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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE - UFCG

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CCT

VINÍCIUS DE ALBUQUERQUE MALHEIROS


BRUNO RODRIGUES DE SOUZA

PROJETO DE UM VAGÃO MISTURADOR FORRAGEIRO PARA NUTRIÇÃO


DE GADO DE LEITE NO SERTÃO PARAIBANO

CAMPINA GRANDE – PB
2021
VINÍCIUS DE ALBUQUERQUE MALHEIROS
BRUNO RODRIGUES DE SOUZA

PROJETO DE UM VAGÃO MISTURADOR FORRAGEIRO PARA NUTRIÇÃO


DE GADO DE LEITE NO SERTÃO PARAIBANO

Projeto solicitado para avaliação na disciplina de Dinâmica das Máquinas do curso de


Engenharia Mecânica, 5º período, turno integral, da UFCG-CCT.
Professor: Dr. Wanderley Ferreira de Amorim Júnior

CAMPINA GRANDE – 2021


LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Processo manual de carregamento do vagão misturador forrageiro


Figura 2: Vagão misturador forrageiro vertical
Figura 3: Vagão misturador forrageiro horizontal
Figura 4: Disco de corte
Figura 5: Esquema do motor de combustão
Figura 6: Ipacol Trator Mix 6.0 Horizontal
Figura 7: Vagão TRM 67 da MFW Máquinas
Figura 8: Graxeira do vagão TRM 67 da MFW Máquinas
Figura 9: Vagão VMV 700 da Gelgás
Figura 10: Vagão forrageiro vertical propostop
Figura 11: Cardan com eixo tipo “quadrado”
Figura 12: Caixa de redução planetária
Figura 13: Sistema planetário de engranagens
Figura 14: Diagrama de forças
LISTA DE TABELA

Tabela 1: Comparação das propriedades do combustível


Tabela 2: Catálogo Ipacol trator mix 6.0 horizontal
Tabela 3: Catálogo MFW vagão TRM 67 horizontal
Tabela 4: Catálogo Gelgás VMV 700 vertical horizontal
Tabela 5: Escolha do cardan tipo “quadrado”
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
3 COLETA, SÍNTESE E ANÁLISE DE SISTEMAS
3.1 ANÁLISE ACADÊMICA
3.1.1 Estudo do artigo Palma Forrageira no Nordeste do Brasil: Estado de Arte
3.1.2 Estudo do Paper “A review of research on forage chopping”
3.1.3 Estudo da dissertação “Eficiência energética de uma moedora de
forragens em função do estado das facas e da utilização do motor a diesel”
3.1.4 Tipo de Disco de corte que pode ser utilizado
3.1.5 Estudo do Capítulo 2 do livro “Engineering Principles os Agricultural
Machines”
3.1.6 Análise do artigo “Force Relations and Dynamics of Cutting Knife in
Vertical Disc Mobile Palm Mixer”
3.2 ANÁLISE DE MERCADO
3.2.1 Catalogo IPACOL
3.2.2 Catalogo MFW MÁQUINAS
3.2.3 Catalogo GELGÁS
4 PROJETO PROPOSTO
5 DIMENSIONAMENTO
5.1 SELEÇÃO DO MOTOR
5.1.1 Escolha da fonte de potência
5.1.2 Escolha do Cardan
5.1.3 Escolha da caixa redutora
6 REFERÊNCIAS
1 – INTRODUÇÃO

Inicialmente, tomando como dado histórico, podemos citar, no ano de


1968, a criação do primeiro vagão forrageiro misturador, chamado Mastino.
Criado por Ottorino Storti, esse equipamento se tornou revolucionário para
época, pois, aliado a um desensilador, era capaz de alimentar um número
considerável de cabeças de gado em bem pouco tempo. Isso comparado ao
tempo e a quantidade de pessoas que o trabalho necessitava.

Um vagão misturador, ou vagão forrageiro é uma máquina que tem por


finalidade pesar, misturar e distribuir alimentos triturados que são,
principalmente, voltados à agropecuária. Geralmente, como seu uso é voltado
para produção em grande escala, seu tamanho condiz com a demanda e tem
seu funcionamento tratorizado. É acionado pela mesma fonte de potência do
trator, ou seja, motor diesel.

