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Matheus Dias 

| Postado em 22/12/2018 | 28 Comentários

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A pesquisa quantitativa, ou quanti, é uma modalidade de pesquisa baseada na aplicação de questionários estruturados a um grupo de pessoas.

Vamos por partes. O termo pesquisa empregado na definição acima tem conotação científica. Ou seja, utiliza instrumentos metodológicos
previamente testados e critérios estatísticos universais.

Quando falamos que a aplicação é realizada com auxilio de questionários estruturados, quer dizer que as mesmas perguntas são feitas a todos
os participantes do levantamento. Por último, quando utilizamos o termo “grupo de pessoas”, estamos no referindo ao universo da pesquisa.
Esse universo pode ser a população de uma cidade – como no caso de uma pesquisa eleitoral, os frequentadores de um parque, os consumidores
de determinado produto, ou os trabalhadores de uma empresa. Em resumo, qualquer “grupo de pessoas” pode representar o universo de uma
pesquisa quantitativa.

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 Aplicações de uma pesquisa quantitativa
o Pesquisa de opinião pública
o Descobrir o tamanho de um mercado específico.
o Medir o marketshare de cada marca
 Metodologia de pesquisa quantitativa
o Definição da amostra de uma pesquisa quantitativa
o Cálculos do tamanho da amostra, margem de erro e intervalo de confiança
 Fórmula de cálculo da amostra
o Quem entrevistar em uma pesquisa quantitativa?
 Amostra probabilística
 Amostra por cotas ou probabilidade proporcional ao tamanho (PPT)
 Como elaborar o questionário um levantamento quanti
o O que é escala?
o Como as escalas podem ajudar em uma pesquisa quantitativa?
o Escala nominal
o Escala ordinal
o Escala de intervalo
o Escala razão
o Escala avaliativa
o Escala de concordância
o Como utilizar as categorias de uma escala
o Quantidade de categorias
o Escalas balanceadas e não balanceadas
o Escalas de categorias pares ou impares
o Escalas de escolhas forçadas e não forçadas
 Influência da posição da pergunta no questionário de pesquisa
 Pré-teste de questionário de pesquisa
 Formas de coleta de dados em trabalhos quantitativos
o Pesquisa Domiciliar
o Ponto de Fluxo
o Local de Trabalho
o PDV
o Pesquisa Telefônica / CATI
o Postal
o Internet
 Erros comuns em pesquisas quantitativas
 Por último…

Aplicações de uma pesquisa quantitativa


A pesquisa quantitativa é utilizada por diversos segmentos da sociedade. Talvez o mais comum seja a pesquisa eleitoral. A cada dois anos somos
bombardeados com os resultados de pesquisas de intenção de voto. Mas existem outras situações em que a pesquisa quantitativa é útil.

Pesquisa de opinião pública


A pesquisa opinião pública tem por objetivo aferir a opinião de determinado grupo de pessoas sobre um assunto. Como por exemplo
uma pesquisa de satisfação com o atendimento de um restaurante.
Outro tipo de pesquisa de opinião pública são os prêmios Top of Mind. O mais conhecidos é realizado anualmente pelo Datafolha, mas
geralmente todas as cidades contam com a sua versão local, onde são premiadas as empresas que mais se destacaram aos olhos dos
consumidores

Descobrir o tamanho de um mercado específico.


Outra aplicação da pesquisa quantitativa é descobrir o tamanho de mercados específicos. Por exemplo, caso uma empresa de massas deseje
lançar um macarrão premium, e não existam dados específicos sobre o segmento, ela pode encomendar uma pesquisa quantitativa com
consumidores de macarrão para descobrir quanto vale o mercado

Medir o marketshare de cada marca


O marketshare é a proporção de um setor dominado por cada marca. Por exemplo, o setor de distribuição de combustíveis tem quatro grandes
players: BR Distribuidora, Ipiranga, Shell e ALE. Mas quantos por cento deste marcado cada uma dessas marcas possui? Se não existe uma
agência central reguladora, a forma de medir a participação de cada marca é através da pesquisa quantitativa.

