Você está na página 1de 67

BASQUETEBOL

Rubens Branquinho
SUMÁRIO

1 BASQUETEBOL: HISTÓRICO, FUNDAMENTOS E REGRAS BÁSICAS ............ 3


2 METODOLOGIAS TRADICIONAIS DE ENSINO DO BASQUETEBOL ............ 20
3 BASQUETEBOL: METODOLOGIA POR PRINCÍPIOS OPERACIONAIS ......... 30
4 BASQUETEBOL: METODOLOGIA TEACHING GAMES FOR
UNDERSTANDING (TGFU) ......................................................................... 38
5 SISTEMAS TÁTICOS NO BASQUETEBOL .................................................. 49
6 BASQUETEBOL 3X3 ................................................................................ 61

2
1 BASQUETEBOL: HISTÓRICO, FUNDAMENTOS E REGRAS BÁSICAS

Apresentação

Neste bloco, será apresentado um breve histórico do Basquetebol, bem como os seus
fundamentos e regras básicas. Esses elementos são essenciais para o processo
significativo de ensino-aprendizagem dessa modalidade esportiva.

1.1 Histórico

Os esportes podem ser criados por circunstancias diversas, sendo estas normalmente
vinculadas à derivação de um jogo, brincadeira popular ou esporte já instituído. A
criação do Basquetebol difere deste perfil, pois surgiu da necessidade de se criar um
jogo que poderia ser praticado dentro de uma escola e possuísse as seguintes
características:

 Dinamismo;
 Motivação;
 Envolvimento;
 Não violência;
 Possibilidade de prática em ambientes fechados (ginásios).

Estas exigências foram feitas ao professor canadense James Naismith pelo diretor do
Colégio Internacional da Associação Cristã de Moços (ACM) na cidade de Springfield,
Massachusetts, Estados Unidos da América no ano de 1891.

Naismith determinou que fossem fixados cestos de pêssego à 3,05 metros de altura do
solo em dois lados opostos de um ginásio, além disso, elaborou trezes regras básicas.
Foi a partir dessas condições que aconteceu o primeiro jogo de Basquetebol em
dezembro de 1891. (CBB, 2017).

Inicialmente, o jogo se popularizou no seu pais de origem, mas logo ganhou o globo.
Hoje, é um dos esportes mais praticados do mundo com cerca de 170 países filiados à
Federação Internacional de Basquetebol (FIBA), já contando com uma variação de
modalidade incluída no programa das Olimpíadas de Tóquio no ano de 2020, o
Basquetebol 3X3.

3
A chegada ao Brasil se deu no ano de 1896 por meio de Auguste Farnham Shaw,
professor americano do Mackenzie College. O primeiro torneio deste esporte foi
disputado no Brasil no ano de 1915 em um evento organizado pela Associação Cristã de
Moços (ACM) do Rio de Janeiro (DAIUTO, 1891).

O Basquetebol, a princípio, foi difundido por meio das escolas, sendo exemplo desta
situação a Liga Americana de Esportes Universitários, em inglês, National Collegiate
Athletic Association (NCAA) fundada em 1906 na cidade de Indiana nos Estados Unidos
da America que organizou seu primeiro torneio de Basquetebol entre entidades
universitárias em 1939 (NCAA, 2010).

O Basquetebol profissional dos Estados Unidos é disputado por equipes que, hoje, são
denominadas franquias. Os campeonatos dessa modalidade são organizados pela
National Basketball Association (NBA) que vem desempenhando esse papel desde sua
fundação em 1946. (NBA, 2019).

Fundada no ano de 1932 com o nome de Federação Internacional de Basquetebol


Amadora, a FIBA tem como sede a cidade de Genebra na Suíça. Ela, posteriormente,
removeu a palavra “amadora” de seu nome, porém decidiu manter a letra “A” em sua
sigla.

O Basquetebol passou a fazer parte do programa olímpico de modo oficial, desde os


jogos de 1936 na cidade de Berlim (somente na categoria masculina), apesar de ter sido
disputado como esporte de exibição nos Jogos Olímpicos de Saint Louis (EUA) no ano de
1904. O Basquetebol feminino somente passou a fazer parte dos jogos olímpicos no ano
de 1976 nos jogos da cidade de Montreal no Canada.

A entidade que regulamenta e organiza este esporte no Brasil se chama Confederação


Brasileira de Basquetebol (CBB). Ela foi fundada em 1933 na cidade do Rio de Janeiro e
conta, hoje, com 28 federações associadas. O principal campeonato entre clubes
disputado na categoria masculina no Brasil é organizado por uma liga de clubes
denominada Novo Basquetebol Brasil (NBB) fundada em 2008 e na categoria feminina
pela liga de clubes denominada Liga de Basquetebol Feminino (LBF) fundada em 2010.

4
Em nível internacional, os Estados Unidos da América dominam esta modalidade
esportiva, sendo campeões olímpicos na categoria masculina em quinze dos dezenove
jogos disputados desde 1936. Na categoria feminina venceram oito dos onze jogos
olímpicos que já ocorreram.

O Brasil passa hoje por um período de reestruturação desta modalidade, porém conta
com resultados expressivos em competições anteriores, tendo sido campeão mundial
na categoria masculina nos anos de 1959 e 1963 e medalhista olímpico de bronze nos
jogos de 1948, 1960 e 1964. Na categoria feminina, o resultado mais representativo do
Brasil se trata da conquista do Campeonato Mundial de Basquetebol no ano de 1994.

O Basquetebol se mostrou um dos esportes mais atrativos para pessoas com deficiência,
constando no programa dos Jogos Paralímpicos desde o seu início em 1960 na cidade
de Roma.

As regras do Basquetebol em cadeira de rodas são basicamente as mesmas do esporte


convencional. Existem, entretanto, algumas modificações em função da locomoção dos
jogadores ser feita em cadeira de rodas, com os jogadores desenvolvendo suas ações
sentados (CBBC, 2018).

Segundo Silva e Mello (2014), o Basquetebol em cadeira de rodas é praticado por atletas
de ambos os sexos que tenham deficiência físico-motora, sendo desenvolvido a partir
das regras adaptadas da Federação Internacional de Basquetebol em Cadeira de Rodas
(IWBF). Sobre o desenvolvimento do Basquetebol de Rodas observa-se que:

A principal diferença está na composição das equipes. As cadeiras são


especiais com adaptações e medidas padrões que são previstas em regra. A
cada dois toques na cadeira, o jogador deve quicar, passar ou arremessar a
bola. As dimensões da quadra e a altura da cesta são as mesmas do
Basquetebol olímpico (SILVA E MELLO, 2014, p. 20).

O Basquetebol em cadeira de rodas conta com a Confederação Brasileira de Basquetebol


em Cadeira de Rodas (CBBR) para organizar competições e seleções desta modalidade.
A CBBR foi fundada na cidade de Recife (PE) no ano de 1997, contado com federações
nos diversos estados do país.
5
1.2 Fundamentos

Assim como os diversos outros esportes, o Basquetebol se desenvolve por meio de


habilidades motoras especializadas a partir de habilidades básicas de manipulação,
locomoção e equilíbrio.

Desta forma, as regras instituídas pelo Basquetebol foram moldando e transformando


as habilidades motoras (lançar e receber; quicar bola; se deslocar e saltar recuperando
o equilíbrio) em movimentos técnicos ou fundamentos da modalidade que, partindo da
área do desenvolvimento motor e da aprendizagem motora, denominam-se habilidades
motoras especializadas que, segundo Gallahue e Donnelly (2008, p. 695) são:

Uma habilidade motora fundamental ou uma combinação de habilidades


motoras fundamentais que foram aplicadas à realização de atividades
relacionadas ao esporte, à dança ou à realização de alguma outra atividade
complexa.

Serão destacados a seguir alguns dos principais fundamentos do Basquetebol, sendo


estes o passe, a recepção, o drible, o arremesso e o rebote.

Passe

Um fundamento de ataque que tem como base as habilidades de lançar (aquele que
efetua o passe) e receber (aquele para quem o passe é direcionado). Tem como objetivo
fazer com que a bola avance pelo espaço de jogo.

No Basquetebol, o passe assume diversas formas, adequando-se às circunstâncias. Ele


pode ser feito com duas mãos (passe de peito, o passe quicado, o passe sobre a cabeça
etc) ou com uma delas (passe de ombro, dentre outros).

O passe de peito é um lançamento que parte, inicialmente, de uma posição de apoio em


que as duas mãos do executor estão envolvendo a bola com os dedos afastados e
cotovelos flexionados próximos ao corpo, à altura do peito. A partir desta posição, os
cotovelos são estendidos e a bola lançada ao companheiro de equipe em uma trajetória
retilínea. Trata-se de um tipo de passe utilizado para distâncias curtas.

6
Fonte: ZERBINATO (2012 apud OLIVEIRA, 2013)

Figura 1.1 – Passe de peito

O passe quicado ou picado tem, em linhas gerais, as mesmas especificações para posição
inicial apresentada para o passe de peito, porém a trajetória é orientada para baixo de
modo a produzir um quique da bola antes que a mesma chegue às mãos do companheiro
de equipe ao qual o passe se destina. Como forma de orientação básica, o quique da
bola deve ser realizado a cerca de um metro ou um metro e meio antes do companheiro
de equipe ao qual se destina o passe. Assim como o passe de peito, o passe picado é
utilizado para curtas distâncias.

7
Fonte: ZERBINATO (2012 apud OLIVEIRA, 2013)

Figura 1.2 – Passe picado


O passe sobre a cabeça pode ser utilizado para arremessar a bola à distâncias maiores
que as duas formas de passe apresentadas anteriormente. O executor segura a bola com
as duas mãos, partindo de uma posição sobre a cabeça e a lança. A bola faz uma
trajetória parabólica, desta forma evita possíveis intercepções dos adversários em seu
percurso.

Fonte: ZERBINATO (2012 apud OLIVEIRA, 2013)

Figura 1.3 – Passe por cima da cabeça


8
O passe de ombro se difere dos passes anteriores, pois a sua posição inicial pressupõe
que a bola seja segura por uma das mãos e posicionada sobre o ombro correspondente
a esta mão. A bola então é lançada ao companheiro de equipe por meio de uma
trajetória parabólica, podendo cobrir grandes distâncias dentro do espaço de jogo.

(Fonte: ZERBINATO (2012 apud OLIVEIRA, 2013)

Figura 1.4 – Passe de Ombro

A recepção dos diferentes passes deve ser realizada com ambas as mãos e com os dedos
entreabertos de modo a produzir, junto a ação de flexão dos cotovelos, o acolhimento
da bola.

Drible

Em sua origem, o drible é a habilidade motora básica de quicar ou bater a bola junto ao
solo. Trata-se de um fundamento de ataque onde o jogador se desloca pelo espaço de
jogo com a bola sob seu domínio, impulsionando-a contra o solo com uma das mãos.

As formas como o drible pode ser desenvolvido devem ser adequadas às circunstâncias
do jogo, sendo estas, segundo Ferreira e De Rose Junior (2010):

9
 Alto ou de velocidade: Forma de execução do drible na qual a bola é
impulsionada ao solo com o corpo posicionada para frente, no sentido do
deslocamento. Normalmente é feito quando não existe uma marcação próxima,
sendo utilizado principalmente nos momentos de transição.
 Baixo ou de proteção: Nesta variação do drible, existe uma marcação próxima ao
executor que utiliza as mãos ou pernas para interpor as tentativas de
recuperação da bola pelo adversário. O deslocamento pode ser feito
lateralmente, sendo que a mão utilizada para proteção fica do lado oposto da
mão que manuseia a bola.
 Com mudanças de direção: utilizado como base para execução de fintas para
confundir/desequilibrar o adversário, sendo as mais comuns o corte para dentro,
o corte para fora, os giros, por entre as pernas ou por trás do corpo.

Arremesso

O arremesso, assim como o passe, a princípio, se trata da habilidade motora de


lançamento, porém este fundamento visa a finalização das jogadas de ataque com a
marcação dos pontos correspondentes ao local ou às circunstâncias em que o arremesso
foi realizado.

