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Sawyer Bennett

Uncivilized

Livro Único

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Uncivilized Copyright © 2014 Sawyer Bennett

~2~
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A tradução em tela foi efetivada pelo Grupo de Traduções Pepper
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SINOPSE
Colocar uma mulher de joelhos diante de mim é o que realmente
faz o meu pau duro. Eu f*** com força dominante e controle absoluto.
Exijo rendição completa de minhas conquistas.

O homem selvagem, solitário, guerreiro... Eu sou perigoso no meu


núcleo. Eu tenho vivido em meio à natureza selvagem da floresta
tropical, em uma sociedade que me reverencia e onde cada mulher cai
diante de mim em subjugação.

Agora eu fui descoberto. Forçado a retornar a um mundo que eu


tinha esquecido e uma cultura que é apenas vagamente familiar aos
meus sentidos.

Dra. Moira Reed é uma antropóloga que foi contratada para me


ajudar a fazer a transição de volta à sociedade moderna. É seu trabalho
suavizar minhas arestas... me ensinar a navegar de forma adequada
através desta nova vida. Ela quer me domar.

Ela nunca vai conseguir.

Eu sou selvagem, livre e cru, e a única coisa que eu quero da bela


Moira Reed é transar com ela em completa submissão.

Ela quer isso, eu tenho certeza.

Vou dar isso a ela em breve.

Sim, muito em breve, vou me tornar professor e ela vai se tornar


minha aluna. E quando eu terminar de mostrar a ela o prazer do corpo
como nenhum outro, ela vai saber o que se sente ao ser reivindicada
por um homem não civilizado...

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Prólogo

Moira

Dias atuais

Estou tonta de luxúria.

Cabeça girando, coração acelerado, músculos apertando em todos


os lugares.

Até agora estou fora de controle, e todos os meus instintos me


dizem para fazer isso... submeter.

Submeter.

— Fique de joelhos, — Zach me ordena em voz baixa, que bufa ao


longo da minha pele e faz com que o sangue corra pelas minhas veias.

— Não, — eu sussurro, mesmo que eu quero gritar, — Sim.

Eu sei o que está vindo.

Na verdade, acho que minha louca negação de sua ordem foi feita
apenas para provocá-lo para forçar a minha submissão. Porque isso é
mais emocionante para os meus sentidos do que apenas me entregar
somente às suas palavras.

Zach agarra a parte de trás do meu pescoço e aperta


firmemente... apenas o suficiente para realmente chamar minha
atenção. Ele me disse uma vez que isso é o que a onça-pintada macho
faz com sua companheira para ganhar seu respeito antes dele empalá-
la, e eu acredito nisso. Concordo plenamente com sua educação
cultural na natureza amazônica e realmente valorizo a maneira que o
caráter de Zach foi formado pelos muitos anos que passou longe do
mundo moderno.

~5~
Sua respiração é quente no meu pescoço, enquanto ele se inclina
em minha direção. — Nunca diga ‘não’ para mim novamente.

É tudo o que ele diz antes dele empurrar para baixo, e meus
joelhos se dobram sem qualquer hesitação. Antes deles baterem no
tapete, ele está me dobrando para a frente... baixo, baixo... até meu
rosto toca o creme tapete de lã, e minha bunda está empinada no ar
para ele. Eu dou um suspiro pequeno, rendendo de contentamento e
brevemente fecho meus olhos quando eu me lembro da primeira vez que
eu vi Zach fazer isso com outra mulher, e quanto eu ansiei que ele
fizesse isso comigo.

Foi um momento distinto em minha vida onde todas as minhas


noções de civilidade culta pareceram se desvanecer, apenas para ser
substituído por uma fome intensa para aprender algo novo com este
homem.

Estranho... porque eu era a professora dele, e então aqui está


ele... me ensinando.

Zacharias Easton está me ensinando sobre um desejo que nunca


imaginei antes dele.

Triste, rapaz.

Homem selvagem da selva.

Solitário, guerreiro... perigoso por inteiro.

Homem curioso que não pertence aqui ou ali.

— Você se lembra da primeira vez que me viu? — Zach pergunta


quando ele aperta meu pescoço novamente.

— Sim.

— Te excitou, não foi?

— Sim.

— Você queria que eu fodesse com você desse jeito, não é?

— Sim.

— Você quer agora?

— Deus sim, — eu reclamo.

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— Me diga então, — ele insiste, e eu posso ouvir a diversão em
sua voz.

— Dizer o que? — pergunto em confusão.

— Me diga tudo sobre a primeira vez que você me viu. Me conte


uma história, Doce Moira, e então eu vou decidir se é necessário te dar
o que você quer.

Minha respiração sai em uma rajada sussurrando em meus


lábios, e eu fecho meus olhos novamente. Recordo a minha expedição à
Amazônia, há apenas um mês para buscar Zach... pobrezinho, o garoto
que tinha vivido os últimos dezoito anos com a tribo indígena primitiva
Caraican.

Sim, era o dia em que minha vida irrevogavelmente mudou para


sempre.

Nós empurramos nosso caminho através da selva, nosso guia,


Ramon, primeiro, depois eu e Padre Gaul. Após o pouso em uma pista
pequena que beirava o lado sul do Rio Amazonas, a oeste da fronteira
Brasil-Colômbia, fizemos nosso caminho para o rio Jutaí, onde o Padre
Gaul comprou uma canoa velha, de um comerciante do rio. Fomos ao sul,
tendo que atracar várias vezes e ir a pé em torno de corredeiras
intransitáveis, viajando mais dois dias até que Ramon proclamou que era
hora de ir à terra firme.

Minha mochila foi preenchida com todas as necessidades que


precisava até que chegamos à aldeia de Caraican. Desde que esta foi
minha terceira viagem para a Amazônia, trouxe uma lanterna. Eu tinha
apenas as coisas mais importantes que eu preciso... pastilhas de cloro
para meu cantil de água, uma faca, um leve rede para dormir, uma muda
de roupa para mim, um conjunto de roupas que eu comprei para Zach
usando a ajuda do Padre Gaul com os tamanhos e algumas rações
desidratadas em estilo militar que peguei em Brasília antes de que
pegássemos nosso vôo na asa norte.

Ramon, um missionário nativo que estava viajando com o Padre


Gaul, liderou nossa pequena expedição, cortando a vegetação que
parecia crescer de volta no lugar. A selva estava cheia de sombras
escuras, tão densa eram as copas das árvores acima.

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Ramon falava em português e Padre Gaul apontava para a frente,
traduzindo para mim. — Veja a luz à frente... essa é a aldeia de
Caraican.

Olhando ao redor de Ramon, parece que a selva era mais leve em


frente. Quando começamos a andar novamente, vi que emergiam para
fora da floresta em uma grande área limpa de cerca de três hectares de
tamanho. Várias malocas foram construídas com delgados pilares de
bambu para atuar como o principal suporte, com vigas acima para
segurar os telhados inclinados de palmeira. Como é típico das habitações
mais tribais, elas não tinham paredes e os pisos não eram nada mais do
que a terra.

No lado ocidental da clareira, vi um acre de culturas plantadas. Eu


tinha estudado a tribo de Caraica através de um colega que tinha um
amigo que tinha um amigo, que passou algum tempo com eles há alguns
anos. Eu aprendi que plantavam uma variedade de alimentos básicos
para acompanhar a carne recolhida pelos homens quando caçavam e
isso incluía bananas, mandioca, manga, cana-de-açúcar, milho e batata
doce. Eu notei uma mulher andando nos campos em direção à habitação
com uma cesta grande cheia de milho nas costas, apoiado por folhas de
bananeira presa à testa dela.

Padre Gaul assumiu a liderança, enquanto caminhávamos para a


aldeia. Eu vi várias mulheres ao longo de diversas malocas, cozinhando
pão de mandioca em pratos de argila quente sobre fogueiras, algumas
cuidando de bebês e outras descansando em redes. Nos observavam com
curiosidade, mas eles não fizeram nenhum movimento para
cumprimentar o nosso grupo. Todas as mulheres estavam nuas, mas eu
esperava isso. Enquanto esta tribo tinha algumas relações comerciais
menores com missionários e outras tribos, tinham ainda de progredir
sobre o vestuário, e eles até mesmo evitavam coisas tão básicas como
tangas sobre os homens.

Eu segui o Padre Gaul para uma maloca, que curiosamente tinha


uma cabana menor cerca de um quarto do tamanho da do lado. Ele
entrou, saudando um velho Caraican que estava deitado em sua rede.
Uma mulher velha, sua esposa, presumivelmente, estavam próximos a
uma fogueira, onde ela estava espalhando a farinha de mandioca sobre
um prato de argila.

Padre Gaul falou em português tranquilamente com o homem,


dando um tapinha no ombro dele. O homem deu um sorriso semi
desdentado em meio a um rosto fortemente enrugado, e ficou claro que
eles trocavam saudações. Padre Gaul então apontou para mim e

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disparou para fora em uma enxurrada de palavras que eu não entendia,
mas claramente, eu estava sendo apresentada.

O velho me chamou para a frente com a mão e eu me aproximei


dele.

— Moira... esse é Paraila... Pai adotivo de Zach.

Padre Gaul então se virou para Paraila e falou mais português. Era
a língua que muitas tribos adoptaram no século passado, nascido de
uma necessidade para se comunicar com o mundo rastejando na selva
amazônica. Paraila olhou para mim e me deu um sorriso meigo e
acolhedor quando estendeu a mão. Aceitei e ele falou comigo. Quando
terminou, ele apertou minha mão e Padre Gaul disse, — Ele diz que você
é vinda e está feliz por ter você na sua aldeia. Ele espera que você vá
descansar um pouco. Quando o grupo de caça voltar, haverá uma grande
festa para nos receber. Ele também diz que espera que você cuide bem de
seu filho adotivo, mas olhando para você, ele pode sentir que é uma
mulher boa e forte e não terá nenhum problema em lidar com Zach.

Eu sorrio amplamente para Paraila e digo: — Padre Gaul...


agradeça a ele, eu estou honrada em estar aqui, e eu vou tomar conta
muito bem de Zach quando formos embora.

Paraila sorriu para mim mais uma vez, e então ele e o Padre Gaul
falaram novamente enquanto eu me virei para verificar a aldeia mais.
Havia alguns magros cães correndo e se estranhando. Na próxima
maloca, eu vi um macaco pequeno, preto com uma coleira no seu pescoço
feito de corda de palmeira, que foi amarrada a um tronco no chão. Uma
das crianças estava alimentando ele com banana-da-terra e parece que
era algum tipo de animal de estimação, o que era muito interessante,
porque eu sabia que uma das carnes que eles comiam era, de fato, de
macaco.

Descansando uma mão no meu ombro, Padre Gaul disse, — Venha.


Vamos armar sua rede, e eu vou te mostrar onde a água está, assim você
pode se refrescar. Em seguida, você pode tomar uma soneca. A festa não
vai acontecer por algumas horas, e vai até altas horas da noite.

Eu assenti com a cabeça e segui o Padre Gaul para fora da casa do


Paraila, ansiosa para dar a minha primeira olhada em Zach quando ele
voltasse para a aldeia.

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A festa estava em andamento, e Zach não havia retornado. Padre
Gaul me disse quando eu acordei da minha soneca que Paraila estava
preocupado com ele. Ele não estava levando a notícia da nossa chegada
bem e se opôs veementemente em ir embora com a gente. Aparentemente,
ele e Paraila brigaram por dias sobre o assunto, e ainda não ficou claro
se o Zach tinha concordado em retornar para os Estados Unidos comigo.

Uma grande fogueira tinha sido iniciada em uma área aberta a


poucos metros das cabanas, e variedades de carnes foram assadas. O
grupo de caça tinha voltado há cerca de uma hora – pelas minhas contas,
vinte e dois homens fortes. Mas Zach não estava entre eles. Quando eu
perguntei a Paraila, Padre Gaul traduzindo, ele disse, — Zacharias está
atrás de uma anta e ficou para trás. Ele estará de volta em breve com
mais carne.

Peguei a comida que tinha sido entregue a mim, que foi embalada
em uma folha de bananeira enorme. O grupo de caça teve sucesso em
matar um jacaré e vários macacos-aranha, e foram recebidos com
aplausos das mulheres quando eles voltaram para a aldeia com seus
despojos.

Os homens estavam tão nus como as mulheres estavam, exceto por


uma bainha em forma de tulipa sobre seus pênis feitos de tecido de
palmeira. Acima de seus pênis não circuncidados estavam um espesso
ninho de cabelo preto, com seus testículos pendurados pesados abaixo.
Novamente, eu esperava isso, e não foi chocante em tudo. Como
antropóloga, eu achei essas diferenças sociais entre nossa cultura e a
deles mais do que fascinante.

Os homens tiveram um pouco de trabalho limpando as suas


matanças na borda da floresta, e em seguida a carne foi assada sobre as
brasas abertas do fogo. Quando o fez, a comida foi executada por
mulheres, que serviram os homens primeiro. Somente depois que todos os
homens começaram a comer, as mulheres serviram para si próprias, o
que me incluiu. Havia também batata-doce cozida, pão de mandioca e
fatias de mamão.

Padre Gaul me deliciava com histórias de seu tempo entre o


Caraicans, comparando-os com algumas das outros tribos que ele
ministrava. Ele tinha vindo para esta vila particular há onze anos,
abandonando o mundo moderno para viver na selva com os índios e
ensinar a eles a palavra de Cristo. Foi uma virada fortuita de eventos
quando, há cinco meses, Padre Gaul quebrou a perna e aterrissou em um

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hospital em São Paulo. Enquanto ele estava lá, outro sacerdote
missionário veio visitá-lo, que trouxe a notícia de um rico homem de
negócios nos Estados Unidos à procura de seus amigos missionários,
Jacob e Kristen Easton. Eles tinham misteriosamente desaparecido no
Amazonas há dezoito anos atrás, juntamente com seu filho, Zacharias.

Quando o missionário havia descrito estas pessoas, incluindo um


menino de sete anos de idade, Padre Gaul sabia sem dúvida que o
americano rico na verdade estava procurando Zacharias da tribo
Caraican. Ele imediatamente fez contato com Randall Cannon, padrinho
de Zach, e as rodas foram colocadas em movimento para trazê-lo para
casa. Como um antropólogo que estudou os índios nativos da Amazônia
que optaram por se mudar para o mundo moderno, o Sr. Cannon me
contratou para trazer Zach - que era o apelido que ele ganhou quando
criança - para casa e também para ajudá-lo a se adaptar a uma nova
vida lá.

Me sentei à beira do fogo, ouvindo o Padre e observando como


algumas das mulheres cantavam e dançavam. Me disseram que era uma
canção de agradecimento pela generosidade fornecida, mas eu estava
apostando que os homens não iriam cantar e dançar em homenagem às
mulheres que fizeram sua comida para eles. As mulheres ainda eram
tratadas muito como segunda classe nestas sociedades tribais.

Pelo canto do meu olho, eu vi um movimento quando alguém entrou


no brilho da luz projetada pela lareira. Imediatamente notei que sua
forma era muito mais alta do que os Caraicans, que pareciam ter a
estatura média de cerca de 1,60m. Mas este homem era alto e, como sua
forma sombria ficou mais clara, mais perto ele veio para o fogo, percebi
que eu estava dando minha primeira olhada em Zacharias Easton.

Eu não sabia o que eu esperava, mas não estava preparada para o


meu primeiro olhar nele. Ele facilmente chegava a 1,90m ou mais,
superando completamente os pequenos Caraicans. Ele era magro, mas
bem musculado em seu peito, ombros, braços e pernas. Inúmeras
cicatrizes atravessavam seu corpo. Seu cabelo castanho era longo, até
seus ombros, e no entanto ele estava barbeado. Enquanto os Caraicans
nativos não tinham pelos no corpo que não sejam o que estavam entre
suas pernas, Zach era um homem branco, vivendo no mundo dos homens
marrons. Ele com certeza teria a barba para manchar esse rosto. Eu
queria saber como ele conseguiu isso. Talvez uma faca afiada? Ou talvez
uma lâmina de barbear dada por um missionário?

E que rosto... era quase tão perfeito que eu queria chorar. Eu


deveria ter imaginado que seria um homem bonito, porque eu tinha visto

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fotos de seus pais, que eram pessoas muito atraentes. Seus olhos azuis
pálidos brilhavam à luz do fogo, lançando sombras sobre seu rosto
saliente, nariz reto e mandíbula apertada que parecia estar cerrada de
raiva naquele momento.

Meus olhos involuntariamente se desviaram até sua pélvis, porque


ele estava tão nu como as outras pessoas da tribo. E oh meu... havia
outra diferença também. Os pequenos homens Caraicans não se
comparavam com a magnificência que estava pendurada entre as pernas
de Zach. Ele não usava a bainha protetora que outros homens fizeram em
seus pênis, e mesmo que ele estava completamente flácido, seu eixo
circuncidado pendurava em uns bom oito centímetros de comprimento
macio. Ele deve ser enorme quando totalmente ereto e, pela primeira vez
desde que fixei os olhos sobre o homem que eu viajei para a selva para
buscar para seu padrinho, fiquei mortificada em sentir um pulsar entre
minhas próprias pernas em resposta à sua forma masculina. Eu
rapidamente enviei meus olhos para cima, desde que eu estava sentada
ao lado de um Padre católico e foquei no rosto de Zach.

Eu não poderia imaginar o magnetismo animal que ele projetava.


Ele andava com confiança e arrogância, e provavelmente tinha algo a ver
com a coxa enorme de carne de anta que estava descansando encima do
ombro dele. Ele caminhou até o fogo e jogou toda o pernil nos carvões.

Zach imediatamente foi para Paraila e apertou o ombro dele


carinhosamente. Paraila disse algo para Zach quando ele apontou para
Padre Gaul e eu, sentados do outro lado do fogo. O Padre se levantou e
se aproximou de Zach, onde ele deu uma palmadinha em suas costas e
ele fez o mesmo movimento, em troca, dando a ele um sorriso de boas-
vindas. Ele nem sequer me poupou um olhar, apenas disse algumas
palavras tranquilas para Padre Gaul e, em seguida, se ajoelhou no chão
ao lado de Paraila para falar um pouco mais.

Quando Padre Gaul se sentou ao meu lado, ele se inclinou e


sussurrou, — Eu vou falar com ele mais tarde. Ele não está levando isso
bem.

— Eu entendo, — eu disse, compreensiva. Eu sabia que tinha que


ser duro para Zach deixar o único lar que ele provavelmente se lembrava.

Peguei outra mordida de jacaré e mastiguei pensativamente


enquanto eu assistia Zach e Paraila conversarem. Tudo o que o velho
estava dizendo ao seu filho adotivo foi sendo recebido com orelhas
resistentes porque eu observei Zach balançar a cabeça para trás com
consternação no rosto, em seguida, tomar um aspecto endurecido. Ele

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disse algo mais para Paraila e então se virou para me apontar com um
olhar mordaz, claramente não feliz com a minha presença. Finalmente,
ele se levantou, dizendo algo para Paraila, que só balançou a cabeça
tristemente para Zach.

Foi com grande interesse que observei Zach abandonar a comida


exposta em pratos de barro, quando ele andou ao redor do fogo até uma
das mulheres cantando. Ela era jovem... Imaginei uns dezoito ou
dezenove anos pelo jeito dela e muito bonita. Ela estava usando uma
tiara de penas de abutre-preto que Padre Gaul me disse que representa
que ela tinha atingido a puberdade, que teve sua primeira menstruação,
mas ainda não era casada. Isso era uma raridade na tribo porque a
maioria das mulheres tinham um marido, e ele não sabia qual era a
história desta mulher. Se uma mulher tinha um marido, ela já não usava
uma tiara de penas. Se ela era inocente e sua primeira menstruação não
tinha chegado ainda, ela usava uma tiara de penas brancas, felpudas.
Tanto quanto eu podia ver, esta mulher era a única que usava penas
negras na cabeça.

Zach caminhou até ela que estava sentada em um tronco


petrificado, e ela olhou para ele com um sorriso aberto. Ele estendeu a
mão para ela e, sem hesitar, ela colocou na palma da mão estendida.
Zach a ajudou a ficar de pé, seus seios balançando suavemente com o
movimento. Gostaria de saber se eles estavam saindo para ter um
momento secreto juntos, e me lembrei de pensar que talvez ela fosse
amante de Zach.

Minha mão foi elevada a minha boca para dar outra mordida do
alimento, mas ela congelou quando Zach virou a cabeça por cima do
ombro para olhar para mim. Seus olhos duros se fixaram em mim com um
olhar ameaçador, e vi uma coisa lá também.

Talvez um desafio?

Então, para meu espanto total, ele empurrou a mulher pelo ombro
dela até o chão, onde ela se ajoelhou diante dele. Fiquei completamente
chocada quando vi seu pau começar a inchar, enquanto a mulher olhava
nos olhos do grande homem em cima dela com adoração. Zach levantou
seu braço e, com seu dedo apontado, fez um movimento circular no ar. A
mulher imediatamente se virou de joelhos e abaixou o rosto para o chão,
ambas as palmas pressionadas na terra, os seios...

Zach caiu de joelhos por trás dela, sua ereção agora inchada e
inclinada orgulhosamente para cima. Ele levou uma mão, se acariciou
uma vez, duas vezes e depois liberou. Fiquei hipnotizada quando ele

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estendeu uma mão e a colocou delicadamente na espinha inferior da
mulher. Ele se inclinou para a frente, estendendo sua outra mão e
circulou na volta do pescoço dela, fixando-a no chão. Empurrando os
quadris para dentro, ele trouxe a ponta de seu pau na parte traseira dela
e começou a empurrar para ela.

Eu estava completamente cativada que ele estava fazendo isso em


plena vista de toda a tribo, e eu era incapaz de me virar, amaldiçoada
por estar sentada ao lado de um Padre. Eu disse a mim mesma que seria
um trabalho interessante para um papel que eu iria publicar um dia, e
isso me deu a permissão de que eu precisava para continuar a assistir.

— Zach… não aqui. Não na frente dos nossos hóspedes1, — Ouvi


Paraila berrar e eu vi o corpo inteiro de Zach endurecer no que achei que
deveria ser uma repreensão. Meu olhar se deslizou para Paraila, que
estava olhando para Zach com exasperação. Um sorriso malicioso
ultrapassou o rosto de Zach, e ele acenou para o homem velho em
deferência.

— Peço desculpas, — Padre Gaul disse ao meu lado, e eu me virei


para olhar para ele. — Você está se deparando com uma das normas
sociais deles que é completamente antitético ao mundo moderno. Aqui...
nesta cultura, o homem é o dominante e tem o direito de tomar uma das
mulheres disponíveis quando e onde ele quiser. O sexo no pondo de vista
dos Caraicans é como uma recompensa pela maneira que o homem se
oferece para a aldeia. Eles são completamente abertos em sua
sexualidade, e privacidade não é necessária. Na verdade, é uma fonte de
orgulho de um homem fazer uma mulher se submeter para que todos
possam ver.

— Eu entendo, — eu disse a ele, mas eu não entendia nada. Era


fascinante considerar as diferenças em nossas culturas. Minha cabeça
girou com como eu ia eventualmente ensinar a Zach a diferença entre o
mundo como ele conhecia e o mundo que ele estava se preparando entrar.
Eu virei minha atenção de volta para minha comida, enquanto Padre
Gaul se virou para falar com Ramon do outro lado dele.

Mas a mulher em mim - não, a cientista quer dizer - estava


completamente indefesa na minha curiosidade. Meus olhos espreitaram
de volta para assistir o que Zach estava fazendo. Ele apenas se levantou
do chão e estendeu a mão para baixo para a mulher. Ela aceitou e ele a
ajudou a ficar em pé, em seguida, ele a levou em direção a maloca mais
próxima, para o que eu assumi que deveria ser alguma medida de

1 Aqui há uma fala em português mesmo, pois a tribo é brasileira.

~ 14 ~
privacidade. Mas quando ele estava não mais de vinte metros do fogo, ele
a empurrou para baixo novamente de joelhos. Ela não esperou nem para
ele dizer a ela o que fazer porque ela imediatamente empurrou o peito
para o chão, derrubando a bunda em direção a ele. A mulher descansou
o rosto na terra quando Zach se ajoelhou atrás dela, fixando-a para baixo
pela parte de trás do pescoço dela mais uma vez. O olhar no rosto dela
quando ela enfrentou o fogo foi agradável... quase sereno, que eu não
poderia imaginar, porque se eu estivesse me preparando para ser
empalada pelo comprimento enorme saindo da pelves de Zach, eu seira
uma bagunça quente, me contorcendo.

Com uma mão no pescoço dela, Zach levou a outra e envolveu em


torno de si. Ele inclinou seus quadris para a frente e colocou seu
comprimento lentamente dentro dela. A mulher deu um pequeno suspiro
de prazer, e eu vi quando os olhos do Zach brevemente se fecharam até
que ele estava totalmente encaixado.

O pulsar baixo começou entre as minhas pernas novamente e


aumentou com mais força quando ele começou a se mover dentro da
mulher. Movimentos longos... sem qualquer medida apressada, mas com
estocadas bem fundas.

Eu assisti... cativada, quase sentindo o pau entre dele minhas


pernas, e foi nessa altura que percebi que o meu trabalho para ajudar
Zach se adptar ao mundo moderno ia ser um problema para mim. Eu
percebi com absoluta clareza que eu estava completamente afetada por
sua sensualidade crua... a forma dominante em que ele fez o que ele
queria. Era uma virada pecaminosa para mim - o controle total e a dura
dominância que ele afirmou - era estranho, porque eu sempre fui uma
amante independente e confiante.

Meus olhos estavam tão focados no animal cruzando na minah


frente que eu não me importei o que estava acontecendo. Assisti a sua
mão segurar a mulher pelo pescoço e a outra com os dedos escavados a
carne no seu quadril. A mulher gemia baixinho e, à luz da fogueira, pude
ver o eixo de Zach brilhar com a umidade cada vez que ele puxava do
corpo dela. Quando meus olhos finalmente subiram ao rosto de Zach, eu
estava quase caí para trás quando vi que ele estava diretamente me
olhando do outro lado do fogo baixo e ardente.

Seus pálidos olhos brilhavam com a luz ambiente; sua mandíbula


definida em uma linha reta enquanto ele fodia a mulher na terra. Ele
segurou o meu olhar, e eu era impotente para desviar o olhar. Ele parecia
estar me desafiando a ver o que ele estava fazendo... quase me proibindo
de desviar o olhar. Acho que ele estava me dizendo... naquele momento...

~ 15 ~
que ele era um selvagem e não faria as coisas fáceis quando nós
saíssemos deste lugar.

Padre Gaul e Ramon falavam suavemente ao meu lado, as


mulheres cantavam, e os outros membros da tribo riam entre si.

Por que ninguém estava interessado nisto além de mim?

Mas depois tudo desapareceu, e era só Zach e eu encarando um ao


outro.

Mesmo a mulher que ele estava cruzando parecia se misturar à


noite, e meu coração acelerou enquanto eu assistia ele... me assistindo...
quando seus quadris impulsavam para frente e para trás, com um ritmo
lânguido. Ele continuou assim. Eu só olhei para o espetáculo diante de
mim, meu corpo quente e frustrado quando me tornei oprimida no voyeur
em mim que estava esticando suas asas. Nunca pensei que eu iria ficar
tão excitada por ver outro casal tendo relações sexuais, mas eu tinha
certeza que tinha tudo a ver com a maneira que Zach se recusou a deixar
de me olhar e minha imaginação indo na ultrapassagem do que ele
poderia fazer com meu corpo.

Finalmente, após o que parecia ser horas, Zach teve um orgasmo


com uma intensidade tão quieta que eu quase não reconheci o que estava
vendo. Não houve nenhum grito rouco de prazer, nenhum gemido à sua
libertação. Em vez disso, seus olhos ficam nos meus enquanto os
músculos do pescoço dele se contraíam duramente. Ele deu um último
empurrão na mulher, e eu vi um pequeno arrepio percorrer seu corpo
quando ele gozou silenciosamente, olhos bem abertos e me encarando
com tal ferocidade, juro que eu podia sentir seu próprio prazer profundo
em meus ossos.

Zach me assistiu um momento mais, seu olhar selvagem e


confiante. Então ele se retirou da mulher, se levantou do chão e foi
embora para a escuridão.

Quando termina a minha história, eu abro meus olhos e


involuntariamente empurro contra a pressão que Zach ainda tem no
meu pescoço. Ele empurra de volta e porque sua força é infinitamente
mais forte que a minha, eu fico imóvel.

— Isso é uma boa história, Moira, — Zach diz com louvor calmo, e
sei que ele tem o prazer de ouvir quão excitada eu estava observando
ele.

~ 16 ~
— É como eu me lembro disso, — eu digo simplesmente.

— Você me queria então, não é?

— Sim, — eu expiro.

— Assim como você me quer agora?

— Sim.

— Exatamente da mesma forma, — ele afirma.

— Exatamente o mesmo, — eu concordo.

A mão livre do Zach aparece, descansando contra o inferior da


minha coluna, e ele empurra a bainha do meu vestido para cima.

— Antes de dar isso a você, — Zach diz, sua voz baixa e


comandando, — Me diga algo mais.

— O que quer que eu diga? — pergunto a ele, minha voz


necessitada com frustração.

— Quero que me diga qual a melhor coisa que você aprendeu


sobre mim até agora, desde que você me tirou da minha casa.

Tomo uma respiração profunda, empurrando ele com força


tranquila. Eu odeio a dor e raiva que ainda é atada na voz dele sobre o
que eu fiz com ele. Então, admito o que eu sei que ele quer ouvir.

— Eu aprendi que você... Zacharias Easton... é um homem


civilizado.

— Sim, — ele sussurra quando ele libera seu domínio sobre o


meu vestido e brinca com o laço da minha calcinha. — Você aprendeu
bem.

~ 17 ~
Capítulo Um
Zach

Duas semanas atrás...

Sigo Moira para fora do aeroporto e saio para a calor de Chicago.


Ela me disse que é verão aqui nos Estados Unidos, um conceito que não
significa muito para mim, ou melhor, é quente e tem um cheiro
engraçado, quase como um cheiro metálico, que é estranho para o meu
nariz. Eu já não sinto o cheiro do perfume da terra, o verde da
Amazônia, e um desejo doloroso da minha casa corre através de mim.

Moira nos leva até um carro amarelo que eu sei que é um táxi. Eu
sei que é um carro, porque eu me lembro deles da minha infância. Eu
sei que é um táxi, porque minhas habilidades de leitura de inglês ainda
estão intactas, e a palavra está impressa na lateral. Minha língua nativa
não definhou durante meus anos vivendo com os Caraicans, graças a
visitas do Padre Gaul ao longo dos anos, enquanto ele falava inglês,
bem como português. Ele não só conversava comigo em inglês
longamente, mas também me trouxe livros para eu aprender. Eu tinha
um conhecimento básico de conceitos de matemática e era bastante
proficiente em história e geografia, tendo devorado tudo o que chegava
em minhas mãos para ler.

É engraçado... como eu reconheço as coisas. Vivendo na


Amazônia pelos últimos 18 anos, as memórias de minha vida anterior
eram como sonhos desbotados, quase como se eu pudesse chegar e
tocá-los, mas eles eram um pouco além do meu alcance. Eu me
perguntava o quanto eu teria que fazer para aprender, sobre as
‘maravilhas modernas’ que Padre Gaul tinha falado que iriam me
surpreender.

O que descobri foi que, quando eu experimentei o mundo


moderno, eu encontrei uma familiaridade distinta no que eu estava
vendo. Por exemplo, eu não tinha lembrança de uma viagem de avião
para o Brasil com meus pais quando eu era criança. Mas no minuto que

~ 18 ~
eu vi o pequeno Cessna2 que nos levou do rio Amazonas para a capital
Brasília, eu sabia que tinha estado em um daqueles aviões antes. Eu
não me lembrava... Eu só sabia. O motor não me deu arrepios quando
ligou, e eu não tive nenhuma desconfiança inerente ao conceito de voar.
Enquanto eu não tinha memórias específicas de voar, quando os meus
dedos tocaram as janelas de vidro do avião, eu de repente me lembrei
do que era ‘vidro’. O material duro e claro, não era familiar para mim,
mas eu me lembrei da casa dos meus pais, na Geórgia, quando eu era
pequeno. Me lembro claramente de estar correndo e bater de cabeça na
porta de correr de vidro e cair de bunda no chão.

Quando pousamos no aeroporto, e Moira me levou a um carro


alugado, algumas lembranças mais nítidas me atacaram. Me lembrei de
estar no carro dos meus pais, sentado no banco de trás e talvez até
mesmo segurando um livro que tinha imagens brilhantes. Acho até que
me lembrei das vozes dos meus pais enquanto eles conversavam.

Mais coisas pareciam ser apenas inerentemente familiares. No


hotel onde ficamos por alguns dias, eu era capaz de facilmente
identificar uma variedade de objetos. A cama... e travesseiros. Sim, eu
sabia o que era um travesseiro. Moira me levou ao banheiro e explicou
como o banheiro e os chuveiros funcionavam. As memórias estavam
voltando para mim em pequenos pedaços.

Algumas dessas maravilhas eu aproveitei. O chuveiro foi incrível;


a água limpa era mais leve do que as águas do rio ou poças de chuva
lamacenta que eu normalmente me lavava. O cheiro do xampu me fez
pensar com carinho do cheiro de lírios. Escovar os dentes pela primeira
vez em tantos anos foi além de incrível, e eu não conseguia parar de
correr minha língua sobre os dentes, surpreso com o quão suave
pareciam. Não importava o quanto que eu os raspava com cana, eles
nunca ficaram limpos assim.

Sim, todas essas coisas que eram estranhamente familiares


acabaram sendo um conforto para mim de alguma forma. Eu não tive
nenhum momento real onde me sentia oprimido pelo que eu estava
passando... a menos que você conte quando Moira dirigiu um pouco

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rápido demais para Brasília. Ficamos lá por dois dias, quando eu tive
que consultar um médico para avaliação de saúde e receber a
vacinação, e tivemos que pegar meu novo passaporte na Embaixada
Americana. Enquanto eu esperava que meu passaporte fosse negado, e
terminando assim esta situação ridícula, através da qual fui empurrado
quando eu era capaz de mostrar ao consulado a prova da minha
identidade. Que consistia em mim e documentos de viagem originais
dos meus pais que eu guardei todos esses anos depois que eles
morreram, juntamente com os seus anéis de casamento, uma foto de
família, e a Bíblia da nossa família. A secretária do embaixador
americano tratou pessoalmente dos meus documentos e me deu um
sorriso caloroso de congratulações quando ela entregou meu
passaporte. Eu queria cortar sua garganta pela sua felicidade de que eu
estava voltando ‘para casa’. Eu não estava feliz com isso, mas todo
mundo achava que era uma coisa maravilhosa.

Haviam algumas coisas que eu tinha pouco tempo para me


adaptar. Enquanto eu brevemente acariciava a suavidade da cama do
hotel, achei um estranho sentimento e, portanto, desconfortável. Eu
acabei dormindo no chão cada noite. A roupa que Moira tinha me
colocado antes de pegarmos o Cessna era constrangedora e arranhava a
minha pele. Eu odiava. No minuto em que eu estava sozinho no meu
quarto, eu tirei tudo e fiquei nu como eu estava acostumado.

Eu me recusei a comer com utensílios, embora eu imediatamente


me lembrei como eles eram. Eu não fiz isso por qualquer sensação de
desconforto, mas o fiz para mostrar a Moira que eu iria fazer o que
quisesse. Se eu pensei que poderia ficar sem minhas roupas o tempo
todo, eu ficaria, mas Moira colocou um fim a isso, me dizendo que havia
leis contra isso.

Então eu tive que fazer com as pequenas coisas, como me recusar


a usar um garfo e uma faca, em vez de usar os dedos para levar comida
à boca. Eu até evitava o guardanapo. Eu a vi usar para enxugar a boca
e limpar os dedos, em vez de limpar os dedos lambendo, e esfregando os
lábios através do material da camisa que eu usava apenas no meu
ombro. Me recusei a cortar o meu cabelo quando ela sugeriu, mas ela
simplesmente me deu um pequeno sorriso e não disse uma palavra.

Isso me deixa com raiva... por ela estar aceitando minhas


diferenças. Eu esperava que ela em algum momento começasse
‘insistindo’ que eu me comportasse de acordo com as novas normas
culturais. Em vez disso, ela apenas tomou seu tempo explicando as

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coisas para mim, só me dando a oportunidade de tentar alguma coisa.
Se eu recusava, ela apenas dizia: — Talvez em outro momento.

Meus sentimentos em relação a esta mulher de cabelos de fogo


causavam sentimentos sombrios dentro de mim. Eu sei que ela não é
diretamente responsável por eu deixar a minha casa, mas eu a detesto
como se ela fosse a pessoa que veio com esta ideia insana. Eu sei que
ela está apenas fazendo o seu trabalho... fazendo o que meu ‘padrinho’
lhe pediu para fazer, mas o meu desprezo por ela é tão grande quanto a
este homem chamado Randall Cannon. Duas pessoas que colocaram
em prática uma série de eventos, que me tirou de uma existência
pacífica e feliz.

Eles são simplesmente os meus inimigos.

Sim, Moira é minha inimiga, mas isso não significa que eu não
tenha olhado para ela como um homem olha para uma mulher. Eu
tenho uma atração natural pela mulher com cabelo vermelho e olhos
verdes. Foi imediata na primeira vez que eu coloquei os olhos nela,
sentada junto ao fogo em sua primeira noite na nossa aldeia. Pois ela
era muito diferente das mulheres de Caraica... que são minúsculas com
pele morena e cabelos negros. Quando entrei no centro da vila, Moira
me olhou diretamente, sem esconder a timidez do jeito que Tukaba fazia
a menos que eu desse permissão para ela olhar para mim. Seu cabelo é
uma massa gloriosa de ondas encharcadas de chama e os olhos da cor
do verde da selva. Ela me lembra um selvagem e brilhantemente um
pássaro colorido da Amazônia, mas ela se move com a graça de um
jaguar. Tão diferente do que eu estou acostumado, mas imensamente
atraente, que eu acho que me envergonha.

Porque eu não quero sentir nada por essa mulher... minha


inimiga... é uma raiva diferente que eu estou carregando pela forma
como ela virou minha vida de cabeça para baixo. Quando saímos da
aldeia, eu estava deprimido. Todos tinham me desejado uma viagem
segura, e eu mal conseguia olhar para Paraila com medo das lágrimas
caírem. Começamos a nossa caminhada para o Rio Jutaí no meio da
manhã, e eu fiz o meu melhor para ignorar Moira, mas isso não durou
muito tempo.

Estávamos chegando perto do rio Jutaí quando eu pude sentir o


cheiro da água do rio no ar. A mulher de cabelos vermelhos, Moira,
caminhou na minha frente, com o Padre Gaul na frente dela, e Ramon nos
guiando. Ela tropeçou a poucos metros sobre uma videira errante ou

~ 21 ~
galho de árvore em decomposição. Ela parecia encantada com a floresta,
olhando para a vida selvagem a sua volta e não onde ela deveria estar
andando.

Ela era uma mulher interessante, eu admiti. Padre Gaul me


explicou que ela era professora de alguma coisa, o seu conhecimento era
altamente valorizado entre os seus colegas. Sua especialidade era algo
que ele chamou de ‘antropologia’, e ela tinha passado a vida estudando
as culturas de tribos indígenas na Amazônia. Padre Gaul me disse que
eu tinha um padrinho que a enviou para mim, e ele contratou essa mulher
para ser minha professora para que eu pudesse aprender a ser um
completo americano quando eu voltasse.

Eu suspirei internamente com o pensamento, jurando que nunca


iria mudar uma coisa em mim... não importa o quanto eles quisessem o
contrário.

Eu nunca tinha visto o cabelo da cor que esta mulher possuía. Era
longo e vermelho assim como o sol poente, ela usava uma trança enorme
pelas costas. Ela era tão diferente das mulheres de nossa tribo. Muito
mais alta do que elas, o topo de sua cabeça chegava ao meu ombro,
enquanto elas mal chegavam ao meio do peito. Sua pele era pálida, como
a cor da lua, e tinha minúsculos pontinhos marrons, esparsamente
distribuídas por seu nariz e bochechas.

Eu tinha ouvido ela falar inglês com o Padre Gaul. Eu tinha certeza
que ela sabia que eu falava também, mas ela manteve distância de mim
desde aquela primeira noite, quando ela chegou em nossa aldeia.

Quando eu estava dentro de Tukaba, tendo meu prazer dentro de


sua carne disposta e quente, todo o meu foco estava na bonita mulher de
cabelos vermelhos que me olhava com olhos febris. Eu imaginava que era
seu corpo sob o meu, só que eu sabia que ela não estaria ali deitada em
silêncio da maneira como uma mulher Caraican faz. Não, imaginava que
alguém como ela ficaria se contorcendo, gemendo e arranhando a terra
com os dedos delicados. Eu teria que usar minha força para prender
alguém como ela embaixo de mim, mas eu gostaria de desfrutar de sua
rendição completa.

Esse pensamento só tinha deixado meu membro mais grosso, então


eu imediatamente tentei pensar em outra coisa para acabar com a sua
ascensão à glória.

Moira tropeçou de novo, e eu queria gritar com ela para que olhasse
por onde estava indo. Seu rosto estava inclinado para cima a direita de
nós em um par de macacos bugios, com um pequeno sorriso em seu rosto
~ 22 ~
enquanto ela observava eles balançarem nos galhos. Eu só olhei para
cima brevemente, e então voltei minha atenção para o chão da floresta.

Meu olhar bem treinado viu um perigo a centímetros dos pés de


Moira enquanto ela caminhava com dificuldade. Uma cobra surucucu foi
deslizando o seu caminho para o caminho do pé direito dela e, mais dois
passos, ela iria direito sobre ele.

Minhas mãos dispararam, pegando Moira pelos ombros e puxando-


a para trás em mim. Ela gritou de susto quando uma surucucu levantou a
cabeça em nossa direção. Eu a empurrei com força atrás de mim, e ela
caiu de bunda no chão. Padre Gaul e Ramon olharam para mim como se
eu tivesse perdido a cabeça, mas eles não viram o que eu vi.

Morte certa.

A surucucu estava preparada na defensiva, com a cabeça


flutuando vários centímetros do chão. Sem dizer uma palavra a nenhum
deles, eu balancei meu facão pelo ar e cortei a cabeça da víbora, onde ela
bateu suavemente sobre as folhas podres.

Alcançando uma grande folha de palmeira molhada, eu limpei o


sangue da serpente de minha lâmina e me virei para Moira com um olhar
de. ‘Você precisa manter seus olhos no caminho, Cabelos de Fogo idiota.
Da próxima vez, eu deixo a serpente atacar’.

Ela olhou para mim com aqueles olhos verdes musgo, cheios de
medo e contrição. Nossos olhares se encontraram por um momento, mas
depois eu virei e comecei a andar pelo caminho. Ramon passou correndo
por mim para ajudar Moira a levantar do chão, e nossa pequena
expedição continuou.

Eu reagi por instinto, salvando sua vida miserável, e por sua vez,
me prendi ao seu lado. Em retrospectiva, eu deveria ter deixado a cobra
atacar, então eu poderia ter arrastado o corpo dela sem vida de volta
para a aldeia e dito que foi um acidente.

Nos separamos do Padre Gaul e Ramon quando chegamos ao


Jutaí. Moira e eu continuamos para o norte de canoa, enquanto o Padre
Gaul foi para o oeste para visitar a tribo Matica, que eram inimigos
jurados dos Caraicans. Houve muito derramamento de sangue entre os
dois clãs.

Na segunda noite, depois que tínhamos parado em Jutaí, eu


quase deixei Moira... tão grande era o desejo de voltar para casa, de

~ 23 ~
volta para a aldeia Caraican onde meus amigos e familiares me
reverenciavam e eu era feliz. Eu fui para a selva e contemplei o que eu
diria para Paraila quando voltasse. Eu poderia dizer a ele alguma
mentira, como Moira tinha mudado de ideia. Ou que ela tinha sido
devorada por uma onça ou jacaré. Com essa história, eu teria que
matá-la e desaparecer com seu corpo para me livrar disso, porque
sabendo o pouco que eu sei sobre ela, ela me seguiria de volta para a
aldeia.

Nada que eu pudesse pensar parecia ser viável, mas no final, eu


sabia que nunca seria capaz de olhar em Paraila... meu pai e mestre...
nos olhos e dizer a ele que eu não iria respeitar seus desejos.

Paraila me implorou para ir, para dar uma oportunidade a esta


chance, e eu, finalmente, não poderia dizer não para o velho.

Mas eu não iria sem lutar.

Durante dois dias depois da chegada de Moira, nós lutamos.

Ele jogou tudo para mim, e quando eu neguei, ele jogou mais. Eu
disse que ele era um homem velho, e que se eu fosse embora, ninguém
iria cuidar dele. Eu prometi que eu iria... até que ele morresse, mas ele
estava provando ser tão teimoso quanto eu.

Ele chegou a ser cruel comigo, me mostrando um novo lado do


homem que eu tinha chamado de pai por tantos anos. Paraila me disse
que eu realmente não era bem-vindo dentro da tribo. Que quando ele
insistiu para eu ficar, ele sabia que eu não tinha outras opções, mas
agora que eu tinha um membro da família nos Estados Unidos que
estava ansioso pela minha voltar, ele me disse que não me queria ao
redor.

Isso doeu tanto que eu cambaleei para fora de sua maloca,


chutando uma cesta de farinha de mandioca na minha tristeza. Eu
procurei em todos os lugares por Tukaba, sentindo a necessidade de
estar dentro de seu corpo para aliviar minha frustração e raiva, mas
estava longe de ser encontrada. Pensei um pouco sobre arrastar a mulher
deusa como era chamada Moira na selva e a forçar a se submeter a mim,
mas eu era inteligente o suficiente para saber que não seria aceitável
para os seus padrões. Então, sem meios para a liberação, peguei meu
arco e aljava, e fui profundamente na selva para encontrar algo para
matar.

~ 24 ~
Paraila depois me pediu desculpas por suas palavras duras e,
durante um jantar tranquilo, fez um último apelo que finalmente me levou
a me render.

— Cor'dairo, ele disse, me chamando de ‘meu filho’ no idioma


Caraican antigo e quase extinto. —Por que você quer brigar comigo sobre
isso? Esta não é a vida que eu desejaria a você.

— Mas eu estou feliz aqui, — eu disse a ele, segurando sua mão.

— Talvez, mas você pode ser feliz em outro lugar, — disse ele com
uma voz muito mais forte do que eu já tinha ouvido falar. — Que tipo de
vida é essa... lutando dia a dia pela sobrevivência? Padre Gaul diz que
para onde você está indo, você vai ter comida farta e muitas
oportunidades ao seu dispor. O que você tem aqui? Um velho e sua
megera como esposa.

— Eu tenho Tukaba, — eu disse com uma piscadela. —Ela me faz


muito feliz.

— Sim, você tem Tukaba, mas ela tem muitos amigos, — disse ele
com um sorriso malicioso.

Eu sorri de volta para ele, porque Paraila e eu sempre


compartilhamos o mesmo tipo de humor. Tukaba era, na verdade, uma
mulher que compartilhava os prazeres de todos os homens solteiros da
tribo.

— Você merece mais do que esta vida pobre que você leva, e eu
quero ver você ter a chance de ser feliz de verdade antes de eu morrer.

— Mas Paraila, — eu comecei a dizer, mas ele me cortou.

— Não, filho Zacharias... não de minhas entranhas, mas do meu


coração. Eu estou implorando para você ir. Por mim... Eu estou te
implorando. Dê-lhe um ano e, se desejar, você pode retornar. Mas por
mim... dê uma chance e vá para esta nova vida.

Olhei para ele, observando o brilho de lágrimas nos olhos dele, e


certeza de sua voz. Tudo caiu ao meu redor, eu não podia negar nada a
esse homem... não ao homem que havia me criado, protegido, e até me
deu amor quando meus pais morreram. Devia a ele a minha vida. Eu
faria qualquer coisa que ele me pedisse.

Então eu concordei em ir.

~ 25 ~
Capítulo Dois

MOIRA

Estou exausta. Deixando escapar um suspiro cansado, eu inclino


minha têmpora contra a janela do banco de trás do táxi. Zach se senta
calmamente ao meu lado, olhando no horizonte Chicago enquanto
fazemos o nosso caminho através da Windy City, a caminho de
Evanston, a cerca de 15 milhas de distância.

Para a minha casa... onde Zach vai ficar comigo por um tempo
antes de fazer uma viagem para Atlanta para encontrar Randall. Estou
de férias de verão do Departamento de Antropologia da Universidade de
Northwestern onde trabalho como professora. Eu também estendi
minha ausência, pelo menos até o próximo semestre de outono, como
Randall e eu sentimos que Zach poderia precisar da minha ajuda por
vários meses. Mas na verdade... Eu estou neste momento improvisando
porque Zach não está facilitando nada para mim.

Nosso voo de Brasília para Chicago foi relativamente calmo,


considerando o quanto foi difícil para mim tê-lo como um relutante
companheiro de viagem para tirá-lo da floresta. Eu tinha lutado com o
calor, a umidade, a desidratação, a fonte inesgotável de mosquitos, uma
experiência de quase-morte com uma cobra surucucu, e ainda assim
nada disso foi tão difícil como lidar com a antipatia de Zach durante a
viagem.

O homem claramente não queria deixar a sua casa com os


Caraicans. Depois de ter passado 18 anos imerso na cultura deles...
depois de ter sido adotado em sua tribo e sido reverenciado como um
membro, ele não tinha absolutamente nenhum desejo de voltar para os
Estados Unidos comigo.

Isso era algo que eu esperava como uma possibilidade desde que
ele perdeu seus pais muito tempo atrás. Eu tinha a sensação de que
Zach podia não lembrar muito de sua vida anterior, e lá estava eu...
levando ele para longe do conforto e segurança de que ele conhecia

~ 26 ~
bem. Eu tinha dito a Randall, padrinho de Zach, que tinha arranjado
toda essa missão de resgate, que Zach poderia não querer voltar às
suas raízes americanas. Randall era muito mais positivo sobre isso do
que eu, me dizendo para fazer o melhor que pudesse.

Em última análise, eu não tinha nada a ver com a capitulação de


Zach por vir. Eu fiquei em sua aldeia após minha chegada por dois dias,
enquanto seu pai adotivo discutia com ele sem piedade. Ele estava
muito ansioso para Zach aproveitar esta oportunidade para aprender
mais sobre sua própria herança. Eu não tenho certeza do que Paraila
disse finalmente para seu filho adotivo, mas na minha segunda noite lá,
Zach se aproximou de mim e disse: — Vamos embora amanhã.

Essas foram as suas primeiras palavras para mim. Apesar do fato


de que havíamos partilhado uma experiência muito íntima na primeira
noite sobre o fogo da fogueira, quando ele fodeu outra mulher, olhando
fixamente para mim, ele não tinha falado uma palavra comigo, até que
ele me informou de nossa partida. Suas próximas palavras não foram
amigáveis.

Depois de me salvar de uma surucucu que estava perigosamente


perto da minha perna, ele zombou de mim, — Você precisa manter seus
olhos no caminho, Cabelo de Fogo idiota. Da próxima vez, eu deixo a
serpente te atacar.

Então ele virou as costas para mim e começou a se afastar,


assumindo a liderança e fazendo seu caminho através da selva mais
uma vez.

Imaginei o que Cabelos de Fogo3 podia significar em português.


Eu estava pensando em algo ao longo das linhas de idiota, imbecil,
burro, ou até mesmo sonsa. Padra Gaul me disse mais tarde, quando
eu perguntei a ele o que significava.

Acabei de tomar isso como um elogio, apesar do fato de que Zach


parecia que ele queria me estrangular quando fazíamos contato com os
olhos.

Zach não falou nenhuma outra palavra para mim até mais tarde
no dia em que ele foi forçado a falar, quando chegamos ao Rio Jutaí,
quando nos separamos do Padre Gaul e Ramon. Suas palavras foram
curtas e simples. Ele me disse para entrar na canoa que o Padre Gaul
tinha conseguido para nós na pequena aldeia de comércio no rio e
remar duro.

3 Do original Chama de Cabelos, como algumas coisas são em português. Rs...

~ 27 ~
Foi o que eu fiz... e dentro de apenas uma hora, meus braços
estavam baleados e inúteis. Ele murmurou alguma coisa em Português,
e eu sofri com seu olhar o resto do dia, e nós viajamos pelo Jutai em
direção ao rio Amazonas.

Ele não ele me deu mais nada além de silêncio em nosso segundo
dia na água, apesar de meus esforços para falar com ele. Eu sabia que o
seu inglês ainda estava em boa forma, porque Padre Gaul continuava a
falar com ele ao longo dos anos, mas ele só me respondia em português,
quando eu ia tentar perguntar a ele alguma coisa, e eu acho que a
metade do tempo ele estava me xingando.

Finalmente, algo mudou quando nós atracamos no final do


segundo dia. Algo que começou com algumas palavras, mas, em
seguida, terminou com gemidos suaves e uma requintada liberação.

Tremo agora só de pensar sobre o momento que tivemos juntos.

Depois de puxar a canoa para cima do banco, Zach silenciosamente


pegou seu facão e cortou alguma vegetação rasteira entre duas árvores
jovens de sumaúma que beiravam a margem do rio. Quando ele fez isso,
ele simplesmente apontou para as árvores e disse: — Para a sua rede, —
então se virou e desapareceu na selva.

Ele ficou fora por menos de uma hora, retornando com um pequeno
macaco-aranha que ele preparou sobre o fogo que ele construiu de forma
eficiente, mas ele não ofereceu para mim. Isso foi bom... Eu mordisquei
minha ração desidratada e tentei conversar com ele sobre Randall,
porque Zach não se preocupou em mostrar um único sinal de curiosidade
a respeito de onde eu estava levando-o e o que aconteceria quando
voltássemos para os Estados Unidos.

— Zach... você tem alguma pergunta sobre Randall Cannon, seu


padrinho?

Eu foi recebida com silêncio enquanto ele cutucava o fogo que


estava apagando.

— Ele é um homem bom, — eu disse simplesmente. — Eu acho que


você vai gostar muito dele.

Zach me ignorou no início, depois se levantou e foi até o rio, onde


ele jogou água em seu rosto. Quando ele voltou, ele disse, — Eu não vou
gostar dele, mas me diga como ele me conhece... porque ele tem o direito
de me pedir para ir até ele.

~ 28 ~
Aproveitei a oportunidade e derramei tudo de uma vez. — Ele era
muito amigo de seus pais. Ele era o melhor amigo de seu pai. Na
verdade, seu pai salvou a vida de Randall uma vez, e isso criou um
vínculo muito profundo entre eles. Eu vi um monte de fotos de você e
Randall juntos. Seus pais foram em algumas viagens missionárias
quando você era muito jovem, e você ficava com Randall toda vez. Ele
cuidava de você, então, e ele se preocupa com você há muito tempo.

Ouvi um leve fraco bufo de Zach quando ele retomou sentado junto
ao fogo. — Que palavra é esta que você está utilizando... ‘padrinho’?

— É um título simbólico. Ele foi escolhido por seus pais para guiar e
orientar você na vida. Isso pode ter um significado espiritual, que eu
tenho certeza que ele tem porque seus pais eram muito religiosos.
Randall não era, então eu acho que teve também um elemento onde seus
pais escolheram Randall para ser um guardião secundário para você.
Alguém que iria olhar para o seu bem-estar.

— Ele não é meu pai, — disse Zach defensivamente.

— Claro que não, — eu assegurei a ele. — É apenas um título. Você


terá o relacionamento que quiser com Randall.

— Eu não quero nenhum relacionamento com ele, — Zach zombou.


— Eu só quero voltar para a minha casa.

Então ele se levantou novamente e entrou na selva. Ele não voltou


por quase duas horas. Eu fui para minha rede, me perguntando onde ele
estava e se eu iria ser comida por uma onça naquela noite.

Mas ele voltou, sem dizer uma palavra para mim. Ele simplesmente
deitou no chão ao lado do fogo e fechou os olhos. Eu balançava em minha
rede, olhando para as estrelas na imagem da selva que tinha sido
esculpida pelo rio. Os sons da floresta a noite me acalmaram... pássaros
e macacos chamando uns aos outros, sapos coaxando canções de amor,
e grilos chilreando alegremente. Algumas pessoas acham isso muito alto,
mas eu adorei. Era como um calmante, um ruído branco para mim, e eu
estava começando a ficar sonolenta.

Depois meus olhos se fecharam para a noite, eu virei minha cabeça


um pouco e olhei para Zach. Olhei para o rosto primeiro e vi que ele ainda
estava acordado e olhando para as mesmas estrelas que eu estava
olhando. Meu olhar viajou por seu peito, e fiquei surpresa ao descobrir
que ele tinha a mão entre suas pernas. Seu pênis estava totalmente
ereto, e ele silenciosamente o acariciava com a mão direita, a outra mão

~ 29 ~
casualmente dobrada sob a cabeça dele enquanto ele olhava para o céu
noturno.

Ele não fez nenhum som e, se não fosse a partir da impressionante


ereção deslizando a palma da mão, eu teria me perguntado se ele estava
mesmo se divertindo.

Eu sabia que deveria ter evitado os meus olhos e ter dado a


privacidade enquanto ele se masturbava, mas porra... lá estava ele sob o
amplo céu estrelado, vestindo nada além de suas mãos em torno do que
eu estimava ter uns vinte e um centímetros de aço e veludo.

O peito de Zach estava se movendo para cima e para baixo em


pequenos jatos, aumentando em ritmo com a batida da mão, mas
nenhum gemido de prazer saiu de seus lábios cheios. Seu pênis estava
úmido e, à luz do fogo, eu podia ver pré-semen vazando da ponta. Tudo
além disso estava totalmente parado e em silêncio, e eu vim entender o
fato de que Zach tinha um incrível controle sobre seu corpo e seus
sentimentos.

Enquanto eu assistia Zach a dar prazer a si mesmo, eu não poderia


deixar de imaginar a minha própria mão sobre ele... então eu imaginei
que era a minha boca... então eu imaginei que ele estava penetrando
fundo dentro de mim. Eu nunca estive com alguém que tivesse um tão
grande e grosso antes, e eu pensei comigo mesma... ao penetrar em mim
iria doer, alargar e me queimar.

Eu senti a umidade ensopar pela minha calcinha, e meu corpo se


sentia inquieto e frustrado. Meus seios doíam, e meu estômago se
apertou. Revirando o meu corpo para o lado, eu estremeci ligeiramente
quando as cordas da rede gemeram, mas Zach não percebeu. Ele
continuou acariciando seu pau e olhando para as estrelas.

A pressão cresceu rapidamente entre as minhas pernas, e eu juro


que eu podia sentir meu sangue pulsando em meu clitóris, fazendo uma
sensação latejante desconfortável. Eu não poderia suportar isso... Eu
precisava do mesmo tipo de alívio que Zach estava fazendo.

Eu ansiava por mais do que eu tinha ansiado por água no calor da


selva.

O senso comum parece ter desapossado do meu cérebro, e me mexi


sem pensar. Lentamente abaixei minha mão ao meu estômago, eu
trabalhei meus dedos no botão na minha calça e desfiz. Eu puxei meu
zíper para baixo, grata pela selva barulhenta em esconder o som.
Umidade do ar atingiu meu ventre, e eu não perdi tempo deslizando os

~ 30 ~
dedos sob a borda superior das minhas calcinhas de algodão enquanto
eu olhava para Zach se acariciando.

Sua mão trabalhou mais rápido e sua respiração se tornou mais


curta, mas ele ainda estava estranhamente silencioso. Eu precisava
conversar porque ele estava me deixando muito para trás, assim que eu
empurrei meu dedo indicador em linha reta em minha esperteza,
engolindo meu gemido quando eu percebi o quão encharcada de
necessidade eu estava. Puxando minha mão para trás, eu arrastei meu
dedo sobre o clitóris e puxei meus quadris um pouco, fazendo a rede
estalar mais ainda. Me segurei absolutamente imóvel por um momento,
entrei em pânico porque eu iria interromper o momento de Zach, mas ele
estava me ignorando completamente.

Com um suspiro, eu esfreguei sobre o meu clitóris novamente. Foi


tão bom que eu tinha que chupar uma golfada de oxigênio. Deus, nunca
tinha estado tão sensível. Nunca senti que fosse gratificante. Mas,
novamente, eu nunca tinha secretamente me masturbado com um
estranho lindo, a poucos metros de distância de mim, enquanto eu o
observava dando prazer a si mesmo com total indiferença ao seu redor.

Confiante de que se quer Zach tinha ideia do que eu estava


fazendo, ou simplesmente não se importava, eu comecei a passar o dedo
sobre o meu clitóris novamente, mas eu parei imediatamente quando
Zach preguiçosamente virou a cabeça para o meu lado, me deixando
saber deste momento... ele tinha estado consciente o tempo todo que eu
estava me masturbando. Sua própria mão parou, e ele olhou para mim
com a oscilação e fogo em seus olhos.

— A sensação é boa? O que você está fazendo a si mesma? — sua


voz era avidamente curiosa, e me ocorreu que... talvez ele nunca tenha
visto uma mulher fazer isso antes.

Eu pisquei para ele com surpresa e comecei a tirar a minha mão da


minha calcinha.

— Não, — ele me ordenou asperamente. — Não pare o que está


fazendo. Eu posso dizer que você está excitada. Eu posso sentir o cheiro,
e quase posso ouvir o zumbido do seu sangue.

Minha mão ficou colocada, mas eu não me mexi. Eu estava


congelada de vergonha de ter sido pega.

— Vou perguntar de novo, Moira... o que você está fazendo ao seu


corpo faz você se sentir bem? Bom como o que eu estou fazendo a mim?
— ele perguntou bombeando languidamente seu pênis algumas vezes.

~ 31 ~
— Sim, — eu sussurrei enquanto eu pressionei meu dedo com força
contra mim mesma. — É uma sensação muito boa.

— Então você pode continuar, — ele disse simplesmente, virando o


rosto para longe de mim de novo para olhar para o céu. Sua mão retomou
a se acariciar, lentamente, como se estivesse começando o seu prazer
mais uma vez.

Observando-o por um momento, fiquei chocada com a falta de


interesse no que eu estava fazendo. Eu me lembro de ter pensado que eu
estava certa, nenhum homem americano de sangue vermelho viraria o
rosto ao ver uma mulher se tocando intimamente.

Estranhamente, eu achei a sua indiferença completamente


insatisfatória.

Completamente errada.

Parte de mim queria tirar minha mão entre as minhas pernas e


apenas ir dormir em silêncio frustrada. Mas, quando o meu clitóris
pulsava contra meu dedo, eu decidi pela minha doce libertação. Eu me
daria isso e seria mais muito apreciada pelo meu corpo.

Então, minha mão começou a se mover novamente, e eu esfregava


em círculos lentos, contornando as bordas exteriores da minha carne
mais sensível. Eu assistia Zach enquanto eu me tocava, notando que ele
começou a mover mais rápido sua mão, torcendo na base e, em seguida,
esfregando o polegar sobre a cabeça inchada em seus movimentos
ascendentes.

Pressionando mais perto de meu clitóris, eu deslizava por cima, às


vezes afundando um dedo em mim profundamente. Eu finalmente decidi
me dar dois dedos, e quando eu os empurrei em minha vagina, eu não
consegui conter o profundo gemido que saiu da minha garganta.

A cabeça de Zach virou para o lado, em resposta ao ruído emitido


por mim, e seus olhos estavam arregalados e curiosos, enquanto olhava
para mim. Eu achei a sua atenção agora sendo extremamente
pecaminosa. Ignorando completamente as consequências do que tudo
isso pode significar para o nosso relacionamento de trabalho daqui para
frente, eu comecei a me esfregar furiosamente, dando forma às
sensações. Meus quadris empurraram contra a minha mão e eu gemia
repetitivamente com um orgasmo próximo, sem tirar os olhos de Zach.

Mais uma vez, nós olhamos um para o outro através do fogo,


nossos olhares cheios de desejo e desafio.

~ 32 ~
Os olhos de Zach se estreitaram enquanto ele me olhava, sua mão
se movendo mais contra a sua carne quando ele gozou. Eu senti a
indicação quando ele finalmente perdeu um pouco do seu controle de aço,
e num acesso de raiva, ele empurrou o ar para fora de sua boca. Ele
imediatamente foi sugado de volta, com o peito arfando quando ele
começou a se perder em seu próprio prazer. Foi a primeira vez que ele fez
um som nas duas vezes eu tinha visto ele em atividade sexual, e eu senti
orgulho feminino que ocorreu em resposta ao meu próprio prazer sexual.

— Mmmm, — eu gemi grosso, para ver quanto mais fora de controle


eu poderia deixá-lo esta noite. — Me sinto tão bem.

Zach me recompensou gemendo alto em resposta, e suas costas


arquearam ligeiramente contra o solo.

Fiquei espantada. Excitada. Tão excitada.

Minha sensualidade foi incrementando o prazer de Zach... fazendo-


o se perder. Esta foi uma mudança completa de sua medida disciplina
como quando ele teve relações sexuais com a mulher na outra noite. E
assistindo Zach começar a se desfazer apenas porque ele estava me
observando e ouvindo meu desfecho, me completou.

Minha respiração saia duramente, meus quadris giravam na minha


mão, e eu não segurei um único som enquanto eu corria mais e mais
rápido o que eu sabia que ia ser uma grande libertação.

Mais fluido vazou da ponta do pênis de Zach e, depois de uma


puxada especialmente duro em seu eixo, ele realmente começou a grunhir
com cada gozo.

Foi música para os meus ouvidos e eliminou a última barreira para


minha libertação. Meu corpo inteiro ficou tenso quando meu orgasmo
rasgou através de mim. Eu gritei com voz rouca para a noite, minhas
costas se curvando desajeitadamente na rede, enquanto o olhar brilhante
de Zach bebeu cada pedaço de minha reação. Eu vi quando suas bolas
pesadas puxaram para dentro apertadas, enquanto pequenos tremores
pulsavam pelo meu corpo, Zach jogou a cabeça para trás, levantou a
bunda no chão, e gritou sua liberação para as estrelas quando ele gozou.

Sêmen jorrava para fora da ponta do seu pênis, que fluía sobre a
mão dele, espirrando em seu estômago, enquanto ele ainda trabalhava
em seu pau. Ele deu outro gemido alto e apertou os olhos com força,
antes de finalmente liberar o que ele tinha segurado em si mesmo.

~ 33 ~
Eu assisti com espanto completo quando seu corpo imediatamente
se acalmou. À luz do fogo, eu era capaz de ver o seu peito subir e descer
rapidamente, assim como a pulsação em seu pescoço martelando sangue
de sua vida através de suas artérias. Mas por outro lado, manteve-se
absolutamente quieto e silencioso.

Tirei delicadamente minha mão entre as minhas pernas, fechei o


fecho com zíper e botão. O meu olhar não deixou Zach, mas ele nunca
olhou para mim novamente. Mantendo a mão atrás da cabeça e a outra
ainda toda molhada com a sua libertação através de seu estômago, ele
apenas fechou os olhos e dormiu.

Eu puxei minha cabeça longe do descanso na janela do táxi e


pisquei para limpar essas memórias pecaminosos da minha cabeça.
Momentos de vergonha passam por mim quando eu penso sobre o que
eu fiz.

O que mais eu ainda quero fazer com Zach.

Dra. Moira Reed, respeitada Professora de Antropologia e


Associada da Universidade Northwestern. Dada a uma concessão
extremamente generosa de Randall Cannon, filantropo, multibilionário e
padrinho de Zacharias Easton, a fim de buscá-lo na Amazônia e ajudá-
lo a se ajustar à vida aqui.

A única coisa que eu lhe ensinei até agora foi assistir a uma
mulher se masturbar. Embora tecnicamente, as diferenças sexuais da
nossa cultura são algo que Zach acabaria por aprender, tenho certeza
de que Randall imaginou que viria de um livro e não do olhar de um
pássaro assistindo a minha performance.

Se Randall descobrisse sobre aquele pequeno interlúdio, ele


ficaria furioso, tenho certeza. Isso significaria a perda da subvenção que
ele está me dando para que eu possa publicar o meu trabalho com
Zach, mas provavelmente significaria a perda da minha carreira se ele
quisesse realmente me punir por corromper seu afilhado.

Deus, eu sou uma idiota. Prometo a mim mesma que eu vou


manter uma distância absolutamente profissional com Zach daqui para
frente. Minha carreira é importante demais para arriscar em algo que é
tão fora dos limites da decência.

~ 34 ~
Capítulo Três

ZACH

— Zach... o jantar está pronto, — ouço a voz de Moira gritar


através da porta fechada do meu quarto.

Eu não respondo de imediato, em vez disso, continuo a olhar para


o teto acima de mim. Parte de mim não quer se juntar a ela, porque isso
vai significar mais dolorosas tentativas de conversa com essa mulher
que me atrai, mas desprezo.

—Zach? Você está me ouvindo? — ela pergunta.

— Eu estarei lá em um minuto, — eu digo a ela secamente, e


então eu ouço seus passos se afastando da minha porta.

Havíamos chegado em sua casa aqui em Evanston. É uma


pequena casa branca com venezianas pretas e flores alegres espalhadas
em vasos em todo o alpendre. Ela me lembra um pouco a casa dos
meus pais na Geórgia, e as memórias distintas de minha mãe
trabalhando em seu jardim no quintal me agrediu quando o táxi parou.

Após Moira pagar o motorista, eu a segui carregando minha


mochila, que ela comprou para mim para levar meus poucos pertences
da Amazônia. Além das coisas dos meus pais, eu não tinha nada além
das roupas novas que Moira tinha comprado para mim e um pequeno
colar trançado que Oehla, uma das pequenas meninas Caraican, tinha
me dado antes de eu sair. Meu arco e aljava, assim como o meu facão,
todos foram deixados para trás, Moira me disse que eles não eram
permitidos no avião de volta para os Estados Unidos. Eu estava com
tanta raiva que a amaldiçoei em português pelo que parecia uma
eternidade, e ela apenas me olhou calmamente até que eu corri para
fora a todo vapor. Ela pediu desculpas baixinho e disse que iria se
certificar de que eles fossem mantidos em segurança até que eu
pudesse voltar.

~ 35 ~
Mulher dissimulada... falando sobre o meu retorno, quando eu sei
que ela não tem nenhum desejo de me ver fazer isso. Mas eu vou jogar
também o seu joguinho... por agora.

Eu rolo para fora da cama, a toalha úmida em volta da minha


cintura depois do banho ainda pendurada em mim vagamente. Foi a
primeira coisa que fiz depois que Moira tinha me mostrado, me dizendo
para me sentir em casa e tratar essa casa como minha.

Eu apenas resmunguei para ela e decidi tomar um banho, usando


a oportunidade para lançar a minha tensão, me acariciando a uma
conclusão satisfatória, o tempo todo imaginando o que eu gostaria de
fazer com o corpo de Moira se eu tivesse uma chance. Eu achei
desconcertante que eu não pensasse em Tukaba nenhuma vez, em vez
de imaginar o cabelo de fogo de Moira caindo pelas costas enquanto eu
a tomava por trás. Minha libertação foi dura, mas eu estava em silêncio
quando meu sêmen eclodiu contra a parede de azulejos do chuveiro.

Olhando para trás, a roupa que eu puxei para fora da mochila,


uma ideia de repente me impressiona. Moira disse para tratar a casa
como se fosse minha. Enquanto ela deixou bem claro que, embora em
público, eu tenho que estar completamente vestido todas as vezes, eu
sei, sem dúvida, que se eu fosse para casa na aldeia Caraican, eu ficaria
completamente nu.

Com um sorriso, eu abro a toalha em volta da minha cintura e a


deixo cair no chão antes de sair do meu quarto.

Moira está na cozinha, de costas para mim, enquanto ela cozinha


algo no fogão. Me lembro de minha mãe em pé no fogão em nossa casa,
puxando uma assadeira do forno, e eu quase posso sentir o cheiro de
chocolate e baunilha, coisas que eu tinha há muito tempo esquecido.
Minha boca, na verdade, encheu de água e, por um breve momento
insano, eu considerei pedir a Moira se ela podia fazer biscoitos para
mim.

Mas eu vou deixar este impulso de lado, porque eu não quero


pedir a ela qualquer coisa.

Vou até a mesa da cozinha e quando eu puxo uma das cadeiras


para sentar, Moira se assusta um pouco e, em seguida, vira a cabeça
por cima do ombro com um sorriso no rosto.

— Eu espero que você esteja com fome. Eu fiz -

~ 36 ~
As palavras de Moira parecem secar dentro de sua boca, e seus
olhos ficam arregalados de surpresa quando ela me vê parado lá,
pelado. Sua boca pende ligeiramente aberta, e seus olhos se arrastam
lentamente pelo meu corpo. Quando seu olhar alcança meu membro, dá
um pequeno salto sob sua leitura e começa a engrossar, o que me
surpreende, uma vez que eu tinha domado a fera, não mais que meia
hora atrás.

— O que você está fazendo? — pergunta ela, com a voz rouca


enquanto seu olhar retorna ao meu.

— Eu estou pronto para o jantar, assim como você perguntou, —


eu digo a ela, sem revelar nada sobre o meu rosto.

— Mas... você não pode... você precisa ir colocar algumas roupas,


Zach, — diz ela, seus olhos correndo rapidamente para baixo uma vez
mais para olhar para mim.

— Eu me recuso, — é tudo o que eu digo, quando eu me sento na


cadeira da cozinha. Eu estico as pernas na minha frente e descanso
minhas mãos em meu estômago.

Moira engole em seco. — Mas... não é bom ficar nu.

Encolhendo os ombros, eu dou a ela um olhar zombeteiro. —


Você me disse para tratar esta casa como se fosse minha. Na minha
própria casa, eu ficaria nu. Assim estou nu aqui nesse lugar que você
me disse para chamar de minha casa.

Ela abre a boca para dizer algo, mas depois a mantém fechada.
Moira fecha os olhos brevemente e respira fundo. Quando ela os abre de
volta, ela tem o mesmo sorriso agradável que eu já vi várias vezes ao
longo dos últimos dias em que eu me recuso a fazer algo que ela pediu.

— Tudo bem... tudo bem por enquanto. Podemos falar sobre isso
mais tarde.

Se virando para mexer no que está na panela no fogão... que


admito que cheirava muito bom... ela murmura, — Só não atenda a
porta se alguém bater nela.

Eu rio para mim, porque eu tinha deixado ela desconfortável. Isto


é pouco pelo que ela merece, porque a partir do momento que eu
coloquei os olhos sobre esta mulher, ela roubou cada pedaço de
conforto de mim. Se eu puder retribuir o favor, eu vou aproveitar todas
as oportunidades que puder.

~ 37 ~
Moira se ocupa no fogão, mexendo tudo o que está na panela. Em
seguida, ela pega dois pratos do armário e com uma concha começa a
colocar o alimento em cada um deles. Pega os pratos, e se vira para
mim e diz: — Não é muito, apenas Hamburger Helper, porque eu não
tenho nada em casa. Nós vamos ter que ir ao supermercado amanhã.

Ela coloca o prato na minha frente. Eu inspiro profundamente


quando eu olho para a pilha de comida irreconhecível. Moira pega duas
colheres de uma gaveta e coloca um ao lado do meu prato, que eu
ignoro.

Eu não a esperei se sentar à mesa para começar a comer,


imediatamente coloquei meus dedos na pilha fumegante de comida e
tentei pegar a bagunça me contorcendo. Ele deslizava para fora do meu
alcance e para fora do prato.

Quando eu olho para Moira, ela educadamente pega a colher e


apanha um pouco de comida, em seguida, coloca delicadamente na
boca. Depois que ela mastiga e engole, ela diz: — É muito mais fácil
com a colher.

Eu resmungo para ela em resposta, apenas pegando o prato e


levando-o à boca. Com meus dedos, eu começo a empurrar as coisas na
minha boca aberta, saboreando seu olhar atordoado de descrença.

Coloco o prato de volta para baixo, eu mastigo um bocado, o que é


absolutamente delicioso, e dou a ela um imenso sorriso antes de
engolir.

— O que tem neste Hamburger Helper? — pergunto.

— Um pouco de macarrão e molho de... carne moída. Você já


comeu isso quando era criança?

Balançando a cabeça, eu levo o prato para cima e empurro um


pouco mais na minha boca. — Não que eu me lembro, — eu digo com a
boca cheia. Ela, na verdade, faz uma careta para mim, e isso me faz
feliz.

Comemos em silêncio, e eu como rápido a minha refeição.


Quando meu prato está vazio, eu percebo que eu ainda estou com fome.
— Eu vou querer um pouco mais.

Ela levanta uma sobrancelha para mim, e eu vejo uma centelha


de algo que eu não vi ainda. Sorrindo para mim, ela diz: — Há muito
mais no fogão. Sirva-se.

~ 38 ~
Meus olhos vão para o fogão, e depois voltam para Moira. Sirva-
se? Ela está falando sério?

— Zach... Eu não me importei de te servir a primeira vez, porque


eu já estava de pé e servindo o meu próprio prato, mas você precisa
aprender a se servir.

Eu fico olhando para ela por um momento, me perguntando como


eu posso argumentar contra ela. Minha educação exige que a mulher
me sirva, mas isso eu sei que é assim na minha aldeia porque os
homens oferecem a comida. Aqui... Moira não só forneceu a comida,
mas ela a preparou também.

Com um breve aceno de cabeça, eu fico em pé, mas não antes de


lamber os dedos para limpá-los, que me recompensa com outra careta
dela. Eu levo meu prato para o fogão e pego com a colher um pouco
mais da mistura de macarrão e carne.

— Você gostaria de um pouco mais? — eu ofereço, e fico


imediatamente chocado por fazer uma coisa dessas. Felizmente, ela diz
tranquilamente. — Não, — então eu pego o restante.

Mais silêncio até que eu termino de comer e Moira me assiste.


Depois de eu ter posto o último pedaço na boca e engolido, me levanto
da mesa e lavo as mãos na pia. Enquanto eu estou gostando de ser um
pagão em sua mesa por me recusar a usar utensílios e um guardanapo,
eu sempre lavei as mãos com água após uma refeição, por isso parece
natural para mim fazer isso agora.

Eu começo a caminhar para fora da cozinha quando eu termino,


mas a voz de Moira me para. — Precisamos conversar, Zach.

Ignorando-a, eu continuo em direção ao meu quarto, mas sua voz


me interrompe. — Por favor... apenas cinco minutos.

Há algo sobre seu tom de voz... parecendo cansada... misturada


com frustração. Enquanto há uma parte de mim que aprecia isso, uma
pequena parte não se sente tão bem assim, porque no fundo, eu sei que
não foi ideia dela me trazer aqui. Seu envolvimento é apenas para me
ajudar, e eu entendo isso em algum nível básico. Decidi dar a ela um
pouco de alguma coisa, então eu me viro para olhar para ela.

Ela me olha nos olhos, não entre as minhas pernas, então eu sei
que ela está falando sério. — Precisamos falar sobre o tempo que você
vai passar aqui. Precisamos definir algumas regras básicas.

~ 39 ~
Suspirando, eu ando de volta à cadeira pegando uma vazia e me
sentando, espalhando minhas pernas largas, rindo por dentro quando
ela se esforça para manter o contato visual comigo. Eu sei que se eu
estendesse a mão e deslizasse pelo meu membro, ela nunca seria capaz
de manter seu olhar no meu rosto, mas eu não faço isso. Eu prefiro
acabar com isso, então eu olho para ela, esperando para ver o pouco do
sermão que ela vai me dar agora.

— Zach... Eu sei que você não quer estar aqui, — diz ela em voz
baixa.

— Até que enfim... nós concordamos em algo.

— Mas você está aqui. Você prometeu a Paraila e, eu espero que


você volte para sua casa, um dia. A verdade da questão é que vamos
passar muito tempo juntos. Você deveria aproveitar esta oportunidade
única antes de você voltar.

— Uma oportunidade que eu não queria, nem quero, — eu afirmo.

— Sim, eu sei. Mas eu também tenho um trabalho a fazer, que é


ajudar você a se reajustar à vida aqui na América. Talvez se você me
dissesse o que você gostaria de aprender, podemos começar por aí. Eu
vou te ensinar tudo o que você quer saber.

Sua voz está cheia de ansiedade para me conseguir a bordo, e eu


percebo que tem uma oportunidade de sorte me enfrentando agora. Ela
pega a minha falta de negação imediata, como uma permissão para
avançar.

— Qualquer coisa que você quiser. Vamos tornar isso divertido


para você, e nós podemos ir devagar, ou mergulhar direto. Apenas me
deixe saber o que você quer fazer, e eu prometo... vamos fazer isso. Você
vai ver... isso pode ser uma experiência incrível se você apenas me der
uma chance.

Pobre, ingênua, enganada Moira. Ela não tem ideia do que ela
está me oferecendo.

— Qualquer coisa?— eu pergunto com ceticismo.

— Sim... há tanta coisa para nós vermos e fazermos, mas vamos


começar com o que lhe agrada mais. Podemos sair para comer em
restaurantes, visitar os museus em Chicago, ou ir ao zoológico. também
ir a biblioteca? Livros em abundância e você pode lê-los até que você
esteja de saco cheio. Mas eu só quero que você me dê uma chance.

~ 40 ~
Eu sorrio para ela... um processo lento, preguiçoso, um sorriso
quase maligno. — Ok. Eu vou dar uma chance, e eu sei o que eu quero
aprender primeiro.

Ela se inclina para a frente em sua cadeira de emoção. —


Excelente. Fale para mim.

— Eu quero aprender sobre sexo. A maneira que você faz aqui no


mundo moderno.

Moira pisca para mim estupidamente, dando uma leve sacudida


de sua cabeça como se ela não entendesse o que eu disse. — Como?
Você quer aprender sobre sexo?

— Sim.

— Mas... mas... você já sabe como fazer sexo, — diz ela em


confusão.

Eu empurro para cima e inclino para a frente minha cadeira,


então meu rosto fica apenas a centímetros do dela. Minha voz é baixa e
está cantarolando com uma borda ligeiramente crua. — Sim, eu sei.
Você me viu no meu melhor. Mas eu quero saber como vocês, as
pessoas modernas fazem sexo. É bem diferente, né?

Ela engole em seco, e eu vejo um brilho de medo em seus olhos.


— Sim, é diferente. Mas eu não acho -

— Você perguntou o que eu queria e eu disse a você. Se você me


ensinar sobre como as pessoas civilizadas fazem sexo, eu vou seguir
junto com seu joguinho de me aprofundar nessa nova cultura. Na
verdade, eu vou mesmo tentar me comportar de acordo com seus
costumes gerais, se isso te faz feliz.

Moira me olha por um momento, e eu posso ver as rodas girando


em sua cabeça. Finalmente, ela me dá um aceno lento e diz: — Tudo
bem... Eu aceito seu -

Eu empurro para fora da cadeira rapidamente. Alcançando a


minha mão atrás de seu pescoço, eu a puxo em uma posição ereta. Ela
não hesita; seus olhos apenas ficam arregalados de surpresa.