Geralmente, as pesquisas de marketshare são realizadas regularmente. Assim, é possível identificar a evolução de cada marca ou empresa ao
longo de tempo.

Metodologia de pesquisa quantitativa


Um dos grandes trunfos do método quantitativo é entrevistar apenas uma pequena parcela da população e extrapolar os resultados para todo o
grupo em estudo. Mas para que isso seja possível, é necessária atenção aos métodos estatísticos, para que o resultado seja preciso e sem viés.

Definição da amostra de uma pesquisa quantitativa


Amostra é um subgrupo de indivíduos de uma população. Por meios dos questionários aplicados à esta parcela da população que será possível
estimas as propriedades ou características do grupo.
Sendo assim, nas pesquisas de opinião pública, o processo de amostragem exige grande atenção dos pesquisadores. Duas perguntas devem ser
respondidas: Qual o tamanho da amostra? E como foram selecionados os entrevistados?

Cálculos do tamanho da amostra, margem de erro e intervalo de confiança


Existem dois parâmetros importantes para a definição do tamanho de uma amostra de uma pesquisa quantitativa: a margem de erro e o intervalo
de confiança.

Margem de erro: Quão próximo o resultado da amostra está em relação à população.

Intervalo de confiança: O percentual de todas as amostras possíveis que satisfaz a margem de erro.
Para explicar como esses dois parâmetros se relacionam, vamos utilizar como exemplo uma pesquisa eleitoral. Vamos supor que um
levantamento tem o seguinte desenho estatístico: 2% de margem de erro e intervalo de confiança de 95%. O candidato A tem 30 % das
intenções de voto.

Com esse desenho amostral, o candidato A pode receber entre 28% e 32% dos votos, pois foi definida uma margem de erro de dois pontos
percentuais.

Já o intervalo de confiança nos diz que se forem realizadas 100 pesquisas idênticas, em 95 delas o resultado vai estar dentro da margem de erro
delimitada, que no nosso exemplo foi de 2%.

Fórmula de cálculo da amostra


Existem diversas fórmulas de cálculo estatisticamente aceitas para definir o tamanho da amostra. Neste artigo vamos utilizar a mais simples
delas, conhecida como regra de bolso.

A regra de bolso para amostras quantitativas assume sempre o intervalo de confiança de 95%. Caso você tenha interesse em conhecer equações
mais robustas,deixe um comentário ao final deste artigo. Teremos prazer em ajudar.
Onde:

n = tamanho da amostra

e = margem de erro

Assim, para uma pesquisa quantitativa com 3% de margem de erro, teríamos o seguinte resultado:

Portanto, para um levantamento quantitativo com 95% de certeza e 3% de margem de erro, é necessário a aplicação de 1111 questionários.

Quem entrevistar em uma pesquisa quantitativa?


A seleção dos entrevistados em uma pesquisa quantitativa é mais importante que o tamanho da amostra.

Para respondermos à está pergunta, devemos primeiro escolher o tipo de amostra que será utilizado.

Neste artigo, selecionamos as duas modalidades mais utilizadas, mas caso queira se aprofundar mais, explicamos as 9 técnicas mais populares.
Amostra probabilística
A amostra probabilística é selecionada por sorteio, onde todos os membros da população têm a mesma chance de serem entrevistadas. Esse é um
método adequado para pequenos grupos, como os funcionários da uma empresa, ou alunos de uma faculdade.

Entretanto, para grandes contingentes populacionais, como os habitantes de uma cidade, esse método é inviável. Primeiro porque não temos à
disposição uma lista atualizada com todos os participantes do estudo. E mesmo que tivéssemos, procurar e entrevistar os selecionados por sorteio
pode extrapolar o orçamento da pesquisa quantitativa.

Para contornar esse problema, utilizamos o método de amostra por cotas.

