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TRABALHO PARA EDUCAÇÃO CONTINUADA A MINISTRAR AOS

PLANTÕES DIURNOS DO CTI DO HOSPITAL FEDERAL DO ANDARAÍ:

A Segurança do Paciente pode ser entendida como redução do risco de dano


desnecessário relacionado ao cuidado de saúde, a um mínimo aceitável (LINK
1, ano).
Conforme os temas definidos pelo Protocolo de Segurança do Paciente, como
mencionado no terceiro tema, o qual dita: “melhorar a segurança na prescrição,
no uso e na administração de medicamentos”. Para isso, deve-se ter em mente
algumas considerações importantes como a verificação minuciosa da
prescrição médica, classificação das medicações, o grupo de medicamentos
potencialmente perigosos ou de alta vigilância e reação entre medicamentos
comuns no CTI, e algumas intervenções de verificação para a prescrição
segura de medicamentos.

A) VERIFICANDO A PRESCRIÇÃO
Para a verificação para a prescrição segura de medicamentos, deve-se atentar
para a identificação do paciente, checando nome completo e número do
prontuário e leito, no mínimo, para a unidade em questão. Assim como, deve-
se identificar o nome completo e número de registro do conselho profissional e
assinatura em prescrição médica, estando a mesma datada de forma correta.
Durante aprazamento de prescrição médica, deve-se atentar para a dosagem e
possível interação medicamentosa
Deve-se conferir história de alergia e a presença de pulseira de sinalização na
cor vermelha, quando for pertinente.
As prescrições verbais devem ser utilizadas somente em situação de urgência
ou emergência, a qual deve ser imediatamente prescrita no formulário da
prescrição após solicitação verbal.

B) PRESCRIÇÃO SEGURA DE MEDICAMENTOS POTENCIALMENTE


PERIGOSOS OU DE ALTA VIGILÂNCIA

Quanto a prescrição segura de medicamentos potencialmente perigosos ou de


alta vigilância, a unidade deve dispor de uma listagem contendo os
medicamentos que são considerados dessa forma, informando também a dose
máxima, forma de administração (reconstituição, diluição, tempo de infusão, via
de administração), a indicação e a dose usual. Isso é, anticoagulantes,
opiáceos, insulina e eletrólitos concentrados, como cloreto de potássio
injetável.
Como toda checagem de prescrição, deve haver uma dupla checagem na
etapa de cálculos para prescrição.
Há alguns cuidados a serem tomados para prevenir erros de medicação
envolvendo medicamentos potencialmente perigosos.
- Considerar barreiras que reduzam, dificultem ou eliminem a possibilidade da
ocorrência de erros, como seringas adequadas para administração de soluções
orais, as quais não devem ser adaptáveis aos sistemas de administração
endovenosa; recolher ampolas de cloreto de potássio concentrado, as quais
devem ser IDENTIFICADAS COM ETIQUETAS DE ALERTA, assim como as
bolsas de infusão com preparações de alcaloides da vinca, por exemplo, a
vincristina, vimblastina, etc.
C) CLASSIFICAÇÃO DAS MEDICAÇÕES
Devido a inúmeras diferenças e níveis de risco ao consumir um medicamento,
foi criada uma organização por meio de tarjas, as quais são inseridas em suas
caixas. São elas: tarja amarela, vermelha ou preta, e sem tarja.
Medicamentos sem tarja – medicamentos vendidos de forma livre, ou isentos
de prescrição.
Medicamentos de tarja amarela – sinalizam os medicamentos conhecidos
como genéricos, além de necessitar a inclusão da letra G, juntamente ao aviso
de genérico.
Medicamentos de tarja vermelha – sinalizam os medicamentos que necessitam
de uma prescrição assinada por um profissional de saúde.
Medicamentos de tarja preta – são aqueles que precisam de maior controle,
devido a possibilidade da ocorrência de dependência química e o risco de
morte.

