. Serve
para entendermos a quantidade de anos necessária para que determinada ação leva para
restituir o capital, baseada no lucro gerado pela empresa.
Por exemplo: o cálculo do LPA do banco Bradesco (BBDC) nos mostrou o número 2,92.
Considerando, como dito anteriormente também, que o valor da ação BBDC4 hoje custa
em torno de 22 reais, o preço/lucro para o banco Bradesco nos resultará em 7,53.
543
Isto significa que o acionista vai demorar 7,53 anos, sob as condições acima citadas, para
recuperar o capital de investimento.
O preço pelo valor patrimonial mostra a relação entre o valor da empresa atribuído pelo
mercado e o valor patrimonial dela. Na prática, é basicamente quanto o mercado está
disposto a pagar para cada real de patrimônio da empresa.
O patrimônio líquido, também conhecido por equity, nada mais é que o capital próprio da
companhia. Os passivos são divididos em dois ramos: capitais de terceiros ou passivos de
terceiros (tudo o que se deve para fornecedores, banco e governo) e o capital próprio (efe-
tivo conhecido como patrimônio líquido).
Por exemplo: o Bradesco hoje vale 180 bilhões de reais. O seu patrimônio líquido é de 135,10
bilhões. Portanto, o preço pelo valor patrimonial corresponde a 1,339. O mercado está
disposto a pagar R$1,34 para cada R$1 real de patrimônio do Bradesco.
Já a diferença entre o valor de mercado e o patrimônio líquido (45 bilhões) é o que cha-
mamos de lucro futuro embutido no preço.
544
Resultado = 0: desvalorização completa. O mercado não enxerga valor nas ações da
empresa.
Ele pode ser calculado pela razão entre preço da ação e valor patrimonial da ação.
Usando o exemplo do Bradesco, seria assim: (22) / (135,1bi / 8,87bi). O resultado é de apro-
ximadamente 1,445.
Entre as duas fórmulas citadas aqui, não há uma que seja mais certa ou menos certa.
Ambas são perfeitamente válidas. A vantagem da primeira sobre a outra é a
simplicidade.
Ele indica quanto os investidores estão dispostos a pagar por cada 1 real de receita da
empresa. Esta é a formula:
O preço pela venda equivale a razão entre preço da ação e vendas por ação. Esta é calcu-
lada pela razão entre a receita líquida e o número de ações.
“Por que alguém calcularia e desenvolveria algum tipo de interesse pela razão entre preço
e venda?”
Em primeiro lugar, porque existem empresas que não geram lucro, por incrível que pareça.
545
talvez não seja uma boa opção. Assim sendo, a avaliação de mercado pode ser feita pela
receita obtida por elas.
Por exemplo: a receita líquida do Bradesco foi de 24, 9 bilhões de reais. Já sabemos que
ele possui 8,87 milhões de ações. A venda por ação corresponde a 14,08.
Pegamos agora o preço da ação (R$22) e dividimos por 14,08. O resultado é 1,5625. Isto
significa precisamente que o mercado se dispõe a pagar aproximadamente um real e
cinquenta e seis centavos para cada 1 real de receita do Bradesco.
Ele mede o preço de uma ação relativamente ao fluxo de caixa operacional da empresa.
É especialmente útil para casos em que o fluxo de caixa é positivo, mas o lucro líquido não
é muito relevante por conta de despesas e depreciações.
Imagine uma empresa que tenha um enorme capital investido para realizar suas opera-
ções. Grandes empresas de telefonia no Brasil, por exemplo — Telefônica, Vivo, Claro, Tim,
Oi etc. Todas elas possuem gigantescos ativos imobilizados por conta da infraestrutura de
que necessitam para o funcionamento pleno.
Via de regra, as despesas com depreciações nesse ramo de companhias são enormes.
Geram lucros “pequenos”, mas caixas positivos relevantes. É aqui que podemos nos utilizar
o múltiplo de que tratamos aqui.
546
de caixa por ação é o valor do fluxo de caixa operacional dividido pelo número de ações.
Por exemplo: o fluxo de caixa operacional do Bradesco em 2019 fico em torno de 450
bilhões de reais. Dividindo isso por 8,87 bilhões de ações resultará no fluxo de caixa por
ação de aproximadamente R$50. Ou seja, cada ação individualmente gerou um fluxo de
caixa operacional de cinquenta reais. Para bancos em geral, todo aporte de correntistas
vira fluxo de caixa operacional.
Para finalmente calcularmos o preço pelo fluxo de caixa, deve-se pegar o preço da ação
(R$22) e dividi-lo por R$50. O resultado é 0, 44. O significado disso é que o mercado está
pagando quarenta e quatro centavos para cada real de caixa operacional gerado pelo
banco Bradesco. O indicador é dado assim. Posto isso, você pode compará-lo com o de
outros bancos: Itaú, Banco do Brasil, Santander, Banrisul etc.
Com o indicador que explicamos aqui você consegue estimar quanto o mercado paga por
cada real gerado de caixa. Geralmente o valor tem de ser maior que um.
DIVIDEND YIELD
Chegamos ao nosso sexto indicador de avaliação de empresas.
Os Dividendos por Ação (DPA) calculam-se pela razão entre dividendos totais e número
de ações.
Por exemplo: :o Bradesco em 2019 distribuiu 17, 8 bilhões de dividendos aos acionistas e
tem 8,87 bilhões de ações. Isto significa que o DPA corresponde a dois reais.
O Dividend Yield, portanto, corresponde a 2 dividido por 22 (que é o valor da ação Bradesco
no momento em que este curso é ministrado). O resultado é 9,09.
Muitos investidores compram as ações sem preocuparem-se tanto com o valor que elas
atingiram em absoluto. O que eles observarão é a porcentagem de dividend yield. Este,
547
por sua vez, é profundamente ligado à manutenção dos lucros.
“Tenho uma empresa com yield por volta de 8,5 ou 9%. A Selic atualmente encontra-se a
2%. Então compro ações e as seguro comigo. Viverei do fluxo de renda dos dividendos
pagos pelo Bradesco.”
Por isso que esse indicador é muito conhecido e relevante. Se você deseja comprar uma
ação qualquer de banco. A sua escolha deve ser feita levando em consideração os yields
das empresas. Esta é uma forma de avaliação mercadológica interessante para saber se
vale ou não a pena o investimento em determinado papel.
É o indicador que mede o preço de uma ação com base na taxa de crescimento passada
ou esperada. Fornece informações relativas ao status dos papéis — desvalorizado, corres-
pondendo à expectativa ou supervalorizado.
Imagine o Preço pelo Lucro (P/L) de uma ação no ano de 2019. A expectativa estava alta e
as ações cresceram rapidamente. Você deve então pegar o preço delas atualmente e
comparar com o lucro do passado. A sua impressão pode ser de uma supervalorização.
“Esse papel está muito alto em relação ao lucro” — Sim, mas um erro de análise foi come-
tido: o preço da ação só está elevado porque o crescimento do lucro também está. O PEG
conserta justamente esse tipo de análise.
548
O Price Earnings to Growth corresponde numericamente à divisão do Preço por Lucro
(número de anos que um investimento demora para “devolver” o capital inicial investido)
pela Expectativa de Crescimento Anual dos Ganhos.
O dividendo payout é calculado pela razão entre dividendos pagos e lucro líquido.
Por exemplo: O BBDC4 payout é igual a 17,8 bilhões dividido por 25,9 bilhões. Isto nos dá
o valor de 0,6872. O significado desse número é que o Bradesco dividiu sessenta e oito
por cento do lucro em dividendos. Resumindo, o dividendo payout corresponde ao per-
centual de lucro distribuído pela empresa.
Já o ROE do Bradesco corresponde a 25,9 bilhões dividido por 134,1 bilhões. O que nos
resulta o número 0,1917. Isto indica que o retorno por ROE (ou retorno sobre capital próprio)
do Bradesco é de aproximadamente 19%.
De acordo com a tabela de avaliação do PEG, encontrada na parte inferior da imagem das
fórmulas, as ações do Bradesco estariam supervalorizadas em relação a taxa de cresci-
mento esperada.
Se o valor fosse igual a 1, isto significaria que a correspondência entre valor das ações e
expectativa de crescimento têm correspondência total.
549
Por último, se o valor fosse menor que 1 isto apontaria uma subvalorização do preço das
ações se comparadas a expectativa de crescimento de mercado.
É importante notar que o PEG não é um índice de relatividade, e, portanto, não serve como
comparativo entre duas ou mais empresas.
Enterprise Value (EV) por Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortitation
(EBITDA);
Mostra quantos anos de EBITDA (medida da geração de caixa operacional) são necessários
para pagar o valor que o mercado atribui à empresa. Este é o mais abrangente dos valores
de mercado.
Este cálculo não é usualmente empregado na avaliação de bancos, visto que eles possuem
como caixa todo e qualquer depósito de seus clientes.
Por exemplo: o valor de mercado da Magalu é de 154,9 bilhões de reais. A dívida da empresa
é de 1,76 bilhões. O caixa equivale a 3 bilhões. Assim, a avaliação de mercado da empresa
é 153,66.
Aplicando-a aos números da Magalu, usada aqui como exemplo, o índice EV/EBITDA será
igual a 153,66 dividido por 2,2. Isto resulta em 69,85 — o que significa que demorará ses-
senta e nove vírgula oitenta e cinco anos de EBTIDA a 2,2 bilhões para que o capital remu-
550
nere o valor de mercado da Magalu e ainda consiga pagar as dívidas.
Com esse indicador você consegue fazer avaliações a respeito dos valores das ações da
empresa.
Ao contrário do índice anterior, que não servia para comparações, este aqui pode ser usado
na avaliação de empresas do mesmo ramo. Se quiser saber qual empresa do varejo, por
exemplo, está cara ou barata, você deve pegar os vários EVs disponíveis e colocá-los à
balança.
Com ele também é possível fazer estimativas de mercado do tipo: qual ação tem mais
chances ou tendências de valorização ou desvalorização.
EARNINGS MULTIPLIER
Estudaremos agora o Multiplicador de Múltiplos (Earning Multiplier). É uma métrica finan-
ceira que enquadra o preço atual de uma ação comparado ao lucro por ação. Também
conhecido como índice preço por lucro.
O Modelo de Índice de Mercado (Single Index Model – SIM) foi desenvolvido por Sharp em
1963. É um modelo simples, utilizado para medir o retorno e o risco de uma ação. Esse
modelo assume que apenas UM único fator macroeconômico causa o risco sistemático
que afeta o retorno de todas as ações de mercado, podendo assim ser representado por
um índice de mercado, como S&P500 ou Ibovespa.
Seguindo os dados:
551
O Beta em questão é o mesmo do Modelo CAPM, medido pela covariância entre o Ativo
I e o Ativo de Mercado, dividido pela variância do Retorno de Mercado.
Alguns dizem que o Beta é uma medida do Risco Sistemático e o Erro é uma medida do
Risco Idiossincrático, ou seja, diz respeito a características especificas do ativo em questão,
quase como um Proxy do Risco Não Sistemático do ativo.
Então, o modelo de índice prega que o excesso de retorno do ativo é igual ao Retorno
Anormal, somado ao Beta do ativo e multiplicado pelo Excesso do Retorno de Mercado,
também, somado a um Erro (aleatório).
Modelos de índice
Falamos aqui de uma equação alternativa para a expectativa de Retorno do Ativo, mas,
na verdade, ela é uma expectativa sobre o Excesso de Retorno.
Essa modalidade, basicamente, descreve o excesso de retorno. Sendo apenas uma equação
alternativa para o modelo apresentado anteriormente.
Dentro dela, por exemplo, pegamos a ação A, e temos a Expectativa de Retorno do Ativo
552
igual ao Alfa, para batermos o mercado. Sendo o Alfa 2% e o Beta 0,57%, temos o Retorno
Esperado do Ativo de 9,87% em relação ao mercado. Não obstante, no caso do ativo A, se
o resultado estiver acima de 9,87 é um bom negócio e, por conseguinte, se estiver abaixo
de 9,87 é um mau negócio para se entrar. Usaremos a mesma lógica para a ação B e para
a C.
Modelos MultiFatores
Dando continuidade aos nossos estudos sobre Modelos de Precificação de Ações, veremos
os chamados Modelos Multi-Fatores e, também, quais modelos nós temos para utilizar.
Modelos Multi-Fatores são modelos que empregam dois ou mais fatores em seus cálculos
para explicar fenômenos de mercado e/ou preços de equilíbrio de ativos. Um modelo
multifatorial pode se usado para explicar o valor de um título individual ou de uma carteira
de títulos, comparando dois ou mais fatores para analisar as relações entre as variáveis e
o desempenho resultante.
Por exemplo, a variação da taxa de juros, é um Risco Sistemático que atinge as empresas
de modo geral. Mas os modelos multifatores entenderam que para determinadas carteiras
e determinados ativos, a variação da taxa de juros impacta de forma diferente.
553
Dentro dos modelos multifatoriais podemos ter os fundamentalistas e os macroeconômi-
cos, nos permitindo fazer diversas modalidades de estudos acerca dos retornos dos
ativos.
A fórmula genérica dos modelos multifatoriais é o Alfa (de Jensen) + Retorno de Mercado
+ Fatores Específicos + Erro (aleatório), sendo essa a base dos modelos multifatores.
Analisam a relação entre o retorno de um título e suas finanças subjacentes, como lucros,
capitalização de mercado e endividamentos.
⯀ Crescimento (PIB);
⯀ Produção (Oferta);
⯀ Consumo (Demanda);
⯀ Investimento (FBCF);
⯀ Endividamento Público;
⯀ Resultado Fiscal Nominal e Primário;
⯀ Taxas de Juros;
⯀ Saldos em Reservas Internacionais;
⯀ Saldos em Conta Corrente;
⯀ Balança Comercial;
555
⯀ Poupança e Crédito;
⯀ Inflação.
Basicamente, essas são as mais comuns variáveis macroeconômicas que podem afetar o
valor de um ativo.
Então, construímos esse cálculo do ativo pegando os seus dados nos últimos 10 anos e,
também, pegamos as variáveis macroeconômicas dos mesmos 10 anos e tentamos calcular
esses fatores com o ativo; suas correlações.
Sempre sendo o Beta a variância do Retorno do Ativo dividido pela variável macroeconô-
mica. Podendo utilizar todas as variáveis descritas acima.
Sendo uma UI (Inflação Inesperada) uma espécie de excesso da inflação. Ainda assim,
continua sendo o Beta a variância do Retorno do Ativo dividido pela variável
macroeconômica
Utilizamos desse modelo para tentar calcular com mais precisão o Retorno Esperado de
uma carteira, visando sempre obter o maior Retorno Esperado possível sob o menor risco
possível.
556
Pricing Model (CAPM), mas com suposições menos rígidas — e essa é uma das vantagens
em relação a ele. Sua adesão à realidade dos acontecimentos financeiros é mais fácil.
Basicamente esses fatores são os que o tornam mais flexível e atraente se comparado ao
CAPM.
557
Ela corresponde exatamente à estrutura geral dos modelos multifatores — mas nele não
há necessidade do cálculo da hipotética carteira de mercado.
A fórmula, portanto, é o alfa de Jensen (retorno do ativo menos o ativo livre de risco sub-
traído do beta vezes o retorno de mercado menos o ativo livre de risco). A segunda parte
da diferença é o resultado da variação esperada do ativo pelo CAPM e a primeira, o retorno
esperado real do ativo ou excesso de retorno. Ou seja, se ele for maior do que o previsto
no modelo CAPM, haverá um ganho anormal, a que chamamos de alfa de Jensen.
Assim sendo, no modelo APT o retorno esperado do ativo = retorno anormal do ativo mais
a sensibilidade do fator específico vezes o fator específico (inflação, por exemplo).
Empresas altamente endividadas tem o seu preço impactado de maneira muito mais
sensível por uma variação da taxa de juros que uma empresa pouco alavancada — o pró-
prio risco sistemático capta isso.
Na estrutura geral do modelo APT podem ser incluídos ainda os fatores fundamentalistas
(não necessariamente fatores de modelo macroeconômico) e o fator idiossincrático espe-
cífico e não-captável por nenhum dos outros fatores da variação do retorno do ativo.
O retorno esperado do ativo = taxa livre de riscos + sensibilidade do ativo específico x risco
de prêmio do fator específico (taxa esperada menos a taxa livre de risco).
Esta equação se difere da equação da APT geral porque nela não se fala em prêmio de
risco, mas no número em si do fator específico.
558
Line (SML) do APT.
Num gráfico do somatório dos betas x retorno esperado, ela seria uma equação linear que
intercepta o eixo (y) no ponto correspondente à taxa livre de risco e que apresenta também
uma relação crescente entre o risco assumido e o retorno esperado.
O propósito dessa segunda fórmula de APT que apresentamos é identificar quais seriam
os retornos esperados dos ativos para saber se determinado ativo tem opção de arbitra-
gem. Para ativos com mesmo valor beta e diferentes retornos, ela é possível.
Portanto, essa linha de segurança nos oferece a possibilidade de identificar os pontos onde
a arbitragem é possível e viável.
Antes de praticarmos efetivamente uma arbitragem, é preciso que saibamos quais são as
suas premissas:
559
janelas que se abrem e fecham rapidamente porque quando são identificadas, os
investidores assumem posições infinitas e levam a arbitragem a zero.
São construídas duas linhas (A) e (B). Ambas são relacionadas aos mesmos valores betas.
Utilizamos para calcular seus retornos esperados as mesmas variáveis fundamentais.
A carteira (B) intercepta o eixo (y) em 8% e a (A) em 10%. Nestes pontos o risco corresponde
a zero. Portanto o que se deve fazer é a venda short em (B) a 8% de custo e a compra long
em (A) com 10% de retorno. A arbitragem de ganho é 2%.
Não há envolvimento direto de dinheiro, mas uma “troca” de investimentos. O que acon-
tece é que como pode-se assumir posições infinitas e vender um tipo de ação para comprar
outra, haverá influência nos valores de preço à vista e retorno de cada uma delas.
No caso, a venda de (B) faz com que o preço caia e o retorno esperado aumente. O con-
trário acontece com (A), que está sendo comprada em grande quantidade. Isso acontece
até que as duas SML sejam justapostas e equivalentes. Assim funciona a Arbitrage Price
Theory (APT).
560
Exemplo para três carteiras:
São aqui os ativos relacionados ao PIB e à inflação. Os fatores que multiplicam esses ele-
mentos correspondem às suas variações de retorno esperado. Já o primeiro termo da
somatória corresponde ao alfa (ganho inesperado) de cada uma das carteiras.
Observe que uma variação de 1% do PIB afeta a carteira (A) e a soma das carteiras (B) e (C)
da mesma maneira. Com a variação na taxa de inflação é a mesma coisa. Ora, se as vari-
áveis se afetam mutuamente, tanto uma quanto a outra terão efeitos idênticos em relação
às carteiras. Mas o ganho livre de risco na (A) é 10% e nas carteiras (B) e (C) somadas é de
14%. Surge-nos uma chance de arbitragem de 4%.
Perceberam que o retorno histórico das empresas menores era maior que o retorno médio
das empresas com maior capitalização de mercado. Portando, existem um prêmio por
tamanho ao se investir em firmas menores.
Outra observação, chamada de prêmio de valor, que por definição corresponde à variação
de capitalização da empresa no mercado divida pelo valor contábil da empresa.
Empreendimentos com menor diferença entre valor contábil e valor de mercado têm
possibilidades de retornos maiores no futuro.
Para tamanho de valor, comparamos o retorno histórico das empresas de mercado clas-
sificando-as em três grupos, por exemplo: 30% menores, 40% equivalentes e 30% maiores.
Baseado nisso construímos carteiras utilizando os termos da tabela abaixo.
562
Depois de constituída a carteira e feita a análise de regressão baseada nas carteiras hipo-
téticas, obteríamos a fórmula de retorno esperado dentro do modelo de Fama-French.
Neste novo modelo foi incluída a diferença entre os retornos das empresas com lucrativi-
dade mais alta e mais baixa (prêmio lucratividade e fator lucro), além do prêmio de tamanho
e valo, e a diferença de retorno das empresas que investem de forma conservadora e as
que investem agressivamente (fator investimento ou percentual de investimento em rela-
ção ao faturamento).
Ele nada mais é que o CAPM + prêmios de tamanho e valor + prêmios de lucratividade e
fator investimento.
563
Os modelos multifatores têm aplicações infinitas, no sentido em que se pode, a partir de
observações próprias da realidade do mercado, identificar variáveis que afetam o preço
de determinada carteira ou segmentação específica dela e criar, posteriormente, modelos
de precificação dos retornos esperados utilizando as variáveis tomadas como
influenciadoras.
Outra vantagem é que se torna possível ter uma razoável noção da verdadeira força de
impacto das variáveis em análise no preço do retorno esperado de determinado ativo.
564
Módulo 7
finanças comportamentais
Este capítulo trata sobre as Finanças Comportamentais.
HOMO ECONOMICUS X HOMO SOCIAL
Você é racional 100% do tempo? Essa é uma provocação que gostaríamos de fazer para
entrar no tema.
Em geral, nossas reações no trânsito são explosivas e impulsivas. Mesmo que ao sair de
casa prometamos a nós mesmos não buzinar no trânsito; na primeira oportunidade, na
primeira “fechada”, buzinamos com toda força. Ainda que, ao estacionar o carro depois de
brigar no trânsito, tenhamos consciência da possibilidade de gerar um problema, faremos
de novo! Não é algo racional que nos move nesse momento, é algo emocional. Melhor
dizendo, é o Homo Social agindo. Como agimos no supermercado, por exemplo, entramos
sabendo que precisamos comprar as verduras, os legumes, mas quando entramos no
corredor dos chocolates, é praticamente impossível sair de lá sem levar ao menos um
bom-bom. Esses exemplos e provocações estão como guias, apontando para o ponto
central desse tema: como agimos no mundo dos investimentos? Agimos como um Homo
Economicus de forma racional ou deixamos as emoções tomarem conta, como o Homo
Social.
As idéias de Homo Economicus e Homo Social surgem dos estudos das finanças
comportamentais.
O Homo Economicus, o que age de forma racional, avalia as relações de risco e retorno
(temos dois grandes estudiosos do assunto, Treynor e Sharpe). Ele busca sempre, acima
de tudo, maximizar o lucro e em contra partida, busca mitigar o risco. Então, percebemos
que o Homo Economicus tem aversão ao risco, ele não quer correr risco. É, por exemplo,
por essa aversão ao risco que nós fazemos o “Valuation” das empresas, para ter uma mar-
gem de segurança. E também, por esse mesmo motivo, temos sempre um percentual da
carteira em renda fixa, visando proteger a carteira dos riscos possíveis. Os conceitos de
“Hedge” são bons exemplos disso.
O Homo Social, não tem aversão ao risco, ele tem aversão a perdas. Mas não raciocina o
que é melhor para ele. Não pensa em formas de evitar o risco, seu medo é de perder aquilo
que possui. Ele baseia-se nas emoções, por isso o caracterizamos como “Emocional”.
Lembremos o exemplo do trânsito, nele está claro que é a emoção falando mais forte, em
momento algum se pensa no risco e retorno sob o ato de buzinar. Por conta desse impulso
emocional, o Homo Social, acaba por se tornar mais suscetível aos gatilhos mentais (sendo
eles os das provas sociais, das autoridades e das comunidades).
Podemos concluir que o Homo Economicus agirá de forma racional e com o pensamento
lento. Já o Homo Social, agirá de forma emocional e estará suscetível ao pensamento
566
rápido, ou melhor, impulsivo e instantâneo. O livro “Rápido e Devagar” (autor Daniel
Kahneman) aborda bastante esse assunto e as diferenças entre as formas de pensar, entre
Homo Economicus e Social, e no porquê de estarmos suscetíveis aos gatilhos mentais.
Todos esses pontos abordados aqui estão diretamente relacionados à Teoria da Perspectiva.
Essa teoria nos leva a entender que o sentimento de perda é 10x superior ao sentimento
de ganho.
Temos um estudo sobre os macacos que, de certa forma, traduz essa idéia do sentimento
de perda e ganho: o Macaco 01 ganha uma maçã e fica extremamente feliz e o Macaco 02
que ganhou duas maçãs, fica feliz na mesmíssima proporção que o Macaco 01. Porém, na
hora em que retiramos uma maçã do Macaco 02, percebemos que ele fica desproporcio-
nalmente infeliz, em relação ao sentimento de felicidade de quando ganhou as maçãs.
É necessário prestar muita atenção em todos esses pontos, pois cada um deles tem uma
influência ativa e direta em nossos investimentos.
Essa moderação deve ser atendida de acordo com as necessidades, anseios e limitações
que eles possuem. Porém, isso só é possível se fizermos uma análise de perfil do investidor
sabendo exatamente quais são as restrições que ele deve ter.
Mas tudo isso deve ser realizado diante de uma postura e conduta ética – não se esqueça.
Só assim será admissível realizar o que for melhor para cada perfil de cliente.
É por isso que é tão importante compreender como agir com esse cliente. E são as restri-
ções que devem ser seguidas para que tudo ocorra de maneira correta para determinado
investidor são:
567
Idade:
⯀ A relação da idade aos riscos assumidos;
Isso significa algo assim: se uma pessoa com 20 anos, investir em ações e por um acaso
perder tudo, tudo bem, ela terá anos pela frente para recuperar. Mas, para quem possui
60 anos, já é mais difícil ter um prazo para recuperar a perda.
⯀ Por isso que, quanto mais jovem, mais riscos. E quanto mais experiente, mais
conservador.
⯀ Clientes mais jovens podem ter como recomendação produtos com maior risco. Isso
acontece, porque tem o tempo ao seu favor;
⯀ Já clientes mais velhos dificilmente terá como recomendação produtos de alto risco.
Porque, esse produtos possuem alta volatilidade e são indicados para o longo prazo.
Horizonte de Investimento:
⯀ Sobre a liquidez, que é a facilidade de um produto ser negociado ou se tornar dinheiro
novamente;
Lembre-se: quanto mais líquido, mais fácil de transformar em dinheiro. Quanto menos
líquido, mais difícil é esta transformação.
⯀ Os produtos deverão ser recomendados a partir dos objetivos que seus clientes
tiverem;
⯀ Exemplo: um cliente quer investir um dinheiro, que vai querer dar entrada em um
carro daqui a dois anos. Assim, o profissional vai indicar um produto que atenda este
prazo.
Por isso é tão importante casar o prazo do investimento com o objetivo do investidor.
Conhecimento do Produto:
⯀ Sugerir produtos de acordo com os conhecimentos de seus clientes;
⯀ Para quem não conhece o mercado financeiro e desconhece os possíveis riscos, é
mais indicado sugerir produtos com menos complexidade e mais seguros;
⯀ Já, para clientes que conhecem o mercado, tem conhecimento sobre os produtos,
lhe darão uma maior liberdade para sugerir produtos mais complexos, com maior
risco.
568
É por conta disso que devemos conhecer ao máximo o cliente e oferecer aquilo que for
melhor para ele.
Tolerância de Risco:
⯀ No mercado financeiro e de capitais existem riscos;
Quando falamos de API que pode dar os resultados: conservador, moderado ou arrojado,
muitas vezes o pessoal acha que estamos falando apenas da tolerância ao risco. Mas, não
é!
Pois, ela leva em consideração todas estas restrições e análises que vimos acima, e por
último chega a tolerância ao risco. Desta forma, é que dizemos que existem riscos para
qualquer investidor.
Muitas vezes presenciamos o medo de investir por parte dos investidores. Uma parte se
deve ao nosso passado turbulento em que até mesmo as poupanças foram congeladas
antes da estabilização econômica.
Mas normalmente isso ocorre por falta de educação financeira, a qual em nosso país é
quase nula. E justamente para lhe ajudar neste desafio, escrevi um artigo sobre como
perder o medo de investir.
Por este medo ser bem comum, os economistas sempre buscam entender o comporta-
mento dos agentes financeiros. Desta forma fica mais fácil mapear a tomada de decisões
referente aos investimentos.
569
Mas como compreender isso?
Basicamente, o que você deve saber é que existem dois tipos de homens:
Muitas decisões de nossa vida, não apenas financeiras, são tomadas com base emocional
e automática. E é aí que entram os dois tipos de homens: o racional é o Homo Economicus,
enquanto o emocional é o Homo Sapiens.
Essa diferenças acaba demonstrando a falha das teorias e modelos econômicos que exis-
tem. Por isso que possuímos as Heurísticas.
Heurísticas
Elas possuem vieses comportamentais e influências do nosso histórico emocional, como:
⯀ Representatividade
⯀ Disponibilidade
⯀ Ancoragem
⯀ Aversão à Perda
Heurísticas da Representatividade
Avaliação da probabilidade de um evento “B” pelo nível de semelhança do evento “A”.
Exemplo de pessoa:
Nós criamos muitos estereótipos para realizar julgamentos, como se resultados passados
fossem garantia de resultados futuros. Podemos até pensar que uma pessoa mais tímida
vai ser um bibliotecário ou programador. Porém, há números que informam que essas
pessoas retraídas trabalham com profissões que necessitam mais abertura.
Por isso que é uma representatividade que possuímos. Funciona como um pré julgamento
570
apenas por vermos alguém parecido com outra.
Heurística da Disponibilidade
Também julgamos um evento pela facilidade em que o exemplo ocorre na sua mente.
Nos ocorre que é o Rio de Janeiro, certo? Logo, é um julgamento pelo disponibilidade de
notícias sobre o Rio de Janeiro.
Mas, você vai saber, até porque estou lhe contando que, Altamira no Pará, é a primeira na
lista de cidade mais violenta no Brasil.
Heurística da Ancoragem
Esta está ligada diretamente à Representatividade, sendo o seu desdobramento. A âncora
traz um “valor” relevante para a tomada de decisão.
Pensa comigo: ao ver o preço de quatro 4 tv’s de 40 polegadas por R$ 1.200,00, você tende
a acreditar que uma TV de 80 polegadas custa aproximadamente R$ 2.400,00. Correto?
Aqui fizemos uma espécie de ancoragem com as polegadas de cada TV e quem lida com
valores reais vai saber que isso é uma inverdade. Visto que, uma TV de 80 polegadas custa
em torno de R$ 13.000,00.
E isso é tudo do nosso psicológico, pois possuímos receio de perder o que já foi ganho.
Como por exemplo, a crise de 2008 fez com que investidores jamais queiram retornar a
Bolsa de Valores, em função de suas grandes perdas.
“Tive experiências péssimas viajando para a Europa. Mas nos Estados Unidos da América
elas foram boas, e por isso gosto de ir pra lá.”
Os vieses são basicamente erros intrínsecos e que têm relação com experiências passadas.
Nós possuímos alguns deles:
⯀ Status quo — é a pura preguiça e inércia. Qual é, por exemplo, a marca de margarina
que você consome?
“Eu não tenho vergonha de dizer que consumo Qualy. Desde criança eu via aquela propa-
ganda na tevê, meus pais compravam dessa marca, meus avós também — e meu filho
comprará Qualy.”
572
Mas por quê? É uma simples preguiça de experimentar outra margarina.
Para finanças, isso é o que explica o valor absurdo alocado em cadernetas de poupança.
Na época do presidente Collor o valor da poupança foi confiscado, mas mesmo assim os
caras deixam lá o dinheiro simplesmente porque é cômodo. “Ah! Tesouro direto tem que
ir atrás, abrir conta em corretora etc.” Portanto, essa decisão está ligada à inércia e
preguiça.
O sujeito sabe lá dentro que ele não é todo mundo mas o medo de ficar de fora o faz não
raciocinar sobre a atitude e isto está ligado ao pânico e à euforia. O exemplo da pirâmide
está relacionado a esta última, e o pânico aos crashers. Com a pandemia do coronavírus
todo mundo começou a vender sem parar porque havia pânico.
No framing nós pegamos toda uma cena, mas damos bola apenas para um pedaço que,
se visto isolado, pode mudar completamente o sentido da coisa. Isso acontece muito em
política, economia, ciências e mídias sociais. O enquadramento é basicamente a influência
que um recorte exerce sem que se considere todo o contexto. Pega-se o pedaço de uma
grande informação para manipular alguma coisa. Nas técnicas de venda o framing tam-
bém é muito utilizado em gatilhos mentais.
⯀ Desconto hiperbólico — é algo que não está muito visível e nem se discute tanto no
573
dia a dia.
Então o desconto hiperbólico é o seguinte: você tem o valor futuro. Como trazê-lo ao valor
presente? Aplique um desconto. Ele é a priorização de uma recompensa imediata frente
a uma futura. As crianças preferiram ganhar um doce agora do que dois daqui a pouco
tempo.
O sujeito começa a ver-se como um cara fodão só que o mercado é o senhor do futuro. E
o que acontece é que ele vai começar a girar repetidamente a carteira e o excesso de
confiança vão levá-lo, normalmente, ao prejuízo.
574
Módulo 8
POLÍTICA DE INVESTIMENTO
Este capítulo trata sobre as Políticas de Investimentos.
O PROCESSO DE GESTÃO DE CARTEIRAS
INDIVIDUAIS E INSTITUCIONAIS
Falamos do processo de manuseio de ativos financeiros e outros investimentos, mas não
se trata apenas de compra e venda. Esse processo inclui o desenvolvimento de uma estra-
tégia de curto ou longo prazo para adquirir e alienar as participações da carteira. Normalmente,
é conhecida como gestão de recursos, gestão de portfólio ou gestão e riqueza.
⯀ Alocação de Ativos;
⯀ Análise das Demonstrações Financeiras;
⯀ Monitoramento de Investimentos Existentes;
⯀ Estratégia e Implementação de Portfólio
⯀ Planejamento Financeiro e Serviços de Consultoria.
A avaliação de carteira sempre envolve a análise de risco e retorno, essa é a sua base de
atuação. Sendo assim, é possível afirmar que essa gestão é uma terceirização da gestão.
Basicamente, podemos ter esses dois tipos de gestão, sendo uma ativa, onde o gestor
tem liberdade de ação e visando uma remuneração, já numa gestão passiva há um índice
estabelecido que se visa seguir e alcançar aquela medida estabelecida.
ETAPA DE PLANEJAMENTO
Falaremos do mais crítico dos processos, pois estabelece a base de todo o processo. Sendo
suas etapas:
576
⯀ Identificação dos Objetivos e Restrições: neste estágio são identificados os resultados
desejados em relação ao retorno e ao risco do investimento.
⯀ Política de Investimentos: após os objetivos e restrições serem identificados, o pró-
ximo passo é elaborar um Estatuto.
⯀ Expectativas de Mercado: aqui há a formação de expectativas em relação ao mercado
de capitais. O risco e o retorno de várias classes de ativos são previstos no longo prazo
para escolher carteiras que maximizem o retorno esperado para certos níveis de risco
e minimizem o risco da carteira para certos níveis de retorno esperado.
⯀ Estratégia de Alocação de Ativos: sendo essa a última etapa do planejamento, pode
ser executada por meio de uma estratégia, onde a política de investimentos e expec-
tativas de mercado são combinadas para determinar os pesos dos ativos de longo
prazo, mas pode-se executar uma alocação tática que se refere a qualquer mudança
de curto prazo na estratégia da carteira como resultado da mudança nas circunstan-
cias do investidor ou das expectativas do mercado; sendo assim, é considerada uma
alocação tática de ativos.
ETAPA DE EXECUÇÃO
Logo após o planejamento, o próximo passo é a execução. Ela consiste em decisões:
Esses dois fatores compõem a execução e fazem com que ela funcione da melhor forma
possíve
ETAPA DE REALIMENTAÇÃO
A realimentação se refere a qualquer alteração necessária dentro das mudanças em obje-
tivos, recursos, necessidades ou circunstâncias de mercado podem requerer uma revisão
do planejamento. Por exemplo, se fizermos o planejamento de retorno baseado em uma
taxa selic de 8% ao ano e ela altera-se para 2% ao ano, então, precisaremos voltar e revisar
o planejamento.
577
Esse procedimento é composto por:
A forma como o investidor arrecadou sua riqueza determina certas tendências em relação
a suas respostas perante o risco. Por exemplo, indivíduos que passaram a vida criando
empresas e criando sua própria renda, tendem a ser mais tolerantes ao risco, aceitam com
mais facilidade a ideia da volatilidade do mercado.
Em segundo lugar, precisamos passar a definir as medidas de riqueza, que são subjetivas.
Trata-se do tamanho do patrimônio que esse cliente possui, porém, é subjetivo pois envolve
a visão do cliente em relação ao patrimônio. Aqui, as preferências do investidor, seu padrão
de consumo e sua atitude em relação ao patrimônio, nos dirão as medidas de riqueza em
578
questão.