Amostra por cotas ou probabilidade proporcional ao tamanho (PPT)


A amostra por cotas consiste na divisão da amostra em grupos ou estratos considerados relevantes para população em estudo. Nessa técnica, um
determinado número de entrevistas, ou cotas, é estabelecido para cada estrato da população.

Por exemplo, se o grupo que em estudo é composto de 53% de homens, então o plano amostral deve contemplar 53% das entrevistas para
homens. Se a estratificação demográfica prevê que 17% dos consumidores estão na região Sul, a cota de entrevistas na pesquisa deve ser de
17%, e assim por diante.

Como elaborar o questionário um levantamento quanti


O questionário de uma pesquisa quantitativa deve ser pensado com cuidado pelo entrevistador. Todos os questionários levados à campo devem
ser idênticos. Portanto, alterar a ordem das perguntas ou inserir nova questão depois que o trabalho de campo já começou é veemente
desaconselhado, sob risco de anular os resultados.

Além das questões que devem ser respondidas, também devamos pensar nas escalas que serão utilizadas pelo pesquisador.

O que é escala?
Escalas são um tipo de questão presente em um questionário. Elas funcionam como um termômetro ou balança para o pesquisador, na qual o
entrevistado deve encaixar suas respostas em alternativas pré-determinadas. Assim, a partir dessa resposta é possível saber qual ou o quanto uma
opção apresentada é relevante em relação as demais.

Como as escalas podem ajudar em uma pesquisa quantitativa?


Ainda que não consigam obter respostas com a mesma profundidade de questões abertas, perguntas em escalas conseguem ter respostas mais
completas em relação um assunto do que questões fechadas, que contém apenas “sim” ou “não”.  Deste modo, escalas se tornam excelentes
ferramentas para uma pesquisa qualitativa.

Além disso, questões feitas em forma de escala normalmente levam menos tempo para serem produzidas e facilitam a resposta do entrevistado. 
Ademais, geram dados fáceis de serem tabulados, avaliados e comparados.

A seguir veremos alguns tipos de escalas presentes em pesquisas sociais e de mercado.

Tipos de escalas mais usadas em pesquisas:

Escala nominal
Esse tipo de escala é o mais simples, ele serve para caracterizar, categorizar ou individualizar pessoas, fatos, opiniões ou itens.

São uma ótima maneira de adquirir informações básicas do como, idade, sexo, renda, região, marca, costumes, cores, entre outros. Como os tipos
de dados apresentados não tem relações diretamente hierárquicas, conseguem ser quantificados de forma simples.
Escala ordinal
Escalas ordinais, além de nomear e categorizar as alternativas, também as ordenam e hierarquizam, buscando do entrevistado a sua preferência
ou a relevância das opções apresentadas.

Como foi mostrado acima é possível saber, por exemplo, não o quanto, mas qual alternativa afetou mais a vida de um morador em um município
em relação a outra.

Escala de intervalo
Já na escala de intervalo é possível identificar um espaço de relevância entre as alternativas, ou seja, no exemplo apresentado acima seria
possível perceber, por exemplo, a posição em que uma a pessoa coloca a saúde como mais precária em relação às alternativas. Entretanto, na
escala de intervalo, ainda não é possível identificar exatamente a qual distância alguma opção apresentada tem relevância ante às demais.

Em pesquisas ou estudos, esse tipo de escala é usado para medir a intensidade das opiniões, conscientização e preferências das pessoas em
relação a um tema, além também ser utilizada nos números-índices.

Reconhecer que há uma distância relevante e diferente é um fator importante em uma pesquisa, pois as pessoas têm opiniões distintas em relação
à intensidade do problema ou fato apresentado nas alternativas.

Escala razão
Somente na escala de razão é possível identificar o exatamente quanto uma possibilidade de resposta se distancia das restantes. Por exemplo, se
uma pessoa leva 45 minutos para chegar ao trabalho e outra leva 15 minutos, temos como resultado que a primeira demora 3 vezes mais que a
segunda.

Outras formas de se aplicar questões usando a escala de razão são com questões como idade, preços de produtos, peso, volume de vendas ou
renda familiar.

