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Rubens Branquinho
SUMÁRIO
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1 BASQUETEBOL: HISTÓRICO, FUNDAMENTOS E REGRAS BÁSICAS
Apresentação
Neste bloco, será apresentado um breve histórico do Basquetebol, bem como os seus
fundamentos e regras básicas. Esses elementos são essenciais para o processo
significativo de ensino-aprendizagem dessa modalidade esportiva.
1.1 Histórico
Os esportes podem ser criados por circunstancias diversas, sendo estas normalmente
vinculadas à derivação de um jogo, brincadeira popular ou esporte já instituído. A
criação do Basquetebol difere deste perfil, pois surgiu da necessidade de se criar um
jogo que poderia ser praticado dentro de uma escola e possuísse as seguintes
características:
Dinamismo;
Motivação;
Envolvimento;
Não violência;
Possibilidade de prática em ambientes fechados (ginásios).
Estas exigências foram feitas ao professor canadense James Naismith pelo diretor do
Colégio Internacional da Associação Cristã de Moços (ACM) na cidade de Springfield,
Massachusetts, Estados Unidos da América no ano de 1891.
Naismith determinou que fossem fixados cestos de pêssego à 3,05 metros de altura do
solo em dois lados opostos de um ginásio, além disso, elaborou trezes regras básicas.
Foi a partir dessas condições que aconteceu o primeiro jogo de Basquetebol em
dezembro de 1891. (CBB, 2017).
Inicialmente, o jogo se popularizou no seu pais de origem, mas logo ganhou o globo.
Hoje, é um dos esportes mais praticados do mundo com cerca de 170 países filiados à
Federação Internacional de Basquetebol (FIBA), já contando com uma variação de
modalidade incluída no programa das Olimpíadas de Tóquio no ano de 2020, o
Basquetebol 3X3.
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A chegada ao Brasil se deu no ano de 1896 por meio de Auguste Farnham Shaw,
professor americano do Mackenzie College. O primeiro torneio deste esporte foi
disputado no Brasil no ano de 1915 em um evento organizado pela Associação Cristã de
Moços (ACM) do Rio de Janeiro (DAIUTO, 1891).
O Basquetebol, a princípio, foi difundido por meio das escolas, sendo exemplo desta
situação a Liga Americana de Esportes Universitários, em inglês, National Collegiate
Athletic Association (NCAA) fundada em 1906 na cidade de Indiana nos Estados Unidos
da America que organizou seu primeiro torneio de Basquetebol entre entidades
universitárias em 1939 (NCAA, 2010).
O Basquetebol profissional dos Estados Unidos é disputado por equipes que, hoje, são
denominadas franquias. Os campeonatos dessa modalidade são organizados pela
National Basketball Association (NBA) que vem desempenhando esse papel desde sua
fundação em 1946. (NBA, 2019).
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Em nível internacional, os Estados Unidos da América dominam esta modalidade
esportiva, sendo campeões olímpicos na categoria masculina em quinze dos dezenove
jogos disputados desde 1936. Na categoria feminina venceram oito dos onze jogos
olímpicos que já ocorreram.
O Brasil passa hoje por um período de reestruturação desta modalidade, porém conta
com resultados expressivos em competições anteriores, tendo sido campeão mundial
na categoria masculina nos anos de 1959 e 1963 e medalhista olímpico de bronze nos
jogos de 1948, 1960 e 1964. Na categoria feminina, o resultado mais representativo do
Brasil se trata da conquista do Campeonato Mundial de Basquetebol no ano de 1994.
O Basquetebol se mostrou um dos esportes mais atrativos para pessoas com deficiência,
constando no programa dos Jogos Paralímpicos desde o seu início em 1960 na cidade
de Roma.
Segundo Silva e Mello (2014), o Basquetebol em cadeira de rodas é praticado por atletas
de ambos os sexos que tenham deficiência físico-motora, sendo desenvolvido a partir
das regras adaptadas da Federação Internacional de Basquetebol em Cadeira de Rodas
(IWBF). Sobre o desenvolvimento do Basquetebol de Rodas observa-se que:
Passe
Um fundamento de ataque que tem como base as habilidades de lançar (aquele que
efetua o passe) e receber (aquele para quem o passe é direcionado). Tem como objetivo
fazer com que a bola avance pelo espaço de jogo.
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Fonte: ZERBINATO (2012 apud OLIVEIRA, 2013)
O passe quicado ou picado tem, em linhas gerais, as mesmas especificações para posição
inicial apresentada para o passe de peito, porém a trajetória é orientada para baixo de
modo a produzir um quique da bola antes que a mesma chegue às mãos do companheiro
de equipe ao qual o passe se destina. Como forma de orientação básica, o quique da
bola deve ser realizado a cerca de um metro ou um metro e meio antes do companheiro
de equipe ao qual se destina o passe. Assim como o passe de peito, o passe picado é
utilizado para curtas distâncias.
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Fonte: ZERBINATO (2012 apud OLIVEIRA, 2013)
A recepção dos diferentes passes deve ser realizada com ambas as mãos e com os dedos
entreabertos de modo a produzir, junto a ação de flexão dos cotovelos, o acolhimento
da bola.