Por exemplo, um casal na faixa de setenta anos, suas aplicações financeiras não terão nada
a ver com as aplicações de um jovem casal de vinte e cinco anos. Até porque cada um dos
casais terá um tempo diferente para lidar com as perdas, inclusive, isso é própria explicação
do horizonte temporal para investimentos.
⯀ Fundação da Riqueza;
⯀ Acumulação da Riqueza;
⯀ Manutenção da Riqueza;
⯀ Distribuição da Riqueza.
Por fim, a distribuição da riqueza, quando um indivíduo já enxerga que seu estilo de vida
579
vem chegando ao fim e é necessário pensar na destinação dessa riqueza e patrimônio. A
ideia de legado se faz presente e o planejamento tributário também, para não gerar nenhum
tipo de prejuízo no processo de distribuição dessa riqueza e patrimônio. Sendo permitido
ao investidor imaginar as possibilidades de impacto ao seu patrimônio na distribuição.
Cuidadoso: costuma fazer seus investimentos sem pedir aconselhamento financeiro, evita
fazer investimento por medo de perder dinheiro, evita investimento que não compreende
a forma. Seus investimentos apresentam baixa rentabilidade, devido à alta necessidade
de segurança.
Metódico: ele busca dados e fatos para basear suas decisões, eliminando decisões base-
adas em elementos emocionais. Sendo ele um investidor disciplinado com características
de conservadorismo e está sempre a procura de novas informações. Uma espécie de
engenheiro dos investimentos, tudo é feito de maneira racional, com cálculos e
planejamentos.
580
Espontâneo: faz o relançamento constante de sua carteira visando a proteção contra
riscos, está sempre girando a carteira. Como o giro da carteira é alto, o rendimento acaba
sendo abaixo da média. Decisões rápidas que não levam em conta todos os aspectos de
risco, por isso espontaneamente. Prefere seguir seu próprio caminho, evitando qualquer
tipo de aconselhamento. Possui um perfil com tolerância de risco, por seguir muito seu
instinto.
Quadro de resumo:
Aqui podemos verificar as relações dos tipos de personalidade, com a base racional e
emocional em relação às decisões de investimento no mercado financeiro.
⯀ Objetivos Financeiros;
⯀ Grau de Conhecimento sobre Aplicações;
⯀ Como lida com o Risco de Variação.
581
Moderado tolera um pouco de risco em busca de uma pouco mais de rentabilidade. Eles
aceitam algumas flutuações de valor desde que a remuneração seja confortável.
Objetivos de Retorno
Feitos todos os processos anteriores, chega a hora de estabelecer os objetivos de retorno
sobre os investimentos pretendidos. Mas isso apenas após a definição dos perfis situacio-
nais e perfis psicológicos.
Objetivo de retorno refere-se a taxa de retorno desejada, sempre a maior possível, é claro.
Os objetivos se tornam críticos quando o retorno não garantirá o padrão de vida exigido
pelo investidor.
Os objetivos primários, tem a ver com a renda básica, para suprir as despesas periódicas
que definem o seu padrão de vida. São o objetivo de renda propriamente dito.
E, quanto à disposição para assumir riscos, podemos dizer que ela é subjetiva, temos ela
na aplicação dos questionários. Tem mais a ver com finanças comportamentais. Suportando
perdas temporárias de patrimônio, mas entendendo que o futuro será maior do que o
582
esperado.
Restrições Regulatórias se refere ao documento da IPS que deve conter quaisquer res-
trições legais ou regulatórias aplicáveis. Por exemplo, um IPS institucional possui restrições
de alocação e essa informação precisa estar explicita, da mesma forma, para pessoas físicas
também existem restrições que devem estar explicitadas.
Restrições Tributárias devem estar explicitadas da mesma forma que as regulatórias, pois
diferentes investidores terão uma situação fiscal diferente e a situação fiscal deve ser indi-
cada no IPS. Ganho de capital, dividendos, fato gerador do tributo, tudo isso deve ser levado
em conta na hora de verificar as restrições tributárias.
Circunstâncias Específicas trata-se de restrições gerais, sendo bem amplo, havendo uma
longa lista, mas tem sempre a ver com restrições expostas pelo investidor. Por exemplo,
o cliente bloqueia a possibilidade de investidor em ações de empresas consideradas social-
mente irresponsáveis, ou empresas que poluem o meio ambiente. Outro exemplo, clientes
que decidiram não investir em VALE devido ao episódio ocorrido com as barragens.
Quando temos todos esses fatores bem estabelecidos, nós podemos começar a elaborar
um documento, sendo ele a política de investimento do cliente, de outro modo, em inglês,
chamamos de Investment Policy Statement – IPS. Esse documento rege a relação entre
investidor e gestor de investimento, envolvendo o escopo de trabalho e o grau de discri-
cionariedade que será desfrutado para a alocação de ativos.
583
COMPOSIÇÃO DE IPS INSTITUCIONAL
Veremos aqui, tudo que precisamos saber sobre a composição de um IPS Institucional.
Mais especificamente, entidades fechadas de previdência privada: planos de benefício
definido (BD), de contribuição definida (CD) e de contribuição variável (CV).
Entidades fechadas de previdência fechada são como fundos de pensão, sem fins lucra-
tivos, que administram fundos de previdência coletiva. São permitidos exclusivamente
para empregados de uma empresa e aos servidores da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, entes denominados patrocinadores; e aos associados ou mem-
bros de pessoas jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial, denominados
instituidores.
Básica e normalmente, esses fundos possuem três tipos de planos, sendo eles os BD’s,
CD’s e CV’s. Os planos de benefícios são um conjunto de regras definidoras de benefícios,
de caráter previdenciário. Bem como das relações jurídicas estabelecidas entre participan-
tes, patrocinadores ou instituidores e entre eles e a entidade, comum à totalidade das
pessoas que a ele aderem. Os planos de benefícios possuem independência patrimonial,
contábil e financeira.
⯀ As regras de contribuição;
⯀ Os benefícios oferecidos;
⯀ As condições de acesso aos benefícios.
Sendo esse regulamento um contrato de natureza civil, onde constam os direitos e obri-
gações da entidade, patrocinadores e assistidos.
584
Características:
⯀ Mutualismo, a avaliação dos riscos em função da coletividade, gerando solidariedade
entre os participantes;
⯀ Conta coletiva;
⯀ Incógnita quanto à contribuição necessária;
⯀ Benefícios independem das variações das reservas;
⯀ Superávits ou déficits do plano – são de responsabilidade coletiva.
São os planos que mais precisam de fiscalização, pois possuem uma remuneração esta-
belecida e precisam ser cumpridos à risca.
Contribuição Definida
É o plano mais confortável em relação a gestão do fundo e menos confortável para quem
usufrui do benefício após a concessão. Essa modalidade o valor do benefício complementar
é estabelecido apenas no momento da sua concessão, ou seja, o valor só será feito com
base no valor que acumulamos ao fim e ao cabo.
Basicamente, acumulamos num período de tempo, gerando um saldo, e por fim, recebe-
mos um valor de benefício com base no acumulado, sendo o benefício sempre proporcional,
portanto.
Características:
⯀ Individualista;
⯀ Incógnita quanto ao valor do benefício;
⯀ Conta individual;
⯀ Benefício em função das reservas;
⯀ Não há superávits ou déficits.
Contribuição Variável
Modalidade que apresenta características mistas entre as outras modalidades apresenta-
das, sendo sua forma mais comum a que os benefícios programados, na fase de acumu-
lação ou na fase da atividade, tenham características de CD (contas individuais) e na fase
de inatividade tenham características de BD (rendas vitalícias). Podem oferecer benefícios
definidos para casos de benefício de riscos, os não previsíveis, tais como morte, invalidez,
585
doença ou reclusão.
Atualmente, a resolução que rege esses limites é 4695 de 27/11/2018. Ela alterou as
resoluções:
N. 3922 de 25/11/2010 que dispõe sobre aplicações dos recursos dos regimes próprios de
previdência social instituídos pela União, Estados e Municípios.
N. 4661 de 25/05/2018 que dispõe sobre aplicações de recursos garantidores dos planos
administrados pelas entidades fechadas de previdência complementar.
Nesse caso, as entidades fechadas de previdência complementar têm como restrição legal
para aplicação de recursos 100% do fundo, mas em outras modalidades há limitações,
como podemos observar na imagem apresentada acima.
Se os ativos garantidores forem superiores ao passivo atuarial, nós teremos por definição
o Superávit, já se os ativos garantidores são inferiores ao passivo atuarial, nós teremos por
definição um Déficit. Por fim, se temos os ativos garantidores em igualdade para com o
passivo atuarial, teremos o equilíbrio, por definição.
Esses conceitos de déficit e superávit dizem respeito ao que possuímos de ativos garan-
tidores e de passivo atuarial. Esse estoque irá determinar, em linhas gerais, qual o quadro
que nós teremos de analisar.
Cálculo Atuarial
É realizado utilizando-se de modernas técnicas de probabilidade, estatísticas, economia,
contabilidade e matemática avançadas. Temos toda uma ciência que envolve o cálculo
atuarial, visando a melhor probabilidade de pagamento do benefício estabelecido.
Precisamos entender que falamos de algo denso, que leva anos de estudos e envolve uma
ciência própria e séria, aqui pontuamos algumas poucas características iniciais em torno
da coisa propriamente dita.
587
Asset Liability Management
Basicamente, falamos de uma gestão integrada de ativos e passivos que permite a gestão
de risco do descasamento entre ativos e passivos. Dentro de uma entidade fechada de
previdência privada, temos um fluxo de caixa, que funciona a partir dos aportes dos ativos
e das contribuições.
Então, o Gestor de uma entidade dessas, quando faz sua gestão de portfólio, ele precisará
entender que há um descasamento entre os ativos e o prazo de maturação do investimento
e do outro lado, temos a necessidade de caixa gerado pelo benefício. Todo esse cenário é
necessário ser levado em conta na hora da gestão.
Existe um processo para que todo esse cenário descrito venha a funcionar, sendo deno-
minado de Asset Liability Management. Funciona baseado em um ciclo: cálculo do fluxo
de caixa > estruturação de portfólio > avaliação de risco e retorno > desenvolvimento
de estratégia > tomada de decisão > monitoramento de resultados > obtenção de
dados.
Após o ciclo completo, nós retornamos ao cálculo de fluxo de caixa, formando um ciclo de
investimentos e decisões que permitiram a nós assumir algumas posições, levando sempre
em conta um determinado período de tempo.
Meta Atuarial
Ela define o quão rentável os recursos financeiros dos planos necessitam ser, visando
sempre pagar os benefícios propostos aos beneficiários. É uma taxa de remuneração real
e mínima que um fundo precisa ter para cumprir suas metas. Obviamente, estamos falando
dos fundos de previdência dos benefícios definidos.
O não atingimento da meta atuarial acarreta perdas de recursos que deverão ser recupe-
rados pelos próprios investimentos ou por novos aportes, para que o fundo mantenha sua
capacidade de honrar seus compromissos com os beneficiários do fundo.
Lembrando que a meta atuarial só tem sentido quando falamos de um plano de benefício
588
definido. Sendo ela composta por:
Índices de Referência
Os principais índices podem ser considerados o Benchmark, que são os índices de inflação
oficiais. Nesse caso, aquele índice que melhor reflete as alterações do custo de vida dos
integrantes do fundo. Por exemplo, IGPM ou IPCA (Índice Geral de Preços do Mercado ou
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
Alocações Estratégicas
Os fundos devem orientar sua gestão por uma alocação estratégica de ativos que garan-
tam o atingimento de meta atuarial determinada pela necessidade de equilíbrio entre o
que se arrecada e os compromissos presentes ou futuros do fundo, considerando-se como
arrecadação também a rentabilidade financeira resultante da alocação dos recursos do
fundo. Essa alocação estratégica é, em princípio, complementada por alocações táticas,
cujo objetivo é aproveitar as oportunidades de mercado, no sentido de ampliar a rentabi-
lidade do fundo, gerando uma folga financeira que garante segurança das pensões.
Exemplo: o investidor planeja investir R$200 por mês, com valor corrigido anualmente
pela inflação, durante 30 anos. Depois, planeja sacar uma aposentadoria mensal pelos
próximos 30 anos. Qual o valor da aposentadoria?
Entra aqui o exemplo prático apresentado por meio da planilha em aula, aqui, nós coloca-
remos apenas os comentários possíveis acerca do exemplo apresentado em aula.
Aplicaremos por 360 meses um valor pré-definido, sob a correção de algumas taxas. Não
obstante, sacaremos um valor definido, dentro de 360 meses, que será referente à uma
aposentadoria mensal. Na planilha consideramos um valor de fluxo de caixa com taxa de
inflação zero e taxa de rentabilidade de 5%.
Uma vez estabelecida a meta atuarial dentro do fundo, ela deverá ser seguida de maneira
fortemente fiel, tem de ser uma obsessão. Ao fixarmos o acordo de pagamento de deter-
minado benefício e os valores não fecham, teremos de aumentar a contribuição ou teremos
de fazer com que o fundo renda mais. A meta precisa ser perseguida.
589
Num plano de contribuição variável, na prática, teremos a possibilidade de reduzir o bene-
fício ou aumentar, variando conforme as circunstâncias que abarcam os valores.
590
Lembrando que a cobertura por sobrevivência permite o pagamento do capital segurado,
pela sobrevivência do segurado ao período de diferimento contratado, ou pela compra,
mediante pagamento único, de renda imediata.
Seu objetivo é blindar, pois os recursos ficam protegidos em caso de uma liquidação extra-
judicial da instituição, garantindo o recebimento de seus rendimentos e, em caso de morte,
a transmissão aos seus benefícios sem necessidade de inventário.
Tabela Regressiva:
Vale lembrar, que é necessário sempre identificar o perfil tributário do investidor na hora
de fazer a escolha de qual tabela irá seguir.
591
Tabela Progressiva:
Na tabela progressiva, os saques são considerados rendas tributáveis, nos moldes de salá-
rios, férias e aluguéis, e a eles se aplica a tabela do imposto de renda.
Para complementar, dentro do PGBL existem várias modalidades de planos, mas que
fazem parte do mesmo, são subtipos. Tais como o Plano de Remuneração Garantida e
Performance, Plano de Remuneração Garantida e Performance sem Atualização, Plano
com Atualização Garantida e Performance e Plano com Desempenho Referenciado.
Os seguros não são penhoráveis e também não tem prêmio pago, isso é compreendido
juridicamente. Possuem um tratamento diferenciado nos impostos de transmissão de
bens e um tratamento diferente quanto ao imposto de renda. Logo, não abatemos ele na
base de cálculo do imposto de renda, apenas pagamos IR sobre os rendimentos.
Assim como no PBGL, o VGBL possui seus subtipos, algumas modalidades por assim dizer.
Tais como Vida com Remuneração Garantida e Performance, Vida com Remuneração
Garantida e Performance sem Atualização, Vida com Atualização Garantida e Performance
e Vida com Desempenho Referenciado. Temos ainda, o Vida com Renda Imediata, Dotal
Puro, Dotal Misto e Dotal Misto com Performance.
592
quantia estipulada e no caso de ocorrência de qualquer evento relacionado aos riscos.
⯀ Fundos de Pensão;
⯀ Seguradoras;
⯀ Gestoras de Investimentos;
⯀ Fundos de Investimento;
⯀ Corretoras de valores e Distribuidoras de Valores;
⯀ Entidades de Capitalização;
⯀ Bancos;
⯀ Family Offices;
⯀ Outras entidades que tenham experiência e operem com volume financeiro de acordo
com as regras da CVM.
Todos esses investidores são obrigados a fazer um IPS Institucional, onde estará definido
todas as características do fundo e suas estruturas básicas.
Definições:
Tudo isso dentro da jornada: definição dos objetivos > aplicação de questionário > definição
de perfis > alocação de ativos. Todos os investidores de fundos institucionais deverão seguir
esse procedimento e essa jornada apresentada aqui.
593
Módulo 9
ALOCAÇÃO DE ATIVOS
Este capítulo trata sobre Alocação de Ativos.
ESTRATÉGIA DE ALOCAÇÃO ATIVA, PASSIVA E SEMIATIVA
Falamos da maneira pela qual o investidor busca obter a melhor relação custo, risco e
retorno, considerando o horizonte temporal e as classes de ativos nas quais ele pode alocar
esses investimentos. É uma estratégia construída a partir de um objetivo estabelecido.
A Estratégia Ativa: tem como objetivo a gestão dos recursos superar os retornos médios
do mercado de ações e aproveitar ao máximo a flutuação de preços de curto prazo. Quem
adota essa estratégia não acredita na hipótese dos mercados eficientes, pois ela acredita
que os preços em qualquer momento estão justos, corretos. Então, ele aloca os ativos
conforme ele acha que o mercado está precificando de forma errada, ele quer bater o
mercado.
Estratégia Semiativa: onde se traça uma estratégia ativa, mas não possui um portfólio
de referência. Visa ganhar um alpha de mercado, um excesso de retorno por assim dizer.
O objetivo é um desempenho superior à estratégia passiva sem incorrer em muitos riscos
adicionais.
595
ESTRATÉGIA DE ALOCAÇÃO ESTRATÉGICA E TÁTICA
Estratégica
Trata-se de uma estratégia de portfólio em que o investidor define alocações por várias
classes de ativos e reequilibra o portfólio periodicamente. Há intolerância ao risco e objetivo
de longo prazo.
Exemplo:
Acima temos o portfólio original e um portfólio que se desviou ao longo do tempo, e que
estamos realocando para dentro do nosso objetivo. Basicamente, é uma forma de alocação
passiva, diferente da tática.
Tática
É uma estratégia de portfólio de gerenciamento ativo que altera a porcentagem de ativos
mantidos em várias categorias para tirar vantagem de anomalias de preços de mercado
ou setores de mercados fortes.
Exemplo:
596
Queremos manter a posição original, porém, o mercado irá aumentar, logo, nós aumen-
tamos nossa participação no mercado acionário. Depois de performar, nós retornamos
para a posição original.
Dinâmica
Trata-se de uma estratégia de gerenciamento de portfólio que frequentemente ajuda a
combinação de classes de ativos para se adequar às condições de mercado. Obviamente,
falamos de uma estratégia mais cara e que eventualmente nos leva a se desfazer de posi-
ções em classes abaixo do valor ideal de mercado, mas, doutro modo, entende-se que
estamos sempre atualizados com ativos de alto desempenho.
Imaginemos que temos tesouro SELIC, pré-fixado em 4%, mas enxergamos uma mudança
na condição macro irá fazer com que essa taxa suba para 6%, nós perderemos valor de
mercado nele. Logo, o gestor se antecipará, mas ao mesmo tempo, ele enxerga que as
condições são positivas para o mercado de ações, então, ele venderá essa posição e irá
para renda variável, aproveitando essa alta da bolsa.
Essa estratégia exige mais análises para que esse movimento todo seja possível e eficaz.
Estática
Falamos de uma estratégia onde definido uma distribuição percentual nas diferentes
classes de ativos, o gestor não irá redefinir ou mexer mais nessa posição. Não olhamos
para desempenho e valor presente, futuro e as mudanças nas relações de risco e retorno.
Acreditando que essa estratégia inicial nos trará um retorno futuro.
Sua grande vantagem é que ela é barata e envolve pouquíssimas análises para que ela
funcione, não tendo custos tributários e de transações. Ao mesmo tempo, teremos o pre-
juízo no caso de um desvio das relações de risco e retorno das nossas expectativas.
Estamos sempre contando com o possível distanciamento de risco e retorno, ainda que
nossa posição seja não nos movermos em direção ao que o mercado está apresentando,
visando o retorno futuro e acreditando que ele irá de encontro com nossas expectativas.
597
Basicamente, a fronteira eficiente permite que a gente otimize essa escolha de portfólio.
Lembrando que sempre visamos bater o mercado, levando em consideração a quantidade
de risco que estamos dispostos a enfrentar. Mas, é claro, todo investidor quer a maior ren-
tabilidade possível com o menor risco possível.
Vale lembrar, que a apenas a linha vermelha representa a escolha ótima do portfólio
eficiente.
Existe, ainda, uma variante, quando introduzimos um ativo sem risco. Nesse caso, damos
origem à teoria de da separação de Tobin. Com a introdução desse ativo, é possível traçar
a linha de mercado de capitais e escolher o portfólio ótimo que otimiza a relação risco/
retorno.
598
ESTRATÉGIA DE ALOCAÇÃO BLACK-LITTERMAN
Esse modelo foi concebido para resolver os problemas inerentes ao Modelo Média-variância
de Markowitz. Ele calcula os retornos esperados de mercado como uma combinação de
conjunto de expectativas específicas de cada investidor e um ponto de referência noutro,
usando como ponto neutro a carteira de mercado de equilíbrio.
Ele agrega as crenças específicas de um investidor à projeção de risco e retorno. Para isso,
utiliza-se a abordagem Bayesiana, uma combinação de informação a priori e a posteriori,
temos as crenças e também as expectativas em relação ao mercado e a possibilidade que
elas aconteçam na realidade.
Sendo a primeira a média ponderada dos desvios esperados. Essa primeira parte nos
apresenta a matriz de covariância do mercado, ou seja, pegamos o passado e multiplica-
mos pelo indicador escalar que é a medida da crença sobre as variâncias em relação ao
retorno de mercado. Basicamente, nos diz o quanto acreditamos que os retornos e varia-
ções do mercado são corretos. Quanto maior for o escalar, maior é a confiança no retorno.
Já a segunda parte envolve as convicções próprias. Por exemplo, se temos previsões sobre
3 papéis “P” é um vetor. Temos a convicção, os papéis e os vetores nessa parte. O investidor
não só tem a expectativa de retorno, mas também tem a expectativa sobre o desvio.
Pegaremos a variância estimada, multiplicada pela expectativa de mercado e somamos
a variância esperado pelo investidor e multiplicamos pelo vetor de previsões. Complexo,
não? Esse modelo requer um pouco mais de atenção, mesmo.
Exemplo:
599
Para a total compreensão, será necessário acompanhar todas as variações do exemplo
apresentadas em aula. Por aqui, colocaremos as assertivas necessárias como um bom
caminho para compreender as aulas.
Em aula também nos foi apresentado algumas possibilidades de cálculo feitas por meio
de uma planilha específica que estará disponível na plataforma, com ela conseguimos
analisar algumas variações desse cálculo.
Mais um exemplo:
Aqui veremos o modelo com três ativos e duas visões, mas apenas para a compreensão
de como o modelo funciona.
600
Quando colocamos ativos e visões se faz necessário introduzir vetores e matrizes e ainda
multiplicá-los. Esse modelo é mais complicado de se montar do que o modelo de Markowitz.
O método Monte Carlo é uma estratégia estocástica, e uma simulação virtual de um pro-
blema, visando obter uma distribuição de resultados para qualquer problema estatístico
que nós possamos ter.
Observação: utilizamos das informações da planilha para gerar uma nova série de dados
aleatórios para prever o futuro dos valores estocásticos. Porém, a visualização da planilha
e das variáveis apresentadas em aula se faz obrigatória para compreensão do conteúdo
dessa aula, pois não conseguimos abarcar todo o conteúdo numérico nesta transcrição.
Esse modelo surgiu no Projeto Manhattan a partir de observações de roletas e das anota-
ções dos números, com base nisso eles tentavam prever quais seriam os próximos números,
isso no caso de um cassino.
601
Basicamente, ele é utilizado em fundos de previdência abertos ou fechados, é o método
mais eficaz para eles. Mas aqui nós utilizaremos ele para os bancos, que o utilizam para a
alocação de ativos, pois de um lado os bancos possuem seus ativos e do outro lado temos
os depósitos e demandas dos clientes para cobrir. Um gestor de banco, nesse caso, utili-
zaria o ALM para otimizar sua carteira, mas mantendo a liquidez para cobrir os passivos.
Fundos, bancos e seguradoras utilizam desse método.
Exemplo:
Lembrando que ele corresponde ao ciclo apresentado no exemplo, onde é abarcado todo
o procedimento do ALM. Geralmente, o ALM, é utilizado por meio de ciclos, podendo ser
de seis meses, três meses etc.
Para bancos, por exemplo, o bom funcionamento do ALM é elementar para garantir o bom
funcionamento do sistema bancário quanto aos seus passivos.
A principal função do gestor dentro do ALM é equilibrar o risco de liquidez e o risco da taxa
de juros. Um problema de liquidez se dá quando tentamos vender os títulos e não encon-
tramos comprador. Já o risco da taxa de juros é o risco potencial de perda de investimentos
que resultam de uma mudança nas taxas de juros. Se as taxas de juros aumentarem, por
exemplo, o valor de um título ou outro investimento de renda fixa diminuirá. Via de regra,
o horizonte temporal precisará ser analisado e levado em conta na hora de equilibrar esses
dois riscos.
Por exemplo:
602
O gráfico representa entrada e saída de caixa, veja que é possível fazer o balanceamento
das entradas e saídas.
Seu objetivo é manter a relação de risco e retorno, dentro de uma estratégia de investi-
mentos. As principais razões de rebalanceamento são:
Um dos principais motivos é a mudança das circunstâncias da vida do investidor, tais como
ter um filho, mudar de emprego, mudar de carreira e de estado. Aquilo que muda drasti-
camente as circunstâncias tende a gerar a necessidade de um rebalanceamento por conta
desses eventos significativos.
603
Esse balanceamento ocorre quando os pesos de alocação de ativos se desviam material-
mente dos pesos da alocação estratégica devido a ganhos ou perdas não realizados em
cada classe de ativos.
Regular
Falamos da abordagem mais simples; A estratégia envolve simplesmente a análise da
composição de portfólio em períodos pré-determinados e o ajuste à alocação na frequ-
ência desejada. Avaliação mensais e trimestrais são mais adequadas, pois o rebalancea-
mento semanal seria extremamente custoso e o rebalanceamento anual afastaria muito
a alocação do portfólio da alocação estratégica original.
Percentual da Carteira
Aqui requer um acompanhamento mais criterioso, e envolve um cronograma de rebalan-
ceamento focado na composição permitida de cada ativo em classe ou ativo em um
portfólio. Cada ativo ou classe de ativos recebe um peso e uma faixa de tolerância
correspondente.
604
Exemplo:
O CPPI assume um fato; à medida que a riqueza do investidor aumenta, aumenta também
a tolerância ao risco. Outra coisa importante para se entender, é que para o investidor a
manutenção da reserva de segurança é condição básica.
Por exemplo, temos 300k para investir, iremos definir que 150k será o piso mínimo para
guardar de reserva de segurança e o restante buscaremos um portfólio com um rendi-
mento adicional. Definiremos a rentabilidade mínima esperada, qual o horizonte temporal
e, tamb ém , um multip lic ador f ixo do inve s timento, que s er á utilizado no
rebalanceamento.
Fórmulas:
605
Exemplo: no momento zero, o investimento total é de 300k, e o portfólio mínimo é de 150k,
sendo o multiplicador 1,5. Segundo a fórmula acima teremos, nesse caso, a alocação de
portfólio de risco em 225k.
Na alta teremos, outperform em Buy and Hold, underperform em Constant Mix e outper-
form em CPPI.
Na oscilação, será neutro em Buy and Hold, out perform em Constant Mix, e teremos under
perform em CPPI.
Na baixa, teremos outperform em Buy and Hold, underperform em Constant Mix e, por
fim, teremos outperform em CPPI.
ESTRATÉGIA DE REBALANCEAMENTO
DINÂMICO COM BUY AND HOLD
Por exemplo, suponhamos que tenhamos 60% de renda variável e 40% de renda fixa. A
606
renda variável cresce em 50% e a renda fixa em 10%, ou seja, se colocarmos 100 mil em
renda variável, teremos 90 mil e a renda fixa teremos 40 mil. Somados os valores, teremos
134 mil, que correspondem a 67% em renda variável e 33% em renda fixa. Quando nossa
estratégia é Buy and Hold, na prática já balanceamos, pois deixamos os ativos com maior
crescimento ser a maior parte da carteira.
⯀ Estratégia Ativa: tem como objetivo da gestão de recursos superar os retornos médios
do mercado de ações e aproveitar ao máximo a flutuação de preços de curto prazo.
Quem adota essa estratégia não acredita na hipótese dos mercados eficientes, pois
ela diz que os preços em qualquer momento estarão justos e incorporados por todas
as informações necessárias. Alocaremos aqui os ativos que acreditamos estarem
precificados de maneira errada, visando um futuro crescimento.
⯀ Estratégia Passiva: nós deixamos o dinheiro investido, basicamente um buy and hold.
Montamos a composição do portfólio e a taxa de risco e retorno esperado, eventual-
mente fazemos um rebalanceamento. Aqui reduzimos os custos tributários e de
transação, pois não há tantas movimentações.
Estratégia Semiativa: o investidor traça uma estratégia ativa sem um portfólio de referên-
cia. Desviamos do portfólio no esforço de ganhar um alpha de mercado, que é o excesso
de retorno com relação ao índice. Rebalanceamos as classes de ativos esperando obter
ganhos de curto prazo. Busca-se um desempenho superior sem incorrer em muitos riscos
adicionais.
607
Nós temos um exemplo de uma carteira com a alocação de ativos feita, determinado as
classes de ativos e suas proporções.
O investidor pode:
⯀ Vender ativos de renda fixa quando eles estão subindo e compra ativos de renda fixa
quando estão caindo;
⯀ Compra ativos de renda variável quando eles estão caindo e vende ativos de renda
variável quando eles estão subindo.
Basicamente, compramos na baixa e vendemos na alta em todo caso. Sem levar em conta
o motivo dessa alteração do mercado. Portanto, falamos de uma estratégia agressiva à
medida que a renda variável cai e mais defensivo à medida que ativos de renda variável
sobem.
608
Módulo 10
ÉTICA
Este capítulo trata sobre ética.
FINTECHS E SEUS SEGMENTOS
São organizações que se utilizam de inovações tecnológicas para trazer inovações para o
setor financeiro. Focam em negócios que permitam a escalabilidade e simplificação de
processos burocráticos.
⯀ Sociedades de crédito direto (SCD) são empresas que emprestam recursos próprios
e podem atuar nas áreas de seguros e análise de créditos.
⯀ Sociedade de empréstimo entre pessoas (SFP) realizam operações de empréstimo
entre si, sendo sua modalidade de rede a chamada Ponta-à-ponta, é uma forma dos
dois entes se encontrarem, quem empresta e quem recebe o empréstimo.
Essas são as formas que o Bacen entende que podem operar na modalidade de Fintechs,
servindo ainda, quase sempre, para os bancos digitais.
Bancos Digitais são bancos regulamentados pelo Banco Central e funcionam inteiramente
online, sem tarifas e manutenção de conta. Existe um universo todo dentro dessa moda-
lidade do setor bancário.
Outro segmento conhecido como Fintechs são os Meios de Pagamento, onde atua na área
de movimentação e transição financeira, por exemplo, o PicPay e PagSeguro. São inova-
ções dentro do sistema bancário, vale lembrar.
Empréstimos e Negociação de Dívidas (P2P Lending) que são empresas que intermediam
empréstimos ou financiamentos, colocando em contato direto o fiador e o credor.
Crowd Founding são plataformas de financiamento coletivo. Que buscam recursos para
executar um objetivo proposto. “Vaquinha” é um bom exemplo dessa modalidade de
Fintech de doação.
610
seguradora, oferecendo opções de seguro, taxas, e condições de pagamento.
Gerenciamento de Finanças são aplicativos de gestão financeira e são Fintechs bem popu-
lares no Brasil, auxiliando pessoas físicas e jurídicas. A principal do Brasil é a Conta Azul.
Nesse sistema de conexão, toda vez que uma transação é feita são aplicados protocolos
de validação. Aplicado ao sistema financeiro, ele funciona como um livro-razão contábil
(onde ficam registradas todas as transações contábeis de uma empresa). As atualizações
da DLT são feitas independentemente em cada nó e conduzidas por um algoritmo de
consenso (concordância entre os nós das conexões). As transações do tipo TED nos bancos
são confirmadas de maneira centralizada pelo banco. Na DTL essa confirmação é feita de
modo descentralizado por algoritmos de consenso.
611
Tipos de redes de conexão de informações
O modelo centralizado foi o que deu origem aos outros dois. Grandes empresas fazem uso
dele. Há um computador central e diversos computadores periféricos que dependem dele
para receber e enviar informações.
Por fim, no modelo que estudamos aqui, chamado de distribuídos, não há servidores.
Todas as unidades estão conectadas entre si. Existem vários caminhos para que a infor-
mação saia de um ponto A e chegue em um ponto B. Os nós mantêm as cópias de tran-
sações de maneira independente uns dos outros.
BLOCKCHAIN
A melhor tradução para o nome é “corrente de blocos de informação”. É um tipo de
Distributed Ledger Technology (DLT). Sua distribuição e gerenciamento é feito por redes
ponto-a-ponto. O que a diferencia das DLTs é que os dados são agrupados e armazenados
em blocos ligados entre si e protegidos por criptografia de entrada e saída.
O sistema cartorário mundial poderia ser completamente substituído por esta tecnologia
porque haveria um livro-razão completamente protegido contra adulterações registrando
todas as transações de um determinado setor. A tecnologia blockchain é famosa por ser
612
a usada no sistema de criação e registro de transações de criptomoedas.
REGULATORY TECHNOLOGY
Tecnologia que inova o controle e aperfeiçoamento dos processos regulatórios. Alguns
estudos indicam que este será um mercado de mais de 50 bilhões de dólares em 2025 e
tem tudo para se tornar um grande setor dentro das inovações tecnológicas. Utiliza a tec-
nologia da informação para aprimorar processos regulatórios. Esse tipo de produto coloca
ênfase no monitoramento regulatório. Atualmente já existem empresas que auxiliam
empresas seguradoras, por exemplo, a se enquadrarem dentro do arcabouço regulatório
do país em que se encontram.
613
De modo geral, esse é o funcionamento das empresas de regulação tecnológicas. O seg-
mento encontra-se em expansão e atua em variados setores do processo econômico.
SANDBOX REGULATÓRIO
É também um processo de regulação. Seu diferencial é que permite que algumas insti-
tuições autorizadas ou não autorizadas a funcionar pelo Banco Central consigam testar e
aprovar projetos inovadores com clientes reais sujeitos a requisitos regulatórios estabele-
cidos. Um outro ponto de destaque é que o sandbox regulatório busca entregar velocidade
à inovação. Os processos de autorização pelo BACEN são lentos e obviamente descarac-
terizam a inovação e sua principal qualidade: a velocidade.
Assim, o sandbox regulatório tem o objetivo de acelerar os processos sem que passe por
todas as etapas de autorização do BACEN. Tem pouca regulação e permite que as empre-
sas inovadoras promovam e testem projetos de maneira segura.
614
Os administradores e sócios dessas empresas devem estar enquadrados nas seguintes
exigências:
OPEN BANKING
Este não é necessariamente uma nova tecnologia, mas um conceito de funcionamento
do sistema bancário que por meio do Banco Central está sendo trazido ao Brasil. Alguns
países como a Inglaterra já aplicam essa inovação há vários anos. O open banking é um
sistema de compartilhamento de dados, produtos e serviços dos clientes pelo sistema
financeiro mediante autorização dos participantes. Inclui abertura e integração das plata-
formas de setores de bancos e de empresas tecnológicas do setor financeiro.
615
financeiros dos diferentes provedores.
O sistema PIX faz parte desse macrouniverso do sistema de open banking. Em suma, o
sistema relaciona-se ao compartilhamento de dados, de serviços (com publicação dos
custos de serviços disponibilizados pelas instituições financeiras), de dados cadastrais e
transacionais dos clientes e, por fim, relaciona-se também à integração dos serviços. O
sistema open banking é então um aparato regulatório que o Banco Central está encabe-
çando e entregando ao mercado para promover mudanças na estrutura do sistema finan-
ceiro nacional.
MACHINE LEARNING
Este é um conceito ligado à inteligência artificial. A melhor definição é a seguinte: trata-se
de um algoritmo que permite ao sistema central alterar seu comportamento tendo como
base a própria experiência com mínima interferência humana possível. As modificações,
baseadas em regras lógicas, permitem a melhoria de desempenho de uma tarefa ou da
tomada de decisões autônomas mais condizentes com o contexto.
Fazem uso do mecanismo “machine learning” grande parte dos aplicativos de geolocali-
zação, comércio eletrônico, redes sociais etc. Resumidamente, é a “máquina” aprendendo
com atividades recorrentes dos humanos de modo que possa, com o tempo, tomar deci-
sões de indicação ou sugestões de informações por conta própria. Essa tecnologia pode
sugerir a compra de automóveis, roupas, calçados ou adoção de uma rota alternativa para
o trabalho e por aí vai.
