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COLEÇÃO TRTs

NOÇÕES DE
ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA

ATUALIZADO EM 12/02/2019
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 2

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - TRT-9

1 Princípios Básicos da Administração Pública………………………….. 3

2 Processo organizacional: planejamento, direção, comunicação, controle e


avaliação…………………………………………………………………………... 5

3 Gestão estratégica: planejamento estratégico, tático e operacionaL 22

4 Gestão por Processos…………………………………………………………... 26

5 Gestão por Projetos….………………………………………………………….. 37

6 Gestão de Contratos……………………………………………………………... 41

7 Gestão de Pessoas por Competências……………………………………... 93

8 Gestão da Qualidade: excelência nos serviços públicos……………... 95

9 Técnicas de arquivamento: classificação, organização, arquivos correntes e


protocolo……………………………………………………………….…………….. 111
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Princípios Básicos da Administração Pública


O caput do artigo 37 da Constituição Federal dispõe expressamente acerca dos
princípios que a Administração Pública deve seguir na condução de suas atividades.
São eles:

1- Princípio da Legalidade: Toda atividade administrativa deve ser autorizada por lei. De
acordo com Hely Lopes Meirelles, enquanto os indivíduos no campo privado podem
fazer tudo o que a lei não veda, o administrador público só pode atuar naquilo a lei autoriza.

2- Princípio da Impessoalidade: Também conhecido como Princípio da Finalidade, fixa que


o administrador deve sempre agir em busca do interesse público e não em favor de
interesses próprios ou de terceiros.

3- Princípio da Moralidade: Não basta a conduta administrativa obedecer a lei, deve


também respeitar os padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé.

4- Princípio da Publicidade: Todos os atos administrativos, ressalvados algumas


exceções em razão da segurança da sociedade e do Estado, devem receber a mais
ampla divulgação possível entre os administrados. Trata-se de um verdadeiro
requisito de eficácia dos atos administrativos contra terceiros.

5- Princípio da Eficiência: Toda atividade administrativa deve ser prestada com perfeição
e rapidez. Deve-se procurar produzir mais e em menos tempo. Sobre o tema, dispõe o
artigo 5º, inciso LXXVIII, da Constituição Federal: “a todos, no âmbito judicial e administrativo,
são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação”.

Nota: Uma maneira fácil de lembrar dos princípios administrativos que estão
expressos na Constituição Federal, que são extremamente cobrados em concurso, é
lembrar da palavra LIMPE:

L egalidade, I mpessoalidade, Moralidade, P ublicidade e E ficiência

Há também os princípios que não estão expressos na Constituição, mas sim no artigo
2º da Lei nº 9.784/99, a qual regula o processo administrativo no âmbito da
Administração Pública Federal:

Art. 2º -A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da


legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade,
ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.

Atenção: É muito importante o candidato saber quais são os princípios que a


Administração deve seguir, tanto os previstos na Constituição Federal como na Lei nº
9.784/99, além de princípio implícitos e muito difundidos na doutrina, a seguir
elencados:
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- Princípio da isonomia (ou igualdade) - impede a adoção de privilégios de tratamento


entre os cidadãos.

- Princípio da supremacia do interesse público - o interesse da coletividade deve


prevalecer em relação aos interesses individuais (privados) em caso de conflitos entre
esses.

- Princípio da presunção de legitimidade (ou de presunção de veracidade) - presumem-se


legais e verdadeiros os atos administrativos praticados por agentes públicos.

- Princípio da autoexecutoriedade - permissão à Administração Pública para realizar suas


pretensões jurídicas e administrativas no plano material, sem a necessidade de pedir
a chancela do Poder Judiciário.

- Princípio da autotutela - é permitida à Administração Pública a revogação ou anulação


de seus atos. Súmula nº 473 do STF:

A administração pode anular seus próprios atos, quando


eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se
originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência
ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

- Princípio da hierarquia - há uma estrutura entre os órgãos públicos, de maneira que


permite a existência de subordinação ou corrdenação entre eles. Esse princípio é a
origem do poder disciplinar, entre outros poderes.

- Princípio da indisponibilidade do interesse público - Os entes que compõem a


Administração Pública não podem dispor dos interesses públicos, eles têm a
obrigação de agir para realizá-los e protegê-los.

- Princípio da razoabilidade - exige-se que os atos administrativos não respeitem apenas


à legislação, mas também que todas decisões sejam tomadas com a utilização de
critérios racionais, adequados e proporcionais aos fatos e interesses envolvidos.
- Princípio da motivação - obrigação dos agentes públicos de demonstração dos
fundamentos fáticos e de direito de suas decisões, com a finalidade de possibilitar o
controle dos atos administrativos.
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Processo organizacional: planejamento, direção, comunicação, controle


e avaliação

Planejamento: Definições de Estratégia

O planejamento estratégico é insuficiente de forma isolada para que as organizações


alcancem vantagem competitiva, sendo necessário o desenvolvimento e a
implantação dos planejamentos táticos e operacionais de forma integrada e alinhada.
Administração Estratégica é uma gestão integrada e flexível.
Segundo Paludo (2009), planejamento é um processo racional para a tomada de
decisão, com vistas a selecionar e executar um conjunto de ações, necessárias e
suficientes, que possibilitarão partir de uma situação atual existente e alcançar uma
situação futura desejada. O planejamento estratégico é uma metodologia de
planejamento gerencial de longo prazo, e sua principal funcionalidade é estabelecer a
direção a ser seguida pela organização.
Para Idalberto Chiavenato (2006), o planejamento estratégico é um processo
organizacional compreensivo de adaptação, através da aprovação, tomada de decisão
e avaliação. Procura responder a questões básicas como: por que a organização
existe, o que ela faz e como faz. O resultado do processo é um plano que serve para
guiar a ação organizacional por um prazo de três a cinco anos.
Estratégia é o caminho escolhido pela organização para alcançar seus objetivos ou
superar algum desafio. A estratégia é a principal referência da instituição em suas
ações cotidianas. As ações nos níveis tático e operacional deverão ser procedidas de
modo a garantir que a instituição evolua dentro da estratégia traçada. Assim, o
planejamento estratégico tem a função de, por meio da estratégia, orientar a gestão
das organizações e influenciar o processo decisório de seus dirigentes.
Características do planejamento estratégico:
 está relacionado com a adaptação da organização a um ambiente mutável;
 é orientado para o futuro e seu horizonte de tempo é o longo prazo.
 é compreensivo (envolve a organização como uma totalidade)
 é um processo de construção de consenso
 é uma forma de aprendizagem organizacional (adaptação)
 contribui para a maior eficiência, eficácia e efetividade das ações da
organização.
Etapas do planejamento estratégico, segundo Augustinho Vicente Paludo:
1. definição da missão, da visão e dos valores;
2. diagnóstico institucional/estratégico;
3. definição de questões, objetivos e estratégias;
4. desmembramento dos planos;
5. implementação;
6. avaliação.
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OBS - as etapas não constituem uma série sequencial rígida.

Definição da missão, da visão e dos valores

A primeira fase consiste no estabelecimento da missão (razão de ser), da visão (ideal


desejado) e dos valores da organização. Serão os pilares de todo o desenvolvimento
do planejamento e da própria organização. São construídas sob influência da alta
direção.
Missão → deve expressar com clareza por que ela existe e o que ela faz; é a razão de
ser da empresa: além do porquê, expressa a essência da organização e deve ser
orientada para o futuro. Serve para delimitar o campo de atuação e para indicar as
possibilidades de expansão; “propósito fundamental e único”; exerce a função
orientadora e delimitadora da ação organizacional no longo prazo, funciona como
guia.
Visão → lançar um olhar para o futuro e enxergar a realidade a ser construída, o deve
traduzir o consenso dos membros da organização sobre o futuro que se deseja; deve
descrever com clareza um futuro ideal.
Valores → definidos pela alta administração (traduzem as preferências e ideologias);
são princípios, crenças, normas e padrões que orientam o comportamento e a
atuação da organização, e que devem ser internalizados e incorporados em sua
cultura.

Diagnóstico Institucional Estratégico

OBS - Há questões consideradas corretas pela Cespe em que o diagnóstico


institucional é realizado antes da definição da missão e da visão.
O diagnóstico atual/institucional/estratégico define a realidade existente na
organização. A finalidade do diagnóstico é identificar os pontos fortes e fracos da
organização, e analisar as oportunidades e ameaças com as quais a organização vai
ter que lidar no ambiente externo. Considera-se que as variáveis internas (pontos
fortes e fracos) são controláveis, e que as variáveis externas (ameaças e
oportunidades) não podem ser controladas pela organização. A análise interna é
restrita, controlável, e identifica os pontos fortes e os pontos fracos da organização. A
análise externa é ampla, lida com o incontrolável e refere-se ao conhecimento do
ambiente externo à organização.

Definição de questões, objetivos e estratégias

Questões Estratégicas → são os principais temas que podem influenciar o


cumprimento da missão e o alcance da visão, constituindo-se em preocupações
constantes da organização
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Objetivos, metas e estratégias → Os objetivos devem expressar o resultado que se


pretende alcançar; a transformação da situação atual que se pretende modificar; são
alvos prioritários e convergentes; devem ser específicos. as organizações dão
prioridade para os objetivos e estratégias que envolvem a combinação de pontos
fortes e oportunidades. Os objetivos devem ser mensuráveis, relevantes, delimitados
no tempo, espelhar resultados, e coerentes com a missão, a visão e a estratégia.
Primeiro são definidos os objetivos e metas, depois as estratégias, e, por fim, os
planos de ação
Definição de objetivos e metas - definem-se as situações (objetivos) que se pretende
atingir em nível institucional (macro), devem ser perseguidos por todas as áreas da
organização; definem-se os objetivos funcionais (intermediários), relacionados às
áreas funcionais (financeira, recursos humanos, produção), que contribuem para o
alcance dos objetivos institucionais; e definem-se as metas, que são partições dos
objetivos a serem alcançadas no curto prazo, e permitem avaliar o nível de realização
dos objetivos.
Para Martinho Almeida (2009): “objetivo é um ponto concreto que se quer atingir,
devendo ter parâmetros numéricos e datas a serem alcançadas, de modo geral. A
meta é uma segmentação do objetivo, em que o aspecto quantitativo tem uma
importância maior, ou seja, é mais preciso em valor e em data, pois é mais próximo
que o objetivo”.
Escolha de estratégias – escolhe-se a estratégia (caminho) mais adequado para
alcançar os objetivos. A análise da visão, dos cenários e dos objetivos é essencial para
a definição da estratégia. Uma escolha é definida como “estratégica” quando
interfere em toda a organização, e torna-se difícil optar por outro caminho. Os
conceitos de estratégia e objetivos estão intimamente ligados, pois “enquanto a
estratégia dá o caminho, o objetivo mostra aonde se quer chegar”.

Desmembramento dos planos

O plano é o elo entre o processo de elaboração do planejamento e a sua


implementação. Segundo Maximiano (2000): “os planos das organizações precisam
ser explicitados, formalizados e escritos, para documentação, comunicação, definição
de responsabilidades, atendimento de exigências legais, avaliação e aprovação”.
O plano estratégico é genérico e não especifica os meios para sua execução, assim,
deve-se desmembrar esse plano em nível tático para todas as áreas da organização.
Os planos táticos ou setoriais são menos genéricos e constituídos para cada área
funcional da organização e podem ser organizados em forma de programas
(programas são o conjunto de ações e projetos a ser executado para alcançar um
objetivo específico do plano estratégico). Estes planos setorizados devem também
ser desmembrados em planos operacionais, os “projetos operacionais”
(ações/atividades a serem executadas, responsabilidades definidas, prazos de
execução e metas de resultados esperados).
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Implementação

Corresponde à execução, é o ponto mais crítico do planejamento estratégico, é o


momento de agir. Os planos e programas traduzem-se em ações e projetos
operacionais. A forma de realização dessas atividades é fornecida pelos
procedimentos, e o método explica a técnica específica para a execução de cada
tarefa. Os processos podem ser: principais/finalísticos, se resultarem na entrega de
um produto ou serviço; ou de suporte/ secundários, se servirem de apoio para a
realização dos processos principais.
Uma das ferramentas utilizadas é a matriz do tipo 5W2H, que auxilia na estruturação
do plano, pois permite estabelecer e deixa claro: o que será feito; quem irá fazer;
quando deve ser feito; onde deve ser feito; por que fazer (justificativa); qual método a
utilizar para implementar o plano; e quanto custa. A compilação desses dados traduz-
se num cronograma operacional utilizado para o acompanhamento da execução. A
implementação, como um todo, deve ser acompanhada.
Para Augustinho Vicente Paludo: “Se os planos operacionais forem corretamente
executados possibilitarão o alcance dos objetivos funcionais, concorrerão para a
realização dos objetivos gerais, solucionarão as questões estratégicas e contribuirão
para o alcance da visão e para a consolidação da missão organizacional”.

Avaliação

Para alguns autores, pode ser considerada etapa de “controle e avaliação, o controle
consiste na verificação da conformidade, propõe ações corretivas e tem foco
retrospectivo, já a avaliação foca o aperfeiçoamento da gestão, avalia resultados e
tem foco prospectivo. Esta etapa ppermite julgar os processos e produtos de diversos
modos: focando a eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, legalidade etc. A
finalidade a avaliação é servir de instrumento para a promoção da aprendizagem
institucional, atingir o resultado e melhorar continuamente..
Eficiência → uso racional e econômico dos insumos na produção de bens/serviços, é
uma relação entre insumos e produtos.
Eficácia → grau de alcance das metas, é uma medida de resultados utilizada para
avaliar o desempenho.
Efetividade → o impacto final das ações, é o grau de satisfação das necessidades e
dos desejos da sociedade pelos serviços prestados pela instituição.
Para Idalberto Chiavenato (2006): “a avaliação é a comparação dos resultados
alcançados (descritos pelos indicadores de desempenho) com o desempenho
pretendido (descrito pelos objetivos estratégicos e metas definidas). A avaliação deve
servir para que se analisem as causas e os efeitos dos desvios entre o programado e
o realizado, de forma que os gestores possam recomendar mudanças e ações
corretivas”.
Metodologias adotadas na elaboração do Planejamento Estratégico:
 Método Clássico de Formulação da Estratégia – HBS
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Elabora a estratégia competitiva analisando fatores internos (pontos fracos, pontos


fortes e valore) e fatores externos (ameaças, oportunidades, expectativas sociais).

 Método do planejamento estratégico:

 Método desenvolvido por Djalma Oliveira:


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Fase I: Diagnóstico Estratégico - Identificação da visão, dos valores; Análise externa e


interna; concorrentes.
Fase II: Missão da Empresa: direcionamento estratégico: Estabelecimento da Missão,
propósitos atuais e potenciais; Estruturação e debate de cenários; Estabelecimento de
posturas estratégicas; Estabelecimento de Macroestratégias e Macropolíticas.
Fase III: Instrumentos Prescritivos e Quantitativos: Instrumentos Prescritivo
(Estabelecimento de objetivos, desafios e metas; Estabelecimento de estratégias e
políticas funcionais; Estabelecimento de projetos e planos de ações) e Instrumentos
Quantitativos (projeções econômico-financeiras).
Fase IV: Controle e Avaliação: Estabelecimento de análise de indicadores de
desempenho; Avaliação de desempenho; Análise dos desvios; Tomada de decisão
corretiva.
Visão → Define os objetivos de longo prazo; É o sonho, guia, alinhada aos interesses
dos stakeholders, orientada para o mercado; O que quer ser, onde quer chegar,
mutável e temporal; É eficaz quando define objetivos claros e ousados, mas possíveis;
Deve esclarecer a direção do negócio, descrever uma condição futura e representar o
ápice do desenvolvimento naquele período, comprometer a todos, com foco e
inspiração que permita senso de realização e pertencimento.
Valores → são criados pelos stakeholders: prescrevem os valores essenciais ligados a
atitudes, comportamentos e caráter, que alicerçam a cultura da empresa. Podem
refletir as inovações estratégicas em produtos, processos. Devem entregar valor,
capturando os resultados estratégicos esperados. Deve-se alinhar as pessoas aos
valores, motivando o alto desempenho.
Análise Externa → Oportunidades e Ameaças, são variáveis Incontroláveis e são
divididas em:
1. Macroambiente, ambiente indireto ou conceitual: Político; Econômico;
Sócio/cultural; Tecnológico; Ambientais e Legais;
2. Ambiente da tarefa, direto, operacional ou setor de negócios: fornecedores,
clientes, usuários, concorrentes, etc - Análise das 5 Forças Competitivas de
Porter
Análise Interna → São os pontos neutros, fracos e fortes, são variáveis controláveis;
Medem o desempenho e a capacidade em comparação com as outras empresas de
seu setor de atuação, concorrentes diretos ou potenciais. Pode ser feita por vários
meios, como:
• Análise de Hiato: faz as indagações: Onde estamos hoje em termos de nosso
planejamento estratégico? Para onde estamos indo? Para onde queremos ir? Como
vamos chegar lá?
• Análise de Potencial: análise do estado atual, desenvolvendo a organização até
novas fronteiras.
• Análise dos recursos organizacionais: tangíveis, intangíveis e terceirizados.
• Análise da arquitetura organizacional: como as atividades são divididas e
coordenadas.
• Organização por Processos: cria uma dinâmica de melhoria contínua e permite
ganhos de eficácia, desempenho, eficiência e custo.
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• Competências Essenciais: conjunto habilidades e tecnologias aplicadas de forma


integrada que atende às demandas dos stakeholders e cria valor: sistêmica
• Cadeia de Valor: descreve como um produto se movimenta desde a etapa da
matéria-prima até o consumidor final – estruturas e processos.
• Sistema de Valor: incluem os fornecedores da organização, fornecedores dos
fornecedores, elos da cadeia de distribuição, parceiros, subcontratados, gerando
sinergia.
• Gestão da Qualidade total: para toda a organização, envolve a melhoria contínua
dos processos, produtos e serviços.
Missão → é a causa pela qual se deve lutar, a razão de ser, orientadora e
delimitadora, atemporal, respondendo às demandas genéricas e sua contribuição à
sociedade. Será eficaz quando conseguir definir uma individualidade ou uma
personalidade para o negócio, as competências únicas que a distingue. Deve ser
estimulante, inspiradora para os stakeholders. Clarifica e comunica os objetivos. A
missão deve declarar o escopo do Negócio.
A atualização da missão acontece pela redefinição do negócio. Deve explicitar os
grupos de clientes, necessidades dos clientes, mercados onde atua. Deve trazer as
necessidades que pretende satisfazer e não deve ser colocada em termos de produtos
e serviços.

OBS - Intenção Estratégica: Missão/Visão/Valores

Construção de cenários → abordagem projetiva ( quantitativo, futuro único e certo) e


Abordagem Prospectiva (qualitativo, futuro múltiplo e incerto).
Fatores Críticos de Sucesso → são atividades chaves do negócio que precisam ser
bem realizadas para o alcance dos objetivos. Exemplos de variáveis críticas:
localização, diferenciação dos produtos, especialização das pessoas, controle de
produção, rede de distribuição, reputação, relacionamentos.
Escolha da Postura Estratégica: permite o direcionamento estratégico e a escolha de
alternativas de ação - análise SWOT.

OBS - A ferramenta Análise Swot é uma ferramenta utilizada para fazer análise de
cenário (ou análise de ambiente), um sistema simples para posicionar ou verificar a
posição estratégica da empresa no ambiente em questão. SWOT é uma abreviação
das palavras em inglês strengths, weaknesses, opportunities e threats, que
significam forças, fraquezas, oportunidades e ameaças, respectivamente, ou FOFA
em português.

Posturas Estratégicas, são adotadas conforme a necessidade da empresa, podem ser


de:
• Sobrevivência - fraqueza para lidar com ameaças - ponto fraco e ameaças externas;
• Manutenção - forças criam barreiras às ameaças - pontos fortes e ameaças;
• Crescimento - fraquezas dificultam o aproveitamento das oportunidades – ponto
fraco e oportunidade.
• Desenvolvimento - as forças permitem aproveitar as oportunidades - pontos fortes e
oportunidades.
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Fonte: www.wikipedia.org
Para a identificação de predominância de pontos fortes, pontos fracos, oportunidades
e ameaças pode-se utilizar a Matriz GUT – Gravidade, Urgência e Tendência.

OBS: A matriz GUT é uma ferramenta de priorização, em que listamos os problemas


e atribuímos valores a estes em relação a sua gravidade, urgência e tendência, para
definir o problema que precisa ser resolvido antes dos demais em uma “ordem” de
prioridades. Normalmente, utilizamos esta matriz para priorizar problemas não-
quantificados. Seus elementos podem ser entendidos como: gravidade, urgência e
tendência. A cada um destes fatores são atribuídos valores, de 1 a 5, e no final
multiplicados, o problema com o maior resultado é o que deverá ser priorizado.

Formulação da Estratégia:

5Ps para estratégia, de Mintzberg:


• Plano (plan): uma direção, um processo consciente e deliberado de levar do estado
atual ao futuro desejado.
• Padrão (pattern): uma consistência de comportamento ao longo do tempo, que se
torna um padrão na forma de atuar.
• Posição (position): relação com as condições do ambiente e a criação de uma
posição (diferenciação, baixo custo ou foco) no mercado.
• Perspectiva (perspective): relaciona-se com a visão de mundo expressa nos valores
e que traz uma maneira própria de lidar com as incertezas e tomar decisões.
• Estratagema (ploy): uma manobra ou truque para vencer um concorrente e ganhar
participação de mercado.
Escolhas das estratégias → sob perspectiva descentralizadora, pode ser dividida em:
 Estratégia corporativa: decide “onde competir”, o rumo da organização e quais
os negócios nos quais se decide competir.
 Estratégia empresarial: define “como competir” e envolve a escolha de uma
estratégia de competição para a unidade de negócio.
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 Estratégia funcional: envolve “o que fazer” e a escolha da forma de atuação das


áreas funcionais ou departamentos da empresa. Significa alinhar as ações
setoriais com as estratégias de negócios e a missão da organização
Opções estratégicas → Estratégias Genéricas de Porter:
a) Diferenciação: identidade forte do produto
b) Liderança do custo: baixo custo e baixo preço do produto;
c) Foco: atuação em nichos de mercado
Segundo Mintzberg, as estratégias implementadas são decorrentes do encontro das
estratégias deliberadas (intencionais, planejadas) e emergentes (não planejadas).

Metas estratégicas e resultados pretendido

Não basta definir objetivos (resultados) estratégicos, é preciso dar-lhes indicadores


claros e objetivos que permitam aferir sua eficácia, apenas dessa forma será possível
avaliar.

As metas estratégicas: tem como papel indicar de maneira clara e precisa os


resultados que se pretende produzir. Pode-se, portanto, defini-las como os indicadores
(quantitativos / numéricos) dos resultados (objetivos) perseguidos pela ação
estratégica da organização.

O caráter preferencialmente quantitativo desses indicadores é devido à necessidade


de objetividade e precisão, além da decorrente possibilidade de mensuração do nível
de eficácia da organização.

Tais metas devem ser fixadas também no âmbito de cada instância envolvida na ação
estratégica. Assim é que se torna possível a avaliação do desempenho mais
abrangente e completa.

O acompanhamento e a análise crítica do desempenho é algo imprescindível, pois


mediante a aferição do resultado alcançado (cujo indicador é a meta estabelecida),
dão origem ações ou projetos para correção dos desvios, tendo sempre como foco as
metas estratégicas ou seu desdobramento.

Outro ponto importante é a análise dos rumos definidos, por meio da revisão das
estratégias em função das constantes mudanças nos cenários externos e internos.
Todas as decisões tomadas após a análise crítica devem ser comunicadas a todos os
níveis da organização.

A análise crítica deve ser realizada tanto em relação a indicadores de resultados


(metas estratégicas) quanto em relação a indicadores tendência (o desdobramento
das estratégias). Além dos indicadores de resultados e de tendências, devem ser
mencionados ainda os indicadores de natureza procedimental, que têm por objetivo
permitir a verificação da conformidade das tarefas e atividades realizadas em relação
a padrões e parâmetros predefinidos.
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Indicadores de desempenho

Indicadores são medidas que representam ou quantificam objetos, acontecimentos ou


situação de acordo com regras.

Funções básicas: Descrever por meio da geração de informações o estado real dos
acontecimentos e o seu comportamento e analisar as informações presentes com
base nas anteriores de forma a realizar proposições valorativas.

Servem para:
 mensurar os resultados e gerir o desempenho;
 embasar a análise crítica dos resultados obtidos ;
 contribuir para a melhoria contínua dos processos;
 facilitar o planejamento e o controle do desempenho;
 viabilizar a análise comparativa do desempenho da organização e de diversas
organizações de áreas ou ambientes semelhantes.

Desempenho pode ser compreendido como esforços empreendidos na direção de


resultados a serem alcançados. Desempenho = esforços → resultados.

Componentes básicos de um indicador:

 Medida: grandeza qualitativa ou quantitativa que permite classificar as


características, resultados e consequências dos produtos, processos ou
sistemas;
 Fórmula: padrão matemático que expressa à forma de realização do cálculo;
 Índice (número): valor de um indicador em determinado momento;
 Meta: índice (número) orientado por um indicador em relação a um padrão de
comparação a ser alcançado durante certo período. Possui objetivo, valor e
prazo.

Critérios centrais para um indicador:

Seletividade ou importância: fornece informações sobre as principais variáveis estratégicas


e prioridades definidas de ações, produtos ou impactos esperados.

Simplicidade, clareza, inteligibilidade e comunicabilidade: os indicadores devem ser simples e


compreensíveis, capazes de levar a mensagem e o significado.

Representatividade, confiabilidade e sensibilidade: capacidade de demonstrar a mais


importante e crítica etapa de um processo, projeto; os dados devem ser precisos,
coletados na fonte de dados correta e devem possibilitar a pronta avaliação dos
efeitos de determinada intervenção.

Investigativos: os dados devem ser fáceis de analisar, sejam estes para registro ou para
fazer juízos de valor.
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Comparabilidade: devem ser facilmente comparáveis com as referências internas ou


externas, bem como séries históricas de acontecimentos;

Estabilidade: procedimentos gerados de forma sistemática e constante, sem muitas


alterações e complexidades, uma vez que é relevante manter o padrão e permitir a
série-histórica;

Custo-efetividade: projetado para ser factível e economicamente viável. Os benefícios em


relação aos custos devem satisfazer todos os outros demais níveis. Nem todas as
informações devem ser mensuradas, é preciso avaliar os benefícios gerados em
detrimento do ônus despendido.

A administração federal desenvolveu um metamodelo, uma concepção de cadeia de


valor, que identifica seis dimensões do desempenho. Os 6 Es do Desempenho
explicita as dimensões de esforço – economicidade, execução e excelência – e as
dimensões de resultado – eficiência, eficácia e efetividade.

Indicadores de Desempenho - 6Es:

Efetividade: São os impactos gerados pelos produtos/serviços, processos ou projetos.


Está vinculada ao grau de satisfação ou ainda ao valor agregado, a transformação
produzida no contexto em geral. Difícil de ser mensurada (dada a natureza dos dados
e o caráter temporal), está relacionada com a missão da instituição. Exemplo: se uma
campanha de vacinação realmente imunizar e diminuiu a incidência de determinada
doença, esta foi efetiva.

Eficácia: É a quantidade e qualidade de produtos e serviços entregues ao usuário


(beneficiário direto dos produtos e serviços da organização). Exemplo: se, na mesma
campanha citada, a meta de vacinação é imunizar 100.000 crianças e este número foi
alcançado ou superado, a campanha foi eficaz.
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Eficiência: É a relação entre os produtos/serviços gerados (outputs) com os insumos


utilizados, relacionando o que foi entregue e o que foi consumido de recursos,
usualmente sob a forma de custos ou produtividade. Exemplo: uma campanha de
vacinação é mais eficiente quanto menor for o custo da campanha, mantendo-se os
objetivos propostos.