Drible
Em sua origem, o drible é a habilidade motora básica de quicar ou bater a bola junto ao
solo. Trata-se de um fundamento de ataque onde o jogador se desloca pelo espaço de
jogo com a bola sob seu domínio, impulsionando-a contra o solo com uma das mãos.
As formas como o drible pode ser desenvolvido devem ser adequadas às circunstâncias
do jogo, sendo estas, segundo Ferreira e De Rose Junior (2010):
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Alto ou de velocidade: Forma de execução do drible na qual a bola é
impulsionada ao solo com o corpo posicionada para frente, no sentido do
deslocamento. Normalmente é feito quando não existe uma marcação próxima,
sendo utilizado principalmente nos momentos de transição.
Baixo ou de proteção: Nesta variação do drible, existe uma marcação próxima ao
executor que utiliza as mãos ou pernas para interpor as tentativas de
recuperação da bola pelo adversário. O deslocamento pode ser feito
lateralmente, sendo que a mão utilizada para proteção fica do lado oposto da
mão que manuseia a bola.
Com mudanças de direção: utilizado como base para execução de fintas para
confundir/desequilibrar o adversário, sendo as mais comuns o corte para dentro,
o corte para fora, os giros, por entre as pernas ou por trás do corpo.
Arremesso
Parado com umas das mãos: neste arremesso, o jogador posiciona uma das mãos
abaixo e atrás da bola (mão de base, sendo esta normalmente sua mão de
dominância lateral), e a outra mão lateralmente à bola. Os cotovelos são
flexionados e estendidos, assim como os joelhos, porém não ocorre o salto,
sendo esta forma de execução normalmente utilizadas nos lances-livres.
Com salto com uma das mãos: Também chamado de Jump, é de execução
semelhante ao arremesso parado com umas das mãos, porém ao final do
processo existe um salto vertical capaz de conferir mais força ao arremesso de
modo a permitir uma distância maior da cesta para a sua execução.
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Fonte: ZERBINATO (2012 apud OLIVEIRA, 2013)
Figura 1.5 – Arremesso com Salto (Jump)
Bandeja: Tipo de arremesso no qual o executante encontra-se em deslocamento
e lhe é permitido fazer até duas passadas com a bola na mão, sendo, na última
delas, realizado um impulso com a perna contrária ao lado corresponde ao braço
de arremesso. A ação é finalizada com um lançamento da bola diretamente na
cesta ou com o auxílio (toque) da tabela.
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Rebote
O jogo de Basquetebol, assim como de qualquer modalidade esportiva, exige que seus
participantes cumpram determinadas regras. O termo “regras”, nesse contexto, pode
ser definido como convenções que permitem o desenvolvimento do jogo por meio de
parâmetros comuns e próprios da modalidade em questão.
As regras aqui apresentadas, de modo sintetizado, são aquelas que constam no Livro de
Regras Oficiais Da Confederação Brasileira de Basquetebol:
REGRA UM – O JOGO
Art. 1 definições
A cesta que é atacada por uma equipe é a cesta dos adversários e a cesta que
é defendida por uma equipe é sua própria cesta.
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A equipe que marcou um número de pontos ao final do tempo de jogo será a
vencedora.
A quadra de jogo terá uma superfície rígida, plana, livre de obstruções com
dimensões de 28 m de comprimento por 15 m de largura, medidos desde a
margem interna da linha limítrofe.
(...)
(...)
13
(...)
4.2 Regra
(...)
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8.2 Haverá um intervalo de jogo de 20 minutos antes do horário marcado para
o início da partida.
(...)
9.1 O primeiro período de jogo inicia quando a bola deixa a(s) mão(s) do
árbitro principal (crew chief) no lançamento da bola ao alto.
(...)
13.1 Definição
Durante a partida, a bola é jogada somente com a(s) mão(s) e pode ser
passada, lançada, tapeada, rolada, driblada em qualquer direção, sujeita às
restrições destas regras.
13.2 Regra
(...)
16.2 Regra
16.2.1 Uma cesta é creditada para a equipe que está atacando a cesta dos
adversários em que a bola entrou, da seguinte maneira:
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Uma cesta da área de campo de 3 pontos vale 3 pontos.
Após a bola ter tocado o aro no último lance livre, e ser legalmente
tocada por um jogador ofensivo ou defensivo antes de entrar na
cesta, a cesta vale 2 pontos.
(...)
Art. 22 Violações
22.1 Definição
22.2 Penalidade
A bola será concedida aos adversários para uma reposição no local mas
próxima à infração, exceto diretamente atrás da tabela, a menos que esteja
indicado de outra maneira (CBB, 2017).
Ainda segundo as regras oficiais de Basquetebol 2017 determinadas pela CBB (2017), as
violações mais comuns são:
Jogador fora da quadra - Um jogador de posse de bola tem contato com o espaço
fora da quadra;
Bola fora da quadra – A bola toca sobre ou além da linha que limita a quadra;
Drible – O jogador inicia uma segunda sequência de dribles após ter segurado a
bola (duplo drible/duas saídas) ou quando apoia a mão sob a bola entre os
dribles (condução);
Três segundos – O jogador que está no ataque permanece por três segundos na
área restritiva adversária;
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Oito segundos – A equipe recupera a bola em sua quadra de defesa e demora
oito segundos para levar a bola para a sua quadra de ataque;
Bola retornada à quadra de defesa – Quando a equipe que está em possa de bola
na quadra de ataque retorna a bola deliberadamente para a sua quadra de
defesa.