As formas básicas do arremesso no Basquetebol são:

 Parado com umas das mãos: neste arremesso, o jogador posiciona uma das mãos
abaixo e atrás da bola (mão de base, sendo esta normalmente sua mão de
dominância lateral), e a outra mão lateralmente à bola. Os cotovelos são
flexionados e estendidos, assim como os joelhos, porém não ocorre o salto,
sendo esta forma de execução normalmente utilizadas nos lances-livres.
 Com salto com uma das mãos: Também chamado de Jump, é de execução
semelhante ao arremesso parado com umas das mãos, porém ao final do
processo existe um salto vertical capaz de conferir mais força ao arremesso de
modo a permitir uma distância maior da cesta para a sua execução.

10
Fonte: ZERBINATO (2012 apud OLIVEIRA, 2013)
Figura 1.5 – Arremesso com Salto (Jump)
 Bandeja: Tipo de arremesso no qual o executante encontra-se em deslocamento
e lhe é permitido fazer até duas passadas com a bola na mão, sendo, na última
delas, realizado um impulso com a perna contrária ao lado corresponde ao braço
de arremesso. A ação é finalizada com um lançamento da bola diretamente na
cesta ou com o auxílio (toque) da tabela.

Fonte: ZERBINATO (2012 apud OLIVEIRA, 2013)

Figura 1.6 – Arremesso de bandeja

11
Rebote

O rebote é a tentativa de se recuperar a bola (normalmente com um salto), após um


arremesso, seja no ataque ou na defesa. Neste fundamento o jogador assume um
posicionamento que julga privilegiado, tendo como base nas circunstâncias em que o
arremesso foi executado e o posicionamento dos adversários.

1.3 Regras Básicas

O jogo de Basquetebol, assim como de qualquer modalidade esportiva, exige que seus
participantes cumpram determinadas regras. O termo “regras”, nesse contexto, pode
ser definido como convenções que permitem o desenvolvimento do jogo por meio de
parâmetros comuns e próprios da modalidade em questão.

Neste material, serão abordadas, somente, as regras consideradas essenciais para o


desenvolvimento do jogo. As demais poderão ser consultadas na indicação de leitura
apresentada ao final deste bloco.

As regras aqui apresentadas, de modo sintetizado, são aquelas que constam no Livro de
Regras Oficiais Da Confederação Brasileira de Basquetebol:

REGRA UM – O JOGO

Art. 1 definições

1.1 O jogo de Basquetebol

Basquetebol é jogado por 2 equipes de 5 jogadores cada. O objetivo de cada


equipe é marcar pontos na cesta dos adversários e evitar que a outra equipe
pontue. O jogo é conduzido pelos oficiais, oficiais de mesa e um comissário,
se presente.

1.2 Cesta dos adversários/própria

A cesta que é atacada por uma equipe é a cesta dos adversários e a cesta que
é defendida por uma equipe é sua própria cesta.

1.3 Vencedor de um jogo

12
A equipe que marcou um número de pontos ao final do tempo de jogo será a
vencedora.

REGRA DOIS: QUADRA DE JOGO E EQUIPAMENTO

Art 2. Quadra de jogo

2.1 Quadra de jogo

A quadra de jogo terá uma superfície rígida, plana, livre de obstruções com
dimensões de 28 m de comprimento por 15 m de largura, medidos desde a
margem interna da linha limítrofe.

(...)

(...)

13
(...)

4.2 Regra

4.2.1 Cada equipe consistirá de:

 Não mais que 12 membros de equipe com direito a jogar, incluindo o


capitão.

 Um técnico e, se a equipe desejar, um assistente técnico.

 Um máximo de 7 acompanhantes de equipe que podem sentar no


banco da equipe e tem funções especiais como, por exemplo: gerente,
médico, fisioterapeuta, estatístico, intérprete, etc.

4.2.2 Durante o tempo de jogo, 5 jogadores de cada equipe devem estar na


quadra de jogo e podem ser substituídos.

4.2.3 Um substituto torna-se um jogador e um jogador torna-se um substituto


quando:

 O oficial autoriza o substituto a entrar na quadra de jogo.

 Durante um tempo debitado ou um intervalo de jogo, um substituto


solicita a substituição ao apontador.

(...)

REGRA QUATRO – REGULAMENTOS DE JOGO

8.1 O jogo consistirá de 4 períodos de 10 minutos cada.

14
8.2 Haverá um intervalo de jogo de 20 minutos antes do horário marcado para
o início da partida.

8.3 Haverá os intervalos de jogo de 2 minutos entre o primeiro e o segundo


período (primeira metade), entre o terceiro e quarto período (segunda
metade) e antes de cada período extra.

(...)

Art 9. Início e final de um período de jogo

9.1 O primeiro período de jogo inicia quando a bola deixa a(s) mão(s) do
árbitro principal (crew chief) no lançamento da bola ao alto.

9.2 Todos os outros períodos começam quando a bola estiver à disposição do


jogador que realizará a reposição lateral.

(...)

Art. 13 Como a bola é jogada

13.1 Definição

Durante a partida, a bola é jogada somente com a(s) mão(s) e pode ser
passada, lançada, tapeada, rolada, driblada em qualquer direção, sujeita às
restrições destas regras.

13.2 Regra

Um jogador não poderá correr com a bola, deliberadamente chutá-la ou ou


bloqueá-la com qualquer parte das pernas ou golpeá-la com o punho.

Entretanto, ter contato ou tocar a bola com qualquer parte da perna,


acidentalmente, não é uma violação.

(...)

16.2 Regra

16.2.1 Uma cesta é creditada para a equipe que está atacando a cesta dos
adversários em que a bola entrou, da seguinte maneira:

 Uma cesta de lance livre vale 1 ponto.

 Uma cesta de área de campo de 2 pontos vale 2 pontos.

15
 Uma cesta da área de campo de 3 pontos vale 3 pontos.

 Após a bola ter tocado o aro no último lance livre, e ser legalmente
tocada por um jogador ofensivo ou defensivo antes de entrar na
cesta, a cesta vale 2 pontos.

(...)

REGRA CINCO – VIOLAÇÕES

Art. 22 Violações

22.1 Definição

Uma violação é uma infração às regras.

22.2 Penalidade

A bola será concedida aos adversários para uma reposição no local mas
próxima à infração, exceto diretamente atrás da tabela, a menos que esteja
indicado de outra maneira (CBB, 2017).

Ainda segundo as regras oficiais de Basquetebol 2017 determinadas pela CBB (2017), as
violações mais comuns são:

 Jogador fora da quadra - Um jogador de posse de bola tem contato com o espaço
fora da quadra;

 Bola fora da quadra – A bola toca sobre ou além da linha que limita a quadra;

 Drible – O jogador inicia uma segunda sequência de dribles após ter segurado a
bola (duplo drible/duas saídas) ou quando apoia a mão sob a bola entre os
dribles (condução);

 Andar – O jogador segura a bola e executa movimento ilegal com um ou ambos


os pés. Passos realizados pelo jogador que segura a bola são permitidos, desde
que um pé seja definido como pivô para estas ações;

 Três segundos – O jogador que está no ataque permanece por três segundos na
área restritiva adversária;

16
 Oito segundos – A equipe recupera a bola em sua quadra de defesa e demora
oito segundos para levar a bola para a sua quadra de ataque;

 Vinte e quatro segundos – A equipe em posse de bola passa vinte e quatro


segundos sem fazer um arremesso à cesta adversária;

 Cinco segundos – Um jogador em posse de bola passa cinco segundos sem


realizar ações (drible, passe ou arremesso);

 Bola retornada à quadra de defesa – Quando a equipe que está em possa de bola
na quadra de ataque retorna a bola deliberadamente para a sua quadra de
defesa.

De acordo com as regras oficiais de Basquetebol 2017 determinadas pela CBB (2017),
as faltas são infrações às regras do jogo e ocorrem por meio de contato irregular com
adversário (faltas pessoais ou convencionais) e/ou atitudes antidesportivas (falta
técnica).

A penalidade das faltas pessoais ou convencionais dependem da situação ocorrida, por


exemplo:

 Quando um jogador comete falta fora de uma situação de arremesso, a posse de


bola é dada para a equipe adversária (que sofreu a falta) na forma de lateral;

 Quando um jogador comete falta em uma situação de arremesso, o jogador que


sofreu a falta receberá uma determinada quantidade de arremessos livres.

Essa quantidade pode ser:

 Um arremesso para quando, apesar da falta sofrida, o jogador conseguiu marcar


um ponto;

 Dois arremessos se a falta ocorreu na área de arremesso de dois pontos;

 Três arremessos se a falta ocorreu na área de arremesso de três pontos;

17
A penalidade das faltas técnicas são dois lances livres e a posse de bola para a equipe
que sofreu a falta.

Conclusão

Por meio da leitura desse capítulo, pudemos observar que o Basquetebol é uma prática
desportiva secular difundida mundialmente, sendo sua influência muito significativa
para os profissionais de Educação tanto nas escolas quanto em clubes. Por esta razão, o
conhecimento da sua história, regras, dentre outros aspectos se mostram essenciais
para a atuação profissional daqueles que pretendem trabalhar com o Basquetebol.

Saiba mais

Leia gratuitamente e na integra, por meio do link a seguir, a versão completa das
regras oficiais de Basquetebol 2017.

<http://www.cbb.com.br/comum/code/MostrarArquivo.php?C=MzUx>

REFERÊNCIAS

CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE BASQUETEBOL, CBB. História oficial do Basquete.


2017. Disponível em: <http://www.cbb.com.br/a-cbb/o-basquete/historia-oficial-do-
basquete>. Acesso em: 25 ago. 2019.

___________________. Regras Oficiais de Basquetebol 2017. 2017. Disponível em:


<http://www.cbb.com.br/comum/code/MostrarArquivo.php?C=MzA5OA%2C%2C>
Acesso em: 2 set. 2019.

CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE BASQUETEBOL EM CADEIRA DE RODAS, CBBC. Sobre o


Esporte. 2018. Disponível em: <https://www.cbbc.org.br/sobreoesporte> Acesso em:
25 ago. 2019.

DAIUTO, M. Basquetebol: origem e evolução. São Paulo: Iglu Editora, 1991.

FERREIRA, A. E. X; DE ROSE JUNIOR, D. Basquetebol: técnicas e táticas: uma


abordagem pedagógica. 2. ed. São Paulo: EPU, 2010.

18
GALLAHUE, D. L; DONNELLY, F. C. Educação física desenvolvimentista para todas as
crianças. 4. ed. São Paulo: Phorte, 2008.

NATIONAL BASKETBALL ASSOCIATION, NBA. Season Recaps: 1946-2019. 2019.


Disponível em: <https://www.nba.com/history/season-recap-index>. Acesso em: 25
ago. 2019.

OLIVEIRA, J. E. C. Manual acadêmico para o ensino dos fundamentos básicos do


Basquetebol. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, ano 18, n. 184, set. 2013.
Disponível em: <https://www.efdeportes.com/efd184/fundamentos-basicos-do-
basquetebol.htm>. Acesso em: 17 set. 2019.

SILVA, A.; MELLO, M. T. Esporte e classificação funcional paraolímpica. In: FERREIRA, E.


L. (Org.) Esportes e atividades físicas inclusivas. Niterói: Intertexto, 2014. p. 11-68.

19
2 METODOLOGIAS TRADICIONAIS DE ENSINO DO BASQUETEBOL

Apresentação

Assim como nos esportes coletivos de modo geral, o ensino de Basquetebol se


desenvolve a partir de uma variedade de metodologias e processos. Os professores de
Educação Física devem conhecer esses métodos e construir práticas que se adequem a
eles.

Para escolher uma metodologia, o professor precisa levar em consideração os seus


objetivos de ensino e como planeja trabalhar os elementos “indivíduo”, “ambiente” e
“tarefa”. Por esta razão, veremos as metodologias consideradas tradicionais no ensino
do Basquetebol.

