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O Bebê do Chefão da Máfia

Por: Bella Rose

Todos os Direitos Reservados


Direitos Autorias Bella Rose, 2016
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Índice
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Catorze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis

OUTRA HISTÓRIA QUE VOCÊ PODE GOSTAR


Pertencida pelo Chefe da Máfia
Capítulo Um
A cidade de Cherporavak curvava a cabeça em um silêncio sombrio para comemorar a
morte de Chava Minski. Centenas de pessoas cobriam as paredes da igreja e do quarteirão para
prestar seus respeitos, mas nem todo mundo estava fazendo isso por amor. Embora o velho homem
fosse muito menos violento do que o seu antecessor, ninguém poderia dizer honestamente que ele
era gentil. Chava não acreditava em segundas chances.

Dominic Minski enfiou as mãos nos bolsos e encarou a igreja. O funeral logo terminaria, e
ele ainda precisava entrar na igreja.

Um homem largo com um rabo de cavalo escuro se aproximou dele e abaixou a cabeça.
"Chefe."

Dominic enrijeceu ao escurar o nome. "Maksim", ele disse tenso. Como muitas coisas que
Dominic tinha herdado do pai, Maksim era brando e frio. Mas ele fora leal ao seu pai, e seria leal
a Dominic. "Do que precisa?"

"Gostaria de um tempo privado com seu pai? Antes do enterro?"

"Não."

Dominic tinha um grande lugar a ocupar. Embora fosse pequena, a cidade tinha florescido
sob o comando de Chava. A taxa de criminalidade era a menor em tempos, mas isso era mais
porque Chava gostava de proteger seu território. Como o chefe da máfia, ele garantiu que as
únicas infrações cometidas fossem as dele próprio, e ele mantinha seus homens na linha. Ele não
sobrecarregar as empresas com impostos e proporcionava proteção onde fosse necessário. Os
residentes o temiam, mas a grande maioria o respeitava. Todos sabiam a regra de ouro. Seja para
Chava, e Chava será bom para você.

Quando seu corpo foi encontrado flutuando no rio, o primeiro suspeito foi o próprio
Dominic. A polícia acreditava que o filho tinha matado o filho para ficar no controle, mas a dor de
Dominic estava muito exposta e crua para ele ser considerado culpado. Os investigadores o
soltaram e seguiram em frente, mas Dominic já sabia quem tinha matado seu pai.

Ele sabia porque viu tudo.

Maksim ainda o encarava. Ele claramente estava esperando que Dominic lhe desse uma
ordem.

Ele puxou as mãos dos bolsos e as prendeu atrás das costas enquanto encarava seu novo
empregado. "Meu pai gostava de caminhar pelas docas à noite para limpar a mente. Ele
costumava me dizer que a correnteza o fazia lembrar de que enquanto ele fosse poderoso,
sempre haveria algo que ele pudesse fazer. Humilhante e completamente ridículo. É quase
impossível proteger os píeres. Aberto nos três lados. Um atirador podia tê-lo acertado a qualquer
minuto."

"Mas não foi um atirador, chefe", Maksim disse franzindo o cenho.

"Não." Dominic respirou fundo e observou enquanto os convidados curiosos do funeral


olhava em sua direção. Seu pai foi assassinado com uma pistola de curto alcance de um homem
que andava ao longo da costa. O atirador tinha pouca consideração por sua vida, e uma autópsia
revelou mais tarde que o homem estava morrendo de câncer. Ele não tinha mais motivo para viver,
exceto receber a glória de seu chefe.

O líder rival, Kostya Polanski.

"Você garantiu que o homem ficasse em silêncio. Tenho certeza de que a polícia vai
questionar todo mundo, mas quero mais do que justiça civil. Eu quero sangue. Quero lidar com isso
internamente."

Ele não descansaria até fazer todo o possível para destruir a vida de Kostya, e depois,
quando o homem estivesse de joelhos e implorando por misericórdia, Dominic finalmente o mataria.

A multidão se afastou, e os carregadores levaram o caixão de seu pai para fora..


Enquanto encarava o caixão, ele conseguia focar apenas em sua raiva. O padre e seu coro
seguiram seu pai com música e louvor, e todos curvaram a cabeça em respeito. O sol brilhava nas
janelas de vidro pintado, e as flores foram carregadas em seguida. Tantas flores. Brilhantes.
Coloridas. Tudo o que seu pai não era. Muitos chamariam de uma linda cerimônia, mas Dominic não
conseguia se focar nos detalhes. Tudo o que ele conseguia ver era seu pai deitado morto no
caixão.

"A maioria dessas pessoas não sabe o que acontece no plano de fundo. Eles não têm ideia
do que meu pai fazia. Eles não têm ideia do que eu preciso fazer agora", ele murmurou.

Dominic tinha apenas trinta e cinco anos. Era novo demais para assumir os negócios, mas o
pai tinha lhe treinado muito bem. A transição seria tranquila. Os homens de Chava eram leais a
Dominic. O território de Chava também era leal. Não haveria tentativas sangrentos em um golpe.
Dominic nem precisaria esperar pela papelada ficar pronta. A cidade era dele, e ele cuidaria dela
com a mesma firmeza que seu pai.

Quando o carro fúnebre começou a se movimentar, Dominic abotoou o casaco e foi atrás.

Antes que ele se afastasse, o padre se aproximou e segurou sua mão. "Há alguma coisa
que eu possa fazer por você, meu filho?"

Ele era um homem de Deus. Não havia nada que ele pudesse fazer por Dominic, a não ser
isso. "Reze pela alma de Kostya Polanski. Ele não tem mais muitos dias nesse mundo," Dominic
murmurou com raiva enquanto passava pelo padre e se juntava a seus homens.
A dois carros atrás, um corpo familiar abriu a porta do carro e desceu. Gavril se inclinou
na porta do carro e cumprimentou Dominic. "Você quer ir para o salão da recepção?"

Dominic o ouviu, mas havia apenas uma coisa em sua mente enquanto ele varria a multidão
com os olhos. Estava imaginando de Polanski teria coragem de ir até o funeral.

Imediatamente, todo o seu corpo se tencionou. Em frente ao estacionamento, Kostya estava


recostado sobre sua limousine e o observava.

"Não", Dominic rugiu. "Não dou a mínima para nenhuma recepção. Junte todos que tenham
informações sobre Kostya Polanski. Meu pai será enterrado hoje, e amanhã o período de luto terá
acabado. Eu quero que a morte de meu pai seja vingada."

Gavril era uma das poucas pessoas que podia falar livremente com Dominic. Ele era mais
baixo do que os 1,83 de Dominic, e tinha um rosto suave e bonito, mas presumir que Gavril era um
homem inofensivo seria um erro. Ele era uma pessoa fria e cruel, mas ele não lidava com sangue.

Lidava com mentiras.

Quando os dois entraram no carro, Gavril franziu o cenho. "Dominic, sei que está irritado,
mas você não pode simplesmente mergulhar de cabeça nisso. Kostya tem o dobro de homens que
você. Eu entendo que queira vingança, mas precisamos ser espertos a respeito isso, ou você vai se
juntar ao seu pai."

Com os olhos brilhando de raiva, Dominic bateu os punhos no banco. "Não dou a mínima
para a quantidade de homens que ele tem," ele rosnou. "Quero ele morto, e quero ele morto
agora!"

Gavril ficou em silêncio, e Dominic respirou fundo até conseguir ficar mais calmo. A raiva
nunca o deixaria até ele conseguir o que queria. "Sinto muito", ele murmurou. "Você está certo.
Precisamos ser espertos. Não quero ele simplesmente morto. Quero que ele sofra. Quero ter poder
sobre ele e observá-lo tremer de medo antes de derramar sangue."

"Esse é o espírito," Gavril disse sarcasticamente. "Bom, ao menos você está disposto a
diminuir um pouco o ritmo. Nós fizemos um trabalho de reconhecimento, mas é quase impossível
chegar até Kostya. Ele quase não sai de casa, e quando sai, está sempre com muitos guardas.
Precisamos de alguém de dentro para ter mais informações."

Dominic apertou os lábios. "Você acha que alguém perto dele o trairia?"

"Não. Mas acho que alguém perto dele poderia atrai-lo sem perceber," Gavril disse com
um sorriso malicioso.

Erguendo as sobrancelhas, Dominic virou a cabeça para encarar o amigo. "Explique."

"Kostya tem uma filha afastada. Nós verificamos o histórico dela. A mulher sabe que o pai é
um homem de negócios rico, mas se recusa a aceitar qualquer dinheiro dele. Aparentemente, a mãe
já está morta há bastante tempo, e quando a filha tinha dezessete anos, ela fugiu e jurou nunca
mais volta. Não tenho certeza sobre o que aconteceu entre eles, mas o pai ainda tenta se
comunicar com ela. Ela é a única herdeira, e sangue é importante para Kostya."

Dominic franziu o cenho. "Então, você quer que eu mate uma mulher inocente?"

"Cristo, não!" Gavril exclamou. "Quero que você se aproxime dela para conseguir se
aproximar de Kostya. Ela não é feia, e você pode até se divertir."

"Não entendo. Por que eu perderia meu tempo seduzindo a mulher se ela nem é próxima
dele? Que tipo de informação eu conseguiria com ela?"

Seu amigo balançou a cabeça de frustração. "Você não está escutando, Dominic. Só porque
ela não é próxima dele, não significa que o pai não seja próximo dela. Quando ele souber da
notícia de que você está saindo com a filha dele, Kostya vai ficar doido. Ele vai quer você morto,
mas não fará nada que revele a real natureza dele para a filha. Ele ficará enfraquecido, e você
terá uma oportunidade de atacar."

"Perfeito," Dominic respirou. "Ele ficará tão irritado a respeito da filha que acabará
cometendo um erro. Eu o terei exatamente onde quero. Gavril, você é um gênio!"

"Eu sei", Gavril disse com facilidade. "Já consegui algumas informações sobre a garota."

Pegando a maleta no chão, ele pegou um arquivo e entregou a Dominic. Dentro do arquivo
havia diversas fotos e o perfil da filha de Kostya.

"Amaliya Polanski", Dominic murmurou enquanto passava um dedo sobre a foto dela. Gavril
tinha subestimado a beleza dela. Ela não era apenas bonita de se olhar. A loira era maravilhosa.
Sua pele cremosa era imaculada, e seus olhos cor de chocolate eram grandes e cheios de
inocência. Dominic podia imaginar passar os dedos através daqueles longos cachos louros e
pressionar a boca naqueles lábios vermelhos deliciosos. Ela tinha uma cintura fina, mas quadris
largos com uma bunda que um homem poderia envolver as mãos em volta. A camisa modesta
mostrava apenas um pouco do decote, e Dominic se agitou ao pensar sobre o que poderia estar
escondido ali embaixo.

"Ela se formou há três anos em Literatura Mundial e dá aula em uma faculdade em


Morava. Tenho a sensação de que o pai mexeu alguns pauzinhos para lhe conseguir o trabalho,
mas acho que ela não sabe. Ela mora sozinha num pequeno apartamento fora do campus, e
parece que ela não tem uma vida social muito agitada fora do trabalho. Ela não sai para beber
ou dançar. Ela estava namorando um outro professor, mas parece que o relacionamento acabou",
Gavril explicou.

"Vai ser difícil me inserir na vida dela se ela não sai muito de casa," Dominic

Gavril assentiu. "Estamos de olho nela. Se ela não apresentar uma abertura nas próximas
semanas, eu sugiro que você esbarre com ela no campus. Nós teríamos que inventar uma história
para você, mas espero que não precise chegar a esse ponto."

Dominic fechou o arquivo e encarou o lado de fora da janela. O plano era bom. No fundo,
ele sabia que devia se sentir mal por envolver uma pessoa inocente em seu esquema de derrotar
Kostya, mas a mulher tinha o sangue dele correndo nas veias.

O quão inocente ela podia ser?

***

Todas as cortinas estavam fechadas no pequeno apartamento de Liya, e ela tinha apenas
uma lâmpada ligada. A luz azul do televisor ricocheteou na parede atrás dela. O som estava alto,
mas ela não estava prestando atenção. Apesar de estar relativamente quente lá fora, ela tinha
todos os cobertores amontoados ao seu redor.

Uma hora antes, ela tinha começado a limpar o local, mas parara pela metade. Alguns
pratos sujos ainda estavam na pia, e tinha roupa na máquina de lavar que ela estava sem a
mínima vontade de colocar na secadora. O aspirador ainda estava plugado na tomada e parado
no meio do quarto.

Na verdade, a única coisa que ela tinha terminado de fazer era tirar o pó, e isso apenas
porque ela não conseguia parar de espirrar. Liya geralmente era uma mulher meticulosamente
limpa e organizada, mas as últimas duas semanas tinham sido diferentes.

Seu estômago roncou e ela se lembrou de que não tinha comido o dia todo. Jogando os
cobertores para o lado, ela se levantou e se alongou. Quando ela estava prestes a ir até a
cozinha encontrar alguma comida, escutou uma batida na porta.

Por um momento, ela só conseguiu encarar de onde vinha o barulho. E se fosse o Nick? Era
esperança crescendo dentro de si? Ansiedade? Ela nem sabia. Não conseguia nem confiar em seus
próprios instintos o suficiente para descobrir se queria ou não vê-lo novamente.

Não que fosse possível evitá-lo. Ele ainda trabalhava na mesma faculdade que ela, e ela
precisou mudar completamente seu dia para conseguir fugir dele.

Pisando suavemente no chão, ela cuidadosamente se ergueu na ponta dos pés para olhar
através do olho mágico. Com apenas 1,60 cm, ela era apenas um pouco mais baixa do que o
buraco na porta.

"Sou eu", uma voz familiar disse impacientemente. "Abra a porcaria da porta, Liya!"

Halina, sua melhor amiga, estava parada do outro lado da porta com as mãos na cintura.
Ela parecia zangada. Por um terrível momento, Liya pensou em mentir para sua amiga e lhe dizer
que estava doente. Mas Halina certamente estava ali para reclamar por ela ter ignorado suas
ligações, e isso era provavelmente o que Liya precisava.

Preparando-se para o furacão de energia que era sua amiga, ela abriu a porta e tentou
fingir um sorriso. "Estava agora mesmo me preparando para almoçar."

"Pode parar de palhaçada," Halina disse enquanto entrava nervosa. "Por que não está
atendendo meus telefonemas? E não venha me dizer que não escutou o telefone tocar, porque
venho ligando o final de semana todo, e sei que você atendeu ao telefonema do Sal."

"O Sal é meu chefe", Liya disse fracamente. Halina colocou as mãos nos quadris e a
encarou, Liya afundou os ombros. "Desculpe. Descobri há alguns dias que o Nick estava me traindo,
e eu realmente não queria falar com ninguém nesse final de semana."

A expressão de sua amiga escureceu e ela fez uma careta. "Aquele idiota estava te
traindo? Vou matar ele."

"Eu sei. Foi por isso que não te contei. Matar é ilegal, e sou muito tímida para te visitar na
prisão," Liya disse numa voz baixa. Ela fechou a porta e se virou no exato momento em que Halina
envolveu os braços ao seu redor.

"Sinto muito. Não sabia," Halina sussurrou em seu ouvido. Por um momento, Liya se deixou
ser reconfortada. Antes de conhecer Halina, Liya não tinha ninguém para conversar sobre seus
sentimentos. Sua mãe morrera muito tempo atrás, e seu pai não era o tipo mais caloroso e legal do
mundo. Quando ela finalmente encontrou sua independência, o dano foi feito. Liya estava
acostumada a cuidar de si mesma.

Quando começou a ensinar, ela e Halina tinham praticamente os mesmos horários, e elas
frequentemente comiam juntas na sala dos professores. Elas não podiam ser mais diferentes. Na
aparência, Liya tinha a pele clara, era baixinha e loira. Halina era alta, pele de chocolate e
cabelos negros encaracolados. Liya era quieta. Já Halina gostava de falar alto e era tempestuosa.
Liya nem tinha ideia de como as duas se tornaram amigas, mas agora não conseguia imaginar sua
vida sem ela.

"Eu ia surpreendê-lo com um almoço na quinta-feira de tarde no escritório dele, e o


encontrei com as calças na altura dos tornozelos e o pinto numa estudante graduada", Liya
murmurou quando elas finalmente pararam de se abraçar.

"Podemos fazê-lo ser demitido", Halina disse instantaneamente.

"A primeira coisa que saiu da boca dele não foi nem 'desculpa'. Ele disse que se eu
contasse para alguém, ele ia negar," Liya disse enquanto sua boca se revirava de raiva com a
memória. "Além disso, não quero ser a ex-namorada maluca que faz o namorado ser demitido por
ciúmes."

"Ex-namorado", Halina a lembrou.

Num estalo, Liya se deu conta de que não tinha realmente terminado com ele. "Eu
simplesmente fiquei parada lá como uma idiota, encarando ele. Estava tão atordoada," ela se
lembrou.
"Está chateada? Sei que vocês não estavam juntos há muito tempo."

"Não sei," Liya admitiu. Ela e Nick estavam juntos há apenas seis meses, mas ela não estava
muito satisfeita com o relacionamento. A única razão que a fez permanecer com ele foi porque ele
parecia amá-la, e também estava cansada de todo mundo perguntando por que ela estava
solteira.

Seu estômago roncou novamente. "Quer um queijo grelhado? Estou faminta, e ainda não
tinha a chance de ir até o mercado."

"Garota, estou sempre a fim de um queijo grelhado," Halina disse enquanto se sentava na
mesa da cozinha. "Quem era a estudante?"

"Não a reconheci," Liya disse enquanto pegava a frigideira. "Na verdade, só fiquei
sabendo que ela era uma estudante porque Nick acabou soltando." Ela abaixou a panela e curvou
os lábios de nojo. "Eu o deixei encher uma das minhas gavetas com as coisas dele. Eu nunca faço
isso.

"Queima tudo," Halina disse instantaneamente. "Ou poderíamos escrever mensagens e


pendurá-las por todo o campus. Isso seria muito engraçado. Poderíamos fixar uma placa na cortiça
dizendo: pertence ao idiota do professor adúltero que gosta de enfiar o pau em estudantes. Se ele
quiser as coisas dele de volta, ele terá que pegá-las na frente de todo mundo!"

Liya riu com a ideia e imediatamente se sentiu melhor. Ela nunca tivera muitos amigos na
infância, e era legal ter alguém para dividir seus pensamentos vingativos. "Posso deixar uma
mensagem no carro dele com um marcador permanente?" Ela perguntou com um sorriso torto.

"Ah, isso é bom. A vingança faz bem pra alma."

"Não acho que o ditado diga isso." Liya passou manteiga no pão e algumas camadas de
queijo. Enquanto jogava os sanduíches na frigideira, tentou engolir sua dor. Apesar de sua falta
de sentimentos por Nick, ainda doía saber que tinha sido enganada.

Ela podia sentir Halina a observando. "Deixe-me levá-la para sair hoje a noite. Ficaremos
bêbadas e falaremos sobre a péssima pessoa que ele é," ela finalmente disse.

"Não posso. Ainda tenho que corrigir algumas provas, e nunca vou conseguir passar pelas
minhas aulas da manhã com uma ressaca," Liya disse enquanto suspirava melancolicamente. Tomar
um drinque parecia bom. Vários soava ainda melhor.

"Droga. Tenho algumas provas para corrigir também," Halina disse franzindo o cenho. "Eu
provavelmente deveria fazer isso."

Liya ergueu uma sobrancelha. "Esse é o seu trabalho," ela disse com uma risada.

"Sou uma péssima professora. Não sei como não fui demitida ainda," Halina disse
encolhendo os ombros. "Eu deixo meus estudantes me subornarem com vodca."
"Halina", Liya disse com uma pequena bufada. "Vodca? Pelo menos me diz que é de uma
marca cara."

"Não, é bem barata." Havia um brilho malicioso nos olhos dela.

"Isso todos nós sabemos." Liya colocou os sanduíches nos pratos e se juntou à amiga na
mesa. "Acho que isso vai me ensinar a não sair com mais ninguém de dentro da faculdade."

"Eu não contaria com os colegas de trabalho. Nós temos alguns bem gostosos."

"Mas você já dormiu com a maioria deles. Tive sorte de pegar o Nick antes de você," Liya
resmungou. "Nós precisamos fazer um pacto onde você me deixa ao menos trinta porcento dos
homens bonitos que cruzarem nosso caminho."

Ela mordeu o queijo grelhado e imediatamente se sentiu melhor. Companhia e comida.


Agora ela só precisava terminar de limpar.

"Você só precisa ser mais rápida," Halina apontou. "Você é linda, divertida e inteligente,
mas é muito exigente. Para de analisar tudo e simplesmente se joga."

Sua amiga não estava errada. Liya era precavida por natureza. Ela contava com sua
lógica para evitar se machucar, mas cometeu um sério erro ao confiar em Nick. "Ele disse que me
amava," ela disse casualmente.

Halina pausou no meio da mordida. "Quando?"

"No final de semana passado."

"Você disse de volta?"

"Não." Liya se recostou e repuxou os lábios. "Eu não o amo, e não estou disposta a dizer só
por causa do ego dele. Você acha que foi por isso que ele me traiu? Porque não eu não disse de
volta?"

"Não," Halina disse rapidamente. "Não seja ridícula. Ele provavelmente vem te traindo esse
tempo todo, e você provavelmente não se deixou envolver porque sabia. As mulheres têm esse tipo
de instinto."

"Acho que sim. Além disso, ele era muito chato. Tudo o que ele queria era falar sobre si
mesmo, e acredite em mim, não tinha muito o que falar."

Halina soltou uma gargalhada, e Liya sentiu uma pequena onda de alívio. Não tinha muito o
que falar sobre sua vida amorosa. Antes de Nick, ela apenas namorada dois outros homens, mas
ela simplesmente não era o tipo para se investir. Privadamente, ela achava que era muito parecida
com o pai.

E do que ela conseguia se lembrar da mãe, a mulher usava o coração dentro de uma luva.
Ela estava quase chorando a respeito de algo que seu pai fizera, mas Kostya era muito frio e
insensível. Liya nunca o vira demonstrar nenhum tipo de emoção. Quando sua mãe morreu, ele só
ficou tempo suficiente para assistir ao funeral, e Liya tinha a sensação de que ele fez isso só para
manter as aparências. Quando ela finalmente foi embora, ele mandou que voltasse, mas mais uma
vez, ela sabia que era só para manter as aparências. Seu pai nunca se importou com ela.

Um fundo fiduciário com o dinheiro do seguro de vida de sua mãe tornou-se seu quando
ela completou dezoito anos, e ela o usou para pagar a faculdade. Desde que deixara seu pai, ela
nunca mais aceitou nenhum centavo dele, mas ela se sentia um pouco assustada com o quanto
estava desprezando sua própria família.

Ela temia que estivesse sendo tão fria e insensível quanto o pai.

Então, ela tentou namorar e se sentir envolvida com outras pessoas, mas ela nunca
conseguiu de verdade. Às vezes era simplesmente porque o sexo era bom, e às vezes, como no
caso de Nick, era simplesmente porque os homens eram legais com ela. Mas amor?

Liya nunca se apaixonara, e temia nunca se apaixonar.

Elas terminaram o almoço, e Halina a fez prometer que elas sairiam na sexta-feira à noite.

"Mesmo que você escolha apenas um cara para passar a noite, você precisa colocar uma
divisória entre você e o Nick. Vai se sentir muito melhor depois," Halina disse com um sorriso.

Uma divisória. Isso parecia bom. Se o Nick achava tão fácil encontrar mais mulheres, ela lhe
mostraria que tinha a mesma facilidade para conseguir outro homem.
Capítulo Dois
Liya dispensou sua última turma da semana e sentiu seu coração palpitar de excitação.
Fazia muito tempo desde a última vez que ela saíra, e mais tempo ainda desde a última vez que
ela saíra com a intenção de achar um homem. Nick sempre pedia para ficar em casa, mas ela
tinha a sensação de que ele preferia isso porque queria impedir que ela cruzasse com alguma
outra namorada dele.

Babaca.

"Professora Polanski?"

Assustada, Liya olhou para cima para descobrir que um de seus alunos não tinha ido
embora. "Sari, como posso ajudá-la? Ela perguntou enquanto tentava impedir que o aborrecimento
em sua voz transparecesse. A garota estava tento dificuldades em sua aula, mas Liya sabia que
ela estava tentando.

"Não fui muito bem no meu último trabalho, e queria saber se você podia repassá-lo
comigo? Eu preciso de um A na prova final para melhorar o C que tirei na sua aula."

"Você devia ter me procurado antes," Liya disse com desaprovação. "Você é uma boa
escritora, e estou vendo que está se esforçando, mas não está sendo o suficiente. Seu trabalho
sobre Tolstoy apenas repete o que outros estudiosos já disseram. Estes trabalhos de pesquisa
devem apoiar a sua hipótese. E ajudaria se você os entregasse na data certa."

"Certo," Sari disse envergonhadamente e puxou um pedaço de papel. "Eu juntei algumas
ideias para o trabalho final. Você se incomodaria de olhar?"

Como uma regra, Liya tentava não levar trabalho para casa no final de semana. Ela
mantinha o horário de expediente bastante rigoroso, mas sabia que se Sari não começasse o
trabalho neste fim de semana, ela provavelmente ficaria ainda mais para trás.

"Certo. Mando um e-mail para você dizendo o que achei," Liya disse relutantemente
enquanto pegava o papel. À primeira vista, dava para ver que a menina tinha se esforçado.
Levaria muito mais tempo para pesquisar essas ideias do que a menina tinha tempo. Ainda assim,
era algo que as duas poderiam trabalhar juntas.

Liberando a estudante, Liya embalou as notas em sua bolsa e a jogou por cima do ombro.
Quando ela estava quase saindo, escutou a voz de Sair do outro lado do corredor.

"Tenha um bom final de semana, professor Kavanof."

Merda. Nick estava no corredor. Se ela queria evitá-lo, precisaria se esconder na sala de
aula, mas seu orgulho era maior do que isso. Mas isso não significava que ela não queria estar na
sua melhor aparência. Alisando a mão sobre o cabelo, ela imediatamente desabotoou outro botão
na blusa e jogou os ombros para trás.

Ela não queria Nick de volta. Só queria que ele soubesse o que estava perdendo.

Enquanto caminhava para fora da sala de aula, a voz dele a atingiu como unhas
arranhando um quadro negro. Estremecendo ao som da voz dele, ela se perguntou como ela
conseguiu o achar sedutor. "Nick. Que surpresa desagradável," ela disse friamente. "Como posso
ajudá-lo?"

Nick tinha uma altura média, mas um rosto bonito. Feições suaves e bonitos olhos verdes. Era
fácil ver como ele fazia as mulheres o olharem. Ele facilmente fez ela virar a cabeça para olhá-lo.

Empurrando um dedo através do cabelo loiro, ele lhe lançou aquele sorriso que costumava
fazer seu coração palpitar. "Amaliya, estava esperando que você pudesse encontrar um tempo
essa noite para a gente conversar. Eu cometi um erro e realmente queria muito fazer as pazes com
você. Estou preparado para rastejar. "

Amaliya. Ele sempre usava seu novo todo, e ela odiava. "Estou ocupada hoje à noite," ela
disse enquanto tentava passar por ele. Ele imediatamente esticou a mão e agarrou seu braço.

"Esse final de semana, então. Por favor, querida. Sinto muito."

Seus ombros se tencionaram com o toque dele, e ela puxou o braço. "Não sei quais são
meus planos para esse final de semana, mas realmente não vejo sobre o que temos que conversar.
Não vou acreditar em nenhuma palavra que saia da sua boca, e eu certamente não tenho nada
para lhe dizer."

Nick tentou pegar em seu braço de novo, mas parou antes de tocá-la. Os dedos dele
pararam logo abaixo da pele nua de seu braço. "Amaliya, por favor. Eu amo você, e não estou
aqui para dar desculpas ou implorar seu perdão. Sei que não tenho como consertar as coisas, mas
não vou descansar até conseguir. Nunca senti nada parecido com o que sinto por você, e isso me
assusta. Mas me assusta ainda mais pensar que talvez eu nunca mais possa encostar em você. Ou
sentir seu cheiro. Ou sentir seus braços ao meu redor."

Ele deu um passo à frente e se inclinou para roçar os lábios em seu cabelo. Um tremor
passou por ela, mas não tinha nada a ver com emoção. Ela estava prestes a empurrá-lo de nojo
quando a voz de Halina ressoou pelo corredor.

"Não se atreva a tocar nela, seu porco nojento!" Ela gritou. Nick pulou de susto, e Liya não
conseguiu evitar rir.

"Isso não tem nada a ver com você," Nick rosnou.

Conforme Halina passava o braço no de Liya, ela não conseguiu evitar balançar a cabeça.
Ela sentia pena de Nick. "Não tem nada a ver comigo, Nick. E não quero conversar sobre isso.
Você me traiu. Acabou. Eu devia ter deixado isso claro quando o encontrei com uma estudante
debruçada em sua mesa."

Nick imediatamente virou a cabeça para ver se alguém tinha escutado, mas Liya não se
importava. Ela se virou e foi embora pelo corredor com Halina. "Minhas aulas acabaram," ela disse
puxando conversa. "Vou para casa fazer um jantar antes da gente sair."

"Sorte sua. Por que eu estou presa com aulas numa sexta-feira à noite?" Halina reclamou.
"Também prometi para minha mãe que passaria na casa dela para pegar algumas caixas que ela
quer fora da casa. Vou precisar pular o jantar, mas te pego às nove."

"Manda um 'oi' para sua mãe."

Elas chegaram até o final do corredor e Halina a girou. "Jura para mim que você não está
pensando em aceitá-lo de volta, Liya. Sei o quanto ele pode ser sedutor, mas você precisa superar
aquele rostinho bonito e ver o mingau que ele tem no lugar do cérebro."

Liya apenas sorriu. "Não senti nada além de nojo por ele. Prometo que não vou aceitá-lo
de volta. Hoje à noite será a respeito de ficar um pouco bêbada, me divertir e encontrar um
amortecedor para colocar Nick no passado."

"Essa é a minha garota!" Halina se abaixou e a abraçou. "Se você não estiver vestindo algo
decotado e apertadinho quando eu for buscá-la, vou fazer você se trocar. Só para você saber."

"Decotado e justinho", Liya disse com um balançar de cabeça. "Entendi. Não torture demais
seus estudantes hoje à noite. Eles também precisam ir à aula."

"Sim, mas eu não tenho escolha em relação aos meus horários. Se eles não tivessem se
inscrito na minha aula, nenhum de nós estaria nessa posição. Então, vou torturá-los o quanto eu
quiser. Eles merecem," Halina disse num tom ameaçador, e Liya balançou a cabeça.

Elas se despediram e Liya assobiou enquanto caminhava de volta para o carro. O sol ainda
estava brilhando, mas já estava baixo no céu. Logo iria desaparecer no horizonte, e Liya poderia
se desfazer de sua timidez e abraçar a noite e tudo o que ela tinha para oferecer.

Quando Halina chegou para buscá-la, Liya estava vestindo o único vestido bonito que tinha.
Exatamente como sua amiga tinha mandado, encaixava-se em suas curvas perfeitamente,
terminava nas coxas e tinha um grande decote. O verde escuro ficava ótimo contra seu cabelo
loiro ondulado.

Sua amiga soltou um longo assobio e Liya imediatamente puxou a bainha para baixo. "Isso
é tudo o que tenho. Você acha que eu poderia pegar algo seu emprestado?"

Halina bufou. "Qualquer coisa ali cairia nos seus joelhos. Além disso, você está maravilhosa.
Todos os homens naquele clube vão querer um pedaço seu!"

Liya corou. "Não preciso de todos os homens. Só preciso de um. Um amortecedor, lembra?"
"Sim, mas é bom poder escolher." Halina balançou os quadris enquanto girava. "O que você
acha dessa belezinha? Comprei ontem só para usar hoje à noite."

Liya olhou o tecido vermelho no qual Halina tinha conseguido entrar. "Você está muito sexy,
mas não sei como está conseguindo respirar."

"Respirar não é necessário hoje à noite," Halina disse com um sorriso. "Beber, dançar e se
divertir são nossas prioridades. Então, para de puxar seu vestido e tente relaxar. Faz muito tempo
desde a última vez que saímos juntas. O Nick se revelar um idiota pode ter sido uma bênção
disfarçada."

Rindo, Liya balançou a cabeça. "Essa noite será divertida," ela admitiu.

"Bom. Agora, já faz um tempo, então me deixe refrescar sua memória. Se um caro estiver te
incomodando, tudo o que precisa fazer é me dizer que seu drinque está azedo e nós vamos
embora. Se não tiver certeza, diga que o drinque está muito doce. Se quiser ir embora com algum
deles, diga que seu drinque está bom."

"Eu já não te disse que usar um conto de fadas infantil para transar é esquisito? Podemos
usar algo diferente de Cachinhos de Ouro?"

"Sem drama hoje à noite," Halina disse balançando a cabeça. "Siga as regras, e não
precisaremos nos preocupar a respeito de nenhum cara agressivo. Agora, lembre-me sobre hoje à
noite."

Liya ergueu os ombros e levantou o queixo. "Beber, dançar e se divertir."

"Encontrar um amortecedor," Halina a lembrou com uma piscadela.

"Encontrar um amortecedor."

***

Dominic sentou-se na mesa de jantar e encarou o lugar vazio deixado por seu pai. Como
novo chefe da máfia, Dominic deveria sentar-se no lugar do pai, mas ele simplesmente não
conseguia. Ele ainda conseguia sentir o espírito do pai sentado ali. Dominic ainda não tinha
merecido sentar-se ali.

Sua comida estava intocada no prato e ficando fria, mas ele nem olhou para ela. Não
conseguia parar de pensar em Kostya Polanski. Ruiva e ódio ferviam dentro dele. Com esse
sentimento, ele isolou o prato de comida longe. A comida saiu voando pela sala de jantar, e o
prato se quebrou no chão.

Imediatamente, sua raiva o deixou. Um membro dos funcionários entrou para limpar a
bagunça, mas ele levantou a mão e o dispensou. Não precisava de ninguém para limpar sua
bagunça.
Enquanto se curvava para recolher os pedaços do prato, seu telefone tocou. "Minski," ele
rosnou enquanto atendia.

"Dominic. É o Gavril. Arrume-se. Vamos sair essa noite."

Revirando os olhos, ele se esforçou para não deligar o telefone na cara do amigo. "Eu
realmente não estou no clima para sair," ele murmurou.

"Você pode não estar, mas Amaliya Polanski está. Ela e a amiga estão arrumadas e se
encaminhando para sair."

Dominic se levantou imediatamente. Baseado no que Gavril tinha contato, Dominic não teria
outra chance como essa para seduzir a filha de seu inimigo. "Consiga uma limousine. Preciso
impressioná-la."

"Você não fica andando por aí em limousines," Gavril disse com um riso.

"Hoje, sim. Devo me vestir de forma elegante?"

"Pensando pela aparência, elas estão vestidas para dançar e levar alguém para casa.
Provavelmente um clube noturno. Pego você em 15 minutos." Gavril desligou e Dominic franziu o
cenho.

Gavril era um de seus amigos mais antigos, e era o único deles que não trabalhava
diretamente para seu pai. O que significava que ele não trabalhava diretamente para Dominic.
Gavril fazia trabalho de freelancer como vigarista, e era muito bom em seu trabalho. Não havia
ninguém que Dominic confiaria para trabalhar com ele essa noite, e isso significava que Gavril
estava permitido a fazer o que quisesse.

Ele ficou pronto em dez minutos e estava esperando impacientemente do lado de fora da
mansão quando a limousine estacionou. Dominic não se incomodou em esperar o motorista abrir a
porta. Deslizando para dentro, ele se virou para encarar Gavril.

"Elas estão no Club Six, que fica a dez minutos daqui, então não temos muito tempo.
Guarde tudo o que eu disser na memória, entendeu?" Gavril disse concisamente.

"Vai."

"Não há razão para acreditar que ela ficará desconfiada, mas também não sabemos dizer
o que ela puxou do pai. Um bom vigarista deixa o alvo vir até ele, então, quando você a
encontrar, faça contato visual, mas espere ela vir até você. Não seja impaciente ou agressivo. Por
sorte, você deve ter pouca competição," Gavril disse ironicamente.

"Isso já está sendo tedioso," Dominic murmurou.