— Vamos começar, então, — eu digo a ela, assim quando eu


inclino meu nariz em seu pescoço e inalo seu doce perfume. Eu me
afasto, observando seu olhar vidrado por um breve momento, e então
eu coloco pressão sobre o pescoço dela, empurrando-a para o chão. —
Fique de joelhos.

~ 41 ~
Seu corpo começa a deslizar para baixo em meu comando, e eu
imediatamente começo a ficar duro na imagem dela se ajoelhando
diante de mim. Eu não acho que ela iria ceder tão fácil, e as minhas
partes internas dominantes endurecem.

Quando ela está no meio do caminho para o chão, eu começo a


pensar na melhor maneira de tirar a roupa dela... talvez eu ordene que
ela tire enquanto ela se ajoelha, mas ela me empurra para trás com
força.

— Não, Zach. Nós não podemos fazer isso, — ela praticamente


grita para mim, os olhos selvagens com inquietação.

— Por que não? Você disse que ia me ensinar sobre sexo.

Segurando as duas mãos na defensiva na minha frente, ela


balança a cabeça. — Eu disse que ia te ensinar... não que eu faria sexo
com você.

Eu levanto uma sobrancelha para ela, completamente


consternado com essa reação. Meus olhos percorrem o corpo dela um
momento, vendo o rubor em suas bochechas e da forma como o peito
fica exigente com os mamilos eretos, eu estou confuso. Ela quer isso...
eu posso ver.

— Você me quer, — eu digo a ela, simplesmente. — Eu sei que


você quer.

Ela balança a cabeça teimosamente. — Não... Eu não posso fazer


isso.

— Não pode? Mas você quer? — eu pergunto, porque eu preciso


que ela me esclareça o que é esse limite que ela está colocando.

Respirando fundo lentamente, ela diz: — Não importa o que eu


quero. Fui contratada por seu padrinho para mostrar como é lá fora
para você. Para te ensinar a assimilar. Vou publicar um artigo sobre
isso um dia. Seria cruzar todas as linhas da decência profissional e
moral, se você e eu fizéssemos sexo. Eu vou te ensinar de uma outra
maneira.

— Como? — eu pergunto a ela com ceticismo. Não que eu


realmente me importe. Eu não quero saber nada sobre suas normas
sexuais. Eu estava apenas usando isso como uma maneira de conseguir
o que eu queria... que é bater no interior de seu corpo doce.

~ 42 ~
— Hum... há muitas maneiras. Filmes... livros. Posso responder
perguntas para você. Eu posso fornecer respostas às suas curiosidades,
mas nós absolutamente não podemos ter relações sexuais.

Volto a pensar naquela primeira noite que eu vi Moira, e do jeito


que ela me viu quando eu peguei Tukaba. Me lembro do jeito que ela se
tocou sozinha naquela noite no rio Jutaí, e alcançou a mesma versão
gloriosa que eu. Não há dúvida de que Moira é uma criatura sexual. Ela
me queria tanto lá, e estou confiante de que ela me quer agora.

Talvez ela não esteja completamente pronta para começar de


joelhos, mas eu tenho certeza que eu posso levá-la lá, eventualmente.
Meu queixo sobe quando eu olho para ela, e internamente... para mim...
Eu aceito o desafio.

Eu posso ter um pouco de trabalho a fazer, onde ela está em


causa, mas vou fazê-la se curvar diante de mim em breve... e ela vai
estar me implorando por isso.

~ 43 ~
Capítulo Quatro

MOIRA

Zach ficou em silêncio mais uma vez quando eu entrei na cozinha


para uma xícara de café esta manhã. Eu o havia apresentado ao café,
quando estávamos em Brasília, e ele caiu de amor por ele. Eu disse a
ele que nós vamos realizar algumas tarefas hoje e que roupa é
necessário, e ele só me deu um sorriso.

Mas ele obedientemente foi e se banhou, surgiu vestindo um par


de shorts cáqui e uma camisa azul claro, juntamente com um par de
tênis que eu comprei para ele. Tarefas de hoje incluem comprar mais
algumas roupas, porque eu só comprei a eles alguns conjuntos
enquanto estávamos no Brasil.

Seus cabelos longos e castanhos estão soltos em bagunçadas


ondas, o que parece completamente em desacordo com o look formal de
sua roupa. Eu tenho certeza que qualquer pessoa que olhasse para
Zach iriam achar que são dois. Ele só projeta a aparência de um
homem selvagem que viveu na floresta por 18 anos e, muito
provavelmente iria imaginar o melhor jeans rasgado e uma camiseta do
AC/DC ou algo assim. Eu poderia me oferecer para levá-lo para cortar o
cabelo, mas não tão cedo. Ele de imediato não aceitou essa ideia
quando eu sugeri a alguns dias atrás, me dizendo que para os homens
Caraican seus cabelos longos são um prêmio.

Nossa manhã foi ocupada e Zach tolera quando eu o levo para


uma loja de departamentos, enquanto nós escolhemos roupas
masculinas. Roupas íntimas, camisas, shorts, jeans, meias e camisetas.
Ele calma e silenciosamente aceita minha escolha, experimentando as
roupas para se certificar de que elas servem. Seu silêncio me deixa
maluca, às vezes, e eu estou morrendo de vontade de saber o que ele
está pensando. Ele não me fez nenhuma pergunta, nem demonstrou
qualquer curiosidade sobre qualquer coisa.

~ 44 ~
Depois da nossa conversa ontem à noite, quando ele exigiu que
eu lhe ensinasse sobre sexo, infelizmente, sexo é tudo o que posso
pensar agora. Ele viu a reação do meu corpo por ele. Ele sabe que eu
quero que ele me tenha, como eu queria quando eu o vi ter a outra
mulher no brilho da luz do fogo. Mas eu deixei claro que eu não podia.
Eu não posso estragar esta oportunidade só porque meu corpo está
ansioso para saber como seria ser totalmente dominada por um
homem.

Mas não por qualquer homem.

Um homem como Zacharias Easton, que caminha ao redor da


minha casa gloriosamente nu, confiante com seu enorme pau
balançando.

Ele está me matando. Absolutamente me matando. Fui para a


cama na noite passada e fiquei pensando sobre como ele se moveu tão
rapidamente.... me agarrando pelo pescoço e me empurrando para o
chão. Eu queria isso... oh, tanto, e meu corpo estava gritando de
frustração, mesmo que meu cérebro estava gritando para eu parar com
esse absurdo. Eu tirei minhas roupas rapidamente e me arrastei para a
cama alcançando a minha gaveta do criado mudo, tirando meu
confiável vibrador rosa. Eu estava tão agitada com a fome que eu vi nos
olhos de Zach quando ele me agarrou pelo pescoço, que passou apenas
um milésimo de segundo antes que eu estivesse gritando em meu
travesseiro e esperando que Zach não tivesse me ouvido.

Zach realmente não mostrou nenhum interesse quando fomos ao


supermercado. Ele me disse que se lembra de fazer isso com sua mãe e
seu pai depois da igreja aos domingos. À medida que passávamos pelos
corredores, ele pegou vários itens para olhar com curiosidade. Quando
chegamos ao corredor de cereais, um sorriso verdadeiro veio em seu
rosto quando ele pegou uma caixa de Cocoa Puffs4.

— Você reconhece isso? — pergunto a ele.

~ 45 ~
Ele assente com a cabeça. — Minha mãe costumava comprar isso
para mim. Era o meu favorito.

— Bem, coloque no carrinho então, — eu digo a ele, me sentindo


como fazendo a dança da vitória por dentro porque ele fez uma ligação
com às suas raízes.

Depois de termos totalmente comprado comida suficiente para


alimentar um exército, eu empurrei o carrinho em direção à fila do
caixa.

— Você não quer pegar mais nada enquanto estamos aqui? —


pergunto a Zach como uma reflexão tardia.

Os olhos de Zach olham para o chão em uma exibição não


característica de incerteza. Ele é um dos homens mais poderosamente
confiantes que eu já conheci, e o simples fato de que pela primeira vez
ele baixou o olhar para longe de mim, me coloca em estado de alerta.

Eu esperei pacientemente para ele olhar para cima. Quando ele


faz, ele pergunta: — Você sabe como fazer biscoitos de chocolate?

Meu sorriso queima brilhante. — Absolutamente. Quer um


pouco?

Seu sorriso retorna hesitante, mas posso dizer que é algo próprio
dele. É uma vitória completa, ele compartilhou uma parte secreta de si
mesmo.

Ele balança a cabeça. — Se você não se importa.

— Claro que não, — eu o tranquilizo, ficando emocionada além da


medida por ele realmente estar mostrando algum interesse em outra
coisa que não fosse ficar de cara feia para mim. — Vamos pegar os
ingredientes, e eu vou fazê-los assim que chegarmos em casa.

— Você é uma mulher muito inteligente, — diz Zach quando ele


olha ao redor do restaurante que eu escolhi para almoçarmos.
Enquanto suas palavras são de cortesia, seu tom de voz não é.

— O que você quer dizer? — eu pergunto quando eu desembrulho


o sanduíche que acabei de comprar.

~ 46 ~
— Me trazendo a um restaurante que serve apenas comida que se
come com as mãos, — diz ele com um sorriso. Eu não posso evitar, eu
rio.

Os olhos de Zach enrugam quando ele desembrulha o seu próprio


sanduíche. — Você me pegou. Eu não podia correr o risco de você
sorver sua comida do seu prato em outro lugar.

Zach não responde, mas simplesmente dá uma mordida,


enquanto olha em volta para os vários clientes. Eu comi minha refeição
em silêncio, observando Zach enquanto ele olha ao seu redor. Ele pode
agir como se ele não quisesse ter nada a ver com esta nova vida, mas
ele é um homem avidamente curioso. Ele observa as pessoas com graça
furtiva, bebendo detalhes... aprendendo por mera observação.

— Aquele casal ali, — Zach diz e inclina a cabeça, e meu olhar se


volta para seguir o que ele está olhando. — Eles estão se beijando.

— Sim, — eu concordo, não digo mais nada, eu não sei por que
isso é importante.

— Por que as pessoas se beijam? Me lembro de meus pais se


beijando, mas nós não fazemos isso em nossa tribo. Estou curioso sobre
isso.

Engulo a comida da minha boca, tomando um copo de água,


enquanto penso como explicar sobre um beijo a Zach. O que é um ritual
complexo sobre que ele perguntou, e enquanto os meus estudos
antropológicos não são necessariamente focados em normas sexuais
das tribos que eu estudei, eu sei que a maneira pela qual diferentes
culturas demonstram afeto por meio do beijo, ou até mesmo as
preliminares através do beijo, variam radicalmente.

Olhando para o casal, que estão mais ou menos dando um suave


provocante e amoroso beijo um no outro enquanto eles seguram as
mãos, digo a Zach, — O que eles estão fazendo agora... esse tipo de
beijo... é uma maneira de mostrar afeição a alguém que você se
preocupa. Vê como os seus lábios se demoram um sobre o outro? Vê
como eles estão sorrindo e rindo um com o outro?

— É como se eles estivessem em seu próprio mundo, — Zach


observa, e eu sorrio porque ele não perde nada.

— Sim... eles só têm olhos um para o outro.

— Essa é a maneira que meus pais se beijavam na minha frente,


— diz ele com uma certa tristeza em sua voz.

~ 47 ~
— Eu entendo, eles eram muito apaixonados um pelo outro, —
digo a Zach. — Pelo menos... é isso o que Randall me disse.

À menção do nome de Randall deixa os olhos de Zach


endurecidos, e ele dá outra mordida em seu sanduíche.

Depois que ele engole, ele pergunta: — Mas há outros tipos de


beijos?

— Sim, — eu digo com um sorriso. — Você pode beijar alguém ao


cumprimentá-lo ou quando você está saindo para dizer adeus. Você
pode beijar uma criança doente na testa para confortá-la. Existem
muitas maneiras.

— Você beija quando faz sexo? — pergunta ele com desafio direto.

Eu engulo em seco, porque parece que nós estamos tendo uma


lição de sexo no meio deste restaurante. — Sim, beijo. Mas por que você
pergunta? Você viu seus pais fazendo isso?

— Não, eu nunca vi isso.

Agora, ele me deixa loucamente curiosa do ponto de vista


cultural. Como é que um homem que nunca viu um beijo sensual sabe
que ele pode ser muito mais uma parte do sexo?

— Então, o que faz com que você ache que poderia ser parte do
sexo?

Ele encolhe os ombros e me dá um olhar que é meio sorriso, meio


escárnio.

—Porque eu penso... em beijar você, e eu não gosto nem um


pouco de você. Então, eu imagino que deve haver uma relação sexual
com isso, Porque... como eu ainda pensaria em você?

Bem, inferno. Eu estou parte ofendida, parte lisonjeada, mas


independentemente dos meus sentimentos, eu preciso lhe responder do
ponto de vista de um professor.

— Sim, o beijo pode estar muito envolvido com o ato sexual.


Muitas pessoas usam ele como preliminares... e excita duas pessoas ao
beijar um ao outro.

Zach olha para trás para o casal se pegando. — Eles não se


parecem como quem quer ter relações sexuais.

~ 48 ~
— O tipo sexual de beijo é um pouco diferente, — eu digo a ele
com um olhar envergonhado. — É profundo.... a língua está envolvida.

— A língua, me mostre, — ele exige com fome em seus olhos, e eu


me vejo ficando presa a esse olhar.

— Não, — eu exclamo quando eu balanço minha cabeça. — Nós


estamos em um lugar público.

— Então, quando chegarmos em casa, — ele insiste.

— Não, Zach. Absolutamente não.

Ele olha com raiva e frustração para mim, então não posso
aguentar, mas tento apaziguá-lo, porque eu não quero que ele desista
quando esta é a primeira vez que ele realmente interagiu comigo. — Mas
eu aposto que posso encontrar alguns vídeos no YouTube quando
chegarmos em casa.

— YouTube? — pergunta ele, sua curiosidade aguçada, mais uma


vez.

— É uma... maneira de procurar vídeos na internet, — eu digo a


ele.

— Vídeos?

— Sim... como filmes. Se lembra deles?

Ele concorda, mas pergunta rapidamente, — O que é Internet?

— É algo que você usa para procurar em um computador e vai te


dar uma resposta para o que você precisa saber, — é tudo que eu posso
pensar em dizer sem convicção, porque sinceramente como você explica
o que é internet para alguém que nunca tenha ouvido falar dela antes?

— Te dá as respostas para tudo?

— Sim, — eu digo. — Com certeza.

— Então porque eu preciso de você? Me dê uma dessas coisas de


computador, e eu posso aprender tudo o que eu preciso saber.

Eu só olho para Zach, sem saber o que dizer. Porque ele tem
razão eu provavelmente poderia me sentar com ele na frente de um
computador, ensinar a ele algumas habilidades básicas de pesquisa, e
ele podia aprender o que quisesse sobre este novo mundo que ele se
aventurou.

~ 49 ~
Balançando a cabeça para clarear meus pensamentos, porque
eles estão girando agora, digo a ele: — Eu vou te ensinar como usar um
computador, mas você não pode aprender tudo a partir dele. Você tem
que experimentar as coisas sozinho para realmente aprender.

— Como beijar? — Zach diz com um sorriso lento.

— Eu não vou te ensinar a beijar, — eu rosno para ele, e seus


olhos brilham para mim.

— Quem disse que eu preciso de você para me ensinar a beijar.


Uma coisa que eu aprendi com o pouco tempo que eu tenho estado
aqui... é que você não é a única mulher neste novo mundo moderno,
Moira Reed.

Meu queixo cai com a insinuação de que Zach me disse, e é


verdade. Há tantos coisa.... em particular sexo, que Zach poderia
aprender com qualquer pessoa. Ele realmente não precisa de mim para
isso, e talvez tudo que eu preciso fazer é apresentá-lo a alguém e deixar
a natureza seguir seu curso.

Mas não... isso é ridículo. Zach está longe de estar pronto para
entrar em um relacionamento com alguém. Enquanto ele pode ser
confiante, guerreiro Caraican, ele é realmente apenas um bebê fora do
útero quando se trata de aprender sobre relacionamentos, sexuais ou
não.

E, além disso... o pensamento dele estar com outra mulher não


me deixa confortável por algum motivo.

— Agora, esta é a sua primeira lição de cultura pop, — eu digo a


Zach quando eu deslizo o DVD de Diário de uma Paixão5 para o leitor de
Blu-ray. No caminho para casa do almoço, eu parei e aluguei alguns
filmes. — E isso só acontece por ter uma pequena lição sobre o beijo,
bem, então você pode me agradecer depois.

Nossa tarde foi ocupada. Depois de uma parada para pegar os


filmes, eu cheguei em casa e comecei a fazer uma fornada de biscoitos
de chocolate. Enquanto eles estavam assando no forno, eu peguei meu
laptop e procurei no YouTube vídeos sobre beijo.
5 O título original é The Notebook.

~ 50 ~
Com certeza, havia vários, e ele passou alguns minutos assistindo
os vídeos com olhos curiosos. Ele até gargalhou... um som realmente
maravilhoso... quando assistimos um vídeo de um cara alemão
exuberante aparentemente explicando todas as maneiras que ele
beijava sua namorada. Não tínhamos ideia do que estava realmente
dizendo, mas ele estava se divertindo, sem dúvida.

Então Zach estava se perdido nos biscoitos de chocolate. Me


ocupei checando meu e-mail, enquanto ele comia um prato inteiro, na
verdade, suspirando de prazer com a primeira mordida. Eu apenas sorri
para mim e mantive meus olhos colados ao ecrã do computador.

Agora Zach se senta em um dos meus sofás, suas longas pernas


esparramadas na frente dele. O sol está batendo em minhas janelas, e à
luz da tarde o lava em um brilho suave. Ele é um homem tão bonito, e
não me canso de olhar para ele. Sou grata, no entanto, que ele parece
ter esquecido, por um momento, pelo menos, de sua política sem roupa
na casa. Eu sinceramente acho que não poderia me sentar na
extremidade oposta do sofá e assistir a um filme inteiro se ele estivesse
nu.

Eu tenho tido um tempo difícil o suficiente prestando atenção no


filme como ele está. Eu deslizo meu olhar sobre Zach de vez em quando,
e ele parece absorto com o que ele está vendo, mas apenas na forma em
que eu o notei cuidadosamente observando tudo.

Hoje, eu fiz algum um progresso incrível com Zach. Eu não tenho


certeza se ele estava comprando os biscoitos de cacau por ele, ou talvez
seja o fato de que ele esteja finalmente vendo que este mundo pode ter
um pouco de interesse para ele, mas ele está longe de ficar tão
defensivo ou retirado, como que tem sido. Só espero que nós
continuemos no mesmo caminho, e que ele continue a ser aberto a
experimentar esta nova vida.

O filme começa finalmente a cena em que Noah e Allie se beijam


no banco do barco, na chuva, e eu deslizo meus olhos de volta para
Zach. Ele está na mesma posição, com as pernas esticadas longamente
na frente dele, com as mãos apoiadas sobre o estômago tenso. Ele não
se move, não reconhece nada sobre o beijo. A cena muda, e Noah e Allie
estão em sua casa, se beijando apaixonadamente enquanto ele a
pressiona contra a porta. Zach apenas continua a assistir placidamente
a cena diante dele, sem mover um músculo, não fazendo nenhum som.

Noah carrega Allie pelas escadas acima, e então eles estão fazendo
amor na cama, enquanto eles se beijam com paixão e fome. Zach queria

~ 51 ~
saber que tipo de beijo estava envolvido em sexo, e agora ele tem a sua
resposta. Embora ele pareça totalmente isento da sensualidade na tela
diante de nós, eu, infelizmente, não posso deixar de imaginar o que
seria se Zach me beijasse desse jeito. Será que ele encontraria prazer
nisso? Como seriam... as preliminares? Ou ele é um homem que só
precisa montar uma mulher por trás para buscar seu alívio, não se
importando tão pouco se a mulher está em última instância satisfeita?

Esses pensamentos me têm ligeiramente contorcendo em minha


poltrona, mas eu me sento lá e assisto o resto do filme enquanto ideias
sujas passam pela minha mente.

Quando os créditos finalmente rolam, eu me levanto, pego o


controle remoto e desligo a TV. Me viro para Zach, e pergunto: — Bem...
o que você achou do filme?

— Foi chato, — diz ele.

Eu riu em resposta e digo a ele: — Parabéns. Você sofreu através


de seu primeiro filme água com açúcar.

— Água com açúcar? O que significa isso?

— É apenas um termo que chamamos de filmes que são


projetados especificamente para apelar a uma mulher, e não um
homem.

Ele balança a cabeça em entendimento. — Eu lembro de ter visto


um filme com os meus pais uma vez. Não me lembro o nome dele, mas
era sobre um menino que jogou algum tipo de jogo com esta menina, e
ele foi sugado para o jogo, onde ele foi transportado para uma selva. Ele
viveu lá por muitos anos e cresceu para se tornar um homem. Mais
tarde, algumas crianças encontraram o jogo e jogaram e o homem foi
trazido de volta da selva para o mundo moderno.

Meu queixo cai quando eu olho para Zach, completamente


chocada sobre essa memória e a ironia de um filme que ele se lembra de
sua infância. — Eu me lembro deste filme... é chamado Jumanji. Ele
era estrelado por Robin Williams, que foi um brilhante ator... meu
favorito, na verdade.

Zach encolhe os ombros. — Eu não me lembro o nome, mas eu


lembro que eu gostava quando era criança. — Você tem esse filme?

Balançando a cabeça, mas com uma voz rouca cheia de pura


tristeza para Zach, digo a ele: — Não, mas nós podemos conseguir ele
para você assistir.

~ 52 ~
Zach dá outro encolher de ombros, como se ele realmente não se
importasse com a perspectiva, e se levanta do sofá. — Eu vou para a
cama.

— Ok, — eu digo baixinho, querendo me envolver com ele mais


adiante nessa memória, porque eu sei a semelhança assustadora que a
memória do filme trouxe para sua vida real e isso tem que estar
pesando sobre ele neste momento.

Em vez disso, fico quieta e o vejo caminhar em direção ao


corredor que leva aos quartos. Pouco antes dele desaparecer da minha
vista, ele se vira e diz: — A parte do beijo foi interessante... neste filme
que acabei de assistir.

— Você entende agora como o beijo pode ter um papel no sexo? —


pergunto na minha melhor voz de professora.

— Eu vi isso, mas eu realmente não entendo isso. Mas, como você


diz... eu vou ter que experimentar algumas coisas por mim mesmo, para
realmente aprender, certo?

— Acho que sim, — eu me recolho um pouco.

— Então estou ansioso para aprender sobre esse tipo de beijo...


com alguém que realmente possa me ensinar, — ele diz com absoluta
sinceridade e se afasta de mim novamente.

~ 53 ~
Capítulo Cinco

ZACH

Nesta semana desde que eu estive na casa de Moira, ela não me


deixou sozinho nenhuma vez.

Até agora.

E eu estou aproveitando isso.

A primeira coisa que fiz foi tirar a roupa, saboreando a sensação


do ar fresco contra minha pele. Eu não tenho andado nu tanto quanto
eu pensava que eu faria, e não por causa de alguma preocupação em
ofender Moira. Isso seja lá como foi não me preocupa.

Não, eu tenho simplesmente vestindo roupas mais


frequentemente do que não, porque eu estou me acostumando com
elas. Moira tem me arrastado para vários lugares todos os dias, me
imergindo em sua cultura. Isso, claro, requer roupa e quanto mais eu
uso, mais elas não parecem pesadas.

Ela me levou a tantos lugares que minha cabeça girava às vezes


com a sobrecarga de sensações. Ela me levou para o centro de Chicago,
e eu odiei o lugar. Cheio de aço, concreto e muitas pessoas para
compreender. É barulhento, não é como o belo ruído da selva cheio de
criaturas, mas de carros buzinando e de pessoas falando. Raspam em
meus ouvidos até que eles parecem como se sangrassem às vezes.

Outros lugares não eram tão ruins. Nós saímos para ver um filme
no cinema, e ela me levou até Northwestern, onde ela trabalha e
explicou o que as pessoas aprendem em uma universidade. Nós saímos
para comer em restaurantes, e realmente desisti e usei os utensílios, só
porque depois de observá-la comer com eles, eu tinha que admitir que
era mais fácil e mais limpo nas mãos. Ela me levou para a biblioteca
local em Evanston e me mostrou como procurar e pegar livros. É uma
curta distância até a casa dela, e ela ainda me incentivou a me
aventurar lá sozinho no momento que eu quiser. Eu iria... um dia, mas

~ 54 ~
durante a nossa primeira visita, saí com dez livros e não li todos eles
ainda.

E sim... um dos livros que ela sugeridas era intitulado — ‘Como


ensinar a seu filho sobre sexo’. Folheei, mas desisti depois das três
primeiras páginas. Ridículo realmente, ela está achando que pode se
livrar de cumprir a sua obrigação de me ensinar jogando este tipo de
livro em cima de mim.

O que ela está disposta a me ensinar, porém, tem sido


esclarecedor, na medida em que ela não se recusa a responder
nenhuma pergunta que eu faça. Todos os dias eu tento pensar em algo
novo para perguntar a ela, apenas para que eu possa ver a forma como
a respiração dela é interrompida e seu rosto fica vermelho.

— Moria... como que você chama quando minhas sementes saem


da ponta do meu pênis?

Embora ela corasse e praticamente se engasgou com a tigela de


cereal que estava comendo, ela limpou a garganta e disse: — Isso é
chamado de um orgasmo.

— E esse é o termo técnico?

— Sim, embora algumas pessoas dizem que ele é chamado de ‘vir’


ou ‘clímax’ .

— Clímax eu entendo. Mas vir?

— Sim, vir, — disse ela com outro rubor profundo.

— Será que as mulheres têm orgasmo? É isso que você fez naquela
noite na selva quando você tocou a si mesma?

— Sim, Zach. As mulheres têm orgasmo também.

— Mas você não tem um pênis. O que você estava tocando para
provocar o orgasmo?

— As mulheres têm o que chamamos de clitóris... Imagino que elas


se sentem da mesma forma quando você toca seu pênis.

— Onde está localizado esse clitóris?

— Ok, Zach... está conversa sobre sexo é o suficiente por um dia, —


Moira resmungou e se levantou da cadeira. Eu sorri por dentro, porque eu
sabia que eu estava pegando ela.

~ 55 ~
Moira não tem que me ensinar sobre sexo por eu estar pensando
nisso. É tudo o que eu pareço pensar quando estou perto dela.
Enquanto no meu mundo, o sexo é quando um homem domina a
mulher, e é apenas uma questão de montar por trás dela com um
impulso rápido. Me encontro incrivelmente curioso se existem outras
formas de acasalar.

Eu acho que penso, mais do que eu gostaria de admitir, sobre


beijar Moira. Esse filme me mostrou... duas pessoas se beijando, tenho
me perguntado como que seria sentir a língua dela contra a minha.

E por falar em línguas, eu tenho que pensar que, se a minha


língua pode ir em sua boca, ela pode ir em outros lugares também. Os
seios, que eu não vi, mas gostaria de ver, por exemplo. Ou a coisa
secreta que ela chamou de ‘clitóris’? Claramente, os dedos contra ele
funcionam muito bem, mas eu me pergunto se um homem pode colocar
a língua lá. Eu me pergunto que sabor tem e então eu imagino... o que a
língua dela me faria sentir contra o meu pênis. Estas coisas são mesmo
possíveis? Vou ter que adicioná-las à minha lista de perguntas para ela.

Moira tem consulta hoje um médico, e em seguida, ela disse que


iria encontrar um amigo para o almoço. Eu disse a ela que gostaria de
sair para almoçar com ela, porque eu estava encontrando prazer em
experimentar alimentos novos e interessantes nesses lugares que ela
chama de restaurante.

— Não hoje, Zach, — disse ela. — Na verdade, estou indo em um


encontro.

— Um encontro? — eu perguntei em confusão. — O que isso


significa?

Ela realmente corou, e essa foi a minha primeira indicação de que


isso tinha algo a ver com sexo, porque Moira sempre corava quando
falávamos sobre sexo e nunca em qualquer outro momento.

— É quando duas pessoas que se gostam saem para algum lugar


com o prazer de desfrutar da companhia um do outro.

— Para se ter sexo, você quer dizer? — eu perguntei, não gostando


da ideia dela ter relações sexuais com outro homem.

~ 56 ~
— Nem sempre, — disse ela secamente. — Às vezes, é só para
conversar.

— Você vai fazer sexo hoje, neste encontro? — minha raiva


começou a ferver, e eu não tinha ideia do por quê. Na maioria dos dias,
eu ainda mal tolero Moira porque eu ficava sexualmente frustrado em
torno dela, e eu ainda estava muito irritado sobre seu papel de me tirar
da minha casa.

— Não que isso seja da sua conta, mas não... Eu não vou fazer
sexo. Nós só vamos sair para comer juntos.

— Mas às vezes os encontros levam ao sexo?

Moira suspirou, mas me respondeu. — Às vezes. Depende de quão


profunda é a ligação.

Comecei a fazer a ela outra pergunta, mas ela me cortou,


insistindo que ela não queria se atrasar para o horário de seu médico.
Ela pergunta se eu ficaria bem aqui sozinho, e eu assegurei a ela que eu
estaria bem. Ela virou seu laptop para mim e mostrou o programa que
tinha me ensinado chamado Firefox. Há poucos dias, Moira teve tempo
para me mostrar como era feita a busca de informações na internet. Ela
me apresentou ai Wikipédia, e me disse que não deveria confiar sempre
no resumo da informação que é fornecida, mas que é um bom lugar
para começar a procurar algo para aprender.

Embora eu ainda não consiga digitar no teclado do jeito como


Moira faz, cujos dedos parecem voar com a velocidade de um jaguar que
está perseguindo sua presa, eu consigo trabalhar muito bem. Eu
aprendi sobre muitas coisas desde que me foi dado o acesso a esta
maravilha incrível chamada internet. Eu aprendi sobre o presidente
Obama, a guerra no Iraque, a morte prematura de Michael Jackson,
Miley Cyrus rebolando, e o colapso do World Trade Center. Eu pesquisei
a história americana, com atenção específica para as lutas dos índios
indígenas neste país, e eu ainda pesquisei informações sobre a floresta
Amazônica. Eu fiquei muito triste de ver o quanto tinha sido
desmatada... adoecendo na verdade. Eu sabia que o mundo estava
avançando para cima de nós, mas nunca percebi que estava sendo feito
de forma rápida e com efeitos tão terríveis. Sim, a internet era uma
fonte inesgotável de conhecimento, todos esperando na ponta dos
dedos.

~ 57 ~
Esperava que eu tivesse cerca de três horas antes que Moira
retornasse, então a primeira coisa que fiz foi olhar em seu quarto. Era o
único lugar que eu não tinha estado, nos outros eu dei uma breve
olhada quando ela estava me mostrando a casa no dia da minha
chegada. Eu pego vários frascos de cremes e líquidos sobre a cômoda,
cheirando-os um de cada vez. Abrindo suas gavetas, eu mexo nas suas
roupas, com especial atenção para as roupas intimas que é feita de
pequenos pedaços de rendas e seda que se sentem bem ao toque. Abro
sua gaveta de cabeceira e encontro uma coisa estranha lá que tem a
forma do pênis de um homem com outra pequena saliência que se
destaca pela frente. Há um botão sobre ele e quando eu pressiono para
frente, a coisa começa a zumbir forte em minhas mãos.

Estranho.

Eu não encontro nada de interessante, mas eu levo a coisa rosa


parecendo pênis comigo para a cozinha e o coloco sobre a mesa. Eu
quero perguntar a Moira sobre isso mais tarde.

Finalmente, eu me sento nu em uma das cadeiras da cozinha e


puxo o laptop até a borda, para que eu possa começar a aprender sobre
o mundo moderno novamente hoje.

Com meus dedos prontos, hesito por apenas um segundo antes


de digitar a palavra ‘sexo’ no Wikipédia. Um artigo longo, chato que fala
sobre plantas, fungos e outros animais fazendo sexo aparece. Eu leio
brevemente e tento no campo de pesquisa a palavra mais recente que
aprendi, ‘orgasmo’.

Muito melhor.

Eu aprendi mais sobre o clitóris da mulher, e não há sequer um


diagrama para mim que me mostre exatamente onde ele está localizado.
Eu aprendo sobre o ponto G e que há uma diferença entre sexo com
penetração e sexo sem penetração. Fico sabendo que o que eu faço em
mim mesmo para provocar um orgasmo é chamado de masturbação...
uma palavra que eu encontro bem fora da minha língua, apesar de eu
saber que é também é chamado de punheta, açoitando o pau, polindo o
corrimão e descabelando o macaco, a última das quais me faz rir da
imagem.

Dentro desse mesmo artigo, há ainda um link azul, que Moira


tinha me ensinado baixar em um outro artigo, que é intitulado
‘brinquedos sexuais’. Ele traz fotos de alguns itens que pareciam muito
semelhante ao que eu retirei da cabeceira da Moira um pouco antes.

~ 58 ~
Interessante.

Mas, então, o artigo se esgota, então eu decido ampliar a


pesquisa. Além de me ensinar sobre Wikipedia, Moira também me
mostrou o poder do Google. Quando abriu para pesquisar, eu digito a
palavra ‘sexo’ novamente para ver as informações que aparecem, e eu
sou recompensado com mais informações do que eu posso processar.

Eu sou apresentado ao Kama Sutra, e eu imediatamente percebo


que existem dezenas de maneiras de um homem e uma mulher se
unirem. Embora a ideia de obrigar Moira a ficar abaixada segurando
seu pescoço por trás ainda reina supremo em minhas fantasias, posso
agora imaginar fazer outras coisas com ela. Eu estudo as fotos por um
tempo e marco a página, para que eu possa perguntar a Moira sobre
isso quando ela chegar em casa. Eu não posso esperar para ver como
ela vai ficar vermelha quando ela tentar me explicar.

Acho um link interessante com um artigo sobre gírias de sexo, e


eu aprendi que há uma variedade de termos que descrevem o pênis de
um homem. Cacete, pau, galo, mastro, monstro de um olho só espada,
e eixo.

Embora pau seja o meu favorito.

Então eu sou apresentado a uma palavra que muda para sempre


o que eu aprendi sobre sexo no computador. Pornografia.

Wikipédia diz que é apresentação de material sexual para fins de


excitação, e a variedade de links de vídeo embaixo dos meus dedos é
espantosa. Não hesito antes de clicar na primeira, e meus olhos ficam
arregalados com o que está se desenrolando diante de mim.

Uma mulher, de costas, com um homem que segurava suas


pernas para cima bem abertas em suas mãos. Seu pênis está
bombeando dentro dela, e os grandes peitos dela estão saltando ao
redor enquanto ela grita no topo de seus pulmões de prazer. Reconheço
que esta posição é do Kama Sutra.

Clico em vídeo após vídeo e, em pouco tempo, minha mão está


enrolada no meu próprio pênis, acariciando duro com a batida do sexo
que eu estou vendo no laptop. Um vídeo em especial me leva além de
toda razão, quando vejo uma mulher que toma três homens ao mesmo
tempo.

Eu inclino minha cabeça para o lado, momentaneamente paro o


meu próprio afago porque eu ainda não tenho certeza se eu acredito no

~ 59 ~
que estou vendo. A mulher se senta montada em um homem, com seu
pênis em sua vagina, sendo este outro termo que eu aprendi. Ela está
inclinada para frente, para que ela possa pegar o pau do outro homem
no final da cama em sua boca. Mas a coisa que me choca mais é que
outro homem está atrás e tem seu pênis dentro dela, só que no ânus
dela?

Todos os três homens bombeiam seus quadris furiosamente nos


diferentes buracos dela e ela geme com total abandono. A visão diante
de mim está além de emocionante e meu pau... eixo... galo..., qualquer
que seja a palavra, fica mais duro do que eu penso porque nunca vi
nada assim antes na minha vida.

Minha mão começa a se mover novamente, quando a ponta


começa a umedecer, e o meu ritmo acelera. Eu combino o ritmo com a
furiosa penetração que os homens estão fazendo no corpo da mulher, e
eu chego ao meu orgasmo... clímax... Estou pronto para vir.

Eu explodo ardentemente, meu sêmen jorrando sobre a mesa e,


felizmente, desviando do laptop de Moira. Eu grito outra palavra nova
que aprendi hoje, — Porra! Quando eu continuo a bombear meu pau...
espada... monstro de um olho só.

Depois de alguns minutos, minha respiração se equilibra, e eu me


levanto da mesa com as pernas trêmulas. Eu pego algumas toalhas de
papel e limpo a bagunça na mesa da cozinha, olhando para o laptop por
alguns momentos.

Isso foi além de insano. Foi e ainda é quase além da minha


compreensão. Tudo o que eu achava que sabia sobre o sexo parece tão
insuficiente agora, e eu tenho mais perguntas para Moira que nunca.

Mais importante ainda, devido às coisas que aprendi hoje, agora


tenho uma ideia de como ter Moira de joelhos diante de mim, porque é
assim que eu realmente quero. Como deveria tê-la. Pelo menos pela
primeira vez.

São quase duas horas da tarde quando ouço o carro de Moira


estacionar na entrada. Ela me disse antes que poderíamos sair para
jantar hoje à noite, então fomos encontrar com alguns amigos dela em
uma boate, ela queria me colocar em um ambiente social para me

~ 60 ~
mostrar como amigos interagem uns com os outros. Eu acho que isso
foi devido a sua constante irritação com meus companheiros de tribo na
aldeia Caraica, e como passamos o nosso tempo juntos. Basicamente,
eu disse a ela que passávamos o dia de caçando e pescando, e, em
seguida, contávamos histórias ao redor do fogo durante a noite. Era
muito simples, mas havia um forte vínculo lá com o meu povo.

Eu acho que ela quer me mostrar a maneira de fazer ‘amigos’ aqui


nos Estados Unidos, para que eu possa apreciar o potencial de ter
amigos da minha própria raça neste novo mundo. É uma lição
desperdiçada para mim, porque ter amigos implica que eu fique. E eu
não vou.

Quando Moira abre a porta da frente, ela entra e me vê sentado


no sofá. Eu tinha colocado as roupas de volta depois da minha
‘experiência’ à mesa da cozinha mais cedo e me preparei para
confrontá-la com as coisas que eu aprendi hoje. Ela sorri para mim em
saudação, e então seus olhos vagueiam até o ‘vibrador’ rosa, outro
termo que eu aprendi hoje, que eu estou segurando na minha mão. Eu
aperto o botão, e ele vibra alto.

— O que você está fazendo com isso? — ela pergunta com raiva
enquanto seu rosto fica vermelho.

Eu aperto o botão de recuo e encolho os ombros. — Eu encontrei


ele em sua gaveta hoje.

Ela deixa cair sua bolsa no chão e caminha até mim, pegando o
vibrador da minha mão.

— Você não tinha o direito de ir mexer nos meus pertences.

Encolho os ombros novamente em desinteresse sobre sua raiva.


— Você nunca disse que seu quarto estava fora dos limites. Você disse
para tratar a casa como se fosse minha.

Moira rosna por um momento, e depois fala bruscamente: —


Bem, não faça novamente. Meu quarto é agora fora dos limites.

— Tudo bem, — eu asseguro a ela, porque eu vi tudo lá dentro eu


queria ver de qualquer maneira. Moira vai para seu quarto. Eu posso
ouvi-la jogando o vibrador de volta na gaveta e fechando-a. Quando ela
volta para sala, o rosto não está mais vermelho e ela parece um pouco
mais calma. Ela caminha até a cozinha e abre a geladeira, pegando uma
jarra de chá gelado que ela mantém sempre cheia. Eu me levanto do

~ 61 ~
sofá e a sigo. Depois que ela se serve de um copo, ela se vira para mim.
— Então, o que você fez hoje?

— Você quer dizer depois que eu encontrei o seu brinquedo


sexual?

— Sim, — ela rosna. — Depois que você encontrou o meu


brinquedo sexual.

— Bem, vamos ver... eu me masturbei em sua cozinha e gozei em


toda a sua mesa.

— Você o quê? — pergunta ela, com a boca aberta.

Eu aceno com a cabeça. — Isso aconteceu depois que eu descobri


o que era pornografia na internet e observava uma mulher levando um
cara na sua buceta e outra na sua bunda enquanto ela chupava o pau
de outro cara garganta abaixo.

Estou impressionado comigo mesmo como foi fácil dizer esta nova
terminologia. Apenas derramei para fora da minha boca, e eu fiquei
muito contente de ver Moira ficar tão vermelha como nunca tinha visto
antes. Ela vai para uma das cadeiras da cozinha e despenca para ela. —
Oh, meu Deus, — ela murmura. — Você não assistiu pornografia na
internet, não é?

— Foi muito esclarecedor, e muito mais interessante do que as


coisas que você está me ensinando até agora. Eu praticamente tenho
um novo vocabulário com apenas algumas horas de busca.

A cabeça de Moira cai na palma da sua mão. Ela balança a


cabeça para trás e para frente. — Randall vai me matar.

— Me diga, Moira... se é prazeroso para uma mulher fazer sexo


anal? Parece que é fodidamente fantástico para o homem, e oh, a
propósito... essa é outra palavra nova que aprendi hoje. Porra. Eu gosto
disso. Tantos usos para apenas uma pequena palavra.

Eu acho que ela ficou em choque avaliando as coisas que eu


estou dizendo, porque ela apenas balança lentamente a cabeça e
murmura: — Eu não sei. Eu nunca fiz isso.

Moira se levanta da mesa, as pernas parecem um pouco trêmulas.


Os olhos dela se levantam, e eu sorrio por dentro quando ela tenta olhar
duro para mim. Ela firma a voz e diz: — Zach... estas perguntas sobre
sexo tem que acabar. Eu não posso discutir essas coisas com você
novamente. Isto tem que parar agora.

~ 62 ~
Em um longo passo, estou na frente de Moira. Minhas mãos
cobrem e envolvem sua garganta, e eu gentilmente aperto para chamar
sua atenção. Eu deslizo meu polegar por sua mandíbula e sinto uma
satisfação imensa na forma em que seus olhos ficam vidrados.

— Pelo contrário, Moira... está apenas começando.

~ 63 ~
Capítulo Seis

MOIRA

Eu acho que eu poderia desmaiar, e isso não tem nada a ver com
o aperto de Zach em torno de minha garganta. Ele está me segurando
com tanta delicadeza que eu só posso sentir a aspereza de sua palma
contra a minha pele, e nada mais. Não são suas palavras, a fome carnal
em seus olhos, e a maneira em que ele me ordena dizendo que não está
parando, e sim apenas começando.

Ele não me disse... ele não me empurrou de um jeito ou de outro,


mas eu desejo apenas cair de joelhos diante dele e me render ao que ele
quer de mim.

No meu encontro com Michael hoje, tudo que eu conseguia


pensar era Zach sentado em minha casa. Provavelmente nu.
Provavelmente, se masturbando. Eu sei que o homem tem um apetite
sexual imenso, como ele havia se gabado para mim há alguns dias
sobre o quanto ele se perdia em Tukaba, a mulher que ele fodeu na
minha frente e sua capacidade de tomá-la todos os dias, às vezes mais
de uma vez, sempre que sentia necessidade. Enquanto ele tendia a usar
roupas mais rotineiramente ao redor da casa, às vezes ele ainda andava
nu, e meus olhos não podiam deixar de notar a ereção que ele ostentava
ao longo do tempo, principalmente no período da manhã.

Ele sempre me pegava olhando, mesmo que eu tentasse ser sutil


era difícil, então ele apenas sorria para mim e ia para o banheiro para
‘tomar um banho’, mesmo quando a mão dele começava a trabalhar em
seu pênis enquanto ele se afastava de mim.

Ele está me deixando absolutamente louca de tesão e vergonha


em medidas iguais. Várias vezes durante o meu encontro no almoço,
Michael me perguntou se algo estava me incomodando. Eu piscava os
olhos para me sair das minhas fantasias com Zach, e tentava me
concentrar novamente no que Michael estava dizendo.

~ 64 ~
Michael é um professor do departamento de matemática, e temos
sido bons amigos por enquanto. Não muito tempo antes de eu ir para a
Amazônia, Michael tinha realmente me pedido para sair e eu pensei, por
que não? Ele era bonito, bem sucedido, e engraçado. Ele me levou para
jantar no nosso primeiro encontro e foi bom. Ele até me deu um beijo de
boa noite quando ele me levou para minha varanda, e lembro de ter
pensado que ele era um grande beijador e estava interessada em ver
onde isso podia levar. Mas então eu fui contratada por Randall e antes
que pudéssemos nos ver novamente, eu estava indo para a Amazônia
para buscar Zach.

Desde que eu voltei, Michael vinha me pressionando para sair de


novo, mas eu adiava dando desculpa após desculpa de que eu precisava
passar o tempo com Zach para adaptá-lo. Ele finalmente me encurralou
e eu concordei com o almoço.

Eu continuei dizendo a mim mesma que a razão pela qual eu não


estava tão animada para ver Michael era porque eu tinha muita
responsabilidade com Zach. Mas, na verdade, eu só não queria ver
Michael de uma forma romântica. Nem quando meus pensamentos
sempre estavam centrados nas emoções descaradamente eróticas que
Zach me fazia sentir dia após dia só por estar em sua presença.

Mas então eu raciocinei comigo mesmo, talvez essa seja uma


maneira para eu limpar essa loucura da minha cabeça no que diz
respeito a Zach. Talvez se eu realmente saísse com Michael então nós
poderíamos nos reaproximar, eu manteria o limite firmemente no lugar
que eu tinha colocado entre o meu trabalho e eu, e não seria tentada a
cruzar isso. Mas não tive essa sorte até agora. Mesmo que Michael
tivesse me dado um beijo quente antes, eu chamei um táxi para me
levar depois do almoço, me encontrando ainda querendo muito me
render à atração por Zacarias Easton.

— Eu aprendi sobre o Kama Sutra hoje. — Zach diz em voz baixa,


e os meus olhos piscam para ele. — Eu aprendi que há tantas posições
diferentes. Portanto, muito mais do que apenas uma maneira eu sei
como pegar uma mulher.

— Zach... você não deveria ter aprendido sobre essas coisas na


internet. Isso pode ser confuso e distorcido.

Ele me ignora e mete o nariz abaixo da minha orelha, inalando o


meu cheiro. — Eu também aprendi muito sobre o corpo feminino. Sei
exatamente onde o seu clitóris está agora, e eu sei exatamente como
fazer você ter um orgasmo... vir... clímax.

~ 65 ~
Suas palavras sussurram em cima de mim, e meu peito se ergue
com o esforço para preenchê-lo com o oxigênio e seu pequeno discurso
acaba sugando o ar de meus pulmões.

— Quer que eu te mostre tudo o que aprendi hoje, Moira? Me


deixe colocar em prática o que eu vi nesse computador?

Meu corpo está gritando ‘sim’ mas eu ainda balanço a cabeça


‘não’. — Nós não podemos. Não é apropriado.

Zach levanta a cabeça e olha para mim, enquanto ele dá a minha


garganta um aperto suave. Seus olhos estão duros, brutais. — Você tem
que me dar algo, Moira. Estou morrendo aqui.

— É errado, — eu digo, mas eu sei que me sentiria tão bem.

Bufando de frustração, Zach lança seu poder sobre mim. Seus


olhos brilham com fúria, e ele joga seus braços para o lado em irritação.
— Então me leve de volta para casa. Voltar para onde eu posso fazer o
que quiser e não tenho que viver de acordo com suas regras bobas. Me
leve de volta para Tukaba e me deixe praticar toda a minha recém-
descoberta do conhecimento com o corpo dela. Você me nega a cada
passo, Moira, então me leve de volta para onde eu sou aceito.

Suas palavras me cortam ao meio e eu posso sentir a solidão


amarga em sua voz.

— Não, Zach, — eu imploro a ele. — É muito cedo. Você tem


muito mais a ver... e Randall quer te conhecer.

— Me leve de volta ou viva de acordo com o que você me


prometeu. Você disse que ia me ensinar sobre a sua cultura sexual e a
única coisa que eu consegui de você é um livro infantil estúpido.

— Eu não posso fazer sexo com você, Zach, — digo


humildemente, porque eu não posso... Eu apenas não posso fazer isso e
ainda manter minha sanidade. Eu sei que na hora que eu desistir, eu
vou ser destruída além do reparo. Eu sei que na hora que eu desistir,
eu vou ter rebaixado a minha verdadeira intenção de ajudar Zach em
sua missão de se reintegrar ao mundo. Vai se tornar sórdido e errado.

— Então me dê outra coisa, — diz ele rapidamente, e eu não


tenho certeza se eu estou imaginando isso ou não, mas parece que ele
está esperando para dizer essas palavras o tempo todo.

—Como o que? — pergunto hesitante.

~ 66 ~
— Me deixe te ver novamente. Me deixe te ver gozar. Me ensina
sobre o corpo de uma mulher, todas as maneiras que você obtêm
prazer, e me deixe assistir. Me ensina dessa forma, e eu estarei
satisfeito.

Eu só olhei para Zach, pensando no que ele está pedindo. Ainda é


inadequado como o inferno, mas, pelo menos, ainda haveria uma
barreira. Ele não estaria me tocando... não seria penetrada pelo seu
enorme pau entre as minhas pernas.

O olhar no rosto de Zach é intransitável. Ele está desenhando


uma linha na areia comigo e se eu não lhe der algo, ele vai sair, e então
eu vou ter falhado com Randall. Eu vou perder minha bolsa. Vou perder
Zach. Antes que eu possa me parar, eu pergunto: — Você só quer me
ver. Sem tocar?

— Me deixe ver, — diz Zach, em voz baixa, e ele lambe os lábios


em antecipação. — Será uma lição verdadeira para mim.

Oh, Deus... Eu não posso acreditar que eu vou concordar com


isso, mas eu me encontro dizendo: — Tudo bem. Vou fazer isso. Mas me
prometa, Zach... após isto... acabou. Nós não falaremos sobre isso, e
você concordara em continuar a aprender sobre essa cultura como
tínhamos planejado originalmente.

— Eu concordo, — diz ele, sem hesitação e então pega a minha


mão, me puxando para o meu quarto quando ele diz: — Eu quero que
você deitada em sua cama, para que eu possa ver tudo.

Me empurrando para o meu quarto, Zach lança seu poder sobre


mim, — Tire suas roupas.

Minhas mãos começam a tremer como uma folha sob a


inexperiência em sua voz e o olhar derretido em seus olhos. Eu respiro
fundo e puxo minha camiseta sobre a cabeça rapidamente, não
querendo fazer isso como um striptease sedutor. Isso não é nada mais
do que uma aula de ciências, digo a mim mesma.

Com tanta eficiência, eu tiro minhas sandálias e removo meu


shorts, deixando eles caírem no chão e, em seguida, chuto para longe
com o pé.

Os olhos de Zach vagavam pelo meu corpo, em um sutiã de cetim


e calcinha tipo biquíni azul pálido que eu coloquei esta manhã.

— Você sabe, — diz ele, depois de alguns momentos me olhando


fixamente. — Eu estou acostumado a ver mulheres nuas o tempo todo,

~ 67 ~
mas há algo sobre esses pequenos pedaços de material que você coloca
em seu corpo que é muito agradável aos olhos. Mas eu quero ver o que
está por baixo. Tire.

Estendo meus braços atrás das costas e desfaço o fecho do meu


sutiã. Inclinando os ombros para a frente, a seda escorrega dos meus
braços e tremula no chão. Zach fixa seu olhar sobre meus seios, e dá
um passo a frente. Eu me mantenho firme no chão, confiando na sua
promessa de não me tocar.

— Seus mamilos são cor de rosa, — diz ele com fascinação. —


Não marrom como os das Caraicans. O que são esses pontinhos por
toda a sua pele?

— Sardas, — eu digo, mas isso sai lento. Eu limpo minha


garganta. — São chamadas de sardas.

— São lindos, — diz ele com reverência. Eu não sei se ele está
falando sobre meus mamilos ou sobre as minha sardas, mas eu me
derreto toda sobre o tom de admiração da sua voz.

— Tire o resto, — diz ele com urgência, e seus olhos caem para a
minha calcinha.

Deslizo meus dedos na borda, me curvo para empurrá-la para


baixo. Quando chegam aos meus joelhos, eu fico envergonhada sem
elas, novamente chutando a seda, com meu pé.

Os olhos selvagens de Zach incendeiam e ele cai de joelhos na


minha frente, inclinando seu rosto e fixando seu olhar. Minha pele fica
vermelha e quente sobre sua leitura ousada, e eu nunca estive tão perto
de um homem olhando para mim, e com tão fervoroso interesse.

— Você não tem nenhum cabelo aqui, — diz ele, atingindo a mão
para ponto no meu monte liso. Seu dedo para a poucos centímetros de
tocar em mim, e eu tenho que controlar minha pélvis para que ela
inadvertidamente flexione em direção a ele.

— Eu depilo meu corpo, — digo a ele. — Para remover o pelo.

— Parece tão macia, — ele murmura. — É mole?

Oh, porra. Por toda a sua presença sexual dominante, sua


inocência é o que está me fazendo fraca neste exato momento. — Sim,
Zach. É muito macia e suave.

~ 68 ~
Ele olha para minha buceta mais um momento, e depois levanta o
olhar para o meu. Passado a dúvida e o espanto, o calor e o desejo estão
de volta. — Vá para a cama, para que eu possa assistir.

Eu faço o que ele pede, rastejando para o centro e me deitando de


costas. Zach se eleva do chão e caminha para o final da minha cama,
levantando o joelho até se ajoelhar no final. Sua ereção empurra o
material muito grosso de seu shorts. Sentando-se sobre as pernas
traseiras, ele me diz: — Abra suas pernas.

Meu sangue está correndo tão rápido nas minhas veias que eu me
sinto tonta e quente. Eu empurro minhas pernas quando os olhos de
Zach voltam para baixo de novo, e eu praticamente estou pegando fogo
sob o seu olhar.

— Agora me mostre, Moira. Me mostre exatamente onde é seu


clitóris. Acho que sei, mas eu quero ver você tocá-lo.

Eu não posso segurar o gemido que sai da minha garganta, e os


olhos de Zach imediatamente se fixam ao meus. Ele me dá um sorriso
sensual, e, em seguida, olha para trás, para a minha buceta. — Faça
isso, — ele ordena. — Se toque.

Descendo com as duas mãos, eu uso uma para abrir, mantendo


meu olhar sobre Zach. Ele pega o lábio inferior entre os dentes e me
olha com fome quando eu me exponho a ele.

— Linda, — ele murmura quando estou espalhado minhas


pernas. — Você está brilhando lá em baixo. O que significa, o que isso
quer dizer?

Eu quase sufoco sobre sua pergunta inocente, mas eu consigo


dizer a ele: — Isso significa que eu estou excitada. Eu estou
sexualmente excitada.

Ele acena com a cabeça em compreensão, sem nunca tirar os


olhos da minha buceta e diz: — Continue.

O que começou como uma lição do corpo humano feminino se


transformou em algo infinitamente mais pecaminoso em sua busca.
Agora, em vez de ensinar Zach exatamente onde meu clitóris está, eu
estou cheia de necessidade para saciar o que queima dentro do meu
corpo.

Com a outra mão, estendo-a entre minhas pernas e afundo o meu


dedo indicador em mim mesma. Não é nenhuma surpresa para mim
descobrir que eu estou absolutamente encharcada, meu dedo desliza

~ 69 ~
com uma facilidade surpreendente. Eu gemo e os lábios de Zach
curvam para cima, mas ele nunca tira os olhos do meio das minhas
pernas.

Puxando meu dedo, eu o levo hesitante direto sobre o meu clitóris


arrastando-o, trazendo a umidade da minha buceta encharcada para o
passeio. O primeiro toque quase me lança para fora da cama, meus
quadris resistindo violentamente para cima e um gemido que sai da
minha garganta.

— Sim, — Zach sibila por entre os dentes. — Faça isso de novo.

Não hesito porque meu corpo está gritando em necessidade.


Trazendo dois dedos ao meu clitóris, eu os esfrego em círculos ao redor
da carne inchada. Minha respiração se torna irregular enquanto eu me
masturbo com Zach ajoelhado entre minhas pernas, se inclinando e me
olhando com os olhos quentes. Eu posso me sentir vindo, e a parte
inferior das minhas costas se contrai, em preparação ao meu clímax.
Eu esfrego mais duro, agora gemidos vem repetidamente rasgando seu
caminho para fora de dentro do meu peito. Tão perto. Meus quadris
giram, meus dedos trabalham furiosamente, e eu sinto que estou
correndo por um túnel escuro com uma brilhante luz orgástica no final.

— Pare! — Zach rosna, agarrando meu pulso para deter minhas


ações.

—Não... — eu lamento pela perda de atrito que eu estava criando,


e ondas de frustração veem através de mim.

— Você estava pronta para vir? — Zach pergunta. — Estava


perto?

—Sim, — eu praticamente gritei. — Tão perto. Me deixe terminar.

— Não, — ele me diz, mantendo um aperto firme no meu pulso. —


— Eu quero falar de outra coisa que me ocorreu.

— O quê? — eu praticamente rosno para ele enquanto minha mão


tentava chegar mais perto da minha buceta, que estava gritando para
ser tocada. Minha outra mão ainda está no lugar, me espalhando, mas
seu aperto me mantém presa.

Zach se inclina e coloca o rosto mais perto de onde eu estou com


a mão. Ele franze a boca, soprando um fluxo de ar sobre a minha carne
sensível, e eu gemo da sensação incrível.

~ 70 ~
— Me ocorre que todas aquelas coisas que você estava fazendo
com o seu dedo... poderia fazer com a língua, certo?

Eu gemo profundamente, e o pensamento da língua de Zach em


mim causa um espasmo de prazer que destrói meu corpo.

Zach sopra em mim novamente. — Me responde, Moira.


Tecnicamente, uma língua iria funcionar tão bem como os dedos, não
é?

Deus tenha piedade de minha alma.

— Melhor, Zach, — eu sussurro. — Isso seria melhor.

Seus olhos finalmente viajam até encontrar os meus, e os seus


queimam me olhando de dentro para fora. — Me liberte, Moira. Me
liberte da minha promessa de não tocar em você. Eu só vou usar a
minha língua, eu prometo. Nada mais.

Eu estou indo para o inferno. Direto para o inferno, mas meu


corpo não pode lidar com isso mais. Ele quer o que Zach acabou de me
oferecer, e está exigindo isso.

— Sim, — eu respiro em uma onda de ânsia e desejo. — Eu libero


você.

Zach não hesita e seu corpo cai para o colchão, seu rosto vai
diretamente entre as minhas pernas. Ele solta meu pulso e porque é fiel
à sua palavra, ele não está usando suas mãos, eu me puxa aberta para
ele novamente.

Ele imediatamente enfia a língua dentro de mim, dando um


gemido de aprovação quando ele bombeia para fora da minha carne
molhada. Um grito lancinante sai da minha boca, e meus quadris se
elevam contra ele duramente.

Ele puxa a língua para fora e traz a boca para o meu clitóris e, é
como se ele fosse um especialista, que vinha fazendo isso há anos, traz
os lábios em torno dele e o chupa com força. Em seguida, ele traz a
língua para o jogo e circula em torno de mim, mais forte, mais rápido,
bruto... cru... primitivo e brutal na forma como ele ataca contra mim.

Outro grito vem para fora, e eu tento sufocá-lo. Formam lágrimas


em meus olhos pela sensação inacreditável de Zach me comendo como
nenhum homem jamais fez antes. Ele está tomando posse do meu corpo
e ele está acabando com ele, apenas com a língua, em submissão.

~ 71 ~
Meus músculos começam a contrair, a pressão entre as minhas
pernas cresce epicamente. Zach continua seu ataque. Suga. Lambe.
Sacode.

Enfia a língua. Sacode novamente.

Suga, suga, suga duro.

Com uma vibração incrivelmente rápida de sua língua sobre o


meu clitóris, eu explodo tudo de uma vez. Minhas mãos voam nas
longas mechas do cabelo de Zach e eu amasso o rosto dele para baixo
de mim, revirando os quadris. Ele geme com veemência contra a minha
carne e empurra sua língua em mim novamente quando os meus
tremores de orgasmo vêm e rolam para cada molécula do meu corpo.

Como se sabendo que eu estou mais sensível agora, Zach leva a


língua e gentilmente dá voltas contra mim, me trazendo de volta com
golpes suaves. Quando os tremores finalmente cessam, eu solto seu
cabelo e deixo minhas mãos caírem molemente para o colchão.

Zach dá uma última macia chupada em meu clitóris, que envia


outro espasmo menor através de mim, e, finalmente, se afasta. Se
sentando sobre as pernas traseiras, ele olha para mim com um sorriso
superior e limpa a boca com as costas da mão.

Meus olhos o percorrem, e eu posso ver que a sua ereção dura


empurrando para fora contra a frente de sua bermuda. Ele não tocou a
si mesmo nenhuma vez.

Quando meus olhos se levantam de volta ao encontro dele, ele me


surpreende, me dando um breve aceno de cabeça e realizando
manobras para trás para fora da cama.

— Obrigado, Moira. Aprendi muito.

Meu queixo cai quando eu o vejo virar as costas e sair do meu


quarto, fechando a porta suavemente atrás dele.

Levantando minhas mãos, eu as esfrego sobre meu rosto e gemo


em desespero.

O que diabos eu acabei de fazer?

~ 72 ~
Capítulo Sete

ZACH

Apesar de ter tomado banho e descabelado o palhaço duas vezes,


porque eu estava tão excitado com o que eu tinha feito com Moira, eu
me recusei a escovar os dentes antes de sairmos para jantar hoje à
noite, porque eu queria manter o seu gosto na minha língua.

Ela tinha o melhor gosto do que qualquer coisa que eu poderia ter
imaginado, e eu sofria com a necessidade violenta de transar com ela
depois que ela acabou seu orgasmo.

Mas eu prometi a ela que não iria, e além disso... quando eu


tomá-la, e eu sei com certeza que eu vou, vai ser do meu jeito, na
primeira vez. Com ela se curvando diante de mim e minha mão em seu
pescoço, deixando de fora qualquer luta que ela poderia pensar em
fazer.

Sim, eu só vou tomá-la quando eu tiver sua submissão absoluta e


não antes.

Moira parecia um coelho assustado quando eu saí do meu quarto,


enquanto nos preparamos para sair para jantar ela não me olha
diretamente nos olhos, e meu peito incha de orgulho. Ela já está a
caminho da submissão, e ela nem sabe disso.

Eu casualmente aceito o que ela está vestindo. Depois do jantar,


ela disse que estamos indo para uma boate, onde haverá dança e eu
estou supondo que ela está vestida para isso.

Ela está com um vestido azul esverdeado que está moldado em


todo seu corpo, levantado até os seios que agora eu sei de fato que têm
os mais belos mamilos cor de morango como eu jamais poderia ter
imaginado. Minha língua dói por tocá-la lá também, e eu vou no devido
tempo.

~ 73 ~
Seu cabelo está em um enforcamento de massa ígnea solta pelas
costas, e ela tem algo em seus lábios que os faz brilhantes. Tão
brilhantes como a sua buceta estava quando eu fodi com ela esta tarde.

Eu estou achando que eu gosto do meu novo vocabulário. pau,


buceta, e foder. Minhas três novas palavras favoritas do inglês.

Eu quero enfiar meu pau em sua buceta e fodê-la com força.

Sim, estou dominando esta gíria americana também.

— Você está linda, — eu digo a ela, e seus olhos se abrem para


mim com surpresa. Eu nunca disse essas palavras para outra mulher
na minha vida. Nunca quis até o momento.

— Obrigada, — ela diz baixinho enquanto ela pega sua bolsa e


procura lá dentro por suas chaves. — Você está pronto?

— Eu estou, — digo a ela, seguindo-a para fora de seu carro.

Moira me leva para um pequeno restaurante italiano não muito


longe de sua casa. Ela me pergunta se eu tinha comido spaghetti
quando criança, e uma memória distinta me assalta. Me lembro de
comer macarrão e do alho, molho de tomate.

Depois que nós fizemos nossas escolhas do menu para o garçom,


Moira ficou estranhamente silenciosa, e eu estou supondo que ela está
sofrendo de arrependimento sobre o que ela me deixou fazer com ela.
Eu não quero que ela perca a conexão que estabelecemos, porque eu
tenho mais coisas planejadas para ela, então eu tento levá-la de volta
nos trilhos, me rendendo a sua necessidade de me ensinar sobre a
cultura moderna.

— Eu não me lembro muito sobre o que meus pais faziam fora do


trabalho missionário deles, mas eu me lembro que minha mãe ficava
em casa comigo o tempo todo, enquanto meu pai trabalhava. Estava
pensando que ela não trabalhava fora de casa.

Moira toma um gole de água e assente. — Randall me disse que


sua mãe era uma dona-de-casa. O trabalho dela era cuidar de você.

— Assim como as mulheres de Caraica, — murmurei. — O


trabalho delas era cuidar dos filhos, das nossas casas, e dos homens.

— Sim, mas a diferença é que, aqui na América, sua mãe poderia


facilmente ter trabalhado se ela quisesse. Ela teve a oportunidade de
fazer o que quisesse.

~ 74 ~
— Você é um bom exemplo de uma mulher moderna, — eu digo a
ela, pensativo. — Você mantém uma posição de prestígio e ensina os
outros. Você ganha dinheiro pelo seu trabalho, o que lhe permite trazer
comida para casa, para a sua mesa. Mas isso é semelhante a uma
mulher Caraican sair à caça com os homens, e isso é ainda um conceito
difícil para eu entender.

Finalmente, Moira pareceu aliviada com a conversa com uma


risada leve. — Eu poderia passar semanas te ensinando tudo sobre as
lutas das mulheres em nossa sociedade lutando para ter os mesmos
direitos iguais aos homens. Nós ainda não os temos... não
completamente. Ainda precisamos lutar.

Concordo com a cabeça, pensativo. — Talvez o modo da minha


tribo tenha algum mérito. Há simplicidade nela, você não acha? Todo
mundo tem um papel, e ninguém se procura mais. Não há expectativas
de falhar, não há aspirações a esmagar. Todo mundo trabalha de forma
coesa para o bem comum da tribo.

— É uma boa forma de viver, — Moria concorda com um sorriso.


— Agora me diga, depois de ter sido afastado por algumas semanas, me
diga do que você mais sente falta de sua casa.

Fechando os olhos, eu penso de volta para a Amazônia. — Eu


sinto falta de muitas coisas. A vibração das cores, o perfume das flores
que florescem durante todo o ano, a emoção da caçada, a umidade
pesada no ar que acalmava os meus pulmões. — eu faço uma breve
pausa, dando a ela um sorriso pecaminoso. — Eu sinto falta do corpo
de Tukaba e de ser capaz de bater dentro e fora dela sempre que eu
quisesse.

Os lábios de Moira viram para baixo com isso, mas não há sentido
em mentir. Eu não tive relações sexuais há mais de duas semanas, e eu
definitivamente sinto falta de Tukaba, que estava completamente
disposta a se submeter a mim sempre que eu quisesse.

Eu continuo. — Mas acima de tudo, eu sinto falta de Paraila. Que


eu desistiria de cada pedacinho das coisas que eu acabei de dizer que
eu sinto falta, se eu pudesse estar novamente de volta ao lado dele. Ele
foi meu pai... meu professor... meu protetor por muito tempo, porque a
tribo não me aceitou de primeira. Ele salvou minha vida em mais de
uma ocasião, e me fez o homem que eu sou hoje. Sim, eu sinto muita
falta de Paraila.

~ 75 ~
Os olhos de Moira ficam tristes, e é com pena que ela olha para
mim. — Eu sinto muito por você estar longe, Zach. Eu sei que tem sido
difícil.

Eu olho para ela por um momento, absorvendo a verdade em sua


voz. Sinto o pesar sobre suas ações, e faz com que a minha raiva por ela
e por seu papel diminua marginalmente. Claro que, parte desta raiva foi
por água abaixo quando eu tive minha boca entre suas pernas, esta
tarde. Algo assim coloca um homem em um estado de perdão.

As nossas refeições chegaram e o espaguete é tão delicioso quanto


eu me lembrava dele, e eu sou grato a mim mesmo por derrubar as
barreiras e começar a usar utensílios. Teria sido uma confusão absoluta
tentar comer a massa com os dedos. Moira me permite experimentar
um pouco da sua lasanha, e eu gemo em êxtase quando eu provo. Eu
definitivamente vou ter que ir da próxima vez que comermos fora em
um restaurante italiano.

A conversa ilumina o resto do nosso jantar, e ela me diz mais


sobre seus amigos que vamos encontrar esta noite. Lexi é uma
enfermeira do hospital local, e Kelly também é professora na
Northwestern, exceto por ela ensinar Literatura Inglesa. Ela me
garantiu que ambas são muito boas e estão ansiosas para me conhecer,
o que não era necessário para aliviar um pouco a ansiedade percebida
da minha parte. Eu estava muito ansioso para ir hoje à noite a esta
‘casa noturna’ que Moira me falou. Ela disse que as pessoas vão lá para
se divertir, para beber e dançar, mas ela solenemente me avisou que
nós não iríamos beber. Eu nunca tinha bebido álcool na minha vida, e
ela disse que não estava disposta a me deixar experimentar isso fora de
uma circunstância controlada.

Eu realmente não tinha qualquer noção do que o álcool é ou o


que faz, mas se fosse como a poderosa planta alucinógena que o xamã
da nossa tribo usava para cheirar que o fazia ver mosquitos gigantes do
tamanho de uma maloca voando, então eu não estava interessado em
experimentar de qualquer maneira. Eu não gosto do conceito de perder
o controle.

Depois do jantar, Moira me leva até a boate e parece que o


constrangimento do início da noite se derreteu, e depois do pedido
sincero de desculpas de Moira para mim há pouco tempo, eu sinto uma
espécie de conexão com ela agora. Como se, talvez eu pudesse até
mesmo desfrutar de sua companhia, o que não é algo que eu tinha
planejado.

~ 76 ~
Eu sei que eu certamente gostava de olhar para ela, e eu
certamente gostei de foder com ela com a minha boca hoje, e sei que,
sem dúvida nenhuma, o meu pau iria adorar cada centímetro de sua
vagina, mas eu acho que estou começando a apreciar as coisas que nós
conversamos.

Quando chegamos ao clube, sou surpreendido pelo barulho e luz.


Música alta retumbando, causando uma sensação batendo no meio do
meu peito. O interior do edifício é escuro por aonde ela me conduz, mas
há feixes de luz em todos os lugares, cruzando o espaço aberto,
periodicamente me batendo nos olhos e me levando quase à cegueira.
Estou imediatamente inseguro quanto ao porquê de vir aqui é muito
divertido.

Multidões de pessoas se aglomeram em uma área do prédio, se


movendo e girando seus corpos. O conceito de dança não é
desconhecido para mim, como a nossa tribo tinha muitas danças e
canções que fazíamos. Nós, muitas vezes celebrávamos uma caça bem-
sucedida ou o nascimento de uma criança. Até mesmo uma menina
tendo sua primeira menstruação e se tornando uma mulher era motivo
de comemoração. É claro que ela ficou coberta com folhas de palmeira,
onde permanecia todo o tempo que ela sangrava. Quando ela saiu, as
mulheres a vestiram com uma faixa de penas pretas, significando sua
transição e sua disponibilidade para o casamento. Havia sempre
canções e danças depois para comemorar por se tornar mulher.

Moira e eu conversamos sobre isso esta noite. Que na tribo


Caraican, uma mulher era elegível para o casamento assim que ela
menstruava. Nossa tribo praticava a poligamia, que era um termo que
Moira me apresentou quando eu disse a ela que os homens da tribo
muitas vezes tinham mais de uma esposa. Ela me disse que essa
prática era ilegal nos Estados Unidos e também era ilegal para um
homem adulto ter relações sexuais com uma mulher antes que ela
atingisse a maioridade, aos dezoito anos.

Eu entendi isso, porque, apesar de uma jovem mulher em nossa


tribo poder se casar muito mais jovem do que isso, ela bebia um chá da
casca da árvore yarrasa moída, o que impedia a gravidez até que ela
ficasse mais velha. Aparentemente, isso era algo que as nossas
sociedades tinham em comum... ingerir algo que pode impedir uma
mulher de engravidar.

Perguntei a Moira se ela tomava tal remédio, e ela admitiu que


sim. Ela chamou isso de pílula, e então passou a me descrever outras
formas de controle de natalidade que estão disponíveis aqui. Foi uma

~ 77 ~
conversa interessante, e fiquei feliz ao saber que quando eu finalmente
foder Moira, eu não terei que me preocupar com a sua gravidez,
especialmente porque eu não tenho vontade de produzir algo aqui neste
mundo estranho que poderia me amarrar a ele.

Não, se eu fosse engravidar uma mulher, seria Tukaba, que eu


tinha planejado reivindicá-la para casamento antes de eu ser levado
para longe da minha casa. Tukaba só estava na nossa tribo há menos
de um mês antes de Moira chegar, e eu senti na época que ela seria a
minha primeira mulher. Ela era uma boa mulher, subserviente, mesmo
ela tendo sido criada pela tribo Paourno, que vivia diretamente do rio
Amazonas. Os Paournos eram mais modernizados do que os Caraicas,
sustentando o seu povo através da abertura de relações comerciais com
os viajantes. Alguns de seus membros ainda trabalhavam recebendo
salários nas grandes empresas madeireiras que estavam se mudando
para a floresta tropical.

— Eu vejo Lexi e Kelly, — diz Moira, e ela pega a minha mão para
me levar por entre a multidão de pessoas.

É bom... ter minha mão na dela. Sua pele é macia, mas seu
aperto é firme. Gostei muito do jeito que ela segurou minha cabeça
quando eu estava festejando entre suas pernas, mesmo empurrando
meu rosto para mais perto de seu corpo quando ela começou a chegar
no clímax. Eu nunca poderia imaginar uma mulher Caraican fazendo
algo tão ousado, mas era uma diferença que de alguma maneira eu
apreciava em Moira.

Quando chegamos até suas amigas, ela soltou minha mão e deu
em cada uma um abraço em saudação. Este é um costume que eu vi
sendo praticado no pouco tempo que eu estive aqui, mas parece ser
reservado para as pessoas que se conhecem bem.

Moira aponta para uma porta aberta atrás da área do bar, e as


duas mulheres acenam para ela concordando. Ela então se vira para
mim enquanto sobe na ponta dos pés e ainda tem que praticamente
gritar, devido a música alta para que eu ouvisse. — Nós estamos indo
para a área dos fundos, onde a música não é tão alta.

Concordo com a cabeça, seguindo atrás dela e das outras duas


mulheres. Elas estão usando vestidos semelhantes ao de Moira. Uma
delas tem um vestido preto apertado, sem mangas e ressalta a sombra
profunda entre os seios. Ela tem cabelo loiro, longo e solto, e é muito
agradável aos olhos. A outra mulher é muito alta, com cabelo mais
curto e crespo na cabeça. O vestido dela é tão apertado e de cor

~ 78 ~
vermelho escuro. Ela é igualmente agradável aos olhos, estou correndo
o risco de estar atraído pelas mulheres brancas do mundo moderno.

No entanto, ao observar Moira andar um pouco na minha frente,


seus quadris balançando suavemente, eu percebo que ela é a única por
quem tenho verdadeiro interesse. O que significa que há algo mais do
que apenas um rosto bonito e corpo. Moira e eu já compartilhamos
experiências íntimas, o que aumenta o meu desejo por ela. A partir do
momento na fogueira em que ela me assistia foder Tukaba, uma
conexão entre nós foi forjada e nestas duas últimas semanas, tem se
tornado mais forte. Eu estou achando que enquanto eu sinto muita
falta da minha casa e de Paraila, o meu desejo por Moira está fazendo o
meu tempo aqui mais sustentável.

Quando chegamos à sala do fundo, o volume da música cai muito


e eu posso realmente me ouvir pensar. Existem várias mesas
interessantes cobertas de algum tipo de material verde, e as pessoas
estão se inclinando sobre elas, batendo em bolas com palitos de
madeira.

— O que é isso? — pergunto a Moira.

Ela me dá uma risada alta. — Essas são mesas de sinuca. Vou te


ensinar a jogar um pouco.

As mulheres encontram uma mesa vazia em um canto e, antes de


se sentar, Moira faz as apresentações.

— Kelly... Lexi... eu gostaria que vocês conhecessem Zach.

A loira dá passos para a frente, estendendo a mão para mim. Eu


já vi muito este costume quanto Moira e eu saímos na semana passada,
e eu me aproximo para pegar na mão dela.

— Oi. Eu sou Kelly. É muito bom finalmente conhecê-lo. Moira


nos disse muito sobre você.

Dei uma olhada para Moira e pisquei para ela. Eu me pergunto se


ela vai dizer a suas amigas sobre o que eu fiz com ela esta tarde. Ela
baixa os olhos, mas tem um pequeno sorriso no rosto.

A outra mulher avança e apertamos as mãos. — E eu sou Lexi.


Bem-vindo de volta para casa.

Uma pequena pontada de dor me bate no meu peito, à menção da


palavra ‘casa’, mas eu consigo sorrir para a mulher educadamente
antes de soltar a mão dela.

~ 79 ~
Quando todos nós nos sentamos ao redor da mesa, Moira ao meu
lado e as outras duas mulheres em frente a nós, uma garçonete chega e
pergunta o que nós gostaríamos de beber. Moira pede água para nós
dois, pois ela sabe que eu não gosto de refrigerantes. Lexi e Kelly pedem
vinho.

— Então, Zach, — Lexi pergunta. — Como você está se ajustando


aqui?

Boa pergunta. — Eu estou achando que tenho um monte de


familiaridade com muitas das coisas que eu estou vendo. Acho que são
produtos da minha memória de quando eu era uma criança aqui. Mas
outras coisas são bastante surpreendentes para mim.

— Como o que? — Kelly pergunta.

— A Internet, por exemplo, — eu digo a ela com um sorriso. —


Você não pode imaginar as coisas que você pude aprender com apenas
um computador e alguns termos criativos de pesquisa.

Moira praticamente engasga ao meu lado, e luta para manter um


olhar calmo em meu rosto. Kelly e Lexi, obviamente, não entendem o
quão criativo minha busca foi hoje.

— Então, que tipo de coisas você tem aprendido na Internet? —


Lexi pergunta. — Você está mais interessado em itens históricos,
eventos atuais, ou tecnologia? Eu imagino que a tecnologia tem sido
chocante para os seus sentidos, certo?

Oh, ela não tem ideia das coisas que aprendi hoje que foram
chocantes para os meus sentidos.

Antes que eu possa me abrir a responder a ela, Moira fala antes


de mim. — Zach é como uma esponja. Ele absorve tudo. Mesmo sentado
em um restaurante vendo as pessoas, ele é pego em tantas normas
culturais distintas, que eu não teria pensado em mencionar a ele. Acho
que ficar fora de casa está sendo o lugar onde ele está tendo as mais
valiosas lições.

— Na verdade, Moira esta certa, — digo as senhoras. — Outro dia,


observei duas pessoas se beijando e eu realmente não entendi o objetivo
disso uma vez que não fazia isso em nossa tribo. Então ela me mostrou
alguns vídeos no computador e, em seguida, me fez assistir a Diário de
uma Paixão para que eu pudesse entender do que tratava um beijo
apaixonado. Foi muito esclarecedor.

~ 80 ~
Lexi ri, e Kelly dá um tapa de brincadeira no braço de Moira
quando ela diz, — Bom trabalho, Dra. Reed. Suas habilidades
antropológicos se resumem a mostrar a Zach um filme água com
açúcar.

Nós todos rimos, inclusive eu, já que eu sei exatamente o que é


um filme água com açúcar agora, graças aos ensinamentos de Moira.

A garçonete traz as bebidas de todos, e Moira entrega a ela algum


dinheiro. — Eu pago essa rodada. Lexi, você é a próxima.

— Ótimo, — Lexi diz depois que ela toma um gole de vinho. —


Com você e Zach bebendo água, esta é uma noite de preços acessíveis.

— Falando em preços acessíveis, — diz Kelly com um sorriso


cúmplice enquanto se inclina para frente. Lexi e Moira fazem o mesmo,
como se Kelly fosse dizer a elas um grande segredo. Eu faço o mesmo,
para não perder algo importante que ela possa dizer. — Eu encontrei o
par mais bonito de plataformas à venda no último fim de semana da
Nordstrom, e eles ficaram fabulosos com o vestido preto e branco que
eu comprei para o casamento que eu vou.

Lexi grita e bate palmas. — Sério, eu não posso esperar para vê-
los juntos.

Moira balança a cabeça e diz: — Eu disse que o vermelho era a


cor para combinar com ele.

Eu olho em volta, confuso e pergunto: — O que é uma


plataforma?

Todas as três mulheres me olham com rostos em branco por


apenas um momento, e então começam a rir. Moira se estica e dá um
tapinha em meu joelho com a mão. Seu toque é quente e seu sorriso é
brilhante. — Bem-vindo a uma noite das meninas, Zach. Onde falamos
sobre coisas estúpidas como sapatos que são plataformas da moda.

— E homens quentes, — Lexi acrescenta.

— E sexo, — diz Kelly. — Falamos muito de sexo.

— Não, nós não falamos, — diz Moira às pressas, mas eu já estou


inclinado para mais perto do outro lado da mesa em direção a Kelly.

— Vamos falar sobre sexo, — digo a ela. — Moira está me


ensinando algumas coisas.

~ 81 ~
— Eu não estou te ensinando algumas coisas, — Moira
praticamente grita em negação.

— Sim, você está, — eu falo direito para ela. Dando a ela um


olhar penetrante, eu volto a olhar por cima da mesa para as mulheres.
— Moira observou os costumes sexuais em primeira mão na nossa
aldeia, e ela tem sido uma professora muito paciente quando se trata
das diferenças em nossas culturas.

— Oh, não diga, — diz Lexi.

— Sério, — Moira começa a dizer.

— Bem, — eu comecei, esperando que Moira estivesse apavorada


achando que estou prestes a contar o nosso pequeno segredo sujo sobre
o que fizemos esta tarde. Mas eu não pretendo discutir isso, porque foi
um momento intimo entre Moira e eu. Enquanto demonstrações
públicas de dominação sexual são a forma das coisas de onde eu venho,
eu sei que pessoas transando em seus quintais não é aceitável aqui. —
Na minha tribo, o homem é o dominante sexual. A mulher está lá para o
prazer dele, como uma recompensa por fornecer segurança e bem-estar
a elas.

— O que isso significa? — Kelly pergunta. — Dominante sexual?

— Isso significa que quando eu quero uma mulher, eu a pego ali


mesmo. Sem perguntas. Nem desculpas. Ela abaixa suas mãos e
ajoelha para mim, e eu a prendo no chão, enquanto eu a tomo.

Lexi suga em uma respiração profunda, e Kelly suspira. — Oh,


meu Deus, isso soa quente.