2.1 Caracterização

A palavra método possui como origem etimológica o termo grego “methodos”, cujo
significado é “caminho para”. Os termos método e metodologia serão tomados como
sinônimos nesse material, pois ambos se associam, de modo geral, a um conjunto de
procedimentos voltados a consecução de um determinado fim, apesar do termo
metodologia possuir o sentido etimológico de estudo do método.

Se o objetivo do método é ensinar algo a alguém, temos um conjunto de procedimentos


vinculados ao desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. Desta forma,
pode-se entender metodologia de ensino como um conjunto de procedimentos
voltados para o desenvolvimento da aprendizagem.

Haydt (2006, p. 144) conceitua método de ensino como “[...] um procedimento didático
caracterizado por certas fases e operações para alcançar um objetivo (de ensino)
previsto”.

20
Metodologias de ensino em Educação Física podem assumir diversas nomenclaturas e
formatações, por esta razão, é necessário considerar certos critérios e aspectos no
momento de decidir qual método é o mais adequado para cada caso. Segundo Haydt
(2006, p. 145), esses critérios podem ser:

a) adequação aos objetivos estabelecidos para o ensino e a aprendizagem;

b) a natureza do conteúdo a ser ensinado e o tipo de aprendizagem;

c) as características dos alunos, como, por exemplo, sua faixa etária, o nível
de desenvolvimento mental, o grau de interesse, suas expectativas de
aprendizagem;

d) as condições físicas e o tempo disponível.

A partir das considerações de Haydt (2006, p. 145), observa-se que os aspectos a serem
considerados durante a escolha do método de ensino encontram respaldo naqueles
apontados por Gallahue e Ozmun (2003, p. 39) a respeito do ensino de habilidades
motoras. Em suas considerações, os autores afirmam que:

Por anos, os desenvolvimentistas reconheceram o papel interativo de dois


sistemas básicos no processo desenvolvimentista: hereditariedade e meio
ambiente. Muitos deles agora, todavia, levaram essa consideração um passo
adiante ao reconhecer que as necessidades específicas da tarefa motora, em
si, realmente transacionam com o indivíduo (isto é, fatores hereditários ou
biológicos) e com o meio ambiente (isto é, experiências ou fatores de
aprendizado) no desenvolvimento das habilidades motoras estabilizadoras,
locomotoras e manipulativas. Tal modelo transacional aponta que os
sistemas pertinentes à tarefa, ao indivíduo e ao meio ambiente não somente
interagem, mas também possuem potencial para modificar e serem
modificados um pelo outro, quando se luta para ganhar controle motor e
competência motora.

Assim, denota-se que a escolha do método deve partir de diversas premissas, sendo
estas relacionadas ao objetivo do ensino; ao ambiente em que o ensino é desenvolvido;
e às características do indivíduo e da tarefa. Neste momento, a tarefa é o Basquetebol
que será caracterizado pelos referenciais a seguir.

21
Podemos entender que, para a prática do desporto, é necessário um conjunto de
habilidades especializadas. Barbanti (2006) define esporte como:

Uma atividade competitiva, institucionalizada que envolve esforço físico


vigoroso ou uso de habilidades motoras relativamente complexas, por
indivíduos cuja participação é motivada por uma combinação de fatores
intrínsecos e extrínsecos.

O conceito de esporte apresentado por Barbanti (2006) destaca tanto capacidades


físicas quanto habilidades motoras complexas. Além disso, em esportes coletivos, existe
o adicional de estas habilidades e capacidades serem desenvolvidas em um ambiente
instável no qual os planos motores traçados devem ser constantemente readequados
às circunstâncias.

Ainda sobre classificações, o Basquetebol se enquadra na categoria “esporte coletivo de


invasão” que pressupõe a disputa entre duas equipes em um espaço comum, tendo
como objetivo pontuar e impedir que a equipe adversária pontue.

Ao apresentar as diversas classificações associadas as habilidades motoras, Magill


(1984) destaca aquela em que se observa a estabilidade do ambiente no qual as
habilidades são desenvolvidas. Assim, tem-se a classificação de habilidades motoras
desenvolvidas em ambiente aberto e habilidades motoras desenvolvidas em ambiente
fechado.

Em um ambiente fechado, a habilidade se desenvolve de maneira estável e previsível.


Um ambiente aberto, por outro lado, está sujeito a mudanças continuas e as habilidades
desenvolvidas se adaptam constantemente a esta transitividade, por isso, são
consideradas abertas.

Dentro da classificação proposta por Magill (1984), observa-se que os esportes coletivos,
dentre eles o Basquetebol, se enquadram na categoria de esportes de ambiente aberto.
Esta condição é significativa para a escolha da metodologia de ensino a ser empregada.

22
Catteau e Garoff (1988) atribuem aos militares do final do século XIX as primeiras
tentativas de se criar uma pedagogia para os esportes ou práticas físicas. Esta
sistematização do ensino lançou mão da fragmentação das práticas em partes, por
conceber que o ensino das partes ou por partes proveria um aprendizado mais eficiente.

Assim, observa-se que o fato dos esportes coletivos possuírem um caráter capaz de
prover aprendizagem já era conhecido. A nova proposta era, portanto, uma
sistematização do ensino que propõe que os esportes seriam melhor compreendidos e
aprendidos por meio de suas partes.

A partir destas duas proposições, observa-se as duas primeiras formas de ensino dos
esportes ou práticas motoras como ginásticas, danças e natação, sendo estas a prática
pelo todo ou por meio de suas partes hoje denominadas Método Global-funcional ou
Método Analítico-sintético, respectivamente.

2.2 Método Analítico-sintético

O Método Analítico-sintético pressupõe o ensino por partes o que, na perspectiva dos


esportes coletivos, significa a prática de seus fundamentos de maneira individualizada.

Esta metodologia pressupõe que os fundamentos (passe, drible, arremesso) sejam


trabalhados de modo isolado, pois nessa linha de pensamento parte-se da premissa que
a parte é mais importante que o todo.

Xavier (1986, p.17) se referiu ao Método Analítico-sintético como método parcial e o


conceituou da seguinte forma: “O parcial consiste em ensinar uma destreza (habilidade)
motora por partes, para depois uni-las entre si”.

Existem variações no Método Analítico-sintético ou parcial como, por exemplo:

 Método parcial puro – As partes (fundamentos) são praticados de maneira


isolada e depois unidas na tarefa completa.

 Método parcial progressivo – Pratica-se duas partes (fundamentos) de maneira


isolada que, em seguida, são praticadas em conjunto. Posteriormente, pratica-
se um terceiro fundamento que será agregado aos dois anteriores. Este padrão
se repete até todas as partes serem trabalhadas. (XAVIER, 1986)

23
Telena (1977 apud XAVIER, 1986) aponta que este método tem algumas desvantagens
como, por exemplo, não promover motivação suficiente ao aprendiz, ser constituído de
práticas com pobreza rítmica e expressividade muito limitada. Como vantagem dessa
metodologia, o mesmo autor destaca o rápido melhoramento da técnica e a progressão
regular do ensino.

Paes, Montagner e Ferreira (2009) estabelecem que a melhor forma de se colocar as


metodologias de ensino em prática é a utilização das estratégias de ensino, sendo estas
dinâmicas que envolvem as diversas variações de brincadeiras, jogos e exercícios. No
que diz respeito às estratégias de ensino relacionadas ao Método Analítico-sintético, os
autores indicam o exercício analítico e o sincronizado.

Segundo Paes, Montagner e Ferreira (2009, p. 118), deve-se entender que exercícios
analíticos “São exercícios que possibilitam a vivência e o aperfeiçoamento de um único
fundamento do jogo, e sua execução está, quase sempre, desvinculada da situação real
de jogo”. Desta forma, trabalha-se com esse tipo de atividade ao se propor que alunos
se posicionem em coluna e executem passes uns para os outros, ou arremessem a bola
para a cesta de modo consecutivo.

Esses exercícios apresentam benefícios como a rapidez na obtenção da técnica,


entretanto carregam consigo alguns malefícios como seu caráter descontextualizado e
uma baixa retenção de aprendizagem.

A outra estratégia vinculada ao ensino por meio do Método Analítico apresentada por
Paes, Montagner e Ferreira (2009, p. 131) é o exercício sincronizado que, nas palavras
destes autores, “Trata-se da combinação de dois ou mais fundamentos em um mesmo
exercício (p. 131).”

Nestas práticas, pode-se propor combinações diversas de fundamentos. Podemos citar


como exemplo um exercício em que os alunos se posicionam em coluna, de frente à
tabela, devendo, inicialmente, driblar e, a partir de determinado ponto, executar a
bandeja.

24
O exercício sincronizado tem a virtude de aproximar as execuções realizadas à situações
mais próximas ao jogo, porém não provém situações de imprevisibilidade, próprias do
esporte coletivo. Na opinião de Paes, Montagner e Ferreira (2009, p 20):

As ações em um jogo de Basquetebol nunca se repetem, nunca são idênticas.


Logo os processos de ensino e de treinamento devem caminhar numa direção
de priorizar situações problema para os jogadores resolverem.

Destaca-se que os exercícios tanto analíticos quanto sincronizados possuem a virtude


de aprimorar a técnica, porém não promovem o importante aspecto da
imprevisibilidade, característica típica dos esportes coletivos. Segundo Schmidt e
Wrisberg (2001), a imprevisibilidade por ser entendida como uma interferência
contextual que se relaciona à necessidade de adequação constante dos planos de ação
motora às condições instáveis do ambiente.

2.3 Metodologia Global-funcional

A Metodologia Global-funcional pode ser entendida como um trabalho pedagógico que,


diferentemente do Método Analítico-sintético, propõe práticas voltadas ao trabalho
com a habilidades como um todo.

O Método Global-funcional é conceituado por Xavier (1981, apud XAVIER, 1986, p. 14)
do seguinte modo: “O Método Global consiste em ensinar uma destreza (habilidade)
motora apresentando todo o seu conjunto”.

Xavier (1986) destaca como virtudes deste método o fato de ele proporcionar a
continuidade de um plano de movimento, continuidade das ações e motivação. Apesar
disso, o autor aponta algumas desvantagens desse método como o a progressão
limitada que faz com que os alunos demorem para dominar a técnica e que tenham
dificuldade para perceber seu progresso.

Paes, Montagner e Ferreira (2009) destacam que a estratégia de ensino básica para se
colocar a Metodologia Global-funcional em prática é jogo em suas diversas
configurações, sendo estas o jogo reduzido, o jogo pré-desportivo, as situações de jogo
e o jogo propriamente dito (também conhecido como jogo formal).

25
Estas estratégias são definidas por Paes, Montagner e Ferreira (2009) da seguinte forma:

Jogos pré-desportivos: trata-se de jogos que conservam características dos


jogos desportivos coletivos, embora geralmente com regras adaptadas e com
caráter lúdico. (...)

Situações de jogo: trata-se de simular situações reais de jogo em momentos


isolados de igualdade numérica, como por exemplos, o 1X1, 2X2, 3X3, 4X4, e
situações de desigualdade numérica como o 2X1, 3X2, 4X3. (...)

Jogos reduzidos: são jogos em que o espaço e /ou o número de jogadores são
reduzidos e que mantém, integralmente, as características e a lógica técnico-
tática dos jogos esportivos coletivos. (...)

Jogo formal: o jogo de Basquetebol caracterizado pelo 5X5 deve ser utilizado
como uma valiosa e necessária maneira de ensinar e treinar a mobilidade. (...)

A Metodologia Global-funcional contribui com o ensino do Basquetebol e dos esportes


coletivos como um todo por prover a continuidade das ações que compõe o
desenvolvimento do jogo e prover autonomia, iniciativa própria e criatividade ao aluno
frente às situações problemas apresentadas pelo jogo.

As Metodologias Analítico-sintético e Global-funcional são denominadas por Magill


(1984) como Método das partes e Método do todo respectivamente. Segundo o mesmo
autor, a escolha entre essas duas metodologias para o ensino deveria considerar os
aspectos de complexidade e organização da tarefa motora.