Execução: Refere-se à realização dos processos, projetos e planos de ação conforme


estabelecidos.

Excelência: É a conformidade a critérios e padrões de qualidade /excelência para a


realização dos processos, atividades e projetos na busca da melhor execução e
economicidade; sendo um elemento transversal.

Economicidade: Está alinhada ao conceito de obtenção e uso de recursos com o


menor ônus possível, dentro dos requisitos e da quantidade exigidas pelo input,
gerindo adequadamente os recursos financeiros e físicos.

Medidas de Desempenho:

E1 – Efetividade: impacto final, intermediário;


E2 – Eficácia: Quantidade/volume; qualidade do produto /serviço; acessibilidade e
equidade; cobertura; risco.
E3 – Eficiência: custo-efetividade, produtividade (nível de produção e recursos
utilizados); tempo, custo unitário; custo-benefício (qualidade do gasto).
E4 –Execução: financeira e física;
E5 – Excelência: conformidade em relação aos padrões e riscos.
E6 – Economicidade: quantidade de recursos, acessibilidade, cobertura, risco.

Desempenho Ótimo (igual a 6) = E1+E2+E3+E4+E5+E6 = 6;

Desempenho Sub ótimo (inferior/menor que 6) = E1+E2+E3+E4+E5+E6 < 6

Prioridades: [E1 > E2 > E3] ≥ [E4 ≥ E5 ≥ E6].

Ferramentas de análise de cenário interno e externo

Análise Competitiva de Porter

Fazer a análise dos concorrentes durante o planejamento estratégico é fundamental.


Esta ferramenta foi idealizada pelo professor Michael Porter, de Harvard, é uma das
mais consagradas quando se deseja fazer a análise estratégica do ambiente
competitivo de uma organização. É composta por 5 forças:
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 17

fonte: www.wikipedia.org

Como são utilizadas na construção de cenários de uma empresa:

 Rivalidade entre concorrentes: conhecer as demais empresas que atuam em seu


segmento é fundamental. A rivalidade entre concorrentes tende a ser maior
quanto mais empresas estiverem presentes nesse mercado e quanto menor for
o diferencial de suas ofertas. Procure desvendar quais as forças e fraquezas de
cada empresa, conhecer o público-alvo e descobrir como atender suas
necessidades melhor que os concorrentes.
 Poder de negociação de fornecedores: quanto mais fornecedores você tiver, menor a
possibilidade deles ditarem preços e prazos de entrega. Lembre-se que eles
também são fornecedores de seus concorrentes, que podem tentar dominar
algum deles, com contratos de exclusividade.
 Ameaça de produtos substitutos: são aqueles que não pertencem a mesma categoria
que você produz, mas que atendem as mesmas necessidades para seus
clientes. Um exemplo famoso é o caso da manteiga e da margarina. Descubra
quais são as características e benefícios de seus produtos que os fazem se
diferenciar positivamente dos substitutos.
 Ameaça da entrada de novos concorrentes: quais as barreiras de entrada que podem
evitar o surgimento de novos concorrentes em seu mercado? Necessidade de
altos investimentos para instalação, patentes, regulamentação governamental,
marcas consolidadas e tecnologias complexas costumam inibir a entrada de
novos concorrentes.
 Poder de negociação dos clientes: quem define as características, posicionamento e
preço de seus produtos, sempre é, no fundo, o cliente. Quanto maior a
quantidade de concorrentes e a semelhança entre os produtos, maior o poder
de negociação deles. A diferenciação é o caminho para tentar controlar esse
cenário.

Análise Swot

Análise SWOT ou Análise FOFA (Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças) é uma


ferramenta utilizada para fazer análise de cenário externo e interno (ou ambiente),
sendo usada como base para gestão e planejamento estratégico de uma organização,
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 18

mas podendo, devido a sua simplicidade, ser utilizada para qualquer tipo de análise
de cenário.

A Análise SWOT é um sistema simples para posicionar ou verificar a posição


estratégica da empresa no ambiente em questão. O termo SWOT é uma em inglês, e
significa: Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities)
e Ameaças (Threats).

Objetivos:

 Efetuar uma síntese das análises internas e externas;


 Identificar elementos chave para a gestão da empresa, o que implica
estabelecer prioridades de atuação;
 Preparar opções estratégicas: Riscos/Problemas a resolver.
 É ele quem faz o diagnóstico da empresa. Fortalece os pontos positivos, indica
quais os pontos devem melhorar, mostra as chances de crescimento,
aumentando as oportunidades e deixa em alerta diante de riscos.

Estas análises de cenário se dividem em:

 ambiente interno (Forças e Fraquezas) - Integração dos Processos, Padronização


dos Processos, Eliminação de redundância, Foco na atividade principal
 ambiente externo (Oportunidades e Ameaças) - Confiabilidade e Confiança nos
dados, Informação imediata de apoio à Gestão e Decisão estratégica, Redução
de erros.

As forças e fraquezas são determinadas pela posição atual da empresa e relacionam-


se, quase sempre, a fatores internos. Estas são particularmente importantes para que
a empresa rentabilize o que tem de positivo e reduza, através da aplicação de um
plano de melhoria, os seus pontos fracos. Já as oportunidades e ameaças são
antecipações do futuro e estão relacionadas a fatores externos, que permitem a
identificação de aspectos que podem constituir constrangimentos (ameaças) à
implementação de determinadas estratégias, e de outros que podem constituir-se
como apoios (oportunidades) para alcançar os objetivos delineados para a
organização.

Ambiente Interno:
Strengths / Forças - Vantagens internas da empresa em relação aos concorrentes.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 19

Weaknesses / Fraquezas - Desvantagens internas da empresa em relação aos


concorrentes.

Ambiente Externo:
Opportunities / Oportunidades - Aspectos positivos da envolvente com potencial de fazer
crescer a vantagem competitiva da empresa.
Threats / Ameaças - Aspectos negativos da envolvente com potencial de comprometer
a vantagem competitiva da empresa.

O ambiente interno pode ser controlado pelos dirigentes da empresa, uma vez que
ele é resultado das estratégias de atuação definidas pelos próprios membros da
organização. Desta forma, durante a análise, quando for percebido um ponto forte,
ele deve ser ressaltado ao máximo; e quando for percebido um ponto fraco, a
organização deve agir para controlá-lo ou, minimizar seu efeito.

Já o ambiente externo está totalmente fora do controle da organização. Mas, apesar


disso, a empresa deve conhecê-lo e monitorá-lo com freqüência de forma a aproveitar
as oportunidades e evitar as ameaças, ou, pelo menos, pode-se fazer um
planejamento para enfrentá-las, minimizando seus efeitos.

A combinação destes dois ambientes, interno e externo, e das suas variáveis, irá
facilitar a análise e a definição das estratégias de negócios da empresa. Ajuda a
empresa na tomada de decisão ao nível de poder maximizar as oportunidades do
ambiente em torno dos pontos fortes da empresa e minimizar os pontos fracos e
redução dos efeitos dos pontos fracos das ameaças. Devendo esta análise ser
complementada com um quadro que ajude a identificar qual o impacto (elevado,
médio e fraco) que os fatores podem ter no negócio e qual a tendência (melhorar,
manter e piorar) futura que estes fatores têm no negócio. A Matriz SWOT deve ser
utilizada entre o diagnóstico e a formulação estratégica, e sua aplicação num
processo de planejamento pode representar um impulso para a mudança cultural da
organização.

Análise de risco PESTEL

É utilizada para estudo de cenários e é totalmente focada no ambiente externo,


baseia-se na análise aos fatores externos à empresa que a podem influenciar, direta
ou indiretamente. O nome PESTEL deriva das iniciais das letras de diferentes tipos de
cenários que o planejamento estratégico exige que sejam analisados.
Cenários estratégicos da análise PESTEL ou PESTAL
 Político
 Econômico
 Social
 Tecnológico
 Ecológico / Ambiental
 Legais

Para cada fator deve ser feita uma análise, definindo oportunidades e ameaças.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 20

Balanced scorecard

Balanced Scorecard (BSC) em português significa "Indicadores Balanceados de


Desempenho”, é uma metodologia de medição e gestão de desempenho
desenvolvida em 1992 pelos professores da Harvard Business School (HBS) Robert
Kaplan e David Norton. Os passos dessas metodologias incluem: definição da
estratégia empresarial, gerência do negócio, gerência de serviços e gestão da
qualidade; passos estes implementados através de indicadores de desempenho.

É um modelo que complementa os dados financeiros com indicadores que buscam


medir os fatores que levarão a empresa a ter sucesso no futuro. O BSC organiza-se
em torno de quatro perspectivas: financeira, do cliente, interna e de inovação e
aprendizagem. O nome Balanced Scorecard reflete o equilíbrio entre os objetivos de
curto e longo prazos; entre medidas financeiras e não-financeiras; entre indicadores
de tendência e ocorrências; entre perspectiva interna e externa do desempenho.

O BSC não é um fim em si mesmo, mas uma ferramenta de gestão sob a qual orbita
um novo modelo organizacional chamado de Organização Orientada para a
Estratégia. Nessas organizações, o BSC é utilizado para alinhar as unidades de
negócio, as unidades de serviço compartilhado, as equipes e os indivíduos em torno
das metas organizacionais gerais, ou seja, alinhá-los à estratégia da empresa.

Componentes do BSC

Mapa estratégico → Descreve a estratégia da empresa através de objetivos


relacionados entre si e distribuídos nas quatro dimensões (perspectivas).

Objetivo estratégico → O que deve ser alcançado e o que é crítico para o sucesso da
organização.o Balanced Scorecard é capaz de garantir a satisfação do cliente e a
eficácia dos processos organizacionais.

Indicador → Como será medido e acompanhado o sucesso do alcance do objetivo.


Qualquer indicador deve cumprir os seguintes requisitos:

 Ser claro, transmitir informação clara e confiável sobre o evento a analisar;


 Fácil de obter, mediante o acesso intuitivo a uma aplicação informática;
 Coerente com os fins estabelecidos, com a Visão e Missão da organização,
medindo e controlando os resultados alcançados;
 Adequado e oportuno, estando disponível para a tomada de decisão;
 Ter a sua unidade de medida corretamente identificada: números absolutos
(n.º), percentagens (taxas de crescimento, pesos) (%), dias, horas, valores ...;
 Ter um responsável designado capaz de atuar sobre os indicadores.
 Deixar as estratégias claras a toda a empresa.
 Alinhar as metas interdepartamentais e pessoais à estratégia, como fonte de
vantagem competitiva para as organizações.
 Ligar os objetivos estratégicos com as metas alcançadas de longo prazo e os
orçamentos anuais.

Meta → Se referem ao nível de desempenho ou a taxa de melhorias que tem que ser
realizadas para que os objetivos sejam alcançados.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 21

Planos de ação → Relatam as ações práticas necessárias para que se alcancem os


objetivos estratégicos organizacionais.

O BSC decompõe a estratégia de uma maneira lógica, baseando-se em relações de


causa e efeito, vetores de desempenho e relação com fatores financeiros. É
decomposto em objetivos, indicadores, metas e iniciativas, nas quatro dimensões de
negócio, denominadas perspectivas:

 Financeira - objetivo financeiros: Crescimento; Estabilização e Colheita.


Como atendemos aos interesses dos acionistas?

 Clientes - principal objetivo a satisfação, retenção e aquisição de clientes.


Como o cliente nos enxerga?

 Processos internos - inclui três processos internos principais que leva à criação
de valor: Processo de inovação; Operacional e pós-venda.
Em quais processos precisamos ser eficientes?

Aprendizado e crescimento - objetivo desta perspectiva é oferecer


infraestrutura; A habilidade de uma organização inovar, melhorar e aprender
relaciona-se diretamente com seu valor.
Como melhorar e criar valor agregado?

Com o Balanced Scorecard (BSC) no centro do sistema gerencial, a empresa monitora


os resultados de curto prazo corretamente e avalia a estratégia de médio e longo
prazo à luz do desempenho recente. Cria condições para que as empresas
modifiquem a estratégia em função do aprendizado em tempo real. É mais do que um
sistema de medidas táticas ou operacionais.

O BSC não estabelece o valor de um negócio apenas sob a perspectiva financeira,


como os tradicionais balanços contábeis, mas inclui valores baseados nos clientes,
nos processos internos e no aprendizado e crescimento da organização, além do valor
financeiro.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 22

Gestão estratégica: planejamento estratégico, tático e operacionaL


Planejamento é a função administrativa que define objetivos e decide sobre recursos
e tarefas necessários para alcançá-los. Decorrem do planejamento os planos, que
facilitam a organização no alcance de metas e objetivos e funcionam como guias para
assegurar os seguintes aspectos:

1. Definir recursos necessários;


2. Integração de vários objetivo organizacionais;
3. Permitir que várias pessoas trabalhem em diferentes atividades com os
objetivos definidos. São racionais pois servem de meios para alcançar
adequadamente os objetivos definidos.
4. Permite o monitoramento contínuo, avaliação, padrões ou indicadores com a
finalidade de possibilitar ação corretiva.

São 3 tipos de filosofia do planejamento, segundo Ackoff: o conservador (estabilidade,


manutenção da situação existente), o otimizante (inovação, no sentido de melhorar
continuamente) e adaptativo (voltado para contingências futuras, possibilidades, para
ajustar-se ao ambiente).

Em todos os casos o planejamento consiste na tomada antecipada de decisões, não é


simplesmente a previsão das decisões que devem ser tomadas no futuro, mas a
tomada de decisões que produzirão efeitos e conseqüências futuras.

O processo de planejamento é constituído de 6 fases:

1. definir objetivos que pretende alcançar (específicos); “Para onde queremos ir?”
2. verificar a situação atual em relação aos objetivos pretendidos; “onde estamos
agora?”
3. desenvolver premissas quanto a condições futuras (previsão das possibilidades
que podem ocorrer, gerar cenários alternativos para os estados futuros das
ações e analisar o que pode ajudar ou prejudicar o progresso na direção dos
objetivos); “o que temos pela frente?”
4. analisar alternativas de ação (busca de cursos alternativos); “Quais caminhos
possíveis?”
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 23

5. escolher um curso de ação para seguir (dentre as alternativas possíveis


identificadas escolher a que melhor atenda os interesses); “Qual o melhor
caminho?”
6. implementar o plano e avaliar os resultados ( realizar o plano como
determinado e avaliar os resultados, permitindo assim ações corretivas para
assegurar o alcance dos objetivos se necessário) “Como iremos percorrer?”

Fatores Críticos de Sucesso - Para que o planejamento seja bem sucedido é preciso
verificar quais o fatores determinantes para alcançar o objetivo, são elementos
condicionantes ligados diretamente ao sucesso e dependem do negócio e por isso sua
identificação é fundamental.

Há duas maneiras de identificar estes fatores críticos de sucesso. A primeira é


analisar profundamente os recursos organizacionais e o mercado de maneira
imaginativa para identificar os segmentos que são mais decisivos e importantes; e a
segunda é descobrir o que distingue as organizações bem-sucedidas das organizações
mal-sucedidas, e analisar as diferenças entre elas (benchmarking - comparar e observar
as melhores práticas das empresas).

São benefícios do planejamento: Foco e flexibilidade; melhoria na coordenação e


controle e administração do tempo.

Existem 3 tipos de planejamento, pois esta função, apesar de ser a mesma, se dá em


diversos níveis da organização: o nível institucional elabora o planejamento
estratégico, o nível intermediário elabora os planos táticos e o nível operacional traça
detalhadamente os planos operacionais. Assim, cada qual permanece dentro de sua
área de competência e alinhados com os objetivos globais. O planejamento impõe
racionalidade e confere o rumo às ações, além de estabelecer coordenação e
integração de várias unidades, trazendo sinergia para a organização em direção aos
seus objetivos principais.

Planejamento Estratégico - está relacionado com a adaptação da organização em um


ambiente mutável; é orientado para o futuro; é compreensivo (envolve a organização
na sua totalidade, sistêmico, global); é um processo de construção de um consenso
(diante dos diversos interesses de cada setor e envolvidos para escolher a direção
que melhor atenda a todos); é uma forma de aprendizagem organizacional (constitui
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 24

uma tentativa constante de se ajustar em um ambiente competitivo e mutável). Se


assenta sobre os seguintes preceitos: visão de futuro, fatores ambientais externos e
fatores organizacionais internos, Inicia com o consenso sobre o futuro desejado, a
partir desta visão compartilhada verifica-se as condições externas (viabilidade) e
internas (capacidade).

Planejamento Tático - É o desdobramento do plano estratégico, este se subdivide


internamente na organização em vários planos táticos, envolvendo os
departamentos / divisões que por sua vez se desdobram em planos operacionais.;
Envolve a unidade organizacional, ou seja, é desenvolvido no nível intermediário; É de
médio prazo, geralmente 1 ano. Os planos táticos geralmente englobam as seguintes
áreas: produção, financeiros, marketing e recursos humanos, e tecnologia.Exemplos
de planos táticos: Políticas - orientam ações e tomadas de decisões; são guias,
definem limites; há vários tipos de políticas como a política de vendas, políticas de
recrutamento e seleção, entre outras;

Planejamento Operacional - tem foco em curto prazo, no que e como fazer; engloba tarefas
ou operações; atividades de rotina para assegurar que estas são realizadas como
estabelecido; ênfase nos meios - eficiência (OBS - diferente de eficácia que possui
ênfase nos fins e se enquadram nas áreas táticas e estratégicas). Os planos tático são
heterogêneos e diversificados, mas podem ser classificados em 4 áreas:

Procedimentos: relacionados aos métodos - sequência de etapas / fases, são


representados em fluxogramas ou lista de verificação.

Orçamentos: relacionado ao financeiro da organização por um período; denominados


budgets; englobam também os fluxos de caixa, orçamentos, custos, despesas, etc.

Programas: relacionados com o tempo; são as atividades realizadas em um período,


podem ser simples ou complexas; são tipos de programas o cronograma, gráfico de
Gantt e o Pert.

Regulamentos: relacionado com o comportamento; são determinantes do de como as


pessoas devem se comportar em situações específicas; reduz o grau de liberdade das
pessoas, direciona.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 25

Ilustrações sobre os níveis de planejamento e suas interligações:

Figuras (fonte): Administração Geral e Pública - Chiavenato; Série Provas e Concursos


APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 26

Gestão por Processos


Processos são sequências de ações que levam a um objetivo. Compreende uma série
de atividades racionalmente sequenciais e inter relacionada que devem ser
executadas para se obter o resultado pretendido, transformando insumos em
produtos (bens / serviços).

Organizações modernas passaram a adotar a visão do trabalho por processos para


melhorar a eficiência (maior produtividade com menor custo) e a eficácia (melhorar
resultados), possibilitando que a organização funcione com seus departamentos
integrados, constituindo um fluxo de atividades encadeadas.

A relação fundamental da gestão por processos é que há uma entrada (inputs), uma
transformação (processamento) e uma saída (outputs). A gestão de processos permite
uma visão holística, sistêmica, da organização possibilitando a identificação de
alternativas de melhoria.

A visão tradicional ou vertical de uma organização apresenta estrutura funcional, em


que as atividades pertencentes a uma mesma área técnica ou de conhecimento são
agrupadas em uma mesma unidade, assim não evidencia o cliente, nem os produtos e
serviços oferecidos e não se tem ideia do fluxo de trabalho, dificultando a relação
interdepartamental e gerando centralização das decisões.

Diante de situações complexas de um ambiente turbulento, tornou-se necessário uma


maneira diferente de gerir a organização, a visão processual (horizontal). A
visualização da organização como um todo permite uma maior integração da cadeia
de valor, por meio do conceito de processo.

Processo é uma ordenação específica das atividades de trabalho no tempo e no


espaço, com um começo e um fim identificados, assim como as entradas e as saídas.
Assim o processo constitui 3 etapas: entrada, transformação e saída.

Entrada - materiais, serviços, informações.

Transformação -é o que adiciona valor as entradas de forma eficiente e eficaz para gerar
resultado.

Saída - resultados do processo de transformação que pode ser material, serviço ou


informação.

As organizações, sejam governamentais ou privadas, têm objetivos, e, para alcançá-


los, se organizam em atividades de determinadas formas, constituindo o processo.
Segundo o Guia de Simplificação do Gespública, existem processos finalísticos, de apoio
e gerenciais.

Processos finalísticos: são aqueles em função dos quais a organização; são produzidos
para o cliente externo, pelos quais reconhece a organização; primários.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 27

Processos de apoio: também chamados de processos de suporte ou processos-meio, são


secundários, ou seja, são aqueles que criam as condições necessárias para que os
processos finalísticos sejam realizados. Por exemplo: processos de limpeza; processos
de aquisição de materiais, processos de gestão de pessoas/recursos humanos, entre
outros. Alguns dos processos de apoio podem ser terceirizados.

Processos gerenciais: ligados a estratégia da organização e utilizados na tomada de


decisões, estabelecimento de metas e avaliação de resultados. Por exemplo o
planejamento estratégico e a gestão do conhecimento.

A gestão “de” processos: é a maneira como os processos são gerenciados. É a técnica


utilizada.

A gestão “por” processos: refere-se à organização e toda sua gestão é estruturada em


função dos processos. É a opção que se baseia a filosofia de gestão da organização.

Benefícios da análise e melhoria dos processos:

- identificação e eliminação do retrabalho;


- eliminação de etapas desnecessárias;
- padronização dos produtos;
- redução de custos e tempo empregado em determinadas tarefas;
- aumento do valor agregado dos produtos;
- redução do tempo dos processos;
- redução do tempo de treinamento de novos servidores para executar as tarefas;
- melhoria dos indicadores de desempenho;
- aumento da satisfação do cliente.
− melhor coordenação e integração do trabalho;
− tempos de respostas mais rápidos;
− provê uma visão sistêmica das atividades da organização;
− maior satisfação com o trabalho por parte dos funcionários.

Os processos podem ser de negócio (produto ou serviço oferecido ao cliente e


percebido por ele), organizacional (viabilizando a coordenação e funcionamento da
organização, predominantemente de suporte) e gerencial (relacionados ao
desempenho da organização, de informação e decisão).

Hierarquia do processo:

Macroprocesso - é aquele processo que geralmente envolve mais de um departamento


da organização, e sua operação tem impacto nas demais funções da organização, e
dependendo da complexidade pode ser dividido em subprocessos.

Processo - conjunto de operações (atividades e tarefas) que recebe um insumo


(entrada) e agrega valor o transformando em um produto (saída) com objetivo de
atender necessidades de clientes internos e externos.

Subprocesso - constitui-se a partir das divisões do macroprocesso com objetivos


específicos, uma parte específica do processo, organizado seguindo linhas funcionais.
Os subprocessos recebem entradas e geram suas saídas em um único departamento,
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 28

ou seja, demandam insumos que resultam em subprodutos e concorrem para o


produto final.

Atividades - é a subdivisão dos subprocessos em um nível mais detalhado em tarefas.


Para fins deste estudo os processos são desmembrados apenas até o nível de
atividades.

Observação: São as atividades que agregam valor ao processo, a cada atividade


adquire um valor; Tarefa corresponde a menor divisão do trabalho, exclusivamente
operacional, é uma divisão da atividade com rotina / procedimento específico.

Do estratégico ao operacional, a hierarquia é o macroprocesso (grupo), processo e


atividades (de time) e, por fim, tarefas e operações (individual). O foco de todo o
processo está no atendimento das necessidades do cliente.

São etapas do gerenciamento de processos:

 Planejar
 Identificar os processos (listando todas atividades)
 Criar o mapa preliminar possibilitando a visão sistêmica da organização e dos
processos.
 Mapeamento do processo (fluxograma)
 definir o dono de cada processo (responsáveis)
 Capacitar e executar (treinamento)
 Definir indicadores (instrumentos para medir esforço e resultados)
 monitorar o desempenho (acompanhamento contínuo, identificação e correção -
*feedbacks)
 Analisar e melhorar o processo (corrigir falhas e otimizar o desempenho)

Ciclo de vida do processo

Diferente das etapas do processo, o ciclo de vida do processo refere-se ao processo


em sí, diferentemente da gestão/gerenciamento de processos que envolve diversos
fatores.

A maioria dos autores concordam com os conceitos de BPM sobre o cliclo de vida do
processo:

 Planejamento (definem regras, métodos, equipes, stakeholders, prazos e metas)


 desenho / modelagem (sequencia de atividade / diagramação)
 implementação / execução (coordenação, comunicação, treinamento)
 Monitoramento (medição contínua das metas)
 Otimização / refinamento (informações captadas que podem transformar e
melhorar o processo; melhoria contínua; padronização das melhores práticas)

Grau de Maturidade dos processos

O grau de maturidade é definido a partir de níveis que medem a evolução da


organização em relação às práticas do gerenciamento de processos, tais níveis
refletem a transformação da organização e seu aperfeiçoamento.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 29

Na visão do CBOK (Common Body Of Knowledge) os níveis, com exceção ao primeiro,


são compostos por áreas de processos, nestas areas a ênfase é nas melhores
práticas:

Nível 1 - Inicial: os processos são executados de forma não pensada, só para atingir a
finalidade do agora; não é consistente nem se pode prever resultados.
Nível 2 - Gerenciado: o procedimento é realizado de forma que se possa repetir e
firmar compromissos primários, mas em outras unidades existem diferentes
procedimentos sendo utilizados.
Nível 3 - Padronizado: os padrões são consolidados e definidos como melhores
práticas e adotados.
Nível 4 - Previsível: Os padrões definidos são explorados e desenvolvidos, o
desempemnho é gerenciado estatisticamente durante todo workflow entendendo e
controlando a variação.
Nível 5 - Otimizado: são implementadas ações de melhoria e inovações que possam
fechar as lacunas entre a capacidade atual e a requerida para que a organização
alcance seus objetivos.

Na visão da SDPS ( Spciety for Desing adn Process Science) a maturidade dos
processos acompanha o grau de conhecimento das equipes e a minimização de riscos
e efeitos indesejados:

Nível 1 - Processos Modelados: os processos são identificados por seus valores e


efeitos;
Nível 2 - Processos Simulados: os processos são simulados a partir de dados
estimados que permitem a criação de cenários diferentes, reduzindo riscos e
induzindo mudanças quando necessárias.
Nível 3 - Processos Emulados: são emulados quando coexistem dados da realidade e
dados estimado, refinando possíveis cenários e impactos, minimizando assim efeitos
indesejados.
Nível 4 - Processos Encenados: os processos são realizados como os modelos
desenhados, simulados e emulados e observação das condições da realidade
induzindo as adequações.
Nível 5 - Processos Interoperados: os processos são executados e gerenciados além
da organização, promovendo cadeias de valor.

feedbacks - retroalimentação, efeito retroativo; dar resposta a uma determinado pedido


ou acontecimento; informação que o emissor obtém da reação do receptor à sua
mensagem, e que serve para avaliar os resultados da transmissão.

stakeholders - referente às partes interessadas; compreende todos os envolvidos em um


processo, desde o acionistas, proprietários, clientes internos e externos, fornecedores,
compradores, sindicatos, governo, entre outros.

workflow - é o fluxo de trabalho, ou seja, a sistematização do processo de negócio, na


sua totalidade ou em partes, onde documentos, informações ou tarefas são passadas
de um participante para o outro para execução de uma ação, de acordo com um
conjunto de regras de procedimentos.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 30

Mapeamento do processo

O mapeamento do processo permite que o este seja conhecido em detalhes e com


profundidade. O mapeamento é a fase do processo que é explicitada, é fundamental
para que as organizações possam analisar e melhorar os processos.