Basicamente, tem em sua composição comandos hidráulicos, caixa de carga,


cardan, rodas e pneus, esteira de descarga, engate, apoio e despejador. Seu
funcionamento tem início no acoplamento do cardan na barra de tração do
motor do trator juntamente com a chapa de engate e corrente de segurança. A
partir do funcionamento do motor, é acionado o mecanismo de caixa redutora
juntamente com a corrente de comando que faz mover a esteira de descarga e
a(s) rosca(s). Com isso, o vagão forrageiro misturador está pronto para receber
– por vias mecânicas - o material a ser misturado.

Figura 1
Os vagões misturadores se diferenciam pelo sistema de mistura que
mais se adequa a situação proposta. Eles podem ser do tipo vertical e
horizontal. O vertical é ideal para trabalhar com silagens de fibra longa e fardos
de feno, tem sistema mais versátil, podendo trabalhar com qualquer tipo de
volume, exigindo um tempo de mistura maior e manutenção muito baixa. Já o
horizontal trabalho com silagem de fibra curta – capim- e pequenos fardos de
feno. Seu tempo médio de mistura é curto e alguns possuem auto
carregamento da silagem. Atualmente, devido ao desenvolvimento na área, os
misturadores verticais estão tomando cada vez mais espaço, pois além de suas
características, foram implementadas as de um horizontal, tornando mais
usuais.

Figura 2 Figura 3

Justifica-se a necessidade de utilização desse tipo de máquina no setor


agropecuário, principalmente em grande escala, pelo fato de controlar mais
precisamente a quantidade de cada ingrediente que é fornecido e
consequentemente controlar a dieta; permite um melhor controle das sobras
nos cochos, evitando problemas de acidose; como também uma melhor
adequação da mão de obra.

2 – OBJETIVOS

2.1 – OBJETIVO GERAL

Projetar máquina que seja capaz de misturar forragem destinada


à alimentação do gado de leite na região nordeste, e que possua um ótimo
custo benefício para produção em baixa ou média escala.

2.2 – OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Para o êxito do objetivo principal, uma abordagem mais crítica de


algumas etapas é essencial para formação dos objetivos específicos, que são
elas:

Para alcançar o objetivo geral, serão abordadas de forma sistemática


algumas etapas, que compreendem os objetivos específicos, entre eles:

• Selecionar o tipo de fonte de potência que melhor se adequa;


• Avaliar de forma qualitativa as alternativas de transmissão para a aplicação
desejada;
• Determinar o melhor tipo de eixo para a transmissão de movimento;
• Definir condições de contorno para o projeto;
• Verificar se a solução final atende aos requisitos preestabelecidos;
• Desenhar os resultados a serem alcançados, de modo que possibilite a
fabricação da máquina;
• Examinar se o projeto não acarretará custos elevados, buscando, sempre que
possível, preferência por escolher soluções existentes no mercado.
3.1 ANÁLISE ACADÊMICA

3.1.1 Estudo do artigo Palma Forrageira no Nordeste do Brasil: Estado de Arte


Nesse artigo, encontra-se um estudo muito importante para nosso
entendimento sobre o projeto da máquina proposta. Nele é abordado
justamente sobre as características do material que será a carga resistente da
nossa máquina, a palma, trazendo características específicas do material.

É importante entender que as raquetes (como são chamadas as folhas)


da palma variam bastante de tamanho dependendo da espécie. A palma
gigante (Opuntia Ficus Indica) tem raquetes medindo até 50cm de
comprimento; a palma redonda (Opuntia sp.), com raquetes de forma
arredondada e com comprimentos de 40cm; e a palma miúda (Napolea
Conchenilifea), com raquetes alongadas, medindo 25cm, sendo esta a menos
resistente à seca, porém sendo mais palatável e nutritiva.

Nesse estudo, constatou-se que o corte na direção radial da palma


proporcionou uma espessura mais uniforme que o corte na direção tangencial.

3.1.2 Estudo do Paper “A review of research on forage chopping”


Nesse trabalho encontramos um estudo sobre o efeito do ângulo da
lâmina, ângulo de inclinação e velocidade. Pesquisadores através de vários
experimentos mostraram que um ângulo ideal da lâmina está entre 17° e 25°.