D) REAÇÃO ENTRE MEDICAMENTOS COMUNS NO CTI


Eventos adversos a medicamentos são considerados um problema de
abrangência mundial por sua elevada frequência.
A reação adversa a medicamentos é definida pela Organização Mundial de
Saúde como “qualquer acontecimento danoso, não intencional e indesejado,
ocorrido durante o uso de um medicamento empregado com doses
terapêuticas habituais para tratamento, profilaxia ou diagnóstico” (Alvim, et.
2015, APUD OMS, 2005).
Quando se trata de Unidade de Terapia Intensiva, devemos considerar que é
um setor hospitalar com a maior complexidade de tratamento para pacientes
em estado grave, no qual, o consumo de terapia medicamentosa é muito
elevado.
Um evento que pode ocorrer é a incompatibilidade medicamentosa,
classificado como química ou física. Isto é, quimica quando há a degradação
de mais de 10% da alteração molecular, levando a hidrólise. E física, sendo
evidenciadas pelas mudanças na coloração e viscosidade, precipitação,
turvação da solução ou liberação de gases.
Isso pode ocorrer quando não há atenção nas infusões na mesma via de
acesso ou durante a infusão de medicações diversas por um período
prolongado.
Alguns exemplos de incompatibilidades medicamentosas de natureza química,
segundo Paes, et al.:
Azitromicina + Furosemida ou Ciprofloxacino ou Clindamicina ou Cloreto de
potássio
Ciprofloxacino + Clindamicina ou Furosemida ou Hidrocortisona ou Bicarbonato
de Potássio
Aciclovir + Ciprofloxacino
Furosemida + Dobutamina ou Vancomicina ou Midazolam
Midazolam + Cefepime ou Omeprazol ou Dopamina ou Dobutamina
Estudo publicado (Paes, et al.) demonstrou que houve um risco de 312% para
incompatibilidade medicamentosa nos medicamentos de infusão contínua, em
comparação ao medicamentos em bolus.

Observa-se empiricamente que o aprazamento de enfermagem para tais


medicamentos, omeprazol e pantoprazol, acontece às seis horas, minimizando
possíveis interações com a alimentação, denominada interação fármaco-
nutriente. O aprazamento deste medicamento para as seis horas pode
comprometer a identificação de possíveis reações decorrentes de uma
incompatibilidade em função da transferência de cuidados/passagem de
plantão, ocorrer em torno deste horário. Tal situação, pode implicar a não
observação de reações químicas derivadas das incompatibilidades pela equipe
que administrou o medicamento e, a equipe do plantão posterior dificilmente
associará as reações observadas com uma reação de incompatibilidade,
agregando os sinais apresentados a achados clínicos. NÃO CONSEGUIR
RESUMIR, PORÉM ACHEI EXTREMAMENTE PERTINENTE.
https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/09/910552/a20.pdf

https://www.scielo.br/j/rbti/a/PXC8F3gm76xkw6R86JpsXbJ/?lang=pt

LINK 1 –https://www.saude.rj.gov.br/vigilancia-sanitaria/seguranca-do-
paciente/sobre-seguranca-do-paciente
https://www.saude.rj.gov.br/vigilancia-sanitaria/seguranca-do-paciente/
protocolos-de-seguranca-do-paciente
https://www.saude.rj.gov.br/comum/code/MostrarArquivo.php?C=Njk2Mg%2C%2C

https://summitsaude.estadao.com.br/desafios-no-brasil/entenda-o-significado-das-tarja-dos-
medicamentos/
Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução-RDC n° 36, de 25 de julho de
2013. Diário Oficial da União. Poder Executivo, Brasília, Seção 1, Pág. 36.
Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Medidas de Prevenção de Infecção
Relacionada à Assistência à Saúde/Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Brasília:
Anvisa, 2017

https://www.ismp-brasil.org/site/wp-content/uploads/2019/02/615-boletim-ismp-fevereiro-
2019.pdf

Organização Mundial da Saúde. Departamento de Medicamentos Essenciais e Outros


Medicamentos. A importância da farmacovigilância: monitorização da segurança dos
medicamentos. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde; 2005. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/importancia.pdf

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