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Autoras(es):
Larissa Rafaela Galatti
Yura Yuka Sato dos Santos
Cauê Peixoto Pacheco Goi
Lucas Mathias Alves Joaquim
SUMÁRIO
SÍMBOLOS E LEGENDAS .......................................................................................................... 3
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 3
COMO O BASQUETE NA FASE DE INICIAÇÃO E FORMAÇÃO É ENSINADO NO
MUNDO: o que nos dizem os programas dos países no top do ranking da FIBA ...................... 14
COMO ENSINAR O BASQUETE NA FASE DE INICIAÇÃO E FORMAÇÃO? O JOGO
COMO AMBIENTE DE APRENDIZAGEM ............................................................................. 20
PREMISSAS PARA A ORGANIZAÇÃO DE CONTEÚDOS DE ENSINO DO BASQUETE
NO SUB-12, SUB-13 E SUB-14 ................................................................................................. 23
Características e considerações da iniciação e formação: sub-12, sub-13 e sub-14......... 23
Especificidades do sub-12 ................................................................................................. 29
Características gerais das crianças nessa etapa ............................................................. 29
Objetivo tático-técnico geral ........................................................................................... 30
Organizando uma sessão de treino para o sub-12 .......................................................... 35
Especificidades do sub-13 ................................................................................................. 39
Características gerais dos/as adolescentes nessa etapa.................................................. 39
Objetivo tático-técnico geral ........................................................................................... 40
Organizando uma sessão de treino para o sub-13 .......................................................... 47
Especificidades do sub-14 ................................................................................................. 52
Características gerais dos/as adolescentes nessa etapa.................................................. 52
Objetivo tático-técnico geral ........................................................................................... 52
Organizando uma sessão de treino para o sub-14 .......................................................... 58
Outras Propostas de Jogos ............................................................................................... 64
Referências................................................................................................................................... 66
SÍMBOLO/SIGLA LEGENDA
Defensor(a)
Atacante
Treinador(a)
Passe
Corta-luz
Mão a mão
INTRODUÇÃO
Olá, treinadores e treinadoras! Bem-vindos e bem-vindas às etapas do sub-12, sub-
13 e sub-14 do tópico de METODOLOGIA DE ENSINO do nível 1 da ENTB!
No e-book do Minibasquete I e II, apontamos as premissas que regem o nível 1 da
ENTB, assim como os conteúdos metodológicos para o ensino do minibasquete,
considerando para QUEM, O QUE, QUANDO e COMO ensinar, a partir de abordagens
baseadas no jogo. Esses conteúdos foram desenvolvidos com base nos programas de
minibasquete dos países top 10 do ranking da FIBA (Federação Internacional de
Basquete), assim como na literatura científica acerca da iniciação e formação de jovens
PARA PENSAR
Será que minha organização esportiva consegue oferecer tanto equipes masculinas
como femininas? Ou equipes mistas de iniciação, é possível? O que eu preciso para
ampliar o número de praticantes: espaço? Mais treinadoras/es? Suporte financeiro?
Parcerias com outras instituições? Um maior número de praticantes nas primeiras
idades com foco no engajamento na modalidade pode favorecer mais atletas, mais
espectadores/as consumindo basquete em uma cultura que favorece maiores
oportunidades profissionais para treinadoras(es) e equipe técnica, árbitras(os)
gestoras(es), dentre outros.
um estudo com atletas da seleção nacional mais atual, que não alcançou conquistas da
magnitude do grupo anterior, os relatos são de experiências mais especializadas desde as
primeiras idades (BENELI et al., 2017). Já entre atletas homens, atuando no NBB, a idade
média de início no basquete dos atletas da principal liga do país foi próxima dos 12 anos
de idade (CUNHA et al., 2017).
desafios e papéis de liderança, pois isso contribui para o desenvolvimento pessoal geral,
bem-estar e desenvolvimento de talentos;
3) as crianças e adolescentes devem ser encorajados a se envolverem em
atividades organizadas, lideradas por um treinador, mas também por colegas. De acordo
com os especialistas, o jogo liderado por colegas permite que os jovens vivenciem
atividades autodeterminadas e intrinsecamente motivadas, sejam criativos e se desafiem.
Isso pode contribuir para o crescimento individual e desenvolvimento de talentos em
longo prazo.
Considerando todos esses aspectos e visando um processo de desenvolvimento
mais favorável para a manutenção de adolescentes no basquete tendo em vista o seu
engajamento como praticantes e a formação em longo prazo de atletas de rendimento, as
categorias do sub-12, sub-13 e sub-14 está alinhada à etapa de desenvolvimento esportivo
sugerida pelo Comitê Olímpico do Brasil como "Aprender e Treinar". Nesta, atletas
adolescentes INICIAM o processo de especialização em uma modalidade ou em um
grupo de modalidades, aprendendo a rotina e processo de treino sem excessos e com
diversificação de posições. Também a vivência de competições se torna mais formal,
sendo recomendadas aquelas mais regionais, favorecendo mais jogos com menos gastos
e contribuindo com o processo de aprender a competir. O quadro abaixo sintetiza as
recomendações do COB para esta etapa, considerando a pessoa, o esporte e a gestão das
categorias:
projetos em conjunto pode oferecer bases mais concretas para seus treinos e até resultar em
pesquisas que alcancem outros cenários.
Os e-books do nível 1 da ENTB são fruto de parcerias desse tipo! IBB, UNICAMP, prefeituras
e clubes parceiros viabilizaram pesquisas que sustentam o conteúdo dos e-books 1 e 2. Na
sequência indicamos algumas publicações fruto dessas pesquisas e o link de acesso, para quem
quiser saber mais:
MARICONE, Lucas Marques et al. Pedagogia do Esporte: uma proposta de iniciação em basquetebol a
partir de conceitos do jogo pautados no método da Federação Espanhola. Corpoconsciência, p. 57-67,
2016.
Link: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/corpoconsciencia/article/view/4489
LEONARDI, Thiago José et al. Funding and performance of amateur and youth organizations in Brazil:
a longitudinal analysis of a basketball league. Motriz: Revista de Educação Física, v. 27, 2021.