Moira apenas geme ao meu lado e cobre o rosto com as mãos. Eu


não posso deixar de rir, e então eu decido deixá-la fora do gancho.

— Mas Moira pacientemente foi me ensinando sobre as diferenças


aqui. Mesmo que eu tenha um milhão de perguntas, ela faz um trabalho
muito bom de colocar isso em termos que possa compreender. Ela até
me comprou alguns livros interessantes que têm sido pouco
informativos.

Moira olhou para mim com um olhar de gratidão no rosto, e eu


pisco para ela.

— Espere um minuto, — disse Lexi. — Eu quero voltar a este


conceito de dominante sexual, porque eu namorei um cara que uma
vez-

~ 82 ~
— Ok, isso é o suficiente sobre falar de sexo, — Moira interrompe
e se levanta da mesa. — Vamos lá, Zach. Vou te ensinar a jogar sinuca.

~ 83 ~
Capítulo Oito

MOIRA

Por nunca ter jogado sinuca antes, Zach é realmente muito bom.
Isso significa que ele tem um olho afiado para ângulos e distâncias, um
conceito que ele me disse que ele praticava todos os dias com seu arco e
flecha. Depois de alguns momentos em que eu tive que me inclinar
sobre a mesa de bilhar ao lado dele e mostrar a ele como segurar o taco
de sinuca, ele estava fora e correndo.

Uma coisa que eu aprendi é que Zach é excepcionalmente


inteligente. Um dia na minha casa, eu passei algumas horas
perguntando a ele sobre suas habilidades educacionais básicas, e ele
me disse que o Padre Gaul havia lhe ensinado algumas coisas ao longo
dos anos. Ele trazia para Zach alguns livros didáticos usados escritos
em Inglês para aprender e algumas obras de ficção para ele ler e
discutir. Quando eu puxei o dinheiro da minha bolsa para mostrar a
Zach nossa moeda, ele facilmente aprendeu as denominações e não teve
problemas com adição e subtração, e ele até mesmo entendia a
multiplicação básica e divisão.

Zach me disse que gostava de ler e devorava os livros que Padre


Gaul trazia para ele. Padre Gaul só trouxe livros em Inglês para ajudá-lo
a manter sua língua nativa viva, insistindo que Zach nunca saberia
quando poderia fazer uso dessa habilidade. Eu sorri quando Zach me
disse que seu livro favorito era Call of the Wild 6, e eu pensei comigo
mesmo, É claro que seria o seu favorito.

Zach e eu estamos jogando contra Kelly e Lexi. Elas venceram os


três primeiros jogos, por mais que elas beberam e apesar de Zach e eu
estivéssemos fazendo o nosso melhor. Eu posso honestamente dizer que
não é uma tarefa árdua assistir Zach jogar. Ele está além de bonito esta
noite, com seu cabelo longo e escuro caindo para a frente de forma sexy

6 No Brasil, O Grito da Selva.

~ 84 ~
e seu jeans apertando por toda a sua bunda quando ele se inclina sobre
a mesa.

— Sério, Moira... eu não posso acreditar que você não está


tocando isso, — Lexi diz quando ela esbarra em meu ombro e sussurra
em meu ouvido. — Você não nos disse como Zach é malditamente lindo.

— Ele não é um brinquedo, — eu resmungo com ela, assim como


eu mantenho meus olhos sobre Zach quando ele anda ao redor da mesa
para alinhar o seu próximo lançamento. — Além de que isso seria
totalmente inapropriado.

— Quem fez essa regra estúpida? — Lexi pergunta. — Está escrito


no contrato que você não pode fazer sexo com ele?

— Seja inteligente, Lex, — eu digo a ela com um tom de castigar.


— Eu sou a professora dele. Ele é como meu aluno. Seria eu estar me
aproveitando dele.

— Babe... você viu o jeito que ele está olhando para você esta
noite? Ele quer que você se aproveite dele totalmente. Ou melhor, ele
quer se aproveitar de você totalmente. Ele olha para você como se você
fosse a sua presa ou alguma coisa parecida.

Reviro os olhos para ela e me aproximo da nossa mesa para tomar


um gole da minha água. Quando eu volto, eu digo a ela: — Ele não me
olha de qualquer forma particular. Não tem diferença da forma como ele
olha para você e para Kelly.

— Bem, se ele está olhando para mim do jeito que ele está
olhando para você, então eu vou tirar proveito disso. — eu levanto
minha palma e bato de leve na testa. — Deixe ele em paz. Ele é um bebê
de colo quando se trata de mulheres confiantes.

— Apenas o meu tipo, — diz ela, e depois foi cochichar com Kelly.
Ambas sussurram uma para o outra, mudando os olhares para Zach.
Eu só balancei minha cabeça, porque, apesar de minhas amigas
gostarem de falar sobre beijo, eu sei que elas nunca fariam um
movimento sobre ele. Elas compreendem bem as circunstâncias e não
fariam nada para tirar proveito da situação. Não significa que elas não
estejam falando sobre fantasias com ele... neste exato minuto.

Zach se inclina sobre a mesa novamente, e eu estou realmente


encantada com a forma com que os músculos de seus antebraços
flexionam enquanto posiciona seu taco. Ele desenvolveu um hábito de
colocar a língua para fora do lado de sua boca um pouquinho quando

~ 85 ~
ele alinha a bola para bater, e é claro, eu não posso ver a língua sem
pensar no que ele fez comigo.

Eu nunca tive tantas explosões na minha vida como eu tive esta


tarde. Meu rosto se aquece quando penso sobre o fato de ter
vergonhosamente me despido na frente de Zach, e então passei a me
dar prazer, enquanto ele me observava atentamente. Eu estava tão
excitada, tão consumida pela luxúria, que quando ele me pediu para
libertá-lo de sua promessa de não me tocar, eu não me dei um segundo
pensamento. Eu queria sua boca em mim mais do que eu queria
preservar a santidade do meu trabalho naquele momento.

Posso tentar racionalizar a mim mesma até ficar com o rosto azul
pensando que eu estava realmente ensinando a Zach algo da nossa
cultura sexual, ou posso até mesmo justificar isso dizendo que era a
única maneira de manter Zach aqui nos Estados Unidos, mas se eu sou
honesta comigo mesma... eu disse sim a ele, porque eu queria isso para
mim e não por outro motivo. Consequências que se danem.

— Aí está a minha garota, — eu ouço em meu ouvido, pouco


antes de um par de braços envolverem minha cintura. Por um breve e
emocionante momento, eu acho que é Zach. Mas não... não pode ser
ele, porque eu estou olhando descaradamente para ele enquanto ele
joga sinuca neste exato segundo.

Esticando o pescoço para o lado, eu percebo que é Michael, que


agora tem o meu corpo envolto apertado em seus braços e está
apoiando o queixo no meu ombro. Eu olho rapidamente para Zach e
vejo a sua cabeça inclinada para cima da mesa, nos olhando com
curiosidade, mas seus olhos estão frios.

Encolhendo os ombros para cima, eu desalojo o queixo de Michael


e saio de seu abraço apertado. Me virando para ele, eu digo: — O que
você está fazendo aqui?

— Você mencionou que estava vindo aqui hoje à noite com seus
amigos, e eu pensei em surpreendê-la. Meu amigo, Philip e eu saímos a
noite na cidade.

Eu tento dar a Michael um sorriso leve, mas meus lábios ficam


em desagrado. Enquanto Michael é um ótimo cara e nossos encontros
foram adoráveis, foram apenas encontros. Eu não estou preparada para
lidar com o calor de seu olhar varrendo meu corpo em apreciação, e o
fato de que Zach estar aqui só faz isso parecer estranho para mim.

~ 86 ~
— Esta era uma espécie de noite das meninas, — digo a ele, agora
conseguindo dar a ele um sorriso casto.

Michael inclina a cabeça para Zach. — Todas as evidências falam


o contrário.

— Vamos lá, Michael. Você sabe o que quero dizer. Esta é minha
noite das garotas e Zach está aqui como meu convidado para que ele
possa experimentar um pouco da cultura da vida noturna.

— Bem... se você não me quer aqui, — Michael diz com um olhar


de cachorro chutado, — claro, nós sairemos. Não se preocupe.

Ele começa a se afastar, mas a culpa me inunda eu estendo o


braço para tocá-lo. — Não, eu não quis dizer isso dessa forma. Claro
que você deve ficar. Você e Philip podem jogar sinuca com a gente.

Michael sorri para mim, e depois traz seu amigo para nos
apresentar. Kelly e Lexi se aproximam e todas as apresentações são
feitas, embora Kelly e Michael se conheçam da Universidade. Quando
me volto para encontrar Zach, eu o vejo casualmente encostado na
borda da mesa de sinuca, com as mãos cruzadas ao redor do topo de
seu taco. Eu aceno para ele com as mãos.

Ele desce da mesa com inacreditável graça, e seus olhos se fixam


nos meus enquanto ele caminha em direção a nós. Sua expressão é
ilegível. — Zach... eu gostaria que você conhecesse um amigo meu. Este
é Michael, e seu amigo Philip.

Os homens apertam as mãos, e Michael diz: — É muito bom


conhecer você, Zach. Moira me contou tudo sobre você hoje na hora do
almoço. Estou apostando que tudo isto é acima do que você estava
acostumado, né, cara?

Eu tremo com as palavras impensadas de Michael e espero que


Zach exploda, mas ele se vira para mim e com um olhar, pergunta: —
Este foi o encontro de hoje?

— Sim, — eu digo baixinho, baixando os olhos de vergonha por


Michael ser tão insensível em suas palavras, mas não antes de perceber
que Michael ria sobre o fato de que Zach saber que saímos para um
encontro.

— Isso está correto, — diz Michael colocando o braço casualmente


em torno de meus ombros. — Eu estava morrendo para ter um tempo a
sós com a minha menina.

~ 87 ~
A raiva surge através de mim por Michael achar que eu seria sua
propriedade. Claro, nós temos sido amigos há alguns anos, mas
hmmm... tivemos dois encontros. Eu não sou a garota dele.

Eu suavemente retiro o braço dele do meu ombro e caminho em


direção a Zach, pegando e o taco de sua mão. — É minha vez, certo?

— Na verdade, é de Kelly, — diz Zach, e então se vira para


Michael. — E para responder a sua pergunta inicial... Não. Isto não é
melhor do que eu estou acostumado. Acho que a vida moderna pode ser
maçante na maior parte do tempo, pior, sem inspiração.

— Como? — Michael diz, incrédulo.

— Este mundo moderno em que você vive. Tudo é entregue a você


sem fazer esforço para conseguir isso. Você não sabe o que é viver
verdadeiramente até que você precise concentrar todas as suas energias
diárias em evitar a morte. Você passa por um drive-thru e pegava o seu
jantar enquanto eu saia e matava a minha comida todos os dias. Você
não sabe o quão seguro você está até você andar por um caminho
diariamente, onde a qualquer momento, uma cobra venenosa pode
atacar seu tornozelo. Claro, você tem seus carros velozes, música alta, e
refeições caras em restaurantes de luxo, mas você sabe o que eu penso
sobre tudo isso? — Michael apenas balança a cabeça, a boca
ligeiramente aberta.

— Acho que é chato, — diz Zach. — Insatisfatório. Uma tentativa


falsa de levar a vida com dificuldades.

— Bem, eu não acho que isso é realmente o que eu estava


tentando dizer, — Michael gagueja.

A voz de Zach é ameaçadora e cheia de escárnio, e embora eu


saiba que suas palavras momentaneamente atordoaram Michael, eu sei
que ele não deixar este tapa na cara sem resposta. Levantando minhas
mãos, eu as coloco no peito de Michael e o levo em direção ao bar. —
Olhe...por que você e Philip não vão buscar uma bebida e, em seguida,
vocês podem entrar no próximo jogo, ok?

Michael olha por cima e para Zach brevemente, e depois baixa a


cabeça. — Eu não tive a intenção de ofendê-lo. Ele é um pouco nervoso
demais, você não acha?

— Está tudo bem, — asseguro a ele apenas para levá-lo para


longe de Zach. — Basta ser um pouco mais sensível. Eu te disse que foi
difícil para ele deixar sua casa.

~ 88 ~
— Claro, — diz Michael antes de se dirigir ao bar.

Quando eu volto, Zach está lá. — É a sua vez agora. — Kelly


disse.

Colocando a mão em seu antebraço, eu digo: — Zach... Sinto


muito. Eu não convidei Michael para vir aqui esta noite, e peço
desculpas por suas palavras impensadas.

Zach encolhe os ombros. — Temos pessoas impensadas em


Caraica também, Moira. Eu já ouvi coisas piores.

— Obrigada por ser um bom esportista, — eu digo a ele, dando-


lhe um aperto no braço antes de liberá-lo.

— Vamos lá, Moira, — Kelly chama do outro lado da mesa de


sinuca. — Pare de latir e comece a jogar.

Me viro para a mesa de sinuca, mas a mão de Zach me segura


pelo pulso. Eu me viro para olhar de volta para ele, e seu olhar é
interrogativo. — O que esse homem significa para você?

— Bem... ele é um amigo.

— Mas você foi a um encontro com ele. Ele te toca muito. Você
quer fazer sexo com ele?

Respiro fundo, e deixo o ar sair. — Não, Zach. Eu não quero isso.

— Eu não gosto desse sentimento que eu tenho, — diz Zach


consternado com as sobrancelhas franzidas. — Eu não gostei de ver ele
colocar as mãos em você.

— Não é nada, — eu asseguro a ele, embora eu tenha certeza que


é possessividade e ciúme que Zach está sentindo agora.

— É algo, Moira. Eu vi muitos dos meus companheiros de tribo


foder Tukaba na terra e a menos de meio metro de mim. Nunca me
incomodou compartilhá-la. Mas isso me incomoda.

Ondas de prazer correm através de mim, quando percebo que em


todas as vezes que Zach lamentou a perda de Tukaba para mim, era
porque ela não era nada mais do que um meio conveniente para a sua
libertação. Eu pensei que ele me via da mesma maneira, mas está claro
para mim agora que Zach está desenvolvendo alguns sentimentos em
relação a mim.

~ 89 ~
Isso deveria me desanimar porque ele só deixa as coisas mais
complicadas. Mas, ao contrário, isso me alivia, porque dá credibilidade
ao fato de que eu estou desenvolvendo sentimentos em mim mesma na
qual a causa é Zach, e também valida o que aconteceu esta tarde foi
algo mais do que apenas uma disfarçada escapada pervertida, foi algo
mais.

— Qual é, Moira... a qualquer momento, — Lexi chama.

Falaremos sobre isso mais tarde, ok? — digo a Zach, e ele me dá


um aceno de cabeça.

Indo para a mesa de bilhar, eu confiro as minhas opções. Eu


tenho duas jogadas decentes, mas estamos tão à frente de Lexi e Kelly
agora, que eu opto por aquela mais difícil. Me curvando, eu alinho a
bola cinco com a caçapa, olho novamente para a bola. Antes de voltar
os meus olhos de volta para a bola cinco, eu cometo o erro de olhar
para Zach. Ele está me observando atentamente e, quando nossos
olhares se encontram, eu sei que a nossa conversa de hoje à noite,
provavelmente não será produtiva. Eu posso ver isso em seus olhos...
famintos, olhos famintos que me detêm apenas um momento antes de
cair para os meus seios, e um arrepio me percorre.

Deslizando meus olhos de volta para a bola cinco, eu puxo o meu


taco para trás e solto. E falta cerca de um quilômetro para acertar.

Lexi e Kelly dão risadinhas atrás de mim, e eu dou a Zach um


sorriso de desculpas quando ando de volta para ele. Ele retorna
hesitante, mas seu olhar não diminui a necessidade.

Com o canto do olho, eu vejo Michael retornar com seu amigo e


estende um copo para mim com um sorriso bajulador. — Aqui está,
Moira. Comprei uma dose de tequila. Imaginei que você gostaria de se
soltar um pouco.

— Eu não estou bebendo hoje à noite, — eu digo a ele com um


pouco de gelo na minha voz, porque eu também percebo o fato de que
ele não ofereceu nada a Zach.

— Sobra mais para mim, — ele ri e vira minha tequila, seguido da


outra dose que ele estava segurando em sua mão para si mesmo. Se
aproximando, ele bate os copos em cima da mesa e diz: — É disso que
eu estou falando. Vamos começar a festa.

Eu começo a rolar meus olhos, mas sou surpreendida quando o


braço de Michael passa em volta da minha cintura e ele me puxa para o

~ 90 ~
lado de seu corpo. Inclinando-se, ele roça meu pescoço, e eu posso
sentir o cheiro de mais do que apenas esses dois copos de tequila no
seu hálito. — Há alguma chance de que eu possa levá-la para casa
comigo?

Me contorcendo para fora de seu alcance, está me dando


calafrios, eu me afasto dele. — Pare com isso, Michael. O que há errado
com você?

Seu braço me envolve novamente me agarrando, um sorriso


estúpido em seu rosto. — Vamos lá, Moira. Ilumine-se.

Pouco antes de ele ser capaz de conseguir falar comigo, Zach voa
por mim em um borrão. Em seguida, as coisas se transformam em
câmera lenta enquanto Zach ergue o punho direito para trás e deixa
voar para o rosto de Michael. Ele se conecta solidamente com sua
mandíbula e Michael se inclina para trás, aterrissando com força no
chão de concreto. Zach não terminou. Em um flash, ele salta para
Michael, atingindo-o no estômago e envolvendo as mãos em volta da
garganta de Michael. Tendo todo o seu peso para baixo, ele aperta com
suas mãos, e os olhos de Michael se arregalarem de medo.

O que eu vejo é tudo tão surreal... olhos de Michael esbugalhados


em perigo, seus dedos agarrando as mãos de Zach para tentar se
libertar. O rosto de Zach, porém, é estranhamente impassível. Sem
raiva, sem fúria... apenas pura calma quando ele o leva para baixo em
Michael e o estrangula.

Philip finalmente entra em ação e tenta puxar Zach, mas Zach é


muito grande e muito forte para ele. Algumas mulheres perto clamam
por alguém para chamar os seguranças, e Philip finalmente consegue
um se agarrar a Zach em torno de suas costas.

Embora não esteja funcionando. Zach simplesmente aperta suas


mãos, e o rosto de Michael começa a ficar vermelho.

Oh, meu Deus... ele vai matá-lo.

Saindo do meu estupor, eu corro para a frente e agarro um dos


braços de Zach. — Zach... pare. Agora. Deixe ele ir.

Zach nem sequer me reconhece, apenas continua a olhar


calmamente para Michael, que agora está virando uma sombra de parar
o coração de tão roxo.

Puxo furiosamente Zach, as lágrimas agora enchendo meus olhos


de pânico. Me inclinando para frente, eu coloco meu rosto em sua linha

~ 91 ~
de visão ele é forçado a olhar para mim. Quando ele faz contato visual,
imploro a ele, — Zach... eu estou implorando, por favor deixe ele ir. Por
favor.

Como se ‘por favor’, fosse a palavra mágica, Zach libera o pescoço


de Michael. Mesmo quando Michael tosse e esbraveja, sua mão
massageando o pescoço, Zach se inclina para mais perto dele e rosna:
— Se você tocar nela de novo, eu vou te matar.

Dois conjuntos de mãos carnudas ligadas a dois seguranças


chegam e puxam Zach de Michael, mas ele não luta contra eles. Em vez
disso, ele apenas olha para Michael, se certificando que ele o entendeu
claramente.

— Que porra é essa, Moira? — Michael rosna. — Olhe o que a sua


aberração, o menino da selva, fez comigo. Ele é louco. Eu quero que
alguém chame a polícia.

A minha boca abre e fecha, mas as palavras não saem. Estou


além chocada que Zach tenha feito isso, e eu sei que se eu não tivesse
intervindo, Michael provavelmente estaria gravemente ferido. Tudo
porque ele tentou me agarrar. Um tremor violento percorre meu corpo, e
eu sinto náuseas.

— Tudo bem... você precisa vir, amigo, — um dos seguranças diz


e começa a puxar Zach para fora do clube.

— Eu exijo que você chame a polícia, — Michael grita com os


seguranças quando ele se levanta do chão. Eu posso ver as marcas
roxas que começam a aparecer em sua garganta.

— Chame a polícia, se você quiser, — um dos seguranças diz por


cima do ombro. — Mas vou levá-lo fora. Nós não queremos essa merda
aqui dentro.

Olhando ao redor, em pânico, eu corro para pegar minha bolsa e


olho para Kelly e Lexi, que estão com suas bocas abertas. —
Certifiquem de que Michael está bem e, por favor, falem com ele sobre
as acusações. Zach não precisa disso agora.

— Moira... eu acho que você não deveria ir para casa com ele. Ele
é perigoso, — diz Lexi com preocupação estampada profundamente em
seus olhos.

— Eu vou ficar bem. A situação ficou fora de controle, — eu digo a


ela quando eu me afasto.

~ 92 ~
Kelly estende a mão e me agarra. — Não, Moira. É estupidez você
ir para casa com ele. Você acabou de ver isso? Ele teria matado
Michael, se você não o fizesse parar. Ele poderia machucá-lo.

Dou a ela um sorriso trêmulo e digo: — Eu prometo, eu vou ficar


bem. Zach nunca me machucaria. Apenas confie em mim.

Eu giro longe dos meus amigos e ouço Lexi gritar, — Ligue


quando chegar em casa, ok?

Eu dou uma olhada apressada sobre a minha cabeça e corro para


fora do clube para que eu possa descobrir o que os seguranças fizeram
com Zach.

~ 93 ~
Capítulo Nove

ZACH

Moira fica em silencio toda a volta para casa, mas eu posso sentir
ondas de raiva e confusão saindo dela. Eu, no entanto, nunca me senti
tão calmo. Eu nem sinto o meu pulso acelerado, uma vez que eu tentei
matar esse filho da puta por tocar em Moira quando ela claramente não
queria sua atenção.

Ele estaria morto... agora, se Moira não me pedisse para parar.


Foi a primeira vez que eu fiz o que uma mulher me pediu para fazer, eu
não hesitei por um momento. O terror em sua voz, o pânico em seus
olhos.... eu o soltei de meus abraços do idiota - outra palavra nova
favorita - e tudo estava acabado.

Marque minhas palavras, no entanto. Eu garanto que você,


Michael, não se aproximará mais de Moira.

A viagem para casa é curta, e eu sigo Moira para dentro. Eu me


preparo, porque sei que ela vai falar palavras duras para mim. Espero
que ela seja breve, penso, porque eu não estou com vontade de ouvi-la.
Eu já dei a Moira uma concessão colocando minha fúria assassina de
lado por sua súplica. Mas ela não vai ter muito mais de mim esta noite.

Depois de colocar sua bolsa em cima da mesa da cozinha, ela


entra na sala e se senta no sofá com um suspiro. Seus movimentos
fazem com que o vestido dela, que estava no meio da coxa, suba, e os
meus olhos não podem parar de ir para olhar a longa extensão de carne
macia.

— Zach... precisamos conversar sobre o que aconteceu na boate,


— diz Moira timidamente, e meus olhos se movem para cima de seu
corpo para descansar em seu rosto. Esta triste, determinado e cheio de
censura.

~ 94 ~
— O que quer falar? Eu o deixei ir, — eu digo com um encolher de
ombros quando me inclino contra a parede entre sala de estar e
corredor.

As sobrancelhas de Moira se curvam para dentro, completamente


desanimada pelo meu desinteresse por essa conversa. Ela se levanta do
sofá rapidamente e se aproxima de mim. Seu rosto está com raiva, mas
ainda há um pouco de medo lá. Não medo de mim, mas medo por mim.
Eu posso ver a perspectiva de estar me metendo em confusão com esse
incidente que a deixou agitada.

Empurrando o dedo no meu peito, Moira diz: — Você não pode


sair por aí atacando as pessoas porque eles fazem algo que você não
gosta. Você certamente não pode tentar matar alguém por colocar suas
mãos em mim. Você entende?

— Eu certamente posso matar alguém por colocar as mãos em


você, — eu corto seu discurso, uma mão voando para agarrá-la pela
parte de trás do pescoço. Dou a ela uma leve sacudida, então ela me
escuta bem. — Eu sou meu dono. Nunca se esqueça disso, Moira.

— Zach... você não pode matar alguém. Há consequências, não só


na lei, mas também em sua própria alma. Tirar uma vida é algo que é
irrevogável. Você é um bom homem... Acho que isso poderia quebrar
você. Não se esqueça o que isso significaria para o seu futuro. Prisão....
ser trancafiado... sem liberdade.

Puxando Moira, eu trago o seu rosto mais perto de mim, fazendo-


a ficar na ponta dos pés. — Eu sei o que significa matar alguém. Já fiz
isso antes e nunca tive arrependimento em nenhum momento, então
guarde a lição de moral, Dra. Reed.

— O quê? Você já matou alguém? — pergunta ela, incrédula, com


medo em sua voz mais do que eu queria ouvir. Isso me desanima e me
irrita, tudo ao mesmo tempo.

— Vamos chamar isso de outra diferença cultural. Minha tribo


guerreou com os Matica por anos. Nós invadíamos um ao outro, e o
sangue foi derramado. Foi a nossa própria forma de justiça e quando eu
voltar, eu vou fazer isso novamente.

O rosto de Moira empalidece sobre a minha admissão, e meu


punho a aperta. Eu queria chocá-la, lembrá-la que eu ainda sou mais
animal do que humano, pelo menos quando se comparada as nossas
sociedades. Mas eu não quero o nojo dela. Eu não quero que ela me
olhe com vergonha ou decepção.

~ 95 ~
— Me deixe te dizer sobre o último homem que eu matei, — digo
baixinho.

— Não... Eu não quero ouvir sobre isso, — diz ela, tentando puxar
minha mão.

— Você vai ouvir, — eu ordeno com outro aperto e a puxo um


pouco mais perto de mim. Seus seios levemente tocam o meu peito, e
uma onda de desejo passa através de mim. Eu a coloco de lado, porém,
pelo menos até que Moira entenda minha falta de civilidade. — Cerca de
um mês antes de você chegar em Caraica para me pegar, os homens da
minha tribo fizeram uma incursão na Aldeia dos Matica. Era um ataque
resgate-vingança. Um dia, quando estávamos longe em uma caçada, dez
dos Matica se esconderam em nossa aldeia. Eles estupraram algumas
de nossas mulheres e roubaram três dos nossos meninos, matando a
mãe dos meninos, que estava tentando proteger os mais jovens com sua
vida.

— Eu não quero ouvir isso, Zach, — diz Moira.

— Talvez não, mas você precisa ouvir. Nós planejamos nossa


vingança com cuidado. Não era apenas para recuperar o que eles
haviam roubado de nós, mas era para puni-los por seus ataques as
nossas mulheres e crianças. Nós entramos com a ideia de matar em
troca.

— Isso é errado, — diz Moira, com os olhos arregalados.

— Talvez pelas suas regras, mas não pela nossa. Isso era a coisa
certa a se fazer. No fim das contas, nós não só tínhamos os nossos
filhos de volta, mas eles nós pagaram de volta dez vezes pelas vidas que
tiraram de nós. Eu assisti com orgulho quando meu irmão adotivo,
Kaurlo, recuperou seus filhos roubados e matou os homens que os
levaram e mataram sua esposa.

Moira estremece em meus braços, mas eu vejo um pouco de


entendimento agora em seus olhos. Me inclinando para sussurrar em
seu ouvido, eu pergunto: — Quer saber quem eu matei? — ela dá um
pequeno aceno de cabeça, mas isso não me faz parar.

— Quando eu entrei na aldeia, achei Tukaba presa no chão pelas


mãos e pés. Ela estava nua e tinha sangue por toda coxa dos estupros
repetidos que tinha sofrido. Ela foi roubada de sua tribo Paourno onde
tinha sido criada. Ela estava quase morta quando eu cortei as cordas e
a libertei, mas ela era forte o suficiente para me deixar levá-la para ver a
fila dos Maticas capturados. Nós os colocamos sentados no chão em

~ 96 ~
frente a uma maloca, com as mãos amarradas atrás das costas. Ela
identificou os homens que a estupraram. Meus irmãos da tribo e eu
descarregamos todas as nossas flechas contra eles até que eles
estivessem mortos, e Tukaba foi vingada também.

Uma pequena lágrima cai de um dos olhos de Moira, mas também


vejo algo novo em seu rosto. Compaixão pelo que eu disse a ela sobre
Tukaba, o qual espero que signifique alguma aceitação de meus atos.

— Às vezes eu esqueço o quão diferente sua vida é da minha, —


diz Moira com uma voz suave. — Você já se adaptou tão bem, que eu
esqueço o quão difícil deve ser para você viver uma vida aqui enquanto
toda a sua personalidade foi construída a partir dessas experiências.

As palavras dela batem em mim como uma onda calma de


aceitação porque agora passou a censura e a incompreensão. Ela pode
não concordar com a necessidade da minha tribo por vingança e
justiça, ou até mesmo com a minha própria necessidade pessoal de
aliviar a minha raiva das transgressões. Mas ela entende em um nível
muito básico de que a forma como eu conduzo a minha vida é
perfeitamente normal... pelo menos para mim.

— Eu sei que você acha que sou ignorante pelas suas regras,
Moira, mas eu não sou. Já tenho visto o suficiente ‘lido o suficiente’
para distinguir o certo do errado nesta cultura. Isso não significa, no
entanto, que eu vou respeitar seu direito.

Moira balança a cabeça, apesar do jeito que eu ainda estou


agarrando-a pelo pescoço. — Mas me prometa que não vai fazer algo
assim novamente. Por favor, não se coloque em risco desse jeito.

Dou a ela um sorriso letal, temperado com um pouquinho de


compreensão pela sua súplica, porque embora eu entenda a sua
posição, não posso concordar com isso. — Eu não vou concordar com
nada deste tipo, Moira. Eu nunca vou deixar ninguém... em particular,
ou da sociedade em geral... controlar minhas ações. É uma das
principais razões para eu quero voltar para a minha vila... porque lá eu
tenho total liberdade para fazer o que eu quiser.

Moira abre a boca para argumentar contra isso, mas eu a puxo o


resto do caminho, até que seu corpo inteiro caia sobre o meu. Me
inclinando para frente, eu coloco meus lábios em sua têmpora e os
pressiono lá por alguns instantes. Em voz baixa, eu digo a ela: — Na
verdade, eu gostaria de arrastá-la de volta comigo, para que você
estivesse disponível para o meu capricho sempre que eu quisesse. Eu
nunca deixaria você usar uma peça de roupa novamente, e seus joelhos
~ 97 ~
e sua buceta estariam tão doloridos do trabalho que eu daria a eles
todos os dias. Mas, então, eu colocaria minha língua por atrás entre as
suas pernas e a faria esquecer cada dor que eu tivesse provocado.

Uma rajada de ar derrama da boca de Moira e corre em toda a


minha clavícula, até mesmo quando um pequeno curso de arrepio
passa pelo corpo dela. Ela está tão excitada com a imagem que acabei
de pintar, assim como eu estou por tê-la criado.

Eu sinto seu corpo amolecer, sua resistência está apenas por um


fio. Eu poderia tê-la em dez maneiras diferentes, mas só há uma
maneira em que eu quero agora. Eu avanço.

— Fique de joelhos, — eu exijo, porque eu sei que ela quer que eu


a force neste momento. É o que ela quer, eu tenho certeza disso.

— Não, — ela sussurra, e eu sorrio por dentro. Seu tom de voz diz
o contrário.

Dou a ela um aperto suave no pescoço novamente para lembrá-la


de que ela está de pé aqui contra mim só porque eu exigi assim.

— Nunca diga ‘não’ para mim de novo, — eu rosno para ela.


Usando o meu punho em seu pescoço, eu a puxo para fora do meu
corpo e a mantenho longe de mim. Dando um leve empurrão, peço a ela
para abaixar e quase quero chorar de vitória quando ela não me dá nem
um grama de luta quando ela começa a se abaixar.

Eu deixei meus joelhos se dobrarem e me abaixo até o chão com


ela. Seus joelhos batem primeiro, então os meus, e eu continuo
empurrando-a para a frente até que a bochecha dela repousa contra o
tapete e sua bunda paira na frente do meu pau contido.

— Você se lembra da primeira vez que me viu? — eu sussurro


quando eu aperto seu pescoço outra vez suavemente.

—Sim.

— Ficou excitada, não foi?

—Sim.

— Você queria foder comigo daquele jeito, não era?

— Sim.

— Você quer isso agora?

~ 98 ~
— Deus sim, — ela geme, ondas de vitória e luxúria passam
através de mim. Meu pau que estava ficando progressivamente mais
duro, agora está rígido, empurrando brutalmente contra o jeans
apertado que cobri minha virilha.

— Me diga então, — eu ordeno a ela, desfrutando completamente


da forma como a sua determinação está se desfazendo diante de mim.

— Dizer o que? — ela pergunta gaguejando sem fôlego.

— Me conte tudo sobre a primeira vez que me viu. Me conte uma


história, doce Moira, e então eu vou decidir se lhe dou o que você quer.

Moira me diz então, em uma corrida de palavras, como ela me


observava do outro lado da fogueira, fodendo Tukaba e desejando que
fosse o seu corpo debaixo de mim. Ela me diz que o sangue dela estava
em chamas, e ela mal podia respirar por causa do jeito que eu estava
olhando para ela, que estava sugando o oxigênio do seu corpo. Em um
gemido baixo, ela me diz que ela realmente podia sentir meu pênis entre
suas pernas e ela sussurra sem vergonha, sem remorso, que podia
sentir meu orgasmo enquanto meu corpo estremeceu de prazer.

— Essa é uma boa história Moira, — eu digo a ela, tentando


manter minhas palavras confiantes e verdadeiras, então ela não sabe o
quão perto eu estou de perder o controle com ela.

— É como eu me lembro, — diz ela com uma explosão de ousadia


e, mesmo que eu estivesse apontando para sua rendição, eu acho que
eu gosto que Moira não esteja se rebaixando, sem pelo menos um pouco
de luta.

— Você me queria, então, não é?

— Sim, — ela sussurra suavemente.

— Assim como você me quer agora?

— Sim.

— Exatamente da mesma maneira.

— Exatamente igual, — diz ela com certeza e sei que, neste


momento, ela é minha. Eu trago a minha mão livre para cima e agarro a
parte inferior do vestido, arrastando-o para cima de suas coxas e sobre
a sua firme bunda arredondada. Lentamente, eu revelo a mais linda e
sexy lingerie branca com laço que eu jamais poderia ter imaginado em

~ 99 ~
uma mulher. Outra nova palavra favorita entra no meu repertório:
lingerie.

Quando sua bunda e parte inferior das costas estão


completamente despidas de seu vestido, eu digo a ela. — Antes de dar a
você o que você quer, me diga mais uma coisa.

— O que você quer que eu diga? — ela me quer. Eu aperto seu


pescoço, porque é um pouco atrevido para o meu gosto agora. Ela
empurra de volta contra a minha mão, e eu aperto um pouco mais.

— Eu quero que você me diga qual foi a melhor coisa que você
aprendeu sobre mim até agora desde que você me trouxe da minha
casa.

Sua parte superior das costas sobe ligeiramente, não por ela
querer lutar, mas porque ela suspira profundamente. Quando ela deixa
tudo para fora, ela me diz com convicção e uma pitada de tristeza, —
Eu aprendi que você... Zacharias Easton... é um homem não civilizado.

— Sim, — eu digo a ela em louvor, e meus dedos sobem a borda


do laço da calcinha. — Você aprendeu bem.

Moira fica em silêncio por um momento, e então, — Zach?

— Hmmm?

— Me ensine mais, — ela sussurra.

Meu coração parece quase saltar do meu peito sobre o tom


melancólico de sua voz, agarro a renda de sua calcinha, e a arrasto
sobre quadril... por sua bunda, e a trago para baixo de suas coxas. —
Oh, baby... eu vou te ensinar como é bom ser fodida em submissão por
um homem não civilizado.

Ela dá um gemido de antecipação. Quando a calcinha é


empurrada para baixo das costas dos joelhos, eu me inclino para o lado
para que eu possa ter uma ideia da parte de traz de sua vagina. Suas
pétalas floridas estão orvalhadas. Eu chego para baixo e, pela primeira
vez, empurro o meu dedo dentro do calor de uma mulher.

Respiração quente sibila por entre os dentes cerrados dela. —


Você está tão molhada.

— Oh, Deus, — Moira geme, empurrando seus quadris para trás.

~ 100 ~
— Não se mova, — eu ordeno e puxo meu dedo ligeiramente para
trás e o empurro novamente. Ela fica absolutamente imóvel, mas geme
novamente.

Liberando o meu domínio sobre o pescoço dela, retiro minha mão


do meio suas pernas, tiro rapidamente a minha camisa porque eu não
quero que nada impeça a visão de seu traseiro. Eu rapidamente
desabotoo meu jeans e o tiro, irei com cuidado, porque eu estou tão
inchado e duro, que quase não há espaço sobrando. Dando um impulso
rápido do material, eu deslizo o jeans e minha cueca para baixo dos
meus quadris e liberto meu pênis.

Fluido de pré-gozo já está vazando da cabeça e, usando minha


mão para me guiar, eu o esfrego sobre a sua bunda, criando um
caminho brilhante em sua pele pálida.

— Eu estou molhado para você, também.

— Por favor, — Moira implora.

Me curvo e a aperto pela parte de trás do seu pescoço novamente.


— Por favor, o quê?

— Por favor, me fode, Zach.

— Isso está vindo, eu te prometo.

Eu guio meu pau inchado para sua buceta, esfregando a cabeça


através de suas dobras molhadas. A sensação é avassaladora, causando
um aperto em meus músculos da cabeça aos pés. Eu inclino meus
quadris levemente e empurro para dentro dela apenas uma polegada.

Ela é tão fodidamente apertada, mas sua vagina me suga um


pouco mais. Eu vejo como as nádegas de Moira cerram em antecipação,
e seus dedos cavam o tapete de pelúcia. Agora que eu estou
perfeitamente alinhado, a espera do meu pau acabar de entrar, eu pego
o seu quadril. Eu espero por um momento, saboreando as linhas
graciosas das costas de Moira e a maneira como seu cabelo de fogo está
espalhado por todo o tapete. Seu rosto está voltado para o lado, e seu
perfil é requintado. Olhos ligeiramente abertos, os lábios voltados para
cima em um sorriso agradável. Eu nunca vou esquecer isso enquanto
eu viver.

Com um movimento coordenado, eu puxo de volta sua cintura e


faço o meu próprio futuro, enfio o meu pau no fundo, minha pélvis
pressionada firme contra sua bunda.

~ 101 ~
Um gemido de lágrimas corta minha garganta, porque esse
primeiro sentimento de sua buceta completamente me envolvendo é
quase mais do que posso suportar. Moira dá um grito suave, e seus
olhos se espremem fechados.

Eu fico parado por um momento, mas depois Moira contrai seus


músculos internos em torno de mim, apertando meu pau
deliciosamente.

— Porra, — eu resmungo em uma reação involuntária, meus


quadris puxam para trás e eu bato de volta para frente novamente,
tentando replicar esse sentimento.

Moira geme longo e baixo, e eu quero prolongar esse som, então


eu puxo para trás e bato a frente novamente. Mas, então, faço mais
uma vez, respirando fundo e tentando voltar meus rolamentos. Eu não
posso perder o controle. Normalmente, minhas penetrações são lentas e
constantes, uma dança enérgica para afirmar o meu domínio e mostrar
a força da minha reserva.

Me preparo para puxar para trás lentamente, para que eu possa


novamente aliviar e torturá-la primorosamente. — Zach? — Moira diz
suavemente.

— Sim?

— Não se segure por mim, — diz ela com a necessidade. — Dê


tudo para mim.

Oh, porra.

Meu corpo treme com essas palavras e o desejo que escoa para
fora delas. Isto é suposto ser sobre... sobre o meu domínio e autoridade.
Mas suas palavras fazem o meu corpo se contrair firmemente com a
necessidade de irromper em um supremo orgasmo. Eu aperto meus
olhos fechados, imaginando um acasalamento lento, mas Moira me
mata outra vez.

— Por favor, Zach.

— Porra, — eu assobio, saindo dela e puxo meus quadris para


trás, batendo nela com tanta força que ela sai do outro lado do tapete
alguns centímetros e minhas bolas batem quase dolorosamente contra
as costas de suas coxas.

Moira clama: — Sim, — e então está tudo acabado para mim.

~ 102 ~
Um animal cresce em mim. Aperto meu punho em seu pescoço,
começo repetitivamente batendo nela, minha pele batendo contra a dela
com tanta força que soa como trovões. Eu olho para o meu pênis dentro
e fora de sua buceta lisa e sinto os últimos vestígios do meu controle em
um piscar de olhos.

Eu fodo com ela sem piedade, com medo de que eu poderia estar
rasgando-a de dentro para fora, mas incapaz de parar. Meu corpo
cambaleia nela, meu peito arfa, e meu pau a penetra com força.

Moira tenta se contorcer embaixo de mim, mas eu a abraço forte.


Se não fosse por seus gemidos de prazer, eu estaria preocupado de
estar machucando ela, mas eu tenho certeza de que nada poderia parar
esta tempestade que eu estava liberando em seu corpo. Profundos,
penetrantes golpes.

A pele úmida dela, os músculos quentes e úmidos me


massageiam até quase a loucura. O cheiro de nossa excitação
revestindo meus sentidos.

Com o meu corpo rijo contra o dela, eu não posso conter os


ruídos, grunhidos que começam a sair de mim... vivendo este momento,
sou mais animal do que humano.

Eu fodo com força, jogando todas as minhas reservas e controle


pela janela.

Os sussurros leves de Moira dizendo: — Sim, sim, sim, — me


alimentam quando eu penetro ela uma e outra vez.

De repente, o corpo inteiro de Moira treme e suas paredes


internas me apertam em um vício quente e úmido quando percebo que
ela está tendo um orgasmo. Ela grita tão alto que eu acho que sua
garganta ficará dolorida amanhã, e eu sinto minhas próprias bolas
puxarem para cima com força, preparando meu gozo para explodir
profundamente em seu corpo.

Eu solto seu pescoço e trago minha outra mão para seu quadril.
Dobo meus dois polegares para dentro, eu abro suas nádegas, apenas
para que eu possa obter um melhor olhar para a forma como o meu pau
está molhado com seu desejo, acelero e saio dela com uma necessidade
frenética.

Meu próprio clímax começa a ferver, e um flush quente se espalha


em toda a minha pele. Minha cabeça gira quando eu bato nela de novo
e de novo, até que finalmente eu estou disparando para dentro dela.

~ 103 ~
Meu corpo inteiro cai sobre suas costas, a empurrando para o chão. Eu
não tenho controle sobre mim mesmo. Quando ondas após ondas de
puro prazer passam através de mim, meus quadris continuam a
bombear, meu pau só capaz de movimentos lentos, mas ainda se
movendo dentro dela até que eu estou absolutamente e completamente
seco.

Mesmo depois que eu estou vazio, pequenos espasmos continuam


a correr para cima e para baixo da minha espinha, no que deve ser o
mais longo e mais duro orgasmo que eu já tive em toda a minha vida.

Eu nunca soube.

Nunca soube que poderia ser assim.

Nunca soube que perder o controle poderia ser tão fodidamente


satisfatório.

~ 104 ~
Capítulo Dez

MOIRA

— Por favor, não pare, — eu imploro a Zach, minhas mãos


agarraram firmemente em seus cabelos enquanto sua língua lambe
furiosamente entre as minhas pernas.

Ele levanta um pouco a cabeça e me olha duro. — Só na hora que


você perder os sentidos.

Eu rio... o som escapa antes de eu terminar meu pensamento, e


ele sorri para mim com brilhantes lábios molhados.

Então eu empurro o rosto dele de volta para minha buceta, então


ele pode começar a se deliciar novamente.

A menos de cinco minutos atrás, todos os meus gritos tinham


sido, — Pare, pare.

Eu estava completamente inundada e Zach queria ir para baixo


em mim, poucos minutos depois que ele ter ejaculado dentro de mim.
Ele saiu de cima do meu corpo, deitou de costas ao meu lado no tapete.
Virei a cabeça para olhar para ele, vi a satisfação estampada em seu
rosto quando ele olhou para o teto, assim como seu peito ainda arfava
com o esforço.

Ele virou a cabeça para o lado e olhou para mim, e meu coração
capotou quando vi que o desejo ainda está lá, mas também uma
pequena chama de ternura. Ele se moveu muito rápido, me
surpreendendo mais uma vez quando ele olhava para o além, destruído
depois de ter fodido freneticamente e ejaculado dentro de mim. Me
agarrando pelos ombros, ele me virou de costas e puxou minha calcinha
do meu corpo. Antes que eu pudesse proferir um protesto, ele abriu as
minhas pernas e foi morar entre elas.

Olhando fixamente para minha buceta, ele disse: — Eu preciso de


você na minha língua de novo.

~ 105 ~
— Espera — eu tentei dizer a ele quando ele começou a abaixar o
rosto.

— Não, — foi tudo o que ele disse, e então ele passou a língua
diretamente até lá, capturando a minha própria umidade, juntamente
com seu sêmen que eu podia sentir escorrendo para fora.

Minhas mãos foram para sua cabeça e tentei afastá-lo. — Zach...


pare. Me deixe tomar um banho.

Ele ergueu a boca apenas o tempo suficiente para dizer: — Não,


— e, em seguida, ele mergulhou de volta para baixo novamente.

Eu estava completamente chocada, mortificada, e completamente


excitada que ele não se importava de lamber nossas essências
misturadas. Mas, novamente, Zach não tem noção real dos limites
sexuais da nossa cultura.

Não que isso fosse necessariamente um limite. É só que eu nunca


teria imaginado um homem querendo fazer isso, mas Zach é um homem
que faz suas próprias regras.

Eu nunca tive um homem dentro de mim sem camisinha antes.


Mas eu não hesitei em lhe dar este momento quando eu estava
gozando, um pouco antes de Zach gozar dentro de mim. Ele fez uma
avaliação completa de saúde enquanto ainda estávamos em Brasília, e
mesmo que eu estivesse imaginando que não houvesse doenças
sexualmente transmissíveis dentro de sua tribo, apensar do médico ser
contra transar sem preservativo, qualquer um devia tentar isso em
minha opinião.

Mesmo agora... não consigo reunir energia suficiente dentro de


mim para me importar que eu quebrei o meu próprio código de moral
quando se tratava de me submeter a Zach. No minuto em que ele me
prendeu ao chão, eu sabia que não lutaria contra isso. Eu não me
importava com nada além de senti-lo dentro de mim, mesmo sabendo
que eu poderia estar jogando fora a minha carreira. Simplesmente não
importava.

Ter Zach por perto era muito desgastante para tentar lutar contra
isso.

Oh, as coisas que o homem pode fazer com a língua. Ele é um


aprendiz rápido, mas ele tem seu próprio estilo. Nunca tive a boca de
um homem tão dedicado nesse lugar sensível entre as minhas coxas.

~ 106 ~
Zach é quase como um animal... e eu gostaria de imaginá-lo como
um poderoso e elegante jaguar que me vê como sua presa sexual. Sua
língua na minha buceta vibra, toca e mergulha. Quando ele geme de
prazer, ela vibra contra minha carne. Ele absolutamente me devora. Ele
não deixa nenhuma parte da minha buceta negligenciada e quando eu
seguro com meus dedos em seu couro cabeludo, meus gritos se
transformam ‘pare’ novamente.

Ele me dá mais, envolvendo os lábios em volta do meu clitóris e


me sugando com força. Meus quadris se atiram para fora do chão e
giram contra o seu rosto.

— Porra sim, — ele geme quando ele levanta a boca rapidamente,


apenas para trazê-la para baixo novamente duramente como se
estivesse morrendo de fome.

Eu gostaria de dizer que isso vai durar para sempre, mas eu estou
tão malditamente excitada, pelas coisas que Zach está fazendo comigo,
que outros orgasmos chegam através de mim, me perdendo tão rápido
assim que ele se inicia. Eu empurro seu cabelo assim como eu lanço
meus quadris para cima, contra a sua boca, e mesmo quando eu volto
para a terra, ele continua a me lamber.

— Chega, — eu gemo e empurro ele.

Ele olha para mim com um sorriso preguiçoso, e depois repousa o


queixo no meu osso púbico. Suas mãos suavemente acariciam meu
estômago. — Eu não terminei com você ainda.

Levantando uma sobrancelha para ele, eu pergunto: — Ah, é... e o


que mais você tem em mente?

Se empurrando de sua posição supina, ele senta sobre as pernas.


— Eu estou duro como uma rocha novamente.

Com certeza, seu enorme pau cola acima da sua pélvis, e eu


engulo em seco. Eu não posso acreditar que esta coisa coube dentro de
mim. Uma coisa era ter Zach me possuindo por trás, mas vê-lo a
apenas alguns centímetros de distância é outra coisa. Mesmo que eu
acabei de ter um orgasmo extremamente incrível, eu podia sentir meu
interior inundado com mais umidade.

Levantando uma das minhas pernas, eu me endireito e coloco


meu quadril ao longo de sua coxa coberta com jeans. — Bem, nós
podemos experimentar eu de costas e você por cima... é chamada a
posição papai e mamãe.

~ 107 ~
Zach realmente faz uma careta, mas coloca ambas as mãos por
trás dos meus joelhos, levantando as pernas para cima e espalhando-as
para fora. — Vamos chamar isso de alguma outra coisa. Papai e mamãe
me faz pensar em meus pais, e essa é a última coisa que eu quero estar
pensando quando eu estiver transando com você.

Me erguendo sobre os joelhos, ele se inclina para frente,


empurrando os joelhos mais para trás em direção ao meu peito, me
espalhando mais. Ele libera rapidamente uma das minhas pernas, só
para pegar o seu membro para que ele possa trazê-lo para a minha
entrada. Quando ele empurra a cabeça enorme dentro de mim, ele para
e coloca a mão de volta debaixo do meu joelho.

Seu olhar fica preso em seu pênis e, com um impulso constante


de seus quadris, ele afunda em mim profundamente.

— Oh, isso é muito bom, — eu suspiro.

— Parece inacreditável, — Zach geme.

Ele levanta os olhos para mim. Quando nossos olhares se


conectam, ele começa a mexer os quadris. Lentamente, puxando tudo
para fora, após polegadas gloriosas, só para empurrar de volta com
requintada liberação. Ele inclina seu corpo em cima de mim para obter
um melhor ângulo, o que empurra os joelhos para trás até minhas
coxas estarem descansando contra o meu estômago e peito. Estou
quase dobrada ao meio, tornando a respiração um pouco difícil, mas
vale a pena porque Zach está a me penetrando tão profundamente
assim.

Zach me olha de perto, quase como se ele estivesse estudando


meu rosto. Enquanto a tentação de fechar os olhos é grande, porque eu
só quero mergulhar no sentimento dele, eu estou olhando de volta para
ele igual ao modo em que ele olhou para mim através do fogo na aldeia
quando ele fodeu Tukaba na minha frente. Eu sinto essa conexão
novamente, exceto que desta vez não há desafio e raiva em uma
tentativa de me assustar. Não, o seu desafio é manter o ritmo audacioso
dele... para ser varrida por esses incríveis sentimentos que os nossos
corpos estão criando.

Agarrando uma das minhas mãos, Zach a leva e a empurra entre


nossos corpos. — Toque-se, — ele exige.

Ao invés de obedecer, eu alcanço por baixo seu pau, envolvendo o


meu dedo polegar ao redor da base de seu pau enorme, enquanto ele

~ 108 ~
entra e sai mim. Dou a ele um aperto, e ele suga asperamente a
respiração.

Seu olhar se torna duro, mesmo quando eu o aperto novamente.


— Eu disse... para se tocar, Moira. Faça isso agora.

Então eu o aperto novamente, fecho meus olhos e gemo de prazer.

Zach puxou para fora de mim, fazendo com que minha mão caia
para o lado. A perda repentina de seu membro me deixa nitidamente
vazia. Meus olhos se abrem, e eu o encontro olhando para mim com os
lábios em uma linha reta.

— Não me desobedeça quando eu disser para você fazer alguma


coisa, — ele rosna.

Raiva, frustração sexual, e orgulho feminino tudo em guerra


dentro do meu cérebro em um esforço para fazer valer a mim mesma. A
raiva vence.

— Você não manda em mim, — digo a Zach.

— Neste exato momento, eu possuo todas as peças de seu corpo,


— ele me diz enquanto aperta minhas pernas que ainda estão presas
em suas mãos enormes. — Se você quer que eu continue a te foder,
então você vai fazer o que eu disser.

Zach empurra seus quadris para frente minuciosamente,


trazendo a cabeça de seu pênis de volta a minha entrada. Prendo a
respiração em antecipação, mas ele não se move mais. Eu me contorço
um pouco em uma vã tentativa de inflamá-lo ainda mais. Ele só olha
para mim.

— Você sabe o que você precisa fazer se você quiser meu pau,
Moira.

Soprando um suspiro de frustração, eu me envolvo em uma


guerra olhando para ele. Ele empurra apenas uma fração de polegada,
mas puxa a mesma quantidade, fazendo com que a minha carne trema
com a necessidade violenta e meu sangue começa a pulsar.

Ele espera fora de mim e, finalmente, eu não aguento mais.

— Tudo bem, — eu rosno, mergulho minha mão entre minhas


pernas para que meus dedos possam encontrar meu clitóris. No
primeiro toque, meus quadris empurram para cima, assim como Zach
recompensa minha submissão e bate em mim.

~ 109 ~
— Boa menina, — ele resmunga, enquanto ele me enche
completamente, e então ele se solta.

Meus dedos esfregam contra o meu clitóris, fazendo com que meu
orgasmo comece a acender quase imediatamente com a sensação do
seu pau grosso dentro e fora de mim, enquanto eu esfrego meu clitóris,
isso domina meus sentidos. Em um ato de desafio absoluto, porém,
com meus dedos dou alguns golpes de tesoura com meu indicador e o
dedo médio, empurrando-os para os lados de seu pênis, criando atrito
adicional contra seu eixo quando ele empurra para dentro e fora de
mim.

A primeira vez que eu faço isso, ele mostra os dentes e assobia


para mim, mas ele nunca para seus movimentos. Isso porque ele está
tão perdido com a névoa de luxúria e sensualidade que eu estou
sentindo ao mesmo tempo.

Seus quadris batem contra mim, seu pau entrando


profundamente. Meus dedos trabalham furiosamente e a nossa
respiração é tão dura e difícil, que eu tenho medo um de nós possa
sucumbir a um ataque cardíaco.

— Estou perto, Zach, — eu respiro, pressionando com mais força


no meu clitóris.

— Para gozar? — ele sussurra, batendo em mim brutalmente


duro.

—Sim. Você?

— Só um minuto, — diz ele, em seguida, puxa minhas pernas em


seus ombros, se inclinando mais de seu peso sobre mim. Ele bate as
mãos sobre o tapete ao lado das minhas costelas, e então libera o santo
inferno no meu corpo.

Zach começa batendo dentro de mim com tanta força que eu juro
que eu sinto minha coluna embutir no chão, mas o prazer que ele está
criando dentro de mim é tão grande que eu quero gritar para ele ir mais
duro.

Grunhidos, gemidos e suor batendo na minha carne. Suas bolas


batendo em minhas costas e meus dedos trabalham na minha própria
buceta. É insano, louco, selvagem, e uma porra desinibida. É
espetacular, e eu não consigo segurar mais. — Eu vou gozar, Zach.

Ele geme profundamente e, incrivelmente, ele vai um pouco mais


rápido, correndo atrás do seu próprio prazer.

~ 110 ~
Batendo em mim uma última vez, Zach fica completamente
imóvel e joga a cabeça para trás, fazendo com que seu longo cabelo
escuro caia pelas costas. — Eu estou gozando porra, — ele geme
quando todos os músculos se contorcem.

O prazer absoluto e divino pintado em seu rosto é a minha


perdição, e eu gozo junto com ele. Minhas mãos voam para cima e
prendem em seus bíceps, minhas unhas mordendo em sua carne, e
todo o meu corpo enrijece rigidamente por um breve momento, em
seguida, libera em um enorme orgasmo épico que rasga através do meu
corpo quase dolorosamente.

Me ocorre que Zach gozou três vezes em menos de uma hora, e,


no entanto, nós nunca sequer nos beijamos. Inferno, nós nunca sequer
ficamos totalmente nus. A maior concessão que ele estava disposta a
dar foi tirar minha calcinha do meu corpo. Zach me comeu duas vezes,
produzindo enormes orgasmos, e ainda assim eu nunca senti aqueles
lábios cheios em cima da minha boca.

Isto é apenas estranho... a maneira como nosso relacionamento


sexual tem progredido, mas então eu percebi que avançava em seus
termos, não nos meus, que estão enraizados em uma cultura que
normalmente começa com as preliminares de um beijo. As preliminares
de Zach começam com um bom aperto na parte de trás do pescoço.
Coisas fascinantes, mas, em última análise em conhecimento
desperdiçado a partir de uma perspectiva científica, porque eu nunca
poderia publicar esta pesquisa.

Depois que Zach voltou de seu orgasmo, ele tirou seu pau do meu
corpo lentamente e olhou para mim por um momento. Com uma mão,
ele esfregou os dedos levemente sobre o meu estômago inferior, e então
disse:

— Eu vou tomar um banho.

Ele se levanta sem dizer uma palavra e caminha pelo corredor até
o banheiro de hóspedes, fechando a porta silenciosamente atrás dele.

Eu rolo e puxo meus joelhos até debaixo de mim, me empurrando


e levantando do chão. Eu gemo da rigidez no pescoço e nos quadris,
testemunho da não tão suave surra que Zach deu em meu corpo. Me

~ 111 ~
curvo e pego minha calcinha, então vou para meu banheiro tomar
banho como o sêmen de Zack escorrendo pelas minhas pernas.

Outra diferença interessante em nossas culturas. Observei a


maneira que Zach tinha fodido Tukaba. Foi impessoal... desprovido de
emoção e sentimento. Foi uma maneira conveniente para ele procurar
sua libertação, ao mesmo tempo que flexionava seus músculos
superiores masculinos na frente de seus companheiros de tribo.
Quando ele terminou com ela, ele saiu dela e foi embora, deixando-a
prostrada no chão abaixo dele. Dado a barreira fria que parece existir
entre homens e mulheres Caraican, não é de admirar que Zach apenas
saiu de mim e foi embora. Eu não posso imaginar um homem como ele
fazer um afago depois do sexo.

E isso me deixa triste. Porque enquanto cada pedaço do domínio


que Zach tem afirmado sobre mim então apertando todos os meus
botões para o caminho certo, como mulher... uma mulher moderna que
abraça o lado emocional do ato sexual... como um caloroso abraço de
carinho e ternura é algo que eu estou sentindo falta profundamente
agora.

Ligo o chuveiro, eu espero até que a água fique quente e entro sob
o jato, molhando meu cabelo exaustivamente. Eu começo a lavar e
passar condicionador no meu cabelo, em seguida, me lavo com
sabonete com perfume de gardênia e uma esponja.

Houve um tempo em que Zach olhava para mim e eu juro que eu


pensei ter visto algo em seu olhar que parecia carinho. Foi uma
contradição com a cara arrogante que ele normalmente me mostra, e
me deu esperança de que, talvez, isso foi mais do que apenas uma vez.

E foi mais de uma vez, três vezes na minha conta.

Mas a maneira que Zach apensar se levantou abruptamente e se


afastou? Tão frio... tão indiferente da intimidade que tínhamos acabado
de compartilhar. Agora eu não tenho tanta certeza do que ele sente,
pareceu estar desconfortável perto de mim.

Eu apressadamente passo sabão no resto do meu corpo,


estremecendo ligeiramente ante a lembrança da ternura entre as
minhas pernas, mas, em seguida, estremecendo em memória do tempo
que Zach gastou lá.

Com um suspiro confuso, me enxaguo e saio do chuveiro. Dou a


meus dentes uma boa escovação e rapidamente seco meus cabelos para
que ele só fique ligeiramente úmido. De volta ao meu quarto, visto um

~ 112 ~
top de algodão e um par de calças de pijama soltos e rastejo para a
cama.

Quando eu começo a me sentir sonolenta, eu me lembro de um


pouco antes de sairmos da aldeia Caraican, quando Zach fez suas
despedidas. Ele não tinha feito nada, mas olhou para mim cada vez que
fazia contato visual. No entanto, havia um mundo de calor em seus
olhos quando ele agarrou cada um dos braços dos homens, e,
finalmente, envolveu Paraila em um abraço. Ele enfiou o rosto do velho
homem em seu peito e o abraçou apertado. As lágrimas saltaram aos
meus olhos, eu sabia que era um momento muito doce para ele e
Paraila.

Então Zach bagunçou o cabelo de todas as crianças, se curvando


para aceitar um colar de uma menina. Ele sorriu para as mulheres,
com os olhos demorando em Tukaba por mais um momento, depois se
virou e foi embora.

Então, eu sei que Zach tem profundidade de emoção. Ele mostrou


para mim quando ele foi se afastando de tudo que era querido ao seu
coração. Eu vi a dor e amor em seu rosto. Reconheci isso no modo como
ele segurava Paraila.

Zach tem abundância de sentimento; não é apenas


aparentemente algo que ele teve comigo neste momento. Acho que neste
ponto... é seguro dizer que talvez meu corpo não foi nada mais do que
um navio pelo qual ele poderia se lançar.

Isso não deveria me preocupar... não realmente. Mas que merda...


é isso que estou sentindo.

~ 113 ~
Capítulo Onze

ZACH

Pisando fora da barbearia, eu corro meus dedos pelo meu cabelo


recém cortado. Eu fiz isso por capricho em um impulso do momento,
tendo deixado a biblioteca cerca de meia hora atrás, e sem qualquer
pressa de voltar para a casa de Moira. Estava um belo dia lá fora, e eu
estava sentindo a necessidade de me afastar dessa sedutora de cabelos
de fogo.

Noite passada...

Não há palavras para descrevê-la. Não há palavras suficientes em


português ou inglês para descrever como inacreditavelmente destruído
eu fiquei quando eu gozei dentro de Moira pela primeira vez. Eu senti
liberar algo dentro de mim. E não foi apenas um orgasmo que disparou
através de mim com uma força que eu nunca senti antes. Senti algo
dando lugar dentro de mim... quase quebrando a minha alma.

Me assustando pra caralho, eu imediatamente procurei tatear


algo para me agarrar. Eu pensei brevemente na floresta e nos olhos
bondosos de Paraila. Tentei me lembrar a emoção da caça e da
camaradagem que eu dividia com outros Caraicans. Eu destruí minha
mente tentando buscar algum tipo de conforto que essas memórias
normalmente forneciam para mim, e eu voltei absolutamente vazio.

Então eu virei a cabeça para o lado e olhei para Moira deitada ao


meu lado no tapete. Seus olhos ainda estavam consumidos pelo desejo,
e a satisfação completa estava gravada em seu belo rosto. E esse
sentimento quebrado dentro de mim começou a diminuir, apenas para
ser substituído por uma necessidade premente de tocá-la novamente.
Com a minha língua.

Não havia pensamento real envolvido e, tão rápido quando uma


serpente leva para morder, meu rosto estava entre suas pernas e eu
provei dela... provei de mim... e eu estava perdido em euforia
novamente.

~ 114 ~
Nossa segunda transa foi tão frenética, mas também mais
íntima... mais pessoal do que antes. Ser capaz de ver o rosto dela e a
miríade de emoções que cruzavam ela cada vez que eu afundava nela foi
além de deslumbrante. Senti meu controle escorregar novamente e eu
lutava para mantê-lo, ordenando a ela para tocar a si mesma e, em
seguida, me torturando quando eu puxei para fora dela. Mas ela
finalmente me obedeceu, e eu fui capaz de transar com ela para outra
conclusão divina.

Depois disso... Eu não sabia o que fazer. Havia um desejo dentro


de mim para tocá-la... possivelmente puxá-la para meus braços, mas eu
não sabia se isso era apropriado. Tantas coisas que eu ainda não sei.
Tantas coisas ainda para aprender. Enquanto todos os meus instintos
sobre o que devo fazer com o seu corpo pareça absolutamente natural,
eu não tenho a menor ideia de como lidar com Moira quando o brilho do
sexo glorioso desaparece.

Em vez disso, eu andei para longe dela como eu teria saído de


Tukaba. No entanto, eu não me sentia bem, porque eu nunca teria feito
essas coisas com Tukaba. Não quero fazer as coisas com Tukaba.
Somente com Moira.

O que não consigo entender é se eu estou sendo preso a uma


nova cultura, ou eu estou apenas sendo vítima de Moira. Nenhuma
opção parece satisfatória para mim.

Então, quando eu acordei esta manhã, eu me vesti, peguei o


dinheiro que Moira tinha me dado, e saí da casa. A porta do quarto de
Moira ainda estava fechada, mas eu não me preocupei em deixar um
bilhete. Ela tinha me dito que eu era livre para ir e vir quando eu
quisesse, e ao lado disso... eu não sabia o que dizer a ela.

A primeira parada foi em um pequeno café que ficava a poucas


quadras da biblioteca. Entrei e fui imediatamente dominado pelas
escolhas que estavam disponíveis. Mochas, lattes, cappuccinos. Eu não
tinha ideia o que isso significava, então eu pedi apenas uma xícara de
café preto e paguei por minha compra. Me sentei do lado de fora por um
tempo em uma pequena mesa com um guarda-sol para me sombrear,
observando as pessoas caminhando. Eu dei especial atenção às
mulheres, comparando cada uma delas com Moira. Tentando descobrir
o que tinha sobre ela que me colocava de lado... que a fez tão intrigante
a todos os meus sentidos.

Eu não cheguei a uma única resposta.

~ 115 ~
Finalmente, eu terminei meu café e fui para a biblioteca. Eu só
vagava sem rumo em torno das pilhas de livros, vendo um na prateleira
de vez em quando para ler a sinopse. Nada foi atraente para mim, então
eu saí.

Foi quando eu vi a barbearia do outro lado da rua e, depois de


uma pausa no trânsito, caminhei até lá. Espiando na janela, vi um
homem cortar o cabelo. Eu distraidamente passei os dedos pelo meu
próprio cabelo comprido, pensei no orgulho que tenho em usar este
corte Caraican. O que significaria se eu cortasse tudo? Eu estaria
virando as costas para a minha herança? Exceto... que não era a minha
herança. Não verdadeiramente. Às minhas raízes básicas, eu era um
homem americano. No entanto, eu tinha visto muito homens desde que
cheguei aos Estados Unidos com uma variedade de cortes. Alguns
longos, outros curtos, alguns no meio. Não havia nada sobre o cabelo de
um homem que parecia identificar sua natureza. Era apenas... cabelo.
Talvez fosse apenas cabelo em Caraica também.

Me sentei ali por alguns minutos, tentando decidir o que fazer.


Em última análise, eu pensei em Paraila e algo que ele me ensinou
quando eu era um garoto quando um dos anciãos da nossa tribo tinha
morrido.

Como é costume, o corpo foi pintado com símbolos que falam de


sua jornada pela vida. A coroa de folhas de bambu foi colocada sobre
sua cabeça, e uma orquídea selvagem estava aninhada em suas mãos.
Ele foi colocado sobre uma pira funerária, e, em seguida, seu corpo foi
queimado até não sobrar nada, apenas seus ossos.

Quando as brasas tinham se esfriado ao toque, as mulheres


vasculharam as cinzas e recolherem os ossos queimados. Em seguida,
foram esmagados com um almofariz e pilão até ficar um pó fino. Leite e
banana foram adicionados, e o ritual fúnebre foi completado por cada
pessoa na tribo tomando esta bebida até que nada restasse.

— Por que estamos bebendo ossos de Capa? — perguntei a Paraila


quando a cabaça foi passado para mim. Colocando a mão suavemente
sobre os meus ombros, ele disse:

— Você sabe que a vida é criada quando um homem e uma mulher


estavam deitados, Cor'dairo?

~ 116 ~
Eu balancei a cabeça que eu tinha entendido isso. Foi uma das
primeiras coisas que Paraila sempre me ensinou... depois que eu vi pela
primeira vez um acasalamento de um homem com uma mulher.

— Bem, nós estamos fazendo nada mais do que voltar Capa à


vida. Nós ingerimos seus ossos e o tornamos parte de nós. Então, quando
a nova vida é criada, uma parte de Capa vai renascer, e seu espírito vai
viver dentro da tribo. Para nós, a vida nunca termina. Você sempre vai
voltar de uma forma ou de outra. Tudo vem de volta no final.

Enquanto eu observava o barbeiro lá dentro pegar uma escova e


limpar o pescoço do homem, eu pensei sobre os ensinamentos de
Paraila. Tudo sempre volta no final. Eu não hesitei um segundo a mais.
Caminhei para dentro e perguntei quanto era o corte de cabelo, e depois
pedi ao barbeiro para cortar.

Quando ele me virou na cadeira e eu me vi no espelho, eu esperei


pela tristeza me bater por meu cabelo ter sido cortado... porque era uma
das coisas que me identificavam como um Caraican. Mas isso não
aconteceu. Eu só olhei com interesse, notando quão curto estavam nas
laterais, mas ele deixou um pouco mais em cima. Meu cabelo era na
verdade um pouco ondulado e, sem o peso das longas madeixas
puxando para baixo, ele caia nas extremidades em cerca de uma dúzia
de maneiras diferentes. Eu parecia mais jovem, ou assim eu pensava, e
eu estava satisfeito em geral.

Do lado de fora da barbearia, eu olhei para baixo na rua à


esquerda e à direita, tentando decidir o que fazer. Não havia dúvida,
Moira estaria por lá agora, mas eu ainda não estava pronto para
enfrentá-la. Eu não tinha ideia de onde estávamos, e eu não estava
pronto para descobrir ainda. Então eu fui na direção oposta, eu só
comecei a andar. Eu preciso de mais tempo para pensar.

Eu estou tão perdido.

Como diabos isso aconteceu?

~ 117 ~
Estive navegando meu caminho através da Amazonas pela maior
parte da minha vida, fazendo novos caminhos com meu facão e
explorando áreas desconhecidas. Eu sempre achei o caminho de volta.

Mas após uma caminhada ao redor dos subúrbios de Evanston,


Illinois, eu não tinha nenhuma pista de merda de onde eu estava.
Recuando em uma nova rua, eu esperei por alguma familiaridade, mas
não encontrava nada, mas novas paisagens apareciam. Eu ando por
mais alguns quarteirões até sair em outra rua que tem algumas
empresas. Um pequeno restaurante, uma loja com coisas antigas e um
chaveiro. Sem qualquer ideia do que isso significa.

Bastou descer a rua e em um pequeno estacionamento, vejo dois


carros de polícia estacionados lado a lado, de frente em direções
opostas. Sei o que são esses, e vou em direção a eles. Eu tenho uma
memória súbita e distinta de um policial que vinha à minha escola
quando eu era pequeno. Eu não me lembro muito bem por que ele
estava lá, mas ele falou com a nossa classe, e eu me lembro dele estar
em uma posição de autoridade e segurança. Eu imaginei que eles eram
a minha melhor aposta para descobrir como voltar para Moira.

Quando me aproximo dos carros, vejo que as janelas estão


abertas, e os policiais estão conversando entre si. Seus olhares se
levantam para mim, e um dos policiais me dá um pequeno sorriso. —
Posso ajudar?

Coço a cabeça, porque isso é estranho e embaraçoso, então digo a


ele, — Sim... eu estou perdido, não consigo encontrar o caminho de
volta para casa da minha amiga.

O oficial arqueia a sobrancelha para mim. — Novo na área?

— Você poderia dizer que sim, — eu digo a ele.

— Qual é o endereço e eu vou te dizer a direção certa?

Endereço? Merda.

— Um... honestamente, eu não sei. É uma casa branca com


venezianas pretas.

Eu posso ver de imediato a imagem de desconfiança no rosto do


policial, e ele abre a porta do carro para sair. — Você não sabe o
endereço? — pergunta com ceticismo. — E você diz que é a casa de uma
amiga?

~ 118 ~
Eu coloquei o meu mais amigável sorriso. — Ok, eu sei que isso
soa estranho... mas, um... na verdade, eu tenho vivido no Brasil nos
últimos 18 anos e a mulher que eu estou ficando foi contratada para
trazer me de volta aqui para os Estados Unidos e me ajudar a ajustar a
esta cultura. Eu estava hospedado na casa dela.

Aparentemente, isso não ajuda a ficar melhor porque eu vejo


aumentar a desconfiança do policial. O outro oficial agora sai de seu
carro e fecha cuidadosamente a porta para mim. Espero que a qualquer
momento eles puxem suas armas ou algo assim, para me faz ficar
inquieto. Talvez não tenha sido uma boa ideia, então eu dou um passo
para trás.

— Você precisava de ajuda para se aclimatar com o quê? Seu


Inglês parece muito bom para mim, — diz o policial.

Respirando fundo, eu explico. — Na verdade, eu morava na


Amazônia... com uma tribo indígena. Esta é a minha primeira vez de
volta ao mundo moderno. A mulher é uma antropóloga de
Northwestern, e ela foi contratada pelo meu padrinho para me resgatar
e me levar para casa.

Agora, as sobrancelhas do policial se levantam bem altas com a


surpresa. Um deles diz: — Você está zoando com a gente?

— Não, senhor. Eu só não quero que atire em mim, — digo a ele


com um sorriso.

O outro oficial começa a rir e entra de volta em seu carro. — Eu


vou puxar o endereço dela, Carter, e dê a ele uma carona até lá.

O policial, cujo nome eu agora sei que é Carter, acena e entra de


volta em seu próprio carro. — Vá em frente e entre no banco traseiro.
Ele vai te levar até lá.

Com alívio, agradeço a ele e entro em outro veículo do policial.


Quando eu fecho a porta, ele diz: — Eu sou Diretor Stevens. Qual é o
seu nome, amigo?

— Zacharias Easton, — eu digo a ele.

— E o nome da sua amiga?

— Moira Reed. — eu informo e, em seguida, acrescento, — Eu


realmente aprecio isso. Eu não posso acreditar que eu me perdi.

~ 119 ~
— Pode acontecer com o melhor de nós, — diz ele, enquanto ele
digita em um pequeno computador montado em seu painel. — Então,
você realmente viveu na Amazônia por 18 anos?

— Sim. Meus pais eram missionários lá, e eles morreram quando


eu tinha oito anos. A tribo me adotou. Eu não tinha ideia de que havia
alguém aqui nos Estados Unidos à minha procura. Não me lembro de
muita coisa sobre a minha vida aqui.

— Incrível, — diz ele, pensativo. — Ok, consegui. Moira Reed... ela


mora em Kopoula Street.

— É isso aí, — eu digo com reconhecimento.

— Tudo bem, — diz ele enquanto liga o carro. — Coloque o cinto


de segurança, e eu vou levar você em casa.

Quando chego na garagem de Moira, suspiros de absoluto alívio


passam através de mim. É um sentimento de merda estar perdido e fora
de controle. Eu tento abrir a porta do carro, mas ela está trancada.

— Espere, — diz Diretor Stevens. — Eu vou ter que abrir do lado


de fora.

Ele sai do carro quando eu tiro o cinto de segurança e a porta se


abre, e eu saio para a garagem. — Obrigado. Eu realmente agradeço
isso.

— Não se preocupe, — ele diz com um sorriso. — Mas eu vou até


a porta com você.

Ahhh. Eu entendi. Ele quer ter certeza de que Moira realmente me


conhece, e que eu não sou um lunático tentando assassiná-la. Muito
impressionante.

Pouco antes de chegar no degrau da varanda da frente, a porta se


abre, e Moira vem correndo. Ela parece impressionante, com o cabelo
inflamado preso em um rabo de cavalo alto. Ela está usando um vestido
amarelo manteiga com flores brancas ao redor da bainha. — Oh, graças
a Deus, Zach. Estava muito preocupada com você.

~ 120 ~
Seus olhos fixam entre o policial e eu, mas quando eles param em
mim, ela diz surpresa: — Você cortou o cabelo.

Meus dedos se levantam até meus cabelos. — Sim... acho que


sim.

Ela sorri para mim brevemente e diz: — Eu gostei. — Virando-se


para o policial, ela diz: — Está tudo bem?

— Está tudo bem, minha senhora, — garante ele. — Ele ficou um


pouco perdido e não conseguia se lembrar de como para voltar cá. Eu
suponho que você conhece esse homem.

— Sim, ele está ficando comigo desde que veio do Brasil.

— Ele me contou a história. Isso é incrível, — diz ele gentilmente.


—Bem, eu preciso voltar ao trabalho. Cuidem-se.

Nós dois dizemos adeus, de pé na varanda e observamos quando


o oficial segue seu caminho. Quando ele se foi, eu me viro e olho para
Moira. — Eu sinto muito por ter preocupado você. Eu só estava
andando e não entendo como eu fiquei tão perdido.

Antes de saber o que está acontecendo, Moira se lança para mim,


batendo seu corpo no meu. Sua cabeça repousa sobre o peito e os
braços envolvem em torno de minha cintura. Espremendo apertado, ela
diz: — Eu estava morrendo de preocupação. Eu não tinha ideia do que
aconteceu com você.

Meus braços vieram para cima e timidamente envolveram em


torno dela. O jeito que ela está tão corajosamente me tocando já me
confunde. Não é um toque sexual, mas sim um caloroso abraço de
alívio. Foi bom ter me perdido.

— É isso aí, — diz ela, enquanto ela me libera e puxa de volta. —


Vamos sair agora e comprar um telefone celular para que você possa me
ligar se algo assim acontecer de novo.

— Parece bom, — eu digo a ela com um sorriso. — Eu sei que não


vai ter um policial em cada esquina para me ajudar o tempo todo.

Moira se afasta e volta para a casa. Sigo-a, observando que seus


ombros ainda estão apertados, então eu sei que alguma coisa a está
incomodando. Ela entra na cozinha e pega a uma xícara de café que
estava sobre a mesa. Eu vejo como ela derrama o conteúdo na pia e, em
seguida, enxágua a xícara. Eu silenciosamente me aproximo dela e,
quando ela se vira, eu não hesito um segundo. Minhas mãos vão para o

~ 121 ~
rosto dela, e eu a puxo para mais perto de mim. Seus olhos se
arregalam, e sua boca se abre um pouco.

Perfeito.

Eu abaixo meu rosto e toco a minha boca na dela.

O nosso primeiro beijo.

Meu primeiro beijo com uma mulher.

Moira suspira ao leve toque, e o instinto assume. Eu deslizo


minha língua entre seus lábios... seus dentes e, quando toco a língua
dela, uma lufada prazer sai da minha boca na dela. Meus lábios se
movem contra os dela, nossas línguas se entrelaçando. Ela tem gosto de
café e açúcar. Inacreditável quão suave são seus lábios.

Envolvendo as mãos em volta do meu pescoço, Moira me puxa


para baixo um pouco mais, e nossas bocas se movem apenas um pouco
mais duras contra a outra. Meu sangue acelera enquanto minhas mãos
se deslocam de seu rosto até os quadris para puxar o corpo dela para o
meu. Meu pau começa a endurecer, e eu entendo agora... como um
beijo suave e doce pode ficar mais ousado, se tornando tão sensível que
o sexo seria o próximo passo lógico.

Sexo sim... é definitivamente o próximo da lista. Esse não era o


meu pensamento original quando eu a beijei, mas é certamente o meu
pensamento agora.

Meu único pensamento de fato.

Largando minhas mãos, eu rapidamente coloco uma mão sob a


barra da saia dela e corro meus dedos até o interior de sua perna. Moira
engasga em minha boca e seus quadris flexionam para a frente,
buscando o meu toque. Eu deslizo um dedo sob a borda da calcinha no
vinco de sua perna, e acaricio sua vagina. Quente e molhada... porra,
perfeito.

Eu afundo meu dedo dentro dela, e Moira se contorce contra mim.


Sua boca puxa um pouco da minha e ela morde o lábio, me fazendo
afastar. Eu olho para ela com surpresa, e seus olhos me desafiam a
continuar o beijo.

Porra, sim, eu posso ter um pouco de mordida. Com meu dedo eu


bombeio dentro e fora dela, eu bato meus lábios de volta para os dela e
a beijo com uma necessidade selvagem.

~ 122 ~
As mãos de Moira vão para o botão na minha bermuda e ela
trabalha com ele freneticamente, quase rasgando o zíper quando ela o
desce. Suas mãos suaves e quentes chegam até meu pau e oh, merda...
me sinto no céu.

Eu nunca tive a mão de uma mulher no meu pau antes. Então, é


bom pra caralho. Ela acaricia e me aperta, fazendo com que meu dedo
empurre mais duro em sua carne quente, enquanto a minha cabeça
gira com tonturas. Eu sinto que eu vou quebrar em apenas mais alguns
golpes curtos de sua mão, meu peito arfando com o esforço de tentar
manter algum nível de controle.

Moira está lá, o rosto corado, os olhos vidrados, e sua respiração


tão pesada quanto a minha. Eu olho para as minhas mãos, e elas estão
tremendo. Tremendo porra.

—Zach? — Moira diz suavemente.

Meus olhos sobem aos dela lentamente.

— Eu quero fazer uma coisa para você, — ela sussurra. — Eu


quero te levar na minha boca.

Oh, porra.

Um tremor sísmico percorre meu corpo com o pensamento. Sim,


sim, sim. Eu quero muito. Sua boca em volta do meu pau, assim como
eu vi a mulher no vídeo que eu assisti. As imagens de Moira fazendo
isso comigo é quase demais para suportar. Eu não tenho certeza de que
eu posso manter o controle. Estou bastante certo de que ela vai me
quebrar.

— Não, — eu digo a ela. — Ainda não.

— O quê? — ela pergunta atordoada. — Mas eu quero-

— Vire-se, — eu ordeno a ela. — Securve sobre a mesa da


cozinha.

— Zach? — pergunta ela, hesitante.

— Faça isso, — eu peço a ela. — Eu quero te foder por trás.

Porque é muito íntimo olhar para o rosto dela. Eu simplesmente


não poderia lidar com os sentimentos que irá invocar.

Decepção enche os seus olhos e, por um breve segundo, eu


reconsidero. Mas eu não posso deixá-la ter o controle. É a única coisa

~ 123 ~
que resta da minha verdadeira natureza, e se ela tiver isso, então ela
tira tudo de mim.

Moira inala profundamente pelo nariz e exala suavemente através


de sua boca, antes de se afastar de mim. Mas ela não anda para a
mesa, em vez disso, caminha para a direita e pega a sua bolsa sobre a
mesa do lado da porta. Ela pega a maçaneta para abrir a porta.

— Eu vou sair para comprar um telefone celular. Volto daqui a


pouco.

Ela nem sequer olhar para mim de novo, enquanto ela sai pela
porta e fecha atrás dela.

~ 124 ~
Capítulo Doze

MOIRA

Eu tenho evitado falar com Zach há três dias. Não tem sido difícil,
já que ele não está falando comigo. Eu me ofereci para levá-lo a lugares,
mas ele se recusou, dizendo que tinha alguns livros que ele queria ler.
Ele se isolou em seu quarto e sai na hora das refeições, come em
silêncio e responde todas as perguntas que eu poderia fazer com
respostas curtas de uma só palavra.

