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Imagiologia
Catarina Silva
Ano lectivo 2011/2012
Introdução
Imagiologia Ano Lectivo 2011/2012
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Introdução
Imagiologia Ano Lectivo 2011/2012
Exemplos:
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Introdução
Imagiologia Ano Lectivo 2011/2012
Decúbito dorsal com raios verticais Decúbito lateral direito com raios horizontais
SEM nível hidro-aéreo COM 5 níveis hidro-aéreos
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Introdução
Imagiologia Ano Lectivo 2011/2012
Plano de focagem a
nível da traqueia/ carina
2.2. MAMOGRAFIA
Exame radiográfico com características específicas para permitir uma localização precisa de
tumores e cirurgias mais conservadoras. Uma radiografia normal não permite distinguir
zonas mais densas da glândula mamária de zonas menos densas de gordura.
Utilização de baixa Kv → mais sensível na detecção de microcalcificações.
Duas incidências por mama → tridimensionalidade:
Quadrante externo
Quadrante superior
Quadrante interno
Quadrante inferior
Incidência crânio-caudal Incidência oblíqua
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Introdução
Imagiologia Ano Lectivo 2011/2012
2.3. ECOGRAFIA
Utiliza ultrassons que são emitidos por uma sonda, reflectidos pelas diferentes estruturas e
captados pela mesma sonda.
As estruturas apresesentam ecorreflectividade ou ecogenicidade:
Estruturas anecogénicas – conduzem o som e não o reflectem – imagens escuras
Estruturas ecogénicas – reflectem o som – imagens claras:
Hipoecogénicas – reflectem pouco
Hiperecogénicas – reflectem muito
Líquidos – transmitem bem os ultrassons (praticamente não reflectem)
Ossos – reflectem praticamente todos os ultrassons – cone de sombra
Gás – transmite mal os ultrassons (importância do jejum na ecografia abdominal)
Gordura – transmite mal os ultrassons
Velocidade tecidos moles 1540 m/seg
2.4. ECO-DOPPLER
Doppler associado à ecografia.
Estuda as estruturas em movimento, como os fluxos sanguíneos.
Avalia:
Velocidade
Sentido do fluxo no vaso:
Quando se aproxima da sonda – vermelho
Quando se afasta da sonda – azul.
As características do fluxo são avaliadas pelo doppler espectral: velocidade na sístole e
diástole, índice de resistência do vaso.
NOTA: Em contraste com a radiografia, a TAC quantifica a densidade, permitindo a distinção entre
líquidos e sólidos.
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Introdução
Imagiologia Ano Lectivo 2011/2012
Tipos de janelas:
Algoritmos especiais de reconstrução de imagem (AR)
- Reconstruções tridimensionais:
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Introdução
Imagiologia Ano Lectivo 2011/2012
2.5.6. TC multidetectores
Aquisição helicoidal
Várias filas de detectores (ampolas com 64 detectores)
Multiplicação do nº cortes por rotação (N)
Orientação correcta dos cortes de TC
Contraste da Imagem
T1 curto (hiperintenso): gordura
T1 longo (hipointenso): líquidos (ex.: LCE)
T2 longo (hiperintenso): líquidos (ex.: LCE)
Vantagens:
Não utiliza radiação ionizante
Permite imagens em qualquer plano de obliquidade directamente (na TAC têm que
ser trabalhadas)
Desvantagens:
Caro
Menos disponível
Tem contra-indicações: claustrofobia, pace-maker (pára), material metálico
(estilhaços, algumas próteses, implantes cocleares), gravidez do 1º trimestre, lentes
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Tórax
Imagiologia Ano Lectivo 2011/2012
TÓRAX
1. SEMIOLOGIA RADIOLÓGICA DO TÓRAX
1.1. INCIDÊNCIAS RADIOLÓGICAS
Definição de incidência radiológica:
Trajecto do raio director relativamente ao objecto radiografado
Lado mais próximo do meio do registo radiográfico.
