O documento resume o filme The Batman, elogiando sua direção, trilha sonora, personagens e retrato de Gotham. Destaca que o filme mostra Batman como um justiceiro fascista e o Charada como um vilão de extrema-direita, e que o diretor desafia a ideologia moralista de Batman.
O documento resume o filme The Batman, elogiando sua direção, trilha sonora, personagens e retrato de Gotham. Destaca que o filme mostra Batman como um justiceiro fascista e o Charada como um vilão de extrema-direita, e que o diretor desafia a ideologia moralista de Batman.
O documento resume o filme The Batman, elogiando sua direção, trilha sonora, personagens e retrato de Gotham. Destaca que o filme mostra Batman como um justiceiro fascista e o Charada como um vilão de extrema-direita, e que o diretor desafia a ideologia moralista de Batman.
Lanço logo o veredito: VALE A PENA PRA CARALHO ASSISTIR! MELHOR
FILME DE ORIGEM DO MORCEGÃO! Agora partimos para análise, mas se fosse colocar em Dragões, esse filme seria o Smaug, pois é rico, poderoso e belo. Fui assistir a obra com meu querido camarada na pré-estreia e sem dúvida posso afirmar que estava diante do melhor Batman de todos os tempos, não em termos de filme, acredito que nisso ainda perca para o icônico Cavaleiro das Trevas, que é ainda a primazia dos filmes quando falamos do morcegão. Só que já falo a contrariedade, é provável que não em muito tempo esse Batman supere o de Christian Bale, isso devido ao grande todo que está sendo construído. Em aspectos gerais, Gotham segue bastante o exemplo dos últimos filmes, é uma metrópole que em seu interior tem suas diversas contradições, que no filme são todas de origem política. Um fato que é importante colocar, não há justificativa para o “banditismo” que não seja à questão social. Claramente, Batman como o playboyzinho que é – inclusive isso é diversas vezes frisado no filme – tem um “tesão” próprio em bater nos pequenos criminosos e resolver alguns casos, com uma total incompreensão do todo, isso com certeza muda ao longo do filme, que retrata o ano dois do homem-morcego. A grande cidade que está bem retratada inclusive nos icônicos ambientes dos quadrinhos, seja os resquícios da arquitetura gótica ou praticamente nos ambientes/personagens, tal qual o asilo Arkham e a boate Iceberg. Talvez a única necessidade fosse tentar demonstrar um pouco do dia de Gotham, pois embora toda a premissa noir do filme seja passar-se a noite, inclusive pelo herói em questão, há um pecado no excesso e na falta de Bruce Wayne, que serviria para isso. Entretanto é bom pontuar, meu desejo sobre essa visão não é um defeito no filme, pois existe uma motivação para essa debilidade falta do mauricinho, mas vamos entrar nisso mais à frente. Para dar sequência, é importante falar da fotografia, que é belíssima e cria um clima de quase terror, alternando com um tom investigativo policial. Todavia, o verdadeiro protagonista desse filme é sem dúvida a trilha sonora, que é uma das melhores que já ouvi em todo o cinema, o trato com o clima sacro e irônico, assim como o uso pontual, faz com que todo o tempo de filme – e é tempo – o espectador fique ao menos atento, assim como sinta a gravidade do que está acontecendo, em momento nenhum o Charada pareceu ameaça pouca. Agora é importante falar dele inclusive, Edward Nygma que conhecemos popularmente como Charada, foi o vilão principal da trama e sem dúvida é um ótimo vilão. Toda a sua trama é bem construída e suas motivações são coerentes, em momento nenhum aparenta que ele possa perder – o que inclusive deixarei em suspenso, podemos dizer que Batman triunfa ou Batman perde? –, mas sem dúvida é importante indagar duas coisas, a primeira é que toda a motivação do vilão é política e ele está infundado em um incelismo da extrema-direita, que é completamente embasado em grupos reais, pessoas realmente perigosas que levam a sua mente nazista as últimas consequências. Isso é importante ser dito, pois mesmo que brincamos entre nossos círculos de amigos que “Charada nunca esteve