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Campos de Atuação I I

Prof. Vinícius Ribeiro


Densidade
• Densidade do paciente ou física:
relacionada à massa por unidade de
volume das estruturas dentro do paciente
e suas características de absorção.
• Densidade da imagem, óptica,
radiográfica ou fotográfica: relacionada a
quantidade de sinal detectado no receptor
de imagem ou, simplificando, o grau de
enegrecimento da imagem após
exposição e processamento.
Relação das Densidades
• Os ossos possuem alta densidade física quando
comparados, por exemplo, aos pulmões.
• Isso acarretará em uma maior absorção de raios X
em áreas compostas por estruturas ósseas do que
pela área composta pelos pulmões do paciente.
• Teremos, em conseqüência, uma imagem
bastante escura sob a área dos pulmões que pode
ser descrito como tendo alta densidade de
imagem e uma área mais clara sob os ossos que
será descrito com tendo menor densidade de
imagem.
Fatores de Controle
• Fator de controle primário:
mAs
• Fator de controle
secundário: kVp
• Distância foco-filme (DFoFi)
Miliampere Segundo (mAs)
• O mAs controla a densidade por meio do
controle da quantidade de raios X emitidos pela
ampola e pela duração da exposição.
• A duplicação do mAs irá duplicar a
quantidade/duração dos raios X emitidos,
duplicando, dessa forma a densidade do filme.
• A alteração mínima em mAs para se corrigir
uma radiografia subexposta (pouca densidade
óptica) ou superexposta (muita densidade
óptica) é dobrar ou dividir por dois o mAs
aplicado.
Quilovoltagem (kV)
• kV mais elevadas resultam em um aumento da energia
dos raios X fazendo com que mais fótons atinjam o
receptor de imagem produzindo assim, um aumento da
densidade óptica.
• Como regra geral um aumento de 15% na kV aumenta a
densidade do filme de forma similar à duplicação do mAs.
• A importância disso baseia-se na proteção contra
radiação, por que com o aumento da kV, o mAs pode ser
significamente reduzido, resultando em menos radiação
para o paciente.
• Técnicas com altas kV e baixos mAs que proporcionem
informações diagnósticas suficientes devem ser usadas
sempre que possíveis.
Distância Foco-Filme (DFoFi)
• Apresenta efeito sobre a densidade
radiográfica na razão do inverso do quadrado
(lei de Kepler).
• Lei de Kepler: uma fonte de raios X colocada a
uma distância duas vezes maior da sua
distância original reduz, em até quatro vezes a
intensidade da fonte e por conseguinte em até
quatro vezes a densidade óptica.
• Para se conseguir um mesmo padrão
radiográfico, ao se duplicar a DFoFi deve-se
quadruplicar o mAs utilizado.
Efeito Anódico
• Corresponde à absorção, pelo próprio anódio, de fótons do
feixe de radiação X, que emergem rasantes no anódio,
determinando uma atenuação do feixe de radiação do lado do
mesmo.
• A intensidade da radiação emitida pela extremidade catódica
da ampola de raios X é maior do que aquela da extremidade
anódica (em torno de 5%).
• O efeito anódio é mais evidente em angulações muito
pequenas do anódio, nas menores DFoFi e em um tamanho de
campo maior.
• A aplicação do efeito anódio proporciona densidade óptica
mais uniforme em partes do corpo que apresentem variação de
espessura e densidade.
• O paciente deve ser posicionado de forma que a porção mais
espessa do corpo esteja sob a extremidade catódica da
ampola, e a porção mais fina, sob o anodo.
• Exemplos: abdome, coluna torácica, tórax de mulheres, ossos
longos das extremidades.
Outros Fatores

• Tempo/temperatura do
processamento químico.
• Relação da grade.
• Velocidade filme-écran
Conclusão
• A densidade óptica adequada deve estar
presente na imagem processada, para
demonstrar de forma precisa os tecidos e
órgãos a serem radiografados.
• Uma densidade muito baixa
(subexposição) ou muito alta
(superexposição) não demonstram
adequadamente as estruturas desejadas.
Subexposição