Fluxograma - é a visualização do passo a passo do processo. A representação visual de


processos com símbolos pré determinados que representam as ações, os
responsáveis e as interações. Tem como vantagem a visão de conjunto e integrada do
processo, a visualização de detalhes críticos, a identificação do fluxo do processo e
das interações entre os subprocessos, a identificação dos pontos de controle
potenciais e das inconsistências e pontos frágeis. Para facilitar a visualização de um
fluxograma existe uma padronização dos símbolos:

Fonte: http://www.blogdaqualidade.com.br/fluxograma-de-processo/

O fluxograma pode ser vertical, desenvolvido pelo instituto Nacional Americano de


Padronização, é também conhecido como padrão ANSI, é o mais antigo e continua
sendo bastante utilizado; ou horizontal, modelo conhecido como funcional Swinlane, é
usado para representar as funções desempenhadas pelos diferentes atores (clientes
internos / externos / fornecedores) que interagem com os processos.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 31

Fonte: http://www.blogdaqualidade.com.br/fluxograma-de-processo/

Análise e Melhoria dos Processos

Os processos podem ser analisados e aperfeiçoados de forma constante, para agregar


valor à organização e com menos recursos. São objetivos da análise do processo:
Identificar a utilidade de cada etapa do processo; Verificar as vantagens em alterar a
seqüência das operações; Adequar as operações às pessoas que as executam e
identificar necessidade de treinamento específico.

O processo pode ficar estável (rotina) ou pode sofrer melhorias (mudança em que o
produto final apresenta melhoria mensurável em relação ao anterior).

Modelagem de processos quando se examinam diversos fatores do processo de forma


que possibilite melhorias. Assim, a modelagem é a etapa que permite que o processo
seja aperfeiçoado, que possam ser incluídas modificações definidas.

A modelagem de processos engloba a identificação e mapeamento de processos


“essenciais” (chave) para garantir a gestão de fatores críticos de sucesso da
organização, visando à integração e colaboração para que estes processos funcionem
de forma harmônica, objetiva e eficiente.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 32

A modelagem de processos pode ser orientada de acordo com: atividades, objetos,


função ou linguagem (discurso). A modelagem de processos é realizada a partir dos
seguintes elementos / componentes: Definição do modelo de gestão da organização
orientada para processos, bem como a sua estrutura de apoio; Definição dos
processos e processos de negócio; metodologias, técnicas, métodos; modelos de
representação e ferramentas tecnológicas.

Antes do mapeamento do processo, é preciso:

a) Identificar os processos-chave;
b) Definir objetivos e as metas baseados na gestão por processos;
c) Desenvolver um plano de trabalho, com objetivos, atividades e resultados por fase,
prazos de entrega e a equipe de trabalho;
d) Buscar a aprovação da diretoria, apoio e recursos
e) Fazer análises críticas periódicas e dar feedback aos responsáveis;
f) Observar que o mapeamento de processos é um meio e não um fim.
g) Não é preciso mapear todos os processos, nem todos os níveis de processos.

A metodologia de modelagem de processos serve para direcionar os esforços de


análise a partir do levantamento do estado atual – “como está” (as is) passando pela
idealização do melhor cenário “como deveria ser” (should be) até a proposição da
implementação mais adequada – “como será” (to be).

O objetivo da modelagem é a análise da funcionalidade dos processos de negócio


para possibilitar avaliar se cumprem com os objetivos, identificar os fatores críticos de
sucesso, analisar o desempenho, permitindo verificar os pontos fracos, possibilidades
de ações de melhoria através da reengenharia (redesenho) dos processos, com a
implementação de melhores práticas operacionais e de gestão.

A metodologia, em questão, contempla 8 (oito) etapas. São elas:

 • Análise de requisitos
 • Construção do modelo
 • Análise de processos
 • Simulação
 • Reengenharia
 • Documentação dos resultados/produtos parciais e finais
 • Divulgação
 • Gestão dos processos - monitoramento

Para os autores Mauriti Maranhão e Maria Elisa Bastos Macieira, a modelagem é apresentada
como ciclo de uma abordagem por processo, assim a metodologia é constituída por 6
(seis) etapas:

3. identificar os processos
4. mapear
5. modelar
6. implementar
7. medir e avaliar
8. melhorar
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 33

Técnicas e métodos da análise e melhoria dos processos

Técnicas são conhecimentos práticos do conjunto de métodos, oferecidos pelas


ferramentas tecnológicas comercializadas pelos fornecedores destas ferramentas. Já
os métodos são procedimentos ou formas escolhidas para realizar atividades de
análise e modelagem de processos.

Não há unanimidade quanto ao enquadramento em técnicas e métodos, e esta


classificação não traz prejuízos, tendo em vista que os termos “métodos” referem-se
a procedimentos e “técnicas”, a conjuntos de métodos.

Dentre as principais técnicas ou métodos, podemos citar, para o mapeamento do


processo:

IDEF 0 a 9- Definição integrada para modelagem de funções, consiste em descrever


graficamente o processo de transformação ou produção. São diagramas que
representam o comportamento dos clientes.

SIPOC: é uma ferramenta usada por uma equipe para identificar todos os elementos
pertinentes antes do trabalho começar; A sigla significa, na ordem: Fornecedores,
Inputs, Processo que está melhorando, Outputs e Clientes.

Blueprinting: representa um fluxograma de todas as transações integrantes do


processo de prestação de serviço

Fluxograma: técnica que permite o registro de ações de algum tipo e pontos de


tomada de decisão que ocorrem no fluxo real.

Diagrama homem-máquina: tem por objetivo o estudo da interrelação entre o


trabalho do homem e o da máquina, identificando os tempos ociosos e balanceando a
atividade do posto de trabalho

Swinlane - é considerado o mais apropriado para mapeamento de processos da


estrutura organizacional, conhecido também como modelo de Rummler e Brache, em
que os níveis ou setores organizacionais são postos em colunas de um diagrama,
representando os passos dos processos de uma determinada empresa, ou funções
departamentais.

Já como principais técnicas de análise e melhoria dos processos podemos citar:

Brainstorming - uma técnica que explora a criatividade dos participantes, a condução


de uma reunião de brainstorming gera um número amplo de ideias para solucionar
um problema, principal intenção superar inibições que impedem a plena geração de
ideias.

Grupo Focal (Focus Group) - é um meio para extrair ideias e atitudes acerca de um
determinado produto, serviço ou oportunidade em um ambiente de grupo interativo,
composto de indivíduos pré-qualificados. Esta é uma oportunidade para os indivíduos
compartilharem e suas próprias perspectivas e discuti-las em grupo, promovendo a
reavaliação dessas à luz das experiências dos demais. Além desses, deve estar
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 34

presente um moderador, responsável por gerenciar o trabalho administrativo prévio,


facilitar a sessão e produzir o relatório.

Entrevistas- é uma abordagem sistemática destinada a recolher informações a


respeito de uma pessoa ou de um grupo de pessoas em um ambiente formal ou
informal, conversando com um entrevistado, fazendo perguntas relevantes e
documentando as respostas. Quanto ao número de pessoas envolvidas, pode-se ter
uma entrevista “um pra um” (mais comum) e um pra vários (entrevista em grupo).

Cenários - a criação de cenários descrever como um ator interage com uma solução
(sistema/software) de forma a satisfazer um ou mais objetivos ou responder a um
evento. Assim, os cenários apontam uma série de atividades executadas pelos atores
ou pela solução para alcançar um objetivo.

Survey/Questionários - é uma técnica para elicitar informações de diversas pessoas –


algumas vezes de forma anônima – em um curto espaço de tempo. É possível obter
informações sobre clientes, produtos, processos, boas práticas e atitudes.

5W1H - análise do contexto de um processo. Sua aplicação é baseada em seis


perguntas básicas que tendem a identificar todos os elementos que influenciam na
existência de um processo: o que (what), quem (who), quando (when), onde (where),
por quê (why) e como (how).

Análise da Causa Raiz - essa técnica fornece um exame estruturado dos aspectos de
uma situação para que possam ser definidas as causas e os efeitos decorrentes do
problema. Um fator de sucesso na aplicação da “análise da causa raiz” é garantir que
o pensamento de negócios e de processos atual sejam contestados/provocados

Ferramentas de análise e modelagem de processos

Ferramentas são os softwares (tecnologia da informação) que servem de apoio da


gestão por processos disponíveis no mercado. As ferramentas podem ser classificadas
em:

• Modelagem (diagramação); Tais ferramentas permitem o mapeamento e a construção


de modelos, mas não disponibilizam meios de registrar informações de forma
estruturada.

• BPM Business Process Management (Gerenciamento de Processos de Negócios) – em todos


os seus níveis, com modelagem, documentação, análise, simulação e demais recursos
de gestão de processos.

As ferramentas de BPM oferecem suporte em:

• Modelagem dos processos de negócio;


• Detalhamento formal dos processos baseado em características essenciais
• Análise de processos;
• Simulações;
• Outros recursos adicionais.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 35

Algumas razões para uso de ferramentas BPM:

• Documentar e implementar processos de negócio;


• Proporcionar entendimento dos processos de negócios atuais;
• Facilitar a fusão entre processos;
• Agilizar a implementação de novos processos e aplicativos;
• Consolidar a execução simultânea de processos;
• Promover a automação da gestão de atividades humanas;
• Melhorar a gestão de cadeias de suprimentos(interface com outra organização);
• Otimizar processos através de sua modelagem;
• Analisar efeitos da gestão corporativa e legislação antes de implementar processos;
• Criar modelos para avaliação de efeitos potenciais em diferentes cenários;
• Garantir análises e processos de mudança confiáveis, simples, rápidos e de menor
custo;
• Constante avaliação e a implementação de ações de melhoria;
• Integração e colaboração;
• Atingir objetivos e metas estratégicas;

Modelos de análise e modelagem de processos:

Modelos são formas de representação da realidade (figuras, gráficos, desenhos, e


protótipos). Em processos, modelos são diagramas representativos do funcionamento
da organização como um todo, envolvendo diversos processos..

Os modelos gerados podem ser:

a) Organogramas - Forma tradicional de representação da estrutura organizacional,


demonstra a hierarquia existente entre os diferentes órgãos ou setores da
organização.

b) Script do processo - é a representação das atividades de um processo, o seu passo a


passo. Constitui o procedimento para realização de um processo, incluindo os
responsáveis e as ações que devem ser adotadas em cada etapa.

c) UML (Unified Modeling Language) - serve de instrumento para construção de


modelos; diagramas de suporte à documentação e visualização gráfica.

d) Mapa de Processos (diagramas diversos como SIPOC, diagrama de bloco, fluxograma


vertical, fluxograma funcional ou horizontal etc);

SIPOC: consiste em descrever os elementos dos processos, como: fornecedores,


entradas, saídas e os clientes do processo.

Diagrama de Bloco: representação gráfica da sequência lógica dos processos não


detalhados.

IDEF 0: utiliza 4 elementos, a saber: entradas (inputs), controles (controls), saídas


(outputs) e recursos (mechanisms).
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 36

Fluxograma - representação gráfica do processo, em que as etapas / módulos são


ilustrados de forma encadeada por meio de símbolos geométricos padronizados e
inter relacionados.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 37

Gestão por Projetos


Projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou
resultado exclusivo. É um empreendimento não repetitivo, caracterizado por uma
sequência clara e lógica de eventos, com início, meio e fim, que se destina a atingir
um objetivo claro e definido, sendo conduzido por pessoas dentro de parâmetros pré-
definidos de tempo, custo, recursos envolvidos e qualidade.

Características

• Empreendimento não repetitivo e não rotineiro (não são operações);


• Finitude: temporários, tem início, meio e fim (curto ou longo prazo), resultados
duradouros;
• Foco: abrangência e escopo definidos;
• Singular: produto, serviço único e exclusivo (a presença de elementos repetitivos
não muda a singularidade);
• Limites: parâmetros de custo, recursos, qualidade e tempo;
• Incerteza: por ser único e novo (planejar e controlar);
• Elaboração progressiva: com sequência clara e lógica de eventos, em etapas,
detalhado progressivamente;
• Interdisciplinar: envolve multiespecialidades;
• Realizado por pessoas; Os Projetos (resultados) permitem o alcance dos objetivos
estratégicos (plano estratégico).

Projetos versus Operações

• Semelhanças: Realizado por pessoas; Recursos limitados; Planejado, executado e


controlado.

• Diferenças: Operações são contínuas e repetidas; Projetos são temporários e


exclusivos;

Projetos atingem seus objetivos e terminam; operações adotam um novo conjunto de


objetivos e continuam.

Gerenciamento de Projetos

“Gerenciamento de projetos é a aplicação de conhecimentos, habilidades,


ferramentas e técnicas às atividades do projeto a fim de atender aos seus requisitos”
(PMBOK Guide).

O objetivo principal da gestão de projetos é “alcançar o controle adequado do projeto,


de modo a assegurar sua conclusão no prazo e orçamento determinado, obtendo a
qualidade estipulada” e inclui: identificar requisitos, objetivos claros e atingíveis,
balancear demandas e alinhar as expectativas dos interessados.

OBS - PMI - Project Management Institute é o ente que publica o “A Guide to the
Project Management Body of Knowledge (PMBOK Guide)”
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 38

O Guia PMBOK é um padrão reconhecido para a profissão de gerenciamento de


projetos descrevendo normas, métodos, processos e práticas estabelecidas. Contém o
conjunto de conhecimentos em gerenciamento de projetos que é amplamente
reconhecido como boa prática e aplicável à maioria dos projetos na maioria das
vezes.

Os projetos são constituídos de Portfólios, Programas, Projetos, Subprojetos.

Contexto de gerenciamento de projetos

• Portfólio: conjunto de programas ou projetos agrupados, não necessariamente


interdependentes ou relacionados.

• Programa: conjunto de projetos (um projeto pode ou não fazer parte de um


programa).

• Os subprojetos podem ser chamados de projetos e gerenciados como tal.


Determina as fases do projeto, caracterizada pela entrega de um subproduto;

Ciclo de vida do projeto:

• Avaliação é realizada no final de cada fase para identificar os pontos de melhoria. O


ciclo de vida do projeto é diferente do ciclo de vida do produto, pois um produto pode
ter muitos projetos associados a ele.

As fases podem ser:

sequenciais: só inicia depois que a anterior termina.

sobreposta: tem início antes do término da anterior;

iterativas: uma fase é planejada e as demais são planejadas à medida que o trabalho
avança.

O ciclo de vida do projeto define:

• o trabalho técnico que deve ser realizado em cada fase;


• Quando as entregas devem ser geradas em cada fase e como cada entrega é
revisada, verificada e validada;
• Quem está envolvido em cada fase;
• Como controlar e aprovar cada fase;

Fases do ciclo de vida do projeto

• Preparação ou Iniciação: identificação da demanda e a necessidade do projeto, com


a definição do objetivo e a elaboração de planos preliminares;
• Estruturação (Planejamento): detalhamento do que será realizado, com
cronogramas, interdependências entre atividades, recursos envolvidos, custos;
• Desenvolvimento e Implementação: as atividades previstas são efetivamente
executadas;
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 39

• Controle e monitoramento: pode ocorrer em paralelo com a fase de


desenvolvimento, na qual se corrige os desvios;
• Finalização ou encerramento: o produto final é entregue e aceito e a estrutura é
desmobilizada.

Características do ciclo de vida

• Os níveis de custo e de pessoal são baixos no início, máximos na execução e caem


rapidamente conforme o projeto é finalizado;
• A influência das partes interessadas, os riscos e as incertezas são maiores no início
e caem ao longo da vida do projeto;
• Os custos das mudanças e correções de erros aumentam conforme o projeto se
aproxima do término. O impacto sobre os custos da mudança é menor no início.

Tipo de estrutura: Escritório de Projeto - unidade central que coordena, apoia e


gerencia os projetos, podendo executá-los diretamente.

Stakeholders - São partes interessadas, pessoas cujo interesse pode afetar de forma
positiva ou negativa o projeto; podem ser divididos em: primários e secundários.

Primários: possuem obrigação contratual ou legal com o projeto. Ex: gerentes


funcionais, diretores, gerente de projeto, equipe, clientes, empregados, credores,
acionistas.

Secundários: não têm nenhuma relação formal com o projeto, mas podem exercer
poder, como ações legais, pressões políticas e sociais, apoio da mídia. Ex:
Organizações sociais, políticas, ambientalistas, concorrentes, comunidade local,
mídia, escolas, hospitais.

Áreas do conhecimento do Gerenciamento de Projetos: Integração, Escopo, Tempo,


Custo, Qualidade, Recursos Humanos, Comunicações, Riscos, Aquisição, Partes
interessadas.

Grupos de Processos:

O PMBOK define que existem cinco grupos de processos de gerência de projetos que
descrevem a natureza dos processos. Os grupos de processos não são fases do
projeto.

• Iniciação: definir o projeto ou uma nova fase do projeto através da obtenção de


autorização;
• Planejamento: definir escopo, refinar objetivos, desenvolver curso de ação para
alcançar objetivos;
• Execução: executar o trabalho definido no plano de gerenciamento do projeto
conforme especificações;
• Monitoramento e controle: verificar o progresso e o desempenho, áreas de mudança
no plano e iniciar mudanças;
• Encerramento: para finalizar todas as atividades, para encerrar o projeto.

Esses 5 grupos de processos abrangem as 10 áreas de conhecimento. A partir desta


combinação de grupos de processos com áreas de conhecimento, o Guia PMBOK® 5ª
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 40

edição apresenta 47 processos que são sugeridos como necessários e aplicáveis para
se gerenciar um projeto, desde o seu início até a sua entrega.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 41

Gestão de Contratos
Ressalvados os casos de contratação direta por dispensa ou inexigibilidade de
licitação, todos os contratos administrativos públicos celebrados com terceiros devem
ser precedidos do processe de licitação pública, regulamentado, principalmente, pela
Lei nº8.666/1993.

A gestão de contratos depende do procedimento licitatório, que tem por fim


selecionar a proposta mais vantajosa para a administração e que melhor atende o
interesse público, assegurando que todos os interessados possam participar do
certame e pautado no princípio constitucional da isonomia, e demais princípios
relacionados a licitação.

Segundo o autor Celso Antonio Bandeira de Mello: “ao contrário dos particulares, que
dispõem de ampla liberdade quando pretendem adquirir, alienar, locar bem,
contratar a execução de obras ou serviços, o poder público, para fazê-lo, necessita
adotar um procedimento preliminar rigorosamente determinado e preestabelecido na
conformidade da lei. Tal procedimento denomina-se licitação.”

Os vencedores desse procedimento licitatório, que firmarão contrato com a


Administração deverão demonstrar que possuem as condições necessárias para o
cumprimento do contrato, ou seja, capacidade técnica e econômico-financeira, além
de atender requisitos de qualidade previamente estabelecidos.

Segundo a Lei de Licitações, o contrato é obrigatório nos casos de: concorrência;


tomada de preços; dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos
nos limites da concorrência e da tomada de preços; e ainda, nas aquisições que
impliquem garantias/obrigações futuras por parte da contratada. Nos demais casos o
contrato é facultativo: quando for o caso de convite; aquisições cuja entrega seja
integral/imediata e não gere obrigações futuras; e ainda, quando puder ser
substituído por carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra
ou ordem de execução de serviço.

Atenção! Este conteúdo trata dos contratos administrativos regidos pela Lei nº
8.666/1993. Para contratos de concessão deve ser lida a Lei nº 8.987/1995 e para
contratos de parcerias público-privadas deve ser lida a Lei nº 11.079/2004 que estão
ao final deste tópico.

Contrato administrativo é uma espécie do gênero contratos, segundo a lei de


licitações , contrato é todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da
Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a
formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a
denominação utilizada. Se o contrato é caracterizado pelo acordo de vontades, se não
houver a livre manifestação de vontade de uma das partes, não existirá o contrato
administrativo , caso em que será um ato administrativo.

A doutrina diferencia o contrato administrativo de contrato da administração:


APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 42

Contrato administrativo → típico, celebrado pelo poder público, com supremacia,


regido predominantemente por normas de direito público, caracterizando uma relação
de verticalidade;

Contrato da administração → atípico, celebrado pela administração pública, sem


supremacia, regido predominantemente por normas de direito privado, caracterizando
uma relação horizontal.

A Lei de licitações traz, implicitamente, a forma que a administração pública deve


gerir tais contratos, ou seja, um eficiente sistema de gestão de contratos, que
compreende o gerenciamento, o acompanhamento e a fiscalização de sua execução,
e o recebimento do objeto contratado.

Para o autor Jorge Jacoby Fernandes a gestão de contratos “é o conjunto de atos e


procedimentos voltados ao acompanhamento e fiscalização dos contratos administrativos, com vistas ao
seu integral cumprimento e atendimento das necessidades do Órgão”. A gestão de contratos, para o
autor Augustinho Vicente Paulo, compreende: o gerenciamento, o acompanhamento e
fiscalização, e o recebimento do objeto contratado.

Gerenciamento - Área ou funcionário responsável pelas atribuições em geral


relacionadas aos contratos, como: controlar os prazos de vigência, aditamentos,
reequilíbrio econômico-financeiro, atualidade dos documentos do contratado,
pagamentos efetuados pelo ente e demais questões inerentes ao contrato. A essa
direção compete a atividade de gerir os contratos da organização/instituição. Um bom
sistema de gerenciamento é capaz de evitar dano, proporcionar a correção de erros e
garantir a continuidade dos serviços.

Acompanhamento e Fiscalização do contrato - Consistem na verificação da conformidade da


prestação dos serviços e da alocação dos recursos necessários, de forma a assegurar
o perfeito cumprimento do contrato. Acompanhar o contrato significa estar presente
durante sua execução, já fiscalizar o contrato significa verificar se os requisitos
contratados estão sendo obedecidos em sua execução.

Segundo a Lei de Licitações a execução do contrato deverá ser acompanhada e


fiscalizada por um representante da Administração especialmente designado,
permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações
pertinentes a essa atribuição. Assim, a fiscalização da execução dos contratos não se
insere na discricionariedade administrativa, mas consiste numa obrigação, um dever
da administração, que poderá se valer de prerrogativas de império e de atos de força
pública para assegurar a correta execução do objeto contratado.

O funcionário ou comissão designada para fiscalização deverão ter conduta ativa,


realizando vistorias e diligências necessárias, necessitando de conhecimento da
legislação pertinente e do respectivo edital, e em casos necessários poderá contratar
um terceiro para subsidiá-lo de informações ou assisti-lo na fiscalização. Observe-se
que a fiscalização realizada pela administração contratante não exclui nem atenua a
responsabilidade do contratado.

Fiscal de contrato - profissional ou equipe de fiscalização com conhecimento e


experiência suficientes
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 43

para a fiscalização e acompanhamento do objeto contratado, desde o início até o final


do contrato. A contratada pela administração deve designar um preposto para
representá-la perante a adminstração, que será o elo entre as partes contratantes.
Muitas das responsabilidades do fiscal são citadas e impostas pela lei de Licitações e
Contratos, cuja omissão configura infração disciplinar.

O gestor do contrato é o servidor vinculado ao ente público, e o fiscal pode tanto ser o
próprio gestor como o assistente contratado para subsidiar ou assistir o gestor do
Contrato. O gestor é mais que um simples fiscal: nesse caso, o gestor administra o
contrato e o fiscal é o que tem conhecimento técnico e fiscaliza sua execução.

Recebimento do objeto do contrato → constitui a etapa final da execução, pode ser


provisória (dispensada em alguns casos) ou definitiva, o processo administrativo
prosseguirá para o pagamento e verificação posterior pelos respectivos órgão de
controle.

O recebimento provisório constata somente a entrega do objeto, que será, então,


submetido a testes e verificação. Se estiver em desacordo com o contratado pode a
administração rejeitá-lo, parcial ou totalmente, se estiver tudo certo será lavrado o
termo definitivo de recebimento. O recebimento definitivo deve ser dado pelo fiscal
(servidor ou comissão no caso de valores mais significativos de contratações). O
recebimento definitivo atesta que o que foi entregue está em conformidade com o
que foi contratado.

Atenção! O recebimento provisório ou definitivo não exclui do contratado a


responsabilidade civil pela solidez e segurança da obra ou do serviço, nem ético-
profissional pela perfeita execução do contrato.

Características dos Contratos Administrativos

Prerrogativas da Administração → Os contratos administrativos são regidos pelas suas


cláusulas e por normas de direito público, e subsidiariamente pela teoria geral dos
contratos e disposições do direito privado. As normas de Direito Público apresentam
peculiaridades como as “cláusulas exorbitantes” que conferem à Administração
Pública prerrogativas de superioridade, decorrentes da relação de verticalidade,
baseada na supremacia do interesse público sobre o privado.

Cláusulas Exorbitantes são aquelas que constituem as cláusulas de direito público que
colocam a administração em posição de verticalidade perante o particular,
fundamentam-se no princípio da supremacia do interesse público sobre o privado.
Além das cláusulas exorbitantes previstas no art. 58, existem outras cláusulas
exorbitantes ao longo da Lei de Licitações. As principais pela doutrina são as
seguintes: restrição à oposição da exceção do contrato não cumprido (art. 78, XV);
exigência de garantia (art. 56) e exigência de medidas de compensação (art. 3o, §
11).

Formalização → Os contratos e os respectivos aditamentos serão mantidos em ordem


cronológica; as minutas devem ser aprovadas pela respectiva assessoria jurídica da
administração; devem constar as cláusulas necessárias; exigida a respectiva
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 44

publicação na imprensa oficial (contrato e aditamentos); objeto de todo contrato


administrativo estará sempre atrelado a uma finalidade pública; Os contratos
administrativos são formais, onerosos, cumulativos, comutativos, mutáveis, intuitu
personae (personalíssimo), precedidos de licitação (dispensada ou inexigível), contratos
de adesão (mesmo sendo consensuais), finalidade pública e contém cláusulas
exorbitantes.

Cláusulas Necessárias → estão previstas no art. 55; são elas: objeto e características;
regime de execução ou forma de fornecimento e preço, condições de pagamento,
critérios do reajustamento e de atualização monetária entre a data do adimplemento
das obrigações e a do efetivo pagamento; os prazos de início de etapas de execução,
de conclusão, de entrega, de observação e de recebimento definitivo; crédito pelo
qual correrá a despesa; garantias oferecidas, quando exigidas; direitos e
responsabilidades das partes, penalidades cabíveis e valores das multas; casos de
rescisão; reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão
administrativa; condições de importação e taxa de câmbio, quando for o caso;
vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao
convite e à proposta do licitante vencedor; legislação aplicável à execução do
contrato e especialmente aos casos omissos; obrigação do contratado de manter,
durante toda a execução do contrato, todas as condições de habilitação e qualificação
exigidas na licitação; foro da sede da administração, quando for o caso.

Contratos especiais “contratos da administração” → São aqueles em que se aplicam-


se as regras gerais de direito público – somente no que couber – quando se tratar de
contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder Público seja
locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, predominantemente, por norma de
direito privado; e ainda, quando a Administração for parte como usuária de serviço
público.

Garantias Contratuais → Poderá (ato discricionário) ser exigida garantia, cabendo ao


contratado escolher dentre as modalidades possíveis qual vai prestar. A finalidade é
assegurar a plena execução do contrato; ressarcir prejuízos causados pelo contratado;
ou garantir o pagamento de multa aplicada ao contratado. São modalidades: caução,
fiança bancária e seguro-garantia. A garantia, em regra não deve exceder 5% do valor
do contrato (exceto: até 10% do valor do contrato no caso de obras, serviços e
fornecimentos de grande vulto, alta complexidade técnica e riscos financeiros
consideráveis, mediante parecer aprovado pela autoridade competente). Após a
execução integral do contrato é que poderá ser liberada ou restituída à garantia
prestada, atualizada monetariamente se feita em dinheiro.