Link: https://www.scielo.br/j/motriz/a/6nhkNjxnv8yzHXxqKTfmT9L/?lang=en
ESPINOSA, Sergio González et al. Programas de intervención para la enseñanza deportiva en el contexto
escolar, PETB y PEAB: Estudio preliminar. Retos. Nuevas tendencias en Educación Física, Deporte
y Recreación, n. 31, p. 107-113, 2017.
Link: https://recyt.fecyt.es/index.php/retos/article/view/43545/31634
FOLLE, Alexandra et al. Entorno para el desarrollo de atletas de baloncesto femenino: las directrices
propuestas y los factores de éxito. Educación Física y Ciencia, v. 19, n. 2, p. 00-00, 2017. Link:
http://www.scielo.org.ar/scielo.php?pid=S2314-25612017000200007&script=sci_arttext&tlng=en
CUNHA, L. Darido et al. Trayectoria de los jugadores de baloncesto del nuevo baloncesto Brasil.
Cuadernos de Psicología del Deporte, v. 17, n. 3, p. 119-128, 2017.
Link: https://revistas.um.es/cpd/article/view/313891/220911
SAAVEDRA GARCÍA, Miguel et al. Efecto de la edad relativa en los mundiales de baloncesto
FIBA en categorías inferiores (1979-2011). Cuadernos de Psicología del Deporte, v. 15, n.
3, p. 237-242, 2015.
Link: https://scielo.isciii.es/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1578-84232015000300028
GALATTI, Larissa R. et al. Campeonas del Mundo de Baloncesto: factores determinantes para
el rendimiento de excelencia. Cuadernos de Psicología del Deporte, v. 15, n. 3, p. 187-192,
2015. Link: https://revistas.um.es/cpd/article/view/244621/185411
SILVA, Rogério Matos Pimentel; GALATTI, Larissa Rafaela; PAES, Roberto Rodrigues.
Pedagogia do esporte e iniciação esportiva tardia: perspectivas a partir da modalidade
basquetebol. Pensar a Prática, v. 13, n. 1, 2010.
ZIANI, Clara Modeneis Dalla Costa et al. Dez anos de novo basquete brasil: uma análise
descritiva sobre suas equipes participantes e o equilíbrio competitivo da liga. E-balonmano.
com: Revista de Ciencias del Deporte, v. 15, n. 2, p. 159-166, 2019. Link: http://ojs.e-
balonmano.com/index.php/revista/article/view/466/pdf
Entendermos como se ensina o basquete ao redor do mundo nos serve de base para
ampliarmos as possibilidades na realidade do nosso país. Por isso, investigamos os
programas dos países top 10 no ranking da FIBA nos naipes masculino e feminino, tanto
de base, quanto o adulto. Os critérios para a seleção dos programas foram: 1) o país estar
presente no top 10 do ranking da FIBA em pelo menos duas categorias - dentre adulto e
de base, nos naipes feminino ou masculino; 2) a confederação de basquetebol desses
países possuírem um manual/documento disponível na rede web, pois muitas
confederações não possuem ou não disponibilizam um manual para treinadoras(es) ou
currículo especializado para a modalidade; 3) uma vez encontrado o manual/documento,
a língua deveria ser de domínio dos investigadores: português, inglês ou espanhol.
Os programas dos países selecionados foram: Argentina, Austrália, Canadá,
Espanha (província de Andaluza) e Estados Unidos. Também selecionamos os manuais
da FIBA, por ser a instituição responsável por regularizar a modalidade de basquetebol
internacionalmente, e da National Basketball Association (NBA), devido a importância
dessa liga no cenário mundial do esporte, tendo suas tendências refletidas em diversos
contextos de prática.
O Quadro 1 apresenta os objetivos e recomendações gerais dos programas
investigados para o ensino do basquete para jovens entre 12 e 14 anos. Alguns programas
apresentam diferentes faixas etárias para suas etapas formativas, já que cada país
desenvolve seu currículo considerando sua cultura.
Quadro 1 - Objetivos e recomendações gerais para o ensino do basquete à jovens de 12 a 14 anos dos programas dos países melhor classificados
no ranking da FIBA.
praticantes poderão seguir um caminho de participação no esporte ou de -Aprendendo a arremessar, driblar, passar, pegar, brincar com os demais e
rendimento. amar o jogo.
- Caminho de participação: manter participantes no basquete da
adolescência para a participação ao longo da vida. O desenvolvimento Etapa de participação e desenvolvimento (participation/ development/):
contínuo de habilidades e experiências agradáveis de basquete levarão a Desenvolvimento geral
taxas de retenção muito maiores. -Progredir no desenvolvimento específico
- Caminho de rendimento: aprender a amar o jogo, aprender a jogar -Objetivos individuais, de acordo com as prioridades e desejos pessoais
com companheiros(as); -Maior compreensão de suas habilidades
• Rotação de funções, sem especialização de posições; Desenvolvimento no basquete:
-Aprimorar as habilidades do basquetebol
• Defesa individual quadra inteira; -Progressão das regras do jogo (em direção ao jogo adulto)
• Jogo de contra-ataque rápido -Compreensão maior da cooperação de trabalho em equipe
• Correr em linhas e à frente da bola
• Finalizar em situações rápidas
Canadá Treinar para treinar (Train to train): Meninas de 11 a 15 anos e Treinar para treinar (Train to train):
meninos de 12 a 16 anos. -Participação e diversão são prioridades
- Introdução de mais conteúdos estratégico-tático-técnicos. -Os jovens possuem maior capacidade de escolher suas prioridades e
- Maior ênfase nas habilidades motrizes da modalidade do que na fase objetivos, por isso, muitas vezes a competição pode ser abandonada, mas a
anterior. participação à modalidade jamais.
- Sem especialização precoce, pois o basquete é uma modalidade de
formação maturacional tardia.
- Desenvolver jogadores versáteis (“all-round”).
- Desenvolver habilidades de 1x1.
- Comunicação coletiva.
Ataque:
- Jogar 1x1;
- Jogar 1x1;
- Ler e reagir à defesa
- Infiltrar com bola e cortar sem bola;
- Espaçamento;
- Passar-cortar-recompor;
- Jogo ao poste;
- Rebotear.
Defesa:
- Posicionar-se entre o adversário e a cesta;
- Pressionar a bola;
- Contestar arremessos;
- Induzir para os cantos (proteger o garrafão e os postes);
- Introduzir os conceitos de defesa da bola, defesa do lado da
bola e defesa do lado da ajuda.