"Foco," Gavril o lembrou. "A maioria dos professores é atraído pela inteligência, então fale
sobre alguns fatos para impressioná-la. Vai estar barulhento no clube, então ela não poderá te
fazer muitas perguntas. Toque-a com frequência para causar uma impressão, mas mantenha as
mãos em áreas seguras. Braços. Ombros. Costas. Até tocar as mãos dela pode ser intimo demais,
mas tente lê-la. Se você estiver a deixando desconfortável, será preciso se afastar. As mulheres
vão esquecer a primeira impressão se você se corrigir rapidamente. Agora, ela está saindo para
se divertir, então faça ela se divertir. Ofereça-se para pagar um drinque, mas só um. Se ela
pensar que você está tentando deixá-la bêbada, ela vai se afastar. Espere ela te chamar para
dançar."

Dominic revirou os ombros e prestou atenção. Ele preferia seu trabalho, quando estava
segurando a arma na cabeça de alguém. Seduzir mulheres era fácil, mas isso era mais do que
seduzir. Ele precisava encantar uma mulher que ele sabia muito pouco a respeito.

"Ainda está comigo?" Gavril perguntou. Dominic assentiu. "Bom, porque ainda não
acabamos. Se ela não parecer interessada em você ou se se afastar, dê espaço a ela, mas
garanta que você ficará no campo de visão da menina o tempo todo. Você deve deixar parecer
que não a está perseguindo, mas é preciso estar por perto para que ela possa vê-lo e pensar em
você. Se ela puder vê-lo, ela vai pensar em você. Procure uma abertura. Um homem que possa
estar perturbando. Se ela beber demais, fique por perto para o caso dela tropeçar. Fique de olho
na sua abertura, mas isso será preciso apenas se muito tempo tiver passado e ela não tiver feito
um movimento. Isso é complicado, o tempo não está do seu lado, mas use seu melhor julgamento."

"Certo," Dominic disse concisamente. "Mais alguma coisa?"

"Se ela te convidar para a casa dela, leia as ações dela no carro. Se ela estiver insegura,
ofereça para apenas deixá-la em casa. Se ela estiver bêbada, você precisa fingir que também
está. Se ela achar que você se aproveitou dela, você nunca passará da primeira noite."

Balançando a cabeça, Dominic observou a fila de pessoas do lado de fora do clube.


"Chegamos. Mais alguma coisa?"

"É bom você abalar o mundo dela hoje, Dominic," Gavril disse com um sorriso. "Apesar de
eu ter certeza de que disso você já sabe."

"Se você começar a me dar dicas sobre sexo, nossa amizade acabou," Dominic rosnou. "O
que você vai fazer?"

"Fique com o celular. Vou ficar de olho nas coisas e mandar mensagens com alguma dica se
eu achar que vai ajudar. Mas espero que você não precise de ajuda, porque estou esperando
arrumar uma mulher para mim também."

Dominic lhe enviou um olhar cansado. "Você vai trabalhar hoje? Você não estará focado se
fizer isso.

Gavril se recostou. "Não se preocupe. Hoje será só prazer. Está me entendendo, certo?"

Dominic revirou os olhos e pegou o telefone. "Minski aqui. Preciso do meu nome na lista hoje.
Estarei aí em poucos minutos," ele rosnou.

"É bom conhecer pessoas em todos em posições altas," Gavril disse com um sorriso.

"Se você trabalhasse só para mim, você seria alguém numa alta posição."

"Trabalhar para máfia? Não, obrigado. Além disso, eu poderia entrar. Você só conseguiu
uma forma mais rápida. Ele gesticulou para a porta. "Tá amarelando? Vamos!"

"Dá pra relaxar?" Dominic disse enquanto enviava um olhar frio ao amigo. "Não sou um
vigarista. Não persigo mulheres. Me dê um minuto. Respirando fundo, ele tentou guardar todas as
dicas de Gavril. Finalmente, ele abriu a porta.

A música pulsava de dentro do clube, e Dominic tentou se desfazer da tensão que estava
em seus ombros quando passaram pela fila. Mulheres os chamaram, mas eles a ignoraram.
Enquanto passava, ele percebeu uma linda loira usando um vestido verde. Congelando, ele se deu
conta de que aquela era Amaliya.

Ele estava prestes a se virar quando Gavril lhe mandou continuar. "Ela vem até você," ele
sibilou baixinho. "Você precisa ser paciente."

Irritado, Dominic passou por ela e foi em direção ao segurança. Após dar seu nome, o
segurança os mandou entrar. Lá dentro, Gavril apontou para o local aberto próximo do bar.

"Fique aqui," ele gritou sobre a música no ouvido de Dominic. "Você será a primeira pessoa
que ela verá quando entrar. Não saia desse lugar. Vou olhar ao redor. Fique com o telefone por
perto para que eu possa mandar mensagem."

Atravessando a multidão, Dominic foi até o local no bar que Gavril tinha apontado. Antes
que ele pudesse chegar lá, alguém tinha pego seu lugar. Dominic nem evitou quando pegou no
braço do homem. "Saia," ele sibilou rudemente.

Por sorte, o homem nem hesitou, mas lançou um olhar maligno em sua direção. "Uísque,"
Dominic pediu quando o bartender apareceu. Quando pegou sua bebida, ele se virou e recostou
contra o bar.

Ele tinha um local privilegiado para observar a porta. Dez minutos demais, as mulheres
entraram.

Contra desejos maiores, ele ficou parado e observou.

E ela era um prazer de se observar.


Capítulo Três
Liya estremeceu quando entrou no clube. O lugar estava lotado, e a música estava tão alta
que ela ficou preocupada que sua orelha fosse explodir. "Tem certeza disso?" Ela gritou para
Halina.

"O quê?" Sua amiga gritou de volta.

Afundando os ombros, Liya balançou a cabeça. Não tinha como alguém ter uma conversa
tão próximo do alto-falante. Pegando o braço de Halina, ela a puxou em direção ao bar. Se ela ia
se divertir, precisava tomar um drinque primeiro.

Ele pegou seu olhar quando ela estava fazendo seu caminho até o bar. Recostado
casualmente contra o bar, ele girou o copo e retornou seu olhar.

Mesmo sob as luzes piscantes, Liya sabia que ele era lindo. Medindo bem mais de 1,80 cm,
o homem tinha um cabelo cacheado que terminava na altura do pescoço. Os olhos pareciam ser
uma mistura de verde com azul, e havia uma sombra de barba por fazer no rosto. Ele parecia
sombrio e perigoso.

Ele parecia diversão.

Ele também parecia ter muito dinheiro. Passando por ele com um olhar incerto, continuou
andando até encontrar dois locais vazios no bar para ela e Halina. Ela olhou ao redor
nervosamente enquanto puxava o vestido para baixo.

"Ele estava te encarando demais," Halina gritou em seu ouvido. "Por que passou direto por
ele?"

Então, ela não tinha sido a única a ter notado. "Muito sexy," Liya respondeu. "Estou
procurando por um alvo mais fácil essa noite."

"Garota, você é o alvo fácil. Vai lá dizer oi. Consiga uma bebida."

"Preciso de uma bebida antes de ir dizer oi." Na verdade, ela provavelmente precisaria de
três ou quatro bebidas antes de ir falar com aquele homem.

"Vamos. Quanto mais rápido você conseguir um homem, mais rápido vai embora. E sei que
você está se coçando pra ir embora."

Isso era verdade. Fazendo uma careta para a amiga, ela se empurrou para fora do banco
e endireitou os ombros. Ela era uma mulher bonita. Sempre lhe disseram isso, e geralmente não era
difícil arrumar um homem. Seu problema é que os homens geralmente perdiam o interesse quando
ela percebia que eles estavam dando em cima dela.
"Você está num vestido super justo e está maravilhosa," ela sussurrou para si mesma
enquanto lentamente atravessava o bar. O homem no final do bar fixou os olhos nela de novo, sem
oscilar por nenhum momento. Isso aumentou sua confiança, mas antes que pudesse chegar lá, sentiu
mãos ao redor de sua cintura.

"Ei, sexy. Posso lhe pagar uma bebida?"

Assustada, Liya olhou para cima. O homem tinha um rosto bonito, mas estava vermelho de
tanto beber. Ela quase o empurrou par longe, mas se lembrou de Halina. Sua amiga ficaria irritada
se ela ignorasse um alvo tão fácil.

"Adoraria," ela disse enquanto tentava lançar um olhar charmoso. Ela olhou para o local
onde o outro homem sexy estava parado. Ele tinha ido embora.

Fazer o quê. Ao menos ela tinha fisgado um peixe.

"O que você está bebendo?" O homem gritou para ela. A mão dele se moveu de sua
cintura até a bunda, e Liya tentou evitar estremecer.

"Vodca e abacaxi," ela disse enquanto tentava evitar sair de perto. Ele era sexy e estava
disposto, mas algo a respeito dele a deixava com repulsa. Pena ela já ter dito sim, e não queria
parecer rude.

Para seu espanto, o homem empurrou dois homens que estava no bar para pedir a bebida.
Um deles disferiu um soco, e logo depois os três homens estavam lutando. Paralisada, ela observou
horrorizada até o trio tropeçar em sua direção. Antes que eles pudessem bater nela, alguém lhe
agarrou pelo braço a puxou para fora do caminho.

"Ah," ela gritou enquanto caía, mas em vez de bater no chão, ela caiu recostada contra um
corpo quente e duro. Erguendo a cabeça, ela olhou dentro dos lindos olhos do homem sexy que
estava no bar. "Obrigada por isso."

Ele a mudou de lugar para se posicionar entre ela e os homens que estavam brigando.
Para sua surpresa, ele simplesmente ergueu a mão e a acenou. Dentro de minutos, três seguranças
apareceram e retiraram os homens.

"Você está bem?" Ele perguntou enquanto voltava a atenção para ela.

"Estou, obrigada. Ele perguntou se eu queria uma bebida. Não achei que ele começaria
uma briga por causa disso," ela disse enquanto tentava discretamente abaixar o vestido. No meio
de toda aquela loucura, ele tinha subido alguns centímetros.

"Então você nem conseguiu sua bebida?"

"Não consegui."

"Que pena," ele disse com um sorriso recatado.


Ela esperou que ele oferecesse, mas ele apenas ergueu uma sobrancelha. Mordeu o lábio
inferior, ela finalmente riu. "Bom, eu vou pegar aquela bebida. Você te pagar uma?"

O sorriso tímido se transformou num sorriso escancarado, e ela não conseguia acreditar em
como ele era lindo. "Acho que o meu orgulho será ferido se você me comprar uma bebida, mas eu
nunca recebi essa oferta de uma mulher antes, então vou aceitar. Sou Dominic, e estou bebendo
uísque essa noite."

"Liya," ela disse com uma risada. "Deixe-me ver se consigo nossas bebidas sem iniciar uma
briga." Sentindo-se mal por deixar o lado dele, Liya foi até o bar. O bartender foi imediatamente
atendê-la. Liya piscou de surpresa. Os bartenders nunca eram tão atenciosos quando estava
lotado desse jeito.

"Uma vodca de abacaxi para mim e um uísque para o cavalheiro," ela disse enquanto
buscava seu cartão de crédito na bolsa.

O bartender balançou a cabeça. "Sem cobranças para o Sr. Minski ou a acompanhante


dele," o bartender disse enquanto colocar as bebidas à sua frente;

Inclinando a cabeça, Liya franziu os lábios e encarou as bebidas. Quem era esse homem?
Carregando as bebidas de volta, ela o encontrou sentado em uma das mesas do bar.

"Seu orgulho está intacto," ela disse enquanto se sentava. "Não precisei pagar pelas
bebidas, Sr. Minski."

Uma sombra passou pelos olhos dele, e ela pensou ter visto algo obscuro neles. Mas
rapidamente passou. "Sou bom amigo do sono," Dominic disse enquanto levava o uísque até os
lábios.

"Queria ter te conhecido antes de passar trinta minutos tentando entrar." Ela bebeu seu
próprio drinque e quase não conseguiu engolir. Normalmente, ela gostava de um bom copo de
uísque, mas Halina sempre lhe dissera que bebidas femininas eram mais apropriadas em primeiros
encontros. Aparentemente, os homens não gostavam quando ela bebia drinques mais fortes.

O abacaxi não estava lhe agradando, mas ela tentou não demonstrar. Ele a observou com
cuidado. "Não gostou?" Ele perguntou finalmente.

Com uma pequena risada desconfortável, ela abaixou o copo. "Está bom. Apenas não
costumo beber drinques açucarados. Na verdade, eu não costumo vir a lugares como este. Sou uma
pessoa reservada. Bom, não exatamente reservada. Apenas prefiro lugares mais calmos. Sou
professora. Não que os professores não possam ser extrovertidos e divertidos. Minha melhor amiga
é professora, e ela é louca." Consciente de que estava tagarelando, Liya fechou a boca e pegou o
copo. Antes que ele pudesse dizer alguma coisa, ela tomou todo o líquido e colocou o copo na
mesa. "Talvez eu devesse pegar outra bebida."

Antes que ela pudesse escapar, ele esticou a mão e agarrou seu braço. Isso a reconfortou.
"Se você não gosta de lugares barulhentos, por que está aqui?"

Lentamente, ela voltou a se sentar. Ele sorriu enquanto empurrava o uísque para ela.
Molhando os lábios, ela balançou a cabeça. "Estou aqui para me soltar um pouco. Se eu beber o
seu uísque, o que você vai beber?"

"Eu bebo de graça," ele disse enquanto se inclinava para frente. Ele colocou as mãos na
mesa, e ela lutou contra o desejo de tocá-las. Em vez disso, ela pegou o uísque dele e bebeu tudo.
Conforme o líquido queimava sua garganta, ela franziu o rosto e tossiu.

"Não sou uma garota para uísque escocês", ela bufou.

Ele puxou a cadeira para que eles ficassem mais próximos. "Eu ofereceria outro, mas tenho
a sensação de que você não é o tipo de mulher que bebe três drinques num espaço de dez
minutos."

"Está me chamando de fraca?" Ela respondeu com um sorriso. "Eu posso, mas não vou."

"Para o futuro, o que você gostaria de beber?" Ele perguntou numa voz rouca.

"O que te faz pensar que haverá um futuro?" Ela disse. Ela estava realmente orgulhosa de
si mesma. Liya geralmente não era do tipo que flertava.

"Sou um cara muito otimista," Dominic respondeu facilmente. "Estou confiante de que em
algum momento nessa noite, você vai me pedir outra bebida. E eu gostaria que você a degustasse."

"Então, o que você quis dizer com futuro é daqui a uma hora?" Liya perguntou com uma
risada. Sentindo-se mais confortável, ela se recostou na cadeira e cruzou as pernas. Os olhos dele
seguiram seu movimento, e Liya sentiu uma pequena excitação em sua espinha.

"Você tem outra coisa para fazer na próxima hora que não inclua passar o tempo comigo?"

"Isso depende."

"Ah é?"

Ela passou a mão sobre a perna nua. "Depende se você vai ou não me convidar para
dançar."

***

Dominic empurrou a cadeira para trás e ficou de pé. Sem chamá-la para dançar, ele
esticou a mão na expectativa. Toda a noite estava rolando mais suavemente do que ele esperava,
e Dominic não se surpreendeu quando ela pegou sua mão e se levantou.

"Você não me convidou," Liya disse enquanto ele a puxava para perto.
"Preciso?"

"Sou uma mulher de classe. Tenho algumas expectativas."

Dominic não conseguiu evitar rir. De perto, ela era diferente do que ele esperara. Apesar
do que o arquivo dizia, ele pensou que encontrar uma mulher festeira. Os Polanskis eram uma
família muito rica, mas o vestido que ela usava dificilmente era de marca. Sem contar que ela
parecia extremamente desconfortável nele. Enquanto ela continuava abaixando o vestido, ele a
imaginou usando uma calça jeans e camiseta.

Ou talvez apenas uma camiseta. Apesar dela ser baixinha, ela parecia ter pernas
compridas. E ele odiava precisar parar de olhar.

"Liya, gostaria de dançar comigo?" Ele tomou cuidado para usar o apelido que ela lhe
passara. Em nenhum lugar no arquivo dizia que ela atendia por outro nome.

"Eu adoraria," ela murmurou. Repentinamente, ela tropeçou. Dominic se precipitou e a


pegou.

"Ei, você está bem?"

Liya ergueu a cabeça e sorriu fracamente. "Acho que beber o seu uísque escocês foi uma
má ideia."

Puxando-a para perto, ele se xingou. Ela não lhe serviria se estivesse bêbada. "Vamos.
Vamos fazer uma paradinha rápida antes de ir para a pista de dança."

Fazendo um caminho pela multidão, ele a levou para a área VIP. Das escadas, ele pôde ver
Gavril balançando a cabeça para eles. Ele também viu a amiga de Liya indo na direção deles.
Seu coração afundou. Ele podia facilmente impedir que a amiga entrasse na área VIP, mas
bloqueá-la não o ajudaria a ganhar a confiança de Liya.

"Deixe-a passar," Dominic rosnou das escadas. Ele levou Liya para a varanda e esperou
que a amiga se juntasse a eles.

"Você a drogou?" A amiga exigiu saber quando chegou perto. "Liya? Você está bem?

Liya sorriu. "Halina, os drinques estavam bons."

Dominic franziu o cenho. "Ok, não sei do que ela está falando, mas juro que não a droguei.
Ela bebeu uma vodca e um uísque escocês rápido demais, mas não devia ter batido desse jeito."

Halina o ignorou. "Tem certeza?"

"Tenho certeza. Agora, pode voltar para o que estava fazendo," Liya respondeu.

Halina se endireitou e sorriu. Olhando Dominic por cima, ela sorriu. "Mandou bem. Divirta-
se."

Dominic observou enquanto a amiga dela se afastava. "Espero que aquilo tenha sido um
código e que você não pense realmente que tem uma bebida na sua mão."

Os olhos dela se arregalaram de surpresa. Erguendo as mãos, ela franziu a testa. "Você
não consegue ver isso?" Ela perguntou lentamente. Ela não podia continuar a brincadeira por muito
tempo, e um sorriso apareceu no rosto dela. "Desculpe. Você está me olhando como se eu fosse
doida. É um código. Se eu tivesse dito que o drinque estava azedo, Halina teria me levado embora,
porque ela está acostumada com lugares como este." Ela também é um pouco superprotetora."

"Você nunca está segura demais em lugares como este. Está se sentindo melhor?"

"Estou. Acho que a combinação de licor com a multidão causou isso. Geralmente não sou tão
fraquinha."

Ele roçou a mão pela pele dela. Não parecia pegajosa. Longe disso. Era quente e flexível
sob seu toque. Ele deixou seu toque permanecer por um momento.

Ela percebeu o movimento e sorriu. "Está gostando de bancar o herói?"

"Desculpe," ele murmurou, mas não tirou a mão. "Podemos passar o resto da noite aqui, se
você preferir."

"A noite toda?" Ela perguntou erguendo uma sobrancelha.

Balançando a cabeça timidamente, ele tirou a mão e recostou-se na cadeira. "Desculpe.


Não quis insinuar nada."

"Ah, não," ela disse enquanto esticava a mão para pegar o braço dele. "Não quis fazê-lo
se sentir mal. Não sou muito boa com flertes;"

"Flerte? É isso que estamos fazendo?" Ele perguntou enquanto olhava para baixo, onde a
mão dela estava segurando seu braço. Como ele esperava, ela não tirou a mão. Liya era mais
ousada do que parecia no papel.

Ele estava começando a se divertir.

"Liya, o que você gostaria de fazer agora?"

"Vou aceitar aquele pedido para dançar. Mas preciso saber de uma coisa antes."

"Não sou um péssimo dançarino, se essa for a pergunta."

Dessa vez, foi ela que moveu a cadeira para ficar mais perto. Esticando o braço, ela
passou a mão pela camisa dele. "Reservo-me o direito de retirar a oferta, mas eu gostaria de
saber se você quer me levar para casa esta noite."
Surpreso, ele pegou no braço dela. "Isso é ousado."

"Eu sei. Vim aqui para me divertir. Se isso não estava nos seus planos, gostaria de saber
agora."

Ela respirou fundo, e ele sabia que Liya devia ter precisado de muita coragem para lhe
fazer essa pergunta. Ele suspeitava de que o uísque e a vodca tinham ajudado.

"Vamos combinar o seguinte. Se você passar o resto da noite sem beber e ainda quiser que
eu te leve para casa, ficarei mais do que feliz de levá-la. Desde que você não comece a mostrar
tendências psicopatas," ele disse com uma risada.

"Combinado." Ela ficou de pé e estendeu a mão. "Vamos nos divertir, Dominic."

Ele pegou no braço dela, e Liya praticamente o arrastou pelas escadas. Assim que eles
chegaram na pista de dança, ela se jogou sobre ele como se fosse uma segunda pele.
Normalmente, ele mantinha o controle de si mesmo, mas enquanto ela deslizava por seu corpo, ele
travou os dentes, lutando contra a vontade de agarrá-la e beijá-la.

Ele deslizou as mãos pela cintura dela e se perdeu no ritmo da música. Fazia muito tempo
que ele não se divertia dançando com uma linda mulher. No meio da multidão e entre corpos
suados, ele se esqueceu por um momento que o pai dela tinha matado o seu.

Esqueceu que seu pai estava morto.

Liya se virou em seus braços e travou os dela ao redor do seu pescoço. "Você é um
verdadeiro cavalheiro na pista de dança," ela sussurrou em seu ouvido.

Molhando os lábios, ele moveu as mãos da cintura para a lombar de Liya. "Direção
errada," ela murmurou.

"Acredite em mim, é a direção certa. Se eu for mais para baixo, podemos acabar fazendo
coisas inapropriadas antes de deixarmos o clube."

"Eu te disse para a gente se divertir." Ela riu e ele a girou. "Achei que estivesse mentindo
quando disse que era um bom dançarino."

"Eu não minto," ele disse facilmente. Ele não lhe dissera nada que fosse mentira, e se fizesse
as coisas direitinho, permaneceria desse jeito.

Other than lying by omission.

"No que mais você é bom?" Ela perguntou enquanto se mexia de forma provocante.

"Descarada, hem?" Ele riu e a puxou.

A música bombeava através do sistema de som e fluía através de seu sangue. Enquanto ele
a puxava para perto, ela ergueu a boca para ele. Dominic não conseguia mais se segurar.

Acalmando-se, ele se abaixou para prová-la. A música ficou abafada e ela se abriu para
ele. Sua língua mergulhou no calor dela, e seu corpo reagiu violentamente.

Seu pau endureceu. Ele a puxou para mais perto. Saqueando a boca Liya, ele passou a
mão nos cachos loiros e satisfez seu primeiro desejo. Finalmente, ele a soltou.

"Nossa," ela murmurou.

"De fato," ele disse enquanto descansava a testa contra a dela. "O que você quer fazer
agora?"

O decote dela saltava enquanto Liya respirava pesadamente. Ele podia ver as rodas da
cabeça dela girando. Ela queria ir embora. Dava para perceber. Ele também queria ir, mas como
Gavril dissera, tudo tinha que partir dela.

"Quero dançar."

Dominic não podia se sentir decepcionado. Ela ainda estava sem seus braços.
Capítulo Quatro
Dominic estava observando enquanto ela abaixava o vestido nervosamente. Ele ficara
surpresa quando Liya concordara em levá-lo para casa. Durante toda a noite, ela o provocara e o
mantivera a um braço de distância na pista de dança. Ela estivera mais quente do que fogo em
seus braços.

Agora ela devia ter percebido o quão curto era o vestido que estava usando. Ela manteve
as mãos no colo e mexia com os dedos nervosamente. Ele achou isso estranhamente cativante.

Deslizando no assento, ele apertou o botão que separava o banco de trás do motorista. A
boca de Liya se escancarou. "Chique," ela disse com uma voz aguda. Limpando a garganta, ela
corou.

"Você parece nervosa," ele disse enquanto estivava a mão para lhe pegar o braço. "Achei
que você ficaria mais à vontade de tivéssemos um pouco mais de privacidade."

Liya riu secamente. "Não, eu acho que ter privacidade é o problema. Tenho certeza de que
você está pensando que a mulher com quem dançou no clube nunca ficaria constrangida, mas eu
realmente não costumo fazer esse tipo de coisa."

"Fazer o quê?" Ele murmurou roucamente enquanto ele esticava o dedo para acariciar a
pele nua da coxa dela. Ela pulou e respirou fundo.

"Levar estranhos para casa comigo," ela sussurrou. Ele podia sentir todo o corpo de Liya
enrijecer enquanto ele suavemente traçava formatos na coxa dela. Dominic soube desde o
momento em que vira a foto dela que a queria, mas não era nada comparado a como ele se
sentia agora. O aroma de perfume de lavanda estava deixando-o doido. Os pequenos e
hesitantes suspiros que escapavam dela faziam os lábios de Liya abrir. O gosto dos lábios dela
ainda permanecia em sua boca, e ele estava lutando para se controlar.

Se ele fosse muito agressivo, ela daria pra trás, e ele perderia sua chance.

"Liya, não vou fazer nada que você não queira," ele disse enquanto parava de acariciá-la.
"Se quiser que eu apenas a deixe em casa, nem vou pedir para entrar. Não quero que você sinta
que está sendo forçada a fazer algo que não deseja."

Por um momento, ela não disse nada. Ela apenas o encarou com aqueles olhos escuros, e
apesar de estarem repletos de desejo, ele temia que seu momento tivesse passado. Ele oferecera
uma saída, e ela ia aceitar.

Repentinamente, ela deslizou a mão que estava debaixo da dele. Ela pegou sua mão e a
pressionou no meio das pernas. Dominic sibilou profundamente quando sentiu o calor que irradiava
do centro dela. Precisou de toda a sua força para não retirar o vestido dela e deslizar um dedo
ali dentro.

"Preciso de um amortecedor," ela murmurou enquanto passava a mão ao redor de seu


pescoço e o puxava para um beijo. Quando os lábios dela tocaram os dele, ela se abriu e
arqueou ao seu toque. Com um gemido, ele envolveu as mãos ao redor das coxas de Liya e
começou a acariciá-las para cima e para baixo, sempre parando antes de ir longe demais. Com
cada carinho, ele mergulhava a língua dentro dela para prová-la.

O carro se movia tão suavemente que ele esqueceu de onde eles estavam. Sem perceber,
ele empurrou o corpo dela até ela ficar recostada contra a porta e moveu seu corpo sobre o dela.
Liya soltou um suspiro enquanto abria as pernas e ele aprofundava o beijo.

Repentinamente, o carro parou, e ele precisou se segurar para impedir que os dois caíssem
no chão. Olhando para cima, ele viu que era um semáforo.

Com uma pequena risada, ele lentamente saiu de cima dela e a ajudou a se levantar. Antes
dela conseguir se endireitar, ele a puxou para cima de seu colo.

"Não sei o que quiser dizer com amortecedor, mas espero que isso signifique que você vai
me convidar", ele disse numa voz abafada enquanto brincava com a bainha do vestido dela. Se
ele movesse as mãos um pouco mais alto, ele seria capaz de ver a calcinha dela.

Ela mexeu o corpo sugestivamente sobre sua ereção, e ele sentiu seu estômago apertar.
"Talvez," ela disse provocando. "Ou talvez eu só goste de assistir você se contorcer."

Dominic apertou o quadril dela. "Você que está se contorcendo," ele apontou enquanto
forçava o quadril dela a ficar parado. Ele não conseguiria sair do carro se ela continuasse
fazendo aquilo, e ele precisava estar dentro do apartamento dela.

Na cama dela.

Caso contrário, ela apenas o consideraria um flerte de uma noite e ele não conseguiria dar
continuidade ao seu plano.

Infelizmente, Liya parecia ter outras coisas em mente. Enquanto mordia o lábio inferior, ela
abriu um pouco mais as pernas para ele ver um pedaço de sua calcinha de renda preta. Fechando
os olhos, ele imediatamente balançou a cabeça. "Acho que você é o diabo," ele murmurou
enquanto tentava tirar a imagem de sua mente.

"O que foi?" Ela disse numa voz sedutora. "Não quer me tocar?"

"Você nem tem ideia," ele respirou.

"Então faça isso." Ela agarrou a mão dele, e mesmo de olhos fechado, ele a deixou guiá-la
para onde quisesse. A pele dela era quente e sedosa, e respondia ao seu toque. Quanto mais ela
movia sua mão, mais quente Liya ficava. Quando sentiu renda debaixo de seu toque, ele
imediatamente passou os dedos. Liya gritou de prazer e ele tirou a mão.
Os olhos de Dominic abriram e ele se inclinou para outro beijo quente e molhado.
"Desculpe," ele sussurrou quando o contato foi quebrado. "Não quis assustá-la."

Liya riu e balançou a cabeça. "Você não me assustou. Apenas não esperava reagir tão
violentamente ao seu toque."

Ele manteve as mãos para o alto e a estudou. "Quer parar?"

Passando a mão pelas curvas do cabelo, ela o observou por um minuto antes de lentamente
sair de seu colo. "Acho que é o suficiente por agora." A voz dela tremia, e ele cerrou os dentes.

Eles tinham ido longe demais e ele a assustara.

"Além disso, chegaremos na minha casa em poucos minutos, e acho que quero guardar o
melhor para quando estivermos num lugar mais privado."

Sua ansiedade imediatamente se tranquilizou, e ele sorriu para ela. "O melhor, é?"

Liya corou e imediatamente virou o rosto para longe dele. Enquanto ela encarava o lado
de fora da janela, ele não conseguiu evitar esticar o braço e pegar a mão dela. Dominic sabia
que ela estava excitada, mas essa noite era importante demais para as coisas darem errado. Ela
estava claramente insegura, e ele estava com medo de que se quebrasse o contato, Liya poderia
mudar de ideia.

Ela não se virou para olhá-lo, mas também não retirou a mão.

***

Quando o carro estacionou, Liya quase riu para a absurdidade da situação. A última vez
que uma limousine estacionara perto de sua casa foi quando seu pai estava tentando tomar o
controle de sua vida novamente. Isso foi há três anos.

Agora ela estava prestes a levar esse estranho para dentro de sua casa, e sabia, sem
sombra de dúvidas, que esta seria uma noite que ela nunca esqueceria. Ela nunca estivera tão
excitada em toda a sua vida.

"Chegamos", uma voz disse subitamente, fazendo Liya pular.

Com uma risada, Dominic se inclinou e apertou o botão do interfone que ficava no teto.
"Obrigado. Vou ligar para o meu motorista regular para vir me buscar. Não precisa ficar
esperando."

"Chique." Quando percebeu que já tinha dito a palavra, Liya cobriu a boca com a mão. Ele
pensaria que ela é a mulher mais idiota do mundo se não encostasse algo mais interessante para
dizer.

Seu humor estava mudando abruptamente. Quando ele a tocava, ela se sentia
incrivelmente sexy, e Liya deixava seu lado selvagem brilhar, mas quando se tratava de interagir
com ele de uma forma não sexual, sua língua simplesmente dava nó.

Melhor ficar com seu lado selvagem para que ele não pensasse que ela é totalmente idiota.

Dominic abriu a porta e saiu. Ela o seguiu e viu a mão que ele estava esticando em sua
direção. O ar da noite estava frio, fazendo-a tremer. Mas ela suspeitava que isso tinha mais a ver
com seus nervos do que com qualquer outra coisa.

"Posso ir embora se quiser," ele disse enquanto a linda boca se curvava num sorriso.

Antes de ficar mais nervosa, ela fechou a porta e pegou na mão dele. Sem dizer uma
palavra, ela o levou pelas escadas até seu apartamento e deslizou a chave na fechadura. "Tenho
certeza de que você deve estar acostumado a lugares muito melhores," ela disse enquanto acendia
a luz. "Sou professora, então este é o melhor que posso conseguir."

"O que faz você pensar que estou acostumado com lugares melhores?"

"Você foi para um clube de limousine," ela apontou antes perceber que ele a estava
provocando. Colocando as mãos em seus quadris, ela o encarou. "Não é legal zombar de mim."

"Estou apenas tentando aliviar o clima," ele disse enquanto a puxava para perto. "Mas
você fica sexy quando está nervosa."

Liya inclinou a cabeça para trás e Dominic lhe cobriu a boca com a dele. Desde a primeira
vez que provara dele, tudo o que ela conseguia pensar era no próximo beijo. Nada nunca tinha
feito sua cabeça girar do jeito que o toque dele fazia.

Seu coração batucava dentro do peito quando ela se atreveu a brincar com os botões da
camisa dele. Era como se outra pessoa a estivesse controlando enquanto ela atrevidamente
deslizava um botão do buraco e passava para o próximo. Tremendo, ela finalmente abriu o tecido
e pressionou as palmas das mãos contra o abdômen dele.

O corpo dele era nada além de pele quente e músculos rígidos.

"Deus," ela murmurou enquanto se afastava e o encarava. Avidamente, ela bebeu a visão
dele. O homem era perfeitamente esculpido e duro como pedra. Ele tinha uma tatuagem de um
lobo em um dos lados e várias letras estrangeiras no outro. Ciente de que ele a estava encarando,
ela esticou a mão e traçou as tatuagens com os dedos.

"Está vendo algo que lhe agrada?" Ele perguntou suavemente.

Seus olhos foram parar nos dele e ela não conseguiu evitar sorrir. "Não é possível que você
seja real. Sério. Mulheres como eu não levam homens como você para casa. Você só existe nas
revistas e nos meus sonhos." Quando as palavras saíram de sua boca, ela imediatamente fechou os
olhos e tirou as mãos das tatuagens. De todas as coisas para dizer, ela esperou que algo mais
sofisticado tivesse saído.
"Me fale mais sobre esses sonhos," ele disse numa voz rouca. Liya estremeceu quando ele
lentamente a virou e pressionou o corpo contra suas costas. De onde estava, as mãos dele
passearam pelo fino tecido de seu vestido.

"Essa é uma conversa muito intima para se ter com alguém que acabei de conhecer," ela
disse trêmula. Ela ficou muda enquanto Dominic passava o dedão pela linha de seu pescoço.

"Essa é a beleza de compartilhar detalhes íntimos com um estranho." Posso fazer todas as
suas fantasias se realizarem, e você não precisa se preocupar em me ver novamente." Os lábios
de Dominic faziam cócegas em sua orelha, fazendo gemer e abaixar a cabeça no ombro dele.

"Só essa noite," ela disse num suspiro.

Ele pressionou os lábios em sua garganta e ela derreteu contra ele. Ela nem tinha tirado a
roupa ainda, e ele já sabia quais eram os pontos mais sensíveis em seu corpo.

Talvez tudo aquilo fosse um sonho. Ela não ligava. Liya nunca quisera tanto algo na vida, e
não ia voltar atrás agora.

"Apenas eu e ele," ela murmurou enquanto ele brincava com as alças de seu vestido. Tudo
que ele precisava fazer era deslizá-las de seus ombros e o vestido cairia no chão. "Estou nua nos
braços deles, e ele beijar cada centímetro da minha pele."

"Cada centímetro? Ele pressionou outro beijo molhado em seu ombro e deslizou uma das
alças. "E quais partes você gosta mais?"

O ar ficou mais pesado entre eles, e ela precisou se esforçar para conseguir levantar os
braços e colocá-los ao redor da cabeça dele. Passando uma das mãos através do cabelo dele, ela
pegou a outra mão de Dominic e a guiou por seu corpo.

"Aqui," ela murmurou e pressionou os dedos dele na cavidade de sua garganta. Respirando
fundo, ele puxou a mão dele para a curva de seu seio e a segurou ali. "Aqui."

Ele não se afastou, e Liya se sentiu ainda mais ousada enquanto empurrava a mão dele
mais para baixo. "Aqui," ele murmurou, guiando os dedos dele para seu umbigo. De lá, ela soltou a
mão dele e tentou se virar nos braços dele. Liya estava desesperada por outro beijo dele, mas ele
não deixou que ela se mexesse.

Ele a ancorou no lugar e ergueu a bainha de seu vestido. "E aqui?" Ele perguntou
sedutoramente enquanto pressionava a mão no centro de seu calor. Imediatamente, o prazer lhe
atravessou o corpo e ela não conseguiu evitar ondular os quadris contra ele.

"Sim," ela gritou.

Ele passou o dedo em círculos na borda externa de seu ponto de prazer. "Por que você
deixou essa parte de fora?" Ele perguntou severamente em sua orelha.
Sentindo-se completamente a mercê dele, ela não conseguiu evitar pressionar as costas
contra ele na esperança que ele lhe desse o que ela queria. "Desculpe," ela respondeu. "Desculpe.
Por favor."

Dominic tirou a mão e deslizou a outra alça do seu ombro. O vestido caiu no chão. Ela
tentou novamente se virar para encará-lo, mas ele fez os dois andarem para frente até ela ficar
contra a parede. "Você não respondeu," ele murmurou enquanto as mãos dele deslizavam pelas
suas costas nuas.

