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Palavras-chave
Metrologia, qualidade, requisitos, EMP, medição, processo, produto, siste-
ma de medição, inspeção da qualidade, tolerância, incerteza de medição,
precisão, riscos, sistema de gestão de medição, instrumento de medição,
comprovação metrológica.
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Introdução
A cultura qualidade de processos e produtos é hoje
muito discutida em diversos setores da indústria, mas
será que a prática da qualidade é realmente realizada?
O processo de medição está ligado diretamente com a
qualidade e nos riscos envolvidos com a conformidade
e não conformidade de produtos e processos.
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Os requisitos
Os desafios hoje estão em entender e transfor-
mar os requisitos do cliente em especificações
técnicas capazes de serem manipulados pela
e produto
tados na forma de sabor, textura, cheiro, dura-
bilidade, robustez e inúmeros outros itens que
fazem com que o cliente opte pela compra de
um produto e não pelo outro. A contraparte des-
Uma das operações mais importantes da metro- se requisitos chega para os fabricantes que de-
logia industrial é o controle de qualidade, pois vem transformar essas qualidades em requisitos
cada produto/processo deve atender plenamen- quantitativos, como tempo de preparo, tempe-
te as especificações técnicas do projeto de for- ratura da amostra, velocidade de escoamento,
ma a cumprir as funções para as quais foi dese- ph, condutividade, pressão, força e tantas outras
nhado. medições que serão necessárias para entregar o
produto na qualidade exigida pelo mercado.
Os chamados requisitos de qualidade estão pre-
sentes em qualquer processo ou para qualquer
fabricação de produtos. São inúmeros os requi-
sitos que podem ser atribuídos a um processo/
produto , como exemplo a viscosidade de uma
substância, o ph de um líquido, a temperatura
de um processo térmico, as dimensões de uma
peça, e assim por diante. Na área da saúde por
exemplo , temos o processo de armazenamen-
to de vacinas que requer que a temperatura seja
controlada e monitorada na faixa de (2 a 8)°C.
Nesse caso, os requisitos do processo são o va-
lor alvo de 5°C e uma variação de ± 3°C. Outro
exemplo, temos o controle de qualidade na fa-
bricação de um pacote de café, que estabelece
os requisitos de produto como valor alvo de
500g e uma variação ± 10g, ou seja, os produtos
mensurados devem apresentar valores dentro da
faixa (490 a 510)g.
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A medição e a Porém só a tolerância em si, não é suficiente
para tomar decisões com maior assertividade.
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Além da JCGM 106, temos também a norma
ABNT NBR ISO 10012 publicada com o intuito
de fornecer informações a respeito de como um
sistema de gestão para medição pode ser proje-
tado e implementado (Fig 1). A ABNT NBR ISO
10012 pode auxiliar as empresas no entendimen-
to e elaboração dos requisitos metrológicos, na
revisão ou elaboração de procedimentos para
gestão de equipamentos de medição, no atendi-
mento a auditorias e na melhoria de produtos e
processos.
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Erro máximo
permissível Neste exemplo, tanto o erro mais ou menos a incerteza de
medição devem estar dentro da faixa de EMP definida para
que o produto possa ser aceito pelo controle de qualidade e
(EMP) inspeção. Pontos fora dessa faixa de EMP podem indicar des-
vios no processo e consequententemente no produto e de-
vem ser investigados.
O erro máximo permissível (EMP) é um requisito de metrológi-
co do cliente. O erro máximo permissível pode ser determinado
pela função metrológica, ou por referência às especificações Mas como definir o EMP de acordo com o seu
publicadas do fabricantes, normas ou regulamentos técnicos. O tipo de processo e produto? Algumas reco-
EMP pode ser representado como limites inferior e superior de mendações são:
um processo por exemplo, ou há caso em que apenas o limite
superior ou inferior são definidos como critérios permissíveis. Relação com a tolerância (cliente)
Na figura 1 abaixo, temos um exemplo de EMP contendo limites
Especificações do fabricante
superior e inferior. Os valores T1, T2 e T3 representam a tendên-
cia (erro) de um produto mais a incerteza de medição associa- Normas ou regulamentos metrológicos
da àquele processo de medição (U).
A tolerância do processo normalmente representa o requisi-
to do cliente. É recomendável definir o EMP em acordo com
a tolerância do processo de forma a atender o requisito de
medição do cliente. Por exemplo, se o cliente possui requi-
sitos dimensionais para um peça , é necessário definir uma
tolerância para o processo de medição para que as peças fa-
bricadas estejam dentro das dimensões informadas e não se-
jam reprovadas, gerando custo e retrabalho. Outra maneira é
definir o EMP de acordo com as especificações de alguns fa-
bricantes, que informam por exemplo a acuracidade de alguns
instrumentos de medição e outras faixas de erros máximos.
Ou, normas e regulamentos metrológicos publicados podem
informar limites de erros aceitáveis que podem ser utilizados
para a melhor definição do EMP. Umas dessas publicações é
a Portaria 236/94 que estabelece os requisitos metrológicos
para instrumentos de pesagem não automáticos (balanças).
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Agora vamos definir o EMP com base na nossa
faixa de tolerância, para mais e para menos. Nes-
se exemplo , temos que o valor alvo é 5°C e a to-
lerância pode variar de 3 °C para mais , ou de 3°C
para menos , chegando a um total de 6°C. Para
definir o EMP utilizamos apenas o valor de tole-
rância (±) e não a tolerância total, ou seja, 3°C.
Exemplo prático
Para exemplificar como um EMP pode ser defi- Termômetro digital
nido, vamos pegar como caso o processo de ar- Faixa de medição: (-10 a 60)°C
mazenamento de vacinas em câmaras de vacinas Resolução: <0,1°C
que requer que a temperatura seja controlada e
monitorada na faixa de (2 a 8)°C. Nesse caso, as Precisão: < 0,6°C
vacinas que sofrerem uma excursão de tempera- Erro máximo permissível: ± 1°C (1/3)
tura para mais ou para menos podem ter perda
do seu agente ativo.
Vamos então definir a tolerância desse processo, A faixa de medição abrange o intervalo crítico de
subtraindo o limite superior pelo limite inferior, (2 a 8)°C, a resolução do instrumento está ade-
chegando a conclusão de que esse processo pos- quada a precisão do mesmo e o EMP foi definido
sui uma tolerância de 6 °C ou seja, de 5°C ± 3°C. com base no processo crítico de armazenamento
Para encontrarmos a precisão que o instrumento da vacina. Depois de levantar essas informações
de medição precisa ter para atender essa tolerân- o cliente agora deve avaliar a conformidade me-
cia, pegamos o que a JCGM recomenda , a rela- trológica através da calibração e assim verificar
ção de 1/10 entre a precisão da medição e a tole- se os resultados estão aceitáveis e o equipamen-
rância do processo. Chegamos que a precisão do to está adequado ao seu uso pretendido.
instrumento deve igual ou inferior a 0,6 °C.
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Como podemos
ajudar a sua
empresa?
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va, auxiliando na avaliação de potenciais de me-
lhorias e ações efetivas para garantir a qualidade
das medições e assim agregando valor aos seus
processos e produtos.
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Referências
[1] INMETRO. Vocabulário Internacional de Metro-
logia: Conceitos fundamentais e gerais e termos
associados (VIM 2012).
10
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