Escala avaliativa
Essa escala é uma forma simples e muito utilizada em pesquisas de mercado ou opinião, são fáceis de responder e normalmente são usadas em
pesquisas rápidas de autopreenchimento.

Escala de concordância
O resultado apresentado nessa escala é dado a partir do grau de concordância que o entrevistado da em relação a afirmação apresentada:
Como utilizar as categorias de uma escala
Em pesquisas de opinião ou mercado, escalas com diferentes propósitos são utilizadas parar encontrar respostas distintas. Deste modo, devemos
ficar atentos com a maneira na qual as categorias são utilizadas, para que passem uma ideia clara em relação à pergunta para o entrevistado.

Quantidade de categorias
Em uma mesma pesquisa é possível utilizar vários tipos de escalas. Entretanto é preciso ter cuidado com a quantidade de categorias colocadas
em um mesmo questionário, em algumas situações o uso não adequado das escalas pode causar um cansaço na hora de responde-las, aumentar o
tempo de entrevista ou até mesmo confundir o entrevistado.

A quantidade e pontos utilizados em uma escala não é algo pré-estabelecido, eles devem se adequar de acordo com a precisão na qual o
pesquisador quer obter os seus dados. Por exemplo, em uma pergunta do quanto um cliente está satisfeito com um serviço prestado
Quando um governante quer medir o seu desempenho no mandato, é comum o uso de escalas curtas de 5 pontos (ótimo, bom, regular, ruim ou
péssimo).  Escalas com uma menor quantidade de itens também auxilia o entrevistado em pesquisas telefônicas, pois ele não tem como
visualizar as alternativas quando for escolher, e com uma grande quantidade de opções, pode acabar esquecendo alguma.

Escalas balanceadas e não balanceadas


Escalas balanceadas são aquelas que têm um equilíbrio na quantidade de opções apresentadas em questões (ótimo, bom, regular, ruim ou
péssimo). Nessa, pode-se perceber que há um mesmo número de avaliações positivas e negativas de ambos os lados da palavra “regular”.

Contudo, escalas com pontos não balanceados também podem ser utilizados em perguntas que tem um viés evidentemente positivo ou negativo.
Assim, o que deve se medir é o quanto esse fato é negativo ou positivo para o interrogado (excelente, muito bom, bom, razoável) ou (razoável,
ruim, muito ruim, péssimo).

Escalas de categorias pares ou impares


Em uma escala, o que diferencia o uso de categorias com uma quantidade par ou ímpar é, que através de número ímpar de pontos é possível
obter um “ponto neutro” no meio das alternativas. Assim, em uma escala com ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo o “regular” é o ponto neutro
entre as 5 opções. Dessa forma, o que o pesquisador deve ficar atento é se deve ter uma alternativa sua pesquisa ou não.

Em pesquisas eleitorais, alguns candidatos ou governantes costumam retirar a alternativa neutra como opção de resposta, assim, eles conseguem
que o eleitor tome um posicionamento em relação as suas propostas ou mandato.

Porém, a retirada dessa opção deve ser bem analisada, pois em algumas situações, respostas como mais ou menos, médio ou regular podem ser a
real avaliação eleitorado em relação a um candidato ou governante. Dessa forma, a opção de neutralidade de uma resposta deve ser retirada com
muito critério e responsabilidade.

Escalas de escolhas forçadas e não forçadas


Em alguns tipos de perguntas é interessante que no final das alternativas, uma opção “não sei” seja apresentada, possibilitando para o
entrevistado uma escolha não forçada. Esse tipo de resposta pode gerar uma taxa maior de questões não respondidas em um questionário, mas
diminui a possibilidade de “chutes” das alternativas, assim como evita a tendência dos respondentes de escolherem as opções neutras quando não
sabem uma resposta.

Influência da posição da pergunta no questionário de pesquisa


A elaboração da estrutura de um questionário de pesquisa de opinião pública é um passo crítico para a acurácia dos resultados.