Liya tremeu e pressionou a testa contra a parede. "Deixei de fora porque fiquei com
vergonha," ela finalmente disse. Ela o escutou se movendo atrás de si e subitamente sentiu os lábios
dele no meio de suas costas.

"Na próxima vez que eu te fizer uma pergunta, não deixe de fora nada importante," ele
disse suavemente. "Entendido?"

"Sim," ela disse e arfou enquanto tentava recurar o ar. Uma gargalhada se formou em sua
garganta, mas ela a abafou. Era tão estranho, mas tudo o que ela queria fazer era agradá-lo. Ela
não sabia nada sobre ele, mas quando ele a tocava, Liya queria dar tudo o que Dominic
desejasse.

"Bom." As mãos dele apertaram sua bunda e ela não conseguiu evitar empurrar o corpo
mais forte contra ele. Os dedos dele a acariciaram e as mãos dele se moveram para mais perto
do ápice de suas pernas. Ela ampliou sua posição e prendeu a respiração. Todos os seus nervos
estavam gritando por uma liberação.

Normalmente, ela se sentia muito tímida para ter um homem de joelhos atrás de si, mas com
ele, ela não se sentia nada tímida.

Na verdade, ela queria mais.

"Vire-se," ele exigiu numa voz seca. Ela obedeceu sem hesitar. Vestindo apenas sua calcinha
de renda preta e sutiã tomara que caia também preto, ela pressionou as costas contra a parede e
o encarou. "Tire o sutiã."

Sem dizer uma palavra, ela arqueou as costas e soltou o sutiã. O sutiã caiu no chão. Ainda
de joelhos, ele se inclinou para trás e a encarou. "Acho que você é a mulher mais linda que eu já vi
nua," ele sussurrou.

Do jeito que ele a olhava, ela se sentiu como a mulher mais linda nua. Ainda assim, depois
de sua experiência com Nick, um rosto bonito e algumas palavras floridas não iriam influenciá-la.
Apesar de que, para ser justa, Nick nem chegava aos pés de Dominic.

"Aposto que você diz isso para todas as mulheres bonitas," ela murmurou atrevidamente.

Um pequeno sorriso se espalhou pelo rosto dele. Dominic esticou a mão e enfiou um dos
dedos em sua calcinha. Movendo-se lentamente, ele a puxou por suas pernas. Pareceu ter passado
horas antes dela finalmente ficar totalmente nua.

"Perfeito," ele disse enquanto encarava seu sexo. Antes que ela pudesse responder, ele
pressionou a boca em sua boceta. Chocada, ela agarrou a cabeça dele e arfou. Ele nem hesitou
enquanto puxava uma de suas pernas para cima do ombro de deslizava a língua dentro de Liya.

"Dominic," ela gritou enquanto se arqueava contra ele. Ele não estava gentil enquanto a
devorava. A tensão dentro de si aumento e ela lutou para conseguir se manter de pé. "Não
consigo," ela murmurou. "Dominic, eu vou cair. Por favor." Ela não tinha forças para se afastar dele,
e ele também não a soltava.

Finalmente, ele deslizou a língua para fora dela e subiu. Enquanto ele devorava seu clitóris,
ele chupava com força, fazendo-a desmoronar. Seu orgasmo veio com força e ela o empurrou
antes de bater a cabeça contra a parede. Seu corpo todo se tencionou enquanto o orgasmo
tomava o controle. Repentinamente, toda a sua força deixou seu corpo e ela começou a deslizar
pela parede.

"Ei," ele disse com uma risada enquanto a pegava com facilidade. "Peguei você."

Ele a ergueu no colo e ela passou os braços ao redor dos ombros dele. "Dominic," ela
sussurrou na orelha dele enquanto ele a carregava pelo apartamento. "Isso foi... Jesus... Acho que
não restou nada para te dar."

"Liya, acho que você não tem ideia do quanto é doce," ele disse com um sorriso. Como o
apartamento era pequeno, ele não teve dificuldade em achar o quarto. Ele gentilmente a abaixou,
observando-a derreter sobre o colchão. "Eu ainda não terminei com você."

Seu corpo voltou à vida mais uma vez e gemeu de prazer enquanto o observava tirar a
calça. Quando a ereção dele ficou livre, ela arregalou os olhos. Simplesmente assim, ela estava
excitada e molhada de novo. Seu corpo queimava de antecipação enquanto ele se juntava à ela
na cama. "De repente fiquei rejuvenescida," ela disse enquanto esticava a mão e envolvia a
ereção dele.

Gemendo, ele investiu lentamente contra a palma de sua mãe antes de removê-la. "Você
não está mais tímida."

Mordendo o lábio inferior, ela o empurrou até que Dominic ficasse debaixo dela. "Você
disse para não ser tímida, e não tem como eu ser tímida tendo isso à minha disposição." Com um
pequeno suspiro de prazer, ela se abaixou e lambeu o peito dele.

"Fico feliz que te agrada," ele arfou enquanto envolvia as mãos em seu cabelo. "Fios de luz
do sol."

Ela riu. "Luz do sol? Sério?" Ele puxou gentilmente, fazendo-a olhar para cima. "Desculpe.
Ninguém nunca tinha comparado meu cabelo com a luz do sol. Gostei. Agora, pare de me
interromper. Estou numa missão aqui."

"Uma missão para quê?" A voz dele estava cheia de desejo e parecia até um pouco
perigosa.

"Beijar cada centímetro."

Com uma risada, ela deixou que ele a puxasse e a virasse. Enquanto ele se estabelecia em
cima dela, ela tentou franzir o cenho.

"Pensei que eu tivesse dito para não me interromper."

"E eu achei que eu que deveria beijar cada centímetro," ele disse enquanto se abaixava
para provar dela. O beijo aumentou de intensidade e ela não sentiu mais vontade de brincar.
Envolvendo as pernas ao redor da cintura dele, ela rebolou contra ele até a ereção de Dominic
deslizou ao longo de sua vagina.

Dominic desfez o beijo e colocou o peso do corpo nos cotovelos. Enquanto ele a encarava,
ela abriu os lábios e o encarou de volta. "Chega de brincadeira. Preciso de você. Agora."

Um rosnado baixo escapou da garganta dele quando ele cutucou em sua abertura e
começou penetrá-la. Enfiando as unhas nas costas dele, ela arqueou os quadris e tentou receber
mais dele. Algo que ela não conseguia nem explicar estava rastejando dentro dela, e Liya estava
desesperada para ter ele todo dentro de si.

Havia uma luta silenciosa entre eles, e ela lutou desesperadamente para se controlar Ela
queria ele duro e rápido, e ele parecia determinado a ir devagar e suave. "Dominic," ela implorou.

"Não," ele gemeu enquanto ele agarrava sua mão e colocar sobre sua cabeça. "Deixe que
eu faço isso."

"Então faça," ela rosnou entre os dentes. "Não sou frágil, Dominic. Me fode."

Foi tudo o que precisou ser dito. Soltando suas mãos, ele ergueu suas pernas e a penetrou
fundo. Toda a ereção dele a esticando e deslizando em seu ponto mais sensível. Curvando suas
costas, ela gritou. "Mais. Deus, me dê mais."

Gotas de suor apareceram na testa dele enquanto ele se movia cada ver mais rápido.
Logo, a única coisa que ela podia fazer era se segurar enquanto ele fazia coisas com seu corpo
que ela nunca sonhara antes. Repetidamente, ele a penetrou até que nenhum dos dois conseguisse
mais falar.

Arfando e gemendo, ela desesperadamente tentou abafar o grito que estava crescendo em
sua garganta. Todo o seu corpo tremeu, e ela não conseguia mais aguentar. Perdendo todo o
controle, ela gritou e deixou o enorme orgasmo tomar conta de si.

Perdida em seu próprio prazer, ela mal o escutou quando ele rosnou seu nome. Finalmente,
após o que pareceu horas, ele caiu sobre ela.

Imediatamente, ele girou o corpo para o lado e a colocou por cima dele. Liya nem
conseguia erguer a cabeça para olhá-lo. Ela só conseguia se concentrar em recuperar o fôlego.

Os braços de Dominic a seguraram e, por um momento, ela pensou que aquilo era o que
todos buscavam. Aquilo era felicidade e segurança. Era o que ela procurara com Nick, e agora
tinha encontrado nos braços de um estranho.

"Só uma noite," ela sussurrou enquanto finalmente adormecia.


Capítulo Cinco
Liya acordou com o pior caso de boca seca que já tivera. Franzindo o cenho, ela se esticou
na cama. Sentiu todo o seu corpo doer enquanto rolava na cama. Ela se lembrou da noite passada.

Os beijos deles. O toque. Ela perdera a conta de quantos orgasmos ele tinha lhe dado.

E agora ela estava sozinha. Empurrando-se da cama, ela olhou ao redor "Dominic? Ela
perguntou alarmada. Seu pânico encontrou o silêncio. Ele tinha ido embora.

Passando as mãos no cabelo bagunçado, ela suspirou e pulou da cama. A noite passada
tinha sido maravilhosa, mas agora ela se sentia um lixo. Ao sair da cama, ela olhou para a mesinha
de cabeceira.

Havia um copo de água e um comprimido de aspirina próximos a um bilhete. Ela esticou a


mão e pegou o papel.

Você disse apenas uma noite. Provavelmente fazia um tempo desde a sua última ressaca. Água,
aspirina e um bom café da manhã sempre me ajudam. —Dominic.

"Perfeito. Sexy. Amante maravilhoso. E escuta o que eu falo. Pena que não falei para ele
ficar," ela murmurou enquanto jogava o bilhete de lado. Ela tomou duas aspirinas e beber com a
água. Após pensar novamente, ela pegou o bilhete e, sentindo-se sentimental, colocou de volta na
mesinha.

"Liya! Amaliya" Abra a porta agora!"

Se Halina continuasse gritando, ela acordaria o prédio inteiro. Pegando uma camiseta e
calça, ela colocou a roupa e atravessou o apartamento. "Calma," ela resmungou enquanto abria a
porta. "Eu tenho um pequeno homem dentro da minha cabeça com uma britadeira. Pode abaixar a
voz?"

"Eu ficaria muito mais calma se você atendesse o telefone. Fico feliz que tenha levado o
cara mais sexy do clube para casa, mas após a quarta ligação não atendida, achei que estivesse
morta!" Ela entrou no apartamento e olhou em todos os cantos.

"Halina. O que você está fazendo?"

"Estou vendo se ele ainda está aqui escondido com uma arma."

Liya colocou os braços no quadril. "Ele foi embora, estou bem. Só dormi demais. Agora
estou com uma ressaca enorme. Ele me deixou um bilhete fofo antes de ir embora da minha cama
hoje de manhã."
"O que te faz pensar que ele não foi embora no meio da noite?"

Liya pensou na última vez que Dominic a acordou e corou. "Acredite em mim. Ele ainda
estava aqui no meio da noite."

"Estou com inveja. Após meia-noite, só havia idiota no clube. Na verdade, tinha um cara
intrigante lá, mas ele estava de olho em outra pessoa. Fui para casa sozinha, por isso fiquei atrás
de você. Já que não consegui nenhuma ação ontem, queria ouvir sobre a sua."

"Doida. Preciso de um café da manhã primeiro," Liya murmurou. "Juro que se você bebeu
todo o leite da minha geladeira de novo, vou te matar." Indo até a cozinha, ela abriu a geladeira e
ficou feliz de ver que o litro de leite ainda estava lá.

Halina riu levemente. "Tem uma linda marca de mão na parte de trás da sua coxa."

Liya abaixou a camisa e encarou a amiga. "Você só está com inveja, Quer cereal? Ou
ovos?"

"Cereal. Muito cedo para ovos," ela murmurou. "Então, o Sr. Sexy tem nome?"

"Dominic. Aparentemente, ele é bom amigo do dono do clube. Ele me trouxe em casa numa
limousine. Normalmente, eu pensaria que ele é um riquinho mimado dirigindo por aí numa limousine,
mas não tinha nada de mimado nele."

"Exceto que ele estava mimando você."

"Halina!" Liya disse rindo. "O que você acha se eu te prometer levá-la para sair essa noite
e arrumar um cara pra você? Você vai parar de ser tão chata comigo?"

"Sim," Halina disse feliz. "Eu serei completamente não chata. Nesse meio tempo, quero
alguns detalhes. Ele era bom? Tipo, muito bom? Tipo, muito, muito, muito bom?"

"Tipo o melhor que já tive," Liya disse enquanto se servia com cereal. Pegando um par de
colheres, ela sentou-se com Halina no sofá. "Ele me deixou um bilhete na mesinha de cabeceira com
um copo de água e aspirina. De acordo com o bilhete, ele só foi embora porque sabia que eu só
queria uma transa de uma noite. O que você acha sobre isso?"

Halina encolheu os ombros. "Acho que você foi um sonho que virou realidade. Ele sabia que
você só queria uma noite, e então podia deixar alguma coisa para você se lembrar dele sem
nenhum repercussão. Ele teria ido embora mesmo se pensasse que era mais do que apenas uma
noite. As pessoas não vão em clubes procurando por relacionamentos, querida."

Liya afundou os ombros. "Você provavelmente está certa. Eu consegui meu amortecedor, e
agora que sei o que preciso, não fico tentada à aceitar o Nick de volta. Aquele bastardo pode
foder quantas estudantes ele quiser, porque nós terminamos."

"Boa atitude," Halina disse, aprovando. "Esse cereal não está ajudando. Você tem algum
sorvete?"

"Você e sua gula," Liya disse com uma risada enquanto se levantava para pegar um pote
de sorvete do freezer. "Ele foi muito doce, mas também muito controlador. Não é uma crítica. Foi
sexy."

"Você conseguiu controlar alguma coisa?" Halina perguntou com um sorriso malicioso.

Liya corou. "Não, mas pensei sobre isso. Fiquei muito tímida para perguntar. Acho que não
tenho muito jeito para isso."

"Besteira. Você só precisa explorar um pouco com alguém que você confia. Consiga mais
alguns amortecedores, depois você pode começar a procurar pela pessoa que te deixe
confortável para explorar um pouco mais o sexo."

Mais amortecedores? Liya realmente não achava que podia lidar com outra noite igual à
da noite passada.

A não ser que fosse com Dominic.

Deixando o pensamento de lado, ela levou o sorvete para Halina e continuou comendo seu
cereal. "Ok, eu preciso me livrar dessa dor de cabeça para conseguir olhar as ideias da minha
estudante para um trabalho. Depois nós saímos para arrumar um cara para você. Combinado?"

"Combinado."

***

Dominic entrou em sua casa com o dia amanhecendo. A exaustão estava querendo tomar
conta de seu corpo, mas ele a deixou de lado. Não havia tempo para dormir. Ao entrar em seu
escritório, encontrou Gavril espalhado em seu sofá de couro. Com a boca aberta, ele roncava alto.

"Aproveitando que eu estava fora?" Dominic rosnou. Gavril imediatamente acordou e


mostrou uma arma. Dominic nem vacilou enquanto olhava para o cano de aço. "É novidade para
mim que você saiba manipular uma arma."

"Você não devia acordar os outros assim," seu amigo resmungou enquanto guardava a
arma. "E eu só ando com isso por causa de pessoas como você. Como foi a noite Vi que você não
voltou para casa."

Caminhando ao redor da mesa, Dominic bateu os dedos na madeira. "Foi como o


planejado," ele murmurou. A verdade era que tinha sido melhor do que o planejado. Amaliya tinha
ficado mais do que ansiosa para levá-lo para casa, e a paixão entre eles queimou mais quente do
que ele podia imaginar. Foi mais difícil deixar a cama dela essa manhã do que ele havia
antecipado. "Ela estava procurando alguém para distrai-la."

Gavril franziu a testa enquanto se sentava e esfregava o rosto. "Ela estava procurando por
uma transa de uma noite? Isso torna as coisas um pouco mais complicadas. Tem certeza de que ela
ficará feliz em vê-lo novamente?"

"Por favor," Dominic resmungou. "As mulheres sempre ficam felizes em me ver novamente."

"Convencido", seu amigo disse enquanto enrugava o nariz. "Você é nojento. Tudo bem, se
você não precisa mais de mim, vou embora. Tenho coisas a fazer."

"Essas coisas têm a ver com trabalhar para o inimigo?" Dominic perguntou com um leve
interesse.

Gavril lhe enviou um sorriso. "Você sabe que meu trabalho é confidencial. Se precisar me
contratar para algum trabalho, só me avisar."

Dominic dispensou o amigo com um aceno da mão e Gavril foi embora silenciosamente.
Sozinho em seu escritório, ele se inclinou na cadeira e fechou os olhos brevemente. Memórias da
noite passada passaram por sua cabeça, e seu corpo se tencionou ao pensar em seus dedos
penetrando a pele nua de Liya.

Uma coisa era certa. Ele ficaria mais do que feliz em vê-la novamente.

Quando ele se levantou para ir dormir, escutou uma batida forte na porta. "Entre," ele
murmurou; Maksim mostrou a cabeça pela abertura da porta e franziu o cenho.

"É uma hora ruim?" Ele perguntou com uma voz profunda. Dominic sentiu a tensão e se
levantou.

"O que foi?" Ele perguntou enquanto passava as mãos no rosto. "Na verdade, antes de
falar, pode me dizer o que está fazendo aqui? Está amanhecendo ainda."

"Tentei te ligar," Maksim disse se desculpando. "Mas seu celular estava desligado."

Franzindo a testa, Dominic tirou o celular do bolso para verificar. Deve ter acabado a
bateria em algum momento da noite passada. Jogando-o no sofá, ele encolheu os ombros.
"Desculpe. Qual o problema"

"Escutei alguns caras falando sobre as opções se as coisas não funcionassem com você."

"O que diabos isso significa?" Dominic rosnou. "Não funcionar?"

"Não sou eu, chefe. E eu nem quero dizer," Maksim disse nervosamente.

"Apenas diga."

Seu homem respirou fundo. "Está rolando um papo que você não vai conseguir continuar
com o trabalho de seu pai. Eles querem ver mais ação a respeito da vingança pela morte de seu
pai. Eles querem ver mais liderança."
"Estou trabalhando nisso," Dominic soltou. "Kostya Polanski não é o tipo de homem que você
simplesmente chega e atira. Além disso, essa situação garante mais do que isso. Não quero apenas
vê-lo morto. Quero que ele sofra. Isso requer paciência e planejamento, e isso é o que me
diferencia do meu pai. Então, da próxima vez que escutar alguém discutindo sobre a situação, você
pode dizer que o próximo que achar que eu não sou bom o suficiente para o trabalho, terá uma
bala enterrada no meio da cabeça."

Em vez de parecer nervoso, Maksim sorriu lentamente. "Sim, senhor," ele disse balançando a
cabeça. Obviamente o homem aprovava seu plano. "Se importa em me dizer qual seu plano?"

"Estou mirando na filha. Seduzindo-a. Apesar dela não ser próxima dele, ela é a única filha
que o homem tem. Vou usá-la para me aproximar dele, e quando o tiver, não planejo simplesmente
matá-lo. Vou torturá-lo lentamente. Vou sussurrar na orelha dele como eu fiz a filha dele gemer, e
quando eu tiver terminado de brincar com ele, finalmente acabarei com sua vida."

"Nossa," Maksim disse suavemente. "É um bom plano."

"Um plano que você não vai compartilhar com mais ninguém. Não posso deixar o pai dela
descobrir antes de eu terminar; Então, quando você ouvir mais conversas sobre dissensão entre os
homens, você pode deixá-los cientes de que meu plano é muito melhor do que apenas um simples
assassinato", disse ele em uma voz perigosa. "Há mais alguma coisa que queira discutir?"

Maksim assentiu. "Mais uma coisa, e não tenho certeza se já é uma coisa certa. Acho que
alguém está traficando no clube."

"E?" Dominic fez uma careta. Ele tinha vários traficantes em sua folha de pagamento, e o
clube era praticamente a base de vendas.

"E não é um dos nossos."

Dominic franziu os lábios e bateu os dedos nas pernas. "Isso já está acontecendo há um
tempo ou é algo que aconteceu depois da morte de meu pai?" A expressão de Maksim disse tudo.
Com um suspiro, Dominic balançou a cabeça. "Tudo bem, investigue. Consiga nomes quando tiver
algo concreto. No meio tempo, vou adicionar alguns trabalhos hoje e enviar alguns homens para
coletar débitos. Isso deve deixá-los felizes por agora.

"Muito felizes," Maksim concordou.

Dominic balançou a mão e revirou os olhos. Às vezes seus homens ficavam um pouco
impacientes quando não tinham muita coisa para fazer.

Dizer seu plano em voz alta para outra pessoa fez ele perceber o quanto ele queria sua
vingança.

Será que seu amigo Gavril sabia o quanto Dominic precisava machuca Kostya Polanski
quando desenvolveu esse plano? Ou ele tinha outra coisa em mente? Dominic odiava pensar que
Gavril talvez tivesse outros planos, mas ele era um vigarista. Dominic nunca o usaria para terminar
um trabalho.

Não importava. Contanto que Dominic conseguisse o que queria, ele podia lidar com Gavril
depois. Agora que ele estava no comando, ele não gostava de ter seu melhor amigo trabalhando
para quem pagasse mais.

O rosto de Liya apareceu em sua mente e ele cerrou o maxilar. Claro, ela era linda e
aparentemente inocente, mas ele tinha que se lembrar quem era o pai dela. Ele precisava se
lembrar do seu plano quando ela envolvesse o corpo no seu e gemesse seu nome.

Seu pau enrijeceu ao pensar nisso, e Dominic sabia que precisava se prender a isso.
Precisava focar nos aspectos físicos dela e deixar todo o resto de lado. Amaliya era apenas um
meio para um fim. Ela era o caminho para Kostya, e isso era tudo o que lhe importava.

Empurrando-se para fora do sofá, ele passou a mão no rosto. O dia estava começando, e
haviam outros assuntos que ele precisava lidar que não tinham nada a ver com Kostya. Dominic
precisava de alguém que ele soubesse que lhe seria leal. Era hora de chamar um velho amigo.
Capítulo Seis
O campus estava mais cheio do que o normal. Havia um orador notável dando três
palestras durante o dia, e ele estava atraindo mais do que apenas os alunos para a sala de aula.
Adultos de meia-idade estavam vagando pelos terrenos e salas de aula enquanto relembravam
seus dias de glória. Nada disso a teria incomodado, exceto que a fila para a cafeteria estava
dando a volta no prédio.

E ela precisava de cafeína.

Olhando para os invasores ao seu redor, ela tirou o celular da bolsa para verificar seu e-
mail. Até agora, apenas alguns alunos tinham entregue seus trabalhos, e se ela não recebesse ao
menos 75% até o final do dia, poderia considerar seu trabalho um completo fracasso.

"Você parece um pouco mais nervosa a luz do dia."

Os olhos de Liya se arregalaram quando olhou para cima. Sua transa de uma noite do final
de semana estava na sua frente, com dois copos de café quente nas mãos. Enquanto ela engolia
com força, ele lhe entregou um dos copos. "Percebi que você estava na fila, e tomei a liberdade de
pegar um café para você. Espero que tudo bem."

Percebendo que ela provavelmente o estava encarando como um cordeiro atingido por
faróis, ela tentou abrir um sorriso. "Está mais do que tudo bem. Posso até categorizá-lo como herói.
Me protegendo de brigas de bar e entregando cafeína quando eu mais preciso. Você pode até
pedir os direitos autorias disso," ela balbuciou enquanto pegava o café. Saindo da fila, ela tomou
o primeiro gole e quase gemeu quando o líquido rente desceu por sua garganta. "Está perfeito.
Obrigada."

"Sei que você disse que era professora, mas não sabia que era aqui," Dominic comentou
casualmente. Ele parecia diferente a luz do sol, mas não menos sexy ou perigoso.

"Literatura Russa e Mundial, que é bastante lamentável. Esta não é uma escola de artes
liberais. A maioria dos meus alunos não dá a mínima para a leitura, mas eles têm que tomar ao
menos uma aula de literatura para cumprir um crédito necessário. A maioria simplesmente fica feliz
por passar. Alguns tentam aumentar o GPA. É uma tarefa ingrata," Liya disse enquanto atravessava
o prédio com ele. "Está aqui para a palestra? A palestrante motivacional está trazendo uma
multidão ".

"Palestrante motivacional?" Dominic ergueu as sobrancelhas enquanto olhava ao redor.


"Não. Estou com um amigo. Ele precisava falar com um professor aqui no campus, então estou
apenas passando o tempo. Preciso confessar que achei que não a veria novamente."

Liya escolheu suas palavras com cuidado. Ela não queria parecer o tipo de mulher
grudenta, mas também não queria que ele pensasse que ela fosse o tipo de mulher que gostava
de transas de uma noite só, "Acho que você deixou isso claro quando saiu de fininho antes de
amanhecer." Ele lhe lançou um olhar culpado e Liya riu. "Relaxa. Nada demais. Nós dois sabíamos o
que aquilo era, então não fiquei chateada. Só queria ver você sofrer um pouco."

"Imagino que mereço isso," Dominic disse com uma risada.

Liya ergueu o café no ar. "Bom, isso certamente compensa tudo. Café sempre faz uma
pessoa voltar às minhas boas graças."

"Bom saber. Então isso nos deixa quites?"

Ela o estudou enquanto bebericava sua bebida quente. "Você não quer que fiquemos
quites?"

"Não disse isso," ele disse rapidamente enquanto lhe lançava um olhar charmoso. "Quites é
bom. Mas estarmos quites não me dá uma desculpa para chamá-la para jantar."

O coração de Liya acelerou, mas não aceitou de cara o convite. Ela normalmente ela não
era o tipo de mulher que se fazia de recatada, mas era óbvio que Dominic estava flertando com
ela. Isso não era algo que ela percebia com frequência. "Você precisa de uma desculpa para me
chamar para sair?"

"Liya? Está tudo bem?"

A voz de Nick fez seus nervos chiarem quando ele os interrompeu, mas ela virou a cabeça
e lhe deu um sorriso simpático. "Nick. Por que você pensaria que não está tudo bem?"

Apesar de Nick ser um homem bonito, ele não podia competir com a aparência sexy e
perigosa de Dominic. Ele pareceu perceber isso quando começou a encarar Dominic nervosamente.
"Não quis tirar conclusões. Apenas não reconheci seu amigo."

"E nem deveria," Liya disse friamente. Ela esperou Nick ir embora, mas quando ele não foi,
ela estreitou os olhos. "Tem algo mais que eu possa fazer por você?"

"Estava pensando se podíamos conversar mais tarde. Talvez um jantar hoje à noite?"

"Ela tem planos para o jantar dessa noite," Dominic interrompeu suavemente.

Liya o olhou e tentou não parecer surpresa. "Eu tenho," ela murmurou com um sorriso.
"Dominic, você pode me buscar às sete. Agora, se me dão licença, tenho que me preparar para
uma aula." Segurando a respiração, ela tentou ir embora o mais suavemente possível. Interiormente,
ela estava fazendo piruetas. Além de Nick tê-la visto com Dominic, aquele homem maravilhoso tinha
a chamado para sair novamente. Suas mãos praticamente tremiam de excitação enquanto ela se
apressava pela calçada e colocava a mão no bolso para pegar o celular.

Acabei de encontrar a transa de uma noite no campus, Liya mandou mensagem para Halina.
Ele me chamou para jantar.
Demorou apenas alguns minutos para Halina responder. Transformando uma transa de uma
noite em duas? Perigoso.

Parando, Liya franziu o cenho. Halina não estava errada. Estender sua ligação com Dominic
só poderia deixá-la exposta à mais sofrimento. Ela só saiu para encontrar um amortecedor para se
distanciar de Nick e seu teatrinho. Mas ela ainda podia fazer isso funcionar.

Vou manter casual.

A falta de resposta de Halina dizia muito, e Liya tentou tirar isso da cabeça. Ela ainda tinha
mais três aulas para dar antes de ficar ansiosa a respeito de seu jantar com Dominic.

***

Dominic dispensou o motorista e dirigiu para o apartamento de Liya. Ele precisava ficar
sozinho para organizar os pensamentos. As palavras de Maksim ainda ecoavam em sua cabeça, e
ele não conseguia deixar de imaginar se eram verdadeiras. Será que alguém abaixo dele
duvidava de suas habilidades para tomar o lugar de seu pai?

Quanto antes ele resolvesse o caso do pai de Amaliya, mais cedo ele poderia se
estabelecer como o novo chefe e dispensar qualquer um que duvidasse dele. Encontrar com Liya no
campus não foi nenhuma coincidência. Ele memorizara os horários dela e sabia quando ela estaria
na cafeteria. A interrupção do ex-namorado foi uma feliz coincidência. Apenas a fez aceitar mais
rapidamente seu convite para jantar, mas também explicou o desejo dela naquela noite.

Ela estava tentando superá-lo. O homem não parecia nada demais, mas ele fizera algo
para aborrecê-la e lhe causar dor. Isso não pareceu bom para Dominic.

Fazendo uma anotação mental para descobrir mais sobre esse ex-namorado, ele estacionou
o carro e deu batidinhas com as mãos no volante. Por alguma razão estranha, ele se sentia quase
nervoso ao sair do carro e passar a mão sobre a camisa.

Dominic não ficava nervoso perto de mulheres, mas ele também não as levava em
encontros. Sua experiência não ia muito além do quarto. Apesar daquele não ser um encontro de
verdade, ele ainda precisava passar pelas emoções. A bajulação. O charme. O calor que o tinha
levado do clube para a cama de Liya não lhe faria muito bem esta noite. Pelo menos, não até o
final. Antes disso, ele teria que responder perguntas sobre si. Quem ele era. O que fazia. O que
ele queria da vida. Responder que ele era um chefão da máfia e que queria matar o pai dela
não o levaria muito longe.

Exatamente as sete da noite, ele bateu na porta dela. Rapidamente, Liya abriu a porta e
lhe lançou um sorriso. Ela estava vestindo algo mais conservador do que a outra noite. Uma saia
lápis preta descia até os joelhos, e uma blusa soltinha e verde estava abotoada bem acima do
decote. Dominic não tinha dúvidas de que ela pensara bastante no que vestiria, e obviamente
escolhera algo sofisticado e profissional. Diferente da roupa sexy que ele vira no clube.
Claro, ela ainda estava absolutamente deliciosa.

Envolvendo-a pela cintura, ele lhe deu um beijo na bochecha. "Você está linda," ele
sussurrou em seu ouvido. Ela estremeceu sob seu toque, fazendo-o relaxar. Ela obviamente ainda o
desejava.

"Você também está ótimo," ela disse com um sorriso. "Se me der só um minutinho, vou pegar
minha bolsa. Devemos sair antes de Halina chegar aqui."

"Você tem uma colega de quarto? Este apartamento só tem um dormitório." Ele olhou ao
redor e franziu o cenho.

Liya desapareceu da porta enquanto pegava a bolsa. "Tenho uma melhor amiga que mora
longe do campus. Às vezes ela dorme aqui quando tem longas noites e precisa acordar cedo,
então talvez ela venha."

"Essa seria a mesma mulher que tentou te resgatar no clube?"

"Ela mesma. E não, você não pode conhecê-la. Halina o comeria vivo, e da forma positiva.
Ela pega todos os melhores homens," ela brincou quando voltou carregando uma bolsa preta.
"Estou pronta."

Ele passou os olhos para cima e para baixo sugestivamente. "Eu podia comer você viva. E
com certeza de uma forma boa. Podíamos comer a sobremesa antes do jantar. Aumentar o
apetite."

As bochechas de Liya coraram e ela riu nervosamente. "Na verdade, estou faminta.
Desculpe."

"Não se desculpe," ele disse enquanto dava um passo para trás e balançava a mão. "Eu te
chamei para jantar, e é isso que você terá. Fiz reservas no Stovesky Steak House. Está bom?"

"Bom?" Ela guinchou enquanto o encarava de boca aberta. "Dizem que esse lugar é
maravilhoso. As pessoas esperam anos para conseguir uma mesa lá. O que exatamente você faz?"

Dominic colocou a mão na lombar de Liya e a empurrou lentamente pelo corredor após ela
trancar a porta. "Conheço o dono," ela disse suavemente.

Ele abriu a porta do passageiro para ela e Liya lhe lançou um olhar curioso. "Você parece
conhecer muita gente. E como é isso?"

"Não estou preparado para revelar todos os meus segredos," ele disse misteriosamente
enquanto fechava a porta. Caminhando ao redor do carro, ele respirou fundo. Era fácil ficar perto
dela, mas ele ainda estava nervoso. Ele estava numa linha tênue entre seduzi-la e assustá-la para
sempre. Tudo o que ela precisava fazer era pesquisar sobre ele e logo descobriria sobre sua
reputação.
Focando-se no jogo, ele se forçou a parecer descontraído. Aquilo tudo era a respeito de
sua vingança. Não tinha motivos para se prender aos detalhes. Ele precisava fazê-la se sentir à
vontade com ele, ele precisava de toda a sua atenção nela.

"Quando você disse que não era do tipo que ia em clubes, não acreditei até encontrá-la no
campus. O que uma professora está fazendo seduzindo homens em bares?" Ele a provocou.

"Ei," ela disse indignadamente "Professoras podem se soltar. E foi você quem me seduziu."

"É assim que você se lembra?" Ele parou num semáforo e se virou para encará-la. O olhar
dela estivera sobre ele durante toda a viagem de carro, e quando ele a olhou, Liya corou
novamente.

"É como eu me lembro porque é como aconteceu. Além disso, você que ficou me seguindo no
trabalho."

Ele riu e entrou com o carro no estacionamento. Antes que ela pudesse sair, ele se esticou e
a pegou pelo queixo. "Você é intrigante," ele sussurrou antes de beijá-la. Os lábios dela se abriram
com facilidade. Era para ser um beijo rápido, mas assim que ele entrou, foi difícil se afastar dela.

Foi ela quem quebrou o beijo. "Uau," ela disse sem fôlego. "Pensei que esse tipo de beijo
era para acontecer depois do encontro."

"Não se preocupe," ele disse roucamente. "Há muitos outros de onde esse veio."

Liya pareceu quase hesitante, como se quisesse outro beijo. Em vez disso, ela abriu a porta
do carro e saiu. Dominic sentiu uma onda de alívio. Ela estava a fim dele, e isso era o que
importava.

A recepcionista foi recomendada a não chamá-lo pelo nome, então ela os levou até a mesa
com um sorriso apertado. O garçom tinha recebido as mesmas instruções. A última coisa que
Dominic queria era que os funcionários a fizessem se lembrar de seu sobrenome.

"Então, por que escolheu ensinar?" Ele perguntou após eles fazerem os pedidos. "Se você
não gosta, por que faz?"

Liya bebericou o vinho e balançou a cabeça. "Você me entendeu mal. Eu adoro ensinar, mas
há muitos alunos que não gostam do assunto. Eu tento personalizar a aula para os estudantes. Tento
fazê-los entender que, independentemente do que eles estão estudando, a literatura pode ajudá-
los. Por exemplo, história, psicologia e sociologia. Sem mencionar leitura crítica e habilidade de
escrita. Há um motivo para minha aula ser obrigatória."

Dominic observou o rosto dela se iluminar de paixão enquanto falava. Havia algo tão
honesto na forma com que ela falava. Ultimamente, todos ao redor dele sempre estavam mentindo.
Era bom estar com alguém e não se perguntar se essa pessoa tinha alguma outra intenção
escondida.
Claro, ela não podia dizer o mesmo a seu respeito.

"Bom, posso dizer que as professoras não eram tão atraentes quando eu estava na escola.
Se fossem, eu teria prestado mais atenção. Qual a história entre você e o homem que eu vi no
campus?"

"Nick?" Ela imediatamente ficou pálida.

Ele esticou o braço pela mesa e pegou nas mãos dela. "Ei, se não quiser falar sobre isso,
não precisa. Mas não pude deixar de perceber que a única razão para você aceitar meu convite
foi porque ele estava por perto. Não estou reclamando. Aceito o que conseguir de você."

"Nick é a razão para eu estar procurando por alguém no clube. Sei que parece indecente,
mas ele era meu namorado e descobri que ele estava me traindo. Halina disse que eu devia
arrumar um amortecedor para me ajudar a superá-lo."

"Um amortecedor? Isso faz muito mais sentido." Ele acariciou o dedão na pele dela. "Não
estou reclamando. Como eu disse, aceito o que você puder me dar. Acho que gosto mesmo de você,
Liya."

"Também gosto de você," ela sussurrou.

Ele soltou a mão dela e se recostou quando a comida chegou. Mantendo a pergunta, ele
observou enquanto ela falava. Ela importante que ele dominasse a conversa. Que ele fizesse todas
as perguntas. Preenchesse o silêncio antes que ela pudesse lhe fazer qualquer pergunta pessoal.
Ele achou difícil acreditar que alguém tão idiota quanto o ex-namorado dela se atreveria a trair
uma mulher tão sensual e apaixonante quanto Liya. Mas a perda dele era ótimo para Dominic.