De acordo com as regras oficiais de Basquetebol 2017 determinadas pela CBB (2017),
as faltas são infrações às regras do jogo e ocorrem por meio de contato irregular com
adversário (faltas pessoais ou convencionais) e/ou atitudes antidesportivas (falta
técnica).
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A penalidade das faltas técnicas são dois lances livres e a posse de bola para a equipe
que sofreu a falta.
Conclusão
Por meio da leitura desse capítulo, pudemos observar que o Basquetebol é uma prática
desportiva secular difundida mundialmente, sendo sua influência muito significativa
para os profissionais de Educação tanto nas escolas quanto em clubes. Por esta razão, o
conhecimento da sua história, regras, dentre outros aspectos se mostram essenciais
para a atuação profissional daqueles que pretendem trabalhar com o Basquetebol.
Saiba mais
Leia gratuitamente e na integra, por meio do link a seguir, a versão completa das
regras oficiais de Basquetebol 2017.
<http://www.cbb.com.br/comum/code/MostrarArquivo.php?C=MzUx>
REFERÊNCIAS
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GALLAHUE, D. L; DONNELLY, F. C. Educação física desenvolvimentista para todas as
crianças. 4. ed. São Paulo: Phorte, 2008.
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2 METODOLOGIAS TRADICIONAIS DE ENSINO DO BASQUETEBOL
Apresentação
2.1 Caracterização
A palavra método possui como origem etimológica o termo grego “methodos”, cujo
significado é “caminho para”. Os termos método e metodologia serão tomados como
sinônimos nesse material, pois ambos se associam, de modo geral, a um conjunto de
procedimentos voltados a consecução de um determinado fim, apesar do termo
metodologia possuir o sentido etimológico de estudo do método.
Haydt (2006, p. 144) conceitua método de ensino como “[...] um procedimento didático
caracterizado por certas fases e operações para alcançar um objetivo (de ensino)
previsto”.
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Metodologias de ensino em Educação Física podem assumir diversas nomenclaturas e
formatações, por esta razão, é necessário considerar certos critérios e aspectos no
momento de decidir qual método é o mais adequado para cada caso. Segundo Haydt
(2006, p. 145), esses critérios podem ser:
c) as características dos alunos, como, por exemplo, sua faixa etária, o nível
de desenvolvimento mental, o grau de interesse, suas expectativas de
aprendizagem;
A partir das considerações de Haydt (2006, p. 145), observa-se que os aspectos a serem
considerados durante a escolha do método de ensino encontram respaldo naqueles
apontados por Gallahue e Ozmun (2003, p. 39) a respeito do ensino de habilidades
motoras. Em suas considerações, os autores afirmam que:
Assim, denota-se que a escolha do método deve partir de diversas premissas, sendo
estas relacionadas ao objetivo do ensino; ao ambiente em que o ensino é desenvolvido;
e às características do indivíduo e da tarefa. Neste momento, a tarefa é o Basquetebol
que será caracterizado pelos referenciais a seguir.
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Podemos entender que, para a prática do desporto, é necessário um conjunto de
habilidades especializadas. Barbanti (2006) define esporte como:
Dentro da classificação proposta por Magill (1984), observa-se que os esportes coletivos,
dentre eles o Basquetebol, se enquadram na categoria de esportes de ambiente aberto.
Esta condição é significativa para a escolha da metodologia de ensino a ser empregada.
22
Catteau e Garoff (1988) atribuem aos militares do final do século XIX as primeiras
tentativas de se criar uma pedagogia para os esportes ou práticas físicas. Esta
sistematização do ensino lançou mão da fragmentação das práticas em partes, por
conceber que o ensino das partes ou por partes proveria um aprendizado mais eficiente.
Assim, observa-se que o fato dos esportes coletivos possuírem um caráter capaz de
prover aprendizagem já era conhecido. A nova proposta era, portanto, uma
sistematização do ensino que propõe que os esportes seriam melhor compreendidos e
aprendidos por meio de suas partes.
A partir destas duas proposições, observa-se as duas primeiras formas de ensino dos
esportes ou práticas motoras como ginásticas, danças e natação, sendo estas a prática
pelo todo ou por meio de suas partes hoje denominadas Método Global-funcional ou
Método Analítico-sintético, respectivamente.
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Telena (1977 apud XAVIER, 1986) aponta que este método tem algumas desvantagens
como, por exemplo, não promover motivação suficiente ao aprendiz, ser constituído de
práticas com pobreza rítmica e expressividade muito limitada. Como vantagem dessa
metodologia, o mesmo autor destaca o rápido melhoramento da técnica e a progressão
regular do ensino.
Segundo Paes, Montagner e Ferreira (2009, p. 118), deve-se entender que exercícios
analíticos “São exercícios que possibilitam a vivência e o aperfeiçoamento de um único
fundamento do jogo, e sua execução está, quase sempre, desvinculada da situação real
de jogo”. Desta forma, trabalha-se com esse tipo de atividade ao se propor que alunos
se posicionem em coluna e executem passes uns para os outros, ou arremessem a bola
para a cesta de modo consecutivo.