616
Os algoritmos aqui envolvidos costumam ser categorizados em supervisionados e não-
-supervisionados. Os primeiros são aqueles que aprendem com a experiência, classificação
e rotulação para a prevenção de eventos futuros. Os segundos são aqueles em que todas
as informações utilizadas no treinamento não são nem classificadas, nem rotuladas — a
máquina faz um trabalho mais individual e sem interferências diretas de aprendizagem
por parte dos humanos. Já o padrão semi-rotulado é algo entre os dois acima explicados:
há uma pequena quantidade de dados rotulados, e uma grande quantidade de informa-
ções não-rotuladas.
ALGO-TRADING
É uma forma de negociação que segue um conjunto de instruções pré-fixadas de forma
automatizada — essa tecnologia é também conhecida por “robôs de investimento ou robô
de trader”. Por seu um processo automático, atinge velocidade e frequência impossíveis
de serem batidas por operadores humanos, além de não conter influência emotiva nas
atividades de negociação. Quando as condições de mercado atingem os parâmetros
anteriormente sinalizados, os “robôs” executam as ordens de compra e venda com esta-
belecimento de metas, preço-alvo etc.
617
com pouca ou nenhuma supervisão humana. Baseiam-se em algoritmos que coletam
informações sobre investidores, situações financeiras, tendências de mercado, economia,
objetivos financeiros e, a partir desses dados, prestam consultoria ou investem diretamente
os ativos do cliente. Geralmente ajustam estratégias de indexação passiva partindo da
otimização por média-variância. Utilizam bigdatas e informações variadas do comporta-
mento dos investidores, inclusive com capacidade de aprendizagem por inteligência
artificial.
⯀ Configuração de contas;
⯀ Planejamento de metas;
⯀ Planejamento de aposentadorias;
⯀ Gerenciamento de portfólios;
⯀ Alocação de recursos de emergência;
⯀ Atendimento personalizado;
⯀ Educação financeira;
⯀ Baixas taxas de serviço.
O problema é que uma vez que uma conta é criada dentro dessa modalidade de investi-
mentos, há dificuldade por parte do investidor de opinar sobre as operações, visto que o
processo é totalmente automatizado.
ABORDAGENS QUANTITATIVAS
São maneiras especiais de atuação do mercado que se valem do uso de tecnologias con-
sagradas e inovadoras. As principais abordagens quantitativas resumem-se ao número
de quatro: high-frequency trading, robô-advisors, algo-trading e machine learning.
618
em que o merc ado apre s enta determinada s condiçõ e s pré - determinada s
algoritmicamente.
619
Módulo 11
ÉTICA e autorregulação
Este capítulo trata sobre ética aplicada aos
profissionais de investimento..
PRINCÍPIOS GERAIS DE ÉTICA APLICADA A
PROFISSIONAIS DE INVESTIMENTOS
Ética profissional é o conjunto de normas éticas que formam a consciência do profissional
e representam imperativos em sua conduta. É aquilo que o profissional em si, segue e que
formam sua conduta ao longo do tempo.
Diferente das leis que também podem ser interpretadas, os códigos de ética são mais
abstratos ainda. Ou seja, há de haver uma interpretação das intenções daquele que even-
tualmente violou, como se deu aquela violação.
O código de ética é um regulamento escrito, a ética profissional não está escrita, é a cons-
ciência do profissional.
Dito isso, nós vamos ver quais são os princípios gerais de ética aplicada a profissionais de
investimentos.
I - exercer suas atividades com boa fé, transparência, diligência e lealdade, colocando os
interesses de seus clientes acima dos seus;
III - cumprir fielmente o contrato firmado com o cliente, prévia e obrigatoriamente por
escrito, o qual deve conter as características dos serviços a serem prestados, dentre as
quais se incluem:
621
⯀ informações sobre outras atividades que o próprio consultor exerça e os potenciais
conflitos de interesses existentes entre tais atividades e a consultoria de valores
mobiliários;
⯀ informações sobre as atividades exercidas por sociedades controladoras, controladas,
coligadas e sob controle comum ao consultor e os potenciais clientes conflitos de
interesse existentes entre tais atividades e a consultoria de valores mobiliários;
⯀ quando aplicável, os riscos inerentes aos diversos tipos de operações com valores
mobiliários nos mercados de bolsa, de balcão, nos mercados de liquidação futura,
explicitando que a aplicação em derivativos pode resultar em perdas superiores ao
investimento realizada e nas operações de empréstimos de ações;
⯀ o conteúdo e a periodicidade das informações a serem prestadas ao cliente;
⯀ informação a respeito da abrangência dos serviços prestados, indicando os mercados
e tipos de valores mobiliários abrangidos; e
⯀ procedimento a ser seguido caso um conflito de interesse, mesmo que potencial,
surja após a celebração do contrato, incluindo prazo para notificação do cliente.
IV - evitar práticas que possam ferir a relação fiduciária mantida com seus clientes;
VII - transferir ao cliente qualquer benefício ou vantagem que possa alcançar em decor-
rência da sua condição de consultor de valores mobiliários, exceto na hipótese do § 1º do
art. 17:
VIII - suprir seus clientes com informações e documentos relativos aos serviços prestados
na forma e prazos estabelecidos.
VII - suprir seus clientes com informações e documentos relativos aos serviços prestados
na forma e prazos estabelecidos em suas regras internas;
IX - suprir seus clientes com informações sobre os riscos envolvidos nas operações
recomendadas;
X - prestar as informações que lhe forem solicitadas pelo cliente, pertinentes aos funda-
mentos das recomendações de investimento realizadas;
622
ficação; e
VI. Associada ou Filiada: instituição que se associa à Anbima e passa a ter vínculo associa-
tivo, ficando sujeita a todas as regras de autorregulação da Associação;
VIII. Banco de dados: conjunto de informações cadastrais enviadas para a ANBIMA pelas
Instituições Participantes que são armazenadas de forma estruturada;
623
IX. Canais Digitais: canais digitais ou eletrônicos utilizados na Distribuição de Produtos de
Investimento, que servem como instrumentos remotos, não possuindo contato presencial
entre a Instituição Participante e o investidor ou potencial investidor.
XIII. Código dos Processos: Código ANBIMA dos Processos de Regulação e Melhores Práticas
que dispõe sobre a condução de processos sancionadores para a apuração de descum-
primento às regras estabelecidas nos Códigos de Regulação e Melhores Práticas ANBIMA;
(ii) atividades acessórias oferecidas aos investidores, tais como manutenção do portfólio
de investimentos e fornecimento de informações periódicas acerca dos investimentos
realizados.
624
XIX. Gestão de Recursos de Terceiros: gestão profissional dos ativos financeiros integrantes
da carteira dos veículos de investimento, desempenhada por pessoa física ou jurídica
autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários;
XX. Gestão de Recursos de Terceiros: gestão profissional dos ativos financeiros integrantes
da carteira dos Veículos de Investimento, desempenha por pessoa jurídica autorizada pela
Comissão de Valores Mobiliários;
XXVI. Profissional Aprovado: aquele que atingir o índice mínimo estabelecido para apro-
vação no exame de certificação e que não estiver vinculado a nenhuma Instituição
Participante;
XXVII. Profissional Certificado: aquele que atingir o índice mínimo estabelecido para apro-
vação no exame de certificação e que, cumulativamente, estiver vinculado a uma Instituição
Participante;
XXIX. Regulação: normas legais e infralegais que dispõem sobre assuntos vinculados ao
mercado financeiro e de capitais.
625
compromete-se perante a ANBIMA a cessar e corrigir os indícios de irregularidades que
tenha cometido em face do Código de Certificação; e
Capítulo II
Art. 2º O presente Código tem como objetivo estabelecer princípios e normas para eleva-
ção e capacitação técnica dos profissionais das Instituições Participantes que desempe-
nham as Atividades Elegíveis.
Art 3° Este Código se destina aos bancos múltiplos, bancos comerciais, bancos de inves-
timentos, bancos de dese, sociedades corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobi-
liários, Administradores Fiduciários e Gestores de Recursos Terceiros.
§ 1º. A observância das normas deste Código é obrigatória para as Instituições Participantes.
§ 2º. As instituições participantes devem assegurar que o presente Código seja também
observado por todos os integrantes de seu Conglomerado ou Grupo Econômico que este-
jam autorizados no Brasil a desempenhar as atividades elegíveis.
§ 3º. A obrigação prevista no caput não implica o reconhecimento, por parte das Instituições
Participantes, da existência de qualquer modalidade de assunção, transferência de res-
ponsabilidade, ou solidariedade entre estes integrantes, embora todas as referidas enti-
dades estejam sujeitas às regras e princípios estabelecidos pelo presente Código.
Parágrafo único: O presente Código não se sobrepõe à Regulação vigente, ainda que
venham a ser editadas normas, após o início da sua vigência, que sejam contrárias às dis-
posições ora trazidas, devendo ser desconsiderada, caso haja contradição entre as regras
626
estabelecidas neste Código e a Regulação, a respectiva disposição deste Código, sem
prejuízo das demais regras nele contidas.
Capítulo III
Art. 6º As Instituições Participantes e seus profissionais devem:
II. Exercer suas atividades com boa fé, transparência, diligência, idoneidade e lealdade em
relação aos investidores;
III.Cumprir com todas as suas obrigações, devendo empregar, no exercício de suas ativi-
dades, o cuidado que toda pessoa prudente e diligente costuma dispensar à administração
de seus próprios negócios, respondendo por quaisquer infrações ou irregularidades que
venham a ser cometidas;
V.Evitar quaisquer práticas que infrinjam ou estejam em conflito com as regras e princípios
contidos neste Código, na Regulação e/ou nas demais regras estabelecidas pela Anbima:
VII. Ser diligentes e não contribuir para a veiculação ou circulação de notícias ou informa-
ções inverídicas ou imprecisas sobre o mercado financeiro e de capitais;
IX. Zelar para que não sejam dadas informações imprecisas a respeito das atividades que
é capaz de prestar, bem como com a relação a suas qualificações, seus títulos acadêmicos
e experiência profissional.
Art. 7º As Instituições Participantes devem assegurar que seus profissionais não tenham:
627
pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar ou pela Superintendência
de Seguros Privados;
Sofrido punição definitiva, nos últimos cinco anos, em decorrência de sua atuação como
administrador ou membro de conselho fiscal de entidade sujeita ao controle e fiscalização
dos órgãos reguladores mencionados anteriormente.
Art. 29 - A CGA é destinada aos profissionais que atuam na Gestão profissional de Recursos
de Terceiros, conforme regulação da Comissão de Valores Mobiliários.
Parágrafo único: Para fins deste Código, estão abarcados pelo caput todos os profissionais
que atuam na Gestão de Recursos de Terceiros e que têm alçada/poder discricionário de
investimento (compra e venda) dos ativos financeiros integrantes das carteiras dos veículos
de investimento.
Art. 31. Os profissionais com certificação válida emitida pelo CFA Institute USA, poderão
obter a CGA, a partir da aprovação em exame específico a ser divulgado pela Anbima,
estando sujeitos, a partir dessa aprovação, ao disposto neste Código.
628
Art. 32. As Instituições Participantes devem assegurar que os profissionais que exerçam a
Gestão de Recursos de Terceiros cumpram com o disposto no Código ANBIMA de Regulação
e Melhores Práticas para a Administração de Recursos de Terceiros.
§ 1º As seguintes Ofertas Públicas não estão sujeitas às disposições deste Código e estão
automaticamente dispensadas de registro na ANBIMA, salvo se tais ofertas utilizarem o
prospecto, caso em que serão aplicáveis as disposições do presente Código:
I - As Ofertas Públicas de valores mobiliários distribuídas com esforços restritos, nos termos
da regulamentação em vigor, observado o parágrafo 3º abaixo;
III - As Ofertas Públicas de que trata a Instrução CVM Nº 286/98 que dispõe sobre alienação
de ações de propriedade de pessoas jurídicas de direito público e de entidades controladas
direta ou indiretamente pelo Poder Público e dispensa os registros de que tratam os arti-
gos 19 e 21 da Lei 6.385, nos casos que especifica; e
§3º Sem prejuízo do disposto no parágrafo primeiro acima, deverão ser registradas na
629
ANBIMA, as Ofertas Públicas de ações distribuídas com esforços restritos (ofertas públicas
de ações com esforços restritos), conforme regulamentação em vigor.
Art. 2º - Para fins deste Código são consideradas instituições participantes as instituições
filiadas à ANBIMA - Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de
Capitais que exercem a atividade de intermediação de Ofertas Públicas de distribuição
primária ou secundária de valores mobiliários correspondentes (Atividades), bem como as
instituições que, embora não filiadas, exercem as atividades e venham expressamente a
aderir a este Código.
Art 4º - As instituições participantes devem assegurar que o presente Código seja também
observado por todos os integrantes do seu conglomerado ou grupo economico, que este-
jam autorizados no Brasil a desempenhar qualquer das atividades prevista neste Código.
Tal obrigação não implica no reconhecimento, por parte das instituições participantes, da
existência de qualquer modalidade de assunção, solidariedade ou transferência de res-
ponsabilidade entre esses integrantes. Entretanto, todas as referidas entidades estarão
sujeitas às regras e princípios estabelecidos pelo presente Código.
630
§ 1º: Para os fins previstos neste artigo, considera-se pertencente ao mesmo conglomerado
ou grupo econômico qualquer sociedade controlada, controladora ou sob controle comum
das instituições participantes.
§ 2º Caso a instituição participante não associada à ANBIMA queira cancelar sua adesão
ao presente Código, deverá solicitá-la por meio de carta dirigida ao Presidente do Conselho
de Regulação e Melhores Práticas. Tal pedido somente será deferido no caso de a institui-
ção participante não possuir qualquer obrigação pendente com a ANBIMA, inclusive
oriunda de processos conduzidos no âmbito de suas atividades de regulação e melhores
práticas.
Evitar quaisquer práticas que infrinjam ou estejam em conflito com as regras e princípios
contidos neste Código, na legislação pertinente e/ou nas demais normas estabelecidas
pela ANBIMA;
Buscar desenvolver suas atividades com vistas a incentivar o mercado secundário de valo-
res mobiliários, respeitadas as características de cada Oferta Pública.
631
Capítulo IV
Art 7º - No exercício de suas Atividades, as instituições participantes devem:
I. Zelar pela veracidade e precisão das informações incluídas nos documentos da Oferta
Pública;
III. Disponibilizar informações claras, precisas e suficientes sobre a Oferta Pública, a emis-
sora e/ou ofertantes, se for o caso.
VII. Participar apenas de Ofertas Públicas de debêntures cujos Agentes Fiduciários sejam
instituições participantes;
VIII. Identificar a instituição participante que atuará como líder da distribuição ou aquisição
(coordenador líder), nos termos da regulamentação da CVM;
X. Enviar à ANBIMA cópia da carta conforto e/ou manifestação escrita dos auditores inde-
pendentes da emissora acerca da consistência das informações financeiras constantes do
prospecto e/ou do formulário de referência, relativas às demonstrações financeiras publi-
632
cadas da emissora;
XI. Informar à ANBIMA se possui parecer legal dos advogados contratados para assessorar
a instituição participante da Oferta Pública sobre a consistência das informações fornecidas
no prospecto ou no memorando de Ofertas públicas de ações com esforços restritos
(memorando) (conforme modelo disponibilizado pela ANBIMA) em relação ao formulário
de referência analisado durante o procedimento de diligência legal na emissora; e
XII. Estimular a contratação, pela emissora e/ou ofertantes, de instituição para desenvolver
atividade de formador de mercado.
§1º As instituições participantes devem fazer com que conste das publicações e/ou divul-
gações da Oferta Pública, em destaque, a adesão da emissora às Práticas de Governança
Corporativa da BM&FBOVESPA ou, fazer constar de igual forma, o comprometimento de
fazê-lo por meio de contrato de colocação e distribuição contendo cláusula, por parte das
emissoras, de adesão a estas práticas no prazo previsto no inciso IX do caput deste artigo
§3º As instituições participantes podem, observado o disposto no artigo 33, inciso VI deste
Código, solicitar a dispensa do inciso IX do caput, desde que apresentadas as devidas
justificativas.
§ 4º Caso não sejam obtidas as manifestações indicadas nos incisos X e XI acima, as insti-
tuições participantes devem fazer constar do prospecto sem mitigação, a informação de
que tais manifestações não foram obtidas. Para os casos de Ofertas Públicas de ações
distribuídas com esforços restritos, às instituições participantes devem fazer constar do
memorando, a informação sobre a não obtenção da manifestação indicada no inciso XI.
633
§ 7º As instituições participantes que atuarem na qualidade de coordenadores devem fazer
menção do Agente Fiduciário nos documentos da Oferta, incluindo, no mínimo, as seguin-
tes informações: (i) denominação social; (ii) inscrição no CNPJ; (iii) endereço; (iv) telefone;
(v) home page; e (vi) e-mail da área responsável por atender os debenturistas e/ou
investidores.
Capítulo VII
Art. 14 - É obrigatória a veiculação da logomarca da Anbima, acompanhada de texto obri-
gatório (Selo ANBIMA), na forma prevista no artigo 15, utilizada para demonstração do
compromisso das instituições participantes com os cumpimento e observância das dis-
posições do presente Código, nos documento a seguir listados da Oferta Pública:
⯀ Prospecto;
⯀ Lâmina para Nota Promissória, conforme modelo disponibilizado pela ANBIMA;
⯀ Memorando, conforme modelo disponibilizado pela ANBIMA;
⯀ Avisos ao mercado;
⯀ Comunicados ao mercado;
⯀ Anúncio de início de distribuição;
⯀ Anúncio de encerramento de distribuição; e
⯀ Edital de Oferta Pública de Aquisição de Ações - OPA.
Art. 15 - A veiculação do Selo ANBIMA tem por finalidade exclusiva demonstrar o compro-
misso das instituições participantes em atender às disposições do presente Código, não
cabendo qualquer responsabilidade à ANBIMA pelas informações constantes dos referidos
documentos relativos às Ofertas Públicas, bem como pela qualidade da emissora e/ou
ofertantes, das instituições participantes e/ou dos valores mobiliários objeto da Oferta
Pública.
Paragrafo unico - O selo ANBIMA será composto pela logomarca da ANBIMA acompa-
nhada do seguinte texto:
“A (O) presente oferta pública (programa) foi elaborada(o) de acordo com as normas de
Regulação e Melhores Práticas para as Ofertas Públicas´de Distribuição e Aquisição de
634
Valores Mobiliários. O registro ou análise prévia da presente Oferta Pública não implica,
por parte da ANBIMA, garantia da veracidade das informações prestadas ou julgamento
sobre a qualidade da companhia emissora do(s) ofertantes(s), das instituições participantes,
bem como sobre os valores mobiliários a serem distribuídos. Este selo não implica reco-
mendação de investimento.”
Art. 16 - A imposição das penalidades previstas no presente Código será dispensada se for
reeditada a publicação e/ou divulgação, conforme o caso, com as devidas correções, até
o 2º dia útil da publicação e/ou divulgação errada, com os mesmos padrões e através de
meios ao menos iguais ou utilizados para a publicação e/ou divulgação original.
Capítulo VIII
Art. 17 - As peças publicitárias sobre Ofertas Públicas deverão ser obrigatoriamente veicu-
ladas com o selo previsto no artigo 18 abaixo (Selo Publicidade)
§ 1º Não se confunde o Selo de Publicidade disciplinado neste Capítulo com Selo ANBIMA
previsto no capítulo VII acima.
§ 2° Para os fins deste Código, entende-se por peça publicitária toda forma de comunica-
ção sobre Ofertas Públicas e/ou Programa de Distribuição feita a investidores ou potenciais
investidores, pelas instituições participantes e/ou pela emissora ou ofertantes, de forma
impessoal e insdiscriminada, desde que tal comunicação seja fruto de uma estratégia
mercadológica e realizada com objetivo comercial (Publicidade). São exemplos de Publicidade,
sem limitação, quaisquer materiais publicados ou elaborados para uso em mídia pública,
tais como jornais, revistas, internet e similares, ou materiais disponibilizados para o público
em geral por meio de agências, outros locais públicos, mala direta ou demais materiais de
publicidade.
635
⯀ Informações que atendam a solicitações específicas de determinado investidor;
⯀ Materiais de cunho estritamente jornalístico, inclusive entrevistas, divulgadas em
quaisquer meios de comunicação;
⯀ Anúncios em qualquer mídia pública que não tratem de Oferta Pública ou Programa
de Distribuição específicos, ou que tratem de Oferta Pública ou Programa de
Distribuição já concluídos; e
⯀ Documentos de suporte a apresentações oferecidas a investidores (material road
show)
Art. 1 - O Selo de Publicidade composto pela logomarca da ANBIMA deverá conter o seguinte
texto:
“A(O) presente oferta pública (programa) foi elaborada(o) de acordo com as normas de
Regulação e Melhores Práticas para as Ofertas Públicas de Distribuição e Aquisição de
Valores Mobiliários.
Art. 19 - As instituições participantes devem assegurar que toda Publicidade veiculada pela
emissora e/ou ofertantes inclua o Selo de Publicidade, exceto aquelas veiculadas em rádio
e/ou televisão.
636
zada pela Comissão de Valores Mobiliários;
Ativos Imobiliários: quaisquer ativos pelos quais ocorra a participação dos Fundos
de Investimento Imobiliários nos empreendimentos imobiliários permitidos pela Regulação
aplicável;
637
Cessão de Direitos Creditórios: a transferência pelo Cedente, credor originário ou
não, de seus Direitos Creditórios para o Fundo de Investimento em Direitos Creditórios,
mantendo-se inalterados os restantes elementos da relação obrigacional;
638
terceiro, em que os riscos de exposição à variação do fluxo de caixa do ativo permaneçam
com o Cedente ou terceiro;
639
578, de 30 de agosto de 2016, e suas alterações posteriores;
ICVM 588: Instrução CVM n° 558, de 26 de março de 2015, e suas alterações poste-
riores, que dispõe sobre o exercício profissional de administração de carteiras de valores
mobiliários;
640
Instituições Participantes por qualquer meio de comunicação disponível, que seja desti-
nado a investidores ou potenciais investidores com o objetivo de dar suporte técnico a
uma decisão de investimento, devendo conter, no mínimo, as informações previstas no
artigo 24 do anexo I desse Código;
Capítulo II
Art. 3° Este Código se destina às instituições que desempenham o exercício profissional
de Administração Fiduciária, Gestão de Recursos de Terceiros e Gestão de Patrimônio
Financeiro de Veículos de Investimento.
641
estejam autorizados, no Brasil, a desempenhar o exercício profissional de Administração
Fiduciária, Gestão de Recursos de Terceiros e Gestão de Patrimônio Financeiro.
§ 3º A obrigação prevista no parágrafo acima não implica o reconhecimento, por parte das
Instituições Participantes, da existência de qualquer modalidade de assunção, solidarie-
dade ou transferência de responsabilidade entre estes integrantes, embora todas as refe-
ridas entidades estejam sujeitas às regras e princípios estabelecidos pelo presente Código.
⯀ Clubes de Investimento e FIP, sendo esse último autorregulado pelo Código ABVCAP/
ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas;
⯀ Gestores de Recursos, suja instituição tenha sido dispensada nos termos da Deliberação
CVM n° 764 de 4 de abril de 2017;
⯀ Gestores de Recursos de Terceiros Pessoa Física; e
⯀ Fundos de Investimento cujo patrimônio líquido seja composto, exclusivamente, por
recursos próprios do Gestor de Recursos ou, no caso de instituições financeiras, de
seu Conglomerado ou Grupo Econômico, de acordo com a dispensa concedida pelo
regulador a cada instituição.
Parágrafo único: O presente Código não se sobrepõe à Regulação vigente, ainda que
venham a ser editadas normas, após o início de sua vigência, que não sejam contrárias às
disposições ora trazidas, de maneira que deve ser desconsiderada, caso haja condição
entre as regras estabelecidas neste Código e a Regulação em vigor, a respectiva disposição
deste Código, sem prejuízo das demais regras nele contidas.
Capítulo IV
Art. 6º As Instituições Participantes devem:
642
II. Cumprir todas as suas obrigações, devendo empregar, no exercício de suas atividades,
o cuidado que toda pessoa prudente e diligente costuma dispensar à administração de
seus próprios negócios, respondendo por quaisquer infrações ou irregularidades que
venham a ser cometidas;
III. Nortear a prestação das atividades pelos princípios de liberdade de iniciativa e da livre
concorrência, evitando a adoção de práticas caracterizadoras de concorrência desleal e/
ou de condições não equitativas, respeitando os princípios de livre negociação.
IV. Evitar quaisquer práticas que infrinjam ou estejam em conflito com as regras e princí-
pios contidos neste Código e na Regulação em vigor;
VI. Evitar práticas que possam vir a prejudicar a Administração de Recursos de Terceiros e
seus participantes, especialmente no que tange aos deveres e direitos relacionados às
atribuições específicas de cada uma das Instituições Participantes estabelecidas em con-
tratos, regulamentos, neste Código e na Regulação vigente;
VII. Envidar os melhores esforços para que todos os profissionais que desempenham fun-
ções ligadas à Administração de Recursos de Terceiros atuem com imparcialidade e
conheçam o código de ética da Instituição Participante e as normas aplicáveis à sua
atividade;
IX. Evitar práticas que possam ferir a Relação Fiduciária mantida com os investidores.
X. Desempenhar suas atribuições buscando atender aos objetivos descritos nos Documentos
dos Veículos de Investimento e na Regulação em vigor, bem como promover a divulgação
de informação a eles relacionadas, inclusive no que diz respeito à remuneração por seus
serviços, visando sempre ao fácil e correto entendimento por parte dos investidores; e
XI. Transferir ao Veículo de Investimento qualquer benefício ou vantagem que possa alcan-
çar em decorrência de sua condição como Administrador Fiduciário, Gestor de Recursos
e/ou Gestor de Patrimônio, observada a exceção prevista na norma específica de Fundos.
643
Parágrafo único. São evidências de implementação inadequada das regras e procedi-
mentos estabelecidos neste Código:
Art. 8° É vedado, nos casos dos Fundos de Investimento em cotas de Fundos de Investimento
que invistam mais de 95% de seu patrimônio em um único Fundo, a utilização de qualquer
instituto jurídico ou estrutura de produto cuja implicação econômica, de forma direta ou
indireta, resulte em desconto, abatimento ou redução artificial de taxa de administração,
performance e/ou qualquer outra taxa que venha a ser cobrada pela indústria de Fundos
de Investimento.
644
c. Processo adotado para tratar as não conformidades e ressalvas identificadas.
§2º. Em seu processo de contratação de terceiros, a Instituição Participante deve exigir que
o terceiro contratado, para desempenhar a atividade de Distribuição de Produtos de
Investimento, responda ao questionário ANBIMA de Due Diligence para Distribuição de
Produtos de Investimento, conforme modelo disponibilizado pela Associação em seu site
na internet, sem prejuízo da solicitação de informações adicionais a critério da Instituição
Participante.
§4º O processo de contratação e supervisão do terceiro deve ser efetuado visando o melhor
interesse dos Fundos de Investimento, em especial nos casos em que haja ligação direta
ou indireta entre o contratado e demais prestadores de serviços, ou serviços, ou investi-
dores na hipótese de potenciais conflitos de interesse.
§5º As Instituições Participantes devem, para cumprimento das exigências previstas neste
artigo, observar o porte da empresa contratada, o volume de transações, bem como a
criticidade da atividade, buscando agir com razoabilidade e bom senso.
§7º Estão dispensadas da obrigatoriedade prevista neste artigo as empresas que perten-
çam ao mesmo Conglomerado ou Grupo Econômico da Instituição Participante, desde
que observado o disposto no parágrafo anterior.
Art. 19. A contratação de terceiros deve ser formalizada em contrato escrito e deve prever,
no mínimo:
II. A relação e as características dos serviços que serão contratados e exercidos por cada
uma das partes;
645
III. A obrigação de cumprir suas atividades em conformidade com as disposições previstas
neste Código e na Regulação em vigor específica, no que aplicável, para cada tipo de
Fundos de Investimento; e
IV. Que os terceiros contratados devem, no limite de suas atividades, deixar à disposição
do Administrador Fiduciário todos os documentos e informações exigidos pela Regulação
em vigor que sejam necessários para a elaboração de documentos e informes periódicos
obrigatórios, salvo aqueles considerados confidenciais, nos termos da Regulação em vigor.
Os demais prestadores de serviços que tiverem suas atividades autorregulados pela ANBIMA
e não forem Associados ou Aderentes aos Códigos ANBIMA devem, obrigatoriamente, ser
classificados como de alto risco e ser supervisionados, no mínimo, a cada 12 meses, nos
termos do parágrafo único do artigo 23 este Código.
§1° A classificação de que trata o inciso III do caput deve ser realizada apenas nas hipóteses
de contratação de terceiros em nome dos Fundos de Investimento que possuem suas
atividades autorreguladas pela ANBIMA.
646
Seção III - Contratação de Terceiros
pelo Gestor de Recursos
Art. 22 O Gestor de Recursos, ao contratar em nome dos Fundos as Corretoras de Títulos
e Valores e as Corretoras de Câmbio (“Corretoras”) deve observar o disposto da seção I
deste capítulo, e estabelecer no documento previsto no parágrafo 1° do artigo 18 deste
Código, no mínimo:
Critérios adotados para a escolha das Corretoras que busquem o melhor interesse para os
investidores; e
Como será dado aos investidores transparência sobre os eventuais recebimentos de ser-
viços adicionais fornecidos pelas Corretoras em razão de sua contratação e
relacionamento.
⯀ Classificação dos terceiros contratados por grau de risco, indicando os critérios utili-
zados para esta classificação, segmentando-os em baixo, médio e alto risco;
⯀ Descrição de como serão realizadas as supervisões para cada segmento, de baixo,
médio e alto risco, e sua periodicidade, que não poderá ser superior a 36 meses; e
⯀ Previsão de reavaliação tempestiva dos terceiros contratados, na ocorrência de qual-
quer fato novo, ou alteração significativa que a critério da Instituição Participante
justifique a referida reavaliação.
Art. 24 A Instituição Participante que contratar terceiros não Associados ou Aderentes deve,
além de classificá-los em sua metodologia como de alto risco, nos termos do inciso II do
artigo 21 deste Código, adotar, para esses prestadores, critérios adicionais para
supervisão.
647
Capítulo VII
Art. 25 A Administração Fiduciária compreende o conjunto de serviços relacionados direta
ou indiretamente ao funcionamento e à manutenção dos Fundos de Investimento, devendo
o Administrador Fiduciário fazê-lo de acordo com o disposto neste Código e na Regulação
vigente.
IV. Supervisão dos limites de investimento das carteiras dos Fundos, nos termos da seção
II deste capítulo;
VI. Gestão do risco de liquidez, que deve ser feita em conjunto com o Gestor de Recursos,
nos termos da Regulação vigente e conforme o previsto no contrato de prestação de
serviço.
648
Investimento com no máximo uma dia útil de defasagem.
§2° Caso haja desenquadramento aos limites de investimento das carteiras dos Fundos
nos termos do caput, o Administrador Fiduciários deve formalizá-lo ao Gestor de Recursos
para que este informe detalhadamente o motivo que o ensejou, assim como o plano de
ação com o prazo para o reenquadramento.
Art.28 Caso haja desenquadramento aos limites de investimentos permitidos pela carteira
dos Fundos, o Administrador Fiduciário deve avaliar se este desenquadramento pode
afetar a condição tributário dos investidores ou se é fator determinante na decisão de
investimento de potenciais investidores ou desinvestimento de investidores atuais.
§2° Nos casos em que o desenquadramento tenha ocorrido em razão de fatores exógenos
e alheios à vontade do Gestor de Recursos, e/ou não caiba o uso das situações previstas
na Regulação vigente (liquidação, incorporação), o Administrador Fiduciário deve, além
de decidir pelas medidas previstas no parágrafo acima, atualizar, semestralmente, os
investimentos a respeito da situação do desenquadramento e da evolução do plano de
ação apresentado, por meio de assembleia ou qualquer outro meio de comunicação pre-
visto no regulamento do Fundo.
649
avaliação, pela instituição que irá receber o Fundo, para identificação de possíveis
desenquadramentos.
Art. 9° O Administrador Fiduciário do Fundo 555 aberto que não seja destinado exclusiva-
mente a investidores qualificados deve elaborar lâmina de informações essenciais na forma
do disposto na Regulação vigente.
650
Parágrafo único: Cabe à Diretoria regulamentar as regras e procedimentos referentes à
elaboração da escala de risco para a lâmina de informações essenciais.
Parágrafo único: A gestão do risco de liquidez deve ser aplicada a todos os ativos finan-
ceiros integrantes da carteira de investimentos dos Fundos 555 abertos.
III. Procedimentos adotados para controlar os limites de crédito por emissor aprovados
nas carteiras de investimento, respeitando os respectivos regulamentos dos Fundos 555;
e
§1º. A estrutura organizacional do Gestor de Recursos deve ser compatível com a natureza
e com a complexidade das operações de crédito que se pretenda adquirir para as carteiras
dos Fundos geridos.
§2º. Sem prejuízo de sua responsabilidade, o Gestor de Recursos pode contratar terceiros
para auxiliar na avaliação ou no acompanhamento do crédito privado dos Fundos 555,
651
devendo realizar, para esta contratação, prévia e criteriosa análise e seleção dos
contratados.
§3º. A gestão dos Ativos de Crédito Privado integrantes da carteira dos Fundos 555 não
pode ser terceirizada, conforme previsto no capítulo VIII do Código.
§4º. O documento de que trata o caput deve ser revisto de forma periódica e, sempreque
as condições, ambiente e pressupostos nos quais ele se baseia se alterarem de forma
significativa e relevante, seu conteúdo deve ser readequado.
Art. 13. Sem prejuízo de suas responsabilidade, o Gestor de Recursos pode constituir comitê
ou organismo de crédito que seja responsável por aprovar as aquisições e monitoramento
de ativos de crédito para os Fundos 555.
Parágrafo único. Caso seja instaurado, o comitê ou organismo de que trata o caput deve:
Art. 14. O Gestor de Recursos, ao adquirir crédito privado para os Fundos 555 sob sua ges-
tão, deve, no mínimo:
II. Avaliar a capacidade de pagamento do devedor e/ou de suas controladas, bem como a
qualidade das garantias envolvidas, caso existam;
III. Definir limites para investimento em Ativos de Crédito Privado, tanto para os Fundos
555 quanto para o Gestor de Recursos (instituição gestora/pessoa jurídica), quando apli-
cável, e para emissores ou contrapartes com características semelhantes;
652
VI. Observar, em operações envolvendo empresas do Conglomerado ou Grupo Econômico
do Gestor de Recursos e/ou do Administrador Fiduciário do Fundo 555, os mesmos critérios
utilizados em operações com terceiros, mantendo documentação de forma a comprovar
a realização das operações em bases equitativas e livre de conflitos de interesse; e
VII. Investir em Ativos de Crédito Privado apenas de emissores pessoas jurídicas que tenham
suas demonstrações financeiras auditadas, anualmente, por auditor independente auto-
rizado pela Comissão de Valores Mobiliários e/ou Banco Central do Brasil.
§1º. Sem prejuízo do disposto no inciso VII acima, o Gestor de Recursos pode investir em
Ativos de Crédito Privado de empresas que não tenham suas demonstrações financeiras
auditadas em razão de terem sido constituídas em prazo inferior a um ano, desde que seja
diligente e que o ativo contenha cláusula de vencimento antecipado para execução, caso
não obtenha as demonstrações financeiras da empresa auditadas após um ano de
constituição.
§2º. Excetua-se da observância do disposto no inciso VII do caput o ativo de crédito privado
que conte com:
§3º. O Gestor de Recursos deve realizar, nas hipóteses previstas no parágrafo 2º acima, os
mesmos procedimentos de análise de risco de crédito descritos nesta seção para a empresa
seguradora, fiadora ou avalista da operação.
Art. 17. O Gestor de Recursos deve implementar e manter processo de monitoramento dos
Ativos de Crédito Privado adquiridos de modo a acompanhar os riscos envolvidos na ope-
ração, bem como a qualidade e capacidade de adimplemento do crédito e de execução
das garantias enquanto o ativo permanecer na carteira de investimento do Fundo 555.
653
Art. 18. O Gestor de Recursos deve avaliar periodicamente a qualidade de crédito dos prin-
cipais devedores/emissores dos ativos de crédito adquiridos pelos Fundos 555, com perio-
dicidade de revisão proporcional à qualidade de crédito - quanto pior a qualidade, mais
curto deve ser o intervalo entre as reavaliações - e/ou à relevância do crédito para a carteira,
sendo necessário documentar todas as reavaliações realizadas.