Após o jantar, ele a acompanhou pelo corredor em direção ao apartamento e esperou que
ela tomasse a iniciativa. Ele não queria pressioná-la a fazer nada. Como Gavril tinha dito, ela que
tinha que guiar a situação.

Mas mais do que isso, ele queria que Liya tomasse a decisão de querê-lo.

"Obrigada por esta noite," ela disse suavemente. Virando-se nos braços dele, ela inclinou a
cabeça para o lado e o encarou. "Me diverti muito. Fazia tempo que não saia num encontro tão
agradável. Nick só falava sobre si mesmo. Foi legal ter alguém interessado em me escutar."

"Você é uma mulher interessante," ele disse enquanto acariciava a bochecha dela com o
dedo. "Não consigo imaginar alguém estar com você e não querer saber mais."

Inclinando-se, ele a beijou gentilmente. Não foi quente o suficiente para incitar chamas, mas
foi devagar e doce, e ela obviamente queria mais. Ela o agarrou pela jaqueta e o puxou para
mais perto.

"Dominic?"
"Hmm?"

"Você quer entrar?"

Rindo, ele passou as mãos pelo cabelo sedoso de Liya. "Está me oferecendo uma saideira?"

"Se quiser uma. Estava pensado em algo um pouco mais íntimo," ela murmurou. Ela passou o
braço ao redor de seu pescoço e pressionou os lábios nos dele. Dessa vez, não tinha nada de
doce no beijo. Ele sentiu todo o desejo no toque dos lábios dela e retribuiu com fervor.

Ela se afastou e estudou seu rosto.

"Para o caso de você não ter entendido o significado desse beijo, eu certamente gostaria
de entrar," ele disse enquanto escorregava as mãos pelas costas dela até a bunda. Ela riu e tirou
as chaves da bolsa.

Liya não conseguiu abrir a porta rápido o suficiente, e ele já estava levando a saia dela
quando a porta finalmente abriu e eles entraram. Dominic imediatamente a puxou contra si e
fechou a porta com o pé. Enquanto ele esfregava o rosto no pescoço dela, passou os braços ao
redor da cintura de Liya e a levantou. A saia dela se ergueu até a altura da cintura quando Liya o
envolveu com as pernas e se moveu contra sua ereção. Ele podia sentir que ela já estava molhada
e pronta, mas queria que essa noite durasse ainda mais.

"Tem ideia do quão desconfortável eu estive durante todo o dia? Ela arfou enquanto ele
roçava os dentes sobre a pele sensível que cobria o pescoço.

"Desconfortável? E por que isso?" Ele caminhou com ela até o sofá e afundou nas
almofadas com ela montada em seu colo.

Ao invés de lidar com os botões, ela simplesmente tirou a blusa por cima da cabeça e
arqueou ao seu toque. "Estive molhada desde que vi você no campus. Não é legal deixar uma
mulher esperando."

Dominic sorriu e passou as mãos sobre o abdômen de Liya até chegar nos seios. Roçando os
dedos sobre o tecido do sutiã, ele esperou até que os mamilos ficassem eretos. Os olhos dela se
escureceram de desejo, fazendo-o ficar ainda mais duro. Conforme seu pau enrijecia contra a
calça, ela continuou rebolando sobre seu colo. "Baby, estive duro desde o momento que deixei sua
cama."

Repentinamente, ela o empurrou e deslizou de seu colo. Ele gemeu e tentou pegá-la, mas
Liya conseguiu escapar. "Foi algo que eu disse?" Ele perguntou franzindo o cenho.

"Tudo o que você disse essa noite foi absolutamente perfeito," ela disse. "Só quero
recompensá-lo."

Recostando-se no sofá, ele inclinou a cabeça para o lado e lambeu os lábios. "E como
planeja fazer isso?" Ele perguntou roucamente.
Ela soltou o sutiã e o desligou para fora dos braços. Mantendo o contato visual, ela abriu o
zíper lateral da saia e lentamente o abaixou. Dominic respirou fundo quando ela se virou de costas
e se abaixou completamente enquanto deslizava a saia pelas lindas pernas.

Lentamente ela se abaixou ainda mais, e Dominic gemeu quando a pequena calcinha fio
dental revelou sua boceta molhada. "Merda," ele sussurrou. "Eu definitivamente não pude ver tudo
isso na última vez."

Liya lentamente se ergueu e se virou. Havia um sorriso hesitante no rosto dela enquanto ela
caminhava em sua direção e balançava os quadris. Quando ela parou entre suas pernas, começou
a dançar.

"Tenho permissão para tocar?" Dominic perguntou suavemente enquanto ela se debruçava
sobre ele.

"É encorajador," ela sussurrou, e Dominic imediatamente se inclinou para frente e lambeu o
mamilo dela. O corpo dela se tencionou enquanto ele chupava, e ela eventualmente o afastou.
"Talvez nem tanto."

"E quanto tempo exatamente você pretende me provocar?" Ele perguntou enquanto
envolvia as mãos ao redor da cintura fina de Liya. Ela virou de costas para ele e se inclinou
novamente enquanto dançava. Dominic não conseguiu evitar lamber toda a extensão das costas
dela.

"Dominic", ela arfou, mas ele não seria recusado. Antes que ela pudesse afastá-lo, ele
esticou a mão e enfiou um dedo dentro dela. "Oh meu Deus," ela gemeu enquanto se afastava.
"Esse não é o plano."

Virando-se, ela ficou de joelhos e buscou os botões de sua calça. "Quero provocá-lo," ela
disse. Havia determinação nos olhos dela enquanto ela liberava sua ereção. Ela envolveu as
pequenas mãos ao redor de sua ereção e apertou.

"Liya", ele rosnou enquanto pulava ao toque dela. "Mais forte. Aperte mais forte."

Ela sorriu e obedeceu. Sentindo o intenso prazer passar por seu corpo, ele jogou a cabeça
para trás e fechou os olhos. Cada toque dela era hesitante e tímido, e ele sabia que tinha tempo
antes de se perder completamente. Ele simplesmente queria desfrutar do que ela tinha para
oferecer.

Então, algo quente e sedoso deslizou sobre seu pau, fazendo-o gemer e abrir os olhos. O
cabelo dela estava espalhado sobre suas coxas enquanto ela lentamente movia a boca sobre ele e
dançava com a língua por sua ereção.

"Merda, Liya," ele rosnou enquanto agarrava o cabelo dela com as mãos. Ele não puxou ou
empurrou, mas deixou que ela se movesse no próprio ritmo. Apesar da inocência de Liya, havia
algo de muito erótico em tê-la entre suas pernas, e antes que ele percebesse, estava bombeando
sua boca. Com medo de gozar na garganta dela, ele a afastou.

"Fiz algo errado?" Ela perguntou com os olhos arregalados.

Por um momento, ele foi completamente golpeado pelo medo dela. A necessidade dela de
lhe impressionar tocou-o profundamente. "Você é perfeita," ele disse enquanto envolvia as mãos ao
redor da cintura dela e a puxava para seu colo.

Ela tocou seu rosco com carinho, e ele percebeu o quanto a noite tinha sido diferente de
seus planos. Ele não podia se dar ao luxo de perder o controle e a puxou para um beijo doloroso
e marcante. "Monte em mim," ele exigiu roucamente.

"Dominic?" Ela perguntou hesitante, e ele a forçou em seu colo e empurrou para o lado o
tecido da calcinha. Ele não dava a mínima que ainda estivesse vestindo todas as suas roupas. Ele
queria se enterrar dentro dela e Liya se afundou sobre sua ereção.

"Fode," ele sibilou. "Você está tão molhada e apertadinha."

Agarrando seus ombros, ela respirou fundo e começou a montá-lo. Ela foi devagar no início,
mas ele queria mais do que isso. Ele não queria nada doce dela. Ele queria controlar cada aspecto
do corpo dela e lembrá-la de que apenas ele podia fazê-la se sentir desse jeito.

Se movendo para conseguir uma maior penetração, ele agarrou no quadril dela e a forçou
a ir mais rápido. Ela gritou e caiu para frente, deixando-o com os seios à sua frente. Enquanto
passava a língua sobre os mamilos duros, ela perdeu todo o controle.

"Dominic," ela gemeu. "Sim, por favor. Por favor!"

O som de pele com pele batendo ecoou nas paredes, e ele tentou se lembrar por que
estava fazendo isso. Ele tentou se lembrar da vingança, mas tudo o que Dominic conseguia pensar
era na mulher nua em seus braços e na sensação disso. A umidade quente de Liya se agarrou a
ele sem problemas, e cada curva se encaixava perfeitamente em suas mãos. Era quase como se
ela tivesse sido feita para ele.

A tensão dentro dele aumentou, fazendo-o esticar a mão e pegá-la pelo queixo. "Olhe
para mim", ele comandou. "Olhe para mim quando gozar. Quero que você saiba o que eu posso
fazer com seu corpo. Diga. Diga meu nome quando gozar. Agora. Diga agora!"

A boca de Liya abriu e ela gritou seu nome enquanto tremia em seus braços. Os músculos
dela se contraíram ao seu redor, fazendo-o rugir e gozar dentro dela.

"Ah. Dominic. Merda," ela murmurou enquanto caia contra ele. Ele envolveu os braços ao
redor dela e os reposicionou no sofá de modo que ela ficasse deitada sobre ele. Todo o corpo
dela ainda tremia. Ele esticou o braço para buscar o cobertor que estava cobrindo o sofá e os
cobriu com isso.

Finalmente, ela colocou o queixo sobre seu peito e o encarou. Ele enrolou mechas do cabelo
dela ao redor do dedo e sorriu. "Você está bem, luz do sol?"

"Estou ótima. Coberta de suor e desesperada por um banho, mas estou bem."

"Banho?" Ele murmurou enquanto considerava a ideia. "Eu toparia isso."

Liya riu e se levantou. Um por um, ela desabotoou os botões de sua camisa e abriu o tecido
para que ela pudesse tocá-lo. "Eu achei que você precisaria de mais tempo para recarregar."

"Acredite em mim. Mesmo se a água estivesse fria, eu ainda te aqueceria," ele disse com um
sorriso. "Além disso, você que está tirando minha roupa."

Ela mordeu o lábio inferior, e ele teve o desejo insano de roçar seus próprios dentes sobre
aqueles deliciosos lábios. Em vez disso, ele focou na linguagem corporal dela. Apesar do orgasmo
que ele tinha acabado de lhe proporcionar, ela ainda estava tensa. "No que você está pensando?"

"Você vai passar a noite?" Ela soltou. "Quero dizer, eu sei que antes a gente não se
conhecia, então tudo bem você ter ido embora no meio da noite. Mas você me chamou para um
encontro, e não sei se isso quer dizer que você quer passar a noite. Ou mesmo se você quer outro
encontro."

"Liya," ele disse suavemente enquanto passava as mãos sobre os braços nus dela, mas ela
não tinha terminado ainda.

"Sinto muito. Estou tagarelando. Você já deve estar procurando por uma forma de ir
embora. Por favor, esqueça que eu disse isso. Não sou aquele tipo de mulher que fica grudenta
após o sexo. Só não tenho certeza sobre o que você está pensando."

"Liya," ele disse um pouco mais alto. Ela arregalou os olhos e Dominic sorriu. "Eu gosto de
você. E quero passar a noite com você."

Enquanto ele pegava uma mecha do cabelo dela e colocava atrás da orelha, ela lhe
lançou um pequeno sorriso. "Você quer?"

"Quero."

Liya se inclinou e o beijou profundamente. "Nesse caso, acho que você definitivamente devia
se juntar a mim no chuveiro."

Seu corpo enrijeceu e ele sorriu maliciosamente. "Sabia que tinha feito a escolha certa."
Capítulo Sete
"Só pode estar de brincadeira," Liya murmurou enquanto encarava o e-mail. Sal queria
uma cópia da prova final até o dia seguinte. Ela tinha feito apenas a metade, e tinha certeza de
que mais da metade de seus alunos não passaria. Liya estava brigando consigo mesma se ia ou
não mudar a prova para deixá-la um pouco mais fácil. Claro, com seu lote de estudantes, ela nem
tinha certeza se isso faria diferença.

Houve uma batida na porta de seu escritório e Liya esfregou os olhos. "Entre," ela gritou. Se
ela estivesse com sorte, seriam seus estudantes dizendo que tinham desistido da matéria. Ela
realmente não deveria ser tão dura com eles. Alguns eram realmente bons, e muitos estavam
tentando.

"Liya, tem um momento?"

Ela ficou tensa e olhou para o visitante indesejado em seu escritório. "Este momento seria
profissional ou pessoal?"

Nick a encarou hesitante. "Uh, profissional?"

"Mesmo? Você não tem nada a ver com o departamento de literatura, então realmente
duvido que qualquer coisa que saia da sua boca seja profissional." Ela suspirou e se recostou na
cadeira. "Nick, estou cansada e ocupada. Apenas diga o que você quer e vá embora."

Ele entrou e fechou a porta. Se endireitando, ele passou a mão na jaqueta e assentiu. "Liya,
nós nos conhecemos por já faz um tempo, e apesar das minhas indiscrições, você precisa saber que
eu te amo."

Liya ergueu a mão e balançou a cabeça. "Não. Não vamos fazer isso. Independentemente
do quanto você rasteje, não vou aceitá-lo de volta."

"Não é por isso que estou aqui. Liya, estou preocupado com você."

Ela bufou com ceticismo. "Por que você estaria preocupado comigo?"

"Esse novo homem com quem você está saindo parece perigoso," Nick disse. "Estou
preocupado que a sua necessidade de se distanciar de mim esteja embaçando seu julgamento."

Liya riu. Ah, Nicky. Minha vida amorosa não é da sua conta, e acredite em mim, quando
estou com ele, não fico pensando em você. Na verdade, eu nunca penso em você até momentos
como este, onde você passa pelo meu caminho."

"Você não pode estar realmente jogando nosso relacionamento fora por causa de um cara
que você nem conhece! Nós temos uma história," ele argumentou. "Nós temos amor."
"E em nossa história, você come todas as estudantes atraentes que passam pelo seu
caminho. Você quem jogou nosso relacionamento no lixo, Nick. Não eu. Mas não se martirize por
causa disso. Nós nunca daríamos certo."

"O que te faz dizer isso?"

Liya sorriu para ele. "Porque agora eu sei o que é ser amada por um homem de verdade."

O rosto de Nick ficou vermelho de raiva. "Baixo, Liya. Esperava mais de você."

Ela pegou seus arquivos e fechou o notebook. Afastando-se da mesa, ela lhe lançou um
sorriso superficial. "Então acho que estamos quites, porque eu certamente esperava mais de você.
Agora, dá o fora do meu escritório. Tenho trabalho a fazer."

Nick encheu o peito de ar, mas ela o empurrou para fora e trancou a porta. "Preciso
convencer meu departamento a me dar mais alguns dias para terminar essa prova. Estava
ocupada demais a noite passada para trabalhar nisso." Ela deu uma piscadela e riu enquanto
caminhava pelo corredor.

Suas noites com Dominic estavam lhe deixando incrivelmente feliz.

Parando em frente à porta de Sal, ela bateu impacientemente. O grande homem italiano
abriu a porta e lhe lançou um largo sorriso. "Liya! O que posso fazer por você?"

"Você sabe muito bem o que pode fazer por mim," ela disse enquanto segurava seu
arquivo. "Você quer uma cópia da minha prova amanhã? São duas semanas de antecedência. Por
que a pressa?"

Sal balançou a cabeça e acenou para ela entrar. Apesar de seu dilema atual, era um
prazer trabalhar para ele. Ele tinha uma verdadeira paixão pelo assunto, e ele se importava com
os professores e com os estudantes.

"Estou preocupado com os estudantes este ano," Sal disse franzindo o cenho. "As notas do
departamento são as mais baixas que vejo em anos. Se dermos aos nossos estudantes o mesmo
tipo de prova que demos ano passado, todos vão reprovar."

Liya relaxou na cadeira e enrugou os lábios. "Você aumentou o nível de dificuldade da


matéria este ano. Está mais desafiadora, e os estudantes não estão acompanhando. Eu realmente
sugiro fazer algumas mudanças para o próximo semestre."

Sal enrugou a testa. "Liya, eu não quero emburrecer a classe. Isso é literatura. É para ser
desafiador."

"Esta é uma escola técnica. Se fossemos uma faculdade de artes liberais, seria diferente.
Esses estudantes querem ser engenheiros e mecânicos. Eles não querem ler livros."

Seu chefe se mexeu na cadeira e soltou um gemido dramático. "É tão injusto."
"A vida não é justa, Sal," ela disse com uma piscadela enquanto ficava de pé. "Peça uma
reunião com o departamento para a próxima semana para discutir uma nova estratégia para os
exames, e não seja tão dramático."

"Você é uma mulher terrível," ele murmurou.

Lançando um sorriso malandro, ela deu de ombros. "Eu sei. Mas você ainda não me demitiu.
Me envie um e-mail quando definir um horário para a reunião."

Quando fechou a porta, ela tirou o celular do bolso e verificou se Dominic tinha ligado ou
mandado mensagem. Nada, mas isso não significava que ela não podia ligar. Sentindo a excitação
crescer em seu corpo, ela discou o número dele e se recostou na parede.

"Luz do sol," ele atendeu com uma voz rouca. "O que posso fazer por você?"

Ela mordeu o lábio inferior e olhou ao redor do corredor para garantir que estava vazio.
"Posso pensar em algumas coisas que você pode fazer por mim," ela disse suavemente.

Havia um gemido no fundo, mas não um gemido sexy. "Dominic? Você está bem?" Ela
perguntou alarmada.

"Não sou eu, querida. Apenas a televisão. Vamos voltar ao assunto. Onde você está?"

"Do lado de fora do meu escritório, no corredor," ela disse com um sorriso.

"Hmm," ele meditou. "Lugar estranho para você me ligar. Fico mais do que feliz em ajudar a
satisfazê-la, mas não tenho certeza se você vai querer fazer isso no corredor."

"Não vou fazer nada impróprio. Só quero uma provinha do que estou perdendo." Ela
estava sendo muito grudenta? Talvez precisasse se afastar um pouco.

"Só de ouvir sua voz faz meu pau ficar duro, Liya. E mal posso esperar para colocar minhas
mãos no seu corpo e enfiar meus dedos na sua boceta molhada."

"Ah, meu Deus," Liya disse com uma risada. "Ok, preciso ir. Tchau." Completamente corada e
excitada, ela desligou o telefone e estremeceu.

Nossa, sua vida era boa.

***

Dominic desligou o telefone e ajustou a ereção em sua calça. O que ele dissera para Liya
não era mentira. Ele estava sempre pronto para vê-la novamente. Virando-se, ele abaixou o
telefone e encarou o homem no chão? "Quando eu estiver no telefone com minha amante, você não
pode dar um piu. Está entendido?"

O homem assentiu e Dominic se abaixou e tirou a fita da boca dele. O rosto do homem
estava coberto de sangue, muco e lágrimas. Endireitando-se, Dominic girou a cabeça para aliviar a
tensão em seus ombros. "Diga-me o que eu quero saber e você fica livre para ir. Quem está
traficando no meu clube?"

"Por favor, não estou mentindo para você," o homem chorou. "Eu não conheço ele. Ele só se
aproximou de mim com as drogas e disse que queria fazer um acordo."

"Ele não é meu traficante, e você sabe disso. Ninguém trafica no meu clube sem passar por
mim." Dominic tirou uma faca no bolso e a girou sobre o balcão. "Você não responde ao seu novo
traficante. Você responde a mim."

Os olhos do homem se arregalaram ao ver a faca e ele balançou a cabeça. "Ok, espera!
Não sei sobre o traficante, mas posso falar sobre os clientes regulares dele. Kostonov compre
dele."

"Kostonov, meu bartender?" Dominic rosnou. "É melhor que você esteja certo a respeito disso,
porque não gosto quando meus próprios homens agem pelas minhas costas."

"Kostonov disse que seu novo cara tinha algo novo a oferecer. Algo que você não tinha.
Então não era realmente uma disputa territorial. Eu estava só procurando por algo novo!"

Dominic se abaixou e empurrou a faca contra a garganta do homem. "Quando você está
no meu clube, não pode comprar de ninguém além de mim. E na próxima vez que eu o pegar
fazendo qualquer coisa que eu não goste, coloco uma bala na sua cabeça. Sem fazer perguntas."
Dominic se abaixou e cortou as cordas que amarravam o homem. "Dê o fora daqui."

O homem saiu correndo e Dominic subiu as escadas para seu clube. Na área do bar,
Kostonov estava cortando frutas. O bartender tinha um pouco mais de vinte anos, e pelo que
Dominic se lembrava, tinha largado a faculdade no ano passado. Quando Kostonov viu o olhar no
rosto de Dominic, ele agarrou a faca na mão e empalideceu.

"Kostonov," Dominic disse com um sorriso. "Há quanto tempo você trabalha para mim?"

"Dois anos." Kostonov se virou e manteve a grande faca entre eles. As mãos dele tremiam
de medo.

Batendo os dedos no balcão do bar, Dominic lentamente contornou-o. De vez em quando,


ele se inclinava e endireitava um dos bancos do bar. Os olhos de Kostonov seguiam cada
movimento seu.

"E quando você se candidatou para trabalhar para mim, sabia aonde estava se metendo,
correto?"

Sem palavras, Kostonov assentiu. Dominic parou na entrada do bar e bloqueou a saída do
homem. "Eu te pago bem. Você consegue boas gorjetas. Eu te dou um bom valor sobre tudo o que
eu vendo aqui. Então, por que está comprando de outra pessoa?"
O bartender nem se incomodou em negar. "Era só algo novo. Ele já estava no clube quando
me encontrou, e eu disse para ele não traficar aqui dentro, mas ele não escutou. Ele me ofereceu
um bom desconto se eu empurrasse alguns clientes para ele. Eu ia te contar. Vende bem."

"O nome dele?" Dominic perguntou suavemente. A raiva estava fervendo logo abaixo da
superfície, mas ele não queria fazer nada até conseguir o que queria.

"Não sei o nome dele, mas ele vem aqui toda sexta-feira por volta das dez horas. A
primeira coisa que ele faz quando chega é vir até o bar pedir um vodca com tônica. Ele
geralmente só pede comigo."

Dominic assentiu e cruzou os braços. "Vamos fazer o seguinte, Kostonov. Você continuará
trabalhando aqui até sexta-feria, quando servirá a esse novo traficante a bebida dele. Depois,
você vai mostrar quem é para o segurança. Depois disso, você está demitido. Não quero nunca
mais ver sua cara neste bar novamente. Eu sugiro que você não fuja, pois esta é a única oferta em
que você conseguirá manter seu rostinho bonito e permanecer vivo. Estendeu?"

Kostonov assentiu trêmulo. "Sim, sr."

"Bom. Não fique surpreso se achar que está sendo seguido, Kostonov. Você estará."

Assobiando, Dominic se virou e lentamente caminhou para fora do clube. Ele deveria se
sentir completamente irritado pelo o que estava acontecendo, mas se sentia bem; E se sentiria
ainda melhor quando envolvesse os braços ao redor de Liya e terminasse o que ela tinha
começado.
Capítulo Oito
Liya esfregou os olhos e se recostou na cadeira. Ela tinha corrigido cinco trabalhos e já
estava pronta para arrancar os cabelos. A melhor frase que ela lera até o momento tinha sido:
"Acho que Dostoyevsky provavelmente matou alguém. Quem mais sentiria tanta culpa?"

Essa turma em particular tinha sido difícil durante todo o semestre. Obviamente sua paixão
pela literatura não tinha penetrado nenhum deles. Quando ela estava prestes a voltar às
correções, houve umz batida na porta.

"Entre," ela disse cansada.

Um de seus estudantes apareceu com um olhar de culpado no rosto. "Professora Polanski?


Estava na esperança de ainda dar tempo de entregar meu trabalho."

"Anton, o prazo para o seu trabalho foi há uma semana. Vou aceitá-lo, mas a nota mais
alta que você pode conseguir será setenta. Você terá que conseguir ir muito bem na prova para
conseguir um B na minha aula," ela disse enquanto esticava a mão para pegar o trabalho.

Anton passou as mãos pelo longo cabeça e encolheu os ombros timidamente. "Alguma
chance de fazer crédito extra?"

"Não. Você não entregou nada no dia certo durante todo o semestre, e eu não dou crédito
extra. Marque um horário na semana antes da prova que posso te passar algumas dicas de estudo
e em quais assuntos se focar. Isso é o melhor que posso fazer por você."

O menino assentiu com a cabeça. "Obrigado," ele murmurou antes de sair rapidamente do
escritório. Liya suspirou e encarou o trabalho. A declaração da tese a fez encolher.

"Você deve estar aterrorizando seus estudantes. Esse que saiu correndo do seu escritório
parecia que ia chorar," Halina disse enquanto entrava na sala.

"Isso porque ele não conseguiu crédito extra. Tenho a impressão de que os outros
professores sempre acabam passando a mão na cabeça dele no final," Liya soltou enquanto
fechava a pasta com os trabalhos. "O que está fazendo aqui? Ainda tenho outra aula antes de
terminar."

Sua amiga fez beicinho. "Eu sei. E você tem evitado meus telefonemas durante toda a
semana. Só posso presumir que você descobriu que eu roubei sua jaqueta ou que tem passado
todo o seu tempo com o cara gostoso do clube."

"Não todo o meu tempo. Espera, você roubou minha jaqueta? Qual delas?"

Halina balançou a mão no ar. "Não vem ao caso. Então, você tem passado mais tempo com
Dominic. Agora que ele não é mais uma transa de uma noite, podemos chamar isso de namoro. E
você deveria compartilhar detalhes com as amigas. Então, solta aí. O sexo deve ser fantástico."

Sem contar com a noite que ela conhecera Dominic, ele a tinha levado em mais três
encontros, e todos eles terminavam com Liya nua e gritando o nome dele. Até agora ela ficou
molhada só de pensar. Ele tinha descoberto mais zonas erógenas em seu corpo do que ela sabia
que existia.

"O sexo é enlouquecedor, mas é mais do que isso. Nossos encontros são ótimos. É tão bom
estar com alguém que está interessado em mim. Ele não fala só sobre si mesmo. Ele me deixa falar
sobre o meu dia, e tenta genuinamente entender meu amor pela literatura. Ele me disse que
comprou um livro de poemas épicos antigos, mas que parecia estar escrito em grego. Eu dei uma
olhada no livro só para garantir que realmente não estava escrito em grego," ela disse com uma
risada.

Halina estreitou os olhos e a estudou. "Você está apaixonada."

"Estou muito apaixonada," Liya disse com um suspiro. "Ele parece tão perfeito, fico só
esperando algo dar errado."

"Ah, querida. Não fale assim," sua amiga disse franzindo o cenho. "Às vezes coisas boas
realmente são coisas boas. E você é um partidão. Por que ele não estaria apaixonado por você
também?"

Liya sorriu e balançou um pouco na cadeira. Só de pensar nele fazia ela ficar tonta. "Ok.
Sem preocupações. Só felicidade."

"Só felicidade," Halina repetiu com um sorriso. "Agora, você tem exatamente cinco minutos
para me dar o máximo de detalhes possível antes da sua próxima aula. Vai."

Liya sorriu maliciosamente. "Cama. Sofá. Chuveiro. Mesa da cozinha e balcão."

"Eca. Não posso tocar em nenhuma superfície do seu apartamento. Como vou dormir na sua
casa agora?"

Liya riu e juntou suas coisas para a próxima aula. "Você perguntou. Se não queria saber
dos detalhes, não devia ter perguntado. Quer que eu te conte exatamente o que fizemos naquele
sofá?"

Halina estremeceu. "Não. Mudei de ideia. Também vou levar água sanitária pra sua casa
na próxima vez que for lá. Ou talvez pudéssemos queimar tudo."

Liya riu até chegar na sala de aula. Ela estava tendo um ótimo dia.

E a razão para o seu bom-humor estava recostada em seu carro carregando flores quando
ela finalmente saiu do campus. Em vez de lhe lançar um sorriso doce, Dominic estava franzindo o
cenho.
"Se você vai me surpreender com flores, deveria parecer feliz," ele disse quando oferecia
os lábios para um beijo. Ele lhe deu um estalinho rápido.

"Com que frequência você sai tarde assim do campus?" Ele rosnou. "Está escuro e não tem
nenhuma proteção nesse estacionamento. Nenhuma luz. Nenhuma câmera. Nenhum segurança."

"Tem segurança no campus, e tem alguns botões de emergência espalhados por aí. Mas não
acontece nenhum crime por aqui, Dominic. Você está se preocupando com nada, mas acho
bonitinho." Ela pegou as flores e cheirou o perfume. "Nós temos alguma coisa planejada? Não me
lembro."

"Não. Infelizmente não posso ficar. Tenho alguns negócios. Mas eu queria vê-la. Estive
pensando em você o dia todo," ele disse enquanto a envolvia com os braços e cheirava seu
pescoço. Arrepios correram por sua espinha. Liya fechou os olhos e aproveitou o toque dele.

"Também estive pensando em você, e se você tivesse mais tempo, provaria para você," ela
murmurou.

Dominic a puxou pela camisa e passou a mão por sua calça até espalhar os dedos em sua
pele nua. Liya arfou com o contato e pressionou o corpo mais perto dele. Ainda a surpreendia o
quão rápido seu corpo respondia ao toque dele. Um toque, uma palavra e seu corpo derretia.

"Estou tentado a aceitar. Foder você no carro está na minha lista," ele sussurrou em sua
orelha.

"Você tem uma lista?" Ela perguntou com um sorriso. "O que mais tem nessa lista?"

"Acredite em mim, Liya. Você vai descobrir." Beijando-a na bochecha, ele se afastou.
"Infelizmente, não estava brincando sobre estar com pressa, então isso tem que servir."

"Certo. Que tipo de negócio você precisa fazer? Eu nem sei no que você trabalha," ela
disse enquanto abaixava a blusa. Nervosa, ela olhou ao redor para ver se alguém estava
olhando.

"Sou um homem rico, Liya. Tenho alguns negócios na cidade, e preciso supervisioná-los. Na
verdade, estava pensando se você tem planos nesse final de semana."

Dono de negócios? Liya não conseguiu evitar sentir sua felicidade ir embora. Seu pai era
dono de negócios. Isso carregava um estigma que ela simplesmente não conseguia afastar.

Limpando a garganta, ela usou as flores para conseguir alguns segundos para se
recompor. "Esse final de semana? Tenho algumas provas para corrigir, mas nada além disso. Por
quê?

Os olhos dele varreram sobre o seu rosto enquanto a examinava. "Você não ficou feliz
quando eu disse que sou dono de alguns negócios," ele disse suavemente. "A maioria das mulheres
não têm problema com isso. Pode me dizer por que você tem?"
Droga. "Não é o que você faz. É a quantidade de dinheiro que você tem. Acho que isso me
deixa um pouco desconfortável," ela disse rapidamente para tentar se justificar. Ela não ia começar
uma conversa sobre todos os problemas que tinha com seu pai.

"Não vou mencionar isso de novo se for um problema para você, mas pode estragar com
meus planos para o final de semana."

"E qual seria esse plano?" Ela perguntou curiosa.

Ele lhe lançou um olhar charmoso. "Passamos muito tempo no seu apartamento, e eu adoro
cada minuto lá. Mas achei que poderíamos passar o final de semana na minha casa."

Liya mordeu o lábio. Passar o final de semana na casa dele parecia significar passar o
final de semana com o namorado. Repentinamente pareceu que o relacionamento deles estava
progredindo rápido demais para ela.

Ele pareceu ler a expressão em seu rosto e esticou a mão para lhe acariciar a bochecha;
"Não quero apressar nada, Liya. Foi só uma ideia".

"Algumas das ideias da sua lista são na sua casa?"

"Algumas."

Liya respirou fundo. "Talvez pudéssemos começar na sexta-feira à noite e sábado, depois
vemos nos que dá?"

Dominic se inclinou e pressionou os lábios nos dela. Toda a ansiedade se diluiu, e tudo o que
ela podia sentir era ele. Envolvendo as mãos ao redor do corpo dele, ela o abraçou forte.

"Me liga quando estiver pronta. Vou buscá-la," ele sussurrou em sua orelha.

"Ok. Obrigada."

Ele pegou a chave da mão de Liya e abriu a porta do motorista para que ela pudesse
entrar. Inclinando-se, Dominic tocou seu ombro. "Quando estiver escuro, tente conseguir companhia
até o carro. Não gosto de imaginá-la sozinha."

Quando ele fechou a porta, ela agarrou o volante e sorriu. Talvez Halina estivesse certa.
Talvez ele estivesse apaixonado.

***

Dominic assobiou todo o caminho até o bar. Apesar de ainda ser quinta-feira, havia uma
fila virando a esquina do prédio. Ele nem precisou olhar para o segurança. A corda foi removida
para ele, e ele deslizou um pedaço de papel para o homem. Nele estava escrito os nomes dos
homens com quem ele encontraria naquela noite.
Dentro do clube, a música bombeava alto e as luzes de néon brilhavam. Normalmente, ele
reservava alguns minutos para observar as pessoas e escolher alguém que talvez pudesse querer
levar para casa, mas hoje ele nem se incomodou em olhar a multidão. Subindo os degraus dois de
cada vez, ele foi até a área VIP. A seu pedido, um bar privado tinha sido montado e estava bem
abastecido com todos os seus favoritos.

Também, ao seu pedido, não havia nenhum garçom ou entretenimento naquele andar. Ele
não queria audiência para o que ia discutir naquela noite. A conversa precisava ser privada e
confidencial.

"Sem strippers? Nenhuma linda mulher nos seus braços? O esquema está fazendo você
perder o tato?"

Dominic se virou para ver Gavril caminhando próximo dele. "Você não foi convidado para
hoje," ele disse. "O que está fazendo aqui?"

"Estava tomando um drinque quando vi você entrando, pensei em te dar um oi. Presumo que
tenha algum tempo antes da sua reunião. Posso perguntar o que está planejando?"

Dominic serviu dois drinques. "Podemos ser amigos, Gavril, mas se você for continuar
trabalhando para qualquer um, posso te privar dos meus segredos. E o esquema está indo bem. Se
eu tiver quaisquer perguntas para você, entro em contato."

"Essa reunião não seria com Iosif, seria?"

"Nada escapa de você, não é?" Dominic murmurou enquanto oferecia a bebida ao amigo.
Iosif era seu parceiro quando trabalhavam para seu pai. Eles eram grudados desde a
adolescência, e seu pai deixava os dois na cola dele para aprender e ensinar. Há muitos anos,
Iosif e o pai de Dominic brigaram e o jovem foi embora. Dominic tentava diversas vezes encontrar
seu antigo companheiro, mas parecia que ele tinha desaparecido.

Até agora.

"Sei que você não gosta dos meus conselhos, mas acredite em mim quando digo que Iosif
não é alguém que você deve confiar."

Dominic girou a bebida no copo e tomou o uísque escocês. "Com ciúmes, Gavril?"

Rindo, Gavril abaixou sua bebida intocada na mesa e ficou de pé. "Obrigado, mas essa
noite estou sóbrio. Aproveite sua noite, Dominic."

Após Gavril ir embora, Dominic bebeu sua bebida e a de Gavril. Apesar do que seu amigo
podia pensar, Dominic não se jogaria de cabeça num relacionamento com Iosif. Primeiro, havia
muitas perguntas que precisavam de resposta.

Alguns minutos se passaram antes de seu antigo companheiro chegar ladeado por dois
guardas. Dominic se levantou e Iosif o abraçou. "Dominic! Faz muito tempo" Vejo que não trouxe
nenhum homem com você."

"O bar é meu, Iosif. Tenho homens em todos os cantos. E a razão para ter se passado tanto
tempo é porque nunca consegui rastreá-lo." Ele balançou a cabeça para os guardas. "Fique à
vontade no bar. Também vão trazer comida, se quiser."

Iosif tirou o casaco e se sentou. "Comida não será necessária. Não ficaremos muito tempo.
Estou aqui apenas por curiosidade. Na verdade, eu não queria ser encontrado."

Dominic encolheu os ombros. "Iosif, eu sei aonde você está já faz três anos. A Alemanha não
foi o melhor lugar para se esconder. Após terminarmos aqui, você pode voltar para lá, mas queria
que você soubesse que meu pai está morto. Gostaria de tê-lo de volta.