errado”, pois atentou contra os ricos e burocratas de Gotham, ele em momento nenhum faz isso ideologicamente correto, mas sim para uma tentativa de “limpeza” de cidade, demonstrar a corrupção e que se deve purificar o que está errado, uma premissa muito semelhante, mas de maneira mais degenerada, na figura de Ra’s Al Ghul do primeiro filme de Nolan. Charada é de extrema-direita e é um vilão completamente coerente com a realidade, um inimigo do povo, que assassina para suprir um egoísmo decrépito, assim como sua origem é completamente ligada à sua questão de classe e a debilidade social que o sistema capitalista gera. Uma coisa mais deve ser dita, que embora o filme não caminhe por esse lado obscuro e faça a opção clara de um vilão ideologicamente localizado, é possível ver – muito em função da presença do Asilo Arkham – o discurso psicofobico e capacitista, inclusive no linguajar das pessoas, o que em vários momentos gera um desconforto em um espectador atento e consciente com a situação. Esse tipo de coisa deve ser esgotado por completo no cinema, os únicos vilões – se é que existem – são os inimigos do povo e que surgem unicamente de uma raiz ideológica. Por sorte, Matt Reeves aparenta certa consciência quando trata de tudo isso, claramente a existência do Asilo Arkham é um problema e uma maneira de não solucionar as coisas, mais uma representação da decadência da cidade e do próprio sistema como um todo – inclusive, o filme está recheado desses discursos de “vamos agradar a esquerda” em um teor antissistema, assim como figuras como Falcone representam a decadência direta do capitalismo, inclusive fazendo comentários de “o motivo que o comunismo deu errado”. Avançamos para os outros “meliantes” do filme, como o Carmine Falcone, que para resumir está na mais pura estática “poderoso chefão”, de maneira totalmente icônica em seu desenvolvimento, toda a estática em torno da Máfia é bem feita, assim como seu poder. FINALMENTE, podemos dizer que vimos o Pinguim e sinceramente, que personagem, um dos melhores de todo o filme, em toda sua fraqueza e caricatura, torna ele um personagem fabuloso. Para além dos dois, existem vilões mencionados e aparições que são cotadas, mas para não rompermos a surpresa de ninguém, só aguardem o melhor, afinal “quanto menos se tem, mas valioso é”. Sem dúvida, a melhor parte do filme é os coadjuvantes, Jim Gordon e Selina Kyle. O nosso celebre Comissário Gordon, ainda como um detetive que não é corrupto, faz um papel de dupla do morcegão, tornando todo o um clima semelhante as HQ’s de colaboração direta dos dois em uma relação realmente amistosa de confiança. Sobre Selina Kyle, que personagem fabuloso e que interpretação fantástica tem Zoë Kravitz, que nos traz um sentimento confortável tal qual Michelle Pfeiffer, pois ali encontra-se a verdadeira mulher gato em todos os seus jeitos, de uma vida difícil e que está fazendo o que faz para sobreviver em uma cidade tal como Gotham, que é novamente o personagem principal. Nossa Mulher Gato é a constituição do terror do submundo de Gotham e como ela mesma diz “sabe cuidar de si mesma” e assim o faz, todo o seu arco e a maneira com que ela traz vida ao menino Pattinson deve ser louvável, pois é o único laço que ele forma ao filme todo, tendo uma química que não via a muito tempo – inclusive jogando na cara do playboy que ele é playboy, não conhece porra nenhuma da realidade Bruce. – Infelizmente não foi visto um Alfred com um papel muito marcante, ele está lá e é um elemento importante, mas está menos irreverente e sim atuando mais como um “mordomo” mesmo, mas menos como a figura que assume uma paternidade difícil. Lembrando que é um mordomo ex-espião do Mi6, então sem dúvida o homem tem mais do que valor, mas em comparação aos outros que apareceram ao longo da história, o homem está meio apagado. Embora ainda tenha diversos elementos para se analisar, tem um que é central para mim, TEM QUE POR PRA JOGO, VAMOS A ENTENDER COMO O MATT REEVES FEZ O BATMAN. BATMAN COMO UM ARQUÉTIPO FASCISTA!
