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CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

FORMAÇÃO DE JOVENS ATLETAS NAS ESCOLINHAS


DE FUTEBOL DE CATANDUVA

CAMILA BERNARDINELI RODRIGUES


FELIPE RIBEIRO RODRIGUES
WILLIANS BELTROUZO PINTO

CATANDUVA – SP
2023
CAMILA BERNARDINELI RODRIGUES
FELIPE RIBEIRO RODRIGUES
WILLIANS BELTROUZO PINTO

FORMAÇÃO DE JOVENS ATLETAS NAS ESCOLINHAS


DE FUTEBOL DE CATANDUVA

Monografia apresentada à UNIPLAN –


Centro universitário planalto do Distrito
Federal como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em
Educação Física.
Orientador: Prof. José Leonardo Moura

CATANDUVA – SP
2023
RESUMO

Neste trabalho, exploramos o papel do futebol na vida dos jovens atletas, que veem
no esporte uma chance de crescimento pessoal, atraídos pelo glamour e pela
promessa de sucesso que veem na TV. Além disso, falamos da evolução do jogador
de futebol ao longo do tempo, desde as mudanças físicas e técnicas até a forma
como as escolinhas esportivas se adaptaram para moldar esses atletas.
Falamos também sobre o trajeto de formação de um jogador, desde a descoberta
do talento até a exposição no mercado, destacando a importância de cada passo.
O estudo investiga a formação de atletas em escolinhas sociais, comerciais e
formativas de futebol em Catanduva. Analisa-se a influência dessas diferentes
modalidades de escolinhas na trajetória de desenvolvimento dos jovens jogadores,
examinando seus métodos de ensino, ênfases formativas e oportunidades
oferecidas.
Exploramos os métodos de ensino do futebol, olhando para diferentes maneiras de
ensinar e aprender esse esporte. E não poderíamos esquecer da influência direta
que os treinadores têm no processo, discutindo os estilos de ensino que podem
variar de autoritário a cooperativo, ressaltando o valor de uma formação sólida em
Educação Física para esses profissionais.
Ao integrar esses objetivos, busca-se compreender não apenas a formação dos
atletas, mas também o papel crucial do professor dentro das escolinhas de futebol,
considerando as nuances específicas de cada ambiente e seu impacto no
desenvolvimento esportivo dos participantes.
ABSTRACT

In this work, we explore the role of soccer in the lives of young athletes, who see
the sport as an opportunity for personal growth, drawn by the glamour and promise
of success portrayed on TV. Additionally, we discuss the evolution of the soccer
player over time, from physical and technical changes to how sports academies
have adapted to shape these athletes. We also delve into the journey of a player's
formation, from the discovery of talent to exposure in the market, emphasizing the
importance of each step. The study investigates the development of athletes in
social, commercial, and formative soccer academies in Catanduva. We analyze the
influence of these different types of academies on the developmental path of young
players, examining their teaching methods, formative emphases, and opportunities
offered. We explore various teaching methods in soccer, looking at different ways to
teach and learn the sport. And we cannot overlook the direct influence that coaches
have on the process, discussing teaching styles that can vary from authoritarian to
cooperative, emphasizing the value of a solid education in Physical Education for
these professionals. By integrating these objectives, the aim is to comprehend not
only the formation of athletes but also the crucial role of the coach within soccer
academies, considering the specific nuances of each environment and its impact on
the sporting development of participants.
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 7