Eu sei que o que o chocou foi quando eu não fiz o que ele exigiu
no outro dia. Deus, eu queria tanto que ele me fodesse por trás, como
ele ordenou, mas algo dentro de mim se recusava a ceder. Zach está se
afastando de se envolver em intimidades sexuais, tentando se manter
firme ao seu controle. Tenho a sensação de que a perda de sua
disciplina pode ser demais para Zach suportar neste momento, e eu não
quero que ele faça algo que não se sinta confortável.

No entanto, eu não posso ser a única a se curvar a todos os seus


caprichos também. Eu não estou acostumada a ser dessa forma. Não a
o longo prazo de qualquer maneira. Eu nunca vou me arrepender nem
por um momento de ter cedido a ele na primeira vez. Deixá-lo me
prender ao chão em uma exibição gloriosa de seu domínio superior. É
algo que eu tinha maliciosamente sonhado desde o dia em que coloquei
os olhos nele. Eu sei que a sua natureza é dominar, forçar a submissão,
e até mesmo a segunda vez que tivemos relações sexuais, ele tinha que
fazer valer a sua vontade em mim.

Uma vez que a barreira foi quebrada dentro de mim, eu sabia que
não havia como voltar atrás. Eu não podia desfazer o que tinha feito
antes, e eu não queria. Eu também quero fazer isso de novo, e de novo,
e de novo com ele. Mas eu tenho uma natureza inerente também, e eu
quero ter uma via de duas mãos quando se trata da minha sexualidade.
Eu gosto de dar, e eu quero que ele receba, mas Zach tem que querer
isso também. E, infelizmente, não parece que ele quer em tudo.

~ 125 ~
Eu também sou uma mulher, não vamos esquecer isso. E quase
me matou quando Zach se afastou de mim na outra noite, mesmo que
eu ainda tenha lampejos de prazer correndo por mim. Qualquer
fantasia de Zach me puxando para seus braços e acariciando meus
cabelos com ternura foram esmagadas ali mesmo.

Então, eu não tenho certeza de onde isso nos deixa. Meus


sentimentos estão amarrados, mas eu também tenho que ficar de olho
no prêmio. E isso é, me certificando que Zach tenha um adaptação
saudável aqui neste novo mundo que ele está enfrentando. Eu não
posso fazer isso se nós dois estamos amarrados em nossa incerteza
sobre onde estamos um com o outro. O único problema é que eu não sei
como abordar nada disso com Zach, então eu mantive o meu silêncio e
esperei um tempo.

Infelizmente, o tempo urge. Randall Cannon está ansioso para


nós o visita-lo em Atlanta, e eu não posso deixá-lo de fora por mais
tempo.

Caminhando de volta para o quarto de Zach, eu bato suavemente


na porta. — Zach?

Eu posso ouvir o ranger da cama e depois passos. Ele abre a


porta, a poucos centímetros de mim.

— Você tem um minuto para conversarmos?

— Claro, — ele diz, me seguindo para a sala de estar. Ele está


usando um shorts cargo verde oliva e nada mais. Isso está baixo em
seus estreitos quadris, e me pergunto se algum dia haverá um tempo
em que eu possa olhar para ele sem a minha boca ficar seca.

Me sento no sofá e ele senta no banco do outro lado, dobrando


seu corpo em minha direção, lançando o braço sobre a almofada
casualmente.

— Randall ligou esta manhã. Ele está ansioso para nos ver e
encontrar com você. Gostaria de reservar para nós um voo para
amanhã.

Espero uma luta de Zach, porque ele tem sido intransigente ao


longo de tudo sobre seu desgosto com Randall Cannon. Embora eu ache
que ele tenha me perdoado, por meu papel em nossas transgressões
contra ele, mas ele ainda está abrigando um mundo de sentimentos
amargos contra seu padrinho.

— Quanto tempo vamos ficar lá?

~ 126 ~
Encolho os ombros. — Eu não tenho certeza. Talvez apenas
alguns dias. Sei que ele está ansioso para conhecer você.

— No entanto, eu não quero conhecê-lo, — diz ele.

— Eu sei, — eu digo com um suspiro de frustração. — Então,


vamos planejar ficar dois dias, e depois podemos voltar se você quiser.

— Tudo bem, — diz Zach e começa a se levantar do sofá.

— Espere um minuto, — eu digo desesperadamente porque eu


não suporto o modo frio com que ele tem me tratado. Tenho saudades
do humor fácil, que tinha começado a surgir dentro de Zach não muito
tempo atrás, e a perda de sua inocente curiosidade sobre as coisas. Eu
sinto falta de apenas falar com ele, e eu estou morrendo por algo aqui.
— Você está com raiva de mim... porque eu não fiz o que você pediu
outro dia?

Zach se acomoda de volta na almofada e esfrega as mãos pelo


cabelo. Ele se vira para olhar para mim, — Não, eu não estou bravo.
Frustrado, mas não bravo.

— Eu sinto muito, — eu digo a ele sinceramente. — Eu não estou


sendo contrária. Somente... eu sou diferente das mulheres que você
está acostumado, e eu simplesmente não posso me submeter a suas
demandas o tempo todo.

— Eu sei, Moira, — diz Zach quieto... um pouco triste. — Eu acho


que foi apenas um bom lembrete de que eu não pertenço a este lugar. A
maneira como você é... tão confiante e segura de si, querendo certas
coisas, e você sabe o que é melhor para você. Você não precisa de um
homem... não realmente. É difícil para mim aceitar isso.

Meu coração afunda mais em suas palavras, porque eu reconheço


a finalidade em seu tom. Eu quero discutir e brigar contra o que ele
está dizendo. Eu quero dizer a ele para tentar algo novo, dar a ele uma
chance. Mas eu não posso. Estaria defendendo algo que eu quero
pessoalmente, não o que é melhor para Zach. Eu não estou aqui para
mudá-lo, apenas para ajudá-lo a entender as coisas. Me parece que ele
entende suficientemente bem as coisas, portanto, isso significa que eu
preciso deixá-lo sozinho.

— Olha, — diz Zach, de pé do sofá novamente. — Eu estou indo


buscar as malas. Apenas me avise quando sairemos, e eu estarei
pronto.

~ 127 ~
— Tudo bem, — murmuro, sentindo a necessidade desesperada
de me agarrar a outra conversa, mas percebendo no meu coração que
não há nada mais a dizer.

A viagem de avião para Atlanta é sem intercorrências e depois de


um passeio de vinte minutos de táxi, estamos finalmente indo para uma
imensa longa entrada delimitada por carvalhos imponentes. E ventos ao
longo de um bom quarto de milha, e depois de uma curva, revelando
uma enorme mansão em estilo Tudor. Ela se estende para cima com
telhados íngremes, painéis em estilo enxaimel incrustados com
alvenaria de espinha de peixe, uma varanda extensa que pode abrigar
cerca de uma centena de pessoas, e no alto, janelas gradeadas que
refletem o sol do início da tarde.

O taxista avança para cima em um grande caminho circular, e a


porta da frente abre imediatamente quando saímos do carro. Vejo
Randall descendo os degraus da frente, procurando se encaixar em um
par de shorts cáqui pressionadas, uma camisa polo branca e sapatos
marrons. Ele é seguido por um homem de cerca de seus quarenta anos,
usando um par de calças pretas e uma camisa branca.

— Sam... pegue as malas e as leve para os seus quartos, — diz


Randall para o homem, que não tira o olho de nós, mas faz o que lhe
mandam.

— Aí está você, — diz Randall, — seja bem-vindo, — posso sentir


Zach tenso ao meu lado. Os olhos de Randall observam cada parte de
Zach, a partir de sua cabeça até os pés. Quando seus olhos se voltam,
eu posso dizer que ele está um pouco surpreendido com o olhar gelado
no rosto de Zach. Randall se vira para mim e diz: — É bom ver você de
novo, Moira.

Eu aperto sua mão e viro para Zach. — Randall... este é Zach


Easton.

Randall olha e estende a mão para Zach, que relutantemente,


mas educadamente a toma. — Claro que este é Zach. Ele se parece com
ele quando ele era um garotinho. Bem-vindo, Zach. Bem-vindo a minha
casa, e eu quero que você se sinta como em sua própria casa.

~ 128 ~
Zach faz uma careta e não diz uma palavra. Randall solta sua
mão, e o silêncio fica um pouco estranho.

— Sim... bem, entre. Tenho certeza de que você está cansado de


sua viagem. Vou pedir a Sam para mostrar seus quartos, e nós iremos
jantar em torno de sete da noite. Zach... Eu tenho um monte de fotos de
seus pais que eu adoraria mostrar a você, e, claro, eu quero conhecê-lo
melhor.

Zach ainda não responde, então eu digo. — Isso parece um ótimo


plano, Randall. E enquanto isso nós poderíamos descansar um pouco
antes do jantar, certo Zach?

— Claro, — é tudo o que ele diz e nós seguimos Randall para a


casa.

Caminhamos para o hall de entrada de mármore com duas


escadas curvas que levam até o segundo andar. As paredes são forradas
de um rico mogno e cravejada com pinturas a óleo de aparência cara. A
mesa redonda grande fica no meio do hall de entrada com um arranjo
de flores frescas de lírios altos, de pelo menos, um metro que enchiam o
ar com o seu intenso perfume.

— Sam... você poderia mostrar a Zach o seu quarto? Eu gostaria


de falar com Moira por um momento.

Estendendo a mão, eu toco Zach levemente no cotovelo. — Eu vou


te ver em alguns minutos, ok? — ele balança a cabeça e segue Sam até
a escada.

— Vamos para a biblioteca, — Randall diz, e eu o sigo até uma


sala ao lado do hall de entrada que me tira o ar. Três andares de altura,
a biblioteca é empilhada do chão ao teto com prateleiras de livros da
mesma madeira escura de mogno. Cada andar tem um balcão com
prateleiras na parede, e uma enorme escadaria em espiral ascendente
para permitir que você alcance as pilhas de livros. O mobiliário é de
couro, profundamente almofadado, e de cor azul profundo. A grande
lareira ocupa uma parede, mas ela está vazia, já que estamos no meio
do verão no sul. Uma escultura em mesa de madeira curvada quase em
um design de ferradura está em uma das extremidades da sala, com um
único laptop em cima dela.

O lugar cheira a elegância, mas também é acolhedor, como seria


de se esperar de uma biblioteca. Ela se encaixa totalmente a um
homem, e me lembro da primeira vez que encontrei Randall Cannon em
seu escritório no centro de Atlanta.

~ 129 ~
— Dra. Reed... Mr. Cannon irá vê-lo agora, — eu ouvi da
recepcionista e olhei para cima para vê-la sorrindo para mim.

Levantei da cadeira de couro que eu estava sentada e a segui a um


amplo corredor decorado com suntuosos tapetes, paredes revestidas de
tecido, e obras de arte que parecia ter saído do The Met.

Apressadamente enxuguei minhas mãos contra o tecido de lã da


minha calça, respirei fundo. Esta reunião era enorme. Poderia mudar o
curso da minha carreira, e eu estava disposta a fazer o que fosse preciso
para levar este negócio adiante.

Abri uma porta grande de madeira, a recepcionista abriu e me fez


um sinal. Eu brevemente olhei para o carpete com um tecido verde
escuro, bordas de ouro em torno do escuro piso de madeira. A mesa de
madeira enorme e ricamente esculpida ficava no meio da sala com uma
grande cadeira de couro bordô cravejado com botões de metal. A skyline
de Atlanta, Georgia se levantava do outro lado da janela, com céu azul e
nuvens macias ao redor.

— Doutora Reed. Eu ouvi uma voz rouca, e eu me virei para ver um


homem com cabelo curto branco de neve se aproximando de mim. Ele
estava vestido com um terno preto caro com uma gravata azul-claro que
eu aposto que custam mais do que toda a minha roupa.

Ele estendeu a mão para mim, e eu o cumprimentei. — Randall


Cannon, — ele disse, enquanto nós demos as mãos.

— É um prazer conhecê-la.

— O prazer é todo meu, Sr. Cannon, — eu disse a ele sinceramente.


E estava... sendo verdadeiramente sincera, porque quando esse homem
entrou em contato comigo há três semanas, foi para me oferecer a
oportunidade de uma vida.

— Por favor... me chame de Randall. Venha...venha.... E sente-se.

Ainda segurando minha mão, ele me levou até um sofá baixo de


couro preto e fez sinal para eu me sentar. Ele tomou o seu próprio assento
em uma cadeira em frente a mim, com uma mesa de café de mogno nos
separando. Havia um serviço de chá completo deixado lá.

— Você gostaria de um pouco de chá? Café? Água? — perguntou


ele.

~ 130 ~
— Não, obrigada.

Eu estava muito nervosa. Ele se inclinou para frente em sua


cadeira, e vi quando ele se serviu de uma xícara de chá com rápida
eficiência. Quando ele adicionou um cubo de açúcar, ele disse: — Eu
estava ansioso para conhecê-la e discutir esse projeto que eu tenho.

Eu estava ansiosa também. Essas últimas três semanas, enquanto


eu estava terminando uma aula na Universidade de Northwestern, tinha
sido brutal. Enquanto eu adorava o ambiente acadêmico e estava feliz
por ter cargo de professora associada, eu sentia como se meu cérebro
tivesse ficado estagnado. Eu queria aprender algo novo... eu queria estar
envolvida em algo que fosse inovador.

Assim, quando Randall Cannon entrou em contato comigo sobre um


projeto antropológico ele pensou que eu talvez pudesse estar interessada,
eu estava mais do que ansiosa para ouvir o que ele tinha a dizer. Claro,
poderia não ser algo que eu estivesse interessada, mas definitivamente
valeu a viagem de avião até aqui, às suas custas, é claro.

Randall Cannon era admiravelmente saudável. Aos sessenta e


cinco anos, apesar do cabelo branco que ele ostentava, ainda tinha a
aparência de alguém na casa dos quarenta. Seus olhos eram animados e
interrogativos, sua pele muito suave. Eu li sobre ele antes de vir, e eu
sabia que ele ganhava dinheiro como CEO de uma das maiores lojas de
departamento do país, Cannon. Agora tinha uma filial em praticamente
todos os shoppings da América.

Ele nunca tinha sido casado, mas eu encontrei muitas fotos dele
on-line com várias beldades jovens em seus braços. Parecia que as
mulheres só tinham cerca de metade da sua idade, que dava... mais
poder a ele.

— Estou muito ansiosa para ouvir mais sobre o seu projeto


também, — eu disse a ele. Eu vi como ele se recostou na cadeira e
equilibrou a xícara com as duas mãos.

— Eu fiz um monte de pesquisa antes de entrar em contato com


você, — disse ele. — Sua experiência em tribos indígena da Amazônia é
exatamente o que estou procurando.

— Há muitos antropólogos com essa experiência, — eu disse a ele


humildemente.

— Sim, mas muito poucos deles centraram a suas pesquisas sobre


a evolução cultural, pesquisando como eles fazem contato com o mundo

~ 131 ~
moderno. A maioria só parecem querer estudar como elas existem e
sobrevivem, não como eles são forçados a se desenvolver em
circunstâncias incomuns.

Sim... isso realmente não era preciso. À medida que a Amazônia


estava sendo devastada de suas árvores, e cada vez mais as tribos eram
forçadas a se adaptarem ao mundo moderno, pesquisadores estavam
sendo mortos vendo essa maravilha desdobrar. Muitos dos índios
trabalhavam com os madeireiros, ganhando um salário que não lhes
fazia nenhum bem realmente, quando eles voltavam para suas casas na
selva.

Mas em que eu era diferente foi em acompanhar e estudar os


índios que haviam deixado para trás sua existência e movidos
exclusivamente para o mundo moderno. Minha tese de doutorado foi um
estudo de cinco índios indígenas da Amazônia que se mudaram para as
grandes cidades metropolitanas e aprenderam a entrar na força de
trabalho. Os segui por um ano, documentando tudo, de como eles
aprenderam uma nova língua, a forma como eles aprenderam a comer
com um garfo. Três dos meus índios em estudo acabaram voltando para
suas tribos, incapazes de lidar com o mundo civilizado. Dois tinham se
adaptado bem, com um a pouco de terminar seu curso de graduação no
Rio.

— Você disse que tinha um projeto que era semelhante ao meu


trabalho de tese, — eu disse a ele.

— Sim. É bem um conto incrível, que não é conhecido, mas a


apenas um grupo seleto. Você acredita em milagres, Dra. Reed?

— Do ponto de vista científico, eu temo que não. Mas do ponto de


vista espiritual, eu acredito em possibilidade. Sem possibilidade, não
temos a esperança.

Randall me deu um sorriso brilhante. — Bem... um milagre


aconteceu para mim, e eu preciso contar a você a história completa para
que possa entender a oportunidade do que está sendo apresentado a
você.

Meu estômago começou a afundar quando eu estava começando a


pensar que esse cara poderia ser um fanático religioso e queria que eu
fosse caçar alguma relíquia na floresta tropical. Eu tinha feito duas
outras expedições na selva desde a graduação com o meu Doutorado
dois anos e meio atrás, mas estava longe de ser uma especialista em
Amazônia.

~ 132 ~
— Brincadeira, — disse ele com a compreensão quando ele olhou
para o que deve ter sido a dúvida e o ceticismo em meu rosto.

— Ok, — eu disse cuidadosamente. — Me conte sobre o seu


milagre.

Se inclinando para colocar sua xícara de chá sobre a mesa, ele se


inclinou para trás com um sorriso brilhante em seu rosto. — Esta história
começa 30 anos atrás... quando eu era um homem muito mais jovem, e
vamos apenas dizer, bastante estúpido em minha juventude. Eu era
egoísta, rico, e sentia que eu era intocável.

Eu sorri, porque não era esse o caminho de todos os jovens?

— Uma tarde, depois de um dia velejando com meus amigos, eu


estava dirigindo para casa... bastante embriagado, quando eu sai para
fora da estrada e capotei o carro caindo em uma grande vala que estava
cheia com água da chuva. Eu estava inconsciente, e o carro encheu
rápido. Eu certamente teria me afogado se não fosse por um jovem que
viu o acidente e conseguiu me arrastar para fora antes que isso pudesse
acontecer.

Não parece muito um milagre para mim, mas definitivamente um


mundo de boa sorte para ele.

— Este homem se chama Jacob Easton. Ele tinha acabado de se


formar na Faculdade Bíblica e estava a caminho de um grupo de estudo
no início da noite. Desnecessário dizer que eu devia a esse homem minha
vida. Ofereci a ele dinheiro, mas ele não aceitou. Eu me ofereci para
comprar para ele e sua noiva uma casa, mas ele recusou educadamente.
Ofereci a ele o mundo, mas ele não queria nada disso. Ele só queria um
agradecimento sincero, que ele teve, e então ele estaria agradecido. Ele
estava convencido de que Deus o havia colocado na estrada naquele
momento exato do dia para que ele pudesse me salvar.

Com medo de que essa história fosse, na verdade, se transformar


em algum tipo de pedido para eu encontrar Deus no meio da selva, eu
não poderia deixar de dizer: — Sinto muito, Randall, mas a cientista em
mim não vê isso como um milagre. Talvez coincidência, talvez sorte, mas
eu não tenho certeza sobre milagre.

— Ah, minha cara Dra. Reed... esse não é o milagre. Me deixe


continuar.

Eu balancei a cabeça para ele, calculando mentalmente quanto


tempo mais este encontro ia me tomar, porque tudo o que eu tinha ouvido

~ 133 ~
até agora me levava a crer que ele tinha um projeto que eu estaria
interessada em ir.

— O que se desenvolveu ao longo dos próximos anos foi uma


amizade incrível. Enquanto Jacob e eu éramos muito diferentes, ele
seguia apaixonadamente a sua chamada para o Senhor, eu ainda era um
hedonista que estava feliz em fazer e gastar o meu dinheiro. Ainda
assim... nos tornamos muito próximos, visitando um ao outro e tendo
longas conversas sobre Deus, a vida e a humanidade.

Randall parou, e seus olhos estavam refletindo um carinho


profundo para o homem que ele estava me falando.

— Ele era meu melhor amigo, — disse Randall tristemente, e eu


não esqueci o passado de sua referência.

Limpando a garganta, sua voz se tornou mais suave. — De


qualquer forma, Jacob se casou com sua namorada de faculdade,
Kristen, e eles se tornaram missionários. Eles trabalharam
principalmente com tribos indígenas no Brasil, mas foram uma vez em
uma viagem para a África.

Agora, a minha atenção foi se animando, porque ele disse as


palavras que colocam a conversa de volta aos trilhos.

Tribos indígenas.

— Enquanto eles viajavam nesses países a maior parte do ano,


quando eles voltaram para os EUA, eles vinham e passavam algumas
semanas de férias na minha casa comigo. Nossa amizade cresceu ainda
mais forte. Fiquei muito honrado quando Kristen ficou grávida de seu
primeiro filho, e eles me pediram para ser seu padrinho. Você sabe...
Jacob tinha sido um órfão maior parte de sua vida e saltou de orfanato
em orfanato. A família de Kristen praticamente a renegou quando ela se
casou com um homem que a levou para as selvas perigosas.

Randall levou um momento para pegar em sua xícara de chá,


tomando um pequeno gole. Quando ele colocou de volta no chão, ele me
disse: — Enquanto alguns missionários são loucos o suficiente para fazer
o seu trabalho durante a gravidez, Jacob não estava interessado nisso.
Eles viveram comigo até que seu filho Zacharias nascesse, e em seguida
eles compraram uma pequena casa não muito longe de onde eu morava.
Eles ficaram nos EUA por três anos, Jacob trabalha como diarista,
Kristen como uma dona-de-casa. E eu? Bem, eu continuava a acumular a
minha fortuna, mas maior parte de nosso tempo livre ficávamos juntos.
Eu convidava a família Easton para festas luxuosas, e eles me

~ 134 ~
convidavam para a sua pequenina casa para jantares de domingo. Vi o
pequeno Zach crescer, e eu amava esse menino como se fosse meu
próprio.

Randall se levantou abruptamente da cadeira e caminhou até um


armário enorme contra uma parede. Abriu-a, enfiou a mão dentro e tirou
uma pequena caixa. Quando ele voltou, ele escolheu para se sentar ao
meu lado no sofá.

Ao abrir a caixa, ele puxou uma pilha de fotos e comecei a folheá-


las.

— Aqui é Jacob, Kristen, e Zach quando ele tinha cerca de um ano,


eu acho.

Eu tirei a foto e olhei para ele. Jacob tinha cabelos loiros e um


sorriso fácil. Kristen era muito linda com cabelo marrom longo, escuro e
olhos claros, embora eu não podia dizer a cor exata. Zach era um garoto...
bonito, tanto quanto as crianças são. Eu não tenho muita experiência com
eles, mas ele tinha o mesmo cabelo escuro como sua mãe e as bochechas
de bebê gordinho.

Randall me entregou outro. — Esta foi quando Zach tinha três


anos.

Esta era uma foto que eu o reconheci imediatamente, Randall


segurando a criança com eles posada para um sorriso cheio de dentes
para a câmera.

— Eu cuidei de Zach na primeira viagem missionária que Jacob e


Kristen assumiram depois que ele nasceu. Eles não queriam levá-lo para
a floresta, e sua viagem foi de apenas três meses. Eles não tiveram
problemas em deixá-lo comigo embora... Zach me chamava de Tio Randall
e eu estava mais do que feliz de fazer qualquer coisa para ajudar meus
queridos amigos.

Randall e eu levamos um momento para olhar para as outras fotos,


e vi como Zach tinha progressivamente ficado mais velho. Randall me
disse que Jacob e Kristen fizeram outra viagem ao Brasil, quando Zach
tinha cinco anos e, quando voltaram, tinham dito a ele que sentiam que
ele era velho o suficiente para ir para a próxima. Eles ainda falaram
sobre outros missionários com suas famílias inteiras lá, e ele teria muitas
outras crianças para brincar.

— Eu não estava interessado nessa ideia. Eu sabia que Zach era


filho deles, mas tinha crescido muito perto de mim, quando por algumas

~ 135 ~
vezes Jacob e Kristen iam por alguns meses. Mas, não eu não tinha o
direito de dizer qualquer coisa, e eu temia o dia em que eles iriam levá-lo
embora em uma viagem.

Pelo tom da voz de Randall, eu tinha a sensação de esta história


não ia ter um final feliz. — Mas eles o levaram? — eu imaginei.

— Sim... quando ele tinha sete anos. E nunca mais se ouviu falar
deles.

Meu corpo estremeceu, porque eu não estava esperando isso. Me


virei no meio do sofá para enfrentar Randall, e seu rosto estava tão triste.
— O que aconteceu?

— Ninguém sabe. Gastei recursos consideráveis tentando encontrá-


los, mas era difícil. A maioria das tribos mudavam muitas vezes, indo
cada vez mais fundo na selva e a floresta tropical os coletou. Enviei um
par de expedições sem sorte. Eu então contatei todas as organizações de
igrejas e missionários com apelos para que as pessoas mantivessem
seus olhos abertos. Nada... nem uma única pista que eu pudesse
descobrir mais sobre eles e naturalmente, eu temia o pior... que eles
tivessem sido mortos pelos índios.

Respirando fundo, Randall se levantou do sofá e se virou para


olhar para mim. — Minha vida mudou, e meu coração partido foi curado.
Ainda mantive contatos recentes com grupos missionários, enviando
pedidos de ajuda por escrito, mas depois de alguns anos, eu perdi a
esperança. Eu achava que eles estavam mortos.

— Mas eles não estão, e estão? — eu perguntei porque agora eu


estava começando a entender o que o milagre era.

Randall me deu um pequeno sorriso. — Infelizmente... Jacob e


Kristen estão mortos. Mortos pela dengue. Fui contatado por um
sacerdote católico com o nome de Gaul alguns meses atrás... bem antes
de eu contatar você... que vem ministrando à tribo Caraica que vivem no
noroeste da Amazônia. Ele viveu todo o seu sacerdócio na floresta, mas
infelizmente sofreu um terrível acidente e quebrou a perna. Enquanto ele
estava convalescendo em um hospital em São Paulo, soube da minha
procura pelos Eastons. Outro padre, aparentemente, foi visitá-lo e apenas
em uma conversa casual, com outro Padre, perguntou a Padre Gaul se ele
tinha algum conhecimento dos Eastons.

— E ele tinha. — eu interrompi, porque eu estava começando a ficar


animada.

~ 136 ~
— De fato... ele tinha trabalhado com os Caraicans e ele disse que
havia um homem branco vivendo lá como um da tribo, que tinha 25 anos
de idade e era chamado pelo nome de Zacharias.

— O filho de Jacob e Kristen está vivo... depois de todos esses


anos, — eu disse com admiração.

— Sim... Zach está vivo e foi viver com a tribo Caraican. Mas eu
quero que ele volte para casa. Ele é meu afilhado é a coisa mais próxima
que tenho de uma criança. Eu quero que ele tenha uma vida diferente.

Balançando a cabeça, eu não podia imaginar as implicações desta


situação. Uma criança americana ter sido criada primeiramente aqui, em
seguida, passar 18 anos vivendo em extrema pobreza e em uma cultura
inteiramente estranha, agora voltando a viver em um mundo moderno?
Minha cabeça estava girando.

— Eu preciso de sua ajuda, Dra. Reed. Quero que viaje com o


Padre Gaul para o Brasil, e eu quero que você traga Zach para casa.
Então eu quero que você o ajude a se adaptar. Você é a única que eu
encontrei que tem o conjunto de habilidades para fazer isso. Ele precisa
de alguém que entenda as diferenças culturais e como aprendê-las. Eu
preciso de você para ajudar a civilizá-lo.

— Zach não esta feliz por estar aqui, — disse Randall, quebrando
em minhas memórias.

Eu dou a ele um sorriso gentil. — Ele não está, mas vamos dar
uma chance a ele. Ele está se adaptando bem, e eu acho que ele mesmo
encontrou algumas pequenas alegrias em seu tempo aqui.

Pelo menos, eu acho que ele gostava de seu tempo comigo...


quando ele estava me fodendo tão forte que eu fiquei com queimaduras
do tapete em meus joelhos.

— Eu quero convidá-los para ficar por quanto tempo quiserem.


Sei que está a vários meses fora de seu posto de professora.

— Eu aceito, e eu vou ficar por quanto tempo Zach quiser, ou


durante o tempo que precisarem de mim.

—Quão difícil tem sido para ele? — Randall pergunta.

— Na verdade, ele está se ajustando surpreendentemente bem.


Ele se lembra de um monte de coisas de sua infância. Certos alimentos,

~ 137 ~
palavras e costumes. Ele se perdeu no outro dia, quando ele saiu para
uma caminhada e reconheceu um policial como alguém que você
poderia confiar. O policial o levou de volta à minha casa. Ele é
inteligente, curioso, e absorve as coisas como uma esponja.

— Excelente, — diz Randall com orgulho. — Eu não esperaria


nada menos dele, apesar de tudo. Ele era um menino tão brilhante.

— Talvez seja necessário dar a ele algum tempo. Algum espaço.


Ele está muito bravo com você por ter levado ele dos Caraicans. O plano
dele ainda é de voltar.

O sorriso de Randall se desvanece um pouco. — Eu entendo. Não


vou pressioná-lo.

— Isso seria bom. Ele pode ser um homem muito teimoso, — eu


digo com um sorriso.

— Esta noite vai ser muito casual. Minha sobrinha e meu


sobrinho estarão vindo para cá. Eles tem idades próxima a de Zach, e
eu achei que seria bom para ele ter alguns amigos ao seu redor.

— Parece encantador, — eu digo a ele. — Agora, eu acho que vou


tomar um banho, se você não se importar, e em seguida às sete nos
vemos para o jantar.

— Obrigado, Dra. Reed, — Randall diz, com a voz cheia de


emoção. — Por trazer o meu filho para casa.

— Por nada, — digo a ele, mas, honestamente, ele está errado em


pensar que Zach voltou para casa.

~ 138 ~
Capítulo Treze

ZACH

Uma batida soa suavemente sobre uma porta lateral do meu


quarto que eu tinha notado antes, mas não tinha a menor ideia do que
era. Eu a abri hesitante e vi Moira parada lá. Nós temos que descer para
jantar em cerca de 15 minutos. Eu não estou surpreso em vê-la, mas
estou surpreso que ela esteja nesta porta lateral, sem entender de onde
ela veio.

— Parece que os nossos quartos se conectam, — diz Moira dando


uma explicação e apontando para o quarto que agora eu posso ver por
cima do seu ombro.

— Interessante, — digo em voz alta, mesmo que os meus


pensamentos se voltem para a possibilidade de entrar escondido em seu
quarto esta noite.

Porra, eu estou ficando louco de desejo por essa mulher, e não


tenho exatamente certeza se eu serei bem-vindo em seu corpo
novamente. Eu estava tão confuso e irritado com sua negação a mim
que eu não queria fazer mais nada com ela.

Isso durou cerca de cinco minutos. Em seguida, isso estava de


volta, o insano desejo absoluto que eu tenho por ela, eu tive que
argumentar comigo mesmo por mais de três dias que era tolice
prosseguir com isso. Nós somos muito diferentes. Eu não posso me dar
ao luxo de perder o controle. Ela quer coisas de mim que eu não posso
dar. Este assunto ainda não está muito claro para mim

Moira passa por mim entrando em meu quarto. Eu vejo que ela
está vestindo uma saia branca acima dos joelhos que abraça seus
quadris. Ela combinou com uma blusa azul clara, sem mangas, então
eu posso ver as sardas em seus ombros. Como normalmente é de seu
costume, seu cabelo está brilhante longo e solto e eu estou morrendo de
vontade de correr meus dedos por ele.

~ 139 ~
De preferência com ela inclinada diante de mim e fodendo com ela
por trás.

Mas não, isso não é bem verdade. Não preferencialmente. Moira


me disse outro dia que ela queria me levar em sua boca, eu fiquei
obcecado com isso. Eu imediatamente cortei este assunto porque eu
não acho que seria capaz de lidar com isso e não perder o controle com
ela. Mas a perspectiva de afundar meus dedos em seu cabelo,
segurando seu rosto, enquanto eu bombeava para dentro e para fora de
sua boca... sim, ok. Consegui uma ereção, preciso pensar em outra
coisa.

— Quantos anos você tem, Moira? — eu pergunto a ela, porque é


algo que eu tenho curiosidade em saber.

Ela caminha até a minha cama e se senta na borda. Rindo de


leve, ela diz, — Lição Cultural número um quando se trata de
mulheres... nunca pergunte a sua idade.

Eu não posso evitar o sorriso que dou para ela. — Oh, sim. Por
que isso?

— Porque as mulheres modernas são sensíveis ao


envelhecimento. Uma pergunta direta é aparentemente interpretada
como, ‘Você parece velha e abatida. Talvez você deva considerar fazer
botox’.

— O que é botox? — pergunto em confusão.

Moira ri e balança a cabeça com os olhos risonhos. — É algo que


uma mulher faz para tornar a própria aparência mais jovem e bonita.
Mas, para responder sua pergunta, eu tenho vinte e oito anos.

— Três anos a mais do que eu, — medito em voz alta.

— Você perdeu uma excelente oportunidade, — ela brinca


enquanto fica de cama. — Você deveria ter dito, ‘Moira, você não parece
ter mais de vinte e um anos. Você é tão jovem e bonita, você nunca vai
precisar de botox’.

Eu não posso deixar de sorrir para ela. — Você não precisa que
eu lhe diga isso. Você sabe que é.

Chegando na minha frente, Moira acaricia meu antebraço. —


Veja, é isso mesmo, Zach. Mulheres são às vezes criaturas inseguras.
Nós absolutamente precisamos ouvir isso.

~ 140 ~
— Não, — eu zombo. Você é a mulher mais confiante que eu já
conheci.

— Sua experiência é com as mulheres Caraican, — ressalto. —


Claro, eu sou a mulher mais confiante que você já conheceu.

— Eu conheci muitas outras mulheres ao longo das últimas


semanas. Observei ainda mais. Confie em mim... Ninguém ganha de
você a esse respeito.

— Mas ainda é um impedimento para você, — diz ela em voz


baixa, e seus olhos se lançam para baixo.

Eu pisco para ela, surpreso, não apenas por suas palavras, mas
pela forma como ela deixa cair o seu olhar. Esta não é a Moira confiante
que eu conheço. — Não é um impedimento.

— Não? — ela pergunta com ar de dúvida, mas com uma pitada


de desafio quando ela levanta o rosto. — Você não fala comigo há vários
dias. Você não me quer a menos que você possa me colocar de joelhos.
Eu não sou Tukaba, e nunca serei.

Estendendo a mão, eu tomo uma mecha de seu cabelo sedoso na


minha mão, distraidamente esfregando a suavidade entre os meus
dedos. Eu a estudo com cuidado, observando a forma como a luz dança
sobre ela. Quando eu levanto os meus olhos para ela, eu digo: — Não
pense que eu não quero você, Moira. Eu só não tenho certeza se eu
posso ter você e não me perder ao longo do caminho.

— Zach... eu não quero que você se perca. E eu não quero que


você seja alguém que não seja seu verdadeiro eu. Por favor, não pense
assim.

Eu solto o cabelo e dou um passo para trás. — Eu sei. Mas eu


também sei que você nunca vai ser a mulher completamente submissa.
Se você não se submeter, então a minha existência está errada. Eu não
conheço outra forma.

— Isso não é verdade, v diz Moira rapidamente e estende a mão


para pegar minha mão. Seus dedos entrelaçam entre os meus. — Você
se mantém do seu jeito, Zach. Mas se quiser, você pode aprender novas
maneiras também. Assim é como você deveria tratar tudo na vida.

Fico em silêncio por um momento, enquanto eu olho para os


nossos dedos entrelaçados. Seu toque é quente e carinhoso, e isso me
dá uma sensação de paz. — Eu não quero te machucar, — eu digo a ela
honestamente. — Eu sempre sinto que estou me preparando para

~ 141 ~
perder o controle quando estou com você. Eu quero possuir você tão
completamente, que eu tenho medo de machucá-la no processo.

— Mas você não o fez, ainda, — ela me assegurou.

— Porque eu estava no controle o tempo todo, Moira. Se eu


desistir disso, quem irá te proteger de mim?

Levantando nossas mãos unidas, Moira beija meus dedos tão


docemente. — Você não vai me machucar. Confio em você. Mas vamos
falar sobre isso depois do jantar... mais tarde esta noite. Eles estão nos
esperando agora.

Concordo com a cabeça, e ela solta minha mão. Indo em direção a


minha porta que se abre para o corredor, Moira olha para mim. — E
Zach... eu não acho que Randall deva saber sobre nós. Quer dizer,
sobre o quão próximos temos nos tornado... de uma maneira íntima.

— Eu prefiro que ele não saiba nada sobre mim, assim você não
precisa se preocupar em me compartilhar.

— É somente...o que eu fiz.... fazer sexo com você. É inapropriado


do ponto de vista de onde Randall vem. Ele não entenderia.

Eu sorrio para ela. — O nosso segredo não irá a lugar algum.


Então não se preocupe.

Ela suspira de alívio e sorri. — Obrigada.

Quando chegamos ao fim das escadas, Sam está esperando por


nós. — Todos que estão na biblioteca gostariam de se juntar a eles para
uma bebida antes do jantar.

Eu dou ao homem um aceno de cabeça e deixo Moira ir na frente.


Sigo-a, me preparando com a futilidade desta noite. Eu não quero
conhecer este Randall Cannon. Eu quero ir para casa... de volta ao
Brasil, e de volta para o meu povo.

Exceto, pela primeira vez desde que eu pensei em casa, eu vou


admitir que a ideia de deixar Moira provocou uma sensação de aperto
se formando em meu peito. Enquanto eu não tenho ideia de onde o

~ 142 ~
nosso relacionamento está indo, tenho certeza de que eu ainda não
estou pronto para me separar dela.

Moira passa por um conjunto de portas duplas abertas e eu a


sigo, quando vejo Randall lá com um homem e uma mulher que
parecem ter mais ou menos a minha idade. Ambos são altos e tem
cabelos dourados. O homem tem o cabelo parecido com o meu, e os
cabelos da mulher são longos, mas embrulhados em um nó na parte de
trás de sua cabeça. Ela é realmente muito bonita, com grandes olhos
azuis e traços delicados.

— Ah, aí está você, — diz Randall e, acenando com um braço, —


Entre. Entre. Eu quero te apresentar a minha sobrinha e o meu
sobrinho, Cara e Clint Cannon.

Entro seguindo Moira, me mantendo um pouco atrás dela. Ela


sorri para o homem e para a mulher e aperta a mão de cada um,
balançando-a.

— Oi. Sou Moira, — diz ela. — É um prazer conhecê-los.

Ela, então, fica de lado, para que eu possa apertar a mão deles.
Clint dá um passo à frente e dá um poderoso aperto com a mão. Com
um sorriso deslumbrante e branco, ele diz: — É tão bom te conhecer,
Zach. Tio Randall contou tudo sobre você. Nós vamos nos divertir muito
juntos neste verão.

Eu não sei o que dizer sobre isso, porque Moira disse que
estávamos saindo em dois dias, então eu apenas dei um sorriso
indiferente e me virei para a mulher.

Eu estendo minha mão para ela, mas ela avança e envolve seus
braços nus em volta do meu pescoço, puxando o corpo dela diretamente
contra o meu. Ela me dá um abraço apertado, pressionando sua pélvis
contra a minha, que me deixa tonto. — É um prazer conhecê-lo, Zach.

Ela me solta lentamente e me olha atentamente. — Meu, meu...


tio Randall... você não me disse que Zach era lindo. Tais segredos...

— Sério, Cara... dá um tempo, — diz Clint.

Sem saber o que dizer, eu vou em frente e deixar sair a primeira


coisa que vem à minha mente da minha boca. — O que são estes
termos... sobrinha, sobrinho, tio?

Randall dá uma pequena risada e bate no meu ombro. — Meu


irmão mais novo, Stanley Cannon, é o pai de Cara e de Clint. Então, eu

~ 143 ~
sou chamado de seu tio e eles são chamados de minha sobrinha e
sobrinho.

— Eles são rotulados, — complementa Moira, para denotar


relações de sangue.

Eu aceno com a cabeça em compreensão. — Bem, é um prazer te


conhecer. Eu olhei para Clint, que parecia tão feliz como um filhote de
cachorro por me ter lá, e então para Cara, que parecia estar me
despindo com os olhos.

Uma rápida olhada para Moira, e vejo que ela não deixou de notar
o olhar de Cara. Ela está olhando para ela como se quisesse arrancar
seu cabelo da cabeça, e eu sorrio internamente. Agora talvez Moira
entenda o que eu estava sentindo quando aquele cara, Michael, pôs as
mãos nela. Talvez eu comece a ver duas mulheres brigando por mim...
eu me pergunte se eu poderia levá-las a concordar em fazer isso nuas.
Não sei por que, mas a ideia me agrada imensamente.

— O que você gostaria de beber? — Randall pergunta. — Eu


tenho uma variedade de vinhos e cervejas. Talvez algum bourbon?

— Eu vou servir, — diz Clint, caminhando até uma barra de


madeira preenchida com várias garrafas e copos.

— Cara... você quer um copo de bourbon, certo? E um vodka


tônica para o tio Randall. Quanto a você, Moira?

— Eu vou tomar um copo de vinho... branco. Não me importa de


que tipo.

Clint balança a cabeça quando ele começa a derramar líquidos em


vários copos de tamanho. — E você, Zach?

—Eu vou tentar um bourbon também, — digo a ele, não tendo


ideia do que isso significa.

Eu dou um rápido olhar para Moira e ela me dá um sorriso


encorajador, então se inclina em direção a mim. — Eu sugiro
fortemente que você só beba uma dose. Isso pode enganar você.

Eu me inclino para trás em direção a ela. — Eu preciso de


coragem para passar esta noite.

Ela se aproxima de mim, e eu adoro isso, estamos de volta onde


nós podemos brincar um com o outro.

~ 144 ~
Depois de Clint servir todas as bebidas, ele entrega a cada um de
nós. Eu dou uma fungada no bourbon, e o cheiro é agradável. Bosque,
fumaça... ligeiramente doce.

— Eu gostaria de fazer um brinde, — Randall diz: — Por ter Zach


em casa. Estou tão feliz de tê-lo de volta aqui.

Cara e Clint gritam: — Aqui, aqui, — mas Moira não disse uma
palavra. Ela sabe que eu não estou feliz com essas palavras ditas.

Todo mundo toma um gole de sua bebida, exceto eu. Eu olho


diretamente para Randall. — Eu sinto muito, Randall. Mas esta não é a
minha casa e nunca será.

O sorriso caloroso sai rosto de Randall, e ele dá um passo em


minha direção. Seus olhos estão tristes. — Eu sinto muito, Zach. Isso
foi insensível da minha parte. Eu sei que você deve estar muito zangado
comigo agora, mas eu estou esperando que você me perdoe e aceite
minha amizade. Eu realmente só queria ter certeza de que você estava
bem e te dar uma oportunidade de vir até aqui. Se você não quiser ficar
aqui, eu o enviarei de voltar para onde você quiser. Até então, eu espero
que você me deixe compartilhar as minhas memórias de seus pais com
você, e pelo menos você vai ter uma boa experiência enquanto você
estiver aqui.

O homem era bom. Muito bom na verdade, eu realmente me


encontro aquecido por este velho. Eu aceno para ele e faço uma
tentativa de sorrir, mas antes que eu possa dizer qualquer coisa a ele,
Cara vem até meu lado e envolve seu braço no meu. — Oh, pobre Zach
vai ter uma estadia fabulosa aqui que ele não vai querer mais sair. Eu
vou me certificar disso.

Cara então se inclina e pressiona seu corpo ao meu lado. Ela é


suave e ela cheira bem, mas eu prefiro ter Moira de pé tão perto de
mim. Cara é bonita e tem um corpo deslumbrante pelo que eu posso
ver, mas ela não me domina como Moira.

Nada jamais tomou conta de mim do jeito que Moira faz.

— Vamos jantar? — Randall diz que ele oferece o braço para


Moira. — Zach, você pode acompanhar Cara, e eu fico com a
encantadora Dra. Reed.

Meus pelos do pescoço arrepiam ligeiramente por ver Moira de


braço dado com Randall, mas ele não faz nada mais do que dar a ela
um tapinha na mão gentilmente. No entanto, o meu olhar para Clint

~ 145 ~
não é cortês, que está andando logo atrás, pois seus olhos estão presos
na bunda de Moira.

Isso me faz querer matar o filho da puta, mas sei que Moira não
aceitaria bem a ele.

Cara me leva a uma grande sala de jantar com uma mesa que
acomoda vinte e quatro pessoas pela minha contagem rápida.

Me levando a uma cadeira perto do fim, ela se vira para mim. Ela
fica lá, me olhando fixo, e eu me pergunto o que eu deveria fazer.

Encolhendo os ombros, eu puxo a minha cadeira e me sento, em


seguida, ao contrário de mim, vejo Randall acompanhar Moira, e puxar
a cadeira para ela se sentar. Ok... vejo que é um costume que eu não
sabia. Eu olho para trás para Cara, mas ela já está puxando sua
própria cadeira para se sentar ao meu lado.

— Em círculos educados, Zach, — Cara me diz apertadamente, —


um cavalheiro deve puxar a cadeira para uma dama.

Moira coloca a mão sobre sua boca para esconder um sorriso, e


eu não posso deixar de dizer: — Eu vivi em um mundo selvagem por um
longo tempo, senhorita Cannon. Eu não pertenço a círculos educados.

Randall dá gargalhadas sobre isso e senta na cadeira final da


mesa, à minha direita, enquanto Clint se senta ao lado de Moira.

Imediatamente, os serviçais entram e começam a colocar pratos


de prata, com tampas em forma de cúpula sobre eles em frente de cada
um de nós. Depois que todos se sentam, eles levantam as tampas em
um movimento coordenado. Eu olho para o meu prato, não
reconhecendo nada.

— Nós temos pato assado hoje à noite com aspargos e batatas


fatiadas, — diz Randall ao meu lado, porque quando olhei para ele, ele
deve ter visto a falta de reconhecimento no meu rosto. — Mas se você
não gostar disso, eu tenho certeza que podemos arrumar algo diferente
para você.

— Eu tenho certeza que está bom, — eu digo a ele, porque eu vou


comer qualquer coisa. — Com certeza parece melhor do que macaco-
aranha.

Moira ri, e Cara faz um som de engasgo. — Você come macaco-


aranha? — pergunta ela com desgosto.

~ 146 ~
— E bugio, — eu digo a ela com um sorriso. — Além de cobra,
jacaré, e vermes.

Ela engasga e franze o nariz. — Parece horrível.

— É realmente muito bom, — diz Moira do outro lado da mesa,


me dando um sorriso caloroso. — Pelo menos jacaré e macaco eu
experimentei. Eu teria gostado de ter tentado a cobra... particularmente
a que Zach matou pouco antes dela se preparar para morder o meu
tornozelo.

Eu rio e aceno de cabeça. — Isso seria uma refeição bem


poderosa, — eu digo a ela, dando um sorriso, que é apenas entre nós
dois.

— Bem, graças a Deus para o nosso conforto que aqui, — diz


Cara.

— Zach... o que tem sido a coisa mais difícil para você se adaptar
aqui? — Clint pergunta curiosamente, quando eu começo a cortar o
pato. Eu coloco um pedaço na minha boca, e é delicioso.

Depois que eu engulo, digo a ele: — Eu sinto falta da simplicidade


da minha vida em Caraica.

—Como assim? — Randall pergunta.

— Bem, tudo aqui tem regras. Você vive na terra dos homens
livres, mas mesmo assim são regidos por muitas regras, que é difícil
manter o controle de vez em quando. Por exemplo, se eu quiser
atravessar a rua, eu tenho que esperar a luz ficar verde. Na Amazônia,
eu vou onde eu quiser, quando eu quiser, sem ninguém me dizer como
fazer.

— Ah, mas essa regra sobre a luz verde está em vigor para a sua
segurança, — Cara ressalta.

— Concordo, — digo a ela. — E eu entendo muito bem, mas é


produto por ter muitas pessoas e muita tecnologia. A vida aqui é
realmente atrofiada até certo ponto por causa disso.

— Você vai se acostumar com isso, — Cara diz com desdém.

Eu tomo outra mordida da minha comida, mas depois Moira diz.


— Eu acho que o que Zach está realmente dizendo, é que na Amazônia,
ele cresceu com liberdade absoluta. Ele não tinha regras e limites para
seguir, ele levou sua vida do jeito que ele quis. Quando alguém tem esta

~ 147 ~
oportunidade incrível, acho que o potencial para se tornar o que quiser
é interminável. Às vezes, o simples é melhor.

Eu olho através da mesa para Moira e me sinto humilde do jeito


que ela disse. Pensei primeiro que ela iria tentar me transformar em
algo que não sou capaz de ser, mas, em vez disso, ela celebra a
diversidade da minha vida. Que ela aprecia.

Dou a ela um sorriso de agradecimento e volto para o meu jantar.

O resto da refeição eu fiquei feliz em deixar Cara e Clint fazerem


mais do que falar. Randall ficou na retaguarda, se recusando a me
dominar, e eu apenas ouvi Cara tagarelar sobre as suas mais recentes
idas as compras, e Clint falar sobre seu novo carro esportivo que ele
acabou de comprar. Tenho a impressão que esses dois não fazem muito,
mas gastam dinheiro.

— Oh, eu tenho uma ideia, — diz Cara com um largo sorriso. —


Clint e eu levaremos Zach para passear de barco amanhã. Vai ser muito
divertido.

— Moira pode vir também, né? — eu pergunto porque tenho a


sensação que ela deliberadamente não foi convidada.

— Absolutamente, — diz Clint, mandando para Moira um sorriso


estranho que me deixa no limite. Percebo que Cara parece desaminada.

— Não amanhã, — diz Randall. — Eu quero passar algum tempo


com Zach. Ele só ficará por dois dias aqui, e eu quero falar com ele
sobre seus pais. Quero levá-lo para o casa onde morava quando
criança. Mas se ele quiser ficar, eu acho isso também uma boa ideia.

Viro a cabeça em surpresa para Randall. — Meus pais moravam


aqui perto?

Randall balança a cabeça com um sorriso. — Eu realmente


comprei a casa deles quando eles desapareceram. Estava a venda, e eu
sempre esperei que eles voltassem. Quando descobri que você estava
vivo, eu fui em frente e transferi a escritura para seu nome. Ela
pertence a você agora, Zach.

Eu engulo em seco, a emoção me oprimindo. Lembrava de


pedaços daquela casinha, mas eu nunca pensei que eu ia tornar a vê-la
novamente. Colocando meus talheres para baixo, eu limpo minha boca
com o guardanapo. Tudo muito civilizado.

~ 148 ~
Quando eu coloco de volta no meu colo, eu digo: — Obrigado,
Randall. Isso significa muito para mim, e eu gostaria de vê-la amanhã.

— Absolutamente, — disse Randall. — Nós vamos sair depois do


almoço.

Pela primeira vez, na verdade, desde que cheguei na Geórgia,


estou pensando em ficar aqui por mais alguns dias do que o previsto
inicialmente. Apenas para que eu possa ter a oportunidade de ver tudo
do meu passado. Dessa forma, não haverá mais perguntas. Eu posso
colocar um fim nisso. Será mais fácil, tenho certeza, deixar ir
completamente quando eu finalmente voltar para Caraica.

~ 149 ~
Capítulo Quatorze

MOIRA

Eu olho para mim mesma no espelho enquanto eu me sento e


escovo meus cabelos. Estou triste por estar sentada aqui sozinha,
porque eu meio que esperava que Zach viesse para o meu quarto
comigo depois que tivesse terminado de comer. Eu não sei por que, mas
eu acho que eu senti que tinha restabelecido a nossa ligação hoje.

O jantar acabou sendo melhor do que eu poderia ter esperado,


apesar da tagarelice incessante e o flerte de Cara com Zach. Ela
claramente o tem em sua mira, e eu não gosto disso nem um pouco. Ela
é bem impressionante. Alguém que eu tenho certeza de que iria dobrar
facilmente à vontade de Zach, que vai fazê-la interessante para ele.
Tenho certeza que ele sentiu isso com ela, e Zach é um homem com
enorme apetite sexual. Ele deixou claro o que ele quer.

Depois do jantar, nós nos sentamos na biblioteca novamente e


tomamos outro aperitivo, exceto Zach que se absteve. A primeira vez
que ele tomou um gole de bourbon, o nariz enrugou e deixou o resto
intocado. Eu peguei uma outra taça de vinho, porque embora os meus
nervos estavam todos abalados assistindo Zach tentar conversar com
Randall, e assistindo Cara dando em cima de Zach, e tendo Clint me
dando olhares manhosos. Eu estava grata quando disseram que já era
tarde da noite e Zach subiu até os nossos quartos comigo, enquanto
Cara e Clint foram embora para o centro de Atlanta, onde dividem um
apartamento.

Mas quando chegamos à porta de Zach, os dois copos de vinho


que eu bebi não tinham me soltado o suficiente, apenas murmurei para
a ele um; — Boa noite, — e entrei em meu quarto, fechando a porta
suavemente atrás de mim.

Eu posso ver a porta de comunicação para o seu quarto no reflexo


do espelho da vaidade. Eu olhei para ela uma ou duas vezes,

~ 150 ~
imaginando o que aconteceria se eu me levantasse e fosse até lá... a
abrisse e entrasse no quarto de Zach.

Será que ele estaria nu? Será que ele estaria se masturbando,
quais das opções seriam a certa? O que ele faria se eu me arrastasse
para a sua cama e travasse minha boca na parte dele que eu estava
morrendo de vontade de provar?

O pensamento me provoca um arrepio que corre através do meu


corpo e eu furiosamente escovo o meu cabelo, saboreando o arranhão
no meu couro cabeludo como um meio para me distrair.

Eu finalmente acabei e coloquei a escova na penteadeira e dei


uma última olhada no espelho. Limpei a maquiagem do meu rosto e
coloquei uma camisola verde-menta de cetim que abraçava meu corpo.
Ela era acima dos joelhos. Eu estou achando que é um desperdício
desta lingerie nesta noite, porque eu não ouvi um pio fora do quarto de
Zach, e não importa o quanto eu queira que ele entrasse por aquela
porta de conexão, isso não vai acontecer.

Deixando a vaidade, eu ando até a cama e puxo as cobertas.


Assim que eu levanto o joelho para rastejar para dentro, eu ouço a
maçaneta abrir, e meus olhos voam até a porta entre os nossos quartos.
ela se abre lentamente, e Zach está lá, seu corpo incrível na silhueta da
luz que vinha por traz do quarto.

Ele está absolutamente e gloriosamente nu, seu pau já de pé alto


e orgulhoso. Ele olha para mim por um momento antes de entrar em
meu quarto. Eu deslizo meu joelho para fora da cama e viro o rosto para
ele, meu coração batendo contra parede do meu peito. Seus olhos
lentamente deslizam para baixo do meu corpo, e seus lábios se curvam
para cima em apreciação da minha camisola.

Sem nunca perder o passo, Zach caminha até mim, seus olhos
finalmente levantar para encontrar os meus. Quando ele está na minha
frente, suas mãos vão para o tecido dos meus quadris, e o levanta.

O nosso olhar só é quebrado quando ele levanta o cetim sobre a


minha cabeça, mas logo se reconecta quando a camisola é tirada do
meu corpo.

Ele não diz uma palavra para mim quando ele deixa cair no chão,
apenas se curva, envolvendo os braços em volta da minha cintura, e
trazendo seus lábios para o meu seio direito. Sempre tão delicado, sua
boca se fecha sobre a ponta, e ele suga suavemente meu mamilo.

~ 151 ~
Minhas mãos mergulham em seu cabelo, segurando-o com força para
mim, enquanto um gemido escapa.

Zach continua chupando quando ele tira a boca do meu seio e me


levanta do chão. Me virando para a cama, ele me joga no meio dela e
não hesita e sobe nela, indo diretamente até o meio do meu corpo. Me
deito reta, separando minhas pernas para dar a ele espaço, e ele se
instala quente e duro entre elas. Colocando seus braços sobre o
colchão, com o rosto paira apenas acima do meu quando ele me olha.

— Me ocorrei que há algumas partes do seu corpo que eu


negligenciei, — diz ele simplesmente.

Embora minha garganta esteja seca como o deserto, eu consigo


dizer: — Quais partes seriam essas?

Ele inclina a olhar para baixo em direção ao meu peito. — Seus


seios, por exemplo. Que eu gostaria de passar algum tempo explorando.

— Eu gostaria também, — eu sussurro.

Ele olha de volta para mim, seu foco agora em meus lábios. — E a
sua boca. Eu não a beijei o suficiente. Eu planejo ficar muito tempo lá
se estiver tudo bem com você.

— Eu acho isso aceitável, — eu digo a ele com um sorriso, e ele ri


de volta.

— Eu ainda estou tentando controlar você, — ele me avisa. — Não


porque eu precise, mas porque você me quer também.

— Sim, eu ainda quero isso, — asseguro a ele.

—Mas, eu estou dando um pouco de controle para você também,


— diz ele, com seu olhar determinado, ao mesmo tempo ainda
hesitante. — Eu realmente, realmente quero sua boca no meu pau.

— Oh, Deus, — murmuro, minhas mãos batendo contra o peito


dele, tentando empurrá-lo de cima de mim e de costas para que eu
possa chupar seu pau.

Ele não se move e balança a cabeça para mim. — Ainda não. Eu


quero brincar um pouco com você primeiro.

Eu suspiro alto em frustração, e ele ri um pouco antes trazendo


seus lábios nos meus. O primeiro toque é hesitante, um sussurro
suave. Ele move seu rosto para trás e para frente, roçando sua boca

~ 152 ~
contra a minha, e todo o meu corpo derrete no colchão com a natureza
gentil que ele está me mostrando.

Finalmente, ele empurra os lábios contra os meus um pouco mais


duro, e minha boca se abre. A língua de Zach desliza para dentro e me
toca brevemente antes de se afastar. Minhas mãos vão para trás em seu
cabelo e eu o puxo contra sua cabeça, tentando forçar um beijo mais
profundo. Eu posso sentir a curva de lábios em um sorriso e ele se
submete ao meu pedido, voltando para meus lábios com mais força e
empurrando a sua língua contra a minha novamente.

Ele dá um golpe corajoso contra mim, virando o rosto um pouco


para ficarmos em um ângulo para um contato mais profundo. O beijo é
ousado e erótico, e uma chama de desejo começa a varrer meu corpo. A
ereção de Zach se torna grossa entre as minhas pernas e eu me esfrego
contra ele, fazendo-o gemer e me beijar apenas um pouco mais duro.
Sua mão faz movimentos gentis em meu peito, apertando-o e, em
seguida, passando rapidamente o polegar sobre meu mamilo.

Puxando sua boca da minha por um momento, ele olha para


mim. — Eu gosto muito de beijar você. Isso me anima. Me faz querer
mais.

— Isso é parte do que chamamos preliminares, — eu digo a ele,


imaginando que eu poderia muito bem dar a ele uma lição cultural
enquanto estamos no assunto.

— Então, se eu fosse colocar minha boca em seus seios de novo,


vai ser uma preliminar também?

—Oh, sim, — eu respiro, tentando me conter para não empurrar o


topo de sua cabeça para fazê-lo se mover para baixo.

— Interessante, — diz ele com um sorriso. — Eu acho que eu


preciso tentar.

Eu sorrio quando ele se move para baixo do meu corpo, alinhando


sua boca em cima do meu seio direito novamente.

Sua língua dispara e agarra meu mamilo, causando um raio de


desejo e saudade no meio das minhas pernas.

— Os dentes podem ser usados? — Zach pergunta inocentemente


quando ele sopra sobre meu mamilo.

— Oh, Deus, sim, eu digo a ele.

~ 153 ~
Ele olha para o meu peito por um momento, quase como se
tentando descobrir a melhor forma de devorá-lo. Ele me surpreende
quando ele se inclina e esfrega o queixo mal barbeado em meu mamilo.
Todo o meu corpo treme, e ele olha para mim com um sorriso diabólico
no rosto.

— Você gostou disso? — pergunta ele.

— Eu gosto de tudo o que você faz em mim, — asseguro a ele,


sem fôlego.

— Há tantas coisas que eu quero fazer em seu corpo, — ele me diz


incisivamente. — Tantas coisas as quais eu nunca pensei quando vivia
em Caraica. Eu acho que as possibilidades são infinitas.

Deus, eu espero que sim.

Zach abaixa a boca e lambe ao redor do meu mamilo, enquanto


sua mão aperta o meu seio suavemente. Ele o suga, e então ele o
belisca levemente com os dentes, apenas o suficiente para excitá-lo,
tudo antes dele lambê-lo suavemente novamente.

Ele se move de um seio para o outro, às vezes esfregando o rosto


contra o bico, outra vez torcendo um mamilo entre o polegar e o
indicador. Ele trabalha meus seios por mais tempo, lambendo,
chupando, mordendo e arranhando. Eles estão tão sensibilizados, eu
quase me sinto como se eu pudesse ter um orgasmo só a partir de seu
contato lá.

Deslizando sua mão para baixo entre os nossos corpos, Zach me


acaricia entre as pernas suavemente. — Não é possível negligenciar você
aqui também, — diz ele, quando ele levanta a boca por alguns
instantes.

— Definitivamente precisa de atenção, — eu concordo, e eu sinto


seu sorriso contra o meu peito enquanto ele abaixa o rosto novamente.

Seus dedos deslizam habilmente sob o cós da minha calcinha,


brinca brevemente com meu monte liso antes dele deslizar um dedo no
meu centro. Eu posso sentir o quão molhada eu estou, e ele não perde
tempo em ir direto para o meu clitóris, enquanto seus lábios e dentes
trabalham em meus mamilos.

Cascata de sensações me dominam e meu corpo começa a se


acelerar. O dedo de Zach esfrega em pequenos círculos, enquanto seus
lábios e língua buscam meus seios. Não leva muito tempo antes que eu
comece a chorar por minha libertação. Zach se eleva sobre o meu corpo

~ 154 ~
e cobre a minha boca com a sua, sugando meu orgasmo, mesmo
quando o seu dedo continua a me massagear.

Tremo debaixo dele, pulsos elétricos de prazer disparam através


de cada nervo do meu corpo, enquanto Zach beija a minha boca.

Finalmente, eu dou um suspiro de contentamento com ele


completo e absoluto. Ele levanta o rosto do meu, e seus olhos estão
quentes e orgulhosos. Nós nos olhamos por um momento, deixando
palavras silenciosas de plena satisfação entre nós.

— Como você está se sentindo? — pergunta ele com um sorriso.

— Inacreditável, — digo a ele. — Seus dedos e boca são como


mágica.

Ele balança a cabeça em concordância, e em seguida, se empurra


para se sentar sobre as pernas traseiras, se levando em minha frente.
Seu pênis está se esforçando para cima com um gotas de pré–gozo
escorrendo por ele.

— Agora você vai colocar a boca no meu pau? — ele pergunta,


seus olhos fervendo de excitação.

— Deus, sim, eu quero fazer isso, — asseguro a ele. — Chama-se


de boquete. Você encontrou esse termo na internet?

Ele sorri para mim e balança a cabeça. — Ainda não tive o prazer
disso. Mas você explode7? Achei que você chupasse?

— Sim, eu vou chupar e algumas outras coisas.

— Então por que eles chamam de boquete? — pergunta ele, com a


cabeça inclinada para o lado.

— Não sei, mas pode pesquisar no Google mais tarde, — eu digo a


ele e começo a me sentar. — Agora deite-se de costas.

Zach traz sua grande mão para cima e a empurra em meu peito
me mantendo deitada na cama. — Eu quero você de joelhos.

Seu rosto é tão grave e enquanto eu estava imaginando-o de


costas, me deixando rastejar por todo aquele corpo magnífico,
aparentemente então vou ter que esperar, Zach sempre vai querer
manter algum tipo de controle.

Pelo menos por agora, eu digo a mim mesma.

7 Do original blow job. Blow que pode ser traduzido como explodir.

~ 155 ~
— Tudo bem. Vou ficar de joelhos, — digo a ele e ele rapidamente
se arrasta para fora da cama para ficar ao lado dela.

Ele toma seu pênis na mão e começa a se acariciar enquanto ele


espera por mim. Tento fazer isso o mais sensualmente possível, mas eu
não tenho certeza se consigo. A ereção de Zach nunca diminui, então eu
não acho que isso seja um problema.

Me apressando para Zach, eu saio e pego suas mãos, puxando-as


para cima e colocando seus dedos nos meus cabelos. Eu deslizo minhas
mãos por cima dos seus dedos, e em seguida, dou um leve empurrão,
silenciosamente transmitindo a ele que pode me colocar de joelhos.

Ele não hesita, me empurrando para baixo com mais força e me


fazendo afundar em direção ao tapete grosso até que eu esteja de
joelhos diante dele.

Me atrevo a olhar para cima, e Zach está olhando para mim, com
os olhos tão escuros com a necessidade que eu quase queimo ali
mesmo. Deslizando uma das mãos para baixo, ele angula o polegar e
corre sobre o meu lábio inferior, empurrando-o na minha boca e
arranhando-o junto a meus dentes.

— Abra a boca, — ele manda quando puxa sua mão para trás.

Eu lambo meus lábios para molhá-los e faço o que ele manda.


Minhas mãos começam a vir até que possam segurar seu pênis, mas ele
balança a cabeça para mim. — Não. Quero alimentar isso com você.

Meu sangue dispara como lava sobre essas palavras, e meus


olhos praticamente revertem na minha cabeça. Eu assinto em
concordância, e Zach coloca uma mão em seu pênis. Inclinando seus
quadril para dentro, ele pega e esfrega a cabeça inchada sobre meus
lábios suavemente, cobrindo-os com a seu pré-gozo. Ele empurra um
pouco mais e lentamente o desliza em minha boca. Eu tenho que abrir
mais, porque ele é grosso... e grande, e em pouco tempo, ele está
batendo no fundo da minha garganta.

Eu não posso aguentar e faço um barulho de asfixia, e Zach


imediatamente puxa todo para fora. — Você está bem?

Concordo com a cabeça e lambo os lábios, provando o sal dele,


dando a ele um leve sorriso. — Sim. Apenas um pequeno reflexo de
vômito. Não posso levá-lo muito profundo.

— Entendido, — diz ele solenemente. — Abra sua boca. Vamos


tentar isso de novo.

~ 156 ~
Abro com prazer e deixo que ele me alimente com seu pênis. Ele
empurra em mim suavemente novamente, parando antes de ir muito
fundo. Eu instintivamente abaixo minha língua quando ele começa a
puxar para trás, chupando-o com força.

—Oh, porra, — Zach suspira e todo o seu corpo treme.

Quero sorrir com orgulho feminino, mas minha boca está


recheada do pau dele. Zach agarra minha cabeça um pouco mais para
me manter quieta e quase timidamente empurra novamente em minha
boca. Minhas mãos coçam para tocá-lo, mas eu preciso esperar. Eu
preciso ter certeza de que ele pode ter essas sensações.

Quando ele puxa de volta, eu recompenso ele com um outro


movimento de sucção, saboreando a maneira como ele puxa o ar entre
os dentes.

Ele bombeia dentro de mim lentamente mais algumas vezes, indo


na profundidade perfeita, nem sequer uma ânsia outra vez. Eu continuo
a chupar, não sendo capaz de fazer muito mais, porque ele tem um bom
controle sobre a minha cabeça, e de toda a pressão para dentro, eu
gemo profundamente em minha garganta, e eu sei que ele gosta, porque
isso faz com que ele grunhe de prazer.

Timidamente atingindo até quando Zach continua bombeando


para dentro de mim, eu deixo meus dedos trilharem por suas coxas. Ele
fica tenso momentaneamente, mas não perde um impulso.
Entusiasmada, eu escorrego uma mão sobre a base de seu pênis e
aperto levemente enquanto eu torço. Ele resmunga novamente e começa
a se mover um pouco mais rápido.

Deslizo minha outra mão por suas bolas, massageando-as


suavemente com a ponta dos dedos. Um som estrangulado sai da
garganta de Zach, e coloco um pouco mais de pressão.

— Não pare, — ele rosna, e eu o recompenso em chupar mais


duro seu pau, serpenteando um dedo ao longo do tecido sensível logo
atrás de suas bolas. Os quadris de Zach batem para frente com o
choque do meu toque, mas ele imediatamente se afasta, mesmo quando
meus olhos lacrimejarem.

— Desculpe, — ele resmunga, mas não para de enfiar em minha


boca.

Eu movo minhas mãos contra ele, uma circundando seu pau


molhado com a minha saliva e a outra trabalhando em suas bolas. Eu

~ 157 ~
chupo contra seus golpes e gemo contra o seu eixo. A respiração de
Zach é irregular, e ele está gemendo como um touro a cada vez que ele
bate em minha boca. Seus dedos estão segurando meu cabelo tão
apertado que eu tenho medo que ele poderia puxá-lo para fora, mas
tudo... toda essa coisa selvagem e desinibida ação em eu fodendo-o com
a boca, agora é sobre uma das melhores coisas que eu já fiz na minha
vida. Zach acha que ele está no controle, porque ele está na frente da
minha boca, mas eu estou realmente no controle.

Ele deu isso para mim no minuto em que me pediu para eu não
parar.

A s bolas de Zach se contraem e encolhem na minha mão, e eu sei


que ele está perto. Um rápido olhar para cima e vejo que ele está
olhando para mim com êxtase em seu rosto.

— É bom pra caralho, Moira, — ele apenas sussurra antes de


fechar os olhos e depois de parar de empurrar profundo. Sinto os
primeiros jatos de seu gozo atingir a traseira de minha garganta e eu
engulo, mesmo havendo mais jatos minha boca. Ele tem um gosto
salgado... como terra da floresta, e eu amo cada gota.

Zach geme baixinho. Enquanto ele goza na minha boca, ele solta
o meu cabelo e os seus dedos acariciam meu rosto com cuidado.

Ele puxa para fora da minha boca e imediatamente cai de joelhos


na minha frente, usando suas mãos em meu rosto para me puxar. Ele
me beija duramente, enfiando a língua no fundo, e eu sei que ele prova
seu próprio gosto na minha boca. Eu não posso me segurar, e gemo
com sua ousadia, eu o beijo de volta com todo o meu coração.

Quando ele finalmente puxa sua boca da minha, seus olhos estão
quentes e saciados. — Eu gostei muito disso.

— Eu também, — eu sussurro. — Eu também.

E eu acho que isso é apenas o começo do que vamos descobrir


um sobre o outro.

~ 158 ~
Capítulo Quinze

ZACH

— Então, Moira tem feito um bom trabalho em te ajudar a se


adaptar por aqui? — Randall me pergunta enquanto conversamos no
café da manhã. Moira não está aqui, e eu estava esperando a sua
ausência porque ela quer nos dar algum tempo sozinho.

— Ela é uma professora muito paciente, — digo honestamente a


Randall enquanto eu empurro meus ovos distraidamente em torno do
meu prato. — Ela não me força e me deixa encontrar meu próprio
caminho na maioria das vezes.

Digo a ele um pouco duro como um aviso de que ninguém pode


me empurrar para fazer algo que eu não quero fazer.

Randall acena para mim em entendimento. — Eu sabia que ela


seria perfeita para o trabalho. Suas qualificações eram excelentes.

Eu não sei sobre isso... pelo menos não do ponto de vista de sua
formação e experiência nestes assuntos. Eu sei que ela faz um sexo
fantástico. Este foi um benefício que eu nunca imaginei que teria no
meu tempo aqui.

A noite passada foi inacreditável. O boquete que ela me deu... foi


fora de série. Me abalou, com certeza. Se o que eu experimentei é o que
ela sente quando eu coloco minha boca entre suas pernas, então eu
espero que nós dois façamos um monte disso um no outro no futuro.
Na verdade, pelo que eu sei do corpo humano, eu estou apostando que
poderia fazer isso um com o outro ao mesmo tempo. Vou ter que
perguntar a ela sobre isso mais tarde.

Depois que eu fosse capaz de recuperar o fôlego, eu estendi a mão


e acariciei com o meu dedo o meio do seu peito enquanto ela me olhava
com olhos lânguidos. Então eu pressionei meus lábios em sua testa e
disse: — Boa noite.

~ 159 ~
Voltei para o meu quarto e fechei a porta, mas não antes de ver
por um momento mágoa nos olhos de Moira. Eu não sei por que ela
ficou desse jeito, porque eu senti que o que nós compartilhamos foi
mutuamente satisfatório. Tenho certeza que ela teve um orgasmo tão
poderoso quanto o meu.

Enquanto eu estava deitado na cama à noite pensando na forma


que Moira me faz sentir, houve um breve momento em que eu pensei
que poderia ser bom tê-la deitada ao meu lado na cama. Eu tinha
algumas perguntas a fazer a ela, e eu estou suspeitando que poderia
talvez até ser um bom momento para acariciar com meus dedos sua
pele, enquanto conversamos. Eu pensei por um momento em voltar
para seu quarto e perguntar a ela se seria apropriado eu me deitar em
sua cama ao seu lado para que pudéssemos conversar um pouco mais,
mas então eu tirei isso da minha mente. Embora houvesse algum
motivo para esses pensamentos, também parecia estranho e contrário à
minha natureza. Isso me faz sentir um pouco fraco e afeminado por
considerar isso.

Então eu fiquei sozinho e depois de algum tempo, finalmente


adormeci.

Eu acordei esta manhã com um tesão feroz, sai de cama e


caminhei direito para a porta de Moira, sem questionar minhas ações
nem por uma vez. Eu empurrei a porta e abri, sem sequer bater, com a
intenção de rastejar para sua cama e afundar meu pau dentro dela,
sem me importar se ela estava de joelhos ou de costas no momento.

Decepção absoluta encheu meu corpo quando vi sua cama vazia.


Fui até o banheiro e estava vazio também. Com um suspiro de
frustração, eu voltei para o meu próprio banheiro e tomei uma ducha,
onde eu, é claro, me masturbei, já que eu não poderia ter Moira e desci
para encontrar Randall na sala de jantar que esperava por mim.

Ele me disse que Moira pegou emprestado um de seus carros


para fazer alguns trabalhos para que eu pudesse passar algum tempo
sozinho com ele hoje. Embora eu soubesse que teria que dedicar meu
tempo com este homem estranho que eu detestava, mas estava
começando a ter algum aceitação, eu queria ter Moira ao meu lado
quando eu confrontasse o meu passado. Eu sei que eu sou um homem
forte, mas por alguma razão, eu estava me sentindo ansioso agora que
Moira não estava aqui.

— Você se parece com sua mãe, — diz Randall, me puxando para


longe dos meus pensamentos de Moira.

~ 160 ~
— Eu teria te reconhecido em uma multidão de mil como sendo
seu filho.

Eu não sei o que dizer sobre isso, então eu tomo um gole de meu
café.

— Eu quero que você se sinta livre para me perguntar qualquer


coisa sobre os seus pais... sobre sua antiga vida que você não possa ser
capaz de lembrar. Eu quero que você use esta oportunidade para ajudar
a preencher as espaços em sua memória e recuperar o conhecimento de
sua família. Mas saiba disso, Zach... não vou pressioná-lo a ficar. Eu
quero que você fique... eu tenho certeza que você deve ter percebido
isso, mas eu não vou pressioná-lo a nada. Agora, existem outras
garantias que lhe posso dar?

Este homem... meu padrinho, conseguiu mais uma vez causar


um pouco de amargura em mim por recuar. Eu aceno para ele em
entendimento. — Só para você saber, eu não tenho nenhuma intenção
de ficar aqui permanentemente. Minha casa está em Caraica. Mas eu
aceito a sua oferta de me ensinar sobre a minha família. E eu estou
disposto a dedicar algum tempo a ele antes de eu voltar. Paraila... meu
pai adotivo, me pediu para ficar um ano. Não tenho certeza de que é
algo que eu possa fazer, mas vou ficar mais do que apenas alguns dias
aqui na Georgia se a oferta ainda estiver em aberto.

— Está, de fato, — diz Randall com um sorriso. — E depois que


terminarmos o café da manhã iremos para um passeio, e eu vou levá-lo
até sua casa?

Concordo com a cabeça em aceitação e pego um pouco de bacon


em meu prato. — Moira me disse que o meu pai salvou sua vida uma
vez.

Enxugando a boca com o guardanapo antes de colocá-lo de volta


para baixo, Randall empurra o prato. — Eu não sou um homem
religioso. Seu pai era totalmente. Mas eu acredito que Deus fez com que
seu pai estivesse no lugar certo e na hora certa para me arrancar do frio
aperto da morte.

Eu escuto, fascinado, enquanto Randall me fala de seus


caminhos hedonistas, e como ele capotou seu carro em uma poça de
água de chuva, bêbado como um burro naquele dia. Quando o rosto de
meu pai apareceu na janela através da água escura, Randall jurou que
viu um halo em volta da cabeça do meu pai. Eu tinha que sorrir para
aquela imagem. Enquanto meus pais eram cristãos fervorosos, eu havia
abandonado os ensinamentos ao longo dos anos. Enquanto Padre Gaul
~ 161 ~
ainda pregava para mim a sua Bíblia, seguidores espíritas da tribo
tiveram mais impacto em mim do que as visitas inconsistentes de Padre
Gaul.

— Acho que é difícil acreditar que você desenvolveu uma ligação


tão estreita com o meu pai, só porque ele salvou sua vida. Vocês dois
parecem opostos, — eu observo após Randall ter me contando a história
de como eles se tornaram amigos.

Randall ri e acena com a cabeça vigorosamente em entendimento.


— Você está certo. Em muitos aspectos, não tínhamos nada em comum.
Nossas crenças religiosas, o nosso credos, lado político... eram muito
diferente. No entanto, ironicamente, seu pai e eu fomos capazes de ter
essas conversas profundas sobre nossas diferenças. Seu pai nunca me
julgou por não ter as mesmas crenças. Na verdade, eu acho que isso foi
o que fez dele um grande missionário... porque ele entendia que as
pessoas tinham crenças próprias que não seriam fáceis de mudar. Seu
pai foi paciente e gentil. Ele era engraçado e brincalhão. Ele era um
homem fácil de se admirar e respeitar.

— Eu posso entender por que você tinha gostado dele. Ele parecia
um cara legal, — eu observo. — E eu sempre me lembrava dele estando
de bom humor e rindo muito. Além disso, ele salvou sua vida. Então,
eu... eu entendo por que você gostava dele. Mas eu acho que eu não
entendo por que ele gostava de você.

Eu sei que essa pergunta pareceu rude, mas eu ainda estou


desconfiado do vínculo ‘familiar’ que Randall parece projetar entre eles.

Com os olhos calorosos, Randall se inclina para trás em sua


cadeira à mesa da sala de jantar e descansa as mãos na borda. Sua voz
é calma quando ele me responde. — Eu perguntei a seu pai a mesma
pergunta uma vez, porque eu nunca entendi isso sozinho. E sabe o que
ele me disse?

Eu balancei minha cabeça porque eu não posso sequer imaginar.

Randall me dá um sorriso, seus olhos brilhando. — Seu pai me


disse que apesar de minhas maneiras excessivas e festas
incondicionais, ele nunca duvidou de que o meu espírito e minha alma
eram gentis em sua essência. Ele disse que reconheceu isso em mim.
Claro, eu pensei que seu pai era louco por dizer tudo isso de mim. Eu
achava que ele era cheio de si, e isso me fez rir. Eu pensei que ele
estava brincando comigo, como sempre fazia. Mas cerca de três anos
antes... você era apenas um bebê, e eu estava realmente cuidando de
você em uma noite para que seus pais pudessem sair para um
~ 162 ~
encontro. Quando eles voltaram para casa, me encontraram sentado no
sofá, com você dormindo no meu peito. Seus pais ficaram tão quietos...
eles foram na ponta dos pés até nós e se inclinaram com sorrisos
suaves para ver você dormir lá. Eu não sei qual expressão estava em
meu rosto naquele momento, mas seu pai me deu um sorriso e disse: —
Viu... o que eu te disse, Randall? Um espírito gentil em seu corpo.

Minhas sobrancelhas sobem de surpresa. — Ele disse exatamente


as mesmas palavras para você depois de todos esses anos?

— Sim, o que me fez perceber que seu pai quis me dizer essas
palavras com convicção. Era a primeira vez na minha vida... que eu
percebi que alguém acreditava em mim absolutamente. Eu não acho
que era possível para que mim admirar e amar mais o seu pai, mas a
partir daquele momento, seu pai tinha a minha fidelidade absoluta. Eu
morreria por ele.

As palavras de Randall me tocaram fundo porque eu percebi que


este homem não é apenas alguém que está de fora como uma cotovia
curiosa apenas dando uma olhada no filho de seu amigo há muito
tempo perdido. Eu acho que ele sente uma verdadeira e profunda
emoção e obrigação para com meu pai, e ele está usando esta
oportunidade para me trazer de volta às minhas raízes como uma forma
de finalmente pagar ao meu pai depois de todos esses anos, não só por
salvar sua vida, mas por acreditar em sua própria humanidade que
Randall duvidava que ele realmente tivesse.

Depois do café da manhã, Randall me leva em um carro prata,


que ele chama de um Aston Martin, o que não significa muito para
mim, e nós nos dirigimos para a casa dos meus pais. Bem, a minha
casa agora.

O sol de verão aqui na Geórgia é quente, e o ar é úmido,


renovando a minha saudade de voltar para casa. Enquanto nós
dirigimos para lá, acho que a minha curiosidade sobre este homem a
aumenta.

— De onde você tira toda a sua riqueza? — pergunto a ele


incisivamente.

~ 163 ~
Randall dá uma gargalhada ruidosa. — Meu bisavô começou uma
loja de departamento chamada Cannon na década de vinte. É meu
legado agora. Começou como uma pequena loja no centro da cidade de
Atlanta, e agora está em praticamente todos os shoppings de toda a
América.

— O que é uma loja de departamento?

— Um lugar onde você pode comprar coisas como roupas, sapatos


e outros bens domésticos. Vou levar você a uma e te mostrar enquanto
você está aqui.

— E você possui isto totalmente?

— Eu compartilho da empresa com o meu irmão, Stanley. Eu sou


o diretor executivo, o que significa que comando administrativamente a
empresa. Stanley, infelizmente, prefere gastar o dinheiro ao invés de
trabalhar por isso. Sua propriedade é nominal.

— E Clint e Cara trabalham na empresa?

Randall bufa alto. — Dificilmente. Eles seguem os passos de seu


pai e praticamente vivem com suas retiradas dos fundos de ações da
empresa.

Fico em silêncio por um tempo para digerir isso. Minhas


primeiras impressões de Clint e Cara não eram favoráveis. Pareciam
pessoas frívolas para mim, tanto que só discutiam sobre festas e
brinquedos caros. Nenhum deles sobreviveria cinco minutos da floresta
tropical.