"Eu fiquei sabendo sobre seu pai. Meus pêsames," Iosif disse suavemente. "Tivemos nossas
diferenças, mas eu o respeitava. Sinto muito não ter vindo prestar minhas condolências."

"Por que você foi embora, Iosif? O que meu pai fez para deixá-lo tão chateado?"

O outro homem enrugou os lábios e respirou fundo. Por um momento, Dominic achou que
Iosif contaria a verdade, mas em vez disso, o homem simplesmente sorriu. "O que está no passado
está no passado, Dominic."

Dominic rangeu os dentes e balançou a cabeça. "Passei um tempo viajando a negócios para
meu pai, e não voltei muito antes dele morrer. Pensei que a transição seria tranquila, mas
aparentemente eu não sou conhecido o suficiente. Eles estão inquietos."

"A notícia não me surpreende. Desde que estou na cidade, escutei alguns rumores. Eles
disseram que você mudou. Até escutei que você está deixando traidores viverem."

Ele inalou bruscamente. "Eu estou no meio de algo sensível, e ter corpos aparecendo
poderia me prejudicar. Está questionando a forma como lido com as coisas, Iosif?"

"Você me chamou aqui para me juntar a você. Só queria esclarecer os fatos antes de tomar
uma decisão."

"Nada passa por você. Por isso queria você por perto. Tome o tempo que quiser. Não
precisa tomar uma decisão agora."

Iosif ficou de pé. "Assim como você está no meio de algumas coisas, eu também estou. Meu
retorno à Alemanha é inevitável, mas vou pensar na sua proposta. Não me ligue. Eu ligo para você.
Não quero que ninguém suspeite que estou pensando numa mudança."

"Claro." Dominic observou cuidadosamente enquanto Iosif era ladeado pelos guardas. Eles
eram treinados profissionalmente, e isso lhe dizia mais do que seus nomes ou histórico poderia
dizer.

Iosif pensou que Dominic o estava atraindo para uma armadilha, e tinha se planejado de
acordo. Dominic ficou muito curioso a respeito da briga entre Iosif e seu pai, e o por que de Iosif
pensar que isso poderia afetar o relacionamento deles agora.

Enquanto ele ponderava o mistério que cercava seu antigo companheiro, o celular tocou.
Dominic foi até o canto da área VIP para escapar da música e atender à chamada.

"O quê?" Ele rosnou. Maksim nunca ligaria e interromperia uma reunião, a não ser que algo
importante tivesse acontecido.

"Desculpe por interromper, mas temos um problema, chefe," Maksim disse nervosamente.

"Tudo bem. A reunião acabou. Qual o problema?"

"Estávamos indo coletar o dinheiro do Muller, mas alguém armou para a gente."

"Como assim?" Dominic trovejou. "O que diabos você quer dizer com alguém armou para
vocês?"

"Estávamos indo encontrar indo encontrá-lo no parque como você havia dito, chefe, mas
havia um grupo de caras lá. Eles estavam dando uma surra nele, e ele foram embora com o
dinheiro. Tentamos alcançá-los, mas eles sabiam que estávamos chegando. Estou com uma bala no
ombro."

"Droga," Dominic rosnou. "Consiga um médico, Maksim. Depois quero saber detalhadamente
o que aconteceu."

Ele desligou o telefone e começou a andar. Muito frequentemente, os apostadores pagavam


o mais rápido possível. A maioria das pessoas não arriscaria conhecer a ira da família Minski.
Havia dois homens nesta noite que pagariam uma parte de suas dívidas. Com raiva, ele ligou
para seu outro grupo de homens.

"Chefe," seu homem disse de forma tensa. "Koch foi roubado e espancado bem na nossa
frente. Alguém foi embora com o dinheiro. O que você quer que a gente faça?"

"Está machucado?"

"Vou sobreviver."

"Leve quem estiver machucado para um hospital. Não quero que ninguém morra hoje," ela
soltou enquanto desligava o telefone. Um assalto era azar. Dois assaltos já era suspeito.

Alguém de dentro de sua organização vazou informações para outro grupo. Ele tinha um
traidor.
Capítulo Nove
Liya arrumou sua mala com roupas e se afastou para olhá-la. Ela não a usava com muita
frequência. Apenas quando Halina insistia que elas precisavam de um final de semana fora, e usou
algumas vezes com Nick. Na maioria das vezes, ele ficava na sua casa. Obviamente, já que ele
devia receber outras mulheres na casa dele.

Não havia muito ali dentro. Alguns itens de higiene pessoal e uma muda de roupas. Havia
um vestido, apenas para o caso dele levá-la para jantar.

E lingerie.

Liya não era do tipo de garota que usava lingerie, mas ela escapara um momentinho entre
as aulas do dia para ir ao shopping.

Seu coração pulava quando ela pensava em Dominic a observando com o negligee preto
em sua bolsa. Será que ele ia gostar? Será que ele ia rasgar do corpo dela?

Ou ele pediria para ela ficar com a lingerie?

Na hora marcada, Dominic bateu em sua porta. Ela abriu a porta ansiosamente, mas logo
antes de envolvê-lo com os braços, viu uma sombra escura de aborrecimento no rosto dele.

Afastando-se, ela franziu o cenho. "Querido? O que foi?"

"Nada agora que minha luz do sol está aqui," ele disse enquanto se inclinava para beijá-la.

"Ok," ela murmurou. "Não quero passar o final de semana com você se estiver distraído,
mas ficarei mais do que feliz de encontrar uma forma de colocar um sorriso no seu rosto."

"O final de semana?" Ele repetiu com uma sobrancelha erguida.

Liya respirou fundo e se afastou. "Eu estava errada antes. Eu fico um pouco assustada no
início de relacionamentos, mas me sinto segura com você. Então, me programei para o final de
semana, se estiver tudo bem para você. Mas eu entendo completamente se você tiver feito outros
planos para o domingo. Não tinha a intenção de jogar a notícia em cima de você no último minuto."

"Liya", ele o interrompeu com um sorriso. "Eu tinha me planejado ter você comigo no
domingo. Só imaginei que teria que mantê-la em algemas para conseguir isso."

"Algemas?" Ela sussurrou. Imediatamente, ela corou.

"Hmm," Dominic gemeu. "Acho que minha luz do sol gosta da ideia de algemas. Esse é um
pensamento que deve me manter muito feliz."
Liya brincou com os botões da camisa dele. Ela não os tirou do buraco, apesar de ficar
tentada a isso. "Tenho uma surpresa para você mais tarde," ela disse quietamente.

"Geralmente eu não gosto de surpresas."

Ela lhe lançou o que esperava ser um sorriso sedutor. "Acho que você vai gostar dessa
surpresa." Afastando-se mais dele, ela pegou sua bolsa e trancou a porta do apartamento. Ela
deslizou a chave para dentro da bolsa e se virou para encará-lo. "Sou toda sua."

Um olhar estranho passou pelo rosto dele. "Eu gosto do som disso. Vamos embora antes que
a gente dê um show para os seus vizinhos."

Rindo, Liya segurou na mão dele e deixou que ele a guiasse até o carro. Como um
cavalheiro, ele abriu a porta para ela. Liya deslizou para dentro do luxuoso carro de Dominic. Ela
não estava mentindo completamente quando disse que o dinheiro dele a deixava desconfortável.
Desde que ela se afastara da riqueza de seu pai, ela estivera feliz. Ela gostava de trabalhar
para viver e comprar as coisas que agradavam ao seu próprio gosto, e não ao gosto do pai.

Passando os dedos pelo assento de couro, ela respirou fundo algumas vezes. Ela estava
namorando o homem, e não o dinheiro dele. Ela podia fazer isso. Ela podia desassociar Dominic de
seu pai. Não havia motivos para ela sentir esse tipo de ansiedade.

"Ainda tenho que resolver alguns negócios no final de semana, mas posso fazer tudo de
casa. Todos foram instruídos a não me interromperem, a não ser que algo esteja pegando fogo,"
Dominic disse enquanto sentava atrás do volante.

"Então eu sou sua única forma de entretenimento nesse final de semana? Quanta pressão,"
ela disse com um sorriso.

"Ah, tenho certeza de que você pensará em algo." Ele esticou a mão para pegar as chaves,
mas Liya não conseguiu se controlar. Inclinando-se até ele, ela puxou a cabeça de Dominic e lhe
deu um beijo ardente. Ele abriu a boca e ela tomou todo o controle enquanto sua língua
vasculhava a dele.

"Algum motivo para isso?" Ele perguntou roucamente quando ela se afastou. Abaixando-se,
ela tirou o pau dele de dentro da calça e o envolveu com as mãos.

"Você pareceu estressado na porta. Só queria começar o final de semana bem." Enquanto
ela envolvia a boca ao redor dele, ele gemeu e moveu o quadril. Chupando e lhe dando prazer,
ela se deliciava com o controle. O corpo dele era seu no momento, e a deixava completamente
excitada saber o efeito que ela tinha nele.

A mão dele correu por sua bunda e se moveu mais para baixo, esfregando contra seu sexo
molhado, mas devido ao decido da calça jeans, ela não estava recebendo muito contato.

"Liya," ele arfou enquanto ela continuava. "Baby, se você não parar, eu vou gozar."
Ela não parou. Um desejo desesperado de fazê-lo gozar a fez continuar, e logo ele
explodiu e despejou todo o líquido quente em sua boca. Liya chupou cada gota antes de se
afastar.

Ele se jogou contra o assento do carro e esticou a mão para tirar o cabelo de seu rosto.
"Gostaria de propor uma regra," ele disse quietamente.

"E qual seria?"

"Chega de calças. Perto de mim, você vai usar saia. Quando eu quiser enfiar os dedos na
sua boceta, eu quero total acesso. Estendeu?"

Liya deslizou de volta para seu assento e exalou lentamente. Ela estava tão excitada que
cada nervo seu estava gritando. "Acho que gosto dessa regra," ela murmurou. "Agora, vamos logo
para sua casa para que você possa usar esses dedos mágicos."

Rindo, Dominic deu partida no carro. "Será um prazer."

Infelizmente, ela não pôde pular em cima dele assim que eles chegaram. Três homens
estavam parados do lado de fora esperando por ele. Isso fez Liya ter flashbacks.

A casa de Dominic era tão grande quanto a de sua família. Era protegida por um enorme
portão de ferro e ele tinha sua própria segurança. Liya não conseguiu deixar de notar que a
equipe de segurança dele não usava uniforme.

Assim como os funcionários de seu pai.

"Droga," Dominic rosnou. "Vou cuidar disso, luz do sol, e depois faço um tour com você pela
casa."

"Leve o tempo que quiser. Se eu não me acalmar, provavelmente vou gozar assim que você
tocar em mim de qualquer jeito," ela disse com um sorriso malicioso.

"Você é uma safada," Dominic disse roucamente enquanto os olhos dele passavam por seu
corpo e escureciam de desejo. Saindo do carro, ele bateu a porta atrás de si. "Achei que tivesse
sido claro."

O homem mais largo deu um passo à frente e abaixou a cabeça. Os olhos dele a
estudaram quando ela saiu do carro, e um pequeno sorriso apareceu em seu rosto. O braço dele
estava numa tipóia. "Não quis interrompê-lo. Você tem um convidado do lado de dentro, e queria
garantir que você soubesse disso antes de entrar. E ainda estamos trabalhando para resolver o
problema de mais cedo."

"Problema?" Liya perguntou. "Dominic, não quero atrapalhar seu trabalho."

Dominic se virou e estendeu a mão. "Liya, quero que conheça Maksim. Ele é o chefe da
minha segurança. Esses dois cavalheiros me ajudam a gerenciar meus negócios."
Maksim acenou com a cabeça. "É um prazer finalmente conhecê-la, Liya. Escutei muito sobre
você."

"Verdade?" Ela disse nervosamente. Dominic não parecia o tipo de homem que falaria
sobre ela, e Liya teve a sensação de que não era isso que ele estava querendo dizer, de qualquer
jeito. "O que você fez com o seu ombro?"

"Ele torceu," Dominic disse rapidamente. "Maksim fazer uns trabalhos aqui na casa de vez
em quando. Pequenos consertos, esse tipo de coisa. Ele também sabe onde eu estou em todos os
momentos. Ele parece pensar que você ocupa muito do meu tempo."

"Mas agora consigo ver que é um tempo bem gasto," Maksim disse enquanto balançava a
cabeça.

"Quem está esperando por mim lá dentro?"

"Gavril."

Liya pensou ter visto raiva nos olhos dele, mas ele apenas sorriu. "Liya, você gostaria que
Maksim fizesse um tour com você pela casa enquanto eu converso com meu amigo?"

"Não. Se é seu amigo, gostaria de conhecê-lo. Se isso não for possível, então fico aqui
esperando por você. Quero que o tour seja com você. Principalmente se tiver algo da sua lista," ela
disse significativamente.

Imediatamente, os homens começaram a tossir, e Liya teve a sensação de que eles estavam
cobrindo uma risada. Ela não podia culpá-los. Praticamente qualquer pessoa seria capaz de
entender o que ela quis dizer.

Dominic apenas sorriu e esticou a mão. "Tudo bem."

Liya pegou na mão dele e virou de volta para Maksim. "Sinto muito pelo seu ombro. Espero
que melhore logo."

O foyer era amplo. Os tectos altos e figuras ornamentadas. Liya imaginou se a maioria das
mulheres que ele levava para lá ficavam mais impressionadas. "Sua casa é linda," ela disse
rapidamente.

Dominic imediatamente parou. "Liya, sei que você não acha isso. Não precisa mentir na
esperança de me impressionar."

"Certo. Desculpe. Só imaginei que fosse isso que as outras namoradas dissessem," ela
murmurou enquanto corava.

"Eu não trago mulheres para cá," ele disse enquanto erguia seu queixo. Os olhos dele
estudaram seu rosto, e ela não conseguiu evitar rir. Ela era a primeira.
"Estou com pouco tempo, Dominic," uma voz masculina disse de um dos cômodos. Um homem
bonito e de cabelos loiros saiu de um dos cantos e parou assim que os viu. "Desculpe. Não sabia
que você tinha uma convidada."

"Gavril, esta é Liya."

"A adorável Liya," Gavril disse se aproximando e pegando sua mão. Em vez de apertá-la,
ele a ergueu e beijou.

Dominic rosnou para ele. "Pode tirar a mão, Gavril."

Gavril lhe lançou uma piscadela. "Nunca perco a chance de beijar uma linda mulher. Liya,
você se incomoda se eu pegar o Dominic emprestado por um momento? Prometo não demorar
muito. Não tenho dúvidas de que ele tem muitas coisas planejadas para você."

"Claro," ela disse enquanto se afastava. Os dois homens caminharam para outro cômodo e
ela se entreteve com a arte que havia no foyer. Algo parecia não encaixar. Apesar de Dominic
parecer confortável na casa, ela não viu nenhum toque pessoal nas paredes. Além disso, Dominic
não parecia ser o tipo de homem que ostenta sua riqueza. Liya se perguntou se ele tinha herdado
a mansão.

Quanto mais pensava nisso, mais se dava conta de que não sabia quase nada sobre ele.
Não sabia nada sobre a família dele ou a história de sua vida. Não sabia nem que tipo de
negócio ele tinha;

Logo, sua caminhada acelerou de passo. Ela virou os dedos nervosamente enquanto seu
coração acelerava, e não tinha nada a ver com sua libido. O que ela estava fazendo? Estava
passando o final de semana com um homem só porque ele melhorara sua vida sexual? Isso não era
a sua cara.

"Liya, desculpe por tirar o Dominic de você. Foi um prazer conhecê-la," Gavril disse
enquanto o homem se aproximava.

Liya se virou e assentiu com a cabeça. "Tudo bem. Foi um prazer conhecê-lo também," ela
disse com firmeza. Dominic a olhou bruscamente, e Liya tentou relaxar.

"Você sabe o caminho da porta," Dominic rosnou para Gavril, mas os olhos dele nunca
deixaram os seus.

O amigo dele saiu em silêncio, e Dominic se aproximou dela. "Nos dois minutos que eu me
afastei, a minha mulher com tesão se transformou em um pacote de ansiedade. O que aconteceu?"

"Você não deixa passar nada," ela murmurou enquanto colocava o cabelo nervosamente
atrás da orelha. "Estou bem, Dominic. Na verdade, não estou bem. Não sei nada sobre você. Eu
olho ao redor da sua casa, e apesar de ser adorável, não tem nada a ver com você, e não tenho
ideia do motivo. Você contratou alguém para decorá-la? Sua ex-mulher quem decorou? Eu nem sei
que tipo de negócio você tem. Não sei nada sobre sua família ou sua história. Você poderia ser
casaco. Você é casado?"

"Liya." Dominic se aproximou e pegou suas mãos. "Respira fundo."

Ela respirou fundo e assentiu com a cabeça. "Desculpe. Preciso saber."

"Tudo bem. Eu entendo sua preocupação, e posso te garantir que não sou e nunca fui
casado. Eu cresci aqui, mas pertencia ao meu pai. Ele morreu recentemente, e eu herdei a casa.
Não fiz nenhuma mudança ainda, mas estou vendo que preciso colocar isso na minha lista."

As informações a acalmaram e ela balançou a cabeça. "Isso faz sentido. Desculpe. Acho
que só estou um pouco nervosa."

Dominic a envolveu nos braços, e ela respirou o cheiro almiscarado. Isso a acalmou, e
apesar do abraço ter tido a intenção de reconfortá-la, ela não conseguiu evitar reagir a ele.
"Talvez a gente possa fazer aquele tour agora," ela sussurrou.

"Isso parece uma excelente ideia," ele murmurou enquanto beijava seu pescoço. Ele pegou
sua mão novamente e a levou para o escritório onde ele estivera com Gavril.

Era um grande escritório com uma mesa de mogno bonita no centro. As estantes estavam
repletas de clássicos, mas Liya tinha a sensação de que estavam ali apenas para exibição. "Seu
escritório?" Ela perguntou. "É lindo."

"Do meu pai. Eu não preciso de tanto espaço, mas dá pro gasto."

Ele se empurrou contra ela e colocou as mãos em seus quadris. "Se você fosse mudar
alguma coisa, o que faria?"

"Eu colocaria você na mesa com as pernas bem abertas", ele murmurou em sua orelha com
as mãos pressionadas em sua barriga.

"Não foi isso que eu quis dizer." Ela riu e deu um tapa na mão dele, afastando-se. "Sério."

Dominic inclinou a cabeça para o lado e a encarou. "Debaixo da mesa sob seus joelhos?"

"Você é incorrigível," Liya disse, esquivando-se das mãos dele enquanto ele tentava pegá-
la. "Próxima parada do tour?"

"Quarto," ele rosnou quando finalmente conseguiu pegá-la e a empurrou contra a parede.
"Ou talvez bem aqui."

As mãos dele se moveram ao redor de sua garganta, apertando gentilmente. Ela engasgou,
fazendo-o parar. "Exagerei?" Ele murmurou.

"Não sei. Nunca tentei isso," ela disse enquanto engolia com força. Ele não a soltou, mas
Liya também não resistiu.

Em vez disso, ele se inclinou e a beijou gentilmente. Quando ele a soltou, Liya
automaticamente esfregou a garganta e tentou entender como estava se sentindo.

Ela não estava com medo de que ele a machucasse. Apensar de gostar,

"Vamos," Dominic disse enquanto segurava a porta para ela passar. Havia um sorriso de
conhecimento no rosto dele enquanto ela lentamente passava. "Gostaria de ver o quarto de jogos?"

"Você tem um quarto de jogos?" Ela perguntou com uma risada. Ele a levou pelo corredor e
através da sala de estar. Todos os cômodos eram tão grandes e vazios.

A casa parecia muito solitária.

Abrindo a porta nos fundos, ela entrou para ver uma mesa de sinuca, dardos, uma grande
televisão e várias mesas. "Nossa. Você não estava brincando sobre o quarto de jogos. Parece um
bar aqui."

"Bom, eu sou dono de um bar. Vários, na verdade," ele explicou.

Liya percebeu que ele estava lhe dando mais informações. Mais do que tudo, ela queria
perguntar quais bares, mas não queria se meter.

"Parece que você pode se divertir bastante aqui", ela murmurou enquanto caminhava pelo
local e deslizava as mãos no mogno. Apesar de um cômodo de um solteiro, claramente tinham
investido bastante dinheiro ali. O bar tinha bebidas de alta qualidade e a mesa de sinuca era
elegantemente esculpida.

Ela escutou o som distinto de uma porta fechando e sendo trancada. Dominic tinha um olhar
familiar no rosto enquanto caminhava até ela. "Duvido que eu já tenha me divertido aqui da forma
que vou me divertir agora," ela disse enquanto pegava sua calça e a abria. Liya gritou e agarrou
os ombros dele quando Dominic deslizou seu jeans pelas pernas.

"Nós ainda não vimos quase nada no tour," ela apontou quando ele a colocou na mesa de
sinuca. A madeira era fria contra sua pele nua.

"Não se preocupe. Planejo te comer em todos os cômodos dessa casa antes do final de
semana acabar," ele disse enquanto empurrava sua calcinha para o lado. Não teve nenhuma
preliminar quando ele se deslizou para dentro de Liya. Ela não precisava. Estava tão molhada.
Seus sucos estavam escorrendo pelas coxas.

"Senhor," ela murmurou enquanto ele metia com força e rápido. Não demorou muito até ela
estar arqueando sob ele e tentando não gritar. Cravando as unhas na mesa de sinuca, ela arfou
enquanto ele se movia repetidamente sobre seu ponto molhado. Suas pernas começaram a tremer
até finalmente seu orgasmo balançar todo o seu corpo.
Dominic não lhe deu muita chance de se recuperar quando a pegou da mesa de sinuca e a
colocou de volta no chão. Ele imediatamente tirou sua blusa e a jogou no canto.

"Próximo cômodo?" Ele perguntou com um sorriso enquanto fechava a calça.

Entrando em pânico, ela se virou e o encarou. "Estou quase nua! Não posso andar pela sua
casa assim! Além disso, você não terminou."

Ele lentamente desabotoou a camisa e a tirou. "Eu deixei os funcionários tirarem o final de
semana de folga para que você pudesse andar por essa casa completamente nua se quiser. E eu
não terminei porque não estou nem perto de terminar com você. Espero que tenha recuperado suas
forças, porque a noite vai ser longa."

Liya exalou lentamente. "Ah. Uau. Ok." Caminhar pela casa estranha usando apenas
calcinha e sutiã era excitante, mas Dominic estava certo.

A noite seria longa. E ele realmente tinha gostado de sua lingerie.


Capítulo Dez
Domingo à noite, Dominic estava em pé de frente para o fogão e jogando mais manteiga
no bife. As batatas fumegantes estavam caindo muito bem, apesar de sua garrafa de cerveja
estar morna. Terminando-a, ele foi até a geladeira pegar outra. Quando estava voltando perto da
janela, ele olhou para o lado de fora. Liya tinha implorado por um adiamento no tour e perguntou
se poderia mergulhar os músculos doloridos na banheira de hidromassagem. Ele a observava sair
de lá agora e não conseguia evitar ficar encarando enquanto a água escorria do corpo nu.

Apesar de ele ter garantido que ela teria total privacidade, ela ainda correu para pegar
uma toalha e se enrolar toda. Ela era inocente, sexy, doce e safada, tudo numa só. Ele nunca se
cansaria dela porque toda hora que ele se virava, Liya o surpreendia com alguma coisa

Liya deslizou pela porta e rapidamente entrou. "Frio", ela disse enquanto estremecia.

Dominic esticou a mão e a puxou para perto do fogão. Ele a envolveu com os braços e a
segurou perto do calor que irradiava dos queimadores. "Está cozinhando para mim?"

"Estou cozinhando para mim. Estou com fome. Se quiser alguma coisa, você terá de cozinhar
seu próprio jantar," ele provocou. Ela se virou e lhe deu um soquinho no estômago.

"Você é horrível," ela disse com um sorriso. "Você me convida para passar o final de
semana na sua casa, e não quer me alimentar?"

"Acho que você precisa de suas forças para o que planejei para essa noite," ele disse com
um meneio das sobrancelhas.

Liya riu e se afastou dele. "Vou me vestir. Terá vinho com o jantar?" Ela apontou para a
cerveja no balcão. "Não é muito meu estilo."

"Tenho abacaxi e vodca", ele disse de forma inocente.

Ironicamente olhando para ele, Liya virou-se e se dirigiu para a saída. Um pouco antes de
desaparecer, ela deixou a toalha cair um pouco e ele teve um vislumbre de pele nua enquanto ela
virava no corredor.

Gemendo, ele voltou sua atenção para o fogão. Estava ficando fácil demais fazer o papel
do namorado perfeito. E isso o incomodava. Ele estava perdendo o foco.

Quando Liya retornou, ele tinha montado a mesa, incluindo o vinho. Ela estava vestida com
uma camiseta branca e um par de calças de pijama xadrez. Descalça, ela caminhou até a mesa e
sentou na cadeira, cruzando as pernas no alto. Ela parecia tão refrescante e inocente.

Como um raio de luz.


"Pensei ter dito sem calças," ele disse enquanto colocava o prato na frente dela.

Ela esticou o braço pela mesa e pegou a garrafa de vinho e o abridor. Depois de puxar a
rolha, ela serviu dois copos. "E eu pensei que se usasse calças, conseguiria comer. Estou faminta."

"Está reclamando?"

Liya bufou e corou. "Dificilmente."

"Bom," ela disse enquanto se sentava. A cadeira ao lado dela estava vazia, mas ele não
confiava em si mesmo sentando-se tão próximo. Era óbvio que ela precisava de um descanso, mas
ele estava se coçando para tocá-la novamente.

Quando ela experimentou o bife, gemeu de prazer. "Isso está absolutamente maravilhoso,
Dominic. Não tinha ideia de que você sabia cozinhar."

"Nem sempre vivi numa casa com funcionários. Por alguns anos, fiquei tomando conta dos
negócios na América. Era apenas meu parceiro e eu, e ele era péssimo cozinheiro. Tive que
aprender."

"Que tipo de negócio?" Ela perguntou enquanto o olhava com interesse.

Dominic mastigou devagar e engoliu. Bebendo um pouco do vinho, ele limpou a garganta.
"Havia alguns investidores querendo expandir seus negócios, e eu fui até lá pegar os detalhes.
Não deu certo, mas fiquei por lá para explorar outras opções."

"Você faz bastante isso."

"Faço o quê?"

Ela recostou-se e cruzou os braços. "Responde uma pergunta sem dar exatamente nenhum
detalhe. Você acha que sou uma espiã?"

Dominic quase engasgou com a risada. "Uma espiã? Acho que não."

"Eu posso ser uma espiã," ela disse de forma indignada. "Só porque sou pequena e loira
não significa que não sou esperta." Ela empurrou a cadeira para trás e caminhou ao redor da
mesa.

"Eu posso ser dissimulada," Liya disse suavemente enquanto parada na frente dele e
lentamente deslizava as mãos sobre seu peito. Inclinando-se, ela lambeu sua orelha. Dominic fechou
os olhos e aproveitou o prazer que passou por seu corpo. "E obviamente sou muito boa em distrair
as pessoas," ela sussurrou em sua orelha.

"Isso eu posso confirmar," ele disse com um sorriso. Antes que ela pudesse reagir, ele virou o
corpo e a pegou pela cintura. Ela gritou rindo enquanto ele a puxava para o colo. "Mas você
precisa aprender a nunca subestimar a marca."
Liya descansou contra seu peito e pegou sua mão. "Obrigada pelo jantar," ela disse
suavemente. "E pelo final de semana. Eu devo ir para casa hoje para não perder minha primeira
aula de amanhã."

"Ou você pode ficar e ir embora cedinho," ele murmurou enquanto beijava o topo da
cabeça de Liya. Dominic estava feliz apenas em segurá-la.

Ela o olhou de baixo e viu algo mudar nos olhos dela. Ela estava completamente vulnerável
e aberta. Suas entranhas se reviraram quando pensou no que estava fazendo com ela.

"Dominic, eu..."

Ele a cortou com um beijo. Lento e profundo, ele não a soltou até que Liya gemesse e
esquecesse o que fosse dizer.

Seu telefone tocou antes que ele pudesse fazer mais alguma coisa. Liya se soltou e ficou de
pé. "Pode atender," ela disse enquanto o beijava na bochecha. "Vou limpar aqui e ir para a
cama."

"Minha cama?" Ele perguntou com uma sobrancelha erguida.

"Sim," ela disse com uma piscadela e pegou o prato dele. Dominic atendeu ao telefone e
caminhou até o escritório para ter privacidade.

"Minski aqui", ele murmurou. "Eu disse que não queria ser interrompido nesse final de
semana, então espero que isso seja muito bom."

"Desculpe, chefe. Trabalhei no caso do traficante durante todo o final de semana, e tenho
quase certeza de que ele está trabalhando sozinho. O que você quer que eu faça com ele?"

Mate-o. As palavras estavam na ponta de sua língua, mas ele se segurou. Ele não queria
arriscar a descoberta de um corpo enquanto ainda estava tentando ganhar a confiança de Liya.

Senhor, ele realmente estava perdendo o jeito. "Faça-o aprender a lição e deixe claro que
se eu o ver novamente, ele morre. He doesn’t have to walk out, but he does need to be alive with
the possibility of staying that way.”

"Tem certeza, chefe?"

"Sim," ele rosnou. Frustrado, ele desligou o telefone e se recostou contra a mesa. Sua vida
estava ficando cada vez mais complicada. Se ele fosse esperto, desistiria desse esquema e focaria
nos negócios, mas isso significaria perder Liya.

E ele não estava pronto para isso.

Quando ele estava prestes a ir se juntar à Liya na cama, seu telefone tocou novamente.
"Mas que merda?" Ela soltou ao atender.
"Dominic. Está tendo uma noite ruim?" Uma voz familiar perguntou.

"Iosif. Está me ligando porque está considerando minha oferta?"

"Posso estar; Escutei alguns rumores interessantes. Você está mesmo dormindo com a filha de
Polanski?"

Dominic ficou tenso. "Como ficou sabendo disso?"

"Você acha que eu voltaria sem fazer uma pesquisa? É um movimento ousado, e estou bem
impressionado. Presumo que isso signifique que você assumirá o território de Polanski? Você
certamente precisará de um parceiro para isso."

Dominic abriu a boca e depois fechou. "Não tinha pensado nisso. Presumo que todos os
bens irão para Liya após a morte do pai dela."

"Isso não será um problema," Iosif disse. "Se você controlar ela, controlará os bens. Ou você
pode simplesmente convencê-la a passar tudo para você. Ou pode se casar com ela."

"Jesus," Dominic murmurou enquanto passava a mão pelo cabelo. Ele não pensara nenhuma
vez sobre as consequências da morte de Kostya. Ele simplesmente presumira que Liya se afastaria
e ele teria sua vingança.

Agora ele estava colocando-a em perigo. "Vou pensar nisso. Entro em contato." Dominic
desligou o telefone antes de Iosif dizer mais alguma coisa.

Se isso acontecesse, ele podia se casar com Liya para mantê-la segura, mas então ele teria
que encarar o ódio dela todos os dias. A melhor opção seria desfazer a oferta que tinha feito
para Iosif. Com o homem na Alemanha.

Ele não poderia chegar perto de Liya.

***

Liya lentamente flutuou para fora de sua névoa sonolenta e abriu os olhos. Estava
completamente escuro no quarto.

Ela tentou se esticar, mas percebeu que seus braços estavam amarrados na cabeceira.
"Que diabos? Dominic? Dominic?"

"Calma," ele disse suavemente na escuridão. "Estou aqui."

Liya estava completamente nua. Sua virilha já estava ficando molhada, mas ela também
sentia medo. "O que está fazendo?"

Seus olhos se ajustaram à escuridão, e ela o viu sentado sem camisa na cama. O luar
iluminava os músculos cinzelados de Dominic, e ela viu o olhar duro no rosto dele. Era
completamente frio, e Liya sentiu como se estivesse encarando um estranho.

"Você estava dormindo quando cheguei, então lhe dei algumas horas para descansar. Mas
agora eu preciso ter o que quero." A voz dele era baixa e perigosa.

Ela fechou as pernas e esfregou os pés no lençol. Seu coração pulou uma batida e ela
molhou os lábios secos. "E o que exatamente você quer?"

Num instante, ele tinha forçado a abertura de suas pernas e se inclinado sobre seu corpo.
Um pequeno gemido lhe escapou quando a ereção dele roçou em seu clitóris inchado. Ele sorriu.
"Você a minha mercê."

Seu corpo o desejava, mas havia algo nas palavras dele que a assustou. "Dominic, o que
você está fazendo?"

Investindo o quadril novamente, ele deslizou o pau duro sobre sua boceta molhada, e ela
não conseguiu deixar de arfar um pouco. Ele esticou a mão e beliscou com força seu mamilo.
Prazer e dor atravessaram seu corpo. "O que foi, Liya? Não confia em mim?"

Em vez de responder, ela conseguia apenas gemer. Claro que ela confiava. No jantar, ela
quase dissera que o amava. Mas esse homem sobre seu corpo era uma pessoa completamente
diferente.

"Eu confio em você, Dominic, mas achei que você perguntaria se eu estava confortável
com..."

Whack. Liya meio gemeu, meio gritou quando a palma da mão dele estapeou sua boceta
nua. Sua pele ardia, mas por alguma razão, ela queria que ele fizesse novamente.

"Hum, olha pra isso," ele disse enquanto abria as dobras molhadas de sua boceta e
acariciava com os dedos. "Acho que você gosta."

Todo o seu corpo estremeceu, e a corda ao redor de seus pulsos irritava sua pele. "Não
lute, Liya," ele disse enquanto agarrava seus braços. "Você vai se machucar e deixará marcas. O
que seus estudantes vão pensar amanhã se você aparecer com marcas de cordas nessa pele
linda?"

Ela ficou tensa e engoliu com dificuldade. "Dominic, por favor," ela gemeu. "Por que está
fazendo isso?"

A expressão dele suavizou. Inclinando-se, ele a beijou. "Estive sendo bonzinho porque não
queria assustá-la, mas essa noite você verá o que eu realmente quero."

Enquanto ele se posicionava em cima dela, os olhos dele estudaram seu rosto. Liya ainda
estava aterrorizada, mas isso era claramente algo que ele precisava fazer. E ela estaria mentindo
se dissesse que não estava gostando. Relaxando, ela deslizou uma perna nele. "Então faça o seu
pior."
Ela escutou uma risada. "Minha querida luz do sol. Você não vai querer saber qual é o meu
pior." Abaixando-se, ele afundou os dentes em seu peito e Liya arfou. Enquanto a língua dele
passava por seus mamilos, ele enfiou três dedos dentro dela.

"Ah, Deus," ela gemeu e instintivamente tentou encostar nele. Ela desesperadamente queria
tocá-lo, mas estava impotente contra suas amarras. À mercê dele, ela só podia mexer os quadris
para fazê-lo enfiar os dedos mais fundo, mas ele tirou os dedos e a deixou sozinha na cama.

"Espera, aonde você vai?" Ela gritou. "Não me deixe aqui."

Ele não disse nada, mas ele não saiu do lado da cama. Ela virou a cabeça e observou
enquanto ele tirava a calça. Quando ele estava nu como ela, ele voltou para a cama, mas não a
tocou.

Em vez disso, ele se abaixou e assoprou gentilmente sobre sua pele. Enquanto ele flutuava
para baixo de seu corpo, ela fechou os olhos e esperou. Sua pele queimava por ele, mas ele
apenas a deixava mais excitada. "Dominic," ela murmurou. "Por favor, me ajude."

Algo molhado e quente deslizou sobre seu clitóris, fazendo-a pular. Em vez de continuar, a
língua dele desapareceu.

Ele estava absolutamente sem palavras, e ela arqueou e se revirou contra ele, mas não
estava conseguindo o que queria. "O que está esperando? Me come!" Ela sibilou enquanto puxava
as cordas. Sacudindo-se, ela puxou mais forte, e de repente ela se encheu de terror. Não estava
conseguindo se soltar. A cabeceira batia contra a parede e ela estava quase chorando quando,
repentinamente, seus braços ficaram livres.

Arfando, ela puxou os braços e viu Dominic inclinado sobre si com uma faca. Havia algo
selvagem nos olhos dele. "Eu disse. Não quero que se machuque," ele disse com a voz rouca.

Erguendo-se, ela envolveu os braços ao redor do pescoço dele e enterrou o rosto na curva
do ombro dele. Ele passou as mãos por sua pele nua e a segurou até que parasse de tremer. Em
vez de se desculpar ou admitir seu medo, ela se deitou novamente na cama, ela envolveu as
pernas ao redor dele. "Me fode," ela exigiu enquanto empurrava o quadril contra ele. "Agora."