Pergunta idênticas ou muito semelhantes podem levar a resultados diferentes dependendo do assunto tratado pela pesquisa ou da posição da
pergunta no corpo do questionário. No jargão estatístico, chamamos este fenômeno de erro não amostral.

Vamos tomar como exemplo o caso relatado no livro Erros nas pesquisas eleitorais e de opinião, de Alberto Carlos Almeida, em que foram
comparadas pesquisas que indagavam sobre a memória de voto em Benedita da Silva, uma política fluminense que teve como lema “mulher,
negra e favelada”.
As duas pesquisas em análise têm amostras e metodologias semelhantes, e foram conduzidas pela mesma entidade, o DataUFF. Um dos
levantamentos abordou questões relacionadas ao comportamento político e o outro, questões raciais.

Na pesquisa sobre comportamento político a pergunta sobre Benedita estava no início do questionário. No projeto sobre questões raciais, estava
no último bloco de questões.

Quando os entrevistados foram indagados se já tinham votado em Benedita alguma vez, foi notada grande discrepância entre os resultados.

No levantamento relativo ao comportamento político, 20% dos entrevistados afirmaram já terem votado na candidata negra. Já outra pesquisa,
que tinham como tema as questões raciais e apresentava a pergunta no último bloco, 44% dos entrevistados afirmaram já terem conferido voto a
Benedita.
Nos livros da trilogia House of Cards, Michael Dobbs retrata evento semelhante na sociedade inglesa, mas desta vez como plano de fundo a
avaliação da monarquia naquele país. Quando a pesquisa de opinião pública tratava sobre a avaliação da Família Real Inglesa já nas primeiras
perguntas, era verificado um bom nível de aprovação por parte da população. Entretanto, quando o questionário foi estruturado com perguntas
sobre os fundos públicos empregados na manutenção da coroa, perguntas sobre as diferenças de impostos entre os membros da monarquia e o
restante a população e questões relacionadas a escândalos recentes feitas antes da avaliação geral da Monarquia, o resultado foi desastroso para a
rainha e seus pares.

Em ambos os casos, uma das explicações é a “resposta socialmente aceita” dada pelos entrevistados. Embora os questionários tenham caráter
anônimo, os respondentes buscam mostrar coerência nas respostas. Em um questionário que trata da questão racial, o entrevistado pode ter
sentido desconforto em falar que nunca votou em Benetida depois de ter mostrado diversas posições progressistas. No caso das questões sobre a
realeza, depois de reprovar várias questões individuais sobre a Família Real, o entrevistado pode não se sentir confortável para proferir uma boa
avaliação sobre o tema.

Em síntese, pequenos detalhes têm impacto significativo no resultado de uma pesquisa política eleitoral. O posicionamento de uma pergunta tem
efeito direto em seu resultado. Devemos ter cuidado com o contexto da pesquisa, para que perguntas prévias não direcionem o entrevistado para
determinadas respostas socialmente aceitas. É importante considerar também eventos que gerem comoção nacional, ou que o pesquisador
identifique como possível influenciador externo.

Pré-teste de questionário de pesquisa


Antes de toda pesquisa quantitativa, é aconselhável realizar o pré-teste do questionário. O Pré-teste consiste na aplicação do questionário
preliminar, para identificar possíveis problemas antes da aplicação em massa.

Entre os pontos a serem avaliados no pré-teste quantitativo, estão:

 Ordem das perguntas


 Tempo de aplicação do questionário
 Falta ou excesso de opções de múltipla escolha
 Perguntas redundantes
 Perguntas constrangedores
Formas de coleta de dados em trabalhos quantitativos
A coleta de dados, é uma forma de reunir informações por meio de métodos específicos, para a realização de estudos e pesquisas.

Essa reunião de informações, pode ocorrer de maneira contínua, ocasional ou periódica.