Vigência → via de regra, os prazos contratuais estão restritos a vigência dos


respectivos créditos orçamentários que garantem a despesa, porém a própria lei de
licitações prevê vigência especial em alguns casos. A lei de licitações veda
expressamente o contrato com prazo de vigência indeterminado.

Prorrogações → é permitida mediante aditamento; As alterações de prazos podem ser


para ampliação ou redução dos prazos (redução pode ser feita desde que com
anuência do contratado). Não existe prorrogação tácita, pois devem ser justificadas
por escrito, submetidas à assessoria jurídica do ente público e autorizadas pela
autoridade competente para celebrar o contrato.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 45

Alterações → são medidas de exceção e feitas mediante termo aditivo; As alterações


não podem descaracterizar o objeto contratado; As alterações podem ser na
quantidade ou na qualidade. As quantitativas admitem apenas alteração da
quantidade contratada, já as qualitativas podem alterar características e atributos do
objeto, desde que não o descaracterizem. Pode haver alteração unilateralmente pela
Administração, nos casos e limites em que o contratado é obrigado a aceitar,
devidamente previstas na Lei de Licitações e contratos, ou alteração consensual entre
as partes.

Subcontratação → Caracteriza-se quando uma parte ou o todo contratado é executado


por um terceiro que não o inicialmente contratado. Via de regra a execução do
contrato não admite subcontratação, salvo hipóteses expressamente previstas no
edital e no contrato. E somente é permitida se for autorizada pela administração. A
subcontratação não se aplica quando tratar-se de prestação de serviços técnicos
especializados, para os quais o licitante apresentou relação de integrantes de seu
corpo técnico, ainda que seja a licitação dispensada ou na inexigível.

Reajuste → se relaciona diretamente com a inflação ou com a perda normal do poder


aquisitivo da moeda, obedecido o período de 12 meses como prazo mínimo para a
concessão de reajuste contado da apresentação da proposta. O reajuste tem prazo
previsto no edital e no contrato e aplica-se a todos os contratos.

Repactuação → está fundamentada na elevação de custos do mercado e somente é


aplicável aos contratos de prestação de serviços executados de forma contínua.

Atenção! Reajuste e repactuação não podem ser aplicados simultaneamente no


mesmo contrato, são excludentes.

Revisão/Reequilíbrio → decorrente de alteração unilateral da administração; situações


excepcionais que elevaram os custos do contratado, e a documentação que comprova
ter ocorrido evento imprevisível que gerou desequilíbrio entre os custos iniciais e os
custos atuais.

Penalidades → O contratado tem a obrigação de manter todas as condições de


habilitação e qualificação exigidas na licitação, dispensa ou inexigibilidade. A
penalidade tem por finalidade coibir a prática de atos ou condutas em desacordo com
o contratado. Pela inexecução total ou parcial do contrato poderão ser aplicadas as
seguintes sanções (podem ser acumuladas e assegurado o direito de defesa):
advertência, multa (prevista no contrato ou instrumento convocatório), suspensão
temporária de participar de licitação (máximo 2 anos) e declaração de inidoneidade
para licitar ou contratar com a Administração Pública enquanto perdurarem os
motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação.

Extinção → pode ocorrer pela conclusão de seu objeto; rescisão unilateral; rescisão
bilateral; rescisão judicial, ou mediante anulação. A conclusão do objeto ou o fim do
período de contratação é a forma natural de extinção dos contratos administrativos.
Rescisão Unilateral somente a administração pode fazer, mas deve estar
fundamentada/motivada, e assegurada a defesa prévia do contratado, decorre do
descumprimento de obrigações contratuais ou de caso fortuito ou força maior.
Rescisão Bilateral é a amigável, consensual, ocorre mediante acordo entre as partes.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 46

Rescisão Judicial ocorre mediante ajuizamento de ação pelo particular contratado,


fundamentada no descumprimento de obrigações contratuais pela administração
pública contratante. A anulação implica desconstituição do contrato e a supressão de
seus efeitos, formalizada por processo administrativo e com efeitos retroativos, porém
a nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o contratado pelo que
ele houver executado até a data em que ela for declarada e por prejuízos
regularmente comprovados.

LEGISLAÇÃO CORRELATA

LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHODE 1993 - DOS CONTRATOS

Seção I

Disposições Preliminares
Art.54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se pelas suas
cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes, supletivamente, os
princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado.

§1oOs contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições para sua
execução, expressas em cláusulas que definam os direitos, obrigações e
responsabilidades das partes, em conformidade com os termos da licitação e da
proposta a que se vinculam.

§2oOs contratos decorrentes de dispensa ou de inexigibilidade de licitação devem


atender aos termos do ato que os autorizou e da respectiva proposta.
Art.55.São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:
I-o objeto e seus elementos característicos;
II-o regime de execução ou a forma de fornecimento;
III-o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do
reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a data do
adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento;
IV-os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de
observação e de recebimento definitivo, conforme o caso;
V-o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional
programática e da categoria econômica;
VI-as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas;
VII-os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores
das multas;
VIII-os casos de rescisão;
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 47

IX-o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão


administrativa prevista no art. 77 desta Lei;
X-as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for
o caso;
XI-a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao
convite e à proposta do licitante vencedor;
XII-a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos omissos;
XIII-a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em
compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condições de
habilitação e qualificação exigidas na licitação.
§ 1º (Vetado).

§2oNos contratos celebrados pela Administração Pública com pessoas físicas ou


jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no estrangeiro, deverá constar
necessariamente cláusula que declare competente o foro da sede da Administração
para dirimir qualquer questão contratual, salvo o disposto no §6odo art. 32 desta Lei.

§3oNo ato da liquidação da despesa, os serviços de contabilidade comunicarão, aos


órgãos incumbidos da arrecadação e fiscalização de tributos da União, Estado ou
Município, as características e os valores pagos, segundo o disposto no art. 63 da Lei
no4.320, de 17 de março de 1964.
Art.56.A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que prevista no
instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de garantia nas contratações
de obras, serviços e compras.

Atenção! A exigência de garantia de proposta é ato discricionário, mas se exigida a


garantia, caberá ao contratado escolher dentre uma das modalidades previstas no §
1º abaixo.

§1oCaberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de garantia:


I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes ter sido
emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema centralizado de
liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e avaliados pelos
seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério da Fazenda;
II-seguro-garantia;
III-fiança bancária.

§2oA garantia a que se refere o caput deste artigo não excederá a cinco por cento do
valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas condições daquele,
ressalvado o previsto no parágrafo3odeste artigo.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 48

§3oPara obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo alta


complexidade técnica e riscos financeiros consideráveis, demonstrados através de
parecer tecnicamente aprovado pela autoridade competente, o limite de garantia
previsto no parágrafo anterior poderá ser elevado para até dez por cento do valor do
contrato.

§4oA garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após a execução
do contrato e, quando em dinheiro, atualizada monetariamente.

§5oNos casos de contratos que importem na entrega de bens pela Administração, dos
quais o contratado ficará depositário, ao valor da garantia deverá ser acrescido o
valor desses bens.
Art.57.A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência dos
respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos:
I-aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano
Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse da Administração e
desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório;
II-à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ter a
sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de
preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses;
III - (Vetado).
IV-ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática, podendo a
duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito)meses após o início da
vigência do contrato.
V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24, cujos contratos
poderão ter vigência por até 120 (cento e vinte) meses, caso haja interesse da
administração.

Atenção! Art. 24. [...] IX - quando houver possibilidade de comprometimento da


segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República,
ouvido o Conselho de Defesa Nacional; XIX - para as compras de material de uso
pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo,
quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de
apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão
instituída por decreto; XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou
prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e
defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela
autoridade máxima do órgão. XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do
disposto nos arts. 3o, 4o, 5o e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004,
observados os princípios gerais de contratação dela constantes (contratação de
instituições e atividades com o fim de incentivar a pesquisa, o desenvolvimento e a
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 49

inovação tecnológica).

§1oOs prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega admitem


prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e assegurada a manutenção
de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes
motivos, devidamente autuados em processo:
I-alteração do projeto ou especificações, pela Administração;
II-superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das partes,
que altere fundamentalmente as condições de execução do contrato;
III-interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho por ordem
e no interesse da Administração;
IV-aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites permitidos
por esta Lei;
V-impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro reconhecido pela
Administração em documento contemporâneo à sua ocorrência;
VI-omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive quanto aos
pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na
execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis.

§2oToda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e previamente


autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato.

§3oÉ vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado.

§4oEm caráter excepcional, devidamente justificado e mediante autorização da


autoridade superior, o prazo de que trata o inciso II do caput deste artigo poderá ser
prorrogado por até doze meses.
Art.58.O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à
Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
I-modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse
público, respeitados os direitos do contratado;
II-rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta
Lei;
III-fiscalizar-lhes a execução;
IV-aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;
V-nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis,
pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de
acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na
hipótese de rescisão do contrato administrativo.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 50

§1oAs cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos


não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado.

§2oNa hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras do


contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual.
Art.59.A declaração de nulidade do contrato administrativo opera retroativamente
impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria produzir, além de
desconstituir os já produzidos.
Parágrafoúnico.A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o
contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada e por
outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável,
promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.

Atenção! No caso de anulação a administração deve indenizar o contratado pelo que


ele já houver executado (princípio da vedação ao enriquecimento sem causa) e
também por prejuízos regularmente comprovados (danos emergentes), mas a Lei de
Licitações não prevê indenização por lucros cessantes. A anulação poderá decorrer
de ilegalidade do contrato ou da licitação. Anulação é o desfazimento do contrato por
ilegalidade na sua formação ou na licitação; já a rescisão é o desfazimento de
contrato válido por razões diferentes da ilegalidade, como razões de interesse
público, inadimplemento contratual ou eventos estranhos à vontade das partes.
Seção II

Da Formalização dos Contratos


Art.60.Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições interessadas,
as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do
seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por
instrumento lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se cópia no processo que
lhe deu origem.
Parágrafoúnico.É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração,
salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de
valor não superior a 5% (cinco por cento)do limite estabelecido no art. 23, inciso II,
alínea "a" desta Lei, feitas em regime de adiantamento.

Atenção! Art. 23, II, "a" – Estabelece o limite da modalidade convite para compras e
demais serviços, assim o valor limite para os contratos verbais será de 5% de 176 mil
(considerando o Decreto 9.412/2018) será de R$ 8.800,00.
Art.61.Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus
representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do
processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes
às normas desta Lei e às cláusulas contratuais.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 51

Parágrafoúnico.A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus


aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será
providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua
assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu
valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei.

Atenção! A publicação não é requisito de validade, mas de eficácia, ou seja, é


pressuposto da produção dos efeitos jurídicos do ato.
Art.62.O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e de
tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam
compreendidos nos limites destas duas modalidades de licitação, e facultativo nos
demais em que a Administração puder substituí-lo por outros instrumentos hábeis,
tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou
ordem de execução de serviço.

§1oA minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato convocatório da


licitação.

§2oEm "carta contrato", "nota de empenho de despesa", "autorização de compra",


"ordem de execução de serviço" ou outros instrumentos hábeis aplica-se, no que
couber, o disposto no art. 55 desta Lei.

§3oAplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas gerais, no


que couber:
I-aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder Público seja
locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, predominantemente, por norma de
direito privado;
II-aos contratos em que a Administração for parte como usuária de serviço público.

§4oÉ dispensável o "termo de contrato" e facultada a substituição prevista neste


artigo, a critério da Administração e independentemente de seu valor, nos casos de
compra com entrega imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem
obrigações futuras, inclusive assistência técnica.
Art.63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento dos termos do contrato e do
respectivo processo licitatório e, a qualquer interessado, a obtenção de cópia
autenticada, mediante o pagamento dos emolumentos devidos.
Art.64.A Administração convocará regularmente o interessado para assinar o termo
de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e condições
estabelecidos, sob pena de decair o direito à contratação, sem prejuízo das sanções
previstas no art. 81 desta Lei.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 52

§1oO prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual período, quando
solicitado pela parte durante o seu transcurso e desde que ocorra motivo justificado
aceito pela Administração.

§2oÉ facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo de contrato


ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e condições
estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para
fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro classificado,
inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade com o ato convocatório, ou
revogar a licitação independentemente da cominação prevista no art. 81 desta Lei.
§3oDecorridos 60 (sessenta)dias da data da entrega das propostas, sem convocação
para a contratação, ficam os licitantes liberados dos compromissos assumidos.

Atenção! Se o licitante for convocado no prazo previsto no edital será “obrigado” a


assinar o contrato, ou sofrerá as sanções previstas em lei, já no caso de convocação
fora do prazo não há penalidades caso não assine o contrato. A licitação na
modalidade pregão (Lei 10.520/2002) admite fixação de prazo de validade da
proposta em instrumento convocatório, via de regra, ou no silêncio, o prazo de
validade das propostas será de 60 dias.

Seção III

Da Alteração dos Contratos


Art.65.Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas
justificativas, nos seguintes casos:
I-unilateralmente pela Administração:
a)quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor
adequação técnica aos seus objetivos;
b)quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo
ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei;
II-por acordo das partes:
a)quando conveniente a substituição da garantia de execução;
b)quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, bem
como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica da inaplicabilidade
dos termos contratuais originários;
c)quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de
circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada a
antecipação do pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado, sem a
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 53

correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou


serviço;
d)para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos
do contratado e a retribuição da administração para a justa remuneração da obra,
serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-
financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou
previsíveis porém de conseqüências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da
execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do
príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual.

§1oO contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os


acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25%
(vinte e cinco por cento)do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular
de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por
cento)para os seus acréscimos.

§2oNenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabelecidos no


parágrafo anterior, salvo:
I - (VETADO)
II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes.

Atenção! As alterações unilaterais podem ser: qualitativas - modificação do projeto ou


das especificações, ou quantitativas - modificação do valor contratual. As situações
que ensejam a revisão decorrem da chamada teoria da imprevisão, e se subdividem
em quatro casos: (i) caso fortuito ou força maior; (ii) fato do príncipe; (iii) fato da
Administração; e interferências imprevistas.
Teoria da Imprevisão:
Interferência Imprevisíveis → Ocorrências preexistentes que foram descobertas
durante a execução do contrato que oneram, mas não impedem a execução do
contrato.
Fato da Administração → Ações ou omissões do Estado que afetam específica e
diretamente a execução do contrato.
Fato do Príncipe → Atos do Estado que oneram o contrato de forma indireta ou
reflexa;
Caso Fortuito ou Força Maior → eventos da natureza ou atos de terceiros, de caráter
extraordinário, imprevisível e inevitável, que oneram ou impedem a execução do
contrato.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 54

§3oSe no contrato não houverem sido contemplados preços unitários para obras ou
serviços, esses serão fixados mediante acordo entre as partes, respeitados os limites
estabelecidos no §1odeste artigo.

§4oNo caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado já houver


adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela
Administração pelos custos de aquisição regularmente comprovados e
monetariamente corrigidos, podendo caber indenização por outros danos
eventualmente decorrentes da supressão, desde que regularmente comprovados.

§5oQuaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos, bem como a


superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a data da apresentação
da proposta, de comprovada repercussão nos preços contratados, implicarão a
revisão destes para mais ou para menos, conforme o caso.

§6oEm havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos do


contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio
econômico-financeiro inicial.

§7o(VETADO)

§8oA variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços previsto no
próprio contrato, as atualizações, compensações ou penalizações financeiras
decorrentes das condições de pagamento nele previstas, bem como o empenho de
dotações orçamentárias suplementares até o limite do seu valor corrigido, não
caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por simples apostila,
dispensando a celebração de aditamento.
Seção IV

Da Execução dos Contratos


Art.66.O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de acordo com as
cláusulas avençadas e as normas desta Lei, respondendo cada uma pelas
conseqüências de sua inexecução total ou parcial.

Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do § 2oe no inciso II do § 5odo art.


3odesta Lei deverão cumprir, durante todo o período de execução do contrato, a
reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da
Previdência Social, bem como as regras de acessibilidade previstas na legislação.
Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o cumprimento dos requisitos de
acessibilidade nos serviços e nos ambientes de trabalho.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 55

Art.67.A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um


representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação de
terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.

§1oO representante da Administração anotará em registro próprio todas as


ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for
necessário à regularização das faltas ou defeitos observados.

§2oAs decisões e providências que ultrapassarem a competência do representante


deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil para a adoção das medidas
convenientes.
Art.68.O contratado deverá manter preposto, aceito pela Administração, no local da
obra ou serviço, para representá-lo na execução do contrato.
Art.69.O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir,
às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que se verificarem
vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou de materiais empregados.
Art.70.O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à Administração
ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato, não
excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento
pelo órgão interessado.
Art.71.O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais
e comerciais resultantes da execução do contrato.

§1oA inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e


comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu
pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o
uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis.

§2oA Administração Pública responde solidariamente com o contratado pelos


encargos previdenciários resultantes da execução do contrato, nos termos doart. 31
da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.
§ 3º (Vetado).
Art.72.O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das responsabilidades
contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento, até
o limite admitido, em cada caso, pela Administração.

Atenção! Os contratos administrativos são, em regra, intuitu personae


(personalíssimos), logo devem ser prestados pelo próprio contratado. A
subcontratação é a exceção e depende de previsão no edital e no contrato (art. 78,
VI), de aprovação pela administração e só é admitida de forma parcial.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 56

Art.73.Executado o contrato, o seu objeto será recebido:


I-em se tratando de obras e serviços:
a)provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização,
mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes em até 15 (quinze)dias da
comunicação escrita do contratado;
b)definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade competente,
mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o decurso do prazo de
observação, ou vistoria que comprove a adequação do objeto aos termos contratuais,
observado o disposto no art. 69 desta Lei;
II-em se tratando de compras ou de locação de equipamentos:
a)provisoriamente, para efeito de posterior verificação da conformidade do material
com a especificação;
b)definitivamente, após a verificação da qualidade e quantidade do material e
conseqüente aceitação.

§1oNos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, o recebimento far-se-á


mediante termo circunstanciado e, nos demais, mediante recibo.

§2oO recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade civil pela


solidez e segurança da obra ou do serviço, nem ético-profissional pela perfeita
execução do contrato, dentro dos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato.

§3oO prazo a que se refere a alínea "b" do inciso I deste artigo não poderá ser
superior a 90 (noventa)dias, salvo em casos excepcionais, devidamente justificados e
previstos no edital.

§4oNa hipótese de o termo circunstanciado ou a verificação a que se refere este


artigo não serem, respectivamente, lavrado ou procedida dentro dos prazos fixados,
reputar-se-ão como realizados, desde que comunicados à Administração nos 15
(quinze)dias anteriores à exaustão dos mesmos.
Art.74.Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos seguintes casos:
I-gêneros perecíveis e alimentação preparada;
II-serviços profissionais;
III-obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso II, alínea "a", desta Lei,
desde que não se componham de aparelhos, equipamentos e instalações sujeitos à
verificação de funcionamento e produtividade.
Parágrafoúnico.Nos casos deste artigo, o recebimento será feito mediante recibo.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 57

Art.75.Salvo disposições em contrário constantes do edital, do convite ou de ato


normativo, os ensaios, testes e demais provas exigidos por normas técnicas oficiais
para a boa execução do objeto do contrato correm por conta do contratado.
Art.76.A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviço ou fornecimento
executado em desacordo com o contrato.
Seção V

Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos


Art.77.A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua rescisão, com as
conseqüências contratuais e as previstas em lei ou regulamento.
Art.78.Constituem motivo para rescisão do contrato:
I-o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou prazos;
II-o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, projetos e prazos;
III-a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a comprovar a
impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento, nos prazos
estipulados;
IV-o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento;
V-a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa e prévia
comunicação à Administração;
VI-a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do contratado com
outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou
incorporação, não admitidas no edital e no contrato;
VII-o desatendimento das determinações regulares da autoridade designada para
acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as de seus superiores;

VIII-o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na forma do §1odo


art. 67 desta Lei;
IX-a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;
X-a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;
XI-a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa, que
prejudique a execução do contrato;
XII-razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, justificadas
e determinadas pela máxima autoridade da esfera administrativa a que está
subordinado o contratante e exaradas no processo administrativo a que se refere o
contrato;
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 58

XIII-a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou compras,


acarretando modificação do valor inicial do contrato além do limite permitido no
§1odo art. 65 desta Lei;

Atenção! Art. 65 [...] § 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições
contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou
compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e,
no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50%
(cinqüenta por cento) para os seus acréscimos.
XIV-a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração, por prazo
superior a 120 (cento e vinte)dias, salvo em caso de calamidade pública, grave
perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por repetidas suspensões que
totalizem o mesmo prazo, independentemente do pagamento obrigatório de
indenizações pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e
mobilizações e outras previstas, assegurado ao contratado, nesses casos, o direito de
optar pela suspensão do cumprimento das obrigações assumidas até que seja
normalizada a situação;
XV-o atraso superior a 90 (noventa)dias dos pagamentos devidos pela Administração
decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou
executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem
interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do
cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação;

Atenção! Trata-se de Cláusula exorbitante; A situação é conhecida pela doutrina como


“inoponibilidade” ou “restrição” à oposição da exceção do contrato não cumprido.
XVI-a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto para
execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem como das
fontes de materiais naturais especificadas no projeto;
XVII-a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente comprovada,
impeditiva da execução do contrato.
XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, sem prejuízo das sanções
penais cabíveis.
Parágrafoúnico.Os casos de rescisão contratual serão formalmente motivados nos
autos do processo, assegurado o contraditório e a ampla defesa.
Art.79.A rescisão do contrato poderá ser:
I-determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos enumerados
nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior;
II-amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo da licitação,
desde que haja conveniência para a Administração;
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 59

III-judicial, nos termos da legislação;


IV - (Vetado).

§1oA rescisão administrativa ou amigável deverá ser precedida de autorização escrita


e fundamentada da autoridade competente.

§2oQuando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII do artigo anterior, sem
que haja culpa do contratado, será este ressarcido dos prejuízos regularmente
comprovados que houver sofrido, tendo ainda direito a:
I-devolução de garantia;
II-pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão;
III-pagamento do custo da desmobilização.
§ 3º(Vetado).
§ 4º(Vetado).

§5oOcorrendo impedimento, paralisação ou sustação do contrato, o cronograma de


execução será prorrogado automaticamente por igual tempo.
Art.80.A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior acarreta as seguintes
conseqüências, sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei:
I-assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se encontrar, por
ato próprio da Administração;
II-ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e pessoal
empregados na execução do contrato, necessários à sua continuidade, na forma do
inciso V do art. 58 desta Lei;
III-execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administração, e dos
valores das multas e indenizações a ela devidos;
IV-retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos causados à
Administração.

§1oA aplicação das medidas previstas nos incisos I e II deste artigo fica a critério da
Administração, que poderá dar continuidade à obra ou ao serviço por execução direta
ou indireta.

§2oÉ permitido à Administração, no caso de concordata do contratado, manter o


contrato, podendo assumir o controle de determinadas atividades de serviços
essenciais.

§3oNa hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá ser precedido de autorização
expressa do Ministro de Estado competente, ou Secretário Estadual ou Municipal,
conforme o caso.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 60

§4oA rescisão de que trata o inciso IV do artigo anterior permite à Administração, a


seu critério, aplicar a medida prevista no inciso I deste artigo.

Lei nº 11.079/2004 - Institui normas gerais para licitação e contratação de parceria público-
privada no âmbito da administração pública.

Capítulo I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1oEsta Lei institui normas gerais para licitação e contratação de parceria público-
privada no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.
Parágrafo único. Esta Lei aplica-se aos órgãos da administração pública direta dos
Poderes Executivo e Legislativo, aos fundos especiais, às autarquias, às fundações
públicas, às empresas públicas, às sociedades de economia mista e às demais
entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e
Municípios.(Redação dada pela Lei nº 13.137, de 2015)

Art. 2oParceria público-privada é o contrato administrativo de concessão, na


modalidade patrocinada ou administrativa.

§ 1oConcessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas


de que trata a Lei no8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando envolver,
adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários contraprestação pecuniária do parceiro
público ao parceiro privado.

§ 2oConcessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de que a


Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução
de obra ou fornecimento e instalação de bens.

§ 3oNão constitui parceria público-privada a concessão comum, assim entendida a


concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei no8.987, de 13
de fevereiro de 1995, quando não envolver contraprestação pecuniária do parceiro
público ao parceiro privado.

§ 4oÉ vedada a celebração de contrato de parceria público-privada:


I - cujo valor do contrato seja inferior a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais);
(Redação dada pela Lei nº 13.529, de 2017)
II – cujo período de prestação do serviço seja inferior a 5 (cinco) anos; ou
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 61

III – que tenha como objeto único o fornecimento de mão-de-obra, o fornecimento e


instalação de equipamentos ou a execução de obra pública.

Art. 3oAs concessões administrativas regem-se por esta Lei, aplicando-se-lhes


adicionalmente o disposto nos arts. 21,23,25e 27 a 39 da Lei no 8.987, de 13 de
fevereiro de 1995, e no art. 31 da Lei no9.074, de 7 de julho de 1995.

§ 1oAs concessões patrocinadas regem-se por esta Lei, aplicando-se-lhes


subsidiariamente o disposto na Lei no8.987, de 13 de fevereiro de 1995, e nas leis
que lhe são correlatas.

§ 2oAs concessões comuns continuam regidas pela Lei no8.987, de 13 de fevereiro de


1995, e pelas leis que lhe são correlatas, não se lhes aplicando o disposto nesta Lei.

§ 3oContinuam regidos exclusivamente pela Lei no8.666, de 21 de junho de 1993, e


pelas leis que lhe são correlatas os contratos administrativos que não caracterizem
concessão comum, patrocinada ou administrativa.

Art. 4oNa contratação de parceria público-privada serão observadas as seguintes


diretrizes:
I – eficiência no cumprimento das missões de Estado e no emprego dos recursos da
sociedade;
II – respeito aos interesses e direitos dos destinatários dos serviços e dos entes
privados incumbidos da sua execução;
III – indelegabilidade das funções de regulação, jurisdicional, do exercício do poder de
polícia e de outras atividades exclusivas do Estado;
IV – responsabilidade fiscal na celebração e execução das parcerias;
V – transparência dos procedimentos e das decisões;
VI – repartição objetiva de riscos entre as partes;
VII – sustentabilidade financeira e vantagens socioeconômicas dos projetos de
parceria.
Capítulo II
DOS CONTRATOS DE PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA

Art. 5oAs cláusulas dos contratos de parceria público-privada atenderão ao disposto


no art. 23 da Lei no8.987, de 13 de fevereiro de 1995, no que couber, devendo
também prever:
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 62

I – o prazo de vigência do contrato, compatível com a amortização dos investimentos


realizados, não inferior a 5 (cinco), nem superior a 35 (trinta e cinco) anos, incluindo
eventual prorrogação;
II – as penalidades aplicáveis à Administração Pública e ao parceiro privado em caso
de inadimplemento contratual, fixadas sempre de forma proporcional à gravidade da
falta cometida, e às obrigações assumidas;
III – a repartição de riscos entre as partes, inclusive os referentes a caso fortuito, força
maior, fato do príncipe e álea econômica extraordinária;
IV – as formas de remuneração e de atualização dos valores contratuais;
V – os mecanismos para a preservação da atualidade da prestação dos serviços;
VI – os fatos que caracterizem a inadimplência pecuniária do parceiro público, os
modos e o prazo de regularização e, quando houver, a forma de acionamento da
garantia;
VII – os critérios objetivos de avaliação do desempenho do parceiro privado;
VIII – a prestação, pelo parceiro privado, de garantias de execução suficientes e
compatíveis com os ônus e riscos envolvidos, observados os limites dos §§ 3oe5odo
art. 56 da Lei no8.666, de 21 de junho de 1993, e, no que se refere às concessões
patrocinadas, o disposto noinciso XV do art. 18 da Lei no8.987, de 13 de fevereiro de
1995;
IX – o compartilhamento com a Administração Pública de ganhos econômicos efetivos
do parceiro privado decorrentes da redução do risco de crédito dos financiamentos
utilizados pelo parceiro privado;
X – a realização de vistoria dos bens reversíveis, podendo o parceiro público reter os
pagamentos ao parceiro privado, no valor necessário para reparar as irregularidades
eventualmente detectadas.
XI - o cronograma e os marcos para o repasse ao parceiro privado das parcelas do
aporte de recursos, na fase de investimentos do projeto e/ou após a disponibilização
dos serviços, sempre que verificada a hipótese do § 2odo art. 6odesta Lei.