Gemendo, ele se abaixou e a beijou com força nos lábios. Pegando-a, ele a girou com
facilidade e a colocou de quatro. Forçando-a a abrir os joelhos, ele a penetrou por trás, e ela
quase gritou com o contato.

Ele ia fundo e com força enquanto a penetrava. Liya mal conseguia respirar, cravando as
mãos no lençol para tentar se segurar. "Dominic. Dominic. Estou tão perto, não para. Por favor, não
para."

"Não quero parar," ele disse através de dentes cerrados. "Não agora. Nem nunca." Com
uma última investida, todo o seu corpo se tencionou. Liya enterrou a cabeça no travesseiro para
abafar o grito. Atrás dela, Dominic rugiu e a segurou com força contra ele enquanto gozava.
Quando ele a soltou, ela se deixou cair no colchão e curvou o corpo. "Desculpe," ela
sussurrou.

Dominic a puxou contra si e a fez deitar de barriga para cima. Gentilmente, ele desfez os
nós das cordas que ainda estavam em seus pulsos, beijando cada pulso no processo.

"Você não tem porque se desculpar," ele sussurrou enquanto deitava ao seu lado e a
segurava.

"Não achei que eu fosse gostar de ser controlada," ela sussurrou. "Entrei em pânico."

"Não fale." Ele acariciou seu cabelo. "Apenas durma, baby. Apenas durma."

Aquecida e confortável, seu pânico a deixou, e ela se deixou levar pelo sono.
Capítulo Onze
A semana passou e eles nunca mais falaram sobre a última noite que ela passou em sua
casa. Ela não sabia o que era, mas conseguia notar que Dominic estava bravo consigo mesmo por
algum motivo. Ela tentou dizer a ele na manhã seguinte que tudo estava bem, que ela queria tentar
de novo, mas ele apenas a silenciou com um beijo.

Ele estava distante, mas passara duas noites em sua casa naquela semana. Era aquele tipo
de visita que começava tarde da noite e terminava de manhã cedo.

E todas as vezes, ele fazia seu corpo se sentir completamente vivo.

Quando entrou em seu apartamento depois da aula, ela jogou as chaves no balcão. Ela
tirou a bolsa do ombro e imediatamente foi para a cozinha fazer um café. Não era o sexo que a
mantinha acordada de noite. Algo estava a incomodando, e ela não conseguia dormir até estar
enrolada nos braços dele.

Assim que escutou a batida rápida na porta, Liya sabia que algo ruim estava prestes a
acontecer. Ela reconheceu a autoridade atrás da batida. Quase não fazia sentido. Ela não sabia
explicar por que, mas não era uma batida familiar de uma amiga como Halina ou a batida
insistente de um amante como Dominic. Não era hesitante como a de um entregador ou impaciente
como a de um senhorio. Era calma e calculada, e, por um momento, ela pensou em não atender. O
mês passado tinha sido melhor do que ela havia previsto.

Mas ignorar a batida não faria tudo isso desaparecer. Com um suspiro, ela abaixou o filtro
do café e caminhou em silêncio pela cozinha. Quando escutou a batida novamente, ela revirou os
olhos. "Estou indo," ela sibilou. "Um pouco de paciência, por favor!"

Ela abriu a porta e encarou os dois rostos familiares à sua frente. Ela não sabia o nome
deles, mas a expressão compartilhada deles era sempre igual.

"Não estou interessada em falar com meu pai. E vocês podem voltar e dizer isso a ele," ela
soltou enquanto se afastava para fechar a porta.

Um dos homens rapidamente bloqueou a porta, e outro rosto familiar contornou o corredor.
Liya respirou fundo. "Pai," ela disse friamente. "Você deve estar morrendo para ter deixado sua
mansão para vir me ver."

"Amaliya," seu pai disse formalmente. Liya se encolheu. Ela odiava quando ele usava seu
nome inteiro, mas ele sempre se recusara a lhe chamar de outra coisa. "Posso entrar?"

Ela endureceu o corpo e cruzou os braços. "Diga o que tem para dizer aqui mesmo e vá
embora." Enquanto encarava o pai, memórias que ela pensou estarem enterradas voltaram à
superfície. Kostya Polanski governava sua casa como se ele fosse o ditador, e nunca houve um
momento calmo no lugar. Sua infância foi preenchida com ansiedade e medo, e no momento em
que ela encontrou sua fuga, aproveitou.

Seu pai nunca a perdoara por ter ido embora.

"Amaliya, por favor, me convide para entrar. Não quero discutir nossos assuntos ao ar livre
para qualquer um ouvir. Estou tentando ser educado," ele disse. Liya escutou a ameaça em sua voz.
Se ela não deixasse ele entrar, ele simplesmente entraria de qualquer jeito.

Ela deu um passo para o lado, e seu pai e os dois guardas entraram no apartamento.

Os guardas imediatamente tomaram posição perto da janela e do lado de fora da porta.


Kostya se moveu lentamente pelo apartamento enquanto inspecionava o local. Liya ignorou o nó em
seu estômago e tentou deixar a ansiedade de lado. Por muito tempo, ela tentara agradar seu pai.
Ele era sua única família, mas nada era bom o suficiente para ele. Quando ele estava presente,
sempre reclamava de suas notas e seus amigos. Ela não tinha permissão para passar a noite na
casa de ninguém, e ele sempre lhe ameaçara dizendo que Liya estudaria em casa se não se
comportasse. O problema era que ela nunca foi uma criança ruim. Ela simplesmente não era boa o
suficiente.

Era quase uma benção que o trabalho de seu pai o levava sempre para fora da cidade.
Ele era dono de diversos negócios, e embora ele sempre tivesse sido muito rico, nunca conseguiu
dias livres para momentos especiais, como feriados e aniversários.

E havia momentos em que a raiva dele se manifestava de forma mais física.

"Você está feliz, não é? Seu trabalho na faculdade a deixa feliz? Você não toca no
dinheiro que lhe dou. Tem sua própria conta separada. Eu diria que sua busca por independência
foi bem-sucedida, apesar de achar que você podia ter um apartamento muito melhor do que esse,"
ele disse suavemente.

"Sem conversinhas, pai. Apenas diga o que quer e vá embora."

"Não nos falamos há anos, Amaliya. Isso não é conversinha. Quero saber de você. Você é
minha única filha." Ele se sentou em seu pequeno sofá e olhou para ela com expectativa.

Liya cruzou os braços e se recostou contra o balcão. "Talvez se você tivesse me tratado
como uma filha quando teve a chance, nós não estaríamos aqui."

Ela observou o rosto dele ficar vermelho de raiva enquanto estreitava os olhos. "Está me
chamando de um pai ruim? Eu lhe dei tudo o que precisava, sua puta ingrata."

Respirando fundo, ela se moveu para abrir a porta. Um dos guardas rapidamente
bloqueou seu caminho. "Saia," ela disse sucintamente. "Sua visitar acabou. Pegue ele e vá embora."

"Não vou embora até estar pronto para ir, Amaliya. Se você não quer aceitar suas ações
do passado, então terá que responder às suas ações no presente. Por que não está mais
namorando aquele menino, Nick?"

"Como é?" Ela sibilou. "O que lhe dá ao direito de bisbilhotar minha vida amorosa? Quem
eu vejo ou escolho não ver mais não tem absolutamente nada a ver com você."

Kostya ficou de pé tão rápido que sua cabeça começou a girar. "Tem a ver quando você
começa a namorar Dominic Minski!"

Boquiaberta, Liya olhou para ele. "Vá embora."

"Ele não é o homem que você pensa que ele é, Amaliya. E ele não te ama. Dominic Minski
está te usando para chegar até mim, e você está deixando! Você me dá nojo!" Ele explodiu.

Liya recuou e agarrou o balcão para apoio. Uma onda de náusea varreu seu corpo, e ela
engoliu em seco para conseguir se controlar. "Você não sabe do que está falando. Eu escolhi o
Dominic. Eu o levei para casa. Ele não sabia nada sobre mim antes daquela noite, e ele certamente
não te conhece!"

Um sorriso cruel se espalhou pelo rosto de seu pai. "Ele me conhece, e se colocou no seu
caminho direitinho. Ele me culpa pela morte do pai dele, e ele sabe a humilhação que eu iria
suportar enquanto ele está seduzindo você. Corte-o da sua vida agora, ou eu farei isso para
você."

"Por que ele te culparia pela morte do pai dele?" Ela sussurrou numa voz aterrorizada. Seu
pai caminhou em direção à porta, e o guarda a abriu. "Me responda!" Ela gritou.

Ele olhou por cima dos ombros e a encarou. "Porque eu o matei."

Quando eles foram embora e a porta bateu, Liya não conseguiu mais se segurar. Cedendo
à náusea, ela se inclinou e vomitou. Após esvaziar o conteúdo de seu estômago, ela se deixou levar
pela escuridão e desmaiou.

***

Dominic estava em pé na escada e ouviu o som de grunhidos que ecoava pelas paredes do
porão. Dois de seus homens estavam trabalhando em alguém que estava roubando nos cassinos.
"Chega," ele finalmente disse. A surra parou, e Dominic esticou a mão para acender uma das luzes
enquanto descia as escadas.

Ele pegou a carteira do homem que estava na mesa. “Michael Parsons. Você é um inglês e
bem longe de casa. Exatamente o que te fez pensar que podia roubar de mim e se safar?"

O homem sibilou e tossiu. Escorria sangue do nariz e lábios, mas seguindo suas ordens, os
homens tinham até ido devagar com ele.

"Desculpe," ele gemeu. "Eu não sabia."


Um telefonema interrompeu a entrevista, e Dominic o tirou do bolso. O número era
desconhecido. Franzindo o cenho, ele aceitou a ligação e silenciosamente o segurou no ouvido.

"Dominic Minski. Seu pai fez algumas escolhas ruins. Espero que você não esteja seguindo os
passos dele."

Cada músculo de seu corpo se tencionou quando ele reconheceu a voz. “Kostya Polanski.
Você certamente tem o prazer de me surpreender. Por favor, me dê um momento para terminar um
negócio." Ele abaixou o telefone e se virou para seus homens. "Soltem-no. Levem para um hospital.
Lembrem-no de que se eu o ver no meu cassino novamente, ele será um homem morto."

Subindo lentamente as escadas, ele forçou Polanski a esperar enquanto ele ia até o
escritório e fechava a porta. Milhões de coisas estavam passando por sua cabeça, mas a primeira
e mais importante, ele queria saber como o homem conseguira seu número.

A não ser que Liya tivesse dado para ele. Será que ela suspeitava?

“Polanski. Peço desculpas por fazê-lo esperar, mas estava no meio de uma papelada
urgente que precisava ser finalizada, ele disse suavemente.

"Sim. Certamente ouvi papéis sendo remexidos ao fundo," Polanski disse secamente. "Estou
ligando para avisar e lhe dar uma mensagem. Primeiro, gostaria de lhe estender a cortesia
profissional de avisá-lo que você tem um traidor entre seus homens. Não é alguém que eu contratei,
então sugiro que você coloque seus homens na linha."

"Um traidor? O que te faz dizer isso?" Dominic falou com cautela. Havia um objetivo
concretizado que não tinha nada a ver com cortesia profissional.

"Porque eles me informaram sobre o seu relacionamento com minha filha. E agora vem a
mensagem. Isso acaba agora. Se você quer a minha atenção, já tem."

"Liya é sua filha? Não tinha ideia. Estava pensando em pedi-la em casamento. Ela é uma
mulher maravilhosa," Dominic disse cruelmente. Ele encontrou o silêncio. "Se o faz se sentir melhor,
ficarei mais do que feliz em lhe dar todos os detalhes íntimos do nosso relacionamento."

"Chega," Kostya soltou. "Eu tenho mais mão de obra do que você, e meus homens são
realmente leais a mim. Suas ações terão consequências, e a não ser que você queira um banho de
sangue, isso termina agora. Encontre-me no pub na Fifth Street, e nós discutiremos quais ações eu
tomarei. Acredite ou não, Minski, não o quero morto. Dez horas. Não se atrase, ou você não vai
gostar do que farei depois."

O homem mais velho desligou e Dominic sorriu. Embora seu plano não estivesse acontecendo
exatamente como ele planejara, o objetivo sempre foi matar Kostya. Ele queria que o homem
sofresse, e claramente tinha conseguido isso. Agora ele tinha a possibilidade de expor o assassino
de seu pai.
Tudo o que ele precisava era de um atirador, e por sua sorte, Dominic conhecia o cara
certo.

Pegando o telefone novamente, ele discou o número que lhe foi dado em caso se
emergência.

"Sim," uma voz masculina disse sucintamente do outro lado da linha.

Dominic tinha decorado a senha. Escutara seu pai dizer inúmeras vezes. "Você entrega?
Estou com fome, mas ocupado demais para sair."

"Minski está morto."

"Sou o filho dele," Dominic disse rapidamente. "E tenho um problema que precisa ser
resolvido."

"O assassino de seu pai?"

"Sim."

O assassino ficou mudo por um minuto. "Considere um presente. Hora e lugar?"

"Pub na Fifth Street. Dez horas dessa noite. Kostya Polanski," Dominic disse após respirando
fundo. Após soltar as palavras, não tinha como voltar atrás.

"Feito."

O assassino desligou e Dominic abaixou o telefone lentamente. Ele devia estar empolgado,
mas apenas se sentia ansioso. Era mais difícil ver a situação como vingança. O alvo não era
apenas o assassino de seu pai. Ele era o pai de Liya.

Quais seriam as chances dela compreender?

"Não importa," ele murmurou para si mesmo. Depois de hoje, ele não precisava mais vê-la.
Estaria acabado.

Tentando deixar esses pensamentos de lado, ele se focou no seu outro problema.

Ele precisava encontrar o espião, e agora. O traidor estava jogando com seu inimigo.

***

Liya envolveu os braços ao redor de si mesma e se balançou para frente e para trás. O
consultório do médico era completamente branco e estéril. Não havia nem uma foto engraçadinha
na parede para reconfortá-la.

O papel debaixo dela fazia barulho a cada movimento, e ela puxava a camisola do
hospital. Apesar de seu pai tê-la assustada mais cedo, não devia ter feito ela desmaiar. Algo
estava muito errado.

Incapaz de ficar parada por mais tempo, ela desceu da cama e começou a colocar as
roupas de volta. Os exames já tinham terminado. Ela estava esperando os resultados.

Talvez estivesse anêmica. Às vezes ela se esquecia de comer quando seus estudantes
estavam entregando trabalhos. E certamente gastava algumas calorias quando estava com Dominic.

Talvez fosse pior do que anemia. Talvez ela tivesse um tumor. Ou câncer.

Se fosse isso, pelo menos ela tinha tido um ótimo mês. Terminaria no auge.

"Srta. Polanski, sou o dr. Utkin. Por que não se senta?"

Liya não conseguia sentar. "Apenas me diga," ela murmurou enquanto andava de um lado
pro outro. "Não quero rodeios. Apenas me diga agora mesmo o que tem de errado comigo."

O médico riu e sentou-se no banco. "Srta. Polanski, não há nada de errado com você.
Explique o que acontece."

"Eu estava discutindo com meu pai. Ele meio que traz à tona o que há de pior em mim. Me
senti muito enjoada e vomitei antes de desmaiar."

"A briga foi feia o suficiente para causar ansiedade?"

Liya se abraçou. Feia? A briga tinha sido terrível. Ela não conseguia tirar as palavras dele
de sua cabeça, e elas estavam juntas da bagunça de lembranças de Dominic.

"Ele não é o homem que você pensa, Amaliya. E ele não a ama. Dominic Minski está te usando
para chegar até mim, e você está deixando!"

Dominic foi o primeiro homem que ela vira no clube, mas não tinha como ele saber que ela
estaria lá. E se tudo tivesse sido uma armação desde o início?

Ele disse que perdera o pai recentemente. Seu próprio pai admitira tê-lo matado. O que
diabos estava acontecendo? Seu pai era um homem de negócios.

Assim como Dominic.

"Claro, talvez um pouco ansiosa. Na verdade, muito ansiosa. Doutor, o senhor é casado? Já
esteve com alguém e depois, repentinamente, você não tem certeza se ele é real?"

"Ele?" O médico disse com uma sobrancelha erguida.

"Ou ela. Na verdade, não importa. Apenas me diga o que tem de errado comigo. Um
problema de cada vez."
"Bom, ainda está um pouco cedo para você ter enjoos matinais. Acho que sua ansiedade só
aumentou por causa da gravidez. Não vejo nada de errado, mas podemos fazer um ultrassom se
você quiser. Eu certamente prescrevo um pouco de paz e tranquilidade por um tempo. É provável
que talvez você continue tendo problemas com sua pressão sanguínea durante toda a gravidez.
Você tem um obstetra te acompanhando?"

Liya não ouviu muito depois da palavra gravidez. Ela apenas encarou o médico
horrorizada. "O quê? O que você acabou de dizer? Grávida? Estou tomando pílula. Isso não é
possível. Acho que você confundiu meus exames com o de outra pessoa."

"Você não sabia," o médico disse lentamente. "Eu não devia ter dado a notícia desse jeito.
Sinto muito. Vamos voltar um pouco."

"Não." O mundo de Liya estava girando. "Não, não posso falar sobre isso agora. Preciso
ir."

Sua ansiedade a seguiu por todo o caminho até sair do consultório do médico, e foi só
quando ela entrou no carro que as primeiras lágrimas começaram a descer.

Grávida de um homem que ela mal conhecia. Seu pai num caminho de guerra. Ela não
queria lidar com isso. Não sabia como lidar com isso.

Respirando fundo algumas vezes, ela deu partida no carro e tentou permanecer o mais
calma possível enquanto dirigia para casa. Ela considerou ligar para Halina, mas isso significaria
tentar explicar tudo, e Liya não sabia como fazer isso.

De volta no apartamento, ela pegou um caderno e o encarou. Mais do que tudo, ela queria
acreditar que seu pai era um mentiroso e estava apenas irritado. Talvez Dominic fosse apenas
concorrência, e seu pai estava a usando para chegar até ele.

Se ela acreditasse nisso, então ela teria que acreditar que Dominic faria o mesmo. Quantas
vezes ela se pegou comparando Dominic com o pai sem perceber?

Rangendo os dentes, ela pegou a caneta e começou a rabiscar sobre o papel. Ela o vira
quando entrara no clube, mas foi só quando ele interviu na briga que eles se conheceram. Não era
possível que ele tenha orquestrado a briga do bar.

Ou talvez tenha. Ele disse que era dono de alguns bares. Talvez ele fosse o dono do Club
Six. Ele até a levou para casa numa limousine. Um homem que parecia que só andava de limousine
quando queria impressionar alguém.

Dominic queria impressioná-la.

Depois ele apareceu no campus. Ele tinha uma desculpa inofensiva, mas ela não o vira com
nenhum amigo. O campus era grande, e havia vários quiosques de café, mas ela só ia naquele. Se
ele a estivesse seguindo, ele saberia disso.
Ela pensou que tivesse sido destino. Ela estava errada.

Pulando do banquinho onde estava sentada, ela perambulou pelo cômodo e segurou a mão
na barriga. Tudo parecia ter sido tão real. Como alguém consegue fingir esse tipo de emoção?
Esse tipo de paixão? Liya andou até notar que o sol tinha se posto. Ela precisava tomar uma
decisão.

"Preciso saber," ela murmurou enquanto pegava o telefone. "Preciso saber."

***

Dominic sentou em seu carro e esfregou as têmporas. A chuva caía no teto do veículo e
pessoas corriam pela rua com casacos e guarda-chuvas. Elas estavam completamente alheias ao
que estava prestes a acontecer. Em dez minutos, Kostya Polanski estaria morto. Assim que ele
caminhasse até o pub, o assassino colocaria uma bala no cérebro do homem e tudo estaria
acabado.

O que Liya faria? Será que ela procuraria conforto em seus braços? Será que ele a
deixaria fazer isso?

Gavril tinha ficado nervoso quando descobriu que Dominic levaria Liya para passar o final
de semana na mansão. Ele o tinha avisado que isso era uma exposição prolongada. Passar tempo
demais com Liya podia colocá-lo em exposição.

O que ele não contou a Gavril era que Dominic temia já estar envolvido demais.

E ele não era o tipo de homem que conseguiria ficar com ela e continuar mentindo. Ela
merecia coisa melhor. Quando tudo estiver acabado, ele terá que se afastar.

O celular tocou. O nome dela piscou no aparelho. Por um momento, ele pensou em não
atender. Ele estava prestes a matar o pai dela. A voz de Liya era a última coisa que ele queria
escutar.

Mas ele atendeu de qualquer jeito. Parecia que ele não tinha força de vontade quando se
tratava dela.

"Você me ama?" Ela arfou antes dele poder dizer qualquer coisa. "Você tem algum
sentimento por mim?"

Dominic conseguiu notar que ela não estava apenas chorando. Ela estava soluçando. Ela
sabia. Alguém tinha lhe dito sobre o esquema, e ela sabia. Não importava. Era tarde demais.

"Luz do sol", ele sussurrou no telefone.

"Não me chame disso!" Ela gritou. "Não me chame disso se não significar alguma coisa.
Apenas responda. Apenas me diga a verdade."
"A verdade é mais complicada do que uma simples resposta, Liya," ele disse com a voz
rouca. Ele sentiu um punho apertando seu coração. "Seu pai matou o meu, Liya. Ele é um chefe da
máfia, e ele estava querendo acabar com a competição. Você precisava saber o que ele fazia
para viver. Precisa sabe quanto sangue tem nas mãos dele."

"Eu não sabia. Ele era apenas... apenas meu pai, Dominic. Isso era tudo o que ele era para
mim. Ele era cruel e distante, mas não era um assassino. Eu não entendo. Não sei o que pensar."

Ele podia ouvi-la começando a hiperventilar. Batendo a cabeça contra a porta, ele fechou
os olhos com força. "Liya, você precisa respirar. Precisa respirar, baby."

"Se ele é um chefe da máfia, você também é," ela disse após conseguir respirar. "Quanto
sangue tem nas suas mãos? Você vai matar o meu pai? Eu era apenas sua arma para chegar até
ele?"

"Liya."

"Eu nem te conheço. Você é apenas um cara que eu conheci no mar, e agora estou
carregando um filho seu. Eu não consigo nem começar a por sentido em tudo isso. Apenas me deixe
em paz, Dominic. Deixe minha família em paz."

Ela desligou antes que ele conseguisse processar as palavras. Carregando um filho seu?
Liya estava grávida?

"Merda," ela gritou enquanto tentava discar. Independentemente do quanto ele odiasse
Kostya, ele não podia matar o avô de seu filho à sangue frio.

O assassino atendeu ao telefone no segundo toque. "Mudança de planos?" Ele perguntou


friamente.

"Estou cancelando," Dominic soltou. "Não atire nele!"

O atirado riu. "Não estou matando Kostya Polanski por você, Dominic. Isso é por mim. Isso é
por muitas pessoas, e não vou deixar a chance passar. Tchauzinho, Dominic."

"Não!" Senhor, ele tinha apenas minutos. Abrindo com força a porta do carro, ele começou
a andar pela calçada enquanto discava para Kostya. O homem não atendeu. A adrenalina
bombeava o sangue através de suas veias enquanto ele ganhava velocidade. O bar estava à
vista, assim como o pai de Liya.

A bala o acertou de forma tão limpa que o homem caiu como uma pedra. Dominic parou
horrorizado enquanto assistia ao sangue de seu inimigo espirrar pela calçada.

Estava feito. Kostya estava morto.

Virando a cabeça em direção ao atirador, ele esperou. Se o assassino realmente queria


fazer isso de forma limpa, ele também atiraria em Dominic. Mas a bala nunca chegou.
Talvez ele já soubesse o tipo de inferno no qual Dominic estava.
Capítulo Doze
Liya não dormiu na noite passada. Ela queria desesperadamente ligar para Halina, mas
não estava pronta para confessar seus próprios erros. Uma coisa era contar para sua amiga que
o ex-namorado tinha a traído com uma menina mais nova. Outra coisa completamente diferente
era admitir que seu atual namorado era um chefe da máfia que estava lhe usando para
assassinar seu pai, que também era um chefe da máfia.

E que ela estava grávida.

Em vez de se balançar para frente e para trás e ficar encarando a parede, ela foi até a
casa de sua família. Já era de madrugada, e a casa estava pesadamente guardada como
sempre. Apesar dela ter sido criada ali, estava claro que os homens de seu pai não a queriam do
lado de dentro novamente.

"Seu pai não está aqui," um deles disse enquanto bloqueava seu caminho.

"Não me importo," ela disse friamente, "Essa casa é minha, e você vai deixar eu entrar."

Ele parecia triste ao vê-la. Ela podia ver a batalha dentro dele. "Se você puder ligar para
o seu pai e pedir uma confirmação, eu me sentiria muito mais confortável com isso."

"Olha, eu não sei seu nome, mas eu preciso entrar. Estou grávida e preciso estar num lugar
onde me sinta segura. Tentei ligar para o meu pai, e ele não está atendendo, mas eu certamente
sei como ele se sentiria se você mandar embora a filha grávida dele. Este é um risco que você está
disposto a correr?" Ela pressionou a mão contra a barriga e os olhos do guarda seguiram seu
movimento. Abaixando a cabeça em respeito, ele a deixou passar.

Sua chave ainda funcionava. Em mais de uma ocasião, Liya tentou jogá-la fora, mas por
alguma razão, não conseguiu. Apesar da forma como se sentia em relação ao seu pai, esse era
seu passado. Era sua casa.

Ela pisou no foyer e esperou sentir algo familiar. Mas não sentiu. Apesar de ter passado
dezessete anos naquela casa, sempre se sentira como uma estranha. Muito parecida com a casa de
Dominic, era quase grotescamente decorada. Agora que ela sabia o que o pai fazia para viver,
teve a sensação de que a decoração tinha mais a ver com status do que com gosto pessoal. Para
dar impressão de riqueza. Intimidar.

Seguindo os passos de sua infância, ela se moveu lentamente pelas escadas até seu antigo
quarto. Quando abriu a porta, ficou chocada ao ver que nada tinha mudado. Não havia poeira
acumulada, então os funcionários ainda iam até lá limpar, mas tudo estava intocado. O quarto
sempre lhe parecera um pouco estéril. Ela nunca pendurou qualquer cartaz ou exibiu nada pessoal
por medo da ira de seu pai. Ele sempre lhe dissera para manter tudo para si. Mostrar emoção não
era permitido.
As paredes brancas estavam intocadas, com exceção de uma simples pintura. Era de algum
pintor famoso, mas ela nunca se importou o suficiente para tentar descobrir o que a pintura
significava. Não foi ela que escolhera. Seu pai mandara pendurar no início de sua adolescência, e
Liya o removia da parede todas as noites. Sempre a assustara ter aquela pintura a encarando
enquanto ela estava dormindo.

Ela não sentia nenhuma conexão com aquele quarto. Não sentia falta de nada ali, e o fato
de que seu pai tinha mantido o cômodo como um santuário lhe disse tudo o que ela precisava
saber.

Kostya ainda não tinha aceitado sua rebelião.

Fechando a porta atrás de si, ela foi até o quarto do pai. Parada do lado de fora, ela
esticou a mão para gentilmente acariciar o grão da madeira. Ela nunca teve permissão para
entrar ali. Se algo a assustasse durante a noite ou algo a deixasse animada, ela não tinha
permissão para correr para o pai em busca de conforto ou para compartilhar as novidades. Em
vez disso, ela procurava as babás, mas elas eram frequentemente tão frias quanto o pai. Quando
parecia que um vínculo emocional estava sendo formado, seu pai demitia a babá e contratava
outra.

"Você se escondia de mim porque não me suportava ou porque tinha medo de me amar?"
Ela sussurrou para a porta fechada. Sem se incomodar em abrir a porta, ela se virou e foi
embora. O que quer que Liya estivesse procurando, não encontraria no quarto do pai.
Provavelmente era tão frio e estéril quanto o seu.

Sentindo-se como um fantasma, ela desceu as escadas e foi em direção ao local onde sabia
que encontraria respostas. A porta do escritório de seu pai estava fechada e trancada, mas isso
não a impediu. Quando ela tinha catorze anos, ela roubara a chave do pai e tinha feito uma
cópia. Ele nunca soube, e ela nunca tivera coragem de usá-la. Mas nada a impediria agora, e não
havia nenhuma hesitação dentro de si quando ela enfiou a chave e a virou.

Mais uma vez, o escritório do pai a fazia se lembrar do de Dominic. Bela madeira esculpida
e polida, livros impressionantes e caros, e outra pintura assustadora. Por um momento, ela se
lembrou do tour de Dominic. As mãos dele em sua cintura e o corpo pressionado no dela. As coisas
eróticas que ele sussurrara em sua orelha.

Parecera tão real.

Balançando a cabeça, ela respirou fundo e fechou e trancou a porta atrás de si.
Arrastando os pés através do tapete, ela se sentou na cadeira de seu pai e passou a mão sobre o
mogno escuro e brilhante. Era suave e fria sob seu toque. Empurrando a cadeira, Liya abriu
algumas das gavetas e puxou alguns arquivos.

"Certo, Kostya. Vamos ver que tipo de homem você realmente é." Os primeiros arquivos
eram apenas contas de despesas de alguns negócios. Ele era dono de três clubes noturnos, quatro
hotéis e dois cassinos. Pelo que parecia, os negócios estavam indo muito bem. Obviamente seu pai
era um homem de negócios bem-sucedido. Claro, ela já sabia disso. Ele usava o dinheiro como uma
arma.

Os próximos arquivos eram diferentes. Arquivos pessoais. Ao olhar o histórico pessoal dos
homens que seu pai tinha contratado, seu estômago revirou. Esses homens não faziam parte de uma
empresa de segurança. Eram mercenários com históricos sangrentos. As mãos de Liya tremiam
enquanto ela olhava os crimes que eles haviam cometido, e isso era apenas o que tinham feito
antes de seu pai os contratar. Tudo que haviam feito para seu pai provavelmente tinha sido
varrido para debaixo do tapete.

Jogando os arquivos de volta na gaveta, ela pegou outra pilha. Esses eram os homens que
lhe deviam dinheiro, e seu pai não tinha poupado nenhum detalhe do histórico deles. Ele sabia
sobre o trabalho, amigos próximos, família.

Muitos tinham filhos. Será que seu pai ameaçava machucar os filhos deles se não
pagassem? Matá-los? Pressionando a mão contra a barriga, ela abaixou a cabeça contra a mesa
e descansou a testa na superfície fria. O que ele faria quando descobrisse sobre sua gravidez?
Ele ameaçaria Dominic usando o neto ou neta? Liya foi dominada por um intenso medo pela
segurança de seu filho. Ela mal tinha entrado no primeiro semestre e não tinha ideia do que o
futuro lhe reservava, mas Liya sabia que amaria essa criança. E faria o que fosse preciso para
protegê-la.

Talvez isso significasse não escolher um lado. Talvez isso significasse se afastar dos dois.

Não havia nada incriminador no escritório. Se seu pai sobrevivera por tanto tempo como um
chefe da máfia, ele não seria tão descuidado ao ponto de deixar provas ou evidências de seus
crimes em qualquer lugar. Fechando as gavetas, ela ficou de pé e saiu do escritório. Ela sabia que
aquela era a última vez que entraria naquela casa, mas só havia uma coisa que queria de lá.
Correndo pelas escadas, ela não pensou duas vezes ao abrir a porta do quarto do pai e olhou ao
redor.

Limpo. Metódico. A cama estava feita perfeitamente, e os travesseiros bem posicionados.


Havia uma mesa em um dos cantos e um sofá de couro marrom no outro. Tudo parecia
completamente masculino e intocado pela personalidade ou criatividade. A única coisa que se
destacava era uma caixa de joias sobre a cômoda.

Diferente do resto da casa, a caixa de joias era simples. Esculpido em madeira de


carvalho, tinhas manchas escuras e apresentava apenas dobradiças de prata e uma frente de
fecho simples. Liya a abriu e sorriu. A única joia ali dentro era o anel de casamento de sua mãe e
outro com uma opala preta. Liya colocou o anel de casamento na cômoda. Ela não precisava desse,
mas uma das únicas memórias que ela tinha de sua mãe era da mulher colocando-a de voltar para
dormir durante uma tempestade. Liya não devia ter mais de quatro anos na época, e, embora ela
não conseguisse se lembrar do rosto da mãe ou do cheiro dela, lembrava-se do anel de opala
negra.

Liya colocou o anel de volta na caixa e a fechou. Tinha algo gravado do lado de baixo.
Para minha Amaliya. Um dia você descobrirá o que é escolher o amor acima de tudo, e você me
perdoará. Com amor, sua mãe.

Sua mãe nunca lhe dera realmente a caixa de joias, mas Liya a encontrara alguns anos
após a morte dela. Quando perguntou ao pai sobre a caixa, ele simplesmente a pegou e disse que
não era para ela. Na época, ela não entendera o significado da inscrição.

Não tinha certeza de que entendera agora, mas não iria embora da casa sem a caixa ou o
anel. Enfiando-a debaixo do braço, Liya sabia que provavelmente teria que lutar com um dos
guardas para levá-la. Em vez disso, ela encontrou três carros de polícia com investigadores
apontando armas para os três guardas na porta. Ninguém tinha começado a atirar, mas ela podia
sentir a tensão aumentando.

"Que diabos está acontecendo?" Ela exigiu. "Abaixem as armas. Eles são da polícia, pelo
amor de Deus!"

Ele a encararam, mas abaixaram as armas. Liya lentamente abaixou a caixa de joias e
ergueu as mãos. Com o coração batendo forte no peito, ela se colocou entre os guardas e a
polícia. "Por que estão aqui?"

"Estamos aqui para vasculhar a casa. Kostya Polanski está morto. Você é a filha dele?"

Liya abaixou os braços lentamente. "Ele está morto?"

"Executado por um atirado na noite passada. Estamos simplesmente investigando o


assassinato dele," um dos oficiais disse.

Liya se virou para os guardas. "Seu chefe está morto. Não precisa mais proteger a casa. É
melhor vocês irem embora antes da polícia colocar as mãos nos arquivos pessoais de vocês," ela
disse baixinho.

"No caso da morte de Polanski, a autoridade é passada para o parente vivo mais próximo.
Nós respondemos a você agora," o guarda disse num tom robótico.

Liya arfou e colocou a mão no peito. O médico tinha avisado sobre estresse, e ela podia
sentir o corpo tremendo. "Nesse caso, vocês todos estão demitidos. Deixe os investigadores fazerem
o trabalho deles."

Os guardas trocaram olhares antes guardarem as armas e balançarem a cabeça. Eles


caminharam lentamente para seus carros e zombaram dos investigadores. Liya ficou surpresa por
nenhum dos investigadores ter prendido os homens. Em vez disso, a polícia também guardou as
armas e foram em direção à casa.

"Srta. Polanski? Eu sou o policial investigando a morte de seu pai. Sinto muito por sua
perda."

O rosto dele era familiar, mas não sabia de onde. Ele estivera perto da casa antes? "Por
que não prendeu os guardas?" Ela perguntou estreitando os olhos.

Ele ignorou sua pergunta. "Qualquer informação que você possa nos dar irá nos ajudar na
investigação. Você sabe onde ele estava indo na noite passada? Ele estava indo encontrar com
alguém?"

"Seus oficiais estavam em maior número que os guardas. Você tinha cobertura, e eles não.
Você podia facilmente tê-los dominado, e certamente devia tê-los prendido, mas não o fez. Em vez
disso, você os deixou ir. A única razão para você fazer isso é porque queria eles por perto. Me
diga, investigador, você estava esperando bajular o próximo chefe da máfia ao deixar os
guardas vivos? Estou apenas aprendendo todo o tipo de coisa sobre meu pai, mas ele controlava
muita gente com dinheiro. Você é uma dessas pessoas?"

Ele apenas sorriu. "Se houver alguma coisa que eu puder lhe ajudar, Srta. Polanski, tudo o
que precisa fazer é pedir. Você pode me achar muito útil."

Ela sentiu nojo quando entendeu o que ele estava insinuando. Agora que seu pai morrera,
ele esperava que a filha tomasse conta.

"Vá para o inferno," ela sussurrou enquanto se virava para pegar a caixa de joias. Os
olhos dele nunca deixaram os dela enquanto Liya entrava no carro e fazia o seu melhor para não
parecer trêmula.

Ela dirigiu rápido para longe da casa, fazendo os pneus cantarem. Alguns quilômetros
depois, ela parou o carro e encarou o para-brisa.

"Ah, Deus", ela sussurrou para ninguém. Dominic matou o pai dela. E agora os "negócios" de
seu pai tinham caído em suas mãos.

