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Dicionários afirmam que “influenciar é exercer ação psicológica, domínio ou ascendência sobre

alguém ou alguma coisa suscitando-lhe modificações físicas ou intelectuais”. Influência é o poder


de interferência de uma pessoa ou coisa sobre outra. Liderança é a habilidade de levar pessoas a
fazer de boa vontade o que você quer, por causa da sua influência pessoal. Observamos
diferentes fórmulas que se apresentam para o sucesso no exercício da liderança. Porém, “a
verdadeira medida da liderança é a influência, nada mais, nada menos” (Bíblia da Liderança
Cristã, p.128). Tal influência se alicerça na autoridade conferida perante os liderados, no
conhecimento que o líder tem de si mesmo e de seus liderados, na capacidade de motivá-los a
trabalhar juntos em harmonia para alcançar um objetivo comum, caminhando na mesma direção,
apesar das diferenças sociais, culturais e profissionais. Essas marcas evidenciam o caráter do
verdadeiro líder e seu poder de influenciar pessoas: “Quando Jesus acabou de proferir estas
palavras, estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina; porque ele as ensinava como
quem tem autoridade e não como os escribas” (Mt 7.28-29).

L. A LEI DA INFLUÊNCIA
Não importa onde estejamos, nem quantos somos. Fato é que, onde houver dois, um deverá
liderar. Onde houver um grupo, ali haverá necessidade de liderança. O líder invariavelmente vai
existir e será dele a responsabilidade de guiar, orientar, representar e sustentar seus liderados.
Essas prerrogativas, porém, somente terão efeito se sua liderança influenciar as pessoas.
1. Influenciar: ação essencial à liderança A autoridade de um líder, originada em Deus,
materializa e torna real a essência da liderança, condição indispensável para que ela seja eficaz.
Nesse caso, sua influência não é um fim em si mesma, mas um meio divino para o desempenho
do seu ministério. A história dos relacionamentos interpessoais registra que não se pode
prescindir da figura do líder: “Deus está chamando líderes. Não detentores de poder. Nem peritos
em congratulações mútuas. Nem traficantes de influências. Nem demagogos exibicionistas,
manipuladores de multidões. Deus está chamando líderes” (Seja um Líder de Verdade, John
Haggai, Ed. Betânia).

2. A verdadeira medida de um líder é a sua influência, nada mais, nada menos. Uma liderança é
eficaz quando suas ações produzem respostas efetivas na vida de outras pessoas. Nesse caso o
líder exerceu influência, foi capaz de mover seus liderados. Josué viveu dois momentos distintos
no exercício de sua liderança.
a. Liderança desprovida de influência (Nm 14.6-10) Josué era um líder quando foi convocado
para espiar a terra, porém, ainda não estava pronto para prevalecer diante da nação israelita.
Fracassou na sua primeira intervenção embora estivesse certo, convicto. Ele demonstrou tal
atitude num discurso entusiasta, porém não conseguiu persuadir o povo a segui-lo. Faltava
aprofundamento da sua influência, que viria mais tarde.
b. Liderança aperfeiçoada e influente (Js 1.1-9) Josué perseverou! Decidiu prosseguir e se
desenvolver até experimentar, num segundo momento, uma crescente influência. O que lhe
conferiu autoridade e aperfeiçoamento foi seu relacionamento com Moisés (Dt 31.7; 34.9). Com o
passar do tempo, sua bagagem de experiência adquirida em ação e o seu caráter íntegro e
paciente lhe deram credibilidade perante o povo. A resposta desta vez foi: “Tudo quanto nos
ordenaste faremos e aonde quer que nos enviares iremos” (Js 1.16).

3. Liderança autenticada: expansão de limites O sucesso da liderança de Josué está alicerçado


em três fatores: a tutoria de Moisés (orientações e aprendizado, cf. Dt 31.1-8); o tempo de
preparo (amadurecimento, cf. Nm 14.8-9,38) e a vocação divina (seu chamado, cf. Dt 31.7-8).
Num primeiro momento, Moisés foi o instrumento pelo qual Deus falou com Josué (Dt 31.7).
Depois, o próprio Deus autenticou a chamada do novo líder (Dt 31.23). Tais ações divinas
pressupõem a fidelidade de Josué, fruto do relacionamento com Deus, do qual vinha também seu
poder de influência, sua força, coragem, determinação e a confiança no Deus que dá a vitória.
Aplicação “O sucesso de Josué não cresceu na mesma proporção de sua liderança; precisava de
tempo para aprofundar a sua influência” (Maxwell). O que você pensa dessa frase? Ouça a
opinião de outros na sala.