§ 1oAs cláusulas contratuais de atualização automática de valores baseadas em


índices e fórmulas matemáticas, quando houver, serão aplicadas sem necessidade de
homologação pela Administração Pública, exceto se esta publicar, na imprensa oficial,
onde houver, até o prazo de 15 (quinze) dias após apresentação da fatura, razões
fundamentadas nesta Lei ou no contrato para a rejeição da atualização.

§ 2oOs contratos poderão prever adicionalmente:


I - os requisitos e condições em que o parceiro público autorizará a transferência do
controle ou a administração temporária da sociedade de propósito específico aos seus
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 63

financiadores e garantidores com quem não mantenha vínculo societário direto, com
o objetivo de promover a sua reestruturação financeira e assegurar a continuidade da
prestação dos serviços, não se aplicando para este efeito o previsto no inciso I do
parágrafo único do art. 27 da Lei no8.987, de 13 de fevereiro de 1995;
II – a possibilidade de emissão de empenho em nome dos financiadores do projeto em
relação às obrigações pecuniárias da Administração Pública;
III – a legitimidade dos financiadores do projeto para receber indenizações por
extinção antecipada do contrato, bem como pagamentos efetuados pelos fundos e
empresas estatais garantidores de parcerias público-privadas.

Art. 5o-A. Para fins do inciso I do § 2odo art. 5o, considera-se:


I - o controle da sociedade de propósito específico a propriedade resolúvel de ações
ou quotas por seus financiadores e garantidores que atendam os requisitos do art.
116 da Lei no6.404, de 15 de dezembro de 1976;
II - A administração temporária da sociedade de propósito específico, pelos
financiadores e garantidores quando, sem a transferência da propriedade de ações ou
quotas, forem outorgados os seguintes poderes:
a) indicar os membros do Conselho de Administração, a serem eleitos em Assembleia
Geral pelos acionistas, nas sociedades regidas pela Lei 6.404, de 15 de dezembro de
1976; ou administradores, a serem eleitos pelos quotistas, nas demais sociedades;
b) indicar os membros do Conselho Fiscal, a serem eleitos pelos acionistas ou
quotistas controladores em Assembleia Geral;
c) exercer poder de veto sobre qualquer proposta submetida à votação dos acionistas
ou quotistas da concessionária, que representem, ou possam representar, prejuízos
aos fins previstos no caput deste artigo;
d) outros poderes necessários ao alcance dos fins previstos no caput deste artigo;

§ 1oA administração temporária autorizada pelo poder concedente não acarretará


responsabilidade aos financiadores e garantidores em relação à tributação, encargos,
ônus, sanções, obrigações ou compromissos com terceiros, inclusive com o poder
concedente ou empregados.

§ 2oO Poder Concedente disciplinará sobre o prazo da administração temporária.


Art. 6o A contraprestação da Administração Pública nos contratos de parceria público-
privada poderá ser feita por:
I – ordem bancária;
II – cessão de créditos não tributários;
III – outorga de direitos em face da Administração Pública;
IV – outorga de direitos sobre bens públicos dominicais;
V – outros meios admitidos em lei.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 64

§ 1oO contrato poderá prever o pagamento ao parceiro privado de remuneração


variável vinculada ao seu desempenho, conforme metas e padrões de qualidade e
disponibilidade definidos no contrato.
§ 2o O contrato poderá prever o aporte de recursos em favor do parceiro privado para
a realização de obras e aquisição de bens reversíveis, nos termos dos incisos X e XI do
caput o art. 18 da Lei no8.987, de 13 de fevereiro de 1995, desde que autorizado no
edital de licitação, se contratos novos, ou em lei específica, se contratos celebrados
até 8 de agosto de 2012.

§ 3oO valor do aporte de recursos realizado nos termos do § 2opoderá ser excluído da
determinação:
I - do lucro líquido para fins de apuração do lucro real e da base de cálculo da
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL; e
II - da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social - COFINS.
III -da base de cálculo da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta - CPRB
devida pelas empresas referidas nos arts. 7oe 8oda Lei no12.546, de 14 de dezembro
de 2011, a partir de 1ode janeiro de 2015.

§ 4o Até 31 de dezembro de 2013, para os optantes conforme o art. 75 da Lei


no12.973, de 13 de maio de 2014, e até 31 de dezembro de 2014, para os não
optantes, a parcela excluída nos termos do § 3odeverá ser computada na
determinação do lucro líquido para fins de apuração do lucro real, da base de cálculo
da CSLL e da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, na
proporção em que o custo para a realização de obras e aquisição de bens a que se
refere o § 2odeste artigo for realizado, inclusive mediante depreciação ou extinção da
concessão, nos termos do art. 35 da Lei no8.987, de 13 de fevereiro de 1995.

§ 5oPor ocasião da extinção do contrato, o parceiro privado não receberá indenização


pelas parcelas de investimentos vinculados a bens reversíveis ainda não amortizadas
ou depreciadas, quando tais investimentos houverem sido realizados com valores
provenientes do aporte de recursos de que trata o § 2o.

§ 6o A partir de 1ode janeiro de 2014, para os optantes conforme o art. 75 da Lei nº


12.973, de 13 de maio de 2014, e de 1ode janeiro de 2015, para os não optantes, a
parcela excluída nos termos do § 3odeverá ser computada na determinação do lucro
líquido para fins de apuração do lucro real, da base de cálculo da CSLL e da base de
cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins em cada período de apuração
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 65

durante o prazo restante do contrato, considerado a partir do início da prestação dos


serviços públicos.

§ 7oNo caso do § 6o, o valor a ser adicionado em cada período de apuração deve ser o
valor da parcela excluída dividida pela quantidade de períodos de apuração contidos
no prazo restante do contrato.

§ 8oPara os contratos de concessão em que a concessionária já tenha iniciado a


prestação dos serviços públicos nas datas referidas no § 6o, as adições subsequentes
serão realizadas em cada período de apuração durante o prazo restante do contrato,
considerando o saldo remanescente ainda não adicionado.

§ 9oA parcela excluída nos termos do inciso III do § 3odeverá ser computada na
determinação da base de cálculo da contribuição previdenciária de que trata o inciso
III do § 3oem cada período de apuração durante o prazo restante previsto no contrato
para construção, recuperação, reforma, ampliação ou melhoramento da infraestrutura
que será utilizada na prestação de serviços públicos.

§ 10. No caso do § 9o, o valor a ser adicionado em cada período de apuração deve ser
o valor da parcela excluída dividida pela quantidade de períodos de apuração contidos
no prazo restante previsto no contrato para construção, recuperação, reforma,
ampliação ou melhoramento da infraestrutura que será utilizada na prestação de
serviços públicos.
§ 11. Ocorrendo a extinção da concessão antes do advento do termo contratual, o
saldo da parcela excluída nos termos do § 3o, ainda não adicionado, deverá ser
computado na determinação do lucro líquido para fins de apuração do lucro real, da
base de cálculo da CSLL e da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep, da
Cofins e da contribuição previdenciária de que trata o inciso III do § 3ono período de
apuração da extinção.

§ 12. Aplicam-se às receitas auferidas pelo parceiro privado nos termos do § 6oo
regime de apuração e as alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins
aplicáveis às suas receitas decorrentes da prestação dos serviços públicos.

Art. 7oA contraprestação da Administração Pública será obrigatoriamente precedida


da disponibilização do serviço objeto do contrato de parceria público-privada.

§ 1oÉ facultado à administração pública, nos termos do contrato, efetuar o pagamento


da contraprestação relativa a parcela fruível do serviço objeto do contrato de parceria
público-privada.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 66

§ 2oO aporte de recursos de que trata o § 2odo art. 6o, quando realizado durante a
fase dos investimentos a cargo do parceiro privado, deverá guardar proporcionalidade
com as etapas efetivamente executadas.
Capítulo III
DAS GARANTIAS

Art. 8oAs obrigações pecuniárias contraídas pela Administração Pública em contrato


de parceria público-privada poderão ser garantidas mediante:
I – vinculação de receitas, observado o disposto no inciso IV do art. 167 da
Constituição Federal;
II – instituição ou utilização de fundos especiais previstos em lei;
III – contratação de seguro-garantia com as companhias seguradoras que não sejam
controladas pelo Poder Público;
IV – garantia prestada por organismos internacionais ou instituições financeiras que
não sejam controladas pelo Poder Público;
V – garantias prestadas por fundo garantidor ou empresa estatal criada para essa
finalidade;
VI – outros mecanismos admitidos em lei.
Parágrafo único. (VETADO).
Capítulo IV
DA SOCIEDADE DE PROPÓSITO ESPECÍFICO

Art. 9oAntes da celebração do contrato, deverá ser constituída sociedade de propósito


específico, incumbida de implantar e gerir o objeto da parceria.

§ 1oA transferência do controle da sociedade de propósito específico estará


condicionada à autorização expressa da Administração Pública, nos termos do edital e
do contrato, observado o disposto no parágrafo único do art. 27 da Lei no8.987, de 13
de fevereiro de 1995.

§ 2oA sociedade de propósito específico poderá assumir a forma de companhia


aberta, com valores mobiliários admitidos a negociação no mercado.

§ 3oA sociedade de propósito específico deverá obedecer a padrões de governança


corporativa e adotar contabilidade e demonstrações financeiras padronizadas,
conforme regulamento.

§ 4oFica vedado à Administração Pública ser titular da maioria do capital votante das
sociedades de que trata este Capítulo.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 67

§ 5oA vedação prevista no § 4odeste artigo não se aplica à eventual aquisição da


maioria do capital votante da sociedade de propósito específico por instituição
financeira controlada pelo Poder Público em caso de inadimplemento de contratos de
financiamento.
Capítulo V
DA LICITAÇÃO
Art. 10. A contratação de parceria público-privada será precedida de licitação na
modalidade de concorrência, estando a abertura do processo licitatório condicionada
a:
I – autorização da autoridade competente, fundamentada em estudo técnico que
demonstre:
a) a conveniência e a oportunidade da contratação, mediante identificação das razões
que justifiquem a opção pela forma de parceria público-privada;
b) que as despesas criadas ou aumentadas não afetarão as metas de resultados
fiscais previstas no Anexo referido no § 1odo art. 4oda Lei Complementar no101, de 4
de maio de 2000, devendo seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser
compensados pelo aumento permanente de receita ou pela redução permanente de
despesa; e
c) quando for o caso, conforme as normas editadas na forma do art. 25 desta Lei, a
observância dos limites e condições decorrentes da aplicação dos arts. 29, 30 e 32 da
Lei Complementar no101, de 4 de maio de 2000, pelas obrigações contraídas pela
Administração Pública relativas ao objeto do contrato;
II – elaboração de estimativa do impacto orçamentário-financeiro nos exercícios em
que deva vigorar o contrato de parceria público-privada;
III – declaração do ordenador da despesa de que as obrigações contraídas pela
Administração Pública no decorrer do contrato são compatíveis com a lei de diretrizes
orçamentárias e estão previstas na lei orçamentária anual;
IV – estimativa do fluxo de recursos públicos suficientes para o cumprimento, durante
a vigência do contrato e por exercício financeiro, das obrigações contraídas pela
Administração Pública;
V – seu objeto estar previsto no plano plurianual em vigor no âmbito onde o contrato
será celebrado;
VI – submissão da minuta de edital e de contrato à consulta pública, mediante
publicação na imprensa oficial, em jornais de grande circulação e por meio eletrônico,
que deverá informar a justificativa para a contratação, a identificação do objeto, o
prazo de duração do contrato, seu valor estimado, fixando-se prazo mínimo de 30
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 68

(trinta) dias para recebimento de sugestões, cujo termo dar-se-á pelo menos 7 (sete)
dias antes da data prevista para a publicação do edital; e
VII – licença ambiental prévia ou expedição das diretrizes para o licenciamento
ambiental do empreendimento, na forma do regulamento, sempre que o objeto do
contrato exigir.

§ 1oA comprovação referida nas alíneas b e c do inciso I do caput deste artigo conterá
as premissas e metodologia de cálculo utilizadas, observadas as normas gerais para
consolidação das contas públicas, sem prejuízo do exame de compatibilidade das
despesas com as demais normas do plano plurianual e da lei de diretrizes
orçamentárias.

§ 2oSempre que a assinatura do contrato ocorrer em exercício diverso daquele em


que for publicado o edital, deverá ser precedida da atualização dos estudos e
demonstrações a que se referem os incisos I a IV do caput deste artigo.

§ 3oAs concessões patrocinadas em que mais de 70% (setenta por cento) da


remuneração do parceiro privado for paga pela Administração Pública dependerão de
autorização legislativa específica.

§ 4oOs estudos de engenharia para a definição do valor do investimento da PPP


deverão ter nível de detalhamento de anteprojeto, e o valor dos investimentos para
definição do preço de referência para a licitação será calculado com base em valores
de mercado considerando o custo global de obras semelhantes no Brasil ou no
exterior ou com base em sistemas de custos que utilizem como insumo valores de
mercado do setor específico do projeto, aferidos, em qualquer caso, mediante
orçamento sintético, elaborado por meio de metodologia expedita ou paramétrica.
Art. 11. O instrumento convocatório conterá minuta do contrato, indicará
expressamente a submissão da licitação às normas desta Lei e observará, no que
couber, os §§ 3o e 4o do art. 15, os arts. 18,19e21 da Lei no8.987, de 13 de fevereiro
de 1995, podendo ainda prever:
I – exigência de garantia de proposta do licitante, observado o limite do inciso III do
art. 31 da Lei no8.666 , de 21 de junho de 1993;
II –(VETADO)
III – o emprego dos mecanismos privados de resolução de disputas, inclusive a
arbitragem, a ser realizada no Brasil e em língua portuguesa, nos termos da Lei
no9.307, de 23 de setembro de 1996, para dirimir conflitos decorrentes ou
relacionados ao contrato.
Parágrafo único. O edital deverá especificar, quando houver, as garantias da
contraprestação do parceiro público a serem concedidas ao parceiro privado.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 69

Art. 12. O certame para a contratação de parcerias público-privadas obedecerá ao


procedimento previsto na legislação vigente sobre licitações e contratos
administrativos e também ao seguinte:
I – o julgamento poderá ser precedido de etapa de qualificação de propostas técnicas,
desclassificando-se os licitantes que não alcançarem a pontuação mínima, os quais
não participarão das etapas seguintes;
II – o julgamento poderá adotar como critérios, além dos previstos nos incisos I e V do
art. 15 da Lei no8.987, de 13 de fevereiro de 1995, os seguintes:
a) menor valor da contraprestação a ser paga pela Administração Pública;
b) melhor proposta em razão da combinação do critério da alínea a com o de melhor
técnica, de acordo com os pesos estabelecidos no edital;
III – o edital definirá a forma de apresentação das propostas econômicas, admitindo-
se:
a) propostas escritas em envelopes lacrados; ou
b) propostas escritas, seguidas de lances em viva voz;
IV – o edital poderá prever a possibilidade de saneamento de falhas, de
complementação de insuficiências ou ainda de correções de caráter formal no curso
do procedimento, desde que o licitante possa satisfazer as exigências dentro do prazo
fixado no instrumento convocatório.

§ 1oNa hipótese da alínea b do inciso III do caput deste artigo:


I - os lances em viva voz serão sempre oferecidos na ordem inversa da classificação
das propostas escritas, sendo vedado ao edital limitar a quantidade de lances;
II – o edital poderá restringir a apresentação de lances em viva voz aos licitantes cuja
proposta escrita for no máximo 20% (vinte por cento) maior que o valor da melhor
proposta.

§ 2oO exame de propostas técnicas, para fins de qualificação ou julgamento, será


feito por ato motivado, com base em exigências, parâmetros e indicadores de
resultado pertinentes ao objeto, definidos com clareza e objetividade no edital.
Art. 13. O edital poderá prever a inversão da ordem das fases de habilitação e
julgamento, hipótese em que:
I – encerrada a fase de classificação das propostas ou o oferecimento de lances, será
aberto o invólucro com os documentos de habilitação do licitante mais bem
classificado, para verificação do atendimento das condições fixadas no edital;
II – verificado o atendimento das exigências do edital, o licitante será declarado
vencedor;
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 70

III – inabilitado o licitante melhor classificado, serão analisados os documentos


habilitatórios do licitante com a proposta classificada em 2o(segundo) lugar, e assim,
sucessivamente, até que um licitante classificado atenda às condições fixadas no
edital;
IV – proclamado o resultado final do certame, o objeto será adjudicado ao vencedor
nas condições técnicas e econômicas por ele ofertadas.
Capítulo VI
DISPOSIÇÕES APLICÁVEIS À UNIÃO
Art. 14. Será instituído, por decreto, órgão gestor de parcerias público-privadas
federais, com competência para:
I – definir os serviços prioritários para execução no regime de parceria público-
privada;
II – disciplinar os procedimentos para celebração desses contratos;
III – autorizar a abertura da licitação e aprovar seu edital;
IV – apreciar os relatórios de execução dos contratos.

§ 1oO órgão mencionado no caput deste artigo será composto por indicação nominal
de um representante titular e respectivo suplente de cada um dos seguintes órgãos:
I – Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, ao qual cumprirá a tarefa de
coordenação das respectivas atividades;
II – Ministério da Fazenda;
III – Casa Civil da Presidência da República.

§ 2oDas reuniões do órgão a que se refere o caput deste artigo para examinar
projetos de parceria público-privada participará um representante do órgão da
Administração Pública direta cuja área de competência seja pertinente ao objeto do
contrato em análise.

§ 3oPara deliberação do órgão gestor sobre a contratação de parceria público-privada,


o expediente deverá estar instruído com pronunciamento prévio e fundamentado:
I – do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, sobre o mérito do projeto;
II – do Ministério da Fazenda, quanto à viabilidade da concessão da garantia e à sua
forma, relativamente aos riscos para o Tesouro Nacional e ao cumprimento do limite
de que trata o art. 22 desta Lei.

§ 4oPara o desempenho de suas funções, o órgão citado no caput deste artigo poderá
criar estrutura de apoio técnico com a presença de representantes de instituições
públicas.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 71

§ 5oO órgão de que trata o caput deste artigo remeterá ao Congresso Nacional e ao
Tribunal de Contas da União, com periodicidade anual, relatórios de desempenho dos
contratos de parceria público-privada.

§ 6oPara fins do atendimento do disposto no inciso V do art. 4odesta Lei, ressalvadas


as informações classificadas como sigilosas, os relatórios de que trata o § 5odeste
artigo serão disponibilizados ao público, por meio de rede pública de transmissão de
dados.
Art. 14-A. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, por meio de atos das
respectivas Mesas, poderão dispor sobre a matéria de que trata o art. 14 no caso de
parcerias público-privadas por eles realizadas, mantida a competência do Ministério
da Fazenda descrita no inciso II do § 3odo referido artigo.(Incluído pela Lei nº 13.137,
de 2015)
Art. 15. Compete aos Ministérios e às Agências Reguladoras, nas suas respectivas
áreas de competência, submeter o edital de licitação ao órgão gestor, proceder à
licitação, acompanhar e fiscalizar os contratos de parceria público-privada.
Parágrafo único. Os Ministérios e Agências Reguladoras encaminharão ao órgão a que
se refere o caput do art. 14 desta Lei, com periodicidade semestral, relatórios
circunstanciados acerca da execução dos contratos de parceria público-privada, na
forma definida em regulamento.
Art. 16. Ficam a União, seus fundos especiais, suas autarquias, suas fundações
públicas e suas empresas estatais dependentes autorizadas a participar, no limite
global de R$ 6.000.000.000,00 (seis bilhões de reais), em Fundo Garantidor de
Parcerias Público-Privadas - FGP que terá por finalidade prestar garantia de
pagamento de obrigações pecuniárias assumidas pelos parceiros públicos federais,
distritais, estaduais ou municipais em virtude das parcerias de que trata esta Lei.

§ 1oO FGP terá natureza privada e patrimônio próprio separado do patrimônio dos
cotistas, e será sujeito a direitos e obrigações próprios.

§ 2oO patrimônio do Fundo será formado pelo aporte de bens e direitos realizado
pelos cotistas, por meio da integralização de cotas e pelos rendimentos obtidos com
sua administração.

§ 3oOs bens e direitos transferidos ao Fundo serão avaliados por empresa


especializada, que deverá apresentar laudo fundamentado, com indicação dos
critérios de avaliação adotados e instruído com os documentos relativos aos bens
avaliados.

§ 4oA integralização das cotas poderá ser realizada em dinheiro, títulos da dívida
pública, bens imóveis dominicais, bens móveis, inclusive ações de sociedade de
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 72

economia mista federal excedentes ao necessário para manutenção de seu controle


pela União, ou outros direitos com valor patrimonial.

§ 5oO FGP responderá por suas obrigações com os bens e direitos integrantes de seu
patrimônio, não respondendo os cotistas por qualquer obrigação do Fundo, salvo pela
integralização das cotas que subscreverem.

§ 6oA integralização com bens a que se refere o § 4 odeste artigo será feita
independentemente de licitação, mediante prévia avaliação e autorização específica
do Presidente da República, por proposta do Ministro da Fazenda.

§ 7oO aporte de bens de uso especial ou de uso comum no FGP será condicionado a
sua desafetação de forma individualizada.

§ 8o A capitalização do FGP, quando realizada por meio de recursos orçamentários,


dar-se-á por ação orçamentária específica para esta finalidade, no âmbito de
Encargos Financeiros da União.

§ 9o(VETADO).
Art. 17.O FGP será criado, administrado, gerido e representado judicial e
extrajudicialmente por instituição financeira controlada, direta ou indiretamente, pela
União, com observância das normas a que se refere o inciso XXII do art. 4oda Lei
no4.595, de 31 de dezembro de 1964.

§ 1oO estatuto e o regulamento do FGP serão aprovados em assembléia dos cotistas.

§ 2oA representação da União na assembléia dos cotistas dar-se-á na forma do inciso


V do art. 10 do Decreto-Lei no147, de 3 de fevereiro de 1967.

§ 3oCaberá à instituição financeira deliberar sobre a gestão e alienação dos bens e


direitos do FGP, zelando pela manutenção de sua rentabilidade e liquidez.
Art. 18. O estatuto e o regulamento do FGP devem deliberar sobre a política de
concessão de garantias, inclusive no que se refere à relação entre ativos e passivos
do Fundo.

§ 1oA garantia será prestada na forma aprovada pela assembléia dos cotistas, nas
seguintes modalidades:
I – fiança, sem benefício de ordem para o fiador;
II – penhor de bens móveis ou de direitos integrantes do patrimônio do FGP, sem
transferência da posse da coisa empenhada antes da execução da garantia;
III – hipoteca de bens imóveis do patrimônio do FGP;
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 73

IV – alienação fiduciária, permanecendo a posse direta dos bens com o FGP ou com
agente fiduciário por ele contratado antes da execução da garantia;
V – outros contratos que produzam efeito de garantia, desde que não transfiram a
titularidade ou posse direta dos bens ao parceiro privado antes da execução da
garantia;
VI – garantia, real ou pessoal, vinculada a um patrimônio de afetação constituído em
decorrência da separação de bens e direitos pertencentes ao FGP.

§ 2oO FGP poderá prestar contra-garantias a seguradoras, instituições financeiras e


organismos internacionais que garantirem o cumprimento das obrigações pecuniárias
dos cotistas em contratos de parceria público-privadas.

§ 3oA quitação pelo parceiro público de cada parcela de débito garantido pelo FGP
importará exoneração proporcional da garantia.

§ 4oO FGP poderá prestar garantia mediante contratação de instrumentos disponíveis


em mercado, inclusive para complementação das modalidades previstas no § 1o.

§ 5oO parceiro privado poderá acionar o FGP nos casos de:


I - crédito líquido e certo, constante de título exigível aceito e não pago pelo parceiro
público após 15 (quinze) dias contados da data de vencimento; e
II - débitos constantes de faturas emitidas e não aceitas pelo parceiro público após 45
(quarenta e cinco) dias contados da data de vencimento, desde que não tenha havido
rejeição expressa por ato motivado.

§ 6oA quitação de débito pelo FGP importará sua subrogação nos direitos do parceiro
privado.

§ 7oEm caso de inadimplemento, os bens e direitos do Fundo poderão ser objeto de


constrição judicial e alienação para satisfazer as obrigações garantidas.

§ 8o O FGP poderá usar parcela da cota da União para prestar garantia aos seus
fundos especiais, às suas autarquias, às suas fundações públicas e às suas empresas
estatais dependentes.

§ 9oO FGP é obrigado a honrar faturas aceitas e não pagas pelo parceiro público.
§ 10. O FGP é proibido de pagar faturas rejeitadas expressamente por ato motivado.
§ 11. O parceiro público deverá informar o FGP sobre qualquer fatura rejeitada e sobre
os motivos da rejeição no prazo de 40 (quarenta) dias contado da data de
vencimento.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 74

§ 12. A ausência de aceite ou rejeição expressa de fatura por parte do parceiro


público no prazo de 40 (quarenta) dias contado da data de vencimento implicará
aceitação tácita.
§ 13. O agente público que contribuir por ação ou omissão para a aceitação tácita de
que trata o § 12 ou que rejeitar fatura sem motivação será responsabilizado pelos
danos que causar, em conformidade com a legislação civil, administrativa e penal em
vigor.
Art. 19 O FGP não pagará rendimentos a seus cotistas, assegurando-se a qualquer
deles o direito de requerer o resgate total ou parcial de suas cotas, correspondente ao
patrimônio ainda não utilizado para a concessão de garantias, fazendo-se a liquidação
com base na situação patrimonial do Fundo.
Art. 20. A dissolução do FGP, deliberada pela assembléia dos cotistas, ficará
condicionada à prévia quitação da totalidade dos débitos garantidos ou liberação das
garantias pelos credores.
Parágrafo único. Dissolvido o FGP, o seu patrimônio será rateado entre os cotistas,
com base na situação patrimonial à data da dissolução.
Art. 21. É facultada a constituição de patrimônio de afetação que não se comunicará
com o restante do patrimônio do FGP, ficando vinculado exclusivamente à garantia
em virtude da qual tiver sido constituído, não podendo ser objeto de penhora, arresto,
seqüestro, busca e apreensão ou qualquer ato de constrição judicial decorrente de
outras obrigações do FGP.
Parágrafo único. A constituição do patrimônio de afetação será feita por registro em
Cartório de Registro de Títulos e Documentos ou, no caso de bem imóvel, no Cartório
de Registro Imobiliário correspondente.
Art. 22. A União somente poderá contratar parceria público-privada quando a soma
das despesas de caráter continuado derivadas do conjunto das parcerias já
contratadas não tiver excedido, no ano anterior, a 1% (um por cento) da receita
corrente líquida do exercício, e as despesas anuais dos contratos vigentes, nos 10
(dez) anos subseqüentes, não excedam a 1% (um por cento) da receita corrente
líquida projetada para os respectivos exercícios.
Capítulo VII
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 23. Fica a União autorizada a conceder incentivo, nos termos do Programa de
Incentivo à Implementação de Projetos de Interesse Social – PIPS, instituído pelaLei
no10.735, de 11 de setembro de 2003, às aplicações em fundos de investimento,
criados por instituições financeiras, em direitos creditórios provenientes dos contratos
de parcerias público-privadas.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 75

Art. 24. O Conselho Monetário Nacional estabelecerá, na forma da legislação


pertinente, as diretrizes para a concessão de crédito destinado ao financiamento de
contratos de parcerias público-privadas, bem como para participação de entidades
fechadas de previdência complementar.
Art. 25. A Secretaria do Tesouro Nacional editará, na forma da legislação pertinente,
normas gerais relativas à consolidação das contas públicas aplicáveis aos contratos
de parceria público-privada.