Espanha Infantil (12 a 14 anos): Potencializar o jogo coletivo básico e explorar -Escolher uma concepção claramente humanística e formativa do basquete.
(Federação as possibilidades de jogo 3x3, evoluindo para a complexidade do jogo -Utilizar uma metodologia ativa, na qual o(a) jogador(a) é a referência do
Andaluza) coletivo de forma progressiva até o 5x5: processo educacional.
- Ampliar experiências relacionadas com a posse de bola, iniciando o -Na programação, tanto anual como em cada uma das sessões de
conceito de cooperação mútua através de ações táticas coletivas básicas treinamento, é necessário ficar explícito os valores que irão ser trabalhados.
do jogo 2x2. -É necessário planejar as sessões de treinamento para que todos os
- Potencializar o jogo com bola (1x1 e 2x2) e explorar o jogo sem bola conteúdos referentes à prática sejam abordados de forma íntegra.
e com ajuda. -Desenvolver os conceitos táticos através de experiências (situações) e
proporcionando experiências práticas para o desenvolvimento da capacidade
motriz.
- Ampliar as possibilidades do jogo sem bola através dos conceitos -Utilizar dos sistemas defensivos individuais.
coletivos complexos. Com a melhora da capacidade defensiva há um
enriquecimento das ações coletivas, como a inserção dos corta-luzes
FIBA Conteúdos defensivos: -Incorporar metas de curto prazo para o sentimento de sucesso ser
-Recomposição defensiva preenchido.
-Defesa de jogo interno -O sentimento de sucesso momentâneo pode fazer com que o(a) jovem
-Dobra de marcação permaneça na modalidade e taxas de abandono a modalidade caiam
-Defesa pressão -Fazer com que o(a) jovem visualize o objetivo maior e que compreenda a
Coletivos: sua capacidade de obter aquele resultado ou não
-Defesa de corta-luz -Caso não obtenha o resultado do objetivo maior (ser atleta), enxergar outras
-Defesa zona possibilidades de estar inserido(a) dentro da modalidade.
-Defesa contra o desajuste
-Defesa contra cortes e desmarques
Conteúdos ofensivos:
-Tipos de cortes
-Aprimoramento do gesto do arremesso e de drible
-Posicionamento em jogo interno
Coletivos:
-Sistemas de jogo 5 abertos e 4-1
-Princípios de jogo aos jogadores no interior e exterior
-Dividir o marcador
-Corta-luz direto e indireto
-Estrutura da transição ofensiva
-Princípios contra a defesa zona
NBA/ USA Estágio 3: Learning to Train - Crianças com idade de 8 a 12 anos – -Promover o engajamento pessoal no basquete e em outros esportes.
BASKETBALL Aprender todas as habilidades fundamentais e básicas específicas do -Incluir atividades organizadas e informais lideradas por pares.
basquetebol (construir habilidades específicas do esporte). -Dividir as -Estimular a diversificação esportiva.
atuais competições entre jogos especiais (regras modificadas) e jogos -Estimular a importância de estabelecer um objetivo maior
5x5, tentando não focar na competição 5x5 até o fim dessa fase (últimas
idade).
Estágio 4: Training to train
Fonte: Os autores.
Aprender com os erros O jogo espontâneo favorece as ações livres e o descobrimento autônomo. Por
sua vez, tentar, errar e acertar são inerentes à prática. Poder errar e aprender
com os próprios erros favorece a compreensão sobre a formas mais eficientes
de se resolver os problemas que emergem do jogo.
Adaptado de Machado et al. (2018).
jogo agora se tornam aos poucos mais específicas, diminuindo os jogos mais gerais e
aumentando as situações de jogo.
Também a forma de comunicação pode ser mais específica, apresentando e
explicando os conteúdos do basquete e refletindo junto com as/os adolescentes – a partir
de questionamentos – se as decisões feitas em treino e jogo foram as melhores para dadas
situações. Nesta etapa, as intervenções do(a) treinador(a) são melhor compreendidas!
Além de compreender a evolução do nível de jogo, é importante que
treinadores(as) saibam como desenvolver tarefas representativas de jogo, bem como as
premissas para a organização de conteúdos de ensino para a aprendizagem do basquete.
competições são estabelecidos a partir de categorias por idade, mas relembramos que o
desenvolvimento e a aprendizagem são complexos e não lineares entre praticantes de uma
mesma faixa etária. Além disso, nem todos os(as) praticantes passaram pelo
minibasquete, para este grupo recomendamos consultar o documento de minibasquete e
adaptar a abordagem aqui apresentada para iniciantes. Outros(as) muitos(as) não seguirão
no caminho de rendimento esportivo, mas o de esporte de participação. Por isso,
treinadores(as) devem estar atentos(as) para organizar conteúdos e estabelecer objetivos
específicos para praticantes em níveis e objetivos diferentes de uma mesma equipe (FIBA,
2016), focando nas características físicas, psicológicas e sociais dessa etapa da vida, e
priorizando o engajamento na prática do basquete com constante evolução no jogo.
Para se aprofundar nas características gerais de praticantes nessa etapa,
reforçamos a recomendação de leitura da etapa de "Aprender e Treinar" do Comitê
Olímpico do Brasil, disponível em: https://www.cob.org.br/pt/cob/time-brasil/modelo-
desenvolvimento-esportivo
Considerando essas características, avançamos no método pautado na
aprendizagem por descobrimento, que tem como premissa ensinar os jovens a jogar em
qualquer área da quadra e exercer diversas funções, estimulando-os a solucionar os
problemas do jogo e criar vantagens sobre o adversário.
Na perspectiva do ataque, o estudo de Maricone e colaboradores (2016), traz a
proposta do método espanhol, que objetiva trabalhar a movimentação ofensiva por meio
de jogos por conceitos. Os conceitos devem orientar o(a) jogador(a) a tomar decisões,
não deve decidir por ele(a).
O jogo por conceitos estimula a movimentação ofensiva dos(as) jogadores(as) a
partir de:
• Busca por espaços vazios
• Cooperação entre companheiros(as)
• Permitir a jogadores(as) escolherem a técnica em função da situação em que
encontram companheiros(as) de equipe e adversários(as), fortalecendo a
compreensão e a autonomia do(a) jogador(a)
Então, por que utilizar defesa individual até sub-14 e não utilizar defesas por zonas
e dobras?