Superexposição
Contraste
• Para detectar doenças, um sistema de imagem
deve ser capaz de detectar as diferenças na
densidade física da patologia comparada
àquela dos tecidos adjacentes. Isso então deve
ser traduzido em diferenças na densidade da
imagem final (densidade óptica), que são
visíveis para o observador.
• Um objeto dentro do corpo será visível na
imagem se, e somente se, ele tiver contraste
físico (número atômico, densidade e/ou
espessura) suficientemente diferente em
relação aos tecidos vizinhos.
Contraste Radiográfico
• Pode ser definido como a diferença entre as
densidades ópticas máxima (preto) e mínima
(branco), passando pelos diversos tons de cinza em
áreas adjacentes de uma imagem radiográfica.
• Uma imagem de baixo contraste mostrará pequena
diferença de densidade entre estruturas de interesse,
enquanto uma imagem de alto contraste mostrará
uma maior diferença de densidade entre as
estruturas.
• O contraste é formado por dois grupos de fatores:
contraste do objeto e contraste do filme.
Tipos de Contrastes
• Baixo contraste: quando no filme
não há quase diferença entre
preto e branco.
• Médio contraste: quando no filme
há preto, branco e cinza
balanceados entre si.
• Alto contraste: quando no filme há
predominância de preto e branco.
Contraste do Objeto
• A radiação X que atravessa o corpo é atenuada
em diferentes graus pelas diferentes
espessuras, densidades e números atômicos
das diversas estruturas que compõem o
paciente.
• A diferença de intensidade de raios-X
transmitida por áreas selecionadas do paciente
é denominada contraste do objeto.
• O contraste do objeto é influenciado pelos
seguintes fatores: a região do corpo
examinada, meio de contraste, patologia,
quilovoltagem e radiação secundária.
Região do Corpo Examinada
• Há menor contraste do objeto se todas as
partes de uma determinada região
tiverem um coeficiente de atenuação
semelhante.
• As estruturas de tecidos moles como a
mama têm baixo contraste de objeto,
enquanto o contraste de objeto aumenta
se a região incluir osso ou grandes
diferenças na espessura do tecido.
Meio de Contraste
• Se forem introduzidas substâncias
com alta ou baixa densidade/número
atômico nas cavidades de uma
região, então haverá maior diferença
na absorção de raios-X por diferentes
partes daquela região e, assim,
aumento do contraste de objeto.
Contraste Natural e Artificial
• Artificial: Contraste produzido por fatores que não
fazem parte da composição anatômica natural do
paciente como, por exemplo, próteses metálicas,
pinos e substâncias como o bário, o iodo e o ar que
têm como objetivo acentuar ou diminuir as diferenças
entre as estruturas do corpo. (radiopacas ou
radiotransparentes).
• Natural: Contraste produzido pela diferença de
densidade, espessura e composição atômica entre
regiões anatômicas do objeto como, por exemplo,
ossos, tecidos moles, gordura, gás e líquidos
(radiopacas ou radiotransparentes)
Patologia
• Se a densidade de uma estrutura for
modificada devido à doença, então
haverá mudança no contraste do objeto.
• A densidade será reduzida, por exemplo,
se houver diminuição da densidade
óssea, como na osteoporose.
• A densidade será aumentada, por
exemplo, no caso de litíase (cálculo)
renal.
Quilovoltagem
• É o fator de controle primário do contraste.
• A kV controla a energia ou poder de penetração do
feixe principal de radiação.
• Com menor kV, há uma maior diferença na atenuação
por estruturas de diferentes densidades e número
atômico do que com maior quilovoltagem,
ocasionando maior contraste do objeto. Isso pode ser
usado como recurso ao examinar áreas de baixo
contraste do objeto, como a mama.
• Em contrapartida, há um alto contraste de objeto no
tórax (diferenças acentuadas nas densidades do
pulmão e coração). Portanto, uma maior
quilovoltagem reduzirá este contraste do objeto e
produzirá uma densidade mais uniforme da imagem.
Nível de Exposição (kV e mAs)
• A redução da kV aliada a um aumento do mAs produz
um aumento de interações fotoelétricas na interação
dos raios-X com o paciente e conseqüentemente um
aumento no contraste.
• O aumento da kV aliada a uma redução do mAs
produz um aumento de interação Compton (radiação
secundária) na interação dos raios-X com o paciente
e conseqüentemente uma diminuição no contraste.
• Técnicas com altas kV e baixos mAs que
proporcionem informações diagnósticas suficientes
devem ser usadas sempre que possível com o intuito
de diminuir a dose de radiação na pele do paciente.
