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HISTÓRIA

Um companheiro desde tempos antigos


A origem do Bichon Maltês é remota e controversa. Aristóteles mencionou, por
volta do ano de 370 a.C., um cão chamado Melitaei Catelli, que foi, ao longo dos tempos,
citado por diversos autores e que tinha, segundo algumas descrições e gravuras, uma
aparência semelhante à do Bichon Maltês.
Ao contrário do que se possa pensar, o nome da raça não implica necessariamente
que a sua origem seja a ilha de Malta. Alguns historiadores sugerem que a palavra
Melitaei deriva da palavra de origem semítica (tanto o árabe, como o hebraico, o
aramaico e o maltês são línguas semíticas) “màlat”, que significa refúgio ou porto. Esta
palavra está na origem do nome da ilha de Malta, mas, também, de uma ilha adriática
localizada ao sul da Croácia chamada Méleda, assim como da cidade siciliana de Melita.
Independentemente de ter origem em Malta, os antepassados do Bichon Maltês
existem nesta pequena ilha do Mediterrâneo desde 500 a.C., tendo sido, muito
provavelmente, introduzidos pelos mercadores fenícios. A História e a geografia de
Malta tornaram-na num importante entreposto comercial, não sendo de estranhar que
estes cães de pequena estatura descendam de raças oriundas de outras zonas do globo,
como o Terrier Tibetano, ou de cães de tipo Spitz, oriundos das zonas gélidas do norte
da Europa e da Ásia.
O isolamento de Malta fez com que o Bichon Maltês se tenha desenvolvido sem a
influência de outras raças, o que lhe emprestou um temperamento particular. Os
malteses, que ao longo da história sempre admiraram e cuidaram dos seus Bichons,
foram apurando cada vez mais a componente estética da raça, em detrimento da
componente funcional, que, segundo alguns autores, terá sido a de caçar ratos. O foco
na componente estética, que ocorreu a partir do século XVII, levou a que o processo de
criação tenha levado a raça a tornar-se cada vez mais pequena, ao mesmo tempo que a
cor branca se ia tornando predominante até ao ponto de, em meados do século XX, esta
cor se ter tornado na única aceite oficialmente. Durante este processo, o pêlo foi
tornando-se, gradualmente, mais longo.
A beleza da raça e o seu pequeno tamanho levou-a a ser um cão de colo da elite
de diferentes países e até da realeza, como foi o caso da Rainha escocesa, Maria Stuart,
no decorrer do século XVI.
Ao longo da História, o Bichon Maltês foi também conhecido por outros nomes,
como Antigo Cão de Malta, Cão Leão Maltês ou Terrier Maltês.

TEMPERAMENTO
Ao ritmo do dono
Desde os seus primórdios, o Bichon Maltês foi desenvolvido para ser um cão de
companhia. Não admira, portanto, que seja um excelente cão de apartamento e, por
oposição, um cão inapropriado para viver no exterior de casa. Esta característica não
significa que não precise de ser exercitado. Bons passeios e uma socialização ativa com
outros cães são muito importantes para o bem-estar e felicidade de um Bichon Maltês.
Esta raça doce, sensível e vistosa, graças ao seu longo manto branco, tem uma
característica muito peculiar que é a de adaptar-se especialmente bem ao ritmo de vida
da sua família, procurando sempre a sua atenção e carinho. Um dono bastante ativo
poderá contar com o seu Maltês para correr no parque ou na praia, enquanto um dono
mais relaxado poderá, da mesma forma, contar com o seu Maltês para caminhadas
tranquilas. Esta característica de se adaptar a diferentes ambientes reforçaram o
estatuto de cão de companhia de excelência que a raça foi adquirindo ao longo dos
tempos.
Apesar de ser uma raça que se dá bem com crianças, o seu pequeno tamanho e a
sua sensibilidade exigem que estas interações sejam supervisionadas, por forma a evitar
os abusos e as diabruras dos mais novos.
O Maltês é também um bom cão de alerta, ladrando perante a presença de
estranhos. Por esta razão, mostra-se sempre reservado face a pessoas ou a outros cães
que não conhece.
No que respeita ao treino, é fundamental investir tempo para que um Bichon
Maltês seja educado e cumpra com aquilo que lhe é pedido. De facto, a teimosia destes
cães exigirá uma dose de paciência extra.
SAÚDE
Em termos gerais, esta é uma raça saudável. Ainda assim, existem alguns
problemas que podem surgir.
Os olhos são especialmente sensíveis, pelo que é fundamental limpá-los
regularmente para evitar o surgimento de doenças.
Também é preciso estar atento aos sinais que podem indicar uma potencial
luxação da patela, que se caracteriza por uma má formação de um osso do joelho
(patela), levando a um desencaixe das articulações e causando muita dor. Estes sinais
manifestam-se no andar do animal, que se move com mais dificuldade ou com
movimentos estranhos.
Não sendo comum, a surdez pode afetar alguns exemplares desta raça.
Interessa, ainda, referir que os cuidados com a pelagem comprida e luxuriante do
Bichon Maltês são muito importantes. As escovagens têm que ocorrer diariamente,
evitando-se, por um lado, que o pêlo fique eriçado, e retirando, por outro, a sujidade do
pêlo, mantendo-o limpo. Importa também contar com um bom groomer para ajudar a
que o pêlo e a pele de um Maltês se mantenham saudáveis.
Uma vantagem relevante desta raça é o facto de praticamente não largar pêlo,
sendo, por isso, especialmente adequada para pessoas com alergias.

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