A defesa individual favorece situações de 1x1, com e sem bola. Nesse sentido, as
crianças e adolescentes desenvolvem as competências defensivas que são base para todos
os sistemas: sustentar a posição defensiva e sem ser superado pelo(a) adversário(a) -
evitando a necessidade da ajuda de um(a) companheiro(a).
O fato de ter uma atribuição, ou seja, a responsabilidade de atacar e defender um
adversário direto, leva as crianças e adolescentes a tomarem decisões em pouco tempo e
espaço, utilizando os recursos (técnicas) aprendidos, tanto para atacar como para
defender. Isso aumenta o número de decisões em relação ao que ocorre contra defesas por
zona.
Na defesa individual:
- as responsabilidades são definidas: a criança/adolescente sabe quem está
defendendo e, se essa(e) atacante tiver sucesso, terá claro que errou. Isso é importante no
minibasquete, fase em que o pensamento abstrato ainda está se desenvolvendo, e segue
sendo importante nos sub-12, sub-13 e sub-14, para um melhor desenvolvimento do jogo
defensivo;
- a capacidade de ler o(a) atacante direto atrasar o avanço da bola, manter a bola
longe da cesta ou recuperar a bola, são melhor desenvolvidas a partir da (MONTERO-
SEONE, 2010):
1) visão contínua das referências de jogo (atacante direto, bola e cesta);
2) regulação do uso das mãos e braços, aprendendo a gerar problemas à(ao)
oponente sem cometer faltas;
3) da redução do espaço de jogo do(a) adversário(a), levando para áreas de menor
risco para a finalização e/ou dificultando as linhas de passe;
4) da limitação das opções, evitando que o(a) atacante arremesse de espaços mais
favoráveis.
Esses pontos rementem a uma capacidade fundamental para uma boa defesa:
dominar as noções de espaço-tempo em relação ao atacante e à bola, o que é mais
constante na defesa individual.
A defesa individual também favorece o desenvolvimento de atacantes, pois quem
ataca vivenciará mais vezes e com mais intensidade a oportunidade de superar um(a)
Quanto aos sistemas de ataque, por que o 5 abertos é indicado para esta etapa de
iniciação?
Este sistema estimula o jogo com e sem bola, numa dinâmica de ocupação de
espaços, favorecendo com que todos os(a) jogadores(as) joguem de frente para a cesta,
em todas as posições da quadra, tornando-os(as) versáteis. A versatilidade é um aspecto
valorizado no basquete moderno, em diferentes níveis. Além disso, é ainda um momento
muito precoce para definir ou especificar posições. Dado que também estimula o
desenvolvimento do 1x1, o conceito de “jogo de vantagens” é bastante estimulado.
1
Jogo dentro-fora: “O JCB externo à linha dos três tem a opção de passar a bola a um companheiro que
se encontra na região do garrafão, atraindo a atenção defensiva para esta região, assim o jogador interno
pode passar a bola novamente para um jogador externo, possibilitando um arremesso, drible com infiltração
ou continuidade no ataque com a defesa já desequilibrada. Esta situação ocorre normalmente do lado onde
a maior parte dos defensores se posicionam, em cobertura defensiva (lado forte), assim o passe entre o JCB
e seu companheiro acontece do mesmo lado da quadra” (MARICONE et al., 2016, p.6).
Especificidades do sub-12
PARÂMETROS SUB-12
OBJETIVOS TÁTICO- -Potencializar o jogo individual com bola e sem bola;
TÉCNICO -Introduzir o jogo grupal sem bola.
CARACTERÍSTICAS -Bola tamanho 5”;
DA COMPETIÇÃO -Altura da cesta 2,65m;
-Linha de 3 adaptada, menor distância;
-Apenas defesa individual.
ESTILO DE JOGO
No sub-12 é introduzido o jogo simples sem bola, com o intuito de trazer mais
capacidade de envolver mais jogadores(as) no jogo, além de compactuar numa melhor
compressão do bloco defensivo. Dessa forma, a ação “passar e cortar” é a ação grupal
sem bola mais simples do basquetebol e que é importante para se compreender como se
comportar sem a bola em outros conceitos mais complexos, que serão abordados
posteriormente.
Fonte: Os autores.
Conteúdo Descrição
Situações de
reposição de São situações em que a reposição da bola em jogo é feita pela lateral ou pelo fundo.
bola
Saídas de defesa
As saídas contra defesas individuais pressionantes devem envolver ações ofensivas
pressão
individuais e grupais, a fim de superar os/as defensores/as.
individual
Refere-se à compreensão individual sobre as vantagens físicas, estratégicas e tático-
técnica sobre adversários(as). As vantagens podem surgir a partir das próprias ações
Jogo de individuais, como as fintas, dribles e infiltrações, ou a partir de ações grupais e/ou
Vantagens coletivas, assim como o “dividir e passar” e “passar e cortar”. A partir dos desajustes
a defesa terá que se adequar às novas situações, causando um desequilíbrio defensivo e
promovendo situações de vantagens ao JCB.
Arremesso Refere-se ao(à) JCB realizar um movimento de arremesso da bola em direção a cesta.
2
O e-book 1, Minibasquete, apresenta glossários com outros termos iniciais/básicos.
Em geral, caracteriza-se pela forma que o(a) JCB deve se posicionar para efetuar um
arremesso. Os pés alinhados e paralelos, apontando a cesta, joelhos paralelos,
Postura de semiflexionados e alinhados ao quadril e ombros, com core e glúteos ativos. O
arremesso movimento do arremesso deve começar da altura do peito. O(a) jogador(a) deve segurar
a bola de forma que a mão dominante fique embaixo da bola e a mão não-dominante
servirá de apoio ao lado.
É um arremesso em suspensão realizado em deslocamento, em que o(a) jogador(a)
Bandeja realiza um ou dois passos em direção à cesta antes de lançar a bola ao aro. Pode ser feita
com ou sem mudança de direção e/ou ritmo.