1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................... 9

1.2 A formação de jogadores de futebol: Da técnica ao profissionalismo .............. 11

1.3 As etapas do desenvolvimento de um futebolista........................................... 14

1.3.1 Oportunidade ........................................................................................... 14

1.3.2 Detecção.................................................................................................. 14

1.3.3 Seleção .................................................................................................... 15

1.3.4 Promoção ................................................................................................ 15

1.3.5 Exposição ................................................................................................ 15

1.3.6 Comercialização ...................................................................................... 16

1.4 Modelos de escolinhas de futebol .................................................................. 16

1.4.1 Escolinhas Formativas ............................................................................. 17

1.4.2 Escolinhas Comerciais............................................................................. 18

1.4.3 Escolinhas Sociais ................................................................................... 18

1.5 O ensino – aprendizagem do futebol e seus métodos ................................... 20

1.5.1 O princípio analítico ................................................................................. 21

1.5.2 O princípio global ..................................................................................... 21

1.5.3 O princípio misto ...................................................................................... 22

1.5.4 O princípio situacional.............................................................................. 22

1.6 Métodos de ensino ......................................................................................... 22

1.6.1 Abordagem centrada nas técnicas ........................................................... 23

1.6.2 Abordagem centrada no jogo formal ........................................................ 23

1.6.3 Abordagem centrada nos jogos condicionais........................................... 24

1.7 Treinadores ou professores de futebol e suas características........................ 25

2 METODOLOGIA ................................................................................................ 28

2.1 Objetivo da pesquisa ...................................................................................... 28


2.2 Metodologia adotada ...................................................................................... 28

2.3 Coleta de dados ............................................................................................. 28

2.4 Análise dos dados .......................................................................................... 28

2.5 Limitações ...................................................................................................... 29

2.6 Contribuições ................................................................................................. 29

3 ARGUMENTAÇÃO E DISCUSSÃO ................................................................... 30

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 31

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 32


7

INTRODUÇÃO

No Brasil, o futebol vai muito além de ser apenas um esporte. Ele é uma parte
intrínseca da nossa cultura, conforme Antunes (2004) no livro: "Com brasileiros,
não há quem possa! Futebol e identidade nacional em José Lins do Rego, Mário
Filho e Nelson Rodrigues.” Onde segundo os cronistas citados “o futebol é um dos
elementos mais importantes na construção do imaginário popular do que significa
ser brasileiro, é mais do que um jogo para nós, é um reflexo do povo brasileiro, uma
extensão da nossa identidade cultural."
Desde a infância, o futebol faz parte da vida dos brasileiros. É aquele esporte que
inspira sonhos, aquele que nos conecta aos ídolos do esporte. Conforme destacou
Giglio (2007), "Portanto, o futebol possui um significado para o povo brasileiro. Um
dos pilares que sustenta esse significado são seus ídolos e heróis. Existe em torno
dessas figuras uma mitologia que é criada e recriada. Dificilmente pensamos o
futebol sem a presença do ídolo ou herói.”
Contudo, por trás dessa paixão nacional, há questões importantes que merecem
atenção. Como afirma Scaglia (1996):
“Antigamente, as crianças aprendiam a jogar futebol nas ruas, nos campos
de várzea, nos terrenos baldios ou em qualquer espaço que possibilite o
rolar da bola. As crianças cresciam jogando futebol, ou melhor brincando
de bola, o que fez muitas pessoas acreditarem que esses meninos já
nasciam sabendo jogar, como um dom herdado de um ser divino, ou de
uma benção genética. Mas hoje. Mas hoje essas ruas estão cheias de
carros, os campos de várzea foram transformados em prédios e os
terrenos baldios que ainda existem estão nas periferias e são utilizados
para outros fins. Portanto não podemos negar a existência, a proliferação,
a necessidade e a importância das escolas de futebol, as chamadas
escolinhas, para o cenário social e futebolístico da nossa atualidade;
existência que se justifica, pois, principalmente nos centros urbanos, é o
único local onde as crianças podem jogar futebol com segurança e
tranquilidade.”
Portanto, as escolinhas de futebol hoje em dia são espaços fundamentais na
formação dos futuros craques, mas que às vezes enfrentam um problema: a
presença predominante de ex-atletas como professores, muitos sem formação
acadêmica. Como observou Scaglia (1996), "A presença de ex-atletas, sem a
formação adequada, revela uma lacuna na qualificação dos profissionais que atuam
nesse ambiente. Acreditamos num processo de ensino que se caracteriza pela
presença marcante e atuante do professor (educador), preocupado em criar um
ambiente pedagógico, onde a criança sendo criança, tenha liberdade e prazer para
aprender o futebol." Isso evidencia um desafio na valorização da formação técnica
8

e acadêmica nesse campo. Além disso, o processo de formação desses jovens


jogadores revela lacunas frequentemente desconsideradas. A falta de um suporte
amplo não só prejudica o desenvolvimento técnico, mas também o humano dos
futuros atletas.
Esta intersecção entre a cultura do futebol, a formação esportiva e a atuação dos
profissionais de Educação Física destacam desafios importantes. Este trabalho
visa não apenas explorar a influência do futebol na vida cotidiana e na formação
dos jovens atletas brasileiros, mas também evidenciar e confrontar esses desafios
frequentemente negligenciados no contexto das escolinhas de futebol.
9

1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1 O futebol como agente transformador

O futebol, inegavelmente, é mais do que um simples esporte. É um fenômeno global


que transcende fronteiras e culturas, desempenhando um papel crucial na esfera
social e cultural de muitas nações. Sendo o esporte mais popular e midiático do
mundo, o futebol possui uma capacidade única de cativar a atenção de pessoas de
todas as idades, origens e classes sociais. No entanto, é nas comunidades mais
carentes e entre as crianças, em particular, que o futebol frequentemente se revela
um farol de esperança e sonhos.
Na perspectiva dos jovens que vivem em regiões economicamente desfavorecidas,
o futebol oferece uma via de escape, uma chance de ascensão social e uma visão
do estrelato. Muitos desses jovens, por vezes confrontados com desafios
socioeconômicos esmagadores, veem nos jogadores de futebol profissionais a
personificação do sucesso e da riqueza. Como observado por Rangel (2013), "A
paixão massiva pelo futebol concedeu aos atletas desse esporte um status
aproximado a uma espécie de semideus, que – embora seja uma pessoa comum,
no mesmo plano físico de seus discípulos – possui, no imaginário popular,
características atribuídas aos heróis imortais.” Para essas crianças, os jogadores
de futebol são heróis, referências a serem admiradas, imitadas e, talvez, igualadas.
Essa busca pelo sonho de se tornar uma estrela do futebol internacional é reforçada
pelo constante acesso à mídia esportiva, tanto na televisão quanto nas redes
sociais. Como destacado por Guedes (2009), "É claro que a ascensão econômica
por meio do futebol, tanto no Brasil quanto em outros países, não é novidade, e os
raros casos em que acontece alimentem, há muitas e muitas décadas, os projetos
de vida de milhares de crianças e jovens, impelindo-os a investir na busca de
inserção profissional no futebol.” As imagens de jogadores de futebol de renome
mundial, suas vidas de glamour, mansões e carros de luxo, são exibidas
diariamente em todo o mundo, agindo como ímãs para jovens que veem o futebol
como um atalho para a riqueza e a fama.
É importante ressaltar que, embora o objetivo principal de muitos jovens seja
alcançar o estrelato no futebol profissional, a construção de identidades sólidas não
se limita apenas aos futuros jogadores de elite. O trabalho de base e as escolinhas
10

proporcionam a todos os participantes, independentemente do nível de habilidade,


uma sensação de pertencimento e uma plataforma para desenvolver habilidades
sociais, físicas e cognitivas. Como aponta Mollica (2011), "O esporte aliado à
educação é uma poderosa arma na área da proteção social e resgaste de crianças
e jovens em situação de risco, pois este se manterá ocupado com atividades
prazerosas e não estará ocioso nas ruas ocupando o seu tempo aprendendo o que
não deve.” Os benefícios da participação esportiva na juventude vão além da
formação de atletas profissionais, influenciando o desenvolvimento de cidadãos.
O Brasil, em particular, é um exemplo notável de como o futebol está entrelaçado
na cultura e no dia a dia de seu povo. Como observado por Ribeiro (2012), "O
futebol no Brasil não é apenas um esporte, mas uma paixão nacional, um elemento
de identidade e uma fonte de orgulho." A cada partida de futebol, milhões de
brasileiros se reúnem diante das telas de televisão, rádios e estádios, celebrando
seus times com fervor. Essa conexão profunda com o esporte transcende barreiras
sociais e econômicas, unindo pessoas de todas as origens em um só coro.
Conforme ressaltado pelo autor, o futebol é uma força que supera desigualdades e
cria um senso de pertencimento comum na sociedade brasileira.
Na perspectiva do fascínio pelo futebol, Rinke (2007) coloca que esse esporte é
muito mais do que uma habilidade corporal ou um treinamento: “O futebol é um
enorme fato econômico, que configura estilos de vida e tem relevância política
desde o início dos tempos. Aos olhos de muitos é a última paixão verdadeira”. Para
o autor, o futebol é a linguagem universal do Brasil, uma forma de expressão que
todos entendem e valorizam, independentemente de sua classe social ou formação
educacional. Assim, o futebol não é apenas um esporte no Brasil; é uma parte
inseparável do tecido social e cultural, uma manifestação da paixão e da identidade
de um povo que encontra na bola e no campo um reflexo de sua própria alma,
sendo assim muito mais do que um jogo, é algo que se consome, que se pensa e
também se discute bastante.
Em resumo, o futebol transcende seu status de mero esporte e se torna uma força
poderosa que molda identidades, sonhos e comunidades. Para muitos jovens em
todo o mundo, o futebol é um farol de esperança e oportunidade, oferecendo uma
chance de ascensão social e a promessa do estrelato. O acesso à mídia e a
influência dos jogadores profissionais reforçam esse apelo. No Brasil, o futebol se
tornou parte indissociável da cultura, transcendendo barreiras e desigualdades,
11

unindo o povo em uma paixão compartilhada. Portanto, é inegável que o futebol é


muito mais do que um jogo; é uma linguagem universal que fala ao coração das
pessoas, independentemente de sua origem, classe social ou educação.