A outra estratégia vinculada ao ensino por meio do Método Analítico apresentada por
Paes, Montagner e Ferreira (2009, p. 131) é o exercício sincronizado que, nas palavras
destes autores, “Trata-se da combinação de dois ou mais fundamentos em um mesmo
exercício (p. 131).”
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O exercício sincronizado tem a virtude de aproximar as execuções realizadas à situações
mais próximas ao jogo, porém não provém situações de imprevisibilidade, próprias do
esporte coletivo. Na opinião de Paes, Montagner e Ferreira (2009, p 20):
O Método Global-funcional é conceituado por Xavier (1981, apud XAVIER, 1986, p. 14)
do seguinte modo: “O Método Global consiste em ensinar uma destreza (habilidade)
motora apresentando todo o seu conjunto”.
Xavier (1986) destaca como virtudes deste método o fato de ele proporcionar a
continuidade de um plano de movimento, continuidade das ações e motivação. Apesar
disso, o autor aponta algumas desvantagens desse método como o a progressão
limitada que faz com que os alunos demorem para dominar a técnica e que tenham
dificuldade para perceber seu progresso.
Paes, Montagner e Ferreira (2009) destacam que a estratégia de ensino básica para se
colocar a Metodologia Global-funcional em prática é jogo em suas diversas
configurações, sendo estas o jogo reduzido, o jogo pré-desportivo, as situações de jogo
e o jogo propriamente dito (também conhecido como jogo formal).
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Estas estratégias são definidas por Paes, Montagner e Ferreira (2009) da seguinte forma:
Jogos reduzidos: são jogos em que o espaço e /ou o número de jogadores são
reduzidos e que mantém, integralmente, as características e a lógica técnico-
tática dos jogos esportivos coletivos. (...)
Jogo formal: o jogo de Basquetebol caracterizado pelo 5X5 deve ser utilizado
como uma valiosa e necessária maneira de ensinar e treinar a mobilidade. (...)
A complexidade, segundo Magill (1984, p. 224) estaria relacionada a “[...] quantas partes
ou componentes existem na tarefa e quais as solicitações de processamento de
informações geradas pela tarefa”. Assim, quanto maior o número de partes, maior a
complexidade da tarefa. Entender-se que os esportes coletivos contemplam muitas
ações por meio dos seus fundamentos. Desta forma, conclui-se que o mesmo se trata
de uma tarefa complexa.
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A organização “[...] se refere ao modo como os componentes de uma tarefa estão
interligados”. (MAGILL, 1984, p 224). Desta forma, quanto mais interligados são os
componentes de uma tarefa, mais organização a mesma possui. Em outras palavras,
quanto menos independentes são os componentes de uma habilidade, mais organizada
ela é.
Magill (1984) estabelece o seguinte diagrama como regra geral para a escolha entre os
métodos a partir dos critérios de organização e complexidade:
27
Conclusão
REFERÊNCIAS
28
MAGILL, R. Aprendizagem motora: conceitos e aplicações. São Paulo: Edgard Blucher,
1984.
29
3 BASQUETEBOL: METODOLOGIA POR PRINCÍPIOS OPERACIONAIS
Apresentação
O ensino dos esportes coletivos apresenta constituições que vão além dos princípios
vinculados aos Métodos Analítico-sintético e Global-funcional. Por esta razão, deve-se
explorar aspectos que são pertinentes e comuns aos diversos esportes coletivos. Será
apresentada, a seguir, uma proposta metodológica que se guia pelos elementos em
comum das diversas modalidades esportivas coletivas.
O ensino dos esportes, de modo geral, é feito tanto na primeira quanto na segunda
infância. Apesar disso, é consenso entre quase todos os profissionais do esporte, tanto
da área escolar quando da não escolar, que não se deve realizar qualquer tipo de
especialização no que diz respeito às habilidades esportivas com crianças de até seis
anos de idade.
Nesta faixa etária, devem ser ofertadas às crianças estimulações motoras para que elas
sejam capazes de conhecer, controlar e explorar os recursos corporais de movimento e
o ambiente em que se encontram.
Esses estímulos podem ser feitos por meio de práticas, sejam elas oriundas de jogos,
brincadeiras, ginásticas, danças, lutas e esportes, contanto que forneçam suporte para
as crianças estruturarem o seu esquema corporal. Em resumo, as atividades dadas nesta
faixa etária precisam permitir que a criança explore a lateralidade, o equilíbrio, a
estruturação espacial, a estruturação corporal, a coordenação, dentre outros
elementos.
Sobre este momento do ensino do esporte para as crianças, Paes (2006) destaca:
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Ao se trabalhar esportes com as crianças da primeira e da segunda infância, sobretudo
os coletivos, deve-se, como explicado anteriormente, desvincula-lo do desenvolvimento
de habilidades especializadas (técnicas) e concentrar-se na oferta de habilidades
motoras básicas e no estímulo das habilidades perceptivas.
Esse método se mostra adequado para o trabalho com esta faixa etária. Tendo em vista
que, na primeira e segunda infância, as crianças não possuem o domínio das habilidades
tanto motoras quanto perceptivas ligadas ao esporte.