Para a medição de força e energia para o corte foram realizados testes


em laboratórios e mediram diretamente por extensômetros presos à lâmina de
corte. Os resultados de diferentes ensaios podem ser ajustados para
diferenças no teor de umidade e do comprimento por meio de uma equação:

Ew=
ε
ρlm(1−
Mw
100 )
Onde:
𝐸𝑤: Consumo específico de energia;
𝜀: é a energia de cisalhamento por unidade de área de seção
transversal;
𝑙𝑚: Comprimento médio de corte;
ρ: Massa específica;
𝑀𝑤: Teor de umidade do material.
Para as forças necessárias na lâmina de corte, foram feitas medidas
limitadas das forças que atuam nas facas durante o processo de corte.
Dernedde usando uma lâmina fixa obteve forças de corte específicas que
variam de 1,0 a 3,7 N/mm, mas com uma lâmina móvel cortando contra uma
barra de cisalhamento, obteve valores entre 3,9 a 9,8 N/mm. O efeito da
umidade causa uma redução acentuada na força de corte.

3.1.3 Estudo da dissertação “Eficiência energética de uma moedora de


forragens em função do estado das facas e da utilização do motor a diesel”
Com o crescimento acelerado nos custos de energia elétrica no país, os
fabricantes de equipamentos rurais têm buscado fazer com que os processos
que consomem energia sejam mais eficientes, com o objetivo de diminuir o
valor da energia elétrica para os produtores rurais. De acordo com a Lei de
Eficiência Energética (Lei nº. 10.295, 17 de Outubro de 2001), os fabricantes e
importadores de máquinas e aparelhos consumidores de energia são obrigados
a adotar as medidas necessárias para que sejam obedecidos os níveis
máximos de consumo de energia e mínimo de eficiência energética, constantes
da regulamentação específica estabelecida para cada tipo de máquina e
aparelho (BRASIL, 2001).

Eficiência energética é a expressão utilizada para determinar a menor


quantidade de energia para executar determinada função, assegurando assim
o melhor aproveitamento energético. Suas principais vantagens são:

a) Diminuir a necessidade de geração de energia elétrica


b) Redução dos custos e do consumo de energia elétrica para o
consumidor final
c) Diminuição dos impactos ambientais
A principal dificuldade encontrada no uso da eficiência energética está
na falta de conhecimentos dos usuários ao melhor aproveitamento energético.
O objetivo da eficiência energética é a redução de custos e maior economia de
energia, utilizando novas tecnologias, materiais e equipamentos. Atualmente,
um possível esgotamento de fontes naturais para a geração de energia é um
perigo real, o que gera a necessidade de saber como utilizar esses recursos,
de forma adequada e econômica.

Na criação de animais em confinamento ou semiconfinamento, é comum


as propriedades rurais utilizarem máquinas essencialmente rotativas para
processar os alimentos dos animais, sejam estes aves, suínos, bovinos ou
outros. Essas máquinas não são de uso exclusivos de grandes propriedades,
nas quais o produtos busca agregar valor ao seu produto, melhorando a
nutrição do rebanho. As máquinas utilizadas no processamento dos alimentos,
como DPM’s, picadoras de forragem, desintegradores, entre outros, pertencem
ao grupo dos eletrorurais. (PEREIRA ET AL, 2002).

Entretanto, em determinadas situações, não se dispõe, nas


proximidades, rede elétrica, o que passa a viabilizar o uso de motores a diesel.
O motor a diesel executa as mesmas funções do motor elétrico, ou seja, prover
trabalho ao eixo para utilização de vários processos, como, por exemplo,
acionar uma bomba ou a rosca sem fim do que dispõe as lâminas de corte.

O motor a diesel permite adaptações para funcionar com praticamente


qualquer tipo de combustível, desde os óleos vegetais, até o gás natural e a
gasolina de alta octanagem; porém, o mais comum e adequado é o óleo diesel
destilado do óleo mineral cru.

3.1.4 Tipo de Disco de corte que pode ser utilizado


Auger Knives – Figura 4

Rosca sem fim multifuncional com 5 facas ajustáveis para produzir


retalhos de 1mm a 11 mm, indicados para combustão ou descarte.

