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Sistemas Tradicionais e Remuneração Estratégica
Revisão Textual:
Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento
Sistemas Tradicionais
e Remuneração Estratégica
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Compreender as limitações dos sistemas tradicionais de remuneração;
• Estudar as vantagens do sistema de remuneração estratégica.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
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O autor Naisbitt (1983) analisa esse período de transição entre a era industrial e a
era pós-industrial e sugere as seguintes tendências para as empresas do século XXI:
• Passagem da sociedade industrial à sociedade da informação;
• Desenvolvimento tecnológico amigável ao contato humano;
• Transição das economias nacionais rumo à globalização;
• Transição da visão empresarial de curto prazo para a visão de longo prazo;
• Descentralização da sociedade e do governo;
• Tendências ocorrendo de baixo para cima;
• Maior autoconfiança e menor ajuda institucional;
• Democracia representativa dando lugar à democracia participativa;
• Menor dependência de estruturas hierárquicas a favor de redes informais;
• Transição de padrões e de poucas alternativas de vida para um cenário de
diversas oportunidades.
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Tendências Declinantes Tendências Ascendentes
(Era industrial) (Era pós-industrial)
• Foco nos recursos humanos
Foco no capital
• Foco na gestão da informação
Características da Gestão Teorias quantitativas
• Visão comum, identidade
Empresarial Distância entre capital e
e valores compartilhados
trabalho
• Colaboração e participação
Fonte: WOOD JR.; PICARELLI FILHO (2009, p.28).
Dessa forma, vamos perceber, ao longo de nossa discussão, que duas grandes
consequências dessa transição de eras – industrial e pós-industrial – impactam di-
retamente nas organizações e na sociedade. A primeira consequência implica na
mudança do estilo inflexível de gerenciar que era utilizado pelas empresas, as quais,
hoje, sentem-se “obrigadas” a flexibilizar suas políticas e práticas organizacionais.
A segunda refere-se à falência do antigo conceito industrial de trabalho e remune-
ração. Ou seja, como, nos dias atuais, o trabalho tem assumido novos papéis que
exigem a flexibilização da empresa, muitos dos antigos modelos tradicionais de tra-
balho da era industrial tornaram-se obsoletos, uma vez que eles não são capazes de
dar flexibilidade para a empresa e também não se encaixam nos novos contextos
dos ambientes de negócios (WOOD JR.; PICARELLI FILHO, 2009).
e intensa por fatos e situações cotidianas que escapam do nosso controle? Além disso, você
já percebeu como novas informações, novos fatos, novas condições, novas ameaças e novas
oportunidades surgem de maneira mais rápida e, muitas vezes, de forma inusitada?
Em pouco mais de vinte anos, o mundo já gerou mais informações do que haviam sido gera-
Explor
das nos últimos cinco mil anos que nos precedem! É muita informação, não acha?
Ao que tudo indica, as mudanças dos dias atuais apresentam três características
que definem uma nova realidade que está totalmente em transformação. Primeiro,
as transformações que ocorrem nos dias de hoje parecem ser imprevisíveis, ou seja,
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Remuneração Estratégica
A partir dos anos de 1990, em consequência das fortes pressões competitivas,
os executivos viram-se na necessidade de atualizar as políticas e práticas de suas
empresas. Assim, gerenciar tornou-se uma árdua tarefa de constante inovação ge-
rencial para alcançar altos níveis de desempenho.
Se dermos uma boa olhada ao nosso redor, perceberemos que os pesados e in-
flexíveis sistemas de gerenciamento hierárquico estão sumindo ou perdendo espaço
para as novas estruturas mais enxutas e flexíveis, em que é fator diferencial o aumen-
to da autonomia dos grupos e indivíduos (WOOD JR.; PICARELLI FILHO, 2009).
Apesar da clara tendência da reestruturação flexível e da descentralização de
informações, ainda existem gestores que encaram essas mudanças com restrições.
Tais restrições ficam evidentes ao analisar o fato de que muitas empresas não
aparentam acompanhar o ritmo das transformações, como é o caso das empresas
que, por mais inovadoras que sejam, continuam utilizando sistemas tradicionais de
remuneração, ou seja, a remuneração é baseada nos cargos e funções dos trabalha-
dores e não acompanham a realidade salarial do mercado.