Em função deste aspecto, Garganta (1998, p 19) divide a proficiência em relação aos
jogos em diferentes níveis, sendo estes e suas características apresentadas no quadro
abaixo:
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Estruturação Conscientização Verbalização e Ocupação Do controle
da coordenação comunicação racional do visual para o
das funções gestual espaço proprioceptivo
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Sobre este aspecto, Hopper e Bell (2001 apud CLEMENTE, 2012) referem-se ao
agrupamento dos jogos pela sua classificação enquanto semelhanças estruturais, sendo
estas:
I – Jogos de alvo;
II – Jogos de rede/parede;
A metodologia proposta por Bayer (1994) tem, entre seus fundamentos, a consideração
ao fato de que todas as modalidades esportivas coletivas possuem seis elementos
invariantes, sendo eles:
Adversários;
Regras específicas.
Além dessas seis semelhanças estruturais, Bayer (1994) registra a ocorrência de seis
princípios operacionais, sendo estes divididos em dois grandes grupos, os de ataque e
de defesa.
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Por princípios operacionais, entende-se um conjunto de ações e procedimentos comuns
entre os diversos esportes de invasão e compartilhamento de espaço. Neste conjunto
está incluso o Basquetebol.
Recuperação da bola;
Bloqueio do avanço da equipe contrária e da bola em direção ao próprio alvo;
Proteção do alvo, visando impedir a finalização da equipe adversária.
Como exemplo das Regras de ação de ataque, poderá ser citado o fato dos alunos
formarem linhas de passe em direção ao alvo adversário. Como princípio de defesa, o
aluno se situar entre o adversário e o alvo o qual defende.
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Com relação ao Princípio operacional de ataque “Conservação individual e coletiva da
bola”, pode-se utilizar a atividade:
Neste jogo, dividem-se equipes que serão formadas por cinco jogadores distribuídos
pela quadra de Basquetebol (ou algum espaço semelhante) de maneira aleatória. O
objetivo deste jogo é trocar passes entre companheiros de time, enquanto a equipe
adversária tenta intercepta-los para que ela própria possa iniciar sua sequência de
passes.
A pontuação ocorre quando um time consegue realizar dez passes consecutivos sem que
ocorra intercepção pela equipe adversária. Destaca-se que a equipe que tem a posse de
bola desenvolve o Princípio operacional de ataque “Conservação individual e coletiva da
bola”.
Cesta fugitiva
Bola ao rei
Neste jogo, dividem-se duas equipes formada por seis jogadores distribuídos pela
quadra de Basquetebol. Um jogador de cada equipe deverá se posicionar sobre uma
cadeira posicionada dentro da área restritiva (garrafão) adversária. Os jogadores das
equipes deverão trocar passes entre si, desvencilhando-se da marcação da equipe
adversária, sendo o ponto marcado quando a equipe consegue fazer com que o “Rei”
receba a bola na cadeira sobre a qual se encontra posicionado.
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O princípio operacional desenvolvido pela equipe em posse da bola é a “Finalização da
jogada”.
Bobinho
Existem muitas variações neste jogo, entretanto, abordaremos apenas a formação dois
contra um. Dois jogadores com posse de bola trocam passes entre si, de modo a não
permitir a recuperação de bola pelo indivíduo na posição/condição de “bobinho”. Caso
esse jogador consiga recuperar a bola, ele deixa essa condição que é assumida pelo
indivíduo que teve o passe interceptado.
O princípio operacional desenvolvido pela equipe que tenta recuperar a bola é “impedir
o avanço da equipe contrária e da bola em direção ao próprio alvo”.
Bola ao cone
Divididos em duas equipes, os alunos deverão utilizar a bola para derrubar o cone do
time adversário que estará posicionado sobre uma mesa a alguma distância pré-
determinada.
O princípio operacional desenvolvido pela equipe que tenta proteger seu cone é a
“proteção do alvo visando impedir a finalização da equipe adversária”.
Conclusão
DAOLIO, J. Jogos esportivos coletivos: dos princípios operacionais aos gestos técnicos:
modelo pendular a partir das ideias de Claude Bayer. Revista Brasileira Ciência e
Movimento, Brasília, Vol. 10, n. 4, p. 99-104, outubro, 2002.
GARGANTA, J. Para uma teoria dos jogos desportivos coletivos. In: GRAÇA, A.
OLIVEIRA, J. (Org.) O ensino dos jogos coletivos. 2. ed. Lisboa: Universidade do Porto,
1998.
37
4 BASQUETEBOL: METODOLOGIA TEACHING GAMES FOR
UNDERSTANDING (TGFU)
Apresentação
Bunker e Thorper (1982, apud TEOLDO et al, 2010) criticaram o Método analítico, pois,
segundo eles, esse tipo de abordagem provocava:
38
Por conta dos defeitos dos métodos tradicionais, metodologias não diretivas que
pudessem fazer com que o aluno tivesse o papel de protagonista na tomada de decisões
foram propostas e discutidas.
O TGFU pode ser entendido como um modelo de ensino cujo objetivo é permitir que os
alunos aprendam os aspetos táticos por meio da prática de versões modificadas de jogos
que se adequem as suas necessidades e nível proficiência. (ARAÚJO, 2006 apud
CLEMENTE, 2014).
Em sua formatação inicial, proposta por Bunker e Thorpe (1982 apud TEOLDO et al,
2010), o TGFU passava pelas seguintes fases:
1. Escolha do jogo;
39
5. Exercitação das habilidades necessárias à realização motora;
40
Para exemplificar a aplicação do TGFU na modalidade esportiva Basquetebol,
retomaremos os apontamentos de Clemente (2014) citados anteriormente:
Cabe ao professor a observação atenta das práticas desenvolvidas pelos seus alunos.