Parágrafo único. As avaliações de que trata o caput devem ser formalizadas e ficar dis-
poníveis para o Administrador Fiduciário e para a ANBIMA, sempre que solicitadas, pelos
prazos previstos neste Código e na Regulação vigente.
Capítulo VIII
Art. 31 A Gestão de Recursos de Terceiros consiste na gestão profissional dos ativos finan-
ceiros integrantes das carteiras dos Veículos de Investimento, nos termos estabelecidos
nos Documentos dos Veículos de Investimento, neste Código e na Regulação vigente.
§1° A gestão dos Veículos de Investimento deve ser exercida por profissional devidamente
habilitado e autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários para o exercício da atividade
de Gestão de Recursos de Terceiros, ressalvado o disposto no parágrafo 4° do artigo 3°
deste Código.
654
do artigo 3° deste Código.
III. Pelo envio das informações relativos aos negócios realizados pelos Veículos de Investimento
ou Administrador Fiduciário ou ao terceiro contratado para essa atividade, quando
aplicável;
IV. Pela negociação, alocação e rateio de ordens dos Veículos de Investimento, quando
aplicável;
VII. Pelo controle de risco dos Veículos de Investimento, incluindo, mas não se limitando à
gestão do risco de liquidez, risco de mercado e risco de crédito, bem como ao enquadra-
mento dos Veículos de Investimento aos limites de risco estabelecidos nos Documentos
dos Veículos de Investimento e/ou em suas regras de risco; e
VIII. Para garantir que as operações realizadas pelos Veículos de Investimento tenham
sempre propósitos econômicos compatíveis com os Documentos dos Veículos de
Investimento, e estejam em consonância com os princípios gerais de conduta previstos
neste Código.
655
Art. 33 O Gestor de Recursos deve estabelecer procedimentos para o controle e monito-
ramento das operações realizadas entre os Veículos de Investimento sob a mesma gestão,
com critérios que busquem mitigar eventuais conflitos de interesse e assimetria entre os
Veículos de Investimentos.
§1° O Gestor de Recursos deve observar a adequação dos ativos financeiros à carteira dos
Veículos de Investimento previamente à realização das operações, levando em conside-
ração as estratégias de investimento dos Veículos de Investimento, seus limites de risco e
as regras previstas nos Documentos dos Veículos de Investimento e na Regulação vigente.
§2° Havendo desenquadramento passivo aos limites de investimento das carteiras dos
Veículos de Investimento e/ou com a Regulação vigente.
Art. 35 O Gestor de Recursos que investir em Fundos de Investimento geridos por terceiros
está dispensado, para o Fundo investidores, de consolidar a carteira dos Fundos investidos,
devendo, porém, caso tenha ciência de que os Fundos investidos estejam desenquadrados,
verificar se este evento acarretou desenquadramento no Fundo investidor.
Parágrafo único: Caso o Fundo investidor tenha desenquadrado, nos termos do caput, o
Gestor de Recursos deve diligenciar para o reenquadramento da carteira.
§1° O Gestor de Recursos é o responsável pelo rateio de ordens dos Veículos de Investimento
sob sua gestão, e deve assegurar que neste rateio não haja Veículos de Investimentos que
sejam privilegiados em detrimento de outros.
§2° Para realizar o agrupamento de ordens e seu posterior rateio, o Gestor de Recursos
deve implementar e manter, em documento escrito, os processos, critérios e controles
preestabelecidos de que trata o caput, levando em consideração as estratégias e investi-
mentos dos Veículos de Investimento, assim como eventuais restrições contidas nos regu-
lamentos e na Regulação vigente.
§3°Devem constar também do documento de que trata o parágrafo acima, critérios espe-
cíficos que mitiguem eventuais conflitos de interesse nas hipóteses em que o Gestor de
Recursos realizar operações entre:
§4° Caso o Gestor de Recursos tenha que alterar a relação dos Veículos de Investimento
definidos para participar do rateio, deverá manter registro desta alteração.
§1° A gestão de risco de que trata o caput deve ser desempenhada por área designada
para esta atividade, devendo o Gestor de Recursos assegurar que essa área:
657
I. Detenha profissionais em quantidade suficiente, observada a natureza, o porte, a com-
plexidade, a estrutura, o perfil de risco das operações realizadas e o modelo de negócio
da instituição;
II. Tenha profissionais com qualificação técnica e experiência necessária para o exercício
da atividade;
IV. Tenha profissionais com qualificação técnica e experiência necessária para o exercício
da atividade;
VI. Tenha autonomia e autoridade para questionar os riscos assumidos nas operações
realizadas pela Instituição Participante e adotar as medidas necessárias.
III. Reportar os assuntos envolvendo a gestão de risco para as áreas e profissionais deter-
minados pela instituição e para os diretores de gestão de risco e de Gestão de Recursos
de Terceiros;
IV. Publicar o documento interno que trata das regras, procedimento e controles de risco,
nos termos do artigo 39, no site do Gestor de Recursos e mantê-lo atualizado, informando
a data de vigência do documento, bem como a data da última revisão; e
V. Manter em seus arquivos os documentos previstos nesta seção por, no mínimo, 5 anos.
§3° O Gestor de Recursos pode, sem prejuízo de suas responsabilidades, contratar terceiros
para desempenhar a atividade prevista neste artigo, sendo que, neste caso, os requisitos
de contratação previstos no capítulo VI deste Código devem ser igualmente aplicáveis
para esta contratação;
§4° O Gestor de Recursos deve observar, caso aplicável, as regras de gestão de risco espe-
cíficas para cada Veículo de Investimento, conforme previsto nos anexos a este Código.
658
Art.38 O Gestor de Recursos deve atribuir a responsabilidade pela gestão de risco a uma
diretor estatutário ou equivalente, que deve exercer suas funções com independência e
assegurar que todas as providências necessárias para ajustar continuamente a exposição
aos riscos das carteiras de investimento sob sua gestão sejam tomadas, utilizando como
base os limites previstos nos Documentos dos Veículos de Investimento.
I. Pode ser o mesmo diretor indicado na Comissão de Valores Mobiliários para a atividade
de controles internos e de compliance, nos termos do artigo 11 deste Código; e
§2° O monitoramento, a mensuração e o ajuste de que trata o caput devem ser realizados
de forma diligente, de modo que não comprometam a transparência e a evidenciação dos
riscos identificados;
§3° Além do disposto nesta seção, o Gestor de Recursos deve observar, caso aplicável, as
regras de isco previstas nos anexos a este Código;
Art. 40 O documento escrito previsto no caput do artigo 39 deve ser consistente e passível
de verificação e deve conter, no mínimo.
I. Governança:
659
⯀ Como se dá a autonomia e autoridade dos profissionais que desempenham funções
relacionadas ao risco, inclusive para questionar os riscos assumidos nas operações
realizadas pela instituição e adotar as medidas necessárias;
⯀ As reuniões ou fóruns, tais como comitês ou organismos, destinados a tratar os
assuntos relacionados à gestão de risco, incluindo as situações atípicas de mercado
ou não contempladas no documento de que trata o caput do artigo 39;
⯀ As regras de composição mínima dos comitês ou organismos, quando aplicável, bem
como seus objetivos, composição, competências, autonomia, alçada e periodicidade
das reuniões; Como se dá o processo de tomada de decisão e aprovação dos assuntos
relacionados à gestão de risco, incluindo a formalização dessas decisões e
deliberações;
⯀ Fluxo de reporte e troca de informações entre os responsáveis pelo monitoramento
dos riscos e as demais áreas envolvidas no processo de gestão de risco, incluindo a
periodicidade em que é realizado; e
⯀ A forma de reporte dos assuntos envolvendo a gestão de risco para a alta adminis-
tração da Instituição Participante;
⯀ As métricas e estruturas que são utilizadas na gestão de risco, bem como as áreas
que as definem;
⯀ Como são feitos os testes de aderência às metodologias, quando aplicáveis, e a perio-
dicidade em que são realizados, que não pode ser superior a 12 meses; e
⯀ A periodicidade de revisão das metodologias estabelecidas no documento escrito
previsto no caput do artigo 39, que não pode ser superior a 24 meses ou em um prazo
inferior caso os testes de aderência evidenciem inconsistências ou demandem
revisão;
⯀ Como é feito o monitoramento dos riscos aos quais os Veículos de Investimento são
expostos;
⯀ Obrigação de elaborar relatório de monitoramento que contenha os Veículos de
660
Investimento que tiveram seus limites de risco excedidos e definir a periodicidade
com que este relatório´será divulgado; e
⯀ Forma de acompanhamento e diligência dos terceiros contratados para monitorar e
mensurar os riscos inerentes a cada um dos Veículos de Investimento, quando
aplicável.
§1° Os limites de exposição de riscos atribuídos aos Fundos, nos termos do Inciso II deste
artigo, devem ser compatíveis com as regras e procedimentos ANBIMA para lâmina de
informações essenciais e disponível no site da Associação na internet, caso aplicável.
§3° Sem prejuízo da responsabilidade de que trata o parágrafo 2°acima, o Gestor de Recursos
poderá acatar recomendações de investimento ou desinvestimento, desde que por meio
de outras estruturas de governança previstas nos Documentos dos Veículos de Investimento.
§4°Cabe àquele que constituir o Conselho ou Comitê (Gestor de Recursos e/ou Administrador
661
Fiduciário):
§5° A condição prevista no inciso I do parágrafo acima não se aplica aos candidatos a
membros indicados pelos próprios investidores, desde que a função seja exercida de forma
não remunerada.
Art. 52 Cabe àquele que constituir o Conselho ou Comitê (Gestor de Recursos ou Administrador
Fiduciário):
II. Dar ciência das decisões e deliberações do Conselho e/ou Comitê aos investidores dos
Veículos de Investimento, bem como da eleição, reeleição e renúncia de seus membros,
encaminhando a respectiva documentação imediatamente após a ocorrência.
662
Art. 53 O Gestor de Recursos tem poderes para exercer o direito de voto decorrente de
ativos financeiros detidos pelos Fundos de Investimento, devendo ser diligente e realizar
todas as ações necessárias para o exercício desse direito, observadas as exceções
aplicáveis.
663
Módulo 12
LEGISLAÇÃO E regulação
Este capítulo trata sobre regulação e melhores
práticas aos profissionais de investimento..
CÓDIGO ANBIMA DE REGULAÇÃO E MELHORES PRÁTICAS
PARA ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS DE TERCEIROS
E DELIBERAÇÕES CORRELATAS - ANEXO I FUNDOS
DE INVESTIMENTO 555 (CAPÍTULOS III A VIII)
Parágrafo único: A gestão do risco de liquidez deve ser aplicada a todos os ativos finan-
ceiros integrantes da carteira de investimentos dos Fundos 555 abertos.
665
liquidez dos fundos 555.
III. Procedimentos adotados para controlar os limites de crédito por emissor aprovados
nas carteiras de investimento, respeitando os respectivos regulamentos dos Fundos 555;
e
§1º. A estrutura organizacional do Gestor de Recursos deve ser compatível com a natureza
e com a complexidade das operações de crédito que se pretenda adquirir para as carteiras
dos Fundos geridos.
§2º. Sem prejuízo de sua responsabilidade, o Gestor de Recursos pode contratar terceiros
para auxiliar na avaliação ou no acompanhamento do crédito privado dos Fundos 555,
devendo realizar, para esta contratação, prévia e criteriosa análise e seleção dos
contratados.
§3º. A gestão dos Ativos de Crédito Privado integrantes da carteira dos Fundos 555 não
pode ser terceirizada, conforme previsto no capítulo VIII do Código.
§4º. O documento de que trata o caput deve ser revisto de forma periódica e, sempre que
as condições, ambiente e pressupostos nos quais ele se baseia se alterarem de forma
significativa e relevante, seu conteúdo deve ser readequado.
Art. 13. Sem prejuízo de suas responsabilidade, o Gestor de Recursos pode constituir comitê
ou organismo de crédito que seja responsável por aprovar as aquisições e monitoramento
de ativos de crédito para os Fundos 555.
Parágrafo único. Caso seja instaurado, o comitê ou organismo de que trata o caput deve:
666
I. Estabelecer forma de reporte, incluindo hierarquia e alçada;
Art. 14. O Gestor de Recursos, ao adquirir crédito privado para os Fundos 555 sob sua ges-
tão, deve, no mínimo:
II. Avaliar a capacidade de pagamento do devedor e/ou de suas controladas, bem como a
qualidade das garantias envolvidas, caso existam;
III. Definir limites para investimento em Ativos de Crédito Privado, tanto para os Fundos
555 quanto para o Gestor de Recursos (instituição gestora/pessoa jurídica), quando apli-
cável, e para emissores ou contrapartes com características semelhantes;
VII. Investir em Ativos de Crédito Privado apenas de emissores pessoas jurídicas que tenham
suas demonstrações financeiras auditadas, anualmente, por auditor independente auto-
rizado pela Comissão de Valores Mobiliários e/ou Banco Central do Brasil.
§1º. Sem prejuízo do disposto no inciso VII acima, o Gestor de Recursos pode investir em
Ativos de Crédito Privado de empresas que não tenham suas demonstrações financeiras
auditadas em razão de terem sido constituídas em prazo inferior a um ano, desde que seja
diligente e que o ativo contenha cláusula de vencimento antecipado para execução, caso
não obtenha as demonstrações financeiras da empresa auditadas após um ano de
667
constituição.
§2º. Excetua-se da observância do disposto no inciso VII do caput o ativo de crédito privado
que conte com:
§3º. O Gestor de Recursos deve realizar, nas hipóteses previstas no parágrafo 2º acima, os
mesmos procedimentos de análise de risco de crédito descritos nesta seção para a empresa
seguradora, fiadora ou avalista da operação.
Art. 17. O Gestor de Recursos deve implementar e manter processo de monitoramento dos
Ativos de Crédito Privado adquiridos de modo a acompanhar os riscos envolvidos na ope-
ração, bem como a qualidade e capacidade de adimplemento do crédito e de execução
das garantias enquanto o ativo permanecer na carteira de investimento do Fundo 555.
Art. 18. O Gestor de Recursos deve avaliar periodicamente a qualidade de crédito dos prin-
cipais devedores/emissores dos ativos de crédito adquiridos pelos Fundos 555, comperio-
dicidade de revisão proporcional à qualidade de crédito - quanto pior a qualidade, mais
curto deve ser o intervalo entre as reavaliações - e/ou à relevância do crédito para a carteira,
sendo necessário documentar todas as reavaliações realizadas.
Parágrafo único. As avaliações de que trata o caput devem ser formalizadas e ficar dis-
poníveis para o Administrador Fiduciário e para a ANBIMA, sempre que solicitadas, pelos
prazos previstos neste Código e na Regulação vigente.
Art. 19. As práticas relacionadas à aquisição e monitoramento dos Ativos de Crédito Privado
descritas nas seções I e II deste capítulo, podem ser aplicáveis de forma mitigada, desde
que envolvam emissores listados em mercados organizados e levem em consideração a
668
complexidade e a liquidez do ativo, a qualidade do emissor e a representatividade do ati-
vonas carteiras de investimento.
II. Buscar a transparência, clareza e precisão das informações, fazendo uso de linguagem
simples, clara, objetiva e adequada aos investidores e potenciais investidores, de modo a
não induzir a erro ou a decisões equivocadas de investimentos;
IV. Zelar para que não haja qualificações injustificadas, superlativos não comprovados,
opiniões ou previsões para as quais não exista uma base técnica, promessas de rentabili-
dade, garantia de resultados futuros ou isenção de risco para investidores e potenciais
investidores;
VI. Manter a mesma linha de conteúdo e forma e, na medida do possível, incluir a infor-
mação mais recente disponível, de maneira que não sejam alterados os períodos de análise,
669
buscando ressaltar períodos de boa rentabilidade, descartando períodos desfavoráveis,
ou interrompendo sua recorrência e periodicidade especialmente em razão da
performance;
VII. Privilegiar dados de fácil comparabilidade, e, caso sejam realizadas projeções ou simu-
lações, detalhar todos os critérios utilizados, incluindo valores e taxas de comissões; e
VIII. Zelar para que haja concorrência leal, de modo que as informações disponibilizadas
ou omitidas não promovam determinados Fundos ou Instituições Participantes em detri-
mento de seus concorrentes, sendo permitida comparação somente nos termos do capítulo
VI, seção V deste anexo.
§2° Não estão sujeitos às regras previstas nos artigos 23 e 24 deste Código, os materiais
dos Fundos de Investimento, objeto da oferta pública, devendo ser utilizado, para esses
casos, os materiais aprovados pela Comissão de Valores Mobiliários, conforme Regulação
específica para ofertas públicas.
§3° Sem prejuízo do disposto no parágrafo anterior, Instituição Participante, estará sujeita
às demais regras do Código.
Art. 21. Para fins deste Código, não são considerados Material Publicitário ou Material
Técnico:
II. Materiais que se restrinjam a informações obrigatórias exigidas pela Regulação vigente;
VI. Divulgação continuada de: (i) cota, (ii) patrimônio líquido e (iii) rentabilidade, por
670
qualquer meio, bem como a divulgação da carteira na forma da política de divulgação
prevista nos documentos dos Fundos;
VIII. Materiais e/ou relatórios que tenham como finalidade mero acompanhamento do
Fundo, desde que seja um Fundo Exclusivo ou Reservado.
Art. 24. O Material Técnico deve possuir, no mínimo, as seguintes informações sobre os
Fundos 555:
671
V. Tributação aplicável; e
manter à disposição dos interessados, seja por meio impresso ou passível de impressão,
as informações previstas no caput.
Seção IV - Qualificações
Art. 25. São consideradas qualificações, para fins deste Código, quaisquer premiações,
rankings, títulos, análises, relatórios ou assemelhados que qualifiquem os Fundos 555 e/
ou as Instituições Participantes no exercício das atividades de Administração Fiduciária e
Gestão de Recursos de Terceiros.
III. A similaridade entre os Fundos 555, tais como tamanho, liquidez, regras de cotização,
carência, classificação ANBIMA, e a similaridade entre as Instituições Participantes, se a
qualificação fizer referência a esta;
IV. Os dados dos Fundos 555 que sejam oriundos integralmente da base de dados ANBIMA,
devendo ser explicitada a classificação ANBIMA dos Fundos analisados, quando
aplicável;
VI. Se, dentre os Fundos analisados, algum deles não estiver aberto para captação; e
VII. As taxas cobradas que não estejam refletidas no valor da cota dos Fundos
analisados.
672
I. Dar entendimento mais amplo do que o explicitamente declarado na qualificação;
II. Adicionar qualquer material analítico (quantitativo ou qualitativo) que não faça parte do
original da qualificação;
III. Divulgar qualificação que não esteja vinculada às Instituições Participantes e/ou aos
Fundos 555 por ela administrados e/ou geridos; e
IV. Utilizar qualificação que faça uso de padrões de divulgação de rentabilidade que este-
jam em desacordo com o disposto nesta seção.
II. Utilize para esta comparação todas as informações previstas no artigo 25 deste anexo;
e
§1º. A comparação de que trata o caput deve ser realizada, obrigatoriamente, no Material
Técnico.
§3º. Os indicadores econômicos de que trata o parágrafo 2º acima podem ser divulgados
em Materiais Técnicos dos Fundos 555, desde que sejam acompanhados de avisoespecífico
que esclareça se tratar de mera referência econômica e não meta ou parâmetro de
performance.
673
ser feita de forma consistente e continuada, não se utilizando, a cada período, de diferentes
indicadores que melhor beneficiem a performance apresentada pelo Fundo 555.
Art. 30. Nos casos de incorporação, fusão, cisão ou mudança de Administrador Fiduciário
e/ou Gestor de Recursos, poderão ser divulgadas a rentabilidade, patrimônio líquido, com-
parações de rentabilidades ou simulações das performances históricas dos Fundos 555
anteriores aos referidos eventos.
§1º. A divulgação mencionada no caput deve ser realizada no Material Técnico e deve indi-
car, obrigatoriamente, o tipo de evento ocorrido - incorporação, fusão, cisão ou mudança
do Administrador Fiduciário e/ou Gestor de Recursos, e a data de sua ocorrência.
§2º. Para os casos previstos no caput, deve ser observado o disposto no artigo 30 deste
anexo, e caso a Instituição Participante opte por divulgar a rentabilidade, patrimônio líquido,
comparações de rentabilidades ou simulações dos eventos previstos no parágrafo 1º acima,
deve fazê-lo pelo período mínimo de doze meses.
II. Utilizar, caso aplicável, todos os meses do ano corrente do calendário civil de forma indi-
vidual (mês a mês) ou com seu valor acumulado (acumulado no ano);
IV. Incluir períodos de doze meses do calendário civil, contados até o mês anterior à
V. Incluir, nas hipóteses em que os Fundos 555 tenham sido constituídos a menos de doze
meses, a data de constituição do Fundo até o mês anterior à divulgação; e
b. Exclusivos ou Reservados; e
674
c. Administrados por Instituição que não seja Associada à ANBIMA ou Aderente a este
Código.
§1º. Para os Fundos 555 constituídos há menos de doze meses é obrigatório observar, no
mínimo, as regras definidas nos incisos I, II e VI, deste artigo.
§4º. Na divulgação de outros dados quantitativos, tais como patrimônio sob gestão,deve
ser informada a fonte e a data de referência da informação.
Art. 32. Caso haja mudança na classificação, nos termos estabelecidos pela Comissão de
Valores Mobiliários, mudança do Gestor de Recursos, ou, ainda, mudança significativa na
política de investimento do Fundo 555, a Instituição Participante pode divulgar, adicional
e separadamente à sua rentabilidade obrigatória acumulada nos últimos doze meses, a
rentabilidade relativa ao período posterior à mudança, informando o que foi alterado.
IV. As situações em que os Fundos 555 espelhos que invistam mais de noventa e cinco por
cento em cotas de um único Fundo quando houver a substituição do Fundo investidor.
§2º. A Instituição Participante que optar por divulgar a rentabilidade relativa ao período
675
posterior às mudanças de que trata o caput, deverá divulgá-la obrigatoriamente por, o
mínimo, doze meses.
Art. 33. A divulgação de rentabilidade deve ser acompanhada do valor do patrimônio líquido
médio mensal do Fundo 555 apurado no último dia útil de cada mês, nos últimos doze
meses do calendário civil, ou nos meses de existência do Fundo 555, caso tenha sido cons-
tituído a menos de doze meses.
I. Material Técnico:
resultados futuros”;
Garantidor de Crédito”
iv. . Caso faça referência à simulação de rentabilidade de um Fundo 555 nos casos previstos
no artigo 29 deste anexo: “As informações presentes neste material técnico são baseadas
em simulações e os resultados reais poderão ser significativamente diferentes”.
II. Caso haja cobrança de taxa de entrada, taxa de saída e/ou outras taxas que afetem a
rentabilidade do Fundo 555, e estas taxas não estejam refletidas no valor da cota, o aviso
do inciso I, alínea “a”, “ii” deste artigo deve ser substituído pelo seguinte aviso: “A rentabi-
lidade divulgada não é líquida de impostos e taxa de [nome da taxa].”
a). Caso o Fundo 555 opte por divulgar rentabilidade ajustada ao repasse realizado direta-
mente ao investidor de dividendos, juros sobre capital próprio ou outros rendimentos
advindos de ativos financeiros que integrem a carteira, a Instituição Participante deve
seguir a metodologia ANBIMA que trata do cálculo de rentabilidade para Fundos 555 que
distribuem dividendos, juros sobre capital próprio ou outros rendimentos advindos de
676
ativos financeiros diretamente aos investidores, disponível no site da Associação na inter-
net, e incluir no Material Técnico aviso com o seguinte teor: “A rentabilidade ajustada con-
sidera o reinvestimento dos dividendos, juros sobre capital próprio ou outros rendimentos
advindos de ativos financeiros que integrem a carteira do Fundo repassados diretamente
ao cotista.”
b). Caso o Fundo 555 altere sua classificação, nos termos estabelecidos pela Comissão de
Valores Mobiliários, altere o Gestor de Recursos, ou, ainda, altere significativamente sua
política de investimento, conforme parágrafo 1º do artigo 33 deste anexo, deve ser incluído
no Material Técnico aviso com o seguinte teor: “Este Fundo alterou [classificação CVM/
Gestor de Recursos e/ou significativamente sua política de investimento] em [incluir data].”
c). No Material Técnico, é obrigatório o aviso com seguinte teor: “Leia o formulário de infor-
mações complementares, a lâmina de informações essenciais, se houver, e o regulamento
antes de investir.”
Parágrafo único. No uso de mídia impressa e por meios digitais escritos, o tamanho do
texto e a localização dos avisos e informações devem permitir sua clara leitura e
compreensão.
riqueza entre os investidores dos Fundos 555, além de dar maior transparência aos riscos
embutidos nas posições.
Art. 36. Cabe ao Conselho de Regulação e Melhores Práticas expedir diretrizes que devem
ser observadas pelo Administrador Fiduciário no que se refere ao Apreçamento dos Fundos
555
677
Parágrafo único. A classificação dos Fundos 555 da ANBIMA tem como objetivo
separar e identificar os Fundos 555 conforme suas estratégias e principais fatores de risco.
II. Realizar a seleção e avaliação dos Direitos Creditórios nos termos previstos na política
de investimento, levando em consideração a estrutura dos Direitos Creditórios, garantias,
fluxos de recebimentos e eventuais impactos operacionais;
§1º. O Gestor de Recursos deve acompanhar, para o FIDC que tenha Direitos Creditórios
com lastro em direitos decorrentes de ação judicial, o andamento processual das ações
judiciais e repassar as informações ao Administrador Fiduciário.
§2º. O FIDC pode possuir mais de um Gestor de Recursos (“Co-Gestor”), desde que as res-
ponsabilidades e atribuições de cada um estejam claramente estabelecidas no regulamento
do Fundo e formalizadas no contrato de gestão com o Administrador Fiduciário.
678
mento dos Ativos de Crédito Privado.
§1º. O documento de que trata o caput deve estabelecer a responsabilidade da área res-
ponsável pela gestão dos ativos de crédito.
§2º. O Gestor de Recursos deve revisar, no mínimo a cada doze meses ou sempre que julgar
necessário, o documento de que trata o caput e os manuais, regras e procedimentos refe-
rentes à gestão de crédito privado.
679
e outros indicadores relevantes, quando aplicável;
V. Adquirir o ativo somente se tiver sido garantido o acesso às informações que o Gestor
de Recursos julgar necessárias à devida análise de ativo para compra e acompanhamento,
e que possam ser obtidas por meio de esforços razoáveis;
VI. Exigir o acesso aos documentos integrantes da operação ou a esta acessórios que,
adequadamente, reflitam a formalização jurídica dos títulos ou ativos investidos e, quando
aplicável, a formalização de garantias constituídas em favor da operação;
VII. Diligenciar para que ocorra a cessão perfeitamente formalizada de Direitos Creditórios
adquiridos pelas carteiras dos FIDC, de modo que a documentação comprobatória possa
garantir o protesto, cobrança extrajudicial ou execução judicial dos Direitos Creditórios
cedidos e de suas eventuais garantias;
VIII. Análise das características das garantias, visando à sua exequibilidade, inclusive com
relação à observância dos requisitos formais para sua constituição e às avaliações cabíveis
com relação à sua relevância, suficiência e à liquidez dos ativos em caso de execução; e
Art. 15. Sem prejuízo de sua responsabilidade, o Gestor de Recursos pode constituir um
comitê ou organismo de crédito que seja responsável por aprovar as aquisições de ativos
de crédito para o FIDC.
680
§2º. Nas reuniões do comitê ou organismo, é obrigatória a presença de um dos profissionais
da área de gestão de risco prevista na seção IV do capítulo VIII do Código.
Art. 16. As análises para aquisição de Direitos Creditórios devem ser capazes de identificar
e mensurar os principais riscos associados aos Direitos Creditórios, além de justificar suas
aquisições. §1º. São admitidos procedimentos que considerem os Direitos Creditórios de
forma individual ou coletiva, observado, no mínimo:
II. Quantidade;
III. Valor;
IV. Prazo;
V. Análise de variáveis como yield, taxa de juros, duration, convexidade, volatilidade, entre
outras que possam ser consideradas relevantes; e
§2º. Nas análises individuais, conforme aplicável, devem-se observar os seguintes aspectos
em relação ao sacado, Cedente e garantidores:
VI. Governança;
VIII. Contingências;
X. Limite de crédito; e
681
XI. Risco operacional associado à aquisição, acompanhamento e liquidação dos Direitos
Creditórios.
§3º. Nas análises individuais de pessoas jurídicas, deve-se considerar, além das informações
da empresa, os seguintes itens:
Art. 17. O Gestor de Recursos deve implementar e manter processo de monitoramento dos
ativos adquiridos que seja capaz de acompanhar os riscos envolvidos na operação, espe-
cialmente risco de crédito e operacional, bem como a qualidade e capacidade de execução
das garantias enquanto o ativo permanecer na carteira do FIDC.
Art. 18. O Gestor de Recursos deve implementar e manter controles que sejam capazes de
fazer o cadastramento dos diferentes créditos que podem ser adquiridos pelos FIDC, de
modo a possibilitar o armazenamento das características desses ativos, tais como:
I. Instrumento de crédito;
V. Garantias;
Parágrafo Único. Conforme seja aplicável a cada tipo de ativo investido, os controles uti-
lizados devem ser capazes de projetar os fluxos de caixa não padronizados, representar as
curvas de crédito e calcular o valor presente das operações.
Art. 19. O Gestor de Recursos deve reavaliar, periodicamente, a qualidade de crédito dos
682
riscos associados aos ativos do FIDC, com periodicidade de revisão proporcional à quali-
dade de crédito - quanto pior a qualidade, mais curto deve ser o intervalo entre as reava-
liações – e/ou à relevância do crédito para a carteira e adequado às características dos
Direitos Creditórios, sendo necessário documentar todas as reavaliações realizadas.
§1º. Nas reavaliações, deve-se monitorar a qualidade e capacidade de execução das garan-
tias dos ativos, quando relevante, conforme seção III deste capítulo.
Art. 20. O Gestor de Recursos pode constituir um comitê e/ou organismo de crédito que
seja responsável pelo monitoramento de ativos dos FIDC.
683
II. Considerar a variabilidade do valor de liquidação, atentando também para os prováveis
valores de venda forçada;
V. Verificar a possibilidade de favorecer ativos que tenham um segundo uso explícito (por
exemplo, terreno industrial que pode ser convertido em residencial), levando em conside-
ração o potencial econômico do ativo não só para o usuário atual, mas também em relação
a outros potenciais usuários.
II. Verificar se a parte da garantia que lhe é cabível está livre e em que condições poderá
ser executada.
Parágrafo único. A gestão do risco de liquidez deve ser aplicada a todos os ativos integran-
tes da carteira de investimento do FIDC aberto.
Art. 24. Cabe ao Conselho de Regulação e Melhores Práticas expedir diretrizes que devem
ser observadas pelas Instituições Participantes no que se refere ao risco de liquidez do
FIDC.
Art. 25. O Administrador Fiduciário deve adotar na precificação dos ativos financeiros
metodologia de Apreçamento dos ativos, conforme Regulação vigente.
684
Parágrafo único. O Apreçamento tem como principal objetivo evitar a transferência de
riqueza entre os investidores do FIDC, além de dar maior transparência aos riscos embu-
tidos nas posições.
Art. 26. Cabe ao Conselho de Regulação e Melhores Práticas expedir diretrizes que devem
ser observadas pelo Administrador Fiduciário no que se refere ao Apreçamento do FIDC.
Art. 28. Cabe ao Conselho de Administração de Recursos expedir diretrizes que devem ser
observadas pelas Instituições Participantes no que se refere à provisão de perdas dos
Direitos Creditórios do FIDC.
Parágrafo único. A classificação do FIDC na ANBIMA tem como objetivo separar e identi-
ficar os FIDC conforme suas estratégias e principais fatores de risco.
Art. 30. Cabe ao Conselho de Regulação e Melhores Práticas expedir diretrizes que devem
ser observadas pelas Instituições Participantes no que se refere à classificação ANBIMA
do FIDC.
I. Denominação do FII;
VI. Público-alvo;
VII. Objetivo e política de investimento: descrever a política de investimento que será ado-
tada pelo FII contendo, no mínimo:
a. Forma como o FII pretende atingir o seu objetivo de investimento, identificando a clas-
sificação ANBIMA do FII e o tipo de gestão, conforme Diretriz ANBIMA de classificação de
FII;
b. Se o FII for de gestão ativa, mencionar a especificação do grau de liberdade para alie-
nação e aquisição dos ativos que o Administrador Fiduciário ou Gestor de Recursos, quando
houver, se reserva no cumprimento da política de investimento, indicando a natureza das
operações que fica autorizado a realizar independentemente de prévia autorização dos
investidores;
d. A possibilidade de o FII contratar operações com derivativos para fins de proteção patri-
monial, cuja exposição seja sempre, no máximo, o valor do patrimônio líquido do FII, caso
autorizada no regulamento; e
686
VIII. Política de concentração de investimento, quando aplicável: descrever os requisitos
de diversificação de investimentos e as políticas de seleção e alocação dos ativos-alvo;
X. Descrição das cotas: descrever as diferentes classes de cotas, quando for o caso, com a
descrição dos direitos de cada uma delas;
XI. Negociação das cotas: descrever as condições e o mercado em que as cotas poderão
ser negociadas e, no caso de novas ofertas de cotas, quando aplicável, incluir histórico de
negociação das cotas em mercados regulamentados, identificando, se houver:
a. Cotação mínima, média e máxima de cada ano, nos últimos cinco anos;
b. Cotação mínima, média e máxima de cada trimestre, nos últimos dois anos; e
c. Cotação mínima, média e máxima de cada mês, nos últimos seis meses;
XVI. Estudo de viabilidade: apresentar o estudo de viabilidade efetuado para a oferta pública
do FII demonstrando expectativa de retorno do investimento, com exposição clara e obje-
tiva das premissas adotadas;
XVII. Laudo de avaliação: apresentar o laudo de avaliação quando houver definição espe-
cífica dos ativos-alvo que integrarão a carteira do FII;
687
XVIII. Rentabilidade do FII: informar se há rentabilidade pretendida no FII e, quando houver,
informar a metodologia aplicada, e caso não haja, informar ao potencial investidor que o
FII não busca um objetivo de retorno determinado;
XIX. Receita mínima garantida: indicar, caso o FII tenha receita ou rentabilidade mínima
garantida, a fonte pagadora da receita, o beneficiário, o percentual ou montante, a perio-
dicidade e o prazo oferecido;
XX. Fatores de risco: indicar, obrigatoriamente, todo e qualquer fator relativo ao FII que
possa, de forma relevante, afetar a decisão do potencial investidor no que diz respeito à
aquisição das cotas do FII, devendo constar, no mínimo:
a. Risco de mercado;
b. Risco de crédito;
f. Risco regulatório;
h. Risco operacional; e
i. Risco jurídico: descrever os riscos jurídicos relevantes, tais como de decisões judiciais,
extrajudiciais ou arbitrais desfavoráveis e risco de eventuais contingências não identificadas
ou não identificáveis.
XXI. Fatores de risco adicionais: adicionalmente aos fatores de riscos obrigatórios indicados
no inciso acima, incluir, quando aplicável, os fatores de riscos aplicáveis à estrutura do FII,
conforme abaixo:
688
c. Risco de concentração; e
XXII. Descrever os riscos do setor imobiliário em que os ativos-alvo do FII estejam expostos,
tais como, mas não limitados a:
h. Risco de sinistro: descrever os riscos relativos aos casos de sinistro envolvendo os empre-
endimentos objeto de investimento e de prejuízos não cobertos no seguro contratado pelo
FII.
l. Risco ambiental;
o. Risco relacionado às garantias dos ativos: risco de aperfeiçoamento das garantias dos
ativos.
689
XXIII. Taxa de administração, taxas de ingresso e taxa de desempenho: especificar a forma
de apropriação e pagamento;
XXIV. Breve histórico dos terceiros contratados em nome do FII: Administrador Fiduciário,
Gestor de Recursos, consultor imobiliário e formador de mercado, quando houver; e
XXV. Descrição das atividades dos contratados, de acordo com o disposto no inciso acima,
quando houver.
§2º. Os terceiros contratados em nome do FII, nos termos do inciso XXIV acima, são res-
ponsáveis, individualmente, pela prestação de suas informações, estando sujeitos às
penalidades previstas neste Código nos casos de descumprimento.
§3º. Caso a taxa de administração não contemple a taxa de gestão, esta última deverá ser
descrita no prospecto da oferta de cotas do FII.
Art. 11. O Administrador Fiduciário ou o Gestor de Recursos, quando houver, deve imple-
mentar e manter processo de monitoramento dos Ativos Imobiliários e ativos mobiliários
adquiridos pelo FII que seja adequado ao objetivo e política de investimento do FII, obser-
vada a complexidade e especificidade dos ativos e sem prejuízo da contratação de con-
sultoria especializada, conforme previsto no artigo 3º deste anexo.