Na forma contínua, a coleta de dados acontece quando os eventos abordados no estudo, são anotados na medida em que ocorrem. No caso da
maneira ocasional, a coleta é feita sem haver preocupação com a continuidade. Enquanto que para a periódica, a reunião de informações ocorre
de ciclo em ciclo.

Quanto aos métodos empregados, existem os mais diversos tipos. Podendo variar das pesquisas domiciliares até as pesquisas feitas pela internet.

A grande variação de métodos, é consequência de uma evolução sofrida ao longo do tempo. Tal evolução, não gerou um método superior a todos
os outros, mas permitiu maiores possibilidades de escolha, todas com prós e contras, que devem ser ponderados de acordo com as
particularidades do projeto.

Pesquisa Domiciliar
A pesquisa domiciliar, é o método em que o entrevistador faz a pesquisa no domicílio do entrevistado.

Um ponto positivo desse método, está na maior possibilidade de se aplicar questionários mais extensos. Isso é devido a tendência do
entrevistado, que está em casa, ter maior disponibilidade de tempo.

Outro ponto positivo, é a possibilidade do entrevistador ter maior controle de campo. Dentro do domicílio, há menor possibilidade de aparecer
fatores externos, que possam prejudicar a coleta de dados.

Como pontos negativos da pesquisa domiciliar, há os seus maiores custos de realização e a disponibilidade do entrevistado. Uma pesquisa
domiciliar pode se tornar cara, no caso de uma maior dispersão geográfica dos domicílios que serão visitados pelos entrevistadores. O
entrevistado pode ter pouca disponibilidade para a entrevistas, não estando disponível no horário comercial de dias úteis.
Além disso, deve ser considerado o medo da violência urbana. Devido a esse temor, muitas pessoas acabam rejeitando a visita dos
entrevistadores.

Ponto de Fluxo
O ponto de fluxo, é um método oposto ao da pesquisa domiciliar. Ao invés da coleta de dados ocorrer no domicílio do entrevistado, no ponto de
fluxo a coleta ocorre em espaços abertos com grande movimentação de pessoas, a exemplo de avenidas e praças.

A facilidade de aplicação, é um dos pontos positivos dessa técnica. Dado que os entrevistados, são pessoas abordadas ao acaso, em praças e
avenidas movimentadas. Essa facilidade, aumenta a produtividade do entrevistador, que por esse método, é capaz de entrevistar diversos
indivíduos, em um curto espaço de tempo.

Mas entrevistar muitas pessoas, pode gerar uma maior tendência de contaminação da amostra. Pessoas ligadas a partidos políticos, por exemplo,
podem de maneira premeditada, se infiltrarem nessas pesquisas. Isso retiraria o caráter de “acaso” das entrevistas, resultando em um viés nos
seus resultados.

Uma maneira de mitigar esse efeito é orientando os aplicadores a não entrevistar quem pedir para participar da pesquisa.

Local de Trabalho
O método do local de trabalho, é empregado para a coleta de dados de segmentos mais específicos. Esses segmentos são de acesso mais restrito,
a exemplo de economistas, executivos e médicos.

Uma característica dessa técnica, está na necessidade de agendamento prévio. Isso ocorre devido à maior restrição de tempo dos entrevistados.
Além disso, em alguns casos é necessário oferecer brindes de incentivo aos entrevistados.

Devido a essas características, o método de local de trabalho, costuma ter custos mais elevados. Mas esses custos podem ser compensados, a
partir da aplicação de questionários de tamanho intermediário.

PDV
O método PDV (Ponto de Venda), consiste na coleta de dados do indivíduo enquanto consumidor. Isso é devido a essa técnica, ter a sua
aplicação realizada em estabelecimentos comerciais.

Essa técnica é em geral, restrita a pesquisas de mercado. Dado que permite a mensuração dos hábitos de consumo das pessoas. Tal característica,
permite que determinados locais, sejam os mais indicados para esse método, a exemplo de shoppings centers e supermercados.