Diferente de Moira, eu pensei. Ela é uma mulher muito


engenhosa e, apesar de sua falta de cuidado ao andar pela floresta no
dia em que deixou a Caraica, quase ganhando uma picada de cobra, eu
imagino que se ela fosse deixada à sua própria sorte para sobreviver
nesse ambiente, ela não teria problemas. Este pensamento realmente
me deixa orgulhoso de Moira. Me faz respeitá-la ainda mais.

Pouco tempo depois, Randall chega em um bairro que realmente


se parece com o que Moira vive. As árvores são um pouco diferentes se
olhando bem, mas as casas são pequenas e bem conservadas. Depois
de dirigir por algumas ruas, Randall finalmente para na frente de uma
casa pequena, amarela com persianas pretas e uma porta preta. A
varanda é branca, e duas cadeiras de balanço ficam em um dos lados.

Imediatamente, eu reconheço isso como a casa onde morei até os


meus sete anos. Emoção inunda através de mim como memórias

~ 164 ~
abandonadas. Me lembro de brincar com soldados de brinquedo, bem
ali no jardim da frente. Eu sei que no quintal há um pessegueiro onde
eu costumava subir, e minha mãe me dizia para não comer a fruta
antes de estar madura.

Eu engulo em seco quando Randall desliga o carro e abre a porta.


Eu saiu do carro e sigo para a frente da casa, meus olhos imersos em
tudo, até nas pequenas flores vermelhas e amarelas que fazem fronteira
com a calçada que leva até a varanda.

Randall caminha até mim e segura suas mãos. Eu distraidamente


me afasto, e ele deixa cair uma chave na minha mão. Olho para ela, e
depois de volta para Randall.

— Vamos dar uma olhada, não é? — pergunta ele.

Concordo com a cabeça e sigo até a varanda, meus pés se


sentindo pesados. A chave entra sem problemas na fechadura, e eu giro
uma vez e abro. Assim que eu entro, eu reconheço tudo. A pequena sala
de estar ainda tem o mesmo sofá e a namoradeira de quando eu morava
aqui. São muito feios, agora que penso nisso, em tons de marrom e
estampas de aves laranjas. O assoalho range levemente enquanto eu
ando, e eu juro que eu posso realmente ver o meu pai sentado no sofá,
em silêncio, lendo uma passagem da Bíblia.

Me virando para olhar para a pequena cozinha, vejo que ainda


está pintada do mesmo amarelo manteiga com cortinas de renda branca
sobre a janela que ficam acima da pia. Eu imagino minha mãe se
inclinando para puxar biscoitos de chocolate do forno enquanto ela
cantarola baixinho para si mesma.

Eu posso até me ver correndo pelo corredor estreito, chamando a


minha mãe: — Olha o que eu fiz, mamãe.

Dei a ela um desenho feito de giz de cera com a figura de um


menino com uma vara e um cão pequeno, marrom em seus pés. —
Podemos ter um cachorro?

Minha mãe riu de mim quando ela olhou para o desenho. — Isso é
lindo, Zach, mas você sabe que não podemos ter um cão. Estamos saindo
no próximo mês para o Brasil, e não haveria ninguém para cuidar dele.

— Tio Randall pode cuidar dele para nós. Tenho certeza que ele
faria isso.

~ 165 ~
Minha mãe bagunçou meu cabelo e se inclinou para me beijar. —
Tenho certeza que ele faria, baby. Mas se você quer ter um cão, você
precisa ser o único a cuidar dele. Talvez possamos ter um quando
voltarmos, Ok?

Fiquei decepciono porque eu não queria ir nessa viagem


missionária com meus pais. Eu amava Jesus, e todos os seus
ensinamentos, mas eu não queria deixar a minha casa... meus amigos...
tio Randall. Eu amava aqui.

— Eu não quero ir, — eu disse com petulância. — Eu quero ficar


aqui com o tio Randall, como foi da última vez.

— Mas nós vamos ficar fora por mais tempo. Pelo menos um ano, —
minha mãe me disse com um sorriso confiante.

— Nós não podemos deixá-lo por tanto tempo. Eu sentiria muita


saudade de você.

— Eu não me importo, — eu disse a ela com raiva. — Eu vou odiar


lá.

Minha mãe se abaixou e me pegou, roçando meu pescoço. — Você


não vai odiar lá, seu bobo. Mas se você não gostar, não faremos você ir
novamente com a gente. Eu prometo.

Eu queria chorar e bater os pés em negação, mas eu sabia que não


ia adiantar nada. Esta viagem tinha sido planejada há algum tempo, e
não haveria alteração. Nós tivemos essa conversa muitas vezes antes.
Minha mãe me pôs de volta para baixo, me dando alguns biscoitos
quentes com um copo de leite. Biscoitos geralmente faziam tudo parecer
melhor, mas não nesse momento. Naquela hora, eles tinham gosto de
terra.

Eu pisco meus olhos, saindo da memória difícil. Eu tinha


esquecido completamente que eu nunca quis ir para a Amazônia com
meus pais. Que eu estava triste sobre isso, e que eu queria ficar aqui
com o meu padrinho. Me viro lentamente para olhar para Randall, que
está me olhando com olhos bondosos. — Eu nunca quis ir para o Brasil
com meus pais, — eu digo estupidamente.

Randall acena para mim com compreensão. — Não, você não


queria. Mas seus pais entenderam isso. Você eram jovens demais para
compartilhar a paixão deles por ajudar a ensinar o cristianismo para os
índios. Mas eles não podiam também te deixar para trás. Não para a

~ 166 ~
longa viagem que haviam planejado. Eles te amavam demais, nunca
iriam fazer isso.

— No entanto, eles finalmente me deixaram... quando eles


morreram, — eu digo com uma amargura que me surpreende. — Eles
me deixaram em um mundo estranho. Eles me deixaram sem proteção.

Randall dá alguns passos em minha direção, apoiando as mãos


nos meus ombros. — Não fique zangado com eles por isso, Zach. Eles se
foram. Você não pode mudar isso, e você sabe que eles nunca quiseram
que acontecesse nada de ruim com você. Eles confiavam que estavam
fazendo a coisa certa.

— Certa para quem? Para eles?

Suspirando, Randall aperta meus ombros. — Eles pensaram que


era certo para a família deles, e não podemos mudar isso.

Eu me afasto de Randall e caminho pelo corredor para o meu


quarto. Minha cabeça está girando com ressentimento, e eu tenho
vergonha de mim mesmo. Vergonha por eu me sentir assim em relação
a meus pais, que estão mortos, e envergonhado que eu esteja realmente
entristecido por ter deixado esta casa que eu estou de pé neste exato
momento. É absolutamente a mesma sensação que eu tinha a menos de
um mês atrás, quando me disseram que eu tinha que deixar minha
casa em Caraica.

Agora, eu estou confuso. Eu não sei onde minha casa é


realmente. Eu sinto que não pertenço nem aqui, nem lá. Cada pedaço
de ensinamento certo que eu tinha parece estar deslizando para fora
debaixo de mim.

Eu olhei para dentro do meu quarto, e estava exatamente como


eu me lembrava. Uma pequena cama de solteiro com lençóis do Batman
e um cobertor. Vários brinquedos estão espalhados por cima do meu
armário, e um taco de beisebol e luva postos em cima de um baú no
fundo da minha cama. Tudo está muito limpo e sem uma partícula de
poeira em nenhum lugar. Presumo que Randall vem mantendo esta
casa todos estes anos.

Voltando do meu quarto, eu ando por todo o corredor até o quarto


dos meus pais. O reconhecimento me assalta de imediato quando vejo a
cama de ferro forjado coberta por uma colcha azul e branco. O armário
está coberto com fotografias de nossa família, e eu caminho até elas
para ver, tentando permanecer imparcial quando eu vejo os rostos
sorridentes e união de uma família feliz. Fechando os olhos, eu juro que

~ 167 ~
posso até sentir o sutil cheiro doce do perfume da minha mãe, e um
lampejo de dor e saudade se infiltram em meus ossos, substituindo a
tristeza que eu estava sentindo momentos atrás. Abro uma das gavetas,
mas está vazia.

— Eu acabei dando todas as roupas, mas todo o resto eu deixei


do mesmo jeito. Tenho alguém que vem toda semana para limpar o
lugar.

Balançando a cabeça, eu dou uma olhada para fora da janela e


olho para o quintal. O pessegueiro está lá, parecendo cerca de dez vezes
maior do que eu me lembrava, mas está sem fruta.

Me virando para Randall, eu limpo minha garganta para que ele


não possa ouvir a onda de incerteza dos meus sentimentos. — Obrigado
por me mostrar isso hoje. Mas eu acho que já vi o suficiente.

— Com certeza, — murmura Randall. — Eu vou te levar para


almoçar, e nós podemos apenas conversar um pouco mais, se você
quiser.

— Na verdade... eu prefiro voltar para sua casa, se você não se


importa. Gostaria de ficar algum tempo sozinho, se estiver tudo bem
para você.

Randall sorri para mim com olhos tristes e diz: — É claro.

Sigo Randall para fora de casa e volto para seu carro em total
silêncio, perdido em meus próprios pensamentos. Ele diz que esta casa
é minha, mas não é. Não verdadeiramente.

Meu verdadeiro lar está em Caraica. A maloca que eu construí


com as minhas próprias mãos, que fica ao lado da maloca de Paraila.
Minha rede me proporcionou todo o conforto que eu precisei, e a
floresta me forneceu comida. Tive amigos... e um pai adotivo que me
amava como se eu fosse seu filho.

Não tenho necessidade de qualquer uma dessas coisas que


Randall me mostrou aqui hoje.

~ 168 ~
Capítulo Dezesseis

MOIRA

Eu estou do lado de fora da porta do quarto de Zach, hesitando.


Estou preocupada com ele. Ele não veio para o jantar, então eu tive
uma noite tranquila com Randall discutindo o que tinha acontecido
hoje. Ele está preocupado com Zach também.

Aparentemente, a viagem para a casa de sua infância despertou


alguma emoção amarga. Randall me disse que Zach se lembrou de
algumas coisas em detalhes vívidos. Ele se lembrou de não querer ir
para a Amazônia com seus pais, e como ele implorou para ficar com seu
tio Randall.

Eu suspeito que Zach está em conflito com o que ‘casa’ realmente


significa. Ele tem sido tão inflexível que a única casa que ele reconhece
é a que ele fez para si mesmo em Caraica. Mas agora, ele se lembra de
que ele tinha uma casa aqui que ele amava muito e estava ressentido de
ter que deixá-la. Eu não posso nem imaginar o que ele deve estar
sentindo neste momento... a dicotomia de emoções devem pesar sobre
ele.

Me assusta pensar que ele pode estar sentado dentro de seu


quarto, neste momento, planejando um retorno imediato para a
Amazônia. Seria uma maneira fácil dele negar os sentimentos de
afinidade que ele deve estar sentindo da sua infância em sua casa hoje.
Seria uma saída fácil para ele pegar... correr de volta para o que é mais
confortável para ele.

Eu vou em frente e bato suavemente na porta. — Zach... posso


entrar?

Eu só encontro o silêncio, então eu vou em frente e tento abrir a


maçaneta da porta, que se abre ao meu toque. Balanço a porta e a abro,
e eu noto que o quarto está na penumbra, com as cortinas pesadas
fechadas e apenas uma pequena lâmpada de cabeceira acesa

~ 169 ~
Eu rapidamente procuro por ele pelo quarto com os meus olhos, e
eu o encontro sentado em uma cadeira de estofado de seda azul e
dourado. Ele está largado nela, suas longas pernas esticadas à sua
frente. Uma mão repousa sobre sua coxa; a outra tem o cotovelo
apoiada no braço e com o queixo apoiado na palma da mão, pensativo.
Seus olhos são escuros e baixos quando ele olha para mim.

— Você não foi jantar, — eu digo baixinho.

Ele não responde, apenas continua a deixar seus olhos me


penetrarem, embora sejam quase desprovidos de qualquer emoção.

Eu fecho a porta suavemente atrás de mim e dou passos


vacilantes pelo quarto até que eu estou de pé diante dele. Seus olhos se
levantam para olhar para mim, mas ele ainda permanece em silêncio.

— Você está bem? Randall me contou tudo sobre a ida a sua casa
hoje.

Os lábios de Zach serram, e seus olhos parecem quase mortos


para mim. — Ele te disse o que aconteceu lá?

— Só que você lembrou que não queria ir para a Amazônia com


seus pais.

Zach dá uma risada desdenhosa quando ele olha para mim. —


Foi muito mais do que isso. Eu repetitivamente implorei aos meus pais
para não me levar. Eu não queria deixar minha casa... meus amigos.
Eu queria uma porra de um cão e ficar com o tio Randall, mas eu não
tive escolha no assunto.

Meu coração sangra sobre a dor e raiva em sua voz. Está em


pedaços pelo fato de que nunca foi dada a Zach a opção de ficar aqui.
Assim como nunca foi dada a opção de ficar para trás em Caraica
quando encontrei ele.

— Eu sinto muito, Zach. Foi injusto você não ter tido nenhuma
controle, — digo a ele baixinho.

Ele me dá atenção por um momento, pesando a empatia na


minha voz. Colocando as duas mãos sobre o braços da cadeira, ele se
levanta, se elevando majestosamente sobre mim.

— É engraçado, — ele murmura quando olha para mim, seus


olhos se aquecendo ligeiramente.

— O que é o que? — eu sussurro.

~ 170 ~
— Que você usou a palavra ‘controle’. Você... de todas as pessoas,
sabe o significado disso para mim. A necessidade de ter isso.

— Eu entendo bem, — eu digo a ele simplesmente. — Ainda


melhor agora.

Zach estende a mão e gentilmente acaricia minha bochecha. Seus


olhos se desviam para baixo, quando ele está me tocando,
contemplando minha aceitação.

Quando ele levanta o olhar para o meu, foi-se o leve toque de


carinho e em seu lugar a dureza do concreto.

Sua mão se afasta do meu rosto. — Tire a roupa, — ele exige. Sua
voz é baixa, mas imponente, provocando arrepios na minha espinha.

A mulher moderna em mim quer se recusar porque eu sei onde


isso vai dar. Zach está se sentindo sem controle, e ele quer ganhá-lo de
volta. A melhor maneira que ele conhece é forçando minha entrega
total. Para provar que ele é o mesmo que sempre foi.

Mas há uma mulher diferente dentro de mim também. Uma que


está começando a apreciar que há uma liberdade completa na
submissão. A liberdade vem de não ter nenhuma escolha a fazer, é
confiar que Zach vai fazer o certo por mim. Essa mulher... que já está
molhada entre suas pernas no minuto em que ele disse para tirar a
roupa... é a mulher que está pisando aqui agora.

Essa mulher... é a única que quer fazer Zach se sentir melhor,


dando o que ele exige, e tendo a certeza que ele entende que eu desejo
sua natureza primitiva.

Sem pensar duas vezes, pego a barra da minha blusa e a levanto.


Quando passa pela minha cabeça, eu a deixo cair no chão e
imediatamente desabotoo a minha saia, deixando-a descer pelas
minhas pernas. Eu saio dela, dando um pequeno passo em direção a
Zach.

Seus olhos brilham e suas narinas se abrem quando ele me vê só


de sutiã e calcinha branca. Fico ali, à espera de sua próxima ordem.

— Tudo isso, — ele rosna.

Meu sutiã se fecha na frente, por isso dou um toque rápido no


gancho no centro do meu peito, deslizo as alças pelos meus ombros e
deixo a gravidade tirá-los de meu corpo. Colocando os polegares sob o

~ 171 ~
cós da minha calcinha, eu timidamente as desço pelas minhas pernas e
as tiro... novamente, dando mais um passo para Zach.

Seu olhar penetra o meu brevemente, depois seus olhos deslizam


para baixo em meu corpo. Aguardo seu próximo comando, a minha pele
formigando na expectativa do que ele vai fazer comigo. Um beijo? Um
toque? Vou querer tudo o que ele quiser me dar. Eu vou morrer se ele
não me der alguma coisa.

Zach dá um passo largo em minha direção, enrolando a mão


atrás do meu pescoço. Com força medida, ele me vira e me empurra
para o chão. Minha respiração trava em minha garganta quando ele me
guia para o chão, primeiro de joelhos, em seguida, todo o corpo até o
meu rosto estão tocando o carpete macio. Seus próprios joelhos batem
atrás de mim com um pequeno baque, e ele exala alto.

Enquanto me prende com a mão no meu pescoço, eu ouço o som


inconfundível de seu zíper descendo e eu fecho meus olhos, imaginando
a maneira pela qual ele está habilmente liberando seu pau duro.

Então ele está empurrando na minha entrada, que está


escorregadia com a necessidade, mas apertada em antecipação. Ele
trabalha o seu caminho para dentro em apenas alguns centímetros
quieto. Outra inspiração profunda e ele se libera lentamente, se
desdobrando nas minhas costas.

Eu espero... espero por ele vir todo o caminho para dentro, mas
ele não faz outro movimento. Abro olhos, mas eu não consigo ver nada,
além do plissado empoeirado de sua cama. Não me atrevo a mover meu
corpo, porque Zach quer o controle, e ele precisa ter o que o faz se
sentir melhor, neste exato momento.

Ele empurra para dentro de mim em um movimento violento e


meus músculos se esticam com a dor pela queimação de sua invasão,
em seguida, se moldam imediatamente em torno de seu pau em um
suspiro de prazer. Um suspiro sai da minha boca, e eu mordo meu lábio
inferior.

Eu espero que ele comece a me foder duro, mas ele simplesmente


se afasta lentamente, só para me encher de volta com um ritmo igual.
Ele se move dentro e fora de mim com uma calma que não faz parte
dele pela intensidade da maneira como nós tínhamos fodido antes, e eu
imediatamente me lembro de como ele levou Tukaba no chão de terra
em Caraica. Sem sentimento. Sem emoção. Somente com a calma de
aço em um caminho para dar a si sua libertação.

~ 172 ~
Enquanto eu não posso negar que o que ele está fazendo é bom,
me sinto mal. Sinto que não é o suficiente. Eu quero mais, porque ele
me mostrou que tem mais para dar, e como eu não me importo em me
submeter ao desejo de Zach, eu preciso saber que eu não sou mais que
um buraco vazio dentro do qual ele se serve.

Zach está absolutamente tranquilo se movendo para dentro e fora


de mim. Não geme para me deixar saber que ele que está sentindo
prazer. Sem aceleração de sua respiração para provar que sou
desejável.

Apenas um movimento lento, silencioso de seu corpo dentro de


mim que eu acho ser entorpecente aos meus sentidos.

Meus olhos se enchem de lágrimas quando eu percebo que não


posso ter esse tipo de relação sexual com Zach. Totalmente desprovida
de intimidade que eu aparentemente preciso e desejo.

Minhas mãos achatam no tapete e eu estou prestes a me


empurrar para dizer a ele para parar, quando de repente Zach grita: —
Porra, — quando ele rasga para longe do meu corpo.

Eu imediatamente me levanto e olho por cima do meu ombro.


Zach está esparramado no chão... sentado em sua bunda com os
joelhos levantados e as mãos apoiando seu peso em seus quadris.

Seus olhos são sombrios, e seu peito está duro. — Sinto muito, —
diz ele com ódio dele mesmo. Eu estou congelada no lugar enquanto eu
assisto a dor dominá-lo.

— Eu sinto muito, — ele repete em voz baixa, e seus olhos descem


para os meus. — Eu não deveria ter feito isso.

Meu corpo finalmente reage, e vou em direção a ele rastejando.


Eu rastejo direito entre suas pernas e me sento de joelhos para que eu
possa tomar o seu rosto em minhas mãos. Me inclinando um pouco, eu
passo meus lábios nos dele, e depois beijo sua bochecha, então sua
testa.

— Está tudo bem, — asseguro a ele. Quando eu me afasto, seu


olhar se volta para mim timidamente.

Com uma voz tão suave, quase não o ouço quando ele diz: — Eu
não sei mais quem eu sou.

Meu coração se contrai dolorosamente por este belo homem que


parece tão perdido. Eu viro meu corpo e me sento no colo dele,

~ 173 ~
enrolando meus braços em volta do seu pescoço e colocando meu rosto
na curva de seu pescoço. Estou aliviada quando seus braços se
envolvem imediatamente ao redor da minha cintura, e ele me aperta em
resposta.

— Você é Zacharias Easton, — eu digo a ele com uma voz suave.


— Você é um menino que foi levado de sua casa. Você é um homem que
foi levado de sua vida. Ambos são parte de quem você é. Mas por favor,
não esqueça nunca, meu maravilhoso homem... que você agora tem a
oportunidade de ser quem você quiser ser. Isso estará sempre sob seu
controle.

Eu sinto os pulmões de Zach expandirem com uma respiração


profunda, e ele deixa sua respiração sair suavemente. Eu posso sentir
sua ereção queimando minha pele, e eu quero que este homem perdido
de volta para dentro de mim novamente. Levanto a cabeça um pouco,
trago meus lábios para seu pescoço, dando a ele um beijo suave. Um
tremor percorre seu corpo e seus braços me apertam mais apertado.
Abro a boca, toco minha língua em sua pele, e depois chupo
suavemente por um momento antes de raspar os dentes ao longo do
caminho.

Zach rosna baixo em sua garganta e rola para o lado. Suas mãos
estão sob minhas pernas para se apoiar e ele me tira do chão, ficando
de pé em um movimento poderoso. Me levando para a cama, ele me
coloca no centro.

Eu assisto descaradamente quando ele descarta suas roupas,


seus músculos ondulando com cada movimento que ele faz. Seus olhos
nunca deixam os meus, ardendo de necessidade, e o meu sangue
começa a ferver lentamente quando ele rasteja sobre a cama, bem no
meio das minhas pernas.

Ele é a perfeição absoluta, quando ele se senta sobre as pernas


traseiras, sua ereção aponta para cima em linha reta com ousada
confiança. Seus olhos azuis chamuscam para mim, e eu anseio por
passar minhas mãos ao longo do corpo dele.

Zach empurra delicadamente minhas pernas. Ele desliza suas


mãos lentamente até as minhas pernas, por cima dos meus quadris...
minhas costelas, direto para os meus seios, onde ele os aperta
gentilmente. Um gemido suave tremula sobre meus lábios, e Zach sorri
em resposta.

Inclinando o seu corpo em cima de mim, ele traz a sua boca para
a minha e me dá o mais doce dos beijos, levemente desliza em meus
~ 174 ~
dentes com a língua. Então ele me beija profundamente... mais
profundamente ainda. Minhas mãos vão até o seu peito, e eu belisco
seus mamilos. Ele me recompensa com um gemido e enfia a língua com
força contra a minha, seguido por um ofegar duro que eu chupo
avidamente em minha boca.

Quando Zach finalmente puxa o rosto do meu, ele apoia as mãos


no colchão e olha atentamente para mim. — Acho que aprendi algo
importante.

— O que foi? — eu pergunto quando deslizo minhas mãos para


baixo seguindo os contornos dos músculos de seus braços.

— Nunca houve qualquer emoção quando eu transei com as


mulheres em Caraica. Só estava focado em como me sentia fisicamente.

— E agora é diferente?

— É diferente com você, — ele admite. — Apenas a alguns


momentos atrás... eu estava tentando te foder como se eu estivesse
fodendo uma mulher em Caraica. Controle absoluto, emoção zero. Eu
estava tentando provar a mim mesmo que eu estou no controle da
minha vida.

— Você está no controle, — asseguro a ele e meus dedos deslizam


para acariciar seu rosto.

— Não com você, — ele murmura. — Não totalmente.

— Zach... Não tenho nenhum problema de me entregar a você


quando estamos na intimidade. Pode me colocar de seus joelhos uma
vez e outra que eu vou adorar. Mas eu só não quero que você se
reprima. Você tem que prometer que nunca vai se segurar quando
estiver comigo. Como mulher moderna é algo que eu preciso. Eu não
posso manter a emoção fora disto.

Seus olhos se tornam leves, e ele sorri suavemente quando ele


acena com a cabeça em compreensão. — Devidamente anotado.

Zach traz uma mão em meu peito e aperta meu mamilo. — Mas
só porque estamos tendo esta conversa sobre sentimentos e emoções
não significa que eu não vou te foder duro agora e você vai sentir isso
por uma eternidade. Eu vou fazer de você uma escrava do meu pau.
Você pode acabar saindo um pouco machucada e muito dolorida
quando estivermos acabado, mas você vai estar me implorando para
fazer tudo de novo com você. Eu te prometo isso.

~ 175 ~
Meus olhos se arregalam com o tom agressivo na voz dele, e meu
corpo praticamente derrete debaixo dele. — Este é o meu homem não
civilizado, — eu sussurro.

Sim... Estou dolorida. Depois de Zach jogar minhas pernas por


cima de seus ombros, ele começou a bater o meu corpo com uma força
brutal, e depois que ele me fez gozar duas vezes dessa maneira, ele se
virou e continuou.

Toda vez que ele chegava perto de gozar, ele ia devagar, às vezes
puxando todo o caminho para fora de mim, e apenas me acariciava e
beijava o meu corpo. Era uma tortura, mas apenas por um tempo antes
dele bater de volta para casa.

Sim... ele escravizou meu corpo. E ele não deixou nada para trás.

Ele gemeu, grunhiu, e amaldiçoou todo o prazer que ele estava


sentindo. Cavando seus dedos em minha carne, ele me atacou com sua
língua. Ele falou palavras sujas para mim, cortesia da Google, e isso me
excitou ainda mais.

Quando ele finalmente gozou, ele fez isso com um rugido que
praticamente balançou as vigas antes de cair em cima de mim. Eu
estava com medo de que Randall viria ver o que estava acontecendo no
quarto. Felizmente, eu acho que o quarto dele é em outra ala da casa.

Zach sai de mim e se deita de costas. Sua respiração é dura, e


sua pele está úmida de suor. Eu não hesito por um segundo, e deslizo
meu corpo ao lado dele e coloco minha cabeça em seu ombro. Ele não
se move ou me toca de alguma forma, e eu ouço por um tempo
enquanto sua respiração finalmente volta sob controle.

Trazendo minha mão sobre, eu a coloco em seu peito e


suavemente acaricio os seus músculos rígidos lá. Eu posso senti-los
saltar em meu toque.

— Os homens e as mulheres dormem juntos na mesma cama


apenas depois de casados? Me lembro que meus pais dormiam na
mesma cama juntos, — Zach me pergunta.

~ 176 ~
Eu sorrio para mim mesma e me sento para que eu possa olhar
para Zach. Balançando uma mão em seu peito, eu digo: — Não, você
não tem que se casar para fazer isso. Por que você pergunta?

Zach encolhe os ombros. — Só para saber. Nós nunca fizemos


isso antes.

— Você quer dormir juntos? Você quer que eu fique aqui com
você esta noite? — Alcançando o seu corpo, Zach pega a minha mão e a
move para baixo de seu corpo até que meus dedos toquem seu pau. Ele
está completamente suave, ainda que surpreendentemente grande, com
a pele um pouco úmida. Empurrando meus dedos, ele me pede para
levá-lo na mão, e eu nunca pensei nem por uma vez em negar.

Eu o acaricio suavemente e ele faz um som baixo, cantarolando


em sua garganta, seu pau pulsando contra a palma da mão.

— Eu acho que é melhor você ficar aqui hoje à noite, — diz ele
com um sorriso malicioso no rosto. — Eu acho que ainda não terminei
com você.

Deus, eu espero que ele nunca termine comigo.

~ 177 ~
Capítulo Dezessete

ZACH

Me sento na parte de trás do barco com Clint dirigindo por todo o


lago. Meus olhos se lançam entre Moira à minha esquerda e Cara a
minha direita. Eu comparo as duas senhoras, porque eu acho
fascinante estar na companhia de duas mulheres igualmente belas,
mas apenas uma realmente me atrai.

O que Moira tem que a distingue?

É o fato de eu conhecer seu corpo intimamente? Será que é


porque ela me conhece melhor do que Cara? Ou será que é porque ela
me permite dominá-la e isso agrada a minha necessidade inerente de
controle? Eu não acho que seja isso... não totalmente de qualquer
maneira, porque eu estou achando que o conceito de controle é
subjetivo.

Por exemplo, Cara é muito linda. Ela está vestindo um biquíni


rosa que não é muito mais do que alguns triângulos de tecido cintilante
que mal cobrem os seios e a vagina. Seu cabelo longo e loiro está solto
ao vento. Seus lábios são cheios, e eu aposto que ela daria um boquete
incrível.

Mas ela não tem muita coisa acontecendo no departamento de


cérebros. Ela só parece querer falar sobre si mesma e qual esmalte seria
melhor com o seu bronzeado. Eu tive que reprimir uma risada quando
Cara balançou sua perna longa e grossa, colocando seu pé na minha
coxa, e me perguntou o que eu pensava sobre a cor de suas unhas.
Como se eu pudesse entender dessa merda. Moira apenas revirou os
olhos e voltou seu olhar para a água.

Enquanto Cara está quase completamente nua, Moira está


vestindo uma camiseta por cima do traje de banho e um shorts jeans.
Eu noto que suas unhas são pintadas de um rosa pálido e isso me faz
querer adorar os seus pés, que só servem para chamar sua atenção...
talvez a cor faça a diferença.

~ 178 ~
Clint diminui a velocidade do barco até a sua marcha lenta e se
vira para nós. — Ok, Moira. É a sua vez. Você está pronta?

Moira se levanta da cadeira e dá um sorriso brincalhão. — Claro.


Eu disse que sou péssima em esqui aquático, mas eu vou dar uma
chance.

Todos nós já fomos uma vez até agora. Cara e Clint são muito
bons, mas eu percebi que eles praticamente passam grande parte de
seus verões na água, bebendo cervejas e vinho e tomando banhos de
sol. Vida difícil, com certeza.

Eu fui surpreendentemente bem quando foi a minha vez. Foi


emocionante ser puxado por trás do barco com o vento chicoteando em
mim, o spray de água foi legal. De acordo com Cara, que fez questão de
colocar a mão no meu bíceps depois que eu voltei para o barco, eu sou
bom no esqui, porque meus braços são tão fortes.

Moira revirou os olhos para isso também e até mesmo bufou, o


que fez Cara estreitar os olhos e olhar para ela.

É difícil evitar o meu olhar quando Moira puxa a camiseta sobre a


cabeça, revelando o top do maiô muito mais modesto em preto, os seios
que são menores que os de Cara estão adequadamente cobertos. Estou
feliz por isso, porque eu não teria deixado de notar a forma como Clint
olhava para Moira. Ela tirou seus shorts, revelando seu biquíni preto
que cobre bem sua bunda, com tiras delicadas que repousam sobre
seus quadris.

Merda, eu prestei muita atenção a seus quadris na noite passada


entre a minha língua e meus dedos cavando lá. Estou surpreso que ela
não esteja machucada.

Clint ajuda Moira a vestir o colete salva-vidas, e eu quero rosnar


em frustração quando ele prende as alças na parte da frente. Mas não
há nada que eu possa fazer, porque Moira não quer que ninguém saiba
que estamos transando. E pelo visto, eu quero bater em Clint no convés
do barco por causa da maneira que ele está de pé muito perto dela e se
eu fizer isso ficaria óbvio que estamos transando.

Cara se levanta de sua cadeira e diz: — Eu dirijo neste agora. —


enquanto Cara fica atrás do volante, Clint ajuda Moira com seus esquis
e entra na água. Eu volto ao meu lugar para assistir ela, observando a
determinação em seu rosto enquanto ela pega a corda, as pontas de
seus esquis balançando para fora da água na frente dela.

~ 179 ~
Seus olhos fixam nos meus, e eu dou a ela um sorriso
encorajador. Ela me recompensa com um rápido sorriso que é tão
brilhante que realmente aperta meu estômago de desejo de vê-lo
novamente. Sim, aquele sorriso é definitivamente algo que define Moira.

Cara olha por cima do ombro e grita. — Ela está pronta?

Moira balança a cabeça e grita: — Sim.

O motor é ligado e Cara avança com velocidade suave, e eu vejo


que Moira facilmente levanta para fora da água. Ela vai todo o percurso,
sem problemas, o seu olhar focado no barco.

Cara aumenta a velocidade um pouco, e Clint grita: — Você está


indo muito bem. Flexione os joelhos um pouco mais.

Moira faz como foi indicado, e ela parece estável. Um lento sorriso
vem em seu rosto e eu apenas fico lá, apreciando a beleza da minha
amante quando ela desliza através da água.

Eu sei que Moira não tem força no braço para ficar por muito
tempo, e eu estou realmente ansioso para mais uma chance de voltar lá
fora. Esta é uma das coisas mais divertidas que eu fiz desde que eu
cheguei aos Estados Unidos... tirando o tempo eu estou mergulhado
dentro de Moira.

De repente, Cara vira a direção do barco rapidamente para


direita, e Moira é arremessada dos esquis caindo na onda de água feita
pelo motor do barco. Assim que aponta do Sky passa por cima da onda,
eu vejo quando as pernas de Moira aparecem debaixo dela e ela vai
sendo levada na direção da água, caindo sobre a extremidade final.

— Desligue o motor, — Clint grita para Cara. Eu vejo como ela


vira de volta, virando a cabeça por cima do ombro para olhar para trás
dela... com um sorriso malicioso em seu rosto enquanto ela vê Moira
boiando na água.

— Oops, — diz ela, enquanto seus olhos viram para mim


inocentemente. — Eu pensei ter visto um tronco flutuando na água e
estava tentando desviar.

— Nossa, Cara, — Clint diz com uma risada bem-humorada. —


Você é uma ameaça sobre a água. Vou dirigir daqui em diante.

Cara gira suavemente o barco e volta para Moira. Ela não está
machucada pela queda, mas rindo quando a puxo para cima. Eu me

~ 180 ~
inclino sobre o barco e dou a ela uma mão, facilmente a levantando e
virando-a para que ela possa se sentar na borda.

— Você está bem? — Cara pergunta solícita.

— Eu estou bem, — diz Moira com um sorriso. — Primeiro fiquei


assustada, mas nem sequer me machuquei. Eu queria tentar de novo.

Noto que Cara faz uma careta, mas eu dou um rápido sorriso
para Moira. Enquanto Cara e Clint mudam de posição ao volante, eu
me inclino para baixo e coloco meus lábios perto da orelha de Moira. —
Você está um pouco atrevida. Eu tenho algo planejado para você hoje à
noite. Espero que você ainda esteja se sentindo tão aventureira.

Os olhos de Moira vibram se fechando, e ela geme levemente.


Tomo isso como consentimento e me afasto dela apenas quando Cara
caminha de volta para onde nós estamos.

— Zach... Estou começando a queimar um pouco, — Cara


ronrona para mim enquanto me entrega uma garrafa de alguma loção
que eu tinha visto Moira espalhando em sua pele antes. — Você se
importa de passar em minhas costas?

Eu nem sequer tenho que olhar para Moira para saber que ela
está revirando os olhos novamente, e eu rio de mim mesmo. Eu me
deleito com seu ciúme, mas eu vou fazer as pazes com ela esta noite.

— Claro, — eu digo quando eu pego a garrafa e abro a tampa.

Eu tenho certeza que eu ouvi Moira murmurar — Inacreditável, —


antes dela pular para fora do barco, salpicando água para dentro.

Cara e Clint apenas nos deixaram na casa de Randall. Moira


entrou rápido na casa. Eu estou pensando que tem tudo a ver com o
fato de que eu passei protetor em Cara, pois ela prontamente desfez os
laços superior e inferior da parte de cima do biquíni e deixou os fios
caírem, com cuidado, segurando o biquíni sobre os seios enquanto ela
virou de costas para mim.

— Eu não quero sujar o meu biquíni com essa coisa, — disse ela
tentando se explicar. Eu rapidamente esfreguei o material liso sobre sua
pele e, quando ela foi para amarrar os cordões ao redor do pescoço, ela

~ 181 ~
deixou o fundo pendurado, então eu dei uma boa olhada nas auréolas
arredondadas de seus seios. Ela me deu um olhar quente, virando o
rosto para mim enquanto ela amarrava as tiras em torno de suas
costas. Sorrindo educadamente para ela, eu me virei para olhar para
Moira, que estava atirando punhais em mim. Eu apenas sorri de volta
para ela, e sua boca estava achatada em uma careta. Eu comecei a
sentir sua indiferença desde então.

Sam nos cumprimenta dentro do hall, nos dizendo que Randall


tem uma reunião de negócios demorada e que ele teria o jantar pronto
para nós em poucas horas na sala de jantar. Moira murmura um
agradecimento e caminha até as escadas. Eu a observo por um minuto,
com grande apreço pela forma como a sua bunda balança nesse shorts
jeans apertados. Quando ela faz isso até a metade da escada, eu a sigo,
me limitando a dois passos de cada vez.

Ela não me espera e vai direto para seu quarto. Eu a sigo,


empurrando contra a porta quando ela tenta fechá-la em mim.

— Eu estou indo tomar banho, — Moira resmunga e eu fecho a


porta quando entro em seu quarto.

— Perfeito, — eu digo a ela. — Eu vou te acompanhar.

— Não estou de bom humor, Zach, — ela rosna para mim quando
ela vai direto para o banheiro. A sigo de perto, a ponto de não deixá-la
se esconder de mim.

Eu encosto o quadril contra o balcão do banheiro enquanto ela


abri a água, segurando a mão sob o fluxo de água até que a
temperatura se adapte a ela. Quando ela se vira para mim, ela está com
as sobrancelha levantadas. — O que é que você está fazendo aqui? Eu
vou tomar banho, depois nos encontramos lá embaixo, para o jantar.

Levantando minha camiseta sobre a minha cabeça, e


casualmente deixando cair no chão. Moira não pode se segurar. Seus
olhos vagueiam sobre o meu peito brevemente antes de subir de volta
até encontrar o meu.

— Ah, não, você não vai, — diz ela, enquanto se afasta. — Eu


disse que eu não estou de bom humor.

— Você não está de bom humor, — eu digo a ela simplesmente,


levando o meu olhar rapidamente para baixo contra o seu peito. — Eu
posso ver seus mamilos cutucando sua camisa.

~ 182 ~
— É o ar condicionado, — ela resmunga. — E se você quer
transar com alguém, por que você não vai encontrar Cara? Tenho
certeza que ela vai adorar.

Ah, aí está. Minha pequena tigresa ainda está fumegando sobre a


exibição de Cara desta tarde.

— Eu tenho certeza que ela adoraria. Sem dúvida que ela se


dobraria para mim em um piscar de olhos, — eu digo a ela, e seu rosto
fica vermelho de raiva. — Mas eu não quero ela. Eu só quero você,
então tire suas roupas. Agora.

Os olhos de Moira se aquecem com a minha confissão de que eu a


quero, mas o queixo dela sobe para me desafiar.

Há um brilho desviante nos seus olhos, mesmo quando ela me


nega novamente. — Não

— Não? — eu pergunto a ela com um sorriso escuro. Eu


desamarro meus calções e os empurro para fora de meus quadris,
deixando-os cair no chão. Meu pau ficou duro na hora que eu a segui
até o quarto dela, e eu estendo a mão para me acariciar. Seus olhos
imediatamente caem para ver o que eu estou fazendo.

Dou um passo em direção a ela, e o movimento faz com que o


olhar dela pule de volta para os meus.

— Não? — pergunto novamente. — Você pensa em me negar?

— Isso mesmo, — diz ela, embora eu possa dizer pelo tom de sua
voz que ela está me desafiando a forçá-la.

— Se você não tirar a roupa, eu vou fazer isso por você, — eu digo
a ela ameaçadoramente.

— Você vai ter que lutar com suas mãos, — ela me desafia.

Merda vamos lá. Meu pau está doendo tanto, então eu só poderia
ir para o seus shorts e para a calcinha do biquíni, tirando o mínimo
antes de eu bater meu caminho dentro dela.

Minhas mãos de cobra agarraram sua cintura, puxando-a


firmemente para mim. Meus braços envolvem seu corpo e eu começo a
diminuir a distância do meu rosto para o dela para um beijo punitivo,
mas ela grita de dor.

Eu a solto imediatamente. — Qual o problema?

~ 183 ~
Moira estremece e cuidadosamente levanta a parte de trás de sua
camiseta, olhando por cima do ombro para o reflexo no espelho. Meu
olhar a segue, e eu vejo que ela está tingida de rosa pelo sol.

— Maldição, — diz ela, consternada. — Eu me queimei por causa


do sol. — ela cautelosamente se vira e aperta o dedo na pele logo acima
do quadril. Ele fica totalmente branco por um minuto, em seguida, rosa
volta novamente quando ela tira o dedo.

Moira se vira para trás até mim e nós olhamos um para o outro
por um momento, o calor da briga sai de nós dois. Em seguida, seus
lábios estalam em uma grande sorriso... tão deslumbrante como o
sorriso que ela me deu essa tarde. — Acho que isso arruinou o
momento, hein?

Eu jogo minha cabeça para trás e rio dela. — Não está em ruínas.
Eu só vou ter que ser um pouco mais cuidadoso com você.

Com as mãos macias, eu levanta a camisa dela por cima da


cabeça, descartando-a para que eu possa libertar os seios do top do
maiô. Me inclinando, eu tiro o seu short e puxo por suas pernas,
tomando cuidado para não raspar a pele dela. Quando ela está
completamente nua para mim, eu me inclino e coloco um beijo sobre
seu estômago antes de me levantar novamente.

Eu me inclino para o chuveiro e verifico, diminuindo um pouco a


temperatura da água. Está apenas morna e eu sei que não vai
machucar a pele macia. Pela aparência dela, apenas a suas costas se
queimaram, e estou me sentindo culpado por ter passado a loção
protetora em Cara, mas eu não fiz a mesma cortesia para Moira.

— Dói muito? — eu pergunto.

— Não... apenas arde um pouco. Tenho alguma loção de aloe vera


que posso esfregar depois do banho.

— Eu vou esfregar, mas vamos nos limpar primeiro, — eu digo a


ela quando pego a sua mão e ajudo a passar através da grande porta de
vidro.

Seu chuveiro é muito grande, assim como o do meu banheiro. Os


azulejos são de ardósia marrom e cinza com vários bicos que fazem
sprays de água de todos os ângulos.

Moira inclina a cabeça para trás sob o chuveiro e molha os


cabelos. Quando ela levanta a cabeça para cima, pequenas gotas ficam

~ 184 ~
presas em seus cílios e correm pelo seu rosto. Seus olhos verdes
brilham, e ela fica simplesmente deslumbrante.

Pego o sabonete corporal, e liberalmente despejo um pouco em


minhas mãos e a ensaboo. — Sua frente primeiro.

Moira me olha com os olhos pesados quando eu corro minhas


mãos ensaboadas sobre seu pescoço, ombros, e para baixo em seus
braços. Eu presto atenção extra em seus seios, gentilmente amassando-
os e circulando as pontas dos meus dedos sobre seus mamilos eretos.
Eu estou tão excitado agora. Eu posso sentir meu próprio pau chorando
com urgência para chegar dentro dela, mas eu continuo a tomar o meu
tempo lavando seu corpo.

Eu coloco a mão ensaboada entre suas pernas, lavando e


massageando sua buceta, seus lábios lisos antes de empurrar
gentilmente um dedo dentro dela.

— Oh, Zach, — ela geme enquanto seus quadris inclinam para


dentro. Eu puxo meu dedo, deslizando-o sobre o clitóris, o que faz ela
ofegar. Porra, ela é tão sexy.

— Se vire, — eu rosno. — Me deixe lavar suas costas.

Ela faz o que eu peço, puxando seu cabelo longo por cima do
ombro para revelar sua pele rosada para mim. Eu apenas a toco quando
eu esfrego suavemente a espuma sobre a pele, no meio da sua coluna,
em sua bunda bem arredondada que ainda está pálida porque foi
escondida do sol.

Eu tomo as duas mãos e as coloco em sua parte traseira,


massageando suavemente seus músculos. Deslizando minhas mãos, eu
corro meus dedos para cima entre suas adegas firmes, roçando sua pele
macia escondida lá dentro. Moira fica tensa por um momento, e então
suspira.

Retorno para lavar seu corpo, eu derramo uma outra quantidade


generosa e faço mais espuma em ambas as mãos.

— Fique quieta, — eu ordeno. — E não se mova.

Dando um passo para o lado dela, eu corro uma mão sobre a sua
barriga e outra pelas costas, no mesmo ritmo. Minha mão da frente
cobre sua buceta brevemente antes de eu começar a arrastar o dedo
indicador entre sua carne, circulando seu clitóris.

~ 185 ~
Moira grita de prazer quando sua mão se estende para se segurar
contra a parede do chuveiro e o outra vai para o meu ombro. Eu deixo
minha outra mão ir para baixo da sua parte traseira e empurro o dedo
indicador para baixo entre suas nádegas. Quando chego a sua abertura,
eu massageio suavemente em torno dela, mesmo quando ela tenta
empurrar os quadris para a frente e para longe do meu toque.

— Eu disse para não se mover, — digo a ela enquanto eu esfrego


seu clitóris com um pouco mais de força.

Seu corpo fica quieto, e eu deixo minhas mãos fazerem o trabalho.


Um dedo trabalhando em seu clitóris, o outro circulando suavemente
seu ânus.

Eu inclino meu rosto e me aproximo do pescoço de Moira. Coloco


meus lábios perto de seu ouvido e eu digo a ela: — Eu quero o meu pau
na sua bunda.

Moira geme e balança a cabeça.

— Não agora... esta noite. Mas em breve, ele vai ser meu, — eu
digo a ela ameaçadoramente.

Ela balança a cabeça em sinal de não para mim de novo, mesmo


gemendo no fundo de seu peito. Eu rio e beijo seu pescoço mais uma
vez.

— Eu vou, — eu asseguro a ela baixinho, empurrando um dedo


todo o caminho profundamente em sua vagina e a outra no seu buraco
apertado de volta apenas uma fração de polegada. — Você sabe que
você me quer.

Moira clama: — Oh, Deus. Onde você aprendeu isso?

Eu rio baixinho e beijo o canto da boca dela. — Google.

— Eu não posso, Zach. Não há nenhuma maneira que eu possa


levá-lo lá. Você é muito grande.

— Shh, — murmuro em seu ouvido. — Eu vou ter tempo. Vou


prepará-lo.

Eu puxo meu dedo fora do sua buceta e começo a esfregar ao


redor de seu clitóris novamente, mas afundo meu dedo em sua bunda
até minha segunda junta.

Um som estrangulado borbulha de Moira e ela empurra sua


bunda de volta contra mim, em busca de mais desse novo sentimento.

~ 186 ~
Eu perco o meu ritmo no clitóris brevemente, mas ganho novamente
enquanto eu puxo meu dedo apenas um pouco de sua bunda antes de
empurrá-lo de volta.

— Oh, isso é muito bom, — murmura Moira, e luzes de triunfo


enchem o meu peito. Enquanto eu deixo um dedo vibrar no clitóris, eu
vou em frente e afundo o outro todo o caminho. Ela é tão fodidamente
apertada e quente, e eu sinceramente não sei se vou ser capaz de
suportar essa sensação no meu pau, quando eu levá-la dessa forma.
Apenas o pensamento me deixa na borda.

A respiração de Moira se torna irregular, e ela começa a gemer


quando eu trabalho em ambos os lados. Eu começo a bombear meu
dedo dentro e fora de sua bunda com um pouco mais de força,
enquanto o meu dedo circula seu clitóris cada vez mais rápido.

— Porra, — Moira geme, e eu percebo que é a primeira vez que eu


a ouço dizer essa palavra. — Eu vou gozar, Zach. Eu vou gozar tão
duro.

— Porra, sim, você vai, — eu digo a ela, permitindo que ambos os


meus dedos voem contra ela em um frenesi.

Todo o corpo de Moira endurece, e uma de suas mãos voa baixo


para apertar a minha coxa. Ela finca suas unhas em minha pele, forte o
suficiente para tirar sangue, e ela grita quando espasmos violentos
fazem tremer todo o seu corpo.

Eu vejo como ela treme poderosamente, minhas mãos ainda


apresentadas para a frente e para trás, e eu não posso suportar isso,
porra, nenhum momento mais.

Porque suas costas estão queimadas, eu removo as minhas mãos


e dou um passo para atrás dela e a dobro com cuidado, observando
suas mãos irem para o assento de banho para se equilibrar. Tomando
meu pau na mão, eu o levo por traz de sua buceta e com um empurrão,
eu estou profundamente dentro dela.

— Segure firme, doce Moira, — eu digo a ela. — Isso não vai


demorar muito para mim.

Eu a fodo com força, com cuidado para agarrar seus quadris de


tal forma a não tocar sua pele queimada. Eu olho para baixo e vejo
como meu pau fica dentro e fora de sua carne quente. Tão bom. Me
sinto bem pra caralho.

~ 187 ~
Meu orgasmo é rápido e me pega de surpresa, passando por todo
o meu corpo. Se apoderando e apertando todos os músculos do meu
corpo, então eu fecho meus joelhos de modo a não entrar em colapso.

Eu bato a mão na parede do chuveiro e grito: — porra, — quando


eu me retiro do corpo quente de Moira, todo o meu corpo estremecendo
em êxtase. Nunca. Nunca senti nada assim antes.

A liberdade absoluta que tive com o seu corpo, a confiança que


ela depositou em mim. Sua rendição completa me deixando tocá-la em
seu mais secreto lugar. Ela fez isso não porque eu quis, mas porque ela
queria e estava disposta a acreditar que eu não iria machucá-la. Ela
não precisa de mim para fornecer alimentos e abrigo a ela, não da
forma como as mulheres Caraicas precisavam. Não, ela precisa de mim
de uma maneira completamente diferente, e acho que é completamente
humilhante.

Eu olho por trás de Moira, rosa pelo sol, e seu peito ainda arfante
do sexo explosivo que tivemos. Sua cabeça se inclinou em estupor, seu
corpo ainda abertamente confiando em mim.

Eu corro meus dedos suavemente através de sua pele e penso


comigo mesmo: Vai me matar deixá-la um dia.

~ 188 ~
Capítulo Dezoito

MOIRA

Lavo as mãos na pia do banheiro e olho no espelho o meu reflexo.


Olhos sérios olham de volta para mim, contemplando o que aconteceu
ontem à noite entre Zach e eu no chuveiro. Foi maravilhoso...
espetacular... libertador.

Isso me mudou.

Eu nunca tive outro homem me tocando do jeito que ele fez, mas
eu confiava plenamente nele por algum motivo. Este homem selvagem
que nunca teve que cuidar de sentimentos ou o corpo de uma mulher
antes. Era absolutamente requintado, e eu senti algo mudar entre nós
dois, quando ele saiu de mim.

Zach gentilmente me tinha puxado sob o jato de água e lavou a


espuma restante do meu corpo. Em seguida, ele massageou com
shampoo o meu cabelo, seguido por condicionador... correndo os dedos
sedosos através dos cabelos molhados.

Tão gentil comigo. Me ajudando no chuveiro, envolvendo uma


toalha em volta dos meus ombros, mas cuidando para não esfregá-la
nas minhas costas sensíveis. Ele tinha pegado minha loção aloe vera,
então ele me colocou em cima da cama de barriga para baixo e com
ternura esfregou a loção em minhas costas. Suspirei com uma mistura
de alívio da essência de frescor e desejo sexual pela forma como seus
dedos deslizavam por toda a minha pele.

Enquanto ele me tratava com extrema delicadeza sobre minha


pele queimada, seus dedos estavam um pouco mais ásperos sobre
minha bunda enquanto ele me massageava. Eu me contorci,
silenciosamente implorando para que ele me tocasse intimamente, e ele
obedeceu. Ele usou os dedos entre as minhas pernas lisas com fome,
então ele apenas empurrou minhas pernas e afundou em mim por trás
enquanto eu estava estirada na cama plana.

~ 189 ~
Zach me fodeu lentamente, apoiando seu peso em cima de mim
com as mãos cravadas no colchão. Eu queria sentir todo o seu corpo
contra o meu, mas eu sei que ele estava sendo sensível à minha
queimadura solar. Embora ele fosse muito lento, ele não foi nada
tranquilo. Como prometido, ele não reteve nada de mim.

Toda vez que ele penetrava em meu corpo, ele gemia com
abandono, se dando completamente para o êxtase do momento. Eu
gozei quieta mas com força e ele me seguiu, se inclinando para colocar
um sussurro de um beijo entre meus ombros.

Depois que ele saiu de mim, eu me perguntei se ele iria sair e


voltar para o seu quarto. Ele dormiu comigo na noite anterior, mas eu
não tinha certeza se isso era de pura exaustão ou porque ele queria. Eu
não perguntei porque eu estava com medo da resposta.

Em vez disso, ele rolou para o lado e caiu de costas, me


ordenando: — Venha aqui.

Eu me virei, me aconchegando ao seu lado, e ele cuidadosamente


colocou seu braço ao meu redor, que eu me senti muito melhor depois
do tratamento de aloe vera que ele tinha me dado. Ficamos deitados em
silêncio por um tempo, mas depois eu quebrei o silêncio.

— Onde você conseguiu essas cicatrizes? — perguntei quando eu


parei minha mão em seu estômago, abaixo de seu osso do quadril
direito, e até a parte superior de sua coxa, onde se viam mais quatro
traços de pequenas cicatrizes circulares, cada risco era de cerca de
cinco centímetros de comprimento. Eu os tinha notado na primeira
noite em que o vi em Caraica, Zach tinha outras, cicatrizes de traços
interessantes sobre várias partes de seu corpo, isso me interessou mais.

Zach levantou a cabeça do travesseiro um pouco, para ver onde


meus dedos estavam descansados. — Oh, essa. De uma anaconda
verde, que tentou fazer de mim uma refeição.

Minha cabeça se levantou para que eu pudesse olhar para seu


rosto, pensando que ele estava brincando comigo. — Você está
brincando comigo?

Ele olhou para mim com absoluta seriedade. — Eu não estou.

— Puta merda. Como aconteceu?

Zach riu quando ele deixou sua cabeça descansar no travesseiro.


— Eu tinha doze anos, eu acho, e em uma caçada com alguns dos
outros meninos da tribo de minha idade. Nós não éramos muito bons...

~ 190 ~
principalmente fomos capazes de pegar alguns macacos se todos nós
atirássemos juntos flechas suficientes em um só. Nós tropeçamos em
uma sucuri na margem do rio Ituí. Ela estava toda enrolada em espiral,
com a cabeça enfiada, por isso não podíamos vê-la.

— Ela? Como você sabe que era uma cobra fêmea? Será que você
levantou a saia dela? — eu perguntei com um bufo.

— Não, espertinha. As fêmeas são maiores, e essa cobra era


imensa... provavelmente seis metros de comprimento a julgar por suas
voltas. De qualquer forma, elas normalmente ficam na água para caçar,
e elas são super rápidas. Mas esta estava olhando preguiçosamente,
talvez porque ela fosse velha... quem sabe, mas tudo que eu sei é que
nós pensamos que ela seria uma boa refeição para a tribo se
pudéssemos matá-la.

Estremeci com o pensamento. Não só pelo perigo que Zach


enfrentou tão jovem, mas também pela enorme responsabilidade que ele
já tinha tomado sobre os seus ombros. Era importante para ele com a
idade de doze anos ajudar a alimentar o seu povo.

— Todos nós tínhamos nossos arcos e flechas, mas sabíamos que


não iria funcionar. Nós teríamos que cortar a cabeça, mas o problema
era que não conseguíamos vê-la. Nós observamos por um tempo,
sentados a cerca de vinte metros da cobra, quando finalmente Kaurlo
veio com a brilhante ideia de provocá-la, atirando pedras.

— Então você jogou pedras em uma enorme serpente para que ela
mostrasse a sua cabeça. Você estava louco?

Zach riu. — Eu acho que, provavelmente, apenas estúpido. Mas


funcionou. Foram vários lances, e as pedras quicaram inofensivamente,
mas finalmente ela levantou a maciça cabeça e olhou para nós. Mas ela
não olhou brava... apenas sonolenta. Ela desenrolou e começou a
deslizar em direção à água.

— Eu teria deixado ela ir, — eu disse com um outro ligeiro


tremor.

— Esse era o nosso jantar. De jeito nenhum íamos deixá-la


escapar. Nós todos corremos atrás dela, com facões em punho. Eu era o
mais rápido e cheguei primeiro. Pouco antes dela chegar na beira da
água, eu levantei a minha arma para atacar e ela girou sobre mim tão
rápido, que não tive tempo de reagir. Ela só veio em minha direção e me
agarrou pela coxa. Eu caí no chão, e meu facão voou da minha mão.

~ 191 ~
— Meu Deus. O que você fez?

— Porra, eu gritei. Anaconda tem duas fileiras de dentes de cada


lado da sua boca, e a curva de dentes é para trás, assim que uma vez
que afundar, não há quase nenhuma maneira de tirar. Elas não são
venenosas, mas não precisam ser. Elas só precisam segurar firme até
que elas possam se enrolar em torno de você para te sufocar.

— Um dos outros meninos te salvou?

Zach deu uma risada baixa divertida. — Não, foram todos


gritando para a selva, pedindo ajuda. Felizmente, Paraila estava por
perto e veio correndo. Quando ele me viu no chão com aquela cobra
maldita ele correu, ele começou me xingando em português, ‘Garoto
estúpido, garoto estúpido’. Até o momento que ele chegou a mim, ela já
tinha começado a enrolar em volta do meu estômago, e ele teve
dificuldade em encontrar um lugar para cortar ela com seu facão sem
me cortar também.

—Oh, meu Deus. Mas, claramente, ele conseguiu.

— Claramente. Aquela cobra ficou chateada, porque Paraila


basicamente teve que vir através dela, enquanto ela estava lutando para
me estrangular. Ele finalmente a matou, mas demorou uma eternidade
para tirar as mandíbulas dela de cima de mim. Vários dos seus dentes
ficaram e tiveram que ser retirados individualmente.

— Nossa... você poderia ter morrido.

— Eu quase morri.... duas vezes. Aquela cobra quase me matou,


mas, em seguida, as feridas foram infeccionando e eu fiquei realmente
doente. Mas eu sarei completamente.

Tristeza brotou dentro de mim pela vida violenta que este homem
viveu. Ele não foi feito para isso. Não o menino doce da Geórgia que não
queria ir para a Amazônia, em primeiro lugar.

— Você teve uma vida tão difícil, — eu disse suavemente.

— Não realmente, — ele disse quando encolheu os ombros. — Eu


consegui.

— Você sobreviveu.

— Floresceu, alguns diriam, — ele acrescentou.

Sim... Zach floresceu, eu penso quando me olho no espelho do


banheiro enquanto repetia a conversa na minha cabeça.

~ 192 ~
Depois de sua história, estávamos tranquilos, e eu finalmente caí
no sono em seus braços. Eu estava acordando esta manhã pelo som da
mão de Zach, há menos de vinte minutos, entre as minhas pernas, me
trabalhando para um orgasmo de despertar. Ele é absolutamente
insaciável, mas eu não estou reclamando.

No momento em que os meus espasmos começaram a acalmar,


seu pau foi apresentado dentro de mim, e ele estava martelando em um
orgasmo alucinante de sua autoria. Assim quando ele gozou, ele
pressionou o rosto no travesseiro ao lado da minha cabeça e gritou o
meu nome, mas felizmente foi abafado pela suavidade das penas de
ganso.

Então eu caminhei com as pernas trêmulas para o banheiro, onde


eu fiz xixi, e agora eu fico me olhando no espelho.

Zach é um grande enigma. Ele nasceu doce e inocente, mas foi


transformado em um homem perigoso e letal com nervos de aço. Modos
brutos, pele com cicatrizes, e um apetite voraz pela vida. Ele pegou a
mão que ele foi tratado e, sim, ele floresceu.

No entanto, aqui e agora, a única afinidade que ele parece segurar


neste novo mundo está dentro de meu corpo. Estou absolutamente
certa que se não tivéssemos desenvolvido esta relação entre nós, Zach
já teria retornado para Caraica. Eu digo isso sem nenhum ego e, na
verdade, me entristece um pouco por pensar que é provavelmente por
apenas um sexo fenomenalmente bom que o mantém aqui. Mas
realmente... quanto tempo pode durar?

Meus olhos se voltam para mim, sem respostas, então eu seco


minhas mãos e rastejo de volta para o quarto. Zach me olha da cama,
com as mãos enfiadas atrás de sua cabeça e seu belo corpo nu
estendido ao longo do colchão.

Hesito porque eu não tenho certeza se eu deveria rastejar de volta


para cama com ele... seria a minha preferência, mas a intimidade do
sexo parece ter se dissipado, e eu estou me sentindo estranhamente
vulnerável agora.

— Volte para a cama, — Zach diz suavemente. — Não temos


planos para hoje, e eu tenho mais coisas sujas que eu quero fazer com
você.

Meu pulso acelera e meu olhos fixam em seu pau, que me


abrandou, mas ainda é impressionante entre suas pernas. Quando eu

~ 193 ~
olho de volta para seu rosto, eu o encontro sorrindo para mim. — Eu
preciso apenas de mais alguns minutos, mas eu vou e deito ao seu lado.

Eu não preciso ser chamada duas vezes, e eu subo de volta na


cama. Em vez de deitar ao lado dele, eu decido por um movimento mais
ousado, e subo em cima de seu corpo, montando em sua pélvis.

As sobrancelhas de Zach se levantam e suas as mãos vem


descansar nas minhas coxas. — O que você está fazendo?

Encolho os ombros porque, honestamente... eu não tenho ideia do


que estou fazendo. Então eu digo: — Só imaginando eu sentava aqui em
cima de você... simplesmente passando o tempo.

O rosto de Zach abre um sorriso largo, e eu estou amando a


leveza entre nós. Até agora, eu não sabia que Zach tinha isso realmente
dentro dele porque ele é sempre tão sério e autoritário. Ele me acha
divertida, e eu acho que gosto muito disso.

Descendo, eu deslizo meus dedos entre os seus e junto nossas


mãos. — O que você quer fazer hoje?

— Ficar na cama com você... o dia todo.

— Não é uma opção. Acho que Randall ou Sam achariam isso


suspeito. Escolha outra coisa.

O olhar de Zach desvia do meu rosto por um momento como se


ele estivesse pensando algo e, quando retorna, o seu olhar está
profundamente pensativo. — Não tem que ser hoje... mas eu estava
pensando que poderíamos encontrar uma igreja e ir a um culto em
algum momento.

Minhas mãos reflexivamente apertam contra as suas. — Eu acho


que é uma bela ideia. Qual o seu interesse?

— Eu apenas pensei que poderia ser uma maneira de me


reconectar com os meus pais. Era uma grande parte de suas vidas. Eu
me afastei rapidamente dos ensinamentos do cristianismo, enquanto
vivia em Caraica, e embora Padre Gaul tentasse me trazer de voltar para
isso, eu preferia muito mais o misticismo e a comunhão espiritual com
a natureza que os Caraicas praticavam. Mas eu imaginei... que não
poderia me ferir fazer isso. Você sabe... me esforçar para aprender mais
sobre este novo mundo que está me sendo mostrado.

Levantando uma das nossas mãos unidas, a trago para perto do


meu rosto e beijo os dedos de Zach. — Eu acho que é uma ótima

~ 194 ~
maneira de honrar a memória de seus pais, Zacarias. Adoraria te levar.
Vou encontrar algo próximo e organizar tudo.

— Obrigado, — ele diz, enquanto puxa nossas mãos entrelaçadas


e as leva até sua boca, onde ele beija meus dedos, então morde o meu
dedo indicador.

Ofegante, eu flexiono meus quadris e sinto seu pau começar a


inchar debaixo de mim.

— Mas vamos falar de outra coisa mais importante, — murmura


Zach com calor escaldante em seus olhos.

— O que seria isso? — eu sussurro de volta.

— Vamos falar sobre você colocar a boca no meu pau e minha


língua entre suas pernas.

— Oh, isso seria uma boa conversa, — eu concordo com um


sorriso. — A propósito... isto é chamado de sessenta e nove.

O calor nos olhos de Zach continua a ferver, substituído pela


curiosidade. — Sessenta e nove? Por que é chamado assim?

Puxando uma mão livre, eu escrevo o número com o meu dedo no


peito dele, enquanto ele olha para baixo no caminho que eu estou
desenhando. — Sessenta e nove...veja como ele se alinha?

Reconhecimento e compreensão se infiltram em seu olhar, e ele


balança a cabeça com um sorriso malicioso. — Entendi. Eu me
perguntava se era possível fazer isso, mas nunca imaginei que teria um
nome.

— É uma posição...sexual muito popular ou assim me disseram.

Zach salta para cima da cama, envolvendo os braços em volta da


minha cintura. Eu posso sentir sua dureza agora batendo contra a
carne úmida entre minhas pernas, e ele nos vira, então eu estou
deitada de costas e ele está pairando sobre mim.

— Você já fez isso antes? — pergunta ele.

Eu balancei minha cabeça e mordi meu lábio inferior. — Não. Mas


eu sempre quis tentar.

— Eu vou ser o primeiro, — diz ele com triunfo.

E o meu último, eu espero em vão, mas eu sei que é um sonho.

~ 195 ~
— E sobre a noite passada? — pergunta ele, com a cabeça
inclinada para o lado. — Alguma vez você já teve um homem colocando
a dedo no seu cu, como eu fiz?

Calor corre pelo meu corpo com a lembrança, e minha buceta


aperta involuntariamente. — Nunca, — eu sussurro.

Os olhos de Zach se tornam possessivos, e ele abaixa o rosto para


o meu. Com seus lábios pairando sobre os meus, ele rosna, — Eu não
posso esperar para foder seu rabo. Vai ser divino.

Eu engulo seco e aceno de cabeça, embora eu ainda esteja


aterrorizada com a perspectiva por causa de como ele é enorme. Tenho
medo que ele vai me destruir de fora para dentro, mas o pensamento de
me dar a ele de uma maneira tão íntima me atrai muito. Eu acho que
eu preciso fazer alguma pesquisa sobre isso e descobrir como eu posso
satisfazer a sua necessidade sem acabar em um hospital.

Sorrindo pelo meu pensamento, Zach aproxima os lábios e sorri


contra os meus. Assim que sua boca se abre para me dar um beijo
profundo, há uma batida na porta de seu quarto.

— Zach, — ouço Randall chamar. — Eu estou indo trabalhar


daqui a pouco e queria saber se você tem um momento para falar
comigo.

Meu corpo inteiro é dominado pelo terror com a perspectiva de


Randall caminhando por este quarto. Zach não faz nada mais do que
preguiçosamente virar a cabeça em direção à porta com um sorriso
divertido no rosto.

Empurro Zach de cima de mim, enquanto eu pulo fora do outro


lado da cama e puxo o lençol para cobrir meu corpo. Pânico corre
através de mim. Zach simplesmente sai da cama e diz, — Um minuto.
Eu preciso me vestir.

Apontando para a porta do banheiro, Zach sussurra, — Vai.

Eu ando rapidamente, mas o mais delicadamente que eu consigo


pelo tapete, direto para seu banheiro, onde eu fecho a porta pela
metade para que eu possa me esconder atrás dela.

Eu não posso ver nada, mas eu posso ouvir Zach farfalhando ao


redor e o som inconfundível de seu zíper sendo puxado para cima. Eu
estou querendo saber como ele vai esconder esse enorme pau, mas
imaginar Randall aparecendo em sua porta, provavelmente o matou.

~ 196 ~
A porta se abre, e eu ouço Randall dizer jovialmente: — Bom dia.

Sua voz está mais alta. Merda... ele entrou no quarto. Oh, porra.
Será que ele cheira a sexo? Se ele tivesse nos ouvindo conversar? Meu
coração está correndo, e eu imediatamente começo a orar para que
Deus me tire dessa bagunça. Eu começo a prometer que eu vou deixar
Zach sozinho se ele só fizer com que Randall não me pegue, mas então
eu paro. De jeito nenhum eu vou fazer essa promessa. Eu não poderia
deixar Zach sozinho nem se ele estivesse cercada por uma centena de
anacondas verdes.

— Então, como vai? — Zach pergunta.

— Bem, eu estava apenas imaginando... se você gostaria de ir


para o trabalho comigo hoje? Ver o que eu realmente faço para viver?
Eu pensei que poderia ser interessante para você.

— Hum, — Zach hesita, e eu quase posso imaginar o


funcionamento interno do seu cérebro tentando descobrir como sair
deste convite. Embora seu relacionamento com Randall tenha se
aquecido um pouco, Zach é ainda reservado ao lado do velho. — Bem,
ok. Porque não?

— Excelente. Vejo você no café da manhã, em seguida, lá em


baixo, — diz Randall, e minha frequência cardíaca começa a desacelerar
em alivio.

Mas então ele diz: — Eu vou apenas bater no quarto de Moira e


ver se ela gostaria de se juntar a nós.

Oh porra, porra, porra. Eu estou presa.

— Ela não está lá, — diz Zach, e meu coração quase implode. —
Eu ouvi ela saindo a poucos minutos. Acho que ela saiu para uma
corrida.

Uma corrida? Desde quando eu corro?

— Bem, podemos esperar ela voltar, — diz Randall gentilmente. —


Eu vou esperar por você lá embaixo para o café da manhã.

— Em 30 minutos? — Zach pergunta.

— Esplendido, — ouço Randall responder, e então ele se vai e a


porta é fechada.

~ 197 ~
Eu espero uns bons trinta segundos antes de ter coragem de
deixar a segurança do banheiro, segurando o lençol desesperadamente
como proteção na frente do meu corpo.

Acho Zach deitado de costas na cama, esparramado com a mão


entre as pernas. Ele puxa seu pênis, o que, aparentemente, não tinha
diminuído de tamanho ou de rigidez com a visita de Randall. Seus olhos
são tão quentes quando eles miram em mim. — Solte o lençol.

Minhas mãos liberaram o tecido macio, e ele cai no chão.

— Agora, venha para esta cama. Eu quero tentar esse sessenta e


nove com você.

— Mas, você precisa descer para o café da manhã. Preciso voltar


para o meu quarto e tomar um Valium ou alguma coisa. Isso me
assustou pra caralho.

— Venha aqui agora, Moira. Não vou sair deste quarto até eu te
comer e você me engolir todo.

Oh, Deus. Meu corpo inteiro treme, e os meus pés se movem em


direção à cama sob o poder exclusivo de sua voz.

Quando minhas coxas batem contra a lateral do colchão, espero


automaticamente pelo comando de Zach.

— Suba aqui, — diz ele com um sorriso malicioso. — Eu quero


você no topo. Eu quero que você coloque essa bela buceta na minha
cara, e eu quero que você engula meu pau.

Eu não sei o que dizer. Eu não tenho nada a dizer. Droga, ele está
ajustado bem demais com a gíria sexual do mundo moderno. Ele me
rouba o poder da fala, mas não do poder do movimento. Subo para cima
da cama, viro meu corpo, e me rebaixo em seu rosto como ele exigiu.

Então Zach passa a me lamber para frente e para trás com os


dedos e a língua, enquanto eu bebo até a última gota que ele me dá.

~ 198 ~
Capítulo Dezenove

ZACH

Uma semana passa e vem a outra, e ao contrário de minhas


dúvidas iniciais sobre a visita a Randall, eu estou realmente gostando
do meu tempo aqui na Geórgia. Estive muito ocupado vendo todas as
atrações. Moira tem saído comigo, me apresentando a todas as
maravilhas que eu nunca teria conhecido se eu tivesse ficado em
Caraica.

Ela me levou para ver um jogo de beisebol profissional, que era


interessante, e eu descobri a beleza e a maravilha da cerveja e do
cachorro-quente. Fomos ver uma peça de teatro ‘Les Miserables’, que
não foi tão divertido, só porque Clint e Cara vieram com a gente, e eu
tive que cuidar de Cara a maior parte da noite. Ela se sentou ao meu
lado e continuava a pressionar, falando durante a peça colocando a
mão no meu joelho, quando ela se inclinava por cima ou empurrando os
seios contra o meu braço. Não era tão desagradável ter um toque
feminino suave, só que não era quem eu queria que me tocasse.
Quando eu não estava distraído com seus avanços, meus olhos
continuaram desviando até Clint, que estava encostado um pouco perto
demais de Moira para o meu agrado. Meus dedos se mantiveram
involuntariamente enrolados para dentro em direção as palmas das
minhas mãos, e eu tive que controlar o meu desejo de bater
violentamente em seu rosto excessivamente bronzeado.

Minha coisa favorita que eu fiz que não envolveu fuder Moira foi
de longe, quando ela me levou para ouvir uma palestra de um colega
dela na Universidade de Emory. O assunto era sobre a utilização das
plantas medicinais entre os xamãs indígenas da Amazônia, e eu achei
fascinante.

Eu também achei que tocar Moira iria deixar alguma coisa da


minha cultura e da minha herança enquanto eu estivesse aqui. Quando
a aula acabou, eu impulsivamente me inclinei e a beijei no pescoço,
murmurando: — Obrigado por isso. Foi maravilhoso.

~ 199 ~
Ela corou e estendeu a mão para apertar a minha mão em
reconhecimento, então voltamos para a casa de Randall e transamos
como animais enlouquecidos por toda a tarde.

Como prometido, Randall levou Moira e eu para o trabalho com


ele na sede corporativa da Cannon no centro de Atlanta, mas só depois
que eu fiz uma incrível sessão de sessenta e nove com Moira que eu
tanto gostei e que eu repeti naquela noite, quando eu entrei em seu
quarto. Eu nunca teria imaginado que a boca de uma mulher no meu
pau pudesse ser tão fodidamente bom, ou que aquela doce carne de
Moira teria um sabor tão delicioso contra a minha língua.

O dia com Randall foi extremamente interessante, mas eu


continuei tendo a sensação de que ele estava expondo muito a mim. Ele
fez um grande esforço para descrever o seu negócio, focando no
departamento de atendimento ao cliente e aos produtos bem feitos da
empresa por um preço moderado. Ele claramente tem um grande
orgulho do seu trabalho, mas era como se ele estivesse desesperado
para que eu sentisse esse mesmo orgulho. Prestei atenção diligente,
fazendo perguntas e deixando a minha curiosidade ser satisfeita.
Quando estávamos jantando naquela noite no final de um dia de
trabalho, tudo ficou claro para mim quando Randall disse
melancolicamente, — Eu gostaria de ter alguém como você, Zach, para
assumir para mim um dia.

Essas palavras ali disseram tudo. Ele estava olhando para mim
como se eu fosse seu herdeiro, e eu não sou totalmente essa pessoa.

Moira tinha desviado o olhar para mim, seus os olhos cheios de


apreensão. Ela não perderia isso também.

Mas eu acabei com suas intenções, quando eu com firmeza mas


gentilmente, disse: — Eu aprecio o sentimento, Randall, mas isto é algo
que não me interessa.

Como poderia me interessar? Não quando o meu coração e alma


estavam de voltados a floresta tropical.

Ainda assim, eu não vou negar que eu comecei a pensar sobre o


que me faria ficar aqui... não era a oportunidade de trabalhar com
Randall, mas ter Moira ao meu lado todos os dias. Qual seria a
sensação de me comprometer com uma mulher, e ser capaz de
satisfazê-la com extremo prazer que ela se deu a cada noite, e às vezes
durante o dia, desde que viemos para Atlanta?

~ 200 ~
Eu não tinha resposta para esses pensamentos. Randall tem sido,
sem dúvida, mais gentil comigo do que eu poderia ter imaginado. Mas
sua bondade traz um certo nível de insatisfação para minha alma. No
dia em que ele me levou para ver a casa dos meus pais, ele me informou
que ele havia criado uma conta bancária para o meu uso, enquanto eu
estava aqui. Ele, então, me entregou um pequeno pedaço quadrado de
plástico e, em seguida, teve que me explicar o que era um cartão de
crédito.

Eu tentei devolver para ele, recusando terminantemente a sua


caridade. Eu não tinha feito nada para ganhar esse dinheiro. Mas, em
seguida, ele disse que eu já tinha aceitado a sua ‘caridade’ ao concordar
em voltar para os Estados Unidos, ao concordar em aceitar a ajuda de
Moira para a qual ele estava pagando e comendo a sua comida e ficando
em sua casa.

Ele não disse isso com qualquer animosidade, apenas como um


lembrete tipo que eu estava aqui como seu convidado, mas, mais
importante, como um membro da família. Isso causou uma agitação
estranha de emoção dentro de mim que eu rapidamente sufoquei.
Randall então me disse que ele tinha mais dinheiro do que Deus, e que
seria como um insulto se eu não aproveitasse de sua hospitalidade. Ele
disse que me ajudar seria um meio de honrar meus pais pelos anos
maravilhosos enquanto eles estiveram juntos.

Isso me fez sentir como uma merda, então eu peguei o cartão de


crédito e enfiei no bolso, assim como eu odiava ser dependente de
Randall para a minha segurança. Como alguém que dedicou grande
parte de sua vida a ajudar a proporcionar o bem-estar de uma tribo
inteira, ele me irritava a ter me dado algo que eu não conquistei.

No dia seguinte, Moira me levou a um shopping center, que tinha


tantas lojas para fazer compras que a minha cabeça ficou girando, e
nós compramos o meu próprio laptop. Eu gastei muito do meu tempo
livre nele, pesquisando tudo, desde música aos livros e... mais
informações sobre sexo. Se eu estava aqui para aproveitar meu tempo,
eu ia tentar tudo o que eu poderia com Moira.

Falando em Moira, eu me levantei na minha cama onde eu estava


folheando as maravilhas da loja Amazon on-line, não a região da
floresta tropical, e entrei em seu quarto. Ela disse que tinha alguns e-
mails de trabalho para pôr em dia, que estavam atrasados. Estou
sentindo a necessidade de transar com ela, que é um desejo quase
constante que tenho quando ela está próxima. E mesmo quando ela não
está.

~ 201 ~
Eu a vejo sentada em uma pequena mesa perto da janela de seu
quarto, lendo alguma coisa na tela.

— Ainda trabalhando? — eu pergunto quando eu ando por atrás


dela.

Ela dá um pequeno salto, mas se vira para mim com um sorriso.


— Tudo feito. Basta ler um e-mail da minha irmã.

— Irmã?

Como é que eu não sabia que ela tem uma irmã? Talvez porque
eu nunca perguntei a ela.

— Sim... Lisa. Ela mora na Carolina do Norte, e nós estávamos


tentando agendar uma visita enquanto eu estiver aqui.

— Posso conhecê-la? — eu pergunto, porque agora eu me


encontro ainda mais curioso sobre Moira. Ela gasta todo o seu tempo se
dedicando a mim, mas eu vergonhosamente não tenho mostrado muito
interesse por ela, fora ficar nua.

Ela sorri para mim de sua cadeira, arqueando as costas, o que


empurra os seios para fora, e imediatamente eu quero transar com ela
mais do que eu tinha planejado. — Claro. Talvez possamos ir neste fim
de semana se Randall não tiver outros planos.

Estendendo a mão, eu puxo Moira em meus braços e me inclino


para colocar meu nariz em seu cabelo. Cheira a maçãs e sol. — Você é
próxima de sua irmã?

Me inclinando para descansar seu rosto no meu peito, em um


movimento tão incrivelmente doce que faz minha respiração falhar, ela
diz: — Sim. Muito próxima. Ela me criou depois que nossos pais
morreram.

Eu a empurro um pouco para trás e olho para Moira, que vira o


rosto para mim com uma pergunta em seus olhos.

— Seus pais estão mortos?

Estou ainda mais envergonhado. Eu não sabia disso,


especialmente porque é algo que temos em comum.

— Meu pai morreu quando eu tinha treze anos. De ataque


cardíaco. E minha mãe apenas dois anos depois de câncer. Lisa era
cinco anos mais velha que eu, então ela se tornou minha tutora legal.

~ 202 ~
— Sinto muito, — eu digo a ela sinceramente. — Eu não fazia
ideia.

— Está tudo bem, — diz ela, enquanto ela me aperta por trás do
meu abraço. — Eu acho que nós temos algo em comum, certo? Pais
mortos quando éramos crianças. Criada por outra pessoa.

Penso em Paraila, e o cuidado e carinho que ele me mostrou


quando meus pais morreram. Eu estava distraído, miserável, e tinha
perdido toda a esperança. Mas ele imediatamente me acolheu e se
tornou um pai para mim em todos os sentidos. Assim como eu estou
supondo que Lisa fez por Moira.

Eu faço um balanço dos meus sentimentos... e tento lembrar a


fúria incessante que eu tinha sentido quando entendi que seria levado
de minha tribo. Como o meu mundo tinha virado de cabeça para baixo,
porque eu estava tendo esse tipo de reviravolta na minha vida. Eu tinha
passado por isso uma vez, e eu não quero isso de novo. Me lembro do
dia em que Paraila me disse que eu estava para ir.

O ar estava opressivo... pesado... quando eu voltei da selva. Meus


pés pisavam cuidadosamente desviando das folhas apodrecidas, raízes e
vinhas que estavam enroladas pelo caminho estreito pois feriam os pés. A
trilha não era muito mais do que a vegetação pisoteada e folhas de
palmeira quebradas que pendiam molemente pelo caminho que eu as
tinha cortado nessa área no início do dia. Eu tinha feito uma caminhada
de três horas da nossa aldeia para o Rio Pesapan onde eu esperava
caçar alguns jacarés, como a carne de jacaré certamente traria um
sorriso ao rosto enrugado do velho Paraila. Ele estava velho demais para
caçar e dependia de mim ou dos outros guerreiros para alimentá-lo de
proteína. Sua esposa, a cabra velha que ela era, o alimentava muito de
pão e banana, mas ele precisava de mais do que isso quando ele ficou
mais fraco com a idade.

Eu não tive sorte em encontrar um jacaré preguiçoso, mas voltei


com um carregamento pesado. Meu facão estava preso em minhas costas
para deixar minhas mãos livres. Em uma delas, eu carreguei meu arco,
aljava e flechas, e na outra segurava uma cesta que eu teci rapidamente
depois de matar duas cobras para que eu pudesse transportá-las de
volta para casa. Isso faria uma refeição satisfatória para Paraila.

A caminhada de volta para a aldeia não demorou tanto tempo


desde que eu já tinha limpado o meu caminho para o rio. Eu parei uma
vez para beber um pouco de água de uma poça de água de chuva e
~ 203 ~
comer um pouco de pão que Paraila tinha empurrado em minhas mãos
antes de eu sair. Sua esposa havia feito no dia anterior, no prato de
barro grande. Não me foi oferecido, e nunca teria sido oferecido qualquer
vez, mas Paraila tinha pegado quando ela estava de costas e me deu com
uma piscadela.

Se não fosse por Paraila, todos esses anos que vivi com a tribo
Caraica, eu teria sido morto há muito tempo. E não apenas a partir da
anaconda quando eu tinha doze anos. Eu teria morrido de fome, depois
de ter sido abandonado com a morte dos meus pais. Eu era um menino
branco no mundo de homens morenos, um estranho que nunca seria
aceito. Eu era muito diferente na cor da pele e cor dos olhos. Eu evitava
os seus espíritos e deuses, preferindo ler a Bíblia que meus pais
deixaram para trás quando eles morreram.

