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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO CEARÁ

– IFCE -CAMPUS BATURITÉ

ELANE CESAR GRAÇA


ANTONIA GABRIELA DA SILVA

NOTA CRÍTICA: Macunaíma

BATURITÉ- CE
2021
Mário de Andrade: Macunaíma

A obra de Mário de Andrade, que foi um escritor paulista, além de poeta, foi romancista, contista, crítico literário, professor
e pesquisador de manifestações musicais e um ótimo folclorista, é uma obra muito atual, justamente por trazer um retrato do
povo brasileiro. Nascido em 9 de outubro de 1893, teve um grande destaque na primeira fase do Modernismo. Sua
importância se deve ao fato de que Mário se interessava por tudo aquilo que dissesse respeito ao seu país e teve um papel
importante na implantação do Modernismo no Brasil, se tornando a figura mais importante da Geração de 22.  Publicou várias
obras de destaque, entre elas está a Pauliceia Desvairada (1922), e seu primeiro livro Há Uma Gota de Sangue em Cada
Poema (1917), obra na qual ele critica a matança da Primeira Guerra Mundial e defende a paz.

Suas obras além de conter um forte caráter do modernismo no Brasil, haviam uma certa inovação no uso da linguagem,
exploração da cultura brasileira e exaltação do país, além de uma linguagem mais coloquial. E essas características são
encontradas em uma das suas mais importantes obras: Macunaíma .
Macunaíma é o título de sua mais importante obra, uma obra que busca sintetizar o caráter brasileiro, segundo as convicções
da primeira fase modernista. Portanto, ela está inserida nas propostas da Semana de Arte Moderna de 22. Uma leitura
possível é a de que o povo brasileiro não tem um caráter definido e o Brasil é um país grande como o corpo de Macunaíma,
porém imaturo, característica que é simbolizada pelo herói. A obra trata-se de uma rapsódia, justamente por conter tradições
e costumes folclóricos de um povo. Nesse contexto, o nacionalismo possui um caráter mais crítico, onde o índio aparece
causando uma certa reflexão sobre o brasileiro. O personagem protagonista trata-se de um anti-herói.
Dessa maneira, Mário de Andrade (1928, p.21) descreve Macunaíma:

Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro passou mais de seis anos não falando. Si o incitavam a falar exclamava: - Ai! que
preguiça!.e não dizia mais nada. Ficava no canto da maloca, trepado no jirau de paxiúba, espiando o trabalho dos outros e principalmente os
dois manos que tinha, Maanape já velhinho e Jiguê na força do homem. O divertimento dele era decepar cabeça de saúva. Vivia deitado mas si
punha os olhos em dinheiro, Macunaíma dandava pra ganhar vintém. E também espertava quando a família ia tomar banho no rio, todos juntos
e nus. Passava o tempo do banho dando mergulho, e as mulheres soltavam gritos gozados por causa dos guaiamuns diz que habitando a água-
doce por lá. No mocambo si alguma cunhatã se aproximava dele pra fazer festinha, Macunaíma punha a mão nas graças dela, cunhatã se
afastava. Nos machos guspia na cara. Porém respeitava os velhos e frequentava com aplicação a murua a poracê o torê o bacororô a
cucuicogue, to- das essas danças religiosas da tribo.

Desta forma, fica evidente que Mário de Andrade tem uma visão mais inovadora e modernista em suas obras, produzindo alguns pontos
críticos e políticos que promovem um debate sobre determinados assuntos, incluindo a questão racial no Brasil.

REFERÊNCIAS
BIOGRAFIA, MÁRIO DE ANDRADE. E BIOGRAFIA. 2021. DISPONÍVEL EM: HTTPS://WWW.EBIOGRAFIA.COM/MARIO_ANDRADE/ . ACESSO
EM 26 DEZ 2021.

MACUNAÍMA, ANÁLISE DA OBRA MÁRIO DE ANDRADE. GUIA DO ESTUDANTE. DISPONÍVEL:


HTTPS://GUIADOESTUDANTE.ABRIL.COM.BR/ESTUDO/MACUNAIMA-ANALISE-DA-OBRA-DE-MARIO-DE-ANDRADE/ . ACESSO EM 26 DEZ 2021.

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