Radiação Secundária
• Ao atravessar o corpo do paciente parte da radiação
primária será dispersa formando o que chamamos de
radiação espalhada, difusa ou secundária.
• Essa radiação é gerada em função das interações
Compton, reduzindo o contraste da imagem
radiográfica.
• A imagem radiante (feixe de radiação após sair do
objeto e antes de atingir o anteparo) possui, em
alguns casos, grande quantidade de radiação
secundária que atinge o filme radiográfico alterando,
principalmente, as áreas mais claras da imagem.
Aumento da Radiação Secundária
• A radiação espalhada é tanto maior
quanto:
Maior for o volume do corpo atravessado.
Menor for a densidade da matéria
irradiada.
Maior for a energia do feixe de radiação
(alto kV).
Maior o tamanho do campo irradiado.
Diminuição da Radiação
Secundária
• Diminuição da produção de radiação secundária:
 Limitação do campo a ser irradiado através de
colimadores (cones e cilindros de extensão e
diafragmas luminosos).
 Uso de aparelhos de compressão (faixa
compressora).
 Diminuição da energia do feixe de radiação (baixo
kV).
• Diminuição de radiação secundária no filme
radiográfico:
 Utilização de grade antidifusora.
 Utilização de chassis gradeados (fora do setor de
radiologia)
 Utilização da técnica do espaço de ar (air gap)
Contraste do Filme
• São fatores inerentes ao filme que podem
afetar o contraste radiográfico:
 Temperatura do revelador.
 Tempo de revelação.
 Desativação dos agentes reveladores.
 Velatura pela luz de segurança.
 Véu de base do filme.
 Latitude de exposição.
Conclusão
• O objetivo ou função do contraste é tornar os detalhes
anatômicos de uma radiografia mais visíveis.
• Contrastes maiores ou menores não são
necessariamente bons ou ruins por si só, depende
das diferenças de contraste físico apresentados pela
região examinada e qual o objetivo da análise.
• A seleção de kV adequada, colimação precisa e
correta da região a ser examinada, utilização de grade
antidifusora quando necessário e um rigoroso controle
de qualidade nos mecanismos de armazenamento e
processamento dos filmes radiográficos garantem um
contraste ideal na imagem processada.
Sensibilidade/Velocidade do Filme
Radiográfico
• Corresponde a resposta das emulsões fotográficas às
luminosidades recebidas.
• Ela é inversamente proporcional à exposição, ou seja,
quanto mais sensível for o filme, menor será a
luminosidade necessária para a obtenção de um
mesmo enegrecimento.
• Os filmes monoemulsionados tendem a ser menos
sensíveis do que os duplamente emulsionados.
• A sensibilidade/velocidade do filme pode ser
representado graficamente pelas curvas
características.
Curva Característica
• Traduz graficamente a densidade óptica do filme em
função da exposição.
• A curva característica de emulsões expostas à luz
apresentam um formato de “S”
• Pode ser dividida em quatro partes:
 Parte Horizontal: corresponde à densidade óptica
mínima do filme (véu de base)
 Base da Curva: Corresponde à parte encurvada
ascendente, onde são observadas pequenas
variações de densidade óptica.
 Parte Retilínea: Corresponde a região de contraste
máximo, rendimento ótimo do filme radiográfico.
 Curvatura Superior: Transição do contraste máximo à
saturação (redução do contraste)
Latitude de Exposição
• É a gama de exposição dentro da qual uma
radiografia satisfatória pode ser produzida.
• Quanto mais ampla for a latitude de um
filme radiográfico, maior poderá ser a
escala de densidade a ser visualizada.
• Um filme de grande contraste possui
latitude reduzida, enquanto um filme de
baixo contraste possui latitude estendida.
Véu de Base
• Um filme radiográfico não exposto e processado
possui uma densidade óptica ligeiramente superior a
zero, que corresponde ao véu de base do filme
(densidade óptica mínima do filme não exposto e
processado).
• Ocorre por causa do tipo de emulsão, da base e do
processamento.
• O aumento do mesmo provoca um processo alterativo
alterando o filme no que diz respeito à boa qualidade
radiográfica, sendo produzido pelos seguintes fatores:
 Prazo de validade do filme.
 Radiação secundária.
 Véu químico.
 Véu da luz de segurança.
Efeito “Crossover”
• Em filmes com duas camadas de
emulsão fotográfica, a luz que atinge
uma camada pode atravessar a base
do filme e atingir a camada de
emulsão do lado oposto, reduzindo a
nitidez da imagem.
• Esse fenômeno é denominado
cruzamento ou “crossover”.

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