Desta forma, poderá levantar as dificuldades e o nível de proficiência em ralação às
habilidades recrutadas no jogo de modo a adequar o nível de complexidade dos
próximos jogos.
A partir do observado, o professor poderá fazer as mais diversas modificações nos jogos
planejados para maximizar o aprendizado dos seus alunos. Pode-se, por exemplo,
adequar a complexidade à quantidade de alunos e, até mesmo, estabelecer restrições
como estabelecer locais específicos para realização de arremessos ou número passes
necessários antes da realização de um arremesso pela equipe.
A partir dos jogos propostos, o professor e os alunos devem fazer momentos de reflexão
em relação às práticas, relatar as dificuldades encontradas e buscar soluções por meio
de discussões, não cabendo ao professor apresentar as respostas, mas sim, por meio de
questionamentos, permitir aos alunos descobri-las por conta própria.
41
D. O professor deve observar o jogo e intervir para ensinar
Convergente: Quando o professor, por meio da questão, procura fazer com que
o aluno chegue à resposta considerada mais adequada.
42
4.3 Os Estilos de Ensino e sua Aplicação Junto ao Basquetebol
Estilos de ensino que se valem de o professor criar situações problema de modo a induzir
os alunos a buscar por resposta e, consequentemente, desenvolver sua autonomia e
criatividade são um exemplo desse tipo de abordagem.
43
Fonte: RESENDE; ROSAS (2014, p. 47)
A seguir, serão apresentados quatro importantes estilos de ensino, tendo por base os
pressupostos de Resende e Rosas (2014) e a teoria dos Estilos de Ensino de Mosston,
além de exemplos de sua utilização junto ao ensino do Basquetebol.
45
Este estilo de ensino se mostra adequado quando o objetivo da prática é desenvolver
uma técnica específica.
Este estilo de ensino poderia ser representado nas práticas do Basquetebol quando o
professor propõe uma atividade envolvendo tipos de passes a serem realizados entre os
alunos, cabendo aos estudantes a escolha do tipo de passe (de peito, quicado ou de
ombro).
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No ensino do Basquetebol, a utilização deste estilo poderia ser ilustrada quando o
professor desafia seus alunos a utilizar de diferentes estratégias com o objetivo de
vencer uma marcação, seja por meio de fintas ou por bloqueios.
Por meio da análise destes quatro estilos de ensino, verifica-se que, não apenas a
prática, mas também a forma como ela é apresentada desempenha papel essencial para
o sucesso do ensino aprendizagem, sendo que, no que diz respeito aos estilos de ensino,
Gallahue e Ozmun (2003, p 577) destacam: “Tanto o estilo direto quanto o indireto de
ensino podem ser eficientes, porém, o professor deve adotar um estilo baseado no
conhecimento que tem sobre o aluno como indivíduo”.
Conclusão
A metodologia denominada TGFU tem como objetivo fazer com que os alunos
desenvolvam, não somente o jogo e seus fundamentos técnicos, mas também a
inteligência para se jogar, ou seja a capacidade de recrutar e adaptar conhecimentos
anteriores para solucionar os problemas apresentados pelo jogo.
REFERÊNCIAS
47
LUZ, R. M. A. MILISTETD, M. O ensino do voleibol a partir do Teaching Games for
Understanding: o professor PDE e os desafios da escola pública paranaense, 2010.
Disponível em:
<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_p
de/2010/2010_unicentro_edfis_artigo_regiane_maria_anzolin_da_luz.pdf>. Acesso
em: 14 set. 2019.
TEOLDO, I. et al. O Teaching Games for Understanding (TGFU) como modelo de ensino
dos jogos desportivos coletivos. Revista Palestra, v. 10, p. 69-77, 2010. Disponível em:
<http://www.nucleofutebol.ufv.br/artigos/29-Oteaching-games-for.pdf>. Acesso em:
24 out. 2019.
48
5 SISTEMAS TÁTICOS NO BASQUETEBOL
Apresentação
Para se aprimorar, o Basquetebol, assim como todos os esportes, faz o uso de aspectos
vinculados à técnica como o aprimoramento de seus diversos fundamentos e de
elementos relacionados à forma de organização da equipe, sendo esta estruturação
chamada de tática.
A palavra tática, dentre seus diversos significados, pode ser relacionada ao jargão militar
que lhe atribui o sentido de organização das tropas no campo de batalha. No mundo
esportivo, atribui-se a este termo, também, o conceito de organização, mas dos atletas
em campo de jogo. A palavra tática foi conceituada por Barbanti (2011, p 425) como:
49
Entendida como uma forma de organização da equipe esportiva, o conceito de tática
pode variar de acordo com o momento de jogo (ofensiva ou defensiva) ou do número
de jogadores que dela tomam parte. Desta forma, a tática pode ser classificada em
individual e coletiva ou de ataque e de defesa.
Guimarães et al (2012) recorre a Greco (1992) para explicar a tática de acordo com o
número de jogadores que dela tomam parte na circunstância do jogo, sendo estas:
A tática, juntamente com a técnica possuem a propriedade de, quando utilizadas com
propriedade, conduzirem o jogo a patamares de organização cada vez maiores, porém
a boa tática é aquele que insere entre seus elementos a possibilidade de improvisação
por parte do jogador.