1.2 A formação de jogadores de futebol: Da técnica ao profissionalismo

A formação de jogadores de futebol ao longo dos anos passou por uma incrível
evolução. Em décadas passadas, o futebol era um esporte diferente do que vemos
hoje. As táticas eram menos complexas, e o jogo era mais centrado na
demonstração de habilidades individuais, no improviso e na paixão. Não havia
escolinhas, categorias de base ou infraestrutura sofisticada. O que importava era a
técnica apurada, a visão de jogo e a capacidade de improvisar em situações
críticas. Porém, à medida que o tempo avançou, o futebol passou por
transformações significativas, resultando em uma abordagem mais estruturada e
profissional.
Segundo Paoli (2007), quando assistimos partidas de futebol do início da década
de 70, podemos identificar que os grandes jogadores se baseavam primordialmente
na qualidade técnica e no jogo individual. Os atletas que demonstravam habilidades
como o drible sobressaíam aos demais, e aqueles que aliavam uma excelente
qualidade técnica e uma boa condição física, que é o caso de Pelé, destacavam-
se ainda mais, tendo em vista que o futebol era considerado pouco profissional e
pouco evoluído no aspecto físico em relação aos dias de hoje. Sendo assim, a
formação de jogadores era informal e dependia da habilidade individual. Não
existiam escolinhas de futebol nem categorias de base como conhecemos hoje. O
que diferenciava um jogador talentoso era sua capacidade de driblar, passar e
finalizar com precisão. A criatividade era valorizada, e a improvisação em campo
muitas vezes decidia os jogos.
Para Florenzano (1998), as décadas de 60 e 70 do século passado marcaram um
ponto de virada na formação de jogadores. Após a crise futebolística instalada na
Copa do Mundo de 1966, houve uma crescente conscientização sobre a
necessidade de investir na formação de atletas desde tenra idade. Surgiram as
primeiras escolinhas de futebol, que tinham como objetivo formar jogadores,
identificando talentos promissores e fornecendo treinamento estruturado. Esse
novo modelo de formação começou a preparar as bases para o desenvolvimento
12

de atletas. Autores como Paoli (2007) destacam essa transição crucial na formação
de jogadores.
Conforme Paoli (2007), foi a partir da década de 80 que o futebol viu uma mudança
significativa em relação à tática e à estratégia de jogo, e a consequência disto foi
que os treinadores começaram a ter maior importância no desempenho das
equipes. As escolinhas e categorias de base passaram a trabalhar não apenas a
técnica, mas também os quatro pilares fundamentais do futebol: a tática, a técnica,
o físico e o comportamental. Comissões técnicas multidisciplinares se tornaram
essenciais no desenvolvimento das equipes. O foco não era apenas o talento
individual, mas também a compreensão profunda do jogo, sistemas táticos
complexos e estratégias. Autores como Medina (2006) analisaram a importância
dessa abordagem abrangente na formação de jogadores.
Na era atual, o futebol atingiu um nível de complexidade jamais visto onde todos
atacam e todos defendem. De acordo com Medina (2006), o jogo é mais rápido,
fisicamente exigente e taticamente elaborado sem prescindir do talento. A formação
de jogadores não se limita mais à técnica e à tática; ela incorpora aspectos físicos
e comportamentais. Os jogadores precisam ser completos em todas as dimensões
do jogo, unindo talento individual, preparo físico e inteligência tática. A formação de
jogadores evoluiu para atender a essa demanda, preparando-os para um ambiente
cada vez mais competitivo.
Damo (2005) estabelece que, para a formação ou produção de futebolistas, é
necessário um conjunto de elementos, entre os quais se destacam:

 Espaços Físicos - Centros de Formação: Os centros de formação, muitas


vezes ligados a clubes de futebol, são locais fundamentais para o
desenvolvimento de jovens talentos. Eles proporcionam instalações de
treinamento de qualidade, campos de treinamento, ginásios e acesso a
equipamentos modernos. Esses espaços são projetados para criar um
ambiente propício ao crescimento técnico e tático dos jogadores.

 Recrutamento e Seleção de Talentos Precoces: A busca por talentos


precoces é cada vez mais sofisticada. Clubes, escolinhas e categorias de
base empregam técnicas avançadas de recrutamento e seleção, muitas
vezes com observadores técnicos altamente qualificados. O objetivo é
13

identificar jovens promissores que demonstrem potencial desde cedo. Esse


processo é altamente competitivo, à medida que os clubes competem para
encontrar as joias raras do futebol.

 Tecnologias de treinamento: As tecnologias desempenham um papel crucial


na preparação de treinamentos. A análise de desempenho, por exemplo,
permite que os treinadores avaliem o progresso dos jogadores com base em
dados objetivos. Além disso, ferramentas de simulação e realidade virtual
estão sendo cada vez mais utilizadas para aprimorar a tomada de decisão e
a habilidade tática. A tecnologia desempenha um papel vital na formação
moderna de jogadores, fornecendo insights valiosos para treinadores e
atletas.

 Ex-jogadores e Professores de Educação Física: Ex-jogadores experientes


muitas vezes desempenham um papel fundamental na formação de jovens
atletas. Seu conhecimento prático do jogo e suas experiências podem ser
inestimáveis para o desenvolvimento técnico e tático. Além disso,
professores de educação física bem qualificados desempenham um papel
importante na preparação de jovens atletas, fornecendo orientação em
aspectos físicos e de condicionamento.

 Redes de Agenciamento: As redes de agenciamento também desempenham


um papel na formação de jogadores, conectando jovens talentos a clubes e
oportunidades. Agentes experientes podem orientar jogadores em suas
carreiras, auxiliando na busca de contratos profissionais e negociações. No
entanto, é importante observar que o papel dos agentes está sujeito a
regulamentações estritas para garantir a proteção dos interesses dos
jogadores.