A complexidade, segundo Magill (1984, p. 224) estaria relacionada a “[...] quantas partes
ou componentes existem na tarefa e quais as solicitações de processamento de
informações geradas pela tarefa”. Assim, quanto maior o número de partes, maior a
complexidade da tarefa. Entender-se que os esportes coletivos contemplam muitas
ações por meio dos seus fundamentos. Desta forma, conclui-se que o mesmo se trata
de uma tarefa complexa.

26
A organização “[...] se refere ao modo como os componentes de uma tarefa estão
interligados”. (MAGILL, 1984, p 224). Desta forma, quanto mais interligados são os
componentes de uma tarefa, mais organização a mesma possui. Em outras palavras,
quanto menos independentes são os componentes de uma habilidade, mais organizada
ela é.

Ao se propor um jogo de Basquetebol de modo completo se está trabalhando com um


Método Global-funcional (do todo).

Magill (1984) estabelece o seguinte diagrama como regra geral para a escolha entre os
métodos a partir dos critérios de organização e complexidade:

Fonte: MAGILL (1984, p. 225)

Figura 2.1 – Diagrama para escola de método

Práticas que trabalham com os fundamentos do esporte em separado podem ser


consideradas práticas significativas junto ao contexto do jogo? O trabalho voltado ao
desenvolvimento técnico dos fundamentos isolados responde às solicitações e a
imprevisibilidade do jogo de maneira satisfatória?

Observa-se que, tanto a Metodologia Analítico-sintético quanto a Metodologia Global-


funcional possuem virtudes e limitações. Pode-se dizer, até mesmo, que elas se
complementam, sendo possível, inclusive, trabalhá-las em conjunto em uma variação
metodológica denominada “método misto”. Afirma-se que, nos dias de hoje, essas duas
metodologias ainda têm papel principal no ensino voltado aos esportes coletivos.

27
Conclusão

Os métodos de ensino em Educação Física vinculado ao ensino dos esportes, de modo


geral, são vários. Quando se trata da dimensão dos esportes coletivos, essa situação não
é diferente. Ainda hoje, as metodologias tradicionais são muito importantes, tanto para
o ensino quanto para o treinamento das modalidades esportivas. Portanto, de acordo
com Haydt (2006), para fazer a escolha o método adequado deve-se ter em mente os
seguintes aspectos:

a) A adequação aos objetivos estabelecidos para o ensino-aprendizagem, ou seja, se o


ensino visa conhecimento da modalidade, vivencias elementares ou é direcionado à
performance;

b) a natureza do conteúdo a ser ensinado e o tipo de aprendizagem, em outras palavras,


se o ensino do Basquetebol é voltado ao desenvolvimento da técnica ou para aspectos
voltados à fluência do jogo.

c) as características dos alunos, faixa etária, nível de desenvolvimento, interesse,


expectativas, desta forma, deve-se ter em mente ao escolher o método de ensino que
o sucesso do processo é inerente ao perfil do aluno;

d) as condições físicas e materiais disponíveis, ou seja, onde será desenvolvido o ensino


e quais materiais tem-se a disposição para o desenvolvimento do processo.

REFERÊNCIAS

BARBANTI, V. J. O que é esporte? Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde,


Pelotas, v. 11, n. 1, p. 54-58, jan. 2006.

CATTEAU, R. GAROFF, G. O ensino da natação. São Paulo: Manole, 1988.

GALLAHUE, D. L. OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês,


crianças, adolescentes e adultos. São Paulo: Phorte Editora, 2003.

HAYDT, R. C. C. Curso de didática geral. 8. ed. São Paulo: Ática, 2006.

28
MAGILL, R. Aprendizagem motora: conceitos e aplicações. São Paulo: Edgard Blucher,
1984.

PAES, R. R; MONTAGNER P. C; FERREIRA, H. B. Pedagogia do esporte: iniciação e


treinamento em Basquetebol. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.

SCHMIDT, R. A. WRISBERG, C. A. Aprendizagem e performance motora: uma


abordagem da aprendizagem baseada no problema. 2. ed. Porto Alegre: Artmed
Editora, 2001.

XAVIER, T. P. Métodos de Ensino em Educação Física. São Paulo: Manole, 1986.

29
3 BASQUETEBOL: METODOLOGIA POR PRINCÍPIOS OPERACIONAIS

Apresentação

O ensino dos esportes coletivos apresenta constituições que vão além dos princípios
vinculados aos Métodos Analítico-sintético e Global-funcional. Por esta razão, deve-se
explorar aspectos que são pertinentes e comuns aos diversos esportes coletivos. Será
apresentada, a seguir, uma proposta metodológica que se guia pelos elementos em
comum das diversas modalidades esportivas coletivas.

3.1 Contextualização e Conceituação

O ensino dos esportes, de modo geral, é feito tanto na primeira quanto na segunda
infância. Apesar disso, é consenso entre quase todos os profissionais do esporte, tanto
da área escolar quando da não escolar, que não se deve realizar qualquer tipo de
especialização no que diz respeito às habilidades esportivas com crianças de até seis
anos de idade.

Nesta faixa etária, devem ser ofertadas às crianças estimulações motoras para que elas
sejam capazes de conhecer, controlar e explorar os recursos corporais de movimento e
o ambiente em que se encontram.

Esses estímulos podem ser feitos por meio de práticas, sejam elas oriundas de jogos,
brincadeiras, ginásticas, danças, lutas e esportes, contanto que forneçam suporte para
as crianças estruturarem o seu esquema corporal. Em resumo, as atividades dadas nesta
faixa etária precisam permitir que a criança explore a lateralidade, o equilíbrio, a
estruturação espacial, a estruturação corporal, a coordenação, dentre outros
elementos.

Sobre este momento do ensino do esporte para as crianças, Paes (2006) destaca:

[...] período inicial - dedicado ao primeiro contato da criança com o esporte.


Nesse período, assim como em todos os demais do processo, os facilitadores
das intervenções pedagógicas poderão ser de diferentes tipos de exercícios,
diversas formas de situação de jogo, o jogo propriamente dito, além das
conhecidas brincadeiras.

30
Ao se trabalhar esportes com as crianças da primeira e da segunda infância, sobretudo
os coletivos, deve-se, como explicado anteriormente, desvincula-lo do desenvolvimento
de habilidades especializadas (técnicas) e concentrar-se na oferta de habilidades
motoras básicas e no estímulo das habilidades perceptivas.

As metodologias tradicionais representadas pelos Métodos Analítico-sintético e Global


funcional não são capazes de oferecer os estímulos adequados para o desenvolvimento
de crianças dessa faixa etária. Por esta razão, é necessário o uso de metodologias mais
adequadas para o trabalho com esse público. Para estes casos, propõe-se a metodologia
por princípios operacionais que tem como base as semelhanças entre as diversas
modalidades esportivas.

Esse método se mostra adequado para o trabalho com esta faixa etária. Tendo em vista
que, na primeira e segunda infância, as crianças não possuem o domínio das habilidades
tanto motoras quanto perceptivas ligadas ao esporte.

Em função deste aspecto, Garganta (1998, p 19) divide a proficiência em relação aos
jogos em diferentes níveis, sendo estes e suas características apresentadas no quadro
abaixo:

Quadro 3.1 Proficiência em relação aos jogos

Fases Característica(s) Comunicação Estrutura do Relação com a


básica(s) na ação espaço bola

Jogo Centração na Abuso da Aglutinação Elevada


Anárquico bola verbalização, em torno da utilização da
sobretudo bola e visão central
para pedir a subfunções
bola

Descentração A função Prevalência da Ocupação do Da visão central


depende não verbalização espaço em para a
apenas da função dos periférica
posição da bola elementos do
jogo

31
Estruturação Conscientização Verbalização e Ocupação Do controle
da coordenação comunicação racional do visual para o
das funções gestual espaço proprioceptivo

Elaboração Ações inseridas Prevalência da Polivalência Otimização das


na estratégia da comunicação funcional capacidades
equipe motora Coordenação proprioceptivas
das ações
(tática
coletiva)

Ao analisar o conteúdo exposto no quadro, observa-se que o caminho para o jogo


desenvolvido de maneira elaborada passa por etapas e requer o desenvolvimento de
um processo que considere natural que, em seu início, as crianças se aglutinem em torno
da bola, demonstrem excesso de verbalização, não tenham consciência da necessidade
de defesa, enfim, apresentem as características típicas do “jogo anárquico”.
(GARGANTA, 1998).

Tendo em vista estas condições, atualmente, estão sendo propostas metodologias de


ensino que, por meio da dimensão motora, procuram elementos para o
desenvolvimento, não só desta dimensão, mas também do âmbito afetivo-social e
cognitivo, em outras palavras, de uma formação integral.

Entre as metodologias voltadas a permitir o ensino do esporte em uma perspectiva de


formação que não privilegie o gesto técnico, situa-se aquela em que o ensino dos
esportes coletivos é baseado nas semelhanças estruturais entre eles. (BAYER, 1994 apud
DAOLIO, 2002)

3.2 Característica da Metodologia por Princípios Operacionais

Segundo Tavares, Greco e Garganta (2006), vários autores destacam as semelhanças


estruturais e funcionais dos jogos desportivos coletivos. Essas modalidades se
caracterizam pela variabilidade nas situações de ataque e defesa; na velocidade de jogo;
na imprevisibilidade; e nas múltiplas possibilidades táticas.

32
Sobre este aspecto, Hopper e Bell (2001 apud CLEMENTE, 2012) referem-se ao
agrupamento dos jogos pela sua classificação enquanto semelhanças estruturais, sendo
estas:

I – Jogos de alvo;

II – Jogos de rede/parede;

III – Jogos de batimento;

IV – Jogos de invasão ou territoriais.

Clemente (2012) destaca que este sistema de agrupamento cria oportunidades de


integras as tarefas na prática, abrindo a oportunidade de os alunos adquirirem
conhecimentos táticos e estratégicos transversais às modalidades similares.

A metodologia proposta por Bayer (1994) tem, entre seus fundamentos, a consideração
ao fato de que todas as modalidades esportivas coletivas possuem seis elementos
invariantes, sendo eles:

 Uma bola ou implemento similar com o qual se joga;

 Um espaço delimitado, no qual o jogo se desenvolve;

 Parceiros com os quais se joga;

 Adversários;

 Um alvo a atacar e outro para defender;

 Regras específicas.

Além dessas seis semelhanças estruturais, Bayer (1994) registra a ocorrência de seis
princípios operacionais, sendo estes divididos em dois grandes grupos, os de ataque e
de defesa.

33
Por princípios operacionais, entende-se um conjunto de ações e procedimentos comuns
entre os diversos esportes de invasão e compartilhamento de espaço. Neste conjunto
está incluso o Basquetebol.

Como princípios operacionais de ataque, Bayer (1994) destaca:

 Conservação individual e coletiva da bola;


 Progressão da equipe e da bola em direção ao alvo adversário;
 Finalização da jogada.

Os princípios individuais de defesa segundo Bayer (1994) são:

 Recuperação da bola;
 Bloqueio do avanço da equipe contrária e da bola em direção ao próprio alvo;
 Proteção do alvo, visando impedir a finalização da equipe adversária.

Outro fundamento importante desta metodologia se trata das denominadas “Regras de


ação” que se constituem nos meios necessários para alcançar e implementar os
princípios operacionais. (DAOLIO, 2002).

Como exemplo das Regras de ação de ataque, poderá ser citado o fato dos alunos
formarem linhas de passe em direção ao alvo adversário. Como princípio de defesa, o
aluno se situar entre o adversário e o alvo o qual defende.

A partir do desenvolvimento destes princípios e destas regras de ação, as crianças


estariam sendo constantemente estimuladas no desenvolvimento de suas inteligências,
tendo em vista a busca pelas soluções dos problemas apresentados pelo jogo.

3.3 Metodologia por Princípios Operacionais: Aplicação Junto ao Basquetebol

A forma primordial de se desenvolver os princípios operacionais nos esportes coletivos


e, por conseguinte no Basquetebol, são os jogos. Por esta razão, serão destacados a
seguir jogos que envolvem tanto os Princípios operacionais quanto as Regras de ação no
desenvolvimento das habilidades motoras e perceptivas relacionadas ao Basquetebol.