Apesar dessa facilidade, de haver espaços apropriados para a aplicação do método PDV, existem alguns fatores que podem dificultar a realização
dessa técnica. Como exemplo de dificuldade, há a necessidade de autorização por parte do estabelecimento, para que a pesquisa possa ser feita.

Pesquisa Telefônica / CATI


O método de pesquisa telefônica, é realizado de maneira predominante para as pesquisas eleitorais dos Estados Unidos.

Um ponto positivo da pesquisa telefônica, é a sua velocidade. Em poucos instantes é possível entrevistar um grande número de pessoas.

Essa técnica também permite a cobertura de locais de difícil acesso e a redução dos custos. Indivíduos que seriam difíceis de serem entrevistados
presencialmente, que moram em áreas rurais por exemplo, poderiam ser facilmente entrevistados e sem a necessidade do deslocamento de um
entrevistador (o que reduz custos).

Mas essas vantagens, dependem de uma boa infraestrutura das linhas telefônicas. No Brasil, esse quesito acaba se constituindo em um
empecilho, impedindo o maior uso dessa técnica. Além disso, há a restrição do uso de recursos visuais. A impossibilidade de utilização desses
tipos de recurso, podem limitar a utilização de determinados tipos de questionários.

Postal
Nas primeiras décadas do século XX, a pesquisa postal, foi o método padrão para as pesquisas eleitorais dos Estados Unidos.

Essa técnica constitui numa forma não presencial de coleta de dados, sendo a precursora de métodos como o da pesquisa por meio da internet.
Os questionários de pesquisa postal, utilizados na forma impressa, dispensam a presença de um entrevistador. O entrevistado preenche de
maneira voluntária o questionário e o deposita em determinada urna.

Mas em função da uma maior possibilidade de fraude nos resultados, e da própria evolução das técnicas de pesquisa, o método postal vem
caindo em desuso. Sendo progressivamente substituído, por métodos de pesquisa de controle remoto.

Internet
É o método emergente de pesquisas no século XXI. Estimativas apontam para a sua dominância, daqui a alguns anos.

O método via internet, pode ser realizado por meio de questionários enviados de maneira automática, ou podem ser assistidos online, em tempo
real.

A vantagem dessa técnica, consiste na sua velocidade de processamento de dados. Além disso, há a redução de custos, somada a possibilidade de
utilização de diversos recursos multimídia nos questionários (como fotos e vídeos).

Uma desvantagem, pelo menos até o presente momento, é a falta de certeza quanto a quem está respondendo os questionários. Por maior que
seja o controle, não dá pra afirmar com total certeza, qual foi o indivíduo que realmente respondeu às questões da pesquisa.

Erros comuns em pesquisas quantitativas


Existem três erros comuns em pesquisas de opinião quantitativas. O primeiro e mais frequente deles, é o erro amostral. Quando o pesquisador
prepara a amostra de maneira incorreta.

Assim o resultado final da pesquisa quantitativa pode apresentar viés estatístico. O problema é que esse erro muitas vezes não notado. Os
resultados podem ser catastróficos, uma vez que dados incorretos serão utilizados na tomada de decisão. Por isso a importância de contar com
uma equipe de pesquisa qualificada e experiente.
Outro tipo de erro comum no levantamento quantitativo ocorre no preenchimento do questionário pelo aplicador e no processo de tabulação.
Esse tipo de erro é chamado de não amostral. Felizmente, esse tipo de falha é cada vez mais raro, devido a adoção de novas tecnologia de coleta
e análise.

Por último temos o erro mais desafiador para os pesquisadores, quando o entrevistado não compartilha sua real opinião com o entrevistador,
mesmo sob as condições de anonimato usuais nas pesquisas de opinião pública. Esse erro não amostral é chamado de spin-off error.

Por último…
Neste artigo, abordamos apenas uma pequena parcela do universo das pesquisas quantitativas. Caso tenha ficado alguma dúvida, não deixe de
registrar o seu comentário.

Já se deseja aprofundar ainda mais no universo da opinião pública, sugiro esse artigo sobre a abordagem qualitativa em trabalhos de pesquisa

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