 Normas Legais e Tutela de Menores: O Estado desempenha um papel


regulatório na formação de jogadores, estabelecendo normas legais para
proteger os interesses dos menores envolvidos no esporte. Essas normas
visam garantir que os jogadores em formação recebam cuidados adequados
e educação, ao mesmo tempo em que são protegidos de práticas abusivas.
14

Autoridades governamentais e órgãos reguladores estão envolvidos na


supervisão e implementação dessas normas.

Para Kunz (2003), esta nova prática de detectar, selecionar e promover talentos
pôs fim a um ditado popular: “o jogador brasileiro já nasce feito”. O autor afirma que
o futebol moderno rompeu com o surgimento de jogadores advindos da várzea,
jogadores que sem dúvida traziam consigo a criatividade, a liberdade, a
“malandragem” do jogo, a alegria do futebol que sobravam nas “peladas”.
Em resumo, fica evidente a evolução na formação de jogadores de futebol ao longo
das décadas, e que o esporte passou por uma transformação notável. O futebol
que valorizava a técnica apurada, a criatividade e o improviso evoluíram para uma
abordagem estruturada, onde a formação abrange não apenas a técnica, mas
também a tática, o físico e o comportamental. A complexidade do jogo moderno
exige que os jogadores sejam completos em todas as dimensões do futebol. Nesse
sentido, Flroenzano (1998) afirma que a passagem do futuro atleta pelas escolinhas
de futebol ou categorias de base dos clubes é imprescindível para prepará-los para
um ambiente cada vez mais competitivo. O futebol continua evoluindo, e a formação
de jogadores é fundamental para o sucesso das equipes no cenário esportivo atual.

1.3 As etapas do desenvolvimento de um futebolista

De acordo com Paoli (2007), o processo de formação de um futebolista envolve


seis fases: a oportunidade, a detecção, a seleção, a promoção, a exposição e a
comercialização. Cada uma delas é considerada fundamental na estrutura
organizacional do futebol.

1.3.1 Oportunidade

Nesta etapa, são oferecidas as condições para que os jovens atletas possam se
apresentar e ter a oportunidade de mostrar suas qualidades.

1.3.2 Detecção
15

A detecção do talento é uma etapa crucial no desenvolvimento de um atleta, e é


realizada através de diversas abordagens. Observações atentas de observadores
técnicos durante partidas e treinos são essenciais para identificar jovens que se
destacam pelo seu desempenho e habilidades técnicas. Além disso, a aplicação de
testes específicos em vários contextos, como em competições e treinamentos,
fornece dados objetivos que ajudam a avaliar o potencial de um jogador. Essa
avaliação abrangente e multifacetada envolve não apenas aspectos técnicos, mas
também habilidades físicas e mentais, proporcionando uma visão completa do
talento de um jovem jogador.

1.3.3 Seleção

Segundo Paoli (2007), a etapa de seleção pode ser definida como a denominação
dos meios utilizados para a determinação dos indivíduos que têm condições em
determinado momento e período de serem aceitos em níveis mais elevados de
treinamento em longo prazo, a qual objetiva um desempenho esportivo de alto
nível. O autor define alguns fatores que influenciam o desempenho esportivo...

1.3.4 Promoção

É a utilização dos procedimentos de treinamento e outras medidas que levam os


talentos esportivos a atingirem o seu desempenho esportivo ótimo, ideal em longo
prazo de acordo com a modalidade esportiva considerada (WEINECK, 1989 apud
PAOLI, 2007).
A promoção de um atleta ao longo de sua jornada no futebol está ligada ao seu
desempenho e ao desenvolvimento de suas habilidades em várias dimensões.

1.3.5 Exposição

É nessa etapa que o atleta tem a oportunidade de mostrar suas qualidades nas
principais competições. Os empresários têm utilizado as competições,
principalmente as de maiores exigências, para colocar seus atletas em evidência,
possibilitando futuras negociações. Os próprios clubes também se utilizam dessa
16

estratégia procurando participar de competições em nível estadual, nacional e


internacional.

1.3.6 Comercialização

O processo de comercialização de atletas, especialmente para o exterior,


desempenha um papel vital na indústria do futebol. Ele não apenas valida e
recompensa todo o ciclo, desde a detecção, seleção e formação do atleta, mas
também é uma maneira de gerar recursos financeiros que sustentam o negócio do
futebol. Quando um jogador é transferido para um clube estrangeiro, isso não só
demonstra a qualidade do trabalho realizado nas etapas anteriores, mas também
gera receitas significativas que podem ser reinvestidas em infraestrutura,
treinamento e desenvolvimento de novos talentos. Essa comercialização também
contribui para o prestígio do clube formador e pode abrir portas para futuras
parcerias e oportunidades de negócios no mundo do esporte. Portanto, a venda de
atletas é mais do que apenas uma transação financeira; é um aspecto essencial do
ecossistema do futebol, que recompensa o investimento contínuo em talento e
desenvolvimento.

1.4 Modelos de escolinhas de futebol

A formação de jovens jogadores de futebol é um processo que envolve diversos


fatores, desde a pedagogia e as abordagens técnicas até a cultura e as prioridades
do desenvolvimento esportivo. As escolinhas de futebol desempenham um papel
central nesse processo, moldando o crescimento e o aprendizado dos jogadores.
Para Bielinski (1995) apud Cavalheiro (2006), a escolinha seletiva é aquela que tem
por objetivo a formação de jogadores, o que indica que trabalham com crianças que
demonstram um potencial próprio, uma aptidão a ser desenvolvida. Nessas
escolinhas a preocupação é a busca de resultados a qualquer custo, sendo assim
muitas crianças acabam sendo colocadas de lado pois não tem habilidades e não
acompanham a turma. A preparação visa competições, onde somente as crianças
com habilidade participam.
Segundo Bielinski (1995) apud Cavalheiro (2006), a escolinha não seletiva se
concentra em possibilitar a prática do futebol a qualquer criança, sem o pré-
17

requisito da sua habilidade inata para o esporte. Nas competições esse tipo de
escolinha é priorizado a participação de todas as crianças, dessa maneira
trabalham bem a cooperação, o espírito de equipe e sua metodologia atinge tanto
os mais habilidosos quanto os menos habilidosos.
De acordo com Ventioles (2001), existem ainda as escolinhas conhecidas como
Formativas, Comerciais e Sociais.