34
Com relação ao Princípio operacional de ataque “Conservação individual e coletiva da
bola”, pode-se utilizar a atividade:

Jogo dos dez passes

Neste jogo, dividem-se equipes que serão formadas por cinco jogadores distribuídos
pela quadra de Basquetebol (ou algum espaço semelhante) de maneira aleatória. O
objetivo deste jogo é trocar passes entre companheiros de time, enquanto a equipe
adversária tenta intercepta-los para que ela própria possa iniciar sua sequência de
passes.

A pontuação ocorre quando um time consegue realizar dez passes consecutivos sem que
ocorra intercepção pela equipe adversária. Destaca-se que a equipe que tem a posse de
bola desenvolve o Princípio operacional de ataque “Conservação individual e coletiva da
bola”.

Cesta fugitiva

Neste jogo, dividem-se equipes formadas por sete jogadores distribuídos


aleatoriamente pela quadra de Basquetebol. Dois dos sete jogadores de cada equipe
segurarão arcos na posição horizontal, e se deslocarão pela quadra tentando fugir da
bola que está de posse da equipe adversária que tentará marcar pontos ao transpor a
bola pelo arco que é segurado pela dupla adversária (MEC; CUNHA, 1998)

O princípio operacional de ataque desenvolvido pela equipe em posse da bola é a


“progressão da equipe e da bola em direção ao alvo adversário”.

Bola ao rei

Neste jogo, dividem-se duas equipes formada por seis jogadores distribuídos pela
quadra de Basquetebol. Um jogador de cada equipe deverá se posicionar sobre uma
cadeira posicionada dentro da área restritiva (garrafão) adversária. Os jogadores das
equipes deverão trocar passes entre si, desvencilhando-se da marcação da equipe
adversária, sendo o ponto marcado quando a equipe consegue fazer com que o “Rei”
receba a bola na cadeira sobre a qual se encontra posicionado.

35
O princípio operacional desenvolvido pela equipe em posse da bola é a “Finalização da
jogada”.

Bobinho

Existem muitas variações neste jogo, entretanto, abordaremos apenas a formação dois
contra um. Dois jogadores com posse de bola trocam passes entre si, de modo a não
permitir a recuperação de bola pelo indivíduo na posição/condição de “bobinho”. Caso
esse jogador consiga recuperar a bola, ele deixa essa condição que é assumida pelo
indivíduo que teve o passe interceptado.

O princípio operacional denominado “recuperação da bola” é desenvolvido pelo jogador


na posição de “bobinho”, pois ele faz uso da Regra de Ação de se posicionar na linha de
passes adversária para interceptar o passe.

Mãe da rua (variação)

Um grupo de alunos em posse da bola posicionado em uma extremidade da quadra


precisará driblar ou passar a bola entre si até a outra extremidade, tentando não perder
a posse de bola para a equipe adversária.

O princípio operacional desenvolvido pela equipe que tenta recuperar a bola é “impedir
o avanço da equipe contrária e da bola em direção ao próprio alvo”.

Bola ao cone

Divididos em duas equipes, os alunos deverão utilizar a bola para derrubar o cone do
time adversário que estará posicionado sobre uma mesa a alguma distância pré-
determinada.

O princípio operacional desenvolvido pela equipe que tenta proteger seu cone é a
“proteção do alvo visando impedir a finalização da equipe adversária”.

Conclusão

Observa-se por meio da sistemática apresentada que o ensino do Basquetebol na


infância deve privilegiar uma formação que vai além dos gestos técnicos vinculados ao
esporte, devendo priorizar o conhecimento do próprio corpo e suas possibilidades por
meio das habilidades perceptivas, habilidades motoras básicas e a combinação das
mesmas.
36
REFERÊNCIAS

BAYER, C. O ensino dos desportos coletivos. Lisboa: Dinalivro, 1994.

CLEMENTE, F. M. Princípios pedagógicos dos Teaching Games for Understanding e da


pedagogia não-linear no ensino da Educação Física. Movimento, Porto Alegre, v. 18, n.
2, p. 315-335, abr.-jun. de 2012.

DAOLIO, J. Jogos esportivos coletivos: dos princípios operacionais aos gestos técnicos:
modelo pendular a partir das ideias de Claude Bayer. Revista Brasileira Ciência e
Movimento, Brasília, Vol. 10, n. 4, p. 99-104, outubro, 2002.

GARGANTA, J. Para uma teoria dos jogos desportivos coletivos. In: GRAÇA, A.
OLIVEIRA, J. (Org.) O ensino dos jogos coletivos. 2. ed. Lisboa: Universidade do Porto,
1998.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA. Esporte e lazer: Esporte na escola: Cesta


Fugitiva. Direção: Ceres Scattolini. 1998. Vídeo do domínio público (12min16seg).
Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/video/me003529.mp4>. Acesso em:
14 set. 2019.

PAES, R. R. Pedagogia do esporte: especialização esportiva precoce. In: TANI, G.


BENTO, J. O. PETERSEN, R. D. S. Pedagogia do Desporto. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2006, p. 219-226.

TAVARES, F. GRECO, P. J. GARGANTA, J. Perceber, conhecer, decidir e agir nos jogos


desportivos coletivos. In: TANI, G. BENTO, J. O. PETERSEN, R. D. S. Pedagogia do
Desporto. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006, p. 284-298.

37
4 BASQUETEBOL: METODOLOGIA TEACHING GAMES FOR
UNDERSTANDING (TGFU)

Apresentação

O desenvolvimento da criatividade e da autonomia são um dos principais aspectos da


formação humana. A metodologia denominada Teaching Games for Understanding
(TGFU) trata-se de um método de ensino onde, por meio dos esportes coletivos,
procura-se desenvolver aspectos motores, socioafetivos e cognitivos.

4.1 TGFU: Caracterização

As discussões acerca das metodologias para o ensino do esporte permanecem vivas,


sobretudo as que buscam alternativas para os métodos ditos tradicionais. Isso ocorre,
principalmente, pelo fato dessas metodologias terem consequências como:

I. Uma grande percentagem de jovens obtinha escasso sucesso como


consequência da ênfase técnica;
II. Os alunos ensinados através de Modelos Analíticos conheciam
superficialmente o jogo e, por conseguinte, demonstravam fragilidade na
forma de como abordar o mesmo;
III. Os alunos com elevadas qualidades técnicas possuíam escassa
capacidade de decisão em jogo e;
IV. Escassez de criatividade e reflexão sobre o desporto por parte dos
agentes do mesmo (HOPPER, 2002; ARAÚJO, 2006 citados por
CLEMENTE, 2012).

Bunker e Thorper (1982, apud TEOLDO et al, 2010) criticaram o Método analítico, pois,
segundo eles, esse tipo de abordagem provocava:

I. O reduzido sucesso na realização das habilidades técnicas;

II. A incapacidade dos alunos em criticarem a prática do jogo;

III. A rigidez das habilidades técnicas aprendidas;

IV. A baixa autonomia dos alunos durante o processo de ensino e


aprendizagem;

V. O conhecimento reduzido acerca do jogo, constituem razões


suficientes para questionar a efetividade desse modelo de ensino.

38
Por conta dos defeitos dos métodos tradicionais, metodologias não diretivas que
pudessem fazer com que o aluno tivesse o papel de protagonista na tomada de decisões
foram propostas e discutidas.

Assim, a partir da década de 1980, as discussões em torno dos métodos de ensino do


esporte e as críticas feitas às metodologias Analíticas acabaram por determinar a criação
do método TGFU pelos professores ingleses Peter Werner, David Bluncher e Rod Thorpe.

O método denominado Teaching games for understanding (TGFU) se insere entre as


metodologias de ensino do esporte que são mais voltadas ao desenvolvimento das
competências e habilidades perceptivas vinculadas ao jogo do que direcionadas às
habilidades motoras especializadas, ou habilidades técnicas.

Clemente (2011, apud LUZ; MILISTETD, 2010) afirma que:

Neste método, o jogo, objetivado numa forma modificada concreta, é a


referência central para o processo de aprendizagem, sendo ele que confere
coerência a tudo quanto se faz de produtivo na aula. Assim todos os
momentos de aprendizagem centralizam-se no jogo e nos seus aspectos
constituintes, como a tomada de consciência tática, tomada de decisão, a
exercitação necessária, entre outros.

O TGFU pode ser entendido como um modelo de ensino cujo objetivo é permitir que os
alunos aprendam os aspetos táticos por meio da prática de versões modificadas de jogos
que se adequem as suas necessidades e nível proficiência. (ARAÚJO, 2006 apud
CLEMENTE, 2014).

Em sua formatação inicial, proposta por Bunker e Thorpe (1982 apud TEOLDO et al,
2010), o TGFU passava pelas seguintes fases:

1. Escolha do jogo;

2. Apreciação dos aspectos constituintes do jogo;

3. Tomada de consciência tática;

4. Tomada de decisão do que fazer e como fazer;

39
5. Exercitação das habilidades necessárias à realização motora;

6. Desempenho tático e técnico no jogo.

Fonte: BUNKER; THORPE (1982 apud TEOLDO et al. 2010, p. 3)

Figura 4.1 – Modelo de ensino do jogo para a compreensão – TGFU

Nesta proposta metodológica voltada ao desenvolvimento da autonomia do aluno a


respeito das ações vinculadas ao jogo, Clemente (2014) aponta que:

 O professor deve estabelecer a forma de jogo;

 O professor deve observar o jogo ou a exercitação;

 O professor e os alunos devem investigar os problemas tático e as suas eventuais


soluções;

 O professor deve observar o jogo e intervir para ensinar;

 O professor deve intervir para melhorar as habilidades.

4.2 TGFU: Desenvolvimento Junto ao Basquetebol

O ensino do Basquetebol tendo por base a metodologia do TGFU situa o papel do


professor como um mediador no processo de construção do conhecimento e
desenvolvimento do jogo pelo qual o aluno passa. Em outras palavras, cabe ao professor
uma atuação que permita ao aluno a descobrir respostas dos problemas apresentados
pelo jogo.

40
Para exemplificar a aplicação do TGFU na modalidade esportiva Basquetebol,
retomaremos os apontamentos de Clemente (2014) citados anteriormente:

A. O professor deve estabelecer a forma de jogo

Tendo em vista o princípio do TGFU de se trabalhar com jogos de complexidade menor


em direção a aqueles com maior complexidade, pode-se propor jogos que partem, por
exemplo, de embates 1X1 até 5X5.

Sobre este aspecto, Clemente (2012, p. 323) destaca que:

“A seleção do tipo de jogo baseia-se no pressuposto que os jogos


selecionados para a aprendizagem devem oferecer uma multiplicidade de
experiências que possibilitem mostrar similaridades e diferenças entre jogos
semelhantes e distintos, respetivamente”.

B. O professor observar o jogo ou a exercitação

Cabe ao professor a observação atenta das práticas desenvolvidas pelos seus alunos.
Desta forma, poderá levantar as dificuldades e o nível de proficiência em ralação às
habilidades recrutadas no jogo de modo a adequar o nível de complexidade dos
próximos jogos.

A partir do observado, o professor poderá fazer as mais diversas modificações nos jogos
planejados para maximizar o aprendizado dos seus alunos. Pode-se, por exemplo,
adequar a complexidade à quantidade de alunos e, até mesmo, estabelecer restrições
como estabelecer locais específicos para realização de arremessos ou número passes
necessários antes da realização de um arremesso pela equipe.

C. O professor e os alunos devem investigar os problemas táticos e as suas


eventuais soluções

A partir dos jogos propostos, o professor e os alunos devem fazer momentos de reflexão
em relação às práticas, relatar as dificuldades encontradas e buscar soluções por meio
de discussões, não cabendo ao professor apresentar as respostas, mas sim, por meio de
questionamentos, permitir aos alunos descobri-las por conta própria.

41
D. O professor deve observar o jogo e intervir para ensinar

As intervenções do professor devem ser feitas sempre com o objetivo de desenvolver a


autonomia do aluno, portanto precisam ser feitas por meio de questões que levem o
estudante a descobrir as respostas sozinho.

