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SUMÁRIO
DIREITOS FUNDAMENTAIS – DIREITO À IGUALDADE ........................................................................................ 2
1- INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................ 2
2- DIREITOS EM ESPÉCIE ................................................................................................................................ 2
2.1 – DIREITO À IGUALDADE ...................................................................................................................... 2
2.1.1 – LEI MARIA DA PENHA..................................................................................................................... 2
2.1.2 – COTAS RACIAIS. .............................................................................................................................. 2
2.1.3 – RESERVA DE CARGOS E EMPREGOS PÚBLICOS A PESSOAS COM DEFICIÊNCIA ............................. 3
2.1.4 – IGUALDADE ENTRE HOMENS E MULHERES. .................................................................................. 3
2.1.5 – ISONOMIA NOS CRITÉRIOS DE ADMISSÃO EM CONCURSO PÚBLICO. .......................................... 4
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 5
GABARITO ...................................................................................................................................................... 5

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DIREITOS FUNDAMENTAIS – DIREITO À IGUALDADE


1- INTRODUÇÃO
O art. 5.º, caput, consagra serem todos iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza. Deve-se, contudo, buscar não somente essa aparente igualdade formal (consagrada
no liberalismo clássico), mas, principalmente, a igualdade material.
Percebe-se, pois, que atualmente o perfeito entendimento do princípio da isonomia
contempla o reconhecimento de suas variadas perspectivas:
 Igualdade formal - por alguns intitulada "igualdade perante a lei". Por igualdade
perante a lei compreende-se o dever de aplicar o direito no caso concreto;
 Igualdade material – por alguns intitulada “igualdade na lei”. Por sua vez, a
igualdade na lei pressupõe que as normas jurídicas não devem conhecer
distinções, exceto as constitucionalmente autorizadas.
Essa busca por uma igualdade [material], muitas vezes idealista, reconheça-se, eterniza-
se na sempre lembrada, com emoção, Oração aos Moços, de Rui Barbosa, inspirada na lição
secular de Aristóteles, devendo-se tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na
medida de suas desigualdades.

2- DIREITOS EM ESPÉCIE
2.1 – DIREITO À IGUALDADE
2.1.1 – LEI MARIA DA PENHA
A lei Maria da Penha, como ficou conhecida a lei nº 11.340/2006, é um importante
instrumento de proteção da vida, saúde e, de uma maneira geral, da dignidade das mulheres.
A partir de sua promulgação, as mulheres passaram a contar com um precioso estatuto, o qual
visa não apenas a instituição de medidas repressivas, mas também preventivas e assistenciais.
Em que pesem os avanços no campo da proteção das mulheres contra a violência
doméstica trazidos pelo diploma legal em comento, surgiram na doutrina questionamentos
acerca da constitucionalidade do mesmo, ao argumento de que o texto normativo possuía
redação discriminatória, superprotegendo as mulheres em detrimento dos homens.
A alegação de inconstitucionalidade, grosso modo, se fundamentou basicamente na
ocorrência de violação do art. 5º, I da CF, o qual dispõe serem iguais em direitos e deveres os
homens e a mulheres, bem como na violação do art. 226, §8º, da Carta Magna, que garante a
proteção de ambos os sexos contra a violência doméstica.
Dessa forma, o STF foi provocado a se pronunciar sobre a possível inconstitucionalidade
da referida Lei, e assim, o Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto do Relator, em
09.02.2012, julgou procedente a ADC 19, para declarar a constitucionalidade dos arts. 1.º, 33 e
41 da Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), tendo por fundamento o princípio da
igualdade, bem como o combate ao desprezo às famílias, sendo considerada a mulher a sua
célula básica.
2.1.2 – COTAS RACIAIS.
Um dos temas de maior polêmica na atualidade é o que envolve as políticas afirmativas
raciais. A não receptividade por grande parte das pessoas nasce de uma interpretação errônea
do princípio constitucional da igualdade: se todos são iguais perante a lei, por que alguns
merecem tratamento diferenciado?