1.4.1 Escolinhas Formativas

De acordo com Ventioles (2001), as "escolinhas formativas" são definidas como


entidades que têm o objetivo de formar jogadores desde as idades mais tenras,
proporcionando um ambiente adequado para o desenvolvimento de habilidades
técnicas, táticas e físicas, bem como a socialização e valores que vão além do
futebol. Essas escolinhas priorizam o ensino das bases do esporte e buscam criar
uma sólida formação nas categorias de base, preparando os jovens jogadores para
possíveis ingressos em times profissionais. A ênfase está na formação integral do
jogador, não apenas como atleta, mas como indivíduo, promovendo valores como
disciplina, respeito e trabalho em equipe.
Na cidade de Catanduva, temos como exemplo de escolinha formativa a Escola de
Futebol Atlético Estudantes. Essa escolinha visa a formação de atletas de base com
alto rendimento, para enviá-los aos clubes maiores e mais tradicionais do futebol
brasileiro. Para integrar os times dessa escolinha, os atletas são selecionados
através de avaliações mensais e observação de jogos de outras escolinhas. O
atleta não paga mensalidade, e a escolinha se mantém através de seus
patrocinadores.
Abaixo algumas características observadas na visita feita à uma escolinha
formativa:

 Treinos focados em habilidades técnicas específicas, como dribles, passes,


finalizações.
 Atividades táticas para compreensão de posicionamento em campo.
 Desenvolvimento físico por meio de exercícios de condicionamento.
 Jogos que promovem o trabalho em equipe e a cooperação.
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1.4.2 Escolinhas Comerciais

Segundo Ventioles (2001), as "escolinhas comerciais" referem-se a instituições ou


academias de futebol que têm um foco comercial e muitas vezes visam ao lucro.
Diferentemente das escolinhas formativas, a ênfase nas escolinhas comerciais
frequentemente está mais voltada para a recreação e atividades de resistência
aeróbica, força, velocidade e flexibilidade sempre trabalhando a ludicidade. O
trabalho é desenvolvido para todos, no geral ensina as regras básicas do futebol e
seus fundamentos. O público alvo geralmente é o de maior poder financeiro pois o
valor cobrado pela mensalidade costuma ser alto.
Na cidade de Catanduva, temos diversos exemplos de escolinhas comerciais, como
a Escola de Futebol Bola na Rede e Inter Academy. Essas escolinhas são
comerciais e visam, em primeiro lugar, o lucro através de mensalidades, taxas de
participações em campeonatos e outras atividades.
Abaixo algumas características observadas na visita feita à uma escolinha
comercial:

 Treinos variados que mesclam recreação e aprendizado do futebol.


 Ênfase em atividades que desenvolvem resistência, força, velocidade e
flexibilidade.
 Jogos e competições para entretenimento e promoção do espírito esportivo.
 Ensino das regras básicas do futebol e seus fundamentos de forma lúdica e
prática.

1.4.3 Escolinhas Sociais

Para Ventioles (2001), nas escolinhas sociais, o foco está em utilizar o futebol como
uma ferramenta para promover o desenvolvimento de crianças e jovens em
situações sociais desfavorecidas. Essas escolinhas têm um caráter mais voltado
para a inclusão social e a promoção de oportunidades para aqueles que podem
não ter acesso a recursos esportivos de outra forma.
As escolinhas sociais buscam atender a um propósito social, oferecendo
treinamento esportivo, educação, e valores que vão além do campo de futebol. O
objetivo principal é proporcionar uma alternativa positiva para crianças e jovens em
19

situações de vulnerabilidade social, ajudando a construir habilidades físicas,


mentais e sociais, além de promover a cidadania e a integração na comunidade.
Essas escolinhas muitas vezes operam com recursos limitados e têm uma
abordagem mais inclusiva e voltada para o desenvolvimento humano em
comparação com escolinhas comerciais.
Na cidade de Catanduva, temos como exemplo de escolinha social a Associação
Criança de Ouro, que atende crianças da região do Jardim Imperial, Gabriel
Hernandes, Parque Flamingo, Jardim Gavioli e Nova Catanduva. Essa escolinha
não cobra mensalidade e, como mencionado no texto acima, atende um propósito
social, promovendo o desenvolvimento de crianças e jovens em situações
desfavorecidas, além de realizar diversas ações além do treinamento esportivo.
Abaixo algumas características observadas na visita feita à uma escolinha social:

 Treinamentos esportivos como ferramenta para inclusão social.


 Ênfase no desenvolvimento não apenas esportivo, mas também social e
pessoal.
 Atividades educativas além do futebol, como reforço escolar e orientação
para a vida.
 Eventos comunitários para promover a integração entre os participantes e a
comunidade.
 Palestras sobre valores, cidadania e respeito, visando ao crescimento
pessoal dos jovens.

Observamos que cada modelo de escolinha de futebol possui abordagens distintas


e essenciais. Enquanto as escolinhas formativas se concentram no
desenvolvimento técnico e na preparação para ingresso em times profissionais, as
escolinhas comerciais têm uma perspectiva mais ampla, focando na recreação e
na aprendizagem do esporte para todos os públicos, muitas vezes com um viés
mais lucrativo. Por outro lado, as escolinhas sociais se destacam ao promoverem
não apenas o treinamento esportivo, mas também a inclusão social e o crescimento
pessoal de crianças e jovens em situações desfavorecidas.
Essas diferenças refletem a diversidade de objetivos e enfoques no processo de
formação de jogadores. É fundamental reconhecer que cada modelo desempenha
20

um papel crucial no panorama esportivo e social, moldando não apenas as


habilidades esportivas, mas também os valores e o caráter dos jovens atletas.
Diante desse contexto, a escolha do modelo de escolinha de futebol ideal depende
dos objetivos individuais, do contexto social e das aspirações esportivas dos
participantes. Conhecer e compreender essas diferentes abordagens não apenas
enriquece nosso entendimento sobre a formação de jogadores de futebol, mas
também destaca a variedade e a importância de tais modelos em todo o mundo.