Sobre a importância do questionamento, Clemente (2012) destaca que este modelo de


ensino desafia os professores a construir questionamentos que induzam os alunos a
buscar as repostas corretas. Desta forma desenvolve-se a inteligência tática e a
autonomia na busca de soluções frente as situações problema apresentadas no decorrer
do jogo.

Os questionamentos podem se situar dentre as seguintes modalidades:

 Recordatório: Quando o professor se utiliza de questões que recrutam


conhecimentos já possuídos pelos alunos;

 Convergente: Quando o professor, por meio da questão, procura fazer com que
o aluno chegue à resposta considerada mais adequada.

 Divergente: Quando o professor, por meio do questionamento, induz o aluno a


buscar respostas de modo a desenvolver sua criatividade.

 De valor: Quando o questionamento realizado pelo professor estimula o aluno a


escolher, dentre as opções, aquela que ele julga ser a mais adequada à situação
proposta.

E. Professor deve intervir para melhorar as habilidades.

O professor deve estimular os alunos a buscar o aprimoramento das habilidades,


regulando a complexidade proposta nos jogos. Assim, ao observamos as ações
pedagógicas vinculadas a esta metodologia observa-se que ela se difere em muito das
metodologias tradicionais, sobretudo àquelas vinculadas ao fracionamento do jogo em
seus fundamentos (Analítico-sintético), pois possui como foco desenvolver a habilidade
de pensar o jogo em graus de complexidade crescente a medida em que o processo
ensino-aprendizagem evolui.

42
4.3 Os Estilos de Ensino e sua Aplicação Junto ao Basquetebol

Os estilos de ensino se caracterizam como uma teoria de aprendizagem em que o


professor delega graus de autonomia variados aos seus alunos frente às decisões a
serem tomadas no processo ensino-aprendizagem.

Nesta teoria, as decisões frente ao ensino se situam nas seguintes fases:

 Pré-impacto: relacionada ao planejamento da atividade;


 Impacto: observada durante o desenvolvimento da atividade;
 Pós-impacto: observada no processo de avaliação da atividade.

Desenvolvida pelo professor de Educação Física Muska Mosston da Universidade de


Rutgers, Nova Jersey, nos Estados Unidos, a partir da década de 1970. Esta classificação
das formas de ensino fundamenta-se sobre duas variáveis que são a reprodutibilidade e
a criatividade, sendo estas inversamente proporcionais.

Desta forma, registram-se estilos de ensino que proporcionam a reprodução de


habilidades como, por exemplo, os fundamentos do esporte.

Estilos de ensino que se valem de o professor criar situações problema de modo a induzir
os alunos a buscar por resposta e, consequentemente, desenvolver sua autonomia e
criatividade são um exemplo desse tipo de abordagem.

43
Fonte: RESENDE; ROSAS (2014, p. 47)

Figura 4.2 – Estrutura do Espectro dos Estilos de Ensino


44
Segundo Resende e Rosas (2014) a proposição metodológica apresentada por Mosston
se situa, entre outros aspectos, em princípios onde:

[...] deve haver uma transferência gradativa do processo decisório do


professor para o estudante, o que não impede a adoção de um “estilo de
ensino” em que o professor retome o controle de decisões anteriores
transferidas para os estudantes.

Os estilos de ensino proporcionam diferentes graus de autonomia ao aluno de acordo


com o objetivo reservado ao ensino, sendo que cada estilo se caracteriza por estimular,
em graus variados, os canais de desenvolvimento humano, sendo estes:

 Físico: Relacionado ao desenvolvimento das capacidades e habilidades motoras;


 Social: Relacionado ao desenvolvimento de relações satisfatórias entre
indivíduos, refletindo o grau de comunicação e interação entre estes.
 Emocional: Relacionado às formas de manifestar o temperamento no ambiente
social e nas atividades cotidianas.
 Cognitivo: Relacionado à capacidade de processar e mobilizar recursos
intelectuais na forma de conceitos, habilidades perceptivas etc.
 Moral: Relacionado ao recrutamento de princípios, valores e regras como
recursos na mediação das relações sociais.

A seguir, serão apresentados quatro importantes estilos de ensino, tendo por base os
pressupostos de Resende e Rosas (2014) e a teoria dos Estilos de Ensino de Mosston,
além de exemplos de sua utilização junto ao ensino do Basquetebol.

Comando: Está fundamentado no sistema do tipo estímulo-resposta (S-R). Nele, todas


as decisões das fases de planejamento, desenvolvimento e avaliação de aula são
competência exclusiva do professor.

Pode-se perceber essa forma de conduzir o processo ensino-aprendizagem no ensino


do Basquetebol quando o professor solicita que seus alunos façam execuções sucessiva
de arremessos, cabendo ao estudante reproduzir fielmente o comando.

45
Este estilo de ensino se mostra adequado quando o objetivo da prática é desenvolver
uma técnica específica.

Tarefa ou Prático: Neste estilo de ensino há uma transferência das decisões do


professor para os alunos no que diz respeito à execução das atividades prática durante
a aula, porém o docente continua tendo o papel central nos momentos de planejamento
e avaliação.

Este estilo de ensino poderia ser representado nas práticas do Basquetebol quando o
professor propõe uma atividade envolvendo tipos de passes a serem realizados entre os
alunos, cabendo aos estudantes a escolha do tipo de passe (de peito, quicado ou de
ombro).

Descoberta Orientada: estilo de ensino que coloca os alunos diante de operações


cognitivas mais complexas que tendem a estimular ações de produção e criação.
Segundo Resende e Rosas (2014):

[...] O comportamento do professor (ensino) deve se dar no sentido de


estimular os estudantes à investigação e à descoberta das respostas corretas
(aprendizagem). Uma sequência de questões (perguntas) é planejada e
apresentada pelo professor de modo a estimular os estudantes a elaborarem
(descobrirem) as respostas adequadas para cada caso.

Poderíamos ter como exemplo de utilização deste estilo de ensino na prática do


Basquetebol em casos como o seguinte:

Um professor, ao se deparar com um dilema tático durante o jogo, questiona seus


alunos em relação à adoção de um sistema defensivo que apresente respostas mais
adequadas às características do ataque adversário.

Resolução de problemas ou Produção Divergente: Neste estilo de ensino, admite-se


que as situações problema podem permitir diferentes respostas igualmente corretas
(pensamentos divergentes). Ele se caracteriza por incentivar a descoberta de diferentes
respostas possíveis para uma mesma questão ou problema.

46
No ensino do Basquetebol, a utilização deste estilo poderia ser ilustrada quando o
professor desafia seus alunos a utilizar de diferentes estratégias com o objetivo de
vencer uma marcação, seja por meio de fintas ou por bloqueios.

Por meio da análise destes quatro estilos de ensino, verifica-se que, não apenas a
prática, mas também a forma como ela é apresentada desempenha papel essencial para
o sucesso do ensino aprendizagem, sendo que, no que diz respeito aos estilos de ensino,
Gallahue e Ozmun (2003, p 577) destacam: “Tanto o estilo direto quanto o indireto de
ensino podem ser eficientes, porém, o professor deve adotar um estilo baseado no
conhecimento que tem sobre o aluno como indivíduo”.

Conclusão

A metodologia denominada TGFU tem como objetivo fazer com que os alunos
desenvolvam, não somente o jogo e seus fundamentos técnicos, mas também a
inteligência para se jogar, ou seja a capacidade de recrutar e adaptar conhecimentos
anteriores para solucionar os problemas apresentados pelo jogo.

Os estilos de ensino possibilitam ao professor adequar a apresentação das propostas ao


objetivo que pode ser, por exemplo, o desenvolvimento da técnica (mais atrelado aos
estilos diretos) ou o desenvolvimento de inteligência tática (mais relacionado aos estilos
indiretos).

REFERÊNCIAS

CLEMENTE, F. M. Princípios pedagógicos dos Teaching Games for Understanding e da


pedagogia não-linear no ensino da Educação Física. Movimento, Porto Alegre, v. 18, n.
2, p. 315-335, abr.-jun. de 2012.

CLEMENTE, F. M. Uma visão integrada do modelo Teaching Games for Understanding:


adequando os estilos de ensino e questionamento à realidade da Educação Física.
Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Florianópolis, v. 36, n. 2, p. 587- 601,
abr./jun., 2014.

CLEMENTE, F. M. MENDES, R. Aprender o jogo jogando: uma justificação


transdisciplinar. Coimbra, 2011.

47
LUZ, R. M. A. MILISTETD, M. O ensino do voleibol a partir do Teaching Games for
Understanding: o professor PDE e os desafios da escola pública paranaense, 2010.
Disponível em:
<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_p
de/2010/2010_unicentro_edfis_artigo_regiane_maria_anzolin_da_luz.pdf>. Acesso
em: 14 set. 2019.

RESENDE, H. G; ROSAS, A. S. Metodologias de ensino em Educação Física: os estilos de


ensino segundo Mosston e Ashworth. In: FERREIRA, E. L. (Org.) Esportes e atividades
físicas inclusivas. Niterói, RJ: Intertexto: 2014. p. 9-102.

TEOLDO, I. et al. O Teaching Games for Understanding (TGFU) como modelo de ensino
dos jogos desportivos coletivos. Revista Palestra, v. 10, p. 69-77, 2010. Disponível em:
<http://www.nucleofutebol.ufv.br/artigos/29-Oteaching-games-for.pdf>. Acesso em:
24 out. 2019.

48
5 SISTEMAS TÁTICOS NO BASQUETEBOL

Apresentação

O processo de organização das equipes tendo em vista o desenvolvimento de um jogo


elaborado de Basquetebol passa pela definição da equipe em quadra. Por esta razão,
formas eficientes de se atacar e defender são propostas para e pela equipe com o
objetivo de explorar, tanto as próprias virtudes quanto as vulnerabilidades do oponente.
Serão apresentadas, nesse bloco, as principais formas táticas de ataque e de defesa
utilizadas nesta modalidade esportiva.

5.1 Caracterização dos Sistemas Táticos

Para se aprimorar, o Basquetebol, assim como todos os esportes, faz o uso de aspectos
vinculados à técnica como o aprimoramento de seus diversos fundamentos e de
elementos relacionados à forma de organização da equipe, sendo esta estruturação
chamada de tática.

A palavra tática, dentre seus diversos significados, pode ser relacionada ao jargão militar
que lhe atribui o sentido de organização das tropas no campo de batalha. No mundo
esportivo, atribui-se a este termo, também, o conceito de organização, mas dos atletas
em campo de jogo. A palavra tática foi conceituada por Barbanti (2011, p 425) como:

O planejamento de procedimentos para alcançar um objetivo sob


determinadas circunstâncias. No Esporte, tática refere-se ao sistema de ações
planejadas e de alternativas de decisão que permite a alguém arranjar um
conjunto de atividades a curto prazo com objetivos limitados de tal forma que
o sucesso no Esporte contra um oponente ou mais oponentes seja possível.

49
Entendida como uma forma de organização da equipe esportiva, o conceito de tática
pode variar de acordo com o momento de jogo (ofensiva ou defensiva) ou do número
de jogadores que dela tomam parte. Desta forma, a tática pode ser classificada em
individual e coletiva ou de ataque e de defesa.

Guimarães et al (2012) recorre a Greco (1992) para explicar a tática de acordo com o
número de jogadores que dela tomam parte na circunstância do jogo, sendo estas:

Tática individual: trata-se do comportamento de um jogador que, através de


sua ação consegue interpretar no tempo, espaço e situação, movimentos
dirigidos a um objetivo determinado, geralmente de acordo com o objetivo
do jogo. A ação implica em executar uma técnica aplicada a uma situação de
jogo, com o objetivo pessoal específico e bem definido, ou seja, a tomada de
decisão para a escolha de uma determinada técnica dentro do seu repertório
de movimentos, com o objetivo de obter vantagens no jogo.

Tática de grupo: são ações e encadeamentos de comportamentos


estabelecidos conforme o esporte de dois ou três jogadores, utilizando
diferentes técnicas individuais como meio para chegar a obter uma
vantagem.