Art. 26. O inciso I do § 1odo art. 56 da Lei no8.666, de 21 de junho de 1993, passa a
vigorar com a seguinte redação:
"Art. 56 ....................................................................................

§ 1o.........................................................................................

I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes ter sido


emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema centralizado de
liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e avaliados pelos
seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério da Fazenda;

........................................................................................." (NR)

Art. 27. As operações de crédito efetuadas por empresas públicas ou sociedades de


economia mista controladas pela União não poderão exceder a 70% (setenta por
cento) do total das fontes de recursos financeiros da sociedade de propósito
específico, sendo que para as áreas das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, onde
o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH seja inferior à média nacional, essa
participação não poderá exceder a 80% (oitenta por cento).

§ 1oNão poderão exceder a 80% (oitenta por cento) do total das fontes de recursos
financeiros da sociedade de propósito específico ou 90% (noventa por cento) nas
áreas das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, onde o Índice de Desenvolvimento
Humano – IDH seja inferior à média nacional, as operações de crédito ou contribuições
de capital realizadas cumulativamente por:
I – entidades fechadas de previdência complementar;
II – empresas públicas ou sociedades de economia mista controladas pela União.

§ 2oPara fins do disposto neste artigo, entende-se por fonte de recursos financeiros as
operações de crédito e contribuições de capital à sociedade de propósito específico.
Art. 28. A União não poderá conceder garantia ou realizar transferência voluntária aos
Estados, Distrito Federal e Municípios se a soma das despesas de caráter continuado
derivadas do conjunto das parcerias já contratadas por esses entes tiver excedido, no
ano anterior, a 5% (cinco por cento) da receita corrente líquida do exercício ou se as
despesas anuais dos contratos vigentes nos 10 (dez) anos subsequentes excederem a
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 76

5% (cinco por cento) da receita corrente líquida projetada para os respectivos


exercícios.

§ 1oOs Estados, o Distrito Federal e os Municípios que contratarem empreendimentos


por intermédio de parcerias público-privadas deverão encaminhar ao Senado Federal
e à Secretaria do Tesouro Nacional, previamente à contratação, as informações
necessárias para cumprimento do previsto no caput deste artigo.

§ 2o Na aplicação do limite previsto nocaputdeste artigo, serão computadas as


despesas derivadas de contratos de parceria celebrados pela administração pública
direta, autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia
mista e demais entidades controladas, direta ou indiretamente, pelo respectivo ente,
excluídas as empresas estatais não dependentes.

§ 3o(VETADO)
Art. 29. Serão aplicáveis, no que couber, as penalidades previstas no Decreto-Lei
no2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, na Lei no8.429, de 2 de junho de
1992 – Lei de Improbidade Administrativa, na Lei no10.028, de 19 de outubro de 2000
- Lei dos Crimes Fiscais, no Decreto-Lei no201, de 27 de fevereiro de 1967, e naLei
no1.079, de 10 de abril de 1950, sem prejuízo das penalidades financeiras previstas
contratualmente.
Art. 30. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

LEI Nº 8.987, DE 13 DE FEVEREIRO DE 1995 - Dispõe sobre o regime de concessão e permissão da


prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da Constituição Federal, e dá outras
providências.

Capítulo I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1oAs concessões de serviços públicos e de obras públicas e as permissões de


serviços públicos reger-se-ão pelos termos do art. 175 da Constituição Federal, por
esta Lei, pelas normas legais pertinentes e pelas cláusulas dos indispensáveis
contratos.
Parágrafo único. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão a
revisão e as adaptações necessárias de sua legislação às prescrições desta Lei,
buscando atender as peculiaridades das diversas modalidades dos seus serviços.

Art. 2oPara os fins do disposto nesta Lei, considera-se:


APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 77

I - poder concedente: a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Município, em cuja


competência se encontre o serviço público, precedido ou não da execução de obra
pública, objeto de concessão ou permissão;
II - concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder
concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou
consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua
conta e risco e por prazo determinado;
III - concessão de serviço público precedida da execução de obra pública: a
construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de
quaisquer obras de interesse público, delegada pelo poder concedente, mediante
licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas
que demonstre capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que
o investimento da concessionária seja remunerado e amortizado mediante a
exploração do serviço ou da obra por prazo determinado;
IV - permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação,
da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou
jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.

Art. 3oAs concessões e permissões sujeitar-se-ão à fiscalização pelo poder


concedente responsável pela delegação, com a cooperação dos usuários.

Art. 4oA concessão de serviço público, precedida ou não da execução de obra pública,
será formalizada mediante contrato, que deverá observar os termos desta Lei, das
normas pertinentes e do edital de licitação.

Art. 5oO poder concedente publicará, previamente ao edital de licitação, ato


justificando a conveniência da outorga de concessão ou permissão, caracterizando
seu objeto, área e prazo.
Capítulo II

DO SERVIÇO ADEQUADO

Art. 6oToda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao


pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas
pertinentes e no respectivo contrato.

§ 1oServiço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade,


eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e
modicidade das tarifas.

§ 2oA atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das


instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 78

§ 3oNão se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em


situação de emergência ou após prévio aviso, quando:
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.
Capítulo III

DOS DIREITOS E OBRIGAÇÕES DOS USUÁRIOS

Art. 7º. Sem prejuízo do disposto na Lei no8.078, de 11 de setembro de 1990, são
direitos e obrigações dos usuários:
I - receber serviço adequado;
II - receber do poder concedente e da concessionária informações para a defesa de
interesses individuais ou coletivos;
III - obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha entre vários prestadores de
serviços, quando for o caso, observadas as normas do poder concedente.
IV - levar ao conhecimento do poder público e da concessionária as irregularidades de
que tenham conhecimento, referentes ao serviço prestado;
V - comunicar às autoridades competentes os atos ilícitos praticados pela
concessionária na prestação do serviço;
VI - contribuir para a permanência das boas condições dos bens públicos através dos
quais lhes são prestados os serviços.
Art. 7º-A. As concessionárias de serviços públicos, de direito público e privado, nos
Estados e no Distrito Federal, são obrigadas a oferecer ao consumidor e ao usuário,
dentro do mês de vencimento, o mínimo de seis datas opcionais para escolherem os
dias de vencimento de seus débitos.
Parágrafo único.(VETADO)
Capítulo IV

DAPOLÍTICATARIFÁRIA

Art. 8o(VETADO)

Art. 9oA tarifa do serviço público concedido será fixada pelo preço da proposta
vencedora da licitação e preservada pelas regras de revisão previstas nesta Lei, no
edital e no contrato.

§ 1oA tarifa não será subordinada à legislação específica anterior e somente nos casos
expressamente previstos em lei, sua cobrança poderá ser condicionada à existência
de serviço público alternativo e gratuito para o usuário.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 79

§ 2oOs contratos poderão prever mecanismos de revisão das tarifas, a fim de manter-


se o equilíbrio econômico-financeiro.

§ 3oRessalvados os impostos sobre a renda, a criação, alteração ou extinção de


quaisquer tributos ou encargos legais, após a apresentação da proposta, quando
comprovado seu impacto, implicará a revisão da tarifa, para mais ou para menos,
conforme o caso.

§ 4oEm havendo alteração unilateral do contrato que afete o seu inicial equilíbrio
econômico-financeiro, o poder concedente deverá restabelecê-lo, concomitantemente
à alteração.
§ 5º A concessionária deverá divulgar em seu sítio eletrônico, de forma clara e de fácil
compreensão pelos usuários, tabela com o valor das tarifas praticadas e a evolução
das revisões ou reajustes realizados nos últimos cinco anos.(Incluído pela Lei nº
13.673, de 2018)
Art. 10. Sempre que forem atendidas as condições do contrato, considera-se mantido
seu equilíbrio econômico-financeiro.
Art. 11. No atendimento às peculiaridades de cada serviço público, poderá o poder
concedente prever, em favor da concessionária, no edital de licitação, a possibilidade
de outras fontes provenientes de receitas alternativas, complementares, acessórias
ou de projetos associados, com ou sem exclusividade, com vistas a favorecer a
modicidade das tarifas, observado o disposto no art. 17 desta Lei.
Parágrafo único. As fontes de receita previstas neste artigo serão obrigatoriamente
consideradas para a aferição do inicial equilíbrio econômico-financeiro do contrato.
Art. 12.(VETADO)
Art. 13. As tarifas poderão ser diferenciadas em função das características técnicas e
dos custos específicos provenientes do atendimento aos distintos segmentos de
usuários.
Capítulo V

DALICITAÇÃO
Art. 14. Toda concessão de serviço público, precedida ou não da execução de obra
pública, será objeto de prévia licitação, nos termos da legislação própria e com
observância dos princípios da legalidade, moralidade, publicidade, igualdade, do
julgamento por critérios objetivos e da vinculação ao instrumento convocatório.
Art. 15. No julgamento da licitação será considerado um dos seguintes critérios:
I - o menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado;
II - a maior oferta, nos casos de pagamento ao poder concedente pela outorga da
concessão;
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 80

III - a combinação, dois a dois, dos critérios referidos nos incisos I, II e VII;
IV - melhor proposta técnica, com preço fixado no edital;
V - melhor proposta em razão da combinação dos critérios de menor valor da tarifa do
serviço público a ser prestado com o de melhor técnica;
VI - melhor proposta em razão da combinação dos critérios de maior oferta pela
outorga da concessão com o de melhor técnica; ou
VII - melhor oferta de pagamento pela outorga após qualificação de propostas
técnicas.

§ 1oA aplicação do critério previsto no inciso III só será admitida quando previamente
estabelecida no edital de licitação, inclusive com regras e fórmulas precisas para
avaliação econômico-financeira.

§ 2oPara fins de aplicação do disposto nos incisos IV, V, VI e VII, o edital de licitação
conterá parâmetros e exigências para formulação de propostas técnicas.

§ 3oO poder concedente recusará propostas manifestamente inexequíveis ou


financeiramente incompatíveis com os objetivos da licitação.

§ 4oEm igualdade de condições, será dada preferência à proposta apresentada por


empresa brasileira.
Art. 16. A outorga de concessão ou permissão não terá caráter de exclusividade,
salvo no caso de inviabilidade técnica ou econômica justificada no ato a que se refere
o art. 5odesta Lei.
Art. 17. Considerar-se-á desclassificada a proposta que, para sua viabilização,
necessite de vantagens ou subsídios que não estejam previamente autorizados em lei
e à disposição de todos os concorrentes.

§ 1oConsiderar-se-á, também, desclassificada a proposta de entidade estatal alheia à


esfera político-administrativa do poder concedente que, para sua viabilização,
necessite de vantagens ou subsídios do poder público controlador da referida
entidade.

§ 2oInclui-se nas vantagens ou subsídios de que trata este artigo, qualquer tipo de
tratamento tributário diferenciado, ainda que em conseqüência da natureza jurídica
do licitante, que comprometa a isonomia fiscal que deve prevalecer entre todos os
concorrentes.
Art. 18. O edital de licitação será elaborado pelo poder concedente, observados, no
que couber, os critérios e as normas gerais da legislação própria sobre licitações e
contratos e conterá, especialmente:
I - o objeto, metas e prazo da concessão;
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 81

II - a descrição das condições necessárias à prestação adequada do serviço;


III - os prazos para recebimento das propostas, julgamento da licitação e assinatura
do contrato;
IV - prazo, local e horário em que serão fornecidos, aos interessados, os dados,
estudos e projetos necessários à elaboração dos orçamentos e apresentação das
propostas;
V - os critérios e a relação dos documentos exigidos para a aferição da capacidade
técnica, da idoneidade financeira e da regularidade jurídica e fiscal;
VI - as possíveis fontes de receitas alternativas, complementares ou acessórias, bem
como as provenientes de projetos associados;
VII - os direitos e obrigações do poder concedente e da concessionária em relação a
alterações e expansões a serem realizadas no futuro, para garantir a continuidade da
prestação do serviço;
VIII - os critérios de reajuste e revisão da tarifa;
IX - os critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros a serem utilizados no julgamento
técnico e econômico-financeiro da proposta;
X - a indicação dos bens reversíveis;
XI - as características dos bens reversíveis e as condições em que estes serão postos
à disposição, nos casos em que houver sido extinta a concessão anterior;
XII - a expressa indicação do responsável pelo ônus das desapropriações necessárias
à execução do serviço ou da obra pública, ou para a instituição de servidão
administrativa;
XIII - as condições de liderança da empresa responsável, na hipótese em que for
permitida a participação de empresas em consórcio;
XIV - nos casos de concessão, a minuta do respectivo contrato, que conterá as
cláusulas essenciais referidas no art. 23 desta Lei, quando aplicáveis;
XV - nos casos de concessão de serviços públicos precedida da execução de obra
pública, os dados relativos à obra, dentre os quais os elementos do projeto básico que
permitam sua plena caracterização, bem assim as garantias exigidas para essa parte
específica do contrato, adequadas a cada caso e limitadas ao valor da obra;
XVI - nos casos de permissão, os termos do contrato de adesão a ser firmado.
Art. 18-A. O edital poderá prever a inversão da ordem das fases de habilitação e
julgamento, hipótese em que:
I - encerrada a fase de classificação das propostas ou o oferecimento de lances, será
aberto o invólucro com os documentos de habilitação do licitante mais bem
classificado, para verificação do atendimento das condições fixadas no edital;
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 82

II - verificado o atendimento das exigências do edital, o licitante será declarado


vencedor;
III - inabilitado o licitante melhor classificado, serão analisados os documentos
habilitatórios do licitante com a proposta classificada em segundo lugar, e assim
sucessivamente, até que um licitante classificado atenda às condições fixadas no
edital;
IV - proclamado o resultado final do certame, o objeto será adjudicado ao vencedor
nas condições técnicas e econômicas por ele ofertadas.
Art. 19. Quando permitida, na licitação, a participação de empresas em consórcio,
observar-se-ão as seguintes normas:
I - comprovação de compromisso, público ou particular, de constituição de consórcio,
subscrito pelas consorciadas;
II - indicação da empresa responsável pelo consórcio;
III - apresentação dos documentos exigidos nos incisos V e XIII do artigo anterior, por
parte de cada consorciada;
IV - impedimento de participação de empresas consorciadas na mesma licitação, por
intermédio de mais de um consórcio ou isoladamente.

§ 1oO licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da celebração do contrato, a


constituição e registro do consórcio, nos termos do compromisso referido no inciso I
deste artigo.

§ 2oA empresa líder do consórcio é a responsável perante o poder concedente pelo


cumprimento do contrato de concessão, sem prejuízo da responsabilidade solidária
das demais consorciadas.
Art. 20. É facultado ao poder concedente, desde que previsto no edital, no interesse
do serviço a ser concedido, determinar que o licitante vencedor, no caso de consórcio,
se constitua em empresa antes da celebração do contrato.
Art. 21. Os estudos, investigações, levantamentos, projetos, obras e despesas ou
investimentos já efetuados, vinculados à concessão, de utilidade para a licitação,
realizados pelo poder concedente ou com a sua autorização, estarão à disposição dos
interessados, devendo o vencedor da licitação ressarcir os dispêndios
correspondentes, especificados no edital.
Art. 22. É assegurada a qualquer pessoa a obtenção de certidão sobre atos, contratos,
decisões ou pareceres relativos à licitação ou às próprias concessões.
Capítulo VI

DO CONTRATODE CONCESSÃO
Art. 23. São cláusulas essenciais do contrato de concessão as relativas:
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 83

I - ao objeto, à área e ao prazo da concessão;


II - ao modo, forma e condições de prestação do serviço;
III - aos critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros definidores da qualidade do
serviço;
IV - ao preço do serviço e aos critérios e procedimentos para o reajuste e a revisão
das tarifas;
V - aos direitos, garantias e obrigações do poder concedente e da concessionária,
inclusive os relacionados às previsíveis necessidades de futura alteração e expansão
do serviço e conseqüente modernização, aperfeiçoamento e ampliação dos
equipamentos e das instalações;
VI - aos direitos e deveres dos usuários para obtenção e utilização do serviço;
VII - à forma de fiscalização das instalações, dos equipamentos, dos métodos e
práticas de execução do serviço, bem como a indicação dos órgãos competentes para
exercê-la;
VIII - às penalidades contratuais e administrativas a que se sujeita a concessionária e
sua forma de aplicação;
IX - aos casos de extinção da concessão;
X - aos bens reversíveis;
XI - aos critérios para o cálculo e a forma de pagamento das indenizações devidas à
concessionária, quando for o caso;
XII - às condições para prorrogação do contrato;
XIII - à obrigatoriedade, forma e periodicidade da prestação de contas da
concessionária ao poder concedente;
XIV - à exigência da publicação de demonstrações financeiras periódicas da
concessionária; e
XV - ao foro e ao modo amigável de solução das divergências contratuais.
Parágrafo único. Os contratos relativos à concessão de serviço público precedido da
execução de obra pública deverão, adicionalmente:
I - estipular os cronogramas físico-financeiros de execução das obras vinculadas à
concessão; e
II - exigir garantia do fiel cumprimento, pela concessionária, das obrigações relativas
às obras vinculadas à concessão.
Art. 23-A. O contrato de concessão poderá prever o emprego de mecanismos privados
para resolução de disputas decorrentes ou relacionadas ao contrato, inclusive a
arbitragem, a ser realizada no Brasil e em língua portuguesa, nos termos da Lei
no9.307, de 23 de setembro de 1996.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 84

Art. 24.(VETADO)
Art. 25. Incumbe à concessionária a execução do serviço concedido, cabendo-lhe
responder por todos os prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários ou a
terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou atenue
essa responsabilidade.

§ 1oSem prejuízo da responsabilidade a que se refere este artigo, a concessionária


poderá contratar com terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias
ou complementares ao serviço concedido, bem como a implementação de projetos
associados.

§ 2oOs contratos celebrados entre a concessionária e os terceiros a que se refere o


parágrafo anterior reger-se-ão pelo direito privado, não se estabelecendo qualquer
relação jurídica entre os terceiros e o poder concedente.

§ 3oA execução das atividades contratadas com terceiros pressupõe o cumprimento


das normas regulamentares da modalidade do serviço concedido.
Art. 26. É admitida a subconcessão, nos termos previstos no contrato de concessão,
desde que expressamente autorizada pelo poder concedente.

§ 1oA outorga de subconcessão será sempre precedida de concorrência.

§ 2oO subconcessionário se sub-rogará todos os direitos e obrigações da


subconcedente dentro dos limites da subconcessão.
Art. 27. A transferência de concessão ou do controle societário da concessionária sem
prévia anuência do poder concedente implicará a caducidade da concessão.

§1oPara fins de obtenção da anuência de que trata o caput deste artigo, o


pretendente deverá:
I - atender às exigências de capacidade técnica, idoneidade financeira e regularidade
jurídica e fiscal necessárias à assunção do serviço; e
II - comprometer-se a cumprir todas as cláusulas do contrato em vigor.

§ 2o(Revogado).

§ 3o(Revogado).

§ 4o(Revogado).
Art. 27-A. Nas condições estabelecidas no contrato de concessão, o poder concedente
autorizará a assunção do controle ou da administração temporária da concessionária
por seus financiadores e garantidores com quem não mantenha vínculo societário
direto, para promover sua reestruturação financeira e assegurar a continuidade da
prestação dos serviços.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 85

§ 1oNa hipótese prevista no caput, o poder concedente exigirá dos financiadores e dos
garantidores que atendam às exigências de regularidade jurídica e fiscal, podendo
alterar ou dispensar os demais requisitos previstos no inciso I do parágrafo único do
art. 27.

§ 2oA assunção do controle ou da administração temporária autorizadas na forma do


caput deste artigo não alterará as obrigações da concessionária e de seus
controladores para com terceiros, poder concedente e usuários dos serviços públicos.

§ 3oConfigura-se o controle da concessionária, para os fins dispostos no caput deste


artigo, a propriedade resolúvel de ações ou quotas por seus financiadores e
garantidores que atendam os requisitos do art. 116 da Lei no6.404, de 15 de
dezembro de 1976.
§ 4oConfigura-se a administração temporária da concessionária por seus financiadores
e garantidores quando, sem a transferência da propriedade de ações ou quotas,
forem outorgados os seguintes poderes:
I - indicar os membros do Conselho de Administração, a serem eleitos em Assembleia
Geral pelos acionistas, nas sociedades regidas pela Lei 6.404, de 15 de dezembro de
1976; ou administradores, a serem eleitos pelos quotistas, nas demais sociedades;
II - indicar os membros do Conselho Fiscal, a serem eleitos pelos acionistas ou
quotistas controladores em Assembleia Geral;
III - exercer poder de veto sobre qualquer proposta submetida à votação dos
acionistas ou quotistas da concessionária, que representem, ou possam representar,
prejuízos aos fins previstos no caput deste artigo;
IV - outros poderes necessários ao alcance dos fins previstos no caput deste artigo.

§ 5oA administração temporária autorizada na forma deste artigo não acarretará


responsabilidade aos financiadores e garantidores em relação à tributação, encargos,
ônus, sanções, obrigações ou compromissos com terceiros, inclusive com o poder
concedente ou empregados.

§ 6oO Poder Concedente disciplinará sobre o prazo da administração temporária.


Art. 28. Nos contratos de financiamento, as concessionárias poderão oferecer em
garantia os direitos emergentes da concessão, até o limite que não comprometa a
operacionalização e a continuidade da prestação do serviço.

Parágrafo único. (Revogado pela Lei no9.074, de 1995)


Art. 28-A. Para garantir contratos de mútuo de longo prazo, destinados a
investimentos relacionados a contratos de concessão, em qualquer de suas
modalidades, as concessionárias poderão ceder ao mutuante, em caráter fiduciário,
parcela de seus créditos operacionais futuros, observadas as seguintes condições:
I - o contrato de cessão dos créditos deverá ser registrado em Cartório de Títulos e
Documentos para ter eficácia perante terceiros;
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 86

II - sem prejuízo do disposto no inciso I do caput deste artigo, a cessão do crédito não
terá eficácia em relação ao Poder Público concedente senão quando for este
formalmente notificado;
III - os créditos futuros cedidos nos termos deste artigo serão constituídos sob a
titularidade do mutuante, independentemente de qualquer formalidade adicional;
IV - o mutuante poderá indicar instituição financeira para efetuar a cobrança e
receber os pagamentos dos créditos cedidos ou permitir que a concessionária o faça,
na qualidade de representante e depositária;
V - na hipótese de ter sido indicada instituição financeira, conforme previsto no inciso
IV do caput deste artigo, fica a concessionária obrigada a apresentar a essa os
créditos para cobrança;
VI - os pagamentos dos créditos cedidos deverão ser depositados pela concessionária
ou pela instituição encarregada da cobrança em conta corrente bancária vinculada ao
contrato de mútuo;
VII - a instituição financeira depositária deverá transferir os valores recebidos ao
mutuante à medida que as obrigações do contrato de mútuo tornarem-se exigíveis; e
VIII - o contrato de cessão disporá sobre a devolução à concessionária dos recursos
excedentes, sendo vedada a retenção do saldo após o adimplemento integral do
contrato.
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, serão considerados contratos de longo
prazo aqueles cujas obrigações tenham prazo médio de vencimento superior a 5
(cinco) anos.
Capítulo VII

DOS ENCARGOS DO PODER CONCEDENTE


Art. 29. Incumbe ao poder concedente:
I - regulamentar o serviço concedido e fiscalizar permanentemente a sua prestação;
II - aplicar as penalidades regulamentares e contratuais;
III - intervir na prestação do serviço, nos casos e condições previstos em lei;
IV - extinguir a concessão, nos casos previstos nesta Lei e na forma prevista no
contrato;
V - homologar reajustes e proceder à revisão das tarifas na forma desta Lei, das
normas pertinentes e do contrato;
VI - cumprir e fazer cumprir as disposições regulamentares do serviço e as cláusulas
contratuais da concessão;
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 87

VII - zelar pela boa qualidade do serviço, receber, apurar e solucionar queixas e
reclamações dos usuários, que serão cientificados, em até trinta dias, das
providências tomadas;
VIII - declarar de utilidade pública os bens necessários à execução do serviço ou obra
pública, promovendo as desapropriações, diretamente ou mediante outorga de
poderes à concessionária, caso em que será desta a responsabilidade pelas
indenizações cabíveis;
IX - declarar de necessidade ou utilidade pública, para fins de instituição de servidão
administrativa, os bens necessários à execução de serviço ou obra pública,
promovendo-a diretamente ou mediante outorga de poderes à concessionária, caso
em que será desta a responsabilidade pelas indenizações cabíveis;
X - estimular o aumento da qualidade, produtividade, preservação do meio-ambiente
e conservação;
XI - incentivar a competitividade; e
XII - estimular a formação de associações de usuários para defesa de interesses
relativos ao serviço.
Art. 30. No exercício da fiscalização, o poder concedente terá acesso aos dados
relativos à administração, contabilidade, recursos técnicos, econômicos e financeiros
da concessionária.
Parágrafo único. A fiscalização do serviço será feita por intermédio de órgão técnico
do poder concedente ou por entidade com ele conveniada, e, periodicamente,
conforme previsto em norma regulamentar, por comissão composta de
representantes do poder concedente, da concessionária e dos usuários.
Capítulo VIII

DOS ENCARGOS DACONCESSIONÁRIA


Art. 31. Incumbe à concessionária:
I - prestar serviço adequado, na forma prevista nesta Lei, nas normas técnicas
aplicáveis e no contrato;
II - manter em dia o inventário e o registro dos bens vinculados à concessão;
III - prestar contas da gestão do serviço ao poder concedente e aos usuários, nos
termos definidos no contrato;
IV - cumprir e fazer cumprir as normas do serviço e as cláusulas contratuais da
concessão;
V - permitir aos encarregados da fiscalização livre acesso, em qualquer época, às
obras, aos equipamentos e às instalações integrantes do serviço, bem como a seus
registros contábeis;
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 88

VI - promover as desapropriações e constituir servidões autorizadas pelo poder


concedente, conforme previsto no edital e no contrato;
VII - zelar pela integridade dos bens vinculados à prestação do serviço, bem como
segurá-los adequadamente; e
VIII - captar, aplicar e gerir os recursos financeiros necessários à prestação do serviço.
Parágrafo único. As contratações, inclusive de mão-de-obra, feitas pela concessionária
serão regidas pelas disposições de direito privado e pela legislação trabalhista, não se
estabelecendo qualquer relação entre os terceiros contratados pela concessionária e
o poder concedente.
Capítulo IX

DAINTERVENÇÃO
Art. 32. O poder concedente poderá intervir na concessão, com o fim de assegurar a
adequação na prestação do serviço, bem como o fiel cumprimento das normas
contratuais, regulamentares e legais pertinentes.
Parágrafo único. A intervenção far-se-á por decreto do poder concedente, que conterá
a designação do interventor, o prazo da intervenção e os objetivos e limites da
medida.
Art. 33. Declarada a intervenção, o poder concedente deverá, no prazo de trinta dias,
instaurar procedimento administrativo para comprovar as causas determinantes da
medida e apurar responsabilidades, assegurado o direito de ampla defesa.