1.5 O ensino – aprendizagem do futebol e seus métodos

A formação de jogadores talentosos no futebol é um processo complexo que exige


a aplicação de métodos eficazes de ensino-aprendizagem e treinamento. O modo
como os treinadores abordam o desenvolvimento de habilidades técnicas, táticas e
a compreensão do jogo desempenha um papel fundamental no sucesso a longo
prazo dos jogadores.
Partindo da ideia de que o processo de ensino-aprendizagem e treinamento
desempenha um papel fundamental na formação de jogadores talentosos. A
maneira como os treinadores abordam o ensino de habilidades técnicas, táticas e
o desenvolvimento do jogador é crucial para o sucesso a longo prazo. Garganta
(1985) ressalta a importância de métodos eficazes e da definição clara de objetivos
no processo de ensino-aprendizagem.
Nesta medida, o processo de ensino do futebol deve reportar-se a um conjunto de
princípios ou ideias (métodos), que expressam os aspectos a que se atribui maior
importância e que se pretende ver cumpridos. Garganta (1985) destaca a
importância de ações intencionais, integradas, coordenadas e orientadas para
tornar realidade um objetivo futuro. Isso significa que o treinamento não se limita a
melhorar uma única habilidade, mas envolve uma abordagem holística que leva em
consideração a interconexão entre as capacidades físicas, técnicas e táticas.
Os treinadores precisam desenvolver métodos que permitam aos jogadores
adquirir as habilidades necessárias para executar ações específicas em campo.
Compreender os elementos da modalidade é essencial para nortear o processo de
ensino do desporto. O jogo de futebol, por exemplo, é altamente passível de
problemas de hierarquização em função da estrutura de seus elementos: jogador,
bola, companheiros e adversários. Portanto, deve-se entende-lo como um sistema
21

complexo, levando-se em conta todas as interconexões que se estabelecem entre


os mesmos, como preconizam Torrelles e Alcaraz (2000).
O que se observa é a busca de uma metodologia que não apenas reproduza a
parcialidade e/ou globalidade do jogo inconscientemente, embora estes dois
elementos estejam presentes nas tradicionais metodologias de ensino de esportes
coletivos, promovendo estas inter-relações de diversas maneiras. No ensino do
futebol, dois princípios didáticos fundamentais desempenham um papel crucial: o
princípio analítico e o princípio global.

1.5.1 O princípio analítico

O princípio analítico, como destacado por Garganta (2002), envolve a


decomposição das habilidades e técnicas do futebol em componentes individuais.
Nesse método, os treinadores desconstroem o jogo em partes menores, focando
na análise minuciosa de aspectos como o controle de bola, o passe, o drible e a
finalização. Essa abordagem permite um estudo aprofundado de cada elemento do
jogo, visando a uma compreensão mais detalhada.

1.5.2 O princípio global

O princípio global, consiste na utilização de toda complexidade e dinâmica do


conteúdo a ser aprendido, ou seja, esse método leva em consideração todos os
elementos do jogo e traz para o ambiente de aprendizagem seu desenvolvimento
em situação única, destaca a importância de treinar jogadores em situações de jogo
reais e complexas. Segundo Filgueiras (2014) esse método procura desenvolver o
ensino do esporte englobando todos os seus componentes (técnico, tático, físico e
emocional), levando em consideração a complexidade e imprevisibilidade do jogo
em ambiente aberto. Isso significa que o ensino do futebol não deve se limitar a
exercícios isolados, mas sim ser implementado em contextos de jogo que imitem
as situações reais que os jogadores enfrentarão durante uma partida. Gonçalves
(2012) coloca que no método global o ensino é através do jogo, pois há uma cresça
de que aprendemos a jogar jogando, e sua vantagem é que o entendimento do jogo
ocorre das experiências do jogar, interação social e alto grau de motivação, e ainda
que sua desvantagem fosse à maior incidência de conflitos, grande incidência de
22

erros técnicos e táticos e a exclusão dos menos habilidosos. Nesse método, o foco
está na aplicação prática das habilidades técnicas e táticas em um ambiente que
reproduza o ritmo e as demandas do jogo em si.
1.5.3 O princípio misto

Esses dois princípios, o analítico e o global, são complementares e desempenham


papéis distintos no desenvolvimento dos jogadores de futebol. Enquanto o princípio
analítico permite a análise detalhada das habilidades, o princípio global assegura
que os jogadores sejam capazes de aplicar essas habilidades de forma eficaz e
integrada no contexto de uma partida real.
Como uma junção dos dois princípios citados acima surge o princípio misto, que
conforme destacado por Greco (2001), combina elementos do princípio analítico e
do princípio global. Isso significa que, durante o treinamento, os jogadores são
expostos a exercícios isolados que visam aprimorar habilidades técnicas
específicas, mas também são desafiados em contextos mais amplos, simulando
situações de jogo real. Essa abordagem equilibra a necessidade de desenvolver
habilidades individuais com a capacidade de aplicá-las eficazmente em um
contexto de partida.

1.5.4 O princípio situacional

Existe ainda o princípio situacional que, de acordo com Gréhaigne, Godbout e


Bouthier (2001), coloca a ênfase no ensino do futebol em situações de jogo
realistas. Aqui, os jogadores são treinados em cenários que imitam as complexas
e dinâmicas situações que encontram em partidas reais. O objetivo é desenvolver
a capacidade dos jogadores de tomar decisões rápidas e apropriadas no calor do
jogo, aplicando suas habilidades técnicas e táticas de maneira eficaz. Esse
princípio aborda o futebol como um esporte em constante mudança, onde a
adaptação às diferentes situações é fundamental para o sucesso.

1.6 Métodos de ensino

As diversas influências e interpretações metodológicas implicam em diferentes


métodos de ensino dos esportes coletivos. Assim, pode-se citar, basicamente, três
23

formas metodológicas de abordagem: a forma centrada nas técnicas, a forma


centrada no jogo formal e a forma centrada nos jogos condicionados (GARGANTA,
1995).
1.6.1 Abordagem centrada nas técnicas

Na abordagem centrada nas técnicas, predomina o método analítico, decompondo-


se o jogo em fundamentos técnicos, ou seja, isolando-se uma ação de jogo do
mesmo (TORRELLES; ALCARAZ, 2000). Nesse contexto, convenciona-se como
“técnico” aquele movimento preciso, econômico, correto, quase sempre imitativo
dos movimentos dos atletas do esporte de alto rendimento (DAOLIO, 2007). As
técnicas individuais são desmembradas e minuciosamente analisadas, permitindo
que os jogadores desenvolvam um entendimento aprofundado de habilidades
específicas, como passe, chute e controle de bola. A ênfase recai na repetição e no
aperfeiçoamento dessas habilidades, muitas vezes em exercícios isolados, antes
de sua aplicação em situações de jogo mais amplas. Essa abordagem visa à
construção de uma base sólida de habilidades técnicas nos jogadores,
capacitando-os a executar tarefas específicas com maestria durante as partidas. A
metodologia centrada nas técnicas valoriza a precisão, a consistência e o domínio
das habilidades individuais, reconhecendo que uma sólida base técnica é essencial
para o desempenho eficaz nos esportes coletivos.

