Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ESPECIALIZAÇÃO
Mídias na
Educação
MATERIAL
IMPRESSO
E GÊNEROS
TEXTUAIS
2014
F224m Farias, Andressa da Costa
Material impresso e gêneros textuais / Andressa da
Costa Farias. – 2. ed. rev. – Florianópolis : IFSC, 2013.
50 p. : il. ; 28 cm
Inclui Bibliografia.
ISBN: 978-85-64426-53-5
CDD: 411
Esta obra está licenciada nos termos da Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual
4.0 Brasil, podendo a OBRA ser remixada, adaptada e servir para criação de obras derivadas, desde que com fins
não comerciais, que seja atribuído crédito ao autor e que as obras derivadas sejam licenciadas sob a mesma licença.
Créditos do Livro
EDIÇÃO 2014
[ Conteúdo ]
Andressa da Costa Farias
[ Design Gráfico ]
Rafael Martins Alves
Departamento de Educação a Distância
[ Design Instrucional ]
FICHA TÉCNICA E INSTITUCIONAL Daiana Silva
Sumário
É uma grande satisfação dar início a este estudo sobre Material Impresso e
Gêneros Textuais.
Histórico da
escrita e sua
relação com
a civilização
A escrita é uma tecnologia muito importante. Se não houvesse a
escrita, imagine como seriam difíceis a comunicação e a orientação
na sociedade. É através da escrita que recebemos formação, instrução
e orientação. A leitura do que está escrito nas placas das cidades, na
bula do remédio, na apostila, nos jornais (sejam impressos ou digitais),
nos livros, torna a vida das pessoas mais fácil e organizada. Mas você
já parou para pensar como surgiu a escrita? Esse será o assunto desta
unidade. Boa leitura!
Histórico da escrita e sua relação
com a civilização
Aspectos históricos da escrita
Historicamente, a escrita nasceu da necessidade de fixar a
linguagem articulada, ou seja, fixar o que foi dito ou falado para
que seja lembrado posteriormente. Ou seja, a escrita nasceu da
necessidade do homem de registrar os contos orais, os mitos, as
histórias, as descobertas, as conquistas de território e as conquistas
materiais. Nesse sentido, a história da escrita está intimamente
ligada aos avanços da humanidade.
Alfab
eto h
ebrai
co
Alfabe
to fen
ício
Alfab
eto á
rabe
A escrita latina
Você sabia que o português brasileiro deriva da escrita latina? Isso
mesmo! Conforme Higounet (2003), acredita-se que esta escrita
chegou até nós no fim do século VI ou início do século VII a.C. São
inscrições da pedra negra do antigo fórum romano, descobertas
em 1899. Posteriormente, houve outros textos gravados e mais
longos, encontrados em Roma e no Lácio, datados do século IV ao
século VI a.C. Nessa escrita prevalece a orientação para a direita.
Os caracteres dos primeiros documentos latinos não deixam dúvida
sobre a derivação de um alfabeto grego ocidental.
[...]
origem indígena) e outras como moleque, samba, caçula (origem [ SAIBA MAIS ]
africana), entre tantas outras. Para compreender melhor a
influência do tupi na língua
A escrita mecânica portuguesa brasileira, que tal buscar
na Internet o vídeo: Idioma brasileiro
A invenção da imprensa fez nascer a grafia mecânica, que permitiu - Constituição do idioma brasileiro,
influência do tupi, imposição
a reprodução quase ilimitada de letras sempre idênticas e, assim,
portuguesa, palavras indígenas?
fixou os caracteres em categorias de base que não mudaram Amplie seus conhecimentos!
desde então. Conforme Higounet (2003), no ocidente, as primeiras
tentativas de impressão tipográfica datam do ano de 1440 na
Holanda e depois em Estrasburgo. Sua invenção foi levada a cabo
por Johannes Gutenberg, por volta de 1450 em Mainz. [ SAIBA MAIS ]
Para saber mais sobre a história da
escrita e das técnicas de impressão,
acesse o site da Casa do Manuscrito.
A invenção da imprensa é o maior acontecimento da
Boa leitura!
história. É a revolução mãe... é o pensamento humano que
larga uma forma e veste outra... é a completa e definitiva
mudança de pele dessa serpente diabólica que, desde
Adão, representa a inteligência.