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E por um acaso somos todos iguais? Não, não somos. Se a lei tratasse todos de forma
igual, sem distinção entre um ou outro, estaria atropelando as individualidades que são
inerentes ao ser humano.
Pois que o Estado, vendo isto, lançou uma forma de criar distinções, para privilegiar
aqueles que estão em condição desfavorecida, para trazer estes à igualdade com os demais.
Essa forma foi a aprovação da Lei n. 12.990/2014 que reserva aos negros 20% das vagas
oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no
âmbito da administração pública federal, das autarquias, das fundações públicas, das
empresas públicas e das sociedades de economia mista controladas pela União, pelo prazo de
10 anos (art. 6.º).
Cabe lembrar que, em 08.06.2017, o STF, por unanimidade, julgou procedente o pedido
formulado na ADC 41 para declarar a integral constitucionalidade da referida Lei n.
12.990/2014, fixando a seguinte tese de julgamento: “é constitucional a reserva de 20% das
vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos
públicos no âmbito da administração pública direta e indireta.
2.1.3 – RESERVA DE CARGOS E EMPREGOS PÚBLICOS A PESSOAS COM
DEFICIÊNCIA
Cuidando de proteger parcela de nossa sociedade que historicamente sempre esteve em
posição de gritante desigualdade discriminatória em relação aos demais segmentos sociais
que a compõem, o legislador constituinte positivou uma série de normas e regras em nosso
atual texto constitucional, dando especial proteção às pessoas com deficiências físicas e
necessidades especiais, conforme a seguir transcrito:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (…)
VIII – a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos
para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de
sua admissão;
Assim, a fim de dar efetividade ao mandamento constitucional a Lei nº 8.112, de 1990,
mais conhecida como regime jurídico dos servidores públicos federais, estabeleceu no art. 5º,
§2º, que seriam destinadas aos portadores de deficiência até 20% das vagas oferecidas nos
concursos públicos.
2.1.4 – IGUALDADE ENTRE HOMENS E MULHERES.
Nada obstante, o poder constituinte originário optou por enunciar no inciso I do art. 5°,
de modo específico e destacado, que "homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações".
Nota-se que, em respeito à diretriz constitucional, não será válido estabelecer distinções
entre homens e mulheres, salvo quando voltadas à equiparação de condições entre eles - já
que será a partir dessas diferenciações lícitas que se efetivará verdadeiramente o princípio da
isonomia.
Vale, pois, frisar os momentos em que o texto constitucional preceitua o tratamento
desigual entre homens e mulheres:
 Às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com
seus filhos durante o período de amamentação (art. 5°, L, CF/88);
 À gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, será concedida licença com a
duração de cento e vinte dias (art. 7°, XVIII, CF/88);

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 Isenta-se as mulheres do serviço militar obrigatório em tempo de paz, sujeitando-


as, porém, a outros encargos que a lei lhes atribuir (art. 1 43, § 2°, CF/88);
Em finalização ao tópico, pode-se concluir que, o tratamento constitucional destinado à
homens e mulheres não é absolutamente equânime, pois comporta as necessárias exceções
que irão promover a igualdade real , vale dizer, aquela que só se concretiza na diferença.
2.1.5 – ISONOMIA NOS CRITÉRIOS DE ADMISSÃO EM CONCURSO
PÚBLICO.
Exemplos corriqueiros de relativização do princípio isonômico podem ser extraídos das
discussões que envolvem os critérios diferenciados impostos para admissão em concursos
públicos.
Nada obstante nosso documento constitucional ter vedado explicitamente a imposição
de distinções formatadas por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil, o poder constituído
reformador, por intermédio da EC nº 19/1998, possibilitou ao legislador infraconstitucional
estabelecer em lei requisitos diferenciados de admissão em concursos públicos quando a
natureza do cargo o exigir (art. 39, § 3°, CF/88).
É, portanto, constitucionalmente legítima a previsão em edital de requisitos
diferenciados de admissão desde que haja:
 Previsão legal (lei) definindo quais são os critérios;
 Razoabilidade da previsão, afinal, conforme entendimento da Suprema Corte, a
distinção só será constitucionalmente legítima quando justificada pela natureza
das atribuições dos cargos a serem preenchidos.
Vejamos agora algumas manifestações da nossa Suprema Corte pertinentes ao estudo do
tema:
 A fixação de limite de idade unicamente em decreto não tem o condão de suprir a
exigência constitucional de que tal requisito esteja estabelecido em lei;
 No que se refere aos critérios de altura, disse a Corte: “no âmbito da polícia, ao
contrário do que ocorre com o agente em si, não se tem como constitucional a
exigência de altura mínima, considerados homens e mulheres, de um metro e
sessenta para a habilitação ao cargo de escrivão, cuja natureza é estritamente
escriturária, muito embora de nível elevado”.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
 LENZA, Pedro. Direito Constitucional esquematizado 23ª Ed.. São Paulo, Saraiva,
2019;
 MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 4ª Ed. JusPodivm, Salvador,
2016;
 MORAIS, Alexandre de. Direito Constitucional. São Paulo: Atlas, 2006;
 PAULO, Vicente; Alexandrino, Marcelo. Direito Constitucional descomplicado. 17ª
Ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2018;
 CUNHA, Rogério Sanches; PINTO, Ronaldo Batista. Violência doméstica: lei Maria
da Penha comentada artigo por artigo. 3ª ed. São Paulo, Revista dos Tribunais,
2011, p. 31.
 MIGALHAS. Quotas raciais: princípio da igualdade, contextualização histórica do
indivíduo. Disponível em:
https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI166955,11049
Quotas+raciais+principio+da+igualdade+contextualizacao+historica+do. Acesso
em: 10 de jun. 2019.

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EXERCÍCIOS
1. Considerando-se o conteúdo jurídico do princípio da igualdade, é vedada:
A ação afirmativa com vistas à inclusão de grupo historicamente periférico, dado que
constitui medida discriminatória inadmitida pela Constituição de 1988.
Certo ( ) Errado ( )
2. Considerando-se o conteúdo jurídico do princípio da igualdade, é vedada:
A reserva de vagas para deficientes em concursos públicos, considerando que deve
haver igualdade de condições para o ingresso ao serviço público.
Certo ( ) Errado ( )

GABARITO
1. E
2. E

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