1.6.2 Abordagem centrada no jogo formal

A abordagem centrada no jogo formal é uma metodologia que se baseia na prática


do esporte em sua forma mais completa e contextual, de acordo com a definição
de Torrelles e Alcaraz (2000). Nesse método, os jogadores são expostos a
situações de jogo que incorporam todos os elementos essenciais, incluindo a
presença da bola, companheiros de equipe e adversários. Diferentemente de
abordagens que priorizam exercícios isolados ou técnicas individuais, a abordagem
centrada no jogo formal visa ao desenvolvimento das habilidades dos jogadores no
contexto de uma partida real. Isso permite que os jogadores aprendam a tomar
decisões rápidas e estratégicas, adaptando suas ações com base na dinâmica do
jogo, interagindo com colegas de equipe e enfrentando adversários em tempo real.
Essa metodologia destaca a importância de preparar os jogadores para as
24

complexidades do esporte coletivo, promovendo a compreensão do jogo em sua


plenitude.

1.6.3 Abordagem centrada nos jogos condicionais

O modelo de treinamento centrado nos jogos condicionais, exemplificado pelo


modelo "Teaching of Games" indicado por Bunker e Thorpe (1982), é uma
abordagem pedagógica que se concentra na aprendizagem por meio de jogos
específicos e situações condicionadas. Este método é pautado na consciência do
jogo, na capacidade de tomada de decisão por meio de jogos adaptados
preocupados com o ensino da modalidade. O método é embasado nas mudanças
das estruturas do jogo (regra, tempo, espaço, materiais, jogadores). Nesse método
o principal objetivo é modificar a atenção que era dada para o ensino através das
técnicas isoladas, passando para o desenvolvimento da capacidade do jogo através
da compreensão tática do jogo. Segundo o autor, os jogadores são expostos a uma
variedade de jogos decompostos em unidades funcionais, consistindo geralmente
em jogos para funções específicas e jogos para sistemas táticos coletivos;
envolvem aspectos como superioridade e inferioridade numérica, criação e
anulação de linhas de passe e ocupação racional do terreno de jogo. Como
consequência a técnica surge em função da tática, de forma orientada e provocada,
existe uma ênfase na inteligência tática com uma correta interpretação e aplicação
dos princípios do jogo e há maior favorecimento à criatividade (GARGANTA, 1995)
já que o aluno passará por um maior número de experiências, tanto com a bola
quanto sem ela, além de centrar mais sua atenção no jogo, pois haverá menos
elementos que a dispersarão (TORRELLES; ALCARAZ, 2000).

Em suma, a ciência do ensino e treinamento do futebol é uma jornada que requer


um equilíbrio delicado entre abordagens analíticas e globais, bem como a
adaptação a situações em constante evolução. Como destacado por Bunker e
Thorpe, a eficácia do treinamento de futebol está na capacidade de integrar essas
diferentes metodologias, garantindo que os jogadores desenvolvam tanto
habilidades técnicas sólidas quanto uma compreensão profunda das
complexidades táticas do jogo. Ao adotar uma abordagem abrangente, os
treinadores podem preparar seus jogadores para enfrentar desafios com confiança
25

e alcançar a excelência no futebol. O futuro do esporte depende, em grande parte,


da aplicação criativa desses métodos de ensino-aprendizagem, moldando as
gerações futuras de talentos no mundo do futebol.
1.7 Treinadores ou professores de futebol e suas características

Treinadores e professores de futebol desempenham um papel crucial na formação


e desenvolvimento de jogadores em todas as faixas etárias. Eles são os mentores
que orientam, motivam e inspiram aspirantes a atletas, ajudando-os a desbloquear
seu potencial e alcançar o sucesso nos campos.
De acordo com Pereira (2019), a função de ensinar do professor, sustentada por
uma proposta pedagógica planejada, é de fundamental importância no processo de
ensino e aprendizagem. O planejamento da ação docente não é de caráter
meramente burocrático, nele estão dimensionados diversos fatores como objetivos,
recursos metodológicos, instrumentos avaliativos do desempenho do aluno de
maneira integrada. Para o autor é importante que este profissional tenha bem clara
uma metodologia de trabalho, objetivos pré-determinados, demonstre atitudes
dignas do cargo e tenha essencialmente uma postura de orientador, pois é preciso
saber que este período é de aprendizagem para a criança, permitindo que a mesma
aprenda fazendo e vivenciando.
Faz-se necessário destacar a necessidade e a importância que a aprendizagem de
qualquer esporte deverá ser entregue aos profissionais de Educação Física.
Segundo Balzano (2012), a formação em Educação Física proporciona ao
profissional uma base teórica sólida em fisiologia, biomecânica, pedagogia,
psicologia do esporte e muitas outras disciplinas relevantes. Esses conhecimentos
são cruciais para desenvolver programas de treinamento eficazes, compreender as
necessidades específicas dos jogadores em diferentes faixas etárias e adaptar
estratégias de ensino de acordo com o contexto e as características individuais de
cada atleta. Além disso, a formação em Educação Física também enfatiza a ética
e a responsabilidade profissional, aspectos essenciais no treinamento esportivo.
Técnico Martens (1995) apud Balzano (2012) caracteriza os treinadores em três
estilos: Estilo autoritário, o treinador toma todas as decisões, a missão do atleta é
apenas seguir sua ordem; Estilo submisso, o treinador que se abstém das tomadas
de decisões, seu enfoque consiste em lançar a bola, exerce escassa influência
sobre os atletas; Estilo cooperativo, o treinador que compartilha com o seu atleta
26

nas tomadas de decisões, e reconhece seu papel de orientador na formação dos


jovens.
Sendo assim, o processo de ensino-aprendizagem está diretamente relacionado
com o professor, que desempenha um papel crucial na formação dos jogadores e
no desenvolvimento do esporte como um todo. A figura do professor é muito mais
do que alguém que apenas ensina as técnicas e táticas do jogo; ele é um orientador,
um motivador e um exemplo a ser seguido. Essa importância é ressaltada por
diversos especialistas na área.
Como apontado por Scaglia (2000), o professor de futebol tem a responsabilidade
de criar um ambiente de jogo em interação com um ambiente de aprendizado que
promova o crescimento dos jogadores. Ele não só ensina as habilidades
fundamentais do esporte, mas também molda a mentalidade dos atletas,
promovendo valores como disciplina, trabalho em equipe e respeito. Esse aspecto
é fundamental, pois o futebol não é apenas sobre habilidades físicas; ele envolve
aspectos mentais e sociais igualmente importantes.
Além disso, o professor desempenha um papel na identificação e no
desenvolvimento de talentos, como enfatizado por Paoli (2007). Ele é responsável
por detectar jovens promissores, fornecendo-lhes as bases para se tornarem
jogadores de alto nível. Essa detecção precoce e orientação adequada é essencial
para o sucesso no futebol.
A formação em Educação Física é um aspecto fundamental na preparação do
professor de futebol, conforme destaca Garganta (2007), o Futebol enquanto meio
de educação física, é portador de um quadro de exigências o qual exige
conhecimentos e competências na medida das necessidades. Ainda mais quando
se sabe que estes não decorrem automaticamente da experiência. Acrescenta
ainda o autor que embora este jogo desportivo tenha atingido uma expressão
midiática ímpar, os processos que envolvem a formação dos treinadores, estão
longe de constituir um modelo credível e sustentável, imperando ainda o culto do
conhecimento avulso e pouco sistematizado. Neste sentido, a formação acadêmica
em Educação Física assume importância relevante, nomeadamente, na
qualificação dos processos instrucionais decorrentes da intervenção pedagógica
dos treinadores no treino e na competição.
Isso ocorre porque a Educação Física fornece o conhecimento teórico e prático
necessário para entender a fisiologia, a biomecânica e a psicologia do esporte,
27