§1º. Cabe ao Conselho de Regulação e Melhores Práticas expedir diretrizes indicando quais
as informações mínimas que devem ser consideradas no processo descrito no caput, bem
como sua periodicidade.
III. Avaliações dos ativos considerando aspectos jurídicos, técnicos e ambientais, incluindo,
quando necessário, laudos de avaliação emitidos por empresas especializadas.
Art. 14. O Administrador Fiduciário ou o Gestor de Recursos, quando houver, pode constituir
um comitê e/ou organismo de crédito que seja responsável por aprovar as aquisições e
realizar o monitoramento de ativos de crédito para os FII.
Art. 15. O Administrador Fiduciário ou Gestor de Recursos, quando houver, deve adotar, no
mínimo, os seguintes procedimentos para a aquisição de Ativos de Crédito Privado:
691
II. Realizar investimentos em títulos de crédito privado somente com o adequado acesso
às informações que o Gestor de Recursos julgar necessárias à devida análise de risco de
crédito para compra e acompanhamento do ativo; e
III. Exigir o acesso direto ou por meio do Agente Fiduciário aos documentos integrantes
da operação ou a esta acessórios que, adequadamente, reflitam a formalização jurídica
dos títulos ou ativos investidos e, quando aplicável, a formalização de garantias constituídas
em favor da operação.
§1º. O rating e a respectiva súmula do ativo ou do emissor, fornecido por agência classifi-
cadora de risco, quando existir, devem ser utilizados como informação adicional à avaliação
do respectivo risco de crédito e dos demais riscos a que devem proceder, e não como
condição suficiente para sua aquisição e monitoramento.
§2º. A aquisição de crédito privado, cujo risco esteja atrelado a um projeto de desenvolvi-
mento imobiliário deverá, dentre outras análises, considerar a viabilidade do projeto, a
demanda, renda e demais riscos.
Art. 16. As análises para aquisição de crédito privado devem ser capazes de identificar e
mensurar os principais riscos associados e justificar suas aquisições, sendo admitidos
procedimentos que considerem os ativos de forma individual ou de forma coletiva,
observados:
II. Quantidade;
III. Valor;
IV. Prazo;
V. Análise de variáveis como yield, taxa de juros, duration, convexidade, volatilidade, entre
outras que possam ser consideradas relevantes; e VI. Montante global, vencimentos e
692
atrasos, no caso de aquisição de parcelas de operação.
§1º. Nas análises individuais, conforme aplicável, devem-se observar os seguintes aspectos
em relação aos devedores e garantidores:
VII. Contingências;
§2º. Nas análises de ativos pulverizados e/ou carteiras de ativos, deve-se utilizar modelo
estatístico para avaliação da base de devedores, observando-se fatores de agrupamento
de riscos de crédito similares, tais como localização geográfica, tipo de garantia, risco
operacional associado à aquisição, acompanhamento e liquidação dos créditos, histórico
de inadimplência e grau de endividamento, bem como risco de fungibilidade (commin-
gling). §3º. As referidas análises devem ser baseadas em critérios consistentes e verificáveis
e amparadas por informações internas e externas.
§4º. Observados os riscos associados à estrutura dos Ativos de Crédito Privado, deve-se
avaliar a necessidade da combinação de análises individuais e pulverizadas.
Art. 17. O Administrador Fiduciário ou o Gestor de Recursos, quando houver, devem possuir
processos e controles que sejam capazes de identificar os Ativos de Crédito Privado que
foram adquiridos pelo FII, possibilitando armazenar, ao menos, as seguintes características
desses ativos:
I. Instrumento de crédito;
693
II. Datas e valores de parcelas;
V. Garantias;
Art. 18. Caso seja permitido ao FII realizar operações originadas ou cedidas por empresas
controladoras, controladas, ligadas e/ou sob controle comum do Gestor de Recursos e/ou
do Administrador Fiduciário, devem-se observar, além dos limites de enquadramento
aplicáveis, os mesmos critérios e nível de diligência utilizados em qualquer operação, de
forma a buscar realizar as operações em bases equitativas, observadas as demais obriga-
ções do regulamento e da Regulação vigente.
Art. 20. As práticas relacionadas à aquisição e monitoramento dos Ativos de Crédito Privado
descritas nas seções II e III deste capítulo, podem ser aplicáveis de forma mitigada, desde
que envolvam emissores listados em mercados organizados e levem em consideração a
complexidade e a liquidez do ativo, a qualidade do emissor e a representatividade do ativo
nas carteiras.
694
§1º. A análise da relevância das práticas a serem adotadas é de responsabilidade do
Administrador Fiduciário ou do Gestor de Recursos, quando houver, inclusive no que con-
cerne às disposições da Regulação vigente aplicável a cada tipo de Fundo.
Seção IV – Garantias
Art. 21. Quando houver o compartilhamento de garantias, assegurar-se de que este é
adequado à operação, bem como verificar em que condições a garantia poderá ser
executada.
§ 2º. A periodicidade das reavaliações deve ser proporcional à relevância do crédito para a
carteira e à relevância da garantia na avaliação do risco de crédito, não podendo ser supe-
rior a doze meses.
I. Características da empresa-alvo:
a. Complexidade operacional;
695
CAPÍTULO VI – CLASSIFICAÇÃO DO FII
Art. 23. O FII deve ser classificado de acordo com seus objetivos, políticas de investimento
e composição da carteira. Parágrafo único. A classificação do FII na ANBIMA tem como
objetivo separar e identificar os FII conforme suas estratégias e principais fatores de risco.
Art. 24. Cabe ao Conselho de Regulação e Melhores Práticas expedir diretrizes que devem
ser observadas pelas Instituições Participantes no que se refere à classificação ANBIMA
do FII.
§1º. Se o Administrador Fiduciário concluir que o valor justo de uma propriedade para
investimento em construção não é mensurável de maneira confiável, a mensuração deve
ser feita pelo valor de custo com teste de impairment no mínimo anual, até que o valor
justo possa ser determinado de maneira confiável ou quando a construção for completada,
o que ocorrer primeiro.
696
reconhecimento inicial.
Art. 28. Os imóveis destinados à venda no curso ordinário do negócio devem ser avaliados
pelo menor entre o valor de custo ou valor realizável líquido.
§1º O valor realizável líquido corresponde ao valor estimado de venda no curso ordinário
do negócio, subtraídas as despesas estimadas necessárias para realizar a venda.
§2º No caso de imóveis em construção, devem ser também deduzidos os custos estimados
para completar a construção, para a determinação do valor realizável líquido.
Art. 29. Se houver indícios de que o valor de custo dos imóveis registrados em estoques
não é recuperável, o valor do imóvel deve ser ajustado até o valor realizável líquido.
CAPÍTULO II – WEBSITE
Art. 7º. Sem prejuízo das demais obrigações previstas pela Regulação em vigor, o
Administrador Fiduciário deve disponibilizar em seu site na internet, no mínimo:
I. Fatores de risco: elencar e descrever, de forma clara e objetiva, os fatores de risco conhe-
cidos em que o potencial investidor incorrerá caso venha a adquirir cotas do Fundo de
Índice, devendo dispor minimamente sobre:
a. Risco de mercado;
697
b. Risco sistêmico;
f. Risco de liquidez dos ativos: descrever as condições de liquidez dos mercados e seus
efeitos sobre os ativos componentes da carteira do Fundo de Índice, as condições de sol-
vência do Fundo e a relação desse risco com as solicitações de resgate de cotas;
g. Risco de o investidor não atender aos requisitos mínimos para emissão e resgate;
h. Risco de ágio e deságio na negociação das cotas em relação ao valor patrimonial e/ou
seu valor indicativo;
j. Risco de suspensão da negociação das cotas por parte da Comissão de Valores Mobiliários,
bolsa de valores ou entidade do mercado de balcão organizado; e
II. Seção específica com informações sobre os Fundos de Índice, devendo dispor, minima-
mente, sobre:
e. Regulação aplicável;
III. Seção específica com termos e definições financeiras (“glossário”) sobre o Fundo de
Índice, que permitam esclarecer ao potencial investidor eventuais dúvidas a respeito dos
materiais do Fundo disponibilizados no website;
698
IV. Aviso na seção “Taxas e demais despesas do Fundo”, com o seguinte teor: “Esta moda-
lidade de investimento possui outros custos envolvidos, alem das despesas do próprio
fundo. Antes de investir, verifique os custos com corretagem, emolumentos e custódia.”
c. “Este fundo utiliza estratégias que podem resultar em significativas perdas patrimoniais
para seus cotistas.”
III. Procedimentos adotados para controlar os limites de crédito privado por emissor apro-
vados, respeitando as respectivas políticas de investimentos estabelecidas; e
§1º. Não se aplica o disposto neste capítulo quando da aquisição de cotas de Fundos de
Investimento na Carteira Administrada que possua em sua carteira ativos de crédito
699
privado, bem como na hipótese do serviço de Gestão de Carteira Administrada ser pres-
tado exclusivamente para investidores considerados profissionais ou qualificados nos
termos da Regulação vigente.
§2º. A estrutura organizacional do Gestor de Recursos deve ser compatível com a natureza
e com a complexidade das operações de crédito privado das Carteiras Administradas
geridas.
§3º. Sem prejuízo de sua responsabilidade, o Gestor de Recursos poderá contratar terceiros
para auxiliar na avaliação e/ou no acompanhamento do crédito privado das Carteiras
Administradas, devendo realizar, para esta contratação, prévia e criteriosa análise e seleção
dos contratados.
§4º. A gestão dos Ativos de crédito privado integrantes das Carteiras Administradas não
pode ser terceirizada, conforme previsto no capítulo VIII do Código.
§5º. O documento de que trata o caput deve ser revisto de forma periódica e, sempre que
as condições, ambiente e pressupostos nos quais ele se baseia se alterarem de forma
significativa e relevante, seu conteúdo deve ser readequado.
Art. 15. O Gestor de Recursos poderá instaurar comitê ou organismo interno para deliberar
sobre os créditos privados das Carteiras Administradas.
Parágrafo único. Caso o comitê ou o organismo de que trata o caput seja instaurado, o
Gestor de Recursos deve prever em documento escrito:
700
II. Avaliar a capacidade de pagamento do devedor e/ou de suas controladas, bem como a
qualidade das garantias envolvidas, caso existam;
III. Definir limites para investimento em ativos de crédito privado para o Gestor de Recursos
(instituição gestora/pessoa jurídica), quando aplicável, e para emissores ou contrapartes
com características semelhantes;
VII. Investir em ativos de crédito privado apenas de emissores pessoas jurídicas que tenham
suas demonstrações financeiras auditadas, anualmente, por auditor independente auto-
rizado pela Comissão de Valores Mobiliários e/ou Banco Central do Brasil; e
VIII. Investir em ativos de crédito privado com lastros emitidos por pessoa física somente
que tenha acesso às informações necessárias para a devida análise de risco de crédito para
compra, acompanhamento do ativo e que tenha anuência do cliente.
§1º. Sem prejuízo do disposto no inciso VII do caput, o Gestor de Recursos poderá investir
em ativos de crédito privado de empresas que não tenham suas demonstrações financei-
ras auditadas em razão de terem sido constituídas em prazo inferior a 1 (um) ano, desde
que seja diligente e que:
I. O ativo contenha cláusula de vencimento antecipado para execução, caso não obtenha
as demonstrações financeiras da empresa auditadas após 1 (um) ano de constituição; ou
II. Tenha anuência do cliente sobre as operações e realize a análise do balanço desta
empresa.
§2º. Excetua-se da observância do disposto no inciso VII do caput o ativo de crédito privado
que conte com:
701
II. Carta de fiança emitida por instituição financeira; ou
§3º. O Gestor de Recursos deverá realizar, nas hipóteses previstas no parágrafo anterior, os
mesmos procedimentos de análise de risco de crédito descritos nesta seção para a empresa
seguradora, fiadora ou avalista da operação.
Art. 17. O Gestor de Recursos deve implementar e manter controles capazes de armazenar
o cadastro dos diferentes Ativos de Crédito Privado que foram adquiridos pelas Carteiras
Administradas, de modo a possibilitar a reunião das características desses ativos, tais como:
I. Instrumento de crédito;
V. Garantias;
VII. Informações sobre o rating do ativo, quando aplicável. Parágrafo único. Conforme seja
aplicável a cada tipo de ativo de crédito privado investido, os controles utilizados devem
ser capazes de projetar fluxos de caixa não padronizados, representar curvas de crédito e
calcular valor presente das operações.
Art. 18. As análises do crédito das operações de crédito privado adquiridas pela Carteira
Administrada devem ser baseadas em critérios consistentes, passíveis de verificação e
amparadas por informações internas e externas.
702
Seção II – Monitoramento dos Ativos de Crédito
Art. 19. O Gestor de Recursos deve implementar e manter processo de monitoramento
dos ativos de crédito privado adquiridos, de modo a acompanhar os riscos envolvidos na
operação, bem como a qualidade e capacidade de adimplemento do crédito e de execução
das garantias enquanto o ativo permanecer na Carteira Administrada.
Art. 20. O Gestor de Recursos deve avaliar periodicamente a qualidade de crédito dos
principais devedores/emissores dos ativos de crédito adquiridos pelas Carteiras Administradas,
com periodicidade de revisão proporcional à qualidade de crédito - quanto pior a qualidade,
mais curto deve ser o intervalo entre as reavaliações - e/ou à relevância do crédito para a
carteira, sendo necessário documentar todas as reavaliações realizadas. Parágrafo único.
As avaliações de que trata o caput devem ser formalizadas e ficar disponíveis para a
ANBIMA, sempre que solicitadas.
Art. 21. As práticas relacionadas à aquisição e monitoramento dos ativos de crédito privado
descritas nas seções I e II deste capítulo podem ser aplicáveis de forma mitigada, desde
que 163 envolvam emissores listados em mercados organizados e levem em consideração
a complexidade e a liquidez do ativo, a qualidade do emissor e a representatividade do
ativo nas carteiras de investimento.
Art. 10. Os documentos devem conter as principais características do FIDC, dentre as quais
as informações relevantes aos investidores sobre políticas de investimento, taxas e riscos
envolvidos, bem como seus direitos e responsabilidades.
I. Denominação do FIDC;
(iii) custodiante;
(iv) distribuidor;
(v) escriturador;
(vi) auditor; e
(i) razão mínima das cotas subordinadas, considerando a divisão do valor total das classes
subordinadas juniores pelo patrimônio líquido do FIDC; e
(ii) razão total das cotas subordinadas, considerando a divisão do valor total do somatório
das classes subordinadas pelo patrimônio líquido do FIDC; 100
704
X. Características dos Direitos Creditórios: incluir a natureza do direito creditório, perfor-
mados ou não performados, segmento(s), o(s) documento(s) que o(s) representa(m), se há
ou não garantia e tipos de garantias atreladas;
XVII. Políticas de seleção e alocação de ativos e, quando for o caso, política de concentração
de ativos;
XVIII. Fatores de risco: indicar, obrigatoriamente, todo e qualquer fato relativo ao FIDC que
possa de alguma forma afetar a decisão do potencial investidor no que diz respeito à
aquisição das cotas do FIDC, devendo constar, dentre os fatores de risco, as seguintes
informações:
a. Risco de mercado;
b. Risco de crédito;
705
f. Risco proveniente do uso de derivativos;
i. Riscos de originação: descrever, com especial ênfase no caso de FIDC com Direitos
Creditórios a performar, a possibilidade de rescisão de contratos que originam (i) Direitos
Creditórios; (ii) vício na originação; (iii) falta de geração, disponibilidade, formalização ou
entrega de Direitos Creditórios;
(iii) não seja registrada em cartório de títulos e documentos; e/ou (iv) não tenha sido noti-
ficada ao devedor/sacado; 102
m. Risco de concentração;
706
eventuais riscos oriundos da possibilidade de eventos que possam modificar a relação de
poderes para alteração dos termos e condições da operação; e
XIX. Gestão de risco: descrever a metodologia de gestão de risco utilizada para o FIDC;
XX. Público-alvo: descrever a quem o FIDC se destina, bem como descrever, obrigatoria-
mente, quais necessidades o FIDC visa a atender;
XXVIII. Descrição das características da oferta: prover informações relevantes sobre a oferta,
incluindo prazos, preços de subscrição e integralização, quantidade de cotas, valor mínimo
de investimento, entre outros;
707
dos Direitos Creditórios;
(iii) procedimento para registro dos documentos da cessão em cartório(s), quando aplicável;
e
XXXII. Metodologias: descrever ou fazer referência no site na internet onde possa ser
encontrada a metodologia de avaliação e precificação de ativos e a metodologia de 104
apuração da provisão para perdas por redução no valor recuperável dos Direitos Creditórios
integrantes das carteiras do FIDC;
708
evidenciando os potenciais conflitos de interesse, em especial, no processo de originação,
consultoria especializada, distribuição, custódia, cobrança, Gestão de Recursos de Terceiros
e Administração Fiduciária do FIDC;
XXXVII. Conflito de interesses: descrever a quem compete apreciar, discutir e/ou deliberar
matérias sobre as quais haja situação de potencial conflito de interesses;
XXXVIII. Sumário dos contratos: incluir sumário dos contratos firmados pelo FIDC e de
outros contratos firmados entre as partes envolvidas e que afetem de forma relevante as
operações do FIDC; 105
XXXIX. Metodologia do cálculo do valor das cotas com relação ao benchmark das séries
e/ou classes de cotas no que se refere a possíveis provisões de perdas e reversões: descre-
ver, de forma clara, como serão realizados os eventos entre as diferentes séries e/ou classes
de cotas considerando o efeito da marca d’água, quando houver;
XL. Critérios e metodologias de verificação do lastro, bem como guarda dos documentos
que comprovem o lastro;
§1º. Caso não seja definido pelo Administrador Fiduciário a quem compete apreciar, discutir
e/ou deliberar qualquer situação de conflitos de interesse nos documentos do FIDC, nos
termos do inciso XXXVII do caput, será necessária a deliberação desta prerrogativa em
assembleia de cotistas.
§2º. Os FIDC constituídos sob a forma de condomínio aberto devem incluir na capa, na
contracapa ou na primeira página de seus prospectos, aviso com o seguinte teor: “Este
fundo apresenta risco de liquidez associado às características dos seus ativos e às regras
estabelecidas para a solicitação e liquidação de resgates.”
709
desempenho da carteira pode apresentar variação de comportamento ao longo da exis-
tência do fundo.”
f. Desempenho histórico;
710
CÓDIGO ANBIMA DE REGULAÇÃO E MELHORES PRÁTICAS
PARA ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS DE TERCEIROS
E DELIBERAÇÕES CORRELATAS - DELIBERAÇÃO
ANBIMA N° 77, DE 30/11/2016 - DIRETRIZES DE
CLASSIFICAÇÃO DE FUNDOS DE INVESTIMENTO 555
O Conselho de Regulação e Melhores Práticas de Fundos de Investimento, no exercício
das atribuições a ele conferidas pelo Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas
para os Fundos de Investimento (Código de Fundos), em consulta aos seus membros rea-
lizada no dia 25 de novembro de 2016.
Delibera:
a. Incluir no atual artigo 7º regras aplicáveis aos fundos de investimentos que podem ser
utilizadas pelas instituições participantes para receber automaticamente ordens de apli-
cação e/ou resgate de recursos disponíveis na conta corrente dos cotistas (Fundo Automático);
e
711
Alterar a Diretriz de Marcação a Mercado instituída pela Deliberação ANBIMA nº 75, de 16
de junho de 2016 para:
§1º. Para fins de aplicação deste Código, entende-se por controladoria a execução dos
processos referentes às atividades definidas neste capítulo, isoladamente ou em conjunto,
para Fundos, clubes de investimentos e carteiras administradas, de forma profissional e
habitual, independentemente de outros serviços prestados pela respectiva instituição.
712
IV. Receber do Custodiante o saldo de caixa, da posição de custódia e das informações
sobre movimentação para processamento das informações recebidas sobre os ativos
financeiros integrantes da carteira;
VII. Registrar, controlar e provisionar as despesas dos clientes, tais como taxa de auditoria,
taxa de fiscalização da CVM, taxa de administração, observado o disposto nos incisos II e
III deste artigo, conforme aplicável,
VIII. Atribuir preços aos ativos financeiros, segundo metodologia definida e auditável
(“Apreçamento”);
XIV. Emitir relatórios constando posições atualizadas de ativos, direitos e obrigações regis-
tradas na carteira dos clientes;
Art. 28 - Para a execução da atividade de Apreçamento, nos termos do inciso VIII do artigo
27 acima, a controladoria deverá seguir o manual de Apreçamento de ativos registrado na
ANBIMA pelo Administrador.
§1º. O Controlador poderá utilizar seu próprio manual de Apreçamento, desde que seja
formalmente aceito pelo Administrador por meio de contrato de prestação de serviços ou
outro documento.
713
§2º. A utilização do próprio manual de Apreçamento pelo Controlador, não isenta o
Administrador da responsabilidade pela precificação dos ativos, nos termos da regulação
e autorregulação em vigor.
V. Calcular, apurar e reter os tributos pertinentes a cada cotista, no caso de cotas de Fundos
abertos;
VI. Calcular, apurar e reter os tributos pertinentes a cada cotista, no caso de cotas de Fundos
fechados e para as posições sem negociação em mercado secundário, desde que de posse
das devidas informações; VII. Fornecer ao Administrador as informações necessárias do
passivo de cotistas para composição de avisos, informes e extratos;
VIII. Conciliar os créditos provenientes das movimentações financeiras dos cotistas com a
conta corrente dos respectivos Fundos e/ou clubes de investimento;
714
III. Controlar o histórico das movimentações dos cotistas no livro de registro do Fundo;
VI. Realizar averbação de gravames que incidam sobre as cotas no livro de registro do
Fundo, quando aplicável.
Parágrafo único. Para desempenhar as atividades previstas neste artigo, bem como outras
atividades que, nos termos da regulação aplicável, sejam atribuídas ao Escriturador, a
Instituição Participante deve ser devidamente autorizada a prestar o Serviço de Escrituração.
III. Prestar informações aos órgãos reguladores sobre aspectos relacionados às Atividades
prestadas;
V. Contabilizar e refletir nas demonstrações contábeis os eventos, tais como, mas não limi-
tados a, cisão, incorporação e encerramento;
715
trata
ii. Gravação das ligações telefônicas, monitoramento de mensagens eletrônicas para fun-
cionários que têm contato com clientes e/ou que são autorizados a realizar a validação das
informações das operações com as instituições intermediárias, quando esta validação não
for automatizada, bem como o prazo para manutenção das gravações;
iii. Senhas de acesso aos sistemas e restrição de acesso à área responsável pela prestação
das Atividades, de forma a garantir a integridade das informações e impedir o acesso de
pessoas não autorizadas formalmente, bem como a periodicidade para a realização da
revisão de acesso aos sistemas, áreas e diretórios; e 6
ii. Fatores de riscos os quais a instituição esteja exposta com a indicação da medida de
contingência a ser adotada para mitigação, sendo que nesta indicação devem constar, no
mínimo:
a. Opções de deslocamento até o ambiente alternativo que deve possuir rotas diferentes
das utilizadas para acesso ao ambiente principal;
b. Tempo necessário para deslocamento até o ambiente alternativo sendo que esse tempo
não deve afetar a continuidade das Atividades;
c. Em caso de uso de filial da instituição situada em outra cidade como ambiente alterna-
tivo, a Instituição Participante deve possuir profissional nesta filial devidamente treinado
e habilitado a assumir as atividades durante o tempo de deslocamento dos profissionais
716
responsáveis.
iii. Avaliação quanto à localidade dos ambientes, principal e alternativo, a fim de verificar
se a área é propensa a protestos, invasões, movimentos paredistas (greve) e incidentes
naturais;
iv. Avaliação quanto aos horários dos edifícios que os ambientes, principal e alternativo,
estão locados, identificando se possuem restrições;
vi. Plano de contato com pessoas chave para ativação do plano; e vii. Evidências de reali-
zação de testes de ativação do plano a cada 12 (doze) meses.
h. Documento que descreva a metodologia utilizada pela auditoria dos sistemas, bem
como a periodicidade de sua aplicação;
II. Área responsável por cada uma das Atividades segregada funcionalmente e logicamente
e, quando exigido pela regulação aplicável, fisicamente de outras áreas com as quais possa
ocorrer conflito de interesse; e
Art. 6º - Os itens do Código elencados abaixo devem ser atestados anualmente por auditor
independente autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”), devendo o relatório
ser enviado à ANBIMA até o último dia útil do mês de abril:
III. Verificação dos procedimentos para apuração dos valores do Ranking, previstas no
artigo 7º deste Código
. §1º. A ANBIMA poderá solicitar à auditoria interna das Instituições Participantes esclare-
cimentos adicionais acerca do relatório emitido pelo auditor independente, e/ou solicitar
envio do relatório de auditoria interna da instituição.
717
§2º. O relatório exigido pela regulação vigente para as Atividades reguladas por este Código,
quando aplicável, poderá ser utilizado pelas Instituições Participantes para cumprimento
do disposto no caput.
II. Coibir quaisquer práticas que infrinjam ou estejam em conflito com as regras e princípios
contidos neste Código, na legislação pertinente e/ou nas demais normas estabelecidas
pela ANBIMA;
VI. Evitar práticas que possam vir a prejudicar as Atividades ora disciplinadas por este
Código ou seus respectivos participantes, especialmente no que tange aos deveres e
direitos relacionados às atribuições específicas de cada uma das Instituições Participantes,
estabelecidas em contratos, regulamentos e/ou na legislação vigente.
718
a. Política de controles internos;
Art. 2º - A observância dos princípios e regras deste Código será obrigatória para as
Instituições Participantes, assim entendidas as instituições filiadas, bem como as institui-
ções que, embora não associadas, expressamente aderirem a este Código (“Instituições
Participantes”) mediante a assinatura do competente termo de adesão e desempenharem
as atividades de custódia, controladoria, escrituração e representação de investidores não
residentes.
§1º. As Instituições Participantes deverão indicar claramente qual(is) das Atividades disci-
plinadas neste Código é por elas prestada, sendo certo que, no caso de prestação simul-
tânea de mais de uma Atividade, a indicação de que ora se trata deverá contemplar todos
as que serão prestadas, sem possibilidade de opção por somente uma delas.
719
§2º. As Instituições Participantes, sem prejuízo das demais regras deste Código, estão
sujeitas às regras específicas de cada Atividade que prestar nos termos do Título III deste
Código.
§3º. As instituições não filiadas que desejarem aderir a este Código deverão passar previa-
mente por um processo de análise de exigências obrigatórias, a cargo da Diretoria da
ANBIMA, conforme previsto no estatuto da Associação e no seu site na internet.
§4º. Para aderir a este Código, todas as instituições aprovadas no processo preliminar pre-
visto no estatuto da ANBIMA e no parágrafo 3º deste artigo deverão atender às exigências
mínimas previstas no Título II, Capítulo III, cuja análise compete ao Conselho de Regulação
e Melhores Práticas para os Serviços Qualificados ao Mercado de Capitais (“Conselho de
Serviços Qualificados”).
§5º. A adesão de que trata o parágrafo 4º deste artigo será considerada efetivada após
manifestação favorável da maioria simples dos membros do Conselho de Serviços
Qualificados, sendo facultada à instituição a celebração de um termo de adequação (“Termo
de Adequação”) para o atendimento integral das exigências mínimas previstas no Capítulo
III deste Código.
§6º. O Termo de Adequação poderá ser celebrado pela respectiva instituição, a critério
exclusivo do Conselho de Serviços Qualificados, no caso da impossibilidade sanável de
atendimento a todas as exigências mínimas previstas no Capítulo III deste Código.
§7º. Para os fins deste Código, a instituição signatária de Termo de Adequação será con-
siderada como Instituição Participante, e a inobservância dos termos e prazos acordados
no respectivo Termo de Adequação a sujeitará às penalidades previstas neste Código, após
processo conduzido nos termos do Código ANBIMA dos Processos de Regulação e Melhores
Práticas.
Art. 3º - As Instituições Participantes devem assegurar que o presente Código seja também
observado por todos os integrantes de seu conglomerado ou grupo econômico que este-
jam autorizados, no Brasil, a desempenhar qualquer uma das Atividades reguladas por
este Código. §1º.
A obrigação prevista no caput não implica o reconhecimento, por parte das Instituições
Participantes, da existência de qualquer modalidade de assunção, solidariedade ou trans-
ferência de responsabilidade entre estes integrantes, embora todas as referidas entidades
estejam sujeitas às regras e princípios estabelecidos pelo presente Código.
§2º. Para os fins previstos neste artigo, considera-se pertencente ao mesmo conglomerado
ou grupo econômico o conjunto de entidades controladoras diretas ou indiretas, contro-
720
ladas, coligadas ou submetidas a controle comum, nos termos da regulação em vigor.
§3º. Caso a instituição não filiada à ANBIMA queira cancelar sua adesão ao presente Código,
deverá solicitá-lo por meio de carta dirigida ao presidente do Conselho de Serviços
Qualificados.
§4º. O pedido de cancelamento de adesão a que se refere o parágrafo acima somente será
deferido no caso de a Instituição Participante não possuir qualquer obrigação pendente
com a ANBIMA, inclusive oriunda de processos conduzidos no âmbito de suas atividades
de regulação e melhores práticas.
II. Quando se tratar de carteiras administradas e/ou Fundos administrados pela própria
instituição.
II. A guarda dos ativos financeiros (incluindo conservação, controle e conciliação de posi-
ções de ativos detidos em contas de custódia);
IV. O pagamento das taxas relativas às Atividades prestadas, tais como, mas não limitadas
a, taxa de movimentação e registro dos depositários e câmaras e sistemas de
721
liquidação.
II. Informação às partes envolvidas de divergências que impeçam a liquidação das opera-
ções; e
III. Liquidação física e/ou financeira, em tempo hábil, em conformidade com as normas e
regras aplicáveis ao tipo de liquidação realizada.
II. Efetivação, que consiste na liquidação física e/ou financeira mediante o recebimento ou
entrega de valores e/ou ativos de titularidade do cliente;
I. Controle em meio eletrônico dos ativos financeiros de titularidade dos investidores junto
aos depositários centrais, ou das informações sobre os ativos financeiros nas entidades
registradoras por meio de contas de custódia individualizadas em nome dos investidores
722
e segregadas de outras contas e de posições de titularidade do Custodiante;
II. Controle, individualizado e segregado por investidor, a partir das informações recebidas
das entidades registradoras e cedentes, conforme o caso, com relação a ativos físicos ou
arquivos eletrônicos, nas hipóteses em que a regulação aplicável atribua ao Custodiante
o dever de guarda de documentos;
IV. Conciliação das posições junto às entidades registradoras, quando exigido pela regu-
lação aplicável; e
V. Guarda física, quando aplicável, de documentos relativos a ativos integrantes das car-
teiras dos Fundos e carteiras administradas, de acordo com o disposto nos artigos 24 e 25
deste Código.
Art. 21. O Custodiante que presta serviços de custódia para Investidores deve:
III. Manter sigilo quanto às características e quantidades dos ativos de titularidade dos
investidores, observadas as exceções da legislação e regulação aplicáveis;
IV. Manter atualizado, nos termos da regulação aplicável, o registro cadastral dos investi-
dores, titulares da conta de custódia, conforme informação recebida de tais investidores,
ou dos legitimados por contrato ou mandato a contratar os serviços de custódia em nome
desses investidores; e
723
SEÇÃO II – CUSTÓDIA PARA EMISSORES
Art. 23 - A custódia para Emissores compreende:
Art. 25 - O Custodiante deverá manter o registro dos repasses de informações e dos fluxos
financeiros relacionados aos eventos incidentes sobre os ativos mantidos sob sua guarda
física.
Art. 1º Serão regidas pela presente Instrução, as ofertas públicas de valores mobiliários
distribuídas com esforços restritos. §1º Esta Instrução se aplica exclusivamente às ofertas
públicas de:
I – notas comerciais;
724
financeira;
• Inciso IV com redação dada pela Instrução CVM nº 488, de 16 de dezembro de 2010.
• Inciso V com redação dada pela Instrução CVM nº 605, de 25 de janeiro de 2019.
• Inciso IV com redação dada pela Instrução CVM nº 500, de 15 de julho de 2011.
VIII – cédulas de produto rural - financeiras que não sejam de responsabilidade de insti-
tuição financeira;
IX - warrants agropecuários.
XI – os seguintes valores mobiliários, desde que emitidos por emissor registrado na cate-
goria A:
⯀ Ações
⯀ Debêntures
⯀ Bônus de subscrição, mesmo que atribuídos como vantagem adicional aos subscri-
tores de debêntures;
XII – debêntures permutáveis por ações, desde que tais ações sejam emitidas por emissor
registrado na categoria A;
• Inciso VII com redação dada pela Instrução CVM nº 500, de 25 de janeiro de 2019.
Incisos VIII e IX com redação dada pela Instrução CVM nº 551, de 25 de setembro de 2014.
725
Inciso X a XIV incluídos pela Instrução CVM n°551, de 25 de setembro de 2014..
• Inciso XIV com redação dada pela Instrução CVM nº 585, de 5 de abril de 2017.
Art. 2º As ofertas públicas distribuídas com esforços restritos deverão ser destinadas exclu-
sivamente a investidores profissionais, conforme definido em regulamentação específica,
e intermediadas por integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários.
Caput com redação dada pela Instrução CVM nº 554, de 17 de dezembro de 2014.
Parágrafo único. Não será permitida a busca de investidores através de lojas, escritórios
ou estabelecimentos abertos ao público, ou com a utilização de serviços públicos de
comunicação, como a imprensa, o rádio, a televisão e páginas abertas ao público na rede
mundial de computadores.
Inciso I e II com redação dada pela Instrução CVM nº 554, de 17 de dezembro de 2014.
§§1º e 2º com redação dada pela Instrução CVM nº 551, de 25 de setembro de 2014.
Art. 3° - Nas ofertas públicas distribuídas com esforços restritos, não é admitida a troca:
ARTIGO 4º - REVOGADO
Art. 4º-A Para realizar oferta pública com esforços restritos de BDR, a empresa
726
patrocinadora deve estar enquadrada na condição de emissor estrangeiro ou atender à
hipótese de dispensa de enquadramento prevista na regulamentação específica.
Art. 4º-B O atendimento ao disposto no art. 4º-A deve ser declarado pela empresa patro-
cinadora, por meio de documento assinado pelo representante legal, acompanhado de
memória do cálculo feita pelo emissor para verificação do percentual de ativos localizados
no Brasil, nos termos da regulamentação específica.
Art. 5º-A Aplicam-se às ofertas públicas distribuídas com esforços restritos as regras refe-
rentes à distribuição parcial previstas na norma que dispõe sobre as ofertas públicas de
distribuição de valores mobiliários nos mercados primário ou secundário.
Art. 6º As ofertas públicas distribuídas com esforços restritos estão automaticamente dis-
pensadas do registro de distribuição de que trata o caput do art. 19 da Lei nº 6.385, de 1976.
727
adquirentes dos valores mobiliários deverão fornecer, por escrito, declaração atestando
que estão cientes de que:
Inciso II com redação dada pela Instrução CVM nº 551, de 25 de setembro de 2014.
Art. 7º-A O início da oferta pública distribuída com esforços restritos deverá ser informado
pelo intermediário líder à CVM, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, contado da primeira procura
a potenciais investidores.
§1º A comunicação de que trata o caput deverá ser encaminhada por intermédio da página
da CVM na rede mundial de computadores e conter as informações indicadas no Anexo
7-A desta Instrução. §2º O ofertante e o intermediário líder da oferta deverão manter lista
contendo:
Art. 8º O encerramento de oferta pública distribuída com esforços restritos deverá ser
informado pelo intermediário líder à CVM, no prazo de 5 (cinco) dias, contado de seu
encerramento.
§ 1º A comunicação de que trata o caput deverá ser encaminhada por intermédio da página
da CVM na rede mundial de computadores e conter as informações indicadas no Anexo
8 desta Instrução. •§ 1º com redação dada pela Instrução CVM nº 551, de 25 de setembro
de 2014.
§2º Caso a oferta pública distribuída com esforços restritos não seja encerrada dentro de
6 (seis) meses de seu início, o intermediário líder deverá realizar a comunicação de que
trata o caput com os dados então disponíveis, complementando-os semestralmente até
728
o encerramento.
Art. 8º-A A subscrição ou aquisição dos valores mobiliários objeto da oferta de distribuição
deve ser realizada no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) meses, contado da data de início
da oferta, conforme definido no art. 7º-A.