A escrita hoje
Atualmente, muito se discute sobre o uso de equipamentos de
publicação da escrita virtual, ou seja, sobre a possibilidade dessa
escrita vir a substituir a escrita de publicação impressa. Indaga-se
sobre o fim dos livros, jornais e revistas impressas em decorrência
do crescimento dos portais de notícias, e-books e revistas virtuais,
[ LEITURA COMPLEMENTAR ] haja vista a disseminação da internet. Apesar de muito se pensar
Que tal ampliar seus conhecimentos na possibilidade da substituição do impresso pelo digital, não
sobre a história da Internet? Acesse o se tem comprovação do fato, uma vez que uma tecnologia não
site da A.I.S.A – História da Internet. substitui a outra.
Para saber mais sobre livros e e-books,
você também pode assistir ao vídeo: O que é fato é que a escrita tem um grande valor social. Os gêneros
Livros versus E-book. Boa pesquisa! da escrita se sobrepõem aos demais modos de comunicação.
O indivíduo detentor da habilidade de leitura e escrita possui
valorizações específicas na sociedade que se traduzem através de
diplomas dentro do percurso escolar e, posteriormente, profissional.
Gêneros
textuais
- orais,
impressos e
digitais
Nesta unidade você estudará o texto a partir do enquadramento
teórico de gêneros textuais; conhecerá a sistematização do conceito
de gêneros textuais, exemplos do uso no cotidiano social e possíveis
aplicações no ambiente didático e escolar.
Gêneros textuais - orais,
impressos e digitais
O texto dentro da noção de
gêneros textuais
A recente formação de um novo paradigma para o ensino da
língua materna fez com que se reconhecessem os gêneros textuais
dentro da instituição escola. Houve um acolhimento do texto como
representando gêneros. E tal realidade fez com que o ensino
escolar englobasse, além dos textos literários e dos textos de
gêneros exclusivamente escolares, também aqueles outros textos
pertencentes a outros domínios discursivos, gêneros que circulam
nas práticas sociais, fora das paredes da escola.
[ LEMBRE-SE ]
A utilização da fala deve ser cuidadosa
e não se pode expor oralmente um
assunto usando palavrão, palavras
chulas e informalidade. O discurso
Comunicação oral - consiste na apresentação oral de tema
oral deve, se possível, ser treinado
específico, por um indivíduo ou mais pessoas, para uma plateia anteriormente a fim de o comunicador
definida. A temática pode ter teor científico, administrativo, praticar a correta concordância de
político, jornalístico, religioso etc. A apresentação pressupõe um verbos e plural de palavras, por
encontro específico, uma aula temática, um seminário, colóquio ou exemplo , o que vai conferir autoridade
congresso. a quem fala.
Conferência - possui características parecidas com a comunicação
oral. Refere-se a uma preleção em público, através de uma exposição
oral a um auditório sobre um tema de especialidade do orador.
Geralmente, o orador é contratado ou convidado da instituição
(escolar, científica, artística) para expor sobre um assunto científico,
literário, polêmico, autoajuda, orientação profissional, entre outros.
[ No âmbito didático, uma pesquisa Depoimento - o depoimento é mais utilizado no âmbito jurídico e
sobre o entorno escolar pode buscar policial. É um relato oral de testemunha ou parte sobre determinado
pessoas para dar seu testemunho ou fato cujo conteúdo esteja relacionado com os interesses de quem
depoimento na comunidade escolar profere ou serve como prova testemunhal. Em juízo, o depoimento
sobre o surgimento do bairro, de é aquilo que uma ou mais testemunhas afirmam verbalmente. Em
algum aspecto da cultural local, da delegacias de polícia, os depoimentos orais são registrados pelo
luta para conseguirem a escola para a escrivão policial para encaminhar para autoridade competente.
comunidade ou outro fato marcante,
por exemplo. ]
Gêneros Textuais - orais, impressos e digitais 23
Resenha Resumo
Panfleto
Religioso
de missa
Editorial
Carta
Notícia
Jornal da de leitor Anúncio
paróquia
Jornalístico
Legenda Charge Reportagem Pubicitário Cartaz
Discurso
Bilhete
Conto
Diário
Livro
Convite
Romance
Cotidiano
Autobiografia
Anotação
Poema Lista de
compras
Literário Prova
escrita
Biografia
Crônica
Dicionário, Escolar
Resumo
glossário ou
enciclopédia
Lenda Polígrafo
Diário
Fábula ou
apostila
Discurso Jornalístico
Editorial - o editorial é um gênero em que se discute um assunto
ou questão a partir do ponto de vista do jornal, do redator-chefe ou
da empresa jornalística. Não é assinado e geralmente é o primeiro
texto da contracapa do jornal.
A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do
irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano,
fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição
do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-
me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café,
enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: “assim eu quereria o meu último poema”. Não sou poeta e estou
sem assunto.
Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica. Ao fundo do botequim
um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A
compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de
seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar
as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à
mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar
a fome.
Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-
se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel,
vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e
depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua
presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo
com a mão, larga-o no pratinho - um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular.
A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente.
Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe
remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera.
A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.
São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve
a Coca-Cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo
no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada,
cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: “parabéns pra você, parabéns pra você...” Depois a mãe
recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se
a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura — ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo
que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da
celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido — vacila,
ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso. (Sabino, 1965).
[ ATIVIDADE ] Charge - palavra de origem francesa que significa carga, ou seja,
Busque na internet o vídeo A última algo que exagera traços do caráter de alguém ou de algo para
crônica, de Fernando Sabino e o torná-lo burlesco ou ridículo. Trata-se de ilustração ou desenho
assista. Em seguida, reflita sobre o que humorístico com ou sem legenda. Tem por finalidade satirizar e
mais lhe chamou a atenção na crônica. criticar algum acontecimento do momento. A charge como texto
de opinião é temida por governantes. Em contextos de censura,
a charge é o primeiro alvo. Você pode conferir a publicação de
diversas charges no site chargeonline.
Discurso Publicitário
Anúncio - tem objetivo comercial. Em jornais impressos, há uma
seção chamada Classificados, na qual se divulgam os mais variados
anúncios, como: compra e venda de carros, motos, terrenos,
apartamentos e serviços em geral. Há tanto anúncios impressos
(jornais, revistas etc.) quanto anúncios digitais, presentes nos
mais variados sites. No entanto, há anúncios com o objetivo de
propaganda que também pode ser institucional, educacional, sem
relação comercial. É o caso dos anúncios encontrados nas páginas
educacionais para chamada de inscrições em cursos com vagas
disponíveis. Observe um exemplo.
Discurso Literário
Conto - é uma das narrativas mais comuns na literatura. Nasceu
do discurso oral. Possui características específicas como tempo,
espaço, personagens, clímax e desfecho. Há diversos tipos de conto:
de ficção, de terror, de fadas, imaginário, entre tantos outros. Um
dos contos mais famosos é o “Mil e Uma Noites”, hoje considerado
um clássico da literatura mundial. As histórias se originam do Médio
Oriente e no Sul da Ásia. Foi traduzido para diversos idiomas,
sobretudo a partir de 1704. Os contos são narrados por Xerazade,
esposa do rei Xariar. Estão organizados em cadeia e cada um
representa uma noite de vida para Xerazade, já que o rei, ao ser
traído pela primeira esposa, desposa uma noiva diferente todas
as noites, mandando-as matar A cigarra e a formiga - A formiga boa
na manhã seguinte. Xerazade
consegue a façanha de mudar
esse triste destino ao se valer de Houve uma jovem cigarra que tinha o costume de
boa oralidade. Ao amanhecer, chiar ao pé dum formigueiro. Só parava quando
interrompe cada conto para cansadinha; e seu divertimento então era observar
continuá-lo na noite seguinte. as formigas na eterna faina de abastecer as tulhas.
Mantém-se viva por mil e uma Mas o bom tempo afinal passou e vieram as
noites, no fim das quais o rei se chuvas. Os animais todos arrepiados, passavam
arrepende do que vinha fazendo o dia cochilando nas tocas. A pobre cigarra,
e desiste de executá-la. sem abrigo em seu galhinho seco e metida em
grandes apuros, deliberou socorrer-se de alguém.
Fábula - teve sua origem com Manquitolando, com uma asa a arrastar, lá se
Esopo (séc. VI a.C) e Fedro dirigiu para o formigueiro. Bateu-tique, tique,
(séc. I d.C) e foi retomada tique. Aparece uma formiga friorenta, embrulhada
no Classicismo francês, por num xalinho de paina. - Que quer? - perguntou,
La Fontaine. É uma narrativa examinando a triste mendiga suja de lama e a
breve, em prosa ou em verso, tossir. - Venho em busca de agasalho. O mau
cujos personagens geralmente tempo não cessa e eu... A formiga olhou-a de alto
são animais que possuem a baixo. - E que fez durante o bom tempo, que
características humanas. No não construiu sua casa? A pobre cigarra, toda
final sempre há uma conclusão tremendo, respondeu, depois de um acesso de
ético-moral. tosse: - Eu cantava, bem sabe... - Ah!... Exclamou
a formiga recordando-se. Era você então quem
São muitos os títulos de fábulas
cantava nessa árvore enquanto nós labutávamos
e vários conhecidos: A cigarra e
para encher as tulhas? - Isso mesmo, era eu...
a formiga, O cabrito e o lobo, A
- Pois entre, amiguinha! Nunca poderemos
corça e o leão, O gato e os ratos,
esquecer as boas horas que sua cantoria nos
O cão e a lebre, O cavalo e o
proporcionou. Aquele chiado nos distraía e aliviava
asno etc.
o trabalho. Dizíamos sempre: “que felicidade ter
Conheça uma releitura da fábula como vizinha tão gentil cantora!” Entre, amiga,
A cigarra e a formiga. que aqui terá cama e mesa durante todo o mau
tempo. A cigarra entrou, sarou da tosse e voltou a
ser a alegre cantora dos dias de sol.