Caracteriza-se em realizar uma bandeja, com qualquer tipo de passada, que se inicia em
um dos lados da tabela e é definida com a mão de dentro (próxima à tabela), no lado
Reversa oposto. Portanto, considerando que um(a) jogador(a) inicia a passada do lado direito da
cesta, ele(a) terminará o movimento do lado esquerdo, mas utilizando a própria mão
direita.
Refere-se a uma bandeja, com qualquer tipo de passada, que se inicia em um dos lados
da tabela e é definida com a mão de fora (distante à tabela), no lado oposto. Portanto,
Inversa
considerando que um(a) jogador(a) inicia a passada do lado direito da cesta, ele(a)
terminará o movimento do lado esquerdo, mas utilizando a mão esquerda.
Refere-se às ações dos(as) JSB para abrirem os espaços da quadra, afastando-se do(a)
Ampliar JCB, ocupando as áreas externas e/ou internas para garantirem um jogo com bom
espaçamento.
Refere-se ao(a) JCB realizar um passe para um(a) companheiro(a) e ‘cortar’ a defesa,
cruzando a zona restritiva em direção à cesta. Ao realizar o ‘corte’, o(a) jogador(a) deve
Passar e cortar pedir bola, por ser a primeira opção de passe para o(a) companheiro(a), podendo ou não
receber a bola. Caso receba, a primeira opção é a finalização, caso não, buscará outro
espaço vazio para preencher.
Fonte: Os autores, baseado em: VÉLEZ et al. (2018); FIBA (2016); LOFRANO et al.
(2019); MARICONE et al (2016); MCHUGH (2012); SANTOS et al., 2021.
Fonte: Os autores.
A partir do exposto serão apresentadas duas sessões de treino para cada categoria,
com intuito de auxiliar você, treinador e treinadora, a refletir e planejar novas sessões de
treino, sempre pensando como adaptar para o próprio contexto de prática. As sessões de
cada idade serão encontradas ao fim de suas descrições, abordando principalmente
aquelas ações inseridas especificamente para a faixa etária. Para isso, da mesma forma
que no minibasquete, consideramos os referenciais estratégico-tático-técnicos,
socioeducativos e histórico-culturais.
Você vai notar que as sessões possuem os “pontos-chave”, em que destacamos o que
queremos observar e estimular junto aos(às) jogadores(as). Uma mesma
atividade/jogo/brincadeira em treino pode estimular inúmeros elementos, mas temos que
ter em mente qual é o objetivo e preparar as estratégias de intervenção e comunicação.
Com o(a) treinador(a) tendo claro o que "olhar" em cada sessão, certamente terá mais
efetividade em mediar o treino.
E você, usa alguma estratégia no seu planejamento para guiar seus olhar e sua atenção
durante a preparação a aplicação do treino? Que tal incluir os pontos-chave da sua sessão
no planejamento?
SESSÃO ATAQUE
Objetivo ataque: Pontos-chave de ataque:
• Progredir rapidamente à cesta • Observar os espaços vazios a serem ocupados
• Passar e cortar para receber a bola em • Perceber quando criar espaço a partir do drible e do passe
condição de cesta • Mudanças de ritmo e desmarques
• Desequilibrar e atacar
Variação:
- Posicionar os cones na posição de 5 abertos, com o centro sendo o
garrafão, aproximando à realidade do jogo.
Legenda:
- Jogadores(as) na zona morta – 2 e 4
- Jogadores(as) na 45 (laterais superiores) – 1 e 3
- Treinador(a) – posicionado na cabeça do garrafão (C)
PARTE 3 - Ampliando movimentações sem bola em transição
SESSÃO DEFESA
Objetivo defesa: Pontos-chave da defesa:
• Ajudas e Trocas • Fazer a comunicação virar hábito
• Comunicação • Priorizar fechar os espaços internos
• Sustentar adversário direto • Evitar ser ultrapassado
• Estimular defesa próxima ao(à) atacante
• Perceber quando ajudar – somente se o seu parceiro
realmente for ultrapassado (senso de responsabilidade)
PARTE 1 – Entender conceitos defensivos
1) Passar pelo portal = 15 min.
- Posicionamento – Fila de atacantes na linha de fundo, fila de
defensores(as) próximo ao meio da quadra (ênfase em aproximar e
abordar) ou ambas na linha de fundo;
- Início do jogo: Quando defensor(a) 1 passa a bola para atacante 1
- Duração: 8 segundos de jogo a partir do passe do(a) defensor(a);
- Objetivo: Defensor(a) precisa impedir que atacante passe por qualquer
um dos portais (na figura são dois portais, caracterizados por cones)
- Jogo 1x1;
Variação:
- Adicionar 2x2, com a mesma dinâmica, introduzindo a ideia de ajuda
e cooperação defensiva.
Variação:
Adicionar mais jogadores(as) ao jogo (3x3, 4x4), deixando livre para
que o JCB infiltre para o lado que desejar, fazendo com que a ajuda seja
responsabilidade de outros(as) DJSB.
PARTE 3 – Explorando conceitos defensivos em atividade grupal ou coletiva
Jogo 2x3:
- Três filas no fundo da quadra;
- Dois(as) jogadores(as) iniciam no meio da quadra e mais um(a) dentro
do garrafão (jogador(a) 3);
- Após o ataque, os(as) jogadores(as) saem da quadra e voltam para suas
filas;
- A equipe que defendeu atacará contra outros(as) três jogadores(as) que
entraram da fila;
- Jogador(a) que recuperou a posse de bola (roubo, rebote, etc.) irá
passar para um(a) companheiro e sairá da quadra;
- Jogadores(as) sempre saem da quadra após o ataque.
Especificidades do sub-13
PARÂMETROS Sub-13
OBJETIVOS TÁTICO- -Potencializar o jogo individual sem bola;
TÉCNICO -Introduzir o jogo grupal e coletivo básico.
CARACTERÍSTICAS DA -Bola tamanho 5”;
COMPETIÇÃO -Altura da cesta 3,05m;
-Linha de 3 oficial;
-Apenas defesa individual;
-Corta-luz indireto permitido.