Art. 9º O ofertante não pode realizar outra oferta pública da mesma espécie de valores
mobiliários do mesmo emissor dentro do prazo de 4 (quatro) meses contados da data do
encerramento ou do cancelamento da oferta, a menos que a nova oferta seja submetida
a registro na CVM.
§ 2º Exceto pelos ofertantes de valores mobiliários objeto das ofertas previstas no § 1º, o
ofertante tem a obrigação de comunicar o intermediário líder sobre eventuais ofertas
públicas da mesma espécie de valores mobiliários distribuídas com esforços restritos rea-
lizadas dentro do prazo mencionado no caput.
Art. 9º-A A oferta pública de distribuição primária de ações, bônus de subscrição, debên-
tures conversíveis em ações ou certificados de depósito desses valores mobiliários distri-
buída com esforços restritos pode ser realizada com exclusão do direito de preferência ou
com prazo para o exercício do direito de preferência menor que 5 (cinco) dias, na forma
prevista no art. 172, inciso I, da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976
I – desde que seja concedida prioridade aos acionistas na subscrição de 100% (cem por
cento) dos valores mobiliários, observado o § 1º do art. 5º-B ; ou
729
II – se a realização da oferta sem a concessão de direito de prioridade for aprovada por
acionistas que representem 100% (cem por cento) do capital social do emissor.
§ 2º A oferta deve prever um prazo de, no mínimo, 5 (cinco) dias úteis contados após a
divulgação do fato relevante de que trata o § 1º para que os acionistas possam exercer seu
direito de prioridade na subscrição dos valores mobiliários.
§ 3º Caso o estatuto social da companhia preveja prazo para o exercício do direito de pre-
ferência menor que 5 (cinco) dias, o prazo para o exercício do direito de prioridade deve
ser, no mínimo, aquele necessário para que os prazos somados para o exercício de ambos
os direitos seja igual a 5 (cinco) dias úteis contados após a divulgação do fato relevante de
que trata o § 1º.
III - se houver emissão de ações de espécie ou classe diversa das existentes, cada acionista
pode exercer a prioridade, na proporção do número de ações que possuir, sobre ações de
todas as espécies e classes do aumento.
730
§ 6º Caso a prioridade seja exercida anteriormente à fixação do preço da oferta, o investidor
pode estipular no pedido de reserva, como condição de sua confirmação, preço máximo
para subscrição.
Primitivo parágrafo único renumerado para § 1º pela Instrução CVM nº 551, de 25 de setem-
bro de 2014.
Art. 10-A e Art. 10-B incluídos pela Instrução CVM nº 601, de 23 de agosto de 2018
I – tomar todas as cautelas e agir com elevados padrões de diligência, respondendo pela
falta de diligência ou omissão, para assegurar que as informações prestadas pelo ofertante
sejam verdadeiras, consistentes, corretas e suficientes, permitindo aos investidores uma
731
tomada de decisão fundamentada a respeito da oferta;
Inciso VII com redação dada pela Instrução CVM 585, de 5 de abril de 2017.
VIII - REVOGADO
XII – assegurar que os limites previstos no art. 3º desta Instrução não sejam ultrapassados;
XIII – adotar diligências para verificar o atendimento à condição para realização de oferta
prevista no art. 9º desta Instrução; e
XIV – assegurar que as condições previstas no art. 9º-A, inciso I, e § 2º, sejam cumpridas.
Inciso IX e X com redação dada pela Instrução CVM nº 601, de 23 de agosto de 2018.
• Inciso XI, XII, XII, XIV incluído pela Instrução CVM nº 601, de 23 de agosto de 2018.
732
Art. 11-A. Os administradores da instituição líder da oferta, dentro de suas competências
legais e estatutárias, são responsáveis pelo cumprimento das obrigações impostas ao líder
por esta Instrução.
Art. 12. Aplicam-se às ofertas públicas distribuídas com esforços restritos, as normas de
conduta previstas no art. 48 da Instrução CVM nº 400, de 2003, com exceção do inciso III.
•Art. 13 com redação dada pela Instrução CVM nº 601, de 23 de agosto de 2018.
733
Paragrafo único com redação dada pela Instrução CVM nº 601, de 23 de agosto de 2018
Art. 14. Observado o período de vedação à negociação previsto no art. 13, os valores mobi-
liários ofertados de acordo com esta Instrução poderão ser negociados nos mercados de
balcão organizado e não organizado, mas não em bolsa, sem que o emissor possua o
registro de que trata o art. 21 da Lei nº 6.385, de 1976.
Art. 15. Os valores mobiliários ofertados nos termos desta Instrução só poderão ser nego-
ciados entre investidores qualificados, conforme definido em regulamentação
específica.
§ 1º A restrição à negociação prevista no caput deixará de ser aplicável caso o emissor tenha
ou venha a obter o registro de que trata o art. 21 da Lei nº 6.385, de 1976, exceto nos casos
previstos nos §§ 3º a 6º e 8º deste artigo.
§ 3° A restrição do caput não se aplica às ações distribuídas com esforços restritos, caso:
734
II – tenha transcorrido o período de 18 (dezoito) meses da data de admissão à negociação
em bolsa de valores de ações da mesma espécie e classe.
§ 4° Nas ofertas públicas distribuídas com esforços restritos que tiverem por objeto ações
de emissores em fase pré-operacional, a restrição prevista no caput cessará a partir da
data em que, cumulativamente:
I – a companhia tenha realizado a primeira oferta pública de ações com registro na CVM;
e II – tenha cumprido a restrição imposta na oferta registrada
735
pela verificação do cumprimento das regras previstas nos arts. 13 e 15.
Art. 17. Sem prejuízo do disposto em regulamentação específica, são obrigações do emissor
dos valores mobiliários admitidos à negociação nos termos do art. 14 desta Instrução:
III – divulgar, até o dia anterior ao início das negociações, as demonstrações financeiras,
acompanhadas de notas explicativas e do relatório dos auditores independentes, relativas
aos 3 (três) últimos exercícios sociais encerrados, exceto quando o emissor não as possua
por não ter iniciado suas atividades previamente ao referido período;
Art. 16 com redação dada pela Instrução CVM nº 551, de 25 de setembro de 2014
Inciso III com redação dada pela Instrução CVM nº 601, de 23 de agosto de 2018.
VIII – divulgar em sua página na rede mundial de computadores o relatório anual e demais
comunicações enviadas pelo agente de notas promissórias de longo prazo e pelo agente
fiduciário na mesma data do seu recebimento, observado ainda o disposto no inciso IV
deste artigo; e
736
Inciso IV, VI com redação dada pela Instrução CVM nº 601, de 23 de agosto de 2018.
Inciso VII com redação dada pela Instrução CVM no 583, de 20 de dezembro de 2016.
I – emissores de valores mobiliários que não possam ser negociados em mercados regu-
lamentados, nos termos do § 1º;
II – fundos de investimento; e
•§2º e Incisos I e II com redação dada pela Instrução CVM nº 585, de 5 de abril de 2017.
§ 3º O emissor deverá divulgar as informações referidas nos incisos III, IV, VI e IX do caput
deste artigo:
§3º com redação dada pela Instrução CVM nº 625, de 14 de maio de 2020.
Incisos I e II do § 3º com redação dada pela Instrução CVM nº 601, de 23 de agosto de 2018.
I - renda fixa;
II - renda variável;
III - estruturado;
IV - imobiliário;
VI - exterior.
I - até 100% (cem por cento) dos recursos de cada plano em:
738
a) títulos da dívida pública mobiliária federal interna; e
II - até 80% (oitenta por cento) dos recursos de cada plano em:
b) ativos financeiros de renda fixa de emissão de sociedade por ações de capital aberto,
incluídas as companhias securitizadoras; e
III - até 20% (vinte por cento) dos recursos de cada plano em:
§ 1º O conjunto dos ativos financeiros listados nos incisos II e III do caput deve respeitar o
limite de até 80% (oitenta por cento) dos recursos de cada plano.
§ 4º As CCCB lastreadas em CCB emitidas por sociedades por ações de capital fechado e
739
sociedades limitadas somente poderão ser adquiridas caso as referidas CCB sejam coo-
brigadas por instituição financeira bancária autorizada a funcionar pelo Banco Central do
Bras
Art. 22. A EFPC deve observar, em relação aos recursos garantidores de cada plano, o limite
de até 70% (setenta por cento) no segmento de renda variável, e adicionalmente os seguin-
tes limites:
I - até 70% (setenta por cento) dos recursos de cada plano em ações, bônus de subscrição
em ações, recibos de subscrição em ações, certificados de depósito de valores mobiliários
e em cotas de fundos de índice referenciados em ações de emissão de sociedade por
ações de capital aberto cujas ações sejam admitidas à negociação em segmento especial,
instituído em bolsa de valores, que assegure, por meio de vínculo contratual entre a bolsa
e o emissor, práticas diferenciadas de governança;
II - até 50% (cinquenta por cento) dos recursos de cada plano em ações, bônus de subs-
crição em ações, recibos de subscrição em ações, certificados de depósito de valores
mobiliários e em cotas de fundos de índice referenciados em ações de emissão de socie-
dades por ações de capital aberto cujas ações sejam admitidas à negociação em bolsa de
valores e que não estejam em segmento especial;
III - até 10% (dez por cento) dos recursos de cada plano em Brazilian Depositary Receipts
(BDR) classificados como nível II e III, observada a regulamentação estabelecida pela
Comissão de Valores Mobiliários; e
IV - até 3% (três por cento) dos recursos de cada plano em certificados representativos de
ouro físico no padrão negociado em bolsa de mercadorias e de futuros.
I - respeitado o limite máximo de que trata o caput, até 15% (quinze por cento) dos recursos
do plano em cada um dos seguintes ativos financeiros:
740
mercados(FICFIM); e
II - até 10% (dez por cento) dos recursos do plano em certificados de operações estrutura-
das (COE).
§ 1º A EFPC deve se certificar de que o FIP seja qualificado como entidade de investimento,
conforme regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários.
§ 4º Os investimentos realizados por meio de FIM e FICFIM não classificados neste artigo
ou no segmento exterior serão consolidados com as posições dos ativos das carteiras
próprias e carteiras administradas para fins de verificação dos limites.
Parágrafo único. As CCI de emissão de sociedades por ações de capital fechado e socie-
dades limitadas somente poderão ser adquiridas com coobrigação de instituição financeira
bancária autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil.
V - Brazilian Depositary Receipts (BDR) classificado como nível I e cotas dos fundos da
classe "Ações - BDR Nível I", nos termos da regulamentação estabelecida pela Comissão
de Valores Mobiliários; e
I - os ativos financeiros emitidos no exterior com risco de crédito que componham a car-
teira dos fundos de investimento constituídos no Brasil de que tratam os incisos IV e VI do
caput sejam classificados como grau de investimento por agência de classificação de risco
registrada na Comissão de Valores Mobiliários ou reconhecida por essa autarquia;
742
exterior da dívida pública brasileira ou para ativos financeiros emitidos no exterior de
empresa brasileira constituída sob a forma de sociedade anônima de capital aberto.
II - até 20% (vinte por cento) em instituição financeira bancária autorizada a funcionar pelo
Banco Central do Brasil; e
§ 2º Para fins de verificação do limite estabelecido no inciso III do caput, nos casos de
emissões de certificados de recebíveis com a adoção de regime fiduciário, considera-se
como emissor cada patrimônio separado constituído com a adoção do referido regime.
743
§ 3º Para fins de verificação dos limites estabelecidos neste artigo, devem ser observados
os investimentos totais do plano de benefícios.
§ 4º Para fins de verificação dos limites estabelecidos neste artigo, a EFPC deve computar
o total de sua dívida contratada, o total do déficit equacionado e o total do déficit acumu-
lado junto ao patrocinador do plano de benefícios, quando da aquisição de ativos finan-
ceiros de emissão da patrocinadora.
I - até 25% (vinte e cinco por cento) do capital total e do capital votante, incluindo os bônus
de subscrição e os recibos de subscrição, de uma mesma sociedade por ações de capital
aberto admitida ou não à negociação em bolsa de valores;
b) FIDC ou FICFIDC;
e) FII e FICFII;
III - até 25% (vinte e cinco por cento) do patrimônio separado constituído nas emissões de
744
certificado de recebíveis com a adoção de regime fiduciário; e
a) do fundo de investimento constituído no exterior de que trata o inciso III do art. 26; e
§ 1º A EFPC deve observar, considerada a soma dos recursos por ela administrados, o limite
de 25% (vinte e cinco por cento) de uma mesma classe ou série de cotas de fundos de
investimentos e demais títulos ou valores mobiliários de renda fixa.
§ 2º O limite estabelecido nas alíneas "b", "d", "e" e "f" do inciso II do caput não se aplica a
fundos de investimento em cotas de fundo de investimento e a FIP que invista no mínimo
90% (noventa por cento) de seu patrimônio líquido em cotas de outros FIP, desde que suas
aplicações observem os limites deste artigo.
§ 3º A EFPC tem até sessenta dias a partir da data de cada integralização para enquadrar-se
aos limites previstos no inciso II do caput.
§ 4º O limite estabelecido na alínea "e" do inciso II do caput não se aplica a FII que possua
em sua carteira exclusivamente imóveis que constavam originalmente da sua carteira de
investimentos.
Art. 30. A EFPC pode manter posições em mercados derivativos, diretamente ou por meio
de fundo de investimento, desde que observadas, cumulativamente, as seguintes
condições:
V - margem requerida limitada a 15% (quinze por cento) da posição em títulos da dívida
pública mobiliária federal, ativos financeiros de emissão de instituição financeira e ações
aceitos pela Clearing; e
VI - valor total dos prêmios de opções pagos limitado a 5% (cinco por cento) da posição
em títulos da dívida pública mobiliária federal, ativos financeiros de emissão de instituição
745
financeira e ações da carteira de cada plano ou fundo de investimento.
§ 1º Para verificação dos limites estabelecidos nos incisos V e VI do caput não serão con-
siderados os títulos recebidos como lastro em operações compromissadas.
II - FIDC e FICFIDC;
746
classificado no segmento estruturado;
IV - FII e FICFII; e
Art. 33. A EFPC pode integralizar ou resgatar cotas de fundos de investimento com ativos,
desde que observada a regulamentação estabelecida pela Comissão de Valores Mobiliários.
IV - conformidade com as demais regras aplicáveis a investidores que não sejam conside-
rados qualificados, nos termos da regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários.
Parágrafo único. As condições previstas nos incisos III e IV do caput não se aplicam aos
fundos de investimento cujos regulamentos estabeleçam que a taxa de performance será
paga somente após a devolução aos cotistas da totalidade de seu capital integralizado no
fundo.
747
IV - exercício do direito de preferência;
VI - operações previstas nos incisos II, III e IV do art. 33 da Lei Complementar nº 109, de
2001;
VII - resgate de cotas de fundos de investimento nos quais a EFPC não efetue novos apor-
tes; e
§ 1º Os excessos referidos neste artigo devem ser eliminados no prazo de dois anos da
ocorrência do desenquadramento.
I - realizar operações de compra e venda, ou qualquer outra forma de troca de ativos entre
planos de uma mesma EFPC;
748
a) distribuição pública de ações;
a) a descoberto; ou
749
XIII - adquirir terrenos e imóveis.
§ 1º As vedações estabelecidas nos incisos de II a XIII do caput não se aplicam aos FIDC e
FICFIDC, FII e FICFII, FIM e FICFIM classificados no segmento estruturado, fundos de inves-
timento classificados como "Ações - Mercado de Acesso" e fundos de investimentos cons-
tituídos no exterior, observada regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários.
§ 2º As vedações estabelecidas nos incisos IV, V, VI, VII, IX, XI e XIII do caput não se aplicam
aos FIP, observada regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários.
§ 3º As vedações estabelecidas nos incisos VIII e IX do caput não se aplicam aos fundos de
investimento constituídos no Brasil sob a forma de condomínio aberto com o sufixo
"Investimento no Exterior".
II - a operação seja aprovada pela diretoria executiva e conselho deliberativo da EFPC, com
anuência do conselho fiscal.
Art. 1º. Fica estabelecido que os recursos dos regimes próprios de previdência social insti-
tuídos pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos da Lei nº 9.717, de 27
de novembro de 1998, devem ser aplicados conforme as disposições desta Resolução,
tendo presentes as condições de segurança, rentabilidade, solvência, liquidez e
transparência.
750
Art. 2º Observadas as limitações e condições estabelecidas nesta Resolução, os recursos
dos regimes próprios de previdência social devem ser alocados nos seguintes segmentos
de aplicação:
I - renda fixa; e
751
previdência social.
VI - a metodologia e os critérios a serem adotados para análise prévia dos riscos dos inves-
timentos, bem como as diretrizes para o seu controle e monitoramento; (Incluído pela
Resolução CMN nº 4.695, de 27/11/2018)
VIII - o plano de contingência, a ser aplicado no exercício seguinte, com as medidas a serem
adotadas em caso de descumprimento dos limites e requisitos previstos nesta Resolução
e dos parâmetros estabelecidos nas normas gerais dos regimes próprios de previdência
social, de excessiva exposição a riscos ou de potenciais perdas dos recursos. (Incluído pela
Resolução CMN nº 4.695, de 27/11/2018)
752
sua execução, com vistas à adequação ao mercado ou à nova legislação.
753
II - realizar o acompanhamento dos fluxos de pagamentos dos ativos, assegurando o cum-
primento dos prazos e dos montantes das obrigações do regime, independentemente de
tratar-se de gestão própria ou por entidade autorizada e credenciada de que trata o art.
15. (Incluído pela Resolução CMN nº 4.695, de 27/11/2018)
III - até 60% (sessenta por cento) no somatório dos seguintes ativos: (Redação dada pela
Resolução CMN nº 4.604, de 19/10/2017)
a) cotas de fundos de investimento classificados como renda fixa com sufixo "referenciado",
conforme regulamentação estabelecida pela CVM, constituídos sob a forma de condomínio
754
aberto e cuja política de investimento assegure que o patrimônio líquido esteja investido
em ativos que acompanham índice de renda fixa não atrelado à taxa de juros de um dia
(fundos de renda fixa); (Redação dada pela Resolução CMN nº 4.604, de 19/10/2017)
IV - até 40% (quarenta por cento) no somatório dos seguintes ativos: (Redação dada pela
Resolução CMN nº 4.604, de 19/10/2017)
a) cotas de fundos de investimento classificados como renda fixa constituídos sob a forma
de condomínio aberto, conforme regulamentação estabelecida pela CVM (fundos de renda
fixa); (Redação dada pela Resolução CMN nº 4.604, de 19/10/2017)
b) em Letras Imobiliárias Garantidas (LIG); (Redação dada pela Resolução CMN nº 4.604,
de 19/10/2017)
VI - até 15% (quinze por cento), limitado ao montante garantido pelo Fundo Garantidor de
Créditos (FGC), nos seguintes instrumentos financeiros: (Redação dada pela Resolução
CMN nº 4.604, de 19/10/2017)
755
b) cotas de fundos de investimento classificados como renda fixa com sufixo "crédito pri-
vado" constituídos sob a forma de condomínio aberto, conforme regulamentação estabe-
lecida pela CVM (fundos de renda fixa); (Redação dada pela Resolução CMN nº 4.604, de
19/10/2017)
de 2011, que disponha em seu regulamento que 85% (oitenta e cinco por cento) do
patrimônio líquido do fundo seja aplicado em debêntures de que trata o art. 2º da Lei nº
12.431, de 2011, observadas as normas da CVM. (Incluído pela Resolução CMN nº 4.604, de
19/10/2017)
§ 1º As operações que envolvam os ativos previstos na alínea "a" do inciso I deste artigo
deverão ser realizadas por meio de plataformas eletrônicas administradas por sistemas
autorizados a funcionar pelo Banco Central do Brasil ou pela Comissão de Valores Mobiliários
(CVM), nas suas respectivas áreas de competência, admitindo-se, ainda, aquisições em
ofertas públicas do Tesouro Nacional por intermédio das instituições regularmente habi-
litadas, desde que possam ser devidamente comprovadas.
§ 2º As aplicações previstas nos incisos III e IV deste artigo subordinam-se a que a respec-
tiva denominação não contenha a expressão "crédito privado".
§ 3º As aplicações previstas nos incisos III e IV e na alínea "b" do inciso VII subordinam-se
a que o regulamento do fundo determine:
I - que os direitos, títulos e valores mobiliários que compõem suas carteiras ou os respec-
tivos emissores sejam considerados de baixo risco de crédito, com base, entre outros cri-
térios, em classificação efetuada por agência classificadora de risco registrada na CVM ou
reconhecida por essa autarquia; (Redação dada pela Resolução CMN nº 4.604, de 19/10/2017)
II - que o limite máximo de concentração em uma mesma pessoa jurídica, de sua contro-
ladora, de entidade por ela direta ou indiretamente controlada e de coligada ou quaisquer
outras sociedades sob controle comum seja de 20% (vinte por cento).
§ 4º As aplicações previstas na alínea "a" do inciso VII deste artigo subordinam-se a: (Redação
dada pela Resolução CMN nº 4.604, de 19/10/2017)
I - que a série ou classe de cotas do fundo de investimento seja considerada de baixo risco
de crédito, com base, entre outros critérios, em classificação efetuada por agência classi-
ficadora de risco registrada na CVM ou reconhecida por essa autarquia; (Redação dada
756
pela Resolução CMN nº 4.604, de 19/10/2017)
III - que seja comprovado que o gestor do fundo de investimento já realizou, pelo menos,
dez ofertas públicas de cotas seniores de fundo de investimento em direitos creditórios
encerradas e integralmente liquidadas; (Incluído pela Resolução CMN nº 4.604, de 19/10/2017)
I - ser emitidos por instituição financeira bancária autorizada a funcionar pelo Banco Central
do Brasil; (Redação dada pela Resolução CMN nº 4.695, de 27/11/2018
II - ser emitidos por companhias abertas, exceto securitizadoras, desde que operacionais
e registradas na CVM; (Incluído pela Resolução CMN nº 4.604, de 19/10/2017)
III - ser cotas de classe sênior de fundo de investimento em direitos creditórios classificado
como de baixo risco de crédito por agência classificadora de risco registrada na CVM ou
reconhecida por essa autarquia; ou (Incluído pela Resolução CMN nº 4.604, de 19/10/2017)
757
do inciso I ou do inciso II deste parágrafo. (Incluído pela Resolução CMN nº 4.604, de
19/10/2017)
I - quanto aos ativos de que tratam os incisos III, IV e a alínea “b” do inciso VII, um acréscimo
de 5 (cinco) pontos percentuais a cada nível de governança comprovado; (Incluído pela
Resolução CMN nº 4.695, de 27/11/2018)
II - quanto aos ativos de que tratam as alíneas “a” e “c” do inciso VII, um acréscimo de 5
(cinco) pontos percentuais a cada nível de governança comprovado, iniciando-se no
segundo nível; (Incluído pela Resolução CMN nº 4.695, de 27/11/2018)
III - quanto aos ativos de que tratam as alíneas “a”, “b” e “c” do inciso VII, os limites acresci-
dos ficarão sujeitos a um limite global de 20% (vinte por cento) para o primeiro nível, 25%
(vinte e cinco por cento) para o segundo nível, 30% (trinta por cento) para o terceiro nível
e 35% (trinta e cinco por cento) para o quarto nível de governança comprovado. (Incluído
pela Resolução CMN nº 4.695, de 27/11/2018)
§ 11. Os regimes próprios de previdência social que não alcançarem os níveis de governança
previstos no § 10 subordinam-se aos limites de que tratam os incisos do caput deste artigo.
(Incluído pela Resolução CMN nº 4.695, de 27/11/2018)
I - até 30% (trinta por cento) em: (Redação dada pela Resolução CMN nº 4.604, de 19/10/2017)
758
a) cotas de fundos de investimento classificados como ações, constituídos sob a forma de
condomínio aberto cuja política de investimento assegure que o seu patrimônio líquido
esteja investido em ativos que acompanham índices de renda variável, divulgados por
bolsa de valores no Brasil, compostos por, no mínimo, cinquenta ações, correspondentes
bônus ou recibos de subscrição e de certificados de depósitos de tais ações, conforme
regulamentação estabelecida pela CVM (fundos de renda variável); (Redação dada pela
Resolução CMN nº 4.695, de 27/11/2018)
II - até 20% (vinte por cento) em: (Redação dada pela Resolução CMN nº 4.604, de 19/10/2017)
III - até 10% (dez por cento) em cotas de Fundos de Investimento classificados como mul-
timercado, constituídos sob a forma de condomínio aberto, cujos regulamentos determi-
nem tratar-se de fundos sem alavancagem (fundos de renda variável); (Redação dada pela
Resolução CMN nº 4.604, de 19/10/2017)
IV - até 5% (cinco por cento) em: (Redação dada pela Resolução CMN nº 4.604, de 19/10/2017)
759
valores; (Redação dada pela Resolução CMN nº 4.695, de 27/11/2018)
I - ser emitidos por instituição financeira bancária autorizada a funcionar pelo Banco Central
do Brasil; (Redação dada pela Resolução CMN nº 4.695, de 27/11/2018)
II - ser emitidos por companhias abertas, exceto securitizadoras, desde que operacionais
e registradas na CVM; (Incluído pela Resolução CMN nº 4.604, de 19/10/2017)
III - ser cotas de classe sênior de fundo de investimento em direitos creditórios, classificado
como de baixo risco de crédito por agência classificadora de risco registrada na CVM ou
reconhecida por essa autarquia; ou (Incluído pela Resolução CMN nº 4.604, de 19/10/2017)
§ 4º Para fins do disposto no § 3º deste artigo, não são considerados ativos financeiros as
ações, os bônus ou recibos de subscrição, os certificados de depósito de ações, as cotas
de fundos de ações e as cotas dos fundos de índice de ações negociados nos pregões de
bolsa de valores. (Redação dada pela Resolução CMN nº 4.695, de 27/11/2018)
760
termos da regulamentação específica da CVM; (Incluído pela Resolução CMN nº 4.604, de
19/10/2017)
II - que o regulamento do fundo determine que: (Incluído pela Resolução CMN nº 4.604,
de 19/10/2017)
a) o valor justo dos ativos investidos pelo fundo, inclusive os que forem objeto de integra-
lização de cotas, deve estar respaldado em laudo de avaliação elaborado por Auditores
Independentes ou Analistas de Valores Mobiliários autorizados pela CVM; (Incluído pela
Resolução CMN nº 4.604, de 19/10/2017)
c) que a cobrança de taxa de performance pelo fundo seja feita somente após o recebi-
mento, pelos investidores, da totalidade de seu capital integralizado no fundo, devidamente
atualizado pelo índice de referência e taxa de retorno nele previstos; (Incluído pela Resolução
CMN nº 4.604, de 19/10/2017)
III - que seja comprovado que o gestor do fundo já realizou, nos últimos dez anos, desin-
vestimento integral de, pelo menos, três sociedades investidas no Brasil por meio de fundo
de investimento em participações ou fundo mútuo de investimento em empresas emer-
gentes geridos pelo gestor e que referido desinvestimento tenha resultado em recebimento,
pelo fundo, da totalidade do capital integralizado pelo fundo nas referidas sociedades
investidas, devidamente atualizado pelo índice de referência e taxa de retorno previstos
no regulamento. (Incluído pela Resolução CMN nº 4.604, de 19/10/2017)
761
modalidade de ativo financeiro e demais critérios definidos pela CVM em regulamentação
específica. (Incluído pela Resolução CMN nº 4.604, de 19/10/2017)
§ 8º Os limites previstos na alínea "b" do inciso IV deste artigo e no art. 14 desta Resolução
não se aplicam às cotas de fundos de investimento imobiliário que forem admitidas à
negociação no mercado secundário, conforme regulamentação da CVM, e que sejam
integralizadas por imóveis legalmente vinculados ao Regime Próprio de Previdência Social.
(Incluído pela Resolução CMN nº 4.604, de 19/10/2017)
I - quanto aos ativos de que tratam os incisos I e II do caput e o limite de que trata o §
II - quanto aos ativos de que trata o inciso III do caput, um acréscimo de 5 (cinco) pontos
percentuais para os que comprovarem o quarto nível de governança; (Incluído pela Resolução
CMN nº 4.695, de 27/11/2018)
III - quanto aos ativos de que tratam as alíneas “a” e “c” do inciso IV do caput, um acréscimo
de 5 (cinco) pontos percentuais a cada nível de governança comprovado iniciando-se no
terceiro nível; (Incluído pela Resolução CMN nº 4.695, de 27/11/2018)
V - quanto aos ativos de que tratam o inciso III e as alíneas “a” e “c” do inciso IV do caput,
os limites acrescidos ficarão sujeitos a um limite global de 20% (vinte por cento) para o
terceiro e quarto níveis de governança comprovados. (Incluído pela Resolução CMN nº
4.695, de 27/11/2018)
§ 10. Os regimes próprios de previdência social que não alcançarem os níveis de governança
previstos no § 9º subordinam-se aos limites de que tratam os incisos do caput deste artigo.
(Incluído pela Resolução CMN nº 4.695, de 27/11/2018)
762
Subseção IV- Segmento de Investimentos no Exterior
Art. 9º-A. No segmento de investimentos no exterior, as aplicações dos recursos dos regi-
mes próprios de previdência social subordinam-se ao limite de até 10% (dez por cento) no
conjunto de: (Incluído pela Resolução CMN nº 4.695, de 27/11/2018)
III - cotas dos fundos da classe “Ações - BDR Nível I”, nos termos da regulamentação esta-
belecida pela Comissão de Valores Mobiliários. (Incluído pela Resolução CMN nº 4.695, de
27/11/2018)
Parágrafo único. O regime próprio de previdência social deve assegurar que: (Incluído
pela Resolução CMN nº 4.695, de 27/11/2018)
Art. 10. Para verificação do cumprimento dos limites, requisitos e vedações estabelecidos
nesta Resolução, as aplicações dos recursos realizadas diretamente pelos regimes próprios
de previdência social, ou indiretamente por meio de fundos de investimento ou de fundos
de investimento em cotas de fundos de investimento, devem ser consolidadas com as
posições das carteiras próprias e carteiras administradas. (Redação dada pela Resolução
CMN nº 4.604, de 19/10/2017)
Art. 11. As aplicações dos recursos referidas nos incisos V e VI do art. 7º ficam igualmente
condicionadas a que a instituição financeira não tenha o respectivo controle societário
763
detido, direta ou indiretamente, por Estado ou pelo Distrito Federal. (Redação dada pela
Resolução CMN nº 4.695, de 27/11/2018)
Art. 12. As aplicações dos regimes próprios de previdência social em fundos de investimento
em cotas de fundos de investimento serão admitidas desde que seja possível identificar
e demonstrar que os respectivos fundos mantenham as composições, limites e garantias
exigidas para os fundos de investimento de que trata esta Resolução.
Art. 12-A. A aplicação de recursos pelos regimes próprios de previdência social em fundos
de investimentos ou em carteiras administradas, quando os regulamentos ou contratos
contenham cláusulas que tratem de taxa de performance, está condicionada a que o
pagamento da referida taxa atenda cumulativamente às seguintes condições: (Incluído
pela Resolução CMN nº 4.695, de 27/11/2018)
IV - conformidade com as demais regras aplicáveis a investidores que não sejam conside-
rados qualificados, nos termos da regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários.
(Incluído pela Resolução CMN nº 4.695, de 27/11/2018)
Parágrafo único. As condições previstas nos incisos III e IV do caput não se aplicam aos
fundos de investimento cujos regulamentos estabeleçam que a taxa de performance será
paga somente após a devolução aos cotistas da totalidade de seu capital integralizado no
fundo, devidamente atualizado pelo índice de referência e pela taxa de retorno neles pre-
vistos. (Incluído pela Resolução CMN nº 4.695, de 27/11/2018)
Art. 14. O total das aplicações dos recursos do regime próprio de previdência social em um
mesmo fundo de investimento deverá representar, no máximo, 15% (quinze por cento) do
patrimônio líquido do fundo, observado o disposto no art. 12. (Redação dada pela Resolução
764
CMN nº 4.604, de 19/10/2017)
§ 1º O limite de que trata o caput será de até 5% (cinco por cento) do patrimônio líquido
dos fundos de investimento de que tratam os incisos VII do art. 7º, III e IV do art. 8º. (Redação
dada pela Resolução CMN nº 4.604, de 19/10/2017)
Art. 14-A. O total das aplicações dos recursos do regime próprio de previdência social em
fundos de investimento e carteiras administradas não pode exceder a 5% (cinco por cento)
do volume total de recursos de terceiros gerido por um mesmo gestor ou por gestoras
ligadas ao seu respectivo grupo econômico, assim definido pela CVM em regulamentação
específica. (Incluído pela Resolução CMN nº 4.604, de 19/10/2017)
I - gestão própria, quando as aplicações são realizadas diretamente pelo órgão ou entidade
gestora do regime próprio de previdência social;
II - gestão por entidade autorizada e credenciada, quando as aplicações são realizadas por
intermédio de instituição financeira ou de outra instituição autorizada nos termos da
legislação em vigor para o exercício profissional de administração de carteiras; e
III - gestão mista, quando as aplicações são realizadas, parte por gestão própria e parte
por gestão por entidade autorizada e credenciada, observados os critérios definidos no
inciso II.
765
de fundos de investimento quando atendidas, cumulativamente, as seguintes condições:
(Redação dada pela Resolução CMN nº 4.695, de 27/11/2018)
§ 3º As aplicações dos recursos dos regimes próprios de previdência social por meio de
entidades autorizadas e credenciadas deverão observar os limites, condições e vedações
estabelecidos nesta Resolução e deverão ser consolidadas na forma do art. 10 para verifi-
cação do cumprimento desta Resolução. (Incluído pela Resolução CMN nº 4.604, de
19/10/2017)
§ 4º A gestão dos recursos dos regimes próprios de previdência social por entidade auto-
rizada e credenciada deverá observar os critérios estabelecidos no § 2º deste artigo e no
art. 18, e aqueles definidos na forma do inciso IV do § 1º do art. 1º desta Resolução. (Redação
dada pela Resolução CMN nº 4.695, de 27/11/2018)
766
d) que considere, sempre que possível, os aspectos relacionados à sustentabilidade eco-
nômica, ambiental, social e de governança dos investimentos; (Incluído pela Resolução
CMN nº 4.695, de 27/11/2018)
Art. 16. Na aplicação dos recursos do regime próprio de previdência social em títulos e
valores mobiliários, conforme disposto nos incisos I e III do § 1º do art. 15, o responsável pela
gestão, além da consulta à instituição financeira, à instituição autorizada a funcionar pelo
Banco Central do Brasil ou às pessoas jurídicas autorizadas pela Comissão de Valores
Mobiliários para o exercício profissional de administração de carteira, deverá observar as
informações divulgadas, diariamente, por entidades reconhecidamente idôneas pela sua
transparência e elevado padrão técnico na difusão de preços e taxas dos títulos, para fins
de utilização como referência em negociações no mercado financeiro, antes do efetivo
fechamento da operação.
767
INSTRUÇÃO CVM N° 539/13 E ALTERAÇÕES POSTERIORES
- CONCEITO DE INVESTIDOR PROFISSIONAL (ART. 9°A)
Art. 9º-A São considerados investidores profissionais:
do Brasil;
10.000.000,00 (dez milhões de reais) e que, adicionalmente, atestem por escrito sua con-
dição de
V – fundos de investimento;
I – investidores profissionais;
768
III – as pessoas naturais que tenham sido aprovadas em exames de qualificação técnica
ou possuam certificações aprovadas pela CVM como requisitos para o registro de agentes
autônomos de investimento, administradores de carteira, analistas e consultores de valores
mobiliários, em relação a seus recursos próprios; e
IV – clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por um ou mais cotistas,
que sejam investidores qualificados.
A Lei Complementar n° 109, de 29 de maio de 2001, traz as regras gerais para o regime de
previdência privada, alcançando tanto as entidades fechadas como as entidades abertas
de previdência complementar. É a norma que regulamenta a Emenda n° 20 e substitui a
Lei n° 6435/77, que até então regia os fundos de pensão.
A normal legal exige das entidades fechadas de previdência complementar uma estrtutura
mínima composto de conselho deliberativo, conselho fiscal e diretoria-executiva. Sem
769
prejuízo da natureza providenciária e assistencial das entidades fechadas de previdência
complementar, os membros da diretoria-executiva e dos conselhos deliberativos e fiscal
poderão ser remunerados, de acordo com a legislação aplicável.
Ainda em relação às entidades fechadas, é obrigatória, pelo menos uma vez por ano, a
divulgação das informações relativas aos planos de benefócios aos que se acham a estes
vinculados. Além disso, o direito de cada participante ou assistido requerer informações
de interesse pessoal, embora já não pareça elementar, foi consagrado na normal legal,
cabendo ao órgão oficial fixar prazo para que a entidade fechada de previdência responda
a tais requerimentos.