Ferreira e De Rose Junior (2010) destacam que as escolhas táticas, tanto de ataque,
quanto de defesa devem considerar as características físicas e técnicas dos jogadores,
da própria equipe e da equipe adversária, assim como a situação momentânea do jogo.
Serão apresentados a seguir, os elementos essências vinculados à tática de ataque e
defesa no Basquetebol.
50
5.2 Sistemas Táticos de Defesa
O sistema de marcação por zona pode ser entendido como aquele em que os jogadores
se responsabilizam pela marcação de determinados setores da quadra. São variações
mais comuns desta forma de marcação os posicionamentos em 2:1:2, 3:2, 2:3 e 1:3:1.
51
Fonte: PENHA et al. (2014)
52
Fonte: PENHA et al. (2014)
53
Entre os sistemas de defesa no Basquetebol, situa-se aquele em que o jogador, ao
defender, acaba por se responsabilizar pela marcação de um único jogador adversário,
caracterizando a situação de 1X1, sendo esta forma de marcação denominada marcação
individual.
Este sistema tático defensivo também apresenta aspectos positivos e negativos quanto
da sua utilização, sendo estes segundo Ferreira e De Rose Junior (2010):
54
Uma terceira forma de organização tática de defesa é aquela em que os dois sistemas
defensivos anteriores (por zona e individual) são utilizados de forma simultânea de
modo a obter as virtudes e minimizar as fragilidades da utilização isolada dos mesmos.
Estes sistemas são denominados sistemas de marcação misto ou combinado, sendo as
formas ou variações mais comuns as denominadas Box-one, Diamante e Triângulo.
55
PENHA, et al. (2014).
56
5.3 Sistemas Táticos de Ataque
Segundo Ferreira e De Rose Junior (2010, p. 79) os sistemas de ataque “[...] são
movimentações táticas coletivas que tem como objetivo principal a obtenção da cesta.
Para isso o ataque deve obedecer a certos princípios, que tornarão mais fácil a tarefa
dos atacantes”
Para explorar as características técnicas e físicas dos jogadores nas ações ofensivas,
existem três funções táticas que, segundo Ferreira e De Rose Junior (2010) são:
Ala: O jogador que desempenha essa função, normalmente, possui como característica
física uma estatura maior que a do armador. No que diz respeito às características
técnicas, o ala deve ter domínio dos arremessos de meia distância, além de habilidade
na realização de rebotes. Por suas características tanto físicas quanto técnicas, é comum
aos jogadores que desenvolvem essa função se converterem a uma função híbrida como
ala-armador ou ala-pivô.
57
Pivô: O jogador que desempenha essa função, normalmente, possui como característica
física a maior estatura e força física do time, tendo em vista que sua área de atuação no
jogo é o ataque próximo à cesta. No que diz respeito às características técnicas, o pivô
deve dominar os arremessos curtos e ter noções aprimoradas para consecução de
rebotes.
O jogador que executa o corta-luz pode realizar, na sequência, uma outra movimentação
típica do ataque que é o denominada “Pick and Roll” que constitui em um bloqueio
seguido de um giro e movimentação para receber um passe e realizar um arremesso.
58
Fonte: LAMAS et al. (2012).
Desta forma, as condições para as jogadas de ataque são infinitas, porém, para o seu
sucesso, é essencial que se explore de maneira eficiente as circunstâncias, as
características físicas e técnicas, tanto da própria equipe quanto da adversária.
Conclusão
REFERÊNCIAS
59
LAMAS, L. et al. Elementos estruturais de um modelo formal dos esportes coletivos de
invasão. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v.26, n.4, p.741-
53, out./dez. 2012. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rbefe/v26n4/v26n4a17.pdf>. Acesso em: 16 set. 2019.
60
6 BASQUETEBOL 3X3
Apresentação
O marco de estreia desta modalidade como esporte oficial se deu em duas ocasiões
diferentes. A primeira foi nos jogos Olímpicos da Juventude que ocorreram no ano de
2010, em Cingapura. A segunda foi em 2017, quando o Comitê Olímpico Internacional
anunciou sua inclusão como modalidade nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020
(CBB,2017).
A capacidade dessa prática de evoluir e atrair novos adeptos é tão grande que chama a
atenção da mídia e dos recursos publicitários, fazendo com que ela rivalize com o
Basquetebol tradicional. A relevância dessa nova modalidade esportiva tende a
aumentar agora que é uma modalidade olímpica, pois será difundida em nível mundial.
Parte das regras do Basquetebol 3X3 são as mesmas do Basquetebol convencional 5X5,
entretanto existem algumas regras específicas dessa nova modalidade que serão
apresentadas a seguir (CCB, 2019):
61
(...)
1.1. O jogo será jogado em uma quadra de Basquetebol de 3x3 com 01 cesta.
Uma quadra regular de 3x3 tem a superfície de 15m (largura) e 11m
(cumprimento). A quadra deverá ter uma área restritiva de tamanho normal,
incluindo uma linha de lance livre (5,80m), uma linha de 2 pontos (6,75) e uma
área de “semicírculo”, embaixo da cesta. Uma meia quadra de Basketball
tradicional pode ser usada.
