Você está na página 1de 4

EXMO. (A) SR.(A) DR.

(A) JUÍZ (A) FEDERAL DA 8ª VARA DO TRABALHO DE


VITÓRIA – ES

ATOrd 0000784-22.2021.

LTDA., já qualificada nos autos da Reclamação Trabalhista proposta por


___________________________, por intermédio do assistente técnico, vem
respeitosamente perante Vossa Excelência, diante do respeitável despacho publicado em 30
de novembro de 2021, apresentar IMPUGNAÇÃO AO LAUDO PERICIAL, pelas razões
anexas e a seguir expostas.

1. DA IMPUGNAÇÃO AO LAUDO

Em que pese o brilhantismo técnico do Expert, a conclusão pericial não merece


acolhimento, pois existem pontos controvertidos no laudo que merecem ser sanados para
garantir a efetiva e correta entrega da prestação jurisdicional.

O Sr. Perito fundamentou sua conclusão nos seguintes termos:


Conforme apresentado nos autos, a LTDA, exerce suas atividades com remoção e
transporte de pacientes entre as unidades de saúde, para consultas e exames pré-agendados.

O Reclamante menciona o labor nas seguintes atividades:

Durante todo o período laboral, sempre desempenhou função de MOTORISTA DE


AMBULÂNCIA, incluindo:

Dirigir-se imediatamente ao veículo quando acionado e tomar posição para a partida;


Conferir o veículo, no que diz respeito à sua manutenção básica;
Conduzir veículos (ambulância) dentro dos princípios de direção defensiva;
Auxiliar a equipe de enfermagem no atendimento aos pacientes;
Recolher, vistoriar e acondicionar todos os equipamentos e matérias utilizados nos
atendimentos;
No retorno a origem, realizar a limpeza da maca e demais materiais utilizados, bem
como limpeza e desinfecção do veículo;

2. DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES

O Autor laborava em ambulância de suporte básico juntamente com um técnico de


enfermagem, este devidamente treinado para realizar os procedimentos necessários nas
remoções de pacientes. A função do Autor era realizada dentro da cabine, dirigindo o
veículo no trajeto inter-hospitalar, sem a necessidade de contato permanente com o paciente
ou seus pertences.
Os pacientes são transferidos e transportados até a ambulância por equipe de Enfermagem
devidamente qualificada. Na unidade de destino, os pacientes são retirados da ambulância e
encaminhados para a realização de consultas e exames por equipe da unidade/destino.

Verifica-se da conclusão supra, que o Sr. Perito não constatou corretamente a


existência do ambiente insalubre na ambulância, apenas consignou a evidência que o
Reclamante executou atividade insalubre, o que não é verdade, visto que ele exerceu o
ofício de Motorista de Ambulância, sendo assim, sua atividade era dirigir o veículo em
segurança pelas vias públicas, conferir o veículo, no que diz respeito à sua manutenção
básica; portar os documentos necessários à sua habilitação profissional; conhecer o sistema
viário e as principais referências hospitalares da localidade. Dirigir-se imediatamente ao
veículo quando acionado e tomar posição para a partida; conduzir o veículo dentro dos
princípios de direção defensiva; utilizar adequadamente o sistema de sinalização do
veículo; estacionar o veículo em local seguro e de forma a facilitar o acesso ao interior do
salão de atendimento. Utilizar os equipamentos de proteção individual e utilizar o caminho
mais direto e menos acidentado no caminho ao hospital.

A parcialidade do Expert resta demonstrada ao consignar e considerar somente as


declarações do Reclamante, sem pontuar, as impugnações, discordâncias e declarações da
Reclamada.
Portanto, ao contrário do entendimento do Sr. Perito, na esfera processual, as
informações do Reclamante não devem ser consideradas em seu favor.

O Nobre Perito consignou que o Reclamante ficava exposto habitualmente a agentes


BIOLÓGICOS provenientes da atividade de socorrista junto as equipes de saúde, nos
atendimentos em contato com materiais infectocontagiantes e secreções de pacientes, bem
como pelo labor em estabelecimentos destinados aos cuidados da saúde humana.

Vale esclarecer que a função e responsabilidade do reclamante era de Motorista de


Ambulância, restrita a cabine do veículo, uma vez que não era necessário o contato do
reclamante com o paciente, tampouco acessava diariamente unidades de pronto
atendimento (UPA) e hospitais para realizar exames e translado de pacientes (em macas).

Cabe informar que as remoções eram pré-agendadas para exames e consultas


rotineiras, fazendo o transporte de pacientes em veículo comum (Chevrolet spin) sendo
assim, o reclamante não mantinha contato os pacientes, visto que as unidades de saúde têm
equipe de enfermagem responsável e treinada para realizar tais atendimentos. Não havendo
a exposição aos alegados agentes insalubres.
Não existiu exposição do Autor aos agentes biológicos para ter direito ao adicional
de insalubridade, nem previsão legal no Anexo 14 da NR-15 da Portaria nº 3.217/78 do
MTE. Sendo assim, não é devido o adicional de insalubridade.

CONCLUSÃO

Ainda que se entenda que o reclamante mantivesse contato com pacientes, o mesmo


não se dava de forma permanente, mas sim eventual, o que afasta o enquadramento da
hipótese previsão do anexo 14 da NR-15.

Por todo exposto, temos que a conclusão pericial não merece acolhimento, haja
vista que o Reclamante jamais manteve contato permanente com os pacientes e seus
pertences, tampouco exerceu as atividades insalubres em contato permanente com os
possíveis agentes insalubres.
Assim, considerando que o MM. Juízo não está ligado a conclusão pericial, requer seja
julgado improcedente o pedido do adicional de insalubridade grau médio.

Você também pode gostar