Não, se não fosse pela bondade de Paraila, eu não teria


sobrevivido as primeiras semanas após a morte de meus pais. Ele me
alimentou de seu prato, mesmo quando sua esposa resmungava. Seus
filhos estavam noivos e casando, tendo várias esposas como era o
costume da tribo. Enquanto não havia uma liderança distinta entre os
Caraican, Paraila era o mais velho e, portanto, tinha um certo nível de
respeito. Enquanto a maioria da tribo queria me expulsar e me deixar
morrer, Paraila recusou, me levando para sua maloca com sua única
esposa remanescente, S'amair'a. Suas outras tinham todas morrido de
malária, mordida de uma surucucu, e velhice. Nessa ordem.

Enquanto eu tive a proteção de Paraila, ele não poderia estar ao


redor em todos os momentos para parar o abuso que sofri nesses
primeiros anos das mãos de outros membros da tribo. Eu era diferente
dos pés à cabeça e, além disso, eu estava com os missionários que
estavam tentando converter os pagãos Caraicans. Isso não me fez
popular.

Sem dúvida, a minha família era tolerada na aldeia porque os


meus pais entraram na floresta amazônica com as maravilhas do mundo
moderno. Armas que incluíram marretes e facas para tornar a nossa caça
mais fácil. Coisas simples como uma tesoura para cortar o cabelo e
panelas de aço para cozinhar. Esses itens foram graciosamente aceitos
pela tribo e, em troca, o povo ouvia meus pais quando eles liam partes da
Bíblia traduzida para o português. A palavra cristão nunca foi realmente
aceita, mas pelo menos os Caraicans conheciam humor de meus pais.
Eles ouviam com um sorriso em seus rostos. Eles até tentaram aprender
algumas das palavras inglesas que meus pais tentavam ensinar. Mas eu

~ 204 ~
poderia dizer que se não fosse pelos presentes que meus pais trouxeram,
nós não teríamos sido bem-vindos.

Eu tinha sete anos quando meus pais decidiram que eu era velho o
suficiente para que eles pudessem me trazer para o Brasil em sua
terceira viagem missionária para converter os índios pagãos. No início, eu
era marginalmente aceito pelas crianças da tribo. Fiquei chocado que
todo mundo estava completamente nu, e eu era a diversão pelas
pequenas calças e pelas camisas com botão que meus pais me vestiam
para afastar os mosquitos e carrapatos. Mesmo minhas pequenas botas
foram recebidas com escárnio, e eu fui insultado por não ter os pés
adequados para poder ir descalço para a selva.

Eu era estranho em comparação com as crianças de pele morena e


de cabelos negros. Meu cabelo era castanho chocolate, mas meus olhos
eram do mais pálido azul. Eu parecia com a minha mãe, ou então eu
parecia me lembrar. Eu queria pertencer isso tanto que não saí da aldeia
por mais de duas semanas antes de eu vir correndo até a minha mãe,
com a bunda pelada, seguido por um bando de outras crianças.

— Momma... posso ir brincar no rio com as outras crianças?

Eu tinha pedido a ela. Ela piscou para mim com surpresa e


perguntou onde minhas roupas estavam.

Eu tinha dito a ela que simplesmente eu queria ser como as outras


crianças, e eles não usavam roupas. Ela olhou para o meu pai com
preocupação, mas ele encolheu os ombros. Ele estava ocupado
construindo nossa própria cabana de bambu e palmeira, querendo
assimilar o máximo possível da tribo. Era hora de abandonar a nossa
tenda de três pessoas onde estávamos dormindo.

— Ok, Zacharias. Vá brincar, mas tenha cuidado.

Eu pulei de alegria, e todos nós fomos correndo. A nossa aldeia era


localizada a apenas quarenta e cinco metros longe do Rio Amazonas na
época, e havia rumores de que estariam mudando rapidamente porque os
madeireiros estavam ficando cada vez mais perto de nós. Os Caraicans
eram pessoas privadas e enquanto eles aceitaram presentes dos meus
pais como facões, panelas, e remédios, eles não queriam o mundo
moderno invadindo as suas vidas.

Nós estávamos brincando na água rasa, empurrando um para o


outro e gritávamos quando uma planta encostava em nossos tornozelos.
Sabíamos dos perigos de jacarés, cobras e piranhas, por isso não
estávamos muito ansiosos para ir muito para profundo.

~ 205 ~
Uma das outras crianças me deu um empurrão para trás, e eu caí
de bunda na água. Quando eu me levantei, ele olhou para mim e apontou
para o meu pênis. Então ele começou a rir. As outras crianças se
aventuraram a frente e começaram a rir enquanto olhavam para aquela
pequena parte de mim que me fazia diferente das meninas.

Eu não entendia do que eles estavam rindo. Claro, era diferente do


deles. Seus pênis tinham a pele escurecida que cobria suas pequenas
glandes totalmente, apenas a cabeça espreitando às vezes. A minha
estava completamente nua, sem cobertura protetora para escondê-la. Eu
aprendi alguns anos depois de um dos padres missionários que eu tinha
o que se chamava um pênis circuncidado. Ele explicou que, quando eu
era um bebê, um pedaço de pele havia sido removido, a pedido dos meus
pais. Foi por razões de saúde e sanitárias, mas que os Caraicans não
praticavam esse costume.

Eu estão ri muito disso depois, mas eu secretamente ria para mim


mesmo. Eu estava mais limpo do que eles e, quando cheguei à idade em
que eu poderia pegar minha primeira mulher na tribo, percebi que elas
gostavam do meu pênis muito mais do que dos outros meninos não
circuncisados. Não só por ser limpo e bonito, elas diziam que era muito
maior e se sentiam melhor do que quando faziam com os outros.

Finalmente, eu voltei para a aldeia assim que o sol estava


começando a nascer. Nós tínhamos ficado nesse local por um pouco mais
de seis meses, retirando cuidadosamente uma porção da floresta onde
construiríamos a nossa nova casa. Nós nos mudávamos a cada dois
anos, ou porque o solo se esgotava de nossas lavouras ou porque o
desmatamento estava se movendo mais perto de nós. Eu realmente não
me importava com este lugar, porque era muito longe do rio, onde ao
longo dos anos nós aprendemos o comércio de bens com outras tribos e
exploradores.

Quando aldeia estava em silêncio, eu sabia que os outros


guerreiros tinham ido em uma caçada de anta que duraria alguns dias.
Eu não fui com eles, porque Paraila não estava se sentindo bem, e eu não
queria ir muito longe. Ao longo dos anos, a minha habilidade como
caçador havia superado a maioria dos outros membros da tribo, e eu
gradualmente comecei a ser aceito, criando elos fortes de amizades com
alguns dos homens. Depois que eu fui ao meu primeiro ataque com eles
com a idade de dezessete anos, e coloquei minha vida em risco pela
nossa tribo, eu então eu estava totalmente aceito por todos como um
membro real dos Caraicans, exceto por S'amair'a, que detestava
praticamente todas as pessoas.

~ 206 ~
— Paraila... estou de volta, — eu gritei quando me aproximei de
sua cabana. Não havia paredes... apenas um telhado em forma de
campanário da espessura da palma da mão para impedir a entrada da
chuva. Eu tinha direito a uma cabana muito menor, ao lado da dele, tão
perto que eu poderia ficar na minha rede, enquanto ele na sua, e nós
poderíamos manter uma conversa.

Eu não vi S'amair'a ao redor, e eu achava que ela estava cuidando


da colheita. Paraila estava deitado em sua rede, seus olhos cansados
sorrindo para mim em saudação.

— O que você trouxe para este velho hoje? — ele me perguntou em


português. Enquanto os Caraicans tinham sua própria linguagem, ela
estava quase morta, já que tinham começado a usar o dialeto português
há quase 70 anos atrás. Algumas palavras ainda eram reverenciadas e
utilizadas, e Paraila tinha me ensinado muitas delas, mas em sua maior
parte, falávamos a língua nativa do Brasil.

— Duas pequenas joboias... está com fome? Vou prepará-las.

— Não, meu cor'dairo... vamos deixar que S'amair'a cozinhe a


refeição. Descanse, você caçou durante o dia todo.

Meu coração se aqueceu com o uso da palavra ‘cor'dairo’. Era algo


que ele me chamava desde que me adorou.

Eu deixei cair a cesta de folhas de palmeira perto do fogo baixo e


me sentei na areia ao lado da rede de Paraila. Ele estava ficando tão
velho que ele passava muito tempo lá, e meu coração ficava
sobrecarregado.

Falando baixinho em português, eu perguntei, — Como você está se


sentindo hoje, Pai? Posso lhe fazer alguma coisa?

Ele estendeu a mão e me deu um tapinha na cabeça. — Você me


faz feliz, Zacharias. Preciso de algumas coisas que você forneça para mim
e S'amair'a, mesmo sendo ela uma megera, devo admitir.

Eu ri baixinho e ele respondeu da mesma forma, compartilhando de


uma piada particular às custas dela que nós não teríamos coragem falar
em voz alta, se ela estivesse aqui. S'amair'a me tolerava e aceitava a
contragosto meus presentes de comida para ela, mas ela fazia Paraila
sofrer com sua língua afiada por causa de seu amor por mim.

— Precisamos conversar de homem para homem, — disse Paraila.


— Padre Gaul deve voltar em breve, e há algo que eu preciso te dizer
antes que ele chegue.

~ 207 ~
Meu coração pulou de emoção porque o Padre Gaul era um homem
interessante. Ele começou a vir à nossa aldeia quando eu estava com 14
anos... à beira de me tornar um homem no mundo Caraican. Ele e Paraila
me ensinaram o que significava ser um homem, Paraila do ponto de vista
Caraican e Padre de Gaul por uma moderna visão religiosa.

Por exemplo, quando chegasse aos quinze anos, eu teria permissão


para ter uma mulher. Paraila me ensinou tudo sobre como isso era feito
dentro de seus costumes e que as mulheres estavam disponíveis para
mim. Padre Gaul me ensinou sobre a abstinência e a gravidez
indesejada, mas eu zombavam dele. Paraila me garantiu que as
mulheres que estavam disponíveis para o sexo bebiam uma bebida
amarga de uma certa casca de árvore que impedia a formação de um
bebê. Padre Gaul zombou disso e me disse que era melhor me abster.

Eu ri por trás de suas costas e, na primeira vez que fiz sexo, logo
percebi que era a melhor sensação do mundo. Eu não estava prestes a
parar. Eu nunca disse a Padre Gaul isso, apesar de tudo.

— Padre Gaul tinha ido por um longo tempo, — pensei. Enquanto


os Caraicans eram ligeiramente mais abertos à possibilidade de
conversão à palavra cristã, eles ainda adoravam os seus próprios
espíritos e divindades. Padre Gaul vinha e passava alguns meses com a
gente, e então ele ia para outra tribo. Ele, sozinho, me manteve em
minhas habilidades da língua inglesa, já que ele era o único que falava
minha língua nativa. Me trouxe livros para ler e me ensinou a matemática
básica. Ele me ensinou história e geografia de ambos, o antigo e novo
mundo. Ele me disse que eu provavelmente iria precisar disso um dia,
mas eu não tinha certeza do porquê. Eu sabia tudo que eu precisava para
viver minha vida tranquila, mas às vezes solitária.

— Sim... ele teve viajar de volta aos Estados Unidos por uma
questão importante, — disse Paraila.

— Eu vou me certificar de caçar algo bom para a chegada dele, eu


— respondi quando eu me inclinei para trás no chão sujo e descansei
minha cabeça em minhas mãos.

— Ele está trazendo algumas outras pessoas com ele, — disse


Paraila, e sua voz soou hesitante. Encolhendo os ombros, eu respondi: —
Não importa. Vou trazer muita carne para os seus convidados.

— Essas pessoas estão vindo por você, — disse Paraila e sua voz
era tão suave, que eu tenho certeza que eu não o ouvi direito.

Levantando do chão, o olhei nos olhos e vi medo, tristeza e pesar.

~ 208 ~
— O que quer dizer que vem por mim? — eu perguntei com meu
próprio sentimento de medo prestes a fazer meu coração saltar do meu
peito. Paraila estendeu a mão novamente e acariciou minha cabeça.
Então ele a deixou cair no meu ombro, me dando um aperto. Seus olhos
estavam tristes, mas determinados. — É hora de você voltar para casa...
para onde você pertence.

Piscando os olhos, olhei para o doce rosto de Moira e tentei


imaginar a raiva e a mágoa que senti quando Paraila me disse que eu
tinha que ir.

Isso se foi. Absolutamente desapareceu. Eu não posso me lembrar


de até mesmo um pingo de amargura dentro de mim. Existem outras
emoções ainda lá. Saudade da minha casa e um amor profundo e
duradouro por Paraila. Isto nunca irá embora, mas de repente eu
penso... eu estou realmente agradecido por ter vindo pra cá e
experimentado esta jornada.

Quando os olhos verdes de Moira me veem com curiosidade, eu


imagino se é devido exclusivamente a ela.

~ 209 ~
Capítulo Vinte

MOIRA

— Então o que você achou? — pergunto a Zach enquanto


voltávamos com o Rover que Randall nos emprestou para usar durante
nossa estadia aqui. Ele tem vários carros que simplesmente estão
estacionados em uma enorme garagem climatizada separada da sua
mansão.

— Foi interessante. Mas eu não senti qualquer afinidade com


isso, — diz Zach quando põe o cinto de segurança.

Era noite de quarta-feira e nós tínhamos acabado de sair da igreja


que eu tinha escolhido para levar Zach a missa. Estávamos ambos
vestidos casualmente em jeans e tínhamos jantado em uma pizzaria ali
perto antes de começar.

— Você parece um pouco descontente, — eu observo.

Zach encolhe os ombros. — Eu não sabia o que esperar, mas isso


só pareceu estranho para mim. Quero dizer... me lembro de algumas
das coisas que meus pais me ensinaram a respeito de Cristo, e eu ouvia
os ensinamentos do Padre Gaul, mas eu simplesmente não tenho
qualquer conexão real com isso.

— É compreensível, — eu digo a ele apertando sua mão antes de


ligar o carro. — Eu acho que fé requer prática e você realmente não teve
isso.

— Não é apenas o meu tipo de fé, — afirma ele.

Enquanto eu dirijo pela estrada eu lhe pergunto: — Qual é a sua


fé, então? Em que você acredita?

Zach fica quieto por um momento enquanto ele olha pela janela
do carro. Finalmente, ele diz: — Eu acredito em mim mesmo, e eu
acredito na minha tribo.

~ 210 ~
Meu coração afunda um pouco ouvindo isso porque essas são
claramente as duas principais coisas que Zach é fiel. Cada dia que
passa, eu caio ainda mais sob o seu feitiço. Eu quero desesperadamente
que ele fique aqui, porque eu me tornei ferozmente ligada a ele no pouco
tempo que estamos juntos. Não é só o sexo inacreditável, e a triste
constatação de que quando ele se for, eu nunca vou ter algo tão incrível,
nunca mais. É porque, quando eu comecei a conhecer Zach, eu vim a
entender a pureza de sua alma e apreciar a coragem com que tem
enfrentado essa nova vida dele. Ele é gentil, paciente e curioso. Seu
sorriso vem fácil agora, e quando aqueles olhos azuis olham para mim,
seja na luxúria ou leviandade, eu caio imediatamente escrava do poder
que ele tem sobre mim.

Ele me possuí completamente, e ele nem imagina isso. Ele não


tem ideia do poder que ele tem, e ele claramente não tem ideia de que
meu coração está agora envolvido também. Eu só gostaria que não fosse
assim, porque sinto que vou ser destruída quando ele se for.

— Eu acredito em você, — Zach diz em voz baixa, e minha cabeça


desce para olhar para ele.

Ele olha para mim, seus olhos brilhando com intensidade. Eu


seguro seu olhar por um momento antes de voltar a olhar para a
estrada.

— Você acredita? — eu pergunto, minha garganta aperta de


emoção da possibilidade de que talvez ele encontre outra coisa dentro
de mim que não seja um corpo disponível.

— Eu acredito, — é tudo o que ele diz, mas é o suficiente por


agora.

Fazemos uma rápida parada em uma farmácia local, porque


tenho que pegar algumas coisas como shampoo e Zach precisa de mais
algumas lâminas de barbear para barbear o rosto.

Ele carrega a cesta de mão, enquanto eu vou andando pelos


produtos de cabelo e corredores de cosméticos. Ele é sempre paciente
quando vamos às compras, e eu espero que seja porque ele encontra
extremo interesse nelas. Não como a maioria dos homens que preferem
ser imersos em um tanque cheio de tubarões famintos. Mas, o conceito
de ter o desejo de seu coração é um capricho que está indisponível e
algo que eu tenho certeza que Zach não sentiu ainda.

~ 211 ~
Enquanto eu procuro o shampoo, Zach se ocupa em fazer o
mesmo, estalando os topos e cheirando cada um. Ele entrega um para
mim e diz: — Eu gosto de como este cheira. Compre esse.

Eu sorrio porque eu sei que ele nunca vai perder essa vontade de
estar no comando comigo, então eu satisfaço sua vontade. Se ele gosta,
então isso me faz feliz.

À medida que caminhamos em direção ao caixa, Zach para de


repente e pega algo de uma estante. Eu me viro para olhar para ele, e
meus olhos se arregalam quando eu vejo o que está na sua mão. Ele
segura para mim e eu vejo um brilho perverso nos olhos. Uma garrafa
de lubrificante.

Ele joga no cesto e simplesmente diz: — Para quando eu fuder a


sua bunda.

Oh meu Deus. Eu nunca irei me acostumar com a maneira


simples do uso de algumas palavras, ou de um olhar, ou mesmo de um
leve toque, faz o meu coração bater como um tambor e minha calcinha
absorver imediatamente o que ela precisa.

Ele sorri para mim, e eu posso ver que ele acha que está me
chocando.

— Onde você aprendeu sobre lubrificante? — pergunto a ele,


horrorizada. — E como você sabe que ele é necessário?

Ele roça em mim, mas não antes de se inclinar e dizer: — Eu


estive lendo sobre ele. Não quero te machucar e eu senti em primeira
mão o quão apertada sua bunda é. Eu quero ter certeza que estará tudo
bem e pronta para quando eu te possuir.

Eu quase fico em chamas... aqui mesmo no corredor cinco da


farmácia.

Quando ele passa por mim, minha boca aberta, eu


impulsivamente alcanço e agarro seu pulso. Ele se vira e olha para trás
para mim, com a cabeça inclinada para o lado.

— Nunca mude, — digo a ele com urgência.

Ele dá um passo para trás em direção a mim, e seus dedos


acariciam meu queixo. — O que você quer dizer?

— Significa que... eu amo quando você é sexy e quão sujo você


fala comigo, e eu amo o jeito que você me excita. Nunca mude isso.

~ 212 ~
Os olhos de Zach crescem quentes, e ele sorri. Ele se inclina para
baixo, me beijando na testa, e meus olhos se fecham na ternura de seu
toque.

— Eu não poderia mudar nem se eu quisesse, — ele murmura


quando ele me puxa para trás. — Você me fez desta forma.

Quando voltamos para a casa de Randall, o encontramos na


biblioteca lendo o jornal. Zach vai conversar com ele um pouco, mas
depois desejo a eles uma boa noite, e vou para o meu quarto carregando
nossas compras da farmácia. O frasco de lubrificante parece pesar uma
tonelada em minhas mãos, e enquanto eu estou loucamente excitada
com Zach querendo fazer isso comigo, eu estou um pouco apavorada
também.

Decidi tomar um banho, na esperança de relaxar a tensão sexual


que eu tenho certeza que vai me explodir em um minuto quando Zach
caminhar para o meu quarto esta noite. E eu sei que ele vai vir para
mim.

Ele tem vindo todas as noites, e tem sido incrível. Ele transou
comigo de tantas maneiras diferentes e me deu tantos orgasmos que eu
acho que posso realmente ficar viciada em sexo com ele.

Quando eu termino meu banho, seco o meu cabelo, coloco o


roupão, e saio para o meu quarto e encontro Zach casualmente deitado
na minha cama, completamente nu, com as mãos enfiadas por trás de
sua cabeça em uma pose ocasional que ele ama.

— Tire o roupão, — diz ele, me observando com fome quando eu o


deixo deslizar dos meus ombros e para baixo no chão.

Meus olhos vão para o tubo de lubrificante que eu coloquei na


mesa de cabeceira e depois voltam para Zach novamente. Ele sorri para
mim maliciosamente, e em seguida, puxa a mão de trás de sua cabeça
apontando para mim.

Ando devagar até a cama, meus olhos fixos em seu corpo. Ele já
está duro e me pergunto se ele estava se tocando antes de eu sair do
banheiro, ou é apenas o pensamento de estar comigo que faz isso com
ele? Seu pau é tão lindo... tão grande que eu não consigo fechar minha

~ 213 ~
mão em torno dele, à cabeça de um rosa escuro e com o líquido cremoso
já aparecia em torno da ponta. Minha boca enche de água apenas pelo
gosto, mas eu espero ver o que Zach quer que eu faça.

Quando eu chego à beira da cama, ele estende a mão para mim, e


eu coloco a minha na dele. Ele me puxa, me pedindo para subir no
colchão.

— Você é tão linda, — ele rosna enquanto seus olhos se


concentram nos meus. Suas palavras me acariciam, causando arrepios
sobre a minha pele. Ele me faz sentir tão linda... tão viva e livre.

Me levando pela cintura, Zach me puxa através de seu corpo, me


deixando montada em seus quadris. Seu pau empurra contra meu
traseiro, mas ele permanece absolutamente imóvel.

Estendendo as mãos, ele toca suavemente meus seios, seus olhos


focados em suas caricias. Ele aperta meus mamilos, em seguida,
suaviza a ponta com o polegar em torno deles até que eles estão duros e
doloridos.

— Me diga, Moira... você gosta quando eu peço para fazer alguma


coisa?

O tremor que percorre meu corpo é resposta suficiente para ele,


mas eu admito com um sussurro,

— Sim.

— Você nunca quer o controle? — pergunta ele, enquanto suas


mãos continuam a trabalhar em meus seios e seu olhar continua focado
lá. Um rubor quente se arrasta através de mim.

Eu engulo para garantir que minha voz saia claramente. — Às


vezes. Mas eu acho que é muito difícil quando você exerce sua vontade
sobre mim.

— Como isso faz você se sentir?

— Liberta, — eu respondo a ele imediatamente. — Ao invés de me


sentir constrangida, eu me sinto livre.

Ele faz um zumbido baixo de aprovação e levanta os olhos para


mim. — Portanto, se eu ordenar para ficar de joelhos agora e com suas
mãos lubrificar meu pau, você me daria a sua bunda, sem reservas?

Meu corpo inteiro treme com o pensamento. Mesmo que essa


sugestão me deixe com medo, eu admito a ele, — Sim.

~ 214 ~
As mãos de Zach liberam meus seios, e ele vem para a curva da
parte de trás do meu pescoço. — Boa menina, — diz ele e então me
puxa para baixo para a sua boca, onde ele me beija profundamente. Ele
tem gosto de creme dental de menta e algum outro tempero doce. Eu
não posso descrever como eu retribui a ele com paixão.

Puxando para trás meu cabelo para soltar nossos lábios, ele olha
para mim com olhos escuros. — Mas só para te deixar tranquila, não
vou foder com essa bunda doce esta noite.

Uma rajada de ar escapa de meus lábios e eu não sei dizer se


estou desapontada ou aliviada, mas provavelmente um mistura de
ambos. — Você não vai?

Ele balança a cabeça com um sorriso. — Não, você está muito


nervosa e eu estou pensando que algumas bebidas antes vão ajudar a
te soltar. Por outro lado... enquanto eu amo muito ordenar que você se
submeta a mim, acho que neste instante... eu quero você implorando
por isso.

Oh, Deus. Estou pronta para implorar agora eu acho.

Lambendo meus lábios, eu giro meu quadril contra sua ereção e


pergunto: — Então o que você quer fazer hoje à noite?

Mantendo uma mão firmemente agarrada por trás do meu


pescoço e a outra entre as minhas pernas, ele afunda o dedo do meio
fundo em mim e usa o polegar para pressionar para baixo no meu
clitóris. Meu corpo treme contra o seu toque, e um gemido sai dos meus
lábios. Deus, ele ficou tão bom nisso.

— Eu acho, — ele diz, pensativo, enquanto seus olhos descem


para assistir o modo como sua mão está me tocando, — que eu quero
você encima. Nós não fizemos isso ainda, e eu tenho grande interesse
no que você acabou de dizer.

O que eu disse? Eu gostaria de saber, porque a minha cabeça


está girando sobre as sensações que ele está criando no meu corpo
agora.

— Você me quer por cima? — eu suspiro enquanto seu polegar


me circunda um pouco mais áspero, e meu corpo começa a se apoderar.

— Eu quero você no controle, — ele rosna. Com essas cinco


palavras, ele acaba de transferir todo o seu poder sobre a mim, me
jogando sobre a borda. Um orgasmo rasga através de mim e eu
praticamente grito quando eu gozo, sem me importar se alguém me

~ 215 ~
ouve. A metade de um soluço derrama para fora da minha boca, e meus
quadris giram em sua mão quando eu sinto cada tremor e pulsos
latejantes do meu clímax.

Quando meu corpo se acalma um pouco e minha visão fica clara,


eu olho para baixo para ver Zach olhando para mim com reverência
lasciva. — Que porra sexy.

Eu olho para ele, muda. Eu não consigo pensar em palavras


suficientes que transmitisse o que isso significa para mim. Mas ele não
me dá uma chance e ainda prova que ele não está abandonando o
controle total.

— Pegue o meu pau, Moira. Cavalgue em mim, — ele ordena.

Sim, ele me mandou fazer algo, e sim, eu vou obedecer. Mas a


partir deste momento em diante, pelo menos por esta noite, eu vou
estar no banco do motorista. Eu vou ser a única a dar as ordens.

Colocando ambas as mãos sobre o peito dele, eu o empurro para


trás, assim eu estou sentada em linha reta. Zach olha firme para os
meus seios e ele começa a levantar a mão em direção a eles.

— Uh-uh, — eu suavemente o repreendo, carinhosamente o


impeço. — Coloque as mãos atrás da cabeça. Você parece apreciar essa
posição.

Os lábios de Zach se abrem em um sorriso divertido, e seus olhos


brilham de emoção. Para um homem que usa absolutamente tudo para
dominar uma mulher e estar no controle total, ele parece estar tentado
e determinado a gostar disso. Ele enfia as duas mãos atrás da cabeça,
mas inclina a pélvis para cima insistentemente para me impulsionar
para a frente.

Eu inclino meu corpo para frente e trago meus lábios aos dele. Eu
o beijo leve e docemente, apenas por um breve momento. Só até a boca
dele se abrir embaixo da minha. Então eu mordo seu lábio inferior e
dou um puxão nele, o fazendo gemer e bombear seus quadris para
cima.

Liberando o meu domínio sobre ele, eu o lambo para aliviar a dor,


e, em seguida, deslizo meus lábios pelo queixo e pela sua garganta. Ele
inclina a cabeça para trás para me dar melhor acesso, e eu gosto do
contato de sua barba roçando a minha pele.

Zach não é de dizer nenhuma palavra enquanto estamos fazendo


sexo, por isso fico surpresa quando ele murmura: — Eu adoro a

~ 216 ~
sensação de seus lábios em mim. Você é a única mulher que já me
beijou.

Meu coração vira e eu quase vacilo no meu caminho, mas então o


meu desejo de dar prazer a ele aumenta e eu levemente chupo seu
pescoço, logo acima de sua clavícula, antes de eu dar a ele uma
pequena mordida pungente.

Zach sibila por entre os dentes e uma de suas mãos vem para o
topo da minha cabeça. Eu lambo sua pele e simplesmente pego a sua
mão por entre os dedos, puxando-o para longe. — Mantenha as mãos
atrás da cabeça. Não me toque.

Ele geme de frustração, mas me obedece, e acho esse poder é uma


coisa inebriante. Mesmo que eu tenha tido um tremendo orgasmo
apenas a alguns minutos atrás, eu já me encontro com um desejo
voraz.

Meus lábios deslizam através dele, no peito, onde eu amo, em


seus mamilos com minha língua e meus dentes. Zach murmura uma
maldição e seu corpo fica tenso quando eu começo a lamber e beijar
suas costelas e estômago. Eu mergulho minha língua em seu umbigo e
a agito ao redor, em seguida, vou um pouco mais para baixo para que
eu possa prestar alguma atenção a seu osso ilíaco.

Eu coloco a minha boca aberta em sua pele lá, meus seios


balançando. Quando roçam levemente contra o seu pau, eu sinto um
pouco de pré-gozo molhar minha pele, e o conhecimento de que ele está
excitado por mim me faz chupar duro contra sua carne. Os quadris de
Zach se agitam, e ele resmunga, — Santa Mãe de Deus, Moira. Você já
vai me foder?

Eu não posso impedir a risada que sai da minha boca, e eu dou a


ele mais um beijo suave antes de eu levantar a minha cabeça. Ele está
olhando para o seu corpo e para mim com uma intensidade tão
penetrante que eu posso sentir uma onda de tesão entre minhas
pernas.

Avançando um pouco, me levanto de joelhos ficando sobre seu


pau. Descendo com uma mão, eu envolvo meus dedos em torno do seu
pau duro e agito o meu polegar em volta da cabeça. Me abaixando um
pouco, eu trago a ponta do seu pênis a minha vagina, onde eu esfrego
para trás e para frente através de minhas dobras escorregadias, e eu
não posso me segurar e deixo escapar um gemido suave de quão bem
ele se sente contra mim. Aposto que se eu continuasse a fazer isso por
apenas alguns minutos, eu poderia me fazer gozar.
~ 217 ~
— Moira... — Zach solta um rugido baixo de aviso.

Meus olhos preguiçosamente encontram os seus, e eu estou


extasiada com o olhar quase insano de necessidade neles.

Por um breve momento, penso em rolar fora dele e deixá-lo fazer o


que quiser comigo. Eu sei que ele estaria em cima de mim num piscar
de olhos se eu fizesse isso, mas eu coloco esse pensamento de lado. Eu
não tenho certeza se vou ter outra chance como essa com Zach porque
me encontro vivendo cada dia com ele como se fosse o meu último,
sabendo que a qualquer momento ele pode decidir me deixar para
retornar à sua casa.

Eu me abaixo sobre o pau de Zach, afundando-o lentamente em


mim. Meu sexo molhado torna a entrada fácil e minha carne se expande
e se molda ao redor dele, puxando-o em profundidade e envolvendo-o
com força.

Ele geme profundamente... quase como um animal com dor.... um


som como eu nunca ouvi nele, e eu vejo como seus olhos se fecham com
força. Eu me abaixo mais, penetrando completamente, até que ele fique
dentro de mim e nossas pélvis ficam apertadas uma contra o outra. Eu
lá parada e espero... apenas até que os olhos de Zach se abram e ele
olhe para mim. Eu vejo necessidade, desejo, desejo absoluto. Eu finjo
por um breve momento que sua necessidade é por mim... Moira, e não
apenas pelo meu corpo. Eu me pego a esse sentimento, mesmo dizendo
a mim mesma que eu vou me machucar, fingindo que ele sente algo que
provavelmente não é nada mais do que um fantasma de uma fantasia
para mim.

Quando eu não posso suportar esse olhar mais, eu me levanto e


afundo de volta sobre ele, observando a cor de seus olhos azuis
escurecer com prazer e perto de gozar.

Eu levanto e abaixo, levanto e abaixo, montando o seu pau como


ele me mandou. Mas eu vou devagar, puxando-o para fora, mostrando a
ele uma forma diferente de fazer amor. Por incrível que pareça, Zach
não apressa o ritmo, mantendo os quadris ainda com um poder e
controle inacreditável. Não há dúvidas, no entanto, o fato de que ele
está curtindo este passeio. Sua mandíbula está apertada, seus olhos
estão quentes quando eles olham para mim, e seu peito começa a
endurecer.

Decidi mudar um pouco e bater com força em seu pau, colocando


todo dentro de mim. As mãos de Zach saem de trás de sua cabeça e
seguram as minhas coxas, seus dedos cravam nelas. Eu me levanto
~ 218 ~
devagar e depois bato forte para baixo novamente, transbordando de
dominação sexual quando Zach grita, — Porra, Moira.

Eu faço isso de novo, e de novo, começando a não só pegar o


poder do meu movimento, mas o ritmo também. Eu passo meus seios
saltando por cima dele, e minhas pernas tremendo de cansaço. Pegando
por atrás de mim com a mão em suas bolas eu as massageio.

Os quadris de Zach se contraem violentamente para cima, e ele


começa a cantar. Sim, sim, sim, sim.

Meus movimentos se tornam frenéticos e, antes que eu perceba,


os quadris de Zach estão empurrando contra os meus e cada
movimento, aprofundando dentro de mim e me batendo apenas no
lugar certo. Suas mãos seguram meus quadris, e ele usa sua força para
me afundar com força em seu pau.

Eu sinto suas bolas se contraírem na minha mão, e eu sei que ele


está perto. — Me dê isso, Zach, — eu sussurro, quando eu salto para
cima e para baixo sobre ele. — Goze para mim, baby.

Zach me bate fundo uma última vez e joga sua cabeça para trás,
com o peito arfando fora do cama, cada músculo e veia em seu pescoço
se destacando em um relevo gritante. Um gemido vicioso de gozo sai de
sua boca enquanto eu o sinto começar a gozar em jatos dentro de mim.
Eu observo, fascinada, as ondas de prazer em seu rosto e a respiração
dura encher o quarto com a evidência de sua tempestuosa libertação.

Eu levanto para cima em seu pau, e empurro para baixo


novamente devagar, e o mais violento tremor estremece seu corpo.

— Oh, Deus, — Zach geme quando ele treme. — Eu ainda estou


gozando, merda.

Eu puxo para cima e empurro para baixo novamente, e todo o seu


corpo balança e outro tremor rasga através dele. — O que diabos você
está fazendo comigo? — pergunta ele, maravilhado com os olhos
abertos, e ele olha para mim em descrença, seu peito ainda subindo e
descendo como se estivesse com falta de oxigênio.

Levo os meus dedos até seus lábios, olhando para ele de maneira
contemplativa. — Estou libertando você, meu homem não civilizado.

~ 219 ~
Capítulo Vinte e Um

ZACH

Meu humor está escuro e tempestuoso. É uma espécie de passeio


estúpido ir nessa porra de discoteca, para onde Clint e Cara me
arrastaram. Mais uma vez, o convite foi apenas para mim, mas faço
questão de convidar Moira. Quando chegamos, fomos levados a uma
das áreas VIP onde Cara nos tinha dito para encontrá-los, eu poderia
dizer pelo olhar em seu rosto que ela não estava feliz em ver Moira. Pela
maneira que Moira ficou tensa ao meu lado, eu poderia dizer que ela
não estava feliz por estar na presença de Cara.

Mas de jeito nenhum eu poderia ter uma noite com Clint e Cara
sem ela ao meu lado. Não, isso não seria exatamente correto. Eu não
acho que poderia suportar uma noite longe de Moira, que é um outro
pensamento que sinto escuro e tempestuoso dentro de mim.

Estou sofrendo com uma onda de emoções quando se trata da


bela mulher de cabelos vermelhos que eu tenho fodido... e fodido bem.
Ela está me consumindo, e eu odeio e amo isso ao mesmo tempo.

Todas as manhãs, eu acordo antes dela e porque eu já me


acostumei, não só a dormir em um colchão macio, mas também ter seu
corpo aconchegado perto do meu durante toda a noite, vou aproveitar
minha ereção matutina e me certificar que ambos começaremos o dia
com um ou dois orgasmos incríveis.

Porque nós gastamos quase cada minuto do dia e da noite juntos,


eu me encontro cada vez mais perto dela do que provavelmente
qualquer outra pessoa na minha vida, com exceção de Paraila. Nós
temos longas conversas sobre as descobertas incríveis que eu estou
fazendo. Ainda ontem saímos e sentamos uma pequena cafeteria, no
centro de Atlanta onde bebemos cafés gelado e falamos sobre o
terrorismo. Estive lendo muito sobre os atentados de 11 de setembro,
uma ocorrência monstruosa que chocou meus sentidos. E pensar que
algo dessa magnitude havia ocorrido, e eu estava alegremente

~ 220 ~
inconsciente de que tinha ocorrido um sequestro enquanto eu estava na
santidade da minha casa tribal, algumas coisas estão sendo colocadas
em outra perspectiva para mim. Este novo e moderno mundo que eu
estou imerso é brilhante e incrível, cheio de admiração e potencial.

Mas também é duro e muito mais violento do que a floresta e eu


me pergunto por que as pessoas querem viver nesta sociedade apesar
de tudo. Parece somente reafirmar o meu desejo inerente de voltar para
casa.

Eu tenho aprendido muito mais sobre Moira. Seu pai e sua mãe
eram ambos antropólogos, que é onde ela obteve sua direção e o desejo
de seguir os seus passos. Sua irmã, Lisa, é uma mãe e não trabalha, e
se casou com um engenheiro elétrico, e ela está feliz criando seus dois
filhos na costa da Carolina do Norte. Minhas perguntas a ela sobre sua
vida pessoal foram infinitas e até agora, eu sei que ela será,
provavelmente, a única mulher que nunca irá satisfazer o meu desejo.
Ela é engraçada, inteligente e travessa. Ela adora filmes de faroeste
porque ela costumava vê-los com o seu pai, e tem medo de gatos por
algum motivo, mas as aranhas não a assustam. Eu sei que ela ronca
levemente quando dorme de costas, mas quando ela está aconchegada
com meu corpo ao seu lado, ela dorme profundamente e sem som. Seu
livro favorito é 50 Tons de Cinza... um livro que ela emprestou para
mim, mas eu não consegui lê-lo após o primeiro capítulo. Ela sorriu
para mim quando eu lhe disse isso e disse que eu estava perdendo
algumas lições valiosas de sexo que eu poderia colocar em uso. Eu
imediatamente o peguei de volta e o li, mas francamente... ele não me
ensinou, tudo eu consegui descobrir muito mais por conta própria.

As noites com Moira são as melhores porque mesmo em segredo


em qualquer quarto, no dela ou no meu, ela me permite fazer o que
quiser com seu corpo. Minha coisa favorita, de longe, é fazê-la gozar
com a minha boca. Às vezes, eu começo com o meu rosto entre suas
pernas, mas às vezes, eu gozo primeiro, fodendo com ela furiosamente
enquanto eu corro para a linha de chegada. Então saio dela e, enquanto
eu ainda estou me afogando por falta de oxigênio, eu empurro minha
boca contra sua buceta e a como toda até ela estar chorando pelo seu
próprio orgasmo.

Esta casa noturna em que estamos não é nada mais do que eu já


esperava. Tem três andares de altura e há um enorme homem negro
musculoso com piercings faciais que guarda a porta. Uma corda de
veludo isola a entrada, e uma longa fila de pessoas aguarda do lado de
fora para entrar. Seguindo as instruções de Cara, eu dei o meu nome

~ 221 ~
para o enorme cara, e ele deixou Moira e eu entrarmos com um sorriso
branco brilhante.

O interior do edifício é completamente aberto, com uma pista de


dança enorme no meio e um bar espelhado que se estende por três das
paredes. O teto se estende três andares acima e, olhando para cima,
vejo vários camarotes que revestem as paredes acima de mim,
alcançado por escadas privadas. Cara tinha me dito que eles estariam
na sala VIP número três, e que era só perguntar para o bartender onde
era. Aparentemente, Cara e Clint veem aqui regularmente e possuem
sua própria sala privada, onde se pode saborear cocktails extravagantes
e assistir os dançarinos em baixo na pista.

Depois de uma rápida parada no bar onde Moira pede algo


chamado de Screwdriver e para mim uma cerveja, seguimos as
instruções do barman e subimos uma escada para o terceiro andar.
Uma porta vermelha nos encontra no topo e eu a abro, imediatamente
vejo Cara e Clint sentados um ao lado do outro, com as cabeças louras
inclinadas como se eles estivessem tendo uma conversa particular.
Mesmo com o clube tocando música alta, está relativamente calmo
dentro desta pequena sala, e vejo que é devido a portas de vidro duplo
que estão isolando do clube aberto. Assim que eles nos ouvem entrar,
suas cabeças se voltam para nós em uníssono.

O sorriso de Cara fica brilhante quando ela me vê, mas depois


escurece quando ela percebe Moira. Clint imediatamente se levanta, me
bate nas costas, e puxa Moira para um abraço apertado. Eu
imediatamente quero matar o filho da puta.

Pelas próximas duas horas fico à beira do camarote e saboreio


algumas cervejas, enquanto eu assisto os dançarinos abaixo de mim.
Eu mantenho as portas fechadas porque a música é alta para os meus
ouvidos, e isso me lembra muito as letras suaves das mulheres tribais
que cantavam em nossas festas. Recusei o convite para dançar, mas do
meu balcão, posso assistir Moira enquanto ela gira os quadris com
movimentos tão sensuais que eu tenho um tesão interminável. Cara fica
a um passo distante, movendo seu corpo de uma forma quase
pornográfica, os braços erguidos acima da cabeça. Às vezes, Clint chega
por trás de sua irmã e agarra os quadris enquanto ele balança a seu
próprio corpo junto com ela. Parece nojento ver os irmãos dançando tão
provocantemente com o outro. Se ele ainda pensa em fazer isso com
Moira, ele é um homem morto.

Eu observo por um instante enquanto dançam e me pergunto em


quanto tempo Moira e eu poderemos sair. Eu tenho uma forte

~ 222 ~
necessidade por ela, mais do que qualquer coisa nesta minha nova
vida? Ela está se tornando quase uma necessidade para mim, o que
aumenta ainda mais o meu estado de espírito perigoso.

Eventualmente, Moira começa a andar, abrindo seu caminho


através da multidão em direção ao banheiro. Há uma fila quase tão
longa quanto a do lado de fora para entrar, então eu sei que ela vai
demorar um pouco. Eu suspiro de frustração, enquanto eu assisto Clint
e Cara fazerem o seu caminho de volta para a escada para se juntar a
mim no camarote VIP.

Cara esgueira para a sala privada e vem direto para mim. Ela me
pega pela mão, me levando até o sofá, e eu não tenho como resistir.
Clint vai até o minibar e se serve de outra bebida. Ele e Cara bebem um
licor muito forte, e os dois ficam bêbados.

Cara cai no sofá e me puxa para baixo ao lado dela. Ela enrola os
braços em volta do meu pescoço e diz em uma voz melosa, — Então
Zach... Clint e eu estávamos pensando se você e Moira querem ir para o
meu apartamento e festejar com a gente.

Interessante ela ter convidado Moira, porque eu sei que ela a


considera um incômodo pela forma como a trata. — O que você quer
dizer com ‘festejar’?

Ela tremula seus cílios para mim. — Oh, você sabe... talvez um
pouco de cocaína... um pouco de ecstasy. Algo para soltar a senhorita
frígida.

Eu não tenho ideia do que ela quer dizer com isso, mas não soa
como algo que eu iria gostar, nem eu gostaria que Moira experimentasse
com eles. — Eu acho que nós vamos deixar para outra oportunidade.

Clint anda atrás até nós e fica atrás do sofá. Com sua bebida em
uma das mãos, ele pega a outra e acaricia Cara suavemente na parte de
trás de seu pescoço. — Se você não está afim de sexo a quatro, podemos
dividir.

— Dividir o que? — pergunto estupidamente, porque eu acho que


tenho uma ideia do que ele está dizendo, a perspectiva está começando
a fazer o meu sangue ferver.

— Sim, — diz Clint enquanto seus olhos vidrados olham para


mim. — Cara e eu gostamos de sair para fazer swing, mas, se isso não
te agrada, você pode foder com Cara e eu adoraria foder Moira até que
ela mal consiga ficar de pé.

~ 223 ~
Meus olhos ficam vermelhos, e eu realmente tenho um breve
momento de vertigem da raiva ardente que passa através de mim. Não
pela oferta para fazer sexo a quatro, porque só essas pessoas vazias
seriam tão levianas de sugerir algo assim, e acho que no mínimo não
me surpreendi. Mas a raiva sobe rápido sobre Clint pensando que ele
nem ao menos tem o direito de respirar o mesmo ar que Moira, muito
menos poder transar com ela.

Eu levanto do sofá, me virando para Clint com um olhar


assassino. — O que você acabou de dizer?

Ele não tem ideia do perigo em que ele está, e noto Cara me
olhando com um brilho lascivo nos olhos.

— Moira, — Clint repete como se eu fosse estúpido. — Eu quero


transar com ela. Eu aposto que ela tem a mais doce e mais apertada
buceta.

Eu passo voando através do sofá, saltando sobre ele com


facilidade, e bato as mãos no peito de Clint. Ele vai cambaleando para a
parede ao lado do minibar, fazendo com que duas garrafas tombem e
que caiam no chão onde estilhaçam. Sua própria bebida voa, e então eu
estou em cima dele. Envolvendo as duas mãos ao redor de seu pescoço,
eu aperto e assisto seus olhos se abrirem com medo.

— Oh, Zach... porque o drama? — Cara levanta de seu acento no


sofá. Eu a vejo sentada lá nos observando com um leve interesse, mas,
francamente, parecendo entediada. — Se você não quer, você só tem
que dizer ‘não’. Embora, eu sinceramente não saiba o que você vê em
Moira. Ela parece um pouco sem graça para mim.

Eu fecho meus olhos, tomo uma respiração profunda e, quando


eu os abro de novo, eu volto meu olhar para Clint. — Você nunca mais
fale essa porra sobre Moira novamente. Você nem sequer pense em
tocá-la. Se eu o ver com esse olhar novamente para ela, vou acabar com
a porra da sua vida, seu miserável pedaço de merda.

Clint acena com a cabeça vigorosamente em compreensão, o


medo diminuiu o brilho bêbado em seus olhos. Eu solto minhas mãos
de sua garganta, e sua mão vem para esfregar na sua pele.

Cara começa a rir atrás de mim, e fica mais alto que eu posso
ouvi-la se aproximando de mim. Seus dedos vêm para a parte de trás do
meu pescoço, e ela raspa as unhas ao longo da minha pele. Eu empurro
a minha cabeça para longe dela e recuo, olhando para ela com cautela.

~ 224 ~
— Oh, isso é delicioso, — diz Cara em uma voz zombeteira. Ela
caminha até seu irmão, envolve seus braços em volta do pescoço dele, e
corre a língua de sua clavícula até o queixo. — Você não vê Clint? Zach
e Moira estão transando. É por isso que ele está tão fora de si.

Os olhos de Clint se arregalam, mas ele não diz nada, o meu aviso
sobre Moira, aparentemente, ainda está fresco em sua mente.

— Olha, — ela fala pra seu irmão enquanto acaricia o peito dele
com a mão. Seu braço vai possessivamente em torno de sua cintura, e
ele a puxa apertado para ele. — Ele não negou.

Meus dedos se curvam para dentro, cravando minhas unhas em


minhas mãos, e eu antes nunca quis agir com violência com uma
mulher... até este momento.

— Vamos, querido, — diz Cara, pegando Clint pela mão para levá-
lo até a porta. Ela vira a cabeça para mim e me dá um olhar desafiador.
— Isso foi muito esclarecedor, Zach. Eu tenho certeza que o tio Randall
ficaria muito interessado em saber que o profissionalismo de Moira não
é tão profissional quanto ele pensou.

Eu não hesitei nem por um segundo. — Assim como eu tenho


certeza que ele estaria interessado em saber que você e seu irmão são
fodidamente doentes e que estão transando um com o outro.

Cara empalidece, então sei que bati na cabeça do prego. Clint a


puxa pela mão em direção à porta.

— Vamos, Cara.

— Fique longe de Moira, — advirto aos dois. — Vocês não querem


me ver bravo.

Nenhum deles responde quando andam para fora da porta, e eu


deixo escapar um suspiro de alívio quando eles desaparecem. Volto
para o sofá e me afundo nele. Uma pequena risada escapa de meus
lábios, em seguida, se transforma em uma gargalhada. Eu não posso
acreditar que essa merda aconteceu. Eu não posso acreditar nessa
deturpada proposta de transa feita para Moira e eu, e eu não posso
acreditar que hesitei em matar Clint. Moira ficaria tão orgulhosa de
mim.

Me levantando, vou até o minibar e pego outra cerveja da


geladeira. Eu torço a tampa, jogo-a no lixo, e bebo um grande gole.

~ 225 ~
A porta camarote se abre, e Moira entra. Ela se vestiu para hoje à
noite como se quisesse dançar, querendo me mostrar como o seu corpo
pode se mover. Seu vestido é prata e furtivo, amarrado em volta do
pescoço e decotado em seu peito. A saia é curta, mal cobrindo sua
bunda, mas fica solta mexendo quando ela anda. Ela usa um par de
sapatos de salto preto com tiras largas, de couro em torno de seus
tornozelos, e quando eu os vi pela primeira vez, pensei em colocá-los em
meus ombros enquanto eu fodia forte com ela.

Todos os pensamentos de Clint e Cara derreteram, e meu corpo


reagi como normalmente faz quando vê Moira. Se ela está de jeans e
camiseta ou com um vestido tipo me foda, sinto um enorme tesão por
ela.

Quando ela fecha a porta atrás dela, coloco a cerveja no bar e vou
em direção a visão na minha frente. Seus olhos sorriam para mim e ela
abre a boca para dizer algo, mas eu a corto, trazendo meus lábios nos
dela. Eu dou a ela um beijo duro repleto de luxúria e necessidade,
mergulhando minha língua profundamente e puxando seus quadris
para perto para que eu possa pressionar minha ereção contra ela.

Ela me empurra de volta e suspira: — O que deu em você? Pare.

— Eu quero foder você... agora, — eu digo a ela e a beijo


novamente. Ela se entrega por um momento, mas em seguida, empurra
o meu peito mais uma vez.

— Nâo... não podemos. Clint e Cara podem entrar. Ou uma das


garçonetes ou algo assim.

Agarrando Moira pela mão, eu a levo para a varanda, abrindo as


portas duplas e deixando o pulsar da música me oprimir. Eu puxo
Moira, apertando-a contra o meu corpo e coloco os meus lábios perto da
orelha dela para que ela possa me ouvir. — Clint e Cara já se foram e
não vão voltar. E eu vou transar com você agora.

Moira empurra meus braços, não pela surpresa que Clint e Cara
se foram, mas pela necessidade urgente na minha voz. — O quê? Não,
não podemos. Este é um lugar público.

— Esta é uma sala VIP privada, — eu digo a ela, e, em seguida,


me inclino para reivindicar sua boca novamente. Ela afunda em mim,
duelando sua língua com a minha, seus dedos cavando na carne do
meu bíceps.

~ 226 ~
Ela cede tão facilmente, e eu adoro isso nela. Ela nunca pensa em
negar um único desejo que eu tenha por ela.

— O sofá, — ela murmura contra meus lábios.

— Muito longe, — eu rosno para ela, rasgando minha boca da


dela. Virando-a em meus braços, a encaro, olhando em direção a boate
abaixo de nós. Luzes de laser e dançarinos se contorcendo preenchem a
cena. Eu olho em volta para as outras sacadas, mas porque as luzes
não se filtram até aqui, está bastante escuro. Mesmo aberto é escuro e
isolado. Apenas a porra perfeita.

Apertando minha frente contra as costas de Moira, eu a empurro


para a frente até que sua barriga se encontra pressionada contra o
pequeno corrimão de ferro forjado da varanda e a centímetros do lado
de fora das portas duplas. Suas costas queimam contra mim, quando
eu me aproximo mais perto dela, me certificando de que ela possa sentir
minha ereção que repousa contra suas costas.

Eu esfrego meu nariz suavemente contra a parte de trás de sua


cabeça, sentindo o cheiro do shampoo que eu disse a ela para comprar.
Me inclinando para o lado para beijar seu pescoço, eu roço meus dentes
ao longo de sua carne tenra. Ela treme em meus braços e inclina a
cabeça para o lado para me dar melhor acesso, com as mãos segurando
a grade de ferro com os nós dos dedos brancos.

— Eu quero que você apenas fique aqui... mantenha suas pernas


abertas para mim um pouco mais.

Seu peito arfa em antecipação, e ela não se move para me


agradar. Eu estendo a mão e toco com meus dedos na parte de trás de
sua coxa, em seguida, deslizo para cima até escorregar sob a bainha de
seu vestido, em toda a sua bela bunda arredondada, que está
deliciosamente nua.

Me inclinando para o lado, eu dou uma olhada, pensando que ela


não estava usando calcinha e pensando que é a coisa mais quente que
eu vi, mas eu fui recompensado com uma fina faixa preta de renda que
se arrastava para o meio da bunda dela.

Ahhh... um fio dental. Não, isso é mesmo fodidamente quente.

Voltando meu dedo sob a tira de trás de sua calcinha, eu arrasto


para baixo, puxando a calcinha por entre a sua bunda e avançando
para o lado, deixando sua suave buceta aberta e vulnerável para mim.
Meu dedo toca entre aqueles lábios, e eu sinto sua umidade.

~ 227 ~
Porra eu sinto que estou morrendo agora, de tão insaciável que é
a minha necessidade por ela. Eu não posso esperar mais um minuto
para tirar minhas calças apressadamente e puxar meu pau para fora,
ignorando a mordida do meu zíper que fica logo abaixo das minhas
bolas. Oh, bem, um pouco de dor sempre torna interessante.

Eu abaixo meus joelhos e oriento meu pau na entrada quente de


Moira, empurrando firmemente contra ela e afundando profundamente
em um movimento fluido.

Moira suga em um grande gole de ar e diz: — Oh, Deus. Eu não


posso acreditar que estamos fazendo isso.

Eu sorrio e beijo a parte de trás de sua cabeça, envolvendo um


braço em volta da cintura para segurá-la na posição vertical e
colocando o outro na grade da varanda para o equilíbrio.

Eu bombeio meus quadris contra ela, mantendo meus joelhos


dobrados em o ângulo direito. Se alguém olhar para cima, e se eles
forem capazes de ver através da sombra e neblina, pode parecer que eu
estou de pé atrás da minha namorada em um abraço íntimo. Ou pode
parecer que eu estou transando com ela lentamente por trás.

Eu não tenho certeza, nem me importa.

Eu quero dizer... Moira está totalmente vestida e a saia dela está


solta o suficiente para que ela ainda cubra a frente bem.

Outra que os movimentos lentos de meus quadris contra ela


podem parecer que eu estou balançando ao som da música, ou pode
parecer que eu estou transando com ela por trás, não estou certo se é
óbvio o que estamos fazendo.

Não que eu não pudesse dar uma trepada. Eu estou muito


perdido dentro do arrebatamento do seu corpo, e nada poderia me
afastar dela neste momento.

Eu lentamente empurro dentro e fora de Moira, minha respiração


irregular e dura. Nós dois olhamos para baixo, para os dançarinos,
perdidos em nossos próprios pensamentos e prazeres.

Depois de empurrar em profundidade extra, a cabeça de Moira cai


para trás no meu ombro, os olhos fechados, a boca aberta enquanto
mostra o delicioso prazer em seu rosto. Mas ela não está fazendo
barulho suficiente para mim. Ela está com muito medo de se soltar,
mesmo ninguém podendo ouvi-la por causa da música.

~ 228 ~
Eu deixo cair o braço que está unido em torno de sua cintura e
deslizo meus dedos sob a parte dianteira de seu vestido.

Mergulhando abaixo da borda da sua calcinha, onde


imediatamente encontro seu clitóris inchado, eu esfrego suavemente em
sintonia com a batida dos meus impulsos.

Moira clama: — Foda-me, Zach, — e seus quadris começam


circulando contra minha mão. Agora... se alguém está olhando, e talvez
eles estejam, eles sabem, sem dúvida, que estamos transando. A
perspectiva é emocionante para mim.

Uma das mãos de Moira trava em torno de meu pulso e sua


cabeça aparece. Inclinando-se para o lado, sem perder uma batida
fodida, eu vejo que seus olhos estão bem abertos com medo e prazer.

— Pare, — ela implora. — Alguém pode ver.

— De jeito nenhum, — eu digo a ela, e eu começo a me mover um


pouco mais rápido, tanto meu pau quanto meu dedo contra seu clitóris.

— Oh, Deus, oh Deus, oh Deus, — ela clama e mesmo estando


apavorada por ser vista, seus quadris ainda revertem em um frenesi
contra mim.

— Me diga que você está perto, baby, — eu rosno urgentemente


em seu ouvido. — Porque eu estou pronto para caralho para gozar, e eu
não posso segurar mais.

A cabeça de Moira acena furiosamente para mim e eu começo


batendo nela, empurrando-a com força para a grade da varanda. Eu
sinto seu corpo apertar em volta do meu pau e, mais uma vez, ela bate
a cabeça para trás em meu ombro enquanto ela grita em sinal de
rendição orgástica. Tremores passam através de seu corpo, e eu sinto
uma inundação de mais umidade das paredes de sua buceta contra
meu pau.

E merda... estou gozando. Eu bato profundamente mais uma vez


e fecho os olhos, me concentrando na sensação dos espasmos de Moira
em torno de mim, enquanto meu pau continua a descarregar meu
sêmen dentro dela.

Eu dou outro gemido baixo e puxo seus quadris para trás, e


penetro meu pau mais fundo ainda. Envolvendo um braço em torno de
seu estômago e outro sobre o peito, eu aperto-a com força contra mim.
Ficamos assim um momento uns dez minutos que pareceu parar para

~ 229 ~
nós dois. Eu não ouço a música; os corpos e luzes piscando, girando
não significam absolutamente nada para mim.

Tudo que me importa neste momento é esta mulher envolta em


meus braços e sentir sua buceta quente ainda segurando
delicadamente meu pau.

Aninhando-me em seu pescoço, que cheira como orquídeas


selvagens e chuva de primavera, eu sussurro para ela, — Eu acho que
nunca vou poder parar com você, Moira.

~ 230 ~
Capítulo Vinte e Dois

MOIRA

Eu ando para trás e para frente no meu quarto, roendo a unha do


polegar. Olhando para o relógio pela décima vez nos últimos dez
minutos, eu caminho da porta do meu quarto e, em seguida, me viro
para retomar deixando uma trilha de preocupação no tapete.

A porta de ligação para o quarto de Zach se abre, e ele vem com


um olhar satisfeito no rosto.

— Pronta para descer para o café da manhã?

Ele está com esse olhar de satisfação, porque uma hora atrás,
Zach tinha me acordado, como tantas vezes acontece, com a sua língua
profundamente dentro de minha buceta e eu à beira de um orgasmo.
Assim quando eu estava me preparando para gozar, Zach se afastou,
me virou de bruços, puxou meu quadril deixando minha bunda no ar, e
mergulhou profundamente dentro de mim. Gozei imediatamente,
abafando meus gritos no meu travesseiro, e Zach bateu longe no meu
corpo enquanto ele soltava uma torrente de palavrões e gemidos.

E então ele fez algo que me chocou pra caralho e me fez gozar
violentamente novamente. Ele se retirou quando ele começou a chegar
ao clímax, atirando seu sêmen quente por toda a minha bunda e costas.
Senti três jorros me batendo enquanto ele gemia alto, então ele estava
arrastando os dedos através das minhas costas e entre as minhas
nádegas. Seu dedo roçou no meu ânus e esfregou a umidade ao redor, e
então ele gentilmente inseriu o dedo dentro, dando início a uma outra
tempestade espumante dentro de mim. Ele ergueu o dedo dentro e fora
da minha bunda algumas vezes enquanto eu estremecia e chorava
gozando, finalmente, implorei para parar antes de desmaiar.

Ele riu naturalmente, tirou o dedo, e se inclinou para pressionar


um beijo entre as minhas omoplatas. Então ele me puxou de volta para

~ 231 ~
seus braços, e deitou na cama em silêncio, enquanto a nossa pele
absorvia a pegajosa bagunça que tinha feito em cima de mim.

Logo, porém, ele deu um tapa de brincadeira minha bunda e me


empurrou para fora da cama, me dizendo para tomar um banho para
que pudéssemos nos encontrar com Randall para o café da manhã. E
essa era a razão da minha preocupação. Enfrentar Randall.

Zach me disse a caminho de casa ontem à noite o que aconteceu


com Clint e Cara. Sobre como eles propuseram a ele fazer sexo em
grupo, prometendo cocaína e ecstasy. Eu tive que explicar o que era
para Zach. Ele franziu os lábios em desgosto, e depois amaldiçoou tanto
por uns bons cinco minutos.

O pior de tudo foi quando ele me disse que Cara ameaçou contar
a Randall sobre nós, mas Zach me garantiu que ela não faria. Ele a
havia ameaçado da mesma forma, dizendo que iria contar a Randall
sobre seus próprios segredos sujos, que eles faziam sexo um com o
outro, um pensamento que me deu arrepios. É apenas nojento!

— Eu não estou descendo, — eu digo a ele com firmeza. — Cara,


provavelmente ligou para ele esta manhã. Na verdade, ela
provavelmente vai ser capaz de dizer, olhando para minha cara culpada.

Zach caminha até mim e me puxa para seus braços. Pegando a


parte de trás da minha cabeça, ele me embala contra seu peito e
sussurra um beijo por cima da minha cabeça. Este amável e gentil Zach
é alguém que faz com que meu coração quase exploda com o
sentimento, e eu sei que toda vez que ele me toca desta forma, o destino
de meu coração está selado para sempre.

— Seria tão ruim se ele soubesse? — Zach pergunta em um tom


suave, enquanto ele acaricia minhas costas.

Me afastando dele com olhos selvagens, eu praticamente sussurro


para ele. — Sim, isso seria ruim. Terrível. O pior. Você não entende
Zach. Ele me contratou para fazer este trabalho. Esta é a minha
carreira profissional. Randall tem o poder de me arruinar e então o que
eu vou ter? Eu não vou ter nada.

— Você terá a mim, — diz ele simplesmente e pela primeira vez,


meu coração não vibra com suas palavras.

Então eu zombo dele. — O que exatamente eu teria, Zach? Um


homem que sabe como me foder sem sentimentos, com planos de voltar
para o Brasil um dia?

~ 232 ~
— Você pode vir comigo, — diz ele em voz baixa, com intenções
sérias nos olhos.

Quero zombam dele, porque a ideia é ridícula. Eu vivi em um


mundo moderno toda a minha vida. Dediquei uma grande parte de mim
para me tornar uma cientista e ter meu nome reconhecido. Eu nunca
desistiria para... para... o quê? Pegar larvas em madeira podre para ir
com Zach caçar a carne para mim?

Mas eu não digo essas coisas porque, agora, a oferta de Zach é


séria. Também acho que ele pensou sobre isso por um momento, ele
realmente não queria dizer isso. Eu acho que quando ele retornar, ele
estará voltando para uma sociedade tribal que nem sequer pratica a
monogamia. Nós não teremos o nosso próprio pequeno lar feliz, e nós
não iríamos fazer amor por horas. Não, ele me colocaria de joelhos no
chão e me foderia sem qualquer emoção porque é nisso que ele iria se
tornar de novo, quando ele voltar. E isso iria me destruir.

Respirando fundo, eu vou para longe dele e caminho até a


penteadeira pequena. Eu tomo um momento para colocar o meu relógio
e brincos que estão colocados lá. Pensamentos tristes passam através
de mim quando eu imagino que não há futuro com Zach. Há apenas o
aqui e agora, pelo tempo que puder ser.

— Moira... Randall não se importaria se você e eu estivermos


juntos, — Zach diz confiante.

Me virando, eu olho para Zach com descrença. — Você não sabe


disso. Você não pode saber isso.

Ele me dá um sorriso enquanto caminha em minha direção.


Estendendo a mão, ele enfia o meu cabelo atrás da minha orelha e me
olha pensativo. — Eu sei disso porque eu comecei a conhecer Randall.
Ele é um bom homem e mais do que qualquer coisa, eu realmente
acredito que ele só quer que eu seja feliz.

— E você é feliz, Zach? Você realmente é feliz aqui em um mundo


que você deseja fugir?

— Eu não estou fugindo agora, estou? — ele diz, sua voz dura.

— Talvez não, mas você certamente pensou em fugir disso um


dia. Seus planos ainda são de voltar, certo?

Os lábios de Zach viram para baixo em uma careta, e sua voz é


triste. — Sim, eu quero voltar. É onde eu pertenço.

~ 233 ~
Deixando escapar um suspiro de aceitação, eu coloco minha mão
em seu peito — Eu sei. Eu sei que você não pertence aqui, mesmo que
eu queira que você pertença.

Suas sobrancelhas sobem de surpresa. — Você quer que eu


fique?

Eu não estou preparada para essa conversa porque tenho medo


que me leve a dizer algo impróprio, como Sim, eu quero que você fique.
Eu estou apaixonada por você, e eu não posso suportar a ideia de você
me deixar.

Mas eu mantenho meus lábios selados e digo: — Não importa o


que eu quero. Como Randall, eu só quero que você seja muito feliz, e eu
vou apoiar a sua decisão de voltar, se é aí que reside a sua alegria.

Zach me observa atentamente, esperando que eu diga alguma


coisa. Ele parece descontente com o que eu disse, mas eu só olho para
ele, chegando a um impasse em realmente colocar para fora todos os
nossos sentimentos. Porque vamos enfrentar isso... é mais fácil
expressá-los com sexo e desejo, em vez de falar sobre o que o coração
realmente quer.

Se afastando, Zach dirige para a porta do quarto, que leva para o


corredor. — Vamos tomar café da manhã e então podemos arrumar as
malas.

Sim, precisamos arrumar as coisas. Zach e eu estamos indo para


a Carolina do Norte para o fim de semana para visitar a minha irmã, e
eu estou ansiando para vê-la. Ela é alguém que eu posso conversar
sobre toda essa loucura com Zach e, espero que ela possa me dar
alguma perspectiva.

Cortei o waffle belga no meu prato e dei uma pequena mordida.


Meu estômago ainda está se debatendo com apreensão, temendo que a
qualquer momento Randall vá me dizer que seduzi seu afilhado.

Mas a cada momento que passa, Randall não é nada mais que ele
mesmo, um tipo jovial. Ele e Zach mantêm uma conversa sobre os
planos de Randall para expandir a loja de departamento Cannon
globalmente. Eu não posso dizer se Zach está realmente interessado ou

~ 234 ~
se ele está apenas sendo simpático com o velho, mas seja lá o que for,
eu posso dizer que Zach desenvolveu definitivamente um carinho por
seu padrinho. Ele está totalmente à vontade com ele, como quando era
criança, fazendo piadas com os gastos de Randall, que sempre cai na
gargalhada com a ousadia de Zach.

— Então, Moira... você está realmente trabalhando em escrever


seu estudo sobre Zach para publicar ou você vai esperar até depois que
ele retorne para a Amazônia?

Eu engulo meu waffle e tomo um gole de suco de laranja. — Na


verdade, estou trabalhando em como nós continuamos. É um pouco
diferente do que os meus outros estudos sobre os índios que observei
fazerem a transição de volta para sociedade moderna, então eu estou
achando que esse método funcionara melhor.

— Como assim? — Randall pergunta com interesse. Zach escuta


enquanto ele come, mas ele realmente ouviu isso antes. Nós tínhamos
falado sobre isso no outro dia, quando decidimos fazer um piquenique
no parque.

— Bem, em meus outros estudos, esses índios eram indígenas e


nunca tinham estado no mundo moderno. Zach é um pouco diferente.
Ele nasceu aqui e tem algumas lembranças fortes que ajudaram a
facilitar a sua transição. Mas a maior diferença é a barreira da língua.
Zach fala inglês. Todos os índios que estudei falavam português, e eu
tive que trabalhar com um intérprete. Além disso, eu não tinha acesso
direto a eles da maneira que eu tenho com Zach. Eu fazia algumas
entrevistas com o intérprete e tinha que preencher alguns
questionários, mas eu não podia observá-los. Foi muito estéril, e eu
tinha uma grande quantidade de dados escritos que eu tinha que
analisar.

— Então, eu imagino que você observando Zach foi mais fácil de


escrever suas descobertas de forma orgânica, — Randall observa
astutamente.

— Exatamente, — eu digo a ele, e também porque eu estou


sofrendo com uma enorme culpa por estar em um relacionamento
sexual com o meu objeto de estudo, eu digo: — E mais uma vez,
Randall, eu não posso agradecer o suficiente por esta oportunidade. Por
confiar em mim neste projeto.

Percebo os olhos de Zach voarem para mim naquela última


declaração e na limitada escolha de palavras. Eu estremeci
internamente, porque enquanto eu sei que Zach é muito mais do que
~ 235 ~
apenas um objeto de teste em um projeto, eu tenho certeza que ele não
se sentiu bem me ouvindo dizer isso sobre ele agora.

Zach me olha por um momento e depois dá um duro olhar. Minha


culpa aumenta. Abro a boca para tentar adoçar o que eu disse, mas
Zach empurra o prato e se vira para Randall.

— Randall... você precisa saber que Moira e eu estamos


envolvidos em um relacionamento. Então, enquanto ela ainda está me
ajudando a me adaptar, — e aqui ele olha para mim com um olhar
direto, — ela está certamente estudando a minha capacidade em me
adaptar. Somos um pouco mais do que apenas um cientista e um objeto
de teste.

Eu engasgo quando Zach diz o nosso segredo de uma forma tão


descarada. Meu rosto fica vermelho de vergonha, mesmo que eu me
sinta totalmente justificada pela razão de Zach ter nos chamado de
cientista/objeto de teste.

Minha cabeça gira lentamente em direção Randall, e ele está


olhando para Zach, surpreso. — Oh, bem... eu entendo.

— Na verdade, você provavelmente não entende, — diz Zach com


uma voz suave. — Mas o que você precisa saber é que eu persegui
Moira. Eu a seduzi e ela lutou duramente contra mim. Ela estava tão
preocupada com a violação da ética profissional que ela nem sequer
teve noção do que é ter um relacionamento comigo.

A cabeça de Randall gira para olhar para mim brevemente, e


depois voltar para Zach. Um sorriso enorme irrompe em seu rosto. —
Perseguiu ela, foi mesmo? A submeteu?

— Sim, senhor. Eu a queria e não iria deixá-la até que ela se


submetesse, — diz Zach quando ele me dá um sorriso diabólico, e
somente Zach e eu sabemos realmente o que ele quer dizer com
‘submissão’.

— Randall... Eu sinto muito, — eu digo a ele. — Eu violei


totalmente sua confiança. Eu não tenho desculpa para isso.

Me dando um sorriso divertido, Randall diz: — Bem, da maneira


que Zach diz, você não teve escolha.

Eu me levanto e coloco meus dedos na ponta da mesa para


ajudar a equilibrar-me, porque eu sinto que eu poderia estar à beira de
um ataque de pânico. — Mas entenda... eu tinha. Eu tinha uma
escolha, e eu escolhi ceder aos meus sentimentos por Zach. Isto foi

~ 236 ~
errado, e eu não tenho mais nada para tratar aqui neste momento. Você
pode conseguir outra pessoa para assumir por mim e eu vou
compartilhar todas as minhas notas até agora. Há uma abundância de
pessoas qualificadas que podem continuar a ajudar Zach.

Passando pela mesa, deixo a sala de jantar quando Zach me


chama, — Moira... espere.

Eu posso ouvir a raspagem de sua cadeira contra o piso de


madeira polida e eu acelero os meus passos para alcançar a escada e
subir. Imagino Zach estar atrás de mim, e preciso chegar ao meu quarto
para bloquear as duas portas antes dele aparecer.

Uma vez segura dentro do quarto, eu olho em volta quase às


cegas, tentando descobrir o que fazer. Era a coisa certa a fazer... me
demitir. Eu não posso, em sã consciência, continuar e, francamente, eu
deveria ter saído na primeira vez que Zach me fodeu.

Mas eu fui egoísta. Tão egoísta.

Eu não quis desistir de Zach. Não pela oportunidade científica,


mas eu não queria desistir dele porque eu queria egoisticamente ele e o
queria por quanto tempo fosse possível. E para fazer isso, eu traí a
confiança de Randall em minhas habilidades e a sua generosidade.

Uma batida suave soa na porta, e eu ouço a voz de Randall


através dela suavemente. — Moira... eu gostaria de falar com você por
um momento.

Oh, merda. Merda, merda, merda. Eu não quero enfrentar isso.

Com pés de chumbo, eu ando até a porta e destranco. Quando eu


a deslizo para abrir, Randall está lá com uma espécie de sorriso no
rosto. — Posso entrar?

Concordo com a cabeça e fico de lado para que ele possa entrar,
fechando a porta atrás dele.

— Você está absolutamente certa, — diz Randall quando eu viro o


rosto para ele. — Há outras pessoas qualificadas. Na verdade, alguns
são muito mais qualificados do que você é. Eu entrevistei dois outros
antropólogos que eram doutores duplamente em psicologia, além de
seus doutorados em antropologia. Eles certamente teriam sido escolhas
muito melhores do que você para lidar com quaisquer estresse
psicológico que Zach poderia estar experimentando.

~ 237 ~
Concordo com a cabeça em compreensão. — Eu concordo. Eu
tenho certeza que um deles estaria mais do que feliz para esta etapa.
Isso é uma oportunidade de ouro.

— Sim, é, — Randall concorda. — Mas eu não me importo com a


oportunidade em seu benefício, ou para qualquer outra coisa. O que me
interessa é a oportunidade para Zach.

Meus olhos baixam para o chão de vergonha. Eu arruinei isso


para Zach.

— E eu acredito que você é a melhor pessoa para fazer o máximo


desta oportunidade para ele, — Randall conclui. Meus olhos sobem
para os dele em confusão. — Eu não entendi.

— Eu escolhi você, muito especificamente, Dra. Reed. Você acha


que eu só estava mandando alguém para Caraica cegamente, esperando
o melhor? Não, eu sabia tudo sobre a tribo Caraican antes mesmo de eu
começar a procurar por uma ajuda antropológica. Passei um bom
tempo com o Padre Gaul e outros cientistas que tinham estudado tribos
indígenas, aprendendo sobre a sociedade Caraican e seus costumes e
normas. Eu precisava entender o que Zach estava realmente
enfrentando antes que ele saísse da selva. E uma vez que eu fui capaz
de entender o que eu estava enfrentando, então eu comecei a minha
busca pela pessoa perfeita para trazê-lo para fora.

Estou atordoada em silêncio, mas mesmo se eu tivesse o poder da


palavra, eu não tenho ideia do que dizer.

— Você foi a pessoa, Moira. A melhor pessoa para Zach.

Entendimento começa a nascer em mim. — Porque eu era uma


mulher?

— Porque você é uma mulher bonita, forte e independente, e você


está perto da idade dele. Você é jovem e idealista, você pode mostrar a
ele o mundo com outros olhos. Você é a antítese do que Zach está
acostumado. Eu acho que você é a melhor representação do que
oportunidade parece ser neste mundo. Você também é sensata e
dedicada. Você tem um toque gentil e uma voz suave, e eu sabia que
Zach seria como um animal ferido por algum tempo. Você foi a minha
primeira escolha e você é minha única opção agora, então eu não estou
aceitando sua demissão.

— Mas... mas

~ 238 ~
— Mas nada, — Randall zomba de mim. — Eu sei que você não é
a única responsável pela incrível transformação que já vi em Zach
nessas últimas semanas, mas é extremamente responsável. Zach se
abriu até a possibilidade de ficar neste mundo. Ele deu a esse velho a
chance, e ele tinha todos os motivos para me odiar. Você ajudou a fazer
isso acontecer.

— Você está errado, Randall. Zach não esta aberto à possibilidade


de ficar aqui. Ele me disse isto esta manhã.

Randall me avalia por um momento, e então caminha até a porta


do quarto. Assim quando ele abre, ele se vira para mim e diz: — Zach
está absolutamente aberto à possibilidade de ficar aqui. Eu vejo isso
toda vez que ele olha para você. Eu sei que você acha que os dois
estavam mantendo um grande segredo de mim, mas eu vi isso
imediatamente... que vocês encontraram um no outro. E, além disso...
vocês dois não são exatamente silenciosos durante a noite.

Meu rosto esquenta fica tão quente que uma pequena camada de
suor irrompe em meu rosto. Randall me dá um sorriso e diz: — Então,
vocês dois peguem as malas e vão desfrutar o fim de semana com sua
irmã. Eu vejo vocês dois na segunda-feira.

Randall sai e fecha a porta atrás dele, me deixando ali com o rosto
vermelho e meu queixo caído.

~ 239 ~
Capítulo Vinte e Três

ZACH

Moira me deu tratamento de silêncio quase toda a viagem para a


Carolina do Norte. Eu estava esperando do lado de fora de seu quarto
quando Randall saiu.

Ele me deu um sorriso e me deu um tapinha no ombro. — Ela é


uma mulher especial, Zach. Cuidado onde pisa com ela.

Eu apenas concordei com ele, me sentindo muito mal comigo


mesmo. Eu perdi a confiança de Moira em mim por revelar o nosso
segredo, mas eu estava tão cansado de ouvir seus medos. Eu sabia que
Randall não se importaria e ficaria mesmo feliz com isso. Mas eu não
consegui convencê-la disso, por isso, tomei o assunto em minhas
próprias mãos. E eu sabia que ela ia ficar puta comigo, mas mesmo
assim eu fiz.

As palavras de Randall para mim... ter cuidado com Moira... me


deram um soco no estômago, porque o pensamento de feri-la me comeu
por dentro. Eu sei que eu a machuquei agora, e eu sei que eu vou
machucá-la quando eu a deixar.

Mas eu tenho que voltar para Caraica. Não há nada para mim
aqui. Nada, exceto Moira, é isso. Mas o que é que ela vai fazer? Cuidar
de mim? Me deixar viver com ela em troca do fornecimento de seus
orgasmos? Eu não tenho nada para lhe oferecer. Nada que eu seja bom,
exceto a caça e incursões, que são habilidades absolutamente inúteis
aqui nesta sociedade.

Eu entrei em seu quarto e encontrei uma mala sobre a cama e as


roupas dela dentro. Por um breve momento, eu pensei que talvez ela
ainda estivesse arrumando as coisas para sair, mas, em seguida, com
uma voz entrecortada, ela disse, — Você deveria ir fazer as malas, se
ainda quiser ir comigo visitar Lisa.

~ 240 ~
O sorriso que apareceu no meu rosto foi espontâneo, fiquei tão
aliviado que ela não estava deixando seu emprego. Desistindo de mim.

Ela olhou para mim em resposta.

— Quanto tempo você vai ficar com raiva de mim? — perguntei.

— Eu não decidi, — ela fungou, e meu sorriso ficou maior. Eu a


deixei com seu ressentimento por agora, mas se ela não estiver falando
comigo no momento em que for para a cama hoje à noite, eu tenho que
fazer alguma coisa para que ela me perdoe.

Eu tentei várias vezes iniciar uma conversa com ela durante o


passeio, perguntando a ela mais sobre Lisa e sua família. Suas palavras
foram curtas, mas ela não estava sendo totalmente rude comigo. Então,
ela me deu algumas informações mínimas, mas conseguiu ainda
irradiar vibrações de raiva em direção a mim.

Meu pau ficou duro metade do tempo, pensando em entrar em


suas calças para que eu pudesse fazê-la se aquecer novamente comigo.

Quando ela estacionou em frente a calçada de sua irmã em


Wilmington, na frente de uma casa de praia bonita de telhas cinzentas e
paredes brancas, eu me viro para ela. Ela desliga o carro e começa a
pegar na maçaneta da porta. Minha mão serpenteia para fora e deixo
meus dedos deslizam ao longo de sua mandíbula, onde eu a seguro com
firmeza. Virando o rosto dela para mim, eu espero até ter sua atenção e
digo: — Eu sinto muito.

Ela olha para mim, então eu puxo o rosto dela para mim e deslizo
meus lábios ao longo dos dela. — Me desculpe, — eu digo a ela
novamente... sinceramente.

Rigidez irradia dela, e eu sei que não estou perdoado ainda. Eu a


beijo novamente e digo mais uma vez, — Sinto muito.

Recuando, ela me olha com olhos acusadores. — Você poderia ter


arruinado minha carreira, Zach. Você colocou esse projeto todo em
perigo.

A raiva surge através de mim, porque eu estou cansado de ser


considerado um objeto de teste. Eu sei que ela certamente não se sente
assim quando eu estou colocando minhas bolas bem profundamente
em seu interior. — Oh, pelo amor de Deus, Moira. Eu não dou a mínima
para o seu projeto, mas eu sabia que Randall não seria louco e eu
estava certo, não estava?

~ 241 ~
— Isso não vem ao caso, — ela esbraveja, e eu a beijo novamente
para que ela se cale.

Quando eu me afasto, eu fecho a cara. — Eu não sou mais o seu


projeto de estimação. Merda eu não preciso de você para me ajudar a
me adaptar, porque vamos ser honestos... eu estou fazendo isso muito
bem aqui. Eu tenho jogado todas as suas regras bobas. Eu como com
os malditos utensílios, e eu não saio por aí matando as pessoas em uma
fantasia. Eu entendo as suas regras, e nada sobre este mundo me
assusta. E eu estava cansado de esconder o que temos porra. Você sabe
o quanto me mata não ser capaz de tocá-la quando eu quiser, ou evitar
manter meus olhos em você por medo de alguém adivinhar que estamos
transando? Eu estava cansado disso, e eu estou feliz que eu fiz isso, e
eu faria isso novamente. Então, fique chateada comigo, se quiser, mas
eu estou pondo essa amargura restante para fora de você esta noite.

A raiva finalmente escoa para fora de mim quando Moira me


encara com olhos abertos pelo meu discurso. Seu peito sobe e desce em
sintonia com o meu próprio.

— Você não precisa mais de mim? — ela pergunta em voz baixa.

Puxando-a em meus braços para que seu rosto fique enterrado na


curva do meu pescoço, eu aperto ela e grunhido: — Eu preciso, porra,
preciso de você. Mais do que eu queria admitir. Mas não como uma
antropóloga. Eu preciso de você da maneira como um homem precisa
de uma mulher.

— Mas você já tem isso, — ela me diz. — Eu já dei isso para você.

— Talvez eu queira mais, — eu digo a ela impulsivamente, porque


talvez seja a hora de colocar tudo para fora. Talvez seja a hora de dar
voz a esses sentimentos que tenho tido.

— Mais? — ela pergunta, hesitante quando ela volta para olhar


para mim, e isso me mata ver a fantasia de um felizes para sempre em
seus olhos. Porque eu não vejo como eu posso dar isso a ela, mas eu sei
que eu não estou pronto para deixá-la ir agora. Eu sou um merda
egoísta.

Esfregando a mão pelo meu cabelo, deixo escapar um suspiro e


tento limpar a minha mente. — Olhe... Paraila queria que eu ficasse
aqui por um ano antes de eu considerar voltar. Eu sei que não tenho
exatamente cedido a essa ideia, mas e se eu fizesse isso? E se eu
apenas me comprometesse ficar um ano aqui... com você... e vemos o
que acontece?