Tática coletiva: sucessão de quatro ou mais jogadores, estabelecidos em


forma de “conceitos” conforme um determinado plano de ação, que
respeitando as regras do jogo, permite todas as possíveis respostas do
adversário e submetê-las à própria intenção.

A tática, juntamente com a técnica possuem a propriedade de, quando utilizadas com
propriedade, conduzirem o jogo a patamares de organização cada vez maiores, porém
a boa tática é aquele que insere entre seus elementos a possibilidade de improvisação
por parte do jogador.

Ferreira e De Rose Junior (2010) destacam que as escolhas táticas, tanto de ataque,
quanto de defesa devem considerar as características físicas e técnicas dos jogadores,
da própria equipe e da equipe adversária, assim como a situação momentânea do jogo.
Serão apresentados a seguir, os elementos essências vinculados à tática de ataque e
defesa no Basquetebol.

50
5.2 Sistemas Táticos de Defesa

Os sistemas de defesa no Basquetebol têm a função de otimizar o desempenho dos


jogadores no que diz respeito à proteção da cesta e a recuperação da bola, de modo a
proporcionar o pronto direcionamento das ações para o ataque.

Os sistemas de defesa podem ser divididos, de forma elementar, em sistemas defensivos


individuais e por zona, além de um sistema híbrido entre os dois anteriores, denominado
sistema de marcação misto.

O sistema de marcação por zona pode ser entendido como aquele em que os jogadores
se responsabilizam pela marcação de determinados setores da quadra. São variações
mais comuns desta forma de marcação os posicionamentos em 2:1:2, 3:2, 2:3 e 1:3:1.

Serão apresentados a seguir, exemplos destes sistemas de marcação no Basquetebol.


Para entendimento desta nomenclatura, o primeiro número da classificação se refere
ao jogador ou jogadores mais avançados em relação a linha de fundo de defesa.

Fonte: PENHA et al. (2014)

Figura 5.1 – Marcação por zona 2:1:2

51
Fonte: PENHA et al. (2014)

Figura 5.2 – Marcação por zona 3:2

Fonte: PENHA et al. (2014)

Figura 5.3 – Marcação por zona 2:3

52
Fonte: PENHA et al. (2014)

Figura 5.4 – Marcação por zona 1:3:1

Todas as formas de organização tática da equipe procuram explorar ao máximo as


virtudes dos próprios jogadores e neutralizar as qualidades da equipe adversária, porém
todos os sistemas táticos apresentam vantagens e desvantagens. Ferreira e De Rose
Junior (2010) apontam os seguintes aspectos como vantagens do sistema de marcação
por zona:

 Proporciona o posicionamento dos defensores de modo a respeitar a estatura


dos mesmos;
 Facilita tanto o rebote de defesa quanto as saídas para o contra-ataque;
 Dificulta o jogo próximo à cesta pela equipe adversária.

Como desvantagens da utilização deste sistema, Ferreira e De Rose Junior (2010)


destacam:

 Possui áreas que podem ser consideradas vulneráveis em função do


posicionamento dos defensores e seus deslocamentos;
 Facilita a troca de passes pela equipe adversária;
 Facilita à equipe adversária arremessos de média e longas distâncias.

53
Entre os sistemas de defesa no Basquetebol, situa-se aquele em que o jogador, ao
defender, acaba por se responsabilizar pela marcação de um único jogador adversário,
caracterizando a situação de 1X1, sendo esta forma de marcação denominada marcação
individual.

Paes, Montagner e Ferreira (2009 p 66) destacam como procedimentos ou aspectos


relacionados à eficiência desta forma de defesa:

 Ficar posicionado entre o atacante e a cesta;

 Se o atacante estiver com a bola, manter distância de um braço;

 Se o atacante estiver sem a bola poderá antecipar o passe, ajudar o


lado da bola ou ainda flutuar do lado oposto à ela;

 Não tentar tomar a bola a qualquer custo, cometendo faltas


desnecessárias;

 Tentar levar o atacante para o seu lado de menor habilidade;

 Tentar levar o atacante para as laterais ou cantos da quadra, onde


sua ação será mais limitada.

Este sistema tático defensivo também apresenta aspectos positivos e negativos quanto
da sua utilização, sendo estes segundo Ferreira e De Rose Junior (2010):

Aspectos positivos do sistema de marcação individual:

 Define responsabilidade ao defensor em relação ao jogador da equipe adversaria


que deverá ser marcado;

 Proporciona a possibilidade de considerar aspectos físicos e técnicos para


escolha do marcador e seu respectivo adversário;

 Dificulta que a equipe atacante faça arremessos de média e longa distâncias.

Aspectos negativos do sistema de marcação individual:

 Facilita as infiltrações à cesta, possibilitando arremessos de curta distância;

 Facilita a execução de corta-luz pela equipe adversária;

 Pode induzir os jogadores defensores a cometerem elevado número de faltas.

54
Uma terceira forma de organização tática de defesa é aquela em que os dois sistemas
defensivos anteriores (por zona e individual) são utilizados de forma simultânea de
modo a obter as virtudes e minimizar as fragilidades da utilização isolada dos mesmos.
Estes sistemas são denominados sistemas de marcação misto ou combinado, sendo as
formas ou variações mais comuns as denominadas Box-one, Diamante e Triângulo.

No sistema de marcação misto Box-one, um jogador realiza a marcação individual,


enquanto os outros quatro realizam a marcação da zona, posicionando-se próximos aos
vértices do garrafão de defesa.

PENHA, et al. (2014).

Figura 5.5 – Marcação Box-one

No sistema de marcação misto diamante, um jogador é direcionado para a marcação


individual de um dos adversários e os outros quatro jogadores que estão responsáveis
pela marcação por zona se posicionam de maneira parecida com um losango (diamante)
no garrafão de defesa ou em suas proximidades.

55
PENHA, et al. (2014).

Figura 5.6 – Marcação Diamante

No sistema de marcação misto triangulo, dois jogadores são direcionados para a


marcação individual de dois adversários e os outros três realizam marcação por zona
posicionando-se de modo aproximado a um triangulo no garrafão de defesa ou em suas
proximidades.

PENHA, et al. (2014).

Figura 5.7 – Marcação Triângulo

56
5.3 Sistemas Táticos de Ataque

Os sistemas de ataque no Basquetebol têm como objetivo criar condições favoráveis


para o desenvolvimento do arremesso e a obtenção da cesta. Isso é feito por meio de
passes, fintas, infiltrações e corta-luz.

Segundo Ferreira e De Rose Junior (2010, p. 79) os sistemas de ataque “[...] são
movimentações táticas coletivas que tem como objetivo principal a obtenção da cesta.
Para isso o ataque deve obedecer a certos princípios, que tornarão mais fácil a tarefa
dos atacantes”

As formas convencionais de ataque são aquelas oriundas da recuperação de bola sem


que a equipe adversária esteja organizada em sua defesa, caracterizando o denominado
contra-ataque. A outra forma de ataque é aquela em que vão ser estruturadas ações de
modo organizado com a equipe posicionado jogadores e realizando ações de modo pré-
estruturado.

Para explorar as características técnicas e físicas dos jogadores nas ações ofensivas,
existem três funções táticas que, segundo Ferreira e De Rose Junior (2010) são:

Armador(a): O jogador que desempenha essa função, normalmente, possui como


característica física velocidade de deslocamento e uma menor estatura comparada a
dos atletas que atuam nas outras funções táticas. No que diz respeito à condição técnica,
o armador deve ter domínio aprofundado dos fundamentos de passe e drible; ter visão
de jogo que o permita explorar eficientemente as circunstâncias ou situações criadas
pela equipe.

Ala: O jogador que desempenha essa função, normalmente, possui como característica
física uma estatura maior que a do armador. No que diz respeito às características
técnicas, o ala deve ter domínio dos arremessos de meia distância, além de habilidade
na realização de rebotes. Por suas características tanto físicas quanto técnicas, é comum
aos jogadores que desenvolvem essa função se converterem a uma função híbrida como
ala-armador ou ala-pivô.

57
Pivô: O jogador que desempenha essa função, normalmente, possui como característica
física a maior estatura e força física do time, tendo em vista que sua área de atuação no
jogo é o ataque próximo à cesta. No que diz respeito às características técnicas, o pivô
deve dominar os arremessos curtos e ter noções aprimoradas para consecução de
rebotes.

Devido a organização e especialização dos jogadores, é comum ao ataque, sobretudo


aquele desenvolvido de modo sustentado, fazer movimentações ordenadas e
organizadas previamente, sendo estas, comumente, denominadas “jogadas”.

Junto a estas movimentações coordenadas, existe um movimento relativamente


comum denominado corta-luz, cortina ou bloqueio. Trata-se de uma movimentação na
qual um jogador sem bola, usando seu corpo de modo legal, bloqueia, estando parado,
a passagem de um marcador com o objetivo de desvencilhar um companheiro de equipe
de uma marcação, se este estiver com a bola (corta-luz direto) ou mesmo de um jogador
sem bole (corta-luz indireto).

O jogador que executa o corta-luz pode realizar, na sequência, uma outra movimentação
típica do ataque que é o denominada “Pick and Roll” que constitui em um bloqueio
seguido de um giro e movimentação para receber um passe e realizar um arremesso.

As movimentações pré-determinadas no ataque são, muitas das vezes, ilustradas por


meio de diagramas em um quadro tático, fazendo uso dos seguintes símbolos:

 Seta com linha contínua: : deslocamento sem bola;


 Seta com linha sinuosa: : deslocamento com bola por meio de
drible;
 Seta com linha tracejada: : passe;
 Seta com linha dupla: : arremesso;

 Linha com traço no final: : bloqueio ou corta luz.

58
Fonte: LAMAS et al. (2012).

5.8 – Exemplo de ilustração de ações táticas por meio de diagramas

Desta forma, as condições para as jogadas de ataque são infinitas, porém, para o seu
sucesso, é essencial que se explore de maneira eficiente as circunstâncias, as
características físicas e técnicas, tanto da própria equipe quanto da adversária.

Conclusão

O conhecimento dos fundamentos táticos se mostra importante para o profissional de


Educação Física, pois, independentemente do local onde a sua atuação esteja sendo
desenvolvida, são esses fundamentos que tornam o jogo estruturado e levam o aluno a
pensar o jogo em perspectivas diferentes de modo a explorar suas potencialidades
individuais e sua capacidade de pensar e operar coletivamente.

REFERÊNCIAS

BARBANTI, V. J. Dicionário de educação física e esporte. 2. ed. Barueri, SP: Manole,


2011.

FERREIRA, A. E. X. DE ROSE JUNIOR, D. Basquetebol: técnicas e táticas: uma


abordagem pedagógica. 2. ed. São Paulo: EPU, 2010.

GUIMARÃES, M. B. et al. Comportamentos ofensivos e defensivos dos atletas


envolvidos em situações táticas individuais e de grupo no jogo de futebol. Revista
Brasileira de Futebol, jan.-jun. 31-41, 2012.

59
LAMAS, L. et al. Elementos estruturais de um modelo formal dos esportes coletivos de
invasão. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v.26, n.4, p.741-
53, out./dez. 2012. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rbefe/v26n4/v26n4a17.pdf>. Acesso em: 16 set. 2019.

PAES, R. R. MONTAGNER P. C. FERREIRA, H. B. Pedagogia do esporte: Iniciação e


treinamento em Basquetebol. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.

PENHA, V. M. et al. Sistemas de defesa e ataque no Basquetebol. EFDesportes revista


digital. Disponível em: <https://www.efdeportes.com/efd188/sistemas-de-defesa-e-
ataque-no-basquetebol.htm>. Acesso em: 16 set. 2019.

60
6 BASQUETEBOL 3X3

Apresentação

Assim como em outros esportes como o Voleibol e o Futebol de Campo, o Basquetebol


se desdobrou em outra modalidade desportiva, neste caso o Basquetebol 3X3. As
características básicas em relação as suas regras e seu desenvolvimento serão
apresentadas de maneira mais aprofundada a seguir.