[ ATIVIDADE ]
Faina - acúmulo de serviços
Que tal refletir sobre a fábula que você
acaba de ler? Tulhas - celeiros
Qual seria a “moral” dessa fábula? Paina - fibra sedosa
Que ideia introduz que se diferencia da
versão original?
Como é a fábula na versão original?
Gêneros Textuais - orais, impressos e digitais 31
Exemplo:
Data, cidade
Saudação pessoal,
Despedida,
Assinatura
Cartas de Amor
Fernando Pessoa
Discurso Escolar
Prova escrita - também pode ser chamada de teste. É um impresso
que possui geralmente de uma a quatro páginas em que se
publicam perguntas abertas ou fechadas, objetivas ou de múltipla
escolha com o propósito de avaliar o conhecimento do estudante.
Muitos estabelecimentos escolares estabelecem que o professor
deve aplicar ao menos uma prova escrita por semestre letivo.
E-mail - no meio físico, toda pessoa tem (ou deveria ter) um endereço
com o nome da rua, número, bairro, cidade etc. No meio virtual, o
e-mail é o endereço virtual de uma pessoa ou empresa através de
cadastro em algum site que ofereça esse serviço. A marca de e-mail
é o símbolo “@”, ou seja, todo endereço de e-mail possui o seguinte
formato: nome_ou_apelido_pessoal@provedor.com.br. A extensão
“br” nem sempre aparece. Há alguns provedores internacionais,
logo a extensão fica assim login@provedor.com. É possível editar
a mensagem de e-mail com diferentes fontes (tamanhos, cores),
anexar fotos, vídeos etc. Muitos provedores oferecem esse serviço,
como Yahoo, Terra, Uol, Gmail, Hotmail, por exemplo.
Gêneros Textuais - orais, impressos e digitais 37
Gêneros
textuais
da mídia
impressa
e da mídia
digital
Com o estudo desta unidade, você terá uma visão crítica do material a ser
utilizado nas aulas; conhecerá os gêneros textuais impressos e digitais que
podem permear o trabalho do professor.
Gêneros textuais da mídia impressa
e da mídia digital
Análise dos diversos gêneros textuais
impressos e digitais disponíveis
ou acessíveis aos professores no
trabalho pedagógico
Para iniciar o estudo, acompanhe alguns fragmentos de texto de
autores renomados na área de linguística e literatura para você
refletir e se manifestar a respeito.
• tema;
• conteúdo;
• tempo e lugar;
• forma de divulgação.
Todo gênero textual, seja ele oral ou escrito, deve fazer sentido, deve ter
um propósito, deve ser divulgado por algum meio e, principalmente, deve
atingir o público-alvo (os leitores). Somente dessa maneira é coerente
trabalhar com a sensibilização do discurso que é constantemente
produzido na sociedade. É importante que os educandos e educadores
percebam isso.
Leitura e
produção
de textos
a partir
do gênero
textual
O conceito de letramento e gêneros textuais deve estar presente no meio
didático-pedagógico da sua atividade docente. Para isso, é importante
o incentivo e a prática da leitura e da escrita em todas as unidades
curriculares que compõem um currículo escolar. Podem ser utilizados
como suporte os textos que circulam na mídia impressa e na mídia digital
levando-se em conta a noção de gênero textual. Com o estudo desta
unidade, você será capaz de reconhecer a importância da inclusão dos
conceitos de letramento e gêneros textuais na prática pedagógica, bem
como apresentar um relato de experiência ou projeto para aplicar em
contexto didático.
Leitura e produção de textos
a partir do gênero textual
[ LEMBRE-SE ]
Não basta apenas ensinar a ler e
escrever, é preciso desenvolver
condições para o uso intenso e extenso
das habilidades de escrita e leitura.
Os alunos devem ver suas práticas
significadas e não como processos
isolados e mecanizados de codificação
e decodificação de palavras, letras,
sons, frases ou parágrafos.