~ 242 ~
Esperança enche os olhos de Moira e eu me sinto maravilhoso e
miserável, tudo ao mesmo tempo, por oferecer a ela algo que eu ainda
não tenho certeza de que, no fundo, eu posso cumprir. Tudo que eu sei
é que eu não quero ela com raiva de mim, e eu quero estar aqui com
ela.

— Comprometer-se por um ano aqui? — ela pergunta.

— Sim. Nós podemos ficar em Atlanta até que você tenha que
voltar para Northwestern para o semestre de inverno. Vamos mudar
para a casa dos meus pais, porque tanto quanto eu gosto eu preciso ter
o respeito de Randall, eu não gosto de viver às custas dele. Eu vou
conseguir um emprego. Então, poderemos voltar para Evanston,
quando você tiver que começar o trabalho. Vamos ficar lá até o próximo
verão, e eu vou decidir o que fazer em seguida.

Eu sei que estou restringindo sobre essa última afirmação,


porque minha mente não foi alterada. Pelo menos não a partir deste
exato momento, porque eu ainda sinto no fundo do meu coração que eu
preciso voltar a Caraica. É o meu verdadeiro lar, e tanto quanto eu vim
para cuidar de Moira... tanto quanto eu acho que eu tenho vindo a
precisar dela... minha lealdade ainda está com Paraila e com a tribo. A
maior parte do meu coração ainda está lá.

Moira dá um suspiro fraco. Sua voz é trêmula quando ela diz: —


Tudo bem. Eu acho que é um bom plano.

Eu sorrio para ela, porque, por enquanto, esta crise já passou. —


É um plano, então.

Moira me surpreende quando ela agarra o meu rosto e me beija


profundamente, mergulhando sua língua na minha boca, e eu sou
incapaz de resistir. Eu a beijo de volta, grato de voltar para onde nós
estávamos... uma necessidade mútua um pelo outro que estamos
ambos dispostos a satisfazer para viver o aqui e agora. Eu posso ficar
um ano aqui. Sem problemas. Não com Moira ao meu lado.

Puxando os lábios ligeiramente para trás, Moira sussurra, — Eu


acho que ainda posso estar um pouco chateada. Acho que você vai
definitivamente precisar me foder pra caramba esta noite.

Eu gemo com o pensamento e me pergunto se eu posso transar


com ela aqui no carro, em plena luz do dia. Minha mão cai para frente
de seu jeans, e eu trabalho em seu botão. No mínimo, eu provavelmente
poderia tirá-lo muito rápido.

~ 243 ~
Toc, toc, toc.

Moira pula para longe de mim, batendo a cabeça na janela do


motorista, onde uma mulher está olhando para nós. Esta é, sem
dúvida, Lisa, ela tem o mesmo cabelo vermelho e olhos verdes como os
de Moira. Ela é um pouco mais velha, mas eles parecem notavelmente
similares, com uma exceção. Lisa é um pouco mais arredondada nos
seios e quadris, provavelmente devido ao parto. Tenho notado que
acontece isso com algumas das mulheres Caraican depois de terem tido
filhos.

A Moira não me dá outro olhar, apenas empurra a porta do


motorista para abrir e voa para os braços de sua irmã. Eu assisto o
abraço pela janela por um momento, para ajustar o meu pau duro, e em
seguida, saio do carro.

Eu me viro para olhar para elas sobre o teto do carro, quando elas
sorriem uma para a outra.

Lisa me lança um olhar e, em seguida, olha de volta para Moira.


— Desculpe ter interrompido seus... um... seja lá o que for que vocês
estavam fazendo. Mas eu estive pendurada para fora da janela
observando vocês desde que estacionaram, e eu não podia ficar sem dar
um abraço na minha irmãzinha nem por um momento a mais.

Moira ri e puxa sua irmã de volta para outro aperto antes de


liberá-la. Fecho a porta do carro e caminho ao redor dele. Quando eu
chego as irmãs, Moira nos apresenta. — Lisa... este é Zach. E Zach, esta
é minha irmã Lisa.

Lisa pega a minha mão, e eu a cumprimento. — É um prazer,


Zach. Moira me falou muito sobre você. — ela então se vira para Moira e
soca-a levemente no braço. — Mas, aparentemente, não tudo. Isso foi
algum beijo que eu estava assistindo.

— Pare com isso, Lisa, — diz Moira brincando, e depois pega a


minha mão. Eu não hesito um segundo, cruzando nossos dedos juntos
no que é a nossa primeira demonstração pública de afeto em torno de
alguém que conhecemos. Me sinto bem por não ter que esconder minha
atração por Moira.

— Bem, vamos entrar, — diz Lisa quando ela se volta para o lance
de escadas que levam até a varanda de sua casa. — Adam vai estar em
casa logo, e eu tenho alguns bifes para colocar na grelha. As crianças
estão tão animadas para vê-la.

~ 244 ~
Quase como se na sugestão, a porta da frente se abre e saem
duas crianças... ruivas. Um menino e uma menina vem correndo e
gritando, — Tia Moira.

Moira me disse no carro que a menina tem oito e o menino está


com a apenas seis anos de idade. Eu vejo quando ela cai de joelhos e
abre os braços, em seguida, as duas crianças estão pulando para
abraçá-la.

Ela as envolve bem apertado, pressionando o nariz na cabeça da


menina, e eu vejo quando ela aspira seu perfume. Uma ligeira agitação
em meu peito ocorre com a beleza que eu estou assistindo. Eu nunca
pensei em Moira com crianças antes, mas ela claramente adora sua
sobrinha e seu sobrinho. Eu me pergunto que tipo de mãe que ela seria,
mas eu acho que sei a resposta para isso.

Uma pontada de pesar passa através de mim, sabendo que não é


algo que seria possível para mim. Nunca terei filhos com Moira. Não é
algo que eu nunca tenha pensado antes, com toda a franqueza. Em
Caraica, liberdade sexual é abundante, e embora as mulheres e os
homens se casem e, apesar da mulher se submeter ao homem, não
existe tal coisa como a infidelidade. Mulheres são autorizadas a ter
relações sexuais fora do casamento, assim como os homens estão
autorizados a fazer isso. É feito por mútuo consentimento e, embora,
por vezes, o ciúme pode vir a aparecer em sua maior parte, é um
costume aceito. Mesmo quando uma mulher fica grávida, se ela teve
mais de um amante, a criança é tratada como uma criança da tribo,
não do casamento, e todo mundo ajuda a criar o bebê. Bem, isto é, as
mulheres cuidam do bebê e os homens fornecem alimento e proteção.
Homens Caraican permanecem bastante distantes das crianças,
especialmente das meninas. Eles mostram um pouco mais interesse
nos meninos quando eles têm idade suficiente para aprender a caçar e
fornecer alimento.

— Colleen... Samuel... eu gostaria de lhe apresentar o meu amigo,


Zach, — eu ouvi Moira dizer. Ela se levanta do chão e com a mão sobre
os ombros de cada criança, apresenta-os para mim.

— Você é o homem que vivia na selva, — Samuel diz para mim.


Colleen mantém os olhos tímidos no chão.

— É isso mesmo, — eu digo a ele com um sorriso.

— Há leões lá? — ele pergunta com os olhos arregalados.

~ 245 ~
Rindo, eu arrepio os cabelos dele e Moira sorri para mim. — Não
há leões, mas existem onças-pintadas. E jacarés e cobras realmente
grandes.

Samuel enruga a boca em um pequeno ‘o’ maravilhado. — O que


é uma onça?

Moira ri e leva as duas crianças pela mão, subindo as escadas. —


Vamos puxar uma imagem do computador e mostrar a vocês. Mas
vamos entrar.

Olhando por cima do ombro para mim, ela me choca quando ela
diz: — Lembre-se... ainda estou chateada aqui. Melhor fazer algo sobre
isso hoje à noite.

Merda... Eu tinha acabado de controlar meu tesão e agora ele está


de volta novamente.

Com três dedos colocados profundamente na buceta de Moira, eu


abaixo em seu clitóris e chupo muito duro. Ela quebra tão fácil como
vidro, empurrando o punho na boca para abafar seus gritos com o
conhecimento que as crianças estão dormindo no quarto ao lado.

Eu circulo minha língua em torno dela levemente e puxo os dedos


para fora. Me erguendo de joelhos, eu tomo meu pau e o oriento,
deslizando facilmente em sua umidade com um gemido suave.

Tomando os tornozelos na minha mão, eu os levanto e os coloco


no meu ombro, me inclinando para colocar minhas mãos sobre o
colchão apenas ao lado de seus seios. Ela me empurra ainda mais
profundo, e Moira faz um som estrangulado.

— Ainda chateada comigo? — pergunto baixinho quando eu recuo


lentamente e, em seguida, mergulho de volta nela. Ela balança a cabeça
violentamente, apertando os olhos fechados.

— Eu não sei, — eu digo em dúvida, enquanto eu empurro


lentamente o meu pau dentro e fora dela. — Eu acho que você pode
estar. Na verdade, eu acho que você precisa gozar mais uma vez...
apenas para colocar a raiva para fora.

~ 246 ~
— Eu não posso, — ela geme enquanto seus olhos abertos olham
para mim. — Você me quebrou agora.

Rindo, eu continuo a bombear dentro e fora dela, olhando com


orgulho a tonalidade vermelha do seu pescoço pelo enorme orgasmo que
ela teve. Me inclinando para o lado para apoiar o meu peso de um lado,
eu a agarro pelo pulso e enfio sua própria mão entre as suas pernas.

— Toque-se, — eu digo a ela. — Goze de novo enquanto eu estou


transando com você.

Ela balança a cabeça novamente, mas eu olho para baixo e vejo


seus dedos trabalhando em sua carne molhada. Eu suspiro em prazer
absoluto, enquanto eu assisto ela... sentindo sua buceta apertada me
agarrando.

— Essa é a minha doce menina, — eu a elogio e empurro um


pouco mais duro, grato a pequena cama de solteiro em que estamos,
que pertence a Colleen não estar gemendo do jeito que eu quero me
perder.

Eu sinto o meu início de orgasmo borbulhar na base da minha


espinha, mesmo quando a mão livre de Moira cegamente agarra no meu
bíceps, cravando as unhas em profundidade.

— Eu estou gozando de novo, — ela sussurra, e seus quadris


saltam como em arcos. Ela joga a cabeça para trás descobrindo a
garganta esbelta para mim, e eu me inclino para baixo por todo o seu
corpo, fazendo com que seu corpo praticamente dobre ao meio para que
eu possa passar minha língua ao longo de sua pele. Minhas bolas se
contraem por um momento esplêndido, e então eu mordo sua garganta
quando eu começo a entrar dentro de Moira, sentindo os espasmos de
seu orgasmo diminuindo mas ainda subindo rapidamente através de
sua buceta

Mesmo quando meus quadris bombeiam superficialmente nela,


tentando espremer até a última gota de prazer que eu posso, eu me
inclino para que as pernas de Moira possam cair molemente de volta ao
colchão.

Então eu desabo em cima dela, todo o meu sentimento e meu


corpo esgotado de toda força. Eu enterro meu rosto em seu pescoço e a
puxo com força para meus braços, minha respiração ainda irregular.
Meu pau ainda está alojado dentro dela, ainda semiduro, mas em
sinalização de repetição.

~ 247 ~
Me virando um pouco para o lado, eu puxo Moira mais perto. A
cama maldita que estamos é tão pequena, minhas pernas penduram
para fora por uns bons centímetros e minha bunda está pendurada
precariamente para fora.

— De jeito nenhum vamos ser capazes de dormir nesta porra de


cama juntos, — eu resmungo quando eu a beijo na testa. — Eu vou
para o chão tão logo que eu possa me mover.

— Vamos puxar todos os cobertores para o chão, e eu vou dormir


lá com você.

— De jeito nenhum... você deve ficar na cama macia.

— Eu prefiro dormir ao seu lado, se é tudo a mesma coisa, — diz


ela com uma voz irritada, que me faz sorrir.

Agarrando-a pela parte de trás de seu cabelo, eu puxo


delicadamente inclinando sua cabeça para trás. Quando eu posso vê-la
nos olhos, eu pergunto: — Acabou de estar chateada comigo?

— Oh, sim, — diz ela com um sorriso satisfeito. — Totalmente


perdoado.

— Isso é uma vergonha, — digo a ela baixinho quando eu me


curvo para acariciar seu pescoço. — Eu ainda não tinha terminado com
você.

Ela ri, e o som é adorável como música em minhas veias. — Oh,


bem... neste caso, tenho certeza de que ainda posso estar um pouco
irritada com você.

— Essa é minha garota, — murmuro, antes de tomar sua boca


com a minha.

~ 248 ~
Capítulo Vinte e Quatro

MOIRA

— Ok, esta é a primeira vez que eu tenho você sozinha desde que
você chegou aqui... você precisa contar tudo agora, — diz Lisa, e eu
desvio o meu olhar de Zach enquanto ele nada no oceano Atlântico.

Me virando para a minha irmã, que se senta ao meu lado na praia


em uma espreguiçadeira com um chapéu flexível grande em sua cabeça,
eu sorrio para ela brevemente antes de voltar a olhar para Zach. — Não
há muito a dizer.

Deus, ele é tão lindo. Ele está vestindo um calção azul-marinho


que pende baixo em seus quadris, e eu não posso deixar de olhar para o
‘V’ dos músculos que cortam na parte inferior de seu abdômen, que são
apenas a segunda em beleza para o tanquinho dele. Ele é totalmente
perfeito... ligeiramente musculoso, mas não muito volumoso com um
peito absolutamente liso, sem pelos. Suas pernas são poderosas,
apenas o tamanho perfeito para sua altura elevada.

— Nossa, Moira... sua língua está praticamente pendurada para


fora de sua boca enquanto você olha para ele, — Lisa diz com uma
risada e dá um tapa no meu braço. — Desembucha.

Eu tiro os olhos de Zach, dando um breve olhar para Adam


enquanto ele brinca com Colleen e Samuel na água rasa, e depois viro
para olhar para Lisa. Ela está deitada de lado na poltrona, olhando
fixamente para mim.

— É tão louco, — eu digo a ela, porque essa é a melhor maneira


de descrever Zach e eu. — Eu quero dizer... no início, quando eu estava
trazendo ele de volta para os Estados Unidos, ele não me suportava. Ele
se recusava a se envolver comigo e estava lutando contra mim em cada
oportunidade.

— Como? — ela pergunta curiosa.

~ 249 ~
— Como... se recusando a comer com utensílios e se recusando a
vestir roupas.

A boca de Lisa cai, e então ela sussurra: — Ele andava nu?

Balançando a cabeça, eu digo a ela, — Ao redor da casa.

— Oh, Deus... fantasia se tornando realidade, — ela murmura. —


Sua puta de sorte.

— Eu não me sinto sortuda, — eu digo a ela com sinceridade. —


Foi frustrante como o inferno porque eu não podia atravessar essa linha
com ele.

— Mas é claro que você fez, — ela ressalta. Ela sabe que isso é
um fato, porque quando eu saí para a cozinha nesta manhã, ela me
entregou uma xícara de café e disse: — Eu nem sequer tenho que
perguntar se você teve uma boa noite na noite passada. Ouvi
claramente o que você fez.

Meu rosto ficou em chamas, então fiquei horrorizada que as


crianças tinham nos ouvido, mas ela me disse para relaxar, que
estavam dormido. Em seguida, ela cutucou meu ombro e sussurrou em
meu ouvido: — Mas por isso Adam e eu também transamos, te agradeço
por isso.

Nossa. Agora minhas escapadas sexuais estavam dando tesão aos


outros. Simplesmente ótimo. — Então, o que mudou? — Lisa pergunta.

— Eu simplesmente não podia resistir a ele. Eu queria muito ele.


Então, eu cedi e me submeti a ele.

Eu não fornecei mais clareza sobre os detalhes, e ela certamente


não precisa saber que minha submissão significava que ele me colocou
de joelhos e me fodeu sem emoção por trás. Enquanto que pela primeira
vez me senti incrível, quando penso nisso, eu nunca mais quero voltar
praquele lugar, vendo toda a profundidade do sentimento que Zach me
dá agora quando estamos juntos me mimando demais. Eu tenho sua
emoção agora... eu não quero aquilo de novo.

— O que você vai fazer? — Lisa pergunta, e eu sei exatamente o


que ela está perguntando. Ela e eu trocamos e-mail quase todos os dias,
e nós conversamos algumas vezes por semana. Eu a mantinha
atualizada sobre o progresso de Zach, e ela está bem ciente de que ele
quer voltar para Caraica.

~ 250 ~
— Zach se comprometeu de ficar aqui um ano. Então, eu vou
fazer o melhor disto, — eu digo a ela, simplesmente.

— Mas e no final do ano?

— Ele retorna à sua casa... em Caraica, — eu digo a ela, com


tristeza.

— E o que você vai fazer?

— Provavelmente morrer com o coração partido, eu estou


achando.

— Oh, querida, — diz Lisa em consideração, balançando as


pernas para o lado de sua cadeira.

Colocando seus pés na areia, ela se inclina para frente e toma


minhas mãos. — Eu sinto muito. Talvez ele decida ficar.

Encolhendo os ombros, eu dou a ela um aperto de dedos. — Eu


duvido. Eu não acho que ele encontre algo aqui que rivaliza com o seu
amor por sua casa.

Os olhos de Lisa amolecem com simpatia. — Você o ama?

— Chegando lá, — eu admito desanimada. — Mas é


completamente unilateral.

Inclinando-se para o cooler que fica no final de nossas cadeiras,


Lisa alcança e puxa duas cervejas. Depois que ela me entrega uma e
abre a sua própria, ela diz, — Ainda é cedo. Um ano é muito tempo. Os
sentimentos podem se desenvolver.

— Ou a sua saudades de casa pode piorar, — digo quando eu


torço a tampa da minha garrafa. Eu tomo um longo gole e então me
inclino para trás em minha cadeira, apontando meu rosto para o sol
quente da Carolina e deixo escoar o seu calor para mim.

— Bem, julgando pela forma como ele olha para você, eu acho que
há muito mais pelo modo como Zach se sente, então lhe dê crédito.

Virando a cabeça para olhar para trás para Lisa, eu pergunto: —


O que você quer dizer?

Ela apenas balança a cabeça em direção a borda da costa, e me


viro para ver Zach saindo da água em direção a nós.

Pelo contrário, em direção a mim. Passando os olhos sobre o meu


corpo, ele me dá um sorriso penetrante. Seus olhos são quentes e

~ 251 ~
famintos quando ele leva a mão através de seu cabelo molhado. Deus,
eu poderia simplesmente morrer agora só de ver como ele é bonito.

Zach olha para mim o tempo todo que caminha em nossa direção,
e Lisa murmura, — Nossa... vocês dois vão precisar de um quarto só
por esse olhar.

Eu rio para mim mesma e vejo Zach chegar no cooler para tirar
uma cerveja. — Se divertiu no mar? — eu pergunto.

— Sim, mas seria mais divertido se você estivesse lá comigo, —


diz ele com um sorriso diabólico.

— De jeito nenhum. Eu já expliquei a você que eu não vou na


água, onde eu não possa ver meus pés. Você entende que existem
tubarões lá fora, certo?

Zach ri e se deita na cadeira ao lado da minha, chutando suas


longas pernas para fora e descansando a cerveja em seu estômago
tenso, que está pontilhado com gotas brilhantes de água salgada do
mar.

— Mamãe, — Colleen grita da beira da água. — Vem ver os


caranguejos na areia.

Lisa dá um olhar de nojo e faz um estremecimento dramático. —


Huuu... Eu odeio essas coisas, mas as crianças amam pegá-las.

Em pé da cadeira, ela se inclina e dá um soco no final de sua


garrafa de cerveja para baixo na areia para mantê-la na posição vertical.
— O dever de mãe nunca termina.

Zach e eu vemos ela caminhar para onde Adam e as crianças


estão se agachando perto da linha da maré, empurrando seus dedos
pela areia molhada e olhando para os caranguejos.

— Eu já te disse o quão quente você está nesse biquíni? — Zach


me pergunta, e eu viro minha cabeça para olhar para ele. Seus olhos
vão para baixo para os meus seios, e ele lambe os lábios.

Trago um dedo para cima e traço a borda do material que fica na


curva interna do meu peito.

— O quê? Essa coisa velha?

Os olhos azuis de Zach escurecem ficando da cor do jeans, e sua


voz é áspera quando ele diz: — Vamos voltar para a casa.

~ 252 ~
Dou a ele um sorriso doce. — De jeito nenhum. Nós estamos
andando na praia, hoje, com minha irmã e sua família. Sem tempo para
o sexo.

Seu olhar é sinistro quando ele se inclina para mim e corre um


dedo na minha perna. — Eu vou fazer você pagar por isso mais tarde.

Agarrando o dedo, eu o puxo até minha boca e mordo a ponta do


mesmo. Sua respiração sai em um silvo, então eu lambo até o final e ele
dá um gemido suave. — Talvez eu vá fazer você pagar em meu lugar.

Zach se afasta para longe de mim e se inclina para o lado da


cadeira. Pegando uma toalha de um dos três grandes sacos de várias
cores, que ele coloca uma sobre seu colo e resmunga: — Cristo... você
me deixou de pau duro porra, e eu não posso fazer nada sobre isso.

Me inclinando na minha cadeira, eu deslizo a minha mão pelo seu


braço. — Tadinho. Digo a ele que... eu vou dar em você um boquete
estupendo quando formos mais tarde tomar banho. O que acha disso?

Zach geme novamente e inclina a cabeça para trás na cadeira,


apertando os olhos fechados. — Você está me matando, Moira.
Absolutamente me matando.

— Por que ela está te matando? — eu ouço e olho para cima para
ver Adam chegar. Ele vai para o refrigerador e pega uma cerveja, que
facilmente a abre fazendo um enorme estampido. Se jogando na cadeira
de praia abandonada por Lisa, ele coloca os pés para o lado na areia.

— Abandonou a caça de caranguejo na areia? — eu pergunto,


evitando a sua pergunta, que só teria ficado satisfeito com a resposta
embaraçosa que eu dei a Zach uma ereção.

Adam estremece da mesma maneira que Lisa fez, exceto que a


sua resposta parece mais genuína. — Eu odeio esses pequenos filhos da
puta. Eles são como pequenas aranhas com conchas.

Rindo, eu brinco: — Então, você deixa a sua mulher lidar com


essas coisas?

— Absolutamente, — diz ele com um sorriso irônico. — Não tenho


nenhum problema com a mulher que faz estas coisas. Eu até matar as
aranhas que encontramos na casa, o que eu estou apostando que me
faz parecer uma idiota para Zach.

Zach ri naturalmente. — Não, cara. Aranhas me dão arrepios


também.

~ 253 ~
— Sim, — Adam concorda quando acena com sua garrafa de
cerveja. — Mas você pode ser viril e dizer isso. Você caça monstruosas
sucuris e briga com jacarés. Você está autorizado a ter medo de
aranhas. Eu não tenho esse tipo de crédito aqui.

Nós três gargalhamos em uníssono quando vemos Lisa brigando


com caranguejos com as crianças.

— Então, o que você vai fazer com o resto de seu tempo aqui? —
Adam pergunta a Zach.

— Vou tentar encontrar um emprego para me manter ocupado.


Eu não gosto de usar o dinheiro de Randall.

— Vocês dois estão indo para ficar em Atlanta? — Adam pergunta


enquanto ele distraidamente raspa a areia para fora de suas pernas.

— Por agora, — eu digo. — Então vamos voltar para Evanston,


quando as aulas começam para o semestre de inverno.

Adam concorda. — Mas você vai definitivamente voltar para


Caraica? Você não quer ficar aqui?

Meu corpo enrijece um pouco com mais perguntas de Adam. Não


é que ele esteja perguntando nada de impróprio, mas me deixa
desconfortável porque Zach só recentemente assumiu o compromisso
de passar um tempo aqui e parte de mim está com medo que ele
realmente não queria falar desta oferta.

— Esse é o meu plano, mas eu vou ficar aqui por pelo menos um
ano, — Zach diz suavemente, e ao mesmo tempo ainda dói cada vez que
ele fala sobre ir, mas estou aliviada de ouvir absolutamente nenhum
arrependimento em sua decisão de ficar por um tempo.

— Muito bem..., — diz Adam, e então ele se vira na cadeira para


olhar para Zach sobre mim. — Então, me diga... como que é que se
parece onde você mora? O que é um dia típico na natureza?

Zach se levanta rapidamente e volta sua cadeira para encarar


Adam. Eu posso ver prazer absoluto em seu rosto que alguém tenha
perguntado sobre sua casa, e ele está claramente ansioso para
compartilhar.

— Primeiro... é o lugar mais bonito que você pode imaginar, — diz


Zach com reverência em sua voz. — Verde, tanto quanto o olho pode
ver. O ar é pesado... como um cobertor... e suave e às vezes cheira a
perfume por causa das flores silvestres. Pássaros brilhantes coloridos

~ 254 ~
voam por cima. A selva pode ser misteriosamente calma, embora possa
ser muito barulhenta quando todos os animais estão conversando. Mas
há também o perigo, e eu vivo cada momento no limite... sempre
consciente de que um pequeno passo em falso pode ter consequências
graves. É difícil descrever... mas, quando você está sempre ciente de
como a vida é frágil nesse ambiente, você se sente mais vivo... mais
alegre.

Os olhos de Adam estão largos e quase vidrados de uma forma


hipnotizada enquanto escuta Zach pintando um retrato bonito de sua
vida. Mas eu sei que é muito mais difícil do que Zach está retratando.
Eu sei que cada dia é uma luta para se manter bem e livre de danos.

— O que você faz todos os dias lá?

— A principal tarefa do homem é de proteger a tribo.

— De animais selvagens? — Adam pergunta intrigado.

— Às vezes, — diz Zach. — Mas também de outras tribos que


tentam nos atacar.

— Sério que acontece isso?

— Absolutamente, — diz Zach. — Existem algumas tribos que


estão constantemente em guerra conosco.

Espero que Adam não pressione para saber mais informações


porque eu absolutamente não quero Zach dizendo a ele que essas
invasões e guerras resultam em perda de vidas. Eu não quero que ele
saiba que Zach matou, porque enquanto eu entendo isso com base na
minha educação e formação e do jeito que eu vim a conhecer Zach em
um nível mais profundo, não é uma coisa fácil para muitos de nós
digerirmos.

Em vez disso, Adam pergunta: — Então, você fica perto de sua


aldeia para protegê-la?

— Não, nós temos que caçar quase diariamente para fornecer


carne. Nós saímos em grandes grupos de caça, mas deixamos alguns
homens para alguma proteção.

— E o que você caça? — Adam pergunta, fascinado pelo conceito.

— Tapir, porcos selvagens, e jacaré. Isso é um pouco da presa


maior, mas nós também caçamos macacos e cobras. Apesar de pescar e
isso é realmente algo que as mulheres nos ajudam a fazer.

~ 255 ~
Eu não sabia e eu recuperei o interesse nestas mulheres que
realmente contribuíam para ajudar no fornecimento do alimento. Quero
dizer, elas tendem para as colheitas, mas os homens fazem isso
também.

— Então vocês todos saem com varas de pesca e passam um dia


no rio ou algo assim? — pergunto a Zach.

— Não, muito mais interessante do que isso. As mulheres


produzem cestas com as folhas da palmeira, e preenchem com uma
planta que tem uma toxina nela. Nós, então, encontramos pequenas
piscinas e mergulhamos as cestas na água. A toxina atordoa
temporariamente o peixe, mas não causa danos permanentes ou
envenena eles. Quando eles flutuam até o topo, os matamos com
pequenos arcos e flechas. Na verdade, é uma das maneiras que os
meninos da tribo aprendem a usar os seus próprios arcos. É mais do
que uma experiência de união tribal quando fazemos isso.

Meu coração suspira ao mesmo tempo que ele afunda. Eu não


posso confundir o carinho nas palavras de Zach, e eu mesmo reconheço
a saudade dentro dele. Ele vem de uma sociedade que é dominada pela
ideia da vida em comunidade. É algo que temos perdido há muito tempo
neste país.

— Isso tudo é tão fascinante, — diz Adam com um sorriso. — Eu


iria totalmente morrer de fome se eu estivesse perdido na Amazônia.

— Assim como eu provavelmente morreria de fome aqui, — diz


Zach, e dou aceno em direção a ele quando ouço um ligeiro toque de
amargura.

Seus olhos vêm aos meus e eu vejo alguma coisa lá dentro que eu
nunca vi antes. Incerteza, medo e baixa autoestima.

— De jeito nenhum, cara, — diz Adam com uma risada. — Há


uma mercearia em cada esquina. Uma resposta simples para um
problema terrivelmente complexo.

Claro... há comida em todos os lugares, mas o que Zach quer


dizer é que ele realmente não tem como ganhar dinheiro. Ele não tem
habilidades transferíveis, sem educação e sem experiência de trabalho.
Ele é praticamente incapaz para o trabalho, exceto talvez manual e,
mesmo assim, você tem que ter habilidades ou experiência.

É por isso que Zach quer voltar para Caraica? Porque lá, pelo
menos ele é necessário? Ele é importante e ele pode sobreviver?

~ 256 ~
Considerando aqui... seria uma luta para recuperar o atraso nesta
sociedade que deixou para trás há muito tempo?

Eu sei, sem sombra de dúvida, que Randall de bom grado faria


Zach ficar com ele e iria fornecer todo o conforto que ele jamais poderia
desejar. Eu também sei que Zach nunca... nunca aceitaria algo assim.
Ele prefere ser um sem-teto e faminto antes de aceitar esse tipo de
estilo de vida. Ele tem muito orgulho para se submeter a isso.

Mas, por outro lado, eu sei que Randall nunca deixaria Zach
somente ter coisas por caridade. Randall tem tudo, mas fez uma oferta
formal de emprego na Cannon se Zach estivesse interessado nisso.
Estou apostando que Randall também gostaria que Zach completasse
sua educação e iria ajudá-lo a conseguir isso.

Coisas interessantes a considerar, e talvez eu precise abordar


mais isto com Zach. Talvez se ele visse uma maneira de sobreviver e
prosperar aqui, ele não quisesse voltar.

Talvez ele quisesse ficar aqui comigo e construir uma vida.

Provavelmente, um pensamento mais desejoso da minha parte,


mas um desejo é melhor do que nada e, agora, eu não tenho nada para
convencê-lo a ficar.

~ 257 ~
Capítulo Vinte e Cinco

ZACH

Meus olhos vagueiam sobre os anúncios com frustração, olhando


para a seção ‘Precisa-se’ e vejo a cada trabalho que eu não tenho
qualificação ou que já foi preenchido.

Nada. Nem uma única chamada de volta para uma entrevista.

Eu me sinto como um idiota enquanto eu preencho os aplicativos,


realmente só sou capaz de fornecer o meu nome, endereço atual, e duas
referências.

Moira e Randall. Minha amante e meu padrinho. Sem educação.


Nenhuma experiência de trabalho. Sem retorno das ligações.

A porta da frente da casa dos meus pais... correção, minha casa...


se abre e eu viro meu corpo e encosto na mesa da cozinha para ver
Moira andar como um raio de sol. Ela está carregando dois sacos de
supermercado em cada mão e, quando seus olhos se iluminam vendo os
meus, ela sorri para mim de forma brilhante.

— Eu tenho alguns bifes lindos para nós grelharmos lá fora


amanhã à noite. Randall disse que iria se juntar a nós para jantar. Ah,
e mais Cocoa Puffs8 para você, e eu comprei Lucky Charms9 para mim.

~ 258 ~
Quero rir nae sua alegria boba das compras de supermercado
porque Moira parece ter sido iluminada desde a última semana desde
que me mudei para esta casa. Ela está desfrutando do papel de dona de
casa, facilmente inserida neste novo estilo de vida comigo. Ela cozinha e
mantém a casa limpa, planta flores no jardim da frente, e também está
repintado a cozinha e a sala de estar.

Colocando as sacolas de supermercado em cima do balcão, ela


vibra a distância sobre o encontro de uma mulher na loja que tinha
bebês gêmeos. Eu não ouço desejo na voz dela, mas eu ouvi a felicidade
absoluta, quando ela relata o quão bonito eles estavam vestidos iguais,
mesmo com chupetas presas dentro de suas bocas minúsculas.

E o meu humor se transforma, ficando ainda mais escuro do que


era há pouco. Quando Moira parece estar mais feliz com nosso acordo,
eu me tornei cada vez mais frustrado e amargo. Minha vida parece estar
passando apenas um dia atrás do outro, e eu estou sucumbindo ao
tédio e inquietação.

Claro, Moira e eu ainda saímos quase todos os dias para explorar


a área em torno de nós. Nós vamos fazer compras, ver filmes
estrangeiros, fazemos passeios nas galerias, e fazemos piqueniques no
parque. Nós lemos jornais juntos e discutimos os artigos mais
interessantes. Nós dirigimos para fora do país e apreciamos a paisagem,
parando em restaurantes para experimentar a comida caseira do sul.
Estou ocupado todos os dia com Moira e ainda assim, acho que é tudo
frivolidade.

Exceto quando estou transando com Moira. Essa é a única coisa


que me faz feliz, e não há nada sem sentido sobre essa união. Isso fica
muito melhor cada vez que eu toco nela... beijo ela... acaricio sua pele
macia, e ela sussurra palavras doces quando se abandona a mim. É o
que me mantém indo... me mantém motivado para empurrar para a
frente e continuar a tentar encontrar alguma unidade com esta nova
vida que estou levando.

~ 259 ~
— Então, um pouco de sorte com a procura de emprego hoje? —
Moira pergunta quando ela coloca os bifes e um pouco de leite na
geladeira.

Empurrando o papel para longe, eu suspiro irritado. — Não. Tudo


a mesma coisa. Tenho que ter experiência para começar.

Sua voz é alegre e encorajadora. — Não se preocupe, baby. Você


vai encontrar algo em breve, tenho certeza disso.

— É meio difícil de achar uma merda de trabalho quando eu não


tenho nenhuma experiência, — eu digo a ela, e, em seguida, vejo
quando seu corpo cai com o empurrão como se eu a tivesse esbofeteado.

Me sinto envenenado... tenso... esperando que ela atire em mim


com seus olhos, cuspa palavras de raiva para mim. Em vez disso, ela
olha para mim um momento, e então seus olhos amolecem. Ela
caminha até mim e se senta em meu colo, envolvendo os braços em
volta do meu pescoço, acariciando o rosto contra o meu ombro. — Eu
sinto muito. Por favor, não fique frustrado. Pode demorar um pouco
para encontrar um emprego, mesmo para as pessoas com uma grande
quantidade de experiência. Por outro lado... se é realmente importante
para você, você sabe que Randall poderia contratá-lo na Cannon’s.

Amargura que sinto dentro de mim é como poços de cinza quente,


e eu a empurro do meu colo. Me levanto e jogo minhas mãos para o lado
do meu corpo. — É claro que encontrar um emprego é realmente
importante para mim. Você não entendeu minha frustração sobre isso?
E basta soltar a porra da coisa sobre Randall. Pegar um trabalho com
ele é como tirar a porra do dinheiro que ele guardou na minha conta
bancária. Eu não posso fazer isso.

Me viro para ela, eu ando de volta para o nosso quarto. Sim, o


nosso quarto... anteriormente o quarto dos meus pais, mas pegamos
esse, uma vez que tinha a cama maior.

Moira o equipou com novos lençóis e uma cortina feito em tons de


marrom e bege... muito mais masculino, ela afirmou. Alcançando
dentro do armário, eu puxo o smoking que eu vou ter de colocar para a
festa de hoje à noite que Randall está fazendo em minha homenagem.

Foda-se, eu não quero ir para essa coisa. Grandes multidões não


são a minha praia e eu estou cansado da infinita curiosidade sobre
mim, e as perguntas investigativas de como é viver como um pagão, e
todos ficando completamente desconcertados quando eu digo que

~ 260 ~
gostaria de voltar a viver lá. Eu sempre tenho que justificar os meus
desejos a todos.

Todos, exceto Moira. Ela silenciosamente aceita minha decisão,


apesar de eu ver a tristeza em seus olhos sempre que eu falo sobre o
retorno.

— Eu sinto muito, Zach, — eu ouço suavemente atrás de mim


enquanto seus braços escorregam em torno da minha cintura. Ela
pressiona sua bochecha nas minhas costas e me segura apertado. —
Eu sei que isso é difícil para você. O que posso fazer para tornar isso
melhor?

Eu brevemente cubro as mãos dela com as minhas enquanto elas


descansam na minha barriga, acariciando meus dedos sobre sua pele.
Isso é tão bom, ela segura contra mim. Forte, segura, quente.
Tranquila. Vou sentir falta pra caralho de Moira quando eu for embora,
mas maldição... vou sentir falta disso também. Eu nunca tive isso na
minha vida, e agora que eu senti o gosto, eu sei que será uma perda
terrível com a qual eu vou ter que viver quando eu voltar.

Por cerca de um milhão de vezes, eu me enfureço pela injustiça


da minha situação. Eu há muito tempo empenhei meu coração e minha
lealdade em Caraica que eu me sinto impotente para fazer qualquer
coisa, além de retornar. É quase como uma obrigação moral neste
momento. Eu sei que quando chegar a hora, eu vou ficar devastado por
deixar Moira.

Eu sei que, sem dúvida, a sua memória vai me assombrar, e não


apenas por causa do sexo estelar. Não, isso se tornou algo mais muito
mais do que isso. Minha capacidade de falar com ela por horas a fio e
até mesmo a minha capacidade de me sentar com ela em absoluto, mas
agradável silêncio é um tesouro que eu nunca tive. Nem mesmo com
Paraila.

Esse pensamento também escurece o meu estado de espírito a


um negrume, e de repente, as mãos em cima de mim parecem quase
sufocante.

Puxando os braços de Moira para longe de mim, eu saio de seu


abraço e me viro para encará-la. — É melhor você começar a se
preparar. Nós vamos ter que sair logo para a festa.

Decepção enche seus olhos, mas ela me dá um sorriso em


compreensão e vai para o banheiro. Eu penso brevemente em me juntar

~ 261 ~
a ela no chuveiro, mas, em seguida, decido não ir. Eu não acho que eu
posso lidar intimamente com ela neste exato momento.

— Então, — o sacerdote olha para a garrafa e diz: Meu Deus! Ele


fez isso de novo.

Todo mundo que está no nosso grupo ri às gargalhadas, e eu


coloco um sorriso falso no rosto. Eu não entendi essa piada, nem as
outras duas que o bastardo rechonchudo contou da nata da sociedade
de Atlanta.

Olhando ao redor do grande salão de baile que está na ala leste


da mansão de Randall, meus olhos procuraram por Moira. Ela se
afastou alguns minutos atrás para usar o banheiro, e minha pele esteve
coçando para tê-la de volta ao meu lado. Eu me sinto desconfortável
com essas pessoas que não tenho nada em comum, é uma tortura
suportá-las me analisando.

Finalmente... lá está ela... caminhando de volta com um passo


confiante e gracioso. Ela está usando um vestido tomara que caia
branco, que mergulha para baixo entre os seios, preso no centro do
peito com um cristal, uma flor de strass. Quando ela anda, uma fenda
lateral revela suas longas pernas com os pés envoltos em sandálias
cravejadas de cristais que agregam cerca de quatro centímetros de
altura sobre ela. O alinhamento perfeito para eu transar com ela de pé,
sem ter que dobrar os joelhos para compensar a diferença de altura.

Eu me afasto silenciosamente do grupo e vou ao seu encontro.


Estendendo a mão, eu pego dois copos de champanhe de um garçom
próximo e quando seus olhos me encontram, eles brilham de alegria e
ternura.

Quando nos aproximamos, eu entrego a ela a taça. Seus dedos


delicados pegam de mim, e ela bebe um pequeno gole.

— Você se parece mais com eles do que eu, — ela murmura.

— Essas pessoas são estranhas, — eu digo a ela. — Se mais uma


pessoa me perguntar que sabor tem carne de macaco ou se eu defeco
na selva, eu vou estrangular alguém.

~ 262 ~
— Foi realmente tão ruim assim? — ela pergunta em comiseração.
Faíscas de raiva saem de dentro de mim, mas eu me controlo. Não é
para Moira. — Essas pessoas são tão condescendentes comigo. Metade
deles falam devagar comigo como se eu fosse um idiota.

Flashes de raiva passam pelo rosto de Moira. — Quem fez isso?


Vou foder com suas bolas. Randall terá suas malditas bolas.

— Calma aí, tigresa, — eu digo a ela, meu peito erubesce


calorosamente por sua preocupação. — Eu sou uma novidade. Eu
entendo. Mas eu não posso aguentar esta merda de festa.

Moira sorri e coloca a mão no meu peito. — Nós vamos sair logo.
Tenho certeza de que Randall entenderia.

Alcançando a minha mão livre, eu deslizo meus dedos ao longo de


sua bochecha. — Me desculpe, eu descontei em você antes. Eu não
deveria descontar a minha frustração em você.

Sua mão vem para cobrir a minha, e fecha os olhos brevemente


quando ela roça na minha carícia. — Tudo bem. Todos nós precisamos
de uma pessoa para poder apenas desabafar.

— E você vai ser essa pessoa para mim? — pergunto em diversão.

Seus olhos se viram para mim com absoluta seriedade e


propósito. — Eu vou ser seu tudo o que você quiser que eu seja.

Foda-se, sim, eu quero isso.

Porra, não, eu não posso ter isso. Não quando finalmente,


estaremos vivendo em dois continentes diferentes.

Ao invés de dar a ela a afirmação, eu puxo nossas mãos unidas


longe de seu rosto e me inclino para dar a ela um beijo suave. Ela
suspira tão suavemente, quanto uma flor abrindo suas pétalas, e isso
me faz querer esmagá-la contra mim.

— Isso não é doce? — ouço a voz de uma mulher atrás de mim. —


Parece que o seu pequeno segredo agora é publico. Parabéns a vocês.

Me virando para Cara, eu puxo Moira protetoramente para o meu


lado. É incrível que uma vez pensei nesta linda mulher, do ponto de
vista puramente apreciativo masculino. Mas sabendo o que sei sobre
ela, e sabendo que ela tinha se dirigido a Moira querendo manchar sua
reputação com uma oferta nojenta de sexo grupal e drogas, me senti
mais do que um pouco perigoso no momento.

~ 263 ~
Cara estava lá, usando um vestido vermelho-sangue, os cabelos
presos com sofisticação no topo de sua cabeça. Ela está segurando um
copo cheio de líquido âmbar e pelo brilho em seus olhos e a ligeira
maneira pela qual ela oscila para trás e para frente, eu posso dizer que
ela está bêbada.

— Onde está o seu encontro de hoje à noite? — eu zombo. — Oh,


espere... seria o seu irmão, certo?

Cara apenas engatilha uma sobrancelha perfeitamente arqueada


pela minha audácia. Enquanto a minha preferência é lutar com punhos
e lâminas, posso afiar as minhas palavras quando eu preciso.

— Como você se atreve a pensar em me julgar? — Cara diz


depreciativamente. — Você não é nada mais do que um rato da selva
tentando se encaixar em uma sociedade que nunca vai aceitar os seus
gostos. Você não é nada e você nunca vai ser nada aqui, será difícil,
mas você pode gostar de tentar. Portanto, aproveite o seu tempo aqui,
enquanto pode, Tarzan. Ou então corra de volta para sua pequena casa
e tente lembrar de todas as maneiras em que você falhou. Estou
apostando que Moira ficará grata por se livrar de você, sanguessuga,
mas, novamente, ela é uma dessas mulheres que parecem fáceis de
agradar. Eu tenho certeza que ela estará transando com o próximo
índio assim que você se for.

— Sua puta, — Moira rosna quando ela dá um passo em direção


a Cara, mas eu a puxo de volta para mim.

Eu ouço uma outra voz atrás de mim se aproximando, — Que


diabos deu em você, Cara?

Virando a minha cabeça, eu vejo Randall ali com os olhos


brilhando de raiva. Ele dá um passo em volta de mim e pega Cara pelo
braço, se inclinando para mais perto dela. — É inaceitável falar com
Zach desta maneira. Ele é da família.

Cara puxa o braço distante de Randall, seus próprios olhos febris


com indignação. — Ele não é da nossa família. Você está cego por ele.

— Eu vejo tão bem como eu sempre vi, — murmura Randall com


decepção. — Eu estou vendo muito bem agora. Acho que você precisa
para sair, Cara.

— O quê? — ela pergunta, incrédula. — Você está me chutando


para fora de sua casa?

~ 264 ~
— Eu estou pedindo para você sair antes de fazer uma cena e
antes que eu seja obrigado a te expulsar. Vá para casa e durma para
passar a bebedeira, e, então, talvez amanhã você seja capaz de oferecer
a Zach e Moira um pedido de desculpas.

— Nunca, — ela sussurra, mas gira em seu calcanhar, quase


caindo e vai em direção à porta. Eu noto Clint indo em direção a ela. Ele
pega em seu braço como se para firmá-la, mas ela o tira. Ele segue bem
atrás dela, e eu espero sinceramente que eu nunca tenha que ver os
dois novamente.

— Eu sinto muito, Zach, — Randall me diz em tom de desculpas.


— Ela bebeu muito, e tenho certeza que ela não quis dizer essas
palavras.

Moira repousa a mão no meu braço, mas eu posso senti-la


tremer. Um mal-estar se instala dentro do meu peito, quase me
sufocando. — Você não precisa pedir desculpas por ela, Randall. Pelo
contrário... as palavras dela eram praticamente verdadeiras.

— Isso é um absurdo, — Randall suspira. — As palavras dela


eram nada mais do que disparates sem sentido vindo de uma mulher
bêbada e autodepreciativa.

— Ainda assim, — eu digo a ele gentilmente quando me aproximo


e aperto seu ombro com a mão. — Não é o lugar para se desculpar por
seu comportamento. Agora, se você não se incomodar... Moira e eu
vamos sair.

Moira desliza a mão na minha e entrelaça seus dedos com um


leve aperto. — Obrigado por oferecer esta festa para Zach. Estava muito
boa.

Eu sei que foi a melhor coisa que Moira conseguiu pensar para
dizer a Randall, neste momento, e eu vejo quando a tristeza toma conta
de seu rosto. — Foi uma ideia muito estúpida ter feito isso, hein? O que
eu estava pensando? Essas pessoas não são seus amigos. Inferno,
noventa por cento deles não são meus amigos também.

— Está tudo bem, — asseguro a ele. — Foi o gesto que contou.

— Eu sinto muito, — diz Randall, seus olhos suaves e


melancólicos. — Eu só queria te mostrar. Estou realmente orgulhoso de
você, Zach. Eu não tenho mais ninguém na minha família que me dê
muito orgulho. Isso é tudo.

~ 265 ~
Algumas das trevas que vinha ameaçando me ultrapassar sobre
as palavras de Cara, que foram, sem dúvida, quase tão verdadeiras
quanto qualquer outra que eu já tenha ouvido desde que eu cheguei
aqui, começam a diminuir. A afeição calorosa por este homem, que de
fato, me deu uma oportunidade incrível que me levou a Moira, começa a
preencher o buraco negro. Sim, eu vou sentir falta dele também quando
eu me for.

Muita mesmo.

Moira se senta ao meu lado na limusine a caminho de casa. Ela


tinha acabado de apertar um botão que enrolou um pedaço escuro de
vidro que separava o motorista de nós. Então ela puxou seu vestido,
jogou uma perna nua sobre a minha, e se sentou no meu colo.

Eu não hesitei um momento, a pegando e puxando a parte


superior de seu vestido para baixo para expor ambos os seios pálidos e
cremosos. Ela envolveu seus braços em volta da minha cabeça e puxou
meu rosto para ela. Meus movimentos de língua em um mamilo,
provocando-o ao máximo antes de puxá-lo em minha boca e chupá-lo.

Minhas mãos deslizam até suas coxas, empurrando o material


acetinada de seu vestido mais para cima até que eu olho para baixo e
vejo uma pedaço de seda branca cobrindo sua buceta. Eu mergulho um
dedo sob a borda e roço meu dedo através de suas dobras lisas, fazendo
Moira arquear para trás de prazer.

— Isso é bom, — ela geme baixinho.

Um pouco baixo demais para as minhas necessidades, então eu


mergulho o dedo profundamente e ela grita.

— Como se sente? — eu pergunto a ela quando eu me inclino um


pouco para trás e vejo meu dedo bombear dentro e fora dela.

— Oh, merda... tão bom, — diz ela, e eu acrescento outro dedo,


depois outro.

Não é bom o suficiente... Eu quero ouvir mais, por isso eu inclino


meu corpo para o lado e a coloco deitada contra o assento de couro,
mantendo Moira no lugar com a mão livre.

~ 266 ~
— Escorregue até aqui, — eu digo a ela quando eu removo os
dedos. — Eu quero te foder com a minha língua.

Moira embaralha até meu peito, puxando desajeitadamente para


o material de seu vestido para mantê-lo fora do caminho. Ela toma um
breve olhar pela janela e diz: — Estamos a cerca de cinco minutos de
casa.

— Mais do que tempo suficiente, — eu asseguro a ela e agarro


seus quadris, a arrastando o resto do caminho até o meu corpo. Eu
dobro minhas pernas, fugindo do meu corpo ainda mais para baixo no
banco para que eu possa dar a ela espaço suficiente para espalhar as
pernas em cada lado de mim.

Quando ela está perfeitamente posicionada sobre ao meu rosto,


eu peço a ela: — Agora abaixe sua buceta até minha boca, menina doce.
Estou morrendo de fome.

Apoiando as mãos na porta, ela se abaixa lentamente. Eu coloco a


minha língua para fora para fazer o primeiro contato, ansiosamente em
sua entrada, e ela continua a se afundar até que eu a tenha empalado
com ela.

— Oooohhhh, — Moira geme quando ela gira os quadris acima de


mim.

Eu empurro meus braços para cima entre as suas coxas e, com


as minhas mãos, eu separo seus lábios inchados de sua buceta, me
dando acesso irrestrito ao que eu realmente estou procurando. Eu
preciso de seu clitóris entre meus lábios se eu vou fazer isso rápido.

Trancando sobre ele e chupando-o duro, eu coloco minha língua


em ação e ataco rapidamente com ela.

Moira grita quase dolorosamente, mas, em seguida, suspira, —


Oh, merda... eu vou gozar tão rápido.

Isso me motiva ainda mais e minha língua pega o ritmo. Eu me


viro para rodar um lado para colocar um polegar em sua umidade, e
Moira quase atira em meu rosto. Eu a puxo de volta para baixo e
concentro em chupar seu clitóris com a língua, puxando-o com força
contra mim, quase a ponto de asfixia.

Eu sei que ela começa a gozar quando suas coxas apertam com
força contra mim, e ela se mói para baixo em mim. Eu realmente só
contraio minha língua em um ponto duro e a deixo montá-la através de

~ 267 ~
seu orgasmo. Ela finalmente cai para trás no meu corpo, olhando para
o teto do carro com os seios nus arfando.

— Oh, Zach... você me destruiu tão bem, — ela diz baixinho.

É então que eu percebo que a limusine parou. Me sento no banco


e limpo a umidade do meu rosto com a manga do meu casaco de
smoking, e vejo minha pequena casa brilhando sob um poste de luz.

Eu não tenho ideia de quanto tempo nós estivemos aqui, mas eu


posso ver o motorista esperando pacientemente do lado de fora da porta
do carro, de costas para nós.

— Puta merda, — eu digo espantado. — Aposto que ele tem um


olhar de bronca.

Moira ri quando ela puxa a parte superior de seu vestido para


cima e rola para o lado para endireitar as dobras de sua saia. — O carro
cheira dela a sexo. Ele vai ter que pulverizar isso.

Eu estendo a mão e agarro seus ombros, puxando-a para um


beijo rápido. — Eu adoro a forma como ele cheira. Todo almiscarado e
doce como você. Na verdade, eu quero levá-la para casa para que eu
possa fazer isso de novo com você.

Me afastando, eu alcanço a porta do carro, mas as palavras de


Moira me detém. — Na verdade... Eu estava esperando que nós
poderíamos fazer outra coisa hoje à noite.

Dirijo o olhar para ela, minhas sobrancelhas levantadas na


expectativa. — O que você tem em mente?

— Bem, — ela murmura. — Eu tomei algumas bebidas... e você


acabou de me dar um orgasmo enorme. Estou me sentindo tão
relaxada.

Eu olho para ela com curiosidade e espero por ela para me dizer
exatamente o que ela quer.

— Portanto, descontraída, — continua ela, como se ela estivesse


levando a uma grande e secreta revelação. — Eu acho que eu quero te
dar a minha bunda hoje à noite.

Um gemido sai da minha garganta quando luxúria passa pelo


meu corpo. Meu pau cresce com tanta força que parece que ele poderia
cortar aço. Pego sua mão, jogando-a pela porta aberta tão de repente

~ 268 ~
que os gritos do condutor saltam longe quando eu arrasto Moira para
fora do carro.

— Obrigado pela carona, — digo o motorista quando eu abaixo e


coloco Moira por cima do meu ombro.

— Sim, obrigada pela carona, — ela diz para ele quando eu subo
os degraus da varanda e praticamente dou um pontapé na minha
própria porta para abri-la.

~ 269 ~
Capítulo Vinte e Seis

MOIRA

Zach me carrega no ombro como um bombeiro para dentro da


casa, batendo a porta com o pé. Ele vai diretamente até o pequeno
corredor e para o banheiro.

Quando ele me coloca no chão suavemente sobre os meus pés, eu


olho para ele. Seus olhos são ferozes e seu corpo está praticamente
vibrando com energia.

— Tire a roupa, — ele me ordena quando ele vira o chuveiro.

— Mas... estou pronta.

— Sem falar, Moira, — diz ele com fome desenfreada. — Por esta
noite... eu estou no controle absoluto.

Virando as costas para ele, eu digo baixinho, — Eu preciso de


você para abrir meu zíper.

Zach caminha para perto de meu corpo e descansa os dedos


sobre os meus ombros. Eu posso senti-los tremer, e o conhecimento de
que ele está prestes a ser desfeito quase faz com que meus joelhos se
sobrem. Ele se inclina e morde o meu ombro, depois abre o zíper nas
minhas costas. Estendendo a mão, ele empurra suavemente o vestido
para baixo pelos meus seios, costelas, quadril, e permite que ele fique
todo no chão.

Então ele dá alguns passos e começa a tirar suas próprias


roupas, com os olhos ardendo em mim o tempo todo. O chuveiro é tão
pequeno, que mal cabe nós dois lá, mas acho que isso é um benefício.
Ele está pressionado perto de mim, minhas costas estão na sua frente.
Eu vejo quando suas mãos grandes pegam o sabonete líquido e espreme
uma grande quantidade na palma da mão. Segurando os braços para
fora na minha frente para que eu possa ver, ele lentamente ensaboa as

~ 270 ~
mãos no alto e minha respiração aperta no meu peito. Porque eu sei o
que ele vai fazer com esses lisos dedos ensaboados.

A água quente cai em cascata em torno de nós quando Zach me


diz: — Se incline e coloque as mãos na parede.

Eu imediatamente cumpro e chupo uma respiração profunda


quando ele começa a massagear a espuma na minha bunda.
Trabalhando mais perto da minha bunda, ele me surpreende quando
ele move uma mão para frente do meu corpo e desliza um dedo na
minha buceta, massageando minhas paredes internas e me fazendo
suspirar de prazer. Seu dedo desliza para fora e puxa para cima, agora
esfregando em círculos em volta do meu clitóris enquanto a outra mão
continua a amassar uma das minhas nádegas.

Mais e mais rápido ele esfrega na minha pele sensível até que um
orgasmo vem através de mim, me deixando tremendo, ainda
estranhamente necessário.

Porque eu sei que estamos apenas começando.

— Linda, — murmura Zach enquanto desliza o dedo de volta para


o meu ânus, onde ele circula suavemente. A espuma é lavada, então ele
pega o sabonete liquido novamente, despejando-o diretamente em
minha bunda e trazendo o seu dedo para cima para pegar o
escorregadio creme.

Quando seu dedo volta até a minha entrada traseira, ele empurra
suavemente contra mim, deslizando o dedo por todo o caminho. Meu
corpo se estende bem ao seu redor, e eu gemo com a sensação. Minhas
terminações nervosas estão provocantemente quentes e sem vontade
própria, eu começo a empurrar meu traseiro contra o seu dedo.

Zach traz a mão livre para baixo com um tapa pungente na minha
bunda, me fazendo a ganir. Ele ri, mas, em seguida, diz sombriamente:
— Não se mova. Eu tenho muito mais a te dar e eu não quero que você
se machuque.

Como que para provar a sua mensagem ameaçadora, Zach puxa o


dedo para fora, e, em seguida, começa a empurrar dois de volta. Oh,
bem... tudo bem, sinto uma pequena diferença. Há uma leve picada em
torno da abertura, mas ele vai lentamente. Quando eu puxo o ar dos
meus pulmões, ele empurra os dois dedos em todo o caminho
profundamente. Segurando ainda por alguns momentos, ele começa a
movê-los suavemente dentro e fora de mim, deixando minha apertada
passagem elástica e acomodada. A sensação de ardor diminui, e Zach

~ 271 ~
sabe que eu estou pronta para mais por causa dos gemidos suaves que
saem dos meus lábios. É uma tortura, mas eu mantenho meu corpo
absolutamente imóvel para que ele possa trabalhar no seu próprio
ritmo. Zach puxa os dedos livres, acrescenta mais sabonete, e em
seguida diz: — Espera aí, baby. Eu estou te dando mais um dedo.

Ansiedade aperta o meu peito enquanto eu me preparo para a


invasão, mas ele vai tão lentamente... tão gentilmente, que eu estou
espantada que o ardor não é maior do que quando ele colocou dois
dedos dentro de mim. Ele os empurra profundamente e os puxa de volta
com extrema ternura. Dentro e fora, dentro e fora, e uma convulsão
prazerosa borbulha através de mim. Eu não posso aguentar isso... eu
empurro de volta contra ele, querendo senti-lo ainda mais profundo, e
eu sou recompensada com outra palmada na minha bunda.

— Ooohhh, — eu resmungo, porque a dor, na verdade, é tão boa.

Zach bombeia seus dedos novamente em profundidade, e depois


acalma por um momento. De repente, o mais intenso sentimento
aparece... plenitude, como eu nunca me senti lá atrás quando eu
percebo que ele está puxando os dedos afastados, me esticando ainda
mais. É uma sensação incrível, e eu acho que poderia gozar se ele
continuar fazendo isso.

Zach circula o meu peito com um braço, me puxa em uma


posição ereta com os dedos ainda dentro de mim. Ele inclina a cabeça, e
a esfrega na minha testa. — Ok, eu quero que você monte meus dedos
um pouco.

Minha cabeça cai para trás em seu ombro em rendição, e meus


quadris começam imediatamente girando e bombeamento contra sua
mão. Ele não me ajuda em nada, mantendo a mão absolutamente
imóvel, mas logo eu aprendo um ritmo e, em seguida, eu estou
empurrando para baixo sobre ele, sentindo os dedos na base,
empurrando contra os meus lábios da minha buceta.

Zach assobia contra mim. — Porra, isso é sexy.

Ele deixa cair a mão para baixo que está me segurando pelo peito,
trazendo-a para a minha frente. Empurrando-a de maneira a passar
pelas minhas dobras escorregadias, ele aperta o meu clitóris levemente
entre o polegar e o indicador e, em seguida, eu estou gritando quando
eu começo a gozar violentamente.

— Sim, oh sim, — eu gemo uma e outra vez. — Porra... porra.

~ 272 ~
Quando meus tremores se acalmam, mas não cessam, Zach puxa
os dedos para fora de mim e se inclina para desligar o chuveiro. Ele sai
primeiro e me pega em seus braços, o que é uma coisa boa, porque eu
estou absolutamente desossada e enfraquecida.

Zach me leva para o quarto e praticamente me joga na cama, toda


molhada. Eu começo a virar para ficar de barriga para cima, mas ele
diz: — Não. Eu quero você de costas quando eu fizer isso.

— De costas? — pergunto em confusão, pensando que talvez esse


último orgasmo tenha me deixado estúpida. Pensei que precisávamos
fazer ‘ isto’ estilo cachorrinho.

— Confie em mim, — diz ele com um sorriso, enquanto ele se


inclina para a mesa de cabeceira e abre a gaveta. Meu coração começa
um bater quando eu o vejo pegar o lubrificante e jogá-lo na cama ao
meu lado. Em seguida, ele estende a mão e puxa para fora um vibrador
de cor de carne que não é meu. Eu nunca vi isso antes. Se virando=
para mim, seu olhar é pecaminoso quando ele gira a base e ele começa
a vibrar.

Segurando-o para que eu o veja e para ele observar minha reação,


ele diz: — Eu comprei este na Amazônia. Ele tem uma borboleta na
frente para segurar contra o seu clitóris, e tem sólidos vinte centímetros
que eu vou colocar em sua buceta quando estiver fudendo a sua bunda.

Meu corpo inteiro treme com esse pensamento... com as


palavras... imundas de Zach e pela luxúria desenfreada que vejo em
seus olhos. Meu olhar contempla seu pênis que está praticamente
esticado para cima. Eu não tenho certeza de o ter visto tão duro.
Estendo minha mão para tocá-lo, mas ele dá alguns passos de mim.

— Não toque. Eu quase gozei no chuveiro apenas observando o


que eu estava fazendo com você, — ele diz em um momento de
honestidade total e absoluta. — Agora, deite-se de costas e afaste as
pernas para mim.

Eu facilmente deito na cama, me certificando de que há espaço


suficiente para ele subir e se juntar a mim. Meu coração está disparado,
e eu nunca estive tão descontroladamente animada por algo na minha
vida inteira. Eu estou dando algo a Zach que eu nunca dei a outra
pessoa, e ele está aceitando algo que ele nunca teve antes.

Zach sobe na cama e se ajoelha no meio das minhas pernas. Ele


desliga o vibrador, colocando-o ao lado do meu quadril. Eu o olho com
fascinação. Estendendo a mão, ele coloca suas mãos sobre meus seios e

~ 273 ~
suavemente os aperta por um momento. Então suas mãos deslizam
para o meu rosto e ele se inclina e me beija, suave e profundamente...
com tranquilidade.

Quando ele se afasta, ele coloca as mãos sob as costas dos meus
joelhos e espalha mais minhas pernas, levantando-as e as empurrando
para traz... até que minhas coxas encostam nos meus seios e minha
bunda se levanta da cama. Estou completamente aberta para ele,
totalmente vulnerável.

— Coloque suas mãos aqui, — Zach indica com um aceno de


cabeça para onde ele está segurando minhas pernas. — Eu preciso que
você mantenha elas abertas desta forma para mim.

Um suspiro sai de mim, e eu respiro outra golfada de volta. —


Onde no mundo você aprendeu isso? — pergunto a ele com admiração
quando suas minhas mãos vão para segurar minhas pernas no lugar.
Ele parece saber exatamente o que ele está fazendo, e estou espantada.

Colocando mais lubrificante, Zach me dá um sorriso largo. — Há


um vídeo de instruções online. Duas estrelas pornôs faziam isso. Eu
não estou seguindo exatamente as instruções que envolvem coisas
estranhas como limpeza anal, mas eu tenho a essência disso.

— Oh, Deus, — murmuro. Zach aprendeu sobre sexo anal na


Internet. Há um bizarro vídeo de instrução?

Ao abrir a tampa, o estalo me chama a atenção para o que ele


está fazendo. Ele derrama um líquido claro em seus dedos e leva a mão
para baixo. Eu tenciono para um assalto na minha bunda, mas ele
simplesmente esfrega o fluido na minha buceta, colocando dois dedos
dentro de mim antes de puxá-los para fora para esfregar contra o meu
clitóris. Meu corpo inteiro treme, porque eu estou tão sensível lá, mas,
em seguida, sua mão se vai e ele está esguichando mais lubrificante em
seus dedos.

Eu presto atenção com ávido fascínio e um pouco de medo


quando ele coloca o gel em seu pau, envolvendo sua mão enorme em
torno dele e acariciando-o algumas vezes. Ele, então, pega o lubrificante
e esguicha mais sobre a pele delicada da base da minha buceta, e eu
sinto isso escorrer sobre a minha abertura apertada.

Com o polegar, Zach vira a tampa do lubrificante a fecha e joga-a


na cama. Ele coloca uma mão na parte de trás de uma das minhas
coxas, trazendo seus dedos molhados para baixo entre as minhas
pernas, pegando a poça de lubrificante e deslizando-a para baixo sobre

~ 274 ~
meu ânus. Lentamente, ele empurra três dedos de volta para minha
bunda. Estou impressionada, não há sequer uma ponta de dor.
Claramente, o jeito que ele me trabalhou mais cedo ajudou a me esticar,
e meu coração se derrete em antecipação.

Eu nem sequer tenho a oportunidade de desfrutar de seus dedos,


porque quando ele vê o quão fácil ele desliza para dentro de mim, ele os
puxa para fora e segura seu pau. Eu engulo em seco, enquanto eu
assisto os olhos Zach brilharem de entusiasmo enquanto ele guia a
ponta para a minha bunda. Está quente e pulsante quando toca meu
tecido apertado, e um chiado de medo e luxúria passa dentro de mim.

Os olhos de Zach se viram para os meus, e ele murmura: — Você


confia em mim?

— Implicitamente, — eu digo a ele com certeza.

Um sorriso de tirar o fôlego se espalha pelo rosto de Zach. — Você


realmente confia, não é?

— Eu sei que você nunca iria me machucar.

Zach balança a cabeça e diz: — Inspire profundamente, menina.


Em seguida, deixe o ar sair lentamente.

Eu faço o que ele pede, expandindo meu peito até quase estourar
com o precioso oxigênio. Eu tenho certeza que vai me faltar mais tarde,
e depois começo a deixá-lo sair. Lentamente e quando meus pulmões
estão quase esgotados, Zach empurra para a frente com seus quadris,
afundando a ponta do seu pênis na minha bunda.

Oh, queima. Há uma picada um pouco mais cortante porque seu


pau é maior do que os seus três dedos juntos, mas ele imediatamente
passa pelo apertado anel de músculos ao redor da abertura.

Eu suspiro em voz alta, e Zach me acalma com suas palavras. —


Calma, baby. Você tem mais a receber.

— Eu não sei se eu consigo, — digo, ao mesmo tempo que o meu


corpo está implorando a ele para empurrar para a frente.

— Você consegue. Você vai, — é tudo o que ele diz enquanto


aperta seu rosto em concentração.

Com a cabeça do pau dele está mantida firmemente pelos meus


músculos tensos, Zach coloca suas mãos sobre as costas das minhas
coxas, e começa a penetrar mais profundo em mim.

~ 275 ~
Um gemido animalesco começa sair profundamente de dentro
dele... eu posso ouvi-lo ronronando e ficando cada vez mais alto quanto
mais ele entra em mim.

Centímetros após centímetros na minha bunda, e meu olhar esta


fixo em seu duro pau grosso quando ele desaparece da minha vista, no
mais secreto lugar do meu corpo. A picada inicial diminuiu, então
aquece e, em seguida chia bem quando as terminações nervosas na
minha passagem são massageadas por seu movimento.

Finalmente... finalmente ele está ao máximo. Eu olho para cima


para ver o rosto contorcido em êxtase e sua mandíbula travada dura,
quando ele olha fixamente para a nossa união.

Lentamente, ele arrasta seu olhar para mim, e nossos olhos


batem um no outro. Nós compartilhamos um olhar que como nunca
tivemos antes. É preenchido com luxuria... respeito... admiração... e ali,
no rosto de Zach, algo que eu nunca vi antes. Ele me mantém em seu
coração. Sim, eu posso ver isso claramente, e isso me faz fisicamente
derreter em torno dele.

— Isso é bom pra caralho, Moira, — diz ele com os dentes


cerrados.

Quero dizer a ele o mesmo, porque é... É uma sensação incrível,


mas eu estou tão sobrecarregada com o sentimento e a emoção do
momento que eu não consigo nem abrir a boca.

Zach puxa lentamente para fora, afundando de volta em mim. —


Você está bem? — ele pergunta com uma voz quase cheia de dor.

Eu aceno com a cabeça e, em seguida, viro meu olhar de volta


para baixo do meu corpo, enquanto eu assisto seu pau começar a se
mover lentamente dentro e fora de mim. Zach geme e assobia a partir
do contato, e eu não posso segurar o som agudo de prazer que começa a
deslizar dos meus lábios. A pressão... a satisfação... as terminações
nervosas formigando e os tremores percorrendo através de minha
bunda quando ele se mexe.

— Oh, Deus, — Zach geme enquanto ele afunda em mim e se


segura. — Eu não vou aguentar muito.

— Está tudo bem, — eu suspiro enquanto eu sinto seu pau


dentro de mim pulando de empolgação para descarregar. — Vamos, se
solte.

~ 276 ~
Zach balança a cabeça furiosamente. — Não até que você goze
novamente. Certifique-se de que você mantenha as pernas para cima.

Eu aperto forte, relaxado devida ao fato de Zach tomar o controle


e manter as minhas pernas abertas e minha bunda levantada na cama.
Zach pega o vibrador e rapidamente esguicha um pouco de lubrificante
sobre ele, tudo isso enquanto ele permanece profundamente até as
bolas na minha bunda. Torcendo a base, o zumbido enche o ar e sinto
minha buceta tremer de emoção.

Zach acaricia o vibrador com a mão, deixando-o bem lubrificado...


não que eu precisasse disso. Eu posso sentir a umidade escorrendo
para fora de mim com o resfriamento do ar condicionado contra minha
carne. Alguns centímetros menos que o pau de Zach é empurrado pela
minha entrada, onde Zach esfrega a cabeça por um momento,
esfregando-o algumas vezes sobre o meu clitóris, o que me faz gritar a
cada vez.

Com um impulso súbito, Zach empurra o vibrador


profundamente em minha buceta, dobrando o vibrador contra o meu
clitóris, e um grito agonizante e lágrimas de prazer saem de mim. Meus
quadris balançam duramente e eu quase desalojo Zach completamente
do meu corpo.

— Shh, — Zach sussurra para mim. — Calma.

Tremores correm pelo meu corpo, de tão preenchida que estou em


ambos os orifícios do pau de Zach e do vibrador. A borboleta vibra
contra a minha pele sensível, e eu sei que eu estou apenas um
momento longe do que eu suponho que seja um orgasmo que vai me
deixar em coma. Os sentimentos dentro de mim são tão grandes que eu
não sei se eu posso lidar com eles.

— Você está pronta? — Zach pergunta, e meus olhos voam para


os seus. — Pronta para ser fodida duro?

— Oh, Deus, — eu sussurro. — Oh, Deus.

Zach começa a mover o vibrador dentro e fora de mim, primeiro


suavemente, depois com mais força. Quando ele dá um bom movimento
de empurrão, ele começa a bombear seus quadris, o movimento de seu
pau dentro de minha bunda causando um maciço terremoto
estremecendo através de mim.

— Mais, — sai da minha boca quando eu percebo que Zach se


segurando por mim.

~ 277 ~
— Porra, v ele sibila e depois começa batendo com o pau dentro e
fora, suas bolas batendo contra a minha pele. Os músculos em toda a
minha parte inferior das costas começam a se contrair e pressão entre
as minhas pernas começa a ferver para gozar. Zach me fode com o
vibrador tão duro, me forçando a partir de ambos os lados, acertando
meu clitóris com o acessório vibrando.

Uma explosão me acerta em cheio, profundo dentro de mim, e


explode para fora, correndo pela minha espinha, agarrando o meu
cérebro e fazendo os meus dedos cravarem dolorosamente na pele das
minhas coxas.

Eu grito mais alto do que eu já gritei na minha vida sai quando


meu corpo inteiro começa a se contrair, então estremece violentamente
da cabeça aos pés. Minhas mãos começam a deslizar pelas minhas
pernas, e Zach de repente solta o vibrador, que ainda está alojado
dentro de mim. Suas mãos sobem para pegar as costas das minhas
pernas, empurrando-as ainda mais para trás para que ele possa se
inclinar sobre mim. Ele bate na minha bunda, agora para baixo por
causa de seu ângulo, o que empurra o vibrador mais profundo e coloca
a borboleta vibrando direto no meu clitóris novamente.

Eu grito novamente quando mais orgasmos irrompem através do


meu corpo, e começa a derramar lágrimas dos meus olhos pela
sobrecarga de prazer. Eu começo a soluçar pelo alivio... prazer...
luxúria... e Zach goza em mim duramente enquanto as palavras saem
por sua boca.

Oh, Moira... nunca me senti assim antes.

Tudo mudou.

É, bom pra caralho. Como pode ser tão bom?

Finalmente, ele empurra em todo o caminho, até a base de seu


pau e seus dedos cravam dolorosamente na pele de minhas pernas. Ele
joga a cabeça para trás, os músculos em seu pescoço se contraem e
uma veia salta violentamente. Zach abre a boca, fecha os olhos com
força, e solta um uivo animalesco de prazer quando ele começa a gozar,
todo o seu corpo entregue... tentando entrar mais profundo com cada
impulso de sêmen que ele derrama em mim.

~ 278 ~
Ele goza, e goza, e goza, e ele é totalmente homem não civilizado
magnífico... surpreendentemente lindo... meu.

Os olhos de Zach finalmente se abrem, e sua cabeça se vira para


olhar para mim com os olhos vidrados. Quando nossos olhares se
encontram, outro tremor rasga através de seu corpo e ele deixa escapar
um suspiro trêmulo.

A consciência parece filtrar de volta em seus olhos, e seu olhar


fica preocupado. — Oh, você está bem. Tudo bem? Eu machuquei você?

Eu balanço minha cabeça rapidamente, e minha voz é cheia de


emoção quando eu digo: — Não. Foi incrível. Você é incrível.

Zach estende a mão e tira delicadamente o vibrador de mim,


desligando e jogando ele no chão. Ele puxa lentamente o pau para fora
da minha bunda, e eu sinto uma onda de fluido quente derramar,
causando um pequeno tremor através de mim. Eu me sinto tão vazia
quando ele sai, mas ele substitui a minha necessidade caindo
imediatamente em cima de mim e envolvendo seus braços apertados em
volta do meu corpo. Revirando para o seu lado, ele me leva com ele e
murmura no meu cabelo, — Oh, Moira. Moira, Moira, Moira.

Ele me aperta apertado, quase me segurando de forma


desesperada. Minhas mãos chegam a acariciam seu cabelo, enquanto
ele empurra o rosto na curva do meu pescoço.

De repente, sinto algo molhado contra a minha pele, e Zach treme


em meus braços. Ele toma uma respiração profunda, deixando-o
tremulo.

— Eu não quero te deixar, — ele diz... quase desolado.

Meu coração se contrai... fecha... pulsa e quase morre de dor em


sua voz. Porque enquanto ele diz que não quer me deixar, isso não
significa que ele não vá.

Eu decido abrir meu coração, porque se eu não fizer isso, eu


poderei perder tudo o que se tornou mais caro para mim. Seguro seu
cabelo, puxando a sua cabeça longe do meu pescoço e vejo o brilho de
umidade ainda em seus olhos... com tanta saudade e dor.

Eu me inclino e coloco meus lábios sobre um olho, sentindo-o


vibrar fechado. Eu o beijo suavemente sobre a pele macia, sentindo os
cílios contra mim e provo o sal de suas lágrimas.

~ 279 ~
Recuo e espero até que eu posso ver aqueles belos olhos azuis e
eu digo a ele com um esmagador sentimento. — Eu amo você, Zach. Eu
não quero que você vá.

Ele suspira suavemente com um sorriso terno, e ele pressiona a


boca contra a minha. — Vamos deixar isso como está por um tempo. Eu
não quero que esse momento termine, porque tudo sempre parece ter
fim para mim.

Eu não posso negar seu pedido, então eu não digo mais para ele.
Deixei que meus sentimentos fossem conhecidos e agora ele tem meu
coração. Cabe a ele decidir o que fazer com ele.

~ 280 ~
Capítulo Vinte e Sete

ZACH

— Zach? — eu ouço a voz de Randall e olho por cima da revista


que eu estava lendo enquanto esperava por ele em sua sala de espera.
Ele não me deixa esperar muito tempo, e eu me levanto do sofá que
estava sentado.

— Hey... Sinto muito por aparecer sem avisar, mas você tem um
minuto para conversar?

Randall sorri para mim e me acena para frente. — Para você, eu


tenho todo o tempo do mundo. Venha... vamos para o meu escritório.

Eu sigo atrás de Randall, meu coração batendo com medo e


excitação. Quando eu acordei esta manhã, ainda embrulhado
docemente nos braços de Moira, a minha decisão foi tomada. Eu ia ficar
aqui... com ela... e começar uma nova vida. A vida que talvez eu devesse
ter tido. A vida recuperada.

Eu também sabia, no fundo do meu coração, que isso era o que


Paraila estava esperando de mim.

Mas eu precisava de ajuda... de Randall. Assim a primeira coisa a


fazer era engolir meu orgulho e pedir ajuda a ele.

Eu tinha deslizado para fora da cama com cuidado, deixando


Moira suavemente adormecida. Eu sei que a usei demais na noite
anterior, e depois de experimentar o orgasmo mais intenso, mais
eroticamente esmagador de toda a minha vida, eu estava destruído
também. Eu nunca tinha dormido tão profundamente ou mais pacífico
desde o dia em que nasci.

Quando eu acordei, eu sabia que não tinha nada a ver com o fato
de que eu reivindiquei a bunda de Moira como minha na noite passada.
Tinha tudo a ver com o fato de que ela me amava, e eu tinha a fodida
certeza de que eu morreria sem ela. Por isso, tomei um banho rápido,

~ 281 ~
me vesti e fiz uma ligação para Sam para pedir a ele para me levar ao
escritório de Randall no centro de Atlanta.

Randall me leva para seu escritório, fechando a porta atrás de


nós. Ele se senta em seu sofá de couro, deixando a formalidade de se
sentar atrás de sua mesa. Eu pego uma cadeira em frente, colocando
minhas mãos em meus joelhos... meu corpo apertado com a ansiedade.

— O que há de errado? — ele pergunta com preocupação em seus


olhos. — Você está prestes a explodir.

— Eu quero ficar aqui... nos Estados Unidos. Com Moira.

Entendimento junto com pura felicidade se infiltra nos olhos de


Randall, e seus dentes aparecem para mim. Ele bate as mãos uma vez e
diz: — Meu filho... isso é uma notícia fantástica. Tenho certeza de que
Moira está muito feliz. Eu sabia que havia algo de especial entre vocês
dois.

— Na verdade... Eu não disse a ela ainda. Eu preciso ter algumas


coisas primeiro, imagino.

Randall se inclina para frente, com o rosto sério. Apoiando os


cotovelos sobre os joelhos e apertando suas mãos juntas, ele pergunta
simplesmente, — O que posso fazer para ajudar?

— Eu preciso de um emprego... alguma forma de... — minhas


palavras vacilam. Como posso dizer isso sem soar como um homem das
cavernas? — Eu preciso de alguma maneira poder cuidar de Moira.
Não... isso não está certo, porque ela pode cuidar de si mesma. Eu
somente... eu preciso de alguma maneira poder contribuir. Ser útil. Eu
preciso de um emprego, e eu gostaria de trabalhar para você. Talvez em
uma de suas lojas... repondo mercadorias ou algo assim. Aqui. Ou fora.
— eu pedi a ajuda dele, e tudo o que posso fazer é esperar para ver o
que ele vai fazer por mim.

— Zach... você tem um lugar na Cannon. E eu colocarei você para


começar da base e trabalhar a sua maneira, então, você poderá
aprender todas as facetas deste negócio. Porque se você ficar aqui... e
trabalhar para mim, eu espero que você fique aqui e seja meu braço
direito um dia. Mas por agora... Eu não quero você aqui.

Eu pisco surpreso para ele, estava tão certo que ele iria me
colocar imediatamente na loja que era localizada no shopping há três
quilômetros de minha casa. — Mas... eu preciso de alguma coisa
agora... uma maneira de ganhar dinheiro.

~ 282 ~
— O que você precisa é da sua educação, — diz ele com um olhar
sério. — Proponho que me deixe te ajudar a conseguir isso. Você
precisaria conseguir o seu GED 10 em primeiro lugar, e, em seguida,
você precisa ir para a faculdade. Você é brilhante, e não há nenhuma
razão para que você não prospere em um ambiente acadêmico. Você vai
estar um pouco atrasado, mas eu vou arranjar um tutor para te ajudar.

— Escola? Faculdade? — eu pergunto, pasmo. Nunca tinha me


ocorrido.

— Sim, e uma vez que você complete a sua graduação, vou te


colocar para trabalhar aqui. Eu vou querer que você vá em frente e
obtenha o seu MBA, mas você poderá fazer isso e trabalhar meio
período.

Agradeço a forte confiança em suas palavras, mas não farei isso.


Eu não tenho tempo para isso. — Eu preciso ganhar a vida agora. Eu
preciso ser capaz de contribuir, — digo a Randall com sinceridade. —
Eu não posso aceitar a caridade.

Randall se recosta no sofá e toca um dedo contra seus lábios


enquanto ele me avalia. — Que tal isto... você pode trabalhar meio
período na Cannon enquanto você estuda. Não vai ser suficiente para
cobrir as despesas e os livros, mas se você me deixar pagar por isso, o
trabalho meio período pode te ajudar a contribuir com suas despesas
domésticas com Moira. Eu suponho que você vá ficar com ela?

— Esse era o meu plano. O que significa que eu terei que ir para a
escola em algum lugar perto da casa dela, se eu puder agrupar os dois.
Ou, pelo menos, a uma viagem curta.

— Confie em mim... Eu doei dinheiro suficiente para


Northwestern quando eu contratei Moira e eu garanto que você vai
conseguir uma vaga lá, tão logo suas notas forem boas.

Boas notas? Oh, merda. Posso realmente fazer isso? Posso


realmente me empenhar nisso, na verdade, ir para a faculdade?

Sim porra, eu posso, ruge dentro da minha cabeça, porque eu


faria qualquer coisa para fazer isso funcionar com Moira.

— Eu aceito, — digo a Randall com um sorriso de agradecimento.


— E eu vou pagar de volta cada centavo que você investir em mim.

10 GED é uma prova de proficiência para demonstrar que tem


habilidades/conhecimentos suficientes para estudar as matérias de uma instituição
acadêmica.

~ 283 ~
Randall ri e fica do sofá. — Não será necessário. Considero que
será investir no futuro da Cannon. Mas eu vou aceitar um aperto de
mão caloroso para selar o negócio.

Eu me levanto da cadeira e pego a mão estendida de Randall.


Num impulso, eu dou um passo a frente e envolvo meus braços ao
redor de seus ombros, puxando-o para um abraço rápido. — Obrigado,
Randall. Isto significa muito para mim.

Quando eu me afasto, seus olhos estão molhados de emoção, e ele


tosse. — Sim, bem... é um prazer. Sinceramente, e posso finalmente
dizer, Zach... bem vindo ao lar, meu menino.

Sam me deixa em casa, e eu praticamente salto, passando os


quatro curtos degraus que levam até a varanda. Abro a porta e entro,
chamando por Moira.