§ 1oSe ficar comprovado que a intervenção não observou os pressupostos legais e


regulamentares será declarada sua nulidade, devendo o serviço ser imediatamente
devolvido à concessionária, sem prejuízo de seu direito à indenização.

§ 2oO procedimento administrativo a que se refere o caput deste artigo deverá ser
concluído no prazo de até cento e oitenta dias, sob pena de considerar-se inválida a
intervenção.
Art. 34. Cessada a intervenção, se não for extinta a concessão, a administração do
serviço será devolvida à concessionária, precedida de prestação de contas pelo
interventor, que responderá pelos atos praticados durante a sua gestão.
Capítulo X

DAEXTINÇÃODACONCESSÃO
Art. 35. Extingue-se a concessão por:
I - advento do termo contratual;
II - encampação;
III - caducidade;
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 89

IV - rescisão;
V - anulação; e
VI - falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou incapacidade do
titular, no caso de empresa individual.

§ 1oExtinta a concessão, retornam ao poder concedente todos os bens reversíveis,


direitos e privilégios transferidos ao concessionário conforme previsto no edital e
estabelecido no contrato.

§ 2oExtinta a concessão, haverá a imediata assunção do serviço pelo poder


concedente, procedendo-se aos levantamentos, avaliações e liquidações necessários.

§ 3oA assunção do serviço autoriza a ocupação das instalações e a utilização, pelo


poder concedente, de todos os bens reversíveis.

§ 4oNos casos previstos nos incisos I e II deste artigo, o poder concedente,


antecipando-se à extinção da concessão, procederá aos levantamentos e avaliações
necessários à determinação dos montantes da indenização que será devida à
concessionária, na forma dos arts. 36 e 37 desta Lei.
Art. 36. A reversão no advento do termo contratual far-se-á com a indenização das
parcelas dos investimentos vinculados a bens reversíveis, ainda não amortizados ou
depreciados, que tenham sido realizados com o objetivo de garantir a continuidade e
atualidade do serviço concedido.
Art. 37. Considera-se encampação a retomada do serviço pelo poder concedente
durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei
autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização, na forma do artigo
anterior.
Art. 38. A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério do poder
concedente, a declaração de caducidade da concessão ou a aplicação das sanções
contratuais, respeitadas as disposições deste artigo, do art. 27, e as normas
convencionadas entre as partes.

§ 1oA caducidade da concessão poderá ser declarada pelo poder concedente quando:
I - o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou deficiente, tendo por
base as normas, critérios, indicadores e parâmetros definidores da qualidade do
serviço;
II - a concessionária descumprir cláusulas contratuais ou disposições legais ou
regulamentares concernentes à concessão;
III - a concessionária paralisar o serviço ou concorrer para tanto, ressalvadas as
hipóteses decorrentes de caso fortuito ou força maior;
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 90

IV - a concessionária perder as condições econômicas, técnicas ou operacionais para


manter a adequada prestação do serviço concedido;
V - a concessionária não cumprir as penalidades impostas por infrações, nos devidos
prazos;
VI - a concessionária não atender a intimação do poder concedente no sentido de
regularizar a prestação do serviço; e
VII - a concessionária não atender a intimação do poder concedente para, em 180
(cento e oitenta) dias, apresentar a documentação relativa a regularidade fiscal, no
curso da concessão, na forma do art. 29 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.

§ 2oA declaração da caducidade da concessão deverá ser precedida da verificação da


inadimplência da concessionária em processo administrativo, assegurado o direito de
ampla defesa.

§ 3oNão será instaurado processo administrativo de inadimplência antes de


comunicados à concessionária, detalhadamente, os descumprimentos contratuais
referidos no § 1º deste artigo, dando-lhe um prazo para corrigir as falhas e
transgressões apontadas e para o enquadramento, nos termos contratuais.

§ 4oInstaurado o processo administrativo e comprovada a inadimplência, a


caducidade será declarada por decreto do poder concedente, independentemente de
indenização prévia, calculada no decurso do processo.

§ 5oA indenização de que trata o parágrafo anterior, será devida na forma do art. 36
desta Lei e do contrato, descontado o valor das multas contratuais e dos danos
causados pela concessionária.

§ 6oDeclarada a caducidade, não resultará para o poder concedente qualquer espécie


de responsabilidade em relação aos encargos, ônus, obrigações ou compromissos
com terceiros ou com empregados da concessionária.
Art. 39. O contrato de concessão poderá ser rescindido por iniciativa da
concessionária, no caso de descumprimento das normas contratuais pelo poder
concedente, mediante ação judicial especialmente intentada para esse fim.
Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste artigo, os serviços prestados pela
concessionária não poderão ser interrompidos ou paralisados, até a decisão judicial
transitada em julgado.
Capítulo XI

DAS PERMISSÕES
Art. 40. A permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de
adesão, que observará os termos desta Lei, das demais normas pertinentes e do
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 91

edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do


contrato pelo poder concedente.
Parágrafo único. Aplica-se às permissões o disposto nesta Lei.
Capítulo XII

DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS


Art. 41. O disposto nesta Lei não se aplica à concessão, permissão e autorização para
o serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens.
Art. 42. As concessões de serviço público outorgadas anteriormente à entrada em
vigor desta Lei consideram-se válidas pelo prazo fixado no contrato ou no ato de
outorga, observado o disposto no art. 43 desta Lei.

§ 1o Vencido o prazo mencionado no contrato ou ato de outorga, o serviço poderá ser


prestado por órgão ou entidade do poder concedente, ou delegado a terceiros,
mediante novo contrato.

§ 2oAs concessões em caráter precário, as que estiverem com prazo vencido e as que
estiverem em vigor por prazo indeterminado, inclusive por força de legislação
anterior, permanecerão válidas pelo prazo necessário à realização dos levantamentos
e avaliações indispensáveis à organização das licitações que precederão a outorga
das concessões que as substituirão, prazo esse que não será inferior a 24 (vinte e
quatro) meses.

§ 3º As concessões a que se refere o § 2odeste artigo, inclusive as que não possuam


instrumento que as formalize ou que possuam cláusula que preveja prorrogação,
terão validade máxima até o dia 31 de dezembro de 2010, desde que, até o dia 30 de
junho de 2009, tenham sido cumpridas, cumulativamente, as seguintes condições:
I - levantamento mais amplo e retroativo possível dos elementos físicos constituintes
da infra-estrutura de bens reversíveis e dos dados financeiros, contábeis e comerciais
relativos à prestação dos serviços, em dimensão necessária e suficiente para a
realização do cálculo de eventual indenização relativa aos investimentos ainda não
amortizados pelas receitas emergentes da concessão, observadas as disposições
legais e contratuais que regulavam a prestação do serviço ou a ela aplicáveis nos 20
(vinte) anos anteriores ao da publicação desta Lei;
II - celebração de acordo entre o poder concedente e o concessionário sobre os
critérios e a forma de indenização de eventuais créditos remanescentes de
investimentos ainda não amortizados ou depreciados, apurados a partir dos
levantamentos referidos no inciso I deste parágrafo e auditados por instituição
especializada escolhida de comum acordo pelas partes; e
III - publicação na imprensa oficial de ato formal de autoridade do poder concedente,
autorizando a prestação precária dos serviços por prazo de até 6 (seis) meses,
renovável até 31 de dezembro de 2008, mediante comprovação do cumprimento do
disposto nos incisos I e II deste parágrafo.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 92

§ 4o Não ocorrendo o acordo previsto no inciso II do § 3odeste artigo, o cálculo da


indenização de investimentos será feito com base nos critérios previstos no
instrumento de concessão antes celebrado ou, na omissão deste, por avaliação de seu
valor econômico ou reavaliação patrimonial, depreciação e amortização de ativos
imobilizados definidos pelas legislações fiscal e das sociedades por ações, efetuada
por empresa de auditoria independente escolhida de comum acordo pelas partes.

§ 5o No caso do § 4odeste artigo, o pagamento de eventual indenização será


realizado, mediante garantia real, por meio de 4 (quatro) parcelas anuais, iguais e
sucessivas, da parte ainda não amortizada de investimentos e de outras indenizações
relacionadas à prestação dos serviços, realizados com capital próprio do
concessionário ou de seu controlador, ou originários de operações de financiamento,
ou obtidos mediante emissão de ações, debêntures e outros títulos mobiliários, com a
primeira parcela paga até o último dia útil do exercício financeiro em que ocorrer a
reversão.

§ 6o Ocorrendo acordo, poderá a indenização de que trata o § 5odeste artigo ser paga
mediante receitas de novo contrato que venha a disciplinar a prestação do serviço.
Art. 43. Ficam extintas todas as concessões de serviços públicos outorgadas sem
licitação na vigência da Constituição de 1988.
Parágrafo único. Ficam também extintas todas as concessões outorgadas sem
licitação anteriormente à Constituição de 1988, cujas obras ou serviços não tenham
sido iniciados ou que se encontrem paralisados quando da entrada em vigor desta Lei.
Art. 44. As concessionárias que tiverem obras que se encontrem atrasadas, na data
da publicação desta Lei, apresentarão ao poder concedente, dentro de cento e oitenta
dias, plano efetivo de conclusão das obras.
Parágrafo único. Caso a concessionária não apresente o plano a que se refere este
artigo ou se este plano não oferecer condições efetivas para o término da obra, o
poder concedente poderá declarar extinta a concessão, relativa a essa obra.
Art. 45. Nas hipóteses de que tratam os arts. 43 e 44 desta Lei, o poder concedente
indenizará as obras e serviços realizados somente no caso e com os recursos da nova
licitação.
Parágrafo único. A licitação de que trata o caput deste artigo deverá,
obrigatoriamente, levar em conta, para fins de avaliação, o estágio das obras
paralisadas ou atrasadas, de modo a permitir a utilização do critério de julgamento
estabelecido no inciso III do art. 15 desta Lei.
Art. 46. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 47. Revogam-se as disposições em contrário.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 93

Gestão de Pessoas por Competências


Gestão por competências significa orientar esforços para planejar, captar,
desenvolver e avaliar, nos diferentes níveis da organização – individual, grupal e
organizacional –, as competências necessárias à consecução de seus objetivos.

Configura um saber agir responsável e reconhecido que implica mobilizar, integrar,


transferir conhecimentos, recursos e habilidades, agregando valor econômico à
organização e valor social ao indivíduo.

Classificação:

Competências humanas e profissionais: relacionadas ao indivíduo ou a equipe, referem-se


a combinações sinérgicas de conhecimento, habilidade e atitude expressas pelo
desempenho profissional em determinado contexto ou em determinada estratégia
organizacional.“CHA” - Conhecimento (informação - saber).

Competências organizacionais: inerentes a toda a organização ou a uma de suas unidades


produtivas – competências básicas e essenciais.

A competência é a junção dos elementos: de Conhecimento (saber/conhecimento),


Habilidade (capacidade/técnica) e Atitude (fazer/querer) - “CHA”. Saber fazer, Querer
fazer e Poder fazer.

Competências Organizacionais:

Para Mill et all: existem as competências essenciais, as competências distintivas, as


competências organizacionais ou Unidade de Negócio, as competências de suporte e
a capacidade dinâmica

Conforme Prahalad e Hamel: existem as competências essenciais, as competências


de gestão ou funcionais, as competências organizacionais e as competências
pessoais.

O modelo de Gestão por Competências é constituído por 5 fases a saber:

1ª fase: formulação da estratégia – missão, visão, objetivos estratégicos, indicadores


e metas.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 94

2ª fase: mapeamento das competências: objetiva identificar o gap ou lacuna de


competências, isto é, a diferença entre as competências necessárias para concretizar
a estratégia formulada e as competências internas disponíveis na organização.

3ª fase: Captação e Desenvolvimento de competências. A captação no nível individual


ocorre através do recrutamento e seleção; no nível organizacional por meio de
parcerias ou alianças estratégicas. O desenvolvimento refere-se ao aprimoramento
das competências internas, no nível individual por meio da aprendizagem; no nível
organizacional por meio do investimento em pesquisas.

4ª fase: Acompanhamento e Avaliação: monitoramento dos planos operacionais e de


gestão através dos indicadores, para corrigir os desvios.

5ª fase: Retribuição - reconhecer, premiar e remunerar, de forma diferenciada, as


pessoas, equipes de trabalho e unidades produtivas que mais contribuíram para a
consecução dos resultados planejados, o que serviria de estímulo à manutenção de
comportamentos desejados e à correção de eventuais desvios.

Tipologias de competências:

 Competências emergentes: o grau de importância tende a crescer;


 Competências declinantes: o grau de importância tende a diminuir;
 Competências estáveis: permanecem relevantes ao longo do tempo;
 Competências transitórias: são importantes em momentos críticos, de crises e
mudanças.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 95

Gestão da Qualidade: excelência nos serviços públicos

Philip Kotler & Gary Armstrong definem que a qualidade de um produto é capaz de
mostrar um alto desempenho, através de alguns critérios, como: durabilidade,
confiabilidade, precisão, facilidade de operação e reparos, dentre outros. A qualidade
precisa ser medida pelo consumidor, enfatizando que melhoria da qualidade está
além de uma simples redução de defeitos: significa satisfazer os desejos e
necessidades dos clientes melhor que os concorrentes. Expõem ainda que é de
fundamental importância que o nível de qualidade seja percebido pelos consumidores,
seja através de sua aparência ou de outros elementos de marketing. Para Vicente
Falconi o conceito de qualidade é: “um produto ou serviço que atende perfeitamente,
de forma confiável, de forma acessível, de forma segura e no tempo certo às
necessidades do cliente”.

Princípios de um programa de qualidade

1. Total satisfação dos Clientes;


2. Gerência Participativa;
3. Desenvolvimento de Recursos Humanos;
4. Constância de Propósitos;
5. Melhoria Contínua;
6. Gerenciamento de Processos;
7. Delegação;
8. Disseminação de Informações;
9. Garantia da Qualidade;
10. Não aceitação de Erros.

A GQT (Gestão da Qualidade Total), é uma opção para a reorientação gerencial das
organizações. Tem como pontos básicos: foco no cliente; trabalho em equipe
permeando toda a organização; decisões baseadas em fatos e dados; e a busca
constante da solução de problemas e da diminuição de erros.

No Brasil temos a Fundação Nacional da Qualidade – FNQ, que tem como missão
disseminar e atualizar Modelo de Excelência da Gestão® (MEG) .

O Modelo de Excelência da Gestão® tem como característica mais relevante ser um


modelo sistêmico. Consolida as melhores práticas de gestão visando a liderança das
organizações em suas respectivas áreas de atuação, em harmonia com o ambiente e
a sociedade. É um modelo completo e reconhecido internacionalmente, não
prescritivo, direcionado aos resultados, promove o aprendizado organizacional, com
foco na integração e no alinhamento de todo o sistema, e permite a medição do grau
de maturidade da gestão.

O Modelo de Excelência da Gestão® - MEG tem como fundamentos:

a) Pensamento sistêmico: consiste no entendimento das relações de interdependência


entre os ambientes externo e interno da organização;
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 96

b) Aprendizado organizacional: a organização aprende com suas experiências e


evolui;

c) Cultura de inovação: busca a inovação como um diferencial competitivo e como


meio de agregar valor para o cliente;

d) Liderança e constância de propósitos: Atuação dos diretores de forma aberta,


democrática, inspiradora e motivadora;

e) Orientação por processos e informações: Deve estar orientada à informação e a


tomada de decisões e execução de ações baseadas em informações;

f) Visão de futuro: consiste na compreensão dos fatores que afetam a organização,


seu ecossistema e o ambiente externo no curto e no longo prazo, visando sua
perpetuação;

g) Geração de valor: a organização tem por objetivo gerar valor para seus clientes e
assim conseguir resultados consistentes, assegurando a manutenção de suas
atividades;

h) Valorização das pessoas: significa estabelecer relações com as pessoas para que se
realizem profissional e humanamente, maximizando o desempenho através do
comprometimento, desenvolvimento de competências e espaço para empreender;

i) Conhecimento sobre o cliente e o mercado: a partir deste conhecimento é possível


criar valor de forma sustentada para o cliente gerando maior competitividade;

j) Desenvolvimento de parcerias: significa atuar em conjunto com outras


organizações, a partir da utilização das competências essenciais de cada uma;

k) Responsabilidade social: é a relação ética e transparente da organização com os


públicos que se relaciona, voltada para o desenvolvimento sustentável da sociedade,
preservando recursos ambientais e culturais, respeitando a diversidade e promovendo
a redução das desigualdades sociais.

Para que o MEG seja implementado é necessário que os fundamentos sejam


desdobrados em critérios que levam a excelência, denominados critérios de
excelência, são eles:

a) Liderança;
b) Estratégia e Planos;
c) Clientes;
d) Sociedade;
e) Informações e Conhecimento;
f) Pessoas;
g) Processos;
h) Resultados.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 97

Fonte: Critérios de Excelência FNQ

A organização é um sistema orgânico e adaptável que interage com o ambiente


externo e é considerado flexível e pode se adaptar a situações diversas. Os elementos
da organização estão imersos em Conhecimento e Informações visando gerar
Resultados. A Liderança, com as Informações e considerando Clientes e Sociedade, pode-se
estabelecer os princípios da organização e define o seu direcionamento formulando
Estratégias e Planos, que, por seu turno, são executadas por Pessoas que utilizam Processos
para atingir os Resultados, que devem ser analisados e compreendidos, gerando
Informações e Conhecimento, que são usadas para avaliar e possibilitar o refinamento do
modelo a ser adotado em um novo ciclo da gestão.

Para avaliar a maturidade do modelo de gestão de uma organização, os oito critérios


do MEG estão alocados em 2 critérios de avaliação:

a) Processos gerenciais (sete primeiros);


b) Resultados organizacionais (último).

Cada critério é composto por subitens, e a estes são atribuídos pontuações, que,
somadas, atingem 1.000 pontos: a maior pontuação encontra-se vinculada ao critério
Resultados, com 450 pontos. O sistema de pontuação visa determinar o estágio de
maturidade da gestão da organização – que variam desde o estágio preliminar (de 0 a
150 pontos) até organizações com enfoques altamente proativos (de 850 a 1.000
pontos).

Tendo como referência os critérios de excelência, as empresas podem realizar a


avaliação simplesmente para validar sua forma de atuação, ou podem se candidatar
ao prêmio nacional de excelência em gestão (Prêmio Nacional de Qualidade). Todas
as empresas que se candidatam ao prêmio nacional são avaliadas por profissionais
externos acreditados pela FNQ, e recebem um relatório completo de sua organização,
em que são relacionados os pontos fortes e diagnosticadas as oportunidades para
melhoria. As empresas privadas vencedoras do PNQ, têm obtido lucros significativos e
as públicas têm obido melhorias na prestação dos serviços.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 98

O modelo prevê três níveis de maturidade de gestão:

a) Compromisso com a excelência: são organizações iniciantes. Avaliação em até 250


pontos;

b) Rumo à excelência. são as organizações em estágios intermediários. Avaliação em


até 500 pontos;

c) Critérios de Excelência: são organizações em estágios avançados para atingir a


excelência. Avaliação até 1000 pontos.

Como resultado desta avaliação a organização recebe um Relatório de Avaliação


apresentando os pontos fortes e oportunidades de melhoria identificadas, e da análise
crítica das oportunidades de melhoria, a organização define planos de melhoria, que
são priorizados considerando o seu impacto no desempenho, viabilidade e a
capacidade da organização de implementá- los. Ao final do ciclo deve ser feita a
revisão das ações executadas para aperfeiçoamento do processo de auto-avaliação,
visando o próximo ciclo.

Principais teóricos e suas contribuições para a gestão da qualidade

Wiilian Edwards Deming

Deming foi um dos primeiro autores de gestão da qualidade estabeleceu 14 princípios


as organizações que pretendem utilizar este modelo de gestão, são eles:

1 - estabeleça constância de propósitos para melhoria do produto/serviço, objetivando


competitividade, manter-se ativo e criar emprego;

2 - adote uma nova filosofia, conscientize-se das responsabilidades e assuma a


liderança no processo de transformação;

3 - Não dependa de inspeção para ter qualidade. Elimine a inspeção em massa,


introduzindo a qualidade no produto desde o primeiro estágio;

4 - pare de aprovar orçamentos baseados no preço, minimize o custo total. Um


fornecedor para cada item, relacionamentos de longo prazo fundados na lealdade e
confiança;

5 - melhoria constante no sistema de produção / prestação de serviços, para melhorar


a qualidade e a produtividade e, assim, reduzir de forma sistemática os custos;

6 - institua o treinamento no local de trabalho;

7 - institua a liderança. O objetivo deve ser de ajudar as pessoas, as máquinas e


dispositivos a executarem o trabalho de forma melhor.

8 - elimine o medo, para que todos trabalhem de modo eficaz;


APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 99

9 - elimine as barreiras entre os departamentos. As pessoas devem trabalhar em


equipe, de modo a preverem problemas de produção e utilização do produto/serviço;

10 - elimine metas que exijam nível zero de falhas de mão de obra e estabeleça níveis
de produtividade, a maioria das causas da baixa qualidade e produtividade estão no
sistema, fora do alcance dos trabalhadores;

11 - elimine padrões de trabalho (quotas) na linha de produção, substitua-os por


liderança; elimine o processo de administração por objetivos numéricos, substitua- os
pela gestão por processos por meio de exemplo de líderes;

12- remova barreiras que privam o trabalhador de seu direito de orgulhar- se de seu
desempenho. A responsabilidade dos chefes deve ser mudar de números absolutos
para a qualidade; Tais barreiras significam a abolição da avaliação anual de
desempenho ou de mérito, bem como da administração por objetivos;

13- institua um forte programa de educação e auto aprimoramento;

14- engaje todos no processo de transformação, pois é da competência de todos.

Joseph Moses Juran

Juran desenvolveu métodos de engenharia da qualidade e é famoso pelo "Quality


Control Handbook" e pela sua trilogia, para ele a qualidade é a aptidão para o uso.
Trilogia de Juran: "A administração para a qualidade se faz com a utilização dos
mesmos processos administrativos de planejamento, controle e aperfeiçoamento.”

• Planejamento da Qualidade: é a atividade de desenvolver produtos que atendam às


necessidades do cliente.

• Controle da Qualidade: usado pelos grupos operacionais como auxílio para atender
aos objetivos do processo e do produto. Consiste em avaliar o desempenho real e
comparar com os objetivos e agir com base na diferença.

• Aperfeiçoamento da Qualidade: Tem por objetivo atingir níveis de desempenho sem


precedentes - níveis significativamente melhores do que qualquer outro no passado.

Kaoru Ishikawa

Criou o método de análise de causas e efeitos chamado Diagrama de Ishikawa ou


diagrama de Causa-Efeito ou Diagrama de Espinho-Peixe. Também foi o criador dos
Círculos de Controle da Qualidade (CCQ) enfatizando o lado humano da qualidade.

Diagrama de Causa-Efeito - foi desenvolvido com o objetivo de representar a relação


entre um “efeito” e suas possíveis “causas”. É uma técnica utilizada para descobrir,
organizar e resumir conhecimento de um grupo a respeito das possíveis causas que
contribuem para um determinado efeito. esta ferramenta será estudada adiante no
tópico ferramentas da qualidade.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 100

Vilfredo Pareto

Criou um método analítico baseado na importância de cada problema: as causas mais


importantes, que representam 20%, são aquelas que tem de ser enfrentadas e que
provocam 80% dos defeitos, ou seja, significa que 80% dos problemas são
ocasionados por 20% das causas, ou seja, são poucas causas que originam a maioria
dos problemas. Conhecido como Regra 80/20 ou Diagrama / Princípio de Pareto.

Phil Crosby

criou a ideia de Zero Defeito e propôs um programa para melhoria da qualidade com
quatorze pontos. São pontos principais deste programa de qualidade:

 A definição de qualidade é a conformidade com os requisitos


 O sistema da qualidade deve ser voltado à prevenção da qualidade (e não
avaliação)
 A meta padrão do desempenho deve ser “zero defeito”
 A medida padrão deve ser o custo da não-qualidade
São níveis de maturidade da organização em qualidade, na respectiva ordem
crescente:incerteza, despertar, iluminação, juízo e certeza.

Armand Feigenbaun

Deu origem ao conceito de controle da qualidade total (TQM- Total Quality


Management). O TQM implica em uma abordagem filosófica da qualidade, que
acarretaria em que as empresas adotassem como estilo de vida a qualidade. É
considerado o “pai” da qualidade e afirma que este é um trabalho de todos na
organização, e que não é possível fabricar produtos de alta qualidade se o
departamento trabalha isolado. Segundo ele, diferentes departamentos devem
intervir nas parcelas do processo que resultam no produto, e esta colaboração varia
desde o projeto do produto ao controle pós-venda, para que assim não ocorram erros
que prejudiquem a cadeia produtiva, causando problemas ao consumidor.
Sua proposta está em fazer com que as organizações migrem do gerenciamento
baseado apenas em ativos tangíveis para uma compreensão mais ampla, que compõe
como fator determinante a capacidade de inovação, inclusive do próprio
gerenciamento.

Para esse pensador há nove fatores que afetam a qualidade - os chamados 9M - que
são:

 Dinheiro (money) - margens de lucro estreitas e investimentos


 Gerência (Management) - qualidade do produto e assistência técnica
 Pessoas (man) - especialização e engenharia de sistemas
 Mercados (Markets) - competição e velocidade de mudança
 Motivação (Motivation) - educação e conscientização para a qualidade
 Materiais (Materials) - diversidade e necessidade de exames complexos
 Máquinas (Machines) - complexidade e dependência da qualidade dos materiais
 Métodos (Methods) - melhores informações para tomada de decisão
 Montagens do produto - requisitos (mounting product requirements) - fatores
que devem ser considerados - poeira, vibração, etc.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 101

Ciclo PDCA

O ciclo PDCA, também conhecido como ciclo de Shewhart (seu criador), ou ciclo de
Deming (seu divulgador), é uma ferramenta da qualidade para gerenciar a rotina e
promover melhorias. O PDCA visa a promover a padronização por meio da melhoria
contínua. É uma ferramenta muito utilizada em diversas áreas do conhecimento por
ser bastante simples e de fácil entendimento.

As fases do ciclo estão representadas na sua sigla: Plan (planejar), Do (Executar),


Check (verificar) e Act (Agir Corretivamente).

1ª Fase – Planejar: É o momento em que são definidas as metas e métodos para


determinada atividade. O que queremos alcançar? Como faremos para atingir essa
meta?

2ª Fase – Executar: Coloca-se em prática o que foi planejado, sendo necessário educar
e treinar as pessoas antes que elas comecem a executar as ações planejadas.

3ª Fase – Verificar: É uma fase de controle para comparar os resultados alcançados


com as metas e métodos estabelecidos no planejamento. Essa comparação deve ser
objetiva, com base em fatos e dados concretos.

4a Fase – Agir corretivamente: É o momento de fazer ajustes para corrigir desvios e


falhas identificados na fase de verificação. Essa fase irá retroalimentar o ciclo, dando
insumos para um novo planejamento e promovendo a melhoria contínua.