Básicas (rotina)
Póstero-anterior (PA)
Perfil Esquerdo
Complementares
Ântero-posterior (AP)
Lordótica
Decúbito Lateral
Expiração
Oblíquas
1.1.1. Incidência PA
Ortostatismo (câmara de ar gástrica com nível
hidro-aéreo) – facilita o posicionamento do
indivíduo, a expansão do tórax com rebaixamento
do diafragma
Rotação interna dos braços (dorso da mão e
ombros para a frente) → Omoplatas projectadas
para fora dos campos pulmonares
Grande distância foco - objecto (180 cm) → menor
efeito de ampliação do coração (menor efeito de
divergência dos raios pelo coração)
Inspiração profunda – aumenta a
radiotransparência dos alvéolos (parênquima
arejado); aumenta o contraste em zonas não
arejadas; aumenta o diâmetro do tórax (afasta as
costelas entre si)
Alta quilovoltagem (maior energia e capacidade
em atravessar a matéria) → esbatimento das estruturas calcificadas (“apaga o esqueleto”) →
menor efeito de sobreposição das costelas sobre o parênquima pulmonar → melhor
avaliação do parênquima pulmonar.
NOTA: A alta Kv pode ser prejudicial porque apaga calcificações e para distinguir um nódulo maligno
de um nódulo benigno é necessário visualizar a existência de calcificações.
1.1.2. Incidência AP
Em decúbito ou semi-sentado (indivíduos acamados ou crianças)
Impossibilidade de afastar as omoplatas dos campos pulmonares
Expansão difícil
Maior ampliação da silhueta cardíaca
Imagem difusa (desfocada)
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Tórax
Imagiologia Ano Lectivo 2011/2012
AP vs. PA
Maior efeito de ampliação da sombra cardíaca
Omoplatas projectadas sobre os campos
pulmonares (maior radiopacidade lateral)
Diafragma mais elevado
Volume pulmonar inferior
Horizontalização e maior nitidez do contorno
dos arcos costais.
Em expiração
Retículo pulmonar fica mais denso.
Aplica-se na demonstração de:
Pneumotórax: existe uma zona de baixa densidade à periferia dos campos
pulmonares sem retículo pulmonar (ar à periferia e diminuição do retículo).
A expiração aumenta o contraste entre o ar (pneumotórax) e o retículo
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Tórax
Imagiologia Ano Lectivo 2011/2012
Lordótica
Efectuada em pé com costas na película
(AP) e pés afastados.
Clavículas projectadas acima dos campos
pulmonares (para visualização dos
vértices).
Usada para estudos dos ápices
pulmonares em casos de tuberculose.
Em desuso.
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Tórax
Imagiologia Ano Lectivo 2011/2012
Boa centragem
Visualização dos limites da caixa torácica e de todo o seu conteúdo
Desprojecção das omoplatas relativamente aos campos pulmonares
Posição mediana da traqueia (e coluna vertebral)
1.2.4. Exposição
Dosagem correcta (alta Kv)
Alta Kv → esbate estruturas calcificadas
(apaga o esqueleto torácico) → melhor
avaliação do parênquima pulmonar
Hiperpenetrado (raios duros)
A coluna vê-se mesmo abaixo da
fúrcula esternal (incisura jugular)
Hipopenetrado
A coluna não se vê
Visualização do retículo pulmonar até 1 – A
2 cm da margem pleural
B
Identificação das vértebras acima do
manúbrio esternal
“Adivinham-se” as vértebras sobrepostas
ao coração
Visualização dos vasos lobares inferiores A – ângulo cárdio-frénico; B – ângulo costo-frénico
através da sombra cardíaca Nota – Em ambos os campos pulmonares existe
micronodulação.
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Tórax
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Tórax
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Perfil:
Hilo esquerdo: atrás da coluna aérea da
traqueia (mais posterior e superior) HE
Hilo direito: à frente da coluna aérea da
traqueia (mais anterior e inferior) HD
Padrão dicotómico: divisão progressiva dos vasos até à periferia (o calibre vai diminuindo do
centro para a periferia).
Visível até cerca de 1 – 2 cm da margem costal.