elementos que são essenciais para o ensino eficaz do futebol. Além disso, a
formação em Educação Física permite ao professor compreender a importância da
atividade física e do esporte na saúde e no bem-estar geral dos alunos.
Portanto, a relação do professor de futebol no processo de ensino-aprendizagem é
de extrema importância, e sua atuação vai além do campo de jogo. Ele
desempenha um papel na formação não apenas de jogadores habilidosos, mas
também de indivíduos responsáveis e conscientes. Sua formação em Educação
Física desempenha um papel vital nesse processo, permitindo-lhe abordar o
esporte de maneira abrangente e holística, preparando seus alunos para uma vida
saudável e bem-sucedida.
28

2 METODOLOGIA

Este estudo empregou uma abordagem qualitativa, focada em um levantamento


bibliográfico para explorar a influência do futebol na vida dos jovens atletas e
analisar as questões nas escolinhas de futebol de Catanduva.

2.1 Objetivo da pesquisa

O objetivo central deste estudo foi compreender a influência do futebol na formação


dos jovens atletas, assim como identificar as lacunas presentes no ambiente das
escolinhas de futebol em Catanduva.

2.2 Metodologia adotada

A pesquisa baseou-se exclusivamente em um levantamento bibliográfico, utilizando


fontes acadêmicas, periódicos científicos, livros, teses e documentos relacionados
ao tema. A escolha desse método foi fundamentada na necessidade de obter uma
visão abrangente e aprofundada sobre o assunto, permitindo explorar diferentes
perspectivas e contribuições teóricas já consolidadas na área.

2.3 Coleta de dados

A coleta de dados foi realizada por meio de pesquisa em bases de dados


acadêmicos como o Google Scholar, utilizando palavras-chave relevantes, como
"formação de atletas de futebol", "escolinhas de futebol", "influência do futebol na
juventude", entre outras. Foram selecionados artigos, estudos e publicações que
apresentavam relevância para a compreensão dos aspectos explorados neste
estudo.

2.4 Análise dos dados

Os dados coletados foram submetidos a uma análise crítica e interpretativa,


utilizando técnicas de síntese e organização temática. A identificação de padrões,
29

tendências e lacunas no corpo de conhecimento existente foi essencial para


fundamentar as discussões e conclusões apresentadas neste trabalho.

2.5 Limitações

Uma das limitações deste estudo foi a dependência exclusiva de fontes


bibliográficas disponíveis, o que pode ter restringido a incorporação de informações
provenientes de outras formas de pesquisa, como dados empíricos ou entrevistas
diretas com os envolvidos no contexto das escolinhas de futebol.

2.6 Contribuições

Este levantamento bibliográfico contribuiu para uma compreensão aprofundada dos


temas abordados, fornecendo um arcabouço teórico sólido para análise crítica e
discussão sobre a influência do futebol na vida dos jovens atletas e as lacunas
existentes no contexto das escolinhas de futebol.
30

3 ARGUMENTAÇÃO E DISCUSSÃO

Os resultados deste levantamento bibliográfico destacaram a relevância do futebol


na identidade cultural brasileira, servindo como um reflexo da alma nacional. A
presença de ídolos esportivos foi identificada como essencial para inspirar os
jovens a buscarem seus próprios objetivos no esporte.
A análise revelou uma lacuna na formação dos professores de Educação Física
atuantes nas escolinhas de futebol. A predominância de ex-atletas sem formação
acadêmica adequada sugere um desafio na valorização do conhecimento técnico,
impactando potencialmente a qualidade do ensino oferecido e a orientação dos
jovens atletas.
Essa descoberta ressalta a urgência de investimentos na formação profissional dos
docentes envolvidos nessas escolinhas, visando aprimorar a abordagem no
desenvolvimento esportivo e humano dos jovens jogadores. Evidencia-se que essa
lacuna na formação pode afetar não apenas o desempenho técnico, mas também
o crescimento pessoal e social dos atletas em formação.
É relevante observar que este estudo se baseou exclusivamente em fontes
bibliográficas, o que pode limitar a inclusão de dados empíricos. Sugerem-se,
portanto, pesquisas futuras que incorporem métodos mistos, como pesquisas de
campo e entrevistas, para uma compreensão mais abrangente das questões. Além
disso, explorar a perspectiva dos próprios jovens atletas e dos professores de
Educação Física seria fundamental para um entendimento mais completo do tema.
31

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo abordou a formação esportiva de jovens atletas, com foco específico nas
escolinhas de futebol em Catanduva. Durante a análise, evidenciou-se a
importância singular do futebol na cultura brasileira, não apenas como um esporte,
mas como um reflexo da identidade nacional.
A transição na prática esportiva, das ruas para as escolinhas, revelou a
necessidade atual desses espaços como ambientes seguros para a prática do
futebol, refletindo as mudanças urbanas. No entanto, a predominância de ex-atletas
como professores, muitos sem a formação acadêmica necessária, destaca um
desafio significativo na qualificação dos educadores que atuam nessas instituições.
O centro dessa discussão está na importância de investir na formação adequada
dos profissionais para garantir não apenas o desenvolvimento técnico, mas também
o crescimento integral dos jovens atletas.
Dessa forma, ao considerar o futebol como um agente transformador na vida
desses jovens, é imperativo reconhecer os desafios presentes no contexto das
escolinhas de futebol. Este estudo, ao explorar essas complexidades e
desigualdades, visa contribuir para uma reflexão mais ampla sobre a importância
da formação dos profissionais envolvidos nesse processo de desenvolvimento
esportivo.
32

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