3.1.5 Estudo do Capítulo 2 do livro “Engineering Principles os Agricultural


Machines”
Os motores utilizados são de ignição por compressão que usam o diesel
como combustível, devido a ser uma máquina utilizada em ambiente rural,
onde não se tem suprimento de energia com tanta facilidade. Assim,
analisaremos um equação que relaciona a Potência Equivalente que
determinado combunstível pode entregar com sua queima. A equação abaixo:

H g ṁ f
Pfe=
3600
Onde:
𝑃𝑓𝑒: Potência Equivalente do combustível em kW;
𝐻𝑔: Valor bruto de aquecimento de combustível em kJ/kg;
𝑚̇: Taxa de consumo de combustível em kg/h.

Alguns dados importantes em relação aos combustíveis são colocados


na tabela abaixo. A tabela fornece dados que vão alimentar a equação acima e
resultar na potência fornecida pelo combustível.
Tabela: Comparação das propriedades de vários combustíveis

Tabela 1

Um esquema importante que pode auxiliar no estudo da equação do


projeto e no futuro dimensionamento está mostrado na imagem abaixo:

Figura 5
3.1.6 Análise do artigo “Force Relations and Dynamics of Cutting Knife in
Vertical Disc Mobile Palm Mixer”
Com o estudo desse trabalho, verifica-se que as máquinas misturadoras
variam de tamanhos, estilos e capacidades, porém roscas de corte são muito
semelhantes, utilizando lâminas de aço de alta qualidade, com uma montagem
das facas diretas nas roscas a um ângulo de 60° a partir da superfície plana
horizontal e subseqüente.
Energia Específica de corte: energia consumida para remover um
volume unitário de material. Esse cálculo é importante para determinar o motor
de acionamento. O volume de material removido é 𝑉=ℎ𝑤𝑙, portanto a energia
específica de corte pode ser escrita como:

Fc L
E=
hwL
Energia necessária para corte: A energia necessária para cada faca de
corte:
EVt
W=
η
Onde:
𝐸: Taxa de remoção do material;
𝑉𝑡: Velocidade das facas;
𝜂: Eficiência da ferramenta de corte (normalmente entre 0,7 e 0,8).
Energia consumida no corte: A energia consumida pelo motor para
cortar a fibra da madeira:

Observação: Unidade em HP
Onde:
Pc: Potência total de corte;
Ps: Potência de cisalhamento necessária;
Pf: Perda por atrito.

Energia cinética do disco rotativo: Na rotação, é necessário um torque


suficiente para manter o disco girando a uma velocidade angular
constante ω na ausência de força resistiva necessária para cortar a
madeira. A inércia do disco é calculada a partir da relação:
Energia cinética do disco: O disco é um corpo rígido que gira em torno
de uma linha através do centro de massa e, portanto, possuindo uma
energia cinética rotacional (Er) que é simplesmente a soma de as
energias cinéticas de suas partes móveis e, desta forma, igual a:
𝐸𝑟=0,5𝐼2=0,5𝐼(𝑣𝑟⁄)²

Onde:
Er é a energia cinética em joules;
m é a massa em quilogramas;
ω é a velocidade angular (v / r);
r é a distância de qualquer massa m daquela linha;
v é a velocidade em metros por segundo.
Energia necessária para acionar o eixo: A energia necessária para
acionar o mecanismo do picador é dado por:
𝑃𝑑=𝐹.𝑣=𝑚𝑣3/𝑅
Onde:
𝑃𝑑 : Potência necessária para acionar o disco picador;
𝐹: Força centrípeta atuando na periferia do disco = mV² / R;
𝑚: Massa total da unidade picadora;
𝑅: Raio do disco;
𝑣: A velocidade do disco = πDn;
𝑛: É dada pela razão de n entre a polia e o disco.

3.2 – ANÁLISE DE MERCADO

É fundamental saber que o tipo de misturador a ser empregado depende


da forma em que a matéria se encontra (ex: fibras, grãos, feno). Dessa forma,
analisando diversos catálogos, tomamos duas máquinas que, em linhas gerais,
abrangem maior parte da demanda dos produtores.