(...)
Art. 2 Equipes
(...)
(...)
(...)
(...)
Art. 5 Pontuação
(...)
7.1. Uma equipe estará em uma situação de penalidade após ter cometido 6
faltas.
Os Jogadores Não são excluídos com o número de faltas pessoais,
sujeito ao artigo 16 [Art. 16 Desqualificação: Um Jogador que cometer 2 Faltas
Antidesportivas (não se aplica para Faltas Técnicas) será Desqualificado do
jogo e além disso pode ser desqualificado do evento pelo organizador].
63
7.4. Faltas Antidesportivas e Faltas Desqualificantes são contadas como 2
Faltas para a Equipe. A primeira Falta Antidesportiva de um Jogador será
penalizada com 2 Lances-Livres, mas não terá posse de bola. Todas as Faltas
Desqualificantes (incluindo a segunda Falta Antidesportiva de um jogador)
serão penalizadas com 2 Lances-Livres e a Posse de Bola.
7.5 As Faltas de Equipe 7a. , 8a. e 9a. serão penalizadas com 2 Lances-Livres. A
10a. Falta da Equipe e todas as faltas subsequentes da equipe serão
penalizadas com 2 Lances-Livres e Posse de Bola.
(...)
8.1. Após cada cesta de campo convertida ou último lance livre (exceto
aqueles seguidos por posse de bola):
8.2. Após cada arremesso de cesta de campo não convertida ou último lance
livre (exceto aqueles seguidos por posse de bola):
- Se a equipe de defesa ganha o rebote, deve voltar a bola, para um local atrás
do arco (passando ou driblando).
8.4. A posse de bola dada a qualquer equipe após uma situação de bola morta
deverá começar com um “Check-ball”, por exemplo a troca de bola (entre o
jogador de defesa e o de ataque) atrás do arco na parte superior da quadra.
64
8.6. No caso de uma situação de bola presa, a posse de bola deverá ser
concedida à equipe de defesa.
Art. 9 Protelação
9.1. Protelar ou deixar de jogar ativamente (ex.: não tentar pontuar) será uma
violação.
9.2. Se a quadra for equipada com um relógio de arremesso, uma equipe deve
tentar um arremesso dentro de 12 segundos. A contagem do relógio de
arremesso deverá começar assim que a bola estiver nas mãos do jogador de
ataque (após a troca com o jogador de defesa ou depois de uma cesta de
campo convertida, embaixo da cesta).
9.3. É uma violação, se após a bola ter sido “limpa” para jogo, um jogador de
ataque estiver driblando a bola dentro do arco de costas ou de lado para a
cesta, por mais de cinco segundos.
(...)
Art. 10 Substituições
(...)
6.3 Desenvolvimento
65
De maneira geral, a prática desta modalidade consiste em um jogo de Basquetebol
disputado por duas equipes de 3 jogadores, em uma meia quadra de Basquetebol, com
a posse de bola inicial disputada por meio de um sorteio de “cara ou coroa”.
O jogo tem duração de dez minutos ou 21 pontos (o que acontecer primeiro). O sistema
de pontuação difere um pouco do Basquetebol 5X5, veja a seguir:
A cestas que valem três pontos no Basquetebol 5X5 valem dois no 3X3.
Quando a bola sai da quadra, o jogo não é reiniciado por lateral ou reposição, mas por
meio do “check-ball”. Nesta ação, o jogador da equipe que tem direito à posse de bola
deve se posicionar fora do arco (linha dos três pontos) e passar a bola para um jogador
da equipe adversária que estará dentro do arco. O adversário deverá, em seguida,
devolver a bola para que o jogo tenha prosseguimento.
Quando ocorre a saída da bola da quadra de jogo, o jogo é reiniciado não por lateral ou
reposição fundo quadra, mas por meio do “check-ball”, que se trata de, o jogador da
equipe que terá direito a posse de bola deve posicionar-se fora do arco (linha dos 3
pontos) e passar a bola para um jogador da equipe adversária que estará dentro do arco,
que deverá lhe devolver a bola para que o jogo tenha prosseguimento. As bolas presas
sempre serão de posse da defesa, sendo o tempo para execução de arremesso de doze
segundos e não 24 como no Basquetebol 5X5.
A equipe que sofrer uma cesta deverá reiniciar o jogo com um de seus jogadores
posicionando-se no semicírculo. Em seguida, deve-se driblar até fora do arco ou passar
a bola para um companheiro posicionado fora do arco.
A recuperação da bola, seja durante uma jogada, seja após um arremesso da equipe
adversária (mesmo que a bola não tenha tocado no aro), implica que a equipe detentora
da nova posse de bola deve sempre sair do arco para iniciar o ataque. Se a equipe que
ataca executar um arremesso, não convertê-lo e conseguir o rebote, poderá dar
sequência ao ataque sem a necessidade de deixar o arco.
66
O Basquetebol 3X3 se mostra uma modalidade muito promissora e espera-se que ela
exerça influência sobre o Basquetebol de modo geral, sobretudo a partir de 2020, afinal
ela fará parte dos Jogos Olímpicos de Tóquio que contarão com a participação de oito
seleções em cada uma das modalidades do Basquetebol.
Conclusão
REFERÊNCIAS
67