ESTILO DE JOGO
Os(as) próprios jogadores(as) da liga, ou até mesmo de categorias mais velhas, podem
exercer as funções de treinadores(as), árbitros(as) e mesários(as), como forma de
desenvolver o referencial socioeducativo. Eles(as) podem precisar da sua orientação,
treinador(a), por isso desenvolva estratégias de tutoria para cada um dos papéis. A liga
pode ter vários campeonatos curtos, com duração bimestral ou trimestral, havendo uma
reformulação das equipes a cada novo campeonato. Essa é uma forma de proporcionar
aos(às) adolescentes a experiência de competir e jogar várias vezes, vivenciar diferentes
papéis, aprender aspectos tático-técnicos, histórico-culturais e socioeducativos, e se
envolver com uma cultura de basquete. Nessa categoria, os(as) praticantes chegarão com
uma compreensão concreta da lógica do jogo com bola, e com um básico nível do jogo
sem bola. Há uma mudança no estilo de jogo dessa fase, contemplando o sistema ofensivo
4 abertos e 1 interno para que comece o trabalho de se compreender melhor a lógica
interna do jogo. Serão introduzidas novas regras como a permissão do corta-luz indireto,
ampliando as possibilidades de resolução coletivas dos problemas do jogo.
Fonte: Os autores.
Ficar Após entregar a bola, o(a) agora JSB fica no mesmo lugar.
Após entregar a bola, o(a) JSB aproveita a ação para girar, ganhando a posição
Rolar em relação ao(à) defensor(a), e seguir em direção a cesta, podendo ou não receber
um passe.
Ação realizada entre dois(as) JSB, no qual um será o(a) bloqueador(a), plantando
seus pés no chão, com a base aberta e joelhos semiflexionados e outro(a) será o(a)
Corta-luz Indireto
JSB em progressão para receber um passe, utilizando o bloqueio como forma de
obter vantagem espaço-temporal de seu(a) defensor(a) direto.
Bloqueio de frente Refere-se ao(a) jogador(a) bloqueador(a) (JB) bloquear/impedir “de frente” o(a)
(Pick) adversário(a) direto do(a) JSB.
Refere-se ao(a) JB bloquear/impedir “de costas” o(a) adversário(a) direto do(a)
Bloqueio de costas
JSB.
Ângulos de Corta-luz
Quando o(a) JB bloqueia/impede o(a) DJSB com a linha dos pés paralelas a linha
Vertical de fundo, fazendo com que a trajetória de ataque do(a) JSB seja vertical para um
espaço interno ou externo.
Quando o(a) JB bloqueia/impede o(a) DJSB com a linha dos pés em diagonal a
Diagonal linha de fundo, fazendo com que a trajetória de ataque do(a) JSB seja angulada
para um espaço interno ou externo.
Quando o(a) JB bloqueia/impede o(a) DJSB com a linha dos pés perpendicular à
Horizontal linha de fundo, fazendo com que a trajetória de ataque do(a) JSB seja paralela à
linha de fundo, para um espaço interno ou externo.
Opções do(a) JSB no corta-luz Indireto
Caracteriza-se quando o(a) JSB que está utilizando o pick/bloqueio decide não
Rejeitar ultrapassar o(a) bloqueador(a), rejeitando a ação e se desmarcando de outra forma,
como um backdoor na direção da cesta.
Caracteriza-se quando o(a) JSB que está utilizando o pick/bloqueio decide
Utilizar ultrapassar o(a) bloqueador(a) buscando receber o passe em condições de jogar
com vantagem espaço-temporal.
Opções do(a) JCB no corta-luz Indireto
O(a) JSB após o pick/bloqueio abre e ocupa uma posição externa, se afastando
Abrir
do(a) seu(a) defensor(a), criando espaço para um arremesso ou um passe.
Caracteriza-se quando o(a) JSB após o pick/bloqueio corta de frente em direção a
Entrar cesta em aceleração, ganhando a posição em relação ao(à) defensor(a), podendo
ou não receber um passe.
Ficar Caracteriza-se quando após o pick/bloqueio, o(a) agora JSB fica no mesmo lugar.
Após após o pick/bloqueio, o(a) JSB aproveita a ação para girar, ganhando a
Rolar posição em relação ao(à) defensor(a), e seguir em direção a cesta, podendo ou não
receber um passe.
Fonte: Os autores, baseado em: VÉLEZ et al. (2018); FIBA (2016); LOFRANO et al.
(2019); MARICONE et al (2016); MCHUGH (2012).
Fonte: Os autores.
Trocar com o Após corta luz, ocorre uma troca defensiva, fazendo com que o(a) DJCB abandone
DJSB definitivamente seu(a) adversário(a) direto(a) e troque de marcação para DJB.
Defensores(as) se afastam de seu(a) adversário(a) direto(a), no caso o(a)
Afastar (ajuda
bloqueador(a) (DJB), para cobrir um espaço vulnerável e impedir a progressão ao
baixa)
alvo.
Defender o
Consiste na defesa realizada pelos(as) defensores(as) nos(as) jogadores(as) que estão
Corta Luz
sem o controle da bola durante a realização de um corta luz indireto.
Indireto (DJSB)
Opções do(a) DJSB no corta-luz indireto
A partir da decisão do(a) JSB em um corta luz, o(a) DJCB acompanha seu(sua)
Por cima adversário(a) de perto. Essa abordagem impede a finalização de longa distância,
entretanto faz com que o(a) defensor(a) saia atrás para uma possível infiltração.
A partir da decisão do(a) JSB em um corta luz, o(a) DJCB acompanha seu(sua)
adversário(a) de longe, mantendo-se entre o JSB e a cesta. Essa abordagem facilita o
Por baixo
desmarque e a possível finalização a longa distância pelo JSB, entretanto faz com que
o(a) defensor(a) tenha certa vantagem em uma possível infiltração.
Ação realizada pelo(a) DJSB e DJB. Após o bloqueio/impedimento, ocorre uma troca
Trocar com o
defensiva, fazendo com que o(a) jogador(a) que atuava como DJB abandone
DJB
definitivamente seu(sua) adversário(a) direto(a) e defender o(a) JSB.
Defensores(as) do lado oposto (longe da bola) se deslocam para longe de seu(sua)
Flutuar
adversário(a) direto para cobrir um espaço.
Defender o Mão Consiste na defesa realizada pelos(as) defensores(as) nos(as) jogadores(as) que estão
a mão (DJSB) sem o controle da bola (recebendo a ação) durante a realização de um mão a mão.