II. A LEI DA INFLUÊNCIA NO MINISTÉRIO DE JESUS (MT 4.18-20)


Na pessoa de Jesus, encontramos todas as características de um líder eficaz. Ele foi líder
singular. Jamais haverá igual. Os textos que registram o chamado dos Seus discípulos revelam a
força da influência e a ascendência de Jesus sobre aqueles homens.
1. Influência na vocação dos discípulos No início do Seu ministério, Jesus era um pregador
solitário (Mt 4.17;Lc 4.14-16, 42-44), porém, com a expansão da Sua obra, Ele foi em busca
daqueles que haviam sido separados pelo Pai para O seguirem (Jo 6.37,44). Foram Seus
discípulos, andaram com Ele, aprenderam Dele e com Ele, pela capacitação que receberam. O
relato de Mateus sobre o chamado daqueles quatro discípulos não nos oferece todos os detalhes
dos fatos que cercaram a vocação discipular (Mt 4.18-22; cf. Lc 5.1-11; Jo 1.35-42), mas nos
mostra que Jesus não fez uma caminhada despretensiosa e, de repente, achou aqueles homens,
convidando-os a segui-Lo. Jesus foi até eles! De acordo com o testemunho de João Batista (Jo
1.29-40), Jesus já era conhecido como Aquele que haveria de vir: “o Cordeiro de Deus, que tira o
pecado do mundo” (Jo 1.29). Suas pregações e milagres certamente despertaram ansiedade
naqueles homens em deixar tudo e segui-Lo. Foi o caso de André, conforme mostra o versículo
40 do texto citado.

2. Influência na formação do caráter de discípulo (Lc 5.1-11,27) Aos nossos olhos, os homens
chamados por Jesus não eram as pessoas mais indicadas para integrar Sua equipe de trabalho –
ou eram rudes pescadores ou cobradores de impostos. Nenhum deles apresentava
características de intrépido pregador do evangelho. Contudo, Jesus enxergou além das limitações
de todos eles. Jesus os influenciou de tal forma que de pronto atenderam ao Seu chamado. Eles
O seguiram integralmente, acolheram. Seus ensinamentos e se tornaram testemunhas contínuas
de Seus feitos. Nos anos que se seguiram, Jesus interveio na vida daqueles homens produzindo
modificações significativas no caráter de cada um. “... mas sob a tua palavra lançarei as redes”
(Lc 5.5). Uma experiência relevante que marca o início da influência plena de Jesus na vida
daqueles homens ocorreu aqui em Lucas 5. Mesmo depois de uma longa noite sem sucesso,
mesmo com todo o conhecimento de Pedro, perito pescador, mesmo contra as evidências
naturais, pois a hora não era oportuna para lançar as redes, o peso da autoridade e a influência
que Jesus já exercia sobre eles fizeram com que Lhe obedecessem. “A palavra de Jesus não
deveria ser desconsiderada em qualquer assunto que fosse. A obediência traz resultados!” (Lucas
- Introdução e Comentário, Leon L. Morris. p.107).

3. Influência na formação do caráter de líderes influentes (Jo 21.15-18) Todos os que são
chamados para seguir Jesus devem ter consciência de que também devem influenciar outros.
Como um líder modelo, Jesus cuidou de formar nos Seus discípulos o caráter de líderes
influentes. Mais à frente, o Mestre já não estaria com eles e seria deles a tarefa de dar
continuidade àquele ministério. Seriam enviados (apóstolos), como de fato foram; portanto,
deveriam ter testemunho e vidas influentes por onde fossem. Assim, homens acostumados a
armar redes são apanhados na rede de Jesus e se tornam eloquentes pregadores (At 2.14-36),
pescadores de almas (At 2.37-41), líderes influentes e respeitados. Jesus não chamou aqueles
homens para que fossem apenas Seus seguidores, Ele os viu guiando outros, liderando a igreja
que estava por vir. Para isso, Ele mesmo os preparou, capacitando-os para a missão: “Jesus lhe
disse: Apascenta as minhas ovelhas” (Jo 21.17).
Aplicação Os discípulos chamados por Jesus andavam com Jesus dia após dia. Que ligação há
entre influência e convivência? Um líder pode influenciar seu liderado sem conviver de perto com
ele? Por quê?