3.2.1 – CATÁLOGO IPACOL

Primeiramente, temos a Ipacol Trator Mix 6.0 Horizontal, oferece


comodidade, tecnologia e durabilidade com custos e condições altamente
satisfatórios, um excelente investimento para racionalizar o manejo da
alimentação animal e obter máximos benefícios e resultados operacionais.
Possui balança eletrônica opcional.
Figura 6

Especificações

Capacidade de carga (m³) 6,0


Capacidade de carga útil (m³) 5,4
Potência Mínima do Trator (CV) 70
Tempo de mistura (min) 5-6
Comprimento (mm) 5,400
Largura (mm) 2,200
Altura (mm) 2,400
Diâmetro Rotor Principal (mm) 550
Diâmetro Rotores secundários (mm) 320
Peso (Kg) 3,920
Rotação da TDP – Tomada de Potência - (rpm) – 6 estrias 540
Pressão de Trabalho (Kg/cm²) 140
Tabela 2

3.2.2 – CATÁLOGO MFW MÁQUINAS

Em seguida, temos o vagão TRM 67 da MFW Máquinas que possui


dados técnicos compatíveis com o anterior. Um diferencial que se destaca é
uma graxeira automática – opcional - que garante mais produtividade e
tranquilidade na manutenção diária.
Figura 8

Figura 7

Especificações

Carga Máxima Volumétrica (m³) 7,0


Capacidade Real da Mistura (m³) 6,0
Carga Máxima por peso (Kg) 3,000
Potência na Tomada de força (Kw/cv) 60
Peso (Kg) 4,000
Pneus (x2) 400/60x15,5
Dimensões (Larg.xAlt.xComp.) 2,4x2,6x5,1
Correntes 80-100-120
Espessura chapa fundo c/inox (mm) 9,35
Espessura chapas laterais (mm) 6,35
Espessura rosca superior (mm) 9,53
Espessura rosca inferior (mm) 9,53
Tabela 3

3.2.3 - CATÁLOGO GELGÁS

Adiante, temos o VMV 700 da Gelgás. Um misturador vertical que conta


com um sistema de autocarregamento tornando o processo de mistura mais
rápido, simples e prático.
Especificações
Figura 9
Auto carregável Sim
Capacidade (m³) 7,0
Número de roscas 1
Largura (mm) 2500
Potência mínima requerida na TDP (CV) 60
Número de facas 6
Eletro
Sistema de acionamento de comando
hidráulico
Correntes 80-100-120
Rotação da TDP (RPM) 540
Sistema hidráulico Independente

Tabela 4

4 – PROJETO PROPOSTO

O objetivo deste projeto é o desenvolvimento de um vagão misturador


forrageiro que trabalhe sob a realidade do sertão paraibano no fornecimento de
alimento ao “gado de leite” para solucionar o problema nutricional que é reflexo
da pouca instrução tecnológica e mão de obra não especializada. Dessa forma,
além de melhorar a qualidade da forragem que é oferecida, o vagão irá tornar a
produção mais eficaz e otimizada sem excesso ou faltas.

Como nosso foco é produzir uma máquina para pequeno/médio


produtor, nossa fonte de potência será o motor do trator.
Para o que foi proposto, na transmissão, iremos utilizar um cardan com
tubo e barra quadrados, ideal para vagão misturador.

Dando seguimento, para o rotor, optamos por um de 6 facas, 2 contra


facas e 1 rosca misturadora. Pois, dessa forma, o volume será misturado de
maneira mais eficiente, pois o tempo do processo será menor e o resultado
ficará mais homogêneo.

Por fim, optamos por implementar em nosso vagão uma esteira de


descarga, cujo é um dos principais fatores de eficiência do serviço, diminuindo
a ação humana.

Por fim, unindo todos os elementos que compõem o projeto, temos o


seguinte desenho desenvolvido no CAD.

Figura 10

Diante desse cenário, é de extrema importância destacar que o sistema


proposto, com todas suas especificações, trata-se de uma entre tantas outras
possibilidades. Porém, é a mais adequada para o produtor de pequeno e médio
porte nos quesito custo-benefício.
5 – DIMENSIONAMENTO

Antes de entrarmos em dimensionamento propriamente dito, devemos


salientar que em toda máquina há conceitos de movimento e carga
interligados. Tendo isso como base, podemos dizer que o produto desses
fatores resulta em trabalho ou energia. Além disso, o fator potência também é
considerado por ser a taxa com que esse trabalho é transformado. Seguindo o
S.I (Sistema Internacional de Unidades), podemos obter, matematicamente, a
expressão:

Trabalho ( joule)
Potência ( watt )=
Tempo (segundos )

Dessa maneira, descrevemos a transmissão de potência como a


movimentação da energia da fonte que é produzida para outro local, onde ela
possa exercer trabalho. Para que isso ocorra, devemos implementar um
sistema de transmissão da fonte em trabalho na saída. A seguir, a
representação.