6.1 Histórico e Conceituação

A origem do Basquetebol 3X3 remonta ao Basquetebol de Rua, assim como ao jogo


denominado “21”. Da mesma forma que surgiram diversos esportes oriundos de outras
modalidades já institucionalizadas, como o Vôlei de Praia (a partir do Voleibol Indoor), e
o Futsal (a partir do Futebol de Campo), o Basquetebol 3X3 originou-se do Basquetebol
convencional. Esta nova modalidade se popularizou por ser mais acessível já que requer
instalações menores e uma menor quantidade de jogadores.

O marco de estreia desta modalidade como esporte oficial se deu em duas ocasiões
diferentes. A primeira foi nos jogos Olímpicos da Juventude que ocorreram no ano de
2010, em Cingapura. A segunda foi em 2017, quando o Comitê Olímpico Internacional
anunciou sua inclusão como modalidade nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020
(CBB,2017).

A capacidade dessa prática de evoluir e atrair novos adeptos é tão grande que chama a
atenção da mídia e dos recursos publicitários, fazendo com que ela rivalize com o
Basquetebol tradicional. A relevância dessa nova modalidade esportiva tende a
aumentar agora que é uma modalidade olímpica, pois será difundida em nível mundial.

6.2 Regras Básicas

Parte das regras do Basquetebol 3X3 são as mesmas do Basquetebol convencional 5X5,
entretanto existem algumas regras específicas dessa nova modalidade que serão
apresentadas a seguir (CCB, 2019):
61
(...)

Art. 1 Quadra e Bola

1.1. O jogo será jogado em uma quadra de Basquetebol de 3x3 com 01 cesta.
Uma quadra regular de 3x3 tem a superfície de 15m (largura) e 11m
(cumprimento). A quadra deverá ter uma área restritiva de tamanho normal,
incluindo uma linha de lance livre (5,80m), uma linha de 2 pontos (6,75) e uma
área de “semicírculo”, embaixo da cesta. Uma meia quadra de Basketball
tradicional pode ser usada.

1.2. A bola oficial de 3x3 deverá ser usada em todas as categorias.

(...)

Art. 2 Equipes

Cada equipe deverá consistir em 04 jogadores (03 jogadores em quadra e 1


substituto).

(...)

Art. 3 Oficiais do Jogo

Os Oficiais de jogo deverão consistir de 02 árbitros e 03 oficiais de mesa.

(...)

Art. 4 Início do Jogo


(...)

4.2. O lançamento da moeda determinará qual equipe obtém a primeira


posse de bola. A equipe que vencer o sorteio da moeda pode escolher se
beneficiar da posse de bola no início do jogo ou no início de uma eventual
prorrogação.

4.3. O jogo deve começar com 03 jogadores de cada equipe em quadra.

(...)

Art. 5 Pontuação


5.1. A todo arremesso dentro do arco (área de cesta de campo de 1 ponto)


deverá ser concedido 1 ponto.
62
5.2. A todo arremesso atrás do arco (área de cesta de campo de 2 pontos)
deverão ser concedidos 2 pontos.

5.3. A todo arremesso de lance-livre convertido deverá ser concedido 1


ponto.

Art. 6 Tempo de jogo / Vencedor de um Jogo

6.1. O tempo normal de jogo será um período de 10 minutos de jogo. O


cronômetro de jogo deverá ser parado durante as situações bolas mortas e
lances-livres. O cronômetro de jogo deverá ser reiniciado após a troca de bola
ser completada (o mais rápido possível assim que a bola estiver nas mãos da
equipe atacante).

6.2. Entretanto a primeira equipe que marcar 21 pontos ou mais, vencerá o


jogo se isso ocorrer antes do final do tempo normal de jogo. Esta regra de
“morte súbita” se aplica somente, no tempo normal de jogo (não em uma
possível prorrogação).

6.3. Se a pontuação estiver empatada ao final do tempo normal de jogo, um


período extra será jogado. Deverá haver um intervalo de 1 minuto antes da
prorrogação começar. A primeira equipe que fizer 2 pontos na prorrogação
vence o jogo.

(...)

Art. 7 Faltas / Lances-Livres


7.1. Uma equipe estará em uma situação de penalidade após ter cometido 6
faltas.
Os Jogadores Não são excluídos com o número de faltas pessoais,
sujeito ao artigo 16 [Art. 16 Desqualificação: Um Jogador que cometer 2 Faltas
Antidesportivas (não se aplica para Faltas Técnicas) será Desqualificado do
jogo e além disso pode ser desqualificado do evento pelo organizador].

7.2. Se um arremesso de cesta de campo não for convertido, as Faltas durante


o ato de arremesso dentro do arco serão penalizadas com 1 Lance-Livre,
enquanto as Faltas no ato de arremesso atrás do arco serão penalizadas com
2 Lances-Livres.

7.3. Se um arremesso de cesta de campo for convertido, a cesta será válida e


será concedido 1 Lance-Livre adicional para o arremessador.

63
7.4. Faltas Antidesportivas e Faltas Desqualificantes são contadas como 2
Faltas para a Equipe. A primeira Falta Antidesportiva de um Jogador será
penalizada com 2 Lances-Livres, mas não terá posse de bola. Todas as Faltas
Desqualificantes (incluindo a segunda Falta Antidesportiva de um jogador)
serão penalizadas com 2 Lances-Livres e a Posse de Bola.

7.5 As Faltas de Equipe 7a. , 8a. e 9a. serão penalizadas com 2 Lances-Livres. A
10a. Falta da Equipe e todas as faltas subsequentes da equipe serão
penalizadas com 2 Lances-Livres e Posse de Bola.

(...)

Art. 8 Como a Bola é Jogada


8.1. Após cada cesta de campo convertida ou último lance livre (exceto
aqueles seguidos por posse de bola):

- Um jogador da equipe que não pontuou reiniciará o jogo driblando ou


passando a bola de dentro da quadra diretamente embaixo da cesta (não
atrás da linha de fundo) para um local na quadra atrás do arco.

- A equipe de defesa não poderá tocar ou tentar roubar a bola na área do


“semicírculo” embaixo da cesta.

8.2. Após cada arremesso de cesta de campo não convertida ou último lance
livre (exceto aqueles seguidos por posse de bola):

- Se a equipe de ataque ganha o rebote da bola, pode continuar a tentativa


de pontuar, sem ter que voltar a bola à um local atrás do arco.

- Se a equipe de defesa ganha o rebote, deve voltar a bola, para um local atrás
do arco (passando ou driblando).

8.3. Se a equipe de defesa rouba ou dá um toco na bola, deve voltar a bola


para um local atrás do arco (passando ou driblando).

8.4. A posse de bola dada a qualquer equipe após uma situação de bola morta
deverá começar com um “Check-ball”, por exemplo a troca de bola (entre o
jogador de defesa e o de ataque) atrás do arco na parte superior da quadra.

8.5. Um jogador é considerado como estando "atrás do arco” quando


nenhum de seus pés está dentro ou sobre a linha do arco.

64
8.6. No caso de uma situação de bola presa, a posse de bola deverá ser
concedida à equipe de defesa.

Art. 9 Protelação

9.1. Protelar ou deixar de jogar ativamente (ex.: não tentar pontuar) será uma
violação.

9.2. Se a quadra for equipada com um relógio de arremesso, uma equipe deve
tentar um arremesso dentro de 12 segundos. A contagem do relógio de
arremesso deverá começar assim que a bola estiver nas mãos do jogador de
ataque (após a troca com o jogador de defesa ou depois de uma cesta de
campo convertida, embaixo da cesta).

9.3. É uma violação, se após a bola ter sido “limpa” para jogo, um jogador de
ataque estiver driblando a bola dentro do arco de costas ou de lado para a
cesta, por mais de cinco segundos.

(...)

Art. 10 Substituições

É permitido uma substituição à qualquer equipe, quando a bola se tornar


morta e antes do Check-ball ou do Lance-Livre. O substituto pode entrar no
jogo após seu companheiro de equipe pisar fora da quadra e estabelecer um
contato físico com ele.

As substituições podem somente ocorrer atrás da linha final no lado oposto


da cesta e as substituições não necessitam de nenhuma ação dos árbitros ou
dos oficiais de mesa.

(...)

6.3 Desenvolvimento

Essa nova modalidade tem o potencial de estender a popularidade do Basquetebol,


especialmente com a população mais jovem, afinal, eventos ligados a esse esporte
costumam ter música (Rap e Hip-Hop) e arte (Grafite). Não é incomum que ocorram
integrações entre os praticantes do Basquetebol 3X3 e o Skate, pois ambas as
modalidades tem forte ligação com a rua.

65
De maneira geral, a prática desta modalidade consiste em um jogo de Basquetebol
disputado por duas equipes de 3 jogadores, em uma meia quadra de Basquetebol, com
a posse de bola inicial disputada por meio de um sorteio de “cara ou coroa”.

O jogo tem duração de dez minutos ou 21 pontos (o que acontecer primeiro). O sistema
de pontuação difere um pouco do Basquetebol 5X5, veja a seguir:

 A cestas que valem três pontos no Basquetebol 5X5 valem dois no 3X3.

 A cestas que valem dois pontos no Basquetebol 5X5 valem um no 3X3.

 Os lances livres valem um ponto em ambas as modalidades.

Quando a bola sai da quadra, o jogo não é reiniciado por lateral ou reposição, mas por
meio do “check-ball”. Nesta ação, o jogador da equipe que tem direito à posse de bola
deve se posicionar fora do arco (linha dos três pontos) e passar a bola para um jogador
da equipe adversária que estará dentro do arco. O adversário deverá, em seguida,
devolver a bola para que o jogo tenha prosseguimento.

Quando ocorre a saída da bola da quadra de jogo, o jogo é reiniciado não por lateral ou
reposição fundo quadra, mas por meio do “check-ball”, que se trata de, o jogador da
equipe que terá direito a posse de bola deve posicionar-se fora do arco (linha dos 3
pontos) e passar a bola para um jogador da equipe adversária que estará dentro do arco,
que deverá lhe devolver a bola para que o jogo tenha prosseguimento. As bolas presas
sempre serão de posse da defesa, sendo o tempo para execução de arremesso de doze
segundos e não 24 como no Basquetebol 5X5.

A equipe que sofrer uma cesta deverá reiniciar o jogo com um de seus jogadores
posicionando-se no semicírculo. Em seguida, deve-se driblar até fora do arco ou passar
a bola para um companheiro posicionado fora do arco.

A recuperação da bola, seja durante uma jogada, seja após um arremesso da equipe
adversária (mesmo que a bola não tenha tocado no aro), implica que a equipe detentora
da nova posse de bola deve sempre sair do arco para iniciar o ataque. Se a equipe que
ataca executar um arremesso, não convertê-lo e conseguir o rebote, poderá dar
sequência ao ataque sem a necessidade de deixar o arco.

66
O Basquetebol 3X3 se mostra uma modalidade muito promissora e espera-se que ela
exerça influência sobre o Basquetebol de modo geral, sobretudo a partir de 2020, afinal
ela fará parte dos Jogos Olímpicos de Tóquio que contarão com a participação de oito
seleções em cada uma das modalidades do Basquetebol.

Conclusão

O Basquetebol 3X3 vem como uma alternativa ao Basquetebol convencional, sendo


detentor de um apelo muito grande, sobretudo com público infanto-juvenil, o que
proporciona elementos essenciais a renovação desta modalidade.

O fato de esta modalidade, muitas vezes, se desenvolver em ambientes que acolhem


manifestações artísticas musicais (como o Rap e o Hip e Hop) e gráficas (como o grafite);
e de ter forte relação com o Skate faz com que o Basquetebol fica ainda mais atraente.

REFERÊNCIAS

CONFEDERAÇÂO BRASILEIRA DE BASQUETEBOL, CBB. Basquete 3X3. 2017. Disponível


em: <http://www.cbb.com.br/a-cbb/o-basquete/basquete-3x3>. Acesso em: 22 out.
2019.

____________________. Regras Oficiais do Jogo 3X3 Janeiro 2019. Disponível em:


<http://www.cbb.com.br/comum/code/MostrarArquivo.php?C=MjQ2MQ%2C%2C>
Acesso em: 21 out. 2019.

67

Você também pode gostar