É desejável e necessário que todo processo e subprocesso da organização tenha no


mínimo uma vez cada uma das etapas do PDCA, e quanto mais vezes consegui girar
melhores serão os resultados, por isso melhoria contínua, melhores resultados são
conquistados aplicando o ciclo PDCA de forma constante.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 102

Ferramentas de gestão da qualidade

Ciclo PDCA - esta ferramenta é estudada no tópico anterior (4.2) deste material.

Matriz GUT - G = Gravidade, U = Urgência e T = Tendência.

A matriz GUT é uma ferramenta de priorização, em que listamos os problemas e


atribuímos valores a estes em relação a sua gravidade, urgência e tendência, para
definir o problema que precisa ser resolvido antes dos demais em uma “ordem” de
prioridades. Normalmente, utilizamos esta matriz para priorizar problemas não-
quantificados.

Seus elementos podem ser entendidos como:

G (gravidade): refere-se ao custo, o quanto se perderia (dinheiro ou outra base


quantitativa), pelo fato de não se tomar uma ação para solucionar o problema
rapidamente.

U (urgência): refere-se ao prazo em que é necessário agir para evitar o dano.

T (tendência): refere-se à tendência ou à propensão que o problema poderá assumir


no futuro breve, se não for corrigido. As grandes tendências possíveis podem ser:
estabilidade, agravamento ou atenuação dos efeitos do problema, supondo que nada
seja feito.

A cada um destes fatores são atribuídos valores, de 1 a 5, e no final multiplicados, o


problema com o maior resultado é o que deverá ser priorizado.

5W2H - Ea originalmente chamada de 5W1H. Posteriormente, incluiu-se o custo (how


much), passando a ser chamada de 5W2H. É uma ferramenta que auxilia no
planejamento das ações que se deseja desenvolver, utilizada para planejar a
implementação de uma solução, a partir da resposta às seguintes questões:

What - o que?
Who - quem?
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 103

Where - onde?
when - quando?
Why - por que?
How -como?
How Much - quanto custa?

Diagrama de Ishikawa - também denominado espinha de peixe, tem por objetivo


organizar o raciocínio e a discussão sobre as causas do problema. Originalmente a
ferramenta foi concebida em torno de 4 causas principais: mão-de-obra, máquinas,
métodos e materiais, e denominado também de diagrama 4M. Atualmente em sua
estrutura, as prováveis causas dos problemas (efeitos) podem ser classificadas em
seis tipos diferentes quando denominado como 6M:

 Método: toda a causa envolvendo o método que estava sendo executado;


 Material: toda causa que envolve o material que estava sendo utilizado;
 Mão-de-obra: toda causa que envolve uma atitude do colaborador ;
 Máquina: toda causa envolvendo a máquina que estava sendo operada;
 Medida: toda causa que envolve os instrumentos de medida, sua calibração, a
efetividade de indicadores em mostrar as variações de resultado, se o
acompanhamento está sendo realizado, se ocorre na frequência necessária, etc.
 Meio ambiente; toda causa que envolve o meio ambiente em si (externo) e o
ambiente de trabalho (interno).

O Sistema permite estruturar hierarquicamente as causas potenciais de determinado


problema ou oportunidade de melhoria, e seus efeitos sobre a qualidade dos
produtos. Uma das vantagens do diagrama está no fato deste fornecer uma conexão
visual entre o efeito observado e os possíveis fatores que contribuem para ele. As
espinhas principais representam as causas primárias (macro-causas) do problema e
as ramificações dessas espinhas representam as causas secundárias ou oriundas de
processos anteriores. Assim, no final da espinha, chegamos às micro causas reais e
específicas do que está causando aquele efeito.

Princípio de Pareto - é uma ferramenta que permite dar prioridades dentre os problemas
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 104

existentes, na medida em que a maioria (80%) dos problemas correspondem a


minoria (20%) das causas, assim é preciso priorizar essas causa que darão solução a
maioria dos problemas.

Segundo o princípio de pareto a maior parte dos efeitos / conseqüências de problemas


são causados pelo menor número de causas. Para Pareto 80% dos efeitos são
causados por 20% dos problemas, ou seja, poucas causas são significativas. Focar
nestas causas dará, uma resposta maior na resolução de problemas.

São regras da análise do Diagrama de Pareto:

a) Os problemas mais frequentes nem sempre são os mais caros;


b) Construa o gráfico indicando corretamente as grandezas e a que se referem ;
c) O gráfico deverá possuir títulos e nomenclatura para os 2 eixos.

Passos para a construção do Diagrama de Pareto:

1) Coletar os dados (brainstorming ou apontamentos);


2) Organização dos dados;
3) Contagem dos números, separados por categoria;
4) Reescrever as categorias, por ordem de ocorrência;
5) Juntar as categorias com menos frequência sob o nome de “outros”;
6) Construir uma tabela;
7) Elaborar o gráfico (barras ou linhas);

Reengenharia - Para alguns autores é o reprojeto de processos de trabalho e a


implementação de novos projetos, para outros autores é o repensar a reestruturação
radical dos processos organizacionais para alcançar melhorias significativas, no
desempenho de custos, qualidade, atendimento e velocidade. A reengenharia
preocupa-se em fazer cada vez mais com cada vez menos, com foco em processos
organizacionais. Seus três componentes são: pessoas, TI e processos.

A reengenharia elimina departamentos e os substitui por equipes, como decorrência


acontecem demissões em massa (downsizing - enxugamento) e à substituição de
trabalho humano pelo computador, a reengenharia mostrou a importância dos
processos horizontais das organizações e do seu tratamento racional.

A reengenharia se fundamenta em:

1. Fundamental: Reduzir a organização ao essencial e fundamental. Por que fazemos


o que fazemos? E por que dessa forma?
2. Radical: Impõe uma renovação radical, desconsiderando as estruturas e os
procedimentos atuais para inventar novas maneiras de fazer o trabalho.
3. Drástica: joga fora tudo o que existe atualmente na empresa, e busca sua
substituição por algo inteiramente novo. Sem aproveitar o que existe.
4. Processos: A reengenharia reorienta o foco para os processos e não para as tarefas
ou serviços, nem para pessoas ou para a estrutura. Busca entender o “quê” e o
“porquê” e não o “como” do processo.

Benchmarking - processo contínuo de comparação dos produtos, serviços e práticas


empresarias entre os mais fortes concorrentes ou organizações reconhecidas como
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 105

líderes. É um processo de pesquisa / investigação que permite realizar comparações


de processos e das melhores práticas do mercado"companhia-a- companhia" para
identificar o melhor do melhor e alcançar um nível de superioridade ou vantagem
competitiva.

O benchmarking surgiu da necessidade de informações e da necessidade de aprender


rapidamente a solucionar problemas. São vantagens dessa técnica a mudança da
maneira de uma organização pensar sobre a necessidade de melhoria, senso de
urgência para melhoria, senso de competitividade, os membros da equipe tornam-se
motivados ao observar uma oportunidade de melhoria e a se empenhar por
excelência, inovação e aplicação de pensamento inovador.

São tipos de benchmarking: interno, competitivo, funcional e com cooperação.

Brainstorming - “tempestade de ideias / cerebral”; Consiste em reunir uma equipe


responsável pela solução do problema e em um período de tempo estipulado, são
incentivados a exprimir suas idéias, sem prejulgamentos. Ao final as idéias são
sintetizadas e agrupadas e então serão avaliadas e criticadas.

Brainwriting - similar ao Brainstorming, a diferença é na expressão das idéias, que , ao


invés de ser verbal é escrita. As pessoas não exprimem as ideias verbalmente, mas
por escrito. Cada pessoa anota sua ideia em um papel e passa para que o outro
participante faça o mesmo e assim em diante.

MDPO - é o método de delineamento de problemas organizacionais, também


conhecido por Paradigma de Rubinstein. Consiste em organizar em um diagrama as
relações de causa e efeito existentes de um problema. Nesta técnica as perguntas
devem começar com “Como” e para responder a pergunta o primeiro passo é listar os
efeitos desejados, os indicadores de solução do problema. Em seguida, deve-se listar
fatores que podem ser manipulados e os quais não são passíveis de manipulação, e
assim foram geradas alternativas de solução para o problema.

Sucintamente baseia se em três passos: primeiro devem ser identificados os efeitos


desejados ou os indicadores da solução do problema, em seguida são listados os
fatores que podem ser manipulados, que se pode interferir, como forma de resolver o
problema, são as chamadas variáveis, e por fim, identificam-se os parâmetros que
não podem ser alterados.

Carta de Controle - É o processo mais usual de monitoramento do processo. São


construídas baseadas no histórico do processo, e possibilitam a supervisão do
sistema. Obtêm-se dados, por amostragem ao longo do tempo, e calculam-se as
estatísticas / medidas, (média, amplitude , variância), que são comparadas com os
limites das cartas.

As cartas mais comuns são elaboradas para a média (X-CHART), e amplitude da


amostra, (R-CHART). Consiste em um gráfico de acompanhamento com linhas sendo
uma linha superior (linha superior de controle) e uma linha inferior (linha inferior de
controle) em cada lado da linha média do processo. Os dados são estatisticamente
determinados. Os limites são determinados considerando-se a operação normal do
processo por amostras e aplicando-se a média destas amostras à fórmula apropriada.
Então se pode comparar as médias das amostras na carta para verificar se os pontos
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 106

estão fora dos limites de controle ou se formam padrões “não definidos”, se isso
ocorrer, o processo está “fora de controle”.

A flutuação dos pontos, dentro dos limites de controle, é consideradas variação


intrínseca ao processo, decorrentes de causas comuns do sistema, e só acontece por
uma mudança no próprio sistema. Mais raramente os pontos que caem fora dos
limites de controle e refletem causas especiais (ex: erro humano, acidentes, etc), que
não são ocorrências originais do processo, e estas são as causas que devem ser
eliminadas antes de se utilizarem as cartas de controle como ferramentas de
monitoramento. Assim, o processo estará “sob controle”, e poderão ser obtidas
amostras em intervalos regulares, e ter certeza de que o processo não sofre
mudanças fundamentais.

Fonte:support.minitab.com/pt-br

Modelo do gespublica

Histórico no Brasil:

 Em 1991: Collor lançou o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade


(PBQP), para dinamizar a indústria brasileira diante da abertura comercial.
Lançou o Subprograma Qualidade e Produtividade do Serviço Público – PQSP,
voltado para o cidadão e para a melhoria da qualidade dos serviços públicos.
Tinha foco interno, voltado para Técnicas e Ferramentas.
 Em 1996: FHC lançou o Programa de Qualidade e Participação da Administração
Pública – QPAP- que visava à satisfação do cliente com o envolvimento de todos
os servidores. O foco era interno e externo, voltado para a Gestão e Resultados.
 Em 1999: com a formulação do PPA 2000-2003, houve a transformação em
Programa de Qualidade no Serviço Público – PQSP, com o objetivo de trazer
satisfação ao cidadão. Tinha o foco externo, voltado para a satisfação do
cidadão.
 Em 2005: foi instituído o Programa Nacional de Gestão Pública e
Desburocratização – GesPública, através do Decreto 5.378, resultado da fusão
do programa de Qualidade no Serviço Público e o Programa Nacional de
Desburocratização, sob a coordenação do MPOG.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 107

O modelo de excelência em gestão pública, adaptado do modelo da FNQ, expressa o


“estado da arte” da gestão contemporânea, e fomenta a adoção de práticas de
excelência em gestão com a finalidade de melhorar o desempenho e a qualidade da
gestão pública com vistas a aumentar a eficiência, a eficácia, a efetividade e a
qualidade dos serviços prestados pelos entes públicos.

A adaptação do modelo geral para o modelo público de excelência fundamenta--se na


premissa de que a administração pública pode ser excelente sem deixar de considerar
as particularidades inerentes à sua natureza pública (excelente sem deixar de ser
público)

Esse Modelo encontra-se baseado em: princípios constitucionais da administração


pública e fundamentos próprios da gestão de excelência contemporânea, esses
fundamentos definem o que se entende hoje por excelência em gestão pública.

Ser Público: Excelência dirigida ao cidade, com base nos princípios constitucionais do
LIMPE (legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência;

Fundamentos da excelência “ser contemporâneo”:

7. Pensamento sistêmico
8. Aprendizado organizacional
9. Cultura de inovação
10. Liderança e constância de propósitos
11. Orientação por processos e informações
12. visão de futuro
13. geração de valor
14. valorização das pessoas
15. Conhecimento sobre cliente e mercado
16. Desenvolvimento de parcerias
17. responsabilidade social

Os fundamentos de excelência na área pública são os mesmo da área privada, porém


subordinados aos princípios constitucionais. Dos critérios de Liderança (Governança),
Estratégias e Planos, Clientes (Cidadãos), Sociedade (Interesse Público e Cidadania),
Informação e Conhecimento, Pessoas, Processos e Resultado, apenas o critério
CLIENTE é renomeado para CIDADÃO e a LIDERANÇA para GOVERNANÇA, os demais
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 108

critérios são os mesmos, porém seu conteúdo deve se adaptar as peculiaridades da


administração pública. Tem como instrumento de apoio o Programa Gespública.

Fonte: http://www.gespublica.gov.br/tipo-de-publica%C3%A7%C3%A3o/modelo

Para avaliar a maturidade do modelo de gestão de uma organização, os oito critérios


do MEG estão alocados em 2 critérios de avaliação:

a) Processos gerenciais (sete primeiros);


b) Resultados organizacionais (último).

Cada critério é composto por subitens, e a estes são atribuídos pontuações, que,
somadas, atingem 1.000 pontos: a maior pontuação encontra-se vinculada ao critério
Resultados, com 450 pontos. O sistema de pontuação visa determinar o estágio de
maturidade da gestão da organização – que variam desde o estágio preliminar (de 0 a
150 pontos) até organizações com enfoques altamente proativos (de 850 a 1.000
pontos).

Níveis de maturidade de gestão:

a) Compromisso com a excelência: são organizações iniciantes. Avaliação em até 250


pontos;

b) Rumo à excelência. são as organizações em estágios intermediários. Avaliação


em até 500 pontos;

c) Critérios de Excelência: são organizações em estágios avançados para atingir a


excelência. Avaliação até 1000 pontos.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 109

Como resultado desta avaliação a organização recebe um Relatório de Avaliação


apresentando os pontos fortes e oportunidades de melhoria identificadas, e da análise
crítica das oportunidades de melhoria, a organização define planos de melhoria, que
são priorizados considerando o seu impacto no desempenho, viabilidade e a
capacidade da organização de implementá-los. Ao final do ciclo deve ser feita a
revisão das ações executadas para aperfeiçoamento do processo de auto-avaliação,
visando o próximo ciclo.

O sistema de pontuação visa determinar o estágio de maturidade da gestão da


organização nas dimensões de Processos Gerenciais e Resultados Organizacionais:
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 110

Na dimensão de Processos Gerenciais (itens 1 a 7 do quadro) são avaliados os fatores


“Enfoque” adequação e proatividade), “Aplicação” (disseminação e continuidade),
“Aprendizado” (refinamento) e “Integração” (inter-relacionamento e integração). Na
dimensão de Resultados Organizacionais (item 8) são avaliados os fatores
“Relevância” (importância para o alcance dos obj. estratégicos e operacionais),
“Tendência” (comportamento do resultado) e “Nível atual (grau dos resultados em
relação aos requisitos das partes interessadas e de outras organizações)”
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 111

Técnicas de arquivamento: classificação, organização, arquivos


correntes e protocolo
Classificação

Recebidos os documentos, o protocolo efetuará análise a fim de identificar os


assuntos dos documentos, classificando-os de acordo com os códigos existentes no
instituição.

Os documentos que forem recebidos fechados, deverão ser abertos pelo Protocolo,
para que sejam classificados, desde que não sejam particulares, não endereçados à
instituição, e sim a um funcionário em particular ou sigilosos.

Os documentos particulares ou sigilosos deverão ser encaminhados diretamente aos


destinatários, sem a classificação. Estes, pelo seu caráter, têm acesso restrito, e
apenas os destinatários podem abrir.

Já os documentos de natureza ostensiva, nem sigilosos nem particulares, deverão ser


abertos e analisados, e classificados conforme o assunto, antes de serem
encaminhados aos seus destinatários.

Registro ou Autuação

Constitui o procedimento de cadastro no sistema de controle (informatizado ou


manual), pelo protocolo, atribuindo um número de acompanhamento (autuação ou
protocolização).

Tramitação ou Movimentação

Consiste na atividade de enviar o documento ao destinatário. Quando interna, é


denominada distribuição, e expedição quando externa (direcionada a outra
instituição).

Controle da tramitação ou movimentação

É atividade realizada pelo protocolo, que identifica os setores pelos quais passam os
documentos, de forma a possibilitar a recuperação, se necessário, e identificar
possíveis atrasos no andamento destes documentos.

Classificação de documentos

O PLANO DE CLASSIFICAÇÃO é elaborado a partir do estudo das estruturas e funções


da organização e análise do arquivo por produzido por ela, pelo qual se distribuem os
documentos em classes, de acordo com métodos de arquivamento específicos.

A CLASSIFICAÇÃO é a análise e identificação do conteúdo de documentos, para


selecionar a categoria de assunto sob o qual deve ser arquivado e o código para
recuperação.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 112

Arquivamento

É o conjunto de operações direcionadas para o acondicionamento e armazenamento


de documentos. O método de arquivamento corresponderá à maneira com que os
documentos serão guardados, tendo em vista sua localização futura.

Sistema de Busca de Documentos

A busca de um documento pode ser feita pelos sistemas: direto (a busca do


documento é feita diretamente no local onde se acha guardado) ou indireto (para se
localizar o documento, é necessário antes consultar um índice ou um código).

Organização

Métodos de Arquivamento - Classes

Os métodos de arquivamento podem ser divididos em: básico, que é alfabético,


numérico e ideográfico ou padronizado, que pode ser variadex, automático,
mnemônico, etc.

Observação: o método alfanumérico (letras e números) não se inclui nas classes de


métodos básicos e padronizados, pois é considerado um sistema semi-indireto.

Método Alfabético Simples - utiliza um nome existente no documento para organizá-lo em


ordem alfabética, é mais simples e barato, quando comparado aos demais.

O arquivamento por nomes obedece algumas regras denominadas regras de


alfabetação, são elas:

1. Nomes de pessoas físicas, considera-se o último sobrenome e depois o prenome,


salvo se houver sobrenomes iguais, em que prevalece a ordem do primeiro nome. Da
seguinte forma:

Menezes, Frank Maia


Santos, Edson Pereira
Silva, Marcos Roberto Araújo

Exemplo de mesmo sobrenome:


Miranda, Carmem
Miranda, Fábio Santos
Miranda, Luciano Pereira

2. Sobrenomes compostos de um substantivo e um adjetivo ou ligados por hífen não


se
separam, quando transpostos para o início. Por exemplo:

Barra Mansa, Joaquim de Souza


Castelo Branco, Camilo
Villa-Lobos, Heitor
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 113

3. Sobrenomes formados com as palavras Santa, Santo ou São seguem a regra dos
sobrenomes compostos por um adjetivo e um substantivo, quando transpostos,
devem ser acompanhados dos nomes que sucedem. Por exemplo:

Santa Rita, Ricardo


Santo Cristo, João do
São Paulo, José Carlos

4. Iniciais abreviativas de prenomes têm precedência na classificação de sobrenomes


iguais. Assim:

Silva, E.
Silva, Estevão
Silva, Everaldo

5. Artigos e preposições não são considerados. Exemplo:

Almeida, Pedro de
Andrade, Ricardo d’
Couto, Arnaldo do

6. Os sobrenomes que exprimem grau de parentesco são considerados parte


integrante do último sobrenome, mas não são considerados na ordem alfabética. Por
exemplo:

Cerqueira Sobrinho, Márcio


Miranda Júnior, Edison
Pereira Neto, Osório

7. Títulos não são considerados, são colocados após o nome completo, entre
parênteses. Por exemplo:

Cardoso, Jorge (Ministro)


Fernandes, Carlos (Professor)
Pontes, Emerson (Coronel)

8. Os nomes estrangeiros são considerados pelo último sobrenome, salvo os nomes


espanhóis e orientais. Por exemplo:

Bush, Adam
Bush, George Walker
Chaplin, Charles
Smith, John Taylor

9. Nomes espanhóis ou hispânicos são registrados pelo penúltimo sobrenome, que


correspondem ao sobrenome de família do pai. Exemplo:

Gutierrez Salazar, Enrico


Pereira de la Fuente, Maria
Puentes Hernandez, Pablo
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 114

10. Os nomes orientais (japoneses, chineses e árabes) são registrados como se


apresentam, por exemplo:

Li Yutang
Osama Bin Laden
Sasazaki Yonoyama

11. Nomes de firmas, empresas, instituições e órgãos governamentais devem ser


transcritos como se apresentam, não considerando para fins de ordenação os artigos
e preposições. Admite-se, para facilitar a ordenação, que os artigos iniciais sejam
colocados entre parênteses após o nome. Exemplo:

Antonio Silva & Cia.


Associação Educacional do DF
Companhia Petrolífera Nacional
Embratel S/A
Tentação Móveis Ltda (A)

12. Títulos de congressos, conferências, reuniões, assembléias e assemelhados os


números arábicos, romanos ou escritos por extenso devem aparecer no final, entre
parênteses. Dessa forma:

Congresso de Biblioteconomia (Quinto)


Curso de Ciências Contábeis (3o)
Encontro Nacional de Arquivistas (II)
Simpósio de História Natural (Nono)

Método Geográfico - é um sistema direto, é aquele em que a busca do documento é


realizada diretamente no local onde está guardado. Os documentos serão organizados
de acordo com o local ou setor de procedência.

Regras para este método:

1- Se considerarmos primeiramente o país ou estado e depois as cidades haverá


destaque
especial para a capital, cuja pasta será a primeira. Desta forma:

RJ – Rio de Janeiro – João Alfredo


RJ – Campos – Lucas Marques
SP – São Paulo – Lívia de Fátima
SP – Campinas – Pedro Luiz
SP - Santos - Paulo Silva

2 - Se considerarmos primeiramente as cidades e depois o estado ou país, não haverá


destaque para a capital e em todos os documentos será observada a ordem alfabética
por cidades. Exemplo:

Araçatuba – SP – Luiz Carlos


Belém – PA – Adalberto Oliveira
Crateús – PE – Francisco Balbino
Diadema – SP – Dilma da Silva
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 115

São Paulo – SP - Lívia de Fátima

Método Numérico Simples - é organizado pelo número relativo ao documento. Para se


localizar o documento, necessita-se antes consultar um índice / código. No método
numérico cronológico, os documentos serão organizados tomando-se por base uma
data, que, geralmente, é a data de produção do documento ou o período de
referência.

Método Dígito-terminal - surgiu da necessidade de serem reduzidos erros no


arquivamento de grandes volumes, e o elemento principal de identificação é o
número.

Os documentos são numerados sequencialmente, mas sua leitura apresenta uma


peculiaridade que caracteriza o método, ou seja: os números, dispostos em três
grupos de
dois dígitos cada um, são lidos da direita para a esquerda, formando pares.

Exemplo: O número 831.423, será lido como 23 – 14 – 83.

Quando o número for composto de menos de seis dígitos, serão colocados zeros à sua
esquerda para fins de complementação. Exemplo: O número 56.879 será lido como 79
– 68 – 05.

Método Ideográfico - é aquele que separa os documentos por assunto e pode ser
alfabético,
numérico ou alfanumérico. Não existem na arquivologia esquemas padronizados de
classificação por assunto, cada instituição deverá elaborar seu próprio plano de
classificação,em que os assuntos devem ser agrupados por títulos principais e estes
subdivididos em títulos específicos, partindo-se dos conceitos gerais para os
particulares. Os assuntos podem ser ordenados no sistema alfabético ou numérico.

Arquivamento e ordenação

Gestão de Documentos Correntes é o conjunto de operações técnicas que caracteriza os


serviços de gestão dos documentos correntes, necessários ao desenvolvimento das
atividades de rotina de uma instituição, ou seja, o conjunto de procedimentos
realizados para a sua classificação, registro, autuação e controle da tramitação,
expedição, e arquivamento têm por objetivo facilitar o acesso às informações neles
contidas. O estabelecimento de normas para o tratamento de documentos em fase
corrente permite aproveitar ao máximo a informação disponível e necessária à
tomada de decisões, bem como os recursos humanos e materiais existentes. Visando
aumentar a eficácia administrativa, facilitar a recuperação rápida de documentos ou
informações e racionalizar sua guarda e conservação.

Na fase corrente são realizadas as seguintes atividades:

- protocolo;
- arquivamento;
- expedição;
- empréstimo e consulta;
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 116

- destinação (transferência, recolhimento e eliminação).

Métodos de Arquivamento

Embora existam várias formas de se organizar documentos, não é possível identificar


um sistema como o mais adequado, sem antes conhecer a documentação a ser
tratada. A definição do melhor método de arquivamento depende das características
dos documentos que serão arquivados. Pode a instituição adotar diversos métodos e
tantos quantos forem necessários para sua melhor organização .

Gestão de Documentos Intermediários

Encerrado o prazo de arquivamento na fase corrente, alguns documentos podem ser


eliminados imediatamente, se assim definidos na Tabela de Temporalidade da
instituição, ou deverá ser conservado por um período mais longo por razões legais ou
administrativas. Neste caso, não se justifica a sua guarda junto aos organismos que
os produziram, pois estes documentos ocupariam um espaço em locais onde o custo é
extremamente alto.

Os depósitos de armazenagem temporária constituem uma alternativa para esta fase,


tem por objetivo de minimizar o custo público da guarda de documentos
intermediários, racionalizando espaço físico, equipamentos e recuperação da
informação.

Responsáveis pela guarda física dos documentos de uso pouco frequente, os arquivos
intermediários atendem às consultas feitas pelos órgãos depositantes, procedem à
aplicação de tabelas de temporalidade através de seleção de documentos para
eliminação ou recolhimento, coordenam o recolhimento de documentos permanentes
para o arquivo de terceira idade.

Os documentos só devem ser aceitos para guarda intermediária quando for conhecido
o seu conteúdo, o prazo de guarda e a data de eliminação ou recolhimento. A unidade
administrativa que transfere os documentos ao arquivo intermediário conserva seus
direitos sobre os mesmos, podendo consultá-los ou tomá-los por empréstimo. A
consulta por parte de terceiros só é permitida com a autorização da unidade
administrativa que transferiu os documentos.

Protocolo

Protocolo é o conjunto de operações que visa o controle de documentos que ainda


tramitam no órgão, para assegurar a imediata localização e recuperação dos mesmos,
garantindo o acesso à informação.

É atividade típica da fase corrente, pois é nesta fase que os documentos tramitam
com maior frequência.

O protocolo realiza as seguintes atividades:

- Recebimento;
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 117

- Classificação;
- Registro – Autuação;
- Tramitação/Movimentação(expedição – distribuição);
- Controle da tramitação / movimentação.

Recebimento - acontece quando o documento é apresentado a instituição, e recebido


pelo protocolo. O documento ingressa na instituição para ter o trâmite devido, para
que o possa controlar tal atividade. Consiste na etapa de recebimento dos
documentos, produzidos internamente ou encaminhados à instituição por outras
empresas ou pessoas.

Classificação de documento quanto a natureza do assunto, ou seja, ao acesso aos


documentos, e se divide em:

1. Ostensivos ou ordinários – qualquer pessoa pode consultar, a divulgação não prejudica.


2. Sigilosos – Acesso restrito,necessita de medidas especiais de salvaguarda, de
proteção e segurança para a custódia e disseminação de documentos.
APROVAÇÃO ÁGIL – NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (TRT-9) 118

© 2019, Gustavo Nogueira de Sá - Materiais de Estudos Enxutos e


Aprovação Ágil

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