Apesar da forte tendência em direção à flexibilização e descentralização de infor-
mações das empresas no século XXI, ainda existem empresas que aplicam sistemas
tradicionais de remuneração, ou seja, baseiam-se nas atribuições de atividades e
responsabilidades de cada função para definir a remuneração.
De acordo com Wood Jr. e Picarelli Filho (2009), o uso de ferramentas como
a descrição de cargos, organogramas e planos de cargos e salários permite que
as organizações alcancem um baixo grau de estruturação na gestão de seus re-
cursos humanos.
Segundo Gil (2007), os principais métodos de avaliação de cargos são: método
de avaliação por ordenamento; método de avaliação por categorias predetermi-
nadas; método de avaliação por comparação de fatores; método de avaliação
por pontos.
O autor explica cada um desses métodos de avaliação conforme veremos a seguir.
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Os fatores considerados ao utilizar o método de avaliação por comparação são:
• Requisitos mentais;
• Habilidades;
• Requisitos físicos;
• Responsabilidade;
• Condições de trabalho.
Ainda nessa linha de pensamento, Chaguri (2000) destaca que o sistema tradi-
cional de avaliação de funções representado pelo modelo de pontos – modelo mais
utilizado no Brasil – mostra-se bastante inflexível e não oferece respostas convin-
centes para um novo modelo de estrutura salarial. Por esse motivo, esse método de
avaliação tornou-se alvo de críticas por parte de muitos pesquisadores do tema de
remuneração estratégica.
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A seguir iremos discutir cada uma dessas características que podem causar pro-
blemas às organizações:
• Inflexibilidade: Os sistemas tradicionais de remuneração possuem a tendência
de abordar coisas diferentes de forma única, sem levar em consideração as
distinções de empresas, áreas ou funções;
Se, em uma única empresa, é possível detectar diferenças significantes, tente imagi-
Explor
nar a diversidade que você encontraria ao analisar duas ou mais empresas distintas.
Importante! Importante!
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Explor Apesar de esses sistemas continuarem em constante aperfeiçoamento metodológico,
raramente eles são utilizados e, em muitas empresas, esses sistemas existem apenas
pela falta de algo melhor que os substitua.
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Explor
A grande questão que nos cerca na atualidade é: como mudar a visão habitual sobre a remu-
neração como um fator de custo para uma visão da remuneração como um fator de aperfei-
çoamento organizacional, um impulsionador de processos de melhoria e um diferencial para
a manutenção e/ou aumento da competitividade?
De acordo com Wood Jr. e Picarelli Filho (2009), a conexão entre os indivíduos
e a realidade das organizações ocorre de duas maneiras:
• Primeiro, com o objetivo de levar em conta as grandes categorias que dão
forma e conteúdo à organização, como a estratégia, a estrutura e o estilo ge-
rencial. Assim, o entendimento de um sistema de remuneração estratégica vai
além do que a empresa é hoje, pois considera também o amanhã, ou seja, sua
visão de futuro (visão de longo prazo).
• Segundo, considerando os indivíduos, que passam a ser remunerados de acor-
do com o conjunto de fatores que implicam sua contribuição para o sucesso
da organização, ou seja, suas características pessoais, características do cargo
e o vínculo com a empresa. Além disso, o sistema de remuneração estratégica
também considera os conhecimentos, habilidades, atitudes, competências, de-
sempenho e resultados.
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remuneração. Os autores Wood Jr. e Picarelli Filho (2009) apontam quatro prin-
cipais características indispensáveis para uma implantação de sucesso:
• Primeiro, é fundamental que seja realizado um diagnóstico na empresa, consi-
derando o ambiente interno e a posição estratégica da empresa;
• Segundo, é indispensável que exista o conhecimento profundo das várias for-
mas e opções de remuneração e saber quando e como aplicá-las;
• Terceiro, é preciso definir que componentes devem ser adotados para garantir
os melhores resultados;
• Quarto, é necessário garantir que o sistema a ser implantado na empresa seja
transparente e funcional, para garantir sua aceitação geral e facilitar as opera-
ções da empresa.
Assim, fica evidente que a aplicação de uma nova abordagem estratégica de re-
muneração leva ao desenvolvimento de sistemas especializados, ou seja, diferentes
empresas apresentarão diferentes configurações em seus sistemas de remuneração.