Com isso, podemos projetar qualquer equipamento mecânico. Sabendo


que devemos, a princípio, selecionar a intensidade da fonte de potência que
seja capaz de suprir todas as demandas de potência dissipadas pelo
mecanismo de transmissão e a carga resistente. Por conseguinte, pode-se
definir todos os esforços sentidos para cada componente da máquina, o que
nos permite optar por projetos com menos riscos de fratura e falha.
5.1 – ESCOLHA DA FONTE DE POTÊNCIA

Como dito anteriormente, nosso projeto é destinado ao


pequeno/médio produtor. Dessa forma, como nossa fonte de potência será a
do trator, buscamos qual é o mais utilizado (Custo x Benefício) nesse
segmento. Diante de inúmeras marcas, optamos pela John Deere modelo
5078E com motor turbodiesel de 78 CV(57,37Kw), 300 N.m e que trabalha com
2400 rpm, oferecendo uma TDP (transmissão de potência) nominal de 62,15
CV a 540rpm.

5.2 – ESCOLHA DO CARDAN

Baseando-se no artigo 145 da revista Cultivar Máquinas, o cardan


será de eixo telescópico quadrado, pois esse formato permite além de uma
significativa diminuição de pressões de contato, reduz as vibrações
provenientes do motor diesel.

Adiante, é necessário sabermos qual o torque de trabalho na


TDP. Para isso, usamos as informações de um artigo da Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro, que define:

Ptdp∗60∗75
T tdp=
2 π∗N tdp

Onde:

T tdp=Torque da TDP no trator ( kgf m)

Ptdp =Potência daTDP no trator (cv )

N tdp =Rotação da TDP no trator (rpm)

Assim:
62,15∗60∗75
T tdp= ≈ 82,43 kgf m≈ 809 n ∙ m
2 π∗540

Finalmente, podemos fazer a escolha do cardan. Baseado na


tabela do catálogo da empresa bandeirantes:

Figura 11

Tabela 5

5.3 – ESCOLHA DA CAIXA REDUTORA

Responsável pela diminuição da velocidade angular e conversor


de torque que será levada à rosca vertical helicoidal, iremos escolher a melhor
opção para a caixa redutora.

Devido a necessidade de ser compacta e efetiva na transmissão de


energia, a caixa de redução selecionada para a máquina projetada será uma
caixa de redução planetária, de forma que ela possibilita que:
1) Funcione toda imersa em óleo, inclusive os rolamentos superiores,
superando a vida útil do misturador com segurança
2) Está montada sobre uma grande coroa para absorver a pressão
lateral sobre o sem fim quando processar fardos inteiros, além de
evitar o contato com compostos corrosivos
3) As engrenagens em espiral diminuem a vibração e melhoram o
aumento da potência

Figura 12: Caixa de redução planetária

Figura 13

O eixo do motor é ligado na engrenagem A que é chamada de


engrenagem motriz. A engrenagem A transmite a rotação para as engrenagens
B, C e D. As engrenagens B, C e D são chamadas de engrenagem satélite. As
engrenagens B, C e D transmitem a rotação para a engrenagem E que é do
tipo de dentes internos. Do outro lado da engrenagem E (no fundo dela) sai o
eixo que liga na hélice. As engrenagens B, C e D devem ser do mesmo tipo e
do mesmo tamanho. A redução é calculada dividindo o número de dentes da
engrenagem interna (E) pelo número de dentes da engrenagem motriz (A). As
engrenagens B, C e D não influem na redução seu papel é só transmitir rotação
para a engrenagem E.

Mostrando matematicamente como se calcula a redução neste tipo de


sistema e mostrar que as engrenagens satélites não influenciam no valor da
redução. Analisando o diagrama de forças:

Figura 14

Ela representa o diagrama de forças na engrenagem, ou seja, a força


que cada engrenagem aplica na outra. Vamos começar analisando as
engrenagens A, B, C e D.