Ela era só a porcaria de uma professora de literatura. Como diabos tinha se metido nessa
confusão? E como diabos sairia dela?
Capítulo Treze
Toda a casa estava em desordem. Dominic ouviu os passos atrás de si, mas não se virou.
Todos os livros do escritório estavam empilhados no canto. A maioria das estátuas estavam
quebradas. Ele tinha tirado dos os quatros das paredes, e agora ele estava tentando descobrir
uma força de tirar o lustre do teto. Uma luminária simples ficaria ótimo. Por que diabos haviam
cristais pendurados no foyer?

"Redecorando? Parece uma forma estranha de celebrar sua vitória," Gavril disse secamente
atrás de si.

"Vá embora," Dominic disse obscuramente. A última pessoa que ele queria ver era o homem
que tinha orquestrado tudo aquilo. Não era culpa de Gavril. No fundo Dominic sabia disso, mas ele
precisava desesperadamente culpar alguém.

"Não posso fazer isso, Dominic. O que está acontecendo?"

Dominic pegou a arma do coldre ao redor de sua cintura e a girou. Apontando o cano
para seu velho amigo, ele aumentou a distância entre eles e relaxou os ombros. "Vá."

"Então agora você vai me matar?" Gavril disse simplesmente. "Não estou entendendo. Não
tem porque você ser condenado pelo assassinato de Polanski. Mas tenho a sensação de que você
já sabia disso, então por que está segurando uma arma?"

"O atirador não aceitou nenhum dinheiro. E quando tentei cancelar, descobri o motivo. O
assassino tinha um problema pessoal com Kostya, e eu entreguei o pai de Liya numa bandeja de
prata."

Gavril não quebrou o contato visual. "Você quebrou a primeira regra de um vigarista,
Dominic. Você se apaixonou."

Dominic balançou a cabeça e passou as mãos pelo cabelo. "Eu tentei cancelar, não
adiantou. O assassino queria matá-lo. Não havia nada que eu pudesse fazer."

"Então por que você ligou para ele?" Gavril ainda estava calmo. "Você sabia que a amava.
Diabos, até eu sabia disso. Por que você ligou?"

"Polanski sabia. Alguém da minha organização disse para ele todos os detalhes. Ele sabia
sobre Liya, e contou para ela. Além dele ter matado meu pai, ele também contou tudo para ela."

Ela iria descobri de qualquer jeito!" Gavril disparou. "Por que você se importaria?"

"Ela está grávida!" Dominic gritou. Assim que as palavras saíram de sua boca, a raiva foi
embora. Ele se debruçou contra a parede e deslizou até o chão. Os olhos de Gavril se
arregalaram de surpresa.

"Entendo," ele disse suavemente. "Imagino que isso mude as coisas. Destruir sua casa lhe
dará alguma ideia de como você vai regularizar a situação?"

"Eu odeio essa casa. Sempre odiei. Hora de uma mudança," Dominic murmurou. "Imagino
que você não tenha trazido um uísque."

"Não, mas você já tem muito disso aqui. Além disso, não é do álcool que você precisa."
Gavril se sentou no chão próximo à escada e encarou o amigo. "Você acha que ela também te
ama?"

"Duvido que ainda ame," Dominic murmurou. "Acho que ela quase me disse, mas não a
deixe terminar a frase. Por mais que eu quisesse escutar as palavras, não podia suportar escutá-la
dizer. O quão patético isso é?"

Gavril bateu suavemente a cabeça contra a parede e suspirou. "É uma situação difícil,
Dominic. E é confusa. Você precisa decidir o que quer fazer."

"O que quer dizer com isso?"

"Em primeiro lugar, não houve amor perdido entre Amaliya e o pai. Segundo, todas as
emoções residuais que ela poderia ter pelo homem provavelmente saíram voando pela janela
quando ela descobriu o que ele fazia para viver. Nunca se sabe. Ela pode até lhe agradecer,"
Gavril disse com um sorriso irônico.

Dominic revirou os olhos. "Você passa tanto tempo enganando as pessoas que não tem ideia
de como elas podem reagir. A maioria das mulheres não ficaria com o homem que matou o pai
delas. Mas é bom saber que você é um otimista."

'Então você vai destruir sua casa em vez de fazer alguma coisa? Tenho certeza de que há
formas melhores e canalizar sua raiva," seu amigo disse com uma sobrancelha erguida.

"Já coloquei meu homem de confiança para procurar o traidor."

"Uma coisa é encontrar o traidor, Dominic. Você precisa começar a pensar para quem o
traidor estava trabalhando. Quem sairia ganhando se você não matasse Polanski?"

Dominic o encarou. "Obviamente o próprio Polanski."

"Polanski tinha um problema pessoal com seu pai, mas não era nada profissional. Não há
nada no seu território que Polanski pudesse querer. A organização dele é duas vezes o tamanho
da sua, e ele realmente não tinha nada a ganhar ao tentar roubar a sua. Ele certamente não
precisava ter medo de você. Por que ele colocaria um espião tão perto de você?"

Dominic encarou Gavril. Infelizmente o homem estava certo. Seu pai queria
desesperadamente expandir seu território, mas ele nunca fora à altura de Polanski. O inimigo
brincava com ele, mas o ódio entre eles era mais profundo do que uma simples disputa de
negócios. Dominic nunca soubera por que os dois homens se odiavam, mas isso era pessoal.

E isso significava que outra pessoa tinha plantado o espião.

"Não tinha nada a ver com Polanski," Dominic disse enquanto se levantava do chão. "Tinha
tudo a ver comigo. Ele não se importava se Polanski morreria ou não. Ele só queria foder comigo.
Por quê? Não irritei ninguém recentemente. Mal comecei a assumir os negócios."

Gavril também se levantou. "Acho que esse é ponto, Dominic. Você não fez nada para
ganhar a lealdade dos seus homens, mas assassinar Polanski deixaria uma mensagem sólida.
Agora que está feito, os homens o seguiram completamente. "Eles são seus."

Dominic suspirou enquanto todas as peças se encaixavam. "Alguém quer pegar o meu lugar,
mas não tinha ninguém nem perto do mesmo status que eu. "Não desde..." A frase parou no meio
quando ele percebeu com quem ele estava lidando.

"Não desde que Iosif foi embora. Aposto muito dinheiro que a razão para Iosif ter ido
embora foi porque seu pai deixou claro que um dia ele trabalharia para você," Gavril disse
sombriamente. "Sua vida é complicada, Dominic."

Dominic fechou as mãos em punhos. "Não posso fazer nada a respeito de Liya, mas posso
fazer a respeito de Iosif. Meu pai não me escolheu porque eu era filho dele. Ele me escolheu
porque eu era melhor, e acho que está na hora de provar isso ao meu velho parceiro."

"Bom," Gavril disse enquanto olhava ao redor, "sugiro que você cuide da casa primeiro. A
próxima pessoa que entrar aqui vai achar que você foi assaltado. Ou que perdeu a cabeça."

Dominic olhou a bagunça ao seu redor e sorriu. "Não sei. Me sinto um pouco mais calmo
quando vejo toda essa porcaria no chão. Você realmente veio aqui para me dar os parabéns?"

"Não. Eu vim aqui para dizer que Amaliya foi até a casa do pai dela hoje. Ela estava lá
quando os investigadores contaram que o pai dela estava morto."

O sangue de Dominic ficou frio. "Como sabe disso? Ela está planejando assumir os
negócios?"

"Tenho meus contatos. E acredito que o policial corrupto insinuou a mesma coisa. Ela demitiu
os guardas. Mandou os oficiais irem pro inferno."

Uma onda de medo passou por ele. "Ela está desmantelando a organização do pai."

"Se ela vender todos os negócios, vai ganhar muita atenção."

"Droga," Dominic rugiu. "Ela está colocando um alvo nas próprias costas."

***
Liya puxou a mala do armário e a colocou na cama, próximo de Halina. Numa onda
emocional, Liya contou tudo à sua velha amiga. Estava claro que Halina ainda estava processando
tudo aquilo.

"Pelo menos ele não a traiu," ela disse finalmente.

Em vez de arrumar a mala, Liya se rastejou até a cama e encarou o teto. "Eu terminei de
dar notas aos trabalhos, mas alguém terá que dar a prova final. Sal pode designar alguém para
passar o teste e dar as notas. Preciso que você cubra para mim. Diga a eles que fiquei mal após a
morte do meu pai e preciso tirar uns dias."

Sua amiga deitou-se ao seu lado e franziu o cenho. "Liya, você não pode fugir. Essa é sua
casa. Sua vida."

"Halina, você não entendeu. O pai da minha infância é um chefe da máfia. E agora que
meu pai está morto, sou a herdeira da organização dele. Vou para algum lugar calmo e seguro,
depois vou vender os negócios do meu pai, de pouco em pouco. Não para o mesmo comprador.
Não vou deixar ninguém assumir a organização."

"Você pode fazer isso aqui," Halina disse suavemente.

"Não posso. Não sei muito a respeito dos negócios da máfia, mas sei que é perigoso. Se eu
ficar aqui, alguém vai tentar me matar. Legalmente, as mãos deles estão atadas enquanto eu ainda
estiver como executora das propriedades de meu pai. Se eu morrer, ninguém pode assumir."

"Há dois dias, você era uma professora de literatura. Você era minha melhor amiga,"
Halina disse enquanto apertava sua mão. "Quero que você fique, mas quero vê-la segura. Acha
que você volta algum dia?"

"Talvez. Quando for seguro. E se eu souber que o Dominic não vai tentar pedir a custódia
do bebê." Liya se empurrou para fora da cama e encarou seu closet. "Pelo menos não preciso me
preocupar com dinheiro. Para onde você acha que eu devia ir?"

Halina forçou um sorriso e inclinou a cabeça para o lado. "O mundo está nas suas mãos,
Liya. Você pode fugir desse frio e ir para algum lugar quente. Escutei falar que a Califórnia é
maravilhosa."

Liya olhou para baixo e as lágrimas começaram a cair novamente. Ela estava tentando
muito não chorar, mas a dor era muito forte. Era quase forte demais para fazê-la se desligar
completamente da realidade, mas Liya tinha uma alma inocente crescendo dentro de si, e tinha a
obrigação de protegê-la. Quando desse à luz, queria que fosse em algum lugar seguro, onde não
precisasse se preocupar com nada.

"Não importa. Não posso lhe dizer para onde estou indo, de qualquer forma," ela disse
enquanto enxugava as lágrimas. "Negação plausível. Vou simplesmente escolher um lugar no
aeroporto e ir de lá."
"Ok," Halina disse com um suspiro. "Você acha que Dominic planejou uma criança? Se ele
queria vingança, uma criança com a filha do inimigo certamente seria alguma coisa."

Horrorizada, Liya virou a cabeça para a amiga e a encarou. "Eu nem pensei nisso. Imagino
que ele queira um herdeiro. Meu pai costumava me lembrar diariamente que ele desejava ter tido
um menino. Claro que, até onde eu saiba, ele não saiu com mais ninguém depois da morte da minha
mãe."

Ela caminhou pelo quarto e pegou a caixa de joias da mãe. Virando-a, ela mostrou para
Halina a inscrição que havia. "Você acha que minha mãe o amava?"

Halina balançou a cabeça; "Liya, eu não conheci seus pais. Seu pai parece ter sido um
monstro, mas acho que sua mãe o amava mesmo assim. Talvez ela soubesse o tipo de vida que
você teria, e é por isso que está pedindo desculpas. Talvez ela tenha tido a chance de ir embora,
como você agora, e não tomou uma atitude. Você acha que seu pai a amava?"

Liya tentou se lembrar do passado. Sua mãe morreu quando Liya era muito nova, e não
conseguia se lembrar de nenhum momento deles juntos. Nenhum beijo roubado. Nenhum abraço
demorado. Nenhuma troca de sorrisos na mesa do café da manhã. "Ele nunca falava sobre ela.
Nunca. Eu costumava tentar, mas ele sempre mudava de assunto. Mas ele nunca se casou
novamente. Nunca vi outra mulher na casa e certamente nunca vi outra na cama dele. Talvez ele
amasse. Talvez a morte dela o tenha destruído."

Halina a abraçou. "Você não é seu pai ou sua mãe, Liya. Você é você, e não tem ninguém
mais inteligente. Você vai descobrir uma forma de fazer isso funcionar. Você vai conseguir fazer o
certo. Não tenho dúvidas a respeito disso."

"Espero que esteja certa," Liya murmurou. "Agora você precisa ir. Preciso fazer as malar e
ir para o aeroporto. Os trabalhos dos alunos estão no balcão da cozinha. Não esqueça de levá-los
quando estiver indo."

Ela estava com medo de que Halina fosse chorar, mas sua amiga apenas sussurrou um
adeus e foi embora. Sozinha, Liya começou a pegar os itens essenciais de seu closet e os jogar na
mala. Ela estava quase com vergonha de admitir que estava sentindo uma vontade enorme de
correr para Dominic. Mesmo apesar de tudo o que ele fizera, ela queria acreditar que ele a
amava. Queria acreditar que ele consertaria as coisas.

Liya não queria criar uma criança sozinha.

Mas além disso, ela não queria criar uma criança com um assassino de sangue frio que não
a amava.

Ajeitando os ombros, Liya terminou de arrumar a mala e se virou para encarar a caixa de
joias. Era a única coisa que tinha de sua mãe.

Sentindo uma enorme dor, ela pegou a mala e deixou a caixa de joias para trás.
Capítulo Catorze
Dominic chutou a porta fervorosamente. "Liya", Ele gritou enquanto entrava no apartamento.
Gavril e Maksim estavam logo atrás dele. Levou apenas alguns minutos para ele perceber que o
apartamento estava vazio.

Ela já tinha partido.

Pegando um pedaço de papel e caneta, ele escreveu um bilhete e entregou para Maksim.
"Agora," ele rugiu.

Maksim assentiu e se apressou para ir embora. Gavril andou lentamente pelo apartamento.
"A mala não está aqui. Alguns cabides vazios, mas nem todos. Tem alguma coisa aqui que ela não
deixaria para trás?"

Dominic balançou a cabeça. "Não que eu saiba. Nenhum animal de estimação. Nenhuma
joia. Nenhum livro favorito ou lembrança do passado. Ela amava o trabalho como professora, mas
após tudo o que aconteceu, ela o abandonaria. Eu nem me dei conta que ela podia ser tão
nômade. Talvez ela soubesse. Talvez ela sempre esteve pronta para partir."

"Ela deixou joias para trás," Gavril gritou do quarto. "Um anel."

Dominic apareceu na porta do quarto e encarou o anel que estava na mão de Gavril.
"Opala negra? Nunca vi antes. Nem essa caixa de joias."

"Não passou tempo suficiente nesse quarto para memorizar cada detalhe?" Gavril
perguntou com sorriso.

"Vá se foder," Dominic rugiu. Ele abriu a caixa, mas estava vazia. "Talvez fosse algo de
valor. Algo que ela pudesse vender."

"Com a herança do pai dela, ela tem mais dinheiro que você. Ela não precisa vender joias,"
Gavril apontou.

Ela falou a verdade. Uma retirada antes de ela sair, e teria dinheiro suficiente para fazer
as coisas funcionarem. A caixa de joias estava provavelmente no closet, e Liya simplesmente a tirou
de lá enquanto estava fazendo a mala.

Mas Dominic não conseguia se livrar da sensação de que tinha algo importante a respeito
da caixa. Pegando-a, ele a girou nas mãos e leu a inscrição no fundo.

"Merda." Dominic exalou e afundou na cama.

"O quê?"
"À minha Amaliya. Um dia você vai saber o que é escolher amar alguém acima de qualquer
coisa, e você me perdoará. Com amor, sua mãe," Dominic leu em voz alta.

"Ah," Gavril disse balançando a cabeça. "Foi isso que Liya levou da casa. Parece estranho
ela ter ido na casa só para buscar a caixa e depois deixá-la para trás."

Dominic engoliu com força. "Você quem sabe ler as pessoas. O que acha que significa?"

"Ela não quer fazer com o filho dela, o que ela acha que a mãe fez," Gavril disse
suavemente. "Ela não está apenas fugindo das pessoas que estão querendo dominar o território do
pai dela. Ela está fugindo de você, Dominic."

Ele esticou o braço para quebrar a caixa de joias em pedaços, mas o som da porta
abrindo o interrompeu. "Encontrei ela, chefe. Ela estava do outro lado do estacionamento. Não foi
muito longe."

"Me solte!"

Dominic imediatamente se levantou e correu até a porta. Halina lutava para se soltar de
Maksim. "Halina, mão estamos aqui para machucar você," Dominic disse. "Só preciso saber onde
ela está. Maksim, solte-a."

"É tudo sua culpa," Halina gritou. "Provavelmente também é minha culpa. Eu insisti para que
ela saísse naquela noite. Praticamente a joguei nos seus braços, e agora toda a vida dela está
desmoronando."

"Onde ela está?"

Halina cruzou os braços e bateu os pés. "Mesmo se eu soubesse, eu não contaria onde ela
está. Ela está melhor sem você."

"Ela está fugindo com meu filho," Dominic disse através de dentes cerrados. A linda morena
ficou parada diante dele, e Dominic queria balançá-la até que ela soltasse todos os detalhes que
soubesse.

Halina fez uma careta. "Ela não foi nada mais do que um peão. Você não tem direitos
sobre o bebê, e ela está disposta a fazer qualquer coisa para impedi-lo de tirar a criança dela.
Liya não vai deixar essa criança crescer no seu mundo."

Dominic deixou a caixa de joias gentilmente no balcão da cozinha. "Presumo que sim. Olha,
Halina, não é só sobre o bebê. Com o pai dela morto, ela é um alvo para qualquer um que queira
tomar a organização, e ela é um alvo fácil. Liya não tem ideia de como cuidar de si mesma. Ela
estará morta antes do final dessa semana."

O lábio inferior de Halina tremeu e ela encarou o chão. "Não vou deixar você me
manipular. Você só quer o bebê."
"Você não acredita nisso de verdade. Se acreditasse, você não teria ficado no
estacionamento esperando para ver se alguém apareceria. Onde ela está, Halina?"

"Eu não sei," ela disse enquanto chorava. "Realmente não sei. Ela também não sabe. Ela
disse que iria para o aeroporto e escolheria um lugar aleatório e partiria de lá."

"Quando? Quando ela foi embora?"

Halina olhou para cima. As lágrimas faziam a maquiagem dos olhos escorrerem para as
bochechas, e ela balançou a cabeça. "Há duas horas," ela sussurrou. "Talvez ela ainda esteja no
aeroporto, esperando um avião."

"Vamos embora. Agora." Dominic passou por ela, mas Halina o segurou pelo braço.

"Não a machuque. Por favor, não a machuque. Ela amava você. Você não machucaria
alguém que te amava, machucaria?" Halina implorou.

"Já causei danos demais. Só quero vê-la em segurança," ele murmurou suavemente. Halina
balançou a cabeça e ele deixou o apartamento. Gavril e Maksim logo atrás de Dominic.

***

O terminal do aeroporto estava lotado. Liya pegou sua mala e esperou na fila enquanto
mantinha os olhos no painel digital. Ainda havia alguns lugares vazios no voo para Paris, mas ela
não queria ir para uma cidade romântica. Ela podia escolher Hong Kong, Kiev ou Bruxelas.

A grande maço de dinheiro em seu bolso a distraia, e ela não conseguia escolher um local.
A fila estava diminuindo, e Liya precisava tomar uma decisão rápido. Ela observou a televisão. Ela
sabia que os alarmes tocariam se ela pegasse o voo mais rápido para fora da cidade.

Ela devia escolher logo Paris. Quando chegasse no aeroporto, podia ir para qualquer
lugar. Ela nem precisava sair do aeroporto e ver a cidade romântica.

Havia apenas mais três pessoas na sua frente. Balançando nervosamente o corpo, ela
tentou se concentrar na sua respiração. O estresse era ruim para o bebê, então ela precisava ficar
o mais tranquila possível.

Antes de conseguir respirar novamente, sentiu ar quente soprando em seu ouvido. "Olá,
querida. Desculpe o atraso."

Liya congelou ao ouvir a voz entranha, e um braço a envolveu pela cintura. "Eu tenho uma
arma no casaco. Se você gritar ou tentar correr, eu vou atirar em todos no saguão," o homem disse
em sua orelha.

Ele se pressionou contra ela, fazendo-a sentir a dureza de algo que podia ser uma arma.
Endurecendo, ela lutou desesperadamente contra a vontade de gritar. "O que você quer? Ela
sussurrou.
"Apenas que você. Venha comigo. Aja naturalmente."

O braço ficou mais tenso em sua cintura enquanto ele a tirava da fila. Liya tentou fazer
contato visual com outras pessoas, esperando sinalizar que algo estava errado, mas infelizmente
ninguém nem olhou em sua direção. Os passageiros só estavam esperando para comprar suas
passagens. Eles estavam verificando as horas nos relógios ou bocejando de cansaço. Eles não
estavam olhando para ela.

"Continue andando", o homem rugiu enquanto eles caminhavam para as portas. Ainda havia
pessoas entrando e saindo do aeroporto, então ela ficou com medo de gritar e colocá-las em
perigo. Um carro estacionou perto da calçada, e a porta abriu. O homem a jogou lá dentro, e Liya
quase tropeçou no assento.

Braços fortes a pegaram antes dela cair. "Calma," uma voz diferente murmurou. "Não
queremos que nada machuque você ou o bebê. Ainda.

O homem que a pegou no aeroporto sentou-se no banco da frente e o carro deu partida.
Liya imediatamente fechou os olhos. "Não vi seu rosto. Você pode me deixar ir agora e eu não
terei nada para dizer sobre você. Por favor."

"Você pode abrir os olhos, Amaliya Polanski. Você não é o meu alvo."

"Não." Liya balançou a cabeça e se recusou a abrir os olhos. Ela lera todos os artigos
sobre o que fazer em caso de sequestro. Ela já tinha falhado na regra número um, que era lutar o
quanto fosse possível. "Me deixe ir embora."

"Não até Dominic vir até você."

Depois disso, Liya abriu os olhos. Olhando ao redor, ela encarou o homem ao seu lado. Ele
não lhe era nem um pouco familiar. "Se você acha que Dominic virá me resgatar, está errado. Ele
já conseguiu o que queria de mim."

"Fiquei sabendo. Plano de gênio. Usar a filha para atrair o pai." Os olhos do homem a
estudaram de cima a baixo. "E tenho certeza de que a sedução foi apenas um bônus extra. Me
diga, Amaliya, você realmente não sabia no que seu pai trabalhava?"

Liya estreitou os olhos. "Quem diabos é você?"

"Meu nome é Iosif. Havia um tempo em que eu e Dominic éramos bons amigos."

"Que bom para você," ela disse. "Talvez se fossem amigos agora, você saberia que ele não
virá me busca."

Ele riu. "Sim, você continua dizendo isso. Dominic virá pelo herdeiro dele. Mesmo que ele te
deixe de lado em oito meses. Mas não tenha medo, Amaliya. Não vou deixar isso acontecer com
você."
Liya agarrou no banco de couro e se empurrou para o canto do carro. "E por que isso?"

"Bom, eu planejo matar Dominic e torturá-la até você passar todos os negócios de seu pai
para mim. Depois disso, você está livre para ir embora. Não tenho motivos para matar uma linda
mulher, e eu prefiro não precisar lidar com outro criminoso ansioso na cidade."

Pela primeira vez desde que fora sequestrada, Liya sorriu. "Me desculpe desapontá-lo, mas
mandei fazer um testamento assim que soube que meu pai tinha morrido. Então, se você me matar,
ainda não colocará as mãos nos negócios."

Os olhos de Iosif endureceram. "Posso te torturar pelo tempo necessário, até fazer você
assinar os papéis que passam tudo para o me nome. Não foi como imaginei que as coisas
aconteceriam, mas tenho certeza de que consigo encontrar um jeito de passar o tempo enquanto te
convenço."

Liya estremeceu e virou a cabeça para olhar o lado de fora da janela. Dominic nunca iria
resgatá-la. Ela duvidava até que um herdeiro o faria levantar um dedo para resgatá-la.

Ela teria que escolher entre sua liberdade e no seu desejo de pôr um fim na tirania de seu
pai. E mesmo assim, ainda havia uma chance dele não libertá-la.
Capítulo Quinze
Dominic nem chegou ao aeroporto. Ele recebeu a ligação vinte minutos depois de sair do
apartamento de Liya, e ele sabia o que seu antigo parceiro diria antes mesmo de atender ao
telefone.

"Se você machucar um fio de cabelo dela, eu vou pessoalmente torturá-lo de agora até o
final de sua vida," ele rugiu no telefone.

Iosif riu. "Na última vez que nos vimos, suas boas-vindas foram muito melhores, Dominic. O
que aconteceu nesse tempo?"

Parando o carro, Dominic tentou resistir à vontade de quebrar o telefone em milhões de


pedaços. Muito parecido com o que ele queria fazer com a cara de Iosif. "Eu te ofereci um lugar
de respeito na minha organização. Eu teria lhe dado qualquer coisa que quisesse."

"E ser o segundo melhor? Isso foi tudo o que fui a vida inteira," rosnou. "Não quero
trabalhar para você. Você ficou mole. Você deixou um rostinho bonito virar sua cabeça. Você não
serve para ficar no lugar de Chava. Esse é o meu território. E assim que eu o matar e conseguir
fazer sua adorável namorada passar os bens dela para mim, ficarei por cima em mais de um
jeito."

Dominic fechou os olhos. Mesmo pelo telefone, ele podia escutar o ciúme e a raiva na voz
de seu antigo amigo. "Pensei que estivesse confortável na Alemanha."

"Não estava confortável o suficiente. E agora as coisas estão funcionando bem ao meu
favor. Eu pediria para sua mulher falar com você para provar que ela está viva, mas ela não
parece querer conversar. Me pergunto por que será isso."

"Deixe-me falar com ela," ele disse suavemente.

"Devo colocá-lo alto-falante?" Iosif disse friamente antes de rir. "Não, claro que não. Isso
seria rude. Eu lhe darei alguns minutos com seu amor. Será, sem dúvidas, a última vez que você
falará com ela. Escolha suas palavras com sabedoria."

Após um segundo, ele escutou a voz de Amaliya. "Se você vai me dizer que estou por conta
própria, pode deixar. Eu sei."

"Eu amo você, Liya," Dominic disse suavemente. Gavril se mexeu no bando do passageiro e
franziu o cenho, mas Dominic o ignorou. "Você está nessa posição por minha causa, e vou te tirar
daí. Sinto muito pelo seu pai. Eu tentei cancelar tudo, mas parece que eu não era o único que o
queria morto. Se eu não sair vivo disso, só desejo que você crie nosso filho o mais longe possível de
tudo isso. Mas enquanto eu estiver vivo, você nunca estará sozinha."
Ele a escutou respirar fundo. Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, Iosif estava de
volta na linha. "Espero que tenha tido bastante tempo para dizer adeus. Estou levando ela para o
Club Six. Foi onde vocês dois se conheceram, não foi? Se quiser ela viva, terá que vir buscá-la.
Sozinho."

A linha ficou muda. Dominic jogou o celular no painel do carro.

"Iosif, imagino", Gavril disse ironicamente. "O que vamos fazer se ele ligar de volta?"

"Ele não precisa," Dominic murmurou. "Ele já me disse que está levando Liya para o Club
Six. Primeiro lugar em que a vi."

Gavril balançou a cabeça. "Ele te disse para onde estava levando-a? Pensei que ele
tentaria atormentá-lo primeiro."

"Ele me odeia, mas é um profissional. Isso não é a meu respeito. É tudo sobre ele. Eu entro,
ele mata a mim e a Liya e junta os dois territórios." Dominic bateu os dedos no volante e tentou
pensar no melhor plano de ação.

"E se eu não for, ele vai matá-la e simplesmente pegar o território dela. De qualquer forma,
ela termina morta." "Seria melhor se nenhum dos dois terminasse morto, então vamos planejar
melhor do que simplesmente entrar atirando." Gavril disse.

Dominic balançou a cabeça. "Você não vai comigo."

"Eu geralmente não uso armas no meu trabalho, mas sei usar uma. Além disso, não vou
deixar você se matar. Acho que você é a única pessoa que posso me atrever a chamar de amigo.
Se você morrer, não terei mais ninguém para me pagar bebidas."

Sorrindo um pouco, Dominic assentiu com a cabeça. "Ok. Vamos bolar um plano."

***

Liya entrou lentamente no clube vazio. Dessa vez, ninguém a estava empurrando para
entrar, mas havia duas armas apontadas para si. Tudo parecia tão diferente agora que o lugar
estava vazio. Nenhum corpo suado e quente se esfregando um contra o outro. O chão estava limpo
e o som de seus sapatos batendo no chão ecoavam pelas paredes em vez da música alta
bombeando em seu ouvido.

E não havia nenhum homem sexy recostado no canto a observando.

Ele disse que a amava. Pra que dizer isso agora? Ele sabia que ia morrer e só estava
querendo que ela soubesse o que sentia? Ele sabia que ela ia morrer e queria limpar sua
consciência?

"Lembrando-se da primeira vez que viu Dominic?" Iosif perguntou com um sorriso. "Não sei
o que ele te contou no telefone, mas se mencionou que tentou cancelar o assassinato, ele não
estava mentindo. O atirador me contou. Ele disse que Dominic estava desesperado."

"Você mandou matar meu pai?" Liya suspirou de raiva quando olhou para cima.

"Imagino que sim. Não paguei, mas eu quis. Muitas pessoas queriam. Fiquei sabendo que
até o próprio assassino queria seu pai morto. Me diga, Amaliya. Que tipo de pai ele era? Caloroso
e amoroso? Não, imagino que não. Se esse fosse o caso, você não teria fugido."

"O que você sabe sobre minha vida?" Liya murmurou enquanto se afastava dele. "Eu não
sei nada sobre você."

"Tudo o que precisa fazer é perguntar," Iosif disse alegremente. Liya apertou o corrimão
com força e pensou em descer as escadas para fugir dele, mas queria desesperadamente ficar
perto da porta de entrada. "Seu amante e eu costumávamos ser bons amigos. Trabalhávamos
juntos sob as ordens do pai dele. Eu não era tão bom quanto Dominic. Eu era melhor. E Chava
Minski sempre me teve como favorito, então quando pedi para ser o herdeiro dele, você pode
imaginar minha surpresa quando Chava me informou que o filho dele sempre seria o herdeiro."

"O que você esperava?" Liya disse amargamente. "Eu nem sabia sobre a droga dos
negócios do meu pai e herdei tudo. O que te fez pensar que Chava escolheria você em vez do
próprio filho?"

"Porque eu era melhor!" Iosif gritou repentinamente. "Eu era melhor em tudo! Ele era apenas
um riquinho mimado, mas eu cresci nas ruas. Eu trabalhei duro para o homem, e ele não estava
disposto a me dar nada em retorno. Eu ia esperar um tempo e matar Dominic assim que Chava
estivesse morto, mas o velho pareceu ler minha mente. Ele me expulsou da Rússia. Tirou tudo de
mim, então tudo o que estou fazendo é recuperando o que é meu. Com juros!"

Liya recuou e segurou o corrimão. Ela deu passos para trás, um de cada vez, mantendo a
atenção em Iosif. "Você podia ter matado o Dominic a qualquer momento. Se você realmente é
melhor do que ele, tudo o que precisava fazer era atirar nele nas ruas. Podia ter pedido para o
seu amigo assassino fazer isso. Por que ter todo esse trabalho?"

"Para deixar claro meu ponto de vista," Iosif rosnou. "Dar a ele uma chance de lutar."

"Três contra um? Isso não parece justo."

"Dominic não virá aqui sozinho. Ele não é estúpido. A morte dele será através das minhas
mãos. Não se preocupe com isso, minha querida. Aonde está indo?"

Liya se virou e foi em direção ao bar. "Tomar um último drinque," ela murmurou.

"Mulheres grávidas não bebem," Iosif disse de forma suspeita.

"Tenho a impressão de que quando você terminar comigo, eu não estarei mais grávida,
então imagino que não vá fazer diferença." Ela foi para atrás do bar e pegou uma garrafa de
vodca. Ela despejou um shot e colocou a garrafa de volta no lugar. Durante todo o tempo, ela
estava procurando por uma arma. Havia várias facas, mas elas eram grandes demais para se
esconder. E os guardas de Iosif estavam de olho nela.

"Apenas faça o que eu quero e você sairá daqui sem uma marca no seu corpo," Iosif disse
casualmente. "Passe tudo para o meu nome. Posso chamar um advogado aqui em vinte minutos."

"E o que você fará quando tiver todo esse poder?" Ele perguntou enquanto bebia o shot de
vodca. "Imagino que você não fará o seu melhor para trazer lei e ordem para a cidade. Fazer a
coisa certa?"

Iosif riu. "E é isso o que você está tentando fazer? Trazer ordem e lei? A maça cai a
milhares de quilômetros da árvore no seu caso. Você tem ideia de quanto tempo e esforço seriam
necessários para legitimar tudo? Anos. E isso se você sobrevivesse aos assassinos por tanto tempo.
Você teria que olhar por cima dos ombros todos os dias de sua vida. Olhando por cima dos
ombros do seu filho. Isso é algo que você está disposta a fazer?"

"É por isso que eu estava fugindo e planejando vender negócio por negócio e legitimar
tudo. E meu filho e eu ficaríamos seguros bem longe daqui,” Liya disse suavemente. "Você está
arruinando tudo."

Iosif caminhou até o bar e se inclinou no balcão. "Tudo que isso faria, minha querida, seria
começar uma guerra de territórios aterrorizante. Sabe quanto sangue seria derramado? Quantas
pessoas inocentes morreriam no fogo cruzado?" Ele pegou o copo de suas mãos e o inclinou para
derramar a vodca. "Talvez você não tenha sangue."

Liya empalideceu. As pessoas poderiam realmente ser tão cruéis a ponto de iniciar uma
guerra sangrenta pelo território de seu pai? Havia tanto que ela não sabia sobre o negócio.

"Ei!" O guarda de Iosif gritou. "O que diabos está fazendo aí?"

Um homem que Liya reconheceu se reclinou sobre o corrimão e franziu o cenho. "Sou o
gerente. Quem diabos é você?"

"Atire nele," Iosif ordenou, mas antes que ele pudesse terminar a ordem, tiros começaram a
ser disparados. Liya gritou e se escondeu atrás do bar. Os tiros continuaram a serem disparados
pelo clube e mais de uma bala foi mirada em sua direção. Liya escutou vidro quebrando e cobriu
a cabeça o máximo que conseguiu.

Pegando uma garrafa, ela rastejou pelo chão e tentou espiar pelo canto do bar. Uma mão
foi esticada em sua direção e empurrou seu rosto de volta. Quando os guardas viraram as armas
em sua direção, ela escutou Dominic gritar seu nome. Liya nem pensou quando pegou a garrafa e
a quebrou no braço do homem, depois rapidamente pegou o isqueiro e colocou fogo nele.

As chamas ganharam vida na camisa dele, fazendo-o largar a arma e gritar. Liya pegou a
arma dele e empurrou o homem em chamas para o lado. A arma era pesada em suas mãos, mas
ela segurou com força e ficou atrás do bar.
Iosif e Dominic estavam parados no meio do clube. Os dois tinham uma arma apontada um
para o outro. "Abaixe a arma," ela disse roucamente enquanto suas mãos tremiam. Ela tentou seu
melhor para manter o cano apontado para Iosif, mas ela não sabia o suficiente sobre armas para
ter noção se sua mira estava nele.

Não havia nada além de pânico nos olhos de Dominic, mas o braço dele não vacilou. "Liya,"
ele disse suavemente. "Preciso que você vá embora desse clube. Tem um carro esperando por
você."

Liya não podia simplesmente ir embora. "Não gosto dele," ela disse enquanto balançava a
cabeça. "Não posso simplesmente ir. Ele não é um bom homem."

"Nem ele," Iosif disse. Mesmo após a troca de tiros, a voz dele não tinha perdido a
suavidade. "Ele tem tanto sangue nas mãos quanto eu. Ele a usou exatamente como eu."

As lágrimas encheram seus olhos enquanto ela ajustava a arma. "Eu sei disso. Mas essa não
é a questão agora."

"Liya," Dominic disse novamente.

"Por favor, pare de dizer meu nome," ela murmurou enquanto balançava a cabeça. Quanto
mais ele dizia seu nome, mais anuviada sua mente ficava. Ela estava tremendo de raiva e medo, e
estava ficando difícil separar os sentimentos.

"Você não uma assassina," Dominic disse suavemente. "Sei que você odeia ele, mas não vou
deixar você sair daqui com sangue nas mãos também. Eu cuido dele. Ele nunca mais vai incomodá-
la."