Por maiores que sejam as semelhanças entre duas ou mais empresas, raramente
uma empresa conseguirá copiar o sistema de remuneração de outra empresa. Ou
seja, o sistema de remuneração faz parte do sistema gerencial das empresas e é uma
fonte autêntica de diferenciação e vantagem competitiva.
Caro estudante, você conseguiu perceber que o atual contexto de mudanças empresariais
está caracterizado pela constante busca de novos significados e valores que estejam mais
sintonizados com os interesses dos clientes, dos funcionários e do próprio negócio?
Ou seja, em nosso atual contexto organizacional, as empresas tendem a mudar sua base
conceitual da remuneração da posição para o desempenho e do status para a contribuição.
Tendência Conceitual da
Remuneração Estratégica
Posição Desempenho
Status Contribuição
Figura 1
Fonte: Adaptado de Wood Jr e Filho, 2009
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Fatores Críticos de Sucesso
Segundo Wood Jr. e Picarelli Filho (2009), é possível detectar sete fatores crí-
ticos de sucesso que podem garantir o sucesso de um sistema de remuneração
estratégico no alcance dos objetivos organizacionais. São eles:
• Desenvolvimento de uma orientação estratégica clara, mencionando as ex-
pectativas e metas. Além disso, é muito importante relacionar o sistema de
remuneração às prioridades dos negócios;
• Garantir que os objetivos organizacionais sejam factíveis, ou seja, que, apesar
de desafiadores e complexos, sejam possíveis de serem alcançados;
• Ser flexível. Como já mencionado ao longo da unidade, é preciso mudar o sis-
tema sempre que surgirem novos planos e estratégias. Assim, é fundamental
que o sistema e seus resultados sejam acompanhados, de perto, continuamente;
• Possuir um horizonte definido, ou seja, os componentes do sistema de remu-
neração estratégica devem durar tanto quanto as metas e objetivos estratégicos
para os quais eles foram desenvolvidos. Dessa forma, quando os objetivos
forem alcançados ou o contexto organizacional mudar, será necessário rever o
sistema de remuneração;
• É importantíssimo respeitar as diferenças existentes entre as unidades de negó-
cio, os níveis hierárquicos, funções, entre outros;
• Faz-se necessária a separação da remuneração estrutural da remuneração va-
riável, ou seja, o atributo performance perde seu valor se o sentimento dentro
da organização for de que está tudo aglomerado à remuneração fixa;
• É fundamental buscar sempre a simplicidade para as metodologias e fórmulas
de cálculo para evitar que as energias que deveriam focar no atendimento às
metas estabelecidas sejam deslocadas para a complexidade do sistema.
O Custo da Transição
Até agora nós vimos o quão importante são as mudanças no estilo de geren-
ciamento das empresas para o seu sucesso no contexto globalizado da era da in-
formação. Porém, ao mudar, é fundamental que a empresa esteja preparada para
enfrentar obstáculos e dificuldades referentes aos custos do processo de transição.
De acordo com Wood Jr. e Filho (2009), podemos classificar três tipos de pro-
cessos de mudanças:
• O primeiro diz respeito ao custo direto do processo de mudança, que inclui: o
diagnóstico, o estudo para construção do sistema, o preparo do plano de implan-
tação, a comunicação, a implantação e a administração do sistema implantado;
• O segundo refere-se ao custo indireto do processo de mudança. Nesse caso,
o custo ocorre com o treinamento e desenvolvimento dos recursos humanos,
porém os autores defendem que esses gastos não devem ser tratados de fato
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Leitura
A Importância da Remuneração Estratégica para os Negócios
https://tinyurl.com/y66l6kbj
Remuneração Estratégica Impulsiona Melhores Resultados
https://tinyurl.com/y2qo9atl
Saiba como a Remuneração Estratégica pode ser usada na Motivação de uma Equipe
https://tinyurl.com/y467ksl3
Consolidação das Leis do Trabalho
https://tinyurl.com/8xhaq98
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Referências
CHAGURI, R. Manual prático da remuneração moderna. São Paulo: LTr, 2000.
GIL, A. C. Gestão de Pessoas: enfoque nos papéis profissionais. São Paulo: Atlas, 2007.
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