Sugestões de atividades
pedagógicas aliando gêneros
textuais através da mídia impressa
e digital
Os exemplos expostos aqui servem como parâmetros e guias de
reflexão para atividades docentes que podem ser desenvolvidas
levando em conta a leitura e escrita, bem como os gêneros textuais e
Leitura e Produção de Textos a partir do Gênero Textual 51
em sala de aula; dar tempo para que a leitura seja feita por todos
os alunos; identificar o gênero textual da publicação (carta do leitor,
artigo de opinião, reportagem, depoimento, entrevista, foto, imagem
digital). Além disso, é importante conhecer as características
básicas do gênero em questão, o público-alvo a que se destina a
informação e estabelecer as estratégias para atingir este público-
alvo. Preferencialmente, deve-se apresentar vários pontos de vista
a respeito de um mesmo assunto. Então, por exemplo, identifique
como o assunto foi abordado por diferentes meios de publicação
(mais de uma revista, mais de um jornal, mais de um portal na
internet). Jamais fique com a visão apenas de uma publicação.
[ Como sugestões de contos Para trabalhar com contos, vamos sugerir o que foi publicado
para iniciar o trabalho, você pode na Revista Na Ponta do Lápis, de dezembro de 2011, referente
pesquisar na internet o conto: A à Olimpíada da Língua Portuguesa. É interessante começar
moça tecelã, de Maria Colasanti, e conversando com a turma sobre contos que talvez eles já tenham
Presépio, de Carlos Drummond de lido, indagar quais foram os preferidos, quais autores conhecem
Andrade. ] e identificar outras versões de um mesmo conto. Em seguida,
entregar fragmentos de contos de renomados escritores brasileiros,
organizar uma roda de leitura dos trechos dos contos para verificar
se tiveram vontade de ler integralmente algum e, finalmente, pedir
para exporem os argumentos para a realização (ou não) da leitura
de determinado conto.
Depois de todo esse percurso, é provável que você tenha se dado conta de
quanto já trabalha com gêneros textuais no contexto didático. Mesmo assim,
foram apresentadas algumas sugestões de atividades que levam em conta a
leitura e a produção de textos, relacionando-os com a mídia impressa e a mídia
digital. Aproveite os conhecimentos aqui adquiridos e coloque em prática o
desenvolvimento dos projetos didáticos e relatórios de experiência com gêneros
textuais.
Referências
BAGNO, Marcos; STUBBS, Michael; GAGNÉ, Gilles. Língua Materna-letramento, variação e ensino.
São Paulo: Parábola Editorial, 2002.
______. Preconceito Linguístico: o que é, como se faz. São Paulo: Edições Loyola, 1999.
CAMÕES, Amor é fogo que arde sem se ver, 1595. Sua pesquisa.com. Disponível em: < http://www.
suapesquisa.com/biografias/amor_e_fogo.htm >. Acesso em: 11 jan. 2012.
CASTRO, Silvio. A carta de Pero Vaz de Caminha. O descobrimento do Brasil. Porto Alegre: L&PM,
2007.
COSTA, Sérgio Roberto. Dicionário de gêneros textuais. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.
FARACO, Carlos Alberto. Entrevista: Olhai a beleza da diversidade linguística. Na Ponta do Lápis.
Ano VII, n. 12, dez. 2011.
GEE, James Paul. Background to the ‘New Literacy Studies’. Social Linguistics and Literacies GEE,
James Paul.: Ideology in Discourses. Londres: Taylor & Francis, 1994.
HEATH, Shirley B. “What no bedtime story means: Narrative skills at home and school”. Language In
Society 11, 1982.
HIGOUNET, Charles. História concisa da Escrita. 10. ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2003.
KLEIMAN, Ângela. Letramento nos anos iniciais - fascículo 1. Preciso ensinar o letramento? Não
basta ensinar a ler e escrever? Brasil: CEFIEL, 2005.
MARCUSCHI, Luiz A.; XAVIER, Antonio C. Hipertexto e gêneros digitais. 3. ed. São Paulo: Cortez ,
2004.
MEURER, José Luiz; MOTTA-ROTH, Désirée (Org.). Gêneros textuais. Bauru, SP: EDUSC, 2002.
PESSOA, Fernando. Obra Poética. Cia. José Aguilar, Rio de Janeiro, 1972.
POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática na escola. Campinas: Mercado de Letras, 1996.
SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.
XAVIER, Antonio Carlos. Hipertexto e gêneros digitais. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004.
BRASIL. Ministério da Educação. Disponível em: <http://www.mec.gov.br/>. Acesso em: jan. 2014.
DIÁRIO DE SANTA MARIA. Disponível em: <www.diariosm.com.br>. Acesso em: dez. 2013.