Liya arfou enquanto tentava respirar. "Meu pai matou pessoas também, não foi? Talvez eu
também devesse. Tal pai, tal filha."

Iosif virou a cabeça para olhá-la, e foi assim que tudo acabou. Um tiro foi disparado, e
Iosif caiu como uma pedra no chão. Liya começou a gritar e não conseguia parar. A arma caiu de
suas mãos e Dominic correu para ela, abraçando-a.

Ele não disse nada. Ele a puxou para o chão e a segurou no colo. Enquanto ele a
balançava para frente e para trás, ele virou seu rosto para que ela não pudesse ver a cena
sangrenta no clube. Finalmente, enquanto estava enrolada no calor dele, ela sentiu-se
estranhamente segura. Seus gritos se transformaram em ecos de bala, e logo tudo parou. Sentindo-
se flácida e exausta, ela parou de lutar e caiu nos braços dele.

"Quero ver se você está machucada, Liya," ele disse suavemente". "Está? Você pode estar
em choque e não sentir."

Ele a puxou e ela ficou de pé, tremendo. Ele não parou de tocá-la enquanto movia as mãos
para cima e para baixo em seus braços e pressionava sua barriga.
"Liya, tem sangue na sua calça."

"Não é meu," ela disse automaticamente. Ela não sentia dor em lugar nenhum. Não sentia
nada. Apenas dormência.

Dominic se endireitou e a puxou para perto. "O bebê?"

"Bem, eu acho. Nada dói, mas estresse não é bom para ele, então talvez eu deva ir ao
médico," ela murmurou. Sua cabeça parecia pesar mil quilos, e ela se recostou em Dominic.

"Vamos para o hospital agora. Gavril? Você está vivo?" Ele gritou.

"Bala no ombro. Atravessou," uma voz rouca respondeu. "Você vai ficar me devendo muito
por isso."

Dominic a ajudou a subir as escadas, e Liya viu o homem que dissera ser o gerente
recostado contra a parede e segurando o ombro sangrento. "Amaliya."

"Gavril." Liya estreitou os olhos e olhou para Dominic. "Acho que vocês não são iguais,
afinal de contas."

"Como é?" Ele perguntou.

"Meu pai não tinha amigos."


Capítulo Dezesseis
Dominic estava sentado ao lado da cama de Gavril e descansava a cabeça nas mãos. A
adrenalina do tiroteio ainda bombeava por suas veias, e ele batia o pé nervosamente no chão.

"Isso é irritante. Para," Gavril murmurou enquanto abria os olhos.

Dominic parou de bater o pé e se recostou na cadeira. "Achei que fosse dormir para
sempre. E me deixar limpar a bagunça sozinho," ele disse com um sorriso.

"Fiz de propósito. Muitos corpos para mim."

"Bom vê-lo abrindo os olhos. Os analgésicos são bons?"

"Os melhores," Gavril disse enquanto se endireitava na cama. "Quanto tempo preciso ficar
aqui?"

Dominic se inclinou para frente e descansou o antebraço nos joelhos. "Os médicos estão
administrando vários antibióticos, mas ainda querem você aqui para observação durante a noite."

“Club Six?”

"Foi limpo e encenado para parecer que eles atiraram um no outro. Mas só para o caso,
mandei alguns dos meus investigadores tomarem conta da cena e fazerem um relatório. Não deve
causa problema."

"E por que você está do lado da minha cama em vez de ao lado da mãe do seu filho? Ela
estava em choque quando você a tirou do clube," Gavril disse meio grogue.

Dominic ficou de pé e começou a andar. "Ela está bem. O bebê está bem. Eu liguei para
Halina ir buscá-la e as mandei para casa com alguns guardas armados. Eu me sentiria melhor se
ela estivesse na minha casa, mas não posso mais ficar na vida dela. Vou ajudá-la a legitimar o
território do pai dela, mas sem ela saber, depois vou deixá-la ir.

"Você podia tomar conta."

Claramente as drogas que Gavril estava tomando não eram fortes o suficiente. "Eu não
poderia fazer isso com ela. Acho que vou parar também."

"Sério? Vai procurar alguém para assumir ou também vai legitimar os negócios?"

Dominic olhou pela janela. "Ainda estou pensando."

"É um grande passo. Você acha que ela voltará para você se fizer isso?"
"Não. Já fiz o suficiente com ela. Deixá-la ir é a melhor coisa pata ela."

Gavril balançou a cabeça. "Você já tomou algumas decisões estúpidas na vida, Dominic,
mas essa é absolutamente a pior. Em todo o tempo que te conheço, você nunca foi apaixonado por
nada. Nem por sua família. Nem pelo trabalho. Você nunca esteve tão vivo durante esse tempo que
passou com Liya. I honestamente pensei que fosse o trabalho. Achei que talvez você finalmente
tinha sido seduzido pelo meu estilo de vida, mas não foi o trabalho. Sempre foi ela. Deixá-la ir
seria um erro."

"Que diabos você sabe?" Dominic rugiu. "Você está drogado."

***

Liya ficou parada na porta de entrada e encarou o apartamento. "Achei que ele pareceria
diferente."

Halina apertou gentilmente seu braço. "Você só ficou fora por dois dias, Liya, apesar de eu
ter certeza de que pareceu mais tempo."

Elas entraram, e Liya respirou profundamente. Havia dois guardas armados parados do
lado de fora da porta, mas eles não a seguiram. "Dominic esteve aqui. Posso sentir o cheiro dele,"
ela murmurou.

"Você pode sentir o cheiro dele?" Halina enrugou o nariz. "Isso é assustador."

Liya não conseguiu evitar rir. Quando o médico declarou que ela e o bebê estavam bem,
ela finalmente saiu de seu choque. A ideia de que ela teve tanta vontade de tirar uma vida a
deixava enojada. Dominic sabia como ela se sentiria depois.

Por isso ele mesmo deu o tiro.

"Quando Dominic virá para cá?" Halina perguntou enquanto abaixava a mala de Liya.

"Ele não vem," Liya murmurou. "Ele não quer me ver. Ele disse que manteria um guarda
perto de mim enquanto lidamos com os negócios do meu pai, mas que ele não ficaria por perto."

"É isso o que você quer?" Halina abriu a bagagem e começou a pendurar as roupas no
closet. Liya sentou na beirada da cama e olhou para a mesa. A caixa de joias de sua mãe deveria
estar ali, mas não estava.

"Ele pegou." Liya se levantou e passou a mão na beirada da mesa. "Ele pegou a caixa de
joias. Por que será."

Halina parou e a encarou. "Liya, você não respondeu a pergunta. Você sabe sem sombra
de dúvidas que ele te ama. Ele arriscou a vida para te resgatar. Eu sei que ele te ama. Vai atrás
dele."
"Eu amo ele. E sei que ele me ama, mas não posso criar uma criança nessa vida. Está me
matando me afastar, mas tenho que pensar em outra pessoa. Eu acho que minha mãe se
arrependeu por ter escolhido meu pai em vez de mim. Acho que ela se arrependeu de amá-lo
depois de ter me trazido ao mundo. Ela apenas não viveu o suficiente para consertar as coisas.
Mas eu posso. Eu posso fazer a coisa certa e garantir que meu filho fique seguro." Liya sentiu
lágrimas correndo por sua face, e ela tentou não se focar na dor e no vazio dentro de si. "Sou
uma professora."

Halina sentou na cama e abraçou. "Você é mais que uma professora, Liya. E sei que pensa
estar fazendo a coisa certa, mas você está subestimando o Dominic. Pelo menos, você precisa se
despedir dele."

"Quando tudo estiver acabado."

"Não," Halina se afastou. "Não quando tudo estiver acabado. Se você realmente quer se
afastar dele e nunca mais olhar para trás, precisa fazer isso agora."

Liya respirou fundo e assentiu. "Você está certa. Melhor acabar logo com isso. Me sentirei
melhor depois."

"Não sei sobre isso," Halina disse ceticamente. "Mas será melhor para sua sanidade."

"Você não deveria estar aqui. Ligo para você de manhã. Acho que voltarei ao trabalho na
segunda-feira."

"Não mande embora os guardas." Halina balançou o dedo no rosto de Liya. "É sério. Se eu
receber outra ligação dizendo para eu ir te buscar no hospital, vou ficar muito irritada."

Liya esfregou uma das mãos sobre a barriga. "Acredite em mim, não vou fazer isso. Não se
preocupe."

Halina e Liya saíram juntas, e os guardas a olharam em expectativa. "Quero ver o Dominic,"
ela disse suavemente. "Se estiver tudo bem."

"Sim, madame," o guarda disse assentindo. "Estamos aqui para você."

"Ok, não diga coisas desse tipo. Se vamos fazer isso funcionar, vamos ter algumas regras
básicas. Eu sou Liya, não madame. Não sou sua chefe porque esse trabalho é temporário. Ok?"

"Sim, madame."

"Certo. Entra por um ouvido e sai pelo outro," ela murmurou. "Imagino que você tenha que
me levar?"

"Sim, madame."

"Ótimo."
A viagem até a casa de Dominic foi silenciosa e desconfortável. Seus guardas eram duros e
frios. Todas as suas tentativas de iniciar uma conversa com eles falharam, então ela finalmente
ficou em silêncio. A viagem de quinze minutos pareceu durar uma hora quando eles finalmente
estacionaram na mansão.

Quando Liya entrou, ficou de boca aberta. "Que diabos aconteceu aqui?"

Todo pedaço de decoração do foyer estava empilhado no canto. As paredes estavam


completamente vazias.

"Redecorando."

Liya se virou para ver Dominic a olhando do topo das escadas. Ele desceu apressadamente
e a encarou o tempo todo. "Algo de errado?"

Ela levantou as mãos para pará-lo. "Não. Estou bem, Dominic. Só queria conversar antes de
seguirmos em frente. Sei que você vai manter os olhos em mim enquanto eu tento endireitar as
coisas do meu pai, mas achei que devíamos ser claros sobre nossa situação. Vai deixar as coisas
mais fáceis."

"Entendo. Meu escritório?"

Imediatamente, a memória dela debruçada na mesa passou por sua mente. Suas bochechas
coraram, fazendo-a balançar a cabeça. "Onde você gostaria de conversar, então?"

Enquanto olhava ao redor para os cômodos abertos, ela percebeu que não tinha muitos
lugares que não guardavam lembranças dos dois juntos. "O escritório está bom," ela finalmente
disse e foi andando na direção do cômodo.

Ela parou na porta de entrada quando viu que o lugar estava vazio. "Redecorando aqui
também?" Ela perguntou enquanto entrava.

"Sim," ele disse suavemente enquanto fechava a porta. Recostando-se contra a porta, ele
cruzou os braços e esperou.

Ela o observou e percebeu o quão difícil a conversa seria. "Dominic, eu amo você, mas..."

"Espere," Dominic a interrompeu e ergueu a mão. "Eu sei como essa conversa termina. Você
vai me dizer que me ama, mas que não consegue me perdoar pelo que fiz com você e seu pai. E
você está certa. Você não deveria me perdoar mesmo. Então, você vai dizer que mesmo que
conseguisse superar isso, não poderia criar uma criança nesse ambiente. Não como seu pai a
criou."

Liya ficou de boca aberta. "É basicamente isso. Pelo menos a segunda parte."

"O que quer dizer com isso?" Dominic disse estreitando os olhos.
Ela respirou fundo. "Eu amava meu pai," ela disse calmamente. "Não era um grande amor,
mas ele era meu pai, e eu respeitava isso. Mas eu percebi que o homem que tentei amar não era
realmente meu pai. Ele era um homem ruim. Eu olhei os arquivos. Pude ver por que tantas pessoas o
queriam morto. E entendo sua raiva e por que você pensou que podia me usar. Você se apaixonou
e tentou cancelar o assassinato, e isso é muito romântico, mas..."

"Estou deixando os negócios."

Liya imediatamente deu um passo para trás e o encarou. "O quê?"

"Não é para tê-la de volta, Liya. Não posso mais fazer isso. Não posso mais fazer isso
porque me custou tudo o que era importante. Minha família." Os olhos dele suavizaram. "Meu amor.
A única coisa que me retorna é dinheiro e poder. Eu tenho dinheiro, e não dou a mínima para o
poder. A verdade é que Iosif estava certo. Ele era a melhor escolha. Eu era melhor no trabalho,
mas ele se importava mais. Eu não me importava realmente até meu pai morrer.

Sua cabeça estava rodando. "Você simplesmente vai largar tudo?"

"Meu primeiro homem no comando pode assumir. Posso legitimar as empresas, mas muitas
pessoas perderiam o emprego. Nós somos uma organização pequena, e sei que Maksim fará um
bom trabalho. Ele não é nem de perto tão cruel quanto meu pai era. Vou manter ele sob
observação só para garantir, e depois me afasto completamente."

Liya engoliu com dificuldade e balançou a cabeça. "Isso muda as coisas."

Ele descruzou os braços e andou na direção dela. Parando a apenas centímetros de


distância dela, Dominic a estudou. "Liya, você precisa tomar muito cuidado com a decisão que você
vai tomar agora. Você me consome, e se ficar comigo, não vou deixá-la ir embora," ele disse de
forma sombria. "Não vou deixá-la ir embora duas vezes. Você precisa ir agora."

Liya esticou a mão para acariciar o rosto dele. "Me prometa que vamos criar nosso filho de
forma segura. Que você vai se afastar de tudo isso e não vai se arrepender. Que você não vai
tentar voltar. Que você vai ficar comigo e nosso filho."

Dominic pegou sua mão e pressionou contra os lábios antes de apertá-la e deslizar algo
por seu dedo. Ela olhou para baixo e viu o anel de opala negra de sua mãe. "Vou comprar outro
anel, Liya. O maior diamante que você quiser, mas queria que visse o anel em seu dedo. Queria
que visse o anel e perdoasse sua mãe para que pudéssemos seguir em frente. Eu te prometo o que
quiser. Nosso filho será a criança mais feliz e segura do mundo, e a mais amada. Assim como você.
Case comigo."

Jogando os braços ao redor dele, ela enterrou a cabeça na curva do pescoço dele. Agora,
suas lágrimas eram de felicidade. Ele a levantou e a girou no cômodo vazio antes de pressionar os
lábios nos seus. "Isso é um sim?" Ele finalmente perguntou enquanto Liya respirava.

"Sim" ela disse com um grande sorriso. Olhando para o anel, ela percebeu que tinha o que
sua mãe nunca teve. Um amor pelo qual ela não precisava se desculpar.

FIM
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Direitos Autorais 2016 Bessa Rose,


Capítulo Um
O sol já havia se posto, e a escuridão tinha chegado para cobrir as pistas dos perversos.
Aleksandr Evanoff estava ladeado por Misha e Sasha, seu segundo e terceiro homem em comando.
Recostando-se contra o carro, Alek estudou a pequena casa à sua frente. Não havia nenhuma
pena ou remorso em relação ao que ele estava prestes a fazer, mas não conseguiu evitar imaginar
por que um homem que mal conseguia pagar por aquela casinha continuaria apostando milhares
de dólares.

"Chefe?" Sasha chamou. "Como você quer fazer isso?"

Alek revirou os ombros. "Petr recebeu incontáveis avisos e prolongamentos. Não sairemos
de mãos vazias", ele disse calmamente. Ele levantou a cabeça e sorriu. "Além disso, eu devo ao
velho."

Mish e Sasha sacaram suas armas e foram na frente. Alek os seguiu lentamente.
Furiosamente, os dois homens diante dele chutaram a porta e ergueram as armas. "Abaixem-se!
"Abaixem-se, porra!" Eles gritaram enquanto entravam na sala de estar. O único ocupante, Petr
Primac, de 50 anos, gritou quando caiu no chão e levantou as mãos.

"Ah Deus, Alek", ele implorou. "Por favor, Por favor."

Alek ergueu a mão e seus dois homens recuaram e ficaram quietos. "Já faz um tempo, Petr.
Senti saudades."

"Caso isso seja em relação ao dinheiro..."

"Claro que é a em relação ao dinheiro. O que mais seria?" Ele caçoou. Petr ficou
imediatamente em silêncio, e Alek tentou evitar sua raiva. "Tenho sido paciente, e você sabe que
não sou um homem paciente. Considere-se sortudo por ter levado tanto tempo para uma
retribuição. Agora, nós vamos embora calmamente se você pagar 20% da sua dívida", ele disse
friamente.

O corpo todo de Petr começou a tremer enquanto ele arregalava os olhos. "Por favor, não
me mate. Ainda não tenho os 20%. Tenho algumas coisas das obras. Por favor. Apenas me dê mais
tempo!"

"Dê um tiro na perna dele", Alek disse calmamente. O barulho do tiro atravessou seus
ouvidos enquanto o velho gritava e agarrava a perna. O sangue rapidamente começou a formar
uma piscina no chão. "Acalme-se, Petr. Não posso recolher dinheiro de um homem morto, então você
ainda terá ar em seus pulmões quando formos embora. Mas eu odiaria que você gastasse milhares
de dólares em contas médicas quando você ainda me deve. Vou perguntou novamente sobre
aqueles 20%."
O homem mais velho gemeu e se balançou para frente e para trás. Lágrimas começaram a
descer por sua face. "Por favor. Por favor. Vou lhe dar tudo o que tenho. Por favor."

"Isso seria os 20%?" Alek perguntou enquanto olhava ao redor da sala. O local inteiro era
repleto de móveis que não combinavam, velhos e manchados. Ele não conseguiu ver nada que
poderia valer uma fração do que o homem lhe devia.

"Será alguma coisa", Petr soluçou. "Por favor."

Alek balançou a cabeça em direção a Misha, que imediatamente colocou o calcanhar de


sua bota no ferimento do homem e aplicou pressão. Petr desabou contra uma mesa. O uivo teria
sido suficiente para causar arrepios em seus braços, mas Alek estava acostumado a ouvir os gritos
dos outros. Não era nada para ele.

Ele sentia um pequeno prazer em machucar os outros. Quando era mais novo, a emoção o
estimulou a mover-se rapidamente através dos escalões da máfia, mas agora que ele era o chefe,
estava cansado ao ponto de sentia apatia. Nada mais o afetava. Ele não sentia medo. Não ficava
estressado. Ele não ficava excitado ou triste. Ele nem sentia mais raiva.

Mas Petr era uma história diferente. Ele e o velho tinham história, e Alek estaria mentindo se
não admitisse que estava sentindo um pequeno prazer ao ver o homem chorando no chão.

Alek tinha apenas 35 anos, mas tinha bastante sangue em suas mãos. Embora ele quisesse
acabar com a vida de Petr, havia algo maior em jogo ali. "Chefe, não acho que ele valha a pena o
dinheiro", Misha disse enquanto olhava para cima. Dos dois irmãos, Misha era o menos sedento por
sangue. Ele acreditava em outros métodos de recolher dinheiro, e foi por sua inteligência que Alek
o escolheu para ficar como segundo no comando. Claro, quando Alek precisava que Misha fosse
violento, ele não hesitava.

Sasha, por outro lado, nem piscava para a violência. Na verdade, ele sempre se
voluntariava para os trabalhos mais terríveis, e fazia isso com um sorriso no rosto. Alek sempre se
perguntava se o irmão mais novo não era violento demais, mas ele nunca se rebelara contra as
ordens de Alek, e no seu tipo de negócio, esse tipo de lealdade contava para alguma coisa.

"Acho que você está certo, mas não sairemos daqui de mãos vazias. O Sr. Primac vai nos
dar alguma coisa, ou terá uma longa noite", Alek disse enquanto piscava em direção a Sasha. O
irmão mais novo deu um passo à frente, ergueu Petr e puxou o braço do homem para as costas.
Houve um estalo forte e um grito agudo.

"Pare! O que está acontecendo?"

Alek se virou e confrontou o invasor. Parada na soleira da porta e com um olhar


aterrorizado no rosto estava uma linda mulher. O cabelo sedoso, longo e escuro emoldurava sua
pele cor de creme, e seus lábios grossos estavam separados enquanto ela encarava a cena diante
de si. Havia pânico e desafio em seus olhos cor de avelã.
"Vá embora", Petr chiou. "Vá ficar com uma amiga. Isso não é nada. Estou bem."

Bravas palavras de um homem que estava em terrível dor. Se ele não estava pedindo para
a mulher ligar para a polícia, então isso significava que ele estava tentando protegê-la. E se ele
estava tentando protegê-la, então ela devia ser importante.

"Quem é você?" Alek perguntou calmamente.

A mulher abriu a boca, mas Petr a cortou. "Não! Não responda!" Sasha puxou ainda mais o
braço dele para trás, fazendo o homem uivar.

"Vou chamar a polícia", a mulher disse enquanto dava um passo para trás.

"Se fizer isso, ele estará morto antes de você completar essa ligação," Alek disse
calmamente.

"Não", Petr gemeu no chão.

Alek encarou a linda mulher. "Entre. Junte-se a nós."

Ele observou que as mãos dela tremiam quando ela entrou, mas não havia hesitação em
seu movimento. Medo, bravura e desafio; tudo isso em apenas um delicioso pacote. Ele sentiu uma
pequena agitação dentro de si. "Farei um acordo com você, minha querida. Para cada pergunta
que você responder, falarei para o meu homem diminuir a pressão que está fazendo em Petr."

Ela assentiu e Petr começou a choramingar. Alek o ignorou. "Seu nome?"

"Natalia."

Alek balançou a cabeça em direção a Misha, que diminuiu a pressão na perna machucada.
"Quantos anos você tem, Natalia?"

"Vinte e quatro."

Houve um pequeno som de alívio quando Sasha soltou um pouco o braço de Petr. "E qual
seu relacionamento com Petr Primac?"

"Ele é o meu pai", ela disse suavemente.

"Você está mentindo. Petr Primac não tem família. Sasha, atire na outra perna do homem."

"Não, espere!" Natalia gritou. "Alek ergueu a mão para interromper os movimentos de
Sasha. "Não estou mentindo. Ele é o meu pai, mas não está listado na minha certidão de nascimento
porque minha mãe nunca contou para ele. Descobri sobre isso apenas há cinco anos. Não moro
aqui. Apenas venho para visitar a cada poucos meses."

Interesting. "Sua mãe?"


Os lábios dela tremeram. "Ela faleceu."

"Entendo. Então sua mãe faleceu e você foi procurar pelo seu pai. Tenho certeza de que
ficou desapontada quando encontrou Petr. Cavalheiros, por favor, soltem Petr. Gostaria de
recompensá-lo por ter escondido tão bem de nós essas informações. Kudos, meu amigo."

"Você não está irritado?" Sasha disse com um olhar obscuro.

"Com vocês dois por não terem me passado todas as informações? Ah, estou furioso", Alek
disse suavemente. "Mas essa não é a conversa que precisamos ter agora, é?"

Petr grunhiu enquanto tentava erguer a cabeça e olhá-los. Natalia correu até o lado do pai
e tirou o suéter. Enquanto cobria a ferida ao redor da perda de Petr e o ajudava a ficar numa
posição mais confortável, Alek não conseguiu evitar admirar o ombros nus da garota e a
provocante curva de seu pescoço. O top preto rendado que ela estava usando não era tão curto
quanto Alek gostaria.

"Se ele te deve dinheiro, posso ajudar a pagar", Natalia disse. "Mas ele nunca será capaz
de pagar se precisar pagar contas médicas além de tudo", ela soltou. "Isso é selvagem."

"Fique fora disso", Petr chiou. Ele olhou para Alek. "Natalia não tem nada a ver com isso."

"Ah, pelo contrário, além dela ter testemunhado nossos atos selvagens, também permiti que
ela o confortasse num momento de necessidade. Sinto que ela está bastante envolvida nisso." Um
sorrisinho se espalhou por sua face e tomou uma decisão. "Na verdade, estou preparado para
perdoar totalmente sua dívida."

Petr ficou estupefato. "Sério? O q-que eu preciso fazer?"

"Temo que não vai depender de você, Petr." Ele balançou a cabeça em direção à mulher.
"Será decisão dela."

O horror floresceu no rosto do homem. "Não. Seja o que for, não. Não deixarei que ela se
envolva nisso."

"O que você quer?" Natalia perguntou numa voz fria.

"Companhia", Alek disse suavemente. Seus olhos pousaram no oco da garganta dela, onde
o pulso havia acelerado. "Você viverá comigo, sob o meu talhado, e seguirá minhas ordens por um
ano, e eu perdoarei os quase cem mil dólares que seu pai me deve."

"Não", Petr gemeu.

"Ela é adulta. Você pode tomar suas próprias decisões", Alex disse enquanto a encarava.

"Caso eu decida não ir, imagino que você continuará atirando nele até que ele pague?" ela
murmurou.
"É como normalmente consigo meu dinheiro", ele disse suavemente.

Natalia estreitou os olhos. "Você geralmente troca pessoas por dívidas, ou sou um caso
especial?"

Alek riu. "Não precisa ser ciumenta, minha querida. Prometo te dar bastante atenção
durante esse ano." Os olhos dela se ampliaram, e o sorriso de Alek aumentou, "Ah, eu não fui
claro? Você vai dividir a cama comigo."

Ela respirou fundo, e Alek sentiu um arrepio de excitação passar através dela. O que mais
faria ela prender a respiração daquele jeito?

"Eu quero escrito em um papel que, no momento em que eu pisar na sua casa, as dívidas do
meu pai serão perdoadas inteiramente, e você não o machucará mais. Além disso, em exatamente
doze meses, eu serei libertada e você nunca mais entrará em contato comigo ou chegará perto de
mim novamente."

"Não, Natalia, por favor, não", Petr disse enquanto fechava os olhos e se enroscava no
chão.

"Você deixa minha família em paz e eu farei isso", ela disse firmemente. Ela se curvou
sobre o pai e pressionou os dedos no pulso dele. "Ele precisa ir para o hospital. Ajude-me a
colocá-lo dentro do carro."

Alek assentiu para Misha e Sasha. Eles pegaram o homem e o carregaram para fora.
Natalia se levantou para segui-los, mas Alek agarrou seu braço.

"Vou te dar duas semanas para cuidar do seu pai e deixar suas coisas em ordem", ele
disse suavemente. "Você não terá a liberdade de sair para trabalhar, então será preciso se demitir.
Você não precisa trazer nenhuma roupa. Você vestirá apenas o que eu lhe fornecer."

Ela virou a cabeça. "Preciso trabalhar. Tenho contas para pagar."

"Pagarei suas contas", ele disse suavemente. "Se você me agradar."

Os lábios dela se dividiram, e ele sentiu uma urgência insana de se curvar e provar de sua
boca. Foi necessário toda a sua força de vontade para não deixá-la de quatro e tomá-la ali
mesmo. Ele não sentira esse tipo de reação em relação à uma mulher desde a adolescência.

"Vou enviar um carro para buscá-la em exatamente duas semanas. Nessas duas semanas,
você e seu pai serão monitorados de perto. Caso um de vocês tente fugir ou ir à policia, mandarei
matar vocês dois. Está me entendendo?"

Ela ergueu o queixo. "Não volto atrás na minha palavra. Espero que nem você na sua", ela
soltou enquanto se livrava da mão dele e se apressava para levar o pai ao hospital.

"Siga-os", Alek comandou enquanto Sasha o olhava. O homem assentiu e foi atrás deles.
"Chefe? Que diabos foi isso?" Misha murmurou. "Você tem noção de que mesmo com um
contrato, ainda é ilegal."

"Legalidades nunca tiveram limites para mim", Alek disse escolhendo os ombros. "Também
não haverá nenhuma discussão sobre esse acordo. Você e seu irmão não podem soltar nenhuma
palavra para ninguém. A última coisa que quero é ter pessoas me oferecendo a filha em troca de
seus empréstimos."

"Você acha que as pessoas fariam isso?"

"Acho que as pessoas que nos devem dinheiro fariam praticamente qualquer coisa para
nos manter longe", Alek disse suavemente. "Chame outro carro para nós. Preciso ver meu
advogado."
Capítulo Dois
Natalia deixou o hospital em choque. Após seu pai receber o cuidado que precisava, ela não
conseguia encarar a realidade daquilo que havia feito. Ela tinha acabado de aceitar ser o
brinquedinho de um chefe da máfia durante um ano inteiro. Que diabos ela estava pensando?

As dívidas de seu pai seriam perdoaras, e ele estaria seguro. Isso era importante para ela.
Agora que sua mãe havia morrido, ele era a única família que lhe restava, e após ela ter
aparecido na porta dele provando quem era, ele fizera o melhor para lhe proteger e cuidar. Ele
cobrira as mensalidades de sua faculdade, apesar dela ter implorado para que o pai não fizesse
isso. Ele lhe comprou um carro. Também lhe arrumou um emprego. Ela não conseguia evitar se sentir
responsável por ele agora. Ela devia ter percebido que ele não tinha o dinheiro. Claro que ele
estivera apostando.

Natalia estava quase se arrependendo de ter aparecido na porta dele. Ela não precisava
e nem queria o financiamento. Apenas queria uma família. Mas estava claro que ele se sentia
culpado por não ter feito nada por ela quando Natalia era criança e tentou compensar com
dinheiro. Quanto tempo Alek estivera o assediando pelo dinheiro? Quanto dano havia feito?

Duas semanas. Duas semanas para deixar suas coisas em ordem para depois virar uma
vadia para Alek Evanoff. Seu peito apertou, e ela tropeçou na calçada. "O que eu fiz?" ela
sussurrou para si mesma.

Seu telefone vibrou no bolso e ela o puxou. Alguém havia lhe enviado uma mensagem de
um número desconhecido. Por favor, acalme-se. Se continuar tento ataques de ansiedade, não teremos
nenhuma diversão.

Com um grito de alarme, ela olhou ao redor. Alek conseguira seu número de telefone e
agora estava a vigiando? Inacreditável. Com raiva, ela respondeu a mensagem. Tenho duas
semanas de liberdade. Fique longe de mim.

Ela quase jogou o telefone na lixeira enquanto começava a ir embora, mas o aparelho
vibrou novamente. Estarei na sua casa amanhã de noite para que assine o contrato. Caso não
apareça, irei até o seu local de trabalho.

Rangendo os dentes, ela enfiou o celular dentro do bolso. Não havia necessidade de
responder. Se ele estava mesmo a observando, saberia que leu a mensagem. Ela ficou aliviada
que ele concordara com o contrato. Nunca poderia ser usado no tribunal, mas lhe daria uma prova
caso algo acontecesse com ela ou seu pai naquele ano. Ela garantiria que todos ficassem sabendo
que tipo de homem Alek era. Apesar de que após uma pesquisa em seu celular, ela percebeu que
todo mundo já conhecia Alek. Ele tinha sido acusado de vários crimes e inocentado de cada um
deles. Claramente ele tinha a polícia nas mãos. Isso não era um bom agouro para ela.
No dia seguinte, ela deu seu aviso prévio no trabalho temporário. Seu supervisor nem
piscou ou olhou para cima. As pessoas entravam e saiam com tanta frequência dos escritórios que
ela duvidava que o chefe ao menos soubesse seu nome. Apesar de ter protestado deixar o
emprego, a verdade era que ela sentia uma certa satisfação em fazer isso. Sentia-se
absolutamente miserável trabalhando ali.

Não havia amigos para se despedir. Avisara ao dono do apartamento ao qual alugava
que ficaria fora durante um ano, e ele imediatamente avisou que aquilo era quebra de contrato.
Seus ombros caíram. Ele estava certo. Ela precisava ocupar o lugar ao menos uma semana de
cada mês para manter o contrato. Ele estivera tentando tirá-la de lá nos últimos anos porque
Natalia tinha um acordo de aluguel controlado. Now he could charge someone else more.

Lentamente, as camadas de sua vida começaram a descascar, e ela percebeu que


realmente não tinha nada que a prendesse.

Isso não tornava mais fácil ver Alek em sua porta. Bones, seu gato, imediatamente se
enroscou debaixo do sofá para se esconder. "Vamos acabar logo com isso", ela murmurou
enquanto dava um passo à trás para deixar ele entrar. Ela estava com medo. Não tinha como
negar seu coração acelerado dentro do peito, mas isso não significava que ela precisava
demonstrar seu medo.

"Você mora aqui?" ele disse suavemente enquanto entrava.

"Bom, eu não ganho milhares de dólares às custas dos pobres, então, sim", ela soltou. "É
onde eu moro. Exceto que agora não será mais minha casa porque estou quebrando meu contrato
para ir morar em outro lugar por um ano."

Ele a olhou com surpresa, e ela suspirou. "Me dê o contrato. Você pode esperar enquanto
leio cuidadosamente."

"Sua situação de moradia não é problema meu", ele disse rispidamente.

Ela o encarou. Claro que não era problema dele. Ele não se importava com ninguém. Era
um homem violento e cruel. Ela olhou brevemente para o lado de fora da janela enquanto pegava
o contrato. "Vejo que não está com seus capangas. Imagino que eu não seja uma ameaça", ela
murmurou enquanto sentava no sofá para ler a papelada,

Alek sentou-se próximo dela, tão perto que suas coxas quase se tocavam. "Minha querida,
acho que você não percebe o quanto é perigosa." Ele esticou a mão para pegar uma mecha de
cabelo dela e colocar atrás da orelha, e ela se esforçou para não se inclinar contra o toque dele.

"Mas eu sou mais perigoso. Nunca se esqueça disso", ele sussurrou com os lábios roçando a
orelha dela.

Um arrepio a percorreu, mas não era medo. Desejo. Odiando-se, ela imediatamente pulou
do sofá e o encarou. "Acredito que ainda tenho duas semana de liberdade. Até lá, mantenha
distância." Apertando o contrato nas mãos, ela marchou para a cozinha e sentou-se na mesa.
Embora a tenha seguido, ele preferiu lhe dar um pouco de espaço e parou na porta. A distância
não ajudou muito para acalmar sua libido, fazendo-a se remexer nervosamente. Que diabos tinha
de errado com ela? Este homem quase matou seu pai, e ali estava ela, respondendo aos toque
dele.

Fazendo o possível para fingir que ele não estava ali sugando toda a lógica dentro de si,
ela olhou para o contrato. Era bem direto, mas havia algumas coisas das quais ela não gostou.
"Você pode definir que tipo de trabalho você espera que eu faça? Eu não vou mais machucar ou
ameaçar."

"Só alguma papelada", ele disse com um sorriso divertido. "Preencher papéis. Atender
telefonemas."

"Excelente. Vou poder adicionar 'secretária de um chefe da máfia' ao meu currículo", ela
disse com um suspiro enquanto continuava olhando o contrato. "Quero meu pai banido dos seus
cassinos", ela disse olhando para cima.

"Ele já está banido."

"Bom. Meu gato vem comigo."

Ele franziu como se fosse arrumar problema com isso, mas finalmente deu de ombros e
assentiu. Ao menos ela teria um pouco de conforto.

Ela engoliu com dificuldade e esfregou as mãos. "Então, estou tomando anticoncepcional e
não vou deixar de tomar."

Natalia estremeceu quando Alek jogou a cabeça para trás e gargalhou. "Ah, minha
querida. Fazia tempo que eu não ria assim. Não sou um homem de família. Não precisa temer
nenhum tipo de apego da minha parte."

"Ótimo." Ela pegou uma caneta e seu punho pousou sobre a linha. Fechando os olhos, ela
precisou se lembrar de que seria apenas durante um ano. Um ano como o brinquedinho desse
homem. Um ano de envolvimento com a máfia.

Um ano, e seu pai estaria livre.

Ela colocou a caneta no papel e assinou seu nome. Respirando fundo, levou o contrato até
ele. Ele atravessou a cozinha em poucos passos e se inclinou para pressionar os lábios em seu
cabelo. Natalia enrijeceu, mas não se afastou. O toque durou apenas por um breve momento antes
dele pegar a caneta da mão dela. Após assinar o contrato, ele retirou uma cópia e entregou para
ela. "Acredito que será um prazer fazer negócios com você", ele disse suavemente antes de se
afastar.

Natalia nem se virou. Escutou a porta da frente fechar, e não se levantou para trancá-la.
Pra quê? Ninguém pior do que Alek iria passar por sua porta, e ela ainda tinha a sensação de
que ele protegeria seu prêmio.

Estava feito. E não havia nada que ela pudesse fazer.

Quando Bones finalmente saiu do esconderijo e se enroscou em seus tornozelos, ela pegou o
gato preto e acariciou-lhe os pelos. Cada parte de si queria desmoronar e chorar, mas ela se
recusava. Chorar não resolvia nada. Ela era mais forte do que isso.

Além disso, talvez algo de bom pudesse resultado disso tudo. Ela teria um ano inteiro para
descobrir como acabar com Alek e com toda a organização dele.
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