Sim, sou um grande fã do Batman, mas ele é um fascista em todos os
aspectos possíveis de eugenia que ele pensa para as ruas de Gotham. Matt Reeves, vai além nesse debate, ele confronta toda a podridão que é o discurso moralista do Batman, para com a ideologia – seria Reeves o novo Marx????? – Ideologicamente temos o Batman retratado como ele é, primeiramente através de que ele mesmo se denominava a “Eu sou a Vingança”, o que dentro de arcos de heróis, já temos um justiceiro somente, não há nele nenhum aspecto de esperança ou solução, mas de medo. Entretanto, podemos nos pergunta, esse não foi sempre o Batman? Alguém que usa o medo para acabar com a criminalidade? Exatamente! É por isso que o Batman é um fascista! O diretor ele não só entende isso, mas chama na cara do Bruce de Pattinson, no que para a Crítica foi a parte mais “fraca” do filme, o famigerado Terceiro Ato, para mim foi a mais reveladora, pois é Reeves, confrontando Batman com sua verdadeira identidade. Como o público do Aqui Há Dragões é esquerdalha – eu sei que você está ai seu esquerdalha – deve estar dizendo “SIM WILL, SEMPRE QUIS FALAR ISSO, OLHA O BATIMA BATENDO EM POBRE”, mas veja, não é somente nesse aspecto imediato que encontra-se o fascismo do personagem. Claro, que a violência como a única solução para criminalidade de Gotham é um fator determinante para tudo, afinal além do homem morcego implicar inúmeros ossos quebrados – no filme com a melhor luta de todos os filmes – ele levanta na cidade um sinal de medo, que faz com que todos os criminosos de Gotham tremam. Quem são esses criminosos? Assassinos, estupradores, gangues celebres dos quadrinhos, pichadores (?). Sim, nosso morcegão não gosta que destruam nosso patrimônio público/privado, afinal, ele demanda há natureza mais pura e bela da arquitetura gótica e nesse momento, você que infringe a lei do Estado Burguês, ou seja, que ferre alguma parte do direito e defesa da propriedade privada, é bom correr, pois “Eu sou a Vingança”. Como esse é o Batman: ano dois, podemos concluir que nunca os muros de Gotham estavam tão limpos? Pelo contrário, pois a criminalidade aumentou. Claro, que Batman em seu eixo de Burguesia fascista, que combate a corrupta burguesia burocrática acha que está arrasando, mas Matt Reeves entrega para ele sua derrota. Quando Bruce Wayne retira sua máscara e se torna o homem morcego, é que a verdade surge, ele sente-se um baluarte da moralidade, um símbolo do que deve se tornar, ele de fato inspira. Como todo movimento de Massas, busca-se uma chefadura que na figura do Batman e sua guerra injusta, temos os seus fiéis seguidores – praticamente surgidos da HQ do Frank Miller, que é tão problemática quanto –, seguidores que se organizam em fóruns secretos das profundezas da internet, com uma sub-liderança chamada Charada. Sim! Batman e Charada são iguais, ambos combatem a criminalidade, com a brutalidade e são responsáveis por aprofundar tudo que há de ruim em Gotham. Charada mata quem merece morrer? Afinal, matou somente policiais corruptos, prefeitos degenerados e mafiosos, mas a que preço? Ao preço de uma mensagem brutal, que encontra sua síntese ao final do filme, quando os incelzinhos sob seu comando pretendem um massacre. Depois de Batman conseguir até derrotar eles – quase morrendo no processo e tendo que tomar um tanto de veneno, o que implica na existência do Bane inclusive – ele defronta um dos capangas do charada, pedindo o nome do mesmo e ele simplesmente fala “Eu sou a Vingança”. MELHOR MOMENTO DO FILME! GRANDIOSO MATT REEVES, CHAMOU O BATMAN DE FASCISTA NA CARA DE TODA A DEGENERAÇÃO NERD, pois é isso, o personagem em outras obras como a de Nolan, estava acima dos homens, pois vestia uma capa da moralidade, na qual todos os seus erros eram justificáveis pela tentativa de fazer o certo. Agora tudo que o Batman faz é errado e ele simplesmente acha que está fazendo o certo, enquanto todo o roteiro indica que ele faz o errado. Claro, que ao final do filme existe uma percepção do morcegão sobre seus atos, o que faz ele cair na real e tornar-se um herói, rompendo com a ideologia que o guiava até agora, para subir ao MORES. Acima dos homens, Batman habita e lá ele está imune das fraquezas da realidade, que são ideológicas, nesse final o homem morcego torna-se a esperança e a colaboração, somente no final, retirou-se dele os predicados, claro que na prática isso não será efetivo, mas agora a sua moral está elevada. Com tudo que se era e se pretendia ser, ficou comprovado como Bruce Wayne é um verdadeiro cidadão americano. Sem dúvida, estamos diante do melhor Batman do cinema!