Vejo-a imediatamente sentada na mesa da cozinha, seu laptop


aberto e seu telefone celular deitado ao lado dela. Ela se vira para mim,
e seu rosto está mortalmente branco. De pé na cadeira, ela caminha
para mim, estendendo as mãos. Eu entrelaço as minhas com a dela e
pergunto com um sentimento doentio no meu estômago. — O que
aconteceu?

— Eu sinto muito, Zach, — diz ela, com os olhos cheios de


lágrimas. — Mas Padre Gaul ligou um pouco antes. Os Matica
invadiram Caraica há dois dias. Padre Gaul subiu o rio imediatamente
para uma cidade que tinha telefone via satélite para me ligar.

— Paraila? — eu pergunto, sentindo minha garganta como se


estivesse cheia de areia e meu coração a batendo para longe de mim.

— Ferido. Ele foi atingido por uma flecha, mas o Padre Gaul acha
que ele vai ficar bem. Ela entrou em seu ombro e a ferida parece bem.

— E os outros? — pergunto em um sussurro rouco.

Os olhos de Moira caem no chão, e ela não me responde


imediatamente.

— Moira, — eu grito com ela. — E os outros?

~ 284 ~
— Vários estão mortos... Eu não tenho certeza quem. Algumas
das crianças foram tiradas. A aldeia foi queimada até o chão.

Minha cabeça se inclina para trás, meu pescoço, aparentemente


incapaz de se manter. Minha boca se abre, e eu grito de dor, — Porra!

Os braços de Moira estão em torno de mim, me apertando... trago


seu corpo tão perto do meu quanto eu posso. — Eu sinto muito, Zach,
sinto muito mesmo.

Meus braços simplesmente caem ao seu lado, incapaz de aceitar o


seu conforto. Fúria brilha através de mim... raiva de Paraila por me
fazer sair, raiva de Randall por insistir que eu viesse, e amargura por
Moira me seduzir para eu ficar longe da minha casa e daqueles que
precisavam de mim.

Eu afasto Moira para longe de mim, e vou para o quarto.


Vasculhando o closet, eu pego minha mochila e a jogo na cama. Eu
encontro rapidamente minhas calças cargo e camisas que Moira tinha
comprado para eu usar na Amazônia, juntamente com algumas meias e
minhas botas. Enfio tudo no mesmo pacote e, em seguida, abro minha
gaveta de cima para pegar o meu passaporte.

Com o canto do meu olho, eu vejo Moira entrar no quarto. Minha


cabeça se vira para a dela, e eu rosno, — Eu preciso que você consiga
me mandar de voltar para Caraica. Me tire daqui tão rápido quanto você
possa, e eu irei caminhando o resto do caminho. Vou precisar de
algumas daquelas rações desidratadas, medicamentos e água. Qualquer
outra coisa que você puder pensar.

— Zach... não há pressa. O ataque já foi, e Paraila vai ficar bem.


Se você esperar, eu vou -

— Somente faça isso, caralho, — eu grito com ela, meus punhos


cerrados de raiva. — É o mínimo que você pode fazer por ter me tirado
de lá, em primeiro lugar.

O rosto de Moira fica pálido e lágrimas enchem seus olhos. Sinto


como se uma flecha perfurasse meu coração, me sinto péssimo pelo que
acabei de dizer.

Mas eu não vou levá-la comigo, porque a amargura está


bloqueando quaisquer outras palavras de mim.

Como eu poderia ter sido tão estúpido a ponto de tê-los deixado?


Que tipo de egoísmo deve estar vivendo dentro de mim... que me levou a
abandonar o povo que mais precisava de mim? Paraila poderia ter

~ 285 ~
morrido. Outros morreram, eu penso, enquanto sinto uma dor sufocante
por estes pensamentos.

Mais importante, como eu poderia ter me deixado ser sugado para


este mundo... recebendo seus prazeres e frivolidades? Fechei os olhos
para o meu povo tudo porque eu fiquei apaixonado por um pouco de
sexo.

Meu coração aperta quando eu tenho esses pensamentos vis


sobre Moira, sabendo no fundo que eles são injustos com ela. Mas a
culpa e vergonha está pressionando em mim com tanta força que eu
tenho que abandonar o meu amor e desejo por ela. Não há espaço... não
quando eu estou cheio de raiva, dor torturante, e agora uma
necessidade insaciável de vingança.

— Zach, — Moira implora suavemente. — Será que você poderia


esperar um minuto... vamos falar sobre isso primeiro?

Eu respiro fundo e solto o ar lentamente. — Não há nada para


falar. Vou voltar e se você não vai me ajudar a chegar lá, eu vou falar
com Randall. Ele vai fazer isso.

Moira acena com a cabeça em compreensão, se virando para a


porta do quarto. — Claro, eu vou fazer todos os arranjos. Eu vou com
você.

— Não, — eu digo com uma voz gelada. — Eu não quero que você
vá. Porque não há nenhum ponto.

Não há nada que ela possa fazer, e sua vida só vai estar em
perigo, porque sei que tão certo quanto eu estou aqui de pé, pronto para
arrancar os cabelos em frustração, a tribo já está planejando uma
retaliação.

O rosto de Moira desmorona diante de mim, e seus ombros caem.


Resignação enche o rosto dela, e ela pisca as lágrimas. — Ok, — ela diz
baixinho. — Eu vou preparar tudo para você. Você deveria ligar para
Randall e dizer adeus.

—Sim, isso é uma boa ideia.

Eu não posso acreditar que apenas algumas horas atrás eu


estava em seu escritório fazendo grandes planos para o meu futuro. E
agora eu iria ligar para ele para colocar esses planos de lado e seguir
em frente com a minha vida.

~ 286 ~
Eu me coloquei um pouco sob controle. Eu coloquei minha
cabeça no que aconteceu, bem como o fato de que seria um total de três
dias de viagem antes que eu possa chegar a Caraica, então eu decidi
parar de tentar me preocupar loucamente. Moira conseguiu para mim o
próximo voo para Georgetown, Guiana e, a partir daí, dois voos para me
levar diretamente para o rio Amazonas, no Brasil. De lá, eu teria que
encontrar uma canoa para fazer o meu caminho pela água para
Caraica, mas eu não estava preocupado com isso. Eu roubaria uma se
eu precisasse.

No geral, ela conseguiu diminuir, provavelmente, pelo menos, um


dia de viagem da minha jornada, me levando pela Guiana, o qual eu
fiquei extremamente grato. No entanto, eu ainda não encontrei voz para
agradecer a ela os esforços, porque eu tenho medo de falar com ela. Eu
tenho medo de todas as coisas que ela poderia me dizer e me fazer
mudar de ideia, e ao mesmo tempo a dor do que aconteceu com a
minha tribo ainda pulsa dentro de mim, agora estou cheio de dor
excruciante sobre o fato de que eu estou deixando Moira para trás.

Deixando para trás as minhas novas esperanças e sonhos que


tinham acabado de borbulhar com entusiasmo esta manhã.

Todos se foram... viraram cinzas em uma terrível mudança de


circunstâncias.

Moira insistiu em me levar ao aeroporto, e estabeleceu um


silêncio pesado entre nós. Suas mãos sobre ao volante estavam tão
apertadas que os nós dos dedos estavam brancos, e ela estava
mordendo o lábio inferior. Eu quero tanto me aproximar, acariciar seus
cabelos, tocar seu rosto... e dizer a ela que tudo vai ficar bem. Mas não
vai.

Não para nenhum de nós.

A saída do aeroporto está a frente, e ela dá sinal para virar. Meu


peito se contrai com a ansiedade e com a injustiça de tudo isso, mas eu
empurro isso de lado. Eu tenho que ser forte... para o meu povo. Para
Paraila.

E eu espero que Moira possa ser forte o suficiente para si mesma


quando eu deixá-la para trás.

~ 287 ~
Moira dirige pela rua até o terminal adequado, desviando do
tráfego até que ela encontra um lugar para estacionar ao lado da
entrada da United Airlines.

Nós dois saímos do carro e eu espero por ela para dar a volta ao
redor. Ela me dá os bilhetes que ela tinha impresso em casa e, em
seguida, coloca outro envelope na minha mão.

— Tem algum dinheiro aqui, — diz ela.

— Não vou precisar dele, — eu digo, quando eu tentar devolvê-lo


para ela. — Eu vou ter que trocar algo para conseguir uma canoa.

Ela balança a cabeça para mim, com os olhos assustados. — Não


para uma canoa. Quando você pousar perto do rio, encontre alguém
para comprar alguns rifles. Aproveite o tempo para aprender a usá-los
antes de sair.

Eu pisco de surpreso para ela. — Armas?

— Você está indo atrás dos Matica, não é? — ela pergunta


simplesmente.

— Você sabe que nós temos.

— Então eu quero que você tenha a mão algo superior. Use a


tecnologia moderna disponível.

Minha cabeça começa a nadar. — Você quer que eu compre


armas?

Lágrimas enchem os olhos de Moira, e ela acena com a cabeça. —


Eu quero que você fique seguro, Zach. Eu quero que você não morra. As
armas vão ajudar.

Meus dedos enrolam em torno do envelope e meus braços


deslizam ao redor dela, puxando-a para o meu corpo. Pela última vez,
eu me curvo, sinto o cheiro doce de seu cabelo, e sinto sua pulsação
contra mim. Deito meu rosto contra o topo de sua cabeça, aproveito o
momento para me deleitar com seu toque... seu amor.... sua tristeza.

Vou levar essa tristeza comigo para o túmulo, se isso acontecer


quando nós invadirmos Matica ou por anos a partir de agora, quando
eu provavelmente estiver morrendo de coração partido.

— Você não vai voltar, não é? — ela pergunta em voz baixa.

— Não, — eu digo a ela. — Eu não vou.

~ 288 ~
Moira se afasta e se inclina na ponta dos pés, colocando um beijo
suave nos meus lábios. — Então vá com o meu amor e sei que nunca
vou me arrepender nem por um momento do que nós compartilhamos
juntos. Você sempre vai morar em meu coração, Zacharias.

Agonia passa através de mim dou um passo longe de Moira. Ela


pisca aqueles olhos etéreos verdes, como o verdejante da Amazônia, e as
lágrimas de cristal derramam por suas bochechas. Meu estômago vai
em cólicas e meu peito aperta de dor.

Alcançando ela uma última vez, eu deslizo meus dedos ao longo


de sua bochecha. — Adeus, Moira.

Afastando-se de mim, ela se dirige para frente do carro. Ela nunca


olha para trás, e eu vejo quando ela entra e se afasta. Dirigindo para
longe de mim para sempre.

Respirando fundo, eu levanto a minha cara para o sol moderno e


sinto o seu calor pela última vez. Então eu viro e sigo para o aeroporto,
para que eu possa voltar para minha vida real.

~ 289 ~
Capítulo Vinte e Oito

MOIRA

Eu fecho meu laptop em frustração e empurro ele através de


minha mesa da cozinha, tentando chegar o mais longe possível de mim.
Não está me proporcionando as respostas que eu quero.

Em particular, eu mandei um e-mail a Padre Gaul, há duas


semanas, esperando desesperadamente que ele iria vê-lo. Tenho estado
fora de mim e preocupada com Zach, imaginando se ele conseguiu
voltar para Caraica.

Tenho certeza que ele o fez. Ele é o homem mais autoconfiante, eu


sei que ele é capaz. Ele na selva está em casa, por isso não há razão
para ele não conseguir voltar para lá.

Não, a minha preocupação é realmente com o que aconteceu


depois que ele saiu de lá. Será que os Caraicans já foram para a batalha
contra os Matica? Zach ainda está vivo?

Pelas duas últimas semanas, eu mal pude comer, de tão doente


pela apreensão. Estou dormindo talvez algumas horas por noite, mas
um sono agitado e virando na cama a noite toda.

E eu estou tão deprimida que eu mal consigo funcionar. Eu sinto


falta de Zach e é tão ruim. Acho que às vezes a melhor coisa que
poderia acontecer para mim seria se eu apenas encolhesse e morresse,
então essa miséria, pelo menos, acabaria.

Me empurrando para levantar da cadeira, eu vou até a geladeira.


Eu a abro e olhi com indiferença para dentro, observando a extrema
falta de conteúdo. Fechando-a com um suspiro, eu vou para a sala de
estar, com a intenção de me perder em um filme.

Uma batida soa na minha porta, e eu me assusto com a surpresa.


Ninguém nem sabe que eu estou de volta a Evanston. Parto do princípio
de que é alguém pedindo alguma coisa, então eu vou ignorá-lo. As

~ 290 ~
batidas continuam, mas eu vou para o sofá e pego o controle remoto da
TV.

Um zumbido no meu bolso me assusta e eu pego meu iPhone,


vendo uma mensagem de Lisa.

Abra sua maldita porta.

Que diabos?

Eu disparo do meu sofá e corro para a porta, me atirando para


abri-la. Lisa esta ali, segurando uma mala de viagem com um sorriso
diabólico no rosto. — Ei, irmãzinha.

Andando para trás, eu pisco de surpresa quando Lisa entra,


deixando sua mala no chão. Quando eu fecho a porta, eu lhe pergunto:
— O que você está fazendo aqui?

— Bem... veja, eu tenho essa irmãzinha que tem ignorado as


minhas chamadas, mensagens e e-mails por duas semanas, então eu
fiquei preocupada com ela.

— Como você sabia que eu estava aqui? — eu pergunto,


espantada com ela de pé na minha sala de estar.

— Porque eu liguei para Randall e ele me contou o que aconteceu.


Como você pôde, Moira? Como você pode passar por tudo isso e nem
sequer me dizer? Nem mesmo me deixou te ajudar?

Sua voz está cheia de ressentimento, mas também com uma


enorme dose de simpatia. Meu lábio inferior treme. Então, ela está
abrindo os braços para mim, e eu estou me afundando neles.

Eu começo a soluçar alto em seu ombro enquanto ela acaricia


minhas costas e diz palavras de conforto para mim.

— Deixe sair, querida, — ela persuade. — Ponha tudo para fora.

E eu faço... pela primeira vez desde Zach me deixou, eu derramei


cada pedaço de minha mágoa e solidão por ele na forma de lágrimas e
um pouco de catarro.

Quando eu estava finalmente capaz de conseguir me controlar, eu


respirei fundo e me afastei dela.

Ela me olha de forma crítica. — Deus, você está uma bagunça.

~ 291 ~
Olho para ela um momento, e então nós duas caímos na
gargalhada. Eu cubro minha boca com a mão, quando o riso para, e
Lisa me olha com olhos suaves.

— Aqui está o que nós vamos fazer. Você está indo tomar um
banho, porque maldita garota... você fede. Então nós vamos sair para
um jantar agradável, e você vai me contar tudo. Ok?

Concordo com a cabeça para ela, mesmo quando algumas


lágrimas perdidas vazam dos meus olhos. — Estou tão feliz que você
esteja aqui.

— Eu sempre estarei aqui para você, — ela me diz e me enxota em


direção ao banheiro.

— O não saber o que aconteceu com Zach está me matando, —


digo Lisa quando eu pego o frango primavera no prato na minha frente.
A comida não está sendo de muito interesse, mas eu tinha conseguido
entornar dois copos de vinho antes de nossos pratos chegarem, e eu
fiquei agradavelmente tonta.

— É claro que é preocupante, — ela simpatiza. — Mas você


também está lutando contra um coração partido por ele ter ido. Você
tem um monte no seu prato, baby.

Balançando a cabeça, eu pego um pedaço de frango com meu


garfo e tento colocá-lo em minha boca. Oh, maldito... isso é bom. Depois
que eu mastigo e engulo, eu corto outro pedaço de frango, acenando
com o garfo no ar para ela. — Ele só me deixou tão der repente... e ele
não quis falar comigo ou melhor, ele não queria dizer que não voltaria.

A miséria me oprime e eu deixo o garfo cair da minha mão,


quando ele faz um barulho alto no meu prato.

— Quanto tempo você acha que vai se afundar nesta miséria,


porque francamente... é um pouco irritante?

— Como? — eu me afasto, e raiva sobe dentro de mim.

— Oh, vamos lá, Moira. Você não é de sentar e se afundar na


pena. Seu homem deixou você... sim, é uma porcaria. Ele pode estar em
perigo, e é preocupante. Eu entendo. Mas a minha irmãzinha é um

~ 292 ~
dínamo. Ela nunca se sentaria e apenas esperaria pela chegada de
notícias ruins.

— O que diabos você acha que eu devo fazer? — pergunto


amargamente. — Não é como se eu pudesse ligar para o celular dele.

— Bem, não Sherlock. Então levante a bunda e vá descobrir o que


aconteceu.

— Vá descobrir o que aconteceu? — pergunto estupidamente.

— Ouça... se ele está morto, você precisa saber. Se ele não estiver,
você precisa saber. Então, vá descobrir.

— Você quer dizer ir para Caraica?

— Por que não? Você é uma antropóloga maluca. Você foi para a
Amazônia antes e você sabe como para chegar lá. Você tem os recursos
à sua disposição, dinheiro para fazer isso, porque eu sei que Randall vai
pagar a viagem, e você não tem nada, só o tempo em suas mãos. A
menos que você vá seguir em frente e voltar a ensinar no outono?

Balançando a cabeça, eu pego o meu copo de vinho e encho,


sabendo que eu vou precisar de mais fortificação. — Não, a
universidade já providenciou um substituto temporário para minhas
aulas. Eu vou estar de volta no inverno.

— Então, não há nada prendendo você, — ela afirma.

— A não ser o fato de que Zach me deixou. Ele não queria que eu
fosse com ele, eu até mesmo me ofereci. Ele nem sequer disse que
sentia muito... ou que ele sentiria minha falta... ou que desejava que as
coisas fossem diferentes. Ele quase não disse uma palavra para mim, —
resmunguei, apontando agora a minha raiva por Zach.

— Vamos, Moira. Pense sobre o que o cara estava passando. Ele


tinha acabado de descobrir que sua casa tinha sido atacada e seus
amigos haviam morrido. Você sabe que ele estava lutando com o desejo
de voltar para casa de qualquer maneira. Você sabe, lá no fundo, que
era impossível para ele mesmo se concentrar em qualquer coisa, exceto
sua necessidade de voltar para o seu povo. Portanto, dê a ele um tempo.

Suas palavras são duras, mas elas batem com a verdade. Eu


estive tão imersa em meus próprios sentimentos torturados que eu
tinha dado pouco crédito ao que Zach estava atravessando quando
recebeu a terrível notícia. Tudo o que eu conseguia pensar era abraçá-lo
forte, que me faria bem.

~ 293 ~
— Eu não sei, — eu digo, porque mesmo que eu esteja apavorada
em descobrir que Zach pode estar morto, eu estou também estou
provavelmente apavorada por encontrá-lo vivo e infeliz por me ver. Ele
tomou uma decisão firme de que estava voltando de forma permanente,
as suas últimas palavras para mim de ele não iria voltar me queimam
como um ácido fazendo um buraco no meu coração. — Talvez eu só
precise deixá-lo ir.

Lisa bufa, e meus olhos sobem para os dela. Pergunto com raiva,
— O quê? O que há com a agressividade passiva?

— Eu não estou sendo agressiva passiva. Eu só estou sendo


agressiva com esse som. Tudo o que está incomodando você agora tem
a ver com o fato de que você não tem ideia do que está acontecendo. O
medo do desconhecido é um dos piores sentimentos do mundo. Você
não tem ideia se Zach está seguro. Você não tem ideia se ele regressou
seus sentimentos. Você não tem ideia se você teria funcionado a longo
prazo. Você precisa dessas respostas ou você nunca vai ter paz.

Agora é a minha vez de bufar. — Eu sei a resposta de uma coisa...


nós nunca vamos dar certo a longo prazo. Ele só se comprometeu a
ficar um ano aqui, por isso, em alguns aspectos, talvez seja mais fácil.
Imagine o quanto teria sido mais difícil quando ele me deixasse depois
de um ano... depois que meus sentimentos tivessem chegado ao fundo.

Lisa pisca para mim, e sua boca pende ligeiramente aberta. —


Você não sabe, não é?

— Saber o que? — eu zombo, o vinho traz a sensação de calor em


minhas veias. — Que Zach provavelmente só estava me usando para o
sexo, mas até mesmo a possibilidade de retornar para uma guerra
sangrenta era melhor do que ficar aqui para me foder?

— Oh, Deus, — diz Lisa com um rolar de olhos. — Chega de


drama. Não... você não sabe que Zach tinha decidido ficar aqui
permanentemente, não é?

— O quê? — eu praticamente guincho quando eu me inclino


sobre a mesa. — Por que você diz isso?

Lisa se inclina para trás em sua cadeira e cuidadosamente corre o


dedo sobre a borda de sua própria taça de vinho.

Ela sorri para mim com malícia. — Oh, isso é delicioso. Sério você
não tem nenhuma ideia que Zach aparentemente, tinha sentimentos
profundos por você mais do que você mesmo creditaria a ele?

~ 294 ~
Minha sobrancelha arqueia para ela. — Como se as evidências
são o fato de que ele me deixou? — aponto sarcasticamente.

— Assim como evidenciado pelo fato de que ele havia se


encontrado com Randall e lhe disse que ele decidiu ficar... aqui com
você. Ele pediu a Randall ajuda... um trabalho para que ele pudesse
ajudar a contribuir em casa.

— Me diga que você está brincando comigo, — eu exijo com um


sentimento doentio no meu estômago. — Me diga isso é uma piada,
porque eu realmente não preciso ouvir isso agora, que ele tinha
sentimentos por mim. Eu estava melhor estando chateada com ele por
ir embora.

— Desculpe, irmã. Ele e Randall tinham um plano para obter o


GED dele e, em seguida, entrar na faculdade. Zach insistiu no entanto,
que ele de alguma maneira teria de ganhar algum dinheiro, de modo
que Randall estava indo para contratá-lo nas lojas Cannon, iniciando
ele pela base da empresa até que ele conseguisse subir sozinho.

Minha boca cai boquiaberta. — Como você sabe de tudo isso?

— Porque eu me preocupei em falar com Randall. Você saberia


isso também, se você tivesse respondido aos seus apelos e e-mails. Ele
está muito preocupado com você.

Minha cabeça está pendurada de vergonha. É verdade... Eu estive


ignorando todos. Após largar Zach no aeroporto, voltei para casa,
arrumei minhas coisas e sai. Eu tinha enviado a Randall um breve e-
mail dizendo que eu estava voltando para Evanston e que a chave da
casa de Zach estava sob o tapete. Ele respondeu de volta imediatamente
que precisava falar comigo, mas eu deletei. Ele me enviou vários e-
mails, que eu apaguei sem ler. Eu não precisava de sua simpatia, e eu
estava melhor lidando com isso sozinha. Eu também ignorei todas as
suas ligações e apaguei os correios de voz do meu telefone sem ouvi-los.

— Zach realmente disse a Randall que queria ficar aqui


permanentemente? — eu pergunto, ainda não acreditando... recusando
a esperança de que ele tinha sentimentos mais profundos por mim do
que eu suspeitava.

— Aparentemente, na manhã que ele a deixou. Ele tinha ido ao


escritório de Randall.

Me lembro de acordar naquela manhã e o lado de Zach no colchão


estava frio. Eu me sentei na cama, um pouco cautelosa porque minhas

~ 295 ~
articulações do quadril estavam um pouco doloridas da forma como
Zach tinha segurado as pernas para cima, e minha bunda ardendo um
pouco.

Mas, oh Deus. Essa foi a experiência sexual mais incrível que eu


já tive. Eu esperava que Zach tivesse encontrado tanto prazer nisso
quanto eu tive, porque eu queria muito fazer isso de novo. Ele foi tão
natural e cru comigo, mas, ao mesmo tempo, tão carinhoso e atencioso.
Quando ele me perguntou se eu confiava nele, e eu respondi que sim, o
sorriso dele me disse que tinha que eu significava mais para ele do que
qualquer coisa até aquele ponto.

Eu não tinha ideia de onde Zach foi. Eu achei que ele saiu para
caminhar... talvez ir até a padaria que tanto amava para nos pegar
algum café da manhã. Eu fiz a minha xícara de café, me sentei para ler
o meu e-mail, e então tudo começou a ficar fora de controle quando
Padre Gaul me ligou.

Eu sabia que estava perdido para mim quando ele me contou o


que aconteceu com Paraila e a tribo. Eu sabia que nunca poderia
competir com o tipo de amor e lealdade que Zach tinha por seu povo.

Então, senti mais que uma espécie de ardor por saber que Zach
tinha feito a escolha de ficar aqui comigo. Por um breve e brilhante
momento, ele se abriu e me colocou em primeiro lugar, e eu não tinha
ideia. Ele não se preocupou em me acordar e me dizer. Ele saiu por
conta própria, fez seus planos, e depois manteve eles longe de mim. Ele
nem sequer fez a cortesia de me dizer antes de sair porque talvez...
apenas talvez, teria me dado alguma esperança para o futuro.

Eu posso apenas imaginar pela maneira como ele se retirou


totalmente de mim e me disse que não iria voltar, que ele tinha mais
uma vez mudado de ideia e determinou que eu não era mais importante
do que o que esperava por ele em Caraica.

Suspirando profundamente, eu empurro meu prato para longe de


mim. — Estou um pouco cansada, — digo a Lisa com uma voz suave. —
Se importa se formos em frente e irmos embora?

— Moira... não se afaste. Vamos continuar a falar sobre isso. Eu


sei que você está sofrendo.

Dou a ela um sorriso triste. — Estou sofrendo e eu te amo por sua


preocupação, mas eu acho que a melhor coisa a fazer é deixar isso pra
lá. Zach fez a sua escolha, e eu tenho que aceitá-la. Alguns desejos não
estão destinados a ser realidade.

~ 296 ~
— Eu não acredito nisso. Acho que ainda há muito deixado sobre
a mesa aqui entre vocês dois, — diz ela com firmeza.

— Não, realmente não tem. Na verdade... se eu fosse honesta


comigo mesma, Zach fez a escolha certa. Era direito dele voltar. Ele
nunca teria sido capaz de viver consigo, mesmo se ele não voltasse.

— Então, você não vai vê-lo? Não vai mesmo pensar nessa ideia?

Balançando a cabeça, eu me levanto da mesa. — Não. Não há


nada para mim em Caraica. Agora, eu estou indo para o carro, se você
não se importa de pedir a conta. Eu preciso de um pouco de ar fresco e
um tempo sozinha agora.

Me viro e a ouço minha irmã murmurar, ‘tola’, quando eu saio do


restaurante.

~ 297 ~
Capítulo Vinte e Nove

ZACH

O suor escorre em filetes pelo meu rosto, escorrendo pelo meu


pescoço e no peito. É quente como Hades aqui, e eu sei que
provavelmente estaria mais fresco se eu tirasse minhas roupas. Mas,
como o amor-perfeito me tornei, o idiota durante minha estadia nos
Estados Unidos, eu estou gostando muito mais da proteção fornecida
pelas calças cargo longas, botas e camisa de algodão contra o sol,
insetos e folhas de palmeiras afiadas.

Me levantando, eu coloco a folha de palma tecida contra os


suportes de bambu inclinadas, assegurando em outro pedaço do
telhado sobre a nova maloca do Paraila que eu estou construindo.
Olhando para baixo, eu vejo Paraila deitado em sua rede, olhando para
mim enquanto eu trabalho. Ele tem um pequeno curativo de gaze sobre
o ferimento de flecha no ombro, uma perna magra está estendida diante
dele e a outra apoiada no chão para que ele possa balançar para trás e
para frente.

— Seu trabalho está bom... você não perdeu nenhuma das suas
habilidades enquanto estava fora, — ele comenta.

Falo de volta em português fluente e dou a ele um sorriso tenso.


— Eu não fui embora por muito tempo.

— Não tanto quanto eu esperava, — murmura Paraila, eu faço


ouvidos de surdos para ele. Ele ficou chocado quando me viu andando
pela a clareira queimada de Caraica, largando minha mochila e três
rifles na poeira aos meus pés. Eu comprei as armas com uma parte do
dinheiro que Moira tinha me dado, com a intenção de usar as armas
quando formos atrás dos Matica. Caminhei até Paraila enquanto ele
estava deitado no chão. Ele não estava feliz por eu estar de volta
também, e isso atingiu um nervo afetivo.

~ 298 ~
— C'ordero, o que você está fazendo aqui? — Paraila tinha
perguntado quando ele agarrou minha mão estendida quando eu caí de
joelhos ao lado dele.

— Eu voltei, — foi tudo o que eu disse a ele e retirei suavemente


para trás o curativo no ombro dele para olhar para a ferida. Ela foi limpa
e eu não senti cheiro de qualquer infecção, então eu cobri de volta e olhei
para seus olhos. — Como você está?

— Já estive melhor, — ele murmurou, — e S'amair'a não tem sido


muito gentil quando ela cuida de mim. Mas eu estou vivo.

— Eu nunca deveria ter saído, — eu disse a ele, infeliz. — Isso


nunca teria acontecido. Eu sinto muito.

Paraila me chocou pra caralho quando ele enfiou um dedo espigado


no centro do minha peito e disse: — Garoto bobo... orgulhoso. Isso teria
acontecido se você estivesse aqui ou não. A única coisa que me deu paz
foi saber que você estava muito longe daqui.

— Então, você queria me esconder como uma mulher? — eu rosnei


para ele, completamente surpreso com sua raiva em relação a minha
volta. Eu esperava ser recebido de braços abertos pelo meu pai adotivo, e
lá estava ele, me castigando por voltar para casa.

Os olhos de Paraila se aqueceram um pouco, e ele me deu um


tapinha no meu braço. — Ninguém jamais confundiu você com uma
mulher, Zacharias. Você provou ser mais uma vez o que você é, um forte
membro desta tribo. Mas eu queria mais para você... mais do que este
tipo de vida. Eu era um homem feliz sabendo que você estava indo.

Um pouco da minha raiva derreteu com suas palavras, porque,


como qualquer pai deve ser, ele queria o que ele achava ser o melhor para
mim.

Eu tive um milhão de mudanças diferentes no coração desde que


Moira me deixou no aeroporto. Pelo menos por cinco vezes antes de
entrar no avião, eu quase chamei ela e disse para voltar para mim, mas,
ultimamente, a minha consciência exigiu meu retorno a Caraica,
mesmo que meu coração exigisse voltar para Moira. Foi uma batalha
sangrenta, e meu coração perdeu.

A vila tinha sido dizimada. Cada maloca queimada até o chão.


Alguns dos homens tinham sido feridos por proteger a vila e quatro
foram mortos, dois dos quais eram pessoas idosas. Cinco crianças...

~ 299 ~
três meninos e duas meninas... os mais velho tinha sido arrastado para
dentro da floresta, e suas mães ficaram desesperadas.

Eu aparentemente cheguei a tempo, quando a aldeia estava sendo


arrumada com os itens aproveitáveis que tinham sobrado e estavam se
preparando para se mudar para vários quilômetros abaixo do rio Jutaí.

Fiquei chocado com isso, é claro, porque eu senti que eles


estariam se preparando para um ataque de vingança e eu estava
preparado para lutar. Mas Paraila me aconselhou que os Eldersque
permanecessem e alguns dos homens mais jovens queriam discutir
uma resolução pacífica com os Matica. Eles eram maiores e mais fortes
do que nós e eles estavam com medo da guerra continuar, o que
ultimamente significaria a nossa extinção. Padre Gaul, que eu notei que
estava ocupado ajudando a colher alguns dos cultivos e sementes para
o transporte, foi aparentemente o epicentro dessa ideia para abrir
algum tipo de acordo com a Matica, uma vez que ele havia estabelecido
boas relações com eles.

A ideia me horrorizou, e eu queimei com uma necessidade


insaciável de cometer violência sobre aqueles que se atreveram a
machucar meu povo.

No final, no entanto, eu não tinha escolha a não ser ir junto com


a tribo quando nós fizemos nossa viagem rio abaixo. Depois de aportar,
andamos como uma tribo pela selva, fazendo o nosso caminho para a
nossa nova casa. Durante três dias, ficamos afastados em uma espécie
de vegetação densa e fizemos uma nova clareira. Nós queimamos as
raízes das plantas e árvores que tinham sido destruídas para fazer uma
nova casa, armazenamos o bambu e as palmeiras para as nossas novas
malocas.

Comida seria escassa por algum tempo, pelo menos até podermos
colher uma nova safra de hortaliças, mas na minha vida, nossa tribo já
havia se mudado por muitas vezes e isto era apenas algo que tínhamos
que perseverar.

Minha primeira ordem de trabalho era de construir a nova casa


da Paraila, então ele teria abrigo. Dois dos meus companheiros de tribo
me ajudaram com a estrutura, mas, em seguida, precisavam trabalhar
em suas próprias malocas enquanto eu colocava o telhado de palmeira
no lugar.

— Você ainda está com raiva por decidimos não invadir os


Matica? — Paraila pergunta com humor em sua voz.

~ 300 ~
— Essa decisão foi tomada por um motivo, — eu acredito. —
Padre Gaul pode retornar e nos dizer que os Matica não estão
interessados. Em seguida, haverá guerra.

Paraila sorria para mim. — Você é teimoso. Mas este homem


velho quer a paz. Ele quer as nossas crianças de volta, e, então, ele quer
viver uma vida livre dessas preocupações.

Meu sangue gela de vergonha por suas palavras. Porque Paraila


quer algo que ele deve ter. É apenas a minha necessidade fervorosa de
vingança que está me alimentando, me fazendo argumentar contra ele a
cada passo do caminho. A paz é uma ideia estranha. Claro, eu tinha
visto isso no mundo moderno, mas eu tinha visto o suficiente para
saber que não era verdadeiramente alcançável em qualquer sociedade.
As pessoas ainda lutam e matam um ao outro, disputas sobre terras,
direitos e dinheiro. Nossa sociedade não foi diferente, então eu não
queria desistir da minha necessidade de acertar as coisas.

— Eu vejo Tukaba olhando para você, — diz Paraila com a voz


maliciosa.

Meu olhar vai para as mulheres sentadas em torno de um


incêndio comum, assando um pouco de farinha de mandioca para a
refeição do meio-dia. Seus olhos estão realmente focados em mim, mas
na hora que eu olho para ela, eles caem em total subserviência.

— Não estou interessado, — digo a Paraila quando eu levanto um


outro painel de palmeira para o telhado e começo a amarrá-lo para o
suporte. — Eu tenho trabalho a fazer.

Paraila sorri, e então ele começa a rir em voz alta. — O que é tão
engraçado? — eu pergunto.

— Você é engraçado, — diz ele, enquanto ainda esta rindo. — O


Zacharias que eu conheço não se importaria se houvesse um trabalho a
ser feito. Ele teria posto Tukaba de joelhos no chão.

— Chega, velho, — eu rujo. — Quando você começou a ser tão


horrível?

Paraila continua a rir quando ele balança preguiçosamente em


sua rede. — Oh, Zacharias, — diz ele se divertindo. — Você não
pertence aqui.

Abaixo minha cabeça para fixar meus olhos nos dele. — Por que
você diz isso?

~ 301 ~
— Porque o seu coração está em outro lugar, e— le diz
simplesmente.

Eu zombo dele e coloco outro painel no lugar. Limpando minha


testa suada na manga da minha camisa, eu passo para longe da maloca
e caminho para uma cabaça cheia de água, tomando um gole. Olhando
de volta para Paraila, cujos olhos brilham para mim, eu digo: — Meu
coração está aqui, onde ele pertence, Pai. Pare de tentar ver algo que
não está lá.

Me afastando de Paraila, eu pego o meu facão e caminho para


dentro da floresta para cortar um pouco mais de palmeira. Eu preciso
escapar de seus olhos e da sabedoria de suas palavras sábias. Eu posso
querer negar o que ele vê em mim, mas a verdade é que o meu coração
está longe, onde está Moira. Eu só voltei para Caraica um dia antes de
perceber que tinha cometido o maior erro da minha vida.

Não em voltar a Caraica... porque isso era algo que eu tinha que
fazer. Eu tive que voltar e me certifique que Paraila estava bem, e eu
tinha que ajudar a minha tribo a vingar as nossas perdas e roubos.
Não, meu erro foi não ter contado a Moira como eu me sentia. Meu erro
foi em dizer a ela que eu não ia voltar. Meu erro foi em cortar todos os
laços com a única pessoa neste mundo que eu me importei. Eu fodi um
grande momento e eu já estava preso em uma situação que eu não
sabia como consertar. Eu nem tenho certeza de que é corrigível porque
penso quão facilmente Moira aceitou eu dizendo a ela que tudo tinha
acabado. Ela virou as costas para mim e, apesar das lágrimas de
tristeza correndo pelo rosto, vi também que sua coluna se endureceu
com determinação quando ela se afastou. Ela não olhou para traz
nenhuma vez.

Foi o fim. Com certeza. Eu precisava deixá-la ir e descobrir uma


maneira de endurecer meu coração. Esta é a minha vida agora, e eu
precisava vivê-la da melhor maneira possível, sem tê-la ao meu lado.

Padre Gaul havia voltado para a nossa aldeia, três dias depois e,
surpreendendo a todos nós, ele tinha as cinco crianças com ele. Elas
correram para suas mães, lágrimas de alegria saiam dos olhos de todos,
inclusive dos meus. Além das crianças, ele trouxe oferta de paz dos
Matica que incluíram sementes, farinha e itens como cobertores e lonas

~ 302 ~
plásticas. Os Matica tinham estabelecido relações comerciais com
outras tribos, bem como com os comerciantes do rio. Eles eram mais
avançados do que nós quando eles começaram a usar esses itens para
tornar suas vidas mais fáceis.

Todo mundo ficou surpreso com a facilidade com que os Matica


tinham aberto à possibilidade de paz. Embora isso não veio sem um
preço. Em troca, nós tivemos que aceitar não atacá-los mais, bem como
se abrir para a ideia de contratos de casamento com sua tribo. Isto era
para ajudar a cimentar uma relação permanente e para ajudar a
construir com os seus números. Enquanto eles estavam buscando a paz
conosco, eles ainda guerreavam com outras tribos e, além disso, nós
éramos esperados para se aliar a eles.

Eu fui amargo sobre os termos, ainda sedento pela necessidade


de vingança, mas as pessoas mais idosas e os outros membros da tribo
concordaram que era o melhor a ser feito.

A festa está em andamento, e a lua está baixando sobre nossa


nova aldeia. A maioria das malocas estão completas, e estamos bem
estabelecidos. Eu ainda estou vestindo as roupas que eu trouxe comigo,
e eu não consigo descobrir por que eu não as tirei ainda. Muitos dos
meus companheiros de tribo brincaram comigo sobre isso, mas todos
bem humorados.

Eu acho que talvez porque elas me fazem sentir mais perto de


Moira, sabendo que ela comprou para mim, e sabendo que a roupa é
parte da cultura que eu tive e que por um momento pensei que eu iria
me tornar um membro permanente. Bem como eu tentei agarrar meus
antigos costumes quando cheguei nos Estados Unidos, aqui estou eu,
me agarrando a alguns dos novos costumes que eu aprendi
recentemente.

Vejo movimentos do canto dos meus olhos que me chamam a


atenção, e Tukaba caminha até mim, os olhos baixos para o chão. Ela
segura uma folha de bananeira recheada com carnes e frutas.

Eu pego dela e digo: — Obrigado.

Ela começa a se afastar, mas depois se vira. Com os olhos ainda


baixos e pergunta: — Existe alguma outra coisa que você precise?

— Não, obrigado, — eu digo a ela com um sorriso suave. — Isto é


o suficiente. Você deve pegar algo para comer.

~ 303 ~
Caindo de joelhos na minha frente, ela me olha diretamente nos
olhos, o que é algo novo, e diz: — Você não me tocou desde que você
voltou. Estou disponível para suas necessidades.

Para minha surpresa, Tukaba gira o corpo deixando sua bunda


de frente para mim e começa a abaixar seu rosto para o chão.

Seu corpo ainda é bonito para mim, caramelo de cor escura com
cabelo brilhante, preto, que agora cai para frente em torno de seu rosto.
Sua vagina está nua para mim, e eu mesmo a vejo brilhando ao luar
através dos pelos pubianos que a cobre. Meu pau nem sequer mexe um
centímetro. Porque Moira o possui.

— Eu sinto muito, Tukaba, — eu digo a ela. — Por favor, se


levante.

Ela imediatamente embaralha em seus pés e se vira para mim. —


Eu não entendo. Você sempre me queria antes.

— Eu sei, — eu digo a ela suavemente. — Mas eu mudei desde


que eu fui embora. Há uma outra que eu quero.

Eu acho que na maioria das circunstâncias, alguns podem


considerar essas palavras como cruéis, mas a nossa sociedade não é
assim. Tukaba não tinha noção de nada mais do que ser um navio para
a minha libertação, como nossas normas não previam namoro e
sedução. As mulheres estavam lá para serem tomadas. Esse era o seu
trabalho. Se um homem queria trazer uma mulher para casamento, ele
a levava para lá. Se não, ela estava feliz com a satisfação dos outros
membros da tribo. Era realmente muito simples.

Portanto, muito mais simples do que eu deixei para trás com


Moira. Isso era absolutamente complexo, confuso e avassalador. E eu
sentia falta desses sentimentos terrivelmente.

Tukaba me dá um entendimento, se não aceitando, ainda


sorrindo e depois se afasta de mim. A observo por um momento, e
depois olho para a comida em minhas mãos. Pegando um pedaço de
porco selvagem assado, eu a coloco na minha boca e mastigo
pensativamente. Eu olho ao redor da aldeia e vejo que todo mundo está
feliz. Feliz por ter os seus filhos e filhas de volta, e feliz por eles não
terem que perder mais vidas para os Matica. Eles estão realizados, e eu
percebo com súbita clareza, que eu também.

Realizado, tanto quanto possível, porque ainda há um buraco no


meu coração que, infelizmente, só pode ser preenchido por uma mulher.

~ 304 ~
— Vejo que você rejeitou os avanços de Tukaba de novo, — diz
Paraila enquanto ele se senta no chão ao meu lado.

Eu ignoro seu comentário e aceno em direção ao seu ombro. —


Como é que você se sente?

— Dói, mas nada que eu não possa lidar. Esse velho tem um
monte de anos deixados nele.

Ficamos em silêncio enquanto nós sentamos e ouvimos as


mulheres cantarem. Levo a folha de bananeira cheia de comida para
ele, e Paraila tira um pouco da fruta e mastiga.

— Quando você vai voltar? — ele me pergunta, prudência e


confiança em suas palavras.

Me viro para ele com surpresa, e ele só olha para mim com
conhecimento de causa. Ele me dá um sorriso cheio com felicidade e
compreensão.

— O mais cedo possível, — eu digo, nem mesmo eu sabia que eu


tinha tomado a decisão de voltar para Moira, até que ele perguntou.
Parece que Paraila está sempre um passo à minha frente.

— Então, — ele cutuca, — me fale sobre ela.

— O que faz você pensar que é uma mulher? — pergunto


maliciosamente.

Paraila bufa e diz: — Porque eu conheço você, meu filho. Eu


conheço você.

Partilhamos a minha comida ao fogo, e eu conto a Paraila tudo


sobre Moira. Digo a ele todas as razões porque eu tenho que seguir meu
coração, e eu digo a ele o quanto eu vou sentir falta dele e da minha
família aqui. Conversamos até tarde da noite porque é a nossa última
vez juntos.

Eu estarei indo embora pela manha... de volta à civilização.


Voltando para Moira.

~ 305 ~
Capítulo Trinta

MOIRA

Estou tão exausta que eu duvido que vou conseguir chegar até
meu quarto e entrar em colapso na minha cama. Sim... meu sofá seria
perfeito se eu pudesse chegar em poucos passos lá. Se não, o chão
estaria bom. Eu não quero fazer nada além de afundar no sono e não
voltar por talvez... digamos, quatro ou cinco anos.

O taxi acabou de me deixar em casa. Eu puxo minha mochila e


abro a minha caixa de correio para ver se há alguma coisa lá dentro.
Kelly tinha concordado em verificá-lo todos os dias, e ela deve ter vindo
hoje, porque ela está vazia.

Minha viagem para Caraica foi um completo desperdício de


tempo. Uma vez que eu finalmente me levantei sobre a minha tristeza e
dor, eu percebi que Lisa estava certa. O desconhecido estava me
matando, e eu tive que fazer a viagem para me certificar que Zach
estava seguro.

Só que eu não pude encontrá-lo. O guia que eu tinha contratado


após meu voo disse que ele sabia exatamente onde a aldeia Caraica era.
Fizemos isso em um dia e meio remando duro no rio e caminhamos,
apenas um total de quatro dias e meio depois de ter deixado os Estados
Unidos.

Quando chegamos a clareira, fiquei chocada ao vê-la abandonada.


Meu coração estava batendo contra minhas costelas enquanto eu
olhava para os restos carbonizados das malocas e as culturas cheias de
ervas daninhas.

Eu não tinha ideia para onde foram... a tribo ou mesmo se eles


existiam. Medo permeou cada célula do meu corpo enquanto eu
considerava o pior cenário possível. Que eles todos tinham sido
abatidos em um ataque de vingança.

~ 306 ~
Mas isso não faz sentido também. Apenas os homens teriam
invadido, deixando as mulheres e alguns homens para trás para
proteção. Então, onde eles estavam?

Meu guia concordou em passar a noite na aldeia abandonada,


enquanto eu tentava descobrir o meu próximo passo. Infelizmente, eu
não tinha opções. Eu claramente não poderia ir bisbilhotando a
Amazônia, tentando encontrar Zach. Ela tinha de 2,7 milhões de
quilômetros quadrados de tamanho, e eu levaria dez anos para
vasculhá-la em busca dele.

Na manhã seguinte, eu decidi que a melhor coisa a fazer era


pegar o caminho de volta para a pequena cidade do rio onde meu voo
tinha aterrissado e ver se eu poderia encontrar qualquer informação.

Após um dia e meio de viagem de volta, eu fiquei mais dois dias


no rio conversando com vários índios que vieram para o centro para o
comércio de mercadorias. A única coisa que eu fui capaz de saber foi
que havia um rumor que os Matica e os Caraicans haviam chegado a
um acordo de paz, e eles não estavam em guerra. Ninguém parecia
saber para onde os Caraicans tinha ido.

Sem outras opções disponíveis, peguei um voo para São Paulo e


voltei para casa para os Estados Unidos. Amargura foi um escuro
tormento em cima de mim, porque eu não tinha encontrado nada de
novo que iria aliviar meu coração. Zach estava realmente perdido para
mim para sempre, e não havia mais nada que eu pudesse fazer agora,
exceto tentar descobrir como pegar as peças e me curar dessa dor.

Quando cheguei a São Paulo, eu imediatamente liguei para


Randall para atualizá-lo sobre o meu fracasso. Como Lisa disse, ele
alegremente financiou minha expedição, tão ansioso quanto eu estava
de ouvir notícias de Zach. Como eu, ele não tinha expectativas de que
Zach gostaria de voltar, mas ele estava muito preocupado com o seu
bem-estar e estava esperando pelo menos que ele e eu fôssemos capazes
de compartilhar uma paz mútua de espírito.

Quando Randall estava na linha, foi um pouco difícil de entendê-


lo com a conexão que eu tinha.

— Moira... é você?

— Oi Randall, — eu disse, tentando colocar um sorriso na minha


voz que eu sei que falhou miseravelmente. — Estou em São Paulo
agora.

~ 307 ~
— Como vai você? — perguntou ele, o que eu achei estranho. Por
que ele não foi imediatamente me bombardeando para ter informações
sobre Zach?

Em última análise, eu estava muito cansada para tentar ponderar


ainda mais, então eu lhe disse: — Eu estou bem, mas eu sinto muito,
Randall... eu não pude encontrar Zach.

— Oh... bem, tudo bem. Você tentou e isso é tudo que você podia
fazer, — disse ele, quase distraidamente.

— Você está bem? — eu perguntei a ele, porque ele parecia um


pouco fora do ar.

— Tudo bem, tudo bem, — ele me assegurou. — Só um pouco...


decepcionado, eu acho. Então, quando você está voltando?

— Meu voo sai hoje à noite e deve chegar em Chicago amanhã de


manhã, — digo a ele, abafando um bocejo. Eu estou esperando que eu
possa cair em uma das cadeiras do terminal e tirar um pequeno cochilo.

— Tudo bem, minha querida. Bem, tenha um bom voo e vamos


conversar quando você voltar, — disse ele.

Eu desliguei o telefone com Randall, totalmente confusa. Talvez


ele só estivesse de luto e não podia processar o que eu estava dizendo a
ele. Eu pensei que ele ia querer saber tudo o que fiz para encontrar
Zach, mas talvez ele esteja apenas esperando até que eu volte em
consideração a mim. Ele tem que saber que fui incapaz de encontrá-lo,
isso está pesando muito sobre os meus ombros.

Pego minhas chaves no meu bolso, eu faço a longa caminhada até


a minha calçada. Ok, não é tão longa... talvez apenas cinquenta metros,
mas são os cinquenta metros mais longe do mundo de tão cansada que
eu estou. Levanto o queixo e quando eu coloco a chave na fechadura, eu
decido que eu estou cansada demais para ir para o meu quarto... mas
não vou sucumbir ao chão. O sofá vai ser um lugar melhor.

Eu giro a maçaneta e empurro a porta para abrir, deixando minha


mochila cair no chão e imediatamente encaro o sofá. Eu faço o meu
caminho até lá, nem me preocupando em tirar meus sapatos. Descanso
um joelho em uma almofada, eu caio de cara para o conforto que está
me chamando para dormir.

Me aconchegando a suavidade, eu fecho meus olhos e suspiro. Eu


imediatamente começo a dormir, e um sonho vem em cima de mim.

~ 308 ~
— Moira. — eu ouço a voz de Zach.

Oh, isso parece encantador. Rico, grossa e cheia de emoção. Eu


posso imaginar seus belos olhos e seu corpo magnífico. Eu me lembro
da última vez que estivemos juntos, quando ele me fodeu, então quando
ele me abraçou e depois deixou cair as lágrimas de seus olhos contra a
minha pele.

— Moira, — diz ele novamente, e ele soa um pouco mais alto


desta vez. Um pouco mais claro.

Meus olhos se abrem, e eu o ouço novamente. — Moira.

Eu fico de joelhos e subo na parte traseira do sofá... em minha


cozinha, onde eu vejo Zach sentado na mesa da cozinha. Ele está
vestindo uma calça jeans de lavagem-escura e uma camiseta verde-
oliva. Seus pés estão descalços e seu cabelo está molhado. Olhos azuis
queimam em mim com intensidade.

Eu esfrego os meus próprios olhos furiosamente com as mãos e


olho de volta novamente. Sim... ainda está lá.

Talvez eu esteja tendo alucinações. Talvez eu esteja tendo algum


tipo de febre ou infecção da selva. Sim, isso juntamente com a falta de
comida e sono dos últimos dias, eu estou certamente imaginando que
Zach está sentado na minha cozinha.

Eu deslizo para baixo em frustração de costas no sofá e fecho


meus olhos apertados, desejando adormecer.

— Vamos, Moira. Pare de brincar, — diz Zach.

Puta merda.

Ele está realmente aqui.

Na minha casa.

Enquanto eu estive passeando pela selva procurando por ele.

Eu saio voando do sofá e em volta dele com uma velocidade que


desmente a exaustão que estou sentindo. Zach olha para mim, com um
pequeno sorriso nos lábios quando ele me assiste caminhar em direção
a ele. Ele se levanta da cadeira e abre os braços para mim, e eu voo
para ele.

Minhas mãos se aproximam e eu as coloco em seu peito,


empurrando com todas as minhas forças. Seus olhos incendeiam de

~ 309 ~
surpresa e ele tropeça para trás, na cadeira da cozinha pegando-o por
trás dos joelhos. Ele cai nela com um baque.

Eu me inclino e me enfio no peito dele de novo, apesar de eu não


movê-lo um centímetro desta vez.

— Seu imbecil, — eu rosno furiosamente. — O que você está


fazendo aqui?

Espero que Zach me dê uma desculpa envergonhada por quebrar


meu coração, por ter me deixado... por fazer me preocupar, e acima de
tudo, por me fazer ir por meio mundo de distância apenas para me
certificar de que ele estivesse bem.

Em vez disso, ele me levanta para fora da cadeira e aperta meu


rosto com as mãos. Me empurrando para ele, ele esmaga sua boca com
a minha, enfiando a língua na minha boca e me dá o mais quente, mais
úmido, mais profundo beijo da minha vida. Ele rosna baixo em sua
garganta, e os meus ossos se liquefazem.

Sentindo suas mãos em mim... seus olhos me queimam com


luxúria quando ele se afasta marginalmente. Ele se inclina e me beija
outra vez, os dentes batendo junto com brutalidade. Ele morde meu
lábio, sugando-o em sua boca enquanto ele puxa meus quadris para
dentro e mói sua ereção contra mim.

Zach afasta seus lábios e chega até a minha camiseta,


arrancando-a sobre a minha cabeça. Abro a boca para discutir com ele,
mas ele me beija novamente, efetivamente me calando. Suas mãos
trabalham no meu cinto, finalmente meu botão e zíper, e, em seguida,
ele está empurrando minha calça e minha calcinha até os joelhos.

— O que você pensando? — eu começo a dizer, mas ele me beija


de novo, acasalando sua língua com a minha, então eu sou roubada de
qualquer poder da palavra. Minha respiração começa a ficar difícil com
as dele mãos vagando sobre o meu corpo, beliscando meus mamilos
através do meu sutiã.

Ele desliza por entre as minhas pernas e silva quando ele enfia
um dedo em mim, — Molhada baby. Eu sabia que você ia estar.

Minha mente está girando e há uma pequena parte de mim que


está gritando para eu parar esse ataque, mas os outros noventa e nove
vírgula nove por cento do meu corpo estão gritando para ele se apressar
e apenas me foder.

~ 310 ~
Zach não perde tempo. Sua mão passa em torno do meu pescoço,
e ele me empurra para baixo para o chão da cozinha. O piso está frio
contra os meus joelhos, e eu sei que vou sentir frio na minha bochecha,
quando eu for para o chão para se satisfazer, enquanto Zach me coloca
na mesma posição que começou tudo isso entre nós.

Respirações ásperas preenchem a sala... a minha, a de Zach...


nós dois estamos desesperadamente na borda. Eu posso ouvir o raspar
de seu zíper e, em seguida, suas mãos estão em meus quadris. Ele
coloca a cabeça de seu pau contra a traseira de minha buceta e começa
a rodar seus quadris, trabalhando o seu caminho para o meu corpo.
Quando ele entra alguns centímetros ele finalmente agarra me duro e
bate a caminho de casa.

Eu grito, — Oh, Zach.

Ele me responde com um gemido gutural e diz: — Eu senti tanto


sua falta.

Essas palavras derretem meu coração. Em seguida, ele derrete


meu corpo quando ele começa a empurrar para dentro e para fora de
mim, me segurando no lugar por meus quadris.

— Oh, Moira, — ele segura enquanto ele se move com tanta


ponderação, tanto cuidado. — Você simplesmente não sabe. Você só
não sabe.

Suas palavras são pesadas e grosseiras, sua respiração


praticamente ofegante por seus esforços. Sinto um acúmulo repentino
de pressão entre as minhas pernas, então um orgasmo está rasgando
seu caminho livre até que o meu coração começa a se encher de alegria
deste momento... Zach voltou para mim.

Zach bate em mim mais uma vez e escava os dedos na minha


pele, rugindo sua libertação, que eu posso sentir no interior das
paredes da minha buceta. Ele cai em cima de mim, nós rolamos para
que ele possa me puxar para os seus braços. Ele aperta a boca na
minha nuca e me beija, então nós descansamos por um tempo
enquanto nossa respiração começa a ficar silenciosa.

Eu não sei o que dizer a ele. Ele está aqui. Na minha casa. Vivo.

Alegria repentina sobre o que isso significa passa através de mim.


Sim, ele está vivo.

E sim... ele está aqui comigo.

~ 311 ~
Zach de repente me libera e me empurra para o chão. Eu assisto,
completamente mole, enquanto ele enfia seu pau dentro de seu jeans e
fecha. Em seguida, ele se abaixa e me puxa em seus braços.

Sem dizer uma palavra entre nós, ele me leva para o banheiro e
me abaixa delicadamente. Afastando-se brevemente, ele vira o chuveiro
e ajusta a temperatura.

Quando ele se vira para mim, ele se inclina e me dá um beijo


suave. — Senti sua falta.

—Você já disse isso uma vez, — murmuro, minha cabeça ainda


está girando por ele estar de pé aqui... comigo.

— Estou pensando em dizer muito mais, por isso, se acostume


com isso, — diz ele com um sorriso.

Zach se ajoelha diante de mim, tirando as minhas botas e meias.


Ele desabotoa minha calça e tira minha calcinha, e eu aproveito a
oportunidade para tocá-lo, descansando minhas mãos em seus ombros
para me equilibrar. Eu até mesmo arrasto os dedos pelo seu cabelo
macio, amando que eles estão pouco mais longos. Ele ronrona sob meus
dedos e fuça meu estômago brevemente.

Me levantando, ele me tira do meu sutiã esportivo e depois tira a


roupa antes de me puxar sob o jato de água quente.

Zach me lava, oh tão delicadamente. Ele tem um grande cuidado


massageando o shampoo no meu cabelo e o condicionador, cada pedaço
é lavado com o liquido sedoso. Ele ensaboa as mãos e os esfrega em
cada centímetro quadrado do meu corpo, seus olhos nunca deixando o
caminho que as trilham estão em chamas. É oh, tão suave entre as
minhas pernas, de uma forma não sexual, mas sim cuidando do meu
corpo de uma forma que ele nunca fez antes.

Quando eu estou limpa, ele me enrola em uma toalha e começa a


secar cada gota de água da minha pele.

Então eu estou em seus braços novamente, e ele me leva para o


meu quarto, onde ele retira as cobertas para trás e me coloca na cama.
Rastejando ao meu lado, ele me puxa para perto...de frente para ele.

Meu rosto se instala em seu peito, que bate numa melodia


constante, e nós apenas nos ficamos em silêncio. Zach acaricia minhas
costas e pressiona beijos na minha testa, mas ele não diz nada. Meus
olhos começam a ficar pesados e, antes que eu percebo, eu adormeço.

~ 312 ~
Meus olhos se abrem, e a primeira coisa que noto é que está
escuro lá fora. Minha sala está suavemente iluminada pelo pequeno
abajur de mesa que fica à minha direita, mas lança sombras pesadas
fora do perímetro da minha vizinhança imediata.

Me viro para o outro lado da cama e vejo que está vazia e, por um
breve momento, eu acho que talvez eu tenha sonhado que Zach estava
aqui. Mas não... Eu estou nua na minha cama e claramente, alguém
estava deitado ao meu lado como evidencia as coberturas amarrotadas.

Levantando minha cabeça, olho para a minha direita e meu


coração para. Zach está em uma pequena poltrona que fica ao lado da
minha janela. O luar filtra através de seu cabelo escuro, lançando
reflexos de prata nele. Ele está totalmente nu, suas longas pernas
esticadas na frente dele. Ele tem uma mão descansando
preguiçosamente em sua coxa, a outra colocada no queixo na palma da
mão enquanto o cotovelo repousa sobre a cadeira.

— O que você está fazendo aí? — eu pergunto, minha voz ainda


áspera pelo sono preguiçoso.

— Vendo você dormir, — diz ele simplesmente. — Você deve estar


esgotada.

Eu aceno com a cabeça e esfrego os olhos. — Sim... Acho que eu


estou.

Zach sai da cadeira e caminha para o final da cama. Minha


garganta fica seca em sua completa magnificência. Ele parece um corte
de mármore; as sombras escuras no quarto fazendo os ângulos de seus
músculos parecem quase ásperos em sua formação. Seu pênis ereto
pela metade, e eu lambo meus lábios enquanto eu olho para ele,
fascinada.

— Olhos aqui, — Zach repreende, e meu rosto fica vermelho


quando eu olho para ele.

Ele se inclina, puxando o lençol longe do meu corpo. Meus


mamilos se erguem pelo ar frio que bate neles, assim como o olhar
quente de Zach.

~ 313 ~
Lentamente levantando o joelho para cima, ele rasteja sobre a
extremidade da cama e faz o seu caminho até o meu corpo, empurrando
minhas pernas quando ele chega.

Sem nenhuma sutileza, com as mãos cobrem meu monte e puxa


as dobras inchadas do meu centro. Sua boca desce sobre mim, sua
língua surpreendentemente quente me lambendo. Eu gemo no fundo do
meu peito, minhas mãos chegando ao seu cabelo para cavar apertado e
segurá-lo no lugar.

Zach usa a língua e os lábios para amar de uma maneira que eu


sei que ele ama, porque ele fez isso para mim mais que o suficiente. Ele
se tornou tão hábil em sexo oral que, dentro de poucos minutos, ele me
coroou com um orgasmo, mas ele não sai de cima de mim. Ele se
mantem em mim, me atacando com a sua língua, chupando duro e
então suavemente. Seus dedos vêm para brincar junto, e ele mantém o
seu rosto entre as minhas pernas para o que me parece horas até que
começa novamente.

Meus dedos puxam apertado seu cabelo, e ele levanta a cabeça


para mim. Eu posso ver a minha umidade brilhando em seus lábios na
luz do abajur, e ele me dá um sorriso pecaminoso.

— Mais? — ele pergunta.

Eu balanço minha cabeça, e ele parece decepcionado.

— O que você está fazendo aqui, Zach? — eu pergunto, minha


necessidade de respostas exige que eu pergunte.

Suspirando, Zach continua a rastrear o meu corpo, onde ele


instala seus quadris contra os meus e descansa seus cotovelos ao lado
do meu peito. Se inclinando, ele me beija suavemente... tão suavemente
que mal sinto o gostinho da minha essência agarrada a seus lábios.

— Eu voltei para você, — ele me diz quando puxa sua boca da


minha. — Eu nunca deveria ter saído do jeito que eu fiz. Foi um erro, e
eu sempre vou me arrepender.

— Eu fui procurar por você, — digo a ele, baixinho, a mágoa por


ele ter me abandonado ainda doía.

— Eu sei, — ele diz enquanto olha fixamente para mim. — Eu


liguei para Randall quando cheguei aos Estados Unidos, e ele me disse
que você estava lá. Eu ia pegar um avião imediatamente e voar de volta
até lá para te encontrar, mas ele me pediu para esperar.

~ 314 ~
— E você esteve aqui na minha casa o tempo todo?

Ele me dá um sorriso tímido. — Durante três dias e... hum... eu


meio que tive que quebrar. Você não sentiu falta de um pequeno painel
de vidro em sua porta dos fundos, mas eu já tampei ele.

— Você invadiu a minha casa? — pergunto com diversão.

— Eu não tinha outro lugar para ir, — diz ele, quando ele se
inclina para me beijar novamente.

— Não é verdade. Você poderia ter ido para a casa de Randall.


Você poderia ter ido para um hotel.

— Não, eu não poderia, eu precisava estar o mais próximo


possível de você, que eu senti tanta falta de uma forma tão ruim. Este
era o único lugar que eu poderia estar. E eu estava ficando louco de
preocupação, sabendo que você estava na Amazônia... sozinha...
desprotegida. Foi uma tortura ficar esperando por você.

— Agora você sabe como eu me senti quando você saiu, e— u digo


para castigar.

— Eu sei, — diz ele em voz baixa e coloca a cabeça no meu peito.


Eu não posso aguentar. Meus braços vão ao redor de sua cabeça, e eu o
seguro apertado contra mim. — Eu sinto muito, Moira. Eu estava fora
de mim preocupado e triste e a deixei de lado. Eu nunca deveria ter
feito isso.

Eu o seguro contra mim, sentindo sua pele... sentindo sua


respiração quente contra meus seios. — Randall me disse que tinha
tomado a decisão de ficar comigo... naquela manhã antes de sair.

Levantando a cabeça, Zach olha para mim com sinceridade. —


Sim. Eu queria isso mais do que qualquer coisa. Eu ainda quero isso...
se você quiser.

— Você deixaria para sempre... sua casa... para ficar comigo?

— Eu estou aqui, não estou?

— Sim, mas por quanto tempo? Pelo que eu sei, isso foi apenas
uma chance de ter outra foda, — eu digo em voz baixa.

Se inclinando para baixo, Zach toma um mamilo na boca e o


puxa suavemente. Quando ele o liberta, ele olha para mim com olhos
escuros. — Sim, estou pensando em te comer muito. Duro e
repetitivamente, e eu vou foder essa bunda de novo em breve, porque

~ 315 ~
não há nada melhor do que estar dentro de você desse jeito. Mas... você
e eu sabemos que é muito mais do que apenas foda. Isto é sobre o
coração.

Meu coração se aperta, comprimindo para dentro, e, em seguida,


estourando no esperançoso abandono.

— É?

— Você sabe o que é, — diz ele com confiança. — Eu estou tão


apaixonado por você, e não há maneira de ser salvo se não estiver ao
seu lado. Nada significa tanto para mim como você, Moira. Nem
Caraica, nem Paraila, nem a tribo. É você. Ele só vai ser seu.

Lágrimas enchem meus olhos, porque eu estou tão alegre de estar


ouvindo estas palavras dos belos lábios de Zach. Minhas mãos vão para
cima e acariciam seu rosto, puxando-o para baixo para outro beijo.

É leve e suave, cheio de amor, carinho e ternura.

— Me diga você me ama também, — diz Zach urgentemente. —


Eu só ouvi uma vez de você, e eu preciso saber se você ainda sente...
aqui no fundo.

Se inclinando, ele dá um beijo no meu coração.

— Sim, Zach, — eu respiro rapidamente. — Eu te amo tanto. Eu


quase morri quando você me deixou. Eu estava tão esmagada. Por
favor, não faça isso comigo de novo.

— Nunca, — ele promete antes de trazer a boca sobre a minha me


beijando. Eu gemo e meus quadris arqueiam para cima. Sua ereção
dura aparece contra a parte de baixo da minha barriga, e eu me esfrego
contra ele.

Sibilando entre os dentes, Zach se ergue, me puxando em seus


braços. Ele então rola para debaixo de mim e eu fico em cima dele.

— Me monte, Moira, — ele comanda.

Eu engulo em seco e coloco uma mão no peito para me apoiar e


com a outra, eu agarro seu pau. Eu dou a ele um aperto duro, que faz
com que Zach gema, então eu o posiciono contra a minha entrada e
deslizo profundamente em seu pau.

Me sinto deliciosamente apertada e cheia quando eu estou


completamente empalada em seu membro duro. Antes que eu possa
começar a me mover, as mãos de Zach pegam meu rosto. Ele me puxa

~ 316 ~
em direção a ele e me inclina para cima o resto do caminho, de modo
que nossas bocas possam se encontrar de novo. Ele me beija mais uma
vez, como se ele não se cansasse de tocar intimamente.

Quando ele me libera, ele me coloca de volta para baixo e traz as


mãos para os meus quadris. — Lembra da primeira vez que fizemos
amor dessa maneira?

Concordo com a cabeça com um sorriso.

— Você me libertou naquele dia... me fez ver que eu não tinha que
ter controle absoluto o tempo todo. Você me domesticou... me mostrou
como ser um homem civilizado.

Eu rio baixo em minha barriga e esfrego as mãos em seu peito. —


Bobinho... eu nunca poderia civilizar alguém como você. Eu não iria
querer.

— Eu não sou mais aquele homem selvagem que você tirou da


selva. Aprendi a me adaptar... aceitar a experiência.

— Porque você é um homem incrível, Zacharias Easton. Ainda


selvagem... completamente bonito para mim... e sempre em evolução.

Zach aflui, envolvendo os braços em volta de mim e dirigindo seu


pau apenas um pouco mais profundo. Eu dou um gemido suave, mas
me concentro em Zach, que traz o nariz de forma que ele quase me toca.

— Você é minha vida agora, Moira. Eu vou morrer antes de te


machucar de novo, e eu vou te amar incondicionalmente para o resto
dos meus dias.

Eu sorrio para ele e aceno com a cabeça. — Eu também vou te


amar.

Ele me dá um sorriso deslumbrante, e seus olhos brilham no


brilho da luz enquanto permanece deitado sobre a cama. — Excelente.
Agora... monte meu pau, Moira. Me deixe livre de novo. Me liberte da
minha antiga vida de uma vez por todas, e me mostre que você é
realmente minha.

Colocando minhas mãos em seu peito, eu me levanto, sentindo


seu membro deslizar ao longo da minha buceta até que eu possa sentir
a cabeça inchada quase se libertar, e então eu empurro forte para trás
em cima dele. Zach inclina a cabeça para trás, fecha os olhos, e geme.

— Sim, — ele sussurra. — Me liberte.

~ 317 ~
Eu me levanto e abaixo de novo, e quando estou sentada em cima
dele duro e apertado, eu sussurro para ele:

— Eu não estou te libertando, baby. Eu estou trazendo você para


casa.

~ 318 ~
Epílogo

ZACH

Eu ando pelo corredor de Brandon Hall, acenando para alguns


dos alunos que eu reconheço de minhas aulas. Estou a duas semanas
de terminar meu primeiro ano na Universidade de Northwestern, e eu
me surpreendo como que o tempo passou.

Minha vida em Caraica parece tão distante de mim. Eu ainda


sinto saudades e eu me preocupo constantemente com eles. Mas
também sei que estou onde eu deveria estar. Não há simplesmente
nenhuma escolha. Moira é mais importante.

Quando eu chego a sua porta, eu sorrio diante da placa de


plástico. Dra. Moira Reed, Professora Associada.

Estou tão orgulhoso da minha mulher. Tão incrivelmente


impressionado e respeitoso com tudo o que ela tem realizado na vida.
Na verdade, eu tenho certeza que eu vou declarar a antropologia para o
meu diploma de administração de negócios. Não vai ser necessário para
o meu curso futuro na vida, porque eu estou me metendo no programa
da Kellogg MBA aqui na Northwestern. No entanto, isso me dá só mais
uma coisa que eu posso relacionar com Moira. A ligação de confiança
com aquela mulher me dá imenso prazer.

Eu bato levemente em sua porta e ouço de dentro, — Entre.

Abrindo a porta, a vejo imediatamente sentada atrás de sua mesa.


Seu escritório é pequeno e apertado, com livros de pesquisa e papéis
espalhados por toda parte. Mesmo suas duas cadeiras são empilhados
com os materiais.

— Hey, — diz ela com surpresa. — O que você está fazendo aqui?

Eu entro e fecho a porta atrás de mim, trancando a porta. Ela


nem percebe o clique fraco, mas eu acho que foi mascarado pelo som da
minha mochila caindo no chão.

~ 319 ~
— Só pensei em ver se estava livre para o almoço. Eu tenho duas
horas até a minha próxima aula.

Me levantando da cadeira, ela sorri para mim e diz: —


Absolutamente. Estou apenas organizando alguns papéis.

Ela vem para meus braços e inclina a cabeça para mim. Nunca
querendo perder a oportunidade de ter minha boca contra a dela, eu
dou a ela um beijo, aprofundando-o imediatamente quando eu a puxo
apertado contra o meu corpo.

Moira engasga quando ela sente minha ereção inchada contra ela,
indo para trás com uma risada. — Mantenha o controle, Zach. Nós
estamos em uma instituição de ensino superior.

Eu ando para trás até que minhas pernas atingem a traseira de


sua mesa e moo meu pau contra ela. Parece bom pra caralho.

— Eu preciso foder você agora, — eu respiro sobre a sua boca, e


então eu belisco seus lábios.

Moira geme em meus braços e tenta se afastar. — Não. Não aqui


no meu escritório.

— Sim, aqui em seu escritório, — eu digo a ela quando as minhas


mãos vão para baixo e começa a levantar sua saia. Ela não está usando
meias, pelo qual eu sou imensamente grato, porque isso facilitara para
mim, entrar e começar a foder rapidamente.

Meus dedos se tornaram tão acostumados a encontrar seu ponto


doce que eu rapidamente encontro o meu caminho sob a calcinha dela,
e então eu estou acariciando suas dobras molhadas. — Fodidamente
perfeita, — eu gemo com meus lábios perto de seu ouvido.

— Zach... não podemos fazer isso. Alguém pode vir, — ela


implora, mas então eu afundo um dedo dentro dela e ela diz: — Oh,
merda... então bom. Não pare.

— Não iria parar, — eu digo a ela antes de morder sua orelha e,


em seguida, chupar para aliviar a dor.

— Quer que eu te foda ou te coma, então você pode chupar meu


pau?

— Oh, nossa, — ela murmura. — Mas Deus, eu amo a sua boca


suja.

~ 320 ~
Meu dedo tremula sobre seu clitóris, e eu me inclino para trás
para olhá-la. — O que você quer?

Mordendo o lábio inferior, com os olhos vidrados de luxúria, ela


contempla suas escolhas. Enfio a dedo de volta para dentro, e ela geme.
— Vamos, Moira... faça uma escolha. Eu estou morrendo aqui.

Seu lábio aparece livre de seus dentes, inchado, molhado e


brilhante. — Me foda rápido. Não temos tempo para o outro.

— Boa resposta, — eu digo a ela quando eu a giro e a empurro


para baixo até que o seu peito descanse sobre a pilha de livros e papéis
da mesa. Roçando os dedos até as costas de suas coxas, eu empurro a
saia para cima. Ela está usando uma calcinha cor de rosa pálida... um
dos meus conjuntos favoritos.

Eu não ganho muito dinheiro no meu trabalho de meio período na


Cannon aqui em Evanston, mas eu gosto algum dinheiro por mês
comprando para ela uma peça de lingerie. Eu adoro vesti-la, e em
seguida, tirar com os meus dentes. Tomando cuidado para não rasgar
ou esticar o material delicado, porque eu comprei com o meu dinheiro
suado, eu empurro a calcinha para o lado até que sua buceta fique
exposta para mim. Porra, tão bonita e completamente minha.

Eu arrasto o dedo para cima através de sua carne, pegando a


umidade no meu dedo e depois sugando-a. O gosto dela é como a porra
do céu.

— Mmmm, — eu rosno baixo. — Estou repensando isto... acho


que quero comer você ao invés de sair para almoçar.

— De jeito nenhum, — diz ela enquanto empurra seus quadris


para trás contra mim. — Você me convenceu a foder com você, por isso
me foda.

Eu trago minhas mãos para baixo e aperto sua bunda, antes de


puxá-la, eu olho para ela tão apertada. Eu a comi na última noite... com
ela me montando. Foi transcendental.

— Ok, baby, — eu digo a ela quando eu levo minhas mãos para os


meus shorts e libero meu pau. Está inchado duro como uma rocha e o
pé-gozo escorre para fora da fenda da cabeça.

Me aproximando, eu o trago para as dobras de sua buceta e


alinho. Com um toque preciso de meus quadris para frente, eu afundo
nela e Moira geme... realmente alto.

~ 321 ~
— Você precisa ficar quieta, baby, — eu digo a ela. — Ou alguém
vai ouvir.

Sua cabeça se debate para trás quando eu bombeio dentro e fora


dela algumas vezes, tendo que praticamente morder a língua para
manter a calma.

Em um golpe profundo, Moira grita de novo, e minha mão


serpenteia ao redor para cobrir sua boca. Ela descobre seus dentes e
levemente morde a palma da minha mão, o que me faz sorrir e começar
a empurrar para dentro dela com mais força.

Eu preciso fazer isso rápido, porque ela realmente vai estar com
um mundo de problemas se alguém nos pegar. Não que a nossa relação
seja um segredo. A escola está bem consciente da minha situação e
minha relação com Moira, e não é proibido. Os tempos modernos e tudo
isso. Mas ela certamente não pode ser pega na porra de seu escritório. A
sociedade ainda não está pronta para isso ainda.

Eu bato em sua carne doce com meu pau, correndo cada vez mais
rápido em direção ao meu clímax. Eu não quero deixá-la para trás e
enquanto eu posso sinto sua respiração acelerando e seus músculos me
agarrando profundamente, eu quero levá-la lá em primeiro lugar. Eu
ponho minha mão entre as pernas dela, aperto e belisco seu clitóris,
sabendo que o prazer e dor irá fazer ela gozar.

Sim... Eu conheço o corpo dela fodidamente bem.

Como um canhão, ela explode em torno de mim, e seu grito vibra


contra a palma da minha mão. E, merda sim... gozando agora... fodendo
duro.

Eu bato mais uma vez, e em seguida seguro para que eu possa


colher os prazeres de outro orgasmo fantasticamente incrível provocado
pela mais bela, mais sexy, mais amorosa mulher do mundo. Minha
Moira.

A bunda de Moira ainda está vermelha de nosso amor a menos de


dez minutos atrás, e ela está tão belíssima neste momento, enquanto
estamos sentados em um café ao ar livre e aguardando o nosso pedido,

~ 322 ~
que eu tenho o desejo de envolvê-la em meus braços e me aninhar
contra ela.

— Por que você tem que sorriso bobo no rosto? — diz ela,
enquanto ela toma um gole de chá gelado.

— Porque eu estou apaixonado... por você, — eu digo todo


sentimental.

— Você é um idiota, — diz ela com um sorriso. — Mas eu também


te amo.

— Então, Lisa, Adam, e as crianças ainda vêm na próxima


semana? — eu pergunto. Eles haviam planejado sair para nos visitar
quando as crianças estiverem de férias da escola, mas estão tentando
até agora.

— Sim. Ela acabou de me enviar um e-mail hoje. Eles realmente


vão voar no domingo à noite.

— Excelente, — eu digo, animado com a perspectiva de vê-los. Em


quase todos os aspectos, Lisa tem se tornado como uma irmã para mim,
e Adam e eu nos damos maravilhosamente bem. Mas o melhor de tudo
será ter um tempo com Colleen e Samuel. Eu nunca soube que tinha
tanta afinidade com as crianças, mas toda vez que Lisa e sua família
veem aqui, ou nós voamos para a Carolina do Norte, me encontro a
passar a maior parte do tempo brincando com os dois pequenos
anjinhos.

— E Lisa diz que você não pode comprá-los com brinquedos


quando eles estiverem aqui, — disse Moira com um olhar severo. — Ela
diz que você vai estragar eles.

— Lisa pode ir para o inferno, — eu digo a ela com um olhar


aguçado. — Essas crianças merecem serem mimadas.

Rindo, Moira concorda. — Eles merecem, não é? Essa é a alegria


de ser uma tia... e bem, você é mais ou menos como o tio delas.
Estamos autorizados a mimá-los e, em seguida, entregar os pequenos
pirralhos mimados de volta a seus pais quando eles são tudo de bom e
estragados.

— Exatamente, — eu digo a ela quando chego do outro lado da


mesa para pegar a mão dela. — Mas... você e eu nunca falamos sobre
crianças. Por que isso?

~ 323 ~
Moira encolhe os ombros. — Eu não sei. Acho que é porque nós
nunca realmente falamos sobre o nosso futuro. Você os quer?

— Absolutamente... Estou pensando em três ou quatro estaria


bom, — eu digo com confiança.

— Talvez possamos começar com dois e nós vamos trabalhar a


partir daí. Além disso, nós estamos falando sobre isso de trás para
frente. As crianças vêm depois do casamento.

— Não nesta sociedade moderna, — eu digo a ela com certeza. —


Eu já vi e conheci muitas pessoas que têm famílias sem se casar.

O rosto de Moira cai um pouco, mas ela não pode deixar de


concordar comigo. O casamento não é mais o que costumava ser, pelo
menos, a partir de minhas habilidades aguçadas de observação até
agora.

— Você está certo, — diz ela. — É somente... é uma norma para a


maioria dos casais. É uma tradição de longa data e não deve ser dada
tanta importância.

— Eu acho que sim, — eu observo. O olhar de Moira vai para a


calçada movimentada, com um leve franzido no rosto.

Sorrindo, eu me inclino e pego minha mochila, tirando uma


pequena caixa de veludo que tem queimado lá o dia todo. Eu a coloco
sobre a mesa, e o movimento chama sua atenção. Quando ela se
concentra na caixa, eu simplesmente a empurro sobre a mesa para ela.

— O que é isso? — ela pergunta com desconfiança.

— É uma bomba, — eu digo sarcasticamente. — Tenha cuidado


com ela.

Moira sorri para mim e pega a caixa, erguendo os lábios enquanto


abre. Quando ela vê o conteúdo, ela suspira. — Onde você conseguiu
isso? É incrível.

Eu me inclino para a esquerda e olho para o diamante oval de


quatro quilates envolto em um modelo antigo. — Randall me deu
quando me visitou no Natal. Foi de sua mãe, e ele queria passar isto
para mim.

— Você está falando sério? — ela pergunta quando ela inclina a


caixa para a esquerda e para a direita, olhando para o anel de todos os
ângulos.

~ 324 ~
— Tão sério quanto estou agora quando eu digo que eu quero me
casar com você, — eu digo, e seus olhos se fixam em mim surpresa.

— Você quer? — ela sussurra.

Estendendo a mão, tomo a caixa dela e tiro o anel. Pegando a sua


mão esquerda, eu deslizo o anel nela. Esta era uma tradição que
Randall me falou, e eu absorvi todo o conhecimento. Ele me disse que
isto era geralmente feito de joelhos, supostamente com algum tipo de
discurso poético do homem para a mulher. Embora este não seja meu
estilo.

— Sim, eu quero casar com você, — eu digo a ela,


exasperadamente, quando eu agarro a mão dela. — Estou pensando
que talvez nesta época no próximo ano? Então, podemos começar a
fazer as crianças.

— Oohhh.... espere um minuto, — diz ela enquanto puxa sua mão


para longe de mim. — Eu não disse que eu me casaria você.

Eu levanto uma sobrancelha para ela e sorrio. — Você irá.

Ela bufa um suspiro exasperado pela exigência: — Você sempre


tem que estar no controle?

Eu levanto da minha cadeira e sento a seu lado da mesa.


Segurando-a pelos ombros, eu a puxo para cima e dou a ela um beijo
em seus lábios. Ela abre a boca para mim e eu empurro minha língua
dentro, aprofundando a nossa união e o beijo. O beijo se prolonga por
tanto tempo que as pessoas nas mesas próximas começam a rir.

Finalmente, eu a liberto, esfregando o polegar sobre o lábio


inferior enquanto seus olhos vidrados começam a clarear.

— Sim, eu tenho que estar no controle... a maior parte do tempo.


Agora, será que você irá dizer que vai casar comigo, porra

Os lábios de Moira se abrem em um sorriso largo e pecaminoso, e


ela balança a cabeça para mim. — Sim, você é impossível, homem não
civilizado. Vou me casar com você porra.

Deixo escapar um grito de alegria e a pego em meus braços


girando ela. Várias das pessoas nas mesas próximas começam a bater
palmas nos parabenizando.

~ 325 ~
Quando eu coloco Moira de volta ao chão, eu me inclino e beijo
seu meus lábios levemente. — Você não vai se arrepender, baby. Eu
juro que eu vou te amar como nenhum homem jamais te amou.

Moira morde o lábio e murmura: — Você já faz, Zach. Você já faz.

~ 326 ~

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