Brônquios normais:
Visíveis até nível lobar
Próximo dos hilos
De topo: imagem gemelar - brônquio + artéria
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Tórax
Imagiologia Ano Lectivo 2011/2012
(calibre ≈)
De frente: imagem “em carril”
2.6. DIAFRAGMA
Assimétrico
Hemicúpula diafragmática direita é mais alta que a esquerda (porque do lado direito o
fígado empurra para cima, e do lado esquerdo o coração empurra para baixo) – aceita-se
normal uma diferença entre as duas hemicúpulas até 2 cm.
Hemicúpula diafragmática direita apenas visível na superfície superior (pode ser pleura
visceral) e a esquerda corresponde á porção distal do pulmão, pleura visceral e parietal
(pode ir até 1cm).
Espessura
À esquerda - relação com fundo gástrico (N - 2 a 3 mm)
À direita – não é possível determinar devido ao fígado que tem densidade de tecidos
moles.
Contornos no perfil
Hemicúpula direita: 1 a 2 cm superior; identifica-se por completo
Hemicúpula esquerda: sinal de silhueta com o coração na metade anterior (não é
identificável); câmara de ar gástrica
Seios costo e cardio-frénicos
Analisar continuidade
Hérnias diafragmáticas (congénitas ou pós-traumáticas) – ocorre descontinuidade da
cúpula podendo se observar opacidades do abdómen no tórax.
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Tórax
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2.7. MEDIASTINO
O mediastino é o espaço extrapleural
compreendido entre os dois campos pulmonares
(pleura parietal mediastínica), constituído por
coração, grandes vasos, vasos linfáticos, traqueia,
brônquios principais, timo (vísceras torácicas à JAP
excepção dos pulmões).
Deve ter uma posição central.
Com a excepção da traqueia e brônquios
principais, todas as estruturas que o constituem
tem a mesma radiodensidade (de tecidos moles) e
confundem-se numa sombra homogénea (fazem
sinal de silhueta entre si).
A linha para-traqueal direita é geralmente
observada porque corresponde a uma opacidade
de tecidos moles que contrasta com a opacidade
aérea existente na coluna aérea da traqueia e no parênquima pulmonar adjacente.
Outras linhas perceptíveis incluem: linha para-aórtica, linha para-vertebral direita e linha
para-vertebral esquerda.
O contorno esquerdo da veia cava superior não se identifica porque fica justaposto a outras
estruturas com opacidade de tecidos moles, incluindo a aorta ascendente, sendo apagado
por sinal de silhueta positivo.
A silhueta mediastínica resulta essencialmente da projecção cardíaca e dos grandes vasos,
aos quais se sobrepõem os elementos da caixa torácica.
Índice cárdio-torácico (ICT): compara o maior eixo cardíaco e o maior eixo do tórax, a
diferença entre eles deve ser menor que 0,5; ou seja o maior eixo do coração deve ser menos
de metade do maior eixo cardíaco. Avalia se existe aumento do coração.
Traqueia – linha média, aceitando-se ligeiro desvio para a direita devido à aorta
descendente.
É possível identificar no mediastino os seus contornos direito e esquerdo, delimitados pelos
pulmões arejados.
Contorno direito do Mediastino (4 arcos): Contorno esquerdo do Mediastino (5 arcos):
Aorta descendente – apresenta-se como uma linha vertical descendente do lado esquerdo,
visível a partir do botão aórtico – linha para-aórtica.
Superior
Acima da linha que vai da 4ª vértebra
dorsal (corpo de D4) à articulação
manúbrio-esternal (na prática define-se
como sendo linha tangente ao bordo
superior da crossa da aorta).
Inclui: Arco aórtico, VCS, traqueia, canal
torácico, timo, estruturas nervosas
(nervo frénico, nervo vago, nervo
laríngeo recorrente).
Patologia: bócio mergulhante, timoma,
adenopatias.