Opções do(a) DJSB no mão a mão
Após a entrega da bola, o(a) agora DJCB persegue seu(a) adversário(a) por cima do
Passar por cima “bloqueador(a)”, podendo gerar uma vantagem para o(a) atacante em relação à
profundidade a cesta.
Após a entrega da bola, o(a) agora DJCB passa por baixo do “bloqueador(a)”,
Passar por baixo
podendo gerar uma vantagem para o(a) atacante finalizar com um arremesso.
Após a entrega da bola, o(a) agora DJCB comunica com seu(a) companheiro(a) para
Trocar para JSB trocarem a marcação, se tornando novamente DJSB. Essa troca pode gerar alguma
vantagem física-técnica para o(a) atacante, que poderá explorar de diversas maneiras.
Defender o Mão Consiste na defesa realizada pelo(a) defensor(a) no(a) jogador(a) que está com o
a mão (DJCB) controle da bola (realizando a ação) durante a realização de um mão a mão.
Opções do(a) DJCB no mão a mão
Ação realizada pelo(a) defensor(a) do(a) jogador(a) que entrega a bola. Consiste em
Afastar (Ajuda
se afastar da ação, ocupando um espaço interno, prevenindo uma infiltração e abrindo
baixa)
espaço para o(a) DJCB possa passar tanto por baixo como por cima.
Após a entrega da bola, o(a) agora DJSB comunica com seu(a) companheiro(a) para
Trocar para JCB trocarem a marcação, se tornando novamente DJCB. Essa troca pode gerar alguma
vantagem física-técnica para o(a) atacante, que poderá explorar de diversas maneiras.
Fonte: Os autores, baseado em: VÉLEZ et al. (2018); FIBA (2016); LOFRANO et al.
(2019); MARICONE et al (2016); MCHUGH (2012).
ATAQUE
Objetivo ataque: Pontos-chave do ataque:
• Introduzir Jogo Interno, Corta luz Indireto e • Observar os espaços vazios a serem ocupados
Mão a mão • Perceber quando criar espaço a partir do drible e do passe
• Aprimorar os conceitos de Dividir e Passar e • Mudanças de ritmo e desmarques
Passar e Cortar • Leitura das novas ações para a tomada de decisão
PARTE 3 –Ampliando a utilização das ações tático-técnicas inseridas na categoria (Jogo interno, Mão a
mão, Corta luz Indireto) em transição
4) Ataca, Defende (2x) e Sai – 10 min + 10 min. = 20 min.
- Posicionamento – Fundo da quadra nas filas, quantidade a ser definida
pela quantidade de jogadores(as) do ataque (3x3; 4x4);
- Início do jogo: Três atacantes e três defensores(as) na quadra,
treinador(a) faz o pulo bola no meio da quadra com um(a) jogador(a) de
cada time;
- Duração: Regra antipassividade, se treinador(a) entender que o ataque
não está tentando a finalização, ele(a) pode começar uma contagem de
10 segundos para a troca de posse;
- Objetivo: Jogo vai à 10 pontos, cestas derivadas de jogadas
individuais valem 1 ponto, cestas derivadas de jogadas das ações tático-
técnicas exclusivos da categoria (Jogo interno, corta luz indireto e mão
a mão) valem 2 pontos;
- Após dois ataques trocam os(as) jogadores(as) em quadra, somente
passando a bola para os(as) próximos(as) da fila;
- Sempre troca na defesa os(as) jogadores(as);
DEFESA
Objetivo defesa: Pontos-chave da defesa:
• Ajudas e Trocas • Comunicação
• Defender o jogo interno • Priorizar fechar os espaços internos
• Balanço defensivo • Evitar ser ultrapassado
• Lado oposto atento na cobertura • Estimular defesa próxima ao(à) atacante
• Defesa de corta luz indireto e mão a mão • Perceber quando ajudar – somente se o seu parceiro
realmente for ultrapassado (senso de responsabilidade)
- Jogo 2x2;
- Estimular comunicação da “Troca” ou de “Ajuda”;
- Fechar os espaços e dificultar as linhas de passe;
- Defensores(as) não podem ser ultrapassados(as), caso sejam e não
recuperem irão defender novamente e será instruído(a) a melhorarem a
sua postura de recomposição defensiva ou a comunicação;
- Se defensor(a) for ultrapassado(a), mas recuperar e passar primeiro no
portal será elogiado(a), e se tornará atacante;
- Jogo 2x3;
- Estimular comunicação defensiva;
- Fechar os espaços e dificultar as linhas de passe;
- Defensores(as) não podem ser ultrapassados(as), caso sejam e não
recuperem irão defender novamente e será instruído(a) a melhorarem a
sua postura de recomposição defensiva ou a comunicação;
PARTE 2 – Introdução da defesa de corta luz indireto e mão a mão em ambiente restrito
3) Jogo situacional em igualdade numérica – 2x2, 3x3, 4x4 = 10
min.
- Posicionamento – 3 filas, 2 nas 45 (posições 1 e 3 em azul) e Zona
morta (posição 2 em azul). 3 atacando, 3 defendendo. DJCB começará
ao lado do seu oponente, os(as) outros(as) têm posicionamento livre;
- Início do jogo: Quando o(a) jogador(a) 1 azul driblar a bola;
- Duração: Máximo 14 segundos de jogo;
- Objetivo: Após o drible do(a) JCB, DJCB precisa comunicar e
recuperar o(a) seu(a) jogador(a) ou receber ajuda para desacelar a
progressão de qualquer DJSB (Sanfona), ou trocar com DJSB (troca em
X ou troca tripla);
- Diminuir vantagem do ataque à medida que jogadores entendem a
dinâmica
Especificidades do sub-14
por um(a) jogador(a). Vale lembrar que, embora haja maior especificidade, todos(as)
devem seguir aprendendo as diferentes funções.
Fonte: Os autores.
Conteúdo Descrição
Refere-se à compreensão individual sobre as vantagens físicas, estratégicas e tático-
Jogo de Vantagens técnica sobre os(as) adversários(as). As vantagens podem surgir a partir das próprias
ações individuais, como as fintas, dribles e infiltrações, ou a partir de ações grupais
e/ou coletivas, assim como o “dividir e passar”, “passar e cortar”, “jogo de triângulo”,
“corta-luz indireto" e “corta-luz direto”. A partir dos desajustes a defesa terá que se
adequar às novas situações, causando um desequilíbrio defensivo e promovendo
situações de vantagens ao atacante.