IV. QUALIDADE INDISPENSÁVEL DO LÍDER NA LEI DA INFLUÊNCIA: ATITUDE POSITIVA


(FP 1.12-18)
Nossa influência pode ser positiva ou negativa. A escolha determina nossa visão de vida, nosso
relacionamento com pessoas e, muitas vezes, é a única diferença entre o sucesso e o fracasso.
1. Atitude positiva: é marca do líder eficaz (Fp 1.12) “As coisas que me aconteceram têm, antes,
contribuído para o progresso do evangelho.” Desenvolver uma atitude positiva é o primeiro passo
consciente que alguém dá para tornar-se um líder eficaz. Paulo nos deu exemplo de uma
liderança desse tipo, pois assumia uma atitude positiva frente às mais difíceis circunstâncias que
enfrentava. “Sua atitude o ajudou a chegar à conclusão de que não tinha importância aquilo que
pudesse vir a lhe acontecer ou a outros, desde que a missão continuasse” (BLC, p.1038). Assim
também Josué e Calebe viram as circunstâncias à luz do Deus deles (Nm 14.6-9). Fizeram um
relato entusiasta e positivo. Nunca duvidaram. “Admitiram espontaneamente os obstáculos, mas
sabiam que nada poderia estar no caminho de Deus” (BLC, p.126).
2. Atitude positiva: influencia outros (Fp 1.13-14) “De maneira que as minhas cadeias, em Cristo,
se tornaram conhecidas de toda a guarda pretoriana e de todos os demais; e a maioria dos
irmãos, estimulados no Senhor por minhas algemas, ousam falar com mais desassombro a
palavra de Deus.” A atitude positiva de Paulo na prisão contribuiu para fortalecer e edificar toda a
comunidade cristã. “Os crentes descobriram uma nova fonte de energia (tornando-se estimulados
no Senhor) e são encorajados, pelo exemplo de Paulo, a falar mais ousadamente, em
testemunho da palavra de Deus, isto é, a mensagem apostólica” (Filipenses – Introdução e
Comentário, Ralph P. Martin. p.84).
3. Atitude positiva: vê o que outros não veem (Fp 1.18) “Todavia, que importa? Uma vez que
Cristo, de qualquer modo, está sendo pregado... também com isto me regozijo, sim, sempre me
regozijarei.” Paulo estava convicto de que seu trabalho era determinado por comissão divina e
isso o ajudou a manter-se firme no seu propósito. Seu prazer e sua alegria estavam em cumprir a
tarefa que lhe foi dada: “Uma vez que Paulo determinou que sua vida seria a missão, esse
propósito refinava sua atitude diariamente” (BLC, p.1038). Nada importava naquela circunstância,
contanto que o evangelho de Cristo fosse pregado: “Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o
morrer é lucro” (Fp 1.21).
Aplicação “E a maioria dos irmãos, estimulados no Senhor por minhas algemas, ousam falar com
mais desassombro a palavra de Deus” (Fp 1.14). A maneira como Paulo via seus sofrimentos por
causa do evangelho de Cristo era uma atitude altamente positiva e influenciadora sobre as igrejas
por onde passava. Você consegue ver os sofrimentos e a oposição de pessoas ao seu ministério
como caminhos de crescimento?

Conclusão Influência é estrada de mão dupla: pessoas influenciam e são influenciadas. Como
cristãos, devemos influenciar positivamente aqueles que estão ao nosso redor. Fomos chamados
não apenas para ser simples seguidores de Jesus, mas sim pessoas capacitadas para influenciar
outras:“Vós sois o sal da terra... vós sois a luz do mundo... Assim brilhe também a vossa luz
diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos
céus” (Mt 5.13-14,16).

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