Inferior
Anterior
Bordo anterior do coração e
parede anterior da traqueia à caixa torácica
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Tórax
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Tórax
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Pulmão
Aorta ascendente e crossa
Aurícula direita
Ventrículo esquerdo
TAC torácica helicoidal – Reconstrução Laringe
tridimensional de angio-TC pulmonar com Cone da artéria pulmonar
visualização não invasiva da vascularização
pulmonar em algoritmos de reconstrução
MIP(maximum intensity projection), em cima,
e SSD (surface shaded display), em baixo.
NOTA – Para distinguir TAC de RM, olhar para o osso. A porção cortical do osso é hiperdensa (branca)
na TAC e hipointenso (preto) na RM.
2.8. CISURAS
Constituem os folhetos pleurais dividindo os lobos pulmonares e condicionam uma imagem
linear de espessura milimétrica
Nem sempre são visíveis → apenas são identificadas por efeito tangencial
(perpendicularmente ao filme)
2 mm espessura
Grande cisura – orientação oblíqua de cima para baixo e de diante para trás;
esquerda é mais vertical.
Cisuras acessórias (incostantes)
Lobo ázigos; envolve de forma independente a veia ázigos
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Tórax
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Tórax
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Ventrículo esquerdo
Grande cisura esquerda
Ventrículo direito
Zona de pobreza vascular que pode
Aurícula esquerda
corresponder à pequena cisura mas esta é
Veia cava superior/ Início da aurícula direita
difícil de localizar. Se for, para a frente
Aorta ascendente (raiz)
está o lobo médio e para trás o lobo
Aorta descendente (em relação com esófago)
superior.
Veia ázigos
O coração está no mesmo plano do lobo
Canal medular
médio no pulmão direito e da língula no
Artéria lobar inferior direita
pulmão esquerdo.
Artéria lobar inferior esquerda
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Tórax
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2.9.5. Nível 5
Ventrículo esquerdo
Ventrículo direito A grande cisura está mais para a frente. No
Aurícula esquerda pulmão direito, para a frente da grande
Aurícula direita cisura fica o lobo médio (em contacto com o
Septo interventricular coração). Do lado esquerdo, o coração está
em contacto com a língula.
NOTA: Se houver apagamento da AD, então temos uma patologia do lobo médio.
Fígado
Baço
Esófago
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Tórax
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3.2. SARCOIDOSE
- Aumento bilateral dos hilos
- Contornos lobulados e limites bem definidos – o
contorno polilobulado indica a presença de
várias estruturas sobrepostas, sendo sugestivo
de adenopatias moles.
- Preservação do espaço claro mediastino-hilar
- Densidade hilar superior ao normal – aumento
da espessura e consequente aumento da
intensidade
- Não há alterações do retículo nem do
mediastino.
NOTA 3 – A sarcoidose é uma doença granulomatosa que atinge os gânglios (podem calcificar):
1º estádio – ocorrem alterações hilares
2º estádio – ocorrem alterações fibrosas (parenquimatosas)
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3.4. LINFOMA
- Aumento bilateral dos hilos.
- Contornos lobulados e limites bem definidos
com perda de concavidade à direita.
- Ausência do espaço claro mediastino-hilar
(indicativo de adenopatias compressivas e
sugestivo de carcinoma).
- Alargamento do mediastino superior à direita
(indicativo de adenopatias) condicionando um
apagamento da linha paratraqueal direita.
NOTA 1 – Aumento dos hilos de causa vascular – Como saber se é de causa vascular?
- Convexidade da cintura cardíaca por aumento da aurícula esquerda
- O aumento das dimensões do coração (aumento do índice cárdio-torácico)
- O aumento do retículo pulmonar em direcção aos andares superiores e médios (sinal de
redistribuição vascular) – deve-se a uma alteração do fluxo vascular (cefalização do fluxo) por
ingurgitamento das veias pulmonares, pois não conseguem drenar para a aurícula esquerda
devido á insuficiência cardíaca.
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NOTA 1 – Ocorre hialinização das artérias periféricas o que explica a pobreza do retículo. Aumento da
tensão nos vasos por engurgitamento condiciona o aumento dos hilos.
NOTA 2 – A HT arterial pulmonar tem como consequência a descompensação do coração direito.
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