Lembrando das fórmulas:

V = W.R

Onde V é a velocidade escalar, W é a velocidade angular, R é o raio.

P = T.W

Onde P é a potência, T é o torque e W é a velocidade angular.

T = F. R

Onde T é o torque, F é a força e R é o raio.

Então, para as engrenagens internas VA = VB = VC = VD, porque elas


não pulam dente. Logo a velocidade escalar é a mesma.
VA = VB = VC = VD
WA.RA = WB.RB = WC.RC = WD.RD

Vamos pegar entre A e B

WA.RA = WB.RB
WB = WA .

RB/RA

Analogamente temos para C e D:

WC = WA .
RC/RA
WD = WA .
RD/RA

Como nós vimos anteriormente às engrenagens B, C e D são iguais logo

RB = RC = RD, ou seja, WB = WC =WD.

Agora vamos analisar as engrenagens B, C, D, E. Como elas não pulam


dente então

VB = VC = VD = VE

Repare que também nós podemos concluir que VA = VE Então


analisando entre a engrenagem B, E:

VB = VE
WB.RB = WE.RE
WE = WB.
RE/RB
Mas,

WB = WA .

RB/RA
Substituindo:

WE = WA.

RB/RA

RE/RB

Repare que RB se cancela, logo:

WE = WA .
RE/RA

Ou seja, não depende de B. Você chega ao mesmo valor se você


analisar pela engrenagem C ou pela engrenagem D.

Vamos ver agora o torque:

Lembrando da conservação de energia:

PA = PE
TA.WA = TE.WE

Substituindo WE temos:

TA.WA = TE. WA .
RE/RA
TA = TE .
RE/RA
TE = TA .
RA/RE

Repare que não depende das engrenagens B, C ou D. O termo


RA/RE é a redução.
6 REFERÊNCIAS

https://portais.sertao.ifrs.edu.br/nesma/wp-content/uploads/sites/3/2018/08/
Dimensionamento.pdf

http://www.eaton.com.br/EatonBR/ProdutosampServiccedilos/
ProdutosporCategoria/Hydraulics/ComponentesHidr%C3%A1ulicos/index.htm

http://www.ler.esalq.usp.br/disciplinas/Molina/LEB_432/Colheita%20de
%20Forragem.pdf

https://www.ipacol.com.br/admin/uploader/uploads/
Manual_VFTM_TRATOMIX_10.0_2_Edi_o_Maio_2018.pdf

https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/548601/1/doc31.pdf

https://www.girodoboi.com.br/noticias/quais-sao-os-capins-mais-tolerantes-a-
seca/#:~:text=O%20andropogon%20tem%20um%20sistema,muito
%20plantada%20no%20Nordeste%20brasileiro.

https://www.gelgas.com.br/pt_BR/produtos/1/1/vagues-misturadores-verticais

https://www.vitaplus.com/sites/default/files/Williams%20-%20The%20Nuts
%20and%20Bolts%20of%20TMR%20Mixers.pdf

https://jalbum.net/en/browse/user/album/1902985

https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/120040/1/Nutricao-Animal-
livro-em-baixa.pdf

https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/0021863482900683

http://repositorio.ufla.br/jspui/bitstream/1/3414/1/DISSERTA
%C3%87%C3%83O_Efici%C3%AAncia%20energ%C3%A9tica%20de%20uma
%20picadora%20de%20forragens%20em%20fun%C3%A7%C3%A3o%20do
%20estado%20das%20facas%20e%20da%20utiliza%C3%A7%C3%A3o
%20de%20motor%20diesel%20e%20el%C3%A9trico.pdf

http://www.solidcardans.com.br/catalogo/cardansolid.pdf

https://www.yesmods.com/fs19-mods/trailers/mixer-wagons/page/1

https://www.joseclaudio.eng.br/grupos_geradores_2
https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1085862/caracteristicas-
produtivas-e-estruturais-de-genotipos-de-palma-forrageira-irrigada-em-diferentes-intervalos-
de-corte

https://cloud.cnpgc.embrapa.br/sac/2016/06/15/quais-sao-as-caracteristicas-da-palma-
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https://docplayer.com.br/75094108-Misturador-vertical-de-racao-total-profile-6-1-ds-
be-strong-be-kuhn.html

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