A Lei Complementar n°109/01 traz um severo regime disciplinar para as entidades de pre-
vidência complementar e os seus dirigentes, prevendo sanções civis, administrativas e
penais. Os eixos centrais da política de investimentos das entidades fechadas de previdência
complementar estão definidas na Resolução CVM n° 2829/01, com as alterações
posteriores.
I - deverá ser realizada exclusivamente para proteção da carteira, podendo, inclusive, rea-
lizar operações de síntese de posição do mercado à vista;
II - não pode gerar, a qualquer tempo, exposição superior a uma vez o respectivo patrimô-
nio líquido;
III - não pode gerar, a qualquer tempo e cumulativamente com as posições detidas à vista,
exposição superior a uma vez o respectivo patrimônio líquido, por cada fator de risco;
1.º A utilização de instrumentos derivativos pelo FIE está condicionada a que o regulamento
do fundo contenha cláusulas específicas explicitando as disposições previstas nos incisos
I a V.
§ 3.º O disposto no inciso III deste artigo aplica-se somente quando as cotas do FIE estive-
rem vinculadas à garantia de provisões técnicas.
Art. 90. É vedado ao FIE possuir em sua carteira, direta ou indiretamente, investimentos
em cotas de fundos de investimentos cuja atuação em mercados de derivativos gere, a
qualquer tempo, exposição superior a uma vez o respectivo patrimônio líquido.
771
direta ou indiretamente:
I - realizar operações com derivativos que gerem, a qualquer tempo, exposição superior
ao total das posições detidas à vista;
III – aplicar em cotas de fundos de investimentos cuja atuação, direta ou indireta, em mer-
cados de derivativos gere, a qualquer tempo, exposição superior a uma vez o respectivo
patrimônio líquido;
V - aplicar recursos em carteiras administradas por pessoas físicas, bem como em fundos
de investimentos cujas carteiras sejam administradas por pessoas físicas;
772
ou companheiros e parentes até o segundo grau;
b) com empresas nas quais participem as pessoas a que se refere a alínea “a” deste inciso,
exceto no caso de participação de até 5% (cinco por cento) como acionista; e
c) tendo como contraparte, ainda que indiretamente, pessoas físicas definidas na alínea
“a” deste inciso, ou empresas ligadas;
XII – aplicar em cotas de fundos de investimentos cuja carteira contenha títulos e valores
mobiliários de emissão e/ou coobrigação da seguradora, EAPC, sociedade de capitalização
ou ressegurador local, de seus controladores, de sociedades por ela direta ou indiretamente
controladas e de empresas ligadas ou outras sociedades sob controle comum; e
XIII – aplicar em ativos emitidos, coobrigados ou de qualquer forma garantidos por pessoa
física.
§ 1.º As operações de que trata o inciso I somente podem ter o objetivo de proteção da
carteira e de síntese de posição do mercado à vista;
773
seguradoras, EAPC, sociedades de capitalização ou resseguradores locais, em decorrência
de acordo operacional cujo objeto exclusivo seja o fomento da comercialização de produtos
regulamentados no âmbito do Sistema Nacional de Seguros Privados; e
§ 4.º As vedações de que tratam os incisos XI e XII não se aplicam aos títulos de emissão
do Tesouro Nacional, aos créditos securitizados pelo Tesouro Nacional e aos títulos de
emissão de estados e municípios objetos de contratos firmados ao amparo da Lei n.º 9.496,
de 11 de setembro de 1997, ou da Medida Provisória no 2.185-35, de 24 de agosto de 2001.
§ 5.º A vedação de que trata o inciso XII não se aplica às ações integrantes de índice de
mercado que seja referência para a política de investimentos do fundo, desde que respei-
tada a proporção de participação de cada ação no referido índice.
Susep; e
Art. 92. Além do disposto no art. 91, é vedado à seguradora, EAPC, sociedade de capitali-
zação ou ressegurador local, exclusivamente no que diz respeito aos ativos garantidores:
I - oferecer como garantia para operações nos mercados de liquidação futura ou em quais-
quer outras situações;
II - alienar, prometer alienar ou de qualquer forma gravar, bem como os direitos deles
decorrentes, sem a prévia e expressa autorização da Susep;
V - oferecer como garantia ações de emissão de companhias sem registro para negociação
em bolsa de valores ou em mercado de balcão organizado por entidade credenciada na
CVM, ressalvados os casos já autorizados pelo CMN e os aprovados pela Susep, na forma
774
dos parágrafos
VIII - oferecer CPR segurada pela própria seguradora ou empresa a ela ligada.
II – regimes próprios de previdência social instituídos pela União, pelos Estados, pelo Distrito
Federal ou por Municípios;
III – planos de previdência complementar aberta e seguros de vida com cláusula de cober-
tura por sobrevivência, de acordo com a regulamentação editada pelo Conselho Nacional
de Seguros Privados; e
§ 1º Os fundos de que trata o caput devem indicar, em seu cadastro na CVM, a condição
de fundos “Previdenciários” e a categoria de plano ou seguro a que se encontram
vinculados.
775
LEGISLAÇÃO PERTINENTES A PLANOS
DE PREVIDÊNCIA PRIVADA
12.2.7 Legislação pertinente a planos de previdência privada
Entender o conceito de fundo previdenciário tal como estabelecido pelo Art. 131 da ICVM
555/14 e sua utilização para a gestão de Fundos Especialmente Constituídos (FIE)
Definir PGBL e seus subtipos nos termos do Art. 7° da Resolução CNSP N° 349/17
Definir VGBL e seus subtipos nos termos do Art. 7 da Resolução CNSP n° 348/17
Indicar as condições especiais para FIE, nos termos das Subções II e III da Resolução CNSP
321/2-15 e alterações posteriores.
Lei Complementar n° 109/01: traz as regras gerais para o regime de previdência privada,
alcançando tanto as entidades fechadas como as entidades abertas de previdência
complementar.
Resolução CNSP n° 321/15: Dispõe sobre provisões técnicas, ativos redutores da necessidade
de cobertura das provisões técnicas, capital de risco, baseado nos riscos de subscrição de
crédito operacional e de mercado, patrimônio líquido ajustado, capital mínimo requerido,
plano de regularização de solvência, limites de retenção, critérios para a realização de
776
investimentos, normas contábeis, auditoria contábil e auditoria atuarial independentes e
Comitê de Auditorias referentes a seguradoras, entidades abertas de previdência comple-
mentar, sociedades de capitalização e resseguradores.
Resolução CMN n° 4444/15: Dispõe sobre as normas que disciplinam a aplicação dos
recursos das reservas técnicas das provisões e dos fundos das sociedades, seguradoras,
das sociedades de capitalização, das entidades abertas de previdência complementar e
dos resseguradores locais, sobre as aplicações dos recursos exigidos no país para a garantia
das obrigações de ressegurador admitido e sobre a carteira dos Fundos de Aposentadoria
Programada Individual (Fapi)
777
de pagamentos financeiros programados na forma definida no Regulamento e na Nota
Técnica Atuarial;
III - Vida com Remuneração Garantida e Performance(VRGP), quando garantir aos segu-
rados, durante o período de diferimento,remuneração por meio da contratação de índice
de atualização de valores e de taxa de juros e a reversão, parcial ou total, de resultados
financeiros;
VII- Dotal Misto, quando garantir um capital segurado que será pago em função da sobre-
vivência do segurado ao período de diferimento ou em função da sua morte ocorrida
durante aquele período,sem reversão de resultados financeiros, e sempre estruturado na
modalidade de benefício definido e no regime financeiro de capitalização;
VIII- Dotal Misto com Performance, quando garantir um capital segurado que será pago
em função da sobrevivência do segurado ao período de diferimento ou em função da sua
morte ocorrida durante aquele período, com reversão, parcial ou total, de resultados finan-
ceiros durante o período de diferimento, e sempre estruturado na modalidade de benefício
definido e no regime financeiro de capitalização;
IX- Vida com Renda Imediata (VRI), quando, mediante prêmio único, garantir o pagamento
do capital segurado, sob a forma de renda imediata; e
778
§ 1º Em todos os tipos de plano mencionados neste art.,poderá ser prevista contratualmente
a reversão de resultados financeiros durante o período de pagamento do capital segurado
sob aforma de renda.
§ 3º A cláusula de atualização de valores de que trata o'parágrafo anterior deverá ser redi-
gida de modo a tornar claro para os segurados que o reajuste anual aplicado aos prêmios
superará a variação anual aplicada aos capitais segurados, de forma a proteger os valores
dos capitais segurados.
§ 4º Não se aplica, para os casos em que for adotada a faculdade prevista no § 2º deste art.,
o disposto no art. 6º do Anexo I da Resolução CNSP nº 103, de 9 de janeiro de 2004.
§ 5º Os planos previstos nos incisos I e II deste art. podem prever, desde que definido no
momento da contratação, e na forma regulamentada, FIE associado ao plano com per-
centual decrescente de exposição a investimentos com maior risco, especialmente em
ativos de renda variável, durante o período de diferimento e deverão ser acompanhados
da denominação Plano Vida Planejada.
§ 6º Na forma regulamentada pela Susep, os planos previstos nos incisos I e II deste art.
podem prever a transformação de apenas parte da Provisão Matemática de Benefícios a
Conceder em renda,devendo também, exclusivamente no caso do plano previsto no inciso
II, a opção de pagamentos financeiros programados ao segurado, cujo critério de cálculo
e de atualização deverá estar definido na proposta de contratação ou de adesão, podendo
ser alterado a qualquer momento por solicitação do segurado.
§8º O plano previsto no inciso X deste art. deve apresentar cláusula de desempenho atre-
lado a percentual de um índice de renda fixa de ampla divulgação.
III - Plano com Remuneração Garantida e Performance (PRGP), quando garantir aos par-
ticipantes, durante o período de diferimento, remuneração por meio da contratação de
índice de atualização de valores e de taxa de juros e a reversão, parcial ou total, de resul-
tados financeiros;
V - Plano com Atualização Garantida e Performance (PAGP), quando garantir aos partici-
pantes, durante o período de diferimento, por meio da contratação de índice de preços,
apenas a atualização de valores e a reversão, parcial ou total, de resultados financeiros;
VI - Plano de Renda Imediata (PRI), quando, mediante contribuição única, garantir o paga-
mento do benefício por sobrevivência, sob a forma de renda imediata; e
VII - Plano com Desempenho Referenciado (PDR), quando apresentar, durante o período
de diferimento, garantia mínima de desempenho, segundo critérios definidos no plano, e
a reversão, parcial ou total, de resultados financeiros, e sempre estruturado na modalidade
780
de contribuição variável.
§ 1º Em todos os tipos de plano mencionados neste art., poderá ser contratada a reversão
de resultados financeiros durante o período de pagamento do benefício sob a forma de
renda.
§ 2º Os planos previstos nos incisos I e II deste art. podem prever, desde que definido no
momento da contratação, e na forma regulamentada, FIE associado ao plano com per-
centual decrescente de exposição a investimentos com maior risco, especialmente em
ativos de renda variável, durante o período de diferimento e deverão ser acompanhados
da denominação Plano Previdência Vida Planejada.
§ 3º Na forma regulamentada pela Susep, os planos previstos nos incisos I e II deste art.
podem prever a transformação de apenas parte da Provisão Matemática de Benefícios a
Conceder em renda, devendo também, exclusivamente no caso do plano previsto no inciso
II, prever a opção de pagamentos financeiros programados ao participante, cujo critério
de cálculo e de atualização deverá estar definido na proposta de inscrição, podendo ser
alterado a qualquer momento por solicitação do participante.
§ 4º Todos os tipos de plano mencionados neste art. devem oferecer a opção de o partici-
pante contratar renda calculada com base em componente atuarial.
§ 5º O plano previsto no inciso VII deste art. deve apresentar cláusula de desempenho
atrelado a percentual de um índice de renda fixa de ampla divulgação.
I. Ter estrutura que seja compatível com a natureza, porte, complexidade e modelo de
781
negócio das Instituições Participantes;
III. Ter profissionais com qualificação técnica e experiência necessária para o exercício das
atividades relacionadas à função de controles internos e de compliance;
IV. Ter comunicação direta com a diretoria, administradores e com o conselho de adminis-
tração, se houver, para realizar relato dos resultados decorrentes das atividades relacionadas
à função de controles internos e de compliance, incluindo possíveis irregularidades ou
falhas identificadas;
VI. Ter autonomia e autoridade para questionar os riscos assumidos nas operações reali-
zadas pela instituição.
§2º. A(s) funções desempenhadas pela(s) área(s) responsável(is) pelos controles internos e
pelo compliance pode(m) ser desempenhada(s) em conjunto, na mesma estrutura, ou por
unidades específicas.
Parágrafo único. A segregação de atividades referida neste artigo pode ser promovida
mediante a contratação de empresa especializada na prestação de serviços de gestão de
recursos de terceiros.
Art. 2º Para efeito do disposto no art. 1º, as instituições ali referidas devem designar mem-
bro da diretoria ou, se for o caso, sócio-gerente, tecnicamente qualificado, para responder,
civil, criminal e administrativamente, pela gestão e supervisão dos recursos de terceiros,
bem como pela prestação de informações a eles relativas.
782
pela gestão de recursos de terceiros deve recair sobre pessoa que não possua qualquer-
nvínculo com as demais atividades da instituição.
Art. 3º A designação de que trata o artigo anterior deve ser objeto de imediata comunica-
ção por escrito à Delegacia Regional do Banco Central do Brasil a que estiver jurisdicionada
a instituição e, quando for o caso, à Comissão de Valores Mobiliários.
Parágrafo único. A comunicação referida neste artigo deve se fazer acompanhar de decla-
ração firmada pelo administrador designado pela instituição de que:
I - está ciente de suas obrigações para com os titulares dos recursos sob administração da
instituição, bem como da exigência de que trata o art. 2º, parágrafo único;
Art. 5º Ficam o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários, cada qual
dentro de sua esfera de competência, autorizados a adotar as medidas e baixar as normas
complementares que se fizerem necessárias à execução do disposto nesta Resolução.
783
III - de contrabando ou tráfico de armas, munições ou material destinado à sua
produção;
§ 1º Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos
ou valores provenientes de qualquer dos crimes antecedentes referidos neste artigo:
III - importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros.
I - utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores que sabe serem
provenientes de qualquer dos crimes antecedentes referidos neste artigo;
§ 4º A pena será aumentada de um a dois terços, nos casos previstos nos incisos I a
VI do caput deste artigo, se o crime for cometido de forma habitual ou por intermédio de
organização criminosa.
§ 5º A pena será reduzida de um a dois terços e começará a ser cumprida em regime aberto,
784
podendo o juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la por pena restritiva de direitos, se o autor,
coautor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando esclare-
cimentos que conduzam à apuração das infrações penais e de sua autoria ou à localização
dos bens, direitos ou valores objeto do crime.
785
VI - as sociedades que efetuem distribuição de dinheiro ou quaisquer bens móveis, imóveis,
mercadorias, serviços, ou, ainda, concedam descontos na sua aquisição, mediante sorteio
ou método assemelhado;
VII - as filiais ou representações de entes estrangeiros que exerçam no Brasil qualquer das
atividades listadas neste artigo, ainda que de forma eventual;
XII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de luxo ou de alto valor ou
exerçam atividades que envolvam grande volume de recursos em espécie
XIV - as pessoas físicas ou jurídicas que prestem, mesmo que eventualmente, serviços de
assessoria, consultoria, contadoria, auditoria, aconselhamento ou assistência, de qualquer
natureza, em operações(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
786
tivas ou artísticas profissionais; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
XVII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de alto valor de origem rural
ou animal ou intermedeiem a sua comercialização; e (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
XVIII - as dependências no exterior das entidades mencionadas neste artigo, por meio de
sua matriz no Brasil, relativamente a residentes no País.(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
787
após o encerramento da relação contratual.
⯀ Documentos e informações referidos no relatório de avaliação de efetividade, no
manual relativo aos procedimentos de conhecer clientes, funcionários, parceiros e
terceirizados e nas versões anteriores do relatório de avaliação de efetividade devem
permanecer disponíveis pelo prazo mínimo de cinco anos após o encerramento da
relação contratual.
Manter à disposição do BACEN num prazo mínimo de 10 (dez) anos, os seguintes dados:
III - deverão adotar políticas, procedimentos e controles internos, compatíveis com seu
porte e volume de operações, que lhes permitam atender ao disposto neste artigo e no
art. 11, na forma disciplinada pelos órgãos competentes; (Redação dada pela Lei nº 12.683,
de 2012)
788
IV - deverão cadastrar-se e manter seu cadastro atualizado no órgão regulador ou fiscali-
zador e, na falta deste, no Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), na forma
e condições por eles estabelecidas; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 2º Os cadastros e registros referidos nos incisos I e II deste artigo deverão ser conservados
durante o período mínimo de cinco anos a partir do encerramento da conta ou da con-
clusão da transação, prazo este que poderá ser ampliado pela autoridade competente.
§ 3º O registro referido no inciso II deste artigo será efetuado também quando a pessoa
física ou jurídica, seus entes ligados, houver realizado, em um mesmo mês-calendário,
operações com uma mesma pessoa, conglomerado ou grupo que, em seu conjunto, ultra-
passem o limite fixado pela autoridade competente.
Art. 10A. O Banco Central manterá registro centralizado formando o cadastro geral de
correntistas e clientes de instituições financeiras, bem como de seus procuradores.
(Incluído pela Lei nº 10.701, de 2003)
II - deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar ciência de tal ato a qualquer pessoa,
inclusive àquela à qual se refira a informação, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a pro-
posta ou realização: (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
b) das operações referidas no inciso I; (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
III - deverão comunicar ao órgão regulador ou fiscalizador da sua atividade ou, na sua falta,
ao Coaf, na periodicidade, forma e condições por eles estabelecidas, a não ocorrência de
propostas, transações ou operações passíveis de serem comunicadas nos termos do inciso
789
II. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
O ponto é que o COAF não conseguiria agir com eficácia se tivesse de agir sozinho. Por
isso, o BACEN, delibera em sua circular sobre a obrigação de as instituições comunicarem
o COAF sobre movimentações, conforme listado abaixo:
◇ Qual o tipo, valor, data, dados do cliente, canal utilizado para a operação e dados
de identificação do indivíduo, como o CPF;
◇ Se for estrangeiro, identificar os mesmo dados e o documento de viagem emitido
pelo país emissor.
◇ Manter registros de todas as operações realizadas, produtos e serviços contratados,
inclusive saques, depósitos, aportes, pagamentos, recebimentos e transferências
de recursos. Também registros internos da instituição, além de identificar a origem,
destino e o fim dos recursos.
◇ Qual o tipo, valor, data, dados do cliente, canal utilizado para a operação e dados
de identificação do indivíduo, como o CPF;
◇ Se for estrangeiro, identificar os mesmo dados e o documento de viagem emitido
790
pelo país emissor.
◇ Manter registros de todas as operações realizadas, produtos e serviços contratados,
inclusive saques, depósitos, aportes, pagamentos, recebimentos e transferências
de recursos. Também registros internos da instituição, além de identificar a origem,
destino e o fim dos recursos.
As instituições financeiras autorizadas pelo BACEN devem requerer dos sacadores clientes
e não clientes a solicitação de provisionamento com, no mínimo, três dias úteis de ante-
cedência, das operações de saque, inclusive as realizadas por meio de cheque ou ordem
de pagamento, de valor igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta mil reais).
⯀ realizadas ou serviços prestados que, por sua habitualidade, valor ou forma, configu-
rem artifício que objetive burlar os mecanismos de identificação, controle e
registro;
⯀ realizadas ou os serviços prestados, qualquer que seja o valor, as pessoas que reco-
nhecidamente tenham perpetrado ou intentado perpetrar atos terroristas ou neles
participado ou facilitado o seu cometimento, bem como a existência de recursos
pertencentes ou por eles controlados direta ou indiretamente;
⯀ os atos suspeitos de financiamento do terrorismo.
As comunicações ao COAF, nesses casos, devem ser realizadas até o dia útil seguinte
à sua verificação, sem que seja dada ciência à parte cuja ação foi comunicada ou a
terceiros.
I - advertência;
II - multa pecuniária variável não superior: (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
b) ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente seria obtido pela realização da
operação; ou (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
III - inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos, para o exercício do cargo de admi-
nistrador das pessoas jurídicas referidas no art. 9º;
§ 2o A multa será aplicada sempre que as pessoas referidas no art. 9o, por culpa ou dolo:
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
II - não cumprirem o disposto nos incisos I a IV do art. 10; (Redação dada pela Lei nº 12.683,
de 2012)
792
quanto ao cumprimento das obrigações constantes desta Lei ou quando ocorrer reinci-
dência específica, devidamente caracterizada em transgressões anteriormente punidas
com multa.
793
II - autoridade central estrangeira: órgão, entidade ou agente público de jurisdição estran-
geira responsável, conforme a sua legislação própria ou acordos internacionais, por cen-
tralizar a interlocução com outras jurisdições sobre a adoção de medidas de cooperação
em matéria de prevenção e combate ao terrorismo, seu financiamento ou práticas
correlatas;
III - beneficiário final: pessoa natural ou pessoas naturais que, em conjunto, possuam,
controlem ou influenciem significativamente, direta ou indiretamente, um cliente em
nome do qual uma transação esteja sendo conduzida ou dela se beneficie;
V - cliente: investidor que mantém relacionamento comercial direto com as pessoas men-
cionadas no art. 3º desta Instrução;
IX - influência significativa: situação em que uma pessoa natural, seja o controlador ou não,
exerça influência de fato nas decisões ou seja titular de mais de 25% (vinte e cinco por
cento) do capital social das pessoas jurídicas ou do patrimônio líquido dos fundos de inves-
timento e demais entidades nos casos de que tratam os incisos II a V do art. 1º do Anexo
11-A, sem prejuízo da utilização de cadastro simplificado de que trata o Anexo 11-B;
794
XI - participante: pessoa jurídica, fundo ou veículo de investimento a quem uma entidade
administradora de mercado organizado tenha concedido autorização para atuar nos
ambientes ou sistemas de negociação ou de registro de operações dos mercados por ela
administrados.
XII - trust ou veículo assemelhado: qualquer ente despersonalizado constituído por ativos
mantidos sob titularidade fiduciária e reunidos em patrimônio de afetação, segregado do
patrimônio geral do titular.
Parágrafo único. Equivalem ao beneficiário final, para fins da presente norma, os seus
prepostos, procuradores ou representantes legais.
a) os escrituradores;
e) as companhias securitizadoras; e
795
§ 3º O disposto no § 2º não exime a responsabilidade das instituições integrantes do sis-
tema de distribuição de valores mobiliários pelo cumprimento dos comandos previstos
nesta Instrução.
§ 1º Para fins do disposto no caput deste artigo, devem ser levadas em consideração, dentre
outros fatores:
I - o tipo de cliente e sua natureza jurídica, a sua atividade, a sua localização geográfica, os
produtos, serviços, operações e canais de distribuição por ele utilizados, bem como outros
parâmetros de risco adotados no relacionamento com os seus clientes;
III - a contraparte das operações realizadas em nome de seu cliente, no caso de operações
realizadas em ambientes de registro.
796
específico dentro da política de PLDFT e do processo periódico da avaliação interna de
risco:
I - pessoas expostas politicamente, bem como com seus familiares, estreitos colaboradores
e pessoas jurídicas de que participem, nos termos do Anexo 5-I; e
§ 3º As pessoas mencionadas nos incisos I a III do art. 3º desta Instrução que não têm rela-
cionamento direto com o investidor devem identificar, analisar, compreender e mitigar os
riscos de LDFT inerentes às suas atividades desempenhadas, considerando os parâmetros
estabelecidos nos §§ 1º e 2º do art. 17.
Art. 6º O diretor de que trata o caput do art. 8º deve elaborar relatório relativo à avaliação
interna de risco de LDFT, a ser encaminhado para os órgãos da alta administração espe-
cificados na política de PLDFT, até o último dia útil do mês de abril, contendo além das
informações requeridas nos incisos I e II do art. 5º, o que segue:
d) a data do reporte da declaração negativa, se for o caso, conforme disposto no art. 23;
IV - as medidas adotadas para o atendimento do disposto nas alíneas "b" e "c" do inciso II
do art. 4º;
797
cação de operações ou situações atípicas; e
a) possíveis alterações nas diretrizes previstas na política de PLDFT de que trata o art. 4º;
b) aprimoramento das regras, procedimentos e controles internos referidos no art. 7º, com
o estabelecimento de cronogramas de saneamento;
I - ser elaborado anualmente até o último dia útil do mês de abril e seu conteúdo deve se
referir ao ano anterior à data de entrega;
II - ficar disponível para a CVM e, se for o caso, para a entidade autorreguladora, na sede
da instituição.
§ 2º O relatório de que trata o caput pode ser único ou compor relatório abrangente de
supervisão de regras, procedimentos e controles internos de implementação e cumpri-
mento de políticas exigido pela regulamentação da CVM, observada a compatibilidade
dos prazos de entrega, conforme aplicável.
798
posições desta Instrução, contemplando, inclusive:
a) a análise prévia para efeitos de mitigação de riscos de LDFT de novas tecnologias, ser-
viços e produtos; e
c) a forma pela qual o diretor responsável a que se refere o art. 8º acessará as informações
necessárias para o devido gerenciamento de riscos de PLDFT; e
I - ser escritos;
III - estar disponíveis para consulta da CVM, das entidades administradoras dos mercados
organizados e das entidades operadoras de infraestrutura de mercado em que a pessoa
obrigada atue como participante e da entidade autorreguladora, se for o caso.
§ 2º As regras, procedimentos e controles internos de que trata este artigo devem prever
que os administradores, funcionários, agentes autônomos de investimentos e prestadores
de serviços relevantes contratados, se for o caso, das pessoas jurídicas mencionadas nos
incisos I a III do art. 3º devem reportar, no limite de suas atribuições, para a sua área res-
ponsável pelos controles internos as propostas ou ocorrências das operações ou situações
previstas no art. 20.
799
§ 5º Os auditores independentes devem observar os limites, os procedimentos e a confor-
midade requerida na execução de uma auditoria de demonstrações contábeis ou revisão
de informações contábeis intermediárias, segundo regulamentação específica emitida
pelo CFC e as normas emanadas pela CVM.
Art. 26. As pessoas mencionadas nos incisos I a III do art. 3º devem manter à disposição
da CVM, durante o período mínimo de 5 (cinco) anos, toda documentação relacionada às
obrigações previstas nos Capítulos II a V e VII.
800
de que trata os arts. 22 e 23.
§ 2º Em se tratando do disposto nos Capítulos IV, V e VII, o prazo a que se refere o caput
passa a contar, conforme o caso, a partir do cadastro ou da última atualização cadastral,
ou da detecção da situação atípica, podendo esse prazo ser sucessivamente estendido
por determinação da CVM.
801
d) no caso de clientes classificados no inciso I do art. 1º do Anexo 11-A, operações cujos
valores se afigurem incompatíveis com a ocupação profissional, os rendimentos ou a situ-
ação patrimonial ou financeira de qualquer das partes envolvidas, tomando-se por base
as informações cadastrais respectivas; e
a) realizadas entre as mesmas partes ou em benefício das mesmas partes, nas quais haja
seguidos ganhos ou perdas no que se refere a algum dos envolvidos;
g) realizadas com a aparente finalidade de gerar perda ou ganho para as quais falte, obje-
tivamente, fundamento econômico ou legal;
802
3. de valores mobiliários fora do ambiente de mercado organizado;
a) ativos alcançados por sanções impostas pelas resoluções do CSNU de que trata a Lei nº
13.810, de 8 de março de 2019;
c) a realização de negócios, qualquer que seja o valor, por pessoas que tenham cometido
ou intentado cometer atos terroristas, ou deles participado ou facilitado o seu cometimento,
conforme o disposto na Lei nº 13.260, 16 de março de 2016;
V - outras hipóteses que, a critério das pessoas mencionadas no caput deste artigo, con-
figurem indícios de LDFT, cujas notificações deverão ser acompanhadas de breve descrição
da possível irregularidade, de acordo com o § 1º do art. 22.
803
§ 1º As operações ou situações mencionadas no caput compreendem as seguintes:
§ 4º Para fins do enquadramento das situações descritas nas alíneas "c", "d" e "e" do inciso
III, assim como na alínea "b" do inciso IV do caput, as pessoas mencionadas no art. 3º devem
verificar se as informações disponíveis atendem os padrões mínimos estabelecidos na
política de PLDFT que ensejem a comunicação de que trata o art. 22.
804
Seção III - Comunicação de Operações
Art. 22. As pessoas mencionadas nos incisos I a IV do art. 3º desta Instrução devem, em
conformidade com o disposto nesta seção e mediante análise fundamentada, comunicar
à Unidade de Inteligência Financeira todas as situações e operações detectadas, ou pro-
postas de operações que possam constituir-se em sérios indícios de LDFT.
IV - a apresentação das informações obtidas por meio das diligências previstas no art. 17,
que qualifiquem os envolvidos, inclusive informando tratar-se, ou não, de pessoas expostas
politicamente, e que detalhem o comportamento da pessoa comunicada; e
§ 2º As pessoas mencionadas no caput devem abster-se de dar ciência de tal ato a qualquer
pessoa, inclusive àquela a qual se refira a informação.
§ 3º A comunicação de que trata o caput deve ser efetuada no prazo de 24 (vinte e quatro)
horas a contar da conclusão da análise que caracterizou a atipicidade da operação, res-
pectiva proposta, ou mesmo da situação atípica detectada, como uma suspeição a ser
comunicada para a Unidade de Inteligência Financeira.
Art. 23. As pessoas mencionadas nos incisos I a IV do art. 3º desta Instrução devem comu-
nicar à CVM, se for o caso, a não ocorrência, no ano civil anterior, de situações, operações
ou propostas de operações passíveis de serem comunicadas.
Parágrafo único. A comunicação de que trata o caput deve ser realizada anualmente, até
o último dia útil do mês de abril, por meio dos mecanismos estabelecidos no convênio
805
celebrado entre a CVM e a Unidade de Inteligência Financeira.
Art. 24. Para fins do disposto no inciso I do art. 11, da Lei nº 9.613, de 1998, os auditores
independentes devem realizar o monitoramento, a análise e a comunicação de que trata
este Capítulo considerando, no mínimo, a aplicação dos procedimentos previstos em
regulamentação específica emitida pelo CFC.
§ 1º As pessoas mencionadas nos incisos I a IV do art. 3º devem ainda informar, sem demora,
ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e à CVM, a existência de pessoas e
ativos sujeitos às determinações de indisponibilidade referidas no caput a que deixaram
de dar o imediato cumprimento, justificando as razões para tanto.
806
II - comunicar imediatamente a indisponibilidade de ativos e as tentativas de sua transfe-
rência relacionadas às pessoas naturais, às pessoas jurídicas ou às entidades sancionadas
por resolução do CSNU ou por designações de seus comitês de sanções, nos termos do
art. 11 da Lei nº 13.810, de 2019:
a) à CVM;
b) ao MJSP;
III - manter sob verificação a existência ou o surgimento, em seu âmbito, de ativos alcan-
çados pelas determinações de indisponibilidade de que trata o caput, para efeito de pôr
tais ativos imediatamente, tão logo detectados, sob o regime de indisponibilidade previsto
no inciso II do art. 2º e no § 2º do art. 31 da Lei nº 13.810, de 2019.
§ 5º O cumprimento das obrigações de que trata o Capítulo VII não devem se submeter
aos parâmetros da abordagem baseada em risco de LDFT.
Art. 28. Para o fim de assegurar o fiel cumprimento do disposto no art. 27, as pessoas
mencionadas nos incisos I a IV do art. 3º devem, no limite de suas atribuições, adequar
suas regras, procedimentos e controles internos no tocante a todas as relações de negócio
já existentes, ou que venham a ser posteriormente iniciadas em seu âmbito, quanto às
quais possam ser identificadas como interessadas pessoas físicas, pessoas jurídicas ou
entidades alcançadas pelas determinações de indisponibilidade de que trata o art. 27.
807
I – instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central
do Brasil;
V – fundos de investimento;
I – investidores profissionais;
III – as pessoas naturais que tenham sido aprovadas em exames de qualificação técnica
ou possuam certificações aprovadas pela CVM como requisitos para o registro de agentes
autônomos de investimento, administradores de carteira, analistas e consultores de valores
mobiliários, em relação a seus recursos próprios; e
IV – clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por um ou mais cotistas,
que sejam investidores qualificados.”
808
⯀ Alíquota:
⯀ 20% nas Operações de Day Trade
⯀ 15% nas Demais Hipóteses
Base de Cálculo:
Nos mercados à vista, o ganho líquido será constituído pela diferença positiva entre o valor
de alienação do ativo e o seu custo de aquisição, calculado pela média ponderada dos
custos unitários, deduzindo-se ainda os custos e despesas necessários à realização das
operações.
São isentos do imposto sobre a renda, os ganhos líquidos referidos por pessoa física´em
operações efetuadas.
II com ouro, ativo financeiro, se o total das alienações desse ativo, realizadas no mês, não
exceder a R$ 20 mil.
III- com ações de pequenas e médias empresas a que se refere o art. 66 da IN RFB n° 1585.
809
Fato Gerador: Apuração de Rendimento em Aplicação Financeira de Renda Fixa.
Alíquota:
Base de Cálculo: A base de cálculo do imposto é constituído pela diferença positiva entre
o valor da alienação, líquida de IOF, quando couber, e o valor da aplicação financeira. Por
alienação, compreende-se qualquer forma de transmissão da propriedade, bem como a
liquidação, o resgate, a cessão ou a repactuação do título ou aplicação.
⯀ Isentos de IR:
⯀ Letras de Crédito Imobiliários (LCI)
⯀ Letras de Crédito do Agronegócio (LCA)
⯀ Debentures Incentivadas
⯀ Isentos de IOF
⯀ Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA)
⯀ Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI)
810
LEGISLAÇÃO PERTINENTE A PLANOS DE
PREVIDÊNCIA PRIVADA - RESOLUÇÃO CMN N°
4444/15 E ALTERAÇÕES POSTERIORES
os resseguradores devem:
811
⯀ considerando, inclusive, a política de investimentos estabelecida, observadas as
modalidades,segmentos, limites e demais critérios e requisitos estabelecidos neste
Regulamento.
devem observar as normas estabelecidas pelo Banco Central do Brasil e pela Comissão
de Valores Mobiliários.
aceitos como garantidores dos recursos das reservas técnicas, das provisões e dos fundos,
conforme disposto nas respectivas leis que tratam do assunto, das sociedades seguradoras,
das sociedades de capitalização, das entidades abertas de previdência complementar e
dos resseguradores.
§ 2º Não serão considerados como ativos garantidores as ações, títulos, valores mobiliários
ou qualquer obrigação de emissão da própria sociedade seguradora ou da sociedade de
capitalização ou da entidade aberta de previdência complementar ou do ressegurador
local, bem como as ações, títulos, valores mobiliários e obrigações de emissão de partes
relacionadas.
812
participar nas decisões das políticas financeira ou operacional da investida; ou
b) a investidora for titular de 20% (vinte por cento) ou mais do capital votante da
investida.
Art. 4º Somente serão considerados ativos garantidores os ativos financeiros que sejam
registrados em sistemas de registros, objeto de custódia ou objeto de depósito centrali-
zado, em todos os casos em instituições autorizadas pelo Banco Central do Brasil ou pela
Comissão de Valores Mobiliários, nas suas respectivas áreas de competência, para desem-
penhar as referidas atividades.
Art. 5º Os títulos e valores mobiliários devem ser objeto de registro, com identificação do
titular, de depósito centralizado em conta individualizada em nome da seguradora, da
sociedade de capitalização, da entidade aberta de previdência complementar ou do res-
segurador local, ou objeto de custódia, em todos os casos em instituições autorizadas pelo
Banco Central do Brasil ou pela Comissão de Valores Mobiliários, nas suas respectivas áreas
de competência, para desempenhar as referidas atividades.