Ação realizada entre dois(as) jogadores(as), um(a) JCB tentando criar uma vantagem
Corta-luz direto espaço-temporal e/ou numérica, e um(a) JSB responsável por realizar o corta-luz,
plantando seus pés no chão, com base aberta e joelhos semiflexionados.
Bloqueio de frente Refere-se ao(a) bloqueador(a) em bloquear/impedir “de frente” o(a) adversário(a) direto
“Pick” do(a) JCB.
Refere-se ao(a) bloqueador(a) em bloquear/impedir “de costas” o(a) adversário(a) direto
Bloqueio de costas
do(a) JCB.
Ângulos de corta-luz
Quando o(a) JB bloqueia/impede o(a) DJCB com a linha dos pés paralelas a linha de
Vertical fundo, fazendo com que a trajetória de ataque do(a) JCB seja vertical para um espaço
interno ou externo.
Quando o(a) JB bloqueia/impede o(a) DJCB com a linha dos pés em diagonal a linha
Diagonal de fundo, fazendo com que a trajetória de ataque do(a) JCB seja angulada para um
espaço interno ou externo.
Quando o(a) JB bloqueia/impede o(a) DJCB com a linha dos pés perpendicular à linha
Horizontal de fundo, fazendo com que a trajetória de ataque do(a) JCB seja paralela à linha de
fundo, para um espaço interno ou externo.
Opções do(a) JCB no corta-luz
Caracteriza-se quando o(a) JCB que está utilizando o pick/bloqueio decide não
ultrapassar o(a) bloqueador(a), negando a ação e atacando de outra forma, como uma
Negar
rápida mudança de direção, cortando seu(a) defensor(a) direto(a), que tentava antecipar
a ação.
Caracteriza-se quando o(a) JCB que está utilizando o pick/bloqueio decide ultrapassar
Utilizar o(a) bloqueador(a) buscando atrasar seu(a) defensor(a) direto(a), jogando assim com
vantagem espaço-temporal.
Opções do(a) JB no corta-luz
Caracteriza-se quando o(a) JB após o pick/bloqueio abre e ocupa uma posição externa,
Abrir
se afastando do(a) seu(a) defensor(a), criando espaço para um arremesso ou um passe.
Caracteriza-se quando o(a) JB após o pick/bloqueio entra na direção da cesta,
Entrar
buscando receber um passe para finalização próxima.
Fonte: Os autores, baseado em: VÉLEZ et al. (2018); FIBA (2016); LOFRANO et al.
(2019); MARICONE et al (2016); MCHUGH (2012).
Fonte: Os autores.
Ação realizada pelo(a) DJSB. Após ultrapassagem, ocorre uma troca defensiva,
Trocar para DJCB fazendo com que o(a) jogador(a) na ajuda abandone definitivamente seu(a)
adversário(a) direto(a) para interromper o avanço do(a) JCB.
Defensores(as) próximos da bola se deslocam para longe de seu(a) adversário(a)
Dividir
direto para cobrir um espaço.
Defensores(as) do lado oposto (longe da bola) se deslocam para longe de seu(a)
Flutuar
adversário(a) direto para cobrir um espaço.
Fonte: Os autores, baseado em: VÉLEZ et al. (2018); FIBA (2016); LOFRANO et al.
(2019); MARICONE et al (2016); MCHUGH (2012).
ATAQUE
Objetivo ataque: Pontos-chave do ataque:
• Aprimorar ações de bloqueios indiretos e • Observar os espaços vazios a serem ocupados
mão a mão • Perceber quando criar espaço a partir do drible e do passe
• Aprimorar os conceitos de Dividir e Passar e • Mudanças de ritmo e desmarques
Passar e Cortar • Leitura das novas ações para a tomada de decisão
• Aprender a jogar com corta luz Direto
DEFESA
Objetivo defesa: Pontos-chave da defesa:
• Ajudas e Trocas • Comunicação
• Defender o jogo interno • Priorizar fechar os espaços internos
• Balanço defensivo • Evitar ser ultrapassado
• Lado oposto atento na cobertura • Estimular defesa próxima ao(à) atacante
• Defesa de corta luz (indireto e direto) e mão • Perceber quando ajudar – somente se o seu parceiro
a mão realmente for ultrapassado (senso de responsabilidade)
• Se atentar a oportunidades de dobras
- Jogo 2x3;
- Estimular comunicação defensiva;
- Fechar os espaços e dificultar as linhas de passe;
- DJCB deve evitar ser ultrapassado(a), caso seja e não recupere o
time irá defender novamente e serão instruído(a) a melhorarem a sua
postura de recomposição defensiva ou a comunicação;
- Se defensor(a) for ultrapassado(a), mas recuperar e passar primeiro no
portal será elogiado(a), e se tornará atacante;
- Atacantes podem utilizar de diferentes ações tático-técnicas para
progredirem até o portal, é papel da defesa se comunicar para tentar
impedir a progressão.
- Jogo 3x4;
- Estimular que jogadores(as) dobrem nas zonas mais vulneráveis,
fechando o meio e o fundo;
- Jogadores(as) que não estão defendendo a bola precisam fechar os
espaços e dificultar as linhas de passe.
PARTE 2 – Aprimorando defesa de corta luz indireto e mão a mão, introduzindo a defesa de corta
luz direto em ambiente restrito
Vale destacar que todos os jogos do sub-12 podem servir para o sub-14, a depender
do seu objetivo na sessão de treino. Mas nem todos os jogos do sub-14 servirão para o
sub-12 ou sub-13, já que esses podem englobar conteúdos que ainda não são
recomendados para as categorias menores.
DEFESA
2) Variação defensiva = 10 min.
- Diminuir o espaço de ataque até a metade da quadra;
- Não tem mais joken-po
Situacional 2x2
ATAQUE
DEFESA
6) Variação defensiva = 10 min.
- Defensores não precisam tocar no cone para recuperar na defesa e ataque terá 14 segundos para finalizar.
DEFESA
10) Variação defensiva = 10 minutos
- Limite de 2 dribles por recepção
Referências
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