I - renda fixa;
II - renda variável;
III - imóveis;
V - outros.
cujas carteiras estejam representadas exclusivamente pelos títulos referidos nas alíneas
“a” e “b” deste inciso, dos quais as sociedades seguradoras, as sociedades de capitalização,
as entidades abertas de previdência complementar ou os resseguradores locais sejam os
únicos cotistas e as cotas de fundos de investimento em cotas de fundos de investimento
com tais características, ressalvadas as disponibilidades de caixa permitidas pela regula-
mentação em vigor (Fundo de Investimento Especialmente Constituído de Títulos Públicos);
e
814
regulamentação em vigor (Fundo de Índice de Títulos Públicos), conforme regulamentação
estabelecida pela Comissão de Valores Mobiliários;
II - até 75% (setenta e cinco por cento) em valores mobiliários ou outros ativos financeiros
de renda fixa emitidos por companhia aberta cuja oferta pública tenha sido registrada na
Comissão de Valores Mobiliários, ou que tenha sido objeto de dispensa;
III - até 50% (cinquenta por cento) no somatório dos seguintes ativos:
IV - até 25% (vinte e cinco por cento) no somatório dos seguintes ativos:
a) valores mobiliários ou outros ativos financeiros de renda fixa cuja oferta pública tenha
sido registrada na Comissão de Valores Mobiliários, ou que tenha sido objeto de dispensa,
emitidos por sociedade de propósito específico (SPE), constituída sob a forma de socie-
dades por ações;
e) títulos ou valores mobiliários de renda fixa não relacionados neste artigo, desde que
815
com cobertura integral de seguro de crédito, observada a regulamentação específica do
Conselho Nacional de Seguros Privados e da Superintendência de Seguros Privados.
§ 1º Não serão admitidos na modalidade de que trata esta subseção ativos cuja remune-
ração esteja associada à variação cambial.
§ 3º Não serão considerados como ativos garantidores mencionados na alínea “d” do inciso
IV os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios no âmbito do Programa de Incentivo
à Implementação de Projetos de Interesse Social (FIDC-PIPS) e dos Fundos de Investimento
em Direitos Creditórios Não Padronizados (FIDC-NP), bem como os respectivos fundos de
cotas com estes ativos, conforme regulamentação estabelecida pela Comissão de Valores
Mobiliários.
§ 4º O limite de que trata o inciso IV, para aplicação no ativo de que trata a alínea “a” pode
ser ampliado para 30% (trinta por cento) em se tratando de cotas de fundos de investi-
mento na forma prevista no art. 3º da Lei nº 12.431, de 24 de junho de 2011, ou debêntures
emitidas por sociedade de propósito específico, constituída sob a forma de sociedade por
ações, aberta ou fechada, dos certificados de recebíveis imobiliários e de cotas seniores
de emissão de fundo de investimento em direitos creditórios padronizados ou não padro-
nizados, constituídos sob a forma de condomínio fechado de emissão ou cessão por con-
cessionária, permissionária, autorizatária ou arrendatária, para captar recursos com vistas
a implementar projetos de investimento na área de infraestrutura, na forma disposta no
§ 1º-A do art. 2º da Lei nº 12.431, de 2011.
816
contemplem, pelo menos, a obrigatoriedade de no mínimo 25% (vinte e cinco por cento)
de ações permanentemente em circulação (free float) e previsão expressa no estatuto
social da companhia de que seu capital social seja dividido exclusivamente em ações
ordinárias; e
II - até 75% (setenta e cinco por cento) no somatório dos seguintes ativos:
III - até 50% (cinquenta por cento) no somatório dos seguintes ativos:
cuja carteira tenha como principal fator de risco a variação de preços de ações admitidas
na alínea anterior, correspondentes bônus ou recibos de subscrição e de certificados de
817
depósitos de tais ações, e as cotas de fundos de investimento em cotas de fundos de
investimento com tais características, conforme regulamentação estabelecida pela Comissão
de Valores Mobiliários; e
IV - até 25% (vinte e cinco por cento) no somatório dos seguintes ativos:
818
Subseção IV -Da Modalidade Investimentos
Sujeitos à Variação Cambial
Art. 11. Na aplicação dos recursos de que trata este Regulamengo, devem ser observados
os seguintes limites e ativos admitidos:
cuja carteira seja composta por pelo menos 80% (oitenta por cento) de ativos relacionados
à variação de preços de moeda estrangeira ou à variação do cupom cambial (Fundo de
Investimento Cambial) ou cotas de fundos de investimento em cotas de fundos de inves-
timento com tais características, conforme regulamentação estabelecida pela Comissão
de Valores Mobiliários;
819
sob a forma de condomínio aberto, ou cotas de fundos de investimento em cotas de fun-
dos de investimento com tais características (Fundos Multimercado), nas formas regula-
mentadas pelaComissão de Valores Mobiliários; e
g) Certificados de Operações Estruturadas (COE) com Valor Nominal Protegido que pos-
suam ativos ou derivativos com risco cambial;
II - até 75% (setenta e cinco por cento) no somatório dos seguintes ativos:
b) cotas dos fundos de investimento que possuam em seu nome a designação “Ações -
BDR Nível I”, constituídos sob a forma de condomínio aberto, conforme regulamentação-
estabelecida pela Comissão de Valores Mobiliários;
III - até 50% (cinquenta por cento) no somatório dos seguintes ativos:
b) cotas dos fundos de investimento, constituídos sob a forma de condomínio aberto, que
tenha no mínimo 80% (oitenta por cento) de seu patrimônio líquido representado portítulos
e valores mobiliários de que trata a alínea anterior ou cotas de fundos de investimento
emcotas de fundos de investimento com tais características, conforme regulamentação
estabelecidapela Comissão de Valores Mobiliários;
IV - até 25% (vinte e cinco por cento) no somatório dos seguintes títulos emitidos ou incon-
dicionalmente garantidos por instituições financeiras no exterior em moeda estrangeira:
b) certificados de depósitos.
§ 1º A aquisição de títulos e valores mobiliários de que trata esta Subseção fica limitada
aos ativos considerados, pelo gestor, de baixo risco de crédito.
§ 3º Os títulos de que tratam os incisos III e IV do caput devem estar registrados em sistema
820
de registro e depósito centralizado, em central de custódia, ou regularmente escriturados,
em todos os casos, em instituições autorizadas por autoridade competente no país onde
é realizado o investimento.
II - até 75% (setenta e cinco por cento) em cotas de Fundos de Investimento em Participações
(FIP) e as cotas de fundos de investimento em cotas de fundos de investimento com tais
características (FICFIP), nas formas regulamentadas pela Comissão de Valores Mobiliários;
III - até 25% (vinte e cinco por cento) no somatório dos seguintes ativos:
821
c) cotas de Fundos Mútuos de Investimento em Empresas Emergentes (FMIEE), constitu-
ídos sob a forma de condomínio fechado, ou cotas de fundos de investimento em cotas
de fundos de investimento com tais características, nas formas regulamentadas pela
Comissão de Valores Mobiliários.
§ 1º As empresas emissoras dos ativos integrantes das carteiras dos fundos de investimento
em participações ou dos fundos de investimento em empresas emergentes de que trata
este artigo devem prever em seus estatutos ou regulamentos, cumulativamente:
administração;
822
I - aplicações de planos abertos de previdência complementar e de seguros de pessoas
com cobertura por sobrevivência, cuja remuneração esteja calcada na rentabilidade de
carteiras de investimentos durante o prazo de diferimento:
a) na modalidade Renda Fixa: até 100% (cem por cento), observados os limites do art. 8º e
da Seção IV deste Capítulo;
b) na modalidade Renda Variável: até 70% (setenta por cento), observados os limites do
art. 9º e da Seção IV deste Capítulo;
c) na modalidade Imóveis: até 20% (vinte por cento), observados os limites do art. 10 e da
Seção IV deste Capítulo;
e) na modalidade outros: até 20% (vinte por cento), observados os limites do art. 12 e da
Seção IV deste Capítulo;
a) na modalidade Renda Fixa: até 100% (cem por cento), observados os limites do art. 8º e
da Seção IV deste Capítulo;
b) na modalidade Renda Variável: até 100% (cem por cento), observados os limites do art.
9º e da Seção IV deste Capítulo;
c) na modalidade Imóveis: até 40% (quarenta por cento), observados os limites do art. 10
e da Seção IV deste Capítulo;
d) na modalidade Investimentos Sujeitos à Variação Cambial: até 10% (dez por cento),
observados os limites do art. 11 e da Seção IV deste Capítulo;
e) na modalidade outros: até 40% (quarenta por cento), observados os limites do art. 12 e
da Seção IV deste Capítulo;
823
às operações em moeda estrangeira e de seguros de crédito à exportação:
a) na modalidade Renda Fixa: até 100% (cem por cento), observados os limites do art. 8º e
da Seção IV deste Capítulo;
b) na modalidade Renda Variável: até 49% (quarenta e nove por cento), observados
c) na modalidade Imóveis: até 20% (vinte por cento), observados os limites do art. 10 e da
Seção IV deste Capítulo;
d) na modalidade Investimentos Sujeitos à Variação Cambial: até 100% (cem por cento),
observados os limites do art. 11 e da Seção IV deste Capítulo; e
e) na modalidade outros: até 20% (vinte por cento), observados os limites do art. 12 e da
Seção IV deste Capítulo;
IV - demais aplicações de que trata este Regulamento, não relacionadas nos incisos I a III:
a) na modalidade Renda Fixa: até 100% (cem por cento), observados os limites do art. 8º e
da Seção IV deste Capítulo;
b) na modalidade Renda Variável: até 49% (quarenta e nove por cento), observados os
limites do art. 9º e da Seção IV deste Capítulo;
c) na modalidade Imóveis: até 20% (vinte por cento), observados os limites do art. 10 e da
Seção IV deste Capítulo;
d) na modalidade Investimentos Sujeitos à Variação Cambial: até 10% (dez por cento),
observados os limites do art. 11 e da Seção III deste Capítulo; e
e) na modalidade outros: até 20% (vinte por cento), observados os limites do art. 12 e da
Seção IV deste Capítulo.
824
Seção IV -Dos Limites por Emissor e Investimento -
Subseção I - Dos Limites de Alocação por Emissor
Art. 14. Na aplicação dos recursos de que trata este Regulamento, devem ser observados
os seguintes limites em relação ao total de ativos garantidores de uma mesma sociedade
seguradora, sociedades de capitalização, entidades abertas de previdência complementar
ou ressegurador local:
a) a União;
b) fundo de índice;
III - até 25% (vinte e cinco por cento) se o emissor for instituição financeira;
b) companhia securitizadora;
c) FIDC e FICFIDC; e
d) SPE;
VI - até 5% (cinco por cento) se o emissor não estiver incluído nos incisos I a V.
§ 1º Considera-se como um único emissor, para efeito deste artigo, as companhias contro-
ladas pelos mesmos tesouros estaduais ou municipais, bem como as entidades que sejam
partes relacionadas, conforme § 3º do art. 3º.
§ 2º Para cômputo dos limites definido no inciso III deste artigo, será considerada como
825
emissora a instituição financeira com coobrigações de sua responsabilidade.
§ 3º Para fins de verificação do limite estabelecido na alínea “b” do inciso V, nos casos de
emissões de certificados de recebíveis com a instituição de regime fiduciário, considerase
como emissor cada patrimônio separado constituído com a adoção do referido regime.
a) FIDC e FICFIDC;
c) FIP e FICFIP;
d) FMIEE; e
e) Certificado de Recebível;
Parágrafo único. Para fins de verificação da observância dos limites de que tratamas
alíneas “a” e “b” do inciso II, deve ser adicionado, ao total de ações, o total de bônus de
subscrição, recibos de subscrição e certificados de depósitos de ações de uma mesma
companhia, as cotas de fundos de investimento e as cotas de fundos de investimento em
cotas de fundos de investimento classificados como fundos de ações que tenham como
objetivo investir em uma única companhia, ou grupo financeiro ou econômico.
827
§ 3º Os Fife somente poderão ter como cotistas FIE.
§ 5º Para efeito do cômputo dos limites referidos neste regulamento, as carteiras dos FIE
são consideradas como sendo a composição de sua carteira própria e das carteiras de
todos os Fife nos quais investe, ponderadas pela participação dos mesmos nos seus patri-
mônios líquidos.
§ 6º As carteiras dos Fife devem ser compostas exclusivamente pelos ativos contemplados
no Capítulo III, não se aplicando os limites previstos nesse mesmo Capítulo e no art. 22.
Art. 18. A aplicação dos recursos destinados à cobertura de deficits – quando relacionados
a planos de previdência complementar aberta ou a seguros de pessoas com cobertura
por sobrevivência, que prevejam a reversão total ou parcial de resultados financeiros – deve
ser feita, no período contratado para a reversão de resultados financeiros, sempre em cotas
de FIE.
Art. 19. Os recursos das sociedades seguradoras, sociedades de capitalização, das entidades
abertas de previdência complementar e dos resseguradores locais, de que trata este
Regulamento, não referidos nos arts. 17 e 18, podem ser aplicados em cotas de FIE de que
trata o art. 17.
I - deverá ser realizada exclusivamente para proteção da carteira, podendo inclusive, realizar
operações de síntese de posição do mercado à vista;
II - não pode gerar, a qualquer tempo, exposição superior a uma vez o respectivo patrimô-
nio líquido;
828
III - não pode gerar, a qualquer tempo e cumulativamente com as posições detidas à vista,
exposição superior a uma vez o respectivo patrimônio líquido, por cada fator de risco;
829
disponibilizando canais para que esses investidores e seus representantes, conforme o
caso, comuniquem quaisquer atualizações, observado o disposto no inciso II do art. 2º do
Anexo 11-A.
§ 3º As pessoas mencionadas nos incisos I a III do art. 3º não devem aceitar ordens de
movimentação de contas de clientes que estejam com os cadastros desatualizados, exceto
nas hipóteses de pedidos de encerramento de conta ou de alienação ou resgate de
ativos.
Art. 12. É permitida a adoção de sistemas alternativos de cadastro, inclusive por meio ele-
trônico, desde que as soluções adotadas satisfaçam os objetivos das normas vigentes e
os procedimentos sejam passíveis de verificação.
Parágrafo único. A assinatura do cliente ou de seu procurador no cadastro pode ser efe-
tuada por meio digital, ou, no caso de sistemas eletrônicos, suprida por outros mecanismos,
desde que os procedimentos adotados permitam confirmar com precisão a identificação
do cliente.
Art. 13. As informações cadastrais relativas a clientes classificados nos incisos II a V do art.
1º do Anexo 11-A devem abranger as pessoas naturais autorizadas a representá-los, todos
seus controladores, diretos e indiretos, e as pessoas naturais que sobre eles tenham influ-
ência significativa, até alcançar a pessoa natural caracterizada como beneficiário final ou
qualquer das entidades mencionadas no § 2º.
§ 1º As pessoas mencionadas nos incisos I a III do art. 3º devem definir, de acordo com sua
política de PLDFT, o percentual de participação mínimo que caracteriza o controle direto
ou indireto, observado que, exclusivamente para fins de cumprimento do caput, o percen-
tual não pode ser superior a 25% (vinte e cinco por cento) da participação.
830
b) obtenham recursos de investidores com o propósito de atribuir o desenvolvimento e a
gestão de uma carteira de investimento a um gestor qualificado que deve ter plena dis-
cricionariedade na representação e na tomada de decisão junto às entidades investidas,
não sendo obrigado a consultar os cotistas para essas decisões e tampouco indicar os
cotistas ou partes a eles ligadas para atuar nas entidades investidas; e
III - instituições financeiras e demais entidades autorizadas a funcionar pelo Banco Central
do Brasil;
b) organismos multilaterais;
1. o número de cotistas seja igual ou superior a 100 (cem) e nenhum deles tenha influência
significativa; e
831
origem;
III - possui órgão regulador do mercado de capitais, em especial, que tenha celebrado com
a CVM acordo de cooperação mútua que permita o intercâmbio de informações financeiras
de investidores, ou seja signatário do memorando multilateral de entendimento da
Organização Internacional das Comissões de Valores - OICV/IOSCO.
§ 4º As pessoas mencionadas nos incisos I a III do art. 3º também devem verificar, para
efeitos do inciso V do § 2º, e sem prejuízo do inciso III do § 3º, se o respectivo cliente em
sua jurisdição de origem é regulado e fiscalizado por autoridade governamental
competente.
§ 6º Nas situações previstas no § 2º, as pessoas listadas nos incisos I a III do art. 3º devem
informar no cadastro quem são as pessoas naturais representantes dos clientes perante
seus órgãos reguladores.
Art. 14. Os auditores independentes devem identificar seus clientes e respectivos benefi-
ciários finais, na forma dos procedimentos definidos pela regulamentação específica
emitida pelo CFC.
Art. 15. Nas situações em que for necessária a condução de diligências visando à identifi-
cação do beneficiário final de entes constituídos sob a forma de trust ou veículo asseme-
lhado, também devem ser envidados e evidenciados esforços para identificar:
832
Parágrafo único. Para fins desta Instrução, equipara-se ao curador ou trustee a pessoa
que não for settlor ou protector, mas que tenha influência significativa nas decisões de
investimento do trust ou veículo assemelhado.
Art. 16. As pessoas a que se referem os incisos I a III do art. 3º que tenham relacionamento
direto com o investidor devem, de forma consistente com sua política de PLDFT, avaliação
interna de risco e demais regras, procedimentos e controles internos, dispensar especial
atenção às situações em que não seja possível identificar o beneficiário final, observado
o disposto no § 2º do art. 13, bem como em que as diligências previstas na seção II do
Capítulo IV não possam ser concluídas.
III - avaliação do diretor responsável de que trata o caput do art. 8º, passível de verificação,
quanto ao interesse no início ou manutenção do relacionamento com o investidor.
V - classificar os clientes ativos por grau de risco de LDFT, conforme disposto no inciso II
do art. 5º, e acompanhar a evolução do relacionamento da instituição com eles, de forma
a rever tempestivamente a respectiva classificação, se cabível;
a) envidar esforços adicionais para identificar a origem dos recursos envolvidos nas refe-
ridas operações; e
VIII - identificar possíveis clientes e respectivos beneficiários finais que detenham bens,
834
valores e direitos de posse ou propriedade, bem como de todos os demais direitos, reais
ou pessoais, de titularidade, direta ou indireta, e que estejam relacionados com as situações
previstas nos arts. 27 e 28.
§ 1º As pessoas mencionadas nos incisos I e III do art. 3º que não têm relacionamento direto
com os investidores devem, no limite de suas atribuições:
Art. 18. As pessoas mencionadas nos incisos I e III do art. 3º somente devem iniciar qualquer
relação de negócio ou dar prosseguimento a relação já existente com o cliente ou presta-
dor de serviço relevante se observadas as providências estabelecidas neste Capítulo.
Parágrafo único. As pessoas mencionadas nos incisos I e III do art. 3º devem, de forma
passível de verificação, compreender e, quando apropriado, empreender esforços para
obter informações adicionais a respeito do propósito da relação de negócio mantida pelo
cliente ou, se for o caso, por procurador legalmente constituído, com a instituição.
835
Subseção II - Diligências Devidas pelos
Auditores Independentes
Art. 19. Os auditores independentes devem adotar, continuamente, regras, de acordo com
os procedimentos prévia e expressamente estabelecidos nas políticas a que se refere o §
4º do art. 4º, para:
I - confirmar as informações cadastrais de seus clientes, bem como dos beneficiários finais,
e manter atualizado o respectivo cadastro;
ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO
DO MERCADO DE CAPITAIS
Índices - índices de bolsa de valores no Brasil: Índice Bovespa (Ibovespa), Índice Brasil (IBrX),
Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada (IGC), Índice de Sustentabilidade
Empresarial (ISE), Índice de Energia Elétrica (IEE), Índice Mid-Large Cap (MLCX), Índice Small
Cap (SMLL), Índice de Fundos de Investimento Imobiliário (IFIX) e Índices de Dividendos
(IDIV)
836
Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada (IGC): O IGC é o resultado
de uma carteira teórica de ativos, elaborada de acordo com os critérios estabelecidos nesta
metodologia.
837
Índice de Energia Elétrica (IEE): Constituído pelas empresas de capital aberto mais sig-
nificativas do setor de energia elétrica, o IEE tem como objetivo mensurar o desempenho
deste segmento.
Índice Mid- Large CAP (MILCX): o índice procura medir o comportamento das empresas
negociadas na bolsa de valores de modo segmentado, aferindo o retorno de uma carteira
composta pelas empresas de maior capitalização listadas no Mercado Bovespa.
Índice Small Cap (SMLL): O índice procura medir o comportamento das empresas nego-
ciadas na bolsa de valores de modo segmentado, aferindo o retorno de uma carteira
composta por empresas de menor capitalização listadas no Mercado Bovespa.
838
Índice de Fundos de Investimento Imobiliário (IFIX): O índice procura medir a perfor-
mance de uma carteira composta por cotas de fundos imobiliários que são listados para
negociação nos ambientes administrados pela B3
Índice de Dividendos (IDIV): o índice procura medir a performance das ações das empre-
sas que se destacaram em termos de remuneração dos investidores, sob a forma de
dividendos e juros sobre o capital próprio.
839
840
GLOSSÁRIO
Este glossário possui os principais termos que
você deve conhecer para poder se preparar
para a prova e sua vida profissional.
Ações: frações ideais do capital social de empresas. Títulos que representam para o acio-
nista direito de participação na sociedade e, de maneira indireta, direito sobre os ativos e
sobre os resultados financeiros da empresa.
Ações ordinárias: ações que conferem a seus detentores os direitos patrimoniais garan-
tidos em lei; especificamente, são ações que conferem a seus detentores o direito a voto
nas assembleias de acionistas das empresas.
842
Apreçamento: consiste em precificar os ativos pertencentes à carteira dos Veículos de
Investimento, pelos respectivos preços negociados no mercado em casos de ativos líqui-
dos ou, quando este preço não é observável, por uma estimativa adequada de preço que
o ativo teria em uma eventual negociação feita no mercado.
B3 S.A.: Brasil, Bolsa, Balcão (atual Denominação Social da antiga BM&FBovespa S.A. –
Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros após fusão com a Cetip S.A.). É uma empresa de
infraestrutura do mercado financeiro brasileiro.
Beneficiário: pessoa física (ou pessoas físicas) indicada livremente pelo participante para
receber os valores de benefício ou resgate, na hipótese de seu falecimento, de acordo com
a estrutura do plano de previdência ou seguro e na forma prevista pela legislação e pelo
desejo do participante.
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influencia significativamente a entidade em nome da qual a transação é conduzida.
Bonificação: distribuição, por parte da companhia, de ações aos seus acionistas por conta
dacapitalização das reservas de lucro.
Capital próprio: patrimônio líquido da empresa, ou seja, o dinheiro aplicado pelos acio-
nistas e quaisquer lucros retidos pela companhia ao longo do tempo.
Certificado de Depósito Bancário (CDB): título de renda fixa que representa depósito a
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prazo realizado por investidores em uma instituição financeira.
Colocação privada: venda de valores mobiliários emitidos por uma companhia para um
grupo selecionado de investidores, sem que haja distribuição pública.
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recursos necessários para participar de uma determinada transação, envolvendo, mas
não se limitando ao custo de planejar, redigir, adaptar e monitorar o cumprimento de
contratos, por exemplo.
Debêntures: títulos de renda fixa emitidos por sociedades por ações de capital aberto ou
fechado; representam um direito de crédito do investidor sobre a companhia emissora.
São consideradas “simples” quando não oferecem ao investidor a opção de conversão em
ações (ver debêntures conversíveis).
Debêntures incentivadas: títulos de renda fixa emitidos por companhias ou por sociedade
de propósito específico para financiar investimentos, especialmente em áreas prioritárias
para o Governo Federal; oferecem isenção de imposto de renda sobre seus rendimentos
para investidores pessoas físicas e não residentes, desde que preencham os requisitos
legais para receberem tal incentivo tributário.
Deflação: redução geral no nível de preços de uma economia. Corresponde a uma taxa
de inflação negativa.
Desdobramento: concessão de uma ou mais novas ações para cada ação existente; tam-
bém conhecido como split.
Dever de diligência: obrigação imposta a alguns agentes que operam em nome e benefício
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de terceiros de atuar com a prudência e o zelo que se esperariam de alguém na adminis-
tração de seus próprios negócios.
Distribuidor: instituição financeira que tem como atividade principal ou acessória a inter-
mediação de operações nos mercados regulamentados de títulos e valores mobiliários.
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remuneração, uso dos recursos e obrigações da companhia emissora.
Fundo Garantidor de Crédito (FGC): entidade civil privada, sem fins lucrativos, criada em
1995 com o objetivo de administrar mecanismos de proteção aos credores de instituições
financeiras. Oferece garantia para créditos de até R$ 250.000,00 por pessoa física ou jurí-
dica, por conglomerado financeiro, limitado a R$ 1 milhão, a cada período de 4 anos, para
garantias pagas para cada CPF ou CNPJ.
Fundo aberto: fundos que permitem a entrada (aplicação) e saída (resgate) de cotistas.
Fundo fechado: fundo em que a entrada (aplicação) e a saída (resgate) de cotistas não é
permitida e que as cotas são resgatadas ao término do seu prazo de duração.
Ganho de capital: representado pela diferença positiva entre o preço de venda e o preço
de compra de um ativo.
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Gestão de Riscos: atividade de identificar, mensurar, avaliar, monitorar, reportar, controlar
e mitigar os riscos atribuídos à atividade específica de uma determinada organização.
Hedge: operação que visa reduzir ou eliminar os riscos de oscilações inesperadas nos
preços de ativos.
IBX: Índice Brasil. Índice que avalia o retorno de uma carteira composta pelas ações mais
negociadas na B3 S.A., selecionadas pelo critério de liquidez e ponderadas pelo valor de
mercado do free-float.
Índice de referência: indicador que serve como base de comparação para a avaliação do
desempenho relativo de um instrumento financeiro ou de uma carteira de ativos.
Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M): índice de preços calculado pelo Instituto
Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV). É uma média ponderada
de outros três
índices da FGV: o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA, com peso de 60%), o Índice de
Preços ao Consumidor (IPC, com peso de 30%) e o Índice Nacional de Custo da Construção
(INCC, com peso de 10%).
849
preços de bens e serviços.
IPO: sigla do inglês Initial Public Offering. É a Oferta Pública Inicial de Ações, processo por
meio do qual os investidores têm acesso a novas ações emitidas no mercado primário.
Juros sobre capital próprio: remuneração paga aos acionistas como distribuição de lucros
retidos em exercícios anteriores.
Letra de Crédito do Agronegócio (LCA): título de dívida emitido por instituição financeira
e lastreado em créditos do agronegócio de propriedade da instituição emissora.
Letra de Crédito Imobiliário (LCI): título de dívida emitido por instituição financeira e
lastreado em créditos imobiliários de propriedade da instituição emissora.
Letra do Tesouro Nacional (LTN): título público federal que oferece ao investidor um
retorno predefinido (caso seja mantido até o seu vencimento) no momento da compra;
não há pagamentos de juros periódicos e não há atualização do valor nominal por índice
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de preços
Letra Financeira do Tesouro (LFT): título público federal cuja rentabilidade é pós-fixada e
dada pela Taxa Selic acumulada no período de investimento, acrescida de ágio ou deságio
registrado no momento da compra do título; não há pagamento de juros periódicos ao
investidor e não há atualização do valor nominal do título por índice de preços.
Liquidez: grau de facilidade com que um ativo pode ser comprado ou vendido no mercado
a um preço adequado ou justo.
Meta para a Taxa Selic: taxa de juros definida pelo Comitê de Política Monetária como
objetivo para a taxa básica da economia.
Nota do Tesouro Nacional Série B (NTN-B): título público federal cuja rentabilidade é com-
posta por uma taxa de juros predefinida no momento da compra do título, acrescida da
variação do IPCA; há pagamento de juros semestrais a uma taxa de cupom fixa de 6% a.a.
Nota do Tesouro Nacional Série B Principal (NTN-B Principal): título público federal cuja
rentabilidade é composta por uma taxa de juros predefinida no momento da compra do
título, acrescida da variação do IPCA; não há pagamento de juros semestrais.
Nota do Tesouro Nacional Série F (NTN-F): título público federal que oferece ao investi-
dor uma rentabilidade fixa (caso o título seja mantido até o seu vencimento), definida no
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momento da compra; há pagamento de juros semestrais a uma taxa de cupom fixa de
10% a.a., sem atualização do valor nominal do título por índice de preços.
Oferta pública: modalidade de oferta regida pela Instrução CVM 400/03, que permite a
ampla distribuição de valores mobiliários para o público investidor, desde que satisfeitas
todas as exigências especificadas na norma.
Oferta pública com esforços restritos: modalidade de oferta regida pela Instrução CVM
476/09, que permite a distribuição de valores mobiliários para o público investidor de maneira
restrita e com a liberação de algumas exigências impostas no caso de uma oferta ampla.
Oferta pública primária: oferta em que as ações são ofertadas pela primeira vez. Os recur-
sos captados são canalizados para a companhia emissora das ações.
Oferta pública secundária: oferta em que as ações são ofertadas por atuais acionistas
da companhia. Os recursos captados são canalizados para os acionistas que vendem suas
ações, e não para a companhia emissora das ações.
Ordem a mercado: em uma oferta de ações, ordem por meio da qual o investidor indica
à instituição intermediária que deseja adquirir ações a qualquer que seja o preço final de
lançamento.
Ordem limitada: em uma oferta de ações, ordem por meio da qual o investidor comunica
à instituição intermediária o preço máximo que deseja pagar por cada ação a ser adquirida.
Participante: pessoa física que contrata ou, no caso de contratação sob a forma coletiva,
adere a um plano de previdência complementar aberta.
852
alternativas de
investimento.
Período de reserva: em uma oferta pública de ações, é o período determinado para que
os potenciais investidores registrem junto às instituições intermediárias da oferta o seu
interesse em adquirir as ações a serem distribuídas.
Plano de negócios: documento escrito que detalha como uma empresa pretende atingir
seus objetivos.
Poder de compra: valor de uma moeda em termos da quantidade de bens e serviços que
uma unidade monetária pode adquirir. O poder de compra da moeda reduz-se quando
853
há inflação de preços.
Práticas não equitativas: conduta vedada e combatida pela CVM consistente na prática
de atos que resultem em colocar uma parte em posição de desequilíbrio ou desigualdade
indevida em relação aos demais participantes da operação.
Produto Interno Bruto (PIB): soma de todos os bens e serviços finais, em termos mone-
tários e a valor de mercado, produzidos em determinada região durante um certo período
(normalmente um ano).
854
investimento nos títulos, entre outras.
Rating: classificação de risco de crédito emitida por agência de classificação de risco (como
Moody’s Investor Services, S&P e Fitch Ratings).
Renda: série de pagamentos periódicos a que tem direito o assistido (ou assistidos), de
acordo com a estrutura do plano de previdência complementar.
Renda fixa: classe de ativos que inclui títulos públicos federais, títulos de emissão de ins-
tituições financeiras (ver CDB, LCI e LCA), títulos emitidos por empresas (ver debêntures)
e outros papéis que oferecem taxa de juros pré-especificada, seja ela prefixada ou pós-
-fixada. Os títulos representam uma promessa de pagamento (uma dívida) de uma parte
para outra.
Renda variável: classe de ativos que inclui ações preferenciais e ações ordinárias (ver
ações) e tipicamente composta por instrumentos que oferecem a seus detentores uma
participação no capital social de companhias.
855
Essa interferência pode levar à perda de parte, todo o valor investido originalmente ou até
mesmo um valor superior a ele, caso haja alavancagem.
Risco cambial: risco originado pela oscilação das taxas de câmbio, isto é, do preço de uma
moeda em relação a outra.
Risco de crédito: risco de o investidor registrar uma perda em seu investimento por conta
do aumento do spread de crédito requerido por investidores nesse investimento ou pelo
efetivo descumprimento, por parte do emissor de um título de renda fixa, das obrigações
referentes ao pagamento de juros e de principal nesse título.
Risco de liquidez: risco de ocorrência de perdas para o investidor por conta da negociação
de um ativo por um preço distante do seu preço justo.
Risco não sistemático: é o risco específico de cada empresa, que pode ser reduzido por
meio de diversificação da carteira de investimentos.
Risco de mercado: risco de se verificar perdas causadas pelos movimentos dos preços
dos ativos no mercado.
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Risco regulatório: possibilidade de perda em um investimento por conta do não cum-
primento de regras e instruções das autoridades locais no que se refere à negociação de
instrumentos financeiros em determinado país.
Risco sistemático ou risco não diversificável: risco advindo de fatores gerais e comuns
ao mercado; chance de se verificar perdas em um ativo ou carteira de ativos por conta
de eventos ou elementos que afetam a economia ou o mercado como um todo, também
conhecido como risco de mercado.
Risco de taxa de juros: possibilidade de perda advinda da flutuação dos preços de títulos
de renda fixa causada por alterações nas taxas de juros.
Risco total: em um ativo ou carteira de ativos, é a soma dos riscos sistemático e não
sistemático.
Selo ANBIMA: marca visual composta da logomarca da ANBIMA seguida de uma série de
dizeres padronizados utilizada para demonstração do compromisso das instituições parti-
cipantes com o cumprimento e a observância das regras de autorregulação da ANBIMA.
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Spread de crédito: diferencial entre o retorno requerido em um título de renda fixa de
emissor privado e o retorno oferecido por um título público federal de mesmo prazo, em
uma mesma moeda.
Taxa de administração: taxa percentual cobrada dos fundos para a prestação dos serviços
de administração, gestão profissional dos recursos e pagamento dos prestadores de serviço.
Taxa de câmbio spot: taxa para compra e venda imediata de dólares, conhecida no Brasil
como “dólar pronto”. Taxa pela qual os participantes do mercado de câmbio estão dispos-
tos a comprar e a vender a moeda estrangeira em determinado momento da sessão de
negociação.
Taxa de câmbio: preço de uma moeda em termos de outra moeda. É a razão de conversão
entre duas moedas distintas.
Taxa de corretagem: valor cobrado pela corretora por meio da qual o investidor realiza
a compra e a venda de ativos; é o valor pago pelo investidor pelo serviço prestado pela
corretora na intermediação entre a ordem do cliente e a execução da oferta junto à bolsa
ou no mercado de balcão.
Taxa de custódia: taxa cobrada por corretoras e bancos pelo serviço de manutenção dos
ativos em uma conta de custódia própria.
Taxa de juro: definida como a razão percentual entre os juros, cobrável ou pagável, no fim
de um período e o dinheiro devido no início do período.
858
mesmo montante e por um mesmo período de tempo.
Taxa de juros nominal: taxa de juros contratada em uma operação financeira ou deter-
minada pelo mercado. Não é ajustada para remover o efeito da inflação.
Taxa de juros proporcional: em regime de capitalização simples, duas taxas de juros são
consideradas proporcionais quando geram valores iguais ao ser aplicadas sobre um mesmo
montante e por um mesmo período de tempo.
Taxa de juros real: taxa de juros que remove o efeito da inflação. É calculada descontando
a taxa de inflação da taxa de juros nominal obtida em um investimento e considerando o
mesmo período de tempo.
Taxa DI: nome comumente dado à Taxa DI-Cetip Over (Extra-Grupo), calculada pela B3 S.A.
e divulgada em percentual ao ano, base 252 dias. Essa taxa reflete as taxas de juros cobra-
das entre instituições do mercado interbancário nas operações de emissão de Depósitos
Interfinanceiros (DI) prefixados, com prazo de um dia útil, registradas e liquidadas pelos
sistemas da B3.
Tesouro IPCA+: nomenclatura utilizada no Tesouro Direto para a Nota do Tesouro Nacional
Série B Principal (NTN-B Principal).
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais: nomenclatura utilizada no Tesouro Direto para a
Nota do Tesouro Nacional Série B (NTN-B).
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais: nomenclatura utilizada no Tesouro Direto para
a Nota do Tesouro Nacional Série F (NTN-F).
Taxa PTAX: média das cotações do dólar no mercado em determinado dia, calculada
pelo Banco Central do Brasil por meio de uma metodologia própria, com base em quatro
janelas de consulta ao longo de cada dia.
Taxa Referencial (TR): taxa calculada pelo Banco Central do Brasil com base na média
das taxas de juros das LTN (Letras do Tesouro Nacional). Utilizada no cálculo do rendi-
mento das cadernetas de poupança e dos juros dos empréstimos do Sistema Financeiro
da Habitação (SFH).
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Taxa Selic Over: taxa média das operações de financiamento de um dia (compromissa-
das), lastreadas em títulos públicos federais, realizadas no Selic, ponderadas pelo volume
das operações.
Tesouro Selic: nomenclatura utilizada no Tesouro Direto para a Letra Financeira do Tesouro
(LFT).
Títulos privados: títulos emitidos por empresas e instituições financeiras para a captação
de recursos para financiar suas atividades.
Títulos públicos: títulos emitidos pelo Tesouro Nacional como forma utilizada para a cap-
tação de recursos para financiar atividades do Governo Federal.
Títulos públicos federais: títulos de renda fixa emitidos pelo Tesouro Nacional, compostos
por letras e notas de